Ap14 - Avaliação de Hipersensibilidade

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Aula 14 Avaliação da hipersensibilidade / testes cutâneos Trabalho realizado pelos acadêmicos de Medicina da UFBA Adriana Campos, Nivaldo Cardozo Filho, Sabrina Oliveira e Silvana Asfora, sob orientação dos Professores Roberto Meyer, Ivana Nascimento, Robert Schaer, Cláudia Brodskyn, Songelí Freire e Denise Lemaire, do Laboratório de Imunologia do Instituto de Ciências da Saúde da UFBA. Atualizado em outubro de 2003

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Aula 14

Avaliação da hipersensibilidade / testes cutâneos

Trabalho realizado pelos acadêmicos de Medicina da UFBA Adriana Campos, Nivaldo Cardozo Filho, Sabrina Oliveira e Silvana Asfora, sob orientação dos Professores Roberto Meyer, Ivana Nascimento, Robert Schaer, Cláudia Brodskyn, Songelí Freire e Denise Lemaire, do Laboratório de Imunologia do Instituto de Ciências da Saúde da UFBA.

Atualizado em outubro de 2003

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• A alergia refere-se a certas quadros nos quais ocorrem respostas imunológicas a antígenos, causando inflamação tecidual e disfunção orgânica.

• A diversidade das respostas alérgicas decorre da atuação de diferentes vias imunológicas efetoras ( tipos I, II, III, IV ) produzindo, cada uma delas, um padrão peculiar de inflamação.

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• Quando ocorre sensibilização, o indivíduo só se torna sintomático se houver nova exposição ao alérgeno.

• A exposição ao alérgeno pode ocorrer através de inalação, ingestão, injeção ou contato da pele.

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FASE DE SENSIBILIZAÇÃO

• Primeira exposição

ALÉRGENO APC ALÉRGENO PROCESSADO

NA APC

CÉLULA T CD4+

CÉLULA T EFETORA

CÉLULA BPLASMÓCITO

ANTICORPOS

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Hipersensibilidade Tipo I

• Também denominada anafilática , atópica ou alérgica. É iniciada pela interação do alérgeno com anticorpos específicos IgE, que estão ligados a mastócitos e basófilos.

• Exemplos: rinite alérgica , asma, reação a picada de inseto, alergia a alimentos e a drogas, etc.

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FASE EFETORA TIPO I• Reexposição

ALÉRGENO

+

MASTÓCITO COM ANTICORPOS IgE

MEDIADORES LIBERADOS

INFLAMAÇÃO

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Detecção da Hipersensibilidade Tipo I

• O teste cutâneo determina a capacidade de diferentes alérgenos de produzirem uma reação de pápula e eritema .

aspecto de uma reação após 5 horas

aspecto de uma reação logo após injeção

alérgeno diluído de 1:10 até 1:1000

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Teste Radioalergoadsorvente(RAST)Mede o nível sérico de anticorpos IgE específicos contra determinado

componente alergênico ao paciente.

discos com componente alergênico suspeito

soro do paciente contendo anti-alérgeno IgE lavagem

adição de anti IgE humana marcada

lavagem detecção

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O teste RAST é ainda assim denominado por tradição, pois praticamentenão é mais realizado com anticorpos marcados com isótopos radioativos,como antigamente. Os marcadores atuais são enzimas, fluorocromos ousubstâncias luminescentes.

Alguns fabricantes continuam usando discos com os diferentes alérgenos ligados, entretanto numerosas são as alternativas encontradas no merca- do, como ensaios competitivos, sanduíches etc.

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Hipersensibilidade Tipo II

• Também denominada de hipersensibilidade citotóxica anticorpo dependente, resulta em destruição ou alteração funcional das células ou do tecido conjuntivo pelo sistema imunológico. As reações do tipo II são iniciadas pela interação de antígenos insolúveis (ligados a células ou à matriz tecidual) com anticorpos IgG ou IgM pré-formados.

Exemplos: DHRN, Tireoidite de Hashimoto, Febre Reumática, Síndrome de Goodpasture.

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Detecção da Hipersensibilidade Tipo II

• Teste de Coombs- hemaglutinação indireta

Adição de soro anti-IgG humana

Eritrócitos do paciente com IgG ligada.

Aglutinação dos eritrócitos

O teste de Coombs detecta anticorposligados na superr-fície de hemácias,o que se observa, por exemplo, na

doença hemolíticado recém nascido, em reações trans-fusionais, em ane-mias hemolíticasautoimunes etc.

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Hipersensibilidade Tipo III

• Resulta da interação de anticorpos IgG ou IgM preexistente com antígenos solúveis, produzindo complexos antígeno-anticorpo.

Exemplos: Elefantíase, Glomerulonefrite, Artrite Reumatóide, Vasculite, Doença do Soro, Lúpus Eritematoso Sistêmico etc.

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FASE EFETORA TIPO III

ALÉRGENO

+

IMUNOCOMPLEXO COM IgG ATIVAÇÃO DO

COMPLEMENTO

LIBERAÇÃO DE ANAFILATOXINAS, FATORES QUIMIOTÁTICOSINFLAMAÇÃO

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IMUNOFLUORESCÊNCIA DE REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE TIPOS II E III

TIPO III TIPO II

Os cortes de rim comparam o padrão de imunofluorescência de um paciente com Lupus Eritematoso Sistêmico (predomínio de hipersensibilidade tipo III) e um paciente com Síndrome de Goodpasture (predomínio de hipersensibilidade tipo II). No LES, os imunocomplexos formados no sangue são depositados no tecido renal, dando aspecto granular. No segundo caso, os anticorpos se depositam de forma linear sobre a membrana basal glomerular.

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Hipersensibilidade Tipo IV

É uma reação inflamatória decorrente da ocupação dos TCR de linfócitos T pré- sensibilizados, portanto antígeno específicos.

Exemplos: Reação ao Mycobacterium tuberculosis, ao Mycobacterium leprae, dermatite de contato etc.

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FASE EFETORA TIPO IV

+

CÉL. T EFETORA

LINFOCINAS

INF LAMAÇÃO

ANTÍGENO

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Detecção da Hipersensibilidade Tipo IV

Testes cutâneos

No teste epicutâneo - aplica-se uma baixa dose do antígeno suspeito numa área da pele do paciente .

Pode haver desenvolvimento de eczema dentro de 48 a 72 h.

EPIDERME

DERME

GORDURA SUBCUTÂNEA

Antígeno

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EPIDERME

DERME

GORDURA SUBCUTÂNEA

•Teste tuberculínico – o derivado protéico purificado de Mycobacterium tuberculosis, PPD, é injetado por via intradérmica. Nesse teste analisa-se o surgimento de vermelhidão e enduração no local da injeção, que podem surgir depois de 24 a 72h em indivíduos pré-sensibilizados.

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APRESENTAÇÃO CLÍNICA E HISTOLÓGICA DO TESTE TUBERCULÍNICO

Resposta ao teste:1. nenhuma reação: normal3. 5 a 10mm: repetir o

exame4. > 10mm: positivo para

tuberculose5. Paciente HIV +, >5mm:

positivo para tuberculose

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A avaliação da hipersensibilidade tipo IV pode também servir para respaldar diagnós-ticos de doenças provocadas por outrospatógenos que estimulam principalmente a resposta imune mediada por linfócitos Th1,como a lepra, a leishmaniose, entre outras.Assim, além de testes cutâneos como o men-cionado teste da tuberculina, dosagens decitocinas envolvidas com a referida respostaTh1, como o interferon gama, tem sido cada vez mais usadas.

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Avaliação da produção de IFN-Avaliação da produção de IFN-(por exemplo, em paciente suspeito de infeccão por BK)(por exemplo, em paciente suspeito de infeccão por BK)

SuspeitoSuspeito

ControlesControlesnegativonegativoe positivoe positivo

Cultura Cultura de de

sangue totalsangue total

Sangue Sangue ++

PPDPPD

ColetaColeta do do

sobrenadantesobrenadante

ELISAELISA detecçãodetecção de IFN-de IFN-

24 h24 h

Leitura de

densidade óptica

sangue

Avaliação dos resultadosAvaliação dos resultados