ANNO XXXÍ RIO DE JANEIRO, 26 DE DEZEMBRO DE 1934...

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«PECOS: MO RIO«SOO MOS ESTADOS....«60O ANNO XXXÍ RIO DE JANEIRO, 26 DE DEZEMBRO DE 1934 CONVERSAS DE LÁL.Ã N.1525 Lálá -- Tenho uma pena dessas moças que ven dem bo n h o n s ... Lú!ü"— Por que? Forque quando eu ganho vinte balas chu- po-as todas e a mamãe dá-me logo tn" vomitorio. Imagine ellas, com áquelles vi- dros cheios de balas! .•...

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«PECOS:MO RIO «SOOMOS ESTADOS....«60O

ANNO XXXÍ RIO DE JANEIRO, 26 DE DEZEMBRO DE 1934CONVERSAS DE LÁL.Ã

N.1525

Lálá -- Tenho uma pena dessas moças que vendem bo n h o n s ...

Lú!ü"— Por que?

— Forque quando eu ganho vinte balas chu-po-as todas e a mamãe dá-me logo tn"vomitorio. Imagine ellas, com áquelles vi-dros cheios de balas! .•...

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V TICO-TICO 2G — Dezeáiibro — vx-A

CARIDADECláudio e Mauricio.Bons camaradas.

- Entendiam-se ás mil maravilhas.Possuíam os mesmos gostos; o queum dizia, o outro concordava.

Approximava-se o tempo das fériasc elles faziam vários projectos, prin-cipalmenle um que mais preoccupa-ção lhes causava: a caça ás borho-letas.

Eis chegado o futuro dia combi-nado para aquelle folgar.

Madrugaram os dois e aprompta-ram tudo com carinho e animadadisposição.

A manhã surgiu linda e fresca.Cláudio e Mauricio estavam radi-

antes e felizes, quando se puzeramem marcha. A maior ambição de-am-bos cra a posse de uma borboletaazul com reflexos dourados, igual ádo livro de gravuras que haviam vis-Io no collegio. Que ideal seria se ca-cassem uma assim?!...

Mas... era tão difficilíE elles sacudiram a cabeça a tal

pensamento.Caminharam... caminharam... è

nada.A sorle parecia zombar dc Cláudio

e Mauricio, que não se sentiram des-animados e continuaram cheios deesperanças.

De repente, avistaram uma borbo-leta exactamente como a que deseja-vam obter, esvoaçando sobre elles.

Oli! Contentamento!!!Oh! Emoção!!!Oh! Ventura!!!O coração lhes pulsava com torça

e estremeceram de alegria.Corriam para ali... acolá... *, a

borboleta voava e saltitava sempre.Um grito soltaram os dois ao mes-

mo tempo, quando conseguiram apa-xihal-a.

Nem sei como narrar-lhes o queaconteceu!... Os meninos louqui-nhos para se apoderarem da borbo-leta estavam, não é assim?

Um sonho de tantos mezes!...Pois bem: agora que a tinham

conforme desejavam, esfriaram todoo enthusiasmo.

Experimentaram uma horrível sen-saeão de remorso, porque tolheram aliberdade da inofíensiva borboleta.

— Pobrezinha! Somos os culpadosdesta prisão; el!a parecia ião ditosae fomos nós que a prejudicamos porUm simples capricho*

yu*.njv%r.-.%/-jv-«Jv.v^Art^%nJvv%^

1781PEQUENO

E TÃOEXIGENTE vi©<*__& „$_)__-. -*WÍM

a.O

banho é sempre uraprazer para o bebê.

Tão pequenino ainda, jáexige a agua na temperaturahabitual e um sabonete dequalidade.Grita, chora, espirra aguae só se acalma ao sentir aespuma acariciante deEUCALOL, o finíssimo.sa-bonete á base de eucalypto.

SABONETE a% •*ucalolJ^*6 <£'/ek mmpÁ |V___P

* A base ile oOcíilyplo *

CAIXA4 $ 0 0 0HO RIO

SUnddrd- PC

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VWW^VWWWWWVWWyl ,W--.^'.-.--".*.-.*."--J'."U-J'.-.V%.-^^-".V-.-L-^.'W-',J%

Soltal-a — foi o que a voz da con-sciencia lhes dictou.

Praticaram a mais nob**e dasacções

Leitorezinhos meus, qual fot o sen-timento que Oa levou a agir de se-niclhantc modo?

tyàrã un^as íinfias

Este pequenoda Caridade?

conto não diz bem

Lourdes Pedreira de Freitas

Doenças das Creanças — KoginieiisAlimentares

DR. OCTAVIO DA VEIGADirector do Instituto Pasteur do Rio de Ja-r.eiro. Medico da Creche da Casa dos lüx-nostos. Do consi-ltorio de Ilygiene Inlaitil(D. N. S. V.). Consultório Rua Rodr (-oSilva, 14 _ 5.» andar 2.a, 4." e 6.« de 4ás C horas. Tei. 2-2604 — Residência: fl.ua

'Alí-.edo Claves, 46 (liotafogo) —Tei. 6 03!7

"JE, WJ W»Opusculos Mensaes, de 61 paginas, para Moças e Senhoras — Assignatura

Inválidos, 42 — RIO.LITERATURA — FORMAÇÃO — INFORMAÇÃO

annual — 12S000.

9 »

Kua doa

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26 — Dezembro — 1934 O --:T I C O - T I C

:_»ÍALGllHtÇE/Tlí UVRVmkjÁfuM...va_C//. i (fc^S!!iC/"- 1 \»^ta'____*_

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v" Aj S ¦ n_P * rT^^^r*^'»"-1 ÍO* «

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O TIC0-TICO 26 •¦— Dczombvti — W/t

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Redactor-Chefe: Carlos Manhães ~ Director-Gerente: A. de Souza e ÜÜva

GçQe^SBpVovô'aéaV% — A L f £í

Meus netinhosi

Hontem vocês viveram o dia

mais bello da christandade, na fe»

licidade do lar, todo festas, todo

encanto na commemoração delicada

desse acontecimento que foi o

nascimento do Menino Jesus.•Na noite de surpresas e de so-

nhos que precedeu o dia de hon-

tem já vocês tinham as dadiva'3

valiosas que o Papae Noel, o ve-

Ihinho da lenda, deixou, sem ser

percebido nos sapatinhos collocado.

á beira da janella.A alegria que desperta em cada

um dc vocês a dádiva recebida

tornou-se communicativa, estendeu-

se a todos os entes caros, houve, em-fim, a alegria, a venturano lar, bem igual á quereinou naquella mange-

doura de Bethlém, se-

culos antes, quandonasceu Jesus, o Salvador, o Puro.

A quadra do Natal, os dias cio

fim do anno são, meus netinhos,como quê um reinado de sonhos,uma cadeia de desejos que dãoá nossa alma propósitos de bemestar, disposições para a felicidade.

A todos os seus lei- Ifores e amiguinhosO TICO-TICO envia

Boas=F estas e iasvotos de felicidade

no Animo NovoatSÊsVaM^Jst^amsXmmssmWt*smsmWís^»»m ¦aa»-«Wa»MaWOaTaTMata^aTit-è^aa-aMaTMaMat-aKjfa.

ff~J-Tm

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u*L **»JP-Vovô d'0 Tico-Tico.Historias de Pae JoãoPapaePandaréco, Parachoque eViralaiaQuatro livros de alta finalidadeeducacional e recreativa. Consü-tuem, juntos, um lindo presente deNatal. A' venda em todo o Brasil.

, Essa felicidade, que todos nós

desejamos, nunca será, porém, com-

pleta se não tivermos a certeza de

que, durante o anno que está tfindar, cumprimos o nosso dever.O dever cumprido, meus netinhos,é o motivo de felicidade para a

nossa consciênciaAssim sendo, é necessário que

vocês se recordem do que fi_eram

durante o anno, dos progressos quealcançaram nos estudos, das virtiu

des com as quaes enriqueceram o

espirito, das acções boas que pra-ticaram.

Se cada um de vocês aprovei-

tou bem o anno que está term:-

nando, quer nos estudos, quer no

trabalho, toda %<*'+

felicidade ha de ^^?n<:i~&$existir não só pa- ^ra/ra cada um demeus netinhos como para o coração

carinhoso de seus pães.E para Vovô, que nestas linhxTS

envia a todos vocês os melhores

votos de boas-festas, é um motivo

de felicidade saber do triumpho e

da ventura de todos os netinhos.

V V

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T 1 (. O - T 1 t_ O — e 2o — Dezembro

E P H A N T E FYOMEUE JL_

1*7 o menor mammjfe-ro da America. Seu cor-

l po ainda é menor queuniu pollcgada.

Estes animaes perten-cem á categoria dosmammifcros que se ali-mentam de insectos.Parecem pequenos ra-tos, mas realmente seassemelham mais ainda

\

-y.iàs toupeiras. Ao contrario, porém, do queacontece com as toupeiras, estes animaestêm olhos grandes e orelhas longas c seus

pés são feitos para andar e não fi-car enfocados.

São encontrados tanto no hemis-:plierio leste como no oeste, pririci-paimente nas regiões de matta vir-gem.

Este pequeno elephante é origi-hario da África e chama a attenção <por seu focinho enorme, que se as- jsemelha a uma tromba. \

vozes ide :isr.A.T____.Naquella noite radiosaDo Natal do Bom JesusNo céo brilhava uma estrellaCom a mais viva e intensa I'*._.

Quem primeiro despertouP'ra, alegremente, saudal-o,Com seu canto alviçarciro,Foi, entre os bichos, o gallo.

Por uras iniuição divinaO gallo, forte, cantou.Bateu as asas ligeiroE assim fez: ko-ko-rô-kô!

O boisinho, curioso,Seu desejo não escondeDe conhecer em que sitio,E pergunta ao gallo: — Onde?.,.

O gallo não respondeu:Conservando-se calado,Parecia estar com o "caso"Bastante prcoecupado...

•O carneiro é que, escutando,Essa pergunta também.Responde ao boi, gentilmente,Dizendo assim: — Em Bethlém..!

O pato, por ser incrédulo,Diz que tal cousa não haE solta uma gargalhada:

Quá, quá, quá, (piá, quá, quáquá...

O papagaio ao ver istoFicou escandalizadoE disse, a andar com os pes tortos...(Anda com o bico dos pés para den-

tro):Que pato mal educado...& p~^

/A ^mW _____f_9_ ií___s__É__^__ •* '* j^Sn_v/A¥B_S-1BM—_f.v _p vi/Br^mmm'"' ' ._ ^zyÀ %\ V

L__ ' ( • «»//_-V/í_ir BfeL- . l \'ii B, nf*\\_ _-->L*- nT__ •_ 1 r i if\ffl ____-fe_à __&¥?____ 'JS-fl 11 _¦ V //

^ÇT7j«~6-'»*d,-j- ***\vjr

Vem o peru', insolcnte-Todo vaidoso, pachola»E diz, inchando o pescoço:Degola, logo, degola...

O macaco irreverenteJuntou-se a mais dois bugiosE começaram, vaiandoO peru', com assobios. (Assobia)

E quanto mais assobiavam,Enraivecendo o peru'.Mais elle fazia: Puf!E em roda: glú, glú, glú, glú..,

O jumenlinho contenteNuma alegria louça,Parecia rir, fazendo:Ahn! Ahn! Ahnl Ahn! Ahn! Ahnl

Ahn.

Emquanto sobre uma arvore,Pulantlo daqui pra aliUm passarinho cantava:

Bem que eu! Eu bem que vil

Os sapos se dividiramNa crença ou na negação:Uns afirmavam que: sim,Diziam outros que jião!

Gritavam rans — Reco, reco,Debaixo do pé de um boi,Emquanto os sapos teimavam

Foi! Não foi! Foi! Xão foi! Foi...

O cachorro protestavaContra o gato que era máo,Mostrando os dentes, ladrava

Au! Au! Au! Au! Au! Au! An!

O grillo, por sua vez,Augmenta o charivariCri-critando compassado:p—Cri-cri,,, Cri-cri... Cri, cri,

cri...

A cigarra que, espantadaTal barulho nunca ouviuímpõe silencio silvandoSi; si; si, si, si, si, si, si, psiu!...-

E naquella noite linda,Emquanto os "bichos" falavam.Os pastores, no presepe,Ao Deus-Menino adoravam.

hnstorgio Wanderley

'Aft^VVVVVV»«i^^NrVWSA,

^9 ¦ Bk____B - 9__b Jl-^i »

"VOVÔ DO TICO-TICO" - Um thesouro para as ereanças. - A" venda. Preço 5$000.

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2fJ — Dezembro — 1934 O TICO-TICO

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O TICO-TICO — 8 - 20 — Dezembro — l._i

Ü®CD_JO 0 !_S Df||.fep IPr\ mk-^ M%^Jm^t ^#j^ QS£pt ^§jfe_i

£B___________tf^ <*n'(ML ItIJl(0_Q(S)

Ca em baixo, na poria da leilciia. um ...lá em cima um scnlior astucioso tcnlava ...silencio. Lamparina percebeu o plano ...olho para a fanclla lá de cima e dissecaixote cheio de lindas maças despertava com uma varinha longa e pontuda, fisgai do homem do sobrado e esperou. Quando com voz de mascarado:a attenção de quem passava. Na janella uma das maçãs da porta da leiteria a maçã começou a subir a pretinha deu — Muito obrigado seu Fulanodo mei» lamparina cortava papel e..c Toda a rua eslava mergulhada em... o bole. Depois esticou o pescoço,... E comeu a maçã.

O TICO-TICO está circulando numa edição extraordinária, a cores, com aventuras doCamondongo Mickey e a biographia do seu creador, o artista Walt Disney — Preço l$50O

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26 — Dezembro— M3i 0 TICO-TICO

-J A arvore do coração de ouro-l^i^ÀíÊÊm W* mo*** mm Wmmm VvOí

iémàúL^

Passaram os tres a vagar pelo bosque; nofim do terceiro dia se resolveu abater umenorme cedro que foi levar ao fidalgo.

Mas este, cheio de furor,declarou que aquella era aarvore mais preciosa e. ..

. .expulsou o príncipe.Outros pretendentes fo-ram tambem mal. ..

SRI***MB^HBBBMHaV~**H*IHIHàTàTàTàTàTáTàTà*i^HB9iV~~*.M *MMMHB*****MB***á»»lll >

W*i<?wi ZfoJmmmtnáÉi. \\ iMÜ MáaW ZZ- £Z^(, y£& r**='í*jrJ'v'»\z*\ l)r- in—f%*sz=^zzzzz3\ \ l-^^^F2&%Çi^\ feg5 ' ^T*\x$ísfe,í7^:^^ ^ jrfc-rr

\ S(\\ / / ( d,í%, 7/ , )L~ ^r^á) •]/¦ -^5-Q (-*--.¦ ri f 0 ^W#*^fcrzri,4?Alf/ \/ íMj>>45>írfr/^V. yi/Jfr<5yy*^ jrl il—\\Z. t ''t' I ííNP^

,.--. suecédidos. Por fim chegou a vez de Fortunio, que eraum pobre poeta. Mas Fortunio, estando muito triste na fio-resta, viu cahír aos seus pés uma varinha dé marfim. Nestemomento elle pensava: — Si ao menos tivesse boas roupas,mesmo sem arvore poderia casar com a princeza.

Immediatamente viu-se ricamentevestido. Comprehende u que a varinhaera de condão: então disse: — Mostra-me a arvore que o fidalgo quer. A vari-nha mostrou. . . Fortunio mandou. .,

« . .derrubal-a e encontraram em sua.raiz um coração de ouro. O rei, ao vero coração, comprehendeu que a arvo-re abatida era a do baptizado de suafilha e ficou furioso.

Mas ahi a fada appa-recèu e disse: — "Se-nhor, grande serviço meprestou o poeta. Tomo-ospb minha protecção. . .

...e tenho de novo o meu poder, offe-reco o coração de ouro a Desejada.Esta casou-se com Fortunio e vivemmuito felizes, soecorrendo os po-bres. (FIM).

'A edição d' "O Tico-Tico" dedicada ao Camondongo Mickey está á venda em toda parte por 1$500

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O TICO-TICO — 10 — 2G — Dezembro — 1»3_

AS PROEZAS DO GATO FELI(Desenhei dt Pat Sulltvan — Exclusividade dOTICO-TiCO psta o Brasil)

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^VVV^— Perder as delicias de uma bar-

raça por causa desse brutamontes! —exclamava Cato Felix.

— Mas tenho uma idéa! Vou voltar á. .desappareeidoi falou o vclliote. —cidade e dejtar-me em casa — Que bom Onde andará o pobrezinho! — respon-este gato ter. deu a senhora.

E Gato Fehx, com todx calma, dormia JaTnilia está cm férias, preciso co- Mas a geladeira estava vasia, sem umna cama do casal em villegiatura, — Em- mer alguma cousa! — falou Gato único pedaço de alimento! Era preciso darquanto a... Fèhx. umgcito...

^^ ;'//¦ ^T _J^--'^-___Jw_^_g ^j|_T\ ,—****'- ^-S "> -^ ,.T|_P ^*- . _ *"> 5 V^-^

^*l^-£P*ivv~^ ,^*r" -*"-¦»_ ... _^&yt~ iSoLt-iisAt.' — ^^LzryiáJÊ

E gato Felix deu um geito, pescandoum gorducho peixinho dourado noaquário.

Foi u m maravilhoso jantar. Aquellepeixinho, único habitante de um aquáriode crvstal!

A chuva cahia ás batègas e GatoFelix foi ouvir radio. Um tenor cons-tipado começou a...

• \y l' *-'r' 5.A V \ i' *

cantar tão fanhosamente. tão paulifica- ...espirros vindos do ...espirros. Gato Felix tam- .. .começou a se tratar d.damente que o nosso Gato Felix teve a im- apparelho de radio. E á bem espirrou c ficou grippa- tão forte constipação._nessão verdadeira de que ouvia fortes... força de ouvir... . do. Mas immediatamente. (Continua).

ESTA'A'VENDA POR I$500 A EDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA DO TICO-TICO. DEDICADA AOCAMONDONGO MICKEY

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2(i — Dezembro — 1934 11 — O TICO-TICO

ÊÈmwmrIl-ITÍ Gavetínha do SaberO menor livro do

mundo foi editadopela casa Fratelli Sal-mini, em Padua. Temo tamanho de umaunha dum dedo damão, 1 centímetro decomprimento e C mil-limetros de largura.Conta 208 paginas,havendo 95 para 100letras em cada e tãonitidamente impres-

2y*^\

sas, que á vista des-armada as pode lerdistinetamente. Lê-senelle uma carta deGallileo GallileiKiir».

de

A porcellaira é co-nhecida na Chinadesde tempos imuie-moriaes. Na Europasó começou a ser fa-bricada no fim do se-cuTo XVII.

—<.—A construcção da

cathedral de São Pe-dro, de Roma, duroutrês séculos e meio.

O mundo temcoisas bem inte-r e s s antes, nãoresta a m cnorduvida.

Ha os povoscujo cumprimen-to consiste emesfregar o narizOs j a p o n ezesveste m-se debranco para si-gnificar luto, pe-sar. O diabo, pa-ra certas tribusda África, ébranco, tambem.O mais engraça-do de tudo, po-rém, è o modocom que o Abu-na da Abyssinia,o chefe .-da egrejae t h iope, benzeseus fieis. O mi-sero mortal vem

de rastos, c o ritrito,humilhado e... o res-peitavel monge delongas barbas* bran-cas benze-o solemne-mente, c u spindo-lheno rosto religiosa-mente.

.;.A lingua portugue-

za é falada em todesos continentes, sobreuma superfície de 11milhões de kilome-tros quadrados. Alémde usada no Brasil enas possessões quePortugal ainda con-serva, ella vem sendodivulgada pela immi-gração nos EstadosUnidds (Califórnia,sobretudo) IlhasSandwich, Guyanas,África do Sul, CongoBelga, Marrocos, Con-go Francez, etc.

A maior profundi-dade do mar, actual-mente medida pela.sonda, é de 9.788 me-tros, região das IlhasPbjlippinas.

O proprietário deuma granja serviu um|ovo ao rei Jorge II,qu£_se achava de pas-sagem por uma ai-deia, pedindo-lhe umguinéo.

-IsâftisSorrindo S. M. per-

guntou:— Parece que aqui

são muito raros osovos...

i— Oh. não sire,respondeu o hospe-deiro. Os ovos so-bram, mas os reis éque são raros poraqui.

As montanhas dalua são iminensamen-te maiores que as da

/23

O Danúbio através-sa regiões onde se fa-Iam cincoenta e doisidiomas differentes.

terra. Na lua ha vin-te e duas montanhasmais elevadas que oMonte Branco.

O Sol pesa 324 ve-zes mais que a Terra.

A viagem de Parisa Nice, que se fazia,em 1833, em quatrodias, realiza-se, ulti-mamente, em três ho-ras.

_*O chá foi introdu-

zido na Europa, peloshollandezes* em 1G10.

A fabricação dasvelas data dos pri-meiros tempos da érachristã.

As tartarugastêm dentes.

nao

Próximo a Dwnker-que, porto marítimofrancez, encontra-se olocal onde existiu aextincla cidade deZaidcote, que ficousubmersa na areiapor volta do anno1717.

Somente ficou forada areia a flecha docampanário da egre-ja, que os turistas queviajam por aquellasregiões da Europapodem ver.

A opala é mais dif-ficil de imitar que odiamante. Essa pe-dra, ao sahir da mi-na, é tão molle quese pôde desfazer coma unha. ,-

O urso polar é oúnico animal quègosta de viajar pormar. Os outros pro-testam sempre contraa vida de bordo . O

tigre égente.

o que mais'

M E U LI-YR 'O D-E li ISTOR— a mais bella collecção de contos c lendas para leitura dasLuxuosa encadernação, artística impressão.

Um livro que da-

rá alegria a todas

as creanças.

Pi (co de cada exemplar —2(>¥!>00. Pedidos á Bibliothe-ca Infantil d'0 TICO-TICO.Travessa Ouvidor, 34 — P»io.!

I A Screanças.

Um rico presente

para o mundo in-

fantil.

À r a d io-diffusãoftem feito e n orme-sprogressos na Itália,durante os últimosannos. não somentesob o ponto de vistada fabricação de ap-parelhos, como tam-bem sob o ponto devista da radio-diffu-são propriamente (ii-ta.

Existem actualmen-te na Itália 110 fir-mas que se oecupamda construcção de

appare 1 h o s d8radio de todosos lypos e 30 es-pecializad a s nafabricação de ap-parelhos recepto-res communs.

A primeira es-tação italiana ds" b r oadeasting"foi i n auguradácm 19 2 4 comuma potência de1,5 kilo watts;actualmente exis-tem no paiz tre-ze estações emis-soras, com a po-tencia total de190 kilowatts.

•Dentro cm bre-ve, esse numeroserá augmentadopara quinze e apotência total pa-ra 430 kilowatts.

'VOVÔ D'0 TICO-TICO" - Um thesouro para as creanças. — A' venda. Preço 5$000,

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O TICO-TICO — 12 26 — Dezembro — 1934

VIAJANDO PELO MUNDO,

Se ha logar no mundo que sirva para a exhibiçãode uma cousa interessante, é esse uma cidade doAdriático. De unr lado, fica o território italiano, etalvez na mesma região, encontra-se a influenciayugo-slava dominando ao mesmo tempo.

A cidaue typica desse caso é Fiumé, que repre-senta o lado italiano e Sussak, que representa o jugoyugo-s!avo.

Interessante c ^jotar gue as egrejas tiveram quefechar, pois os padres foram obrigados a falar aiingua do paiz e como houve objecções a respeito, nãofoi possível conciliar to-dos os interesses politi-cos e religiosos. Ha umasenhora na Yugo-Sla-via que soube, por exem-pio, de uma loja na Flu-me italiana. Toma dabo"_sa e do seu passa-porte para fazer suascompras, pois isso setorna indispensável aotranspor o seu próprioterritório tão próximoao outro.

Um camponez podeestar andando no terri-torio italiano e a suavacca estar pastando emterras da Yugo-Slavia, *£*e assim por deante.

Uma familia já _(_ ^ X da inteira yugo-viu em apuros porqueparte delia estava na slava-italiana.Itália e o resto na Yugo-Slavia. A fronteira agora passou para a Itália êactualmeníe todos são yugo-slavos. O golpho deFiume e as terras da fronteira encerram uma área de5 milhas quadradas. Em Abbazia, ha uma faixa dcterra que vae á Itália. Fiume está cercada inteiramentepelo território yugo-slavo.

E' uma cidade muito interessante. A praça Danté,cheia dc cafés com orchestras que tocam valsas vien-nenses e austríacas -— é muito concorrida e movi-mentadn. Não se deve esquecer que Fiume esteve unstempos sob o jugo austríaco, assim como toda a costada Dalmacia, no Adriático, — Templo Manning.

;_*_?*£_•

br _P* ^^^T\|^_^ft X j ¦ -/".X. TS^w—¦

\ 1A j. ÜÜ5 iJ h5:ri

Quanto esplendor, quanta belleza.Quanta luzHa pelo monte e na deveza.Por toda a linda naturezaSaudando o nascimento de Jesus ?

O Divino Infante em seu berço de palhaSonha e sorri — sorriso que é uma flor.Cuja formosura orvalha,Com o perfume que espalhaA apotheose do Amor!

Pastores descidos dos montesArrimados ao bordão,Que foram ao pé das fontes,Perscrutando os horizontesCem surpresa e emoção

Vae pelo céo da JudéaUma suavidade talQue parece haver dentro, de uma epopéaA resonancia de uma melopéaDe sonoridade de crystal.

Ha pela terra vibrações tão mansasQue fazem florir a fé nas almas dos atheus;A terra é um paraíso de flores e aves e creanças,E o céo um ninho de esperançasTecido todo pela mão de Deus 1

A rica dama que ao corpo levaSeda, e as creanças de corpinhos nús,A alma que tem clarões e a que se fecha em

[treva,Tudo aos céos altos esta prece eleva :Gloria a Jesus! Gloria a Jesus l

LEONCIO CORREIA

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2«-Dezembro-1934 -13-* O TICO-TICO

.MM.A I. TITA-As luvas ilc box

v/aWl C^-a) ; ! ^aw% át^ 1

_íúca recebeu, como presente, um parde luvas de "box" e Tila, que não gostouda idéia, recommendou-lhe muito cuidado,.

para não machucar os garotos da visinhan-ça. Jucá procurou convencer ao Zequinhaque as luvas não machucavam

e applicou-lhe um direclo no queixo. OZequinha, que é um garoto sabido, agüentoufirme e, pensando em

vingar-se, disse ao Jucá que as suas luvaseram uma maravilha de macias... Jucá, semperceber a tactica de Zequinha,

^^—^^^\ r^^~^BS^deu-lhe as luvas para que elle lhes appli- soccos no Jucá que o coitado viu estrellas

casse uns golpes... Era-o que o Zequinha ao meio dia! E ainda por cima perguntouqueria

*' Deu' uns quatro se não pareciam luvas de pelliçaComprem a ..p extraordinária .0 TICO-TICO, _ venda por 1.500. com as ayeuturas. a cores. íoCuüidoifl Miei.}

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O TICO-TICO

A R A— u —N I G M

26— Dezembro-* lí)34

FTP M \^W\~° F&Zfn \/ir» PRONOME

V1K pessoal.

®^R, E |p + ÊífLàgp^, ® TOp o ME^"^

me¥ ne IDaTT da ame<£^ © a c£/tigo.Outra carta enigmática pura ale-

tfria dos nossos queridos leitores. E'fiicil e os meninos devem decifral-ae envial-a á redacção d'0 TICO-TI-CO porque os decifradores que as-sim o fizerem entrarão em sorteiopara o prêmio, um bello livro illus-Irado de historias infantis. As deci-frações devem estar na redacção atéo dia 17 de Janeiro vindouro.

Damos a seguir o resultado da car-ia enigmática publicada no dia 10de Outubro ultimo.

"Ouve, menino!Nas tuas peraltices nunca te ex-

cedas de modo a maltratar os ani-mães, a ferir as arvores, a depedraras casas. E, sobretudo, não toquessiquer nesse sacrario que c o ninhodos passarinhos".

Recebemos 2.640 soluções certas edestacamos para premiar com 11111lindo livro de historias infantis a d.concurrente

FLORIANO TEIXEIRA ROSA

de 10 annos de idade e morador árua Paulo Frontin n." 109, em Juiz deFora, Minas.

*m**l*m,***'mrmSm*S***m*'m+S*>SSSV+****m*S*S*^^ ,

Brada o povo aborrecido,E com razões muito suas,Contra o calçamento velhoQue faz buracos nas ruas.

Um automóvel "enguiça"As rodas ficam-lhe em cacosQual a causa do accidente?.,.;

Buracos.

"Vae a gente pela rua

Desprevenida, a passeio,Olha um cartaz, olha um prédio.Som de nada ter receio.

Não são somente os roceirosCom cara de Zé MacacoQue mettem um pé, — coitados,-

Num buraco»

O povo já faz pilhériaLevando o caso na troçaQuando o buraco é profundoDizem até que é uma fossa.

Qualquer "caso" complicadoOutrora um "balacobacc"O povo chama sorrindo:

Um buraco.

Eu jâ vivo prevenidoNão metto a mão em combucaAndo olhando para o chãoCom medo de uma arapuca.

Si de longe avisto algumComo o burro paro, empaco,E si perguntam: — Que foi?

Um buraco.

Tira pobre velho, coitado,Pra ganhar alguns mil réisVive na rua apanhandoTrapos e velhos papeis.

BURACOS^rf\A^/S/WW>^\Ayv\1*'i*\/\rf\yvs^^^-»

(MONÓLOGO)

Pois noutro dia o infeliz,Levando ás costas seu sacco,Por um descuido cahiu

Num buraco,

Não é somente na ruarQue os buracos se deparamAté o próprio bilharJá tambem... esburacaram.

Um meu amigo jogandoPor pouco não "rTuebra o tacoNo "panno verde" encontrou

Um buraco.

Lá na Liga das NaçõesTambem já se fala nisso.Um diplomata eleganteSe queixou contra o serviço:

— O trabalho agora é muitoPor essa guerra do Chaco

Que para os belligerantesE' Um buraco.

Eu dei razão ao rapaz,Imagino a sua lutaPara conter dois exércitosE' preciso forca bruta

Diz um: — Eu só me defendoOutro allega: — Eu não atacoPorém quem morre é que vae...

P'ro buraco...

Existem jovens glutonasQue, pra comer, dão a vida;Por doces e guloseimasAndam léguas de corrida.

Ao se servirem de um boloTiram logo um grande n..co,Deixando aberto de lado

Um buraco!...

Eu fico até acanhadoQuando vejo um tal "avança"Seja um moço, seja um velho,Seja uma velha ou creança.

Não me approximo da mesrt,De bem longe, mesmo, estaco...Não julguem que eu fui o aulor

Do buraco.

Quando os actores não sabemO papel que representamAndam de um lado pra o,utroNão descançam, não se sentam'

Entre os que não têm memóriaFacilmente um eu destacoE' o que olha para o "ponto".-

No buraco.

E. WANDERLEY•VÔVô DO TICO-TICO" E' O LIVRO NECESSÁRIO A' CREANÇA. A* venda.

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26 — Dezembro — 19:3 i -~ 15 — O T I (J O • T I !* 11

A. í i ta do I^o.«®ti*i.«,

Faustina estava radiante. Conseguira realisar o maior sonho da Zé Macaco nunca fora a um cinema. Não tinha umasua vida! Calada, fora protagonista dc um film policial. Foi chamar noção verdadeira do que era esse maravilhoso invernoo mando para assistir á prova... .«leste século.

Depois de algumas scenas interessantes do drama policial appaiece a Faustina ameaçada de morte por um terrível bandidoque queria roubar-lhe o segredo do cofre forte... Zé Macaco arreealou os olhos á vista do assassino e o Serrote começou a

rosnar....

Mas como aquillo eram apenas imagens desenroladas na

tela, o que o marido e o cachorro l>zeram foi somente inulilisar'Zé

o bandMacaco não teve duvidas e avançou resolutamente contra o _panno de projecção, que ficou em frangalhos.

ido em defesa da esposa.

ESTÁ A VENDA O ALMANACH D'0 TICO-TICO PARA 1935

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O TICO-TICO — 10 — 26 — Dezemftro — 19S4

0 segredo do capitão Nemotaej

(CONTINUAÇÃO DAS ;V(NTE MIL LÉGUASSUBMARINAS" DE IULIO VERNE)

l""P**"***""3"*"**"""*í"""""""""""*"""H*^^

O ex-contramestre marinhou poisaté á borda, e seguindo pelo gurupés,chegou ao castelfo de pbpa do brigue.

Depois, deslizando por entre os de-gredados deitados a granel, conseguiudar uma volta Inteira ao convés dobrigue sem ser presentido e pôde re-conhecer que o Spcedy estava armadode quatro peças, que deviam vomitarbalas de oito a dez libras. Verificouaté, apalpando as peças, que estaseram de carregar pela culatra, e porconseqüência peças modernas de em-prego fácil e de effeitos terríveis.

Os homens í"ue faziam ebrios noconvés deviam andar por

'uns dez.

mar era de suppor que maior numerose conservassem dormindo no interiordo brigue; além do que Ayrton, quan-do estivera-escutando. Julgara perce-J?er. pelo que se dizia, que a tripula-ção do navio-'ãndava por^ ci.ncoent»pessoas. Era-multo para os~ seis colo-«os da ilha Lincoln! Cyjus Smith a*menos nio seria surprchcndido. conhe-1

ceria as forças do inimigo e poderiatomar as disposições conseqüentes.

O que restava fazer a Ayrton. co-

mo se vô. era voltar a dar conta ao»

companheiros do resultado da missão

de que se encarregara, e assim prepa-rou-sc para voltar á proa do brigu»

para d'ali se escoar até ao mar.

Ayrton porém queria, como dissera,

além do simples cumprimento do seu

dever, c neste intuito occorreu-Ihe um

pensamento verdadeiramente heróico.

Foi o de sacrificar a própria vida, mas

salvando a ilha e os colonos Ayrton" **

i

Smith de certo nâo podia resistir acincoenta bandidos perfeitamente ar-

madose equipados que. quer penetras-sem de assalto em Grainte-house, querreduzissem pela fome os seus habl-tantes, sempre haviam de acabar porlevar a melhòrrAyrton dominado poresta idéa começou a imaginar os seussalvadores, aquelles que, pela segundavez, o tinham feito homem, e homemhonrado elle aquelles a quem tud-j

devia, assassinados sem compaixão,tudo quanto tinham feito na ilha an»niquilada e a própria (lha transforma-da em infame covil de piratas! Pensoutambem que elle Ayrton era por assimdizer a causa primordial de tantos de*sastres, visto que o seu antigo companheiro Bob Harvev não fizera maisdo que realizar os seus próprios prn-jeems. e ao acudir-lhe este pensamen-to sentiu-se inteiramente dominado porum sentimento de horror. Foi então

que delle se apoderou irresistivelmen-re o desejo de fazer ir pelos ares obrigue e rodos quantos nelle se aloja-vam Ayrron havia de perecer na ex«plosão. mas cumprindo o seu dever. ,

O marinheiro não hesitou em che-

gat até ao. paiol da pólvora, que ficasempre i ré do navio, era cousa fácilPólvora não havia de faltar em navioque tinha tal officio; por consequen-cia para anniquilar tudo num instantebastaria uma faísca de lume.

• Ayrton deixou-se escorregai comtodo o cuidado até á primeira coberta,luncada de grande numero de homensadormecidos mais pela acção da bebi-da do que por somno natural Juntoda base do mastro grande estava umalanterna accesa; em roda da base domastro havia um cabide guarnecidode armas de fogo de todas as quali-dades.

Ayrton tirou do cabide um revólvere certificou-se de que estava carrega-do e prompto a disparar. Era quantolhe bastava para completar a obra dedestruição que emprehendera. FeitoIsto tratou de se escoar para o lado?de ré por fôrma que fosse dar porbaixo do castello de popa do brigue.Onde devia ser o paiol

(Continua no próximo putnero)

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2(5 — Dezembro— _<J'i í 17 O 1 I C O - T I C O

Papae Noel!¦

_.

W^W ^9^9 SíÍSl. ExPlicaÇâo ¦" Coilem as /7_5_^T^W

r~ ^£wm peças em cartolina fina, _/^~" 1| //^** / %^w^ recorta nd o -as em / _^É[BjM^ \

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TICO-TIC --18 — 2tí — Dezembro—. iWi

O TICO-TICOi w^m ~

O Tiço-Tico poisando numaipedra que emergia de um lago^viu no fundo a horrenda cabeçade um sapo, Como susto deixou

, cahir n'agua .. .

... a sua inseparável cario- vê os filhinhos nascerem, agasa-Ia, - "Bom dia, disse o sapo, lha-os e dá-lhes o alimento," O Ti-Estou vigiando a minha pro- co-Tico pensava que todos os bi-le. O amigo é mais feliz que chos eram como elle e, para certt-nós porque põe os ovos e .. ficar-se, poz-àe a indagar.

Foi ao Tordo, ao Sabiá, á Rola, ao Tucano,á Arara, ao Avestruz ç ao Periquito e todos pu-nham ovos, chocavam como elle. Finalmente, ...

.. . viu um Jacaré, uma Coruja e um Cysne e pen-sou que aquelles eram differentes, mas, elles dis-«erarm ~*. Tambem chocamos, como você.

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26 —Dozentliro— lUSí — 19 O TICO-TICO

(10 ÜBâ_D°8DGD a_(JD }8D DamaT>EU- GYMMAbTlCA DA FADlO EXeo.

| £tT_\ HEU MÜQUt * v/OU &&OR Alutar comCàr*íer.\

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A^MihmJj^

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O TICO-TICO — 20 — 2íl — Dezembro — 19-íi

AS AVENTURAS DO CAM0ND0NG0 MICKEY(Deseriho de Walter Disney e M- B twcrks. exclusividade para O TICO-TICO em todo o Brasil)

,t —¦ ¦ r -*"—i —~ „— % y

:?<yy.z:.,„z£i........y ^^sx^ l^3_g?- -w-/ ^> 1 't^^- Pm j^?—"\?^--.-\Ignorando que a viuva Churchmouse _ emquanto os bandidos iam procuran*O thesouro está enterrado -

está morrendo/o Camondongo Mickey e aqui! — gritou, de repente, o Ca- do o thesouro Churchmouse e o Camon-o capitão Churchmouse fazem pesquizas mondongo Mickey. E' um palpite

'dongo Mickey faziam mil projectos. Em-c explorações. que tenho! quanto isso,...

V,..Cav. 'nho

procurava saber domedico se havia esperanças de salvar

a viuva Churchmouse

— Se vocês não continuarem a cavar othesouro, serão mortos! — gritou Church-

mouse para os bandidos.

— Seus mandriõesü Pensamque é só roubar e matar?— con-tinuava Churchmouse.

— Pensam que me pilham de novo'» '•• .amedrontados, continuavam a cavar ..O Camondongo Mickey soltou um grito: —Continuem a trabalhar! Bandidos! E insistentemente um grande buraco! Dc Capitão, ali está o cofre! — Mandem o cofreos bandidos.... v repente,... para cima! — ordenou. /

if/W *?íl£i*rm^

Wtòimfy^^*^r~i -o ,.o? ' ¦ _¦¦— ¦ II--- -»----------.

...Churchmouse para os bandi-dos E os bandidos, obedecendoá ordem. r.

...recebida, alcançaram o cofre á borda dot grande fosso. O Camondongo Mickey, con»•tentissimo....

.. .chamou Minnie para ver o th-*'sourol ,

(Continua).'

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OS ROMANCES D'"0 TICO-TICO"

coisa da gente do mar. Perguntei-lhe que desejava. Pediu rhum, mas quandomi sahindo para sala liara trazer-lhe a bebida, sentou-se a uma das mesas ofevme signal de ir ter com elle. Parei onde estava, de guardanapo na mão.

Venha <-á. maroto. Chégue-se mais perto.Dei um passo em sua direcção.

Esta mesa arrumada será acaso para o meu amigo BillV perguntoucom um sorriso que não passava de careta.

Respondi-lhe que não conhecia nonhuni Bill e que a mesa era dum üos-pede que tratávamos de capitão.

Bom, disse elle. O amigo Bill pôde muito bem ser conhecido aquicomo capitão. Ti ata-se dum homem de cicatriz na cara, de gênio muito agra-(lavei, sobretudo quando bebe. Uma cicatriz na iace direita, não é isso? Muitob^ui. Diga-me. agora: está elle em casa?

Respondi quo sahii-a'a passeio. . -,Para onde foi? Em que direcção?

E quando lhe apontei o rochedo onde o bucanelro costumava trepar e dissoque certamente não tardaria, o hom.r-m deu uma gargalhada.

¦i— Ah! ü amigo Bill vae divertir-se um bocadinho; -..

A expressKo do rosto ao dizer isto não era de inspirar coutiauça, o queme iucommodou por uns instaure.'; depois refk-cti que nada tinha com os ne-gócios <Je amboa, sèndo-mo até difficil tomar partido

O desconhecido ficou na sala peito da poria da rua. de olhos lixos Toracomo gato que espera rato. Km certo momento saiii para a estrada; eRe, po-rérdj chamou-me Ipcontinent) e, como não lhe obedeci promptamente, suasteieões se. transformaram e ú;i com um urro de cólera que me ordenou queéntrasèe. Entrei, sdbresaltud», e elle acalmou-se. Meio para desculpar-se,meio para brincar, bateu-me no honibro, dizendo que eu era um bom rapaz,coto quem elle muito syrnpallii/raia

Tambem tenho um filho, di--.--r-. que se parece com vocõ como um irmão,e é todo o meu orgulho. Mas o egss.iicia] para a educação dos rapazes é a dis-ciplina. menino, a disciplina! Por isso. se você, ti\ er--.se navegado com Bill. nãoLteáxia á espera de segunda ordem; o];! garanto-lhe! Esse não era o costume'na companhia de Bill. nem daquelles que com elle aprenderam a navegar! Eagora; cuidado! Lá vem o antigo Bill, com um óculo de alcance debaixo dobiiiço; é o velho companheiro, não ha duvida. Você e eu vamos tornar á salamenino, esconder-nos atraz da ppitá o fazer uiiia pctiueiia surpresa a esse que-rido amigo'

Assim falando, o di -<-oniüK ido voltou commigo para a sala e coilocou-moatraz delle. num canto, de maneira une ficássemos ambos oceultos pela portaabertas

Eu estava - muito inquieto e alarmado, como podem imaginar, e os meuareceios augmentaram quando uotêi que o desconhecido estava tambem assustado.Desembaraçou o cabo do cutello e aífrouxou a lamina na bainha, e durante todod tempo em que esperámos, manteve-se a enaulir saliva, como um gato a deglutir.

'A ILHA DO THESOURO

— fie náo guardar iinhicdlatarrueiitc essa navalha dou-lhe minha palavra qu6o lanei enforcar. . . — disse o Dr. Bivcst-v.

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dS ROMANCES D,:'0 TICO-TICG*

cos e pesadões, e sobretudo com o bucaneiro, grosseiro, sujo e íeio qual o.paa-talho, naquelle momento de cotovellos lincados na mesa.

O capitão poz-se a cantar a sua eterna cantiga:

Quinze homens sobre o bahú do mortoYo. ho, ho, e uma garrafa de rlnim!O rhum e o diabo levaram os outros,Yo, oh, oh, e uma garrafa de rhum:

A principio eu tinha imaginado que o "bahú do morto" fosse o tal bahilque elle conservava no quarto — idéa que em meus pesadelos muitas vezesse associou á do marinheiro de um perna só. Com a repetição, acabei por nãomais dar tento á cantiga. Não era ella também novidade para nenhum dospresentes, excepto para o doutor Livesey, sobre o qual observei que não pro-dúzia effeito agradável. O doutor interrompeu a conversa com um jardineiroque o consultava sobre rheumatismo e olhou colérico para o bebedo insoleute.Este proseguiu no canto, cada vez mais animado, até que, como de costume,deu um soeco na mesa — signal de silencio. Todos calaram-se incontinenti,menos o doutor Livesey, que continuou a conversar com o jardineiro como s8nada houvesse.

O capitão fixou nelle os olhos coléricos e bateu de novo na mesa com maisviolência, acabando por gritar com brutalidade:

Silencio, acolá, uo tombadilho!E' a mim que se dirige, senhor? perguntou Livesey.

E quando o brutal bucaneiro respondeu com uma blasphemia que sim:Só tenho uma coisa a lhe dizer, replicou o doutor, e é que se continua

a beber dessa maneira, muito breve o mundo estará livre dum patife!A cólera do velho bandido foi terrivel. Eugucu-se dum salto, de navalha

de marinheiro em punho, e mostraudo-a aberta na palma da mão, ameaçouespetar o doutor na parede. '

Levesey nem siquer pestanejou. Continuou a falar ao bebedo por cimados hombros, no mesmo tom de voz calma e firme, de modo que todos o pu-dessem ouvir.

Se não guardar immediatamente essa navalha, dou-lhe minha palavra.que o farei enforcar na próxima reunião dos juizes.

Os olhos de ambos se cruzaram em desafio, mas o capitão logo baixou 08seus e guardou a navalha, e rosnando como um cão batido voltou a sentar-se.

E agora, senho».-, proseguiu o medico, agora que sei que em meudistricto mora um typo da sua laia. fique certo de que o trarei de olho.dia anoite. Não sou medico, apenas, mas também magistrado, e se me chegar aoscuvidos qualquer queixa oontra o r/enhor, nem que seja duma grosseria como aque acaba de pnaticar, tomíre.i as medidas necessárias para o fazer prender eexpulsar daqui. Pica prevenido.

Logo depois chegou o cavall^ O doutor Livesey montou n imitiu O ca-titão permaneceu quieto o resto na uni!.', bem como iluiihit-i us noites _uU_e.quentes. "

A ILHA DO THESOURO

CAO NEGRO APPARECE E DESAPPARECE

Foi pouco tempo depois disso que se deu o principio dos acontecimentosmysteriosos que nos libertaram do capitão, embora nos deixassem mettidos emseus negócios.

O inverno corria áspero, com nevadas longas c tempestades, e vimos logoque meu pobre pae não escoraria até á primavera. Decahia cada vez mais atodo o trabalho do albergue já estava sobre meus hombros e os de minha mãs.Isso nos deixava pouco tempo para ser consagrado ao bucaneiro.

Certa manhã dum "dia glacial, levantou-se clie mais cedo que de costume?,indo para os arrecifes de facão á cintura, luneta de cobre sobraçada e chapéocahido para traz. Lembro-me de que a sua respiração ia deixando como que umrastilho de fumaça noar á medida que se afãs-tava — e o ultimo somque lhe om*i foi um ui-vo de indignação queparecia dirigir-se aindapara o doutor Livesey.

Minha mãe estavano quarto do no.so do-ente e eu arrumava amesa para o bucaneiro,quando a porta se abriue uni homem, que euvia pela primeira vez,entrou. Um indivíduopallido, mais que palli-do, amarello. com faltade dois dedos da mãoesquerda, com muitogeito de soldado, apesarde trazer navalha demarinheiro.

Eu, que andavasempre á espia do ho-mem duma perna só.pu z - m e a examinaraquelle. Eíiderilte não ei-;: mui.n. ciro, ,mas ;..'. ;.. .. . pi ."i.;!!!... i! uuicto o recto da noite..•

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2(í — DezemliM» — 193 i 23 — O TlCO-Tlf.0

AVENTURAS DE BROCOIÓ

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¦)¦ ^ ¦ ¦ — -.:¦ ..¦:...:. . M-2 ——Oscar, estou contente como se*

tivesse sido eleito!De certo que o general está

ei cito 1

E Oscar, depois de falar assim Brocoió estava ouvindo pêlo radiocom o general Bunzo, foi falar ao o resultado du apuração das eleiçõesBrocoió. favorável ao general

* \ . f .,l-ta—p* ' , ¦¦¦ -¦ --'-mf^ ^^^^v. ¦¦'¦-•'¦---'¦'-•--•"-¦ " *^_tT**l» -* -t**

-a I.;-"".;;... .. ¦¦:¦:.; ;.... ^üS-t^-n 1- —-- "" // :.-.-. i.- <....-: t-- -¦ ¦ - - ¦¦ -' ¦^P§^^\u^:<r?^-^[:-fi,

¦— Este negocio de eleição foi mi-nha idéa e eu não acredito que o ge-neral seja vencedor!

Emquanto isso se passava o rei Bluzo, succumBido, humilhado, nem ti-nha coragem de ouvir o resultado das eleições.

(Continiia no próximo numero)

Momentos antes tia chuvao sol como fogo ardiaquando eu passava^ha estradac pastos c roças vianuma afflicção, coitadinhas!Cada planta pareciade mãos postas levantadaspara o céo que não chovia.K me fiquei pensativoc tanta pena sentiuque eu disse: "Rezai, hervinhas,a Deus e ú Virgem Maria:|iie a vossa triste posturaSerá talvez mais valiaque as nossas preces, Deus ouve

_fV OHUVAo.*, mais humildes e aviade preferencia os pedidosdos puros". Isto diziase nos lábios se na mente-não sei. Mas a Deus pediaaltendesse á prece mudaque (las hervinhas subia.Cheguei aos ínc-us aposento,sob a mesma calmaria.Poucos minutos e logofortíssima ventaniaergue nuvens de poeira,

-nuvens RO ar associa,offusca o céo, cahe a chuvapesada, grossa c tão friacomo se viesse (lo polo .c não de um céo que tremiade tanto fogo... E perdurae ao fechar a narrativa _dos versos desta poesiaainda ao fechar do diafeitos- ao rufo das gottasacompanhando a harmonia.do hynvno que leva ás plauí i ja vida, a festa, a alegria.

Padre Mello

"VOVÔ DO TICO-TICO'.' —' Um thesouro para as creanças. — A' venda. Preço 5$000.

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O TICO-TICO — 24 — 26 — Dezembro — 19üí

DBGOQEBamttammmmwJxt>£®B ASBDTOQ A_____r-^ *- ^$tr V

Trepado sobre uma pedraEu falo ás massas, Bolão!Falo a verdade — si falofCom a voz do meu coração!

Falar assim como eu falaiMão é sopa, não, amigo.Eu falo ao Brasil, ao mundoLu falo, Bolão, comtigo.

Eu falo para dizerUlita verdade patente,Sabi.da do mundo inteiro,Sabida de toda a gente.

Alienção, povos e povas,Escutem, já vou dizer,Uma nova bem queridaQue já não posso esconder.

Já sabem — que maravilhai —-Bonito, lindo, vistosoUm livro amado de todosUm livro maravilhoso!

Almanach d'0 TICO-TICO -Livro amado, sem igual,Vendido cm todo o BrasilDesde as vesp-ras de Xatall

4 ESTÂNT-E ÍMdevem exi.tir quatro livros que constituem quatroprimores para a inlclligencia. Os nomes desseslivros, guxrdem bem, são os seguintes:

VòVÔ D'0 TICO-TICO — Livro de intensa fi-nalidade educativa, com as mais lindas illustraçõese a historia e origem de uma porção de cousas quea humanidade conhece.

PAPAE — Obra profundamente insíruetiva,que attrahe a alienção da infância, recrcando-lhe edando-lhe cullura.

E E. A N Ç ÀHISTORIAS DE PAÈ JOÃO — Os mais formo-

ses do fo.klore Li asileiro,'livro de raro valor parao mundo infantil,

PANDAIÍI-CO, PARACI-OQUÊ E VIRA LATA-— Uma serie de etigraçadissimas aventuras quedão alegria á imaginação das creanças

Preço dos quatro livros — 20*000. A' vendaem todas as livrarias do Brasil. Pedidos á Biblio-theca Infantil d'0 TICO-TICO — Travessa do Ou-vidor, 34 — Rio.

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26- Dezembro —1934 O TICO-TICO>

s) cTumm^)^ím

^w'^l^J^A^* \i__WÊi nír._ÉÉri, i miiiili iiiílífflinilírr iiiií1"ito*__Ttj I ttm mkm m__m~Mao tenho certe«ca, mas parece-me que foino pe' daquella (foiabeira, que um "sinhô" muilo rico enterrou um thesouro, di__ia Pae João a Az.el-tona.

Ao ouv.r falar em thesouro. Azeitaria semse despedir- de Pae João , sahiu a correr paracasa, voltando pouco tempo depois . munido deuma a\avar\ca e uma pa'.

__/vV. * .____________J__lgÉ___________--_g____._7.Xl.*__#_-__! .WJT __________¦_ ã. '.:-¦,•_"¦-~--^LmmmÊ\\ Wa_l WÊÊÉmmm __í_____f__________L_:__--;__,.. J_Ét-_.._L.__':-.„....Assim munido, A_.e.-on_ dispo^-se a desen-

terrar o thesour-o. <Ja' se julgava rico. e issotraz.ia-lhe contentamento, poi? o prelinho zxamulto ambicioso.

5em esmorecimenfco, Az.eih.na pô*. mãos.a obra, a terra opa muita dura, mas não _e-ria isso, paz,ão para esmorecer*.

_WS^Ç>^___Ê_\ I í7^___^ém-___-_: iíi íêèêêêí kmãmÊÊÊÊÊ-_m

Cavou, cavou um buraco tab fundo que dolado de fo>a so' se lhe via... o^ocur-uto. Cu-vindo om som metálico. Areítona parou de C3-v&r e._.

.. . retirou do fundo do buraco, não omthesouro, e sim orna .thesouna velha e enferrojada. Pae João havia-se enganado no sexo.

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O T ! «; O - T I c o -ití 2íJ ~- Divcmliro — 1934

/ Á

faauclle que ^|&S * ^^|SPANN^o o*odot*°e tc,e de C^^*to

^ Çine*a, A*

deí0tograv^J i loda a esp ,- riaS/ IW

^rô^^ g ^ oVens n

sumptos .* p- ^ovellas. «W»

j^ gerQl, S,& - ç ^m^ * -' j^ãQ Q§ S'-

ANNUARIO DAS SENHORAS — Já á venda em todos os vendedores de Jornaes e revistas e em todas a3 livrarias6 casas de figurinos do Brasil. Pedidos á S. A. "O MALHO". Travessa do Ouvidor, 3Í — Rio. Piero mim angiacutopara remessas paia o interior do Brasil. CADA EXEMPLAR «$000.

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Dezembro — 193 i TICO- T1 CO

Nossos /^"ir\ ^m

ONCÜÜ/OJRESULTADO DO CONCURSO X." D3

/m_W^-[Ai <> \*jL_m.

3.a — Serra Terra.4." — Gato — toga.O." — Jacaré.

Solueitinistits: João Carlos Bastian,Dalton do Miranda Cunha, .Maria Helenada S. Freire, Erb Failer, Luiz GonzagaLucas, Isidro Nunes Filho, Antônio VV.de Mattos, Luiz Carlos de Camargo, Dar-cylla D. Pinheiro, Joel Benevides, JOãoda Costa Grillo, Marcello José Peruam-liuco, Laerte Perefra da Motta, Feinan-

WVSAVWWVW

Solueão e.vaetn ilo eoiietuso

ScIii<-loiii«(an: Carlos Alberto Cama»ra, Laerte -Pereira, Isidro Nunes Filho,I.uiE Gonzaga Lucas, Erb Failer, MariaHelena da Silva, Marcello José de Almeí-da, Guiomar Lopes, Maria Nazaretlj, Vi-eente de Paulo Penido, Haydée PortoBarreto, Léa Movais, Celsa Duarte Mon-teiro, Julieta Eugenia Braga, Octavio'Passo, Heliton Motta, Talita Caldas, Del-lyo de Almeida, Colina Gloria Alonso,Kuela Santos, Vinicio Ferreira Lima,Jorge Pinto, Aristéa Grieco, Sebastiãod'Ângelo, Roberto Lima, José Raul ras-sos, Hedwigr Axt.

Foram premiados com um lindo livroOe historias infantis os seguintes con-currentes:

JOSÉ' RAUL PASSOS

residente £L rua Levindo Lopes n.° 570,Bello Horizonte.

DELLYO DE ALMEIDA ALVARES

residente í rua Salvador Corrêa n.° Iff,Campos. Estado do Rio.

JULIETA ENGENIA BRAGA

residente á rua Frei Pinto n.° 8, Riacluie-lo, nesta Capital.

RESULTADO DO CONCURSO N." 84

Itrsiiostnn certas!¦).* — Facão.£.« — Serpente.

O TICO-TICOPropriedade da S. A. O MAIJIO

EXPEDIENTEASSIGNATURAS

Brasil: 1 anno 25J0006 mezes.... 13*000

Estrangeiro: 1 anno 7õ$0006 mezes. 38*000

As assiguaturas começam sempreno dia 1 do mez em que lorom to-madas e serão acceiUÜ annual ousemestralmente. TODA A CORRES-PONDENCIA como toda a remessade dinheiro, (que pôde ser íeita porvalo postal ou carta com valor de-clarado), deve ser dirigida á S. A.O Malho, Travessa do Ouvidor, 34— Rio. Telephone: 3-4422.

do S. Barros, Luta S. Barros, Diva Sei-xas Freitas, Wilson Cordeiro Chaves,Lucilla da Silva, David Durra, LeonorNogueira Soares, José' do Freitas Leal,Plácido Lopes, Heliton Motta, ÍTarlolusA maneio Pereira, Nancy de Azevedo, Au-tenor Aiberto, Gelsa Duarte Monteiro,Julieta Eugenia, Talita Caldas, LuizaPires Ferreira de Sá, Edna Soares do»Santos, Oswaldo Cândido de Souza, Ma-via M. Medeiros, Roque Gui Villela, '/.&•lia Lana, DellyO do Almeida Alvares,

/^ fi\

41 CAAIONIMINIlá.\\i«;ki:y

Numa edição extraordinária

d' O TICO-TICO; impressa a cores

\ trazendo a historia do artista

W ai t D i s n e y , creador

, fàrposcratinho. >

- J' 9ENDB EM TODO 0 BR9S1L ]¦_X _ _

I

1S500

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O TICO-TICO SS — 2G — Dezembro — 1984

Sylvio Rodrigues da Conceição, Nicia daCunha Velho, Celina Gloria A'onso. AU.ce V. Chaves, Neutsa Cavalheira, Henri-qua do Nascimento, Kepler Santos, Del-vo Curvello Noronha, Ornar Alves deCarvalho, Paulo Jordão, Cláudio Miclie-liiii, Roberto Lima Rodrigues, NobertoVillas Boas, Walter Apparecido, Erme-linda Gonçalves, Jorge Pinto Dias, Olym-pio Tavora Cruz, Nemer Matuck, OscarVaz da: Silva, Carlos Adolpho de Olivei-ra. Neuza Blondet. Vinicio d'Angelo Cas

'anheira, Maria JuMa Ferreira, Manta PasmosNewton Goulart.

Foram (premiados com cm livro de his-torias infantis os seguintes concurren-tes:

BUIZ CARLOS DE CAMARGOresidente á rua Humberto Primo n.» $2,na Capital de S. Paulo.

ISIDRO NUNES FILHOresidente á rua Wandenholk n." 22, Ra-mos, nesta Capital.

CONCURSO N. 103Para os leitores desta Capital e dos Estudos

M/h " ""l^^^ ¦'¦¦*¦»¦* ¦-"¦- — i—— -^ _—_^_ B vÊ \

1 mm / J—srb -*

Um novo e fácil concurso dc pa-lavras cruzadas offereccmos hoje aosnossos amiguinhos desta Capital c

• dos Eslados. As "chaves" são as se-guintes;

Horizontaes:

1 — Despede frnnaca.5 — Argólas.9 — Emboscada.

11 — De peixe.13 — Ousado.16 — Ecclesiastico.17 — E'poca.18 — Aqui.19 — No meio do dcscrlo.22 — Azul.24 — Andar.25 — Pássaro brasileiro.27 — O que se respira.28 — Que se alimenta dc leite.30 — Regaço.32 — Companheiras.33 — Côr de cabello.34 — Não foi usada.35 — Dono.30 _ Do pássaro ou ao aeroplano

do

4678

101214152021

23252G2829

Verticaes:

I — Que garante.I — Mais além.' — Cheiro car acterislico

mar,Tres letras de adepio.No carro.Envolucro do pinlo.Sobrenome.Bichos de penna.Tempos passados.Elimina da vida.Ri, ás avessas.Filho dos meus paes.Faltou um a para ser uma

desfilada no deserto.Com o que ouvimos.Acerta o som na musica.Flor.Árabe.Nota musical, ás avessas.Eu, em italiano.

As soluções devem ser enviadas áredacção d'0 TICO-TICO, separadasdas de outros quaesquer concursos eaeomanhadas não só do vale que tem

o numero 103, como tambem da as-signatura, idade e residência do con-currente. Para este concurso, queserá encerrado no dia 20 de Janeirovindouro, daremos como prêmios de1", 2° e 3o logares, por sorte, entreas soluções certas, tres livros illus-trades de historias infantis.

VALEPAPA O

-SX) CONCURSO)xí^mmmámmmm'**

N? .03CONJURSO N. 10 4

Para os leilores desta Capita! c dosEslados próximos

Perguntas:

1" — Qual a fructa que lida ásavessas é perfume? .

(3 syllabas).Vicente P. Carvalho

,2* — O que e. o que é que andaSempre c não sahe do logar?

(4 syllabas)Armandinho Pinto

3" — Qual o paiz da America quecom a ultima letra trocada é figurageométrica?

(2 syllabas).Roberto R. Mello

4* — Qual a nota musical que comuma letra trocada é tempero?

(1 syllaba).Odèltc Lima

Eis organizado o novo concursocom quatro perguntas fáceis. As so-luçõcs devem ser enviadas á redac-ção d'0 TICO-TICO, separadas deoutros quaesquer concursos e acom-panhadas do nome, idade c residen-cia do concurrente e do vale n.° 104.Para este concurso,-que será encer-rado no dia 19 dc Janeiro, daremoscomo prêmios dc Io e 2o logares, porsorte, entre as soluções certas, doisricos livros de historias infantis..

VALEPARA OCONCURÍO

|§ 104

F0RMIGD1IHJIS CASEIRAS64 desaparecem com o nao Co nnlcoproducto liquido que ".ttrae c exter-uiiua as formigiiinlius caseiras e

toda espécie dc baratas."BAR A FORMIGA 31*IKrotritria Kaptista

Rua 1? de Marco, IO.

Vidro SÇ000, pelo Correio 5$000

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2<i — Dezembro —1934 ,— 29-**- O TICO-TICO

LIVROWá^irrvJtK A. Ç_

I ¦ j\ ^

1 fe&-_k4fU

Como um thesouro maravilhoso, o livro se abredeante dos olhos do menino. Do seu texto, saltam para

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a imaginação da creança gênios e princezas, fadas e cavalleiros.monstros e creaturas angélicas, vivendo em palácios encantados,

tm grutas que guardam segredos e riquezas nunca dantes sonhados,

cm ambientes exóticos do Oriente, no meio de sortilegios que excc-dem toda a fantasia.

E tudo aquillo se anima porque a gravura colorida lhe dá vidac forma, tudo aquillo se fixa tia idéa da creança e virá povoar-lheos sonhos, aligeirar-lhc as horas e abrir-lhe a curiosidade.

O menino pôde não acreditar mais em Papae Noel. Pôde terduvidas acerca da'existcncia de fadas e gênios.

Mas deixar-se-á embalar pela doce poesia desse mundo fantas-tico cm que uma lei sabia de justiça e de bondade dirige os destinos *

de homens e de animaes.Ella não teve uma avózinha de óculos, nem umà preta velha

tranquilla e risonha que lhe contasse as fábulas, as historias de en-cantamento e as lendas coloridas que nasceram na cabeça dos es-*cravos á sombra do engenho de assucar ou á beira dos telhados dascasas grandes, nas fazendas de creação do Brasil primitivo.

Mas tem volumes maravilhosos como "Meu livro de historias"opulento de fantasias, onde a escripta e o desenho lhe pintam dean-te dos olhos os quadros mais maravilhosos e as aventuras mais ex-traordinarias.

Deante do livro esplendido, os seus olhos se abrem de pasmoe de alegria. E emquanto Papae vira as paginas, uma a uma, ellenem nota que os seus olhos de homem se enchem de uma suave

melancholia. vendo resuscitar esse mundo encantado defadas e de gênios, de sortilegios. de bruxedos, de ma-

ravilhas, que elle julgava perdido para sempre,com a saudade distante da velha ama preta

e da doce avózinha.

'Meu Livro de Historias" edição

da Bibliotheca Infantil d'0 TICO-TICO, está á venda em todo o

Brasil ao preço de 20$000

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O TICO-TICO — 28 2iJ.— De/L'inbro — Wli

A MAE:PORQUE E55A MANHA TODA?A6AROTA--EU NA*0 GOSTO DESSE SABO*NETE SO' QUERO AQUELLEQUE A LILI USA CHAMA-5E

@©DIVAA MAE;AMANHA", QUANDO FOR ACIDADE, COMPRAREI.A GAROTA'NAO QUERO. AMANHA,QUEROAGORA MESMO.PECA PELO TELEPHONE,AÚ NA PHARMACIA TEM.

O yãg@Amm® e o sapoEntre o gramado do campo,Modesto, em paz se escondiaPequenino pyrilampcQue, sem o saber, luzia.

Feio sapo repellenteSahe do córrego lodoso.Cospe e baba, de repente,Sobre o insecto luminoso.

Pergunta-lhe o vagalume :<¦— Por que me vens maltratar ?E o sapo, com azedurne :—i Porque estás sempre a brilhar.

ENINO

João Ribeiro

diga aos seus paes que arevista O MALHO, em su.inova phase de off-set e

rotogravura tem a melhor leitura e a melhor dis-tração para qualquer pessoa. Além dos contos, bemescolhidos e bem illu.stradcs, publica semanalmentechronieas e novidades, ao lado de supplementos ds*modas especiaes para as senhoras. Convém ver...para crer.

SnctwMtfHKJ fcf.T »V iHU. BBHR; IrSBSfc?1' WÊbI/^T"!

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Assim provam os vaüosissinios attestadoscxhibidos diariamente, acompanliados de pho-tograpliias, não só de ülustres médicos comode curados — (Senhoras, Senhoritas, Cavalhei-ros e Crianças até de tenra idade).

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?A — Dezembro — 13M »— oi — T I C O-TI CO

A conselho medico

li' com a maior satislação quepasso a informar a V. S. que liatempos me fora aconselhado peloflislineto clinico pelotense, meu par-ticular amigo, sr. dr. Luiz PereiraLima, medico de minha familia, ouso do preparado Capivarol, de vossafabricação, para os meus quatro pe-quenos, Alice, Alencar, Alceu e Al-leu, tendo todos usado e obtido omaior resultado que se pôde ter comum preparado para enfraquecimentogeral

Por isso e a bem dos que precisamde um preparado restaurador deforças não tenho duvida em dar-vosesta declaração que nada mais repre-senta do que a fiel expressão da. ver-dade

Pôde V. S. fazer desta e dos retra-tinhos que vos envio o uso que voscpnv:'

Muitíssimo grato, firmo-me: De V.S. — Amgo. Alt", e Obrig". — (Ass.)Manoel Dias.

Pelotas — P- G. do Sul — Rua Mar-quez dc Caxias n. 555 — em 2G — 4— 1934

CONFIRMAÇÃO: — Declaro serverdade o que acima se narra, comreferencia ao preparado Capivarol,<!o Pharmaceutico Carlos BarbosaLeile, receitado por mim aos peque-nos do sr. Manoel Dias.

Pelotas, 2G de Abril de 193-1.(Ass.) Dr. Luiz Pereira Lima

(Firmas reconhecidas).

Está á venda o primoroso ALMA-

NACH DO TICO-TICO.

E' noite de Natal! Os sinos bimba-lham alegremente, enchendo os arescom as suas vozes potentes e sonoras.No céo as estrellas brilham corrus-cantes.

Nessa Santa Noite nasceu lá na pe-quenina Bethlém de Ephrata, numahumilde mangedoura para ensinaiaos homens a sua doutrina de amor,fé e caridade, Jesus, o DcusiMenfrio.O Bom Pastor.

Que outro Rei >>n mais poderoso?A elle todas as nossas preces e agra-decimentos hoje devemos offerecer.

Apressada quasi toda a; populaçãoda aldêa passa, em direcção da igre-jinha, para assistir á ''missa do- sal-Io".

Nos leitos quentes e macios ange-licaes creanças dormem sonhandocom o-seu querido Papae Noel.

Após a cerimonia religiosa todasas famílias, cada qual em seu lar, sereúnem para trinchar um peru', be-ber do vinho puro de uva, ou cravaro.s dentes nas apelitosas maçãs e ou-Iras frutas deliciosas.

Depois silenciosas ellas ficam, poisouvem o ruido dos passos de PapaeNoel que chega e se dirige aos leitosdas creanças boas para collocar nosseus sapaiinhos os bellos presentesque lhes traz.

Pobre velho! posto que cançadonão permanece um só instante na-quella casa, logo sahe pela larga cha-mine e tomando o seu carrinho ae-reo vae levar dádivas a outros me-ninos.

Oh noite memorável e linda! cmque toda a familia se reúne cordial-mente.

DIGA,meu filhinho:CMO-HI-ü-l-NAEVITA OS ACCIDENTES OAdáDENTIÇAO «FACILITAa SAH1DA P03 DENTESEm fbtfas qs PAarmaciaj

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Manchas

ManchasOs braços nus. que a moaa impõe, exige o em-prego do UNTISAL para fazer desaparecer asmanchas e conlusóes quo tanto os eniaiam.

%s$ ¦ ?S§2&I As manchas e contusões des-aparecem rapidamente fazendo-se unia aplicação de UNTISAL

UNTISAL não irriij.

UNTISAL não ma.Tjha a roupav

VIDRO SSOOO

P I L li L A S

(PÍLULAS DE PAPAIN-A E PODOPltYLINA)

Empregadas com suecesso nas moléstias do es-l âmago, fígado ou intestinos. Essas pilnms. uiéitide tônicas, são indicadas nas dyspepsias, doresde cabeça, moléstias do figado e prisão de TOntje.São itm poderoso digestivo e íegularizuílor da?¦ furreções gastro-imestinaes.

A' venda em todas as pharmacias. I.Vposita-rios: JOÃO BAPTISTA DA FONSECA. UnaAcre, 38 — Vidro 2$500, pelo correio 3*000 —Rk> de Janeiro

Oxalá nunca deixe o velhinho Papae Noel de vir ás casas da aldêacr*m o seu sacco de brinquedos nascostas.

Creança! .jamais queiras crescer,que quando fores grande e conhece-res a malícia e o peccado não terá?a mesma alegria sã e feliz que oraexperimentas pela occasião do Natal

José Silveira Ilarbosa

1BOCCÃ CWEMRO.SA E. DMES LUMIPOâ SO COM

Page 32: ANNO XXXÍ RIO DE JANEIRO, 26 DE DEZEMBRO DE 1934 …memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1934_01525.pdf · azul com reflexos dourados, igual á do livro de gravuras que haviam vis-

.

AS AVENTURAS DO CHIQUINHO O 000**0 onçado¦ __!..." ¦- -ir ¦ | |^ ,

Chiquinho, com. os seus inseparáveiscompanheiros, estava na roça e, passean-

'áo*. viu quatro burros soltos que o olha-vam com espanto. -— "Olá", disse Chi-quinho, vocês parecem selvagens! Nuncaviram gente? E mandou. . .

. , . Benjamim buscar e"m casa" um tapete, — Vaes ver ayora me^rnofVou en-couro de onça, ornamento da sala de visi- smar á esses muares que nós não somosta. Era o couro de uma onça caçada pelo bichos para lhes infundirmos tanto medo!primo Juca. — "Que vaes fazer — dis- E, oceultando o tapete, de repente, o ati-se a Lili — com esse trophéo de tanta es* - '

rou sobre os burros. Estes,"tomados de pa-timacão?" nico, sahiram . »,

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... ..a correr como loucos, bufando*, dando saltos e cou-•ces, sem saber para onde iam. Chiquinho, a'Lili e o Ben-jamim riam-se de ver o susto dos burros. Mas, quando...

.viram os burros se encaminharem para a casa de mora-dia do primo Juca, puzeram as mãos a cabeça. Os ani-mães acharam naquella casa á salvação e embarafusta*ram-se pelas janellas.

Ouer um bello presente? IV. > "Meu Hvro de historias*', a venda bm todo 'i Brasil.