Antologia – Premium I · Está obra é um projeto da Academia de Letras Infanto Juvenil para...
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Antologia – Premium I
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Antologia
Premium I
Poesias & Textos
Antologia – Premium I
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Copyright 2015 (1ª Edição) Todos os direitos desta Edição reservados aos autores. Impresso no Brasil Printed in Brazil
Depósito Legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto n 1.825, de 20/12/1907
Projeto Editorial Diagramação :
Antônio Ramos da Silva
Capa: UQC – comunicação Visual Ltda
Revisão técnica e ortográfica: dos autores.
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
ISBN –
PERMISSÃO DOS AUTORES PARA CITAÇÃO
Elaborada por: Andréa Blaskovski CRB 14/999
É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, inclusive
quanto às características gráficas e/ou editoriais. A violação de direitos autorais
constitui crime (Código Penal, art. 184 e Parágrafos, e Lei nº 6.895, de 17/12/1980)
sujeitando-se à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei nº 9.610/98).
A634 Antologia premium I : poesias & textos / Sueli Teresinha do
Rocio Schulka … [et al.]. – 1. ed. – [S.l.] : Bookess, 2015.
150 p.
ISBN: 978-85-
1. Poesia brasileira. 2. Literatura brasileira – Miscelânea. I. Schulka, Sueli Teresinha do Rocio II. Título.
CDD: 869.98
Antologia – Premium I
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Sueli Teresinha do Rocio Schulka
Maria Helena Alves Lamanna
Fabiano Rodrigues de Lima
Ivanilde Kiem Dranka
Vanuza Couto Alves
Catarina Alves dos Santos
Fernando dos Anjos Sartor
Paulo Cesar Coelho Gomes
Antônio Ramos da Silva
Antologia
Premium I
Poesias & Textos
1ª Edição
Antologia – Premium I
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Antologia – Premium I
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Está obra é um projeto da Academia de
Letras Infanto Juvenil para Santa
Catarina integrando escritores
Alagoano, Catarinense, Carioca,
Fluminense, Mineiro, Paranaense e
Paulista. Intercambio cultural de ideias
retratados em poesias, pensamentos e
textos.
“Reunir Escritas é Possível”.
A educação tem raízes amargas,
mas os seus frutos são doces.
Aristóteles
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Sumário
Apresentação: (5)
Poesias & Textos:
Sueli Teresinha do Rocio Schulka (7/22)
Maria Helena Alves Lamanna (23/38)
Fabiano Rodrigues de Lima (39/54)
Ivanilde Kiem Dranka (55/70)
Vanuza Couto Alves (71/86)
Catarina Alves dos Santos (87/102)
Fernando dos Anjos Sartor (103/118)
Paulo Cesar Coelho Gomes (119/134)
Antônio Ramos da Silva (135/150)
Antologia – Premium I
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Sueli Teresinha do Rocio Schulka
Nasceu em 10 de Agosto de 1957, na cidade de Curitiba (PR). Vive e trabalha
em Curitiba (PR). Poetisa e Ativista Cultural.
Graduou-se em Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal, pela instituição
UTP – Universidade Tuiuti de Paraná (2013).
Atua como Dermaticista.
Participou com uma de suas poesias “Essência do Nosso Amor” numa ação
nacional em 2014, promovida pela Prefeitura Municipal de Curitiba.
“Um Poema em Cada Árvore” disponível no link http://www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br/literatura/agenda/um-poema-em-
cada-arvore
Contato:
Blog e páginas:
Blogger: http://poesiassu.blogspot.com.br/ (em construção)
Facebook: https://www.facebook.com/sueli.schulka
Google: https://plus.google.com/u/0/115101084133953246517/posts
Bookess: http://www.bookess.com/profile/suelischulka/
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Antologia – Premium I
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Tem dias
Tem dias...
que coloco minha alegoria,
visto-me de poesia,
e saio por aí a sonhar.
Tem dias...
que perco a razão,
converso com meu coração,
e deixo a loucura chegar.
Tem dias...
que não preciso me alimentar,
sinto o ar e vou respirar,
para minha fome saciar.
Tem dias...
que ouço o canto dos pássaros,
como hino de louvor,
abençoando os meus passos.
Tem dias...
que nesta grande incerteza,
encontro toda beleza,
do nosso Senhor Criador.
Tem dias...
que a natureza,
consagra-me por inteira,
renovando meu interior.
Antologia – Premium I
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Tem dias...
que vivo a agonia,
de uma mulher peregrina,
em busca do esplendor.
Tem dias...
que ao nascer do dia,
olho pra fotografia,
que você fez com amor.
Tem dias...
que dói teu desprezo,
tua arrogância e ironia,
deixando em mim grande peso.
Tem dias...
que sinto teu coração,
batendo junto ao meu
como a nossa linda canção.
Tem dias...
pois hoje é um dia,
quero te amar por inteiro,
meu grande amor primeiro.
Antologia – Premium I
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Nosso amor
Quando a alma emudece e o coração chora,
fica dentro do peito o gosto amargo da ilusão.
Foram lindos momentos de amor e ternura,
vividos de toques, de sonho e de emoção.
Você não queria entender de nada disso,
mas ninguém se vai daqui sem conhecer.
O amor é fruto doce da alma,
que teu coração duro precisou provar.
Mas não chega assim todo convencido,
é aos poucos que se vai conquistar.
De todas os amores que passaram e nada deixaram,
esse criou raízes que se entrelaçaram.
Foram almas que se encontraram,
o corpo apenas foi espelho de reconhecimento.
Depois do olhar, do abraço, do toque e do beijo profundo,
sabes que nunca sentiu nada igual neste mundo.
Foi forte atração, e o desejo era de ficar ali parado,
grudados sem vontade de ir embora,
tentando entender o que estava errado.
E nada estava errado conosco,
foi apenas o tempo que nos trouxe pra perto.
Outras pessoas podem estar contigo,
mas nunca ninguém será como eu.
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Mulheres interesseiras,
ou mesmo por um momento apenas.
Nenhuma pelo que você é, pelo teu cheiro,
pelo teu carinho ou pela vontade de nunca mais sair dali.
Viver o amor na sua plenitude deixa marcas
que o tempo nunca conseguirá apagar.
Nossos corpos se afastaram,
como folhas secas ao chão
aguardando até outra estação...
E esse vazio que você sente quando sozinho está
é o nosso amor que você não deixou ficar.
Se um dia você não quis saber o quanto dói uma saudade.
Pelo fato de nunca se entregar a alguém.
Sentirá no dia a dia a alegria que ficou quando estava com você,
todos os pequenos detalhes, e toda dedicação.
Você pode ter o que tiver,
pode ir pra onde quiser e ficar com quem quiser.
Esta pode ser uma forma de tentar ser feliz.
Mas no teu momento distante, solitário no seu quarto,
serei eu quem estarei no seu coração.
E todas as noites vestida de anjo,
irei visitá-lo, beijarei sua face e te direi:
boa noite amor meu!
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Almas marcadas
O sol apagou...
acho que estamos indo embora.
O que restou na memória?
Senão, o que ainda não foi.
Mas então vai...
se quiseres mesmo ir, vai.
Leve contigo o sorriso amigo,
das horas de amor.
Esquece a dor!
Dor não é amor.
Não olhe para trás,
pode não ser o que pensou.
Cuidado!
Se sentes falta, pois amou.
Se o vazio te deixa perturbado,
é amor vivo e não culpado.
Se como fogo queima a pele,
não tenhas medo do que conheces,
não se rebele.
Tudo que foi escrito, na história está.
E o que está escrito, não se apagará.
O amor é quase uma prece,
que nas horas vagas se ora.
Mas por favor, se apresse,
o tempo pode apagar a hora.
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Este é o momento certo,
trás esse amor pra perto.
A oportunidade é agora,
não jogue todo esse amor fora.
São duas almas conhecidas,
que esperam depois de muitas vidas.
Sentir a felicidade,
de viver o amor de verdade.
Nenhuma encontrará em outro lugar,
o prazer igual de amar.
O êxtase está marcado,
no infinito guardado,
só pra você e pra mim,
isto nunca vai ter fim.
Não deixemos morrer.
Vem! Vamos viver.
Ou mais uma vez,
teremos que renascer...
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Bolinha de papel
Foi num dia de semana, que fiquei a te olhar,
entrei na fila pra comprar minha merenda,
enquanto as meninas no pátio interno estavam a me esperar.
Você tão tímido escondido a se concentrar,
com teus amigos no recreio a brincar,
chuta aqui, chuta ali uma bolinha a jogar.
Era uma bola tão pequena tão leve como pena a pular,
de papel de caderno, amassadinho, na parede a chutar.
Esqueci a fila andando e fiquei olhando a bolinha rolar.
Eis que de repente teus olhos ardentes o meu veio encontrar.
O sinal do colégio tocou, era hora de voltar a estudar.
Meu olhar foi distanciando dos teus olhos a me procurar.
Mas ficou no ar a essência deste sonho a viajar.
O tempo foi passando e num dia de semana
veio em nossas mãos a bolinha de papel descansar.
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Essência do nosso amor
As folhas secas se desprendem do corpo para que o vento possa
levá-las. As árvores de nossas almas ainda frias e tensas recebem o
sol para aquecê-las e iluminar as mais formosas esculturas feitas por
Deus. É momento de podar o que não foi bom e não fez bem. E com
carinho trazer às ramas o colorido das flores que exalam no ar o
perfume da paz e do nosso grande amor. A chuva cai lentamente
como estrelinhas brilhantes lavando toda sujeira deixada pelo
tempo. A natureza sorri fortalecendo as raízes e o solo está fértil para
preservar o amor que ficou. Os pássaros cantam na voz de Deus
hinos que abençoam nossas vidas. O sentimento flui mais forte no
espaço que o tempo não consegue apagar. O Universo conspira a
nosso favor trabalhando os sonhos que sonhamos. O sol reflete nas
águas do rio todos os momentos vividos, mostrando a paixão e
atração que foi e será fruto do nosso amor. Mesmo que tentem
derrubar a árvore, restarão às sementes espalhadas pelo chão e o
nosso jardim jamais morrerá. Quando Deus esta presente e quer
duas almas juntas, nenhum obstáculo conseguirá reverter uma
história. Pois não se pode controlar o que não pode ser controlado.
Esta é a essência da nossa paixão, amor e atração. Esta é a essência!
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Noite fria, coração quente
Lá vou eu a me recolher,
e vá lá entender
o que não sei dizer.
O que não quero ver,
o que não vou rever...
Noite fria,
coração quente,
na hiperemia
do meu corpo ardente...
Sensação vazia,
sem estrela guia,
o que seria,
do que não pode ser.
Já não falo mais,
não quero sentir,
quero navegar.
E no meu sonhar,
eu só quero encontrar,
a quem quer me amar
e se perder em mim.
Não há eleito,
não há fingir,
só você a me seguir...
Antologia – Premium I
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Esta aqui no meu peito.
Mas não tem jeito,
é amor defeito...
Quem é você,
que me faz adormecer
me segura pela mão,
e leva meu coração?
E no teu sonhar
a me acompanhar,
teus olhos a falar,
e o silêncio a me beijar...
Vem! Vamos voar,
é hora de dormir.
Acende a luz da emoção,
que os sonhos estão na escuridão,
e tudo que queremos é sonhar.
Vem então me amar!
Antologia – Premium I
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Mãe flor, mãe amor
Mãe querida, mãe amada,
mãe de todas as madrugadas,
que embala o filho a chorar. Mãe do olhar infinito,
que busca o que há de mais bonito, para seu filho alegrar.
Mãe que ao filho agressivo,
chora em pensamento sofrido e reza para o tormento acabar.
Mãe que vê a tristeza,
na solidão do filho quieto, sem amigos o acalenta para não chorar.
Mãe que perdeu seu filho
quando ainda era menino, não podendo vê-lo crescer e sonhar.
Mãe que triste ficou,
ao saber que não podia engravidar, mas Deus abençoou e fez seu mundo mudar.
Mãe que da Terra partiu,
mas que deixou na memória, o amor que um dia pôde doar.
Mãe amada, mãe amiga,
que cura todas feridas, na magia do amar.
Sendo assim, digo que mãe...
mãe é a luz, o jardim, onde toda semente pode germinar.
Hoje mamãe é semente
que nasceu em outro jardim.
É a mais linda flor que haverei de reencontrar.
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Desça daí!
O sol já se foi e a noite não tarda a chegar.
A escuridão pode te assustar.
Desça daí!
Venha até aqui para me abraçar,
está muito frio e eu quero me esquentar.
Desça daí!
A história é triste e a mentira sempre perde,
pise no chão, tome atitude não se entregue.
Desça daí!
O mundo aqui é mais bonito,
ser feliz sempre foi nosso grito.
Desça daí!
Não adianta se esconder,
o querer é maior que o poder.
Desça daí!
Você quer, e eu também quero
o sol já se foi, eu aqui te espero.
Desça daí!
O nosso amor no livro da vida foi escrito,
agora não tem jeito, esse amor é infinito.
Eu estou aqui... então desça daí!
Antologia – Premium I
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Frases
Encontrei no teu olhar o passado adormecido; que meus olhos cegos
traziam escondido! -------------------------
Meu coração além de ser uma bomba muscular, tem muito amor e
mais que isso, tem poesia! -------------------------
Tem tantas coisas que sai de linha, e as pessoas não se dão conta que
saem de linha também, e vivem na inércia de si mesmo. -------------------------
A partir do momento em que resolvemos viver o nada, é então que
encontramos tudo. -------------------------
E aí me perguntaram o que eu vi em você e eu simplesmente sorri, e
respondi: aquilo que não vi em mais ninguém!
-------------------------
Há momentos em que sinto um resto de saudades da minha infância. -------------------------
De repente quebra-se o encanto de um pedaço da sua história e
estilhaços de sentimentos ficam perdidos pra sempre soltos no
espaço a vagar. -------------------------
Entre os pensamentos mais profundos existem verdades escondidas. -------------------------
Mesmo você não querendo, tem um pedaço de mim, em tudo que
você faz. -------------------------
Se quiseres saber o quanto és importante pra mim, numa noite
qualquer olhe para o céu e conte as estrelas.
-------------------------
O amor maior esta no perdão daqueles que não merecem. Só quem
realmente ama perdoa. -------------------------
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Não julgue um poeta pelo que ele escreve, ele pode estar dizendo
sem dizer, pode estar querendo sem querer. E seu julgamento será
desnecessário, pois poeta é um sonhador. -------------------------
O tempo amarela o papel e as letras vão se apagando. -------------------------
Teu cheiro impregnado no meu corpo, perfume raro que nem a
chuva leva de mim. -------------------------
É como o vento. Não posso ver, mas posso sentir. -------------------------
Se a pessoa diz não ter tempo pra te ouvir, quem sabe quando ela
queira ouvir; você não tenha mais nada pra falar. -------------------------
Quando você sentir uma leve brisa roçar tua face, não se assuste; são
os anjos que Deus enviou a meu pedido para te proteger. -------------------------
Criei um mundo a dois, no qual sempre estive sozinha. -------------------------
Cansei de ser fraca, resolvi ser forte. Cansei de ser forte, resolvi falar.
Cansei de falar, resolvi silenciar. E foi no silêncio que eu me
encontrei. -------------------------
Na política não existe amizade. O amigo e o inimigo se igualam.
Tudo depende do interesse de cada um. -------------------------
Viver é perder cascas continuamente. -------------------------
O espaço entre o "sim" e o "não" é o tempo mais precioso para uma
decisão. -------------------------
Não podemos impedir o que a vida cansou de ensinar. -------------------------
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Maria Helena Alves Lamanna
Nasceu em 12 de Setembro de 1956, na cidade de Rio Preto (MG). Vive e
trabalha em Rio Preto (MG). Poetisa e Ativista Cultural.
Estudou no Colégio Arnor Silvestre Vieira, Parapeúna (RJ) (1999). Membro
da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro e Membro
representante do Portal do Poeta Brasileiro, no Estado de Minas Gerais.
Participante do Projeto Cultural "Poesia Pra Que Te Quero" com as crianças
da pequena biblioteca no povoado de São Pedro do Taguá, zona rural da
cidade de Rio Preto (MG). Troféu “Vulmar Coelho”, Festival Literário,
Matias Barbosa (MG). Troféu “Coruja Literária”, Conservatória (RJ). Troféu
“Grêmio Literário”, Resende (RJ). Prêmio “Escritora Debora Moreno 2015”,
12 anos compartilhando arte. Medalha da Academia Nacional de Letras e
Medalha Mário Caldas do Festival Literário, Conservatória (RJ). Mérito
Cultura 2014, pela Academia de Letras Infanto Juvenil para Santa Catarina.
Participou de 8 antologias.
Contato
Páginas:
Facebook: http://www.facebook.com/maria.lamanna.378
Bookess: http://www.bookess.com/profile/marialamanna/
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Antologia – Premium I
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Mensageiro do Amor
Como o vento que passou...
Você foi o furacão que plantou a poesia
dentro do meu coração.
Como o vento que passou...
Você foi rápido e ligeiro! Plantou em mim o amor
que fez de você o mensageiro.
Mensageiro do amor. Mensageiro da paixão.
Mensageiro desta paz
que hoje é minha emoção.
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Meu Canto Canto o canto que canto em meu canto .
Canto meu canto alegre.
Canto meu canto de prantos. Canto como todos cantam,
mas jamais deixarei se cantar o meu canto
em meu canto.
Canto... Canto os pássaros.
Canto os amores.
Canto as paixões. Canto as dores.
Canto as flores. Canto as tristezas.
E da vida...
Eu canto as belezas.
Canto o que me encanta.
Canto o que me fascina. Canto meu canto de mulher.
Canto meu canto de menina.
e assim eu vou cantando
de acordo com a minha sina!
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Não Amo pela Metade
Amo por inteiro.
Não amo pela metade.
Amo a natureza em sua infinita beleza.
Amo o pássaro que voa.
Amo a criança no ninho. Amo o animal selvagem
que quando domesticado torna-se dócil... mansinho.
Amo a leveza do ser que sabe amar com carinho.
Amo a pureza da vida. Amo a vida sem ferida.
Amo o Deus
que me ensinou amar
o que vejo em mim.
Quando amo alguém que vejo em mim;
eu amo o meu semelhante.
Antologia – Premium I
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Difícil Entender
Difícil entender...
os sentimentos
contidos no coração.
Hora vivemos o amor. Hora vivemos a paixão.
Hora vivemos a tristeza. Hora vivemos a alegria.
Hora vivemos o sonho. Hora vivemos a razão.
Hora vivemos noite. Hora vivemos dia.
Hora vivemos raiva.
Hora vivemos perdão.
Difícil entender
todos os sentidos que sente um coração.
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Busco-te Busco-te...
nos raios do brilho do sol
deixados no céu da boca da noite.
Na boca da noite
É na boca da noite
que se degusta o sabor de um novo dia.
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Sou
Sou real.
Sou fantasia. Sou mulher.
Sou ousadia.
Sou tristeza. Sou alegria.
Sou saudade.
Sou esperança.
Sou ilusão.
Sou o sonho da criança.
Sou a criança esperança que guardo dentro de mim.
Que me faz acreditar
que a vida é melhor assim !
Sou...
Antologia – Premium I
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Amor limitado pelo espaço
Com o seu brilho que lhe é peculiar
o sol se despede para repousar.
Tímido ele se esconde,
sente-se ofuscado ao ver a sua amada lua
que chega para ocupar o seu lugar.
Convive no mesmo espaço. Ele sabe que seus corpos
viverão eternamente separados.
Na calada da noite ele chora.
Chora e se emociona ao ver a sua amada lua a brilhar.
Sabe ser uma união impossível de se realizar.
Ele gosta do dia. Ela gosta da noite.
Contenta-se então em manter esse amor em silêncio.
Trancado no interior do seu coração.
Antologia – Premium I
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Dos seus lábios Dos seus lábios...
sinto o sussurrar da sua voz.
O calor do seu corpo quente a aquecer-me a cada noite
Dos seus lábios...
eu ouço as mais belas palavras de amor e as minhas noites escuras
ganham o calor da luz, que vem com o sol da manhã,
que vem para iluminar meus caminhos,
que vem para afagar o meu corpo.
Dos seus lábios... que me beija com suavidade
com o sentido de verdade, eu o retribuo
com a mesma intensidade.
Dos seus lábios...
eu ouço o que eu sempre quis ouvir . Você dizendo me amar.
Dizendo me desejar. Dizendo ser eu a mulher
que você gosta de amar.
Dos seus lábios...
eu aprendo a cada dia o sentido do amor,
o sentido do amar .
Antologia – Premium I
33
Etnia Sou bisneta do escravo;
bisneta do Português
que invadiu o Brasil. Sou bisneta do barão desalmado;
bisneta da negra que pariu.
Sou neta do escravo reprodutor
que veio para servir ao seu senhor. Sou filha da escrava da senzala.
Sou filha do barão que a usou .
Sou negra da pele clara genética do meu bisavô.
Sou mulher do índio da aldeia,
a etnia
da raça brasileira. Sou passado.
Sou presente. Sou futuro.
Sou mãe do mulato
de olhos esverdeados. Sou mãe da loura
de cabelos encaracolados. Sou avó do índio
que se tornou um advogado. Avó da negra
que defende o injustiçado.
Antologia – Premium I
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Sou bisavó do branco que trabalha no congresso.
Sou a ordem. Sou o progresso
de um país que está em recesso.
Sou a independência.
Sou a morte
de um país que está em falência.
Sou africana.
Sou italiana. Sou portuguesa.
Sou brasileira.
Sou fruto da mistura de raças. Sou a raça brasileira!
Antologia – Premium I
35
Seu mundo Seu mundo é infinito.
Não entendo o motivo do grito
que traz em seu coração.
Se não acha o seu espaço?!
Voe então como um pássaro. Voe como a borboleta.
Se achas que o amor o rejeita...
seu mundo é uma imensidão
transbordante de paixão.
Não deixe que um pássaro triste
transforme o amor que existe, somente em sabor amargo,
sentindo falta de afago
e no peito a solidão.
Se lhe é negado o carinho?!
Faça você o seu ninho! Suba nos galhos das árvores
e no bico traga as chaves
das portas que se abrirão.
Antologia – Premium I
36
A cerca que me cerca
A cerca que me cerca cerca a minha visão.
Cerca e me deixa incerta se ao ultrapassar esta cerca
terei uma visão mais concreta.
Do outro lado da cerca.
Desta cerca que me cerca.
Antologia – Premium I
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Aroma do café
Cheiro o cheiro do café
e choro a saudade dos grãos;
grãos representativos em nossa região.
Choro o passado
dos escravos chibatados. Choro o presente
que ainda se faz presente nas sobras de um velho reinado.
Grãos verdes. Grãos amarelos.
Grãos vermelhos. Grãos pretos.
Verde na esperança.
Amarelo no ouro.
Vermelho no sangue derramado.
Preto nos tantos sentimentos
sepultados.
E eu choro.
Choro os grãos do passado. De um pequeno vale.
De um vale qualquer. Deixados em parte
da nossa história, no aroma do café.
Antologia – Premium I
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Maria
Quem é este ser
que vive dentro de mim?
Se eu mesma não o entendo quem poderá entender?
De um lado mostro a realidade.
Do outro a utopia. Não sei se vivo uma ilusão
ou uma doce magia.
Sem obter respostas
prefiro pensar. Sou Maria!
Somente Maria...
Antologia – Premium I
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Fabiano Rodrigues de Lima
Nasceu em 13 de Novembro de 1980, na cidade de Curitiba (PR). Vive e
trabalha em Curitiba (PR). Professor de Educação Física, Poeta e Ativista
Cultural.
Graduou-se em Licenciatura Plena em Educação Física, pela instituição
UFPR – Universidade Federal do Paraná (2004).
Pós graduou-se em Educação Especial com ênfase em Inclusão, pela
instituição PUCPR – Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2012).
Atualmente dedica-se a atividades físicas, literária e musical.
Contato:
Blog e página:
Facebook: http://www.bookess.com/profile/fabianorodrigues/
Antologia – Premium I
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Antologia – Premium I
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Na sina e não assina
Um poeta nunca sabe
o que fazer e faz.
Fala através das letras;
sente pelo papel.
Se não marchar direito
vai preso no quartel;
mas ele sabe o que dizer
alegra-se em ser.
Também sofre
e sente dor.
E a cada cinco poesias
um revés no amor.
Não!
Amor não, paixão...
pois amor não é ventania!
É o que silencia
uma tempestade.
É o que deságua
em serenidade!
Do poético sonhador.
À luz do espectador.
Antologia – Premium I
42
Chorei
Hoje chorei.
Não só de tristeza,
mas pela beleza
que ela me deu na mão.
Hoje chorei.
Não só pela dor,
mas por todo amor
que emana do meu coração.
Hoje chorei.
Não só de saudade,
mas por todas as coisas
que hoje já não são.
Hoje chorei.
Não só de amargura,
mas pela vida dura
que percebo no mundão.
Hoje chorei.
Não só por liberdades,
mas pelas sinceras amizades
que nunca são em vão.
Hoje chorei.
Não só por medo,
mas pelo apego
que faz qualquer opinião.
Antologia – Premium I
43
Hoje chorei.
Não só pela chuva,
mas também pelo sol
que energizam minha intenção.
Hoje chorei.
Não só pela bondade,
mas também pelas vontades
que talvez ainda virão.
Hoje chorei.
Não só por rebeldia,
mas também pela magia
que é oriunda da revolução.
Hoje chorei.
Não só pelo destino,
mas também pelos caminhos
que me trazem a compreensão.
Hoje chorei.
Não só por chorar,
mas principalmente
por observar tudo até então.
Antologia – Premium I
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Vida longa, mundo mundano
Vocês sabem o que a vida quer?
Sim?
Não?
Em vão?
Quem são?
Homem?
Mulher?
O mestre?
Um qualquer?
Talvez saberia se devesse saber.
Talvez não saiba mesmo é por querer.
Quem sabe um dia hei de entender.
Quem sabe no dia assuma o poder.
Sentir o sentido.
Viver.
Ser vivido.
O fundo do poço está bem protegido.
A água de lá nem faz som pro ouvido.
Faça questão de ascender no indivíduo.
Faça questão de ser "alguém" desprovido.
Mas não faça o que eu digo!
É que sou outra forma de amigo!
As asas que emprestaram não poderiam ter batido.
As asas que criamos nos levam ao desconhecido.
As casas construídas nos servem de abrigo.
O ego enaltecido se tornou um grande perigo!
Antologia – Premium I
45
A mente que cria e a que elimina.
A alma que fica e a que ilumina.
Tanta coisa que é.
Ou só é né?
Pois é.
Pouca fé.
Muita luta.
Gente alheia.
Gente astuta.
Gente gente.
Gente objeto.
Gente que é mesmo o bicho
e gente que come comida do lixo!
Olhem quantos cajados trabalhados!
Olhem também os meus!
Agora deixemos de lado!
Antologia – Premium I
46
Rosas cortadas
A beleza das flores está na sua vida.
Uma arrancada já é quase nada,
ou só um pedaço último traço.
A beleza das rosas está nas suas pétalas
e na função dos seus espinhos;
protegem como cúpulas,
espetam com carinho.
Mas as rosas cortadas ainda podem brotar.
É uma capacidade que têm para continuar,
e mesmo ressecadas podem renascer;
basta para isso algum empenho ter.
Talvez por isso representem paixões,
assim como suas pretensões,
exigências e emoções,
pobres corações.
Exultam seu calor. Exaltam sua dor.
Querem valor. Cor incolor.
Se esquecem rancor. Crescem em vigor.
Curam torpor. Voa o açor.
Mas a verdadeira beleza da entrega
está na intenção! Nunca na estética da conclusão,
e seja lá o que for provém do amor.
Antologia – Premium I
47
Quem dera
Quem dera eu ser forte.
Não considerar a sorte
nem o azar.
Caminhar.
Quem dera eu ser consciente.
Não deixar nunca o presente
sair da mente.
Comungar.
Quem dera eu ser amor.
Não insistir no valor
nem na dor.
Ultrapassar.
Quem dera eu ser luz.
Não carregar a cruz
nem o tesouro.
Celebrar.
Quem dera eu só ser.
Não deixar de esquecer
nem de lembrar.
Presenciar.
Quem me dera
não o que será
nem o que já era.
Ah! Deixa pra lá.
Antologia – Premium I
48
Mulher
Mulher é mulher só não gosta quem não quer.
Mulher é mulher pra onde for e de onde vier.
Mulher é mulher faz mesmo o que quiser .
Mulher é mulher é única e não qualquer.
Mulher é mulher tá pro que der e vier.
Mulher é mulher não meta a colher.
Mulher é mulher sempre que houver...
O artista
O artista no calor da inspiração
é como a nuvem carregada em um final de tarde de verão.
Medo
Muitos dizem ter medo da morte.
Eu não! Se tenho medo
é de não viver.
Antologia – Premium I
49
Já é
Preciso me libertar
do que me prende.
Atitudes inconscientes. Estilos de vida não condizentes.
Sinceridades aparentes e pensamentos da minha mente.
Preciso também seguir em frente.
Trocar energias com quem pretende. Cruzar fronteiras e ser paciente.
Preciso ainda viver presente. Ficar aqui não lá na frente.
Guardar lembranças para que me oriente,
e seja o que for que se apresente correr os riscos até que aguente.
Preciso de tanta coisa se me entende;
pois quem não precisa já é! Consciente...
Antologia – Premium I
50
O acaso
As melhores atitudes
são as tentativas.
Os maiores acertos são os erros.
A verdadeira doutrina é o saber.
A única certeza é a dúvida.
O grande propósito é sem querer.
O essencial
é ao acaso!
Religião
Deveria ser amor não condição.
Condição é dor, separação. Amor é total aceitação!
Opcional
Usadas somente para fechar, opções são como cadeados.
E mesmo sem ter todas as chaves,
ainda podem ser serrados (as)!
Antologia – Premium I
51
Ilimitado Eu que não me prendo,
não posso me encarcerar.
Eu que já não escolho mais, mas ainda posso deixar
o que escolhi pra trás. Eu que não tenho nenhuma certeza,
não deixo nunca mais de confiar na minha natureza.
Eu que me dizia tradicional, agora evoco
um espírito multiversal.
Eu que valorizava o que via, passei a viver no que sentia.
Eu que queria tanta coisa e tanta coisa deixei de querer.
Eu que observo e não mais vejo.
Eu que "só" aceito meu desejo.
Eu que sigo lado a lado. Eu que vou conectado.
Eu que vivo intenso. Eu, ilimitado...
Antologia – Premium I
52
Carro velho
Nesta condição,
consertos e mais consertos são recorrentes.
Arruma-se algo ali e estraga algo aqui. Mas ele já foi novo, já teve seus dias de glória!
Hoje tem seus dias de luta,
não parece tão fácil quanto antes seguir em frente.
Diante da modernidade atual
e de toda tecnologia,
resta-lhe sua resistência.
Se não é muito econômico, compensa na manutenção.
Seu design não é tão arrojado,
mas seu charme o faz
um tanto quanto interessante.
Um carro velho só precisa ser amado
enquanto ainda roda.
Antologia – Premium I
53
Paz no coração
Poderia ter sido em vão,
mas foi mais um dia são.
Mesmo acordando na ressaca da paixão embriaguez de amor não entra em questão.
Tentado a encontrar uma solução.
Barrado na falta de comunicação. Cansado de sentir que não;
porém disposto a ir aonde muitos não irão.
Estudo e violão.
Música e oração. Vídeo e canção.
Sentado no chão;
corpo e respiração liberto no mundão;
noite e meditação.
Vazio na mente. Paz no coração.
Antologia – Premium I
54
Mais tarde Convite covarde.
Corte que arde.
Quer que aguarde
e nada guarde.
Feito o alarde. Não retarde.
Mais tarde.
Tempo varde.
Tempo em tempo
Tomar consciência já é o próprio saltar.
Manter-se no ar, voar ou aterrissar,
é o que vem depois...
Portas
O respeito é a chave universal,
capaz de abrir a todas elas.
Antologia – Premium I
55
Ivanilde Kiem Dranka
Nasceu em 04 de Dezembro de 1964, na cidade de Itaiópolis (SC). Vive e trabalha em
São Bento do Sul (SC). Professora, Poetisa e Ativista Cultural.
Licenciada em Pedagogia, pela instituição UNIVILLE – Universidade da Região de
Joinville – Campus – São Bento do Sul (SC). Pós graduada em Pedagogia Gestora com
Enfoque em Psicopedagogia pela instituição UNICS – Centro Universitário Diocesano
do Sudoeste do Paraná – Palmas (PR).
Atua como professora do ensino fundamental – anos iniciais. Conselheira da
Academia de Letras Infanto Juvenil para Santa Catarina Municipal de São Bento do
Sul (SC). Membro da Associação Internacional de Poetas para São Bento do Sul (SC).
Coordenadora do projeto “Diferente Sim, Indiferente Não” e da “Oficina de Poetas”
em São Bento do Sul (SC) para os alunos do 4º Ano da EEB Orestes Guimarães.
Medalha de Mérito Cultural 2014, concedido pela Academia de Letras Infanto Juvenil
para Santa Catarina Municipal São Bento do Sul (SC).
Publicou: “Professora se escreve com letra maiúscula” , (poesias, 2014) – Editora
Bookess.
Contato:
[email protected] Página: Bookess: http://www.bookess.com/profile/ivanildedranka/
Antologia – Premium I
56
Antologia – Premium I
57
Professora
Meu nome é Ivanilde. Professora de profissão.
Não somente pelo salário,
mas sim por vocação.
Acredito nas crianças. Nas técnicas de ensinar.
Não se ensina e nem se aprende se não gostar e amar.
Foram tantas as crianças que passaram por minhas mãos.
Comparo-as como sementes lançadas no fértil chão.
Cada uma com suas cores.
Com suas peculiaridades.
Imagine que lindo jardim numa tarde de primavera;
no vai e vem das borboletas. Eu vejo cada uma delas assim.
O que pensam, sente, ri ou choram;
não tenho mais como saber.
Mas de uma coisa tenho certeza, Eu sempre irei amar vocês.
Se bem preparadas para a vida estão?!
Contribuí com certeza.
Se algumas ainda não se deram bem?!
Vivem na incerteza.
Antologia – Premium I
58
Tenho certa parcela de culpa,
mas peço nas minhas preces,
ao bom Deus Nosso Senhor,
que cada sementinha germine
e escolha o caminho da felicidade
para que no jardim da vida
não fique só na saudade.
Queridas crianças, colegas, gestores e pais.
Livros, cadernos, lápis, caneta e giz.
Da gostosa marmita de todos os dias.
Sem esquecer-me das escolas
por onde um dia passei
momentos maravilhosos,
conhecendo outras realidades
escrevendo uma nova página
que hoje recordo com tamanha saudade.
Mas sei que valeu a pena
cada momento vivido.
Não vou chorar de tristeza.
Ser for. Será de felicidade.
Por ter conhecido
e feito tantos amigos de verdade.
Antologia – Premium I
59
Esquina
Parada ali na esquina
observo o vai e vem.
São pessoas de todas as raças.
São culturas, sacolas enfim.
Animais plantas e automóveis.
Semblantes alegres... cansados.
Alguns pintados disfarçam o tempo;
outros enrugados registram histórias.
O que pensam,
sentem e sonham?
Não sei!
Na correria do meu dia
não falei com ninguém.
Antologia – Premium I
60
Sorriso de anjo
Deitada, calada, gemendo de dor.
O leito tão singelo, tão estreito.
Tão duro e frio.
Mãos inquietas amarrotavam,
esticavam lençóis;
visível traço de quem sente dor.
O medo, a incerteza
dão espaço para esperança.
Esperança da cura,
da volta ao trabalho.
Do abraço, do amor.
De repente o silêncio se rompe.
Acendem-se as luzes.
Bate-se a porta.
Alguém se aproxima,
palavras são ditas,
na tentativa de reanimar.
Nos olhos o brilho;
semblante cansado do doce doutor.
Do leito se ouve murmúrios de alento:
─ É você doutor?
─ Sou sim.
Oh! Querida lhe trago a vida,
no leito da dor.
Antologia – Premium I
61
Então num momento
de olhares atentos,
num doce acalento
sorri para o doutor.
Agradece.
Se mexe.
Com pressa se vai.
Andar compassado.
Olhando para o lado
buscando outro leito;
batendo no peito
um coração sonhador.
Que às vezes esquece
de fazer uma prece
para o Nosso Senhor.
De repente o bip.
Uma luz se ascende.
O doutor compreende
que é preciso seguir com firmeza.
A beleza de voltar a ser anjo
e para outro paciente
como anjo sorrir.
Antologia – Premium I
62
Berço (Museu)
Aquela velha chupeta rachada
amarelada pelo tempo,
ou o sapatinho enfeitado
marcado na sola por onde passou.
O cavalinho de pau
com o lombo gasto
de tanto levar para cá e para lá.
Sorrisos e sonhos.
São tantos os objetos
que poderiam ser elencados,
mas um em especial.
Destaque para aquele berço pequeno,
de velha e pesada madeira;
sem mimos, cores, enfim...
apenas um berço
onde tudo começou!
E espera-se que não tenha fim.
Lugar este tão especial.
Apesar de tão pouco valorizado,
mas com significância sem igual.
Cada imagem aqui registrada,
pegadas por onde andou.
Fato que se viveu.
Épocas, valores distintos.
Sonhos, caminho que se cruzam ou não.
Espaço real ou fictício.
Não importa!
Antologia – Premium I
63
Depende de cada olhar.
Olhar este que precisa
desde o “Berço” despertar.
Que seja por uma misera fenda,
ou por uma linda sacada.
Uma inesquecível viagem;
seja um livro de encantos;
um passeio no paiol do sítio do vovô.
Alguém aqui um dia lançou a ideia,
e tudo o que hoje vemos
a história registrou.
Olhar por olhar não basta.
Entendê-la, precisa saber.
Saber como?
Se não nos despertam,
novamente entra em cena
o “Berço” agora do saber.
Quem sabe num espaço como esse,
que tantos se têm empenhado
para deixar a história.
De cada coisa.
De cada ser.
Ao longo do tempo não se apagar.
Cultura, história, poesia.
Todos podem ter!
Gostar já é outra história,
mas isso depende de você.
Antologia – Premium I
64
Pai
Dos poucos momentos
que com o senhor passei. Guardo todos na memória
e no coração.
Lembro-me do afago
com as mãos calejadas e pesadas. Do olhar terno com um sorrisinho tímido.
Das palavras certas para os momentos certos.
Sinto saudade das conversas perto do fogão a lenha.
Das frias noites de inverno. Das caminhadas no pasto
nos domingos bem cedinho.
Vejo-te paizinho querido
no olhar dos meus irmãos. Nas coisas que a mamãe guarda;
nas histórias que os tios contam.
Queria poder tê-lo nem que fosse por instantes
visitando a minha casa; jantando ou almoçando comigo.
Rindo, chorando. Curtindo minhas filhas.
Ajudando a construir o meu lar.
Antologia – Premium I
65
Pai! Eu me lembro sempre quando dizias contente:
- Quero uma filha enfermeira e outra “professorinha”.
Isso ficou gravado.
Tanto que aqui estou. Feliz por ter atendido
esse pedido com amor, pai.
Quisera poder voltar no tempo
só um pouquinho, para como criança
em seus braços dormir.
Mas sei que não é bem assim.
Que a realidade às vezes é dura. Que a sua falta é imensa.
Muitas vezes te chamo
mesmo sabendo que não me ouves. Então olho ao meu redor
e busco tua presença.
Nas coisas bonitas que me mostrou. Naquelas caminhadas no pasto
nos domingos de manhã.
Antologia – Premium I
66
Primavera
Primavera da minha infância
que cheirinho suave e gostoso.
Das flores silvestres, das abelhas, do mel.
Do jardim furta cor.
Daquelas árvores frondosas. Das sombras,
dos frutos, dos pássaros.
Das secas folhas adubando o solo
onde novas plantas em flor vêm.
Saudade da praça florida. Da pipoca colorida.
Do sorvete, do balanço. Do gira-gira da criançada.
Dos gritos, sorrisos, enfim.
Eram tantas as histórias
contadas naqueles bancos. Foram tantos os olhares.
Os romances, os acasos. Os nomes cravados nas “árvores”
dentro de um coração.
Primavera tão esperada.
Noites estreladas, brisa, silêncio.
Amanhecer ensolarado. Modelos coloridos
desfilavam em um vai e vem.
Antologia – Premium I
67
Para onde vão de onde vem?
Não importa agora. Está grafado na memória!
E as flores.
As lagartas. As borboletas.
A chuva.
O arco-íris. Queira Deus que jamais fiquem
só para relembrar.
Que os homens com o seu “progresso”;
num caminho sem regresso;
das flores, da primavera,
voltem urgente cuidar.
Antologia – Premium I
68
Janela
Que janela é esta
que outrora se abria
para receber a luz do sol, do luar e a brisa suave das manhãs?!
Que janela é esta
que se abria para chamar a criançada para aquele lanche surpresa no final da tarde
ou então para simplesmente jogar a erva da cuia e renovar o chimarrão.
Que janela é esta
que todos olhavam
para admirar a linda paisagem
com árvores, pássaros e flores.
Que janela é esta
que se abria
todas as manhãs
de todos os dias
e que agora
a bela janela da vida
a cortina da morte
sem pedir licença
para sempre a fechou...
Antologia – Premium I
69
Chá de fralda (Julliana)
De um grande amor você nasceu.
Inúmeras alegrias nos deu. Bebê saudável se desenvolveu .
Seus olhos sempre atentos a tudo e a todos.
Sorriso, gestos encantadores. Cabelo de anjo cor de mel, molinhas do céu.
Primeiras palavras.
Frases, cantigas de ninar. Tudo era novidade!
Primeiras experiências.
Não tinha como não se encantar.
Veio a creche, fotos e fatos. As tias, os amigos, comidinhas, brincadeiras.
As datas comemorativas. O medo do Papai Noel.
Primeiro dia na escola. Um pouco tumultuado, depois só novidades.
Cadernos bem encapados. Livros, mochila, uniforme, lápis coloridos
inspiram pintar uma nova tela com as cores da vida, onde cada aprendizado cada amigo, cada emoção.
Ainda menina moça.
Tantos sonhos, tantos planos.
O primeiro trabalho, salário, enfim. Passado, presente, futuro.
Conflitos de geração. Coração aberto para o mundo.
Um grande amor. Uma forte paixão.
Antologia – Premium I
70
Menina aventureira com o Josemar casou-se então.
Que cerimônia! Que festa!
Lua de mel em Porto Seguro. Passagem de avião.
Nas nuvens por algum tempo;
depois com os pés no chão.
Novo endereço. Liberdade. Construção. Veio então a formatura.
Que alivio! Canudo na mão.
Foram tantas as conquistas. As viagens. O maridão.
Papai. Mamãe. Manas. Amigos e parentes sempre no coração.
De repente um envelope. Que surpresa! Positivo.
Quase nove meses se passaram; gerou-se uma nova vida.
São tantos os preparativos. Cada passo, cada alegria,
consultas, ultrassonografia; imagens, movimentos, desejos.
Esperando o grande dia
da chegada da Nanda!
Antologia – Premium I
71
Vanuza Couto Alves
Nasceu em 30 de Novembro de 1941, na cidade de Piaçabuçu (AL).
Aposentada reside em Maceió (AL). Professora, Poetisa e Ativista Cultural.
Graduou-se em Licenciatura em Português e Literatura, e Literatura da
Língua Portuguesa, pela instituição UFAL – Universidade Federal de
Alagoas (1978).
Homenageada e agraciada pela Coordenação de Linguagens e Códigos, no
“Projeto Versiprosa” – CEFET (2005), com o “Espaço S.A.L.A” que recebeu
seu nome e uma placa comemorativa. É considerada pela instituição “Amiga
do Versiprosa”, pois continua sendo integrante das comissões que realizam
as atividades do projeto. Participa desde 2009 do concurso de poesia
“Talentos da Maturidade”, promovido pela instituição financeira Santander.
Também, aderiu à internet para divulgar os seus poemas e hoje é
participante de grupos literários. Frequenta o projeto “A Arte de Lembrar”
no SESC Poço - Maceió (AL), desenvolvendo atividades que valorizam a
memória da terceira idade.
Publicou: “À Luz das Palavras”, (poesias, 2012).
Contato:
Página:
Bookess: http://www.bookess.com/profile/vanuzacouto/
Antologia – Premium I
72
Antologia – Premium I
73
Canção da alma
Quando ela está triste,
de nada vale o nosso sorriso.
O que persiste
é o seu canto distraído,
infindo do nada...
Acho-me
Num deserto,
onde sonhos e sombras
me abraçam e somem.
Onde as lágrimas
escrevem poemas sem nomes.
Onde, a desilusão de um amor,
às vezes, me consome.
Acho-me, onde a toda ausência,
o tempo dá o nome de saudade!
Antologia – Premium I
74
Colorindo a vida
De cores que brilharão
em nossos olhos,
como uma alvorada de luz,
festejando o dia de um sol brilhante.
De nuvens passeando no céu.
De flores coloridas
e de tudo que o nosso olhar
colorir com amor.
Até a saudade não precisa
que seja uma treva de angústias.
Se deixarmos que uma fresta de luz
risque-a de leve,
ela também brilhará.
Em minhas saudades
Te vejo
como um pássaro perdido,
num céu de silenciosas nuvens.
E eu a pedir ao vento
que te ensine como chegar
e pousar, em meu coração!
Antologia – Premium I
75
A noite
Leva você de mim,
e deixa a sua poesia
em meus sonhos.
Enquanto o mundo dorme...
somos versos de amor.
Entre o meu sonhar
E as rasuras do meu coração,
navegam os meus sentimentos.
Todos em busca de um porto seguro,
onde verdades sejam transparentes,
através de um simples olhar!
Como é fácil eu te amar
Neste poema
nunca fui tão poeta
como estou sendo,
nestes versos...
Os de outrora,
eram sonhos, agora,
trago-te versos de amor,
na moldura,
da minha paixão por ti ...
Antologia – Premium I
76
Coisas do amor
De um amor
que nos chega suave,
encantador.
De um amor
que já nos arranha
um pouco a alma.
Coisas de um amor
que a gente não tem,
mas que a gente inventa,
e damos-lhe um nome
e a poesia que já trazíamos,
na alma!
Assim me reconheço
Ora, sou mar revolto
em busca do amor,
nas marés perdidas...
Ora, sou como ave mansa,
de voos e cantos serenos
pousando,
onde encontro paz
e liberdade para amar!
Antologia – Premium I
77
Estou a ti esperar
Quando você chegar,
irei vibrar de amor,
só de pensar
que um recomeço
é o melhor para nós dois.
Procure pelo meu silêncio,
nele está o frêmito
do meu amor por ti.
Terno motivo,
para você ficar comigo,
irei gostar de ti entender,
novamente...
Felicidade
É quando encontramos
mãos que apertam
as da gente,
e nunca mais
deixam elas vazias...
Antologia – Premium I
78
Frio de amor
Em teus braços
me aconchego,
faço do frio
insones desejos,
louca por teus beijos.
Afago o teu peito,
descubro teu coração
afoito de amor,
no tremor
dos nossos corpos.
O que mais somos,
senão duas almas
apaixonadas,
e o frio
um aliado motivo
para fazermos
poesia de amor!
Antologia – Premium I
79
Há corações
Com tanta poesia
que não precisam
estar presentes,
para que sejam sentidos,
nos dando amor.
Às vezes, são sonhadores
ou um pouco mais ousados.
Seus versos são tablados
para serem encenadas
histórias de grandes amores.
Há corações com tanta poesia,
que não sabem magoar,
e das suas queixas
eles extraem lições
de como perdoar!
Melhor momento
Quando o silêncio
de um olhar
vem de longe,
trazendo versos
em cantos de amor,
para me tirar da solidão!
Antologia – Premium I
80
Hoje! Dia da saudade
Surgem em mim
imagens inesquecíveis
de tudo que me fez feliz,
em raros momentos da minha vida.
As brincadeiras
de quando eu era criança,
os passeios nos parques,
era tudo uma festa.
De repente,
me veem tantas lembranças,
de quando em minha família,
não faltava ninguém.
Hoje,
alguns já estão em outro plano.
Espero que estejam bem.
Um dia
eu me encontrarei com todos vocês...
Antologia – Premium I
81
Linda manhã
O sol desponta,
entre nuvens,
que passeiam pra lá,
e pra cá,
num bailado luminoso.
Olhares se encantam.
Corações se reconhecem,
e se encontram,
nas mais belas poesias...
Antologia – Premium I
82
Meus versos
À mercê dos meus sentidos.
Ouço cantos perdidos.
Vejo anjos sem abrigos.
Acaricio teu ombro amigo,
e embriago-me
com o aroma
daquelas rosas,
bebendo na languidez
do meu amor por ti!
Antologia – Premium I
83
A menina
Que você via estonteante,
na menina dos seus olhos,
já deu os primeiros passos
para amar de novo,
mesmo que por instantes,
eu chore as lembranças de um sonho
nebuloso que passou.
Decidi que o meu coração
não tem porque desperdiçar
tempo para amar,
resolvi reinventar o amor,
quando as janelas do meu coração
se abriram para receber
novos sorrisos que me encantaram.
Saudades ficam no coração da gente,
porque nem tudo passa por passar
pelos nossos sentimentos,
não seria diferente comigo,
por isso você ainda é paisagem,
da minha primavera de amor!
Antologia – Premium I
84
Amar-te
É um sonho lindo,
Quase divino que o meu coração não sabe explicar.
Amar-te é não mensurar as tristezas,
é encantar-se com a beleza desse nosso amor,
que nasceu dos nossos olhares,
pedindo para ficarmos...
Amar-te é escrever versos de amor,
pedindo ao beija- flor,
para cantar todas as manhãs,
bem pertinho da nossa janela,
antes do sol nascer,
para o nosso amor despertar bem festejado,
com os mimos da natureza.
Amar-te é virar as páginas do passado.
É saber onde estás agora, meu amor!
Certamente, estás nestes versos meus!
Antologia – Premium I
85
Jardim da saudade
Das primaveras floridas da minha mocidade,
era uma doce vida de amores,
nos muitos passeios matinais.
Meus sorrisos misturavam-se
aos choros de felicidade,
tudo era magia, amizade e prazer...
Era a poesia do céu, ao entardecer.
E o colorido do arco-íris
dando boas vindas ao anoitecer,
para os sonhos sonharem
as maravilhas da natureza,
no seu rufar de vida.
Mas, o viver tem folhagens de seda,
temos que nos cuidar com carinho.
Porque somos frágeis,
como são os bordados de nuvens, ao amanhecer.
O tempo passa,
as primaveras voltam floridas,
perfumando o mundo,
com aromas de paz e de esperança
para que haja bonança,
nas vidas de quem trabalha,
com orgulho e prazer.
Que bom seria se todo coração fosse um dia,
relicários de poemas de solidariedade!
Antologia – Premium I
86
Ânsias de amor
Perdidas,
Nas minhas noites tristes,
Sem ter para quem falar de amor...
Raios de um ciúme voraz
começam a arder,
em meu peito.
Enquanto,
um sombrio dia amanhece,
para beber dos meus lábios,
as palavras de amor,
que a noite não quis ouvir...
Antologia – Premium I
87
Catarina Alves dos Santos
Nasceu em 05 de Outubro de 1953, na cidade de São Paulo (SP). Vive e
trabalha em Petrópolis (RJ).
Graduou-se em Sociologia pela instituição - PUC-RJ (1981). Filosofia pela instituição -
PPGF-UUFRJ (2001). Pós graduou-se em Filosofia pela instituição - PPGF-UFRJ (2005).
Possui doutorado em Filosofia pela PPGF – UFRJ (2013).
Membro efetivo da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro,
cadeira 23. Membro do Conselho Editorial da Revista ITACA, de estudantes de pós-
graduação em Filosofia do PPGF-UFRJ. Correspondente da Academia de Letras e
Artes de Goiás (ALG) e da Academia de Letras de Vitória (ACLAV).
Resenhista da Revista Filosofia – Ciência & Vida. Tem artigos publicados em
periódicos e revistas acadêmicas. Suas poesias estão publicadas em antologias
promovidas por: CAPPAZ, Editora Guemanisse, Editora Iluminata e Editora In
House.
Publicou: Justiça Distributiva Internacional e a Erradicação da Pobreza Extrema.
Jundiai: InHouse, 2014, v.1. p.128.
Contato:
Página:
Bookess: http://www.bookess.com/profile/catarinasantos/
Antologia – Premium I
88
Antologia – Premium I
89
Será amor?
Indago-me
qual sentimento é esse
dominante em meu ser.
Desde que o vi
entre letras e versos
a cantar poesia.
Será amor?
Não mereces a mesmice
da palavra vazia de sentido.
Não ser amor distaria da verdade
como as estrelas distam do mar.
Paixão, poderia ser
mas, não espelharia a paz que sinto
quando ao seu lado estou .
Disse-me um dia,
relembrando Cazuza:
“Eu quero a sorte de um amor tranquilo".
Disse-me também um dia, ao conhecê-lo:
“Que pessoa linda essa"!
A vida cuidou do resto,
mansamente colocou-nos lado a lado
como que por acaso fosse.
Antologia – Premium I
90
Envolveu-nos pouco a pouco
com amizade, ternura, carinho,
cumplicidade, paixão...
Sim, com uma paixão
desmedida mesmo.
Aquela que incendeia os corpos
conduzindo-os
a loucuras inimagináveis,
mas com o carinho profundo
da amizade eterna.
A Poesia encarregou-se de nos unir
e na poesia me fiz sua plenamente.
Agora, a poesia se faz sorriso
nos nossos sorrisos do mais puro
encantamento de amor!
Antologia – Premium I
91
Bolero
Toma-me pela mão,
envolva meu corpo
suavemente
movimentando-nos ao som
da orquestra, da melodia.
Como um par constante;
toque seu corpo ao meu
suavemente
e afaste-me para em seguida
trazer-me novamente junto a ti
nos passos desse bolero.
Gire-me tal qual bailarina
e olhe-me nos olhos
como se fora sua mulher
nesse instante único,
eternizando neste salão
a emoção desta dança,
nossa e de todos amantes.
Conduza-me
apaixonadamente.
Gire-me uma vez mais.
Beije-me, deixando-me
repousar em seus braços
inebriada de prazer.
Antologia – Premium I
92
Magia do encontro
Outra vez
mais ao encontro da esperança,
do amor, do convite
que esteve sempre lá.
Um coral de anjos me avisou.
Esperar até um dia qualquer,
estava eu lá a pensar.
Ao meu lado você.
A realização do belo.
Do amor virtuoso.
Os elementos todos presentes.
A voz pausada, suave
na melodia do encanto
se fez presente o convite:
- Vamos tomar um café logo mais?
O tremor,
o temor de uma nova longa espera.
Expectativa, ansiedade, lembranças,
tamanha felicidade, mal pude responder.
Vamos!
- Eu lhe telefono, dissera-me.
Uma enorme ansiedade tomou minha alma.
Quanto dura mesmo o tempo da espera?
Seguramente, muito mais.
Antologia – Premium I
93
Dura tanto quanto
uma queda no mar revolto.
Tanto quanto uma noite insone.
Dúvidas, esperança, desejo, amor,
o passar do tempo, frações do tempo.
- Vou sair às seis!
- Lhe encontro naquele café.
Naquele instante a felicidade eternizou-se.
Quão criança senti-me
sem saber para onde ir, como ir,
o que dizer como dizer...
Não disse nada,
não disse ainda.
Não preciso dizer.
Contamos juntos esse tempo.
Contaremos juntos o tempo
para outros muitos encontros.
Novos momentos, intensos,
nossos, plenos.
Esperaremos muito menos.
Espero por muito mais.
Vamos...
Antologia – Premium I
94
Festejando
Quero cantar a felicidade que sinto.
Falar do amor em prosa e verso,
tamanha alegria me envolve
que paralisa o tempo.
Um instante suspenso no ar,
sublime momento levitando,
quase tocando o céu.
Festejando este amor incomparável.
Quero cantar o que sinto
quando o amado
me toma o pensamento.
Quero fotografar meu coração
quando com o dele encontra.
Quero escrever seu nome no céu,
num balão colorido
levando um recado, uma mensagem,
“Venha festejar também”.
Antologia – Premium I
95
Lua cheia
A noite invade minha alma.
da janela da sala
a lua cheia me acompanha, calma.
A nostalgia,
companheira frequente,
para a admirá-la.
Pode ouvir meus pensamentos,
lembranças e esperanças vivas
num tempo sem tempo,
na busca de momentos inefáveis.
A iluminar minha face,
a lua mostra a tristeza deste momento
na solidão de um apartamento escuro.
Antologia – Premium I
96
Noite
O vermelho
toma o céu no horizonte.
Outro ciclo
e outro mais virá.
A calma e o calor ardente
A lua, o sol, à noite, o dia.
Sempre recomeçando,
continuando a vida.
Minha e tua, nossa.
Outro dia, sempre.
E aquela estrela distante
do poente a aurora, presente.
A vejo ao primeiro olhar
do meu despertar.
Tão logo, esconde-se sob o azul
para longe do olhar.
Posso vê-la agora,
até que o sono me tome.
Até que a insônia permita.
Lá ficará para que a contemplem.
Doce presente da vida.
Doce presente da noite.
Ilumina e me aquece.
Embala meu ser como a canção,
incansavelmente.
Quando desperta?!
Peço licença, desvio o olhar.
Já não posso vê-la.
Já se faz azul.
Antologia – Premium I
97
Inspiração
Não soubera dizer-me
sobre seu regresso.
A esperança, companheira,
tocou-me a alma,
tranquilizando-me
para o passar daquele tempo indefinido.
Sussurrou- me
que em algum lugar, em um dia qualquer
reencontraria o amado.
Lá estaria, sempre belo,
num movimento inconfundível
em seu caminhar compassado.
Recordo-me bem.
Tão leves passos que não hesitaria afirmar
estar caminhando sobre as nuvens.
Foram muitas as lágrimas derramadas
nos dias e noites vividos
em companhia do silêncio.
Lágrimas derramadas ao prenúncio
da sua ausência definitiva.
As reminiscências trouxeram-me, hoje,
seu olhar, seus beijos, sua tua voz.
Nossos momentos trouxeram-me, na verdade,
o alimento desse poema dedicado à você.
Antologia – Premium I
98
Caminho
Já não sei se é para ficar ou partir.
Esta dor da espera a me acompanhar
parece não ter fim.
Até onde, até quando a terei por companhia?
Ficará ela, em algum ponto
esperando outra alma desavisada?
Deixarei de esperar em algum momento?
Quanta saudade, quanta angústia!
Soubesse ser tão doloroso o caminho
teria tomado o atalho evitando igualmente
os momentos felizes do passado e os do porvir,
que chegam como os raios de sol a alegrar os pássaros
e faz as cigarras cantarem ao seu prenúncio.
Ah, quanta alegria!
Um instante sublime eternizando este amor.
Pensando bem!
Se soubesse teria escolhido a mesma direção.
Antologia – Premium I
99
Visita inoportuna
O que dizer daquela visita!
Chegou sorrateira numa
manhã quente de verão.
Sentou-se a cama junto
ao corpo frágil, lentamente,
sem a menor intenção de deixá-lo.
Viera passar o dia, quiçá à noite!
Incumbia-se de uma missão.
Ninguém percebera sua chegada
e tão pouco a partida.
Ficou ali dividindo o mesmo leito,
o mesmo ar, tal qual um parasita
a sugar da seiva.
A pouca seiva que ainda havia.
O corpo alquebrado,
parecia pedir-lhe para ir-se, inutilmente.
Procurava o ar, procurava a vida
que se esvaía com aquela presença.
Enfraquecia-se.
Porém, ela ficaria o tempo necessário
para arrebatar-lhe o mais precioso bem.
Fatigado pela luta árdua de anos
e agora por esta presença indesejada,
Rende-se a ela.
Rende-se a morte.
Antologia – Premium I
100
Beijo Raro
Qual um colibri
a procura do néctar nas flores.
Tu te aproximaste dos meus lábios
selando-os com um beijo raro.
Quanto esperei por ele.
Quanto esperei por ti.
Escondida em meu silêncio,
disfarçada em minha timidez!
Destino
Sempre que penso a possibilidade
de não mais lhe ver
jorro letras sobre o papel
no intuito de conter os pensamentos,
de mudar o destino.
Não posso mais correr ao teu encontro.
Não posso mais espreitar entre as colunas.
Escrevo então desesperadamente
até outro encontro, outro sorriso,
outra esperança, outra promessa.
Mas, amanhã será diferente.
Um anjo me avisou.
Antologia – Premium I
101
Mensagens
O que quero dizer hoje?
O que busco incessantemente
nas mensagens postadas.
Na rede, nas paredes,
nos outdoors, nos livros?
Almejo encontrar o não dito, mas dito.
Que possa expressar o novo.
O inexplicável momento!
O lido nas mensagens não alcança
a completude e a complexidade do vivido,
ainda que parcialmente.
Onde encontrar, senão em mim,
o que tanto quero expressar.
Saudades
Estou com saudades do teu sorriso.
Saudades até do beijo que ainda não demos.
Do calor do seu corpo colado ao meu.
Da suavidade da sua pele.
Da avidez dos nossos corpos.
Daquele coquetel por ti preparado.
Ah! Parece-me que foi a tanto tempo...
Antologia – Premium I
102
Abraço
Ah! Esse frio que persiste
em minha alma.
Aqueça-me
com seus braços e abraços.
Envolva-me
do calor do seu corpo todo,
expulsando o frio do desamor
outrora deixado em mim.
O todo
Buscava um poema
que expressasse o todo.
Porque não o fazes então, disse-me?
Cada poema expressa um sentido.
Sentido de um instante único,
particular e singular.
Instante particular e múltiplo.
Vivido quiçá sem sentido.
Transformado em versos
com os quais me identifico
e o sinto como se eu o vivera.
Encontro assim em cada poema
vivências múltiplas e singulares
que as sintetizo em mim.
Um poema que expresse o todo
impossível fazê-lo!
Não caberia no mundo.
Antologia – Premium I
103
Fernando dos Anjos Sartor
Nasceu em 7 de Janeiro de 1984, na cidade de Criciúma (SC). Vive e trabalha
em Içara (SC). Representante comercial, Poeta e Ativista Cultural.
Presidente da ALB - Academia de Letras Do Brasil - Seccional Criciúma, onde exerce um trabalho importantíssimo pela literatura da cidade. Publicou: “Sonhos”, (poesias, 2004). “No Limite do Sentimento”, (poesias, 2008). “Quando as Lágrimas Falam”, (poesias, 2014). Contato:
[email protected] Páginas:
www.poemasepoesiasfanjos.webnode.com
Facebook: https://www.facebook.com/fanjos.poemas
Bookess: http://www.bookess.com/profile/fernandodosanjos/
Antologia – Premium I
104
Antologia – Premium I
105
Beleza dos mares
Em um mar, no infinito das águas,
vejo você!
Toda pura e provocante. Toda molhada e sorridente.
Você mergulha por entre as ondas e ao reaparecer,
solta seus cabelos ao vento. Sinto um desejo de tocar a sua pele.
De escorregar em seu corpo molhado.
As ondas batem em sua lisa e linda pele fazendo transparecer cristais ao seu redor.
Minha fascinação aumenta.
Seu sorriso é ir resistente
mergulho ao seu encontro,
mas enquanto atravesso as ondas você desaparece.
Não a tenho mais! Fico sem saber o que fazer,
falar ou pensar. Quem era você,
apenas uma mulher?
Meu anjo da guarda? Ou apenas uma ilusão?
Saio da água sem respostas, em um dia onde a imaginação
deixou-me sem ação.
Antologia – Premium I
106
A brisa, as folhas, isso é amor
Amor,
é como a brisa que cobre as colinas
pela manhã.
É como o vento que sopra as folhas
em meio à natureza.
É o ar puro que respiramos.
Amor,
é estar com você, sentir seu beijo,
seu calor e seu carinho.
É lhe ter em meus braços
e com você dividir toda a ternura e alegrias de minha vida.
Amor,
é simplesmente ter você pra mim.
Antologia – Premium I
107
Chuva Seria estranho dizer que aqui chove a cântaros
e você dizer que o sol
ai brilha mais que tudo.
Pode ser verdade, mas será que é por que
a chuva começa aqui,
e vai indo vagarosamente molhando as terras por onde passa,
e levando o amor que na terra caminha, até o coração da pessoa amada
que em outra cidade habita?!
Levasse dias,
semanas e meses chovendo, até encontrar-te e derramar
através da leve brisa que toca o seu rosto.
O meu amor derramado,
por lágrimas de tristeza, até a pessoa que amo.
Antologia – Premium I
108
Ser Poeta!
Ser poeta!
É mergulhar
em águas profundas sem se molhar.
É voar
sem asas e não cair.
Caminhar
sobre cacos de vidro
e não se cortar.
É amar sem se apaixonar!
As palavras podem criar
semblantes inexistentes.
Desejos inovadores e paisagens exuberantes.
Paixões ardentes e situações inesperadas.
Mas o poeta
a um ponto se restringe!
O de não viver um amor real e verdadeiro.
Um poeta é um apaixonado sem paixão!
Antologia – Premium I
109
Mudez
Se um dia me vires triste é por que você nos braços
de outro eu avistei,
a amiga que tanto abracei. Era meu grande amor
que um dia recusei. Noites juntas passamos.
Alegrias vivemos. E o amor por você foi crescendo.
Festas, risos e choros compartilhamos,
mas foi no cair dos sonhos mais profundos que meu amor por você floresceu.
Sem coragem me aquietei. Sem forças me sufoquei.
Sem palavras fiquei . E sem você meu coração morreu!
As lágrimas caíram
e cristais se formaram. A vida passou
e sem você meu amor se esgotou. Por simplesmente me encolher.
Sem coragem de lhe dizer. Eu te amo!
Sempre quis saber a verdade.
De por que palavras no papel brotarem aos cântaros,
mas da minha boca a mudez tomar conta;
pois quando mais precisei falar minha voz simplesmente não saiu
e as palavras que no papel
lindos versos criavam com o som da minha voz nunca existiram.
Antologia – Premium I
110
Mistérios de um sonho
Ao olhar no infinito da madrugada
vejo apenas escuridão e silêncio;
um lugar que insisto em desvendar, escondido em um horizonte
repleto de imaginação.
Os olhos de meu anjo ajudam-me na caminhada.
Meu olhar sempre atento aos vultos que insistem em me assustar
em meio à escuridão.
O tempo passa
e continuo sem respostas; sem saber onde estou
e por que estou!
O anjo se ilumina
e traça uma direção. Devo confiar?
Devo seguir?
Não me perdoarei se não arriscar.
Sigo-o.
Após muito caminhar,
deparo-me com um símbolo jamais visto por mim.
E o enigma aumenta.
Mistérios me cercam
e continuo sem respostas!
Antologia – Premium I
111
Neste instante o anjo desaparece. A noite começa a iluminar,
e a escuridão se vai.
O símbolo que estava em minhas mãos como num passe de mágica vira pó.
Neste instante me assusto. Abro os olhos de repente
e tudo esta tranqüilo.
É quando percebo
que tudo não passava de um sonho. Sonho este que ficará guardado
eternamente em minha memória. Sonho este que jamais
terei uma resposta.
De onde o caminho
na escuridão me levaria. De quem era aquele anjo
que me ajudava, e que símbolo era aquele?!
Acordado eu volto a pensar. Apenas um sonho?
Ou um sinal? Apenas um sonho?
Ou uma mensagem?
Ficarei eternamente pensativo
e qual o verdadeiro sentido daquele sonho...
que eternamente me deixará a pensar.
Antologia – Premium I
112
A dor da realidade Mas quando...
Os motivos de tanta agonia e sensibilidade são uma forma de agonizar a tristeza
existente em minha vida, sem querer demonstrar aos outros a minha fragilidade
em expor tal fraqueza.
A vida que nos alegra tantas vezes, também nos leva para buracos sem chão onde a
escuridão nos envolve em um mundo triste e
sombrio.
Pergunto-me o que me leva a este vazio tão grande, tão amedrontador e ao mesmo
tempo tão dominador?!
Vezes de coração partido em milhares de
pedaços parecendo um cristal raro e valioso caído ao chão, onde milhares de pessoas o
pisam sem mais reconhecer seu valor.
Vida que se vai e sem ao menos devolver o bem que lhe fiz. Vida que se vai sem ao
menos, fazer-me feliz.
Antologia – Premium I
113
Anjos
O que são anjos?
Fantasmas?
Ilusões? Crianças?
Protetores?
Não sabemos. Não temos certeza.
Para alguns
os anjos estão na terra
para nos proteger. Para outros
estão para assombrar.
Mas na verdade para que eles vieram?
Anjos brancos de um brilho radiante. Anjos noturnos e também os anjos negros.
Qual a função de cada um deles? Qual o desejo e a finalidade deles na terra!
Os brancos com asas que mais parecem pluma
e vestes de cetim, esses me trazem paz e proteção.
Já os noturnos são estranhos e só aparecem à noite, normalmente para assombrar as pessoas.
Mas os negros chegam sem avisar
na luz do dia ou à noite. Apenas sei que quando chega
tudo escurece.
Antologia – Premium I
114
As luzes se apagam, as nuvens negras cobrem o céu.
Raios e trovões tomam conta do universo.
Este anjo me assusta!
Tenho medo e perco o controle é terrível e apavorante.
Afinal o que eles são e o que querem?
Por que existem diferentes anjos? Será que são reais?
Ou será somente nossa imaginação?
Lembranças de pessoas que um dia nos fizeram felizes,
ou pessoas que deixamos algo sem resolver?
Anjos podem ser bons ou ruins,
e quem dúvida que um dia o anjo será você?
Você tem dúvida eu não?
Afinal anjos são no mínimo
um ponto de interrogação!
Antologia – Premium I
115
Marcas
Todas as manhãs eu abro
a janela de meu quarto
esperando lhe ver passeando no jardim em frente.
Mas apenas vejo a ilusão
e vagas lembranças de um amor que ficará marcado
por suas verdades e momentos ardentes.
Jamais esquecerei o dia em que você se foi!
Uma cicatriz incurável
marcará meu coração e todo o meu sentimento
de amor e felicidade.
Mas a vida me deixou uma lembrança sua
que me alegra em momentos mais solitários. Hoje este anjo completa mais um aniversário;
muitos já se passaram.
Mesmo assim todos os anos
me pego chamando por você. Minha memória ainda sente sua falta
e às vezes acredita que você esta presente iluminando e aquecendo nossos dias,
cuidando e acariciando nossas faces e acalentando sua falta
para podermos descansar.
Antologia – Premium I
116
Lembranças que ficam na história
Se em momentos infelizes da vida, simplesmente
desistirmos de tudo, não teremos histórias para contar a pessoas que tentarão buscar no passado a inspiração para viver no futuro, seremos meros figurantes em uma vida cheia de estrelas e constelações, vida criada por expectativas que
com o tempo se tornaram sonhos não realizados, objetos interrompidos por alucinações e semblante de medo e vergonha, medo de um futuro incerto e cheio de mentiras, vergonha de errar e não chegar ao objetivo.
Deixe-me tentar expressar um pouco da virtude que tentei cultivar dentro de mim e que me arde em cicatrizes até hoje por ter deixado murchar e morrer por algum tempo,
expressar a verdadeira maneira de viver, onde a paz me liberta de uma dor oprimida por pensamentos e desejos incontroláveis, desejos que envolvem e destroem a alma, pura e cristalina que em meu coração ainda explode, em uma
ardência chamada chama incontrolável de paixão. Deixe-me, sim! Deixe-me mostrar!
A impaciência de um simples poeta ao admirar em
uma mulher a verdadeira mascara de ilusão e sensibilidade, a
verdadeira face que esconde a dor de uma vida amargurada e sofrida.
Antologia – Premium I
117
Deixe-me viver um momento de cada vez, na busca do verdadeiro sentido de alegria e amor, que para muitos é simplesmente viver, para mim é muito mais complexos e verdadeiros, é o verdadeiro significado de toda uma existência em um território chamado terra, vivido por almas que
controlam simplesmente corpos, maquinas de carne que guardam em seu interior a emoção, o desejo, o amor, o ódio e todos os sentidos que possamos sentir e observar em outra pessoa.
Deixe-me viver em harmonia com meu eu, com seu eu;
deixe-me ser simplesmente um menino que busca em cada sorriso, em cada abraço, em cada beijo, muito mais que desejo,
e sim sentimentos invocados para alterar o ciclo da vida e a história que ficará guardada para sempre em um só coração.
Coração que busca em uma vivência incorreta um motivo recheado de incertezas nesta vida social, mas que para pessoas que buscarem verdades e mentiras possam lembrar-se de certo alguém que deixou no passado algo de verdade, criado por um simples poeta que sempre buscou o verdadeiro
sentido das palavras e do sentimento.
Antologia – Premium I
118
Versos dos anjos
Ao anjo a harmonia de viver e ao amigo o desejo de carinho
e amor.
----------------------
Quando dificuldades em sua vida aparecer, não desista, apenas
lembre que a vida de Jesus também não foi fácil e mesmo assim ele se tornou o maior de todos os tempos.
----------------------
Quando eu não mais existir vá até a natureza e observe tudo ao seu
redor, eu estarei no canto do pássaro, no verde da mata , na brisa do orvalho e no perfume das flores e simplesmente ainda estarei com
minhas lembranças em sua memória e coração.
----------------------
As nuvens hoje amanheceram avermelhadas, são os reflexos das
lágrimas de todos que te amam, a vida não nos será eterna, mas cada minuto a mais aqui na terra sem sua presença será de muita dor e
saudade.
----------------------
Não force sua mente, deixe seu coração ditar as palavras, pois só ele
é puro e verdadeiro.
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Antologia – Premium I
119
Paulo Cesar Coelho Gomes
Nasceu em 5 de Novembro de 1952, na cidade de Niterói (RJ). Vive e trabalha em
Niterói (RJ). Médico Veterinário, Poeta e Ativista Cultural. Graduou-se em Medicina
Veterinária com atividade em Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais, pela
instituição UFF – Universidade Federal Fluminense (1977).
Atua como Médico Veterinário. Membro Efetivo da AVPLP - Academia Virtual dos
Poetas da Língua Portuguesa, cadeira nº 32 - Patrono - Manoel de Barros. Membro da
APPERJ – Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro (nº 425).
Membro Efetivo da ANLPPB - Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta
Brasileiro, cadeira nº 9. Membro da AVBL – Academia Virtual Brasileira de Letras,
cadeira nº 626. Membro dos Poetas Del Mundo. Sócio do Clube Brasileiro da Língua
Portuguesa (MG). Participou de Antologias: Eldorado - Ed. Comunnicar (2008). Amor
& Paixão – Ed.Ducuprint (2009). Poetas Contemporâneos do Brasil - Ed.Iluminnata
(2010). Sete Pecados – Ed. Blog Tok (2010). Poetas Contemporâneos do Brasil –
Ed.Iluminnata (2011). Coletânea Sensuale – Ed.Iluminnata (2012). 1º Encontro
Nacional do Portal dos Poetas em Rio Preto – MG (2012). 1ª Antologia da Academia
Nacional de letras do Portal do Poeta Brasileiro (2012). Manifesto Poético pela Paz –
Ed.Iluminnata (2013). 2º Antologia da Academia Nacional de Letras do Portal do
Poeta Brasileiro (2013). Publicou “Duvido” - Ed.Iluminnata (Romance 2013).
Contato:
Blog e página:
www.pcoelho.prosaeverso.net
http://portadopoetabrasileiro.blogspot.com.br/
Bookess://www.bookess.com/profile/paulocesarcoelho/
Antologia – Premium I
120
Antologia – Premium I
121
A força do abraço
Quando abraçamos
uma pessoa com palavras
provocamos nela,
uma explosão de alegria!
É como que o céu
se abrisse em cores arco-íris,
fogos de artifícios
a enaltecer a vida!
Quando abraçamos
uma pessoa com abraços
provocamos nela,
uma explosão atômica!
É como que o corpo
fosse devastado
por uma quantidade imensa
de calor humano.
Uma energia tão forte
que invade nossa vida.
Um tsunami que inunda
nossa alma de felicidade plena!
Antologia – Premium I
122
Aquele beijo
Você ali, parada esperando
que eu tomasse alguma atitude.
Olhava-me extasiada.
Seu corpo tremia
meu coração ia batendo
do jeito que podia.
Olhos maravilhados
com o que viam
me mostravam
o caminho das pedras...
Nenhuma palavra foi dita,
a não serem aquelas escritas
nas vontades dos nossos olhares...
Lábios que se tocavam
quentes, suaves, delicados!
Línguas entrelaçadas
passeavam de mãos dadas
em céus de bocas molhadas...
Antologia – Premium I
123
Fúrias de uma saudade
De cabaça na mão,
sol nos cabelos
puxando da água fresca e profunda.
Flores de um sonho todas úmidas.
Segue o poema com seus cavalos;
altas muralhas das serras
todas marchadas em selas.
Não era Selma nem era Vera
se não, a fúria de uma saudade.
De cabaça na mão,
sol nos cabelos
puxando lágrimas do peito fecundo.
Cavalga num sonho úmido, o poeta.
Flores em punho invés de espada
cortam muralhas, segue o poema...
Antologia – Premium I
124
Por falar em saudade
Se, falo de saudade
com tanta insistência;
tamanha intensidade.
É porque talvez a saudade de todos,
seja o sentimento
que mais expresse o amor.
A saudade chega ser
maior que a dor do apego.
Maior que a falta do chamego
que esse amor nos traz.
A saudade bate forte machuca.
Fere, arde. Prende.
O amor na alma, acaricia. Bajula!
Saudade são lágrimas escondidas
que escorrem vagarosas rubras e tímidas.
Eterna companheira de quem ama.
É uma dor maldita que aperta.
Sufoca ainda que,
melhor senti-la a nunca sentir-se
atormentado por dor alguma.
Ah! A saudade.
Essa brisa suave refrescante
que toca fumegante,
as labaredas de um amor sem fim...
Antologia – Premium I
125
Saudade que aperta, desatina.
Desequilibra.
Sinaliza o quanto estamos vivos!
Vivos e donos de um sentimento lindo.
Raro puro cristalino,
que por assim ser
poucas vezes usufruímos!
Saudade.
Esse sentimento inquieto
que acomete percorre, caminha
e que no assoprar de um vento
é todo encantamento!
É o corpo ardente que sente calafrios
por quem não veio e que permanece vazio;
ao mesmo tempo em que cheio...
.
Saudade é uma essência escondida
onde ninguém possa tocá-la, roubá-la.
Imortalizada em versos e versos
de uma página em branco.
Ah! Quero uma saudade que persista
o tempo inteiro, instigue vontades;
acelere o meu coração...
Ah, como eu quero!
Quero uma saudade que puxe lágrimas
do peito fecundo onde cavalgue
num sonho úmido, o poeta.
Antologia – Premium I
126
Goles de poesia
Respirei fundo o amanhecer
de um novo dia; puxei os lençóis
perfumados de amor,
adornos de uma noite sem fim...
Levitei aromas, levantei pra vida!
Retirei da cama a flor caída
pétala por pétala, algumas maceradas
como fossem uvas a prover o vinho.
Tomei em goles uma xícara de poesia,
sentei-me ao sol para ouvir passarinhos...
Folhas
Folhas secas passeiam ao vento
arrastam-se pelo chão da estrada
seguem no assoprar do tempo
como quem já não sentem nada.
Folhas brancas amassadas
viajam sozinhas para o infinito
seguem tristes seguem caladas
nas mãos do poeta aflito.
Folhas pétalas perfumadas
deitam-se em ninhos de amor
seguem lindas bem-amadas
como quem ainda fosse flor.
Antologia – Premium I
127
Grito de saudade
Vou gritar teu nome
do alto de uma colina,
que é para ver
se o vento encontre,
amor da minha vida!
Vou gritar teu nome
do alto de uma colina,
que é para tua alma feminina
sentir quanta saudade se esconde
na tristeza da minha voz.
Aproveito e mostro
para esse vento amigo
como é lindo o teu sorriso
que se abre;
abraça o meu grito
desenhando no céu arco-íris
a salpicar meus olhos coloridos
com pedacinhos da tua felicidade.
Vou gritar teu nome
do alto de uma colina,
que é para tua alma feminina
sentir... quanta saudade!
Antologia – Premium I
128
Proibido para menores de sentimentos
Só quem nunca sentiu amor
é capaz desaprovar
as loucuras de quem ama!
Quem prova o amor
sabe quanto é intempestivo,
quanto é doído
e sabe também o quanto é maravilhoso!
Só quem nunca sentiu amor
não consegue imaginar-se
rindo sozinho ou chorar indo
aos jardins para queixar-se às rosas.
Quem ama é capaz de tudo!
É capaz de dançar nas nuvens.
Colorir todas as estrelas.
Ladrilhar de brilhantes uma rua inteira
só para ver o seu amor passar...
Quem ama é capaz de mais, muito mais!
É capaz de plantar no quintal da alma
de sua amada flor perfumadas
só para ver a beleza colorida do seu olhar.
Só os que amam são capazes de fazer
versos graciosos, grandiosos
para depois escondê-los de tudo
e de todos num pingente insignificante...
“*Cra*ve*ja*do*” de amor!
Antologia – Premium I
129
Em mim, existe um homem
um poeta, um sentimento
que aperta o meu peito...
Bendito seja toda e qualquer
forma de amor.
Principalmente àquelas
que nos fizeram
e ainda fazem chorar...
Bendita seja a oportunidade
de sentir esse sentimento
tão forte tão sublime
e tão lindo!
Para a nossa sorte.
Benditos sejam todos aqueles
que não desistem nunca de amar...
Antologia – Premium I
130
Psicopatia iluminada
Dizem que sou louco;
psicopata da ilusão.
Dizem que alicio, seduzo
produzo sentimentos em vão.
Dizem que sou louco.
Louco é quem sente pouco;
quem tem cicatriz nenhuma,
coração fechado alma de graúna
É quem disfarça
entre um riso e outro.
A mágoa do próprio desgosto.
Do não sentir por vez alguma
o florir de uma paixão.
Dizem que sou louco;
psicopata da ilusão.
Psicopata é quem sente nada.
Nada afeta.
Nenhuma lágrima floresce.
Nenhum sentimento cresce
diante a magia de um poeta.
Antologia – Premium I
131
Que amor é esse?
Tão forte tão certo
tão louco
tão perto...
Que amor é esse?
Que arranca do peito e das entranhas
sentimentos de raiva, de ódio
que emerge com força tamanha,
e destrói todas as juras.
Combina confiar, mas que por teimosia
se perde nas entre linhas de uma poesia.
Um amor que grita uiva enraivecida,
possessa ao mesmo tempo
em que se delicia como loba vadia
em noite de lua cheia
e no final, semeia uma paixão eterna...
Que amor é esse?
Que não acaba nunca,
maior que os ciúmes,
maior que a fúria.
De tão persistente
chega a ser insolente,
não se têm como fugir.
Antologia – Premium I
132
Um amor que massacra, fere e mata
todas as vontades de partir.
E, que por sempre acaba
a desaguar em mares de lágrimas;
quando um ou outro pensa desistir.
Que amor é esse?
Tão forte que não consigo
desvencilhar-me.
Por mais que eu queira.
Por mais que eu resista,
não consigo ficar longe.
Fugir para onde?
Se em qualquer lugar,
perto ou distante
sentiria o mesmo essa dor
que dói ao mesmo tempo
em que perfuma meu peito.
Que amor é esse?
Por favor, responda-me de onde veio.
Para onde vai?
Esse amor que transpassa o tempo.
Ignora todos os argumentos
e por mais que eu tento
parece acabar nunca mais!
Antologia – Premium I
133
Sem você
Sem você eu não existo!
O dia fica triste,
a comida sem gosto
e a chama acesa.
Do sorriso que carrego
em meu rosto, se apaga.
Sem você nada tem graça.
Nenhum lugar é bonito;
no meu pensamento aflito
nenhuma felicidade é boa!
Sem você as cores se tornam pálidas.
O coração bate quieto;
todo desafeto se espalha
por minha alma vazia e tola.
Sou o que sou
Não sou o tempo.
Não sou a vida.
Tão pouco a morte
da alma ferida.
Viajo pelos ventos;
sou pólen, sou flor
sou a semente
que cobre o teu ventre.
Se lhe tenho amor;
sou o que sou.
Alguns acertos pouca vaidade.
Sei ser pequeno sem ser ingênuo.
Sei ser forte sem ser covarde.
Antologia – Premium I
134
Você é tudo pra mim
Minha ilha é você!
Tão longe tão deserta tão linda,
tão quieta no silêncio da saudade que aperta
quando a ilha eu deixo, para navegar em terras distantes.
Você é minha ilha. Lugar onde guardo meus sonhos,
minhas fantasias, meus tesouros muito mais que potes de ouro,
escondidos por piratas do tempo.
Você é tudo pra mim!
Muito mais que o infinito.
Você não tem preço!
E, o apreço que por ti eu sinto, não tem fim nem começo.
Você é o sol que brilha em minhas madrugadas.
É a lua que inspira meus desejos,
a brisa que refresca meu corpo é a relva delicada
Você é mais terna que a ternura de um beijo!
Você é meu chão, meu teto em mim,
por decerto um amor que não tem mais fim.
É a aurora da minha vida,
o orvalho da flor mais bonita
é a fera que quando ferida briga,
briga e como briga!
Você é tudo isso e muito mais!
Dos amores, meu melhor pedaço.
É a minha mina preferida.
Mina de pedras preciosas.
Você é a comida mais gostosa,
portal da minha felicidade
que guardo a sete chaves.
Nas Lagoas e nos mares de minha vida.
Antologia – Premium I
135
Antonio Ramos da Silva
Nasceu em 19 de setembro de 1960 na cidade de Brusque (SC). Vive e trabalha em São
Bento do Sul (SC). É Professor, Radialista, Escritor, Ativista Cultural, Historiador e
Poeta. Graduou-se em Ciências Econômicas pela Faculdade De Plácido e Silva –
FADEPS – Curitiba (PR) (1984). Pós graduou-se em Gestão Financeira pela Pontifícia
Universidade Católica do Paraná – PUCPR - Curitiba (PR) (1987).
Em suas atividades em exercício é Presidente da Academia de Letras Infanto-Juvenil para Santa Catarina Municipal de São Bento do Sul (SC) e membro da Associação Internacional de Poetas para São Bento do Sul.
Idealizou, planejou e executa o projeto “Diferente Sim, Indiferente Não”, e “Oficina de Poetas” em São Bento do Sul (SC).
Recebeu a Medalha do Mérito Cultural Dr. Arthur João de Maria Ribeiro - 2013, concedido pelo Instituto Montes Ribeiro e o Troféu Escritor Osvaldo Deschamps de Literatura e Artes - 2013.
Publicou: 30 títulos, entre poesias, textos, diálogo e história. Contato:
[email protected] Blog e Páginas:
http://antonioramospoesias.blogspot.com.br/
http://www.facebook.com/escritor.antonioramosdasilva http://www.facebook.com/academiadeletrasinfantojuvenilscsbs https://www.facebook.com/groups/659480440734716/
Antologia – Premium I
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Antologia – Premium I
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Dela
Abra suas mãos
carinhosamente.
Partirei, então, delas sutilmente...
E me acomodarei
leve e gracioso em seu sábio
e amoroso coração...
Tão solto e feliz serei
finalmente teu em notáveis asas
despretensiosas...
Nos teus olhos
É nos teus olhos que adormeço os meus sonhos aquartelados
e desperto o céu em aquarela, o azul que imaginei.
Insana procura
Olhas tão longe que esqueces
olhar próximo de ti...
Em teus olhos egocêntricas névoas. Pelos seus dedos escorrem
teu sagrado encanto... Maldita bruma!
Antologia – Premium I
138
Dor
Espanta-me o orvalho da manhã...
Que choro mais triste o da noite!
Resta-me secar meu próprio pranto desbravar minha insana dor...
Lágrima Pingo da chuva
molha minhas quimeras; respingo saudade.
Tu és
Tu és meu verso mais feliz e verdadeiro,
meu riso farto, suave canto fagueiro. Tu és meu encanto, és flama que me chama,
e eu sou o verbo que canta tão forte por ti. Sou o sonho que brinca escondido em seu riso.
Use corretivo Há quem insiste em viver
em doce e torpe ilusão.
Há quem tapa os olhos para não enxergar
sua própria decepção.
Hoje
O hoje é o melhor dia para ser vivido, o ontem deve ser apenas
carinhosamente lembrado e o amanhã será um grande presente que
sutilmente nos acordará.
Antologia – Premium I
139
Instante
As noites são aveludados consolos. Trazem você para mim nos
majestosos sonhos; calidamente regam meus ternos desejos e me
fazem feliz em estupendo momento.
Tu
Um fino raio de luz dilapida a escuridão; assim como uma delicada porção de amor é o reluzente diamante espiritual.
Borboleta
Só queria o teu pouco.
Tanto que tive... beijei uma estação inteira.
Na primavera tapete de borboletas.
Como se fosse rosa primeira.
Se dê cede
Ás vezes a felicidade venta forte e continuamos a procurar de um trevo da sorte.
Simplicidade
A visão objetiva da realidade
é abrir as portas do mundo
e perceber a sutileza presente sem uso de lentes
que distorça a verdade. A bela imagem a alma dará forma.
A má o coração digere.
Antologia – Premium I
140
Cheia lua
Insinua com teus lábios de lua e diga que teu amor é meu.
Ame tudo
Use o amor como frequência de luz que dissipa a escuridão; ele se transformará em oração por doação.
Há vida lá fora
A vida corre solta. Não se prenda ao cordão umbilical do tempo.
Arde
Que minha dor seja apenas sonolenta borboleta; porque voar
vorazmente no arco-íris é meu mais ardoroso querer.
Mundo pobre
São tantos princípios; quanto mais os tenho menos conheço meu mundo interior, talvez seja pela falta de riqueza nos tempos atuais.
Maleta
Se mudar for preciso! Carregue na mala, apenas a bagagem da tua
transformação.
Atração
A ressonância do amor se dá por freqüência de excitações continua e igual. Se não excita desista. Não há amor.
Antologia – Premium I
141
Sem sentido
Se não me faz falta.
Perdeu-se o sentir
sentir tua falta. Sinto que não faz sentido
a falta de sentir o que me falta.
Nada mais faz sentido.
Sou grato a você Por menor que seja
a grandeza das pequenas coisas, a falta de tanto
me faz ver o coração crescer
No glamour da simplicidade de viver. Tenho tanto de mim
que me sobra e reparto. Com o grafite dos meus dedos
traço o que me serve de alimento e que satisfaz e faz feliz
todos os momentos.
Egoísta
O egoísta é um anjo de máscara. Quem tem muito para dar se coloca
a disposição do mundo; quem quer tudo para si restringe o seu nada ao mundo.
Crítico da alma
A inspiração não tem forma e nem estilo. Só depois de pronta.
Não cabe a alma poética classificar.
Antologia – Premium I
142
Noturno O silêncio das palavras
sangra, acorrenta,
angústia, amarga. Feridas ainda por curar.
Quando escrevo pelas madrugadas
chovida a dor levada sombreia o luar.
Doença social
A corrupção é um compulsivo desvio de conduta pelo interesse da
coisa alheia.
Mina
Um poema extraído da alma dá tanta satisfação quando garimpar
uma pedra preciosa; o coração.
Nossa
Somos meros participantes da vida da humanidade
e do mundo que habitamos;
muito fizemos por nós. Esse é nosso, a nossa individualidade.
Permanecerá até a nossa hora final. Mas a solidariedade, bondade e dedicação
com o nosso semelhante e o ambiente que acolhemos
para compartilhar e viver
é permanente. A nossa obra. A nossa participação.
Antologia – Premium I
143
Respeita-se O que não se muda o silêncio é oportuno.
Corrente
Liberta -te! Siga o fluxo do coração.
Via O caminho é curto para quem conhece os atalhos.
Pra que ir
Se você já tem Deus; não procure. Permaneça!
Quando Quando adoçares
com um sorriso o teu rosto, abelhas produziram mel
na primavera dos teus olhos. Nesse dia a alegria serão flores
e tudo será como sempre foi. Tu depositando no favo o teu mel
no peito meu que te floresce.
Raro
O que voa leve
são os breves momentos eternizados por ti,
meus sonhos criam asas e meu coração foge de mim.
Antologia – Premium I
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Faz de conta
Muitas das vezes partimos de pressupostos e consumimos a nossa
verdade por hipóteses; uma ilusão existente como se fosse real.
Amigo ou parceiro?!
Titularizar alguém como amigo é a maior condecoração de um
relacionamento compartilhado.
Uma bela noite
Entre o céu e a terra há um limite que dimensiona a sabedoria do homem, mas que evidencia a existência divina.
Neófito
Palavras em si não dizem nada. O sábio carrega consigo paciência e
ação; uma o vento leva enquanto que a outra o tempo se encarrega.
Deus é único
Cada ser tem seu perfume sua essência sua marca digital, assim como as flores. Somos todos únicos; por isso somos filhos de um
único Deus.
Família
O núcleo do amor é a família. Sem esse amor não há amplidão para com o universo.
Gaste
O limite da vida é o tempo. Ninguém conseguirá sobrepô-lo. Não
desperdice!
Antologia – Premium I
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Poesia me ocupa
Competir não é essa a razão
nem que valha o meu tempo.
Estou aqui à busca de meus limites, a busca das minhas fronteiras.
Um lugar claro que se viva e se deixa viver.
Superar, ultrapassar o solo dos meus medos,
obstáculos, desamores... são palavras apenas,
e nelas encontrarei
o principio ativo primeiro; ocupando espaço e tempo
com os meus objetivos, que é competir comigo.
Amigo
A amizade é uma virtude,
uma dádiva e um bem dos bem-aventurados e afins;
os bons são bons sempre
e nas ações se assemelham, pois esses se desejam mutuamente
e são virtuosos em si.
Toco-te
No violino das tuas curvas melodia lambe versos
e cifra corações. Sinuosa frase derrete
em maresia as letras
via láctea de imaginações.
Antologia – Premium I
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Mudança
Não sou regra.
Nem ao menos
estilo ou concordância.
Não me enquadro, tampouco me encaixo
em moldes e padrões.
Não sou linha, não sou ponto,
longe de mim...
Ser tola exclamação.
Não me defino, apenas me interrogo,
nada sou, estou sendo apenas.
E se nos caminhos
das tortas dúvidas, que rumo eu mudar
constantemente, certamente
um riso leve e frouxo brotará em mim
eterna metamorfose.
Veja bem, mas
A dúvida só serve para nada; o sim e o não são advérbios de decisão.
Prudente
Na duvida não recue, apenas desacelere. De passo em passo
constrói-se a certeza.
Antologia – Premium I
147
Verdadeira face
Assusta-te com descortesia quando
vê em mim a indigente lágrima
que verte do meu escuro coração.
Não percebes que sou apenas
gentil espelho?
Brilho e sorrio no meu lado eu.
Choro e imploro no lado seu.
O que eu faço para que você
reconheça sua verdadeira face?
Leve
Chorei ao relento exaurido, diluído
em lágrimas de saudade.
Amanheci,
atirei tudo ao vento... hoje, acordei ao meu lado;
se de mim fugiu tanto tempo me esqueci.
Vejo luz de vida
dela, aquela agora que compreendi;
sem mais querelas
sem mais feridas tapo o que vivi.
Antologia – Premium I
148
Consolo Emoções...
tudo o que não falo,
o coração diz.
Reserva de valores não verbais, cores, indolores, olhos que fitais.
Se o afeto não puder sê-lo que o meu amor seja mais.
Quando te vejo
na voz me engasgo;
língua paralisa uma febre selvagem
percorre o corpo e me alisa. Não vejo nada.
Ouvido enchesse
ruídos latejantes
meu ser estremece.
Inquietação de minha alma; felicidade infinita
promessa não cabe...
De prazer ou certeza da dor,
entre a dor e o nada a dor engulo primeiro.
Se consolo?
Console-me por inteiro! Num instante me calo.
Antologia – Premium I
149
Escreva-te
Despe-te do negro vazio
com palavras nuas
versos que a alma dissera no interior a eternidade.
Essa dor que tanto te escreve;
são livros fechados por ti. Linhas por onde passam sonhos
beijando frases no infinito aos gritos um arco-íris desenha
estendido em reticências
viajando loucos em sentimentos da quimera a realidade.
Livros se abrem por ti.
Livros se despem pra ti.
Abraça-me
E quando eu me dirigir para te abraça. Abraça-me!
É sinal de que nunca
fiquei parado para te ter.
E quando eu ofertar o meu interior para te dar. Beija-me.
É sinal que o amor nos oxigenou.
E quando eu não tiver mais nada
para te oferecer. Dai-me! É sinal que temos o que precisamos.
O verdadeiro amor.
Antologia – Premium I
150
O poeta
A alma se separou do corpo
como pedra solta
estrela do mar.
Não é morte é vida! Cor de sombra
voando sem rumo verdades ao vento perdida
no tempo louca ao relento. Sou esse que não sou ninguém!
Uma lágrima contente solitária de gente
singular na multidão.
Fumegante, evaporando feito de água e chama ardente.
Entre a inconstância e a insensata...
de amor morre a solidão mata.
Sou esse magma sou esse mel
essa fraca alma que se dissipou no céu.