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Revista UNIABEU, V.11, Número 27, janeiro-abril de 2018. 155 ANÁLISE INVESTIGATIVA DO EFEITO CHICOTE E AÇÕES CORRETIVAS EM EMPRESA DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES Douglas Baldino 1 Jean Paulo Pires 2 Rodnei Ramos 3 Marina Mika Saito 4 Eduardo Roque Mangini 5 Resumo: O artigo contempla o estudo do efeito chicote, um fenômeno conhecido por causar uma perturbação dos fluxos da cadeia de suprimento com variabilidade nos pedidos que ocorre no sentido do consumidor ao fornecedor. Mesmo com vários estudos sobre esse efeito, a aplicação das soluções acadêmicas propostas ainda está aquém do desejado, motivo pelo qual sustenta a investigação realizada. O propósito do artigo, além de demonstrar a aplicabilidade das soluções advindas da academia, reside na busca da melhoria da qualidade e no atendimento aos clientes da empresa DMJR cujo nome foi modificado por questões de sigilo empresarial. Com o uso da pesquisa-ação como método de escolha, foi possível vislumbrar a dimensão do problema sofrido pela empresa bem como assegurar a confiabilidade dos resultados, sendo que os principais ganhos foi melhoria da tramitação da informação, redução de estoques, diminuição de custos de estoque e transporte, além de melhor relacionamento com os clientes e ganho de competitividade. É crível afirmar que a junção das soluções propostas por pesquisadores acadêmicos fortaleceu a competitividade e melhorou o desempenho organizacional e logístico da empresa, embora seja necessário o combate contínuo ao efeito chicote por se tratar de um fenômeno multicausal. Palavras-chave: Cadeia de Suprimento; Efeito Chicote; Pesquisa-ação. Abstract: The article contemplates the study of the bullwhip effect, a phenomenon known to cause a disruption of the supply chain flows with variability in the orders that occur in the sense of the consumer to the supplier. Even with several studies on this effect, the application of the proposed academic solutions is still below the desired level, which explains the reason for the research. The purpose of the article, besides demonstrating the applicability of the solutions coming from the academy, resides in the search of the improvement of the quality and the service to the clients of the company DMJR whose name was modified by questions of business secrecy. With the use of action research as a method of choice, it was possible to glimpse the dimension of the problem suffered by the company as well as to ensure the reliability of the results, with the main gains being improvement of information processing, reduction of inventories, reduction of costs of inventory and transportation, as well as better customer relationship and competitiveness improvement. It is possible to affirm that the combination of the solutions proposed by academic researchers strengthened the competitiveness and improved the organizational and logistic performance of the company, although it is necessary to continuously combat the bullwhip effect because it is a multi- causal phenomenon. Key-words: Supply Chain; Bullwhip effect; Action Research. 1 Tecnólogo em Logística 2 Tecnólogo em Logística 3 Tecnólogo em Logística 4 Tecnólogo em Logística 5 Professor do Instituto Federal de São Paulo, doutorando da Universidade Nove de Julho, pesquisador das área de marketing, marketing de serviços, distribuição e logística. brought to you by CORE View metadata, citation and similar papers at core.ac.uk provided by Uniabeu: E-Journals

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Revista UNIABEU, V.11, Número 27, janeiro-abril de 2018.

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ANÁLISE INVESTIGATIVA DO EFEITO CHICOTE E AÇÕES CORRETIVAS EM EMPRESA DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES

Douglas Baldino1

Jean Paulo Pires2 Rodnei Ramos3

Marina Mika Saito4 Eduardo Roque Mangini5

Resumo: O artigo contempla o estudo do efeito chicote, um fenômeno conhecido por causar uma perturbação dos fluxos da cadeia de suprimento com variabilidade nos pedidos que ocorre no sentido do consumidor ao fornecedor. Mesmo com vários estudos sobre esse efeito, a aplicação das soluções acadêmicas propostas ainda está aquém do desejado, motivo pelo qual sustenta a investigação realizada. O propósito do artigo, além de demonstrar a aplicabilidade das soluções advindas da academia, reside na busca da melhoria da qualidade e no atendimento aos clientes da empresa DMJR cujo nome foi modificado por questões de sigilo empresarial. Com o uso da pesquisa-ação como método de escolha, foi possível vislumbrar a dimensão do problema sofrido pela empresa bem como assegurar a confiabilidade dos resultados, sendo que os principais ganhos foi melhoria da tramitação da informação, redução de estoques, diminuição de custos de estoque e transporte, além de melhor relacionamento com os clientes e ganho de competitividade. É crível afirmar que a junção das soluções propostas por pesquisadores acadêmicos fortaleceu a competitividade e melhorou o desempenho organizacional e logístico da empresa, embora seja necessário o combate contínuo ao efeito chicote por se tratar de um fenômeno multicausal.

Palavras-chave: Cadeia de Suprimento; Efeito Chicote; Pesquisa-ação.

Abstract: The article contemplates the study of the bullwhip effect, a phenomenon known to cause a disruption of the supply chain flows with variability in the orders that occur in the sense of the consumer to the supplier. Even with several studies on this effect, the application of the proposed academic solutions is still below the desired level, which explains the reason for the research. The purpose of the article, besides demonstrating the applicability of the solutions coming from the academy, resides in the search of the improvement of the quality and the service to the clients of the company DMJR whose name was modified by questions of business secrecy. With the use of action research as a method of choice, it was possible to glimpse the dimension of the problem suffered by the company as well as to ensure the reliability of the results, with the main gains being improvement of information processing, reduction of inventories, reduction of costs of inventory and transportation, as well as better customer relationship and competitiveness improvement. It is possible to affirm that the combination of the solutions proposed by academic researchers strengthened the competitiveness and improved the organizational and logistic performance of the company, although it is necessary to continuously combat the bullwhip effect because it is a multi-causal phenomenon.

Key-words: Supply Chain; Bullwhip effect; Action Research.

1 Tecnólogo em Logística 2 Tecnólogo em Logística 3 Tecnólogo em Logística 4 Tecnólogo em Logística 5 Professor do Instituto Federal de São Paulo, doutorando da Universidade Nove de Julho, pesquisador das área de marketing, marketing de serviços, distribuição e logística.

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1. INTRODUÇÃO

A cadeia de suprimentos ou supply chain abarca todas as atividades empreendidas e

relacionadas com a tramitação de materiais, desde a fase de matérias primas até o produto

acabado (WANGPHANICH; KARA; KAYIS, 2010). Essa cadeia é composta por vários

atores empresariais inter-relacionados, desde fornecedores, fabricantes, distribuidores,

varejistas bem como os usuários finais (SINGH; CHALLA, 2016; SRIVASTAVA; IYER;

RAWWAS, 2017).

A cadeia de suprimentos envolve quatro fluxos distintos e inter-relacionados e estão

agrupados em materiais, informações, propriedade e fluxo financeiro (PAIK; BAGCHI,

2007) e embora o gerenciamento da cadeia de suprimentos busque a perfeita organização

desses fluxos nem sempre isso é possível. Um dos problemas mais comuns é o efeito

chicote, um fenômeno que provoca perturbação nessa cadeia no sentido do usuário final

até o fornecedor e que gera variabilidade nos pedidos e desordem nos fluxos da cadeia de

suprimentos (JIN; DEHORATIUS; SCHMIDT, 2017).

Mesmo com amplos mecanismos de controle discutidos por Lee; Padmanabhan; Whang

(1997a); Mancilla e Sepúlveda (2017); Murfield e Tate (2017), entre outros, sua aplicação

no meio empresarial ainda está aquém do desejado, como é observado na empresa DMJR

(o nome da empresa foi modificado por questões de sigilo empresarial). A empresa

coordena sua produção pelo número de ordens a serem atendidas, independente se a data

de entrega é daqui a uma semana ou um mês. Isso causa um impacto quando a empresa

fecha vários contratos, num mesmo período. O acúmulo de produto acabado é alto, gerando

uma pressão desnecessária nos times de expedição, e transportes.

Com isso, se acarretam outros problemas, como, por exemplo, ordens carregadas sem

notas fiscais ou até mesmo o inverso, as notas fiscais são embarcadas para o cliente e os

volumes ficam parados na empresa; entre outros, o número de volumes carregados

incorretamente, a acomodação dos volumes no veículo, má disposição e aproveitamento

da cubagem do veículo. A partir dessa explanação, tem-se como problema de pesquisa:

“Quais os aspectos do efeito chicote são passiveis de controle?”, sendo o objetivo principal

avaliar desenvolver plano de ação para controlar o efeito chicote da empresa DMJR, além

de melhorar o processo de expedição, controlar o processo logístico, reduzir o estoque de

produto acabado e prever variações de demanda. O artigo está estruturado em cinco

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partes. A subsequente trata do referencial teórico seguido pelo método usado. A quarta

parte traz a intervenção proposta e o resultado alcançado. A última parte abrange a

conclusão, limitação e sugestão de continuidade do estudo.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A cadeia de suprimentos tem como função estreitar o relacionamento entre clientes e

fornecedores. A tecnologia fez criar o conceito de “tempo real para um produto”, que seria

desde a criação do projeto de um produto até o consumidor final (NARAYANAN; MORITZ,

2015; PAIK; BAGCHI, 2007). Um objetivo da cadeia de suprimentos é otimizar e agilizar o

processo de gestão de estoques com a finalidade de ter um fluxo de materiais mais

eficiente. Entretanto, existem alguns problemas na cadeia de suprimentos que afetam todos

os seus membros, sendo o efeito chicote um fenômeno amplamente estudado e discutido,

tanto no meio acadêmico quanto no empresarial (KLUG, 2016).

O efeito chicote está relacionado com a propagação de erros sobre demanda na cadeia de

suprimentos (SC) (LEE; PADMANABHAN; WHANG, 1997a), o qual foi identificado e

formalizado por Forrester (1958) no MIT (Massachusetts Institute of Technology) nos EUA

há mais de quatro décadas, quando estudava a questão da propagação de erros em

sistemas dinâmicos e interdependentes. Efeito chicote é uma instabilidade da cadeia de

suprimentos devido à amplificação da variação da demanda (LIN et al., 2014). O efeito

chicote diz respeito à amplificação da variância das informações da demanda na SC, na

medida em que elas crescem em um fornecedor que seria o montante, ou seja, as

incertezas na demanda de um fornecedor de matéria prima – “MP” – tendem a ser bem

maiores do que a real demanda existente entre o ponto-de-venda e o consumidor final (AL-

KHAZRAJI; COLE; GUO, 2017; CHATFIELD, 2013).

É possível classificar as pesquisas sobre efeito chicote em seis fases: Fase 1 – Abrange o

período anterior a 1958, cujo ponto central era o controle de produção e estoque; Fase 2 –

de 1958 a 1969, caracterizada pela suavização da produção; Fase 3 – de 1970 a 1989,

onde teve o desenvolvimento da teoria do controle; Fase 4 – de 1989 a 1997, chamada de

fase do jogo da cerveja; Fase 5 – de 1997 a 2000, fase esta relacionada com o

redescobrimento do efeito chicote; Fase 6 – de 2000 até o momento atual, fase direcionada

a anular o efeito chicote (CANNELLA; CIANCIMINO, 2010; HOLWEG; DISNEY, 2005). O

controle do efeito chicote descrito por Lee, Padmanabhan e Whang (1997) abrangem os

fatores geradores da amplificação da demanda e classificados em (a) informações

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partilhadas, (b) alinhamento de canal e (c) eficiência operacional, conforme ilustrado no

Quadro 1.

Quadro 1- Controle do Efeito Chicote

Causas do Efeito Chicote Mecanismos de Controle

Informações Partilhadas Alinhamento de Canal Eficiência Operacional

Previsão de Demanda Entendimento da dinâmica do sistema Utilizar dados de pontos de venda Compartilhamento de dados eletrônicos (EDI) Internet Arranjo realizado por computador

Estoque de vendas gerenciável

Desconto de informações partilhadas

Consumidor direto

Redução do lead time Controle de estoque baseado em ordem de importância

Arranjo de Lotes EDI Arranjo via internet

Desconto de acordo com a variedade de carga do caminhão Compromissos de entrega Consolidação Terceirização do processo logístico

Redução no custo fixo por arranjo de lotes através de EDI ou comercio eletrônico Arranjo realizado por computador

Variação de Preços Programa de reposição contínuo

Custo baixo todo dia

Preço baixo todo dia

Atividade baseada em custo

Jogo de Racionamento Dados compartilhados de Vendas, capacidade e estoques

Alocação baseada em vendas passadas

Fonte: (LEE; PADMANABHAN; WHANG, 1997a, 1997b)

Com o intuito de reduzir o efeito chicote, uma prática comum consiste em promover a

melhoria da tramitação da informação da demanda na cadeia de suprimentos (MANCILLA;

SEPÚLVEDA, 2017), com isso as possíveis formas de controle do efeito chicote são (1)

redução da incerteza, com centralização da informação e compartilhamento de informações

sobre demanda (NARAYANAN; MORITZ, 2015); (2) redução da variabilidade, com

eliminação da flutuação de preços através de medidas que promovam preços baixos todos

os dias evitando-se descontos eventuais ou promoções (WANG et al., 2016); (3) redução

do lead time, para diminuir a variabilidade da demanda e redução de estoques favorecendo

a previsão da demanda (SVENSSON, 2005); (4) formação de parceiros estratégicos, para

melhorar o fluxo de informação relativa ao comportamento da demanda e melhoria do

gerenciamento do estoque ao longo de toda a cadeia de suprimentos (MURFIELD; TATE,

2017; SRIVASTAVA; IYER; RAWWAS, 2017), sendo uma prática utilizada o VMI (Vendor

Managed Inventory).

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3. MÉTODO

O método de pesquisa utilizado foi a pesquisa-ação, considerada por Vergara (2005) como

um método direcionado na busca de soluções de um determinado problema por meio de

ações estabelecidas entre o pesquisador e os agentes envolvidos na situação. De acordo

com Koerich et al. (2009), a pesquisa-ação é uma ferramenta metodológica que além de

gerar ação corretiva, também proporciona aumento do conhecimento tanto dos

pesquisadores quanto das pessoas envolvidas. Descreve Tripp (2005) que pesquisa-ação

é um tipo de investigação-ação, cujo ciclo se assemelha ao ciclo PDCA postulado por

Deming. Para este estudo, o método de pesquisa-ação envolveu seis passos.

O Passo 1 foi selecionar as atividades que trarão maior investimento no tempo gasto

deixando em segundo plano atividades sem continuidade ou que são desempenhadas

ocasionalmente. Essas atividades devem ser estudadas como um assunto prioritário e que

ofereçam o maior escopo para melhorias.

O Passo 2 foi registrar o método atual, como a sequência de atividades no trabalho, o inter-

relacionamento temporal das atividades no trabalho e a trajetória de movimento de alguma

parte do trabalho.

O Passo 3 constitui a abordagem fundamental para o estudo do método, onde se devem

examinar os fatos de forma ampla e crítica. São feitas algumas questões relativas ao

propósito de cada elemento e o local em que cada elemento é feito. Isso sugere uma

combinação de certas atividades ou operações, como a sequência em que cada elemento

é feito, o responsável pelo elemento e os meios pelos quais cada elemento é feito.

Passo 4, onde se desenvolve um novo método eliminando partes inteiras da atividade sem

importância, combinando elementos, mudando a sequência de eventos de modo que

melhore a eficiência do trabalho ou simplifique a atividade para reduzir o conteúdo de

trabalho.

Passo 5 e 6 são relacionados com o local, regularização e eficácia da implantação do novo

método e deve ser usado como uma oportunidade para melhorar os métodos. Por meio de

relatórios operacionais, com datas de previsão de entrega, entre outros dados, foram

constatados os sintomas do problema de pesquisa. Com o intuito de melhorar o processo

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logístico e desempenho operacional da organização, foram analisados todos os dados

utilizados no cotidiano da empresa. Com a análise dos relatórios gerenciais, por meio de

técnica de análise de conteúdo, foi possível esclarecer o problema de pesquisa e alcançar

os objetivos propostos pelo trabalho.

4. CONTEXTO DO PROJETO

4.1 Aspecto Organizacional da Empresa DMJR

A empresa DMJR é líder no fornecimento de redes de telecomunicações da próxima

geração, e atende a 45 das 50 maiores operadoras globais, além de mais de um bilhão de

usuários ao redor do mundo. A companhia tem o compromisso de fornecer produtos,

serviços e soluções inovadoras e personalizadas para criar valor e potencial de crescimento

a longo prazo para seus clientes. Os produtos e soluções da DMJR englobam produtos

wireless, produtos de núcleo de rede, produtos de rede, aplicativos e software, assim como

terminais. Os principais produtos são projetados com base no chipset ASIC da DMJR, e

utilizam plataformas compartilhadas para oferecer produtos de qualidade a um custo

acessível. Ao final de 2014, a DMJR tinha mais de 95.000 empregados, dos quais 45% são

dedicados a Pesquisa e Desenvolvimento. Os centros de Pesquisa e Desenvolvimento da

DMJR estão localizados nos Estados Unidos (Vale do Silício e Dallas), na Suécia

(Estocolmo), na Rússia (Moscou) e na Índia (Bangalore), além dos centros na China,

localizados em Pequim, Xangai, Nanquim, Shenzhen, Hangzhou e Chengdu.

Em um ambiente produtivo, onde o layout é favorável apenas ao processo de produção,

encontra-se um problema maior, que é a parte final de todo processo produtivo. Após o

produto ser finalizado, é levado para a área de pré-embarque onde aguarda a nota-fiscal,

para assim ser embarcado. Porém devido ao crescimento inesperado, esse processo tem

influenciado os demais, chegando a envolver 80% da capacidade produtiva. Quando a

DMJR é contratada pelas operadoras, ela destina toda sua produção para atender esse

contrato, e não planeja como será todo o processo. Alguns fatores contribuem para essa

oscilação de demanda, entre eles, a falta de controle sobre o que deve ser produzido e

entregue no tempo certo e na hora certa. Algumas ordens passam pelo processo produtivo

e ficam prontas para enviar ao cliente com até 360 dias antes de sua data de entrega,

gerando um estoque de produto acabado por quase 1 ano, ou seja, gera-se um custo

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elevado de estoque, ocupando espaço de produtos que poderiam estar abastecendo

ordens com maior urgência.

Outro ponto impactante é o número de veículos envolvidos na operação e a falta de

organização no sentido de priorizar os horários de chegada dos veículos. A informação

sobre a quantidade de caminhões usados não é disponibilizada, bem como sobre a

frequência e programação de veículos. Em outro ponto, tem-se um volume muito alto de

recebimento de matéria-prima, sendo necessários para ordens futuras ou projetos ainda

em fase de aprovação para produção. Isso gera efeito colateral devido a locação de

espaços com custos de transportes para transferências de estoques, o que reduz a

capacidade logística da empresa.

Todos esses fatores levam o processo de expedição a sofrer com a pressão diária para

enviar as ordens para o cliente. Um ponto que causa uma das maiores dificuldades para

esse processo é a falta de coordenação de ordens e de produtos, que provoca

movimentação interna indevida e errônea, o que compromete outras operações como o

embarque de produtos. Ainda deve-se adicionar o tempo da auditoria para o embarque,

onde passa por duas auditorias, a do pré OQC (Out Quality Control), e do OQC (Out Quality

Control). Os processos de auditoria acontecem quando o material já está sendo

embarcado, aumentando o tempo de embarque, porém garantindo que não sejam feitos

embarques errados, com ordens sem todos os volumes, ou até mesmo notas fiscais que

não tem volumes embarcados. Essas garantias, tanto de embarque quanto da acomodação

dos volumes dentro do veículo são feitas pelo time do cliente. Porém não é feita a

otimização dos volumes na carga, onde se pode ganhar volume de embarque, os materiais

são dispostos sem empilhamentos altos e mal organizados, tudo para garantir a integridade

dos produtos. Os volumes influenciam negativamente nos aspectos de cubagem, devido à

diversidade de embalagens e várias formas de equipamentos usados pela empresa

dificultam a disposição dentro do veículo.

Após seu embarque, as ordens são relacionadas e assim o caminhão liberado para seu

destino. A DMJR como líder no fornecimento de redes de telecomunicações da próxima

geração tem como clientes a grande maioria das empresas de telefonias e um de seus

sucessos em suas conquistas seria seus fornecedores (Figura 2)

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Figura 2 - Fornecedores e Cliente

Fonte: autores

4.2 Intervenção Adotada

A partir da avaliação organizacional, foi possível elencar, no Quadro 2, os problemas em

relação ao efeito chicote, as prováveis causas e as ações recomendadas, bem como o

departamento responsável e tempo.

Quadro 2 - Problema, causa e ação

Problema Causa Ação Responsável Inicio Fim

Informações Partilhadas

Falta de entendimento da dinâmica do sistema

Integração dos sistemas interdepartamentais

Comercial e Produção

02/2015 09/2015

Excesso de compartilhamento de dados eletrônicos

Controle de dados a serem compartilhados

Planejamento e Produção

02/2015 07/2015

Alinhamento de

Canal

Estoque de vendas não negociável

Terceirização do processo logístico

Logística e Planejamento

01/2015 07/2015

Eficiência Operacional

Tempo de entrega da ordem muito estendido

Redução do Lead Time Produção 04/2015 Contínuo

Excesso de estoque sem ordem de importância

Redução de estoque, controle de ordem de importância

Logística e Planejamento

04/2015 Contínuo

Fonte: autores baseados em Lee; Padmanabhan; Whang (1997a)

Um problema detectado corresponde às informações partilhadas, devido à falta de

entendimento da dinâmica do sistema, que afeta diretamente o departamento comercial e

produção, e sua solução seria a integração dos sistemas interdepartamentais tal qual

ilustrado por Mancilla e Sepúlveda (2017). E outra causa possível era o excesso de

compartilhamento de dados eletrônicos, de responsabilidade do departamento de

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planejamento e da produção, e sua solução consistiu em controlar os dados a serem

compartilhados.

Outro problema era relacionado com alto estoque de vendas não negociável, sendo os

setores responsáveis o departamento de planejamento e o departamento logístico, que se

resolveria com uma possível terceirização do processo logístico. Em relação a eficiência

operacional, o alto volume de produto acabado e o tempo de entrega exagerada poderia

ser resolvido com redução de estoque e um controle total na ordem de importância. De

acordo com análises, foi possível diagnosticar que a principal causa do Efeito Chicote na

DMJR, consiste na falta ou ineficiência de informações partilhadas. Para diminuir a

amplitude da previsão de demanda que é o fator que mais contribui para os problemas

relacionados com a falta ou ineficiência das informações partilhadas, foi proposto e

implementado um plano de ação específico.

4.2.1. Plano de ação especifico

Conforme a sequência de processos para entrada de pedidos e geração de ordem de

produção, notou-se a ausência de prazos para a entrega do pedido ao cliente. Sendo assim,

pode perceber-se que esse item é de fundamental importância para todo o planejamento

de processos e para a previsão de demanda, o que diminui o fenômeno. Esse fator ajuda

também a diminuir o número de ordens que são produzidas, com datas muito avançadas

para sua entrega, que aumenta o estoque de produto acabado e reduz o nível de matéria-

prima estocada, que pode ser usada em ordens urgentes.

Para a implementação desse campo, e torná-lo como item de checagem para

processamento de pedidos, foi necessário estabelecer que o compartilhamento dessas

informações seja realizado primeiramente entre os setores responsáveis pelo cadastro

desses pedidos no sistema da DMJR. Após essa implementação, foi necessário medir sua

eficiência, por meio do volume de estoque de produtos acabados, e o tempo que esses

pedidos levavam para serem embarcados para o cliente final. Após a implementação dos

prazos de entregas, foi possível verificar outros fatores para diminuir a amplificação de

demanda. Para maior agilidade nos processos de cadastramento da ordem no sistema da

DMJR, podem-se adiantar as barreiras de preço e estoques, em que a ordem passa para

chegar efetivamente à produção, sendo assim, os departamentos que monitoram essas

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barreiras podem dedicar maior atenção ao que se deve produzir, e o que já está pronto

para embarque.

A expedição, por sua vez, recebe resumo do que se deve entregar, com datas estipuladas

e prioridades da programação de entrega. Isso ajudou também a monitorar o que estava

sendo produzido e o que não foi. A auditoria de embarque OQC (Out Quality Control) deixou

de fazer auditoria com o material separado na ilha, reduzindo o tempo desse processo. Por

sua vez, garantiu que no processo de embarque todos os materiais sejam auditados na

porta do caminhão, ou seja, todo o processo feito anteriormente com o material parado,

agora é feito com o material entrando no caminhão, o que forçou a produção a garantir

melhor qualidade de serviço para evitar possíveis atrasos no embarque.

O cronograma foi um balizador das ações a serem implantadas, e sinalizou o panorama

geral do que foi executado, e suas respectivas responsabilidades. O Quadro 3 demonstra

as ações implementadas de medidas de controle do efeito chicote na empresa DMJR.

Quadro 3 - Metas de controle do Efeito Chicote

Medida Quem Como Por que J F M A M J

Integração de Sistemas

Interdepartamentais

Comercial Produção

Aumentar o fluxo de

informações sobre o cliente

Informações podem auxiliar a programação de produção, evitando o acúmulo de estoque de

produtos acabados

Implantação do Campo “data de

entrega” nas ordens de produção

TI Aumentar o filtro no

cadastro da ordem de produção

A informação pode auxiliar a programação

de produção, transportes, entre outros

Controle do estoque de

produtos acabados

Expedição Embarcar as ordens de produção

prontas, com datas de

entrega em dia

Diminuindo o estoque de produtos acabados, reduz o custo com

estoques da empresa

Indicador de desempenho

(controle do tempo de entrega da

ordem)

Comercial Produção Expedição

Medir o tempo de entrega das ordens desde sua aceitação no Comercial

até a Expedição

Garantir que a ordem seja produzida no tempo

certo e entregue no tempo e lugar certo

Fonte: autores

Essas medidas adotadas estão focadas na integração dos sistemas interdepartamentais,

implantação do campo “data de entrega”, e no controle de ordens de produto acabado, com

o objetivo de reduzir o acúmulo do produto acabado, assim com menor custo de estoques.

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E no indicador de desempenho, o controle do tempo de entrega de ordem foi regularizado,

reduzindo tempo com estoques em movimento, e principalmente a redução de custos.

Ainda como medida corretiva, o controle das ações tomadas foi medido semanalmente. Ou

seja, um indicador de desempenho para evidenciar a manutenção da variação na amplitude

da demanda. Outro controle foi estabelecido em relação ao tempo que a ordem fica parada

na expedição, até o momento de embarque. Esses indicadores de tempo apontam se os

processos estão afinados, conforme as necessidades do cliente. Em caso de aumento de

tempo de produto acabado parado na expedição é sinal de falha na tramitação da

informação ao longo do processo, o que pode gerar novamente estoque de produto

acabado. Na fase atual é analisado o motivo da ocorrência, e se for por problemas de

informação do cliente que não foi cadastrado no sistema, se deve retornar ao início do

processo e rastrear a falha, corrigir, e garantir que não aconteça novamente. Esses

indicadores apenas evidenciam o controle da variação de demanda, apontando se há ou

não o Efeito Chicote.

4.3 Resultados Alcançados

Analisando a empresa, notou-se uma grande falta de percepção na gestão da cadeia de

suprimentos, sendo visivelmente clara a falta de coordenação dos processos internos,

afetando diretamente os clientes. Foi possível avaliar algumas soluções viáveis para a

redução do problema, e enfatizou-se que o plano de melhoria deve ser sempre refeito, para

a percepção de outros pontos conforme a situação da empresa no momento, como sugerido

por Jin, Dehoratius e Schmidt (2017). A partir da melhora do fluxo de informações dentro

da empresa, como proposto por Cannella e Ciancimino (2010), com controles em planilhas

e outras ferramentas, foi alcançado o nível adequado de controle do que ocorre na cadeia

de suprimentos onde a empresa está situada, e, com isso, estão sendo tomadas ações

estratégicas para a melhoria da operação em contexto geral.

Ao estabelecer o plano de ação inicial, foi possível perceber que o ambiente geral da

operação ficou mais alinhado e concatenado com o fluxo entre as empresas e a intensidade

da operação tornou-se mais focada e controlada. Isso ajudou, também, a visualizar

situações que antes não eram possíveis de ser observadas, devido à apuração

momentânea e o volume produtivo alto; com isso, a visão sistêmica sobre o processo

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Revista UNIABEU, V.11, Número 27, janeiro-abril de 2018.

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produtivo e logístico ganha dimensão estratégica. Os demais planos de ação proveram a

empresa, um panorama diferente do trabalhado até o momento, tornando-se assim objeto

de estudo para futuras situações similares. Na atual situação, a empresa implementou

ferramentas que abordam a administração da cadeia de suprimentos, mas mantendo o foco

em produção, isso devido à grande vantagem competitiva e a sua ampla participação no

mercado. Apesar de não se ter uma política para redução de custos, e focar apenas na

disseminação dos produtos, esses aspectos podem gerar altos custos, devido à

desorganização dos processos que ainda impera.

Um ponto interessante foi a melhoria no mapeamento do processo, pois quanto menor o

caminho das informações pertinentes a cadeia de suprimentos melhor o fluxo delas, o que

tem gerado informações valiosas para planejamento estratégico mais eficaz. Também,

sugeriu a melhoria na captação dos pedidos, para que sejam sintonizados conforme o

potencial da empresa, padronizando alguns fatores estratégicos da empresa.

5. CONCLUSÃO

Ao implementar as ações propostas, a empresa diminuiu a percepção da amplificação da

demanda na cadeia de suprimento onde a empresa está inserida, porém como o efeito

chicote é uma síndrome multicausal, outras ações devem aplicadas. Uma possível ação

seria a empresa assumir a coordenação da cadeia de suprimentos, tanto no sentido jusante

quanto no sentido montante. É importante salientar a necessidade de coordenação e

alinhamento entre os membros de uma cadeia de suprimentos na tentativa de diminuir a

percepção do efeito chicote, cuja eliminação total é praticamente improvável.

Embora tenha sido possível elucidar parte do fenômeno, sugere-se que seja dada

continuidade nas ações empreendidas no trabalho, para que a empresa tenha uma visão

real de suas necessidades, tornando sua operação mais segura, econômica e eficaz, além

da possibilidade de replicação dessas ações em outras empresas, de outros setores.

Mesmo com a aplicação de ações recomendadas por Chatfield (2013), Lee, Padmanabhan

e Whang (1997a) e Murfield e Tate(2017), e com o êxito obtido, trata-se de um estudo

limitado a uma única empresa, e destarte os achados e resultados possam replicados,

torna-se necessária a avalição de outras empresas e de outros setores para validar o

desenho das ações empreendidas.

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As contribuições deste artigo no ambiente acadêmico estão diretamente relacionadas com

a aplicação dos conhecimentos teóricos em empresa de grande porte atuante no mercado,

embora seja salutar o contínuo aperfeiçoamento e estudos sobre o fenômeno observado.

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Submetido: 11 de abril de 2017 Aceito: 30 de outubro de 2017