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V Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação Recife - PE, 12- 14 de Nov de 2014
V. K. C. Rodrigues, C. Barbosa. W. J. Santos, A.Seixas.
ANÁLISE DO DESEMPENHO DE MEDIDORES ELETRÔNICOS DE
DISTÂNCIA (MEDS) A PARTIR DA MEDIÇÃO DE UMA POLIGONAL
UTILIZANDO PROCESSOS DE MEDIÇÃO E REFLETORES
DISTINTOS
VANESSA RODRIGUES
1
CARLA BARBOSA2
WELISSON DOS SANTOS3
ANDRÉA DE SEIXAS4
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Centro de Tecnologia e Geociências - CTG
Departamento de Engenharia Cartográfica, Recife, PE 1, 2, 3
Curso de Engenharia Cartográfica
4 Programa de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação
[email protected], [email protected], [email protected], [email protected]
RESUMO – Tomando como espaço de referência os vértices da Base Multipilar localizada na UFPE e
utilizada para a calibração de Medidores Eletrônicos de Distância (MED), deseja-se analisar o
desempenho de MEDs, a partir da medição de uma poligonal, utilizando processos de medição e
refletores distintos. Neste trabalho são empregados os métodos da poligonação e o nivelamento
trigonométrico para determinar através da análise de trabalhos anteriores, qual o tipo de acessório refletor
(prisma circular, folha reflexiva e face contrária do prisma circular refletor) demonstra uma melhor
qualidade posicional. Além disso, também é objetivo deste trabalho analisar as reais constantes aditivas
do instrumento utilizado (Estação Total) no momento em que os diferentes refletores são utilizados.
ABSTRACT – Taking as reference space the vertices of Multi-pillar Base located on UFPE used for
Calibration of Electronic Distance Measurement (EDM), the intention is analyze the performance of
EDMs from the measurement of a polygonal, employing different measurement procedures and different
reflectors. In this work are employed the methods of “traverse” and trigonometric leveling to determine
through analysis of previous works, what type reflector accessory (circular prism, reflective foil and
contrary face of circular prism reflector) demonstrates a better positional quality. Moreover, another
objective of this work is analyze the real additive constant of the instrument used (Total Station) when
different reflectors are used.
1 INTRODUÇÃO
Em uma época onde a preocupação com a qualidade dos dados obtidos é cada vez maior, diferentes acessórios
refletores são empregados em processos que envolvem os Métodos Terrestres de Medição abordados na Topografia e na
Geodésia. Encontrar o acessório que apresente a melhor precisão posicional pode ser de fundamental importância na
atribuição dos parâmetros de qualidade, que serão concedidos aos dados levantados nas operações de campo, neste
trabalho utilizando-se o método da poligonação.
Os estudos desenvolvidos por (GARNÉS et al., 2014) mostraram as coordenadas planimétricas atuais em
SIRGAS2000 dos pilares. Estes estão vinculados ao Sistema Topocêntrico Local implantado na UFPE e descrito em
(MENDONÇA et al., 2010). Essas coordenadas planimétricas serão utilizadas como referência e controle neste
trabalho.
O presente trabalho pretende, desta maneira, demonstrar através da análise dos dados coletados, as discrepâncias
planimétricas decorrentes da utilização do método da poligonação, envolvendo diferentes acessórios refletores. Neste
trabalho foram utilizados três acessórios refletores diferentes: prisma óptico circular, folha reflexiva e a medição sem o
uso do prisma. Ressalta-se que as medições onde o prisma não foi utilizado consistiram em realizar as leituras através
da estação total na face contrária do prisma óptico circular utilizado nas operações de campo.
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As coordenadas altimétricas obtidas foram calculadas através do método do nivelamento trigonométrico e neste
caso foi utilizado um prisma circular instalado sobre uma Referência de Nível conhecida.
Neste contexto, o objetivo deste trabalho é analisar o desempenho de MEDs (Medidores Eletrônicos de
Distância), a partir da medição de uma poligonal definida sobre a base multipilar, utilizando processos de medição e
refletores distintos.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
2.1 Delimitação da área
A base multipilar de calibração utilizada nas operações de campo pertence à Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) / Laboratório de Metrologia e Posicionamento Espacial (LAMEP) e conta desde 2007 com oito
pilares, sendo os pilares de 01 a 07 localizados no canteiro entre a fachada do Centro de Tecnologia e Geociências e o
estacionamento de funcionários do prédio, enquanto o oitavo pilar se encontra as margens do canal do Riacho Cavouco,
(GARNÉS et al., 2014).
As Figuras 01 e 02 mostram uma visualização em vista aérea (Figura 01) e em perspectiva (Figura 02) da aérea
aonde as operações de campo ocorreram neste trabalho.
2.2 Materiais
01 Estação total Topcon GPT-3200: precisão angular de 5” e precisão linear de 5mm+5ppm*D com número de
patrimônio 120/2012;
01 Prisma óptico refletor circular com número de patrimônio 7417/2013;
01 Folha reflexiva;
01 Base nivelante extra com adaptador base - prisma e horizontalização a partir da bolha esférica;
Acessórios para o levantamento de campo, tais como: bastão, tripé, suporte bastão – tripé, trena e apoio
logístico;
Softwares: AstGeoTop 2016 (GARNÉS, 2016), Microsoft Excel 2013, Matlab 8.1.
2.3 Métodos
2.3.1 Medição direta e indireta de distância
Entende-se como medição direta de distância aquela onde não é necessária à manipulação de equações
matemáticas para se chegar a um resultado definitivo, bons exemplos de tal método, que são utilizados com frequência
em operações topográficas, onde se desejam obter distâncias são o passo médio e a trena métrica. Por outro lado, o
avanço da tecnologia possibilitou a obtenção de distâncias de formas cada vez mais precisas surgindo à medição
indireta de distância, que consiste em obtê-la com base em equações matemáticas. Sendo comum a utilização de
Medidores de Distância para a obtenção de distâncias segundo tal princípio, que pode ser dividido em taqueométrico
óptico ou eletrônico (COUTINHO NETO, 1981).
Segundo (ESPARTEL, 1987) a medida das distâncias, devidamente aferida em terreno plano, é um meio
excelente e prático de medir com rapidez e relativa segurança o comprimento de um alinhamento; serve, também, como
verificação aproximada das medidas com diastímetros (trenas, dentre outros) ou indiretas com taqueômetros, evitando
os erros grosseiros ou faltas.
Figura 01 – Vista aérea do CTG.
Fonte: Google Earth (2016).
Figura 02 – Vista Aproximada do local
aonde as operações de campo ocorreram
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Neste trabalho abordar-se-á a medição eletrônica de distância (D), que segundo Martini (2005) consiste em
determinar, a partir de um intervalo de tempo (ΔT) que uma onda eletromagnética leva para percorrer o caminho de ida
e volta, entre uma fonte de emissão e um refletor. Este processo torna possível a obtenção da distância entre os pontos A
e B na Figura 03, este método que se baseia no tempo é conhecido como pulso. Segundo (GARNÉS et al., 2014)
também é possível obter distâncias eletronicamente, utilizando o princípio conhecido como diferença de fase, visto na
Figura 04, sendo um outro princípio utilizado na medição eletrônica de distância.
Figura 03 - Medição eletrônica de distância, pelo
princípio do pulso. Fonte: Martini (2005).
Figura 04 - Medição eletrônica de distância, pelo princípio da
diferença de fase. Fonte: Apud (GARNÉS et al., 2014).
A medição de distância seguindo o princípio do pulso, assim como a comparação de fases se baseia nas
equações vistas em (GARNÉS et al.,2014) e apresentadas a seguir, sendo respectivamente Equações (01) e (02):
Onde K0 é a constante aditiva, c é a velocidade da luz ao longo do percurso é o intervalo de tempo decorrido
entre a ida e a volta do pulso. Por outro lado, o princípio de comparação de fase é dado por:
Onde n é a ambiguidade de fase, λ é o comprimento de onda de frequência e ϕ é a fase medida no comparador
de fase do MED. Durante a obtenção na tomada dessas distâncias feitas a partir da combinação de MED/refletor,
podem-se ocasionar erros instrumentais, como por exemplo, o erro de zero ou constante aditiva (GARNÉS et al., 2014).
2.3.2 Acessórios Refletores utilizados em métodos de medição terrestres
Durante a realização dos levantamentos de campo optou-se, neste trabalho, pela utilização de três acessórios
refletores distintos, sendo estes o prisma refletor, a folha reflexiva e o modo de medição de distância sem prisma.
Segundo Martini (2005), o prisma refletor circular de vidro fornece os melhores resultados na medição
eletrônica de distância, tal tipo de refletor é concebido de forma que qualquer feixe de luz incidente sobre as superfícies
retorne na mesma direção. Através da disposição das suas superfícies refletoras, o sinal reflete em cada superfície
retornando paralelo ao sinal emitido pelo equipamento, pela face oposta daquela em que o raio atingiu o prisma
passando pelo seu centro. Por outro lado, o mesmo autor, afirma que a folha reflexiva é uma alternativa econômica em
relação a outros tipos de refletores, este acessório é formado por milhares de lentes micro esféricas, agregadas a uma
resina sintética e recobertas por um plástico transparente e flexível, que lhe confere uma superfície lisa e plana.
Alguns equipamentos possibilitam o uso da medição sem prisma e segundo Ghilani & Wolf (2013) utilizam
sinais a laser infravermelho com pulso de tempo, e em seu modo de operação sem prisma refletor, podem dessa forma,
observar distâncias de até 100m de comprimento.
Figura 05 a e b – Prisma circular óptico utilizado nas medições com e sem refletor; c e d– Folha reflexiva utilizada nas
operações de campo e a base multipilar da UFPE
2.3.3 Determinação da constante aditiva utilizando bases multipilares de calibração
Segundo Barbosa (2009), a constante aditiva consiste em uma não coincidência do centro eletrônico do MED
com o centro mecânico do goniômetro o que gera um pequeno comprimento entre os centros, a constante aditiva é
determinada pelo fabricante é incorporada ao instrumento. Analogamente a isto Cruz (2010), afirma que o valor da
constante aditiva deve ser obtido constantemente, pois sofre variações devido aos desgastes do equipamento, e que as
(01)
(02)
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devidas correções devem ser aplicadas a cada observação.
A NBR 13133 (1994) define que MEDS devem ser calibrados em um intervalo de no máximo dois anos em
bases multipilares de calibração, tais bases consistem em um alinhamento de pilares devidamente espaçados. O
equipamento ocupará vértices deste alinhamento devendo gerar um número superabundante de observações, que
segundo Cintra (1997), podem ser ajustadas pelo Método dos Mínimos Quadrados, gerando como resultados a constante
aditiva e as distâncias observadas ajustadas. Abaixo, pode-se visualizar uma ilustração do processo que foi seguido
neste trabalho, assim como as Equações 03 a 07 utilizadas no ajustamento e descritas em (CINTRA, 1997).
-Dij +Xij + dij = Vij
O resíduo pode ser escrito como:
Vij = Z + Wij
A Equação 02 agora é dada pela Equação 04, os respectivos ajustamentos podem ser realizados através da
Equação 05:
dij + Xij – Dij + Z = Wij
X = (ATA)
-1*(A
TL)
L = dij - Dij
Dij – distância observada;
dij – distância aproximada;
Xij – correção a ser determinada;
Vij – resíduo;
Z – Constante aditiva;
Wij – resíduo aleatório.
Os resultados obtidos também foram processados através do módulo metrologia: calibração de medidores
eletrônicos de distância, disponível no software AstGeoTop 2016, onde foram colocados como dados de entrada as
distâncias horizontais obtidas em campo. Este módulo do software retorna como resultados as distâncias horizontais
corrigidas e o valor calibrado da constante aditiva do equipamento.
2.3.4 Método da Poligonação
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (1999), poligonação é um encadeamento de
distâncias e ângulos medidos entre pontos adjacentes formando linhas poligonais ou polígonos. Partindo de uma linha
formada por dois pontos conhecidos, determinam-se novos pontos, até chegar a uma linha de pontos conhecidos (Figura
08). Ainda neste raciocínio a NBR 13133 (1994) considera três tipos de poligonais sendo elas: poligonais apoiadas e
fechadas numa só direção e num só ponto (tipo 01); poligonais apoiadas e fechadas em direções e pontos distintos com
desenvolvimento curvo (tipo 02); e poligonais apoiadas e fechadas em direções e pontos distintos com desenvolvimento
retilíneo (tipo 03).
Figura 08 - Modelo de poligonação. Fonte: IBGE (1999).
2.3.5 Nivelamento Trigonométrico
Segundo Erba et al. (2005), o nivelamento trigonométrico é um procedimento que consiste em realizar a
medida da diferença de nível entre pontos topográficos por intermédio de leituras correspondentes a visadas inclinadas,
realizadas com teodolito ou estação total, por meio de medidas de distâncias e ângulos verticais. Na etapa do
nivelamento trigonométrico, optou-se por utilizar apenas o prisma óptico circular, que foi posicionado sobre um pino
metálico de superfície semiesférica localizado na base do pilar do marco geodésico EPS07.
Figura 07 – Esquema adotado na
determinação da constante aditiva.
Figura 06 - Ilustração base multipilar de
calibração UFPE.
(03)
(04)
(05)
(06)
(07)
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Figura 09 – Marco Geodésico EPS07 e chapa de referência altimétrica CHEPS07 utilizada neste trabalho
A altitude desta RN denominada de CHEPS07 utilizada neste trabalho foi determinada a partir da RN 3641 A
do IBGE utilizando o método do nivelamento geométrico de alta precisão. O marco geodésico EPS07 pertence à Rede
de Referência Cadastral da UFPE determinado em (VILA FLOR, 2010) e (MENDONÇA et al., 2010).
O procedimento para a determinação da altitude dos vértices da base multipilar pelo método de poligonação
3D, utilizando o método do nivelamento trigonométrico para o transporte de altura, está ilustrado na Figura 10.
Figura 08 – Nivelamento trigonométrico. Fonte:
KAHMEN e FAIG (1988).
Para distâncias curtas o desnível entre os pontos A e B
pode ser calculado através da Equação 08:
Onde:
SR = Distância inclinada;
i = Altura do equipamento;
t = Altura do prisma refletor;
Z = Ângulo zenital;
SH = Distância horizontal.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
a) Poligonal realizada na base de calibração mutipilar LAMEP/UFPE
Utilizando os dados da Tabela 01 extraída de (GARNÉS et al., 2014) foi possível verificar os dados da
poligonal realizada na base de calibração multipilar do LAMEP/UFPE em 2014.
Tabela 01 – Planilha topográfica do levantamento realizado em 2014, coordenadas no SGL do campus da UFPE Estação Vante Ângulo Azimute Rumo Distância (m) X (m) Y (m)
P1 P2 359°59'53,7" 5°59'31,5" 5°59'32" NE 8,300 149692,8901 249611,4971
P2 P3 179°59'48,2" 5°59'19,7" 5°59'20" NE 4,439 149693,7565 249619,7513
P3 P4 179°59'16,0" 5°58'35,7" 5°58'36" NE 33,127 149694,2196 249624,1657
P4 P5 180°03'23,3" 6°01'59,0" 6°01'59" NE 49,890 149697,6688 249657,1122
P5 P6 179°56'28,3" 5°58'27,3" 5°58'27" NE 39,481 149702,9123 249706,7255
P6 P7 180°00'06,4 5°58'33,7" 5°58'34" NE 32,258 149707,0215 249745,9916
P7 P1 0°01'04,1" 185°59'37,8" 5°59'38" SW 167,493 149710,3800 249778,0747
Fonte: Garnés et al. (2014).
Esses dados foram introduzidos no software AstGeoTop (2016) para poder se extrair a configuração da
poligonal levantada em 2014. Esta será utilizada como referência neste trabalho e está apresentada na Tabela 02.
Tabela 02 – Planilha topográfica do levantamento atual, coordenadas no SGL do campus da UFPE Estação Vante Ângulo Azimute Distância (m) X (m) Y (m)
P1 P2 359°59'3,06" 5°59'31,54" 8,300 149692,8901 249611,4971
P2 P3 179°59'48,1" 5°59'19,69" 4,439 149693,7565 249619,7513
P3 P4 179°59'16,0" 5°58'35,68" 33,127 149694,2196 249624,1657
P4 P7 180°01'20,23" 5°59'55,83" 121,628 149697,6688 249657,1122
P7 P6 359°58'38,3" 185°58'34,1" 32,258 149710,3800 249778,0747
P6 P5 179°59'52,1 185°58'27,3" 39,480 149707,0215 249745,9916
P5 P1 180°02'1,14" 186°00'28,48" 95,754 149702,9123 249706,7255
(08)
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V. K. C. Rodrigues, C. Barbosa. W. J. Santos, A.Seixas.
Tabela 03 – Qualidade do levantamento obtido em 2014. Método da poligonação utilizando como refletor o prisma circular k0=0,000m
Erro de fechamento angular Erro Linear Precisão relativa Classificação NBR 13133
-0°00`01,2" 0,0020 m 1/164401,6468 IP
Identificada à configuração da poligonal (Tabela 02), deram–se início aos experimentos propostos neste
trabalho para a análise do desempenho de MEDs a partir da medição desta poligonal. Inicialmente foram escolhidos os
modos de medição de distância eletrônica: medida da distância eletrônica pelo princípio da comparação da fase e
medida da distância eletrônica pelo princípio do pulso. Em seguida, escolheram-se os tipos de refletores, que seriam
utilizados nos experimentos: prisma circular, observações sem prisma e folha reflexiva.
Para a determinação da constante aditiva referentes aos diferentes tipos de refletores, que seriam utilizados
neste experimento, foram utilizados os pilares P1, P2, P3 e P4 da base multipilar. Após a medição e determinação das
respectivas constantes aditivas, foram iniciados os experimentos pelo método de poligonação, utilizando a sequência
dos vértices definidos no levantamento realizado em 2014, cujos resultados foram apresentados nas Tabelas 01 e 02
anteriormente. Neste experimento foram utilizados 4 pilares da base multipilar, pois este é o número mínimo para poder
se realizar um ajustamento pelo Método dos Mínimos Quadrados.
Ressalta-se que, durante a medição da poligonal com a estação total em P1, no modo de medição sem prisma,
observando o vértice P3 e com um prisma instalado no vértice EPS07, este último para obter o transporte altimétrico,
foi observado durante este procedimento, que o sinal emitido e recebido pela estação total seria de outro alvo diferente
do vértice P3, pois a distância obtida para este vértice foi maior que a sua medida real. Diante disso, procurou-se uma
maneira de se obter a distância entre esses dois vértices P1 e P3, sendo necessário interferir por trás do pilar P3,
impedindo dessa forma que o feixe do sinal fosse dispersado.
b) Determinação da constante aditiva
As medições (Hz – direção horizontal, V – ângulo vertical zenital e DI – Distância inclinada) foram realizadas
na posição direta e inversa da luneta e repetidas duas vezes. A medição eletrônica de distância pelo princípio da
comparação da fase utiliza como refletor um prisma, e na medição eletrônica de distância pelo princípio do pulso utiliza
como refletor uma superfície de incidência para o feixe a LASER (neste caso foi utilizado o fundo do prisma circular)
ou uma folha reflexiva.
O cálculo da constante aditiva do equipamento foi realizado através do módulo “metrologia” disponível no
software AstGeoTop 2016. A constante foi também recalculada através da adequação das Equações de 03 a 07
disponíveis no item 2.3.1 a um script desenvolvido neste trabalho em Matlab 8.1.
A Tabela 04 apresenta os resultados alcançados para os diferentes tipos de refletores utilizados.
Tabela 04 – Determinação da constante aditiva via softwares AstGeoTop e Matlab.
Acessório Software AstGeoTop Software Matlab Discrepâncias
(m) Constante Aditiva (m) Constante Aditiva (m)
Folha refletiva 0,0264 0,018 0,008
Prisma óptico circular -0,0320 -0,0315 0,0005
Medição sem prisma -0,0112 -0,008 0,003
Os resultados obtidos na Tabela 03 mostraram valores muito próximos entre aqueles encontrados via software
AstGeoTop 2016 e o Matlab 8.1.
c) Método da poligonação - Resultados obtidos utilizando diferentes refletores e desconsiderando o valor da
constante aditiva
Folha refletiva
A Tabela 05 apresenta a planilha topográfica do levantamento pelo método da poligonação, utilizando como
refletor a folha reflexiva, as coordenadas no SGL do campus da UFPE e as discrepâncias entre as coordenadas, tendo-se
como referência as coordenadas apresentadas na Tabela 01.
Tabela 05 – Planilha topográfica do levantamento realizado com folha reflexiva, coordenadas no SGL campus da UFPE
e discrepâncias entre as coordenadas.
Estação Vante Ângulo Azimute Distância
(m) X (m) Y (m) ∆X (m) ∆Y (m)
P1 P2 359°59`04,2" 5°59`31,5" 8,329 149692,8901 249611,4971 0 0
P2 P3 179°59`02,8" 5°58`34,3" 4,47 149693,7596 249619,7806 0,0031 0,0293
P3 P4 180°00`17,0" 5°58`51,3" 33,156 149694,225 249624,2263 0,0054 0,0606
P4 P7 180°01`17,0" 6°00`08,3" 121,659 149697,6797 249657,2018 0,0109 0,0896
P7 P6 359°58`50,0" 185°58`58,3" 32,289 149710,4014 249778,1938 0,0214 0,1191
P6 P5 179°59`51,3" 185°58`49,6" 39,511 149707,0359 249746,0807 0,0144 0,0891
V Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação Recife - PE, 12- 14 de Nov de 2014
V. K. C. Rodrigues, C. Barbosa. W. J. Santos, A.Seixas.
P5 P1 180°02`02,5" 186°00`52,1" 95,783 149702,9193 249706,7848 0,007 0,0593
Os resultados apresentados na Tabela 05 mostraram valores discrepantes com aqueles parâmetros de controle
visualizados na Tabela 02, principalmente nos vértices P7 e P6, a discrepância máxima em X ficou na ordem de 2cm,
enquanto a discrepância em Y ficou em torno de 11 cm. A Tabela 06 apresenta o erro de fechamento angular, o erro de
linear, a precisão relativa, a classificação da poligonal de acordo com a NBR 13133 (1994) e o erro altimétrico da
poligonal levantada quando a folha reflexiva foi utilizada como alvo.
Tabela 06 – Análise da qualidade da poligonal implantada utilizando como refletor a folha refletiva, dados obtidos via
software AstGeoTop 2016. Método da poligonação utilizando como refletor a folha refletiva k0=0,000m
Erro de fechamento angular Erro Linear (m) Precisão relativa Classificação NBR 13133 Erro altimétrico (m)
0°00`24,8" 0,0326 1/10269,27 IIP 0,0055
Prisma Circular
A Tabela 07 apresenta a planilha topográfica do levantamento pelo método da poligonação, utilizando como
refletor o prisma circular, as coordenadas no SGL do campus da UFPE e as discrepâncias entre as coordenadas, tendo-
se como referência as coordenadas apresentadas na Tabela 01.
Tabela 07 – Planilha topográfica do levantamento realizado com prisma circular, coordenadas no SGL campus da UFPE
e discrepâncias entre as coordenadas. Estação Vante Ângulo Azimute Distância (m) X (m) Y (m) ∆X (m) ∆Y (m)
P1 P2 359°59`01,5" 5°59`31,5" 8,2547 149692,8901 249611,4971 0,0000 0,0000
P2 P3 179°58`58,5" 5°58`30,0" 4,4159 149693,7565 249619,7518 0,0000 0,0005
P3 P4 179°59`12,8" 5°57`42,8" 32,9488 149694,2187 249624,1676 0,0009 0,0019
P4 P7 180°01`14,5" 5°58`57,3" 120,9686 149697,6596 249657,1164 0,0092 0,0042
P7 P6 359°58`49,0" 185°57`46,3" 32,0855 149710,3368 249778,085 0,0432 0,0103
P6 P5 180°00`00,7" 185°57`47,0" 39,2684 149706,9855 249745,9995 0,0360 0,0079
P5 P1 180°02`25,3" 186°00`12,3" 95,2313 149702,8838 249706,7312 0,0285 0,0057
Os dados mostrados na Tabela 07 apresentaram uma melhora considerável quando comparados com aqueles
obtidos através da folha reflexiva, no entanto a análise das discrepâncias em relação aos dados obtidos em 2014, ainda
demonstrou um desvio considerável entre as coordenadas do vértice P7 obtidas em ambos os levantamentos. As maiores
discrepâncias encontradas ficaram na ordem de 4,3 cm para a coordenada X, enquanto que na coordenada Y esse valor
ficou em torno de 1 cm. A Tabela 08 apresenta o erro de fechamento angular, o erro de linear, a precisão relativa, a
classificação da poligonal de acordo com a NBR 13133 (1994) e o erro altimétrico da poligonal levantada quando o
prisma foi utilizado como alvo.
Tabela 08 – Análise da qualidade da poligonal implantada utilizando como refletor o prisma óptico circular, dados
obtidos via software AstGeoTop 2016.
Método da poligonação utilizando como refletor o prisma circular k0=0,000m
Erro de fechamento angular Erro Linear (m) Precisão relativa Classificação NBR 13133 Erro altimétrico (m)
-0°00`17,7" 0,0214 1/15624,55 IIIP 0,0214
Sem prisma
A Tabela 09 apresenta a planilha topográfica do levantamento pelo método da poligonação utilizando como
refletor um anteparo de incidência para o feixe a LASER, ou seja, modo de medição distância sem prisma, as
coordenadas no SGL do campus da UFPE e as discrepâncias entre as coordenadas, tendo-se como referência as
coordenadas apresentadas na Tabela 01.
Tabela 09 – Planilha topográfica do levantamento realizado com a face oposta ao prisma circular, coordenadas no SGL
campus da UFPE e discrepâncias entre as coordenadas. Estação Vante Ângulo Azimute Distância (m) X (m) Y (m) ∆X (m) ∆Y (m)
P1 P2 359°59`02,3" 5°59`31,5" 8,312 149692,8901 249611,4971 0,0000 0,0000
P2 P3 179°58`55,8" 5°58`27,3" 4,45 149693,7578 249619,7637 0,0013 0,0124
P3 P4 180°00`20,7" 5°58`48,0" 33,136 149694,221 249624,1895 0,0014 0,0238
P4 P7 180°01`17,5" 6°00`05,5" 121,657 149697,6731 249657,1452 0,0043 0,0330
P7 P6 359°59`08,0" 185°59`13,5" 32,271 149710,393 249778,1354 0,0130 0,0607
P6 P5 180°00`08,3" 185°59`21,8" 39,492 149707,027 249746,0404 0,0055 0,0488
P5 P1 180°02`06,8" 186°01`28,6" 95,767 149702,9062 249706,764 0,0061 0,0385
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A não utilização do prisma também mostrou que as discrepâncias planimétricas foram melhores que aquelas
obtidas quando a folha reflexiva foi o alvo. No entanto, salienta-se que o erro de fechamento angular obtido nesta etapa
foi o maior quando comparado com os outros dois acessórios refletores. A maior discrepância na coordenada X foi de
1,3 cm, enquanto os valores mais destoantes na coordenada Y ficaram na ordem de 6 cm. A Tabela 10 apresenta o erro
de fechamento angular, o erro de linear, a precisão relativa, a classificação da poligonal de acordo com a NBR 13133
(1994) e o erro altimétrico da poligonal levantada sem a utilização do prisma como superfície refletora.
Tabela 10 – Análise da qualidade da poligonal implantada utilizando um anteparo como alvo, dados obtidos via
software AstGeoTop 2016. Método da poligonação utilizando como refletor um anteparo k0=0,000m
Erro de fechamento angular Erro Linear
(m) Precisão relativa Classificação NBR 13133 Erro altimétrico (m)
0°00`59,4" 0,0452 1/7407,96 IVP 0,0205
As discrepâncias nas distâncias horizontais entre os dados obtidos no levantamento realizado em 2014 e os
realizados com os diferentes tipos de refletores obtiveram os seguintes resultados: As maiores discrepâncias foram de
3,1 cm para a folha reflexiva; 3,2 cm para o prisma e 2,9 cm para as medições sem prisma.
A não utilização da correção da constante aditiva provoca erros sistemáticos nas observações desta forma é
esperado que a utilização de seu valor ajustado venha a melhorar os padrões de qualidade das medições realizadas, tais
análise serão feitas no item a seguir.
d) Método da poligonação - Resultados obtidos utilizando diferentes refletores e considerando o valor da
constante aditiva
Folha reflexiva
Na Tabela 11 podem ser visualizados os resultados planimétricos no SGL do campus da UFPE obtidos com a
utilização da folha reflexiva, considerando a correção da constante aditiva, e as discrepâncias entre as coordenadas,
tendo-se como referência as coordenadas apresentadas na Tabela 01.
Tabela 11 – Coordenadas Planimétricas obtidas através de medições utilizando a folha reflexiva como alvo e
discrepâncias com os dados levantados em 2014.
Estação Vante Ângulo Azimute Distância
(m) X (m) Y (m) ∆X (m) ∆Y (m)
P1 P2 359°59`04,2" 5°59`31,5" 8,303 149692,8901 249611,4971 0,0000 0,0000
P2 P3 179°59`02,8" 5°58`34,3" 4,444 149693,7569 249619,7547 0,0004 0,0034
P3 P4 180°00`17,0" 5°58`51,3" 33,13 149694,2195 249624,1746 0,0001 0,0089
P4 P7 180°01`17,0" 6°00`08,3" 121,633 149697,6716 249657,1242 0,0028 0,0120
P7 P6 359°58`50,0" 185°58`58,3" 32,263 149710,3906 249778,0904 0,0106 0,0157
P6 P5 179°59`51,3" 185°58`49,6" 39,483 149707,0278 249746,0031 0,0063 0,0115
P5 P1 180°02`02,5" 186°00`52,1" 95,757 149702,9141 249706,7350 0,0018 0,0095
Conforme esperado os dados planimétricos obtidos ao aplicar a correção da constante aditiva tiveram uma
significativa melhora, as discrepâncias máximas em X e em Y foram de aproximadamente 1 cm, quando comparadas
com as discrepâncias obtidas no item c), considerando o mesmo refletor (folha reflexiva) pode-se constatar essa
melhora. Os novos parâmetros de qualidade para a poligonal podem ser vistos na Tabela 12. A Tabela 12 apresenta o
erro de fechamento angular, o erro de linear, a precisão relativa, a classificação da poligonal de acordo com a NBR
13133 (1994) e o erro altimétrico da poligonal levantada quando a folha reflexiva foi utilizada como alvo.
Tabela 12 – Análise da qualidade da poligonal implantada utilizando a folha refletiva e considerando a correção de k0,
dados obtidos via software AstGeoTop 2016. Método da poligonação utilizando como refletor a folha refletiva k0=0,0264 m
Erro de fechamento angular Erro Linear (m) Precisão relativa Classificação NBR 13133 Erro altimétrico (m)
0°00`24,8" 0,0124 1/27085,95 IIP 0,0055
Prisma circular
Na Tabela 13 podem ser visualizados os resultados planimétricos no SGL do campus da UFPE obtidos com a
utilização do prisma óptico circular, considerando a correção da constante aditiva, assim como as discrepâncias entre as
coordenadas, tendo-se como referência as coordenadas apresentadas na Tabela 01.
Conforme esperado os dados planimétricos obtidos ao aplicar a correção da constante aditiva tiveram uma
significativa melhora, as discrepâncias máximas em X e em Y foi de 1,6 cm, quando comparadas com as discrepâncias
obtidas no item c), considerando o mesmo refletor (prisma circular) pode-se constatar essa melhora.
Após a correção da constante aditiva, verificou-se uma significativa melhora nos dados da poligonal obtida e
os parâmetros de qualidade considerando tal correção e o erro altimétrico da poligonal levantada quando o prisma
circular foi utilizado como alvo, de acordo com a NBR 13133 (1994), podem ser vistos na tabela 14. As maiores
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discrepâncias encontradas no plano x ficaram em torno de 4 centímetros, ao passo que as discrepâncias em y
apresentaram valores em torno de 4 milímetros.
Tabela 13 – Coordenadas Planimétricas obtidas através de medições utilizando o prisma óptico circular como alvo e
discrepâncias com os dados levantados em 2014. Estação Vante Ângulo Azimute Distância (m) X (m) Y (m) ∆X (m) ∆Y (m)
P1 P2 359°59`01,5" 5°59`31,5" 8,297 149692,8901 249611,4971 0 0
P2 P3 179°58`58,5" 5°58`30,0" 4,437 149693,7562 249619,7488 0,0003 0,0025
P3 P4 179°59`12,8" 5°57`42,8" 33,125 149694,2181 249624,1617 0,0015 0,004
P4 P7 180°01`14,5" 5°58`57,3" 121,628 149697,6587 249657,1075 0,0101 0,0047
P7 P6 359°58`49,0" 185°57`46,3" 32,257 149710,3355 249778,0731 0,0445 0,0016
P6 P5 180°00`00,7" 185°57`47,0" 39,479 149706,9845 249745,9906 0,037 0,001
P5 P1 180°02`25,3" 186°00`12,3" 95,754 149702,8832 249706,7252 0,0291 0,0003
Tabela 14 – Análise da qualidade da poligonal implantada utilizando o prisma circular e considerando a correção de k0,
dados obtidos via software AstGeoTop 2016. Método da poligonação utilizando como refletor o prisma circular k0= -0,0320 m
Erro de fechamento angular Erro Linear (m) Precisão relativa Classificação NBR 13133 Erro altimétrico (m)
-0°00`17,7" 0,0216 1/15523,74 IIIP 0,0240
Sem prisma
Na Tabela 15 podem ser visualizados os resultados planimétricos no SGL do campus da UFPE obtidos sem a
utilização do prisma considerando a correção da constante aditiva, assim como as discrepâncias entre as coordenadas,
tendo-se como referência as coordenadas apresentadas na Tabela 01.
Tabela 15 – Coordenadas planimétricas obtidas através de medições sem o prisma como alvo e discrepâncias com os
dados levantados em 2014. Estação Vante Ângulo Azimute Distância (m) X (m) Y (m) ΔX (m) ΔY (m)
P1 P2 359°59`02,3" 5°59`31,5" 8,300 149692,8901 249611,4971 0,000 0,000 P2 P3 179°58`55,8" 5°58`27,3" 4,439 149693,7565 249619,7518 0,000 0,0005 P3 P4 180°00`20,7" 5°58`48,0" 33,126 149694,2186 249624,1666 0,001 0,0009
P4 P7 180°01`17,5" 6°00`05,5" 121,646 149697,6697 249657,1124 0,0009 0,0002 P7 P6 359°59`08,0" 185°59`13,5" 32,261 149710,3884 249778,0917 0,0084 0,017 P6 P5 180°00`08,3" 185°59`21,8" 39,481 149707,0234 249746,0066 0,0019 0,015
P5 P1 180°02`06,8" 186°01`28,6" 95,757 149702,9038 249706,7411 0,0085 0,0156
A aplicação da correção da constante aditiva possibilitou uma leve melhora nos parâmetros de qualidade da
poligonal levantada, realizando a comparação das Tabelas 15 e 09, pode-se ver essa melhora principalmente na precisão
relativa alcançada. Com relação às discrepâncias, observou-se que seus valores máximos ficaram em torno de 8 mm na
coordenada X, enquanto que na coordenada Y seus valores ficaram em torno de 1,7 cm.
Os novos parâmetros de qualidade para a poligonal podem ser vistos na Tabela 16. A Tabela 16 apresenta o erro de
fechamento angular, o erro de linear, a precisão relativa, a classificação da poligonal de acordo com a NBR 13133
(1994) e o erro altimétrico da poligonal levantada, quando foi utilizado a face oposta do prisma como alvo.
Tabela 16 – Análise da qualidade da poligonal implantada utilizando um anteparo e considerando a correção de k0,
dados obtidos via software AstGeoTop 2016. Método da poligonação utilizando como refletor um anteparo k0= -0,0120 m
Erro de fechamento angular Erro Linear Precisão relativa Classificação NBR 13133 Erro altimétrico
0°00`59,4” 0,0400 1/8372, 42 IVP 0,0205
Pode-se analisar as discrepâncias entre as distâncias horizontais obtidas na Tabela 02 e as obtidas nas Tabelas
11, 13 e 15, respectivamente. As maiores discrepâncias foram de 5,0 mm para a folha reflexiva; 3,0 mm para o prisma e
de 1,8 cm para a medição sem prisma.
Conforme esperado os resultados mostrados nas tabelas do item d apresentaram uma melhora significativa,
quando comparadas aquelas onde não houve a adição da correção da constante. O que mais uma vez reforça a
necessidade de calcular os valores destas constantes periodicamente.
d) Nivelamento Trigonométrico
Partindo-se da RN CHEPS07 com coordenada altimétrica conhecida e visualizada na Tabela 17, chegou-se aos
valores das altitudes das bases dos respectivos pilares observados e apresentados na Tabela 17.
Acrescentar na tabela 17 os valores obtidos com a introdução das constantes para o caso de medição sem
prisma e medição com folha reflexiva.
Os resultados mostrados na Tabela 17 consideram a altitude H determinada com os três tipos de refletores,
considerando a correção das respectivas constantes aditivas. As altitudes foram processadas através do módulo
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V. K. C. Rodrigues, C. Barbosa. W. J. Santos, A.Seixas.
planialtimétrico disponível no software AstGeoTop 2016. O princípio matemático que fundamenta a obtenção de tais
resultados pode ser visto na Equação 08.
Tabela 17 – Coordenadas Altimétricas obtidas através de nivelamento trigonométrico através de medições com prisma
circular, a partir de CHEPS07.
Estação Prisma H(m) Folha Refletiva H (m) Sem Prisma H (m)
CHEPS07 8,82633 8,82633 8,82633
P1 10,4815 10,4815 10,4815
P2 10,5895 10,5865 10,5925
P3 10,5855 10,5755 10,5835
P4 10,5335 10,5185 10,5345
P7 10,4155 10,4025 10,4165
P6 10,3985 10,3875 10,3985
P5 10,4995 10,4875 10,4985
4 CONCLUSÕES
O emprego de diferentes refletores possibilitou uma gama de variados resultados que puderam propiciar uma
discussão um pouco mais abrangente sobre a influência destes nas medições de distância realizadas. Mostrando que
houve discrepâncias entre os resultados alcançados nestes experimentos e os calibrados e obtidos em (GARNÉS et al.,
2014). O estudo também foi capaz de realizar uma discussão da influência da não correção da constante aditiva nas
medições de distância e consequentemente nos métodos de determinação de coordenadas utilizados na Topografia e
Geodésia. Também foi possível determinar através de um nivelamento trigonométrico as coordenadas altimétricas dos
pilares, que compõem a base multipilar de calibração de MEDs da UFPE.
AGRADECIMENTOS
Ao Projeto PQ - Multiusuários Edital 2014 Propesq / UFPE.
Aos Laboratórios LAGEO e LATOP pela concessão dos equipamentos e acessórios utilizados.
REFERÊNCIAS
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Programa de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas. Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco. 2009.
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