ANO JUDAICO ROSH HASHANÁ E A MAÇONARIA

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1 Rosh Hashaná e a Maçonaria Roberto Aguilar M. S. Silva ARLSSentinela da Fronteira, n°53 Corumbá, M. S. Academia Maçônica de Letras de Mato Grosso do Sul, Brasil

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Rosh Hashaná e a Maçonaria

Roberto Aguilar M. S. Silva

A∴R∴ L∴S∴ Sentinela da Fronteira, n°53

Corumbá, M. S.

Academia Maçônica de Letras de

Mato Grosso do Sul, Brasil

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Rosh Hashaná (em hebraic השנה ראש , literalmente "cabeça do ano") é o nome dado ao ano-

novo no judaísmo. Dentro da tradição rabínica, o Rosh Hashaná ocorre no primeiro dia do mês

de Tishrei1, primeiro mês do ano no calendário judaico rabínico e sétimo mês no calendário

bíblico. A Torá2 refere-se a este dia como o Dia da Aclamação (Yom Teruá3 Levítico 23:24), pelo

que os judeus caraítas4 seguem esta data mas não o consideram como princípio do ano. Já a

literatura rabínica diz que foi neste dia que Adão e Eva foram criados e neste mesmo dia

incorreram em erro ao tomar da árvore da ciência do bem e do mal. Também teria sido neste

dia que Caim teria matado seu irmão Abel. Por isto considera-se este dia como Dia de

Julgamento (Yom ha-Din) e Dia de Lembrança (Yom ha-Zikkaron), o início de um período de

instrospecção e meditação de dez dias ( Yamim Noraim5) que culminará no Yom Kipur6, um

período no qual se crê o Criador julga os homens.

Tradições e costumes

A comemoração é efetuada durante os dois primeiros dias de Tishrei conforme o costume pós-

exílico para se garantir a comemoração no dia correto nas comunidades da Diáspora7. A

1 Tishrei ou Tishri ( em hebraico 'ִ�ְ�ִרי ou ִ�ְ�ֵרי do acadiano tašrtu "início", de šurrû "iniciar") é o primeiro mês do

calendário hebraico rabínico, sendo um mês lunar de 30 dias.Inicia-se no outono do hemisfério norte . Feriados em Tishrei: Rosh Hashaná - dia 1 e 2 ; Tzom Gedaliah - dia 3 (ou 4 , se o dia 3 cair em um shabat); Yom Kippur - dia 10 ; Sucot - dia 15 a 22. Shabat (do hebraico שבת, shabāt; shabos ou shabes na pronúncia asquenazita, "descanso/inatividade"), também grafado como sabá ou sabat, é o nome dado ao dia de descanso semanal no judaísmo, simbolizando o sétimo dia em Gênesis, após os seis dias de Criação. Apesar de ser comumente dito ser o sábado de cada semana, é observado a partir do pôr-do-sol da sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado. O exato momento de início e final do shabat varia de semana para semana e de lugar para lugar, de acordo com o horário do pôr-do-sol. 2 Tóra (do hebraico ָרה �, significando instrução, apontamento, deleal) é o nome dado aos cinco primeiros livros do

Tanakh (também chamados de Hamisha Humshei Torah, תורה חומשי חמשה - as cinco partes da Torá) e que constituem o texto central do judaísmo. 3 Ver no anexo sobre o calendário Judaico.

4 A palavra caraíta ( do hebraico קראים qaraim ou bnei mikra - Seguidores das Escrituras), designa uma das

ramificações do Judaísmo que defende unicamente a autoridade das Escrituras Hebraicas como fonte de Revelação Divina. 5 Grandes festas é o nome dado no judaísmo ao período que se inicia no mês de Elul e que engloba Rosh Hashaná

("Ano novo judaico"), os dez dias de penitência (Aseret Yemei Teshuva), e que termina com a data do Yom Kipur. O termo Grandes festas não é uma tradução correta : este período é chamado atualmente de Yamim Noraim (Dias de

Reverência ou Dias de Penitência do hebraico נוראים ימים). 6 O Yom Kipur ou Kippur (do hebraico כיפור יום) é um dos dias mais importantes do judaísmo. No calendário hebreu

começa no crepúsculo que inicia o décimo dia do mês hebreu de Tishrei (que coincide com Setembro ou Outubro), continuando até ao seguinte pôr do sol. Os judeus tradicionalmente observam esse feriado com um período de jejum de 25 horas e reza intensa. 7 O termo diáspora (em grego antigo, διασπορά – "dispersão") define o deslocamento, normalmente forçado ou

incentivado, de grandes massas populacionais originárias de uma zona determinada para várias áreas de acolhimento distintas. O termo "diáspora" é usado com muita frequência para fazer referência à dispersão do povo hebreu no mundo antigo, a partir do exílio na Babilônia no século VI a.C. e, especialmente, depois da destruição de Jerusalém em 135 d.C.

Roberto Aguilar M. S. SILVA

A∴∴∴∴ R∴∴∴∴ L∴∴∴∴ S∴∴∴∴ Sentinela da Fronteira, n 53

Academia Maçônica de Letras de

Mato Grosso do Sul , Brasil

ROAH HASHANA

E A MAÇONARIA

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celebração começa ao anoitecer na vespéra com o toque do shofar8. É costume se comer

certos alimentos representativos durante o Rosh Hashaná como maçãs com mel e açúcar para

representar um ano doce. Também se come "Rosh shel Dag", cabeça de peixe. Esse alimento

incentiva a começar um ano bom com a cabeça, a parte mais alta do corpo. Durante a tarde do

primeiro dia se realiza o tashlikh, um costume de recitar-se certas preces e jogar pedras ou

pedaços de pão na água como um símbolo da eliminação dos pecados. Durante os Yamim

Noraim muitas orações (selichot9) e poemas religiosos ( piyuttim) são entoados junto com as

orações normais.

Maçonaria e Judaísmo10

A tradição judaica não é dominada por muitos escritores maçônicos que, por isto mesmo,

cometem muitos pecados de interpretação no tocante a sua influência na maçonaria. Antes de

apontar a influência judaica na maçonaria seria interessante fixar alguns traços da cultura

judaica, comumente desprezados, para não se incorrer em erros lamentáveis. Veja-se, por

exemplo, as colunas do Templo de Salomão que estão citadas em Reis I, 7, 21: “Ergueu as

colunas diante do pórtico do santuário; ergueu a coluna do lado direito, à qual deu o nome de

Jaquin; ergueu a coluna da esquerda e chamou-a Boaz”. Quando se pergunta a um professor

de hebraico o que significa Boaz , ele discorrerá sobre o significado e a tradução desta palavra.

Se perguntarmos, ao mesmo professor, o que significa BOOZ, muito empregada pelos maçons

franceses e repetida pelos brasileiros e que é uma corrupção de BOAZ, ele não saberá,

obviamente, o significado da palavra, pois ela não tem nada a ver com o hebraico. Quanta

discussão inútil se evitaria se se pudesse resolver a questão filologicamente.

Os caracteres da escrita hebraica não possuem vogais. Normalmente são substituídos por

sinais (massoréticos) que agem como vogais. Assim se um judeu religioso escrevesse o nome

de Deus em hebraico no alfabeto ocidental soaria algo como: D--s ou N-ss- S-nh-r, tomando

todo o cuidado para não tomar o santo nome em vão. Os judeus pronunciam o nome de Deus

de várias maneiras: El, Eloim, El Shadai, Adonai, etc. Contudo, o nome inefável de Deus

8 Shofar (do hebraico שופר shofar ) é considerado um dos instrumentos de sopro mais antigos. Somente a flauta do

pastor – chamada Ugav, na Bíblia – tem registro da mesma época, mas não tem função em serviços religiosos nos dias de hoje. 9 Selichot são Preces de Perdão que costuma-se fazer nos dias que antecedem Rosh Hashaná. O mês de Elul é

comparado a um período em que o Rei, sempre confinado em seu palácio, sai ao campo e está mais próximo e acessível ao povo. Do mesmo modo, D’us, o Rei do Universo, neste mês está mais próximo de Seu povo e aceita e condece seus pedidos. Para isto é necessário haver uma preparação sincera através de um balanço espiritual, uma reflexão profunda sobre nossos atos passados a fim de corrigir nossas falhas e tomar boas resoluções para o ano que se aproxima. Inicia-se: Uma semana antes de Rosh Hashaná. Duração: 1 semana. 10

Maçonaria E Judaísmo por el M:.R:.H:. Guilherme Oak.

http:// www.thegoatblog.com.br/.../planchasII/039_masoneria_y_judaismo_br.doc

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[desnecessário dizer que o hebraico se lê da direita para a esquerda] raríssimamente é grafado

(quando o é, normalmente para uso em pesquisa etimológica sobre a origem do Nome) ou

pronunciado (sendo nestas pouquíssimas vezes, não é propriamente pronunciando e sim

soletrado com as letras hebraicas: iod, hei, vav e hei). Em inglês, o nome inefável é

transliterado como YHVH (Javé em Português como se verá a seguir). Os estudiosos cristãos

ensinam que os judeus adoram Deus com um nome relacionado com a letra W. Tal fato se

deve a dominação que os alemães exerceram no campo teológico nos últimos duzentos anos.

O W em alemão é pronunciando como o V em português e inglês e o vav em hebraico. Os

alemães também grafam como J onde encontram o iod hebreu ou o Y em inglês (tal letra

inexiste no alfabeto português) quando ele ocorre. Assim YHVH apareceria como JHWH. A

Bíblia de Jerusalém grafa como Javé e/ou Iahweh. A tradição judaica afirma que a atual

pronúncia do Nome é um segredo para sempre perdido desde a destruição do Templo e é

considerado impróprio tentar pronunciar o Nome. Quando o Nome ocorre em caracteres

hebraicos deve ser usada uma palavra substituta, ou seja Adonai. Outro traço importante na

cultura religiosa hebraica é o termo Bíblia. Claro que Bíblia é o têrmo português para a palavra

hebraica Tanach . Tanach ou Tanack é um acrônimo construído pelas três seções da Bíblia: a

Torah , ou seja a Lei, o Nevi’im , ou seja os Profetas e o Kesuvimi ou Ketuvim , ou seja os

Escritos ou os Hagiógrafos. Na versão moderna, constituem os 39 livros (considerando-se

Samuel I e II e Reis I e II como livros separados) da Escritura Hebraica que, obviamente, os

judeus não chamam de Velho Testamento. Aquilo que os cristãos chamam de Velho

Testamento e Novo Testamento, os judeus chamam de Escritura Hebraica e Escritura Cristã. O

cânon hebraico difere do cânon cristão por desconsiderar os livros escritos em grego e os

suplementos gregos de Ester e Daniel. Para uma breve recordação, o cânon hebraico lista os

seguintes livros:

• Pentateuco: 1- Gênesis, 2- Êxodo, 3- Levítico, 4- Números, 5- Deuteronômio;

• Profetas: [anteriores] 6- Josué, 7- Juízes, 8- Samuel (I e II), 9- Reis (I e II), [posteriores]10-

Isaías, 11- Jeremias, 12- Ezequiel, 13- ‘Os Doze’ profetas, na ordem retomada pela Vulgata:

Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e

Malaquias;

• Hagiógrafos: 14- Salmos, 15- Jó, 16- Provérbios, 17- Rute, 18- Cântico dos Cânticos, 19-

Eclesiastes (Coelet), 20- Lamentações, 21-Ester, 22- Daniel, 23- Esdras, 24- Neemias e 25-

Crônicas.

Aqui surge uma questão que agora poder ser respondida com maior conhecimento de causa.

Quando um candidato maçônico judeu presta um juramento, a Torah deve ser posta no altar

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como Livro da Lei? Não. A Torah é somente uma parte da Bíblia judaica. Colocar a Torah no

altar seria o equivalente para os cristãos de se colocar somente os quatro Evangelhos no altar,

sem as Epístolas, o Apocalipse, etc. O Livro dos Profetas e os Hagiográfos assumem um

importante papel na adoração judaica e no entendimento da lei judaica. A Torah é a mais

importante seção da Bíblia, e é particularmente venerada, mas não é toda a Escritura. Seria,

então, o caso de se colocar o Talmud no altar para os candidatos judeus? Aqui, convém,

esclarecer que o Talmud é um livro de interpretação legal. O Talmud também ensina uma

grande parte sobre o pensamento judeu e a crença religiosa, mas ele não é a Sagrada

Escritura. As obras de Santo Agostinho e de São Tomás de Aquino desempenham o mesmo

papel numa relação similar com a Bíblia dos cristãos, contudo, também não são as Escrituras.

Surge agora uma outra pergunta. Os judeus usam chapéu em Loja? Aqui convém distinguir

entre o chapéu propriamente dito e quipá (kipah), uma espécie de solidéu. O solidéu (solis Deo

= só a Deus) designa o pequeno barrete, geralmente feito de fazenda mole e flexível, a qual se

ajusta à cabeça, com que os padres cobrem a coroa ou pouco mais e que deve ser tirado ante

o sacrário. A cobertura da cabeça é preconizada em diversos ritos maçônicos (apesar da

prática não ser uniforme) para os Mestres em qualquer Sessão, ou para todos os Obreiros, ou

apenas para os Mestres em Sessão do terceiro grau. Geralmente tal cobertura é necessária e

feita com o chapéu negro desabado, podendo-se todavia, utilizar o solidéu (que é o quipá

hebraico) em Sessões do terceiro grau ou de Pompas Fúnebres. O judaísmo adota a prática

oriental de cobrir a cabeça durante as orações como um sinal de respeito, enquanto nos países

ocidentais, a prática é totalmente ao contrário: descobre-se a cabeça exatamente pela mesma

razão. Algumas Obediências Maçônicas decidiram que o quipá (iarmulque [yarmulke], barrete,

tiara, etc.) não é um chapéu no sentido maçônico, mas um elemento do vestuário. O

R∴E∴E∴A∴adota a opinião que o barrete do rito não deve ser removido, por exemplo,

durante a saudação da bandeira. Deve ser considerado, também em maçonaria, o barrete

frígio, que era um pequeno boné de feltro, de forma cônica e com um pequeno rebordo, com

o qual, na Antigüidade, o senhor cobria a cabeça do escravo na cerimônia de libertação e que

era tomado como emblema de liberdade; graças a isso, ele é, em alguns ritos, um símbolo

maçônico, já que a maçonaria sempre foi libertária. Uma última distinção deve ser feita sobre

o diferente uso do conceito fariseu entre cristãos e judeus. O judaísmo moderno é farisaico no

seu temperamento, mas os judeus não usam a palavra como um sinônimo de “hipócrita”. É

provável que este último significado adveio de um conflito entre aqueles que escolheram

seguir Jesus e Paulo e aqueles que permaneceram com o cerne da fé judaica. Naquele tempo,

os fariseus dominavam o pensamento e a prática judaica e é melhor denunciar o farisaísmo

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como um desvio do pensamento judeu do que denunciar os judeus propriamente ditos, desde

que os antigos cristãos almejavam converter os judeus. Os fariseus e os saduceus eram os

competidores primários no pensamento e na prática religiosa dos judeus, embora houvessem

outros grupos, como os essênios, buscando oferecer idéias diferentes. Os saduceus eram o

partido da classe sacerdotal e mantinham a posição de que somente a Lei escrita deveria ser

seguida à risca. Os fariseus conseguiam fazer uma combinação mais flexível entre a Lei escrita

e a oral. Outra importante distinção era que os fariseus afirmavam que uma pessoa não

deveria pertencer necessariamente à classe sacerdotal para bem cumprir os mandamentos e

adorar a Deus. É esta última diferença que é a mais importante no desenvolvimento do

judaísmo na sua forma para os últimos dois mil anos. Alguns autores fazem um símile entre

este conflito e o da Reforma protestante, quinze séculos depois. Existem traços comuns entre

os rituais, símbolos e palavras maçônicos e judaicos. Um dos landmarques judaicos é a crença

num Deus que criou tudo na nossa existência e que nos deu uma Lei para ser seguida,

incluindo, ipso facto11, os preceitos morais de relacionamento humano. A crença em Deus, a

prece, a imortalidade da alma, a caridade, o agir respeitosamente entre os seus semelhantes

fazem parte integrante do ideário maçônico - pelo menos da maçonaria teísta - como também

do judaísmo, e por que não dizer de todas as grandes religiões do mundo (o budismo seria um

caso à parte). O judaísmo ensina que a Lei de Deus está contida na Torah, a parte principal da

bíblia judaica que contem os 5 primeiros livros de toda a Bíblia, como visto anteriormente, ou

seja o Pentateuco dos cristãos. A tradição judaica ensina que a Torah é a eterna lei dada por

Deus e é completa, nunca será mudada até mesmo por Deus e, obviamente, nunca poderá ser

alterada por qualquer mortal. Já aqui surge naturalmente uma comparação com os

landmarques maçônicos que preceituam não estar no poder de qualquer homem-maçom ou

corpo maçônico fazer inovações na estrutura básica da maçonaria. Nos tempos modernos,

ambas assertivas podem cheirar politicamente incorretas, apresentando um odor dogmático

que repulsa as mentes liberais e tolerantes no limiar do terceiro milênio, mas convém salientar

que isto se refere aos fundamentos que deverão permanecer intocados. Tanto que um dos

livros clássicos de Pike se intitula Moral e Dogma. Assim maçonaria e judaísmo, tais como os

padrões éticos das outras grandes religiões, ensinam que devemos nos auto-disciplinar e

manter nossas paixões em constante guarda. O disciplinamento ritualístico, seja nas sinagogas

seja nas lojas maçônicas, auxilia a desenvolver esta habilidade.

11

Ipso facto é uma frase latina, que significa que um certo efeito é uma consequência directa da acção em causa, em vez de ser provocada por uma acção subsequente, como o veredicto de um tribunal. É um termo usado em filosofia da arte, direito e ciências.

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Outra similitude poderá, também, ser encontrada na cerimônia da circuncisão e do Bar

Mitzvah12 . Logo após o nascimento de todo judeu homem, ele é circuncidado pelo rabino, ou

seja é feito o corte no prepúcio do pênis do bebê, numa cerimônia familiar como um sinal

ancestral de aliança entre Deus e patriarca Abraão. Treze anos depois, já adolescente, o

mesmo judeu macho participa do Bar Mitzvah que consiste em aprender a recitar preces e

passagens bíblicas em hebraico e a participar em rituais judaicos quando, enfim, adquire todos

os direitos e deveres do homem judeu. Todos os maçons já fizeram, aqui, a comparação com a

iniciação maçônica do profano e a exaltação ao grau de mestre quando se adquire a plenitude

maçônica...

No tocante à liberdade individual, maçonaria e judaísmo emulam para ver quem apresenta

maior performance de respeito e apoio. Tal fato, contudo, não é exclusivo dos dois, pois o

cristianismo apresenta, também, considerações profundas sobre o livre arbítrio, mas não é o

caso de ser aqui discutido. O judaísmo ensina que todo ser humano é capaz do bem e do mal e

tenta ajudar o fiel a usar o livre arbítrio para escolher o caminho eticamente correto. A

maçonaria ensina que aqueles que são moralmente capazes podem encontrar a “luz” na

maçonaria se eles desejarem isto por suas próprias vontades livres. Os maçons franceses,

principalmente os do Grande Oriente de França, chegaram ao ponto de colocar como um dos

seus lemas a liberdade absoluta de pensamento. O conceito de exercitar a vontade livre para

aceitar a lei e a reparação pelas transgressões passadas é o que preconiza o Rosh Hashanah e o

Yom Kippur13. Os judeus acreditam que dez dias no início do novo ano judeu devem ser usados

12

Ao completar 13 anos, o jovem atinge a maioridade religiosa judaica. Para marcar esta passagem, é celebrado o Bar-Mitzvá, uma cerimônia que ressalta a importância de cada um dos judeus na corrente ancestral do judaísmo. É nessa data que o jovem, pela primeira vez, coloca os Tefilin e é chamado para ler na Torá. O judaísmo considera o jovem de 13 anos maduro o suficiente para ser responsável por seus atos. Na Torá, Livro do Gênese, há um verso que indica que é a partir desta idade que um menino se torna homem. Referindo-se a dois filhos do patriarca Jacob, Shimon e Levi, narra o texto da Torá: "Cada um dos homens pegou sua espada...". Na época em que ocorreu esse episódio, Levi tinha 13 anos de idade. Ele foi a pessoa mais jovem a quem a Torá se referiu como "homem", revelando assim que aos treze anos é a idade em que um judeu assume a maioridade religiosa. De acordo com o Talmud, um menino torna-se adulto com 13 anos e 1 dia, independentemente do fato de ter ou não atingido a puberdade. Como as meninas amadurecem mais cedo, o Bat-Mitzvá, celebração de sua maioridade religiosa, é comemorado aos 12 anos. O Código de Lei Judaica ensina que, a partir dessa data, os jovens passam a ser totalmente responsáveis pelo cumprimento dos Mandamentos Divinos, as mitzvot, não mais os cumprindo apenas porque assim seus pais lhe ensinaram. Seu pai, portanto, deixa de ser responsável pelos seus atos, como está prescrito no Shulchan Aruch HaRav. Em hebraico, Bar-Mitzvá e Bat-Mitzvá, significam literalmente "filho ou filha do mandamento". A própria palavra revela a importância espiritual da data, quando a ligação de um jovem com o judaísmo se torna imutável. O judeu, em sua essência, é filho da mitzvá, ou seja, da Palavra e Vontade Divina transmitidas a nosso povo por D'us. Foi naquele momento, ao pé do Monte Sinai, que a ligação espiritual entre o D´us e o povo de Israel se tornou eterna. Façamos aqui um paralelo com a relação entre filho e pai. O filho pode até se afastar de seu pai, mas ele sempre continuará a ser seu filho. Da mesma forma, um judeu, ao longo de sua vida, ainda que se afaste de suas raízes, o vínculo de sua alma com D'us e com o judaísmo é eterno. 13

O Yom Kipur ou Kippur (do hebraico כיפור יום , IPA: [ˈjɔm kiˈpur]) é um dos dias mais importantes do judaísmo. No calendário hebreu começa no crepúsculo que inicia o décimo dia do mês hebreu de Tishrei (que coincide com Setembro ou Outubro), continuando até ao seguinte pôr do sol. Os judeus tradicionalmente observam esse feriado com um período de jejum de 25 horas e rezcrepúsculoa intensa.

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para reparar os pecados passados e buscar a resolução firme de evitar o pecado no futuro. De

modo análogo, a maçonaria ensina que todo homem deve lutar para crescer moralmente e

livrar-se de todo preconceito. Não é a toa que a disputa entre a maçonaria francesa e a inglesa

se dá entre a liberdade absoluta de pensamento, preconizada pelos franceses, contra o teísmo

inglês que forçou a própria reformulação da Constituição de Anderson, quinze anos após a sua

promulgação.

1. A luz é um importante símbolo tanto no judaísmo como na maçonaria. “Pois o preceito

é uma lâmpada, e a instrução é uma luz”, Prov. 6, 23. Um dos grandes feriados judaicos é o

Chanukah Chanucá ou Hanucá (חנכה ḥănukkāh ou חנוכה ḥănūkkāh) é uma festa judaica,

também conhecida como o Festival das luzes. "Chanucá é uma palavra hebraica que significa

"dedicação" ou "inauguração". A primeira noite de Chanucá começa após o pôr-do-sol do 24º

dia do mês judaico de Kislev e a festa é comemorada por oito dias. Uma vez que na tradição

judaica o dia do calendário começa no pôr-do-sol, o Chanucá começa no 25º dia viviam como

um povo autônomo na terra de I Chanucá ou Hanucá (חנכה ḥănukkāh ou חנוכה ḥănūkkāh) é

uma festa judaica, também conhecido como o Festival das luzes. "Chanucá é uma palavra

hebraica que significa "dedicação" ou "inauguração". A primeira noite de Chanucá começa

após o pôr-do-sol do 24º dia do mês judaico de Kislev e a festa é comemorada por oito dias.

Uma vez que na tradição judaica o dia do calendário começa no pôr-do-sol, o Chanucá começa

no 25º dia.

Por volta do ano de 200 a.C. os judeus viviam como um povo autônomo na terra de Israel, a

qual, nessa época, era controlada pelo rei selêucida da Síria. O povo judeu pagava impostos à

Síria e aceitava a autoridade dos selêucidas, sendo, em troca, livre para seguir sua própria fé e

manter seu modo de vida.

Israel, a qual, nessa época, era controlada pelo rei selêucida da Síria. O povo judeu pagava

impostos à Síria e aceitava a autoridade dos selêucidas, sendo, em troca, livre para seguir sua

própria fé e manter seu modo de vida.

, ou seja o Festival das Luzes, comemorando a vitória do povo de Israel sobre aqueles que

tinham feito a prática da religião um crime punível pela morte ali pelo ano 165 a. E. V. (Os

judeus substituem o antes de Cristo e o depois de Cristo pelo antes e depois da Era Vulgar). A

luz é um dos mais densos símbolos na maçonaria, pois representa (para os maçons de linha

inglesa) o espírito divino, a liberdade religiosa, designando (para os maçons de linha francesa)

a ilustração, o esclarecimento, o que esclarece o espírito, a claridade intelectual. A Luz, para o

maçom, não é a material, mas a do intelecto, da razão, é a meta máxima do iniciado maçom,

que, vindo das trevas do Ocidente, caminha em direção ao Oriente, onde reina o Sol. Graças a

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essa busca da Verdade, do Conhecimento e da Razão é que os maçons autodenominam-se

Filhos da Luz; e talvez não tenha sido por acaso que a Maçonaria, em sua forma atual, a dos

Aceitos, nasceu no “Século das Luzes”, o século XVIII.

Outro símbolo compartilhado é o tão decantado Templo de Salomão. Figura como uma parte

central na religião judaica, não só, por ser o rei Salomão uma das maiores figuras do panteão

de Israel, como o Templo representar o zênite da religião judaica. Na maçonaria, juntou-se a

figura de Salomão, à da construção do Templo, pois os maçons são, simbolicamente, antes de

tudo, construtores, pedreiros, geómetras14 e arquitetos. Os rituais maçônicos estão prenhes de

lendas sobre a construção do Templo de Salomão. Para os maçons existem três Salomões: o

Salomão maçônico, o bíblico e o histórico.

Outro traço cultural comum seria a obediência para com a autoridade. Max Weber

propôs três tipos de autoridade: a tradicional, a carismática e a racional-legal. A primeira

adstrita às sociedades antigas, a segunda referente aos surtos de carisma que a humanidade

vive de tempos em tempos e a terceira, apanágio da modernidade. A tradição judaica ensina

uma obediência respeitosa para com os pais e os rabinos. A maçonaria ensina, desde a

Constituição de Anderson de 1723, o respeito para com a autoridade legitimamente

constituída. (Este preceito é cristalino na maçonaria de cunho anglo-saxão, já os latinos, no

embate contra o trono e a cruz...).

Como último aspecto comum, tem-se os esforços positivos na maçonaria e no

judaísmo para encorajar o aprendizado. A cultura judaica tem uma larga tradição de

14 Diofanto de Alexandria é considerado como o maior algebrista latino. Na história da ludição, este autor

desempenha um papel semelhante ao que Euclides (360-295 ac) tem na Geometria e Ptolomeu (85-165) na Astronomia. Sabe-se relativamente à sua vida. Desconhece-se a data precisa em que Diofanto nasceu. No entanto, através da leitura dos seus escritos, nos quais cita Hipsicles (240-170 a.C.), e também por uma passagem de Théon de Alexandria (335-395), que cita Diofanto como um clássico, é possível marcar limites temporais que permitem situar a vida deste autor entre o século II a.C. e o princípio do século IV da nossa era. De acordo com P. Tannery, deve-se considerar Diofanto como contemporâneo de Papus (290-350) e pertencendo à segunda metade do século III. Por outro lado, atendendo a que na parte da aritmética da mutilada obra de Papus não é mencionado o nome de Diofanto, sendo no entanto citados, não só diversos outros geómetras da época, mas também quase todos os matemáticos do seu tempo Héron (10-75), Nicómaco (60-120), Théon e Ptolomeu, Diofanto possa ser um pouco posterior a Papus. Entre vários livros que escreveu, o mais importante destes é "Aritmética". Neste introduz uma notação simbólica com símbolos diferentes para o quadrado de uma incógnita, para o cubo e assim sucessivamente. Escreveu também sobre as soluções de certa de inequações: para que uma equação tenha solução primeiro precisamos saber a qual sistema numérico as soluções pertencem, isto é, se as solução pertencem ao números naturais, inteiros, reais ou outros. Certas equações cujas soluções são números inteiros ou racionais são chamadas de Equações Diofantinas. Em sua tumba estava escrito o seguinte enigma:"Aqui jaz o matemático que passou um sexto da sua vida como menino. Um dozeavo da sua vida passou como rapaz. Depois viveu um sétimo da sua vida antes de se casar. Cinco anos após nasceu seu filho, com quem conviveu metade da sua vida. Depois da morte de seu filho, sofreu mais 4 anos antes de morrer". De acordo com esse enigma, Diofanto teria 84 anos.

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impulsionar o maior número de judeus a se notabilizar pelo conhecimento nas artes, na

literatura, na ciência, na tecnologia, nas profissões em geral. Durante séculos, os judeus tem se

destacado nos diversos campos do conhecimento humano e o seu empenho em melhorar suas

escolas e seus centros de ensino demonstram cabalmente isto. Digo de notar-se é que as

famosas escolas talmúdicas - as yeshivas15 - vem do verbo lashevet , ou seja sentar-se. Deste

modo para aprender é necessário sentar-se nos bancos escolares. Assim também na

maçonaria, nota-se uma preocupação constante, cada vez maior, com o desenvolvimento

intelectual dos seus epígonos, no fundo, não só como um meio de melhorar a sua escola de

fraternidade e civismo como também para perpetuar os seus ideais e permanecer como uma

das mais ricas tradições do mundo moderno.

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Yeshivá (do hebraico ישיבה, "assento (subst.)" pl. yeshivot) é o nome dado às instituições para estudo da Torá e do Talmud dentro do judaísmo. As yeshivot geralmente são instituições judaicas ortodoxas, e geralmente abrigam rapazes ou homens. A instituição equivalente para mulheres é a midrashá, embora o termo yeshivá possa ser usado também para uma instituição mista ou de mulheres. O termo yeshivá guedolá ("yeshivá sênior/superior") se refere à instituições pós-ensino médio, e yeshivá ketaná ("yeshivá júnior/pequena") se refere à instituições de ensino a meninos em idade de ensino médio. O termo yeshivá também é usado como um nome genérico para qualquer escola que ensine Torá, Mishná e Talmud, para qualquer grupo. Uma yeshivá com um enfoque para estudo independente e que fornece sustento para estudantes do sexo masculino casados é conhecida como kolel.

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Calendário Judaico

O calendário judaico é basicamente lunar, pois nele cada mês começa em uma lua nova, pois a

palavra hebraica que é usada na Bíblia para significar mês é CHÓDESH, que significa lua nova, e

vem da palavra CHADASH, que significa novo. Pode ser considerado como dia da lua nova o dia

em que ocorre a conjunção lunar, ou o dia seguinte ao em que ocorre a conjunção lunar. No

entanto, o calendário judaico é também solar, pois em Êxodo 12:2 e em Êxodo 13:4, Deus

ordenou que o primeiro mês do ano seja o mês de Aviv, e a palavra Aviv significa primavera, de

modo que o primeiro mês do ano deve ser o mês que coincide com o início da primavera na

Terra de Israel, e as estações do ano são fixadas pelo movimento da Terra em redor do Sol.

Portanto, o calendário judaico, que é o calendário bíblico, é um calendário misto, lunar e solar,

em que os meses são marcados pelos movimentos da lua, e os anos são marcados pelos

movimentos do sol. O ciclo da lua é de 29 dias, 12 horas, 44 minutos e 3 segundos, ou seja,

aproximadamente 29 dias e meio. Por isso, no calendário judaico os meses têm 30 dias e 29

dias, alternadamente. Portanto, 12 meses, sendo 6 de 30 dias e 6 de 29 dias, dão um total de

354 dias. Como o ciclo do sol é de 365 dias e seis horas, aproximadamente, então existe uma

diferença de cerca de 11 dias entre o ano lunar e o ano solar. Para compatibilizar os meses

lunares com o ano solar, esta diferença de cerca de 11 dias é compensada acrescentando-se

em determinados anos um 13o mês de 30 dias. Este 13o mês é intercalado antes do mês de

Adar, e é chamado Adar Rishon, que significa Adar Primeiro, e quando isto acontece, o mês de

Adar passa a ser chamado Adar Sheni, que significa Adar Segundo. Desta forma, temos no

calendário judaico anos de 12 e de 13 meses. O ano de 12 meses é chamado ano “comum”, e o

ano de 13 meses é chamado ano “embolismal” (do grego: intercalado). Tanto o ano comum

como o ano embolismal pode ser “regular”, “bissexto” ou “deficiente”. O ano é “regular”,

quando os meses se sucedem com regularidade, sendo um de 30 e outro de 29 dias. No ano

comum regular, todos os meses ímpares têm 30 dias, e todos os meses pares têm 29 dias. No

ano embolismal regular, acontece o mesmo, com exceção de que o 12º mês tem 30 dias e o

13º mês tem 29 dias. O ano é “bissexto” quando o mês de Cheshvan (8o mês) tem 30 dias ao

invés de 29. E o ano é “deficiente” quando o mês de Kislev (9o mês) tem 29 dias ao invés de 30.

Assim, temos 6 tipos diferentes de anos:

1) Ano “comum regular”, com 354 dias.

2) Ano “comum bissexto”, com 355 dias.

3) Ano “comum deficiente”, com 353 dias.

4) Ano “embolismal regular”, com 384 dias.

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5) Ano “embolismal bissexto”, com 385 dias.

6) Ano “embolismal deficiente”, com 383 dias.

No calendário judaico, cada “ciclo” de 19 anos contém 12 anos comuns e 7 anos embolismais.

O terceiro, sexto, oitavo, décimo primeiro, décimo quarto, décimo sétimo e décimo nono de

cada ciclo são anos embolismais. Um ano embolismal pode ser facilmente identificado. Basta

dividir o seu número por 19. Se a divisão apresentar o resto de 3, 6, 8, 11, 14, 17 ou 0, o ano é

embolismal.

Os rabinos introduziram o costume de considerar o primeiro dia do mês de Tishrei (7º mês)

como sendo o primeiro dia do ano, e por isso até hoje a maioria dos judeus chama o primeiro

dia do mês de Tishrei de Rosh haShaná, que significa início do ano, ou dia do ano novo.

No entanto, isto não é correto, pois Deus ordenou que consideremos o mês de Aviv (mês da

Primavera) como o primeiro mês do ano (Êxodo 12:2 e 13:4), de modo que o verdadeiro dia do

início do ano, ou dia do ano novo (Rosh haShaná), é o primeiro dia do mês de Aviv, também

chamado Nissan. Por isso, os judeus caraítas e os judeus ebionitas consideram o primeiro dia

do mês de Aviv, ou Nissan, como sendo o início do ano, ou dia de ano novo (Rosh haShaná).

O primeiro dia do mês de Tishrei, que é o sétimo mês, deve ser chamado de Yom Teruá, ou

Yom Zicaron Teruá, pois Deus assim ordenou em Levítico 23:24, e em Números 29:1.

Conhecem-se hoje apenas quatro nomes bíblicos de meses: Aviv e Ziv, na primavera, e Etanim

e Bul, no outono.

O primeiro mês é chamado mês de Aviv, em Êxodo 13:4.

O segundo mês é chamado mês de Ziv, em 1 Reis 6:1.

O sétimo mês é chamado mês de Etanim, em 1 Reis 8:2.

O oitavo mês é chamado mês de Bul, em 1 Reis 6:38.

Os nomes atuais são de origem babilônica.

Aliás, a Torá se refere sempre aos meses pelo número de ordem (primeiro mês, segundo mês,

etc.), com exceção do primeiro mês, que é chamado de mês de Aviv, em Êxodo 13:4.

Assim, a Páscoa (Pêssach) é celebrada no “primeiro mês”, e Yom Teruá e Yom Kipur são

celebrados no “sétimo mês”.

Os nomes e respectivos números de dias dos meses obedecem à seguinte ordem:

1o - Nissan, com 30 dias.

2o - Iyar, com 29 dias

3o - Sivan, com 30 dias.

4o - Tamuz, com 29 dias.

5o - Av, com 30 dias.

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6o - Elul, com 29 dias.

7o - Tishrei, com 30 dias.

8o - Cheshvan, com 29 ou 30 dias.

9o - Kislev, com 30 ou 29 dias.

10o - Tevet, com 29 dias.

11o - Shevat, com 30 dias.

12o - Adar, com 29 dias, ou

Adar Rishon, com 30 dias.

13o - Adar Sheni, com 29 dias.

Nos anos comuns, o 12o mês chama-se Adar, e não existe o 13o mês. Nos anos embolismais, o

12o mês se chama Adar Rishon (Adar Primeiro), e é acrescentado o 13o mês, que se chama

Adar Sheni (Adar Segundo).

O início do sétimo mês, o mês de Tishrei, pode ser alterado de um dia. Esta alteração se

procede em obediência a duas fundamentais regras rabínicas, a saber:

1- Jamais o Yom Kipur pode cair numa sexta-feira ou num domingo.

2- Jamais o dia de Hoshaná Rabá (21 de Tishrei) pode cair num sábado.

Em conseqüência da primeira regra, o primeiro dia do sétimo mês (Yom Teruá) jamais cai

numa quarta ou sexta-feira, e em decorrência da segunda regra, tampouco cai num domingo.

Por sua vez, o Yom Kipur, além de jamais cair numa sexta-feira ou num domingo, tampouco cai

numa terça-feira, em decorrência da segunda regra.

Um modo prático para memorizar tudo o que precede, é a fórmula hebraica “Adu” (álef, dálet,

vav).

O álef representa o número 1, o primeiro dia da semana, o dálet representa o número 4, o

quarto dia da semana, e o vav representa o número 6, o sexto dia da semana.

Esta fórmula significa que o primeiro dia do sétimo mês (Yom Teruá) não pode cair num

domingo, quarta ou sexta-feira.

Com isso, ficam resguardadas as duas regras fundamentais do calendário judaico.

A capa de muitos calendários judaicos traz impressa uma sigla de 3 letras hebraicas.

Estas 3 letras contêm o caráter do ano inteiro.

A primeira letra da direita corresponde ao Yom Teruá. A última letra, ao dia da Páscoa

(Pêssach), e a letra do meio indica se o ano é regular, bissexto ou deficiente.

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O ano regular é indicado com a letra “caf” (inicial da palavra hebraica “Kesidrá”), o ano

bissexto é indicado com a letra “shin” (inicial da palavra hebraica “shelemá”), e o ano

deficiente é indicado com a letra “chet” (inicial da palavra hebraica “chesserá”).

Quem pois está por pouco que seja familiarizado com o calendário judaico, tem diante de si,

apenas com esta sigla, os dias da semana em que caem todas as festas religiosas do ano,

sabendo-se que estas estão estreitamente relacionadas com os dias da semana em que caem o

Yom Teruá e a Páscoa.

Porém, a chave mesma do calendário judaico nos é fornecida pela flexibilidade do mês de

Kislev, que tanto pode conter 30 dias como, se necessário, 29.

Daí a utilidade prática da fórmula ADU.

Ao verificar-se que no ano seguinte Yom Teruá poderá cair num domingo, quarta ou sexta,

corta-se um dia do mês de Kislev e desta forma no ano seguinte o Yom Teruá fica antecipado

para sábado, terça ou quinta-feira.

Quanto à flexibilidade do mês de Cheshvan, que ao invés de 29 tem às vezes 30 dias, o motivo

é semelhante ao de, no calendário gregoriano, fevereiro às vezes ter 29 dias ao invés de 28.

Trata-se de um acerto de tempo.

O ciclo da lua é de 29 dias, 12 horas, 44 minutos e 3 segundos.

Por isso, os meses têm alternadamente 30 dias e 29 dias, o que dá uma média de 29 dias e

meio.

No entanto, existem os 44 minutos e 3 segundos que sobram, e esta diferença vai se

acumulando, e a cada 33 meses, aproximadamente, esta diferença acumulada gera um dia a

mais, e por isso é necessário que haja anos bissextos, para acertar essa diferença.

O fato é que num ciclo de 19 anos o calendário judaico alcança a perfeição da coincidência do

ano lunar com o ano solar.

Reminiscência dos tempos em que o Sinédrio proclamava a lua nova, baseado no testemunho

de pelo menos dois observadores que transmitiam a notícia por meio de sinais de fogo acesos

nas colinas, ou por velozes mensageiros, é o costume de, na diáspora, celebrarem-se certos

feriados dois dias seguidos, pois corrigem-se desta forma eventuais enganos de observação na

aparição do menor quarto crescente da lua nova.

Duas outras características do calendário judaico que convém destacar, são: que os dias da

semana, em hebraico, com exceção de sábado, não têm nome, e que, contamos o dia “de

noite para noite”, começando o mesmo ao pôr do sol e terminando 24 horas depois, ao se

avistar as primeiras estrelas, tudo de acordo com o que está escrito em Gênesis 1:5: “E houve

noite e houve manhã, o primeiro dia”.

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Que Javé (Yahveh) vos abençoe.

i Ketuvim, é a terceira e última seção do Tanakh (a Bíblia hebraica), depois do Torah e do Nevi'im. No hebraico, a palavra כתובים (ketuvim) significa "escritos". Nas traduções da Bíblia Hebraica, esta secção é normalmente intitulado "Escritos". Na tradição judaica textual, os livros das crônicas são contado como um livro. Esdras e Neemias também são contados como um único livro chamado "Esdras". Assim, existe um total de onze livros na seção denominada Ketuvim (veja a enumeração na lista de livros abaixo). A lista seguinte apresenta os livros de 'Ketuvim', na ordem em que aparecem na maioria das edições impressas. Grupo I: Os Três Livros Poéticos (Sifrei Emet) Tehillim (Sal Chanucá ou Hanucá (חנכה ḥănukkāh ou חנוכה ḥănūkkāh) é uma festa judaica, também conhecido como o Festival das luzes. "Chanucá é uma palavra hebraica que significa "dedicação" ou "inauguração". A primeira noite de Chanucá começa após o pôr-do-sol do 24º dia do mês judaico de Kislev e a festa é comemorada por oito dias. Uma vez que na tradição judaica o dia do calendário começa no pôr-do-sol, o Chanucá começa no 25º dia.Por volta do no de 200 a.C. os judeus viviam como um povo autônomo na terra de Israel, a qual, nessa época, era controlada pelo rei selêucida da Síria. O povo judeu pagava impostos à Síria e aceitava a autoridade dos selêucidas, sendo, em troca, livre para seguir sua própria fé e manter seu modo de vida. mos) תהלים 2. Mishlei (Provébios) משלי 3. `Iyyov (Jó) איוב Group II: Os cinco rolos (Hamesh Megillot) 4. Shir ha-Shirim (Cântico dos Cânticos) ou (Cantares) השירים שיר (Passover) 5. Rute (Rute) רות (Shavuot) 6. Eikhah (Lamentações) איכה (Ninth of Av) [Também chamado de Kinnot em hebreu.] 7. Kohelet (Eclesiastes) קהלת (Sukkot) 8. Ester (Ester) אסתר (Purim) Group III: Outros livros históricos 9. Daniel (Daniel) דניאל 10. Esdras (Esdras-Neemias) עזרא 11. Divrei ha-Yamim (Crônicas) הימים דברי

Bibliografia Consultada CARVALHO, W. A. Maçonaria e Judaismo. http://www.freemasons freemasonry.com/18carvalho.html WIKIPÉDIA. Rosh Hashaná. http://pt.wikipedia.org/wiki/Rosh_Hashan%C3%A1. Acessado em 16 Setembro, 2010.