ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS: UM ESTUDO...

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181 REVISTA INSEPE | Belo Horizonte | Volume 4 - Número 2 | 2º trimestre de 2019 | http://insepe.org.br/revistainsepe ....................................................................................................................................................... ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS: UM ESTUDO DE CASO COMPARADO DAS EMPRESAS AMARAL LTDA., ALBERTINA LTDA. E VIANA LTDA AUTORES (AS): Fernanda Kely De Melo Amaral; Vander Lúcio Sanches RESUMO Este artigo possui como objetivo principal fazer uma comparação, apresentando os índices das empresas Amaral Ltda., Albertina Ltda. e Viana Ltda. no período de 2016 a 2018. Além disso, busca apresentar os conceitos e o contexto dos principais demonstrativos contábeis, dando ênfase ao balanço patrimonial e à demonstração do resultado do exercício, bem como caracterizar, apurar e identificar as evoluções dos índices das empresas citadas acima. Através dos resultados levantados pela Análise das Demonstrações Contábeis, dar-se-á aos gestores uma visão melhor sobre a situação e a evolução financeira da empresa, e até mesmo a sua posição no mercado em relação aos seus concorrentes, quando comparados seus índices com os de outras corporações. Com estas informações, os gestores possuem uma base mais estruturada para tomar decisões a respeito do futuro da empresa, tornando-a mais eficaz. Palavras-Chave: Análise das Demonstrações Contábeis, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Índices. 1 INTRODUÇÃO Com o passar dos anos, a agilidade e a rapidez das informações precisam ser cada vez mais eficazes, buscando-se o domínio de um todo acerca de organização e metodologia para incrementar os resultados. Segundo Iudícibus (2013, p. 5), a análise de balanços é mais que uma simples técnica a ser aplicada, é a “arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso”. Assim, a análise das demonstrações contábeis objetiva extrair informações financeiras para a tomada de decisão, conforme aponta Matarazzo (2003).

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REVISTA INSEPE | Belo Horizonte | Volume 4 - Número 2 | 2º trimestre de 2019 |

http://insepe.org.br/revistainsepe

.......................................................................................................................................................

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS: UM ESTUDO DE CASO

COMPARADO DAS EMPRESAS AMARAL LTDA., ALBERTINA LTDA. E VIANA

LTDA

AUTORES (AS): Fernanda Kely De Melo Amaral; Vander Lúcio Sanches

RESUMO

Este artigo possui como objetivo principal fazer uma comparação, apresentando os índices das

empresas Amaral Ltda., Albertina Ltda. e Viana Ltda. no período de 2016 a 2018. Além disso,

busca apresentar os conceitos e o contexto dos principais demonstrativos contábeis, dando

ênfase ao balanço patrimonial e à demonstração do resultado do exercício, bem como

caracterizar, apurar e identificar as evoluções dos índices das empresas citadas acima. Através

dos resultados levantados pela Análise das Demonstrações Contábeis, dar-se-á aos gestores

uma visão melhor sobre a situação e a evolução financeira da empresa, e até mesmo a sua

posição no mercado em relação aos seus concorrentes, quando comparados seus índices com

os de outras corporações. Com estas informações, os gestores possuem uma base mais

estruturada para tomar decisões a respeito do futuro da empresa, tornando-a mais eficaz.

Palavras-Chave: Análise das Demonstrações Contábeis, Balanço Patrimonial, Demonstração

do Resultado do Exercício, Índices.

1 INTRODUÇÃO

Com o passar dos anos, a agilidade e a rapidez das informações precisam ser cada vez

mais eficazes, buscando-se o domínio de um todo acerca de organização e metodologia para

incrementar os resultados. Segundo Iudícibus (2013, p. 5), a análise de balanços é mais que

uma simples técnica a ser aplicada, é a “arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo

econômico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e

detalhamentos, se for o caso”. Assim, a análise das demonstrações contábeis objetiva extrair

informações financeiras para a tomada de decisão, conforme aponta Matarazzo (2003).

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Através dos resultados levantados pela análise das demonstrações contábeis, dar-se-á

aos gestores uma visão melhor sobre a situação e a evolução financeira da empresa, e até

mesmo a sua posição no mercado em relação aos seus concorrentes, quando comparados seus

índices com os de outras empresas. Com essas informações, os gestores possuem uma base

mais estruturada para tomar decisões a respeito do futuro da empresa, tornando-a mais eficaz.

Diante deste contexto, esta pesquisa buscou responder à seguinte pergunta: quais

foram as evoluções das demonstrações contábeis das empresas Amaral Ltda., Albertina Ltda.

e Viana Ltda., no período de 2016 a 2018?

A finalidade desta pesquisa é analisar as demonstrações contábeis das empresas

Amaral Ltda., Albertina Ltda. e Viana Ltda., com base na análise contábil, certificando,

assim, de que maneira as informações podem auxiliar a sua gestão na tomada de decisão, por

meio da descrição dos índices financeiros e de suas aplicações, da análise das demonstrações

contábeis como objeto do estudo e da interpretação dos índices encontrados, pois,

segundo Braga (2006) o objetivo é alterar as regras contábeis, tornando padrão as estruturas

dos demonstrativos contábeis e disponibilizando essas informações para as partes

interessadas, a fim de prestar contas a elas.

Os dados foram coletados das demonstrações contábeis das empresas Amaral

Ltda., Albertina Ltda. e Viana Ltda.. A análise foi realizada com base nas informações

contidas nos balanços patrimoniais e Demonstrações do Resultado do Exercício (DRE) das

empresas, através de índices econômico-financeiros, com o intuito de considerar a

importância dos indicadores financeiros na tomada de decisão dentro empresa, a fim de obter

informações a respeito da situação em que esta se encontra em relação ao mercado.

2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Para Iudícibus (1998), a necessidade de averiguar essas demonstrações é tão antiga

quanto à própria contabilidade, uma vez que “relatório contábil é a exposição resumida e

ordenada dos principais fatos registrados pela contabilidade, em determinado período”

(IUDÍCIBUS, 1998, p. 39). Completa ainda o mesmo autor que as demonstrações financeiras

(terminologia utilizada pela Lei das S.A.) ou demonstrações contábeis são os mais

importantes relatórios contábeis. As sociedades (S.A. e LTDA.) devem elaborar suas

demonstrações em cumprimento às disposições legais da Lei nº 11.638/07, que substituiu a

Lei 6.404/76 (ZANLUCA, 2015).

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2.1 Análise Vertical (AV)

Segundo Neto (2015), a AV é a associação de cada conta em relação a um total

semelhante do demonstrativo financeiro. Por exemplo, quando se utiliza a receita líquida de

vendas no demonstrativo do resultado, a base 100% é o total do ativo. Neto (2015) ainda

aponta que a AV compara em porcentagem uma conta ou grupo de conta que se relaciona

com um valor afim ou relacionável, apontado no mesmo demonstrativo. Sendo assim,

desfrutam-se valores absolutos em forma vertical, podendo ser apurado facilmente cada item

contábil no ativo, no passivo ou na demonstração de resultado, bem como a sua evolução no

tempo.

Corroborando com Neto (2015), Marion (2012) destaca que nossos olhos leem em

forma, ou seja, no sentido vertical, quando fazemos a divisão de uma grandeza por outra, daí

o nome análise vertical.

Esclarece Iudícibus (1998, p. 33) que a importância da AV é avaliar a estrutura de

composição de itens e a sua evolução de tempo.

AV = conta (ou grupo de contas) X 100%

total do grupo

2.2 Análise Horizontal (AH)

Neste contexto, Marion (2012) afirma que denominamos AH os parâmetros que se

relacionam a diversos períodos (semestres, anos), para analisarmos a propensão dos índices, já

que nossos olhos leem no sentido horizontal.

AH nada mais é do que a verificação em diferentes períodos dos valores de uma

mesma conta ou grupo de contas, analisando se houve crescimento ou queda em relação a um

período anterior, segundo o mesmo autor.

Esclarece Neto (2015, p. 67) que a AH nada mais é do que uma comparação, em

diferentes exercícios de valores, de uma mesma conta ou grupo de contas, através de números

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e índices, tendo seus cálculos processados da seguinte forma:

Número – índice = Vd x 100

Vb

De acordo com Iudícibus (1998), através dos períodos, a fim de caracterizar

tendências, a AH tem como uma das suas principais finalidades a apresentação do

crescimento de itens dos balanços e das demonstrações de resultado. Considerando 100% das

contas de um mesmo período, fazendo uma relação em percentuais em cima dos dados deste

mesmo período, será apresentado o novo número que indicará se houve uma diferença maior

ou menor, em relação ao período anterior.

Segundo Padoveze e Benedicto (2011), a tendência de crescimento é indicada através

da variação sequencial e consecutiva, obtida por meio da utilização de vários períodos. De

acordo com Marion (2012, p. 12), “quando comparamos os indicadores de vários períodos

(vários semestres, anos...), analisamos a tendência dos índices. Nesse caso, chamamos de AH,

pois nossos olhos leem no sentido horizontal”, conforme exemplo abaixo:

ANO ANO ANO

contas a receber 2008 2009 2010

Índice → ──────────── = 1,35 1,15 1,09

contas a pagar

Observando essa análise, conseguimos identificar que a tendência é piorar com o

passar dos anos.

2.2.1 Análise Horizontal: fórmula, aplicações

A AH é realizada pela utilização de índices. O exercício de um determinado ano será

considerado o ano base e seu valor associado a 100. Para Padoveze e Benedicto (2011, p.

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200), “há várias formas de apresentação da AH (...). A fórmula mais utilizada é apresentar a

variação de um ano em relação ao anterior, em termos percentuais, de aumento ou

diminuição”:

AH = ( Valor do Período Atual - 1 ) x 100

Valor do Período anterior

2.3 Índices de Liquidez

De acordo com Iudícibus (1998), índices de liquidez são as relações por meio de

contas do balanço que refletem uma ocorrência estática de posição de liquidez, isto é, o

convívio por meio de fontes distintas, de capital. Para que haja significado de importância, é

necessário serem analisados, em conjuntos com outros grupos, como todos os quocientes ou

grupos de quocientes, para que não percam a significação.

Os indicadores de liquidez buscam evidenciar a condição da empresa de quitar suas

dívidas. São indicadores extraídos apenas do balanço patrimonial e, por essa razão, são

considerados indicadores estáticos, ou seja, podem ser alterados no momento seguinte por

evento que modifique os elementos patrimoniais utilizados para medir a liquidez. Ao analisar

os índices de liquidez, deve- se ter em mente que esses indicadores se referem apenas a uma

data e, portanto, não podem ser avaliados como indicadores definitivos de capacidade de

pagamento, sendo esta avaliava em acordo com as seguintes especificações: longo prazo,

curto prazo ou prazo imediato (PADOVEZE, 2010).

2.3.1. Índices de Liquidez Corrente (LC)

De acordo com Marion (2012, p. 29), esses índices demonstram a capacidade de

pagamento da empresa em curto prazo, por meio da fórmula:

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LIQUIDEZ CORRENTE = ATIVO CIRCULANTE

PASSIVO CIRCULANTE

Segundo Neto (2015, p. 177), “quanto maior a liquidez corrente, mais alta se apresenta

a capacidade de a empresa financiar suas necessidades de capital de giro”.

Isoladamente, os índices de LC superiores a 1,0, de maneira geral, são positivos,

porém, conceituar o índice sem outros parâmetros é uma atitude arriscada (MARION, 2012).

2.3.2 Índices de Liquidez Geral (LG)

Demonstram a capacidade de pagamento da empresa em longo prazo, considerando

tudo o que ela converterá em dinheiro e relacionando tudo o que já assumiu como dívida,

como afirma Marion (2012), de acordo com a fórmula:

LG = Ativo circulante + Ativo realizável a Longo Prazo

Passivo circulante + Passivo não circulante

2.3.2.1 Liquidez Seca

De acordo com Iudícibus (1998, p. 41), Liquidez Seca serve para mensurar a liquidez

da empresa, qual a situação financeira para pagar suas dívidas de curto prazo. O mesmo autor

apresenta a seguinte fórmula:

LS= Ativo Circulante – estoque

Passivo Circulante

2.3.3 Índices de Liquidez Imediata (LI)

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Demonstram o quanto a empresa dispõe imediatamente para saldar suas dívidas de

curto prazo. A fórmula de LI é, como mostra Iudícibus (1998, p. 43):

LI = Disponibilidades: (Caixa + Bancos + Aplicações de Curto Prazo)

Passivo circulante

Para efeito de análise, é um índice sem muito destaque, pois relacionamos dinheiro

disponível com valores que vencerão em datas as mais variadas possíveis, embora em curto

prazo. Nem sempre reduções sucessivas nesse índice significam situações ruins, podem

significar uma política mais rígida de disponível, afirma Marion (2012).

2.4 Índices de Rentabilidade

De acordo com Iudícibus (1998), dependendo da utilização que fizermos, o melhor

conceito de dimensão poderá ser volume de vendas, volume do ativo total, patrimônio liquido.

De modo geral, temos que relacionar um lucro de um projeto com algum valor que apresente

a dimensão referente, para analisar a situação da empresa em determinado período. Com

relação ao lucro, muitas variáveis podem ser empregadas, tais como lucro operacional, lucro

líquido, lucro antes ou após o imposto sobre a renda etc. É necessário que o numerador seja

compatível com o denominador empregado, quociente de retorno sobre o ativo operacional. É

necessário, preferencialmente, utilizar no numerador o lucro operacional, segundo o mesmo

autor.

Para iniciar suas atividades ou expandir o seu negócio, as empresas necessitam de

recursos e estes são provenientes de capital próprio ou de terceiros. Marion (2006, p. 45-47)

destaca que,

para que a empresa comece a operar de fato, ela precisa de capital (dinheiro, bens,

recursos). O capital próprio é os recursos dos próprios sócios ou acionistas (Fonte

Interna de Capital) e capital de terceiros, recursos de indivíduos ou entidades

emprestados à empresa (Fonte Externa de Capital).

Segundo Matarazzo (2003), os índices de rentabilidade mostram qual a rentabilidade

dos capitais investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de

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êxito econômico da empresa. Já Gitman (2004, p. 52) destaca que existem inúmeras medições

de rentabilidade, ele acredita que,

como grupo, essas medições permitem ao analista avaliar os lucros da empresa em

relação a certo nível de vendas, a certo nível de ativos ou ao volume de capital

investido pelos proprietários. Sem lucros uma empresa não poderia atrair capital

externo. Os proprietários, credores e administradores preocupam-se.

2.4.1 Margem de lucro sobre as vendas

Segundo Iudícibus (1998, p. 55) margem de lucro sobre as vendas compara o lucro

(bruto, operacional e líquido) com as vendas líquidas. A Margem Bruta mede a rentabilidade

das vendas:

Margem Bruta= Lucro Bruto x 100

Vendas Líquidas

Já a margem operacional mede a eficiência operacional da empresa:

Margem Operacional= Lucro Operacional x 100

Vendas Líquidas

A Margem Líquida mede a fração de cada real de vendas que resultou em lucro

liquido:

Margem Líquida = Lucro Líquido x 100

Vendas Líquidas

2.4.2 Giro do ativo

De acordo com Matarazzo (2003, p. 23), o giro do ativo tem como finalidade mensurar

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o volume de vendas em relação ao investimento total da empresa, indicando o potencial de

venda em relação aos investimentos que foram destinados ao ativo total, como mostra a

fórmula abaixo:

Giro do Ativo = Vendas Líquidas

Ativo total

2.4.3 Rentabilidade do ativo

Ainda segundo Matarazzo (2003, p. 26), rentabilidade do ativo tem como finalidade

avaliar o quanto a empresa dispõe de lucro líquido ao ser avaliado em conjunto com o ativo

total de acordo com o quociente, ou seja, a cada R$ 100,00 de investimento total, qual foi o

lucro liquido obtido pela empresa, conforme a fórmula:

Rentabilidade do Ativo = Lucro Líquido x 100

Ativo Total

2.4.4 Rentabilidade do patrimônio líquido

Para Matarazzo (2010, p. 31), rentabilidade do patrimônio líquido indica, para cada R$

100,00 reais de capital próprio investido pela empresa, qual foi a obtenção de lucro, ou seja,

quanto maior, melhor:

Rentabilidade do Patrimônio líquido = Lucro Líquido x 100/

Patrimônio Líquido Médio

2.5 Índices de Rotatividade

De acordo com Neto (2015), índice de rotatividade tem como finalidade medir o

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tempo que a empresa gasta para comprar sua matéria prima, vender produtos, receber de seus

clientes e pagar os seus fornecedores, como demonstram as seguintes fórmulas, descritas nos

QUADROS 1, 2 e 3 abaixo:

Quadro 1 - PMRC: tempo médio que a empresa leva para receber de seus clientes

Prazo Médio de Recebimento de Clientes = Receita Líquida

Clientes (médio)

Fonte: Neto (2015, p. 183).

Quadro 2 – PMPF: tempo médio que a empresa leva para pagar seus fornecedores

Prazo Médio de Pagamento fornecedor = Compras Líquidas

fornecedor (médio)

Fonte: Neto (2015, p. 184).

Quadro 3 – RE: tempo médio de giro dos estoques

Rotatividade dos estoques = Custo das Vendas

estoque (médio)

Fonte: Neto (2015, p. 186).

2.6 Índices de endividamento

Segundo Iudícibus (1995, p. 55), índice de endividamento tem como finalidade

demonstrar o quão a empresa necessita do capital de terceiros, mostrando a proporção entre

capital próprio e de terceiros, tendo como base de cálculos valores extraídos do balanço

patrimonial, conforme as fórmulas abaixo:

Participação de Capital de Terceiros = PC + PNC x 100

PL

onde a PCT tem como objetivo fazer uma correlação entre o capital de terceiros e o capital

próprio.

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Já a seguinte fórmula demonstra a proporção das obrigações de curto prazo em relação

às obrigações totais existentes.

Composição de Endividamento = PC x 100

PC+PNC

.

3 Metodologia

A pesquisa utilizou-se da abordagem qualitativa. Segundo Lakatos e Marconi (2011),

a pesquisa qualitativa se torna exploratória, uma vez que busca entender um fenômeno

específico em profundidade, desvendando seus significados. A leitura sobre assuntos da

pesquisa contribui para o conhecimento de relatos, experiências, avaliação e julgamento da

situação, com a finalidade de relatar detalhadamente o parecer de especialistas no assunto,

completa o autor.

Nesse contexto, o estudo que aqui se apresenta enquadra-se melhor como pesquisa

qualitativa, uma vez que o aprofundamento do estudo dos indicadores financeiros busca

mostrar os conceitos e o contexto dos principais demonstrativos contábeis, dando ênfase ao

balanço patrimonial e à demonstração do resultado do exercício, bem como caracterizar,

apurar e identificar as evoluções dos índices das empresas pesquisadas.

No que tange às análises foi utilizada a técnica quantitativa para sua realização, pois o

primeiro passo da pesquisa foi a coleta de dados numéricos dos grupos de contas disponíveis

nas demonstrações financeiras.

Quanto aos fins, a pesquisa tem caráter descritivo. Segundo Gil (2008), a pesquisa

descritiva apresenta características de determinada população ou determinado fenômeno.

Quanto a isso, a pesquisa descritiva permite a análise das demonstrações financeiras,

buscando descrever o ocorrido entre as relações entre duas ou mais variáveis.

Por fim, quanto aos meios, foi realizado um estudo de caso nas empresas Amaral

Ltda., Albertina Ltda. e Viana Ltda. Para Gil (2008), o estudo de caso tem como objetivo

examinar um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto na qual está sendo analisado,

dando caráter de profundidade e detalhamento. O mesmo autor ainda ressalta que o estudo de

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caso se caracteriza pela coleta e aprofundamento de um ou de poucos objetos, porém, torna

seu conhecimento amplo e detalhado no que se refere à coleta. O estudo de caso foi indicado

para que todas as teorias fossem esclarecidas, absorvidas e assimiladas.

4 Apresentação e análise dos dados

4.1 Empresa Amaral Ltda.

O balanço patrimonial da empresa está descrito na TAB. 1 abaixo:

Tabela 1 - Balanço Patrimonial Empresa Amaral Ltda.

ATIVO (CIRCULANTE)

ANO 2016 2017 2018

CAIXA R$ 1.700,00 R$ 1.900,00 R$ 2.200,00

BANCO R$ 1.070.380,00 R$ 2.180.560,00 R$ 3.000.000,00

ESTOQUE R$ 187.250,00 R$ 188.240,00 R$ 200.000,00

DUPLICATAS A RECEBER R$ 50.900,00 R$ 50.960,00 R$ 50.980,00

ADIANTAMENTO DE

SALÁRIO R$ 5.000,00 R$ 7.000,00 R$ 8.000,00

ADIANTAMENTO A

FORNECED R$ 3.000,00 R$ 5.000,00 R$ 7.000,00

ATIVO (NÃO CIRCULANTE) – ARLP

INVESTIMENTO

APLICAÇÃO FINANCEIRA R$ 30.000,00 R$ 40.000,00 R$ 45.000,00

QUADRO (OBRA DE ARTE) R$ 1.300,00 R$ 1.500,00 R$ 1.900,00

IMOBILIZADO

MÓVEIS E EQUIPAMENTOS R$ 8.000,00 R$ 10.000,00 R$ 15.000,00

MÁQUINAS R$ 60.000,00 R$ 80.000,00 R$ 89.000,00

TERRENO R$ 360.000,00 R$ 430.000,00 R$ 450.000,00

MESA R$ 2.500,00 R$ 5.000,00 R$ 7.000,00

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DEPRECIAÇÃO DE MESA R$ 250,00 R$ 500,00 R$ 560,00

CASA R$ 380.000,00 R$ 450.000,00 R$ 490.000,00

DEPRECIAÇÃO DE CASA R$ 13.000,00 R$ 18.000,00 R$ 19.500,00

COMPUTADOR R$ 70.000,00 R$ 10.000,00 R$ 17.000,00

DEPRECIAÇÃO DE

COMPUTAD R$ 1.600,00 R$ 2.000,00 R$ 3.600,00

VEÍCULO R$ 100.000,00 R$ 130.000,00 R$ 180.000,00

DEPRECIAÇÃO DE VEÍCULO R$ 22.000,00 R$ 26.000,00 R$ 29.000,00

TOTAL R$ 2.293.180,00 R$ 3.543.660,00 R$ 4.510.420,00

PASSIVO (CIRCULANTE)

FORNECEDOR R$ 145.000,00 R$ 145.000,00 R$ 152.000,00

ADIANTAMENTO DE

CLIENTE R$ 1.023,70 R$ 1.000,00 R$ 1.500,00

TÍTULOS A PAGAR R$ 360.000,00 R$ 460.000,00 R$ 470.000,00

EMPRÉSTIMO A PAGAR R$ 40.000,00 R$ 80.000,00 R$ 92.000,00

FINANCIAMENTO A PAGAR R$ 20.000,00 R$ 30.000,00 R$ 45.000,00

SALÁRIO A PAGAR R$ 4.000,00 R$ 9.000,00 R$ 9.800,00

13º SALÁRIO A PAGAR R$ 1.500,00 R$ 4.000,00 R$ 5.600,00

FÉRIAS A PAGAR R$ 13.000,00 R$ 18.000,00 R$ 23.000,00

PIS A PAGAR R$ 1.831,78 R$ 2.368,08 R$ 2.569,70

COFINS A PAGAR R$ 6.502,68 R$ 10.907,52 R$ 12.907,52

ICMS A PAGAR R$ 23.822,60 R$ 25.833,60 R$ 27.838,60

PATRIMÔNIO LIQUIDO

CAPITAL SOCIAL R$ 1.886.000,00 R$ 3.000.000,00 R$ 3.960.204,18

CAPITAL A INTEGRALIZAR -R$ 122.000,00 -R$ 150.000,00 -R$ 190.000,00

LUCRO/PREJUÍZO -R$ 87.500,76 -R$ 92.449,20 -R$ 102.000,00

TOTAL R$ 2.293.180,00 R$ 3.543.660,00 R$ 4.510.420,00

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

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194

4.1.1 DRE Empresa Amaral Ltda.

O DRE da empresa está descrito na TAB. 2 abaixo:

Tabela 2 – DRE Empresa Amaral Ltda.

ANO REFERÊNCIA 2016 /2017

/2018

PREJUÍZO FISCAL DO ANO ANTERIOR FOI DE R$ 17.500,00

OBS.: TODAS AS CONTAS SÃO DE RESULTADO ANUAL

2016 2017 2018

+ RECEITA BRUTA DE MERCADORIA R$ 128.390,00 R$ 221.520,00 R$ 222.526,00

= RECEITA TOTAL R$ 128.390,00 R$ 221.520,00 R$ 222.526,00

(-) DEVOLUÇÃO DE VENDAS DE

MERCADORIAS R$ 79.000,00 R$ 78.000,00 R$ 79.000,00

(-) PIS (1,65%) R$ 1.831,78 R$ 2.368,08 R$ 2.569,70

(-) COFINS (7,6%) R$ 6.502,68 R$ 10.907,52 R$ 12.907,52

(-) ICMS (18%) R$ 23.822,60 R$ 25.833,60 R$ 27.838,60

= RECEITA BRUTA R$ 17.232,94 R$ 104.410,80 R$ 100.210,18

(-) CUSTO DE MERCADORIA VENDIDA R$ 39.870,00 R$ 71.760,00 R$ 40.619,00

= CUSTO TOTAL -R$ 22.637,06 R$ 32.650,80 R$ 59.591,18

DESPESAS DEDUTÍVEIS

(-) DESPESA COM MATERIAL DE ESCRITÓRIO R$ 300,00 R$ 400,00 R$ 700,00

(-) DESPESA COM LANCHE R$ 500,00 R$ 700,00 R$ 900,00

(-) DESPESA COM ÁGUA R$ 890,00 R$ 1.000,00 R$ 1.700,00

(-) DESPESA COM LUZ R$ 1.500,00 R$ 2.000,00 R$ 2.600,00

(-) DESPESA COM MANUTENÇÃO DE

MÁQUINAS R$ 1.100,00 R$ 1.500,00 R$ 1.600,00

(-) DESPESA COM IPTU R$ 30.000,00 R$ 40.000,00 R$ 42.000,00

(-) DESPESA COM IPVA R$ 1.600,00 R$ 2.000,00 R$ 2.280,00

(-) DESPESA COM SALÁRIOS R$ 4.000,00 R$ 9.000,00 R$ 9.800,00

(-) DESPESA COM FÉRIAS R$ 13.000,00 R$ 18.000,00 R$ 23.000,00

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195

(-) DESPESA COM 13º R$ 1.500,00 R$ 4.000,00 R$ 5.600,00

(-) DESPESA COM DEPRECIAÇÃO DE MESAS R$ 250,00 R$ 500,00 R$ 560,00

(-) DESPESA COM DEPRECIAÇÃO DE CASAS R$ 13.000,00 R$ 18.000,00 R$ 19.500,00

(-) DESPESA COM DEPRECIAÇÃO DE

COMPUTADORES R$ 1.600,00 R$ 2.000,00 R$ 3.600,00

(-) DESPESA COM DEPRECIAÇÃO DE

VEÍCULOS R$ 22.000,00 R$ 26.000,00 R$ 29.000,00

= TOTAL DE DESPESAS DEDUTÍVEIS R$ 125.100,00 R$ 142.840,00

DESPESAS INDEDUTÍVEIS R$ -

R$

-

= TOTAL DE DESPESAS INDEDUTÍVEIS

R$

-

R$

-

R$

-

OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS

R$

-

= TOTAL DE OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS

R$

-

R$

-

R$

-

= RESULTADO OPERACIONAL -R$ 22.637,06 -R$ 92.449,20 -R$ 83.248,82

+ OUTRAS RECEITAS (RECEITAS NÃO

OPERACIONAIS)

R$

-

(-) OUTRAS DESPESAS (DESPESAS NÃO

OPERACIONAIS)

R$

-

= RESULTADO NÃO OPERACIONAL

R$

-

R$

-

R$

-

= LAIR (LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA) -R$ 22.637,06 -R$ 92.449,20 -R$ 83.248,82

(-) CSLL R$ -

R$

- R$ -

(-) IRPJ R$ -

R$

- R$ -

= LUCRO LÍQUIDO -R$ 22.637,06 -R$ 92.449,20 -R$ 83.248,82

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

4.1.2 Análise Vertical

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196

Tabela 3 – Análise Vertical Empresa Amaral Ltda.

Análise Vertical

Total do Ativo Total do Passivo

Conta 2016 2017 2018 Conta 2016 2017 2018

Banco

46,67

%

61,53

%

66,51

% Fornecedor 6,32% 4,09% 3,36%

Estoque 8,16% 5,31% 4,43% Títulos a pagar

15,69

%

12,98

%

10,42

%

Duplicata a receber 2,21% 1.43% 1,13% Financiamento a pagar 0,87% 0,84% 0,99%

Máquinas 2,61% 2,25% 1,97% Capital Social

82,24

%

84,65

%

87,80

%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Ao analisar os índices de AV (TAB. 3) da empresa Amaral Ltda. no ano de 2016,

encontramos os seguintes resultados do ativo: banco 46,67%, estoque 8,16%, duplicatas a

receber 2,21%, aplicação financeira 1,30%, máquinas 2,61%, terreno 15,69%, computador

3,05%, veículos 4,36% e casa 16,57%, com reajuste de 0,62% do banco (46,67% - 46,05%),

totalizando os 100% do ativo total, com destaque para as contas banco que representam

46,67%, casa 16,57% e terreno 15,67%, totalizando 78,93% da análise.

Já para passivo total encontramos os seguintes resultados: fornecedor 6,32%, títulos a

pagar 15,69%, financiamento a pagar 0,87% e capital social 82,24%, com reajuste de 5,12%

do capital social (82,24% - 77,12%), totalizando os 100% do passivo total, com destaque para

a conta capital social 82,24% da AV realizada. Em relação ao ano de 2017, encontramos os

seguintes resultados do ativo: banco 61,53%, estoque 5,31%, duplicatas a receber 1,43%,

aplicação financeira 1,12%, máquinas 2,25%, terreno 12,13%, computador 0,28%, veículos

3,66% e casa 12,69%, com reajuste de 0,4% do banco (61,53% - 61,13%), totalizando os

100% do ativo total, destacando-se as contas banco, que representam 61,53%%, casa 12,69%

e terreno 12,13%, em um total de 86,35% da análise.

No que se refere ao passivo total, os resultados encontrados foram: fornecedor 4,09%,

títulos a pagar 12,98%, financiamento a pagar 0,84% e capital social 84,65%, com reajuste de

2,56% do capital social (84,65% - 82,09%), totalizando os 100% do passivo total, em que se

destaca a conta capital social 84,65% da AV realizada. Em 2018, encontramos os seguintes

resultados do ativo: banco 66,51%, estoque 4,43%, duplicatas a receber 1,13%, aplicação

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197

financeira 0,99%, máquinas 1,97%, terreno 9,97%, computador 0,37%, veículos 3,99% e casa

10,86%, com reajuste de 0,22% do banco (66,51% - 62,29%), totalizando os 100% do ativo

total, destacando-se as contas banco, que representam 66,51%, casa 10,86% e terreno 9,97%,

em um total de 87,34% da análise.

Para o passivo total encontramos os seguintes resultados: fornecedor 3,36%, títulos a

pagar 10,42%, financiamento a pagar 0,99% e capital social 87,80%, com reajuste de 2,57%

do capital social (87,80% - 85,23%), totalizando os 100% do passivo total, com destaque para

a conta capital social 87,80% da AV realizada.

4.1.3 Análise Horizontal

Tabela 4 – Análise Horizontal Empresa Amaral Ltda.

Análise Horizontal

Conta 2016 - 2018 2017 - 2018 Conta 2016 – 2018 2017 - 2018

Banco 180,27% 37,57% Fornecedor 4,82% 4,82%

Estoque 6,80% 6,24% Títulos a pagar 30,55% 2,17%

Máquinas 48,33% 11,25% Financiamento a pagar 125,00% 50,00%

Terreno 25,00% 4,65% Capital Social 109,97% 32,00%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Ao comparar os índices de AH (TAB. 4) da empresa Amaral Comércio Ltda.,

percebemos os seguintes resultados do ativo no ano de 2016 para 2018: conta banco, uma

evolução de 106,89%, comparada com o ano de 2017, na qual a mesma conta atingiu seus

37,57% da análise realizada. Na conta estoque, no ano de 2016 para 2018, houve um

acréscimo de 6,80%, referentes à compra de estoque, comparada com o ano de 2017, no qual

a mesma conta atingiu seus 6,24%. No que tange à conta aplicação financeira, no ano de 2018

para 2016, vale enfatizar que houve uma significativa evolução de 50%, comparada com o

ano de 2017, na qual a mesma conta alcançou seus 12,50%. Na conta máquina, no de 2016

para 2018, o acréscimo foi de 48,33%, referente à compra dos equipamentos, comparada com

o ano de 2017, em que a mesma conta atingiu seus 11,25%. Na conta terreno, no ano de 2016

para 2018, houve um acréscimo de 25%, referente à compra de terrenos, comparada com o

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198

ano de 2017, no qual a mesma conta teve um decréscimo de 4,65%, proveniente de

depreciação. No que concerne à conta veículo, no ano de 2016 para 2018, cabe ressaltar que

houve uma significativa evolução de 80%, referente à compra de veículos, comparada com o

ano de 2017, em que a mesma conta teve um decréscimo de 38,46%, proveniente de

depreciação. Essa foi a AH do ano base 2018, comparada com o ano de 2016 e 2017, do ativo

da empresa Amaral Ltda..

Com relação às contas do passivo no ano de 2016 para 2018, encontramos os seguintes

resultados: fornecedor atingiu 4,82% e não houve entrada nem saída, o mesmo valor

permaneceu, quando comparado com o ano de 2017, em que a conta se estabeleceu em

4,82%. A conta títulos a pagar, no ano de 2016 para 2018, teve uma significativa evolução de

30,55%, comparada com o ano de 2017, no qual a mesma conta teve um decréscimo

significante de 2,17%, proveniente do pagamento dos títulos. A conta financiamento a pagar,

no ano de 2016 para 2018, teve uma significativa evolução de 125%, referente ao

financiamento de veiculo, se comparada com o ano de 2017, em que a mesma conta atingiu

50%. Já a conta capital social, no ano de 2016 para 2018, teve um acréscimo significativo de

109,97%, proveniente do dinheiro disponível da empresa, quando comparada com o ano de

2017, em que a mesma conta teve um decréscimo relevante de 32%, proveniente do

pagamento das contas contraídas pela empresa neste mesmo ano. Essa foi a AH do ano base

2018, comparada com os anos de 2013 e 2014, do passivo da empresa Amaral Ltda.

4.1.4 Índice de Liquidez

Tabela 5 – Índices de Liquidez Empresa Amaral Ltda.

Índices de Liquidez

Tipos de liquidez 2016 2017 2018

Liquidez Imediata 1,79% 2,83% 3,62%

Liquidez Corrente 2,14% 3,10% 3,88%

Liquidez Seca 1,83% 2,86% 3,64%

Liquidez Geral 2,14% 3,10% 3,88%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

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199

No que tange à liquidez imediata (TAB. 5) das contas (caixa, saldos bancários e

aplicações financeiras) da empresa Amaral Ltda., observamos que ela salda suas dívidas

de curto prazo com folga, sendo que, basicamente, para cada R$ 1,00 de dívida, possui

R$ 2,83 para cumprir suas obrigações, em relação ao ano base analisado (2017). A

Liquidez Corrente faz frente às suas obrigações de curto prazo, apresentando situação

favorável à liquidação. No ano de 2016, apresentou um declínio, se comparado aos anos

de 2017 e 2018, permanecendo alto o índice financeiro do ano base (2017), ou seja, a

empresa Amaral Ltda. possui R$ 3,10 para cada R$ 1,00 de dívida favorável à sua

liquidação. Quanto à Liquidez Seca, mesmo sem depender da venda de seus estoques, a

empresa Amaral Ltda. paga suas dívidas de curto prazo com folga, sendo que,

basicamente, para cada R$ 1,00 de dívida, possui R$ 2,86 para cumprir suas obrigações,

em relação ao ano base analisado (2017). Em relação à Liquidez Geral a capacidade

financeira da empresa Amaral Ltda. em liquidar suas obrigações de curto e longo prazos

está satisfatória, pois, a cada ano, o quociente está maior que 1. Entretanto, em relação

ao ano de 2016, vem apresentando uma pequena redução frente aos anos subsequentes.

Em 2017, ano base analisado, para cada R$ 1,00 devedor, a empresa possuía

aproximadamente R$ 3,10 para liquidá-lo. De acordo com esse índice, a empresa

Amaral Ltda. tem capacidade de pagar suas dívidas de curto prazo e ainda financiar

suas atividades com recursos próprios. Em 2017, ano base analisado, para cada R$ 1,00

devedor, a empresa possuía aproximadamente R$ 1.647.550,80 para liquidá-lo,

mostrando a existência de capital circulante líquido, o que gera uma folga financeira em

curto prazo.

4.1.5 Índice de Rentabilidade

Os índices de rentabilidade estão descritos na TAB. 6 abaixo:

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200

Tabela 6 – Índices de Rentabilidade Empresa Amaral Ltda.

Índices de Rentabilidade

Tipos de Margem 2016 2017 2018

Margem Bruta 0,47% 0,31% 0,87%

Margem Operacional 0,81% 0,89% 0,35%

Margem Líquida 0,81% 0,89% 0,35%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Ao interpretar a ML, em 2016, para cada R$ 1,00 vendido, a empresa teve um lucro

líquido de R$ 0,14, enquanto em 2017 o lucro líquido foi menor, R$ 0,31. Já em 2018, houve

uma pequena evolução de R$ 0,87 situação desfavorável. Perante essa análise, é possível

concluir que os quocientes estão abaixo de 1,00, indicando que a situação não é suficiente

para cobrir os custos e despesas, muito altos, e ainda alcançar uma margem de lucratividade.

Ao interpretar a MB, em 2016, para cada R$ 1,00 vendido, a empresa teve um lucro bruto de

R$ 0,81, enquanto em 2017 o lucro bruto foi maior, R$ 0,89. Em 2018 apresentou uma queda,

se comparada aos anos anteriores, de R$ 0,35, situação desfavorável.

A interpretação da MO, em 2016, revela que, para cada R$ 1,00 vendido, a empresa

teve um lucro operacional de R$ 0,81, enquanto em 2017 o lucro operacional foi maior, R$

0,89. Em 2018, apresentou uma queda, quando comparada aos anos anteriores, de R$ 0,35,

situação desfavorável.

Diante disso, é possível observar que os quocientes estão abaixo de 1,00, indicando

que a situação não é suficiente para cobrir os custos e despesas muito altos e ainda alcançar

uma margem de lucratividade, ou seja, após a dedução dos custos e das despesas operacionais,

a empresa apresenta um lucro operacional desfavorável.

4.1.6 Índice de Rotatividade

Os índices de rotatividade estão descritos na TAB. 7 abaixo:

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201

Tabela 7 – Índices de Rentabilidade Empresa Amaral Ltda.

Índice de Rotatividade

Tipos de Rotatividade 2016 2017 2018

Prazo Médio de Renovação de estoque 116 100 180

Prazo Médio para Pagamentos de Contas 143 83 83

Prazo Médio para Recebimento de Vendas 27 87 100

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Concernente ao Prazo Médio de Renovação dos Estoques, a empresa vem

apresentando um aumento no seu tempo médio necessário para a renovação desses estoques.

Em 2016, com 116 dias, houve uma queda em relação ao seu ano base (2017), com 100 dias,

seguido de acréscimo em 2018, com 180 dias: estes foram os prazos em que seus produtos

permaneceram no estoque.

O Prazo Médio de Pagamento das Compras tem apresentado um decréscimo ao longo

dos anos. Em 2016 foram 143 dias, seguidos de 83 dias no ano base (2017), permanecendo

em 83 dias no ano de 2018. Essa redução significa que a empresa possui um prazo menor para

o pagamento de seus fornecedores.

Por fim, o Prazo Médio de Recebimento de Vendas vem apresentando um aumento

com o passar dos anos: 27 dias em 2016, 87 dias no ano base (2017), seguido de 100 dias em

2018. A empresa sofreu um aumento em relação ao ano base para recebimento de suas vendas

a prazo, porém, faz parte de sua política oferecer facilidades e prazos amplos para os clientes.

4.2 Empresa Albertina Ltda.

O balanço patrimonial da empresa está descrito no QUADRO 4 abaixo:

.

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202

Quadro 4 – Balanço Patrimonial Empresa Albertina Ltda.

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

4.2.1 DRE Empresa Albertina Ltda.

A DRE da empresa está descrito no QUADRO 5 abaixo:

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203

Quadro 5 – DRE Empresa Albertina Ltda.

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

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204

4.2.2 Análise Vertical

Tabela 8 – Análise Vertical Empresa Albertina Ltda.

Análise Vertical

Total do Ativo Total do Passivo

Conta 2016 2017 2018 Conta 2016 2017 2018

Banco

46,75

%

63,94

%

65,04

% Fornecedor

4,58

% 4,42% 6,98%

Estoque

36,25

% 4,69% 5,90% Títulos a pagar

8,77

%

13,86

%

15,07

%

Adiantamento a fornecedor 0,15% 0,24% 0,30% Empréstimos a p

5,24

% 4,78% 7,53%

Máquinas 1,96% 2,39% 2,76% Financiamento a p

0,46

% 0,60% 0,75%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

A partir da AV (TAB. 8) da empresa Albertina Ltda., atinente aos anos de 2016, 2017

e 2018, foram analisadas cinco contas referentes à entrada e à saída do ativo e do passivo. Ao

começar pelo ativo, a conta banco representava, em 2016, 46,75% do total do ativo, com um

aumento para 63,94% em 2017 e 65,04% em 2018, aumento este que se explica por

pagamento à vista de clientes e menor fluxo de caixa. A conta estoque representava 36,25%

do total do ativo em 2016, com uma queda relevante para 4,69% em 2017 e um pequeno

aumento para 5,90% em 2018, que ocorreu devido à diminuição de compras para esgotar o

excesso de estoque e, logo após, compras de produtos mais baratos. A conta adiantamento a

fornecedor teve pequenos aumentos, sendo que, no ano de 2016, representava 0,15% do total

do ativo; 0,24% em 2017 e, em 2018, foi para 0,30%, fato da não exigência dos fornecedores.

Já a conta máquinas, em 2016, representava 1,96% do total do ativo, em 2017 e em 2018

representavam 2,39% e 2,76%, respectivamente, devido à compra de algumas máquinas com

novas tecnologias. A conta casa, em 2016, representava 8,51% do total do ativo e teve um

aumento significativo nos anos posteriores: em 2017 representava 15,06% e, em 2018,

17,58%, relativos à compra de novos imóveis.

Ao analisar o total do passivo, algumas contas tiveram os seguintes resultados: a conta

fornecedor representava, em 2016, 4,58% do total do passivo, com uma diminuição para

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205

4,42% em 2017 e um aumento para 6,98% em 2018, cujo crescimento se deu por compras de

produtos de menor custo para complementar o estoque. A conta títulos a pagar, em 2016,

representava 8,77% do total do passivo e, nos anos seguintes, teve um crescimento

importante: 13,86% em 2017 e 15,07% em 2018, devido a compras de móveis para a empresa.

Já a conta empréstimos a pagar, em 2016 representava 5,24% do total do passivo, em 2017

teve uma queda para 4,78% e, no ano de 2018, um aumento para 7,53%, devido a melhores

taxas e condições de pagamento oferecidas pelo banco. A conta financiamentos a pagar teve

pequenas variações: em 2016 era de 0,46%, em 2017, de 0,60% e, em 2018 ,de 0,75%, devido

à permanência da mesma frota de carros e compra de um carro por ano. Na conta salários a

pagar também houve pequenas variações, por causa da contratação e/ou demissão de poucos

funcionários, sendo que, em 2016, representava 0,13% do passivo; em 2017, 0,19% e, em

2018, 0,18%.

4.2.3 Análise Horizontal

Tabela 9 – Análise Horizontal Empresa Albertina Ltda.

Análise Horizontal

Conta

2016 -

2018

2017 –

2018 Conta

2016 –

2018

2017 –

2018

Banco -3,18% -27,45% Fornecedor -20,57% 50,27%

Estoque -91,51% 19,78% Títulos a pagar -10,45% 3,45%

Adiantamento a fornecedor 5,26% 20,00% Empréstimos a pagar -25,00% 50,00%

Máquinas -26,67% 10,00% Financiamento a pagar -14,29% 20,00%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Ao avaliar a AH do ativo da empresa Albertina LTDA. (TAB. 9), utilizando o ano de

2018 como referência, obtivemos os seguintes resultados: o banco teve um decréscimo muito

significativo, sendo este de 27,45% entre 2016 e 2018, e um decréscimo menor, de 3,18% de

2017 para 2018, devido à utilização da forma de pagamento a prazo. A conta estoque teve um

decréscimo muito expressivo: de 2016 para 2018 foi de 91,51%, devido à venda de

mercadorias em excesso, já entre 2017 e 2018 houve um aumento de 19,78%, relativo à

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205

compra de novas mercadorias. A conta Adiantamento a fornecedor teve um pequeno aumento

de 5,26% do ano de 2016 para 2018 e de 20% do ano de 2017 para 2018. A conta máquina, de

2016 para 2018, teve um decréscimo de 26,67% devido à inutilização de algumas máquinas e,

entre 2017 e 2018, um aumento de 10%, em virtude da compra de novas peças. Na conta casa

houve um aumento significativo de 7,69% de 2010 para 2018 e de 11,11% de 2017 para 2018,

referente à aquisição de novos imóveis.

Conforme os dados da AH do passivo, a conta fornecedores, de 2016 para 2018, teve

um decréscimo de 20,57%, devido a uma diminuição de pedidos e, entre 2017 e 2018,

apresentou um aumento significativo de 50,27%, devido a compras de mercadorias mais

baratas. A conta títulos a pagar teve um decréscimo, de 2016 para 2018, de 20,57% devido à

maior quantidade de compras à vista e, de 2017 para 2018, houve um pequeno aumento de

3,45%. A conta Empréstimos a pagar, de 2016 para 2018, teve uma queda de -25% e, de 2017

para 2018, um aumento de 50%, sendo que essa diferença se deu pelo fato de o banco ter

oferecido melhores taxas e melhores prazos para pagamento. Na conta Financiamentos a

pagar houve um decréscimo de 14,29% de 2016 para 2018 e, de 2017 para 2018, um aumento

de 20%, por causa da depreciação de veículos e da compra de novos, respectivamente. Já a

conta salários a pagar teve decréscimo de 30% de 2016 para 2018 e decréscimo de 12,50% de

2016 para 2018, relativos à dispensa de funcionários e à redução de salários dos novos

contratados.

4.2.4 Índice de Liquidez

Tabela 10 – Índices de Liquidez Empresa Albertina Ltda.

Índices de Liquidez

Tipos de liquidez 2016 2017 2018

Liquidez Imediata 2,37% 2,56% 1,98%

Liquidez Corrente 4,18% 2,80% 2,22%

Liquidez Seca 2,40% 2,61% 2,04%

Liquidez Geral 4,92% 3,92% 2,98%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

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205

Os índices de liquidez (TAB. 10) da empresa Albertina demonstraram, ao longo dos

anos, que, em se tratando de liquidez imediata, a empresa, em 2016, dispunha de R$ 2,37 para

cada R$ 1,00 em dívidas imediatas, passando para R$ 2,56 em 2017 e R$ 1,98 no ano de

2018, o que se torna um fator negativo para a empresa. A Liquidez Corrente apresentou uma

queda ao longo dos anos, sendo que, em 2016, a empresa dispunha de R$ 4,18 para cada R$

1,00 em dívidas correntes, caindo para R$ 2,80 em 2017 e R$ 2,22 em 2018. Esses valores

requerem muita atenção dos gestores, pois a empresa apresenta queda em vários setores. A

Liquidez Secada empresa apresentou variação ao longo dos anos, sendo que ela dispunha,

para cada R$ 1,00 em dívidas secas, de R$ 2,40 em 2016, passando para R$ 2,61 em 2017 e

R$ 2,04 no ano de 2018 o qual, mesmo assim, apresenta uma situação superavitária. A

Liquidez Geral da empresa é uma das mais importantes, porém apresentou um decréscimo

muito expressivo ao longo dos anos: em 2016, para cada R$ 1,00 de dívidas gerais, a empresa

apresentava R$ 4,92; em 2017, R$ 3,92 e, em 2018, R$ 2,98 o que mostra que, além de

grande diminuição, em se tratando de liquidez geral, a empresa ainda tem lucros acumulados

ao longo dos anos. O capital circulante líquido em 2016 registrava R$ 4.937.138,75, passando

para R$ 1.920.929,00 em 2017 e R$ 1.626.112,50 em 2018, mostrando que a empresa se

encontra em uma situação de emergência e requer muitos cuidados e estratégias com relação

esse capital.

4.2.5 Índice de Rentabilidade

Tabela 11 – Índices de Rentabilidade Empresa Albertina Ltda.

Índices de Rentabilidade

Tipos de Margem 2016 2017 2018

Margem Bruta 38,38% 31,27% 31,34%

Margem Operacional 26,68% -18,45% 25,65%

Margem Líquida -43,99% -36,36% -48,38%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

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205

Os índices de rentabilidade da Empresa Albertina (TAB. 11) apresentaram os

seguintes resultados: a Margem Bruta, que diz respeito à margem de lucro antes das deduções,

apontou que, em 2016, a empresa tinha uma margem de 38,38%, já em 2017 registrou-se

31,27% e, em 2018, 31,34%, demonstrando que, apesar da pequena queda, mostra-se positivo,

uma vez que o aumento do porte da empresa foi, de certa forma, maior que a diminuição das

margens. Em se tratando de Margem Operacional, a empresa registrou, em 2016, uma

porcentagem de 26,68% de lucro operacional, caindo para -18,45% em 2017, ficando,

inclusive, negativo e, em 2018, subiu para 25,65%, o que se deve à queda, também no caso

da Margem Bruta, ao aumento do volume de vendas, o qual se é positivo, pois, embora o

lucro seja um pouco menor, a empresa apresenta um volume de vendas maior, compensando,

assim, os menores lucros. Por último e mais importante, a Margem Líquida apresentou

números decrescentes e muito relevantes, porque, em 2016, sofreram uma queda de -43,99%;

em 2017, de -36,36% e, em 2018, de -48,38%, o que se mostra preocupante, pois empresa não

gerou lucro e regrediu em seu crescimento.

4.2.6 Índice de Rotatividade

Tabela 12 – Índices de Rotatividade Empresa Albertina Ltda.

Índices de Rotatividade

Tipos de Rotatividade 2016 2017 2018

Prazo Médio de Renovação de Estoque 9000 5142,86 720

Prazo Médio para Pagamentos de Contas 155,84 122,03 140,08

Prazo Médio para Recebimento de Vendas 1565,22 26,99 679,25

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Os índices de rotatividade da empresa Albertina (TAB. 12) apresentaram os seguintes

resultados: Em se tratando de Prazo Médio de Renovação de Estoque, a empresa, em 2016,

demorava cerca de 9.000 dias para a renovação de seus estoques, diminuindo para 5.142,86

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205

dias em 2017 e, relevantemente, em 2018, 720 dias, o que ocorreu devido à diminuição do

excesso do estoque. O prazo médio para pagamento de contas apresentou, em 2016, 155,84

dias; em 2017; 122,03 e; em 2018; 140,08 dias, o que relata que a empresa teve uma

diminuição no prazo para pagamento de seus fornecedores. Essa diminuição foi pequena,

porém, o prazo deveria ser maior. O prazo médio para recebimento das vendas em 2016 era

de 1.565,22 dias, o que representava um péssimo índice para a empresa; em 2017, o prazo

médio era de 26,99 dias, porém não permaneceu para o próximo ano, pois foi para 679,25

dias, representando resultado ruim, que prejudica a empresa tanto nos pagamentos de suas

dívidas quanto no seu crescimento.

4.3 Empresa Viana Ltda.

O balanço patrimonial da empresa está descrito na TAB. 13 abaixo:

Tabela 13 – Balanço Patrimonial Empresa Viana Ltda.

BALANÇO PATRIMONIAL

Exercícios 2016 2017 2018

Ativo Circulante R$ 1.950.753,30 R$ 2.034.571,90 R$ 2.545.700,00

Caixa R$ 2.500,00 R$ 3.550,00 R$ 4.500,00

Banco R$ 1.559.288,40 R$ 1.766.043,20 R$ 2.165.200,00

Estoque R$ 120.964,90 R$ 148.587,50 R$ 110.000,00

Duplicatas a Receber R$ 255.000,00 R$ 103.891,20 R$ 250.000,00

Adiantamento de salário R$ 5.000,00 R$ 2.500,00 R$ 3.000,00

Adiantamento a fornecedor R$ 8.000,00 R$ 10.000,00 R$ 13.000,00

Ativo não circulante R$ 815.500,00 R$ 1.258.900,00 R$ 1.432.700,00

Investimento R$ 35.000,00 R$ 45.000,00 R$ 60.000,00

Aplicação financeira R$ 25.000,00 R$ 30.000,00 R$ 40.000,00

Obra de Arte R$ 10.000,00 R$ 15.000,00 R$ 20.000,00

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205

Imobilizado R$ 780.500,00 R$ 1.213.900,00 R$ 1.372.700,00

Terreno R$ 400.000,00 R$ 700.000,00 R$ 800.000,00

Mesas R$ 2.000,00 R$ 3.000,00 R$ 5.000,00

Deprec. Acumulada de

Mesas R$ (200,00) R$ (300,00)

R$ (500,00)

Casas R$ 350.000,00 R$ 445.000,00 R$ 500.000,00

Deprec. Acumulada de casas R$ (15.300,00) R$ (17.800,00) R$ (19.800,00)

Computadores R$ 5.000,00 R$ 9.000,00 R$ 10.000,00

Deprec. Acumul.

Computador R$ (1.000,00) R$ (1.800,00)

R$ (2.000,00)

Veículos R$ 50.000,00 R$ 96.000,00 R$ 100.000,00

Deprec. Acumulada de

Veículo R$ (10.000,00) R$ (19.200,00)

R$ (20.000,00)

Total do Ativo R$ 2.766.253,30 R$ 3.293.471,90 R$ 3.978.400,00

Passivo circulante R$ 825.601,88 R$ 967.771,83 R$ 1.118.400,00

Fornecedor R$ 12.000,00

R$

4.666,00

R$ 10.000,00

Adiantamento a cliente R$ 8.000,00

R$

5.000,00

R$ 20.000,00

Títulos a pagar R$ 575.000,00

R$

685.000,00

R$ 830.000,00

Empréstimo a pagar R$ 130.000,00

R$

150.000,00

R$ 108.000,00

Financiamento a pagar R$ 35.000,00

R$

46.000,00

R$ 68.000,00

Salário a pagar R$ 6.000,00

R$

8.000,00

R$ 8.500,00

13º salário a pagar R$ 6.000,00

R$

8.000,00

R$ 8.500,00

Férias a pagar R$ 2.500,00

R$

3.000,00

R$ 3.500,00

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205

PIS a pagar R$ 2.530,44

R$

3.530,44

R$ 4.530,44

COFINS a pagar R$ 15.261,44

R$

16.261,44

R$ 18.055,61

ICMS a pagar R$ 33.310,00

R$

38.313,95

R$ 39.313,95

Patrimônio líquido R$ 1.940.651,42 R$ 2.325.700,07 R$ 2.860.000,00

Capital social R$ 2.001.651,42

R$

2.400.000,00

R$ 2.900.000,00

Capital a integralizar R$ (40.000,00) R$ (50.000,00) R$ (55.000,00)

Lucro/ prejuízo R$ (21.000,00) R$ (24.299,93) R$ 15.000,00

Total do Passivo R$ 2.766.253,30 R$ 3.293.471,90 R$ 3.978.400,00

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

4.3.1 DRE Empresa Viana Ltda.

A DRE da empresa está descrito na TAB. 14 abaixo:

Tabela 14 – DRE Empresa Viana Ltda.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Exercícios 2016 2017 2018

+ Receita Bruta de Mercadoria R$ 300.726,50 R$ 306.726,40 R$ 350.000,00

= Receita Bruta Total R$ 300.726,50 R$ 306.726,40 R$ 350.000,00

(-) Devolução de vendas de Mercadorias R$ (86.760,00) R$ (92.760,00) R$ (95.000,00)

(-) PIS (1,65%) R$ (2.530,44) R$ (3.530,44) R$ (4.530,44)

(-) COFINS (7,6%) R$ (15.261,44) R$ (16.261,44) R$ (18.055,61)

(-) ICMS (18%) R$ (33.310,00) R$ (38.313,95) R$ (39.313,95)

= Receita Líquida R$ 62.864,62) R$ 155.860,57 R$ 193.100,00

(-) Custo de Mercadoria Vendida R$ (72.610,00) R$(78.610,50) R$ (80.000,00)

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205

= LUCRO BRUTO R$ 90.254,62 R$ 77.250,07 R$ 113.100,00

Despesas Dedutíveis R$(111.254,62) R$ (101.550,00) R$ (89.100,00)

(-) Despesa com Material de Escritório R$ (4.000,00) R$(950,00) R$ (500,00)

(-) Despesa com Lanche R$ (2.500,00) R$ (500,00) R$ (500,00)

(-) Despesa com Água R$ (12.750,62) R$ (3.000,00) R$ (2.900,00)

(-) Despesa com Luz R$ (10.004,00) R$ (4.000,00) R$ (2.900,00)

(-) Despesa com Manutenção de

máquinas

R$ (4.000,00)

R$ (2.000,00)

R$ (2.900,00)

(-) Despesa com IPTU R$ (35.000,00) R$ (30.000,00) R$ (15.000,00)

(-) Despesa com IPVA R$ (3.000,00) R$ (3.000,00) R$ (2.500,00)

(-) Despesa com salários R$ (6.000,00) R$ (8.000,00) R$ (8.500,00)

(-) Despesa com Férias R$ (2.500,00) R$ (3.000,00) R$ (3.500,00)

(-) Despesa com 13º R$ (6.000,00) R$ (8.000,00) R$ (8.500,00)

(-) Despesa com Depreciação de Mesas R$ (200,00) R$ (300,00) R$ (500,00)

(-) Despesa com Depreciação de casas R$ (15.300,00) R$ (17.800,00) R$ (19.800,00)

(-) Despesa com Depreciação de

computadores

R$ (1.000,00)

R$ (1.800,00)

R$ (2.000,00)

(-) Despesa com Depreciação de

veículos

R$ (10.000,00)

R$ (19.200,00)

R$ (20.000,00)

= LAIR R$ (21.000,00) R$ (101.550,00) R$ 24.800,00

(-) CSLL R$

-

R$

-

R$ (2.232,00)

(-) IRPJ R$

-

R$

-

R$ (7.568,00)

= Lucro / Prejuízo R$ (21.000,00) R$ (24.999,93) R$ 24.800,00

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

4.3.2 Análise Vertical

Tabela 15 – Análise Vertical Empresa Viana Ltda.

Análise Vertical

Total do Ativo Total do Passivo

Conta 2016 2017 2018 Conta 2016 2017 2018

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205

Banco

56,36

%

53,62

%

54,42

% Fornecedor 0,43% 0,14% 0,25%

Estoque 4,37% 4,51% 2,76% Títulos a pagar

20,78

%

20,79

%

20,86

%

Duplicata a receber 9,21% 6,28% 6,28% Financiamento a pagar 1,26% 1,39% 1,70%

Veículos 1,80% 2,91% 2,51% Salário a pagar 0,21% 0,24% 0,21%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Ao realizar a AV da empresa Viana Ltda. (TAB. 15), referente aos anos de 2016,2017

e 2018 as principais contas ativo a conta banco representava em 2016 56,36% do total do

ativo caindo para 53,62% em 2017 e evoluindo para 54,42% em 2018. A conta estoque

representava 4,37% em 2016, aumentou para 4,51% em 2017 e caiu para 2,76% em 2018,

essa queda deve-se à venda das mercadorias em estoque. Já a conta duplicatas a receber

representava 9,21% do total do ativo em 2016, caindo para 6,28% em 2017 e permanecendo

com o mesmo valor em 2018 o que demonstra que a empresa esta diminuindo as formas de

pagamentos a prazo para seus clientes. A conta aplicação financeira representava em 2016

0,90% do total do ativo e esse percentual subiu para 0,91% em 2017 e evoluiu para 1% em

2018, a evolução é explicada pela importância de fazer investimentos pela empresa. A conta

veículos representava 1,80% em 2016, subiu para 2,91% em 2017 e caiu para 2,51% em 2018,

essa queda é referente a venda de um veículo. As contas referentes ao total do passivo após a

análise apresentaram os seguintes resultados: a conta fornecedor representava em 2016 0,43%

do total do passivo caindo para 0,14% em 2017 e evoluindo para 0,25% em 2018 o

crescimento é referente à necessidade da empresa de fazer compras a prazo. A conta títulos a

pagar representava 20,78% em 2016, aumentou para 20,79% em 2017, depois para 20,86%

em 2018, essa evolução é devido a compra de imóveis. Na análise da conta financiamento a

pagar notamos que em 2016 representava 1,26%, subiu para 1,39% em 2017 e evoluiu para

1,70% em 2018, esse aumento é referente a compra de veículo financiado. A conta salário a

pagar representava 0,21% em 2016, passou para 0,24% em 2017 e voltou para 0,21% em

2018, essa pequena oscilação é referente a contratação e demissão de funcionários. A conta

férias a pagar esteve estável nos períodos analisados, apresentando 0,09% em 2016, 0,09% em

2017 e 0,08% em 2018.

4.3.3 Análise Horizontal

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205

Tabela 16 – Análise Horizontal Empresa Viana Ltda.

Análise Horizontal

Conta 2016 - 2018 2017 - 2018 Conta 2016 – 2018 2017 - 2018

Banco 38,85% 22,60% Fornecedor -16,66% 114,31%

Estoque 9,06% -25,96% Títulos a pagar 21,16% 44,34%

Aplicação 60,00% 33,33% Financiamento a pagar 47,82% 94,28%

Veículo 100,00% 4,16% Salário a pagar 41,66% 6,25%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Ao analisar os índices de AH da Empresa Viana Ltda. (TAB. 16), notamos que, das

contas do Ativo, a conta banco teve uma evolução, do ano de 2016 para o de 2018, de 38,85%

e, comparando 2017 e 2018, percebe-se que evoluiu 22,60%. Analisando a conta estoque,

percebemos que houve um acréscimo de 9,06% entre 2016 e 2018 e um decréscimo de

25,96% de 2017 para 2018, o que não é um dado ruim, pois significa que grande parte do

estoque foi vendida. Na análise da conta duplicatas a receber, observamos que houve um

decréscimo de 1,96% entre 2016 e 2018 e um acréscimo de 140,63% de 2017 para 2018. Já a

conta aplicação financeira sofreu um acréscimo de 60% de 2016 para 2018 e evoluiu 33,33%

entre 2017 e 2018. A conta veículos obteve uma evolução de 100% de 2016 para 2018, por

causa da compra de um veículo e evoluiu em 4,16% de 2017 para 2018. Nas contas do

Passivo, a conta fornecedor sofreu um decréscimo de 16,66% de 2016 para 2018 e um

acréscimo de 114,31% entre 2017 e 2018. A conta títulos a pagar teve um acréscimo de

21,16% entre e 2018 e de 44,34% de 2017 para 2018. Na análise da conta financiamento a

pagar, notamos que houve acréscimo de 47,82% de 2016 para 2018 e uma evolução de

94,28% entre 2017 e 2018. Já a conta Salário a pagar evoluiu 41,66% de 2016 para 2018 e

6,25% de 2017 para 2018. Finalizando as contas do Passivo, a conta Férias a pagar evoluiu

40% entre 2016 e 2018 e 16,66% de 2017 para 2018. Nas contas da DRE, a conta Devolução

de venda de mercadorias apresentou uma evolução de 2,41% de 2016 para 2018 e de 2,41%

de 2017 para 2018. Já a conta CMV mostrou uma evolução de 10,17% entre 2016 e 2018 e de

1,76% de 2017 para 2018. A conta despesa com água apresentou um decréscimo de 72,25%

de 2016 para 2018 e de 3,33% de 2017 para 2018. Na análise da conta despesa com

manutenção de máquinas, foi possível perceber que a despesa diminuiu em 27,50% de 2016

para 2018 e evoluiu em 45% entre 2017 e 2018. Na conta despesa com décimo terceiro salário

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houve aumento de 41,66% entre 2016 e 2018 e de 6,25% de 2017 para 2018. A evolução das

contas da DRE analisadas corresponde a um resultado negativo, pois se tratam de despesas e

custos.

4.3.4 Índice de Liquidez

Tabela 17 – Índices de Liquidez Empresa Viana Ltda.

Índices de liquidez

Tipos de liquidez 2016 2017 2018

Liquidez Imediata 1,92% 1,85% 1,97%

Liquidez Corrente 2,36% 2,10% 2,27%

Liquidez Seca 2,21% 1,94% 2,17%

Liquidez Geral 2,36% 2,10% 2,27%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Os índices de liquidez da empresa Viana Ltda. (TAB. 17) apresentaram os seguintes

dados: em termos de LI, a empresa, em 2016, dispunha de R$ 1,92 para cada R$ 1,00 em

dívidas imediatas, passando para R$ 1,85 em 2017 e R$ 1,97 no ano de 2018, representando

uma situação positiva para a empresa. A LC apresentou uma pequena queda ao longo dos

anos, sendo que, em 2016, a empresa dispunha de R$ 2,36 para cada R$ 1,00 em dívidas,

caindo para R$ 2,10 em 2017 e R $2,27 em 2018. A LS apresentou queda ao longo dos anos,

uma vez que a empresa dispunha, para cada R$ 1,00 em dívidas, R$ 2,21 em 2016, passando

para R$ 1,94 em 2017 e R $2,17 em 2018, apresentando uma situação superavitária. A LG da

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empresa, que é uma das mais importantes, mostrou números satisfatórios no período

analisado: em 2016, para cada R$ 1,00 de dívidas, a empresa apresentava R$ 2,36 para

pagamento das obrigações, passando para R$ 2,10 em 2017 e R$ 2,27 em 2018. O capital

circulante líquido em 2016 registrava R$ 1.125.151,42, passando para R$ 1.066.800,07 em

2017 e R$ 1.427.300,00 em 2018, demonstrando que a empresa está em uma situação positiva

com relação à capacidade de pagamento de suas dívidas.

4.3.5 Índice de Rentabilidade

Tabela 18– Índices de Rentabilidade Empresa Viana Ltda.

Índices de Rentabilidade

Tipos de Margem 2016 2017 2018

Margem Bruta 55,41% 49,46% 58,57%

Margem Operacional -12,89% -15,59% 12,84%

Margem Líquida -12,89% -15,59% 7,76%

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Ao analisar os índices de rentabilidade da Empresa Viana Ltda. (TAB. 18), obtivemos

os seguintes resultados: a Margem Bruta, que diz respeito à margem de lucro antes das

deduções, demonstrou que, em 2016, a empresa apresentava um margem de 55,41%,

passando, em 2017, para 49,56% e, em 2018, apontou uma margem de 58,57%. Na análise da

Margem Operacional, a empresa registrou, em 2016, uma porcentagem de -12,89% de lucro

operacional, caindo para -15,59% em 2017 e evoluindo para 12,84% em 2018, Essa queda

refere-se ao aumento do volume de vendas e, logo em seguida, à sua diminuição. Para

finalizar, a Margem Líquida apresentou, em 2016, uma margem de -12,89%, passando para -

15,59% em 2017 e evoluindo para 7,76% em 2018, o que mostra que houve queda nos dois

primeiros anos analisados, mas, no último ano, apresentou-se um resultado satisfatório, que

gerou rendimentos para a empresa e seus sócios.

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4.3.6 Índice de Rotatividade

Tabela 19– Índices de Rentabilidade Empresa Viana Ltda.

Índice de Rotatividade

Tipos de Rotatividade 2016 2017 2018

Prazo Médio de Renovação de Estoque 631,57 620,68 590,16

Prazo Médio para Pagamentos de Contas 302,52 211,76 367,34

Prazo Médio para Recebimento de Vendas 76,59 48,58 63,82

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Na análise dos índices de rotatividade da empresa Viana Ltda. (TAB. 19), obtivemos

os seguintes resultados: com relação ao Prazo Médio de Renovação de Estoque, a empresa,

em 2016, demorava cerca de 631,57 dias para renovar seus estoques, diminuindo para 620,68

dias em 2017 e 590,16 dias em 2018. Essa queda de prazo é boa para a empresa, pois, quanto

menor o prazo de renovação de estoques, melhor, indicando que a empresa está vendendo seu

estoque mais rápido. O prazo médio para pagamento de contas apresentou, em 2016, 302,52

dias para efetuar o pagamento total de suas contas, caindo para 211,76 dias em 2017 e 367,34

dias em 2018, justificado peça perda de prazo para pagamento a fornecedores. O prazo médio

para recebimento de vendas da empresa, em 2016, registrou 76, 59 dias para se receber seus

direitos e esses números diminuíram para 48,58 dias em 2017, aumentando para 63,82 dias

em 2018. O ano de 2017 foi o que apresentou o melhor prazo, pois, quanto mais rápido a

empresa receber, melhor.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho realizado teve o intuito ressaltar a importância da utilização dos índices

econômico-financeiros como suporte para a administração das empresas, de modo a

demonstrar a importância de se obter informações a respeito da situação em que a empresa se

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encontra com relação aos mercados interno e externo.

Com o presente trabalho, podemos concluir que os resultados obtidos apresentam,

através da Análise das Demonstrações Contábeis, que é possível mensurar relevantes

indicadores econômico-financeiros e, dessa forma, extrair informações seguras e concretas,

proporcionando uma visão geral do desempenho e da situação financeira da instituição, de

modo a contribuir para a tomada de decisões dentro de uma entidade.

No que diz respeito à AV, a comparação entre as demonstra que a instituição na qual

houve uma melhor evolução de composição de itens e sua evolução no tempo com relação as

contas do ativo foi a empresa Albertina Ltda., seguida pela empresa Viana Ltda., ficando em

última posição a empresa Amaral Ltda. Já nas contas do passivos, em primeiro lugar temos a

empresa Amaral Ltda., seguida da Albertina Ltda., sobrando a última posição para empresa

Viana Ltda..

Concernente à AH, a empresa que apresentou uma evolução nas suas contas do ativo

mostrando crescimento de itens do balanço foi a Amaral Ltda., seguida da Viana Ltda. E, por

último, a Albertina. As contas do passivo seguem na mesma sequência: Amaral Ltda., Viana

Ltda. e Albertina Ltda.

Quanto à liquidez imediata, a empresa que dispõe de condições para imediatamente

saldar suas dívidas de Curto Prazo é a empresa Amaral Ltda., que sempre se manteve em

crescimento nos anos subsequentes, seguida da Viana Ltda. Já a empresa Albertina Ltda. teve

um decréscimo com o passar dos anos.

No que tange à Liquidez Corrente, a empresa que apresenta maior liquidez, que

consegue financiar suas necessidades de capital de giro, é a empresa Amaral Ltda. a qual, com

o passar dos anos, aumenta sua liquidez. As empresas Albertina Ltda. e Viana Ltda., por sua

vez, em 2017, apresentam bons valores, porém, com o passar dos anos, esses valores vêm

caindo.

Em relação à Liquidez Seca, a empresa que dispõe de estoque para liquidar suas

obrigações é a Amaral Ltda., que vem crescendo com o passar dos anos. Em seguida, devido a

oscilações, estão as empresas Albertina Ltda. e Viana Ltda.

Para liquidez geral, observamos que a empresa que tem capacidade de pagamento em

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Longo Prazo, considerando tudo o que ela converterá em dinheiro, foi a Albertina Ltda., a

qual bem o ano de 2016, seguida da empresa Viana Ltda. e, por último, a empresa Amaral

Ltda. Em 2017, também a Albertina Ltda. ficou em primeiro lugar, seguida da Amaral Ltda.,

ficando na última posição a Viana Ltda. Finalmente, em 2018, a empresa Amaral Ltda. ocupa

primeiro lugar, seguida da Albertina Ltda. e, por último, a empresa Viana Ltda.

No que se refere ao Índice de rentabilidade, a empresa que tem capacidade de

pagamento em Longo Prazo - considerando tudo o que ela converterá em dinheiro -, com

relação à Margem Bruta, a que apresentou melhor resultado foi a empresa Viana Ltda.,

seguida da Amaral Ltda. e, em último lugar, a Albertina Ltda. Com relação à Margem

Operacional e à Margem Líquida, as três empresas oscilaram bastante.

Quanto ao Índice de rotatividade, a empresa que mostra a velocidade com que diversas

contas se convertem em vendas ou caixa – entradas ou saídas em dias -, foi a Amaral Ltda.,

seguida da Viana Ltda. e, em última colocação, a Albertina Ltda..

Com base neste relatório analítico, pode-se obter uma visão geral da saúde e da solidez

da empresa. Esse acompanhamento é, no máximo, anual, limitando-se a semanal, quinzenal,

mensal ou semestral, de acordo com a necessidade de gerenciamento. O intuito das

informações é que estas cheguem de forma clara ao profissional da contabilidade, para que ele

possa transformá-las em Demonstrações Contábeis confiáveis. Somente com o resultado é

possível tomar decisões que favoreçam a administração, com uma margem de segurança

mesmo que estejam inconsistentes ou relatadas em tempo inoportuno, pois, ainda assim,

apresentam uma vantagem segura, próxima à realidade da empresa.

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