Antonelli Gustavo Alves

download Antonelli Gustavo Alves

of 60

description

sd

Transcript of Antonelli Gustavo Alves

  • GUSTAVO ALVES ANTONELLI

    Anlise de Mtodos de Secagem de

    Transformadores de Potncia

    So Carlos

    2013

  • GUSTAVO ALVES ANTONELLI

    Anlise de Mtodos de Secagem de

    Transformadores de Potncia

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado

    Escola de Engenharia de So Carlos, da

    Universidade de So Paulo

    Curso de Engenharia Eltrica com nfase em

    Sistemas de Energia e Automao

    ORIENTADOR: Prof. Jos Carlos de Melo Vieira Jnior

    So Carlos

    2013

  • Dedicatria

    Aos meus pais Luis Carlos e Mariana, minha irm

    Laura, meu irmo Frederico e minha namorada

    Luciana com todo amor.

  • Agradecimentos

    Aos companheiros da Companhia de Transmisso de Energia Eltrica

    Paulista (CTEEP), em especial ao Carlos Guilherme Gonzales, pela orientao e

    superviso do trabalho.

    A Luciana, por todo amor, carinho, pacincia e ajuda durante a elaborao

    desse projeto.

    A todos os meu amigos de turma pelo apoio nos momentos difceis durante o

    curso, e tambm os bons momentos vividos.

    Ao Professor Jos Carlos de Melo Vieira Jnior, pela orientao, ateno,

    apoio e incentivo na elaborao do trabalho.

    A todos os professores e funcionrios do Departamento de Engenharia

    Eltrica, que colaboraram durante minha graduao.

    Ao Departamento de Engenharia Eltrica da Escola de Engenharia de So

    Carlos (EESC) Universidade de So Paulo.

    A Deus, por toda minha famlia e amigos.

  • SUMRIO

    1 INTRODUO .................................................................................................................... 1

    1.1 Objetivos ...................................................................................................................... 2

    1.2 Organizao do Trabalho ............................................................................................. 2

    2 TRANSFORMADORES ...................................................................................................... 3

    2.1 Partes de um Transformador ........................................................................................ 3

    2.1.1 Parte Ativa ............................................................................................................. 3

    2.1.2 Buchas ................................................................................................................... 5

    2.1.3 Tanque .................................................................................................................. 7

    2.1.4 Radiadores ............................................................................................................ 8

    2.1.5 leo Isolante .......................................................................................................... 9

    2.1.6 Papel Craft ........................................................................................................... 11

    2.2 Defeitos em Transformador ........................................................................................ 12

    3 UMIDADE ......................................................................................................................... 15

    3.1 Mtodos de Ingresso de Umidade .............................................................................. 15

    3.2 Principais Problemas Causados pela Umidade .......................................................... 17

    3.3 Mtodos de Medio de Umidade Interna de Transformadores ................................. 20

    4 MTODOS DE SECAGEM DE TRANSFORMADORES ................................................... 23

    4.1 Secagem Energizada ................................................................................................. 23

    4.1.1 Mtodo de Circulao de leo Quente ................................................................ 23

    4.1.2 Mtodo de Filtro Absorvente ................................................................................ 25

    4.2 Secagem desenergizada ............................................................................................ 26

    4.2.1 Mtodo por Alto Vcuo......................................................................................... 26

    4.2.2 Mtodo de Circulao de leo Quente Desenergizado........................................ 28

    4.2.3 Mtodo por asperso de leo Quente ................................................................. 30

    4.2.4 Mtodo criognico ................................................................................................ 31

    4.2.5 Mtodo por Vapor Phase ..................................................................................... 32

    4.2.6 Mtodo por circulao de corrente com baixa frequncia(LFH) ........................... 33

  • 5 AVALIAO DOS MTODOS UTILIZADOS E PROPOSTA DE MELHORIA ................... 35

    5.1 Propostas De Melhoria Para o Mtodo De Alto Vcuo ............................................ 32

    5.2 Propostas De Melhoria Para o Mtodo De Circulao De leo Quente .................. 32

    6 CONCLUSO ................................................................................................................... 41

  • Resumo

    Antonelli, G. A. (2013) Anlise de Mtodos de Secagem de Transformadores de Potncia.

    So Carlos, 2013. Trabalho de Concluso de Curso Escola de Engenharia de So Carlos,

    Universidade de So Paulo.

    Os transformadores so um dos principais equipamentos no contexto dos Sistemas Eltricos

    de Potncia (SEP). Assim, o estudo de tcnicas de manuteno deste equipamento

    importante para aumentar seu tempo de funcionamento e confiabilidade. A umidade interna

    nos transformadores um grave problema, j que alm de possibilitar falhas eltricas dentro

    do transformador, acelera o processo de envelhecimento diminuindo a vida til do

    equipamento. Dessa forma a secagem de transformadores uma tcnica importante para

    garantir a longevidade dos mesmos, sendo a nica tcnica utilizada para aumentar a vida

    til da isolao slida. Portanto o objetivo desse trabalho estudar as tcnicas de secagem

    alm de avaliar as duas tcnicas utilizadas na Companhia de Transmisso de Energia

    Eltrica Paulista (CTEEP), e aps essa anlise propor melhorias prticas para os mtodos

    avaliados.

    Palavras-Chaves: Sistema eltrico de Potncia (SEP), Secagem, Transformadores,

    Manuteno Preditiva, Umidade.

  • Abstract

    Antonelli, G. A. Analysis of Power Transformers Drying Methods. End of Course Project

    Engineering School of So Carlos, University of So Paulo.

    The transformers are one of the most important equipment of electric power systems (EPS).

    Thus, the study of maintenance techniques is important to increase their lifetime and

    reliability. The indoor humidity in transformers is a serious problem, because it causes

    electrical faults within the transformer, accelerates the aging process and decreases their life

    time. Therefore, drying the transformer is an important technique to ensure its longevity, and

    it is the only technique used for extending the useful life of the solid insulation. In this context,

    this work aims at studying the drying techniques and at evaluating the two techniques used

    in Company Electrical Energy Transmission Paulista (CTEEP), and after this study we

    propose practical improvements to the methods evaluated.

    Keywords: Electrical Power System (EPS), Drying, Transformers, Predictive Maintenance,

    humidity.

  • 1

    1 INTRODUO

    Este trabalho de concluso de curso vem abordar a importncia da secagem de

    transformadores, com nfase nos de transmisso de energia que trabalham com potncias e

    tenses elevadas.

    Os transformadores de potncia so fundamentais para o sistema eltrico, pois

    permitem a elevao da tenso gerada nas usinas, a transmisso e distribuio da energia

    eltrica em tenses diferentes. Esta flexibilidade nas tenses permite reduzir as perdas na

    transmisso da energia eltrica, devido ao fato de no ter que gerar e transmitir em tenso

    fixa. Portanto deve se tomar cuidado especial com os transformadores de transmisso, que

    trabalham com extra-alta tenso e altas potncias.

    Os transformadores de potncia so os equipamentos mais caros empregados no

    campo da transmisso de energia, devendo receber ateno especial para garantir seu

    funcionamento pelo maior tempo possvel antes de serem substitudos. Alm do alto custo

    referente troca desse equipamento existe outra motivao para esse trabalho, que o fato

    das empresas transmissoras de energia terem sua receita vinculada ao tempo de

    disponibilidade do sistema. Assim quando a concessionria necessita fazer manuteno em

    um transformador ou linha que deixar parte do sistema indisponvel e avisa a ANEEL

    pedindo a liberao desse sistema, a concessionria deixa de receber o valor que seria

    pago pela disponibilidade daquele sistema durante o perodo de manuteno multiplicado

    por 30. Caso a indisponibilidade ocorra por uma emergncia sem liberao da ANEEL, o

    multiplicador passa para 150.

    Dessa forma, com o objetivo de maximizar o tempo de funcionamento dos

    transformadores, alm de aumentar a confiabilidade do sistema, diminuindo o tempo gasto

    com manutenes, foram criados vrios equipamentos cujo objetivo verificar possveis

    problemas no transformador ou no Sistema Eltrico de Potncia (SEP).

    Entre os equipamentos criados para verificar possveis problemas no transformador

    podem se destacar os Transformadores de Corrente (TC), Transformadores de Potencial

    (TP), rels e termmetros. Com esses equipamentos possvel medir tenso, corrente e

    outras grandezas de entrada e sada do transformador, detectar presena de gs gerado

    dentro do transformador, e medir a temperatura interna.

    Com todos esses equipamentos conectados ao transformador consegue-se analisar

    as condies de operao do mesmo, encontrar os defeitos em fase inicial, assim programar

    manutenes e reparos a fim de garantir o melhor funcionamento do equipamento.

    Entre as manutenes realizadas em um transformador, a sua secagem uma das

    mais importantes, com o objetivo de reduzir a umidade interna ao equipamento, aumentar

  • 2

    sua vida til, melhorar seu funcionamento e evitar falhas de isolao. Portanto, a secagem

    de transformadores a tcnica de manuteno preventiva que permite maximizar a sua vida

    til, reduzindo gastos com compra de novos equipamentos.

    1.1 Objetivos

    O objetivo deste trabalho fazer um estudo da importncia da secagem de

    transformadores, compreendendo grande parte dos mtodos de secagem utilizados para

    transformadores de linhas de transmisso.

    Posteriormente a esse estudo, alguns casos prticos e reais sero discutidos por

    meio de uma anlise dos principais mtodos de secagem utilizados na Companhia de

    Transmisso de Energia Eltrica Paulista (CTEEP), avaliando sua eficincia, vantagens e

    desvantagens.

    1.2 Organizao do trabalho

    Este trabalho est organizado como segue:

    Captulo 1: o captulo de introduo, contextualizao e informaes

    fundamentais para o entendimento da necessidade de estudar o tema

    secagem de transformadores.

    Captulo 2: Esse captulo apresentar as principais partes do transformador,

    bem como seus funcionamentos.

    Captulo 3: Esse captulo mostrar os problemas ocasionados pelos elevados

    teores de umidade dos transformadores, alm dos mtodos de anlise da

    umidade dentro dos transformadores.

    Captulo 4: Nesse captulo sero apresentados os mtodos de secagem mais

    utilizados para transformadores com elevadas potncias instaladas.

    Captulo 5: Nesse captulo os seguintes mtodos de secagem sero

    avaliados: alto clculo e circulao de leo quente desenergizado. Ser

    tambm abordado um mtodo de avaliao da eficincia.

    Captulo 6: Esse captulo apresenta todas as concluses obtidas nos estudos

    sobre secagem e sobre o mtodo de anlise de eficincia.

  • 3

    2 TRANSFORMADORES

    Este captulo apresenta as principais partes do transformador, com destaque para a

    isolao slida que o foco deste estudo, bem como os defeitos que podem ocorrer.

    2.1 Partes de um transformador

    Esta seo apresenta as partes em que se dividem um transformador de potncia,

    com o objetivo de possibilitar a compreenso dos tipos de manuteno que podem ser

    efetuados em cada parte do transformador, alm do tempo necessrio para o reparo. Essa

    seo referente ao documento WEG (2013).

    2.1.1 Parte Ativa

    Nesta seo sero apresentados os componentes da parte ativa do transformador,

    como sua necessidade para o sistema. Assim um transformador contm em sua parte ativa

    um conjunto formado por enrolamentos primrios, secundrios e tercirios, o ncleo alm da

    prensagem, isolamento e calos.

    Os enrolamentos do transformador so fios de cobre ou alumnio isolados com

    esmalte ou papel. Os enrolamentos j vm com a razo de relao pr-estabelecida, assim

    as tenses no secundrio e tercirio (se houver) do transformador dependem da tenso

    alternada aplicado no primrio. Contudo existem limites para os valores de tenso e corrente

    que se podem aplicar nos enrolamentos do transformador a fim de no danific-lo. Esses

    limites variam com a seo transversal do fio de cobre e isolao (papel mais leo) utilizado

    no transformador. Os problemas relacionados com a seo transversal do cobre ou

    isolamento sero estudados no final captulo.

    Outro componente contido na parte ativa do transformador o ncleo, o qual

    constitudo de material ferromagntico contendo silcio em sua fabricao, resultando em

    elevada permeabilidade magntica e reduzindo as perdas magnticas (histerese e correntes

    parasitas). Alm disso, o ncleo laminado para reduzir as correntes parasitas. A laminao

    consiste no empilhamento de vrias chapas finas isoladas por carlite.

    Necessita-se tambm de uma ateno especial para no permitir o contato de

    nenhuma parte metlica da prensagem ou calo com o ncleo, mantendo todas as partes

    metlicas isoladas para reduzir as perdas por correntes parasitas. O material que constitui o

    ncleo recebe um tratamento especial com a finalidade de orientar os seus gros, visando

  • 4

    diminuir as perdas especificas do material para torna-lo mais adequado para uso em

    transformadores.

    Pertencente parte ativa tambm tem-se a prensagem, isolao e calos, dessa

    forma a prensagem serve para que o ncleo se torne um conjunto rgido. Isto feito por

    meio de dispositivos de prensagem de chapas, que so vigas dispostas na posio

    horizontal sendo fixadas por tirantes horizontais e verticais.

    A isolao se faz necessria para isolar pontos da parte ativa onde a diferena de

    potencial seja relevante. Com isso isolam-se os condutores, contatos eltricos, as camadas

    dos enrolamentos, primrio e secundrio, as fases e at enrolamento e ncleo. Esse

    isolamento construdo com papel Craft, que ao ser impregnado com o leo isolante um

    dos melhores isolantes j construdos. Para transformadores de potncia utilizados no

    sistema de transmisso com tenso superior a 138kV, empregam-se aproximadamente dez

    toneladas de papel Craft para construir a sua isolao interna.

    Finalizando a parte ativa do transformador, existem os calos que so utilizados com

    vrias finalidades, tais como apoio da parte ativa, suporte das derivaes e dispositivo de

    fixao da parte ativa do tanque. Alm disso, os calos so usados para construir as vias de

    circulao do leo, fazer o travamento dos enrolamentos do transformador para que eles

    no se movam. O calo pode ser feito de vrios materiais, sendo os principais papelo

    (Presspan), fenolite, madeira e madeira laminada. Na Figura 2 pode-se ver a parte ativa de

    um transformador de 230kV trifsico com potncia de 45MVA, utilizado no sistema de

    transmisso da CTEEP.

  • 5

    Figura 2: Transformador Trifsico de Transmisso

    2.1.2 Buchas

    Neste tpico apresenta-se o funcionamento e a necessidade das buchas para

    transformadores. Os transformadores trabalham convertendo a tenso no primrio para

    outra tenso que sai no secundrio, dessa forma necessrio fazer uma conexo segura

    entre a rede eltrica e o enrolamento. Esta conexo deve isolar a tenso de rede da carcaa

    do transformador. A conexo feita atravs das buchas, as quais so constitudas de um

    corpo isolante de porcelana vitrificada, um condutor passante de cobre eletroltico ou lato

    que utilizado para transmitir a tenso e corrente com menor perda possvel. Os terminais

    de conexo so constitudos de lato ou bronze e a vedao de borracha ou papelo

    hidrulico.

    Assim existem vrias metodologias para a montagem de uma bucha, variando das

    que precisam trabalhar com grandes correntes e uma tenso relativamente baixa, utilizadas

    para a distribuio de energia, at buchas que tralham com tenses elevadssimas, acima

  • 6

    de 250kV e correntes de at 1250A. As buchas utilizadas na transmisso de energia eltrica

    seguem a metodologia condensiva, utilizada para potncias superiores a 2,5MVA e tenses

    superiores a 36,5kV. A Figura 3 apresenta um esquema de uma bucha condensiva.

    Figura 3: Esquemtico de uma bucha condensiva (ABB, 2013)

    As buchas condensivas devem suportar elevadas potncias e tenses, dessa forma

    necessitam de um sistema de isolao eficiente para isolar a tenso do condutor passante

    at a porcelana. Tambm necessrio isolar o conector superior ao flange (suporte que

    preso ao transformador para dar sustentao a bucha). A isolao do conector superior ao

    flange feita pela porcelana, por esse motivo as porcelanas das buchas so produzidas

    com esse tipo de saias, para aumentar a distncia por onde o arco eltrico passaria at

    atingir o flange. Essas distncias so padronizadas para cada classe de tenso.

    A isolao entre o condutor passante at a porcelana, pela metodologia de buchas

    condensivas, ocorre por um papel isolante que enrolado ao condutor passante. Esse papel

    isolante disposto alternadamente com papel alumnio, dessa forma sempre aps um

    nmero pr-determinado de voltas de papel isolante coloca-se uma volta de papel alumnio.

    Assim, essa isolao trabalha pelo princpio de vrios capacitores em srie, dessa forma a

    isolao feita por declnio uniforme da tenso, saindo da tenso de trabalho da bucha no

    condutor passante e chegando a zero na porcelana onde o sistema a aterrado. A figura 4

    apresenta a forma de uma bucha condensiva.

  • 7

    Figura 4: Buchas de alta tenso

    Esse sistema de isolao necessita que o enrolamento de papel fique imerso no leo

    para melhorar as caractersticas isolantes, sendo um mtodo extremamente eficiente para

    isolar altas tenses. Dessa forma a tenso induzida em cada capacitor da isolao

    relativamente pequena, comparada tenso de trabalho da bucha. Assim a tenso que

    cada capacitor vai decrescer ser igual tenso total dividida pelo nmero de capacitores.

    Esse sistema tem o problema que caso um capacitor se rompa (ocorra uma ligao entre

    duas lminas de alumnio) por qualquer motivo, a tenso que esse capacitor rompido

    decrescia ser dividida uniformemente entre os outros capacitores, aumentando a chance

    dele se romperem e consequentemente levar exploso da bucha.

    2.1.3 Tanque

    Esta seo apresenta o funcionamento e a necessidade dos tanques. O tanque o

    invlucro da parte ativa e recipiente do lquido isolante. Ele constitudo de trs partes,

    tampa, corpo e fundo. A NBR5440 que limita espessura mnima da chapa de ao para cada

    parte do tanque dependendo da potncia do transformador. Porm essa norma s para

    transformadores de potncia at 300kVA. A Tabela 1 apresenta os valores mnimos dessa

    legislao:

  • 8

    Potncia do transformador

    [kVA]

    Espessura [mm]

    Tampa Corpo Fundo

    P>=10 1,90 1,90 1,90

    10=150 2,65 2,65 3,00

    150= 300 3,00 3,00 4,75

    Tabela 1: Espessuras mnimas da chapa de ao. Adaptado de (NBR5440).

    Para transformadores maiores de 300kVA a legislao no prev espessura para as

    partes do tanque, ficando por conta do fabricante a escolha das espessuras utilizadas.

    Os tanques de transformador podem ser selados ou com conservador de leo. Os

    tanques selados tm uma separao total entre meio interno e meio externo do

    transformador, dessa forma ele no pode ser completamente preenchido com leo isolante,

    pois com o aumento da temperatura o leo expandiria mais que a chapa de ao, causando

    uma presso relativa positiva dentro do transformador. Os transformadores selados so

    usados para potncias at 750kVA.

    Os transformadores com conservador de leo so usados para potncias maiores

    que 750kVA, sendo o tipo de transformador utilizado no sistema de transmisso de energia

    eltrica. Esses transformadores trabalham com seu tanque principal completamente

    preenchido de leo isolante, assim com a variao de temperatura o excesso de leo vai

    para o conservador de leo.

    2.1.4 Radiadores

    A parte ativa dos transformadores aquece por efeito Joule nos enrolamentos e

    ncleo (correntes parasitas), e este aquecimento propagado pelo leo at as chapas de

    ao do tanque, onde o calor dissipado para o meio externo. Contudo o leo isolante e a

    isolao de papel Craft no podem ter sua temperatura muito elevada, pois altas

    temperaturas deterioram esses meios isolantes.

    Desse modo quando a rea do tanque no suficiente para dissipar o aquecimento

    gerado pela parte ativa, utilizam-se radiadores para aumentar a rea de troca de calor do

    transformador. Para transformadores de potncias elevadas esse aquecimento alto, assim

    a parte ativa fica com temperaturas maiores que o resto do transformador. Nesses casos,

    utiliza-se um sistema de circulao de leo para resfriar a parte ativa, normalizando a

    temperatura do transformador. O leo circulado passa pelos radiadores que aumenta a troca

    de calor com o meio e refrigera o transformador. A figura 5 mostra um conjunto de

    radiadores.

  • 9

    Figura 5: Conjunto de radiadores

    2.1.5 leo Isolante

    O leo isolante tem duas finalidades dentro dos transformadores, facilitar a troca de

    calor da parte interna do transformador com a parte externa e melhorar a isolao da parte

    ativa do transformador. Como o leo facilita a troca de calor da parte interna do

    transformador, ele permite que o transformador trabalhe a uma potncia mais alta do que

    poderia trabalhar se no utilizasse leo isolante. Isso ocorre, pois o resfriamento o

    transformador mantm sua parte ativa a uma temperatura mais baixa, assim ele pode operar

    com uma potncia maior para chegar mesma temperatura que teria sem o leo isolante.

    A outra utilidade do leo isolante a melhora de isolao da parte ativa do

    transformador. O meio papel Craft e leo isolante tem um alto poder de isolao, alm disso,

    o leo isolante melhora a resistncia mecnica do papel Craft. O leo mineral isolante tem

    extrema capacidade de isolao, conseguindo isolar tenses superiores a 60kV em uma

    distncia de 2,5 milmetros, quando o leo est bom.

    Como a parte ativa est imersa no leo, qualquer irregularidade ou anomalia que

    acontea dentro do transformador, acontecer em uma regio com leo, dessa forma a sua

    anlise fsico qumica extremamente importante para avaliar se o transformador est bom

    ou no. Alm disso, a anlise do leo no a nica anlise feita em transformadores, so

    realizados testes de resistncia de isolao, relao de transformao, anlise de perdas na

    parte ativa, mas com transformadores energizados a anlise do leo a principal anlise

  • 10

    feita no transformador. Por esse motivo as anlises fsico qumicas so feitas de maneira

    peridica, em todos os transformadores do sistema de transmisso de energia eltrica.

    A tabela 2 mostra os tipos de ensaios fsicos realizados nas amostras de leo

    isolante.

    Caractersticas

    Normas Que

    Regulamenta o

    Ensaio

    Unidade

    Valores

    Garantidos

    Mnimo Mximo

    Densidade, 20/4C NBR 7148 - 0,861 0,900

    Viscosidade cinemtica

    20C

    NBR 10441 Mm2/s -

    25,0

    40C 11,0

    100C 3,0

    Ponto de fulgor NBR 11341 C 140 -

    Ponto de fluidez NBR 11349 C - -39

    ndice de neutralizao ASTM D 974 MgKOH/g - 0,03

    Tenso Interfacial a 25C NBR 6234 MN/m 40 -

    Cor ASTM ASTM D 1500 - - 1,0

    Teor de gua NBR 5755 Mg/Kg - 35

    Cloretos e Sulfatos NBR 5779 - Ausentes

    Enxofre corrosivo NBR 10505 - Ausente

    Ponto de anilina NBR 11343 C 63 84

    ndice de refrao a 20C NBR 5778 - 1,485 1,500

    Rigidez dieltrica NBR 6869 KV 30 -

    Fator de perdas dieltricas

    Fator de dissipao

    100C ASTM D 924 % -

    0,5

    90C IEC 247 0,4

    Teor de inibidor de oxidao

    DBPC/DBP ASTM D 2668 %massa - 0,08

    Porcentagem de carbonos ASTM D 2140 % Anotar

    Estabilidade oxidao:

    -ndice de neutralizao

    -Borra

    -Fator de dissipao a 90C

    IEC 74

    MgKOH/g

    %massa

    %

    0,4

    0,10

    20

    Tabela 2: Anlises fsicas feitas em leo isolante. Adaptado de (ABNT NBR 15422).

    Alm da anlise fsico-qumica do leo, realizada tambm uma anlise

    cromatogrfica, que consiste na anlise dos gases dissolvidos no leo, tais como o dixido

  • 11

    de carbono, etileno, acetileno, etano, hidrognio, oxignio, metano e monxido de carbono.

    A anlise das quantidades de cada gs, alm da relao de um gs para outro e a evoluo

    de cada gs permitem reconhecer a maior parte dos problemas que podem ocorrer dentro

    do transformador. Esse reconhecimento pode ser feito por vrias tabelas e mtodos. Os

    mais renomados mundialmente aceitos pelo IEEE utilizam a relao dos gases para verificar

    a existncia de um problema bem como o tipo de problema. Dos mtodos que utilizam a

    relao de gases um dos mais utilizados a tabela 3 (IEEE C57.104; 1991).

    C2H2/C2H

    4 CH4/H2 C2H4/C2H6 Diagnstico

    < 0,1 0,1 a 1,0 < 1,0 Envelhecimento

    normal

    0,1 0,1 a 1,0 >1,0 Arco descarga de

    baixa energia

    0,1 a 3,0 0,1 a 1,0 >3,0 Arco Descarga de

    alta energia

    1,0 < 1,0 Sobreaquecimento

    150C < T > 300C

    1,0 1,0 a 3,0 Sobreaquecimento

    300C < T > 700C

    1,0 >3,0 Sobreaquecimento

    T < 700C

    Tabela 3: Relao de Gases Dissolvidos (IEEE C57.104; 1991)

    Como se pode observar na Tabela 3, a anlise dos gases dissolvidos pode identificar

    vrios problemas que ocorrem dentro dos transformadores, por esse motivo a anlise dos

    gases o melhor mtodo de identificao de problemas em transformadores energizados.

    No prximo tpico sero apresentados os problemas mais comuns que ocorrem em

    transformadores do sistema de transmisso e seus possveis reparos.

    2.1.6 Papel Craft

    O papel Craft composto por uma celulose formada por longas cadeias de anis de

    glucose ou monmeros. Cada molcula possui de 1000 a 1400 anis de glucose interligados

    quando nova, sendo ligadas conforme a figura 7 (Vasconcellos, 2008).

  • 12

    Figura 7: Molcula do papel Craft

    A quantidade de anis de glucose interligados nessa cadeia apresentada o que

    determinar o grau de polimerizao molecular. Sendo assim o grau de polimerizao do

    papel ser igual ao nmero de anis de glucose interligados por molcula. Quando o papel

    Craft chega a um grau de polimerizao de 200 (200 anis de glucose por molcula), ele j

    no oferece a resistncia mecnica necessria para a isolao da parte ativa do

    transformador, o que acarretar no seu descarte. O tempo utilizado pelo transformador para

    que seu papel passe de um grau de polimerizao de 1400 anis interligados a 200

    equivalente ao tempo de sua vida til. E os dois principais fatores que contribuem para essa

    reduo no grau de polimerizao do papel so a umidade e temperatura.

    2.2 Defeitos em Transformadores

    Um dos problemas que pode afetar um transformador de potncia a descarga

    parcial. Este efeito ocorre quando uma h uma descarga eltrica localizada, resultante de

    ionizao de um sistema de isolamento quando o estresse dieltrico exceder o valor crtico.

    Dessa forma essa descarga atravessa parcialmente o isolamento entre eletrodos. Esse

    efeito ocorre prximo ao pico da senoide de tenso, devido a algum defeito na isolao,

    segundo IEEE. Para o meio isolante papel e leo esse defeito pode ser desde um rasgo no

    papel at bolhas no leo que ficaram presas entre as camadas do papel. A Figura 6

    exemplifica onde essa descarga formada.

  • 13

    Figura 6: Local onde a descarga parcial se forma (Spressola, 2013).

    Outro problema so as descargas de baixa energia, que ocorrem quando um arco

    eltrico formado entre dois eletrodos por falha de isolao, ou por deteriorao excessiva

    desta isolao por descargas parciais. Esse efeito, se no for diagnosticado rapidamente e

    devidamente tratado, pode se tornar uma descarga de alta energia.

    Os problemas de descargas podem ser recuperados com a manuteno da parte

    danificada e com a troca da isolao deteriorada, entretanto para transformadores que

    apresentem indcios de descargas de baixa e principalmente alta energia, necessrio

    retira-lo de operao imediatamente.

    Outro problema que ocorre nos transformadores o sobreaquecimento, que pode

    ser causado por vrios motivos, entre eles a sobrecarga dos transformadores, danos do

    sistema de circulao de leo, descargas internas, danos nos enrolamento ou ncleo, at

    mesmo seo transversal do enrolamento ser pequena e gerar aquecimento exagerado pela

    sua resistncia. Dessa forma o aquecimento anormal do transformador causa deteriorao

    das caractersticas do leo isolante e do papel Craft.

    O sobreaquecimento causa a diminuio da rigidez dieltrica devido deteriorao

    do leo isolante, logo as propriedades de resfriamento tambm so afetadas. J para o

    papel Craft, o sobreaquecimento causa a despolimerizao das suas molculas, diminuindo

    sua resistncia mecnica e acelerando o seu envelhecimento. A composio do papel Craft

    em seu nvel molecular, bem como o estudo de sua resistncia sero assuntos do prximo

    captulo.

    Para resolver o problema do sobreaquecimento, primeiramente necessita-se

    descobrir tanto causa, quanto o ponto de aquecimento. Dessa forma, para diferentes causas

    haver diferentes problemas, assim tambm ocorrer em se tratando de distintos pontos de

    aquecimentos descobertos.

    Como os transformadores do sistema de transmisso de energia eltrica tm suas

    partes bem dimensionadas para sua classe de tenso, os problemas de sobreaquecimento

    do transformador normalmente ocorrem por descargas internas. Portanto, para resolver o

    problema de sobreaquecimento, s com um reparo de isolao afetada.

  • 14

    Como foi visto nesta seo, todos os problemas de um transformador podem ser

    reparados, desde que sejam identificados no incio, com exceo do envelhecimento do

    transformador, que no pode ser reparado. O envelhecimento do transformador afeta

    principalmente a isolao das suas bobinas (papel Craft), o que far com que o papel perca

    sua polimerizao, j que justamente essa propriedade do papel que permite sua

    resistncia mecnica.

    Tal problema acarreta um nico tipo de manuteno, que seria a substituio de todo

    papel isolante contido dentro do transformador, o que invivel, considerando a grande

    quantidade de papel existente dentro dos transformadores (cerca de dez toneladas), quanto

    a condio em que alocado, ou seja, enrolado em toda parte ativa do transformador. Por

    esse motivo para aumentar a vida til do transformador necessrio combater o

    envelhecimento precoce do equipamento.

    O principal causador desse envelhecimento precoce do transformador a umidade,

    que ser abordada no prximo captulo.

  • 15

    3 UMIDADE

    Neste captulo ser estudado o problema alvo deste presente trabalho: a umidade.

    Primeiramente ser apresentado como ela ingressa dentro dos transformadores, bem como

    os principais problemas que acarreta e os mtodos de deteco de umidade no

    transformador. prudente ressaltar que em transformadores novos o teor de umidade

    mxima de 0,5%.

    3.1 Mtodos de Ingresso da Umidade

    Nesse tpico sero apresentados os mtodos de ingresso de umidade dentro dos

    transformadores, sendo eles: microporos, falha na vedao, respiro de slica gel e abertura

    para manuteno. Alm dessas formas de ingresso, o prprio envelhecimento natural do

    papel gera umidade.

    A primeira forma de ingresso citada se trata da entrada de umidade pelos microporos

    existentes nas chapas de ao, que formam o invlucro do transformador. A quantidade de

    umidade ingressante depende do estado de conservao da chapa de ao e da pintura do

    transformador, contudo, por se tratarem de microporos, a quantidade de gua no grande.

    J as vedaes de transformadores do SEP so feitas por anis de ORING, que so

    constitudos de uma borracha especial para evitar o vazamento do leo isolante. Porm,

    com o passar o tempo a borracha perde a sua elasticidade e at sua integridade, o que

    diminui a presso exercida nas chapas de ao, ou seja, nas escotilhas, podendo surgir

    fissuras, ocasionando a entrada de umidade.

    Nos transformadores com potncia maior que 750kVA, h conservador de leo.

    Existe um ponto para entrada e sada de ar do conservador de leo, que necessrio para

    manter a presso constante e igual atmosfrica. Para tentar evitar a deteriorao do leo

    do transformador por conta de partculas e umidade, utilizado um respiro de slica gel e um

    copo com leo na sada de ar. A figura apresenta um sistema de respiro.

  • 16

    Figura 8: Respiro de slica gel (http://www.veretra.com.mx)

    O sistema de respiro de slica gel montado como a figura 8, no qual o ar entra pelo

    recipiente de vidro que contm leo, filtrando as partculas suspensas no ar. O ar, aps ser

    filtrado, entra em um compartimento que contm slica gel, que utilizada para sec-lo

    antes de entrar contato com o leo do transformador.

    Esse sistema eficiente para impedir o ingresso de umidade e partculas dentro do

    leo, porm satura aps retirar uma quantidade limite de umidade do ar, perdendo sua

    propriedade de secagem. Simultaneamente, o leo utilizado para filtrar o ar tambm vai se

    deteriorando ao absorver partculas dispersas e umidade, necessitando de substituio.

    Desse modo, esse respiro de slica gel permite o ingresso de umidade ao aproximar

    da saturao da slica gel. Por esse motivo, a manuteno peridica com secagem da slica

    e substituio do leo utilizado para o filtro a melhor forma de minimizar a quantidade de

    umidade que entra no transformador, neste mtodo.

    O ultimo mtodo de ingresso de umidade apresentado a abertura do transformador

    realizada para qualquer tipo de manuteno. Como o teor de umidade ambiente

    normalmente superior a 50% e dentro do transformador menor que 1,5%, a umidade do

    ambiente migra para as bobinas do transformador enquanto ele fica aberto, sendo assim,

    necessrio utilizar um mtodo de secagem aps o fechamento do transformador.

  • 17

    3.2 Principais Problemas Causados pela Umidade

    A umidade dentro do transformador causa trs problemas principais: diminui a rigidez

    dieltrica do meio isolante; emite bolhas em altas temperaturas; acelera o envelhecimento

    do papel Craft. Segundo (Paulino, 2010).

    O primeiro problema citado a diminuio da rigidez dieltrica do meio isolante. Os

    transformadores do SEP trabalham em extra-alta tenso, sendo que alguns transformadores

    chegam a trabalhar com tenses superiores a 440kV. Para trabalhar com esse nvel tenso,

    as boas condies de isolao so fundamentais para o correto funcionamento dos

    transformadores, pois eles precisam isolar elevadas diferenas de potenciais em curtas

    distncias.

    Assim sendo, a diminuio da rigidez dieltrica nesses transformadores

    extremamente problemtica, pois possibilita a existncia de arcos eltricos dentro do mesmo

    e a ocorrncia de descargas parciais.

    Outro problema relacionado umidade interna nos transformadores do SEP so as

    bolhas emitidas em altas temperaturas, o que envolve trs problemas simultaneamente: o

    aquecimento exagerado de um ponto dentro do transformador; as bolhas geradas desse

    aquecimento; a rigidez dieltrica reduzida do meio isolante.

    O resultado do aquecimento de um ponto dentro do transformador degrada o meio

    isolante, provocando o surgimento de partculas advindas de sua degradao, assim como

    bolhas geradas pelo aquecimento da umidade presente no leo, agregando-se ao papel

    Craft.

    Devido elevada tenso na parte ativa desses transformadores, existe uma tenso

    induzida na isolao de papel e leo. As partculas, bolhas e partculas de leo degradadas,

    existentes no meio do papel, funcionaro como cavidades possibilitando a ocorrncia de

    descargas parciais.

    Entretanto, esses dois primeiros problemas causados pela umidade no transformador

    podem ser totalmente resolvidos. A diminuio de rigidez dieltrica do meio isolante pode

    ser resolvida com a regenerao do leo isolante, em conjunto com a secagem do

    transformador. J as bolhas, geradas em altas temperaturas, tambm podem ser retiradas

    com uma secagem eficiente, e os problemas oriundos das bolhas como descargas parciais

    podem ser reparados. Com a correta manuteno, esses problemas sero totalmente

    solucionados.

    O ltimo problema se trata da acelerao do envelhecimento do papel Craft.

    Provavelmente, esse o problema mais grave causado pela umidade no transformador,

    pois todas as caractersticas j perdidas pelo papel, devido ao envelhecimento, no podem

  • 18

    ser recuperadas. Assim, a manuteno feita nesses casos para desacelerar o

    envelhecimento do papel. A Figura 9 mostra a acelerao de envelhecimento que a

    umidade ocasiona ao transformador.

    Figura 9: Curvas de expectativa de vida do transformador por teor de umidade e

    temperatura (Koch, Paulino, Krueger, 2009)

    Como possvel observar na Figura 9, a expectativa de vida de um transformador

    para uma mesma temperatura cai bruscamente com o aumento do teor de umidade dentro

    dele. Observa-se que a expectativa de vida de um transformador com 4% de umidade e

    temperatura mdia de funcionamento de 70C de apenas 10 anos, enquanto em um

    transformador com 1% de umidade e mesma temperatura de 70C, a expectativa de vida

    de 100 anos. Portanto, possvel entender a necessidade de retirar a umidade do

    transformador.

    O envelhecimento acelerado do transformador ocorre por conta da quebra dos anis

    de glucose, o que se d por via de trs mecanismos principais: hidrlise, oxidao e pirlise.

    Embora esses trs mecanismos estejam inter-relacionados, o nico que no est

    relacionado com a gua a pirlise.

    O primeiro mecanismo de degradao das molculas da celulose a hidrlise, no

    qual a gua quebra a interligao das cadeias de glucose ao se juntar com o oxignio que

    interliga as cadeias de glucose. Portanto, ficam dois OH- ligados um em cada cadeia, logo a

    hidrlise reduz o grau de polimerizao da celulose, enfraquecendo sua fibra. A figura 10

  • 19

    ilustra a quebra das molculas de celulose pelo processo de hidrlise.

    Figura 10: Molculas de celulose aps a quebra por hidrlise.

    O segundo mecanismo de degradao da celulose a oxidao, por meio da qual o

    oxignio reage atacando as molculas de carbono da celulose, formando aldedos e cidos.

    Essa ligao deixa a unio entre os anis enfraquecida, o que reduz o grau de

    polimerizao da molcula de celulose. Esse processo libera gua, monxido de carbono e

    dixido de carbono, sendo que a gua liberada intensificar o processo de hidrlise,

    acelerando o processo de deteriorao da celulose.

    O oxignio no reage somente com a celulose, mas tambm deteriora o leo isolante

    que, na oxidao forma cidos, steres e outras substncias que voltam a reagir com o

    prprio leo isolante.

    A presena de oxignio em contato com o leo isolante extremamente prejudicial,

    acelerando drasticamente o envelhecimento do papel, o que apontado pelas pesquisas

    como as de Fabre (1960) e Lampe et al (1978), que mostram o envelhecimento do papel

    sendo acelerado quatro vezes mais em transformadores no selados em comparao com

    os selados.

    Tratando do ltimo processo de degradao da celulose, a pirlise ocorre

    exclusivamente pelo aquecimento da isolao (papel e leo). Quando o aquecimento

    exagerado causa a carbonizao das fibras de celulose e consequentemente a diminuio

    da rigidez dieltrica da isolao.

    Para aquecimentos mais moderados, a pirlise provoca a quebra individual das

    cadeias de celulose, formando resduos slidos, monxido de carbono, dixido de carbono e

    vapor dgua. O vapor de gua intensifica o processo de hidrlise, enquanto os resduos

    slidos podem se prender na isolao slida, possibilitando o aparecimento de descargas

    parciais.

  • 20

    O efeito da pirlise reduz o grau de polimerizao da molcula de celulose,

    diminuindo sua resistncia mecnica. Na figura 11 pode-se constatar os efeitos do elevado

    teor de umidade dentro dos transformadores.

    Figura 11: Efeito do elevado teor de umidade dentro dos transformadores

    (http://www.mecatronicaatual.com.br)

    As setas na foto indicam pedaos do papel que se degradaram excessivamente e

    caram sobre o ncleo do transformador.

    3.3 Mtodos de medio de umidade interna de transformadores

    Existem dois mtodos para medir o teor de umidade de um transformador: medio

    da quantidade de gua em uma amostra de leo e medio do prprio teor de umidade do

    papel pelo teste de Umidade Relativa Superficial Interna (URSI). O primeiro mtodo feito

    quando o transformador est cheio de leo, e o segundo mtodo feito com o

    transformador sem leo.

    Como foi comentado no captulo anterior, a anlise do leo do transformador de

    grande importncia para saber as condies do transformador. Assim para fazer uma

    anlise mais precisa das reais condies do equipamento, preciso tomar um cuidado

  • 21

    especial com a amostragem do leo isolante, impedindo que ela se contamine e assim crie

    falsos resultados, segundo a NBR 8840 (ABNT, 2012).

    Devido grande importncia da anlise do leo isolante, a CTEEP coleta duas vezes

    ao ano amostras de leo de todos os transformadores. Estas amostras so submetidas

    anlise cromatogrfica e anlise do teor de umidade. O resultado da anlise do teor de

    umidade expressa em partculas por milho (ppm) de gua no leo.

    Entretanto, importante ressaltar que a umidade no se distribui uniformemente pelo

    meio isolante (papel e leo isolante), mas se concentra no papel. A temperatura influencia

    na porcentagem de umidade que ficar impregnada em cada meio isolante, logo, quanto

    maior a temperatura interna do transformador, maior ser a porcentagem de umidade diluda

    no leo.

    A Figura 12 aponta a migrao da umidade do papel para o leo isolante, com a

    variao da temperatura. Por esse motivo, registrar a temperatura interna do transformador,

    no momento da retirada da amostra de leo, de fundamental importncia para calcular o

    teor de umidade do transformador.

    Figura 12: Fornece o teor de umidade pela quantidade de gua a uma dada temperatura

    (CIGRE, 2013)

    O outro mtodo de medio do teor de umidade chama-se URSI, que realizado

    com o transformador em vazio. Portanto, esse mtodo utilizado em transformadores aps

  • 22

    alguma manuteno que necessitou a sua abertura, tendo como objetivo saber quanta

    umidade ingressou nele. Esse mtodo de medio utilizado aps as secagens

    desenergizadas, para verificar se as mesmas foram eficientes e se necessrio fazer uma

    nova secagem no equipamento.

    Para realizar esse teste, primeiramente o transformador sem leo preenchido com

    um gs seco, acarretando na previso de um dia para que a umidade do papel impregne o

    gs que foi introduzido no transformador. Ento, conectado o aparelho que analisa a

    umidade do gs. Esse procedimento chamado de Umidade Relativa Superficial Interna,

    pois a umidade que impregna o gs a umidade que estava na superfcie do papel isolante.

  • 23

    4 MTODOS DE SECAGEM DE TRANSFORMADORES

    Existem vrios mtodos de secagem de transformadores, sendo estes divididos em

    dois tipos: os mtodos de secagem com o transformador energizado e os mtodos de

    secagem com o transformador desenergizado.

    Os mtodos de secagem com o transformador energizado tm uma clara vantagem

    econmica em relao aos mtodos de secagem com o transformador desenergizado,

    devido aos altos custos para se tirar os transformadores de funcionamento, embora no

    sejam to eficientes na remoo de gua. Sendo assim, se a umidade do transformador

    estiver muito elevada a utilizao de um mtodo de secagem desenergizado mais

    aconselhvel.

    Todos os mtodos de secagem apresentados nesse captulo foram baseados

    documento do CIGRE (2013), sendo que alguns tambm foram baseados em outras

    referncias que sero citadas em seus respectivos mtodos.

    4.1 Secagens Energizadas

    Neste item, sero explicitados alguns mtodos de secagem com o transformador

    energizado, de modo a compreender detalhadamente seu funcionamento.

    4.1.1 Mtodo de circulao de leo quente

    Nesse procedimento utilizada uma mquina que aquece o leo e que contm uma

    cmara de vcuo, de onde se retira a umidade contida nele. Essa mquina de tratamento de

    leo isolante conectada ao transformador, retirando-se, assim a umidade, os gases

    dissolvidos, alm de realizar filtragem para remoo de partculas. A mquina que executa

    esse tratamento mostrado na figura 13.

  • 24

    Figura 13: Maquina de secagem

    Como o transformador est energizado necessrio tomar um cuidado especial com

    a vazo do leo que circula, de modo a no gerar fluxo reverso no rel de gs (rel

    Buchholz). Portanto, segundo o CIGRE (2013) recomenda-se que a vazo no deve

    exceder a 10% do volume do transformador. Essa vazo no gera grandes movimentaes

    no leo dentro do transformador, dessa forma evita-se a gerao de bolhas na parte ativa do

    transformador, bem como um fluxo de leo reverso no rel Buchholz, que atua quando isso

    ocorre, retirando o transformador da rede.

    Para retirar a umidade do papel isolante, aquece-se o leo a uma temperatura de

    60C, para que parte da umidade da isolao slida migre para o leo isolante. Assim, ao se

    retirar a umidade contida no leo, retira-se tambm a umidade contida no papel. Quanto

    mais alta for a temperatura do transformador, maior ser o volume de gua retirado do

    papel.

    A temperatura do leo a 60C com o vcuo na cmara o limite para que o leo no

    comece a se deteriorar (ABNT NBR 15422).

    O tempo de secagem de um transformador por esse mtodo varia com a quantidade

    de papel do mesmo, bem como o seu teor de umidade e volume. Assim, segundo o CIGRE

    (2013) e Milasch (1984), o tempo de secagem pode variar de 1 at 3 meses.

    Esse mtodo tem a grande vantagem de fazer a secagem com o transformador

    energizado, alm de ter um baixo custo de operao. Possibilita a filtragem das partculas

    dispersas no leo, melhorando as condies do meio isolante. um mtodo com um custo

    alto dos equipamentos, porm de baixo custo operacional. Entretanto retirar os gases do

  • 25

    leo pode mascarar um problema em evoluo durante o perodo de secagem, como a

    ocorrncias descargas parciais.

    4.1.2 Mtodo de Filtro Absorvente

    Nesse processo de secagem, conecta-se um cartucho de filtro absorvente no registro

    inferior do transformador, que conectado a uma bomba de leo para fazer a circulao

    pelo cartucho de filtro. Esse cartucho tem a propriedade de filtrar somente a gua do lquido

    isolante deixando assim os gases intactos. Na figura 14 mostra o filtro absorvente utilizado

    nessa secagem.

    Figura 14: Cartuchos Velcon Superdri (Nunes Jr, Jayme L)

    Assim como no processo de circulao de leo quente, a secagem por filtros

    absorventes tem uma baixa vazo para evitar turbulncia no lquido isolante, evitando

    criao de turbulncia na parte ativa do transformador. Com isso, a vazo normalmente

    utilizada para esse processo deve ser tambm inferior a 10% do volume de leo do

    transformador (CIGRE, 2013).

    Nesse conjunto de bomba e cartucho deve-se controlar a umidade do leo, antes e

    depois do sistema para analisar a reduo de umidade durante o processo, e quando essas

    amostras no apresentarem variao o indicativo da saturao do filtro. Esses filtros

    normalmente tm a capacidade de reter at 6 litros de gua. Saturado ele no remove mais

    gua do leo isolante. Assim, para continuar o processo haver necessidade de substitu-lo.

    O tempo de secagem de um transformador por esse mtodo varia de acordo com a

    sua quantidade de papel, bem como com o teor de umidade e volume de leo nele. Assim, o

    tempo de secagem deve variar de 1 at 3 meses, segundo CIGRE (2013) e (Nunes Jr.,

    2013).

  • 26

    Esse mtodo tambm tem a grande vantagem de fazer a secagem com o

    transformador energizado, assim como conta com um baixo investimento inicial e detecta

    qualquer problema ocorrido durante o processo. Mas um mtodo com um custo

    relativamente alto de aplicao, pois cada filtro tem um custo elevado. Assim, o custo do

    processo sobe muito para elevados teores de umidade do transformador, e sua eficincia

    comprometida.

    Esse mtodo tambm apresenta um problema com o teor de gua final, que mais

    elevado em relao com o primeiro mtodo. Isso ocorre porque o leo est a uma

    temperatura de operao abaixo dos 60C, desse modo uma menor porcentagem da

    umidade interna est dissolvida no leo, o que permitir que esse transformador tenha uma

    vida til menor.

    4.2 Secagens desenergizadas

    Neste item, sero apresentados vrios mtodos de secagem com o transformador

    desenergizado.

    4.2.1 Mtodo por Alto Vcuo

    O mtodo de secagem por Alto Vcuo consiste em conectar o transformador a um

    conjunto de alto vcuo, formado por uma bomba mecnica e uma bomba Buster. Esse

    procedimento aplicado para transformadores com o teor de umidade abaixo de 2,5%

    (CIGRE, 2013). A figura 15 mostra esse sistema de bombas.

    Figura 15: Sistema de bombas de vcuo

  • 27

    Antes de se iniciar o processo necessrio verificar se os componentes interligados

    do transformador suportam vcuo pleno.

    Esse mtodo trabalha com a diminuio da presso dentro do transformador, desse

    modo diminui-se a temperatura de ebulio da gua. Assim, quando se atinge o vcuo

    pleno, a presso no interior do transformador torna-se menor que a presso de vapor

    dgua. Com essa presso interna aplicada, a temperatura de ebulio dgua ser menor

    que a ambiente.

    O tempo de durao desse mtodo varivel, dependendo do volume interligado do

    transformador que ser feito vcuo, e da quantidade de gua contida no transformador.

    Assim o tempo de vcuo varia de um a trs dias, aps esse ciclo deve-se pressurizar o

    transformador com gs inerte seco, a uma presso de 0,2 kg/cm3, repousar por um dia e

    voltar a avaliar o teor de umidade do transformador. Esse ciclo pode ser repetido at se

    averiguar um teor de umidade previamente estipulado.

    Uma importante caracterstica do vcuo que ele um excelente isolante trmico,

    assim aps sua aplicao a temperatura interna do transformador no mudar. Dessa forma

    a temperatura inicial do processo definir qual a presso de vcuo que ser necessrio

    alcanar. A Tabela 4 contm valores de presso e a temperatura de ebulio da gua para

    esses valores de presso (CIGRE, 2013).

  • 28

    Presso

    Absoluta

    (Bar)

    Presso Relativa

    (mBar)

    Temperatura de Vapor

    (C)

    0,01 10 6,7

    0,015 15 12,7

    0,02 20 17,2

    0,025 25 20,8

    0,03 30 23,8

    0,04 40 28,6

    0,05 50 32,5

    0,06 60 35,8

    0,08 80 41,2

    0,10 100 45,4

    0,12 112 49,1

    0,15 115 53,6

    0,20 200 59,7

    0,25 250 64,6

    0,30 300 68,7

    0,35 350 72,2

    0,40 400 75,4

    0,50 500 80,9

    0,60 600 85,5

    0,70 700 89,5

    0,80 800 92,9

    0,90 900 96,2

    1,00 1.000 99,1

    Tabela 4: Relao da presso de vapor com a temperatura do sistema (CIGRE, 2013).

    Esse mtodo tem a grande vantagem de fazer a secagem de maneira bem mais

    rpida do que os mtodos energizados e conta com um investimento total baixo. Sua

    desvantagem o fato de ser feito com o transformador desenergizado e no ser muito

    eficiente para elevados teores de umidade, segundo CIGRE (2013) e Milasch (1984).

    Esse mtodo um dos mtodos mais utilizados pela CTEEP hoje, e por experincia

    dos colaboradores da empresa pode-se perceber que um mtodo muito eficiente para

    retirar a umidade que ingressou no transformador aps abertura para manuteno. Isso

  • 29

    ocorre por se tratar de um mtodo menos custoso e com bons resultados para baixos teores

    de umidade.

    Como nesse mtodo feito vcuo dentro do transformador, necessrio assegurar

    que todos os compartimentos internos que sofrero o vcuo aguentem essa presso. Em

    transformadores do SEP comum o vcuo atingir nveis abaixo de 50 milibar, dessa forma

    necessrio se certificar sobre a resistncia do transformador para essa presso.

    4.2.2 Mtodo de Circulao de leo Quente Desenergizado

    Nesse item o mtodo de circulao de leo quente ser apresentado. Esse processo

    consiste em aquecer a parte ativa do transformador e aplicar o mtodo de secagem por alto

    vcuo. Para aquecer a parte ativa utiliza-se do lquido isolante. Esse mtodo

    recomendvel para transformadores com elevados teores de umidade, acima de 2,5%.

    Desse modo primeiramente se enche o transformador com leo isolante at cobrir a

    parte ativa, entre 70% e 80% de seu volume total. Bloqueiam-se as vlvulas dos radiadores

    para diminuir a troca de calor com o meio, conecta-se a mquina de tratamento de leo ao

    transformador, que ir aquecer o isolante em sua cmara de vcuo.

    Nesse processo o leo poder ser aquecido at 60C na cmara com vcuo ou 80C

    se no for feito vcuo na cmara. Essas so as temperaturas limites para no degradar o

    leo, tendo em vista sua utilizao posterior secagem. O sistema de aquecimento com

    cmara de vcuo pode ser visto na figura 16.

    Figura 16: Sistema de aquecimento do leo

  • 30

    Aps o aquecimento espera-se a estabilizao trmica, quando a diferena de

    temperatura de entrada e sada da mquina se torna constante. Aps atingida a

    estabilizao trmica, aguarda-se um dia, circulando o leo aquecido. Depois retira-se o

    leo isolante do transformador e imediatamente aplica-se vcuo dentro do mesmo. Aps a

    aplicao do vcuo, faz-se todo o procedimento do mtodo por alto vcuo.

    Esse mtodo tem as mesmas caractersticas do mtodo por alto vcuo, com a

    vantagem de que a temperatura inicial do transformador no influencia no resultado final da

    secagem. Outra vantagem que esse mtodo mais eficiente sendo recomendvel para

    teores de umidade maiores (Milasch, 1984).

    um mtodo amplamente utilizado na CTEEP para secagem de transformadores

    com teor de umidade elevado, se mostrando muito eficiente. O bom desempenho desse

    mtodo fez com que a CTEEP para-se de utilizar outros mtodos mais complicados de se

    aplicar, como o prximo mtodo apresentado asperso de leo quente.

    Caso o teor de umidade do transformador seja muito elevado, pode-se aquecer o

    leo a temperaturas superiores a 80C para elevar a temperatura da parte ativa do

    transformador, contudo esse elevado aquecimento deteriorar o leo isolante

    impossibilitando sua utilizao posterior para o enchimento do transformador.

    4.2.3 Mtodo por Asperso de leo Quente

    Nesse processo instalam-se bicos aspersores dentro do transformador, os quais

    ficaro voltados para a isolao slida. Com isso se aspergir leo isolante aquecido na

    isolao, enquanto o transformador estiver sobre vcuo (Milasch, 1984; Silva, 2008).

    Esse mtodo utiliza um volume de leo equivalente a 10% do volume do

    transformador, e necessita de uma bomba auxiliar para retirar o leo de dentro do

    transformador aps a asperso. A figura 17 demonstra o mtodo em que os bicos

    aspersores so colocados dentro do transformador.

  • 31

    Figura 17: Bicos aspersores instalados dentro do transformador

    Para esse processo a temperatura do leo no deve passar 60C no interior do

    transformador, caso queira reutilizar o leo no enchimento do transformador. Entretanto, se

    o leo no for reutilizado, sua integridade no importante, pode-se aspergi-lo a uma

    temperatura de at 80C dentro do transformador com vcuo, que no se deteriorar o

    papel.

    Para melhorar a eficincia desse mtodo as vlvulas dos radiadores devero estar

    bloqueadas. Assim, deve-se aspergir leo isolante nas bobinas sobre vcuo at atingir

    equilbrio trmico entre eles. Aps a estabilidade o sistema dever permanecer funcionando

    dessa mesma forma por um perodo que varia de 5 a 8 dias.

    Aps esse perodo deve-se retirar a estrutura e o leo no transformador e deix-lo

    sobre vcuo por um dia. Aps esse ciclo deve-se pressurizar o transformador com gs inerte

    seco, a uma presso de 0,2 kg/cm3, repousar por um dia e voltar a avaliar o teor de umidade

    do transformador.

    Esse mtodo j foi amplamente utilizado na CTEEP, e alguns problemas na sua

    execuo fizeram com que os colaboradores parassem de utiliz-lo. Um dos problemas

    ocorridos a dificuldade de montagem da estrutura dentro do transformador. O

    transformador, por maior que seja, no tem grandes espaos vazios em seu interior,

    principalmente perto das suas bobinas. Dessa forma, era muito trabalhoso montar a

    estrutura e normalmente um dos lados da bobina era inacessvel, sendo que este no seria

    aspergido de leo quente.

    Outro problema que o mtodo apresentava era a dificuldade de vedar o

    transformador e a tubulao de leo que seria aspergido na bobina. Essa vedao era muito

  • 32

    importante para conseguir um nvel de vcuo eficiente, j no caso da tubulao a vedao e

    proteo eram essenciais para impedir que a umidade do meio externo contaminasse o leo

    quente. Assim, este processo, ao invs de retirar a umidade do transformador, aumentava

    sua concentrao.

    Um ltimo problema decorrente do mtodo era que para montar a estrutura

    mantinha-se o transformador muito tempo aberto, sendo que o teor de umidade aumentava

    consideravelmente, assim boa parte do tempo de secagem era gasto para retirar essa

    umidade, necessitando de um maior tempo de secagem.

    4.2.4 Mtodo Criognico

    Nesse item ser mostrado o mtodo de secagem criognica. Para a utilizao desse

    procedimento faz-se necessrio um condensador, com uma mistura de gelo seco e acetona,

    bem como um equipamento para gerar alto vcuo. Desse modo o transformador,

    condensador e a mquina de vcuo devem ser conectados em srie, e com a menor

    distncia entre elas (Milasch, 1984).

    Com essa montagem cria-se vcuo no sistema interligado. O condensador contm

    uma cmara fria com temperatura de -80C e nessa situao a presso de vapor dgua

    de 0,0004mmHg. Como o vcuo isolante trmico, a temperatura das bobinas do

    transformador no se altera de maneira relevante. Considerando que a isolao slida se

    mantenha a uma temperatura superior a 18C, a presso de vapor ser maior que

    0,04mmHg. Assim, a presso de vapor da cmara fria ser 100 vezes menor, desse modo

    uma grande quantidade da umidade que estiver dispersa no gs nesse sistema se

    condensar na cmara fria, e a diminuio do teor de umidade no gs far com que parte da

    gua contida no papel se vaporize, para voltar o equilbrio do sistema.

    Esse mtodo de grande eficincia, contudo para teores de umidades muito altos,

    acima de 2,5%, exigiria uma grande quantidade de gelo seco e acetona, que no so

    produtos de fcil acesso, pois essas duas substncias em grandes quantidades so

    utilizadas no processo de destilao da cocana. Alm disso, necessita de uma grande

    estrutura de condensador e tubos para a interligao. Assim o mtodo se torna invivel para

    elevados teores de umidade.

    4.2.5 Mtodo por Vapor Phase

    O mtodo Vapor Phase o procedimento mais comum utilizado para a secagem de

    transformadores novos na fbrica. Embora seja o mtodo mais eficiente para a remoo da

  • 33

    umidade do papel, este procedimento necessita que o transformador seja retirado de

    campo, e levado at a fabrica onde alocado dentro de uma cmara especfica, j

    preparada para sua realizao. A cmara onde ocorre esse processo mostrada pela figura

    18.

    Figura 18: Cmara especifica para secagem por Vapor Phase

    Esse mtodo consiste na asperso de vapores de solvente, querosene ou

    isoparafina, no papel Craft que est nas bobinas dentro do transformador. Esses vapores

    sero aquecidos at a temperatura de 130C e posteriormente aspergidos na isolao slida

    da bobina. Com esse mtodo o papel Craft poder atingir a temperatura de at 115C. Por

    ser um solvente, esse vapor tem alto poder de penetrao na isolao slida, levando o

    calor at as suas partes mais internas. A elevada temperatura do solvente evapora a

    umidade que est impregnada no papel, dessa forma ela sai da isolao junto com ele.

    Esse mtodo tem o menor tempo de durao de todos os procedimentos de

    secagem, sendo amplamente utilizado no processo de fabricao do transformador. Todavia

    necessita de um cuidado especial para que o solvente no condense dentro do

    transformador, pois o solvente facilmente inflamvel.

    Por essa razo, o mtodo de secagem por vapor phase pode ser considerado o

    melhor processo de secagem, mais rpido e eficiente. No entanto, sua grande e custosa

    aparelhagem lhe deixa invivel de aplicar em campo. Outro problema desse mtodo que

  • 34

    as altas temperaturas atingidas por esse processo deterioram o papel, diminuindo o grau de

    polimerizao da celulose e diminuindo a vida til do mesmo.

    4.2.6 Mtodo por Circulao de Corrente com Baixa Frequncia (LFH)

    O mtodo de secagem por circulao de corrente com baixa frequncia mais

    recente, sendo proposto como complemento para outros mtodos tradicionais a fim de

    melhorar o seus rendimentos. Para utilizao desse procedimento faz-se necessria uma

    fonte de corrente capaz de alimentar as bobinas do transformador frequncia de 0,05 a

    0,0015 Hz.

    Esse mtodo consiste no aquecimento das bobinas do transformador com uma

    corrente de baixa frequncia, justamente porque a tenso necessria para aquecer o

    transformador nessa faixa de frequncia baixa. Esse procedimento consegue aquecer a

    parte ativa do transformador a temperaturas superiores a 110C. Assim, necessrio

    controlar o aquecimento para que isso no acontea, j que a elevao da temperatura

    acima de 110C pode causar a deteriorao do conjunto papel e leo.

    Esse mtodo se mostrou muito eficiente como mtodo auxiliar, sendo utilizado em

    conjunto com outros procedimentos, como circulao de leo quente ou mtodo de

    asperso de leo quente, tornando-os mais eficientes. Mas, o alto custo dos equipamentos

    comparados a outros mtodos inviabiliza sua utilizao.

  • 35

    5 AVALIAO DOS MTODOS UTILIZADOS

    Neste captulo sero avaliados os mtodos de secagem de transformadores

    utilizados na CTEEP, a qual utiliza dois mtodos principais para a secagem de

    transformadores: o Alto Vcuo; Circulao de leo quente com o transformador

    desenergizado.

    Para esses dois mtodos, a eficincia da secagem depende diretamente da

    eficincia do vcuo que a bomba consegue gerar dentro do transformador. Essa presso de

    vcuo pode ser afetada por trs motivos principais: volume do transformador, no qual ser

    feito vcuo; capacidade da bomba de efetuar o vcuo; vazamento nas chapas e emendas

    do transformador.

    O equipamento de vcuo formado por duas mquinas, uma bomba mecnica

    Stokes com vazo de 2700 m3/h, e uma bomba Buster Stokes com vazo de 255 m3/h. Esse

    sistema foi conectado ao transformador por uma tubulao de quatro polegadas, conforme a

    figura 13.

    Figura 13: Conexo da bomba de vcuo

    Outro equipamento utilizado nessa secagem foi um medidor de vcuo da Edwards,

    que foi conectado vlvula superior, sendo esta indicada com uma seta na figura 13. O

    medidor da Edwards composto por um sensor que conectado vlvula e por um visor

    este visor pode mostrar a presso em milibar, pascal ou torr. O equipamento da Edwards

    apresentado na figura 14.

  • 36

    Figura 14: Medidor de vcuo da Edwards

    Antes da anlise do levantamento dos dados, importante ressaltar que o

    transformador estudado no apresentava problema de elevado teor de umidade, sendo que

    o processo de secagem por alto vcuo foi realizado nele por motivos de abertura de sua

    tampa lateral, decorrente da montagem da bucha de alta tenso. Por esse motivo, o tempo

    de vcuo foi de apenas 16 horas. Se esse transformador apresentasse problemas com

    elevado teor de umidade, o tempo de vcuo seria de 48 horas, que o tempo padronizado

    para a classe de tenso desse transformador de 440/ 3 kV.

    Para se fazer uma anlise da eficincia dos mtodos de secagem, levantou-se a

    curva de nvel de vcuo obtido em relao temperatura interna e tempo de funcionamento

    da bomba de vcuo. Os valores comearam a ser coletados uma hora depois da bomba ser

    ligada.

    Com os valores obtidos foi construdo o grfico apresentado na Figura 15.

  • 37

    Figura 15: Nvel de vcuo por tempo

    Este grfico permite observar o valor de presso de vcuo de um transformador, no

    qual o processo de secagem por alto vcuo foi realizado, compreendendo que a

    temperatura interna desse transformador se manteve a 33C, dado fornecido por seu

    termmetro.

    O grfico tambm permite observar que os valores de presso obtidos foram

    satisfatrios, com base no estudos do CIGRE(2013), sendo que na estabilizao ficou em

    30 milibar. Utilizando a Tabela 4 possvel concluir que a temperatura de vapor dgua

    nessa presso de 23,8C, inferior constatada no interior do transformador.Com base nos

    valores de presso e temperatura obtidos, conclui-se que o nvel de vcuo alcanado nesse

    transformador foi suficiente para se efetuar a secagem pelo mtodo de alto vcuo.

    O transformador, no qual foi efetuado o vcuo, tinha um volume de 20 m3. Esse

    volume interno considerado mediano para transformadores do SEP, podendo chegar at

    trs vezes esse volume em transformadores maiores. Tendo em vista essa premissa, o

    vcuo foi gerado em um volume relativamente pequeno, comparado a outros

    transformadores utilizados na CTEEP, o que aumenta a eficincia do processo, pois a

    bomba precisa de uma vazo menor para alcanar um favorvel nvel de vcuo.

    Outra caracterstica do sistema estudado a vazo da bomba de vcuo, que neste

    levantamento era de 2700 m3/h. Essa vazo suficiente para diminuir a presso interna do

    transformador at 30 milibar. Segundo estudos realizados pelo CIGRE (2013), necessria

    uma vazo de 1000 m3/h para a realizao de vcuo em transformadores com volume maior

    que 10 m3.

  • 38

    Por ltimo, apresentada a diminuio da eficincia de vcuo ocasionada por conta

    dos micro vazamentos que as chapas e vedaes podem apresentar. As vedaes e chapas

    do transformador ficam constantemente sujeitas a variaes climticas. Essas variaes ao

    longo dos anos degradam esse material, que nas vedaes formada por uma borracha

    especial chamada de ORING. A deteriorao dessa borracha a torna quebradia, e nesse

    estado ela permite a passagem de ar por pequenas fissuras que se formam por ela.

    Entretanto, o transformador estudado era novo e, com isso, os micro vazamentos no

    atrapalharam a eficincia do processo de vcuo.

    5.1 Propostas De Melhoria Para o Mtodo De Alto Vcuo

    Como a eficincia do mtodo foi comprovada pela anlise do nvel de vcuo

    conseguido no transformador, o projeto de melhoria para tal mtodo se baseia em trs

    princpios: iniciar o vcuo na hora mais quente do dia; fazer um controle peridico do nvel

    de vcuo e da temperatura do transformador durante a secagem; garantir dimetro

    suficiente do tubo que levar o vcuo para o transformador.

    A preocupao em comear o vcuo na hora mais quente do dia se deve ao fato

    deste ser timo isolante trmico, assim, a temperatura da parte ativa durante a secagem

    ser igual temperatura no incio do vcuo, maximizando a eficincia do processo. Tal

    afirmao comprovada nesse levantamento, j que ao iniciar o vcuo, as temperaturas,

    tanto a interna como a externa do transformador, eram de 33C. Enquanto a temperatura

    interna se manteve constante durante todo levantamento, a externa variou.

    O controle do nvel de vcuo e temperatura permite avaliar se a secagem ser

    eficiente, como possvel observar na Figura 15 e na Tabela 4. A temperatura de ebulio

    da gua, mesmo atingindo uma presso de vcuo satisfatria dentro do transformador, de

    24C. Por esse motivo, importante sempre medir a presso de vcuo atingida na

    secagem, bem como a temperatura interna do transformador.

    Como j foi explicado, o nvel de vcuo gerado dentro desse transformador foi

    eficiente, sendo que essa presso de vcuo no ser alcanada em transformadores

    maiores e/ou mais velhos, nos quais a temperatura de ebulio da gua ser maior que

    24C.

    A temperatura inicial nesse levantamento tambm foi alta, 33C, e no possvel

    atingir esse valor elevado de temperatura em todas as secagens. Assim, essa anlise, de

    temperatura e presso interna, serve para, em conjunto com o resultado da URSI, auxiliar

    na escolha do mtodo de secagem mais adequado para cada transformador, bem como

    demonstrar ineficincia do processo caso a temperatura e presso interna no sejam

    suficientes para a secagem.

  • 39

    Outro fator interessante desse levantamento que a presso de vcuo de 30 milibar

    demorou 14 horas para ser alcanada, o que leva a contar o tempo til de secagem e

    descontar o tempo que a bomba de vcuo demora para atingir esse valor.

    A preocupao com o dimetro do tubo de vcuo ocorre, porque se foi constatado

    que quando so utilizados tubos com seco transversal pequena, inferiores a 4 polegadas,

    mesmo atingindo uma presso de vcuo baixas, menor que 50 milibar, a secagem perde

    eficincia. Dessa forma, com intuito de maximizar sua eficincia, preciso utilizar um tubo

    de quatro polegadas.

    4.2.5 Propostas De Melhoria Para o Mtodo De Circulao De leo

    Quente

    J no mtodo de circulao de leo quente com o transformador desenergizado,

    como o leo aquecido a 60C ou 80C, no necessrio se preocupar com a temperatura

    de incio do processo. Esse aquecimento da parte ativa permite efetuar a secagem de modo

    eficiente para presses de vcuos mais elevadas. A eficincia desse mtodo tambm

    melhorada com o controle peridico do nvel de vcuo e da temperatura do transformador

    durante a secagem, e a garantia de um dimetro suficiente do tubo que levar o vcuo para

    o transformador.

    Assim o mtodo de circulao de leo quente indicado para transformadores mais

    velhos, que contenham micro vazamentos por suas chapas e vedaes, pois como pode se

    observar na Tabela 4, para presses de vcuos menores que 200 milibar a temperatura de

    ebulio da gua menor que 60C.

    Esse mtodo tem outra clara vantagem em relao ao Alto Vcuo: o tempo til de

    secagem maior. Caso os enrolamentos tivessem sido aquecidos a 60 antes de iniciar a

    secagem, o tempo til de secagem seria contado a partir do momento que a presso de

    vcuo atingisse um valor inferior a 200 milibar, que nesse caso ocorreu 14 horas antes da

    presso atingir o valor de 30 milibar.

    E esse processo ainda pode ser melhorado utilizando um mtodo auxiliar como o por

    circulao de corrente de baixa frequncia, tomando o cuidado de aquecer de modo inferior

    a parte ativa, para que o leo que estiver circulando no passe de 80C, j que essa a

    temperatura limite para no deteriorar o leo. Assim, ele mantm suas caractersticas

    isolantes e de refrigerao, alm de poder ser utilizado no preenchimento do transformador.

    Caso o leo no seja reutilizado, a temperatura mxima desse processo deve ser menor

    que 120C, pois a essa temperatura a celulose se deteriora. Utilizando a Tabela 4 verifica-se

    que na temperatura de 80C possvel efetuar uma secagem eficiente com presses de

  • 40

    vcuo inferiores a 400 milibar. J para temperaturas superiores a 100C, a secagem pode

    ser efetuada a presso atmosfrica.

    Contudo mesmo com elevadas temperaturas superiores a 60C, recomendvel

    sempre se atingir a menor presso possvel para se efetuar a secagem. Isso ocorre porque

    a eficincia do processo aumenta com o aumento da diferena entre temperatura interna e

    temperatura de ebulio.

  • 41

    6 CONCLUSO

    O desenvolvimento desse projeto concentrou-se na elaborao de um estudo sobre

    os processos de secagem de transformador, que so aplicados em transformadores de

    transmisso de energia eltrica, e posteriormente uma anlise de dois mtodos que foram

    aplicados a um transformador de 440/138KV e 50MVA.

    Primeiramente, foi necessrio um estudo sobre transformadores, detalhando seu

    funcionamento, partes principais e possveis defeitos que necessitem de manuteno. Esse

    estudo foi necessrio para compreender os problemas que podem ocorrem em um

    transformador e as manutenes possveis. Esse estudo possibilitou compreender a

    importncia da secagem para transformadores de transmisso de energia.

    Aps esse estudo sobre transformadores em geral, foi necessrio um estudo

    detalhado sobre os problemas causados pelo excesso de umidade dentro dos

    transformadores, para compreender os mtodos de ingresso de umidade, os problemas

    relacionados umidade e como detectar essa umidade dentro dos transformadores.

    Com todas essas informaes, finalmente foi feito um estudo sobre parte dos

    mtodos de secagem utilizados em transformadores do sistema de transmisso de energia

    eltrica.

    Por fim, dois mtodos de secagem foram executados e avaliados detalhadamente de

    forma que melhorias nos procedimentos foram sugeridas. Foi concludo que, ambos os

    mtodos utilizados foram eficientes para o caso levantado, porm o processo de circulao

    de leo quente desenergizado foi comprovadamente mais eficiente que o mtodo de alto

    vcuo, alm de ter um tempo til de secagem maior. As vantagens do mtodo de alto vcuo

    se restringem a sua facilidade de execuo (menos maquinrio) e tempo total de execuo

    ser menor.

    Assim com as melhorias propostas possvel minimizar o tempo de manuteno dos

    transformadores, reduzindo os gastos da concessionria com a manuteno, e

    principalmente reduzindo a perda de receita referente indisponibilidade do sistema.

  • 42

  • 43

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ABB - Buchas De Transformadores. Tipo GOB Manual De Instalao E Manuteno.

    Disponvel em:

    http://www05.abb.com/global/scot/scot252.nsf/veritydisplay/beab7844ff2b3edbc12579bf0053

    b88e/$file/2750%20515-1%20pt%20rev%2012_low.pdf. 2013.

    ABNT- Guia Para Amostragem De Lquidos Isolantes. ABNT NBR 8840, 2012.

    ABNT - leo Vegetal Isolante Para Equipamentos Eltricos. ABNT NBR 15422, 2006.

    ABNT - Transformadores para Redes Areas de Distribuio. ABNT NBR 5440; 1999.

    CIGR Guia De Manuteno Para Transformadores De Potncia, Grupo De Trabalho

    A2.05. CIGR Brasil, 2013.

    FABRE, J., PICHON, A - Deteriorating Processes And Products Of Paper In Oil. Application

    To Transformers, CIGRE Paper 137.

    IEEE - Guide for the Interpretation of Gases Generated in Oil- Immersed Transformers. IEEE

    C57 104-1991.

    WEG - Caractersticas Especificaes De Transformadores De Distribuio E Fora.

    Informaes Tcnicas DT11. 2013.

    KOCH, PAULINO, KRUEGER - Diagnstico Em Campo Para Determinao De Umidade

    Em Transformadores.

    LAMPE, W., SPICAR, E., CARRANDER, K - Continuous Purification And Supervision Of

    Transformer Insulation System In Service. IEEE Winter Point Meeting, IEEE Paper A 78 111-

    7.

    MILASCH, M. - Manuteno De Transformadores Em Lquido Isolante. Itajub: Edgard

    Blucher LTDA, 1984.

  • 44

    NUNES JR, JAYME L - Secagem da Parte Ativa de Transformadores de Potncia,

    Energizados, Utilizando Filtros Absorvedores de gua. Artigo da Avi-Mach. Disponvel em:

    . 2013.

    PAULINO, M. - Diagnstico Em Campo De Umidade No Isolamento De Transformadores De

    Potncia E Buchas De Alta Tenso. In: International Electricity Distribution Congress, 2010.

    Argentina.

    VASCONCELLOS, V. - Monitoramento Da Umidade No leo Isolante De Transformadores

    De Potncia Visando O Aumento Da Confiabilidade Operativa. In: Congreso

    Latinoamericano de Distribucion Eletrica, 2008. Argentina.

    SILVA, J. Otimizao Do Processo De Secagem Hot Oil Spray Em Componentes De

    Transformadores E Contribuio No Processo De Produo. TCC Da Faculdade De

    Engenharia Da Universidade Do Porto Mestrado Integrado Em Engenharia Mecnica. 2008.

    SPRESSOLA, F. Apresentao Areva Sobre Descargas Parciais.