ANVISA-Conc. e Def. de Sd e Epidemiologia

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Sheila Duarte Pereira – 2004 1 São Paulo, março de 2007.

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    Conceitos e Definies em Epidemiologia importantes para Vigilncia Sanitria

    Reviso Bibliogrfica e Organizao de Sheila Duarte Pereira

    Segundo o dicionrio Aurlio, SADE significa conservao da vida, robustez, vigor, estado em que se sadio ou so, disposio do organismo, moral ou mental. Segundo Almeida Filho, sade vem do latim salutis que origina tambm, desde salvar (livrar do perigo, afastar o risco), at saudar (desejar sade) e so; de snus se originam sanidade e sanitrio. Enfim, sade salvao, conservao da vida, vigor.

    Na constituio federal direito de todos e dever do Estado e na lei orgnica: A sade tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentao, a moradia, o saneamento bsico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educao, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e servios essenciais; os nveis de sade da populao expressam a organizao social e econmica do Pas. Desde a etimologia das palavras vemos uma relao estreita, entre os termos sade, risco e a vigilncia sanitria. J o termo epidemiologia, mostra estreita relao com a Vigilncia Sanitria, pois alguns livros indicam a raiz grega epedemion que significa aquele que visita, e Hipcrates j usa epidemia em seus textos como epi (sobre) e demos (povo); modernamente associado com logia (falar, organizar hoje cincia, estudo) temos o significado de cincia do que ocorre sobre o povo. Outro conceito fundamental para iniciarmos nosso estudo o de DOENA (veja complementao na letra D) como falta ou perturbao da Sade, molstia, mal, enfermidade.

    Trabalharemos a seguir uma srie de conceitos e terminologias, utilizadas pelo setor sade em vigilncia sanitria e em epidemiologia, que tm se mostrado fundamentais para a compreenso do processo sade/doena e para possibilitar uma interveno sanitria baseada nos riscos sade. Usamos uma seqncia prxima da alfabtica na disposio dos termos, mas no estrita, pois procuramos trabalhar com uma lgica que facilitasse a compreenso. Ao final deste texto temos um ndice de termos por ordem alfabtica para facilitar a procura de termos individuais.

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    DEFINIES E CONCEITOS FUNDAMENTAIS

    Partindo das definies de Sade e Doena, podemos nos preparar para o estudo do processo sade-doena e da interveno sanitria no mesmo iniciando pelo entendimento dos conceitos fundamentais seguintes:

    AGENTES A definio varia segundo o modelo de entendimento da epidemiologia adotado veja Epidemiologia Descritiva: No modelo biomdico, Agentes Etiolgicos ou Fatores Etiolgicos so Os que agem na

    origem das doenas. Os agentes so os causadores das doenas (ou patgenos). Ver Epidemiologia.

    No modelo processual, Agentes so fatores que perturbam o ser diretamente em suas funes vitais produzindo a doena. Ver em Epidemiologia

    No modelo sistmico o conceito extrapola o de agente ou fator etiolgico clssico, onde um agente pode ser no s um micro organismo, mas um poluente qumico, um gene, e outros que possam levar a agravo sade. Ver em Epidemiologia

    Nos dois ltimos modelos, quando nos referimos a Agentes ou Fatores estamos falando em fatores ou agentes fsicos (temperatura, radiao, etc), qumicos (mercrio), biolgicos ou biopatognicos (ancilostomdeos, nematdeos, bactrias, vrus, etc.), nutricionais (excesso de gorduras, ausncia de protenas), genticos, etc. Os atributos dos Agentes Etiolgicos ou Biopatgenos, segundo sua relao com o hospedeiro, so fundamentais para o entendimento das doenas infecciosas: Infectividade a capacidade de certos organismos (agentes) de penetrar, se desenvolver e/ou se

    multiplicar em um outro (hospedeiro) ocasionando uma infeco. Exemplo: alta infectividade do vrus da gripe e a baixa infectividade dos fungos.

    Patogenicidade a capacidade do agente, uma vez instalado, de produzir sintomas e sinais (doena). Ex: alta no vrus do sarampo, onde a maioria dos infectados tem sintomas e a patogenicidade reduzida do vrus da plio onde poucos ficam doentes.

    Virulncia a capacidade do agente de produzir efeitos graves ou fatais, relaciona-se capacidade de produzir toxinas, de se multiplicar etc. Ex: baixa virulncia do vrus da gripe e do sarampo em relao alta virulncia dos vrus da raiva e do HIV.

    Imunogenicidade a capacidade do agente de, aps a infeco, induzir a imunidade no hospedeiro. Ex: alta nos vrus da rubola, do sarampo, da caxumba que imunizam em geral por toda a vida, em relao baixa imunogenicidade do vrus da gripe, da dengue, das shiguelas e das salmonelas que s conferem imunidade relativa e temporria.

    AGRAVO SADE mal ou prejuzo sade de um ou mais indivduos, de uma coletividade ou populao, ver texto de Risco Sade.

    BOAS PRTICAS conjunto de procedimentos necessrios para garantir a qualidade sanitria dos produtos em um processo de trabalho (produo ou servio).

    CASO: uma pessoa ou animal infectado ou doente que apresenta caractersticas clnicas, laboratoriais e epidemiolgicas especficas de uma doena ou agravo.

    CASO SUSPEITO: a pessoa cuja histria clnica, sintomas e possvel exposio a uma fonte de infeco sugerem que o mesmo possa estar ou vir a desenvolver alguma doena infecciosa. O caso suspeito varia de acordo com cada doena ou agravo.

    COEFICIENTE - a relao entre o nmero de casos de um evento e uma determinada populao, num dado local e poca - ver Tipos de Indicadores em INDICADOR.

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    COMUNICANTE: so todos aqueles (pessoa ou animal) que estiveram em contato com um reservatrio (pessoa - caso clnico ou doente e portadores ou animal infectado) ou com ambiente contaminado, de forma a ter oportunidade de adquirir o agente etiolgico de uma doena.

    CONTAMINAO a presena do agente (infeccioso no modelo biomdico) ou fator de risco (ver FATOR, FATOR DE RISCO e texto de Risco em Sade).

    CONTROLE quando relacionado a doenas significa operaes ou programas desenvolvidos para elimin-las ou para reduzir sua incidncia ou prevalncia; ou ainda atividades destinadas a reduzir um agravo at alcanar um determinado nvel que no constitua mais problema de sade pblica

    DADO: uma descrio limitada da realidade (Moraes 1994), no chega a ser uma informao.

    DANO (Aurlio) pode ser definido como: 1- Mal ou ofensa pessoal, prejuzo moral. 2- Prejuzo material causado a algum ou a alguma instituio pela deteriorao ou inutilizao de seus bens. 3- Estrago, deteriorao, danificao. ver texto de Risco Sade Para nossa padronizao de linguagem, consideraremos principalmente o termos dano sade que ser correspondente ao termo agravo sade ver texto de Risco Sade.

    DETERMINANTES - No modelo processual (ver Epidemiologia), so fatores contribuintes ou determinantes parciais, que em sua articulao e provvel sinergia propiciam a atuao do estmulo patolgico.

    Temos os determinantes econmicos (misria, privaes), determinantes culturais (defecar prximo a mananciais sem tratamento como fator de esquistossomose ou hbitos alimentares perigosos), determinantes ecolgicos (desequilbrios produzidos poluio atmosfrica- ou no pelo homem) ou determinantes psicossociais (stress como imunodepressor; agressividade e desemprego como fatores importantes nos homicdios) e biolgicos.

    DOENA ou ENFERMIDADE: Falta ou perturbao da Sade, molstia, mal, enfermidade (ver introduo pg 4).

    Quanto s Formas das doenas: Forma Manifesta aquela que apresenta sinais e/ou sintomas clssicos de determinada doena. Forma Inaparente ou Sub-Clnica aquela em que o indivduo que no apresenta nenhum

    sinal ou sintoma (ou que apresenta muito poucos), apesar de estar com a doena presente.(revelada s vezes somente atravs de exames laboratoriais).

    Forma Abortiva ou Frustra aquela que desaparece rapidamente aps poucos sinais ou sintomas.

    Forma Fulminante aquela que leva rapidamente a bito.

    Quanto ao processo de adoecimento e seus Perodos: Perodo de Incubao o intervalo de tempo que decorre desde a penetrao do agente

    etiolgico no hospedeiro (indivduo j est infectado), at o aparecimento dos sinais e sintomas da doena, variando de acordo com a doena considerada.

    Perodo de Transmissibilidade aquele em que o indivduo capaz de transmitir a doena quer esteja ou no com sintomas.

    Quanto s causalidades do processo de adoecimento: Multicausalidade o processo pelo qual as inmeras presenas (Fatores, Agentes ou

    Determinantes), tendo acesso ao homem, interagem e podem provocar determinados agravos. Para que uma doena ou agravo tenha incio, nenhum fator ser por si s capaz de desencadear o processo patolgico, esta multiplicidade a multicausalidade.

    Relao Causal: diz-se de numa associao estatstica significativa, quando uma ocorrncia pode ser atribuda a determinado fator ou fatores. Ex: associao hbito de fumar e cncer do pulmo

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    Relao no Causal: diz-se quando uma ocorrncia no pode ser atribuda a determinado fator ou fatores apesar de ter numa associao estatstica significativa. Ex: associao entre manchas escuras nos dedos (e ou dentes) e cncer de pulmo.

    ENDEMIA - a ocorrncia de determinada doena que acomete sistematicamente populaes em espaos caractersticos e determinados, no decorrer de um longo perodo, (temporalmente ilimitada), e que mantm uma de incidncia relativamente constante, permitindo variaes cclicas e sazonais.

    ENFERMIDADE Ver Doena

    EPIDEMIA a ocorrncia em uma comunidade ou regio de casos de natureza semelhante, claramente excessiva em relao ao esperado. O conceito operativo usado na epidemiologia : uma alterao, espacial e cronologicamente delimitada, do estado de sade-doena de uma populao, caracterizada por uma elevao inesperada e descontrolada dos coeficientes de incidncia de determinada doena, ultrapassando valores do limiar epidmico preestabelecido para aquela circunstncia e doena. Devemos tomar cuidado com o uso do conceito de epidemia lato-sensu que seria a ocorrncia de doena em grande nmero de pessoas ao mesmo tempo.

    EPIDEMIOLOGIA a cincia que estuda a distribuio e os determinantes dos problemas de sade (fenmenos e processos associados) em populaes humanas, segundo definem Almeida e Rouquayrol. a cincia bsica para a sade coletiva, principal cincia de informao de sade. Estuda a sade, mas na prtica principalmente pela ausncia de sade sob as formas de doenas e agravos, estes ltimos definidos pelo diagnstico clnico. Seu objeto so as relaes de ocorrncia de sade-doena em massa (em sociedades, coletividades, comunidades, classes sociais, grupos especficos, etc.). As relaes so referidas e analisadas mediante o conceito de risco.

    A Epidemiologia Descritiva estuda o comportamento das doenas em uma comunidade, isto , em que situaes elas ocorrem na coletividade, segundo caractersticas ligadas pessoa (quem), ao lugar ou espao fsico (onde) e ao tempo (quando) fornecendo elementos importantes para se decidir que medidas de preveno e controle esto mais indicadas para o problema em questo e tambm avaliar se as estratgias adotadas causaram impacto, diminuindo e controlando a ocorrncia da doena em estudo.

    Quanto aos Modelos Explicativos em Epidemiologia que so as formas de explicar a sade e o adoecimento humano, desenvolvemos a seguir os mais usados na epidemiologia. Este resumo foi baseado no livro Introduo Epidemiologia de Naomar de Almeida Filho e Maria Zlia Rouquayrol 2002. Citamos, tambm a seguir, algumas definies fundamentais que tm cada qual seu entendimento particular e mais ou menos importncia a depender do modelo.

    Modelo Biomdico onde temos mais claramente a sade como ocorrncia de doena e esta como desajuste ou falha orgnica ocasionada na reao a um estmulo a cuja ao o organismo est exposto. Quanto etiopatogenia, as doenas podem ser: infecciosas ou no infecciosas e conforme sua durao, agudas ou crnicas.

    Modelo Processual trabalha com o conceito de processo sade-doena ou histria natural da doena. Segundo Levell e Clark - 76, denomina-se de histria natural da doena ao conjunto de processos interativos que cria o estmulo patolgico no meio ambiente ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estmulo, at s alteraes que levam a um defeito, invalidez, recuperao ou morte. Este objetiva dar sentido a diferentes mtodos de preveno e controle dos problemas de sade. Abrange a ocorrncia das doenas em 2 domnios: o meio externo onde atuam determinantes e agentes e o meio interno onde se desenvolve a doena. No externo atuariam os fatores exteriores de natureza fsica, biolgica, poltica e scio-cultural. No Interno se processariam as mudanas bioqumicas, fisiolgicas e histolgicas e atuariam os fatores hereditrios, congnitos, as alteraes orgnicas conseqentes

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    de enfermidades anteriores e outros. Teramos: o perodo patognico (= doena propriamente dita) e o pr-patognico. Na pr-patognese so importantes as definies dos fatores denominados de Agentes e Determinantes. O modelo fala em configuraes com Probabilidades de Risco: mnimo, intermedirio e mximo.

    Modelo Sistmico Segundo Roberts, 1978 sistema um conjunto de elementos de tal forma relacionados que uma mudana de qualquer elemento provoca mudana no estado dos demais elementos e quando envolve seres vivos, costuma ser designado de ecossistema. Este conceito tem sido til como forma de entender e analisar o processo sade-doena.

    Segundo Naomar de Almeida Filho e Maria Zlia Rouquayrol - 2002, a estrutura geral de um dado problema de sade constitui, funcionalmente um sistema epidemiolgico em equilbrio dinmico. Cada vez que um de seus componentes sofre alguma alterao, esta repercute e atinge as demais partes, num processo em que o sistema busca novo equilbrio.

    Sistema Epidemiolgico - tambm segundo Naomar e Rouquayrol, o conjunto formado por agente, suscetvel e pelo meio ambiente, dotado de uma organizao interna que regula as interaes determinantes da produo de doena, juntamente com os fatores vinculados a cada um dos elementos do sistema. Os componentes deste sistema a serem considerados podem pertencer ao ambiente, ao agente patognico ou ao suscetvel.

    Sistema epidemiolgico-social - San Martin chama de aquele formado pelo ambiente, populao, economia e cultura. Para ele a qualidade e dinmica deste conjunto, incluindo o modo e as relaes de produo, o tipo de desenvolvimento econmico, velocidade de industrializao, as desigualdades socioeconmicas, a concentrao de poder, a participao comunitria, a responsabilidade individual e coletiva so essenciais na determinao do processo sade-doena.

    EQUIDADE a distribuio proporcional de determinado atributo ou direito populacional junto com eficincia, liberdade de escolha e maximizao da sade. Como no exemplo na prestao de servios de sade a equidade horizontal seria o tratamento igual de indivduos que se encontram em situao de sade igual e a equidade vertical seria o tratamento apropriadamente desigual em situaes de sade distintas de forma a priorizar os maiores problemas e obter uma sade igualitria

    ETIOLOGIA = estudo da origem das coisas; usado na sade de forma similar etiopatogenia.

    ETIOPATOGENIA = origem da patogenia, isto , doena.

    FATOR* pela sua etimologia, do latim factor, aquilo que produz, indicaria necessariamente uma relao causal, no entanto esta preciso (necessariamente) dificlima de ser verificada na maioria dos fatores de exposio na epidemiologia moderna, que, no entanto consolidou o uso da palavra.

    FATORES DE RISCO* so os componentes (a depender do modelo) que podem levar doena ou contribuir para o risco de adoecimento e manuteno dos agravos de sade: No modelo biolgico, o termo mais usado para se definir causadores das doenas no infecciosas. No modelo processual, como caractersticos do perodo pr-patognico ou mantenedores no perodo patognico englobando os Agentes e os Determinantes. No modelo sistmico, significa realmente qualquer fator que compe o sistema dinmico em que o problema de sade ocorre em toda sua evoluo. Um s fator nunca suficiente para o aparecimento da doena, mas esta depende de vrios determinantes. *Obs: Devido importncia das definies de Risco e Fator para as aes de VISA, retomaremos estes conceitos com mais detalhes nos textos de Risco em Sade e Avaliao de Risco.

    FONTE DE INFECO: de onde veio determinada infeco. O conceito confunde-se com o de um determinado reservatrio especfico.

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    HOSPEDEIRO: Ser vivo que oferece, em condies naturais, subsistncia ou alojamento a um agente infeccioso (OPAS 92). Pode ser humano ou outro animal (inclusive aves e artrpodes) Hospedeiro primrio ou definitivo onde o agente atinge a maturidade ou passa sua fase sexuada; hospedeiro intermedirio ou secundrio aquele onde o parasita se encontra em forma assexuada ou larvria. No modelo sistmico o Homem pode ser hospedeiro intermedirio ou definitivo.

    Como em todos os modelos, tambm no modelo sistmico, nas doenas infecciosas so importantes os atributos do hospedeiro em sua relao com o agente patognico: Resistncia: o conjunto de mecanismos do organismo que servem de defesa contra a invaso

    ou multiplicao de agentes infecciosos ou contra efeitos nocivos de seus produtos txicos e depende da nutrio, da capacidade de reao a estmulos do meio, de fatores genticos, da sade geral, estresse, ou da imunidade. Resistncia Natural aquela que independe de anticorpos ou de reao especfica dos organismos e resulta de fatores anatmicos, fisiolgicos, e outros intrnsecos do hospedeiro; pode ser gentica, adquirida, permanente ou temporria.

    Imunidade: um subtipo de resistncia, especfica, associada presena de anticorpos que possuem ao especfica sobre o microorganismo responsvel por uma doena infecciosa ou sobre suas toxinas (OPS/OMS, 92).

    Suscetibilidade medida de fragilidade, a possibilidade adoecimento por determinado agente, fator de risco ou conjunto de causas.

    A suscetibilidade de uma espcie ocorre quando esta est sujeita a determinada infeco ou doena. Dentro da mesma espcie, h indivduos resistentes e suscetveis a uma infeco; a suscetibilidade individual , portanto, o estado de qualquer pessoa (ou animal) que no apresenta defesa ou resistncia contra o agente infeccioso e por essa razo pode adoecer ao entrar em contato com este. Em se falando de doenas infecciosas a suscetibilidade absoluta, pois o indivduo susceptvel ou no; porm, quando tratamos das no infecciosas podemos falar em grau varivel de susceptibilidade, isto , alguns indivduos podem ficar expostos por muito tempo a um determinado fator de risco em altas concentraes e no adoecer enquanto outros em exposies com pequenas concentraes e/ou pouco tempo, adoecem.

    INFORMAO: Descrio da realidade, mais completa que um dado, associada a um referencial explicativo (Moraes 1994). Esta surge atravs de um dado que, aps ter sido coletado, trabalhado de maneira sistemtica, produzindo conhecimento. Quanto s Informaes em Vigilncia Sanitria e Sade, so importantes os conceitos de indicador adiante:

    INDICADOR: Segundo o dicionrio Aurlio o que indica, ou seja, o que reflete uma caracterstica. A palavra NDICE ora usada como sinnimo de indicador, ora com uma conotao mais abrangente (pg 12). Indicador de Sade indica, revela a situao de sade (ou um aspecto dela) da populao ou de um indivduo; montado a partir de dados referenciados no tempo e espao e pela sua forma de organizao e apresentao, facilitam a anlise e o olhar com significncia sobre a realidade, atravs de sua simples leitura ou atravs do acompanhamento dos dados no tempo. A Vigilncia Sanitria utiliza muito, no seu dia a dia e em seu planejamento, Indicadores de Sade e Indicadores Ambientais e por vezes Indicadores de Produo, Indicadores Demogrficos e Scio-Econmicos.

    Quanto aos tipos de indicadores mais usados: Proporo, ndice ou distribuio proporcional: a relao entre freqncias atribudas de determinado evento, sendo que no numerador registrada a freqncia absoluta do evento que constitui subconjunto daquele contido no denominador que de carter mais abrangente. Exemplo: nmero de bitos por doenas cardiovasculares em relao ao nmero de bitos em geral.

    Distribuio Proporcional = N parcial de casos x 100 N total de casos

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    Razo: medida de freqncia de um grupo de eventos relativa freqncia de outro grupo de eventos. um tipo de frao em que pelo menos, parte dos elementos do numerador no est contida no denominador, ou seja, o numerador no um subconjunto do denominador. Exemplo: razo entre o nmero de bitos por doena meningoccica e o nmero de bitos por meningite tuberculosa. Razo entre o nmero de casos de AIDS no sexo masculino e o nmero de casos de AIDS no sexo feminino.

    Coeficiente ou Taxa: a relao entre o nmero de casos de um evento e uma determinada populao, num dado local e poca. a medida que informa quanto ao risco de ocorrncia de um evento. Exemplo: nmero de bitos por leptospirose no Rio de Janeiro, em relao s pessoas que residiam nessa cidade em cada ano; n trabalhadores intoxicados por determinada substncia em relao aos trabalhadores de determinada indstria.

    As Variveis/ Indicadores de Sade mais usados so: (ver tambm listagem em Medidas e Coeficientes mais usados em Vigilncia)

    MORBIDADE a varivel caracterstica das comunidades de seres vivos, refere-se ao conjunto dos indivduos que adquirem doenas (ou determinadas doenas) num dado intervalo de tempo em uma determinada populao. A morbidade mostra o comportamento das doenas e dos agravos sade na populao.

    Indicadores de Morbidade: A morbidade freqentemente estudada segundo quatro indicadores bsicos: a incidncia, a prevalncia, a taxa de ataque e a distribuio proporcional.

    INCIDNCIA: A incidncia de uma doena, em um determinado local e perodo, o nmero de casos novos da doena que iniciaram no mesmo local e perodo. Traz a idia de intensidade com que acontece uma doena numa populao, mede a freqncia ou probabilidade de ocorrncia de casos novos de doena na populao. Alta incidncia significa alto risco coletivo de adoecer.

    Coeficiente de = n de casos novos de determinada doena em um dado local e perodo x 10 n Incidncia Populao do mesmo local e perodo

    PREVALNCIA: prevalecer significa ser mais, preponderar, predominar. A prevalncia indica qualidade do que prevalece, prevalncia implica em acontecer e permanecer existindo num momento considerado. Portanto, a prevalncia o nmero total de casos de uma doena, existentes num determinado local e perodo.

    Coeficiente de = n de casos existentes (novos + ant.) em dado local/momento/perodo x10n Prevalncia Populao do mesmo local e perodo

    O coeficiente de prevalncia mais utilizado para doenas crnicas de longa durao. Ex: hansenase, tuberculose, AIDS, tracoma ou diabetes. Casos prevalentes so os que esto sendo tratados (casos antigos), mais aqueles que foram descobertos ou diagnosticados (casos novos). A prevalncia, como idia de acmulo, de estoque, indica a fora com que subsiste a doena na populao.

    A prevalncia pode ser pontual ou no perodo (lpsica): Prevalncia pontual (instantnea ou prevalncia momentnea) medida pela freqncia da

    doena ou pelo seu coeficiente em um ponto definido no tempo, seja o dia, a semana, o ms ou o ano. No intervalo de tempo definido da prevalncia pontual, os casos prevalentes excluem aqueles que evoluram para cura, para bito ou que migraram.

    Prevalncia num perodo de tempo ou lpsica abrange um lapso de tempo mais ou menos longo e que no concentra a informao em um dado ponto desse intervalo. Na prevalncia

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    lpsica esto includos todos os casos prevalentes, inclusive os que curaram, morreram e emigraram.

    TAXA DE ATAQUE: tambm um indicador muito usado onde o construmos. o coeficiente ou taxa de incidncia de uma determinada doena para um grupo de pessoas expostas ao mesmo risco limitadas a uma rea bem definida. muito til para investigar e analisar surtos de doenas ou agravos sade em locais fechados.

    Taxa de ataque = N de casos de uma determinada doena num dado local e perodo x 100 Populao exposta ao risco

    MORTALIDADE: a varivel caracterstica das comunidades de seres vivos; refere-se ao conjunto dos indivduos que morreram num dado intervalo do tempo. Representa o risco ou probabilidade que qualquer pessoa na populao apresenta de poder vir a morrer ou de morrer em decorrncia de uma determinada doena. Diversas vezes temos que medir a ocorrncia de doenas numa populao atravs da contagem de bito e para estud-las corretamente; estabelecemos uma relao com a populao que est envolvida. calculada pela taxas ou coeficientes de mortalidade. Representam o peso que os bitos apresentam numa certa populao.

    Indicadores de Mortalidade: Calculamos principalmente os coeficientes ou taxas de mortalidade geral, mortalidade infantil, mortalidade por causa e a letalidade, apesar de haver muitos outros coeficientes de mortalidade bastante usados.

    Coeficiente de Mortalidade Geral: Nmero total de bitos, no perodo x 1.000 Populao total, na metade do perodo. a relao entre o total de bitos de um determinado local pela populao exposta ao risco de morrer. Apesar de no ser um bom indicador possibilita comparar uma srie de anos para o mesmo local.

    Coeficiente de Mortalidade = N bitos em

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    por tal doena e pode informar sobre a qualidade da assistncia mdica oferecida populao.

    Taxa de Letalidade = N bitos pela doena em determinada rea e perodo x 100 ou 1000 N total de pessoas com a doena na mesma rea e perodo

    As Variveis de Planejamento de Ao em VISA - alm dos indicadores clssicos, so necessrias a anlise das variveis seguintes, fundamentais para o planejamento, a execuo a contento das aes de vigilncia sanitria ou qualquer interveno efetiva e no processo sade-doena.

    GOVERNABILIDADE = a capacidade de interveno em determinada questo ou sobre determinado problema, por determinado rgo ou agente. Ex: a governabilidade da vigilncia Sanitria sobre a desnutrio infantil pequena sendo muito maior a governabilidade da assistncia primria sade. A governabilidade da VISA municipal sobre a ocorrncia de intoxicaes alimentares em restaurantes muito maior que a da assistncia sade (apesar do diagnstico ser feito pela ltima).

    GRAVIDADE a avaliao das conseqncias do processo ou da doena, medida pela letalidade, taxa de hospitalizao, pelas as seqelas e outras conseqncias. traduzida erroneamente do ingls severity por severidade (ver mais informaes sobre o uso do conceito de gravidade no captulo sobre Avaliao e Priorizao de Riscos.

    MAGNITUDE - Avaliao da dimenso do problema/processo sade-doena onde se leva em conta principalmente a freqncia da ocorrncia isto , a incidncia, a prevalncia, a morbidade e a mortalidade e, em planejamento e Vigilncia Sanitria, a gravidade do efeito (conseqncia, ou dano) do evento. Para maiores detalhes de como se fazer a avaliao da magnitude e como se pode usar este conceito, veja adiante captulo sobre Avaliao e priorizao de Riscos pg 20.

    SEVERIDADE a conseqncia de tradues errneas do ingls de Severity, usado como sinnimo de gravidade, mas segundo o Aurlio a qualidade de severo, ato severo, rigoroso, inflexibilidade de carter ou sobriedade.

    TRANSCENDNCIA - a medida da relevncia social, da importncia, do reconhecimento que determinada populao d a um evento, do desejo da comunidade de resolver o problema. Esta normalmente bastante influenciada tambm pela gravidade dos eventos. Este conceito tambm muitas vezes chamado de Valor Social (planejamento estratgico).

    VULNERABILIDADE - a permeabilidade interveno, a condio de modificao do processo, do quadro, conforme a capacidade cientfica e tcnica de interveno. Este conceito fundamental para o Planejamento Estratgico em Vigilncia Sanitria.

    NDICE ora usada como sinnimo de indicador, ora com uma conotao mais abrangente expondo situaes multidimensionais do problema estudado e incorporando em uma medida nica, diferentes aspectos ou diferentes indicadores (Maurcio Gomes Pereira, 1995) ver pg 9.

    OCORRNCIA - acontecimento, sucesso, circunstncia (dicionrio Aurlio).

    PANDEMIA - caracterizada por uma epidemia com larga distribuio geogrfica, atingindo mais de um pas ou de um continente. Um exemplo tpico deste evento a epidemia de AIDS que atinge todos os continentes.

    PATGENO - so os agentes causadores das doenas ver Modelo Biomdico em Agente e em Epidemiologia.

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    PERIGO - de acordo com o Aurlio, pode ser definido como: 1- Circunstncia que prenuncia um mal para algum ou para alguma coisa; 2- Aquilo que provoca tal circunstncia; 3- Estado ou situao que inspira cuidado; 4- Situao de fato da qual decorre o temor de uma leso fsica ou moral a uma pessoa ou de uma ofensa aos direitos dela. No encontramos o termo nos textos de epidemiologia - veja discusso e uso em vigilncia no texto de Risco Sade.

    PLANEJAMENTO ESTRATGICO - Mtodo de planejamento muito usado na Sade Pblica.

    POLUIO a presena de substncias nocivas sade, no necessariamente infecciosas, no ambiente.

    PONTO CRTICO DE CONTROLE a etapa do processo de produo onde existe o risco de dano ao produto (ou ao trabalhador) e onde possvel aplicar medidas de controle para evit-lo, preveni-lo ou reduzi-lo. (termo mais usado na vigilncia de produtos alimentos, mtodo HACCAP).

    PORTADORES so os que tm o agente infeccioso, podem transmiti-lo, mas no momento no apresentam sintomas. Portadores ativos ou j tiveram sintomas ou viro a t-los. Portadores passivos so os que nunca apresentaram ou apresentaro sintomas; estes so os

    mais importantes epidemiologicamente por difundirem o agente etiolgico contnua ou intermitentemente apesar de passarem desapercebidos.

    PRINCPIO DA PRECAUO - Precauo segundo o dicionrio Aurlio a Disposio ou medida antecipada que visa prevenir um mal; preveno; cautela; cuidado. Nos ltimos anos, na linguagem ambientalista o princpio da precauo destacou-se, principalmente com a definio assumida no encontro do Rio, a ECO 92 que formulou a mais representativa definio do direito internacional at hoje (F.G. Cezar e P. Abrantes em Princpio da Precauo: Consideraes Epistemolgicas sobre o princpio da precauo e sua relao com o processo de anlise de risco Caderno de Cincia & Tecnologia, Braslia, v20, n2, p255-262, maio/ago 2003): Quando uma atividade gera ameaa de dano sade ou ao meio ambiente, medidas de precauo devem ser tomadas mesmo se algumas relaes de causa e efeito no so completamente estabelecidas cientificamente. Neste contexto o proponente de uma atividade, mais que o pblico, deve ter o nus da prova.

    PROCESSO SADE-DOENA ver Modelo Processual em Epidemiologia pg 5

    RESERVATRIO de agentes infecciosos (reservatrio de bioagentes) o ser humano ou animal, artrpode, planta, solo ou matria inanimada em que um agente normalmente vive, se multiplica ou sobrevive e do qual tem o poder de ser transmitido a um hospedeiro susceptvel. Classificam-se as doenas segundo seu reservatrio como: Antroponoses so as doenas onde o homem o nico reservatrio, nico hospedeiro e nico

    susceptvel (gripes, DST, febre tifide). Zoonoses so infeces comuns aos homens e outros animais. Anfixenoses onde homens e animais so reservatrios (leiximaniose). Fitenoses - as plantas so os reservatrios e o homem susceptvel (blastomicose). Obs:Os reservatrios humanos incluem os portadores e os doentes (casos clnicos).

    RISCO - entendido pela epidemiologia como a probabilidade de ocorrncia de um dano. Obs: Devido importncia da definio de Risco para as aes de VISA, retomaremos este conceito com mais detalhes nos textos de Risco em Sade e Avaliao e priorizao de Risco.

    SADE salvao, conservao da vida, vigor (ver a introduo desta reviso pg 3).

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    SAZONALIDADE - a propriedade de um fenmeno considerado peridico (cclico) de repetir-se sempre na mesma estao (sazo) do ano. As doenas so sujeitas variao sazonal com aumentos peridicos em determinadas pocas do ano, geralmente relacionados ao seu modo de transmisso. Por extenso do significado, o termo abrange em alguns textos tambm as variaes cclicas.

    SISTEMAS DE INFORMAO so conjuntos de informaes sistematizadas. Temos na sade alguns sistemas Nacionais e Estaduais bastante importantes para a VISA: SIAB: Sistema de Informaes de Ateno Bsica - Nacional SIAMED: Sistema de Informaes de Medicamentos - Estadual SIA-SUS: Sistema de informaes ambulatoriais de Sade - Nacional SIH/SUS: Sistema de Informaes Hospitalares - Nacional SIM: Sistema de Informao de Mortalidade - Nacional SINAN: Sistema de Notificao de Agravos - Nacional SINASC: Sistema de Informaes de Nascidos Vivos - Nacional SINITOX: Sistema Nacional de Informaes Txico-Farmacolgicas - Nacional SISAGUA: Sistema de Inf. de Vigilncia da qualidade da gua p/ consumo humano - Nacional SISHEMO: Sistema de Informaes de Sangue e Hemoderivados - Estadual SIVISA: Sistema de Informao em Vigilncia Sanitria - Estadual

    SURTO a ocorrncia de dois ou mais casos epidemiologicamente relacionados Alguns autores denominam surto epidmico, ou surto, a ocorrncia de uma doena ou fenmeno restrita a um espao extremamente delimitado: colgio, quartel, creches, grupos reunidos em uma festa, um quarteiro, uma favela, um bairro etc.

    TENDNCIA SECULAR so as variaes observadas em longo perodo de tempo, geralmente 10 anos ou mais.

    VARIAO CCLICA so variaes no comportamento (incidncia e prevalncia, mortalidade, letalidade, etc) das doenas em ciclos peridicos e regulares (que se repetem em perodos anuais, mensais, semanais ou at em certas horas do dia).

    VARIVEL Que pode apresentar diversos valores distintos, que pode ter ou assumir diferentes valores, diferentes aspectos segundo os casos particulares ou as circunstncias Aurlio.

    VETORES so seres vivos que veiculam o agente desde o reservatrio at o hospedeiro potencial. Vetores mecnicos so os transportadores de agentes, geralmente insetos, que os carreiam nas

    patas, probscides, asas ou trato gastro-intestinal contaminados e onde no h multiplicao ou modificao do agente.

    Vetores biolgicos so aqueles em que os agentes desenvolvem algum ciclo vital antes de serem disseminados ou inoculados no hospedeiro.

    VECULOS so fontes secundrias, intermedirias entre o reservatrio e o hospedeiro como objetos e materiais (alimentos, gua, roupas, instrumentos cirrgicos, etc.).

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    RISCO SADE

    Retomando o conceito inicial de sade e a relao estreita, entre os termos sade, risco e vigilncia sanitria, vemos ser necessrio aprofundar algumas outras definies, a se iniciar pelo prprio risco que, por ser um conceito extremamente utilizado em vigilncia e objeto de sua ao, deve ser mais bem entendido.

    Risco, do latim risicu, riscu, resecare, isto , cortar ou em linguagem medieval nutica, penhasco, perigo oculto. Segundo o dicionrio Aurlio risco pode ser definido como: 1- Perigo ou possibilidade de perigo. 2- Possibilidade de perda ou de responsabilidade pelo dano.

    RISCO - entendido pela epidemiologia como a probabilidade de ocorrncia de uma doena, agravo, bito, ou condio relacionada sade (incluindo cura, recuperao ou melhora) em uma populao ou grupo durante um perodo de tempo determinado. (Almeida Filho e Rouquayrol, 2002).

    Esta parece ser a definio mais apropriada para utilizarmos, pois a usada pela cincia que embasa as intervenes da sade coletiva como um todo. Em epidemiologia o risco estimado sob forma de uma proporo matemtica (ou seja, a razo entre duas grandezas onde o numerador est contido no denominador), ou seja, um indicador. Trabalhamos com percentagens (%) ou com razes de 1: 1.000; 1: 10.000; 1: 100.000; em eventos mais raros como cncer, AIDS, etc. Um indicador de risco pode ser definido como uma proporo entre o nmero de pessoas acometidas por determinado evento (numerador) e a populao ou grupo estudado (denominador), que para podermos usar em anlises comparativas, devem ser especificados fundamentalmente quanto a um determinado perodo de tempo, mas tambm quanto localidade, sexo e outras variveis. Isto trabalhamos sempre com dados relativizados. Os chamados indicadores de sade so indicadores de risco utilizados mais frequentemente para comparaes do estado de sade das populaes. Para entendermos as medidas de risco existentes, precisamos ter muito claro as definies de agravo ou dano sade, de fator de risco e suas formas de ocorrncia:

    AGRAVO SADE ou DANO SADE. Definiremos como mal ou prejuzo sade de um ou mais indivduos, de uma coletividade ou populao. Usa-se muito, em vigilncia, o termo dano, referindo-se ao dano em determinado produto, que, dependendo do tipo de utilizao pode se colocar como um fator de risco sade (medicamentos, alimentos, gua, seringas, bolsas de sangue, etc.). Usa-se tambm, o termo dano ambiental, referindo-se a alteraes e prejuzos ambientais; estes, tambm claro, podem se tornar fatores de risco sade (guas contaminadas, ar poludo, lixo mal acondicionado ou destinado etc.).

    FATORES DE RISCO so, portanto, componentes que podem levar doena ou contribuir para o risco de adoecimento e manuteno dos agravos de sade. Podem, tambm, ser definidos como: atributos de um grupo da populao que apresenta maior incidncia de uma doena ou agravo sade em comparao com outros grupos que no o tenha ou com menor exposio a tal caracterstica (Almeida Filho e Rouquayrol), ou ainda, um fator de risco, ou fator de exposio, algum fenmeno de natureza fsica, qumica, orgnica, psicolgica ou social, no gentipo ou fentipo, ou alguma enfermidade anterior ao efeito que se est estudando, que pela variabilidade de sua presena ou ausncia est relacionada com a doena investigada, ou pode ser causa de seu aparecimento.

    A ttulo de exemplo apresentamos alguns Fatores de Risco freqentes na prtica da vigilncia: rudos, vapores (de solvente nos ambientes de trabalho), lixo hospitalar; alimentos contaminados, gua no tratada/contaminada, ambiente mal ventilado ou iluminado, medicamentos com erros no processo de produo (potencialmente danificado ou prejudicado), sangue com manipulao inadequada (potencialmente contaminado); microorganismos patognicos, presena de vetores de doenas, Jornada de trabalho excessiva, Ritmo acelerado de trabalho, etc.

    Devemos, tambm, diferenciar fator de marcador de risco:

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    Fator de Risco diz-se quando seu efeito pode ser prevenido (obesidade, hipertenso arterial, uso de contraceptivos orais, nas doenas coronarianas ou hidrocarbonetos do alcatro nos cigarros e presena de poeira de minrio de urnio no ar para cncer de pulmo).

    Marcador de Risco diz-se quando so atributos inevitveis fora da possibilidade de controle (sexo, grupo tnico, para doena coronariana ou idade e ascendncia familiar para cncer de pulmo).

    Quanto Origem do Fator podem ser: Endgenos so fatores de risco endgenos quando advindas do prprio organismo sob risco

    por exemplo: fatores genticos e constitucionais (diabetes mlitus, hemofilia, etc); Exgenos so fatores de risco exgenos os considerados externos ao organismo sob risco (p

    da china na gua; presena de aedes em determinada regio etc).

    FATOR DE PROTEO o atributo de um grupo com menor incidncia de um determinado distrbio em relao a outros grupos nos quais existe a ausncia ou baixa dosagem de tal fator.

    Quanto EXPOSIO AOS FATORES DE RISCO (e agentes, portanto) poderemos falar em: Exposio Aguda: Contato de um ou vrios indivduos rpida e intensa a determinado

    fator/agente ou a determinados Fatores de Risco. Exposio Intermitente Contato que vai e volta, que ocorre periodicamente, em pulsos no

    tempo. Exposio Reiterada Contato que ocorre repetidamente, de forma sistemtica ou contnua. Exposio Mltipla Contato com muitos fatores, exposio concomitante ou prxima de

    vrios fatores/agentes causadores de agravos sade (fala-se geralmente dos riscos ocupacionais).

    Temos tambm a necessidade de se avaliar e priorizar os riscos a que determinadas populaes esto sujeitas, com a finalidade de se propor intervenes em VISA. De acordo com Backett, E M et al., uma medida de risco um estimador de necessidade de assistncia promotora e preventiva, e do fato de que conhecer a situao antes de ocorrer o evento previsto proporciona o tempo para uma resposta adequada. Ainda de acordo com o mesmo autor, o objetivo do enfoque de risco corrigir desigualdades e em sade, possibilitar que os recursos, humanos ou outros, possam ser dirigidos para onde haja maior necessidade; a avaliao do risco de danos sade (doenas futuras, acidentes, mortes) possibilita a mensurao daquela necessidade, tanto em relao ao indivduo, quanto comunidade. Tambm esta mensurao deve auxiliar a priorizao das intervenes em Vigilncia Sanitria.

    Como vimos tanto no modelo processual como no modelo sistmico, a ecloso da doena depende da articulao de diversos fatores de forma que podemos pensar em configuraes de mxima probabilidade ou risco de ocorrncia indo at o mnimo risco de ocorrncia.

    GRUPO DE RISCO um grupo populacional exposto a um dado Fator ou identificado com um determinado Marcador de Risco.

    MEDIDAS DE RISCO formas de avaliar, mensurar, medir o risco - as clssicas so os j comentados coeficientes de Incidncia e Prevalncia.

    RISCO ABSOLUTO - o chamado Risco Absoluto, nada mais que a ocorrncia de um fenmeno na populao, isto , o coeficiente incidncia de determinado fenmeno em determinada populao.

    Comparao de riscos Como comparamos riscos? Qual pergunta devemos fazer se quisermos saber se determinado evento, situao ou condio (fator) est prejudicando a sade de determinada populao? Em uma dada

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    populao, onde uma parte dela est exposta a um determinado fator e outra parte no est, a repercusso para a sade (doena, agravo, problema = D) a mesma? Na populao (P), comparamos os acometidos pela doena (DE) na parcela populacional exposta ao fator (PE) com os acometidos (DE) na populao no exposta (PE), isto , o risco em uma parcela da populao com o risco em outra. Risco nos expostos - RE = DE/PE e Risco nos no expostos - RE = DE/PE. Em conseqncia, na comparao entre riscos temos:

    RISCO RELATIVO (RR), Fundamental na epidemiologia a razo entre o risco entre os expostos e o risco entre os no expostos a determinado fator. Em outras palavras entre incidncia entre expostos e incidncia entre no expostos:

    RR = RE / RE Risco Relativo = Risco entre os expostos Risco entre no expostos ou:

    RR = IE/IE Risco relativo = Incidncia entre expostos a determinado fator Incidncia entre no expostos ao mesmo fator portanto:

    RISCO RELATIVO (RR): ou razo de incidncias uma medida estatstica que expressa a proporo de incidncia do agravo (doena, causa de morte etc) entre os que apresentam o fator (ou fatores) de risco em determinada populao. Constitui, portanto, uma medida da fora da associao entre o fator de risco e a ocorrncia do agravo. Assim, um Risco Relativo de 1,5 significa um excesso de risco de 50%, entre os indivduos que esto expostos quele fator de risco. Como ocorre, por exemplo, quando est presente o hbito de fumar na gravidez, onde a ocorrncia de morte perinatal de 30 por mil nascidos vivos. Enquanto que entre mes que no fumam a ocorrncia de 20 por 1000.

    RISCO ATRIBUVEL (RA) a diferena entre a incidncia nos expostos e a incidncia nos no expostos ou: RA = IE IE Podemos dizer que uma varivel de exposio pode ser considerada um fator de risco quando o risco relativo referente ao grupo de exposio maior que a unidade (>1) e o risco atribuvel quela varivel maior do que zero (>0): RR>1 e RA>0. Portanto, defini-se:

    RISCO ATRIBUVEL (RA): a medida que indica o que se pode esperar que acontea com a ocorrncia geral do agravo na comunidade, caso o fator de risco seja eliminado. O risco atribuvel combina trs idias: a freqncia da ocorrncia indesejvel, quando o fator de risco est presente; a freqncia da ocorrncia quando o fator est ausente e a freqncia da presena do fator de risco na comunidade.

    RELAO DOSE-RESPOSTA: mede a associao entre as doses de um determinado fator a que os indivduos esto expostos e o aparecimento de danos. uma maneira de se reforar a fora da associao entre exposio e doena. O risco relativo calculado diretamente, (ou estimado atravs do odds ratio), a forma mais usada em epidemiologia para se demonstrar esta associao, mas para se colocar evidncias adicionais, a relao dose-resposta um ngulo interessante a ser explorado. Se, com o aumento da dose de exposio, maior for a resposta, tem-se um argumento a mais em favor da associao causal. Como no exemplo do estudo clssico dos mdicos ingleses com o nmero de cigarros e cncer de pulmo onde tendo como referncia o no-fumante, o risco de morrer por aquela condio foi de oito vezes maior nos fumantes de 1 a 14 cigarros ao dia (RR=8), vinte vezes maior nos fumantes de 15 a 24 cigarros dirios (RR=20) e trinta e duas vezes maior nos grandes fumantes, que consumiam 25 ou mais cigarros ao dia (RR=32).

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    RAZO DE PREVALNCIA sendo a relao entre a prevalncia nos expostos e a prevalncia nos no expostos o sucedneo do risco relativo - RP = PE/PE DIFERENA DE PREVALNCIAS a diferena entre a prevalncia nos expostos e nos no expostos - RP = PE - PE

    RAZO DE CHANCES, estimativa de risco relativo ou razo de produtos cruzados, mais conhecido como Olds-Ratio (OR) um indicador que estima o risco relativo a determinado fator (mede seu efeito no desenvolvimento clnico da doena ou problema) a partir de valores encontrados em estudos de Caso Controle, isto , representa a razo entre as chances em favor da exposio nos casos (doentes) e as chances em favor da exposio nos no casos (indivduos sadios) (Rouquayrol e Almeida Filho 2003).

    Algumas formas de se medir estes riscos na sociedade para o planejamento da ao necessitam tambm dos conceitos seguintes:

    HAZZARD / RISCO POTENCIAL: verifica-se uma confuso em torno da terminologia utilizada para a definio do que aqui denominamos hazard. Nos textos de lngua inglesa encontramos esta palavra Hazard, que vem sendo traduzida em nosso pas por inmeros nomes como Risco Potencial, Condio Potencial de Risco, Perigo, e outros. Seu significado poderia ser de uma condio potencial aguardando o momento de se tornar um dano ou uma perda (Rubens Mazon 1988) ou ainda, a existncia de uma condio ou situao crtica concreta no interior (ou em funo) da qual identifica-se, a partir da experincia ou de conhecimentos cientficos, que h grandes chances de ocorrncia de eventos indesejveis (acidentes, doenas, contaminaes, etc...).

    PERIGO - Na Vigilncia Sanitria de Produtos Relacionados Sade, principalmente em alimentos (mtodo HACCP), tm-se utilizado esta palavra como um termo que engloba o Hazard (risco potencial) e os fatores de risco presentes na produo e que podem levar a um prejuzo ou dano ao produto (alimento); este se transforma, no caso, em fator de risco sade. Perigo tambm tem sido usado em textos de Vigilncia Ambiental como equivalente a Agente ou Fator de Risco, principalmente em relao aos contaminantes ambientais. Este termo no se encontra nos textos de epidemiologia. De acordo com o Aurlio, Perigo pode ser definido como: 1- Circunstncia que prenuncia um mal para algum ou para alguma coisa; 2- Aquilo que provoca tal circunstncia; 3- Estado ou situao que inspira cuidado; 4- Situao de fato da qual decorre o temor de uma leso fsica ou moral a uma pessoa ou de uma ofensa aos direitos dela;

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    AVALIAO E PRIORIZAO DE RISCOS EM VIGILNCIA (planejamento das aes em VISA e Sade)

    Apesar de algumas definies consensuais contidas nos vrios dicionrios e manuais de epidemiologia, na prtica quotidiana verificamos a existncia de inmeras e diferentes abordagens na investigao, anlise das condies de risco e priorizao de aes, conforme os vrios campos de atuao da Vigilncia Sanitria. Aqui condensamos algumas formas classificao e de trabalho que julgamos interessantes, vlidas e teis para as diversas reas da vigilncia. Uma das formas de se avaliar o Grau de Risco, que tambm podemos chamar de avaliao da Magnitude de um problema, a tambm chamada avaliao qualitativa de risco, muito usada hoje na Sade do Trabalhador, onde para se poder priorizar os problemas visando a interveno, avaliando e atribuindo valores para qualificar a Freqncia (ou Exposio) e a Severidade ou Gravidade do Dano (Efeito, conseqncia). Neste caso podemos categorizar a Exposio ou Freqncia da ocorrncia atravs da atribuio de ndices da seguinte maneira: A -ndice 4 = Freqente ou Excessiva = Previsto ocorrer freqentemente, altssima incidncia-prevalncia-mortalidade- morbidade/contato freqente e com nveis altssimos de exposio. B - ndice 3 = Provvel ou Elevada = Provvel correr muitas vezes, incidncia-p-m-m elevada/ contato freqente e nvel alto ou contato ocasional e nvel altssimo. C - ndice 2 = Ocasional ou Moderada = Possvel ocorrer algumas vezes, incidncia-p-m-m moderada/ contato freqente e nvel baixo ou contato ocasional e nvel alto. D - ndice 1 = Remota ou Baixa = Possvel, mas improvvel de ocorrer, baixa incidncia-p-m-m/ contato infreqente, por pouco tempo e nvel baixo. E - ndice 0 = Improvvel ou Desprezvel = muitssimo improvvel, quase inexistente, incidncia baixssima/ contato excepcional ou inexistente em condies normais.

    Quanto Gravidade do Dano (do efeito) - muitas classificaes se originaram nos controles de qualidade industrial e levavam em conta principalmente os custos que acarretavam as doenas, alm da proporo de seqelas ou de incapacidade, a freqncia de complicaes e a Letalidade ou fatalidade. tambm chamada, equivocadamente, de Severidade em algumas tradues do severity em ingls. Em Sade do trabalhador e Vigilncia Sanitria tem se mostrado interessante a seguinte classificao: I - ndice 4 = Catastrfica (Letal ou Severa, Extremamente Grave) = Chance de morte ou perda do sistema, letalidade. II - ndice 3 = Crtica (Sria ou Grave) = Chance de leso grave ou incapacitao, morbidade sria, piora da qualidade de vida e/ou complicaes muito freqentes e dano importante ao sistema. III - ndice 2 = Moderada (ou Marginal) = Efeitos reversveis, moderados a severos, mas sem seqelas, no levando a incapacidades. IV - ndice 1 = Leve ou Insignificante = Efeitos nocivos sub-clnicos ou leves, reversveis, alteraes sensoriais; sem leso maior, sem dano ao sistema. V - ndice 0 = Mnimo (ou negligencivel) = Efeito no significativo ou desconhecido, sem morbidade, achados laboratoriais e outros sem repercusso.

    A seguir reproduzimos duas maneiras adaptadas pela equipe do CVS, de montar uma visualizao que facilite a priorizao ou graduao de riscos: um grfico (originalmente do Professor ster Maria O Camargo, texto CBVS 1999 baseado em Trivelato, 1997) e um quadro (originalmente Texto CBVS do Prof Rubens Mazon, 1998):

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    Fazendo-se uma graduao de risco atravs do cruzamento destes dois parmetros neste grfico chegamos a uma classificao interessante de grau de risco ou magnitude do problema a ser enfrentado, bastante interessante como parmetro para se iniciar uma priorizao partindo para o planejamento estratgico das atividades em vigilncia. O Grau de Risco ou a Magnitude pode ser assim classificada em: Muito Alta, Alta, Moderada, Baixa e Trivial.

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    Esta classificao tambm pode ser usada com o esquema de cores no quadro a seguir: Muito Alta, Alta, Moderada, Baixa e Trivial.

    MATRIZ DE LEVANTAMENTO DE PRIORIDADES Descrio da

    Freqncia de Categorias de Ocorrncias

    (Gravidade)

    Ocorrncias I

    Catastrfica II

    Crtica III

    Moderada IV

    Leve V

    Mnima (A)

    Freqente

    IA.

    IIA

    IIIA

    IVA

    VA

    (B) Provvel

    IB

    IIB

    IIIB

    IVB

    VB

    (C) Ocasional

    IC

    IIC

    IIIC

    IVC

    VC

    (D) Remota

    ID

    IID

    IIID

    IVD

    VD

    (E) Improvvel

    IE

    IIE

    IIIE

    IVE

    VE

    Esta avaliao da magnitude dos problemas a serem enfrentados (indicadores de freqncia x gravidade) juntamente com uma avaliao da vulnerabilidade destes interveno e da transcendncia para a populao nos dar a possibilidade de priorizar tecnicamente a necessidade de interveno e se acrescentando uma avaliao da governabilidade da ao possvel e recomendvel o planejamento e a ao organizada da vigilncia sanitria para no s apagar incndios, mas para realizar de fato aes preventivas.

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    MEDIDAS E COEFICIENTES MAIS UTILIZADOS EM SADE PBLICA

    Medidas de Mortalidade: Coeficiente de Mortalidade Geral CMG: Nmero total de bitos, no perodo x 1.000 (10) Populao total, na metade do perodo

    Coeficiente de Mortalidade por Sexo: Nmero de bitos de um dado sexo, no perodo__ x 1.000 (10). Populao do mesmo sexo, na metade do perodo.

    Coeficiente de Mortalidade por Idade CMI: Nmero de bitos de um grupo etrio, no perodo . x100mil (105).

    Populao do mesmo grupo etrio, na metade do perodo.

    Coeficiente de Mortalidade por Causa - CMC: N de bitos por determinada causa (ou grupo causas), no perodo x100 mil (105). Populao na metade do perodo

    Coeficiente de Mortalidade Materna - CMM: N de bitos p/ causas ligadas gravidez, parto, puerprio, no perodo x1000 (10). Nmero de nascidos vivos, no perodo.

    Coeficiente de Mortalidade Infantil CMI: N de bitos de crianas menores de um ano de idade, no perodo x 1.000 (10). Nmero de nascidos vivos, no perodo.

    Coeficiente de Mortalidade Infantil Precoce (ou Neonatal) - CMIP: N de bitos crianas nas primeiras quatro semanas de vida, no perodo x 1.000 (10). Nmero de nascidos vivos, no perodo.

    Coeficiente de Mortalidade Neonatal Precoce: Nmero de bitos de crianas na primeira semana de vida, no perodo x 1.000 (10). Nmero de nascidos vivos, no perodo

    Coeficiente de Mortalidade Neonatal Tardia: Nmero de bitos de crianas, na 2, e 4 semana de vida, no perodo x 1.000 (10). Nmero de nascidos vivos, no perodo

    Coeficiente de Mortalidade Infantil Tardia (ou Ps-Neonatal) - CMIP: Nmero de bitos de crianas de 28 dias at 1 ano de idade, no perodo x 1.000 (10). Nmero de nascidos vivos, no perodo.

    Coeficiente de Mortalidade Perinatal: Nmero de bitos fetais (com 22 semanas ou mais de gestao), acrescido do nmero de bitos na primeira semana de vida, no perodo x 1.000 (10) Nmero de nascidos vivos e de natimortos, no perodo.

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    Coeficiente de Natimortalidade: Nmero de natimortos, no perodo x 1.000 (10) Nmero de nascidos vivos e de natimortos, no perodo.

    Mortalidade Proporcional por causas: Nmero de bitos por determinada causa(ou grupo de causas), no perodo x 100 Todos os bitos, no perodo.

    Mortalidade Proporcional de menores de um ano: Nmero de bitos de crianas menores de um ano, no perodo. x 100 Todos os bitos, no perodo.

    Mortalidade Proporcional de 50 anos ou mais: Nmero de bitos de maiores de 50 anos, no perodo x 100 Todos os bitos, no perodo.

    Coeficiente de Letalidade (ou Fatalidade) Nmero de bitos por determinada doena x 100 Nmero de casos da mesma doena

    Razo de Mortalidade Proporcional (RMP) ou Indicador de Swaroop-Uemura ou RMP: N de bitos em de 50 anos, em um dado local e perodo x 100.

    N total de bitos no mesmo local e perodo

    Medidas de Morbidade (ou indicadores de morbidade):

    Coeficiente de Incidncia:

    N casos novos da doena /local/perodo x 10 n Populao do mesmo local e perodo

    Coeficiente de Prevalncia: N casos existentes (novos + ant.) /local/momento/perodo x 10 n

    Populao do mesmo local e perodo

    Taxa de ataque: N de casos da doena em um dado local e perodo x 100 Populao exposta ao risco

    Reviso Bibliogrfica e Organizao de Sheila Duarte Pereira - 2004

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    Bibliografia:

    Introduo Epidemiologia de Naomar de Almeida Filho e Maria Zlia Rouquayrol - 2002

    Epidemiologia e Sade de Maria Zlia Rouquayrol e Naomar de Almeida Filho, 6 edio, 2003.

    Epidemiologia - Teoria e Prtica de Pereira, Maurcio Gomes Ed. Guanabara Koogan, RJ, 1995.

    F.G. Cezar e P. Abrantes em Princpio da Precauo: Consideraes Epistemolgicas sobre o princpio da precauo e sua relao com o processo de anlise de risco Caderno de Cincia & Tecnologia, Braslia, v20, n2, p255-262, maio/ago 2003.

    Textos do Treinamento Bsico em Vigilncia Epidemiolgica, organizado pela Equipe tcnica do Centro de Vigilncia Epidemiolgica.

    Texto Enfoque de Risco nas Aes de Sade, organizado pela Equipe Tcnica do Centro de Vigilncia Sanitria (Apostilas dos Cursos de Vigilncia Sanitria 1998/99 e atualizado 2003).

    Texto Introduo Epidemiologia da Professora Jacira S. Simes (Apostila do Curso de Sade Pblica UNESP, Araraquara e do Curso de Vigilncia Sanitria UNESP, Rio Claro 2003).

    Texto de Professora Esther Maria O Camargo, CBVS 1999.

    Texto do Prof Rubens Mazon, (CBVS 1998).

    Organizao e Reviso Bibliogrfica de Sheila Duarte Pereira 2004 Complementado em maro de 2007

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    INDICE REMISSIVO

    AGENTES - PG 5 AGENTES ETIOLGICOS - PG 5 AGRAVO SADE PG 5 e PG 16 ANTROPONOSES - PG 13 ANFIXENOSES PG 13 AVALIAO DE RISCOS - PG 11 e 20 BIOPATOGNICOS PG 5 BIOPATGENOS - PG 5 BOAS PRTICAS PG 5 CASO - PG 5 CASO SUSPEITO - PG 5 CAUSALIDADE - PG 6 COEFICIENTE - PG 5, 10, 11, 17, 25 e 26. COMUNICANTE - PG 6 CONTAMINAO - PG 6 CONTROLE - PG 6 DADO - PG 6 DANO - PG 6 e 16 DANO SADE - PG 19 DANO AMBIENTAL - PG 19 DANO EM DETERMINADO PRODUTO - PG 19 DETERMINANTES - PG 6 DIFERENA DE PREVALNCIAS PG 19 DISTRIBUIO PROPORCIONAL PG 9 e 10 DOENA - PG 3 e 6 ENDEMIA - PG 7 EPIDEMIA - PG 3 e 7 EPIDEMIOLOGIA - PG 3, 7 e 8 EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA - PG 7 ESTIMADOR DE NECESSIDADE - PG 17 ETIOLOGIA - PG 8 ETIOPATOGENIA - PG 8 EXPOSIO AGUDA - PG 17 EXPOSIO AOS FATORES DE RISCO - PG 17 EXPOSIO FREQENTE - PG 21 EXPOSIO IMPROVVEL - PG 21 EXPOSIO INTERMITENTE - PG 17 EXPOSIO MLTIPLA - PG 17 EXPOSIO OCASIONAL - PG 21 EXPOSIO PROVVEL - PG 21 EXPOSIO REITERADA - PG 17 EXPOSIO REMOTA - PG 21 FATOR - PG 8 FATOR DE PROTEO - PG 17 FATORE(S) DE RISCO - PG 8, PG 16 e PG 17 FATORES ENDGENOS - PG 17 FATORES ETIOLGICOS - PG 3, PG 5 FATORES EXGENOS - PG 17 FATORES DE EXPOSIO PG 16 FITENOSES PG 13

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    FONTE DE INFECO - PG 8 FORMA ABORTIVA OU FRUSTRA - PG 6 FORMA FULMINANTE - PG 6 FORMA INAPARENTE OU SUB-CLNICA - PG 6 FORMA MANIFESTA - PG 6 FORMA(S) DA(S) DOENA(S) - PG 6 FREQNCIA BAIXA - PG 21 FREQNCIA DESPREZVEL - PG 21 FREQUNCIA ELEVADA - PG 21 FREQNCIA EXCESSIVA - PG 21 FREQNCIA MODERADA - PG 21 GOVERNABILIDADE - PG 13, PG 23 GRAU DE RISCO - PG 22 GRAVIDADE - PG 12 GRAVIDADE CATASTRFICA/SEVERA - PG 21 GRAVIDADE CRTICA/SRIA - PG 21 GRAVIDADE DO DANO - PG 21 GRAVIDADE LEVE /INSIGNIFICANTE PG 21 GRAVIDADE MNIMA/NEGLIGENCIVEL PG 21 GRAVIDADE MODERADA/ MARGINAL -PG 21 GRAVIDADE NEGLIGENCIVEL - PG 21 GRUPO DE RISCO - PG 17 HAZZARD - PG 19 HISTRIA NATURAL DA DOENA - PG 7 HOSPEDEIRO - PG 5, 6 e 9 IMUNIDADE - PG 5 e 9 IMUNOGENICIDADE - PG 5 INCIDNCIA - PG 6, 7, 10 e 26 INCUBAO (Perodo de) - PG 1 INDICADOR - PG 5, 9, 10,11 e 12 INDICADOR SWARUPE UEMURA = Razo de Mortalidade Proporcional (RMP) PG 26 NDICE PG 9, 12 e 21 INDICADORES DE MORBIDADE - PG 10 E 26 INDICADORES DE MORTALIDADE - PG 11, 25 e 26 INFECTIVIDADE - PG 5 INFORMAO - PG 9 e 14 LETALIDADE PG 11, 12 e 26 MAGNITUDE - PG 12, 21, 22 e 23 MARCADOR DE RISCO - PG 16 e 17 MATRIZ DE LEVANTAMENTO DE PRIORIDA-DES - PG 23 MEDIDAS DE MORBIDADE PG 26 MEDIDAS DE MORTALIDADE PG 25 e 26 MEDIDA(S) DE RISCO PG 17 e 25 MODELO BIOMDICO - PG 5, 7 e 8 MODELO PROCESSUAL - PG 5, 7 e 8 MODELO SISTMICO - PG 5, 7 e 8 MODELOS EM EPIDEMIOLOGIA (Explicativos) - PG 7 e 8 MORBIDADE - PG 10 e 26 MORTALIDADE - PG 11, 25 e 26. MORTALIDADE POR CAUSA PG 11 e 25 MULTICAUSALIDADE - PG 6 OCORRNCIA - PG 12

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    ODDS RATIO - OR - (Razo de chances) - PG19 PANDEMIA - PG 12 PATOGENICIDADE - PG 5 PATGENOS - PG 12 PERIGO - PG 12 e 19 PERODO DE INCUBAO - PG 6 PERODO DE TRANSMISSIBILIDADE PG 6 PERODO PATOGNICO - PG 8 PERODO PR-PATOGNICO - PG 8 POLUIO - PG 13 PONTO CRTICO DE CONTROLE - Pg 13 PORTADORES - PG 13 PORTADORES ATIVOS - PG 13 PORTADORES PASSIVOS - PG 13 PRECAUO - PG 13 PREVALNCIA - PG 7 PREVALNCIA LPSICA - PG 8 PREVALNCIA PONTUAL (no Perodo) - PG8 PRINCPIO DA PRECAUO - PG 13 PRIORIZAO DE RISCOS - PG 20 PROBABILIDADES DE RISCO - PG 8 PROPORO (distribuio proporcional) PG9 RAZO PG 10, PG 18, 26 RAZO DE CHANCES PG 19 RAZO DE MORTALIDADE PROPORCIONAL (RMP) PG 26 RAZO DE PREVALNCIA PG 18 RELAO CAUSAL - PG 6 RELAO DOSE-RESPOSTA - PG 18 RELAO NO CAUSAL - PG 6 RESERVATRIO - PG 13 RESISTNCIA - PG 9 RISCO - PG 13, pg 16, 17, 18, 19 e 21 RISCO ABSOLUTO - PG 17 RISCO ATRIBUVEL (RA) - PG 18 RISCO (ou em) SADE - PG 13, 16 RISCO POTENCIAL (hazard) - PG 19 RISCO RELATIVO (RR) - PG 18 SADE PG 3 e 13 SAZONALIDADE - PG 13 SEVERIDADE PG 11, 12 e 21 SIAB PG 14 SIAMED - PG 14 SIA-SUS - PG 14 SIH-SUS - PG 14 SIM - PG 14 SINAN PG14 SINASC - PG 14 SINITOX - PG 14 SISAGUA - PG 14 SISHEMO - PG 14 SISTEMA EPIDEMIOLGICO - PG 8 SISTEMA EPIDEMIOLGICO-SOCIAL - PG 8

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    SISTEMAS DE INFORMAO - PG 14 SIVISA - PG 14 SURTO - PG 14 SUSCETIBILIDADE - PG 9 TAXA - PG 10, 11, PG 12 e PG26 TENDNCIA SECULAR PG 14 TRANSCENDNCIA - PG 12, PG 23 VALOR SOCIAL - PG 12 VARIVEL pg 14 VARIAO CCLICA PG 14 VECULOS - PG 14 VETORES - PG 14 VETORES BIOLGICOS - PG 14 VETORES MECNICOS - PG 14 VIRULNCIA - PG 5 VULNERABILIDADE PG 12, PG 23 ZOONOSES - PG 13.