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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
BACHARELADO EM CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
JAILTON DA SILVA
APLICAÇÕES DO VIDRO NAS HABITAÇÕES HUMANAS: UMA
PROPOSTA DE ANÁLISE E CLASSIFICAÇÃO
CRUZ DAS ALMAS
Novembro de 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
BACHARELADO EM CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
JAILTON DA SILVA
APLICAÇÕES DO VIDRO NAS HABITAÇÕES HUMANAS: UMA
PROPOSTA DE ANÁLISE E CLASSIFICAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia como
parte dos requisitos para obtenção do título de
Bacharel em Ciências Exatas e Tecnológicas.
Orientador: Professor Nilton Cardoso da Silva
CRUZ DAS ALMAS
Novembro de 2017.
APLICAÇÕES DO VIDRO NAS HABITAÇÕES HUMANAS:UMA
PROPOSTA DE ANÁLISE E CLASSIFICAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso defendida e aprovada pela banca examinadora
Aprovado em
_________________________________________
Professor: Dr. Nilton Cardoso da Silva Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
_________________________________________
Professor: Dr. Heber Christiane Antunes S. França Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
_________________________________________
Professora: Dra. Maria da Graça Andrade Dias Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
AGRADECIMENTOS
Louvo a Deus por todas as bênçãos e graças, por ter me concedido sabedoria
discernimento para prosseguir.
Aos meus pais Maria da Glória Celestina da Silva e Joel Soares Barbosa que nunca
desistiram de mim, por toda dedicação e amor, ajudando-me a realizar meus sonhos.
A minha esposa Mariana Souza Lemos e minha filha Brunna Lemos da Silva razão da
minha vida.
A todos os meus irmãos Daniela Celestina da Silva, Fabio da Silva, Katiane da Silva
Rodrigues que sempre me deram incentivo e apoio para eu perseverar nesta jornada.
Aos amigos desta trajetória Cristiana Santos, Gabriel Pereira, Nilton Pereira, Danilo
Nascimento, Elaine Andrade que sempre estiveram presentes, ajudando-me nesta
trajetória.
Aos membros da banca pela contribuição na avaliação da conclusão deste trabalho.
Muito obrigada a todos!
RESUMO
Este trabalho visa apresentar uma retrospectiva da presença do vidro na vida do
homem desde sua descoberta, através de uma revisão bibliográfica em torno da
história do vidro, descrevendo como teria sido o seu surgimento, destacando sua
fabricação no mundo, assim como no Brasil. Descreve suas principais características,
bem como sua composição química e suas propriedades físicas, feito uma análise dos
principais tipos e suas funções quando utilizados na construção civil destacando seu
uso nas habitações humanas, sua aplicação a evolução principalmente como recurso
para construção civil, procurando evidenciar as fundamentais tecnologias utilizadas em
sua obtenção ou aplicações, tanto na sua fabricação como no seu beneficiamento,
especificação, instalação e algumas experiências como a reutilização, de embalagens
de vidro direcionadas a construção civil, a partir de uma análise do aproveitamento do
vidro, sua reciclagem e reuso levando consideração que seja um material de alta
sustentabilidade, visa colabor grandemente com a redução do desgaste dos recursos
do meio ambiente. Sinteticamente, este trabalho apresenta como resultado, duas
experiências onde foram usadas garrafas de vidro como elemento de passagem de luz
por uma parede através das mesmas depois de serem instaladas como elemento de
constituição desta parede. Ainda como resultado foi proposto também uma tabela que
apresenta uma lista de aplicações do vidro dentro das habitações humanas
relacionadas ao seu uso estrutural, na arquitetura, e no design de interiores, e
pensando também na sustentabilidade como o vidro foi aproveitado. Quanto a Forma
de aproveitamento do vidro distingue-se em cada atividade a origem do vidro que pode
ter sido reuso, reciclagem e/ou recuperação. Para concluir, identifica também algumas
possíveis aplicações que podem ser trabalhadas na forma de perspectivas futuras.
PALAVRAS-CHAVE: Vidros, Construção civil, Habitação, Sustentabilidade.
ABSTRACT
This work aims to present a retrospective of the presence of glass in human life since its discovery, through a bibliographical review around the history of glass, describing how it would have emerged, highlighting its manufacture in the world, as well as in Brazil. Describes its main characteristics, as well as its chemical composition and its physical properties, making an analysis of the main types and their functions when used in civil construction highlighting its use in human dwellings, its application to evolution mainly as a resource for civil construction, the production, processing, and some experiments such as the reuse of glass containers directed to civil construction, from an analysis of the use of glass, its recycling and reuse taking into account that it is a material of high sustainability, aims to collaborate greatly with the reduction of the wear and tear of the resources of the environment. This work presents, as a result, two experiments where glass bottles were used as an element of passage of light by a wall through them after being installed as a constituent element of this wall. Also as a result, a table was presented that presents a list of glass applications within human dwellings related to their structural use, architecture, and interior design. Thinking also about sustainability as glass has been tapped. As to the way of utilizing the glass, the origin of the glass that may have been reused, recycled and / or recovered is distinguished in each activity. To conclude, it also identifies some possible applications that can be worked out in the form of future perspectives.
KEYWORDS: Glass, Construction. Habitation, Sustainability
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ilustração da composição normalmente adotada para o vidro comum
Figura 2 – Vidro float empilhado
Figura 3 - Divisórias de vidro temperado
Figura 4 - Vidro temperado laminado aplicado em escadas
Figura 5 - Divisórias de vidro serigrafado: a) coloridas; b) transparente
Figura 6: Fachada de edifício em vidro refletivo
Figura 7: Fachada do teto de edifício em vidro curvo
Figura 8: Porta de vidro Jateado com desenho
Figura 9: Centro Cultural Banco do Brasil Minas Gerais
Figura 10: Gráfico de distribuição estatístico de ruptura do vidro.
Figura 11: Funções relativas dos óxidos nos vidros
Figura 12: Catedral de Chartres a) vista externa, b) detalhes dos vitrais
Figura13- Unidade habitacional em Berlin
Figura 14: Museu de Arte Moderna de Forthworth a) ao anoitecer, b) durante o dia
Figura 15: Emprego geral de vidro em edifícios no mundo: a) Banco da China,
b) Turning Torso de Santiago Calatrava
Figura 16: Torre Burj Khalifa
Figura 17: Vista do Palácio de Petrópolis a) ao anoitecer, b) durante o dia
Figura 18: Ministério da Educação e Saúde
Figura 19: Palácio Alvorada
Figura 20-:Catedral Metropolitana a) vista externa b) Interior
Figura 21: Residência em BH
Figura 20: Os pilares metálicos tubulares da escada
Figura 21: Passarela com estruturas metálicas
Figura 22:Uso moderno do vidro a) fachadas de vidro, b) escadas com degraus,
guarda-corpos e piso de vidro.
Figura 23: Palácio de Cristal do Jardim Botânico
Figura 24: Vista noturna do Palácio de Cristal de Uberlândia MG a) interior b) exterior
Figura 25: Aeroporto Deputado Luís Eduardo Magalhães a) vista externa, b) saguão,
interior.
Figura 26: Imagem Ilustrativa do Aeroporto após a reforma divulgadas pela infraero
Figura 27: Salvador Shoping a) Os pilares metálicos tubulares da escada têm 400
milímetros de diâmetro e dez metros de altura, b) Passarela com estruturas metálicas
receberam painéis de vidro laminado de 20 milímetros com PVB opaco.
Figura 28: Materiais para banheiros e consultórios feitos de vidros
Figura 29: Emprego geral de vidro
Figura 30: Emprego do vidro em Luminárias e Lustres
Figura 31: Banheiro de uma Suíte
Figura 32: a) Porta de vidro na sala, b) Mesa de vidro na sala de jantar
Figura 33: Vidro inteligentes ou smartglass
Figura 34: Fibra de vidro para reforço em concreto
Figura 35: a) Fibra de vidro concreto-translúcido, b) Fibra de vidro que através da luz
formam figuras.
Figura 36: Lustres feitos com garrafas recicláveis.
Figura 37: Luminárias feitas com recipientes de bebida reciclável (garrafas de cerveja
Long Nech)
Figura 38: Peças de concreto com agregado graúdo de vidro (a mostruário e (b
detalhes
Figura 39: Piso de agregado de vidro
Figura 40: Aproveitamento de garrafas de vidros em paredes de uma casa
Figura 41: Casa construída com garrafas de vidro
Figura 42: Alvenaria de vedação com garrafas de vidro
Figura 43: Alvenaria de vedação feita com garrafas de vidro
Figura 44: Jardim de inverno coberto com telha de fibra de vidro: a) vista do telhado b)
detalhes do interior.
Tabelas
Tabela 1 –Algumas das propriedades física do vidro utilizados na construção civil (slsg)
Tabela 2 – Lista de Aplicações do Uso do Vidro na Construção Civil.
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – Introdução 1.1. Objetivos 1.1.1. Objetivo Geral 1.1.2. Objetivos Específicos 1.2. Justificativa 1.3. A história do vidro
CAPÍTULO 2 – Classificação e propriedades do vidro 2.1. Diversas Classificações do Vidro para Uso Comercial 2.2. Classificação dos Vidros pelo Processo de Fabricação 2.3. Classificação dos Vidros Decorados 2.4. Propriedades e Normas Regulamentadoras do Vidro 2.5. Produção, Processo e Uso Sustentável do Vidro. CAPÍTULO 3 - Filosofia do Uso do Vidro na Construçã o Civil, Arquitetura e Design de Interiores
3.1. Tendências de Uso do Vidro pelos Movimentos Modernos, pós Modernos e Contemporâneos na Arquitetura Global.
3.2. Uso do Vidro pelos Movimentos Modernos, Pós Modernos e Contemporâneos na Arquitetura Nacional.
3.3. Uso do Vidro pelos Movimentos Modernos, Pós-Modernos e Contemporâneos na Arquitetura Baiana
3.4. Uso do vidro na Construção Civil 3.5. Uso Vidro na Arquitetura no Comércio de Cruz das Almas 3.6. O Uso do Vidro na Decoração de Interiores CAPÍTULO 4 – Resultados: Aplicações Locais, Metodol ogias e Exemplos 4.1. Identificações de Propostas e Aplicações Encontradas na Internet, no Comercio e Bibliografias Especializadas
4.2. Uso de Garrafas de Vidro Incorporadas na Estrutura e Acabamento de Parede
4.3. Experiência do Uso de Vidro Como Elemento de Passagem de Luz
4.4 . Uso de Fibras de Vidros em Telhas 4.5. Tipos de Aplicações Encontradas CONCLUSÃO E PERPECTIVAS FUTURAS 5 Conclusão 5.1 Perspectivas Futuras REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CAPITULO 1 - INTRODUÇÃO
Há indícios de que o vidro originou-se a cerca de 4000 a.c. entre os
povos da Mesopotâmia, Egito, Síria, Grécia. Entre outras aplicações eles empregavam
o vidro na fabricação de amuletos, adornos, jarros, vasos, etc., mas foi por volta de 100
A.C que os romanos inventaram o vidro plano e começaram a utilizá-lo em janelas.
No início, o emprego do vidro tinha por objetivo apenas deixar passar a
luz e proteger contra temporais. A sociedade atual preocupa-se com os problemas
ambientais e econômicos, procurando empregar recursos oferecidos da natureza.
Assim, faz-se necessário na construção civil a realização de edificações sustentáveis.
Com isso, o uso do vidro nos projetos na area da construção civil tem aumentado
significamente.
O vidro é um material utilizado na construção civil há muito tempo, mas
seu uso com função estrutural é recente, porém ganhou espaço, reunindo boas
qualidades aos olhos dos arquitetos, pois, em suas qualidades encontra-se a
transparência proporcionando, versatilidade, modernidade, alta capacidade de suportar
cargas, e também tem entrado de forma significativa no arranjo dos espaços dos
interiores na forma de decoração, como exemplo no caso da definição de lustres e
luminárias. A matéria básica para construção do vidro, a sílica é de fácil acesso na
natureza, farta em locais como leito de rios e pedreiras. O vidro é um material
facilmente reciclável, quando quebrado transforma-se em outro vidro, processo que
pode ser repetido várias vezes. É de grande durabilidade, inerte, biologicamente inativo
e é fabricado com superfícies impermeáveis.
O vidro tem uma diversificação de propriedades graduadas de tal forma
que podem ser escolhidas e definidas para cada tipo de obra conforme o seguimento
de aplicação, características que são graduadas conforme o local em que vai ser
aplicado: fachadas, vitrine, coberturas, do tipo de vidro adequado.
Alguns profissionais da construção civil ainda ignoram ou não possuem
muitas informações sobre vidros, assim, com o estudo exposto almeja-se cooperar
para o conhecimento das características dos vidros, comprovando o processo de
fabricação dos principais vidros utilizados na construção civil e os fatores a serem
considerados durante a especificação e dimensionamento.
Assim, diante do exposto neste trabalho a atuação se deu no sentido
de analisar o estado da arte, começando com historia do vidro e sua inserção na
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construção civil em três aspectos, “a arquitetura”, o “design de interiores” e a “estrutura”
que envolve a sustentação e o acabamento das construções. Alem disto, contempla
ainda uma prática, que mostra o uso de garrafas de vidro para a infiltração de luz numa
parede de alvenaria, permitindo a entrada de luz natural no ambiente, evitando o
consumo energia tal forma que promova simultaneamente a decoração a partir do
formato do conjunto e da filtragem de cores integrado, observando assim a formação
de figuras planejadas visando uma economia de energia e destacando a estética.
1.1 - OBJETIVO
1.1.1 - Objetivo Geral
Identificar aplicações do vidro nas habitações humanas, considerando também
as característica de seu uso como material auto sustentável.
1.1.2 - Objetivos Específicos
• Identificar, caracterizar e classificar o vidro como material aplicado em
habitações humanas e com grande capacidade de ser reutilizado.
• Pesquisar sobre uso do vidro, suas diversas aplicações na arquitetura, estrutura,
design de interiores e decoração através dos tempos, e seu uso na vida
moderna.
• Descrever técnicas e aplicações do vidro na vida contemporânea
• Apresentar resultados práticos e potenciais perspectivas do uso de vidro,
inclusive sustentável nas habitações humana.
• Experimentar a reutilização do vidro de embalagens na construção civil
considerando a promoção da penetração da luz nos ambientes, com a finalidade
estética.
1.2 - JUSTIFICATIVA
Estudar e pesquisar a versatilidade do vidro, do ponto de vista da sua
aplicabilidade, o emprego do vidro na construção civil motivado por sua capacidade de
mudar completamente o fluxo de luz nas instalações o que influencia na estética, pela
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intensidade luminosa natural que permite nos interiores, variedade de cores e
intensidade luminosa que o vidro apresenta e pela quantidade de vidro incorporada nas
construções, sejam na forma estrutural, arquitetura e design, assim como na forma
com que elas são administradas por dentro e por fora, lhes conferindo um ar de
futurista, beleza, leveza e/ou resistência através das suas variações de cores,
transparência e dureza, e muito mais. Também pelo fato do vidro ser um material
extremamente sustentável, já que seus componentes mais usados são muito
abundantes na natureza, existindo a céu aberto, não requisitando grandes
interferências no ambiente, ressalvadas algumas situações onde sua exploração pode
influenciar significantemente no ecossistema, mas ele pode ser reciclado(100%),
inclusive o uso de vidro reciclado na indústria reduz o custo de sua produção, uma vez
que reduz as temperaturas de fusão se tornando um dos materiais
mais sustentáveis da civilização moderna. Um papel também importante do vidro é do
saneamento do ambiente, controlando a proliferação de fungos e bactérias, mas o
principalmente se deu pelo fato da economia do consumo de energia elétrica, já que as
mesmas podem ser produzidas de usinas hidroelétricas nucleares ou termoelétrica
gerando alto índice de poluição.
.
1.3 - A HISTÓRIA DO VIDRO
Conforme a Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas
de Vidro – ABIVIDRO existem diversos relatos sobre o surgimento do vidro não
sabendo ao certo, uma das hipóteses mais prováveis é que os povos da Mesopotâmia,
Egito, Síria, Grécia já trabalhavam com vidro. Mas conforme o historiador romano
Plinio, o velho (Historia Natural, Plinio edição 1467, Veneza) impõe aos fenícios a
descoberta acidental do vidro. Segundo Akeman(2013) a origem do vidro teria sido
casual, ao organizar uma fogueira numa praia na costa da Síria para esquentar suas
refeições, improvisaram fogões usando blocos de salitre e soda, percebendo que após
um tempo do fogo escorria uma substância brilhante que se materializava rapidamente.
Embora não existam dados precisos, alguns historiadores afirmam que
a descoberta do vidro ou cristal, como foi chamada, foi feita pelos fenícios em uma
praia do Mediterrâneo, no litoral do Líbano atual, mais de 3000 anos antes da Era
Cristã, segundo Giovanni (1992), quando estes improvisaram uma fogueira utilizando
blocos de salitre e soda e, algum tempo depois, notaram que do fogo escorria uma
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substância brilhante que se solidificava imediatamente.
Mas, conforme pesquisas arqueológicas, Zanotto(1989) o vidro já era
conhecido há pelo menos 4.000 anos antes da Era Cristã como mostram os objetos
cerimoniais e adornos encontrados dentro de tumbas de faraós, em pirâmides do Egito.
Ainda na Era Cristã, próximo ao ano 100, às técnicas de fabricação se
desenvolveram, quando os sírios inventaram a técnica do vidro soprado desenvolvendo
a atividade vidreira, melhorando na qualidade e na diversidade dos produtos,
principalmente na fabricação de frascos e garrafas, difundindo essa técnica pelo
mediterrâneo, pela Europa ocidental e Oriente, Akeman (2013).
Com essa difusão da atividade vidreira, diversas províncias e cidades
do Império Romano se transformaram em centros de produção e comércio de
utensílios domésticos, objetos de decoração, adornos, que eram mais fáceis de fabricar
com a técnica do sopro em molde. O uso de vidros nas janelas era restrito as casas
patrícias e as igrejas, devido a sua complexidade da produção naquela época.
Mas ainda segundo a ABIVIDRO a arte do vidro já era usado no Egito
no século 1500 a.C. quando os artistas a serviço dos faraós da 18ª Dinastia conheciam
a fórmula de uma pasta de vidro flexível, com a qual faziam contas de vidro e adereços
pessoais. Algumas destas peças foram encontradas em perfeito estado de
conservação, no sarcófago de Tutancâmon. O povo egípcio foi os primeiros a utilizar o
vidro na fabricação de embalagens, como os jarros e tigelas, recipientes para
cosméticos, bálsamo e frascos para perfumes. Entre estes o mais comum era o
alabastro, primeiro na forma de tubo, depois em moldes curvos, com duas pequenas
alças, no estilo de ânfora grega, onde se guardava o col, tintura para escurecer as
pálpebras e realçar o brilho dos olhos, utilizado por homens e mulheres da antiguidade
em todo o Oriente.
A história do vidro no Brasil conforme a ABIVIDRO, começou no
período das invasões francesas (1624/35), em Olinda e Recife (PE), onde a primeira
oficina de vidro foi preparada por quatro artesões que seguiram o príncipe Maurício de
Nassau, onde era fabricado vidro para janelas, copos e frascos. Com a saída dos
holandeses a fabrica fechou. O vidro voltou a entrar na economia do país a partir de
1810, quando em 12 de janeiro daquele ano, o português Francisco Ignácio da Siqueira
Nobre ganhou carta regia liberando a instalação de uma indústria de vidro no Brasil
onde produziam vidros lisos, de cristal branco, frascos, garrafões e garrafas. Ela entrou
em operação em 1812. Em 1825 fechou em função das grandes dificuldades
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financeiras, burocráticas, trabalhistas oriundas da concorrência de produtos
estrangeiros e da ira dos portugueses.
Em 1895, foi fundada em São Paulo a Vidraria Santa Marina, hoje um
dos grandes grupos industriais do país. Em 1900, a fábrica já produzia 20 mil garrafas
de vidro verde por dia. Em 1903, a Santa Marina transformou-se em sociedade
anônima e cinco anos mais tarde produzia um milhão de garrafas mensalmente, 2 m²
de vidro para vidraça em 24 horas e empregava 650 operários segundo a Abividro.
O empreendedor Nadir Figueiredo passou de importador a produtor de
vidro em 1935, ao adquirir duas fábricas em São Paulo e mais tarde, com a montagem
de uma terceira. Atento aos progressos da tecnologia na área do vidro, após a
Segunda Guerra Mundial, foi aos EUA estudar novos processos de produção, que
adotou em sua nova fábrica, inteiramente automática. Nesta fábrica se conseguia
produzir 72 mil copos por dia, o que representou um notável avanço para indústria
brasileira da época. Da Grã-Bretanha, veio o grupo Pilkington, que em 1978 adquiriu a
Providro, fábrica de vidro laminado e a Blindex, que opera no mercado de vidros para
veículos automotores de acordo com a ABIVIDRO.
Os vidros são materiais de estrutura desordenada que apresentam o
fenômeno de transição vítrea, (ZANOTTO, 1989, p. 33-36). O fenômeno de transição
vítrea acontece em alguns líquidos que, quando resfriados gradualmente a partir de
sua temperatura, não se cristalizam e apresentam acentuado aumento de viscosidade,
até que uma determinada faixa de temperatura passa a se comportar mecanicamente
como sólidos, isto é, os átomos e as moléculas não apresentam mobilidade
translacional na escala de tempo do experimento. Porém esse comportamento é
reversível, e, portanto, o inverso é observado no aquecimento dos vidros. Os materiais
amorfos, quando aquecidos cristalizam antes de amolecer e não apresentam a
transição vítrea. Porem há materiais vítreos, que são formados das classes das
ligações químicas (metálicas, iônicas, mistas, covalentes, pontes de hidrogênio, Van
der Waals), portanto o vidro é a associação dos materiais inorgânicos, não metálicos,
geralmente constituídos por óxidos, ou seja, o vidro é uma substancia inorgânica,
homogênea e amorfa, obtida através do resfriamento de materiais a base de sílica em
fusão.
Com a promessa de apresentar o vidro como um componente cada vez
mais presente nas habitações humanas, desenvolveu-se uma pesquisa, com a
finalidade de levantar esta realidade do ponto de vista do uso do vidro e a estrutura
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deste trabalho em 4 capítulos, sendo que:O primeiro conta um pouco da história do
vidro, desde o surgimento até as primeiras formas de utilização; O segundo de suas
propriedades e como se classificados os vidros; O terceiro mostra uso do vidro pelos
movimentos modernos, pós modernos e contemporâneos na arquitetura nacional e um
levantamento do uso do vidro na construção civil, faz também uma demonstração do
vidro como elemento de decoração e o quarto e último mostra algumas aplicações e
conclui.
Baseado em pesquisas este trabalho é composto da seguinte forma: no
capitulo 2, a historia do vidro até a idade moderna, o estudo de suas propriedades,
formas de trabalhar sua relação com a construção apoiado em vários estudos
presentes, culminando com seu uso na construção civil, em três formas, reuso,
reciclagem e reaproveitamento, mostrando que se trata de uma aplicação altamente
sustentável.
No capítulo 3, serão concentrados em aplicações modernas e
contemporâneas do vidro na construção civil, nos âmbitos global, nacional, estadual e
local. Onde serão desvendadas opções de uso do vidro na arquitetura mostrando sua
versatilidade como elemento de disseminação da luz no interior das construções,
reduzindo o consumo de energia, aumentado a resistência das estruturas e
impermeabilizando as barreiras como isoladores de ambientes. Aqui também o vidro
será apresentado como opção de decoração dos interiores, que pode também alterar a
beleza local, valorizando o ambiente, seja como elementos independentes, seja como
elementos integrados na forma de candelabros, lustres, tipos de lâmpadas e luminárias
diferentes que determinam como a luz pode ser aplicada num ambiente ou ainda como
elemento para modificar e direcionar a penetração da luz, tanto natural como artificial
inserida no ambiente.
Trataremos também do uso do vidro na estrutura e no acabamento da
construção, de tal forma que possa substituir componentes do material, e agregar
propriedades a estrutura como a infiltração da luz total ou parcial no ambiente, alterar a
cor de reflexão da luz nas superfícies pela superposição do vidro na superfície.
O capitulo 4 apresenta os resultados práticos de emprego do vidro em
suas em diversas formas nas habitações humanas, os que foram encontrados na
bibliografia e rede mundial de internet decorrente do desenvolvimento da ciência dos
materiais, bem como apresenta um caso experimental executado durante este trabalho
onde foram aproveitadas algumas garrafas de vidro para construir uma amostra de
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parede de vedação, de tal forma a permitir a infiltração da luz direta do sol através de
um setor de uma parede num determinado tempo do dia.
Neste capítulo foi levantada uma série de aplicações do vidro, a partir
das quais desenvolveu-se uma planilha que relaciona estas planilhas com as forma de
uso sustentável do vidro reuso, reciclagem e recuperação, e com os as áreas de uso
nas habitações humanas estrutura, arquitetura e design de interiores, que
aparentemente se mostra inédita a qual foi desenvolvida durante este trabalho que
mostra as diversas aplicações do vidro nas habitações humanas, seja na estrutura,
arquitetura e design de interiores deixando aqui também sugestão que seja usada
como ponto de partida para quem se interessa em estudar este assunto.
Na conclusão apresenta-se um balanço do uso do vidro na construção
civil e como tende a ser executado com o tempo, oferecendo sugestões de trabalhos
que este assunto pode render a quem interessar em pesquisar e desenvolver estudos
relacionado à utilização em habitações humanas.
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CAPÍTULO 2 - CLASSIFICAÇÃO E PROPRIEDADES DO VIDRO
A classificação dos vidros pelo uso comercial, produção industrial e para
decoração, abrangerá também e suas propriedades observando alguns parâmetros tais
como tipo, forma, transparência, coloração, etc. O processo de fabricação do vidro
influência diretamente na sua classificação onde a indústria produz para as mais
variadas aplicações tornando o vidro um dos materiais mais utilizados devido a suas
características como dureza, resistência e algumas propriedades térmicas, acústicas e
ópticas. Aqui serão abordadas também suas características relacionadas com a
sustentabilidade do material que é importante no mundo atual uma vez que se busca
uma menor interferência na natureza para retirada de recursos naturais.
2.1 - Diversas Classificações do Vidro para Uso Com ercial
A NBR 7199 NB 226/1988 fixa as condições que devem ser obedecidas
no projeto de envidraçamento na construção civil, e se aplica a envidraçamento de
janelas, portas, divisões de ambientes, guichés, vitrines, lanternins, chedes e
claraboias. Quanto à classificação dos vidros, a NB 226/1988 os classifica nos
seguintes grupos: quanto ao tipo, quanto à forma, quanto à transparência, quanto ao
acabamento das superfícies e quanto à coloração.
2.1.1 - Quanto ao tipo
Quanto ao tipo o vidro é classificado em vidro recozido, vidro de
segurança temperado, vidro de segurança laminado, vidro de segurança aramado e
vidro térmico absorvente.
• vidro recozido – que, após sua saída do forno e resfriamento gradual, não
recebe nenhum tratamento térmico ou químico;
• vidro de segurança temperado – que foi submetido a um tratamento térmico,
através do qual foram introduzidas tensões adequadas e que, ao partir-se,
desintegra-se em pequenos pedaços menos cortantes que o vidro recozido;
• vidro de segurança laminado – composto de várias chapas de vidro, unidas por
películas aderentes;
• vidro de segurança aramado – formado por uma única chapa de vidro, que
contém no seu interior fios metálicos incorporados à massa na fabricação. Ao
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quebrar, os fios mantêm presos os estilhaços;
• vidro térmico absorvente – absorve pelo menos 20% dos raios infravermelhos,
reduzindo deste modo o calor transmitido através dele; f) vidro composto–
unidade pré-fabricada formada de duas ou mais chapas de vidro, selada na
periferia formando vazios entre as chapas, contendo no interior gás desidratado,
com a finalidade de isolamento térmico e acústico.
2.1.2 - Quanto à forma
São moldes ou formas de aço comum ou inoxidável que dão formato ao
vidro quando fabricados na indústria a partir de um determinado formato.
• chapa plana é o vidro ainda na fábrica sem receber o processamento, com
superfície retangular e plana.
• chapa curva é o vidro ainda nas fabricas com formato curva
• chapa perfilada são chapas de vidro organizadas lada a lado com os mesmo
perfis.
• chapa ondulada são vidros transparentes, mas que a visão da sua superfície fica
de maneira dificultada não podendo observar o que está do outro lado de
maneira nítida.
2.1.3 - Quanto à transparência
Quanto a transparência são divididos em três grupos: vidro transparente, vidro translúcido e vidro opaco.
• vidro transparente – transmite a luz e permite visão nítida através dele;
• vidro translúcido – transmite a luz em vários graus de difusão, de modo não
permitir visão nítida;
• vidro opaco – impede a passagem da luz
2.1.4 - Quanto ao acabamento das superfícies
Quanto ao acabamento os vidros podem ser divididos da seguinte
forma: vidro liso, transparente, vidro impresso (fantasia), vidro fosco, vidro espelhado,
vidro gravado, vidro esmaltado e finalmente vidro termo –refletor.
• vidro liso – transparente, apresentando leve distorção das imagens refratadas,
em virtude das características da superfície ocasionadas pelo processo de
fabricação;
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• vidro polido – transparente, mas permitindo visão sem distorção das imagens,
pelo tratamento superficial;
• vidro impresso (fantasia) – durante a fabricação é impresso um desenho em
uma ou nas duas superfícies;
• vidro fosco – translúcido, pelo tratamento mecânico ou químico em uma ou nas
duas superfícies;
• vidro espelhado – reflete totalmente os raios luminosos, em virtude do
tratamento químico em uma das superfícies;
• vidro gravado – por meio de tratamentos químicos ou mecânicos apresenta
ornamentos em uma das ou nas duas superfícies;
• vidro esmaltado – ornamentado através da aplicação de esmalte vitrificável em
uma ou nas duas superfícies;
• Vidro termo –refletor – colorido e refletor pelo tratamento químico em uma das
faces, feito em alta temperatura.
2.1.5 - Quanto à coloração
O vidro poder ser dividido em dois grupos:
• O vidro incolor é um vidro plano, que consegue transmite a luz com facilidade,
possui um alto índice de transparência com pouca ou quase nenhuma distorção
óptica.
• vidro colorido é utilizado um esmalte cerâmico sobre a superfície do vidro que
apresenta diversas cores, os mais comuns são os serigrafados e os pintados a
frio.
2.1.6 - Quanto a sua composição
Basicamente o vidro é uma substância amorfa, inorgânica e homogênea,
que são obtidos através do resfriamento da sílica em fusão, onde suas propriedades é
diretamente ligada a sua composição química. Quando se conforma o vidro vai se
esfriando e fica mais viscoso até que fique suficiente o bastante para não continuar a
fluir. O vidro é formado de alguns componentes tais como demonstrado abaixo na
forma de porcentagem.
20
Figura 1: Ilustração da composição normalmente adotada para o vidro comum. Fonte: http://emuc2015.blogspot.com.br/2015/04/composicao-do-vidro.html. Acesso em 10/11/2017
2.2 – Classificação dos Vidros Pelo Processo de Fab ricação
Existe outra classificação usada na indústria que define o vidro pelo
processo de fabricação básico que envolve as matérias primas e o processo de
beneficiamento, a qual emprega algumas matérias primas usadas na composição, tais
como: alumínio, cálcio, sódio, potássio, sílica e magnésio que determina à base, os
vidros float e impressos. A partir de um processo de beneficiamento ou não destes
tipos de vidros surge os seguintes tipos de vidro segundo Azeredo (2004): Vidro float,
vidro temperado, vidro laminado, vidro serigrafado, vidro refletivo ou espelhado, vidro
curvo, vidro jateado e vidro insulado que são utilizados na construção civil a partir de
parâmetros especificados para cada tipo de instalação. Cada um para um uso distinto
(YAZIGI, 2009), Vejamos as características desta classificação de vidros.
2.2.1 - Vidro Float:
É o vidro comum plano transparente, com tonalidades opções diversas
de tonalidades de cores, como podendo ser incolor e levemente colorido p.ex.
esverdeado ou escuro, apresentando um dos menores custos do mercado para a
construção civil, serve como base para a produção dos demais vidros mencionados.
São utilizados em alguns tipos de janelas, portas, divisórias podendo
ser módulos fixos de vidro. Devido sua transparência, durabilidade, resistência química,
facilidade de manuseio e baixo custo. É encontrado nas espessuras de 2, 3, 4, 5, 6, 8,
10, 12, 15 e 19 mm e podem ser aplicadas em divisória naval, vãos de alvenaria
(internos e externos), prateleiras, tampos de mesa, aparadores, entre outros, como
mostra a figura 2 abaixo que é uma forma de demonstração do vidro float numa fábrica
de vidro.
21
Figura 2 – Vidro float empilhado
Fonte:http://www.blindex.com.br/sobre-a-blindex/historia-do-vidro/o-que-e-vidro-float Acesso em 22/08/2017
2.2.2 - Vidro Temperado:
São resistentes a impactos, pois apenas fragmenta quando quebra,
garantindo maior tempo de duração. É confeccionado a partir do vidro float comum, que
é aquecido e esfriado repentinamente, em um processo de choque térmico, através de
um forno com mais de 600º de aquecimento.
Está disponível nas seguintes espessuras: 6, 8, 10, 12, 15 e 19 mm,
apropriado para divisórias, vitrines, prateleiras e guarda corpos, utiliza-se mais as
peças de 8, 10 e 12 mm. As peças de 15 e 19 mm são mais utilizadas para tampos de
mesa e bancadas, veja figura 3 apresentando como aplicação do vidro temperado
numa parede de isolamento de vidro. Este tipo de vidro pode ainda ser serigrafado e
permite a colocação de películas jateadas ou refletivas.
Figuras 3 - Divisórias de vidro temperado
Fonte: http://livrevida.com.br/arquitetura-e-construcao/vidros-na-construcao-civil/ Acesso 22/08/2017
22
2.2.3 - Vidro Laminado:
Oferece mais segurança, é possível fazer composições com diferentes
tipos de vidro. O mesmo é criado por duas lâminas coladas uma sobre a outra com
uma película incolor de PVB (Polivinil Butiral), apresentam-se em cores variadas.
Esta película detém os pedaços da peça quando é quebrada,
enfraquecendo as chances de machucar alguém. Por isso este tipo de vidro é bastante
utilizado para: coberturas, pisos, escadas e peles de vidro. No entanto, tem um custo
mais elevado que o temperado. Veja aplicação um belo exemplo estético do uso do
vidro laminado na figura 4 que apresenta uma escada com degraus feitos de vidro
espeço.
Figura 4 - Vidro temperado laminado aplicado em escadas
Fonte: http://livrevida.com.br/arquitetura-e-construcao/vidros-na-construcao-civil/ Acesso em 22/08/2017
2.2.4 - Vidro Serigrafado:
Este tipo de vidro é muito utilizado como alternativa ao Jateado pelo
preço ser mais acessível e não causar perda de estética. O vidro serigrafado é um tipo
de vidro temperado predominando a privacidade dos ambientes, com uma tinta
aplicada em uma das faces da peça, gerando um efeito. Os vidros coloridos podem ser
aplicados em paredes e móveis, hoje em dia são muito utilizados para decorar
banheiros, nas paredes ou gabinetes.
São reconhecidos como vidro de segurança, pintados com esmaltes
cerâmicos (tintas vitrificadas) e submetidos a um forno de têmpera a 700ºC, para a
fusão da tinta ao vidro, passando a ser temperado. Alguns modelos estéticos de
aplicação deste tipo de vidro é apresentado abaixo, figuras 5.
23
Figura 5: divisórias de vidros serigrafado: a) coloridas, b) transparente. Fonte: http://livrevida.com.br/arquitetura-e-construcao/vidros-na-construcao-civil/
Acesso em 22/08/2017
2.2.5 - Vidro Refletivo ou espelhado:
São provenientes da transformação do vidro float para refletivo incide
na aplicação de uma camada metalizada numa das faces, feita pelos processos
pirolítico ou de camada a vácuo onde a camada metalizada é pulverizada com óxido
metálico durante a fabricação do float e pelo processo (off-line) a chapa de vidro passa
por câmara mantida a vácuo, na qual recebe a deposição de átomos de metal sobre
uma de suas faces.
O vidro refletivo pode ser laminado, insulado, serigrafado ou
temperado. O processo de serigrafia deve ser feito antes do deposito dos óxidos e os
refletivos pirolíticos podem ser temperados e serigrafado após o processo de pirólise
(decomposição pelo calor). Uma vantagem desse vidro é a redução em até 80% da
passagem de calor por radiação solar para o interior do ambiente. São utilizados em
fachadas de edifícios residenciais e comerciais, coberturas, portas, janelas, sacadas de
edifícios e casas. A figura 6 é uma bela aplicação arquitetônica do vidro utilizado para
modular a fachada de um edifício.
Figura 6: Fachada de edifício em vidro refletivo
Fonte: http://livrevida.com.br/arquitetura-e-construcao/vidros-na-construcao-civil/ Acesso em 22/08/2017
24
2.2.6 - Vidro Curvo:
O vidro float é colocado sobre um molde (matriz) de aço comum ou
inoxidável dentro de um carrinho, entrando embaixo do forno suspenso após o encaixe
da máquina ao veículo, o vidro é curvado a uma temperatura média de 650 graus,
contraindo a curvatura definida pelo molde por meio da gravidade. Em seguida, o vidro
é resfriado lentamente para evitar tensões internas, onde há uma variação de tempo no
processo definido de acordo com a espessura e o raio de curvatura.
Essa curvatura é obtida em fornos para cada área específica
construção civil, indústria moveleira, automobilística, produção de cubas, náuticas, etc.
Proporciona aos arquitetos flexibilidade em obras mais arrojadas, trazendo consigo
uma arquitetura de elegância das linhas arredondadas, demonstrando um designer
diferenciado proposto pelo material que agrega estilo e modernidade.
É utilizado em fachadas de edifícios, guarda-corpo circulares e até
mesmo como cobertura o que é exemplificado na figura 7. Normalmente o vidro curvo é
aplicado em prédios é o vidro laminado cuja forma foi modificada. Alem destas
aplicações estes vidros também são utilizados em peças de mobiliários,
eletrodomésticos (linha branca) em tampas, portas e painéis de fogões, lavadoras,
secadoras de roupas, micro-ondas e freezers.
Figura 7: Fachada do teto de edifício em vidro curvo
Fonte: http://livrevida.com.br/arquitetura-e-construcao/vidros-na-construcao-civil/ Acesso em 22/08/2017
2.2.7 - Vidro Jateado:
O processo de jateamento se dá por meio de um jato de areia ou a
laser, aplicado sobre a superfície do vidro e sua função, assim como no vidro acidado,
consiste em tornar o vidro fosco. Também é possível jatear o vidro por completo,
25
parcialmente, criar desenhos, texturas, letras ou formas geométricas, porém o vidro
Jateado pode acumular gordura dificultando sua limpeza. A figura 8 abaixo, exemplifica
o vidro jateado, veja que onde uma pintura ou fita é colada forma um desenho e
mantém as características superficiais do vidro, e nos demais pontos, o vidro sofre
ação de ácidos e do jato de areia, perdendo a transparência que se mantém onde as
fitas ou tintas cobriram após sua remoção.
Figura 8: Porta de vidro Jateado com desenho
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/111393790762986539/ Acesso em 22/08/2017
2.2.8 - Vidro insulado:
Também chamado de vidro duplo tem função acústica, proporcionando
isolamento térmico e acústico. Entre os dois vidros, há uma camada interna de ar ou de
gás desidratado uma dupla selagem, uma evitando a troca gasosa e a outra garante a
estabilidade do conjunto. A figura 9 mostra um caso onde este tipo de vidro é
empregado como elemento de cobertura.
Figura 9: Centro Cultural Banco do Brasil em Minas Gerais
Fonte: http://vidroimpresso.com.br/noticia-setor-vidreiro/vidro-duplo:-combinacao-de-vidros-e-esquadrias-gera-produto-com-grande-potencial-termico-e-acustico Acesso 22/08/2017
O sistema de envidraçamento duplo pode ser composto por vários tipos
26
de vidros (temperados, laminados, coloridos, incolor, metalizado e de baixa emissivo),
tornando possível combinar vidros de diferentes propriedades. Oferecem privacidade e
controle da luminosidade (luz e calor). São utilizados em janelas, portas, coberturas,
visores das portas de saunas secas e úmidas, fechamento de salas e ambientes.
2.3 - Vidros Decorados
Chamamos de vidros decorativos os vidros cuja superfícies são trabalhadas, com
pinturas, Dentre os principais tipos de vidros decorativos destacam-se os Vidros
coloridos; Vidros serigrafados, esmaltados ou pintados; os Vidros impressos e os
Vidros craquelados. As figuras do revestimento da catedral de Brasília foram assim
obtidas.
2.3.1 - Vidros Coloridos:
Normalmente são coloridos durante o processo de fabricação ou fusão,
onde diferentes composições de óxidos adicionadas na massa do vidro fazem a
transformação de incolor para verde, azul, bronze, cinza, entre outras cores.
2.3.2 Serigrafados, Esmaltados ou Pintados:
São fabricados a partir de uma lâmina básica de vidro, incolor ou já colorido, que
recebem uma camada de esmalte vitrificável em uma de suas faces. Esta camada
pode ser adicionada através do processo de silk screen, de máquinas automáticas com
deposição de tinta ou ainda com máquinas modernas com jato de esmalte vitrificável.
2.3.3 Impressos:
Também chamados de vidro fantasia, estes vidros possuem em uma de suas faces
uma impressão feita através de um rolo desenhado, que imprime de forma mecânica
diferentes tipos de desenho. No momento em que o vidro está saindo do forno de fusão
e caminhando para o seu resfriamento, o vidro ainda está “mole” e quente. Conforme
esfria e se enrijece, permanece com os desenhos impressos, que podem ser diversos,
como canelado, boreal, quadrato, antílope, entre outros.
2.3.4 Craquelados :
Normalmente feitos com uma composição laminada com dois vidros
27
comuns externos e um temperado interno. Concluída a laminação, o vidro passa para a
fase de tratamento das bordas onde é lapidado. O vidro interno, por ser temperado,
não aceita a lapidação e fragmenta-se, formando assim o “craquelados”, que fica
protegido pelas duas lâminas externas acabadas. Este tipo de vidro é totalmente
personalizado, ou seja, não existem dois tipos de vidro com a mesma malha de
fragmentação, embora se assemelhem muito no aspecto visual.
2.4 PROPRIEDADE E NORMAS REGULAMENTADORAS DO VIDRO
As propriedades dos vidros dependem de suas características
estruturais, que depende de sua composição química. Os vidros são compostos de
silicatos não cristalinos que também contém outros óxidos (de cálcio, sódio, potássio e
alumínio). (WIGGINTON 2004, p. 243). As propriedades intrínsecas e essenciais do
vidro são transparência e durabilidade. A natureza da transmissão da luz e da radiação
é a capacidade de transmitir radiação, em geral, e luz visível, em particular, que dá ao
vidro uma significância única. Suas propriedades físicas podem ser mecânicas ou
dilatação linear.
2.4.1 Propriedades Mecânicas :
Ao comparar o vidro com o concreto armado nota-se que os respectivos
peso específicos são aproximadamente iguais, mas o vidro possui uma rigidez mais
elevada, ainda que, ambos apresenta valares inferiores ao aço. Entre as propriedades
físicas do vidro que são essências destacam-se a transparência e durabilidade,
enquanto que as demais tem significante de acordo ao seu uso, tais como:
• Transmissão de luz/radiação, reflexão, absorção, ou seja, a capacidade de
transmitir ou absorver calor, luz solar;
• Índice de Refração quantidade de luz que é flexionada, quando atravessa o vidro
e varia entre 1,47 e 1,56;
• Propriedades Térmicas é um produto de fusão com propriedades significantes
tais como: condutividade térmica, temperatura máxima suportável, calor
específico, transmissão térmica, expansão térmica;
• Resistência é a medida ou o esforço de tensão, isso é conhecido como o Módulo
de Young (E), e é expresso pela força sobre a unidade de área;
28
• Dureza e Resistência à abrasão é um material duro, resistente a penetração,
risco e varia de uma escala de 1 a 10 entre 5,4 a 5,8(a soda-cal);
• Durabilidade Química corresponde a sua durabilidade de resistência a
intemperes e a corrosão como de água e dióxido sulfúrico, à água, ácido;
• Durabilidade às Intempéries é a resistência natural do material ao ataque
químico e sua capacidade de suportar a limpeza;
• Densidade o vidro por ser um material considerado razoavelmente leve com
uma densidade de 2,47 para o soda-cal e 2,2 para a sílica fundida e chumbo
entre 3 a 6;
• Isolamento acústico os vidros laminados acústicos proporcionam um melhor
isolamento acústico comparado com um envidraçado simples, A intensidade do
ruído interior de um ambiente constitui o elemento determinante para avaliar a
proteção contra o ruído exterior de um vão envidraçado onde o isolamento
acústico é obtido a partir definição por um índice que representa a diferença
entre o ruído interior e exterior;
- Na tabela 1 podem ser vistas algumas das propriedades do vidro com
respectivos valores.
Tabela 1 –Algumas das propriedades física do vidro utilizado na construção civil (slsg)
Propriedades SLSG
Densidade 2500kg/m3
Módulo de Young 70Gpa
Módulo de distorção 28GPa
Dureza (Escala de Mohn) 6.5
Coeficiente de expansão térmica 9.10-6k1
Coeficiente de Poisson 0.23
Calor específico 720Jkg-1k-1
Temperatura de fusão 600°C
Fonte:http://www.setorvidreiro.com.br/o-que-procura/194/propriedades+físicas=e+mecânicas+do+vidro/ Acesso em 12/11/2017
• Resistência ao fogo: a um tempo atrás, os vidros convencionais eram pouco
eficientes contra o fogo, depois criou-se o uso do vidro aramado que conseguia
de modo efetivo resistência ao fogo, no entanto, o uso de materiais fortes de
baixa expansão tais como os vidros de borossilicato, e a criação e sistemas
29
sanduíches intercamadas resistentes ao fogo tem transformado o potencial do
envidraçado;
O vidro mecanicamente é um material que tem um comportamento
elástico quase perfeito, isotrópico e com frágil ruptura, pois não apresenta distorções
notáveis e nenhum tipo de aviso e não possibilita a redistribuição de esforços advindos
de uma deformação plástica. Apresentando um comportamento convencional.
Levando-se em conta teorias as forças desenvolvidas no nível molecular, o vidro chega
a atingir tensão de ruptura à tração de 35 GPa. Porém este valor é muito superior ao
alcançado pelo material fabricado, no entanto termina não tendo utilidade prática ou
estrutural. Então houve uma diminuição, relativa principalmente, por existir defeitos ao
nível da superfície que, são relacionados com as limitações que existem ao longo do
processo de fabricação. Apesar de alguns parâmetros que influenciam na tensão de
ruptura do vidro. Em um contexto geral, algumas bibliografias especializadas atribui um
valor médio entre 45 e 50 Mpa.
Figura 10: Gráfico de distribuição estatístico de ruptura do vidro.
Fonte:http://www.setorvidreiro.com.br/o-queprocura/194/propriedades+fisicas+e+mecanicas+do+vidro
Acesso em 12/11/2017
As figuras demonstram uma distribuição estatística da tensão de uma
ruptura do vidro levando-se em conta um aumento do dano a superfície do mesmo em
três estágios: a) A superfície de um vidro novo, b) A superfície sujeito a ações
30
climáticas, c) A superfície do vidro com algum dano à sua utilização no tempo
(adaptado de.). No entanto, apesar de vários parâmetros que velham a influenciar a
tensão de ruptura do vidro, é notável encontrar um valor atribuído ao mesmo. No geral,
a bibliografia especializada atribuindo um valor médio entre os 45 e os 50 Mpa não
fazendo qualquer referência a que tipo de situação se aplica este valor.
2.4.2 Dilatação linear:
A dilatação linear propaga por um coeficiente dado para um intervalo
de temperatura de 20 a 300ºC, que mede o alongamento em unidade de comprimento
por uma variação de 1ºC. O coeficiente de dilatação linear do vidro é de 0,000009.
O vidro é um material naturalmente duro, comparável com o aço, a sua
dureza é uma das propriedades mais importantes e a base do envidraçado. A escala
Moh de 1 a 10 estende do talco (silicato de magnésio) com 01 ao diamante com 10. O
quartzo, uma forma natural de sílica tem uma dureza de 07. O vidro de soda caustica
tem uma dureza de 5,4-5,8.
A figura 11 mostra como cada óxido especifico influencia em cada
propriedade do vidro, entre elas a fluidez, a expansão, a solubilidade, a densidade, a
devitrificação, a durabilidade, a viscosidade e a baixa expansão.
Figura 11: Funções relativas dos óxidos nos vidros (Navarro, 1991) Acesso em 23/09/2017
A densidade do vidro proporciona vantagens como o isolamento
acústico, se trata de um material razoavelmente leve com uma densidade de 2,47 para
caustica e 2,2 para a sílica fundida. Vidros com chumbo tem densidade entre 03 e 06.
A adição de fluidos e modificadores geralmente tem o efeito de aumentar a densidade.
Vidros laminados acústicos também proporcionam um melhoramento do isolamento
acústico comparado com um envidraçado simples,
31
Segundo Navarro (1991), a soma dos óxidos presentes na composição
dos vidros deve fechar em 100%, pois o aumento e diminuição dos óxidos influenciam
diretamente nas propriedades desejadas.
Uma norma técnica é um documento, normalmente produzido por um
órgão oficial acreditado para tal, que estabelece regras, diretrizes, ou características
acerca de um material, produto, processo ou serviço O profissional ao escolher o vidro
para uso deve observar as normas técnicas regulamentadoras, a principal é a NBR
7199, responsável por projeto, execução e aplicações de vidros na construção civil.
Cada aplicação especifica a NBR atuante, sendo a mas executada a NBR 7199. Segue
abaixo NBR responsáveis por vidro:
• NBR-NM294:2004 - Fabricação vidro float
• NBR-NM293:2004 - Aplicação de vidros planos e acessórios
• NBR-NM295:2004 - Define fabricação / defeitos vidro aramado
• NBR-NM297:2004 - Define fabricação / defeitos vidro impresso
• NBR-NM298:2006 - Define ensaios quanto ao impacto do vidro
• NBR-7199:1989(2016) - Projeto / execução / aplicação
• NBR-11706:1992 - Aplicação de vidros planos
• NBR-15000:2005 - Teste balísticas em vidros Laminados
• NBR-14698:2001 - Define método/ensaios na aplicação do vidro
temperado
• NBR-14697:2001 - Define ensaios/cuidados na aplicação do vidro
laminado
• NBR-14696:2015 - Manuseio / beneficiamento geral de espelhos
• NBR-15198:2005 - Beneficiamento / fixação espelhos / vidros pintados
• NBR-12067: 2001 - Define resistência tração / flexão dos vidros
• NBR-14207:2009 - Define projeto / instalação de boxes
• NBR-14488:2010 - Define desempenho e medidas para tampos de vidros
• NBR-14564 :2017 - Desempenho e medidas para prateleiras
• NBR-14718:2008 - Guarda corpo para edificações
• NBR-16025:2012 - Sistema de portas automáticas métodos de ensaio
• NBR-16015:2012 - Vidro insulado características/métodos ensaio
• NBR-16023:2011 - Vidros revestidos controle solar.
.
32
2.5 - Produção, Processo e Uso Sustentável do Vidr o.
Uma palavra que vem ganhando importância na engenharia é a
sustentabilidade com um conceito sistêmico, que está relacionado com a continuidade
dos aspectos sociais, culturais, econômicos e ambientais da sociedade, ou seja,
promover exploração de areas ou o uso de recursos naturais ou não, de uma forma
que prejudique o menos possível o equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades,
reduzindo assim, as atividades humanas altamente impactantes ao meio ambiente,
revelando um processo economicamente viável. O cuidado com o envolvimento de
comunidades de forma que os recursos sejam explorados e extraídos o mais eficiente e
com garantias da possibilidade de recuperação das areas degradadas. No entanto,
sustentabilidade pode ser visto como um conjunto de práticas que visa garantir a
continuidade das biodiversidades locais, mantendo e melhorando a qualidade de vida
das pessoas, agregado de ideias e formas muito maior do que já existe nos dias atuais.
Um projeto sustentável é a garantia do bem estar social e econômico
de muitas gerações, mantendo a capacidade de regeneração mesmo diante da ação
continuada e da presença atuante da mão humana, fazer o reaproveitamento de
materiais é um bom exemplo. O vidro além da sua qualidade em modernização de
ambientes, o vidro é um material 100% reciclável, onde o processo de reciclagem evita
a degradação de ambientes, pois diminui a retirada de matéria prima do leito dos rios,
diminuindo assim os aspectos degradantes ao meio ambiente. Além do mais, consegue
deixar parte da luz natural (raios solares) penetrarem nos ambientes, gerando uma
economia de energia e um menor consumo das energias fornecidas através da queima
de combustíveis, entre outros.
Na prática, a sustentabilidade é a capacidade que o indivíduo ou um
grupo de pessoas tem em se sustentarem dentro de um ambiente sem originar colisões
a esse ambiente. A sustentabilidade está correlacionada a vários setores da sociedade
além do meio ambiente, como a economia, a educação e a cultura, ligada ao
desenvolvimento de diversos setores da sociedade, sem que estes ataquem o meio
ambiente.
Por meio da sustentabilidade que os recursos naturais são empregados
de forma inteligente e são conservados para as gerações futuras, sabendo suprir as
necessidades presentes sem intervir nas gerações futuras, contribuindo com nossas
experiências pessoais. A reciclagem do vidro, apesar de ser, avaliada como uma
33
atividade economicamente viável e com grande potencial de lucratividade, ainda é
pouco explorada no Brasil. A conscientização da população pela educação ambiental
permitiria o reaproveitamento integral das embalagens de vidro, gerando enormes
ganhos ambiental, econômico e social.
O vidro é 100% reciclável, o que o torna um item importante no
universo da construção civil. Por meio da reciclagem, ele pode ser utilizado
infinitamente, sem perda de qualidade. Seu principal atributo é a transparência, a qual
proporciona integração entre os ambientes interno e externo e consequentemente,
maior uso da iluminação natural. Os tipos especiais também apresentam
funcionalidades que colaboram com a sustentabilidade: os vidros de controle solar
contribuem com a eficiência energética das edificações, proporcionando maior conforto
térmico e reduzindo o consumo de ar condicionado; os insulados ou duplos mantem a
temperatura interna com menor gasto de energia, seja para resfriar ou aquecer e ainda
oferecem conforto acústico; os autolimpantes reduzem o consumo de insumos para
limpeza; os painéis fotovoltaicos, também compostos de vidro, permitem a auto
produção de energia elétrica.
Atualmente, onde a atuação ambiental de produtos e processos tornou-
se assunto chave, a busca por maneiras de diminuir as colisões sobre o meio ambiente
tornou-se tendência entre empresas, procurando caminhos de melhoria de
desempenho ambiental que vão além das convencionais estratégias de prevenção de
poluição. Um destes caminhos é sustentado pela metodologia de Análise do Ciclo de
Vida (ACV).
A sustentabilidade da técnica de produção do agregado miúdo a partir
da sucata de vidro habita no fato de que o material é bastante farto, pois está presente
em nosso cotidiano, fruto da vida cotidiana, da utilização de embalagens, refugos da
construção civil, das indústrias, entre outros.
Independentemente de ter uma indústria vidreira nos arredores de uma
cidade, sempre haverá vidro e sua sucata. O processo de produção do agregado
artificial se atém somente na organização do setor produtivo na acepção de fazer a
separação do material e favorece-lo para o uso. O amoldamento de maquinário
indispensável na produção do agregado miúdo artificial indicado é mínimo, pois, pode
ser utilizado o processo de britagem convencional, apenas com ajuste das peneiras
para obtenção das granulometrias necessárias.
A produção do agregado artificial a partir da sucata de vidro
34
proporciona um menor gasto energético comparado ao da extração e britagem de
rochas, pois se trata de um material frágil, que se quebra com facilidade, e que não
precisa ser retirado por meio de explosivos ou outras formas mecânicas.
Na reciclagem, os cacos de vidro são transportados para a indústria de
vidro que empregam como matéria-prima na fabricação de novas embalagens. Os
cacos funcionam como matéria-prima já balanceada e são misturados à matéria-prima
virgem trocando o feldspato que tem função fundente, já que precisam de menor
temperatura para se fundir, proporcionando economia de energia. Contudo, apesar
dessa reciclagem, boa parte da sucata de vidro se empilha em nosso meio sem uma
destinação correta.
Segundo Santos (1998), do total de lixo provocado e assentado nos
lixões e aterros do País, cerca de 2% é composto por vidro, avalia-se que
aproximadamente 70% dos aterros estarão com sua capacidade muito diminuída no
próximo milênio, pois o tempo estimado de decomposição do vidro é de
aproximadamente um milhão de anos. Assim, o uso da sucata de vidro na construção
civil, constitui dar um destino mais nobre a esse resíduo tão abundante, logo que este
setor destaca-se como um grande consumidor de matérias-primas naturais. Apenas na
produção de argamassas e concretos, o Brasil consome aproximadamente 220 milhões
de toneladas de agregados naturais. (JOHN, 2000 apud ALVES, 2008).
O progresso acelerado utiliza-se de grande quantidade de recursos
naturais e de energia, produzindo volumes elevados de resíduos, gerando a utilização
de resíduos na produção de concreto proporcionando um choque positivo sobre o meio
ambiente. De acordo com o CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
(BRASIL, 2002), o reaproveitamento de resíduos pode ser discutido com três enfoques
distinto.
- A recuperação: etapa de extração e remoção de algumas substâncias
indesejáveis presentes nos resíduos e que podem danificar o processo de reciclagem,
como óxidos, metais, entre outros;
- A reutilização: processo de reuso de um resíduo, sem que haja
qualquer tipo de alteração ou de beneficiamento do material;
- A reciclagem: reaproveitamento de um resíduo, sendo necessário,
porém que o material sofra algum tipo de transformação antes de ser utilizado.
A sucata de vidro, não apresenta limitações, uma vez que a geração deste resíduo
ocorre em grandes quantidades e em qualquer época do ano.
35
Observou-se que o vidro possui uma vasta gama de variações e que
permite várias classificações, permitido 6 divisões determinados pela aplicação fim que
determinam no total 20 subdivisões, 8 tipos de vidros determinados pelo processo de
fabricação que se classificam pela espessura requerida no comércio e 4 tipos pela
forma que se pode trabalhar sua superfície decorada. Foram comentadas suas
propriedades física e químicas e também apresentadas algumas normas no que diz
respeito à qualidade de produção e usos do vidro, ou seja as normas
regulamentadoras, das propriedades mecânicas do vidro. Baseado no enquadramento,
a sustentabilidade do vidro verifica-se que o ele e seus produtos tem um elevado índice
reaproveitamento diminuindo seu impacto sobre o meio ambiente, sendo assim vem
tornando-se tendência entre empresas, sendo um material que garante caminhos de
melhoria de desempenho ambiental que vão além das convencionais estratégias de
prevenção de poluição.
36
CAPÍTULO 3 - Filosofia do Uso do Vidro na Construçã o Civil, Arquitetura e Design de Interiores
A preocupação deste capítulo é analisar a tendências de uso do vidro
pelos movimentos filosóficos mais modernos considerando sua aplicação na
construção civil, design de interiores e arquitetura de uma forma global, nacionalmente,
e no estado da Bahia
Desde os tempos das cavernas até as moradias atuais, arquitetura é
utilizada para abrigar o homem das adversidades do tempo e proporcionar conforto e
proteção. Várias técnicas foram utilizadas ao longo da história da arquitetura como
objetivo de executar estas funções e proporcionar estes efeitos (BERGAMO; MOTTER,
2014). Desde pequenas aberturas com a proteção de janelas feitas em madeira ou
papel oleado, o homem visou técnicas para que seu abrigo não se tornasse
enclausurado. O vidro, com o passar dos anos, material que antes apenas criavam-se
adornos, tornou-se indispensável para exercer as funções arquitetônicas (BERGAMO;
MOTTER, 2014).
O vidro tem como registro sua descoberta realizada da queima
acidental da areia pelos fenícios 3.000 a.C. os quais, por terem sido grandes
navegadores, difundiram esta descoberta rapidamente (Giovanni, 1992). Inicialmente
usado para criação de pequenos ornamentos como vasos, copos e jarras, passou a
exercer a função de espelhos e produção de vitrais, visto na figura12. Estes vários usos
foram sendo descobertos por diferentes civilizações que entraram em contato com este
material singular (GIOVANNI, 1992).
Figura 12- Catedral de Chartres, França (1134-1260), a) Vista exterior b) vitrais em seu interior.
12a - Fonte: http://www.arte.observatorio.info / Acesso em 22/08/2017 12b - Fonte: http://www.wikimedia.org / Acesso em 22/08/2017
37
O vidro plano utilizado como base na arquitetura levou aproximadamente 2000 anos
desde a sua primeira descoberta até que a sua utilização na arquitetura fosse possível.
As suas qualidades específica e natural em conjunto com a tecnologia, passaram a ser
um material essencial e indispensável (WIGGINTON, 2004). A arquitetura gótica pode
ser considerada a primeira era do vidro na arquitetura, criada para as igrejas cristãs
construídas no Norte da Europa (WIGGINTON, 2004), como mostrada nas figuras 12a
e 12b, da Catedral de Chartres na França.
O concreto, o aço e o vidro, a partir do século XX passaram a ser exibidos como
elementos da arquitetura funcional, aliados aos projetos arquitetônicos de edifícios
industriais e funcionais, e em seguida aos projetos tradicionais (TIETZ, 2000).
“Os novos materiais e/ou produção maciça deles, como o aço, o vidro e o concreto armado, redirecionaram as discussões arquitetônicas, com a criação de novos elementos, que tornam paradigmas da arquitetura moderna: coberturas transparentes, grandes estruturas, vãos livres maiores e balanços”. (DUARTE, 1997, p. 35).
3.1 - Tendências de Uso do Vidro Pelos Movimentos M odernos, Pós Modernos e
Contemporâneos na Arquitetura Global
O modernismo chegou a arquitetura através de movimentos advindos
em diferentes países como a Bauhaus, na Alemanha, em Le Corbusier, na França, em
Frank Loyd Wright nos Estados Unidos, entre muitos outros, onde brotaram ideias de
modelos diversificados com pontos comuns, denominado de Internacional Style, criado
pelo crítico Henry Russel Hitchcock e utilizado pela primeira vez em 1932,
demonstrando a tendência dos princípios arquitetônicos modernistas, de aclives
fundamentalmente europeus, e seguidos por arquitetos de todo o mundo, inclusive
brasileiros.
Segundo Mahfuz (2009, p. 3), a transparência total dos edifícios era um
ideal da época “logo ficou claro que mesmo em climas frios, uma fachada não pode ser
reduzida a uma mera lâmina de vidro”. Os fatores ambientais como temperatura,
umidade e excesso de luminosidade induziram à adquirir elementos de proteção dos
planos envidraçados das fachadas modernistas. O elemento que foi introduzido na
arquitetura com este propósito por Le Corbusier, foi o brise-soleil, ou quebra-sol,
representado na fachada do edifício da figura 13.
38
Figura 13- Unidade habitacional em Berlin, 1956 - 1959.
Fonte: http://www.mimoa.eu Acesso em 22/09/2017
O sucesso das fachadas envidraçadas e motivo pelo qual elas
continuam sendo aplicadas na arquitetura contemporânea em todas as partes do
mundo se deve ao domínio da tecnologia de climatização e ao desenvolvimento de
vidros complexos, tanto para fins estruturais quanto para controle energético e
ambiental. As linhas retas nas construções expedem a simplicidade de formas e
objetividade no conceito de um projeto, permitindo uma harmonia perfeita entre os
elementos da construção e os pontuais decorativos e acabamento. As instalações se
tornam mais práticas já que vivemos uma época em que o tempo é escasso e a
praticidade tem que prevalecer além dos custos.
As linhas predominantes na arquitetura contemporânea trabalham com
cor nas mais variadas formas, linhas sinuosas e orgânicas e do polipropileno; e a outra
linha se orienta na simplicidade, no branco e neutro, concreto puro e aparente e linhas
retas. A riqueza conceitual da arquitetura contemporânea tem viajado os mais
inovadores pensamentos e tem oferecido à indústria da construção incessantes
pesquisas e soluções para atender às mais variadas propostas dos arquitetos.
Museu de Arte Moderna de Forthworth (figura 17) apresenta a luz como
é um elemento chave. As colunas em formato de Y auxiliam na captura da luz natural,
e também na captura da luz externa à noite, as luminárias reflete um ambiente
figurativo ajudando assim como a água e o vidro, na sensação espacial. O museu é um
ícone da arquitetura de Tadao Ando, onde estão expostas mais de 2.600 obras em
quase 5.000 m² de área construída. Sua geometria, simples e elegante é mais uma
aliada à escolha de materiais como o concreto e o vidro, agregando o terreno, criando
uma composição de concreto, vidro e água. Observa-se na figura 14 que o espelho
d’água é uma parte muito importante do projeto, pois imprime a sensação de que o
39
museu está flutuando, e elucubra toda a lateral do museu, criando, juntamente com as
paredes de vidro, uma sensação de perspectiva como se o espaço interno do museu
não estivesse contido.
Figura 14:Museu de Arte Moderna de Forthworth, Texas by Tadao Ando. a) Ao anoitecer e b) Durante o
dia absorve a luz solar.
Fonte:https://mondomoda.com.br/2013/01/18/artigo-as-linhas-retas-e-arquitetura-contemporanea/
Fonte:http://figure-ground.com/mamfw/0002/ Acessos em 09/11/2017
Arquitetura contemporânea abrange todos os movimentos, tendências e
técnicas arquitetônicas empregadas nos tempos atuais. A tendência mais conquistada
na arquitetura contemporânea é o pós-modernismo, que prega a colisão de estilos
anteriores e a adoção de assimetria e formas geométricas não lineares, observada na
figura 15 um bom exemplo: a Torre do Banco da China, em Hong Kong (figura 15a), e o
edifício sueco Turning Torso. (figura 15b).
Figura 15: Emprego geral de vidro em edifícios no mundo: a) Banco da China b) Turning Torso de
Santiago Calatrava Fontes: a) http://radioatlantico.blogspot.com/2009/08/cvbanco-da-china-vai-entrar-em-cabo.html b - http://www.halfen.pt/t/93_10679.html, Acessos em 22/09/201
40
Inaugurado em janeiro de 2011, a torre Burj Khalifa Dubai é o maior
prédio em atividade do mundo, com mais de 160 andares e 828 metros de altura, é
feito de concreto e aço, com seu exterior coberto por mais de 28 mil painéis de vidro,
onde conta com um luxuoso hotel, apartamentos residências e andares de escritórios,
a figura 16 mostra como os painéis de vidro.
Figura 16: Torre Burj Khalifa a) Vista frontal, b) Vista lateral Fonte:http://gigantesdomundo.blogspot.com.br/2011/04/os-10-maiores-predios-do-mundo.html Fonte:http://fiqliga.blogspot.com.br/2011/01/predios.html. Acessos em 10/11/2017.
3.2 - Uso do Vidro Pelos Movimentos Modernos, Pós M odernos e
Contemporâneos na Arquitetura Nacional
Trazido da França em estruturas pré-moldadas para o Brasil o Palácio
de Petrópolis foi construído para receber exposições de alguns produtos agrícolas,
flores e pássaros, mas alguns críticos contam que na verdade este espaço serviam
para realizar bailes da corte da época. O visitante ao entrar no seu interior se
impressiona com os lustres, provocando a sensação de como seria a vida daquela
época. Inaugurado em 1884, a estrutura é inspirada no Palácio Cristal do Porto e do
Palácio de Cristal de Londres.
41
Fonte:https://www.google.com.br/search?q=palacio+de+cristal+petropolis&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjR7ejGoqDXAhXDMyYKHaiqBt8Q_AUICygC&biw=907&bih=441#imgrc=jiG77Q0Sxrf_aM: Acesso 02/11/2017
O vidro através de edificações na arquitetura nacional, observadas na cidade do Rio de
Janeiro, na capital do País Brasília, Bahia, Minas Gerais, Paraná, entre outras.
Baseados em um contexto da arquitetura modernista com traços de um dos maiores
arquiteto do Brasil e das construções inovadoras e um plano urbanístico do uso do
vidro como o principal elemento nas paredes, janelas e em diversos ambientes.
A figura 18 mostra o edifício sede do Ministério da Educação e Saúde no Rio Janeiro,
construído em 1936, projetado por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, uma arquitetura
modernista, com sua fachada inteira de vidro protegida por brises-soleil.
Figura 18- Ministério da Educação e Saúde, Rio de Janeiro RJ, 1936-1945.
Fonte: Harris (1987, p. 121), Acesso em 22/09/2017
Conforme Mascaró (1983, p. 149), o uso do vidro nas janelas brasileiras é
contemporâneo, pois só as igrejas dos Jesuítas e o palácio dos governadores em 1760,
na Bahia possuíam janelas de vidro.
Com o desligamento do Brasil de Portugal, a arquitetura brasileira teve influência
42
francesa e inglesa, com seus estilos neoclássicos, as janelas de vidros possuíam belas
fachadas (PILKINGTON, 2010). Em 1920, arquitetos como Warchavchik, Lúcio Costa,
Oscar Niemeyer, Rino Levi, Sérgio Bernardes e Villanova Artigas e outros adentraram
na arquitetura brasileira os conceitos e as formas da arquitetura modernista europeia e
norte-americana de Walter Gropius, Mies van der Rohe, Le Corbusier, Frank Lloyd
Wright. Os exemplos de edifícios e palácios como mostram as figuras 18, 19 e 20,
projetados pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.
Figura 19- Palácio Alvorada, 1960.
Fonte:http://www.aboutbrasilia.com/, Acesso em 22/09/2017
Figura 20: Catedral Metropolitana de Brasília DF projetada por Oscar Niemeyer 1960: a) vista exterior
Fonte: http://www.flickr.com/photos/, Acesso em 22/09/017 b) interior fonte: autor
As figuras 19 e 20 mostra um plano urbanístico, o vidro como
característica principal, suas paredes e fachadas e traços modernista em destaque,
deixando o Palácio da Alvorada e a Catedral Metropolitana de Brasília com uma beleza
incomparável. Assim, importou um marco na reestruturação econômica nacional, sendo
que a forma concreta de expressar a modernidade estava no campo da arquitetura e
do urbanismo. (OLIVEIRA, 2008, P. 21). Uma outra forma de demonstrar está na figura
21 e 22, onde a modernidade é um elemento inspirador para as residências, que tem
no uso do vidro como elemento principal.
43
Figura 21: RESIDÊNCIA EM BH
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=602395 Acesso em 22/09/2017
Figura 22:Uso moderno do vidro a) Fachadas de vidro b) Escadas com degraus, guarda –corpos e piso
de vidro.
Fonte:http:/www.vidroshowaguasclaras.com.br/aplicacoes-de-vidro-na-arquitetura Acesso em 02/11/2017
No Brasil temos verdadeiras obras de arte feitos de vidro, baseado no
estilo Europeu da época, foram construídos alguns Palácios de Cristais como de
Petrópolis, Jardim Botânico de Curitiba e de Uberlândia, são inspirados em arquitetura
de época, com uma vista encantadora e deslumbrante, são verdadeiras obras de arte
feitos de vidro que demonstram leveza, transparência, aconchego e guardam um
tesouro dentro deles como algumas espécies da flora do Brasil e do mundo.
Transmitindo diante dos olhos uma beleza magistral, rodeada de área verde
influenciando os ambientes. Onde o vidro tem um papel fundamental, pois é ele que faz
essa analogia entre as partes externo e interno, fazendo com que a luz natural ilumine
todo o ambiente. A figura 23 apresenta um Palácio de Cristal, inspirado no Palácio de
44
Cristal de Londres do século XIX que foi construído no Jardim Botânico de Curitiba,
inaugurado em 5 de outubro de 1991, com uma área aproximada de 241mil metros
quadrados, o jardim contém inúmeros exemplares de vegetais das floretas do Brasil e
de outros países, espalhados por alamedas e estufas de ferro e vidro, onde a principal
delas com três abóbadas do estilo Art nouveau.
Fonte:https://www.google.com.br/search?q=palacio+de+cristal+uberlandia&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj5i7aVpaDXAhXGMSYKHRSNDPkQ_AUICygC&biw=907&bih=409#imgrc=YzydlN2qRqFkoM: Acesso em 10/11/2017
A figura 24 mostra o Palácio de Cristal Uberlândia, uma casa de festas
inaugurada em Patos de Minas em 1991 e transferido para Uberlândia 3 anos após. A
sua estrutura foi encomendada, pré-moldada na França nas oficinas da Sociedade
Anônima Saint-Souver Lês Arras, trazida e montada no Brasil. No seu interior lustres
maravilhosos nos transportam em uma viagem ao tempo imaginando como seria a vida
naquela época. Inicialmente o palácio era todo de cristal que é uma composição de
vidro com chumbo, entretanto com as intempéries do tempo e má conservação, os
mesmos tiveram que ser substituídos por vidros, mantendo-se a estrutura e o piso.
Figura 24: Palácio de Cristal Uberlândia vista noturna MG a) interior b) exterior Fonte:https://www.google.com.br/search?q=palacio+de+cristal+petropolis&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahU
45
KEwjR7ejGoqDXAhXDMyYKHaiqBt8Q_AUICygC&biw=907&bih=441#imgrc=jiG77Q0Sxrf_aM: Acesso em 10/11/2017
3.3 - Uso do Vidro Pelos Movimentos Modernos, Pós M odernos e Contemporâneos na Arquitetura Baiana. Um dos ícones mais importante do turismo da Bahia, o Elevador
Lacerda, situado na Praça Cayru do bairro do Comércio, é um dos meios de transporte
da cidade de Salvador, onde liga a Cidade Baixa a Cidade Alta, diante da sua
arquitetura com grande janelas de vidro, oferece às pessoas uma vista panorâmica do
Mercado Modelo e da Baía de Todos os Santos.
Um outro ícone da cidade é o Aeroporto Internacional de Salvador,
Deputado Luís Eduardo Magalhães, também conhecido como Dois de Julho (nome
antigo), representado na figura 25. O aeroporto é situado no limite entre a cidade de
Salvador e Lauro de Freitas, com cerca de quase 7millhões de metros quadrado de
área, dispõe de uma infraestrutura aeroportuária composta de um terminal de
passageiros, um pátio que consegue operar simultaneamente 26 aeronaves e
capacidade de atender cerca de 11milhões de passageiros por ano. Com grande parte
da sua estrutura construída em vidro. A figura 26 apresenta o ambicioso plano original
de reforma do aeroporto desde as preparações para a Copa do Mundo no ano de 2014.
O plano futurista de reforma indica que todas vias de acesso ao embarque e
desembarque seriam de cobertura transparentes tendo a possibilidade de um maior
aproveitamento da luz solar reduzindo os gastos com consumo de luz elétrica, além
proporcionar um melhor conforto térmico, tanto do saguão como da área de acesso da
entrada do mesmo, viabilizando todo o ambiente.
Figura 25: Aeroporto Deputado Luís Eduardo Magalhães a) vista externa b) saguão, interior Fonte:http://www.portal2014.org.br/midia/noticias/aeroporto_de_salvador_tera_empresa_para_administrar_estacionamento_1282013-142919-1.jpg Acesso em 02/11/2017 Fonte:Fonte:http://s2.glbimg.com/TEoXDMvcUFRZoqDh7lbNeJookMo=/620x430/e.glbimg.com/og/ed/f
/original/2016/05/24/800px-salvador_aeroporto_balcao_da_infraero.jpg Acesso em02/11/2017
46
Figura 26: Imagem Ilustrativa do Aeroporto após a reforma divulgadas pela infraero Fonte:http://piniweb.pini.com.br/construcao/arquitetura/infraero-divulga-primeiras-imagens-do-projeto-de-reforma-do-aeroporto-224707-1.aspx
Outro exemplo de uso do vidro, é o Salvador Shoping, no qual nove
coberturas curvas de vidro, projetadas com encontro de vários arcos metálicos,
proporcionam transparência ao conjunto edificado desse Shopping, na capital baiana.
Nesta construção há um total de 8,5 mil metros quadrados de área envidraçada de
fachadas e coberturas que permitem a entrada generosa de luz natural. Em diferentes
composições, vidro e estruturas metálicas foram utilizados para coberturas, escadas,
pisos e guarda corpos o que é visto na figura 27. O edifício tem nove clarabóias de
vidro, a principal mede 56 x 50 metros. Tanto à esquerda quanto à direita desta, ficam
outras com 20,80 x 30 metros, 25 x 20 metros, 28 x 20 metros e 15,24 x 40 metros.
Figura 27: Uso do Vidro no Shoping Salvador. a) Escada com vidro de 10m de altura 400 mm de diâmetro, b) Passarela com painéis de vidro laminado de 20mm com PVB opaco, Fonte:.(https://www.arcoweb.com.br/finestra/arquitetura/andre-sa-e-francisco-mota-arquitetossalvador-shopping-01-11-2007). Acesso em 02/11/2017
Nas coberturas e respectivos fechamentos foram utilizados 3.560
metros quadrados de vidro insulado e 971,79 metros quadrados de laminado, de oito
milímetros. Nos lanternins, empregou-se laminado refletivo de nove milímetros, num
total de 388,80 metros quadrados. Nas coberturas curvas, os painéis de vidro plano,
com 2 x 1,80 metros, são facetados nos segmentos.
47
3.4 - O Uso do Vidro Estruturas da Construção Civil
O vidro é um elemento comum em construções civis, devido sua
grande versatilidade. Seja ele para residências ou edifícios, fachadas, janelas ou
portas, acessórios ou paredes, o vidro é capaz de se adequar às necessidades do
projeto. Além disso, o aumento da resistência e proteções atualizadas e modernas
tornou o vidro ainda mais seguro.
O vidro na construção civil tem inúmeras finalidades, em destaque a
estética, a luminosidade, seu bom isolamento acústico, sua economia em relação a
outros materiais, sua condição impermeável e sustentável, entre outras qualidades.
Como componente coadjuvante pode ser usado como agregado miúdo e graúdo
nomeio do concreto e na cobertura de superfícies de concreto ou alvenaria, seja
parede, piso, teto, muros, acessórios como pias, batedores de roupa, bancos etc e
ainda como elemento principal em vidraçarias, janelas, portas, divisórias, pias e
espelhos.
Quanto os seus pontos negativos: a falta de privacidade e o
comprometimento do conforto térmico, devido ao uso exagerado; limpeza frequente;
material escorregadio, entre outros. É possível encontrar vidros em janelas, portas,
boxes, guarda-corpos, telhados, fachadas, muros, pisos, escadas, além de compor as
fibras e lãs de vidro, as quais, por exemplo, podem ser encontrados em tanques e
isolamentos acústicos, vidros com resistência mecânica de segurança.
Na construção civil, os vidros de segurança são aconselhados para as
áreas de maior risco de acidentes que, de acordo com a especificação BS-6262, da
British Standards Institution, são: Portas de vidro; Laterais de vidro que possam ser
confundidas com portas; Janelas baixas (até 80 cm do assoalho); Sacadas;
Envidraçamento nos banheiros e piscinas; Claraboias e envidraçamento em grandes
alturas.
No Brasil, a NB-226 (NBR-7199:1989) institui a obrigatoriedade do uso
de vidros de segurança dos seguintes casos: Balaustradas, parapeitos e sacadas;
Vidraças não verticais sobre passagens; Claraboias e telhados; Vitrines. Difere-se
vidros de seguranças de vidros recozidos comuns por ser fragmentado, não sendo
aptos a ocasionar ferimentos graves como o vidro recozido pode vir acontecer.
48
3.5 - Uso do Vidro no Comércio e Construção de Cruz das Almas
Na construção civil, atual na cidade de Cruz das Almas, verificas-se
que a indústria e comércio apresentam inúmeras aplicações relacionadas ao uso do
vidro na construção civil. Na área de construção praticamente todas as lojas de
materiais de acabamento da construção civil trabalham com materiais de vidro, destas
foram visitadas a Cofel, Maprom, Casa Itapuan e vidraçarias Urbano Box com amplas
aplicações, também na área de design foram visitadas a Itapuan e a Decorimoveis toda
repletas de aplicações para serem contempladas no mostruário envolvendo idéias para
design, arquitetura, definição estrutural e vedação. Algumas residências da cidade
evidenciam esta tendência também, porém através de pesquisa de identificação de
materiais de vidro disponível na cidade e região foram encontrados: Portas, janelas,
espelhos, bancadas em vidro, vitrôs, acessórios para banheiro, lavatórios, armários,
luminárias, lustres, plafons, telhas de vidro e fibras de vidro, entre outros. Isto pode ser
constatados nas fotos a seguir: a figura 28a apresenta o vidro como material básico de
em espelhos, composições de prateleira e armários de banheiros, e cubas de vidro,
com detalhes em aço, observado individualmente em detalhes esses conjuntos nas
figura c e d, já a figura 28b ilustra cubas, bancadas e espelhos, que são muito comum
ente encontradas instaladas em consultórios, banheiros de escritórios, residências, e
restaurantes etc.
Figura 28: Materiais para banheiros e consultórios feitos de vidros Lojas Cofel :a) Cubas b) Lavatórios c) Conjunto armário, lavatório e espelhos, d) Conjunto armário, lavatório e espelhos.
Já a figura 29, na página a seguir apresenta o emprego geral do vidro na
construção civil sendo que a figura 29a mostra pequenas janelas estruturas metálica e
alumínio combinando com o vidro, na figura 29b mostra amplas janelas de alumínio
49
com grandes vidros, a figura 29c ilustra o vidro como componente de divisórias, um
balcão de vidro e a figura 29d, mostra peças de vidro usadas em divisórias de
banheiros portas e janelas integrais de vidro temperados pivotados ou fixos.
Figura 29: Emprego geral de vidro em portas, janelas e vitrôs com e sem esquadrilha de alumínio a) Basculantes de esquadrilha de alumínio (Cofel) b) Portas e Janelas de vidro e alumínio (Cofel) c) Box para banheiro com acabamento metálico d) Box para banheiro (Vidraçaria Urbano Box) d) Portas e janelas de vidro 8 mm (Vidraçaria Urbano Box) Na figura 30a apresenta um conjunto de lustres, plafons e luminárias de vidro, a figura
30b já ilustra alguns abajures, e as figuras 30b e 30c ilustra um conjunto de lustres
todos expostos no comércio de iluminação elétrica atual em cruz das almas e que é
constantemente consumido nesta região. Todos estes elementos evidencia a ampla
influência do vidro na arquitetura, construção civil e design de interiores, onde se pode
pelas figuras chamar a atenção para a forte influência que o vidro causa ao visual do
ambiente.
Figura 30: Emprego do vidro em Luminárias e Lustres: Materiais de construção. a) Luminárias e lâmpadas de teto e paredes (Cofel). b) Abajur com hastes de vidro (Cofel). c) Lustres de vidro (Mapron) d) Lustres de vidro (Mapron) Foi observado que na região tem uma vasta variedade de materiais, disponíveis em
lojas de materiais de construção e vidraçarias e que artigos e materiais de vidro são
abundantes. Assim dentro desta pesquisa, foi notado que esses materiais são
50
industrializados. Nas residências, nota-se uma mudança significativa do uso do vidro
em substituição de outros materiais que sempre foram usados a exemplo das portas,
janelas, divisórias, fachadas, etc.
Sobre a instalação dos materiais de vidro na construção civil deve ser ter no
entanto alguns cuidados, é importante ressaltar por exemplo que a instalação dos
vidros deve se dar observado as disposição feita pela normas técnicas, observado
alguns princípios básico como: folga, calço, dimensionamento e acabamento das
bordas, evitando que os esforços de torção, e dilatação térmica quebre o vidro devido a
carga de vento. Em alguns casos de divisórias e portas deve ser usado o vidro
temperado e no caso de coberturas e fachadas deve ser o vidro aramado, ou laminado,
e quanto as bordas deve ser lapidada eliminando as micro-fissuras, e a propagação de
trincas.
O exemplo negativo disto é facilmente encontrado na UFRB, por exemplo, na
Biblioteca Central onde é muito comum a quebra de grandes portas e paredes de
vidros, ou mesmo há o mal funcionamento de muitas delas, e existem casos nos
prédios das sedes dos centros tem grandes partes de paredes de isolamento de vidro
que quebraram ou também não operam de forma satisfatórias.
3.6 - O Uso do Vidro na Decoração de Interiores
Obter o bem-estar em nossos lares exige mudanças de atitude que
estão diretamente vinculadas à forma de decoração do nosso lar, buscando decorar
este ambiente através de objetos que proporcionam boas recordações ou que
provocam sensação de bem estar. O lar traz aconchego, privacidade, descanso,
lembranças, demonstra a personalidade do usuário, por isso a decisão de como iremos
arrumar o ambiente na qual teremos contato diariamente, acaba tendo uma grande
influência no cotidiano das pessoas que nele habitam.
Quando entra num ambiente, você absorve tudo o que está à sua frente como uma esponja seca absorvendo água. O seu corpo pode percorrer apenas uma pequena distância, mas seus olhos percorrem o cômodo inteiro, captando todas as partes, incluindo o teto, os cantos e o chão sob os seus pés. O que você toca e sente, assim como o que você vê, invade você e o afeta. Em resultado, um ambiente pode fazê-lo se sentir distraído e pouco à vontade ou então confortável e bem vindo. Um ambiente pode inspirar ou confundir. Pode fazê-lo sentir-se pequeno ou grande. Os ambientes têm um grande poder. (GILLINGHAM-RYAN, Maxwell, 2007, p.14).
51
Os móveis são informações fundamentais para a composição de um
ambiente, os acessórios como os tapetes, vasos, cortinas e luminárias tem grande
importância na decoração tornando-o agradável, um espaço ecologicamente correto.
Atualmente existe uma variedade de produtos em vidros, que proporcionam efeitos,
colorações e utilizações, desde a total transparência até a opacidade absoluta. Na
decoração de interiores é comum a utilização de vidros planos, curvos, opacados,
serigrafado, impressos e espelhos como divisórias, portas internas, revestimento de
paredes, mobiliário, entre outros, como apresenta a figura 31 de um banheiro de uma
suíte onde uma parede é revestida de vidro dando impressão de um espaço amplo.
Figura 31: Banheiro de uma Suíte
Fonte: www.revistacasalinda.uol.com.br Acesso em 22/09/2017
Os vidros decorativos estão ganhando cada vez mais espaço no
mercado, principalmente, pela diversidade disponível: vidros coloridos, serigrafados,
esmaltados ou pintados, impressos e craquelados fazem parte de um arsenal de
aplicações, que vão desde peças decorativas, até revestimentos de paredes e de
cozinhas em vidro esmaltado, portas, divisões de ambientes, telas de projeção,
bancadas, balcões, mesas, pisos, até o mobiliário, como o espelho sobre o tampo do
bar e na parede do balcão da sala de jantar, até as janelas acústicas de vidro duplo,
com ou sem persianas embutidas ou controle solar.
Atualmente é possível encontrar tendências na decoração usando
vidro, pois é uma opção bonita, moderna e sofisticada, por ser um material nobre, de
fácil manutenção e que transporta boa luminosidade. São várias as maneiras de usar o
vidro na decoração independente do ambiente a serem decorados, desde mesas,
cadeiras, quadros, portas, janelas, etc. na figura 32a temos o exemplo as portas de
52
uma sala de dois ambientes em vidro e na figura 32b em primeiro plano, uma mesa de
vidro numa sala de jantar de outra casa.
Figura32:a) Portas e janelas de vidro na sala b) Mesa de vidro na sala de jantar
Fonte:https://revista.zapimoveis.com.br/saiba-aproveitar-as-portas-de-vidro-na-decoracao-da-casa/porta-
em-vidro-4-sala Acesso em 22/09/2017
Fonte:https://projetos.habitissimo.pt/projeto/abuse-dos-vidros-na-decoracao Acesso em 22/09/2017 Usar materiais superresistentes, que bloqueiam calor, filtram raios
infravermelhos e controlam a luminosidade, onde o vidro é um destes materiais. Outra
vantagem do vidro é a diminuição de impactos ambientais que paredes de vidro podem
causar. Com a grande incidência de luz natural, há uma economia considerável no
consumo de energia. A arquitetura moderna surgiu juntamente com a evolução da
tecnologia empregada na fabricação desses vidros. Investir em uma iluminação natural
traz grandes vantagens ao nosso bem-estar, neste aspecto este trabalho apresentou
as tendências de uso do vidro pelos movimentos modernos, pós modernos e
contemporâneos na arquitetura global, nacional e no estado da Bahia onde foram
destacados o uso do vidro em Salvador no Aeroporto Internacional e no Salvador
Shopping, também foi feito uma breve pesquisa sobre o comércio de materiais de vidro
para construção civil em Cruz das Almas. Levando-se em conta as inúmeras formas de
ser demonstrada, neste capitulo mostra um processo sustentável do uso do vidro, a
arquitetura nos movimentos da época e uma performance atual do mercado na região
onde são oferecido diversos tipos e cores ao gosto de cada cliente.
53
CAPÍTULO 4 – RESULTADOS: APLICAÇÕES DO VIDRO EM HAB ITAÇÕES
HUMANAS
Ao mesmo tempo em que a produção do concreto utilizando novos
materiais recicláveis em sua composição trabalha positivamente na diminuição do
descarte destes. A sua produção de modo convencional e até mesmo a sua destinação
quando proveniente de demolições pode contribuir negativamente para o meio
ambiente, gerando resíduos que muitas vezes estão depositados em locais
inadequados ou clandestinos, como terrenos públicos, rodovias, margens de rios, etc.
Segundo Lopez (2003) apesar de o concreto ser um dos maiores consumidores de
matéria prima, como areia, pedra e água, é na produção do cimento, componente
essencial na fabricação do concreto, que consiste o maior impacto ambiental, pois,
gera a extração de grandes quantidades de rochas, movimentação de terra, uso de
energia e sua produção gera cerca de 7% de todo o CO2 na atmosfera de nosso
planeta. Porém, essa situação tem gerado um movimento por pesquisadores,
buscando minimizar o impacto causado pela produção do cimento, experimentando e
utilizando diversos outros tipos de materiais que substituam algumas das matérias
utilizadas na produção do concreto, para diminuição da extração desses materiais.
Sendo assim este capítulo deve apresentar uma identificações de
propostas e aplicações encontradas a partir de pesquisas no Comércio e bibliografia
especializada que destaca alguma aplicações especiais do vidro no sentido que
envolve os conceitos de sustentabilidade como o vidro polarizado que permite regular a
quantidade de luz que o atravessa, o uso do vidro na construção civil na forma de
placas, tijolos ou blocos que viabiliza a vista e a forma da penetração da luz nas
estruturas de isolamentos de ambiente bem como o uso do vidro na forma fibras de
vidro como elemento integrador de paredes e tetos, a construção sustentável de lustre
rústicas usando garrafas, e o uso de garrafas cortadas ou integralmente como tijolos ou
blocos de entrada de luz em paredes, o uso de vidro moído como agregado miúdo ou
graúdo ou como pedaços misturado ao cimento e ao pó de mármore. Neste aspecto
será destacada uma experiência de uso de garrafas de vidro como elemento de
penetração me paredes.
No final do capítulo apresentaremos uma ampla lista, provavelmente
não exaustiva de atividade que envolvem uso vidro como elemento empregado nas
54
habitações humanas em três linhas específica, na arquitetura, nas estruturas e no
design de interiores. E para construída uma tabela que propõe uma classificação das
atividades obtidas e supracitadas conforme a área de aplicação na construção civil, a
saber também como forma de aproveitamento sustentável do vidro nestas atividades
que podem ser o reuso, a recuperação e a reciclagem.
4.1- Identificações de Propostas e Aplicações O vidro tem diversas utilidades seja na construção civil, na decoração,
na forma de recipientes para a indústria de bebidas, no reforço de estruturas.
Modernamente, com o desenvolvimento das ciências dos materiais, e de outras
ciências físicas, tem surgido propostas e respostas interessantes de aplicações do
vidro na construção civil, estas vão desde o tratamento do vidro, da forma de lidar com
vidros polarizados, obtenção do vidro temperado, laminado, e de fibra de vidro
especiais, alem de obtenção de formas de seu uso como agregado graúdo e miúdo
misturados ao concreto, permitindo toda sorte de uso tais como na construção belos
lustres e luminárias, box de banheiros, portas e janela pivotadas ou de correr, paredes
de alvenaria com infiltração de luz, e etc.
Além das aplicações mostradas, para o vidro nos capítulos anteriores,
neste capítulo serão apresentados novos resultados obtidos, tanto para obtenção de
formas do materiais de construção com uso do vidro bem como de forma de aplicações
destes materiais em aplicações finais na construção civil. Das quais podemos citar o
uso do vidro polarizado, ou vidro inteligente MDV como parede com capacidade de
regular a quantidade de luz quando submetido a aplicação de uma ddp.
4.1.1 - Vidro Polarizado ou Vidro Inteligente MDV S witch Conhecidos como vidros inteligentes ou smartglass, o vidro MDV
switch é um vidro laminado cujo núcleo é composto por polímeros de cristal líquido. No
seu processo de laminação possui três camadas de filmes que proporciona maior
proteção contra os raios UV e ruídos, tem uma resistência consideravelmente superior
à de um para-brisa de automóvel. Também há uma versão que se assemelha à vidros
duplos que conferem conforto acústico se mostrando superior aos vidros laminados
convencionais. Para aumentar sua opacidade basta apertar o botão que fornece o
campo elétrico, ou seja, aplicação de uma ddp, aumenta-se o bloqueio da passagem
de luz, transformando instantaneamente, de transparente para opaco e vice-versa, e
55
quando opaco também pode ser usado como tela de retroprojeção de imagens, com
ótima definição. Portanto na figura 33 se mostra uma entre algumas aplicações de vidro
na forma de dispositivos eletrocrômicos que implica em um fenômeno da mudança
reversível de coloração, ocasionada pela aplicação de corrente elétrica. Uma versão
mais sofisticada já tem sido usada em construções modernas deste vidro ao longo do
mundo, na qual é possível graduas a opacidade de forma contínua, variando a tensão
aplicada entre as camadas de cristais líquidos.
Figura 33: Vidro inteligentes ou smartglass a) Vidro Transparente, b) Vidros opaco (ddp)
Fonte:http://dicasdearquitetura.com.br/vidro-inteligente-fica-opaco-ou-transparente/Acessoem10/11/2017
4.1.2 - Uso do Vidro na Construção Civil na Forma de Placas , Tijolos ou Blocos. Na construção civil – Aplicações como barreiras de isolamento de
ambientes podem ser obtidas através blocos de vidros como alvenaria de vedação ou
como placas de vidros em formatos retangulares Os tijolos ou blocos de vidro podem
ser transparentes ou translúcidos, com ou sem inserção de fibras de vidro,
texturizações com diversos padrões e desenhos, coloridos ou esmaltados.
Recomendações: As paredes de tijolos de vidro não podem estar sujeitas às cargas de
construção, exceto ao seu peso próprio. As dimensões dos painéis devem ser
analisadas, levando-se em conta a altura admissível e a necessidade de vergalhões de
sustentação. Não se recomenda a instalação de tijolos de vidro em locais sujeitos a
impactos.
4.1.3 - Uso do Vidro na Construção Civil na Forma Fibra de Vidro Utilizada como elemento de resistência a tração misturada a argamassa
56
para confecção de paredes, a figura 34 mostra um produto desta natureza produzido
no Brasil, e que tem um custo baixo pode conferir três características diferentes á estas
paredes que são: permitir a penetração de luz através da parede; servir como agregado
para completar a massa; e como elemento para conferir resistência à tração tanto as
estruturas de sustentação, quanto à paredes de isolamentos, mesmo que seja aos
blocos ou de cobertura da parede. O emprego da fibra de vidro com a finalidade de
permitir penetração parcial da luz como aquela que é mostrada na figura 35, que
mostra a sombra de uma arvores atravessando uma parede para dentro da casa. Neste
caso, as fibras de vidros devem ser suficientemente longas o suficiente para atravessar
as paredes e especialmente desenvolvidas para resistir as condições corrosivas do
cimento e outros materiais usados na construção da parede, a fibra de vidro também
pode ser utilizada como isolantes como isolante térmico e acústico e podem ser
misturadas em via úmida para melhor dispersão em concretos ou argamassas e
garantem boa resistência à microfissuração gerando ganhos de durabilidade.
Figura 34: Fibra de vidro para reforço em concreto
Fonte:https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-913158827-fibra-de-vidro-para-concreto-e-reboco-no-trinca-rkg-_JM Acesso em 31/10/017
Uso da fibra de vidro como elemento de passagem de luz através da parede é a mistura de fibra de vidro a uma composição de pedras trituradas, água e cimento, onde tem uma alta resistência, já que o mesmo é obtido do bloco de concreto translucido. Podendo substituir o concreto tradicional, e ainda diminuir as infiltrações e rachaduras. Feito pelo arquiteto húngaro Áron Losonczi, em estudo na sua pós-graduação reinventando uma formula para um novo material feito de concreto.
57
. Figura 35: Fibra de vidro concreto-translúcido. a) sombra da arvore, b) imagem de uma pessoa atravessando a parede. Fonte:https://www.hometeka.com.br/produto/novos-materiais-de-construcao-concreto-translucido/
Acesso em 31/10/2017 4.1.4 - Construção Sustentável de um Lustre Rústicas Usando Garrafas Na figura 36 em um processo artesanal, temos o reaproveitamento de
garrafas através de luminárias e lustres proporciona ao ambiente uma versatilidade
além sensação ilusionistas, com a formação de figuras dando ar atmosférico e
enriquecendo o ambiente, proporcionando beleza e suavidade diante dos olhos, e por
melhor destinando um local adequado as embalagens de bebidas, acrescentando uma
nova funcionalidade.
Figura 36: Lustres feitos com garrafas recicláveis.
Fonte:https://casaeconstrução.org/artesanato-com-garrafa-de-vidro. Acesso em 31/10/2017
4.1.5 - Uso das Garrafas Cortadas Ocupando Espaço p ara Entrada de Luz em Paredes. Verdadeiras obra de arte, assim é denominada a figura37, pois além do
58
reaproveitamento de garrafas estas luminárias impressiona a sua performance,
agregando um valor ao produto sentimental e comercial, já que é feito a partir do
reaproveitamento do vidro (garrafas de bebidas) bastante interessante pois é feito com
material de baixo custo. As garrafas são presas a um suporte de aço para suportar o
peso das garrafas que enfileiradas, no centro contém uma vazio onde é preenchido
com uma ou mais se for necessário lâmpada
Figura 37: Luminárias feitas com recipientes de bebida reciclável (garrafas de cerveja Long Nech)
Fonte:https:br.pintest.com/explore/lustre-de-garrafa. Acesso em 31/10/2017 4.1.4 - Uso das Garrafas Cortadas Ocupando Espaço para Entr ada de Luz em Paredes . Uma outra maneira de reaproveitamento das garrafas é o uso a partir
da passagem de luz nas paredes, ou seja, em alvenarias de vedação na substituição
de blocos de vidro comercial pela garrafas, onde a luz solar consegue penetrar sobre
as mesmas iluminando o ambiente, mas um fator negativo é a falta de aderência pois
as garrafas possui uma superfície lisa e processo de corte das garrafas devido ao risco
de acidentes, requerente maiores cuidados no assentamento e no corte.
4.1.4 - Uso de Vidro Moído Misturado ao Cimento e ao Pó de Mármore . Utilização de cimento, vidro moído, pó de mármore e resto de pedra de
mármore construir tampos de pias e lavatórios criando superfícies coloridas. A partir da
substituição parcial da brita pelo vidro no “concreto” que é o material na construção civil
mais utilizado no mundo, pressupondo a substituição de constituintes, diante de um
processo de reciclagem do vidro, essa substituição do agregado graúdo por vidro de
59
mesma granulometria, o qual possui composição química similar. Visa uma melhor
resistência e durabilidade, diminuindo assim o descarte de materiais. Levando-se em
conta que o concreto é um dos maiores consumidores de matéria prima tais como:
areia, pedra e água, cimento. Como visto na figura 38 e 39, a utilização de novos
materiais e minimizar os impactos ambientais, reduzindo os impactos ambientais.
Figura 38:(a e b) Peças de concreto com agregado graúdo de vidro.
Fonte:http://casasdealice.blogspot.com.br/2011/04/tampos-em-concreto-e-vidro.html
Fonte:http://www.clubedoconcreto.com.br/2014/11/passo-passo-bancada-de-vidro.html.
Acesso em 02/11/2017
Figura 39: Piso de agregado de vidro b) amostras c) detalhe Fonte:https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=662& tbm=isch&sa=1&ei=GLX_WaGqO4G
lwgTgk5_QBA&q=vidro+como+agregado+do+concreto+e+no+ granito&oq=vidro+como+
Acesso em 31/10/2017
4.2 – Uso de Garrafas de Vidro Incorporadas na Estr utura e Acabamento de
Parede
O vidro é um formidável aliado da arquitetura e decoração. Promove
a integração e a maximização de ambientes, favorece a iluminação do espaço e pode
60
ser elegante e sofisticado quando harmonizado com o décor. Apesar de sua aparência
delicada, o vidro é considerado um material nobre e de fácil manutenção. O uso em
móveis, divisórias, fachadas, teto e até uma casa inteira é corriqueiro nos projetos, vale
deixar a imaginação fluir deixando ser inserido nas diferentes maneiras e nas
inovações tecnológicas que os acompanham, como no controle da entrada de luz solar
e a produção e o reaproveitamento sustentável observado na figura 40.
A criatividade do ser humano é extraordinária, há exemplo são as
paredes feitas com garrafas de vidro, ao entrar a luz do sol através das garrafas
coloridas, dão um efeito visual belíssimo, sem falar no reaproveitamento de um material
que normalmente iria para o lixo.
Figura 40: Aproveitamento de garrafas de vidros em paredes de uma casa: a) na varanda b) na entrada
Fonte; http://ambientedeluz.blogspot.com.br/2017/02/parede-com-garrafas-de-vidro.html Acesso em 31/10/2017
Outro exemplo bem interessante é a casa de garrafas Long Nech,
apresentado nas figuras 36a, 36b e 3c. Com dificuldade em conduzir material
convencional para construção, Joel dos Santos, administrador de empresas, com a
necessidade de fazer uma sede em sua propriedade, resolveu recolher em Salvador, a
180 km de distância de seu sítio no litoral norte da Bahia, 16.000 garrafas Long Nech,
barro, areia e cal, para construir uma casa com formato hexagonal, cada parede
medindo 6 metros.
As garrafas, recolhidas nos latões de lixo de Salvador, foram
61
transportadas para o sítio de Joel em seu automóvel, limitando o transporte a 1.000
unidades por semana. Como o vidro não absorve umidade, a construção foi feita de 3
em 3 fiadas (fileira) de garrafas, tendo de esperar 5 dias para a perfeita secagem. No
total foram quatro meses de obra, de setembro a janeiro. Custo foi baixo, a casa ficou
acolhedora, com bastante luminosidade.
No final, fica o orgulho do sucesso da construção alternativa e a
certeza que as garrafas foram bem reutilizadas avaliado na figura 41, uma vez que nas
redondezas não há reciclagem de vidro e elas teriam o lixão como destino.
Figura 41: Casa construída com garrafas de vidro: a) vista frontal b) vista lateral c) interior
http://www.setorreciclagem.com.br/reciclagem-de-vidro/casa-feita-com-garrafas/
Acesso em 30/10/2017
Os levantamentos feitos nos locais estudados permitem afirmar que
apenas com a luz natural é impossível atingir o nível de iluminância, recomendado pela
norma, em todas as horas do dia.
4.3 - Experiência do Uso de Vidro como Elemento de Passagem de Luz.
Sabendo que determinados materiais tem grande influência na
construção de uma edificação, devemos achar possíveis meios de melhorar a utilização
do mesmo, evitando o desperdício, sendo uma das prováveis soluções a utilização do
vidro. Houve uma busca pelo reaproveitamento garrafas de vidro quadrada de
recipientes da indústria de bebidas (suco de uva), uma forma retangular de maderite,
62
Argamassa comercial, água, prego, esquadro, nível manual, martelo, colher de
pedreiro, um balde e uma bancada de madeira.
Com a ajuda do colega Danilo Nascimento adicionou água a
argamassa em balde, 2,9 litros de água em 20 quilograma de argamassa, misturando
até ficar com uma aparência pastosa, depois de 30 minutos período de maturação em
que o fabricante recomenda, organiza-se as garrafas de maneira que a parte superior
ficasse nas extremidades para melhor fixação da argamassa. Retira-se o excesso e
com uma flanela úmida limpa-se a parte exposta do vidro. Após de 28 dias, período
cura ou seja, a argamassa leva para secar totalmente, devido há alguns problemas no
laboratório tais como: O instrumento para medir a quantidade de luz que conseguia
ultrapassar o corpo de prova e a prensa Hidráulica não tinha uma proteção adequada e
estava quebrada para realizar o teste de compressão, pois havia risco de acidente. A
figura 43 mostra o processo de construção de uma alvenaria com dimensões 10x60x45
altura, largura e comprimento Ficou constatado que era necessário a colocação de
pequenas barras de aço como armadura por que argamassa depois de seca começa a
ter fissuras e com a dilatação pode romper.
Figura 42: Alvenaria de vedação com garrafas de vidro
Fonte: O próprio autor.
As garrafas foram assentados como blocos de vedação para a construção de uma
pequena alvenaria de vedação, levando-se em conta que o vidro tem pouca aderência,
foi construído um caixote de madeira, para melhor fixação da argamassa no vidro, onde
as garrafas venha permitir a incidência da luz solar para o ambiente interno e
proporcionar um método sustentável, além de ser algo decorativo, também gerar uma
economia no consumo de energia elétrica
63
Figura 43:Alvenaria de vedação feita com garrafas de vidro
Fonte :O próprio autor
4.4 - Uso de Fibras de Vidros em Telhas
Cobertura com telha de fibras de vidro, o chamado de jardim de inverno deixa
penetrar a luz solar iluminando parte da residência, e sua colocação com aberturas
lateral faz com que haja uma maior ventilação no ambiente proporcionando um clima
mais agradável. Mas a sua vida útil é pequena ao sofrer intemperismo ele começa a
esfoliar, se degradando, precisando substituir por novas telhas.
Figura 44: Casa em Cruz das Almas com Jardim de inverno coberto com telha de fibra de vidro, a) vista
do telhado b) detalhes do interior do jardim de inverno iluminado com luz natural pelo teto.
4.5 - Tipos de Aplicações Encontradas.
Diante dos impactos gerados ao meio surgiu à necessidade de se
ampliar meios que consumisse menos energia e que ao mesmo tempo fosse eficiente
para necessidade humana, como a utilização vidro. De acordo com Ferrari e Jorge
(2010), em sua forma pura, o vidro é um óxido metálico superesfriado transparente, de
64
elevada dureza, essencialmente inerte e biologicamente inativo, que pode ser fabricado
com superfícies muito lisas e impermeáveis. Essas propriedades desejáveis conduzem
a um grande número de aplicações distinguindo-se de outros materiais por várias
características, tais como baixa porosidade, absortividade, dilatação e condutibilidade
térmica, suportando pressões de 5.800 a 10.800 kg/cm². E a construção civil tem forte
relação com o alcance do desenvolvimento em escala local, regional, nacional ou
global. Foram analisados 41itens, onde 34 se utiliza na forma estrutural, 20 na
arquitetura, 9 design, 4 pode se fazer o reuso, 14 podem passar pelo processo de
recuperação e 29 podem ser reciclados, já que em algumas viabilidades do uso do
vidro sobre a sua reciclagem requer um maior aprofundamento do assunto. Um bom
exemplo é se pode ou não reciclar o vidro depois que ele passa a ser processado na
argamassa. Porém o vidro é um material versátil, e nos propicia diversas vantagens, e
onde há uma grande difusão desses material. Logo existe inúmeras aplicações de
acordo as necessidades que lhe possa empregar, dentre algumas dessas temos.
1 - Alvenaria de vedação em paredes (plenos, parcial, tipo simples ou mista)
1.1 - Vitrais e portas com armação de aço
1.2 - Vitrais e portas com armação de madeira ou plástico
1.3 - Vitrais e portas com armação de aço
1.4 Vitrais e portas de vidro puro pivotado
1.5 Vitrais e portas com vidro elétrico
1.6 Uso de garrafas como tijolos
1.7 Blocos de vidros (brancos, coloridos e desenhados)
1.8 Uso de garrafas como elemento de penetração de luz
1.9 Como agregado miúdo na massa de argamassa revestimento
1.10 Como agregado graúdo na massa de argamassa de revestimento
1.11 Como agregado miúdo na massa de argamassa de assentamento de tijolos
1.12 Fibra de vidro na parede para atravessar luminosidade no vidro
1.13 Divisórias Box
2. Alvenaria estrutural
2.1 Como agregado miúdo na massa de argamassa revestimento
2.2 Como agregado graúdo na massa de argamassa de revestimento
2.3Como agregado graúdo na massa de argamassa de assentamento de tijolos
65
3. Alvenaria de vedação em coberturas (total, parcial ou mista)
3.1 Telhas de vidro para entrada de luz natural
3.2 Telhas de fibra de vidro
3.3 Cobertura completa com placas de vidros
3.4 Como agregado miúdo na massa de argamassa de revestimento de lajes
3.5 Como agregado graúdo na massa de argamassa de revestimento (estética) de lajes
3.6 Como agregado graúdo na massa de argamassa de assentamento de lages
4. Pisos no Interior e exterior
4.1 Como agregado miúdo na massa de argamassa de revestimento
4,2 Como agregado graúdo na massa de argamassa de revestimento (estética)
4.3 Como agregado graúdo na massa de argamassa de assentamento de tijolos
5. Iluminação artificial de ambiente
5.1 Luminárias
5.2 Lustres
5.3 Lâmpadas
5.4 Refletores
6. Design
6.1 Uso da fibra de vidro como elemento de passagem de luz através da parede
6.2 Pias
6.3 Bancadas
6.4 Lavatórios
6.5 Armários de vidros
6.6 Fibra de vidro, reforço para alvenaria estrutural
Tabela 2 – Classificação das atividades que empregam vidro conforme as aplicações
na habitação e a forma que o vidro foi obtido para aproveitamento nesta atividade.
Áreas da Habitação Humana Forma de Aproveitamento d o Vidro
No Aplicação Estrutura Arquitetura Design Reuso Recuperação Reciclagem
1 1 X X X
2 1.1 X X X
66
Áreas da Habitação Humana Forma de Aproveitamento d o Vidro
No Aplicação Estrutura Arquitetura Design Reuso Recuperação Reciclagem
3 1.2 X X X
4 1.3 X X X
5 1.4 X X X X
6 1.5 X X X X
7 1.6 X X X X
8 1.7 X X X X
9 1.8 X X
10 1.9 X X
11 1.10 X
12 1.11 X X X
13 1.12 X X
14 1.13 X X X
15 2 X X X
16 2.1 X X X
17 2.2 X X X
18 2.3 X X X
19 3 X X X
20 3.1 X X X X
21 3.2 X X X
22 3.3 X
23 3.4 X
24 3.5 X
25 3.6 X X X
26 4 X X
27 4.1 X
28 4.2 X
29 4.3 X
30 5 X X X X X
31 5.1 X X X X
32 5.2 X X X X
33 5.3 X X X X
67
Áreas da Habitação Humana Forma de Aproveitamento d o Vidro
No Aplicação Estrutura Arquitetura Design Reuso Recuperação Reciclagem
34 5.4 X X X X
35 6 X X
36 6.1 X X
37 6.2 X X
38 6.3 X X
39 6.4 X X
40 6.5 X X X
41 6.6 X X
Entendem-se que a prática do reuso do vidro como entrada de luz,
isolamento e decoração é pode ser importante para a área da Engenharia, tendo em
vista à melhoria da qualidade e do conforto do ambiente.
Sendo assim este capítulo apresentou como resultado uma algumas
aplicações do vidro que envolve os conceitos de sustentabilidade que normalmente não
se encontra juntos na bibliografia especializada. Construímos também como
propusemos uma ampla lista, não exaustiva de atividades que envolvem uso vidro
como elemento empregado nas habitações humanas. Alem disto ele mostra também
uma proposta de reuso de garrafas como elemento de penetração de luz natural do dia
no interior de residências, apresenta no final uma tabela que propõe uma classificação
das atividades obtidas e supracitadas conforme a área de aplicação na construção civil,
a saber estrutural, arquitetura e design, e também como forma de aproveitamento
sustentável do vidro nestas atividades que podem ser o reuso, a recuperação e a
reciclagem.
Quanto a demais problemáticas envolvendo atividade e emprego do vidro na
construção civil guardamos para a conclusão desta monografia onde serão propostas
outras linhas que identificam possíveis problemáticas que podem levar a novas
monografias de TCC.
68
5 - CONCLUSÃO
A introdução de um novo material na construção civil é lenta e exige
grande esforço em pesquisas antes de se difundir sua aplicação. A escolha pelo vidro é
grande, pois, proporciona diafaneidade, integração com meio externo, diminui o uso de
diversos fatores como, a necessidade de iluminação e uso de ar-condicionado,
acomodação acústica e segurança.
Observa-se que o vidro evoluiu tecnologicamente em seu processo de
fabricação, passando de um simples material aproveitado para passagem de luz e
vedação contra intempéries, para um material altamente técnico e multifuncional, capaz
de ajustar funções indispensáveis para atender às exigências modernas de conforto,
com funções estritamente estéticas e decorativas. Assim como o segmento de
edificações residenciais e comerciais existe uma disposição crescente do emprego do
vidro, não somente por questões estéticas, mas pelas diversas funcionalidades do
mesmo. Além de proporcionar um aspecto mais moderno, o vidro é capaz de provocar
conforto térmico e acústico, ao mesmo tempo em que permite a utilização de luz
natural nos ambientes, promovendo comunicação entre os ambientes, fatores
considerados essenciais ao ser humano.
Onde este trabalho apresenta algumas das diversas aplicações do
vidro na construção civil, pois embora seja um material amplamente utilizado, no
entanto ainda é de pouca relevância a sua utilização por alguns dos engenheiros civis e
arquitetos. Desse modo, através dessa pesquisa traduza em novos métodos para que
os profissionais da construção civil se interessem cada vez mais pela utilização do
vidro, um material nobre, extremamente atraente.
Perspectivas futuras
A partir do desenvolvimento de pesquisas sobre alguns temas
relevantes ao dia-a-dia, fica a sugestão do aprofundamento dessa pesquisa e de
outras, que por sua vez venham acrescentar novos elementos ao conhecimento, como:
- Uso da lã de vidro utilizados nas geladeiras como elemento de resistência a tração
em alvenaria estrutural.
69
- Uso do vidro moído (agregado graúdo) para produção de concreto para revestimento
de peças de concreto ou paredes composto de vidro pode mármores e cimento.
- Preparar uma fibra de vidro que se adapte as características abrasivas do cimento no
Brasil.
- Conclusão de uma pesquisa sobre a coloração das garrafas e a penetração de luz
natural nos interiores, bem como sua influência na imagem da construção no período
noturno.
Pesquisar a inserção de aditivo na superfície do vidro, ou de trabalhar a superfície do
vidro, por exemplo jateando para seus uso apropriado como agregado graúdo no
concreto.
70
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