Andresa Patrícia Dias Gomes -...
Transcript of Andresa Patrícia Dias Gomes -...
Andresa Patrícia Dias Gomes
Avaliação e Gestão de Riscos emSistemas de Saneamento
Andr
esa
Patrí
cia D
ias
Gom
es
dezembro de 2015UMin
ho |
201
5Av
alia
ção
e Ge
stão
de
Risc
os e
mSi
stem
as d
e Sa
neam
ento
Universidade do MinhoEscola de Engenharia
dezembro de 2015
Dissertação de MestradoCiclo de Estudos Integrados Conducentes aoGrau de Mestre em Engenharia Civil
Trabalho efectuado sob a orientação doProfessor Doutor José Manuel Pereira Vieira
Andresa Patrícia Dias Gomes
Avaliação e Gestão de Riscos emSistemas de Saneamento
Universidade do MinhoEscola de Engenharia
iii
AGRADECIMENTOS
À minha família e amigos, ao meu orientador e todos os restantes professores deste curso muito
obrigada por me acompanharem e ajudarem neste longo percurso.
v
RESUMO
A água é um bem essencial ao suporte da vida. O conceito de água segura e a crescente preocupação com
o meio ambiente conduz à adoção de políticas que promovem a proteção da qualidade deste bem.
Parte de todo este processo está centrado no correto tratamento das águas residuais, ponto fulcral
para a obtenção de uma água de qualidade disponível no meio ambiente.
A adoção de medidas preventivas revela-se, cada vez mais, uma política consciente e eficaz para a
resolução de possíveis problemas. Assim, seguindo o exemplo do plano de segurança da água para
consumo humano, chegou-se à necessidade de criar um documento idêntico para o saneamento, cuja
essência é a avaliação e gestão de riscos em sistemas de saneamento, tema abordado nesta
dissertação.
Para tal foi feito um estudo inicial desta problemática e das razões para a sua existência, seguida de
um levantamento das características dos sistemas de saneamento utilizados correntemente nos
aglomerados populacionais.
De seguida procedeu-se à aplicação da metodologia adotada no plano de segurança da água a estes
sistemas, identificando os eventos perigosos em cada componente dos mesmos, os seus efeitos, as
medidas de controlo e a monitorização de cada um desses riscos.
Finalmente compilou-se todo o trabalho executado até então numa base de dados de avaliação e
gestão de riscos em sistemas de saneamento, que servirá de base a conceção de um futuro plano de
segurança para saneamento.
Palavras-chave: Plano de Segurança, Avaliação e Gestão de Riscos, Saneamento, Estação de
Tratamento de Águas Residuais, Águas Residuais, Eventos Perigosos, Monitorização, Medidas de
Controlo.
vii
ABSTRACT
Water is a fundamental good for the support of life. The concept of safe water and the growing concern
with the environment leads to the adoption of policies that promote the protection of the quality of this
good. Part of this process is centered on the correct waste water treatment, focal point to obtain quality
water available in the environment.
The adoption of preventive measures proves to be, increasingly, a conscious and effective policy for
solving possible problems. Thus, following the example of water safety plan for human consumption
appeared the need to create a similar document for sanitation, which essence is the risk evaluation and
management in sanitation systems, topic of this dissertation.
This is why it was made an initial study of this issue and the reasons for its existence, followed by a
survey of the characteristics of sanitation systems currently used in population areas.
Then it was followed by the application of the methodology adopted in the water safety plan for those
systems, identifying the hazardous events in each, their effects, the control measures and the
monitoring of each of those risks.
Finally all the work performed until then was piled up in a risk evaluation and management in sanitation
systems database, which will support the design of a future security plan for sanitation.
Keywords: Safety Plan, Risk Evaluation and Management, Sanitation, Wastewater Treatment Plant,
Sewage, Hazardous Events, Monitoring, Control Measures.
ix
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS iii
RESUMO v
ABSTRACT vii
ÍNDICE ix
ÍNDICE DE FIGURAS xiii
ÍNDICE DE QUADROS xv
ABREVIATURAS xvii
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO 1 - ESTADO DA ARTE
1.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO 3
1.2. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO 6
1.2.1. O ciclo urbano da água 6
1.2.2. Tipos de sistemas de saneamento 7
1.2.3. Órgãos do sistema a estudar 8
1.2.4. Meios recetores 8
1.3. PLANO DE SEGURANÇA 9
1.3.1. O que é um plano de segurança 9
1.3.2. Objetivo de um Plano de Segurança para Saneamento 10
1.3.3. Metodologia do Plano de Segurança de Saneamento 10
1.4. IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO DE UM PLANO DE SEGURANÇA PARA SANEAMENTO 17
CAPÍTULO 2 - OS SISTEMAS DE SANEAMENTO
x
2.1. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO 21
2.1.1. Tipos de sistemas de saneamento 22
2.1.2. Componentes dos sistemas de saneamento 23
2.2. ÓRGÃOS DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO 25
2.2.1. Componente: Coleta ou Transporte 25
2.2.2. Componente: Tratamento 28
2.2.3. Componente: Meios recetores 40
CAPÍTULO 3 - EVENTOS PERIGOSOS E AVALIAÇÃO DE RISCOS
3.1. IDENTIFICAÇÃO DOS EVENTOS PERIGOSOS 43
3.1.1. Identificação de perigos na componente de coleta e transporte 43
3.1.2. Identificação de perigos na componente de distribuição 44
3.1.3. Identificação de perigos na componente do meio recetor 45
3.2. CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DE RISCOS 47
3.2.1. Priorização de riscos 47
3.3. PONTOS DE CONTROLO 50
CAPÍTULO 4 - MONITORIZAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS
4.1. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE MEDIDAS DE CONTROLO 53
4.1.1. Identificação e avaliação de medidas de controlo na distribuição 54
4.1.2. Identificação e avaliação de medidas de controlo no tratamento 54
4.1.3. Identificação e avaliação de medidas de controlo nos meios recetores 55
4.2. MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL 56
xi
4.2.1. Estabelecimento de limites críticos 57
4.2.2. Estabelecimento de procedimentos de monotorização 58
4.2.3. Estabelecimento de ações corretivas 59
4.3. PLANOS DE GESTÃO 59
4.3.1. Estabelecimento de procedimentos para a gestão de rotina 60
4.3.2. Estabelecimento de procedimentos para a gestão em condições excecionais 61
4.3.3. Estabelecimento de documentação e protocolos de comunicação 61
CAPÍTULO 5 - AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO
5.1. AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS 63
5.2. AVALIAÇÃO E GESTÃO DO SISTEMA: COLETA 66
5.2.1. C1 Origem Da Água Residual 66
5.2.2. C2 Tipo De Rede De AR 67
5.3. AVALIAÇÃO E GESTÃO DO SISTEMA: TRATAMENTO 68
5.3.1. T1 Pré-tratamento 68
5.3.2. T2 Tratamento Preliminar 69
5.3.3. T3 Tratamento Primário 70
5.3.4. T4 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Sistemas De Crescimento Em Suspensão:
Lamas ativadas 71
5.3.5. T5 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Sistemas De Crescimento Em Suspensão:
Lagoas De Estabilização 72
5.3.6. T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Crescimento Em Suporte Físico 73
5.3.7. T7 Tratamento Terciário e de afinação 74
xii
5.3.8. T8 Tratamento De Lamas 76
5.3.9. T9 Órgãos Acessórios 77
5.4. AVALIAÇÃO DO SISTEMA: MEIO RECETOR 78
5.4.1. M1 Meio Hídrico 78
5.4.2. M2 Solo 79
5.5. MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL 80
5.6. PLANOS DE GESTÃO 80
CONCLUSÕES 83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 85
WEBGRAFIA 87
ANEXO 89
xiii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Evolução histórica do saneamento 5
Figura 2 – Ciclo Urbano da Água 6
Figura 3 – Esquema simplificado de uma rede de saneamento 8
Figura 4 – Metodologia de um PSA 10
Figura 5 – Base de dados de risco 12
Figura 6 – Exemplo de escala de probabilidade de ocorrência 12
Figura 7 – Exemplo de escala de severidade das consequências 13
Figura 8 – Matriz de classificação de riscos 13
Figura 9 – Matriz de priorização qualitativa de riscos 14
Figura 10 – Esquema de um SS unitário vs SS separativo 23
Figura 11 – Componentes do sistema de saneamento 24
Figura 12 – Extrato do no Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto 28
Figura 13 – Esquema de tratamento secundário 32
Figura 14 – Esquema de tratamento com discos biológicos 35
Figura 15 – Tratamento avançado para remoção de fósforo 37
Figura 16 – Esquema concetual do tratamento de AR em ETAR 40
Figura 17 – Árvore de decisão da existência de um PCC 51
Figura 18 – Informação constituinte dos planos de monotorização 59
Figura 19 – Elementos de análise à aplicação de um plano de emergência 61
Figura 20 – Documentos constituintes de um plano de emergência 62
Figura 21 – Esquema conceptual dos sistemas de saneamento 64
Figura 22 – Esquema de organização da basse de dados 65
xv
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro1 – Componentes da rede de saneamento de AR domésticas 25
Quadro 2 – Componentes da rede de saneamento de AR pluviais 26
Quadro 3 – Componentes da rede de saneamento de um SS unitário 27
Quadro 4 – Órgãos do pré-tratamento 30
Quadro 5 – Órgãos do tratamento preliminar 30
Quadro 6 – Órgãos do tratamento primário 31
Quadro 7 – Órgãos do tratamento secundário: lamas ativadas 33
Quadro 8 – Órgãos do tratamento secundário: lagoas de estabilização 33
Quadro 9 – Órgãos do tratamento secundário: leitos percoladores 35
Quadro 10 – Órgãos do tratamento secundário: discos biológicos 36
Quadro 11 – Processos de tratamento terciário e avançado (fase líquida) 36
Quadro 12 – Tratamento de lamas 38
Quadro 13 – Características dos meios recetores 41
Quadro 14 – Eventos perigosos na coleta 44
Quadro 15 – Eventos perigosos no tratamento 45
Quadro 16 – Eventos perigosos no meio recetor 46
Quadro 17 – Escala de Probabilidade de Ocorrência 48
Quadro 18 – Escala de Severidade das Consequências 48
Quadro 19 – Matriz de Classificação de Riscos 49
Quadro 20 – Matriz de Priorização Qualitativa de Riscos 49
Quadro 21 – Medidas de controlo na coleta 54
Quadro 22 – Medidas de controlo no tratamento 55
Quadro 23 – Medidas de controlo no meio recetor 56
Anexo 89
xvi
A – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NA COLETA 89
B – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NO TRATAMENTO 98
C – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NO MEIO RECETOR 142
D – QUADRO DE MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL 155
E – QUADRO DE GESTÃO DE ROTINA 160
xvii
ABREVIATURAS
AR – Água residual.
SS – sistema de saneamento.
ETAR – estação de tratamento de águas residuais.
VLE - valor limite de emissão.
CBO - carência biológica de oxigénio.
OD – oxigénio dissolvido.
CO2 – Dióxido de carbono.
PSS – plano de segurança de saneamento.
PSA – plano de segurança da água.
PC – ponto de controlo.
PCC – ponto de controlo crítico.
LC – limite crítico.
1
INTRODUÇÃO
“At any given time, nearly half the population of the developing world will be affected by an illness or
disease directly linked to unsafe or too little water, poor or no sanitation, or poor management of water
resources.” (SSP, WHO 2015)
Esta citação integrante do planeamento de segurança do saneamento da Organização Mundial da
Saúde serve de mote para a criação de um Plano de Segurança de Saneamento (PSS) de modo a
reforçar o conceito de água segura, conceito esse que foi iniciado com a criação do Plano de
Segurança da Água. Adicionalmente o PSS visa também a proteção do meio ambiente.
A Avaliação e Gestão de Riscos em Sistemas de Saneamento insere-se no panorama do Plano de
Segurança de Saneamento (PSS) cujo objetivo é criar uma metodologia preventiva de ação sobre
incidentes nestes mesmos sistemas. Para tal vai-se recorrer a analogias com o Plano de Segurança da
Água (PSA), adotando a sua metodologia, aplicando-a aos sistemas de saneamento.
Paralelamente pretende-se explicar de que forma tudo isto se insere na problemática ambiental da
atualidade, pois ao contrário da água para consumo humano, que é exclusivamente um problema de
saúde pública, a conceção adotada para os sistemas de saneamento, tornam-nos também um
problema ambiental.
Trata-se de uma problemática atual, que se relaciona com a crescente consciência do Homem em
relação à proteção do meio ambiente e à gestão dos recursos naturais, que, ao longo dos anos, e, com
o crescimento exponencial da população mundial se vêm a esgotar, a uma velocidade estonteante. Por
outro lado com o desenvolvimento tecnológico e evolução da sociedade (que é cada vez mais uma
sociedade de consumo, com novas exigências a cada dia que passa) cresce também a preocupação
com as questões de reutilização de recursos.
Propõem-se assim a execução de um estudo exaustivo dos SS, enumerando os órgãos que os
constituem e para que servem, para que numa segunda fase se possam identificar os problemas que
neles podem surgir, os impactos que podem causar e as medidas corretivas e preventivas para atuar
sobre esses problemas.
O objetivo final é a criação de uma base de dados de avaliação e gestão de riscos para sistemas de
saneamento, o mais completa possível, para que, futuramente sirva de base à conceção de um Plano
de Segurança para Saneamento.
3
CAPÍTULO 1 - ESTADO DA ARTE
1.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO
Ao longo dos tempos os sistemas de recolha/tratamento de águas residuais foram evoluindo até
chegar à complexidade dos dias de hoje.
Os primeiros sistemas de águas residuais remontam ao ano 3000 AC, cujos responsáveis foram a
civilização Hindu de Mohengo-Doro, atualmente Pasquistão Ocidental. Esse sistema era constituído
essencialmente por uma rede de drenos e coletores principais que visava a condução das águas
pluviais que escorriam pelas vias de comunicação (Webster 1962).
A próxima referência a sistemas de saneamento aparece na antiga Mesopotânia, nas cidades de Ur e
Babilónia em 2500 AC (Maner 1966) cujo sistema incluía uma espécie de sargetas para recolha de
águas pluviais e posterior encaminhamento para coletores. Muitos outros sistemas de saneamento
semelhantes surgiram após estes, nomeadamente: Cnossos, Creta (3000 a 1000 AC), Nineveb, Assíria
(800 AC), Marzobotto, Itália central (600 AC) entre outras.
O grande expoente dos sistemas de saneamento da antiguidade deu-se com a construção da Cloaca
Máxima de Roma (significando a palavra Cloaca – condutor de drenagem urbana) que foi considerado
a primeira obra de dimensão relevante no que toca a um serviço público de drenagem.
Desde o Império Romano até ao século XVII não houve qualquer tipo de avanço tecnológico relevante
nesta área, havendo mesmo um grande retrocesso na Idade Média (período compreendido entre os
séculos V e XV) cujas preocupações com higiene e limpeza eram totalmente postas de parte pela
população, sendo os resíduos domésticos deitados em valas a céu aberto ao longo do eixo das ruas e
transportados para a linha de água mais próxima durante as chuvadas. Foi um período da História
caracterizado por inúmeras pestes e epidemias.
O ressurgimento das preocupações com a drenagem e evacuação de águas residuais dá-se nas
principais cidades Europeias nos séculos XV e XVI, com a proliferação das políticas neoclássicas, que
retomam as ideologias da Antiguidade Clássica.
4
No século XVII foi planeado o primeiro coletor enterrado em Londres, no entanto, não foi concretizado.
A partir do século XVIII, estar limpo passa a ser uma prioridade, e, com ela surgem os primeiros
sanitários públicos (dado que até então poucas casas estavam dotadas destes equipamentos) bem
como a reintegração dos hábitos de tomar banho. Isso leva a uma crescente preocupação com o
destino a dar às ‘águas sujas’.
Então, no século XIX, dá-se o grande crescimento nesta área juntamente com o aparecimento do
abastecimento e distribuição de água domiciliária. No final deste século começam-se a estabelecer
critérios como os de auto-limpeza e declive das redes de drenagem, bem como a utilização de novos
materiais, por exemplo o betão, em detrimento dos até aí utilizados. São desenvolvidas obras de
grande dimensão na construção de redes de drenagem de águas residuais nas cidades de Paris e
Londres. O mesmo acontece nas principais cidades dos Estados Unidos da América (Chicago, Nova
Iorque) baseados nas práticas europeias.
É aí, nos Estados Unidos, que se começa a recorrer a sistemas separativos, mas, no entanto, na
segunda metade do século XIX começam as discussões entre técnicos e cientistas entre as vantagens
e desvantagens de se recorrer a esse tipo de sistemas.
Apesar de todos os avanços nesta área da implementação de sistemas separativos, nas grandes
cidades europeias continua-se a recorrer aos tradicionais sistemas unitários, por 3 razões: não havia
experiência sobre o comportamento dos sistemas separativos, prevalecia a opinião que os sistemas
unitários eram mais económicos e a comunidade científica não estava convencida que as águas
residuais domésticas não podiam ser utilizadas na agricultura sem diluição.
Atualmente na Europa cerca de 70% dos sistemas de águas residuais são unitários enquanto nos EUA
apenas cerca de 15% são deste tipo (Saldanha Matos 2003).
Em Portugal os primeiros registos das redes de drenagem remontam ao reinado de D. João II no
século XV, mas a inexistência deste tipo de sistemas continua dos séculos XVI a XVII, até que, com o
terramoto de 1755 e a reconstrução da cidade de Lisboa se construíram coletores unitários em malha,
com ligação ao estuário do Tejo, que, em alguns casos, se encontram ainda hoje em utilização. Com o
passar dos anos foram sendo remodelados os sistemas mais antigos das grandes cidades, mantendo
os casos em que são unitários, mas construindo os novos separativos.
5
No final do século XX, e início do século XXI houve uma grande evolução no que corresponde ao
tratamento das águas residuais antes da descarga nos meios recetores, o que levou à construção de
várias Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) para evitar as descargas diretas em cursos
de água, que consequentemente provocavam a sua poluição. Até agora e com a evolução a nível
científico e tecnológico tem-se tornado essas estações cada vez mais eficientes na remoção de matéria
potencialmente poluente para os cursos de água.
A figura 1 representa um pequeno cronograma da evolução das políticas relacionadas com os sistemas
de saneamento a partir do século XIX.
Figura 1 – Evolução histórica do saneamento (adaptado de Burian, et al., 1999)
6
1.2. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO
Os sistemas de saneamento são estruturas complexas e constituídas por um grande número de
órgãos. As características destas estruturas dependem de um variado conjunto de fatores tais como as
dimensões do aglomerado populacional, a sua localização e o tipo de água residual produzida, entre
outras.
1.2.1. O ciclo urbano da água
O ciclo urbano da água representa todos os processos pelos quais a água passa, num aglomerado
urbano, desde a sua captação até à sua devolução a um meio recetor.
Este ciclo pode ser visto na imagem seguinte.
Figura 2 – Ciclo Urbano da Água ( http://aguasdivertidas.ccems.pt/)
O ciclo urbano da água pode ser descrito muito sucintamente da seguinte forma:
1. A água bruta é recolhida de um meio hídrico (captação em rio, albufeira ou subterrânea, entre
outras) e encaminhada para a estação de tratamento de água.
2. Na estação de tratamento, esta vai passar por um conjunto de processos/operações que
visam atribuir-lhe a qualidade necessária para o consumo humano.
7
3. Após o tratamento esta entra na rede de distribuição, que a irá levar até aos consumidores
finais, ou seja, até às habitações, estabelecimentos comerciais, indústrias, agricultura onde
será aplicada em diferentes usos.
4. Desses usos resultam águas residuais que podem ser divididas em dois tipos: domésticas, que
resultam essencialmente das atividades humanas, ou industriais que resultam das atividades
de produção industrial e de alguns serviços.
5. Adicionalmente a estes dois tipos, têm-se também as águas pluviais que resultam da recolha
das águas da chuva e das escorrências das áreas impermeabilizadas dos aglomerados
populacionais.
6. Esses três tipos de água residual são então encaminhados para a rede de águas residuais, que
as vão transportar até às estações de tratamento de águas residuais, usualmente conhecidas
como ETAR.
7. Na ETAR procede-se o tratamento destas águas de forma a conferir-lhe uma qualidade mínima,
através de operações/processos de tratamento, para que não provoquem poluição.
8. Por fim são devolvidas a um meio recetor, que pode ser variado, entre eles: rios, albufeiras e
oceanos ou podem, ainda, ser utilizadas para regadio agrícola.
A presente dissertação vai-se restringir apenas à fase do saneamento, ou seja, desde o consumo (que
pode ser doméstico ou industrial) até à fase de devolução ao meio recetor.
1.2.2. Tipos de sistemas de saneamento
O sistema de saneamento de um aglomerado urbano pode ser de quatro tipos: unitário, separativo,
pseudo separativo ou misto. A definição do tipo do sistema depende do esquema de
condução/tratamento das águas residuais. Assim sendo, tem-se que:
Sistema unitário: sistema de drenagem em que as águas residuais domésticas e industriais e as águas
residuais pluviais são recolhidas e tartadas na mesma estrutura. É um sistema em desuso mas que
ainda se verifica nos aglomerados com sistemas mais antigos.
Sistema separativo: é um sistema em que a recolha e tratamento das águas residuais domésticas e
industriais é feita, como o próprio nome indica, separadamente das águas residuais pluviais. É o
sistema mais utilizado nos dias de hoje.
8
Pseudo separativo: é um sistema em que parte das águas pluviais são incorporadas no sistema de
águas domésticas.
Sistema misto: é a conjugação dos dois primeiros tipos, em que parte do sistema é separativo e outra
parte unitária.
1.2.3. Órgãos do sistema a estudar
Sendo o objetivo do trabalho em curso a elaboração de um Plano de segurança para saneamento,
todos os órgãos do sistema terão de ser objeto de estudo para a criação de uma base de dados de
possíveis problemas que possam ocorrer ao nível de cada um.
Para tal, é necessário identificar os órgãos que fazem parte dos sistemas de saneamento, que são
variados.
Figura 3 – Esquema simplificado de uma rede de saneamento (http://www.faroldanossaterra.net/)
Cada um destes órgãos têm, por sua vez um inúmero conjunto de fatores que poderão levar quer ao
seu mau funcionamento, quer ao mau funcionamento dos órgãos adjacentes. Na definição de um PSS
todos esses fatores/riscos têm de ser considerados aquando a análise do sistema e a criação da
matriz de riscos, pontos que serão definidos adiante.
1.2.4. Meios recetores
A primeira questão a referir quanto aos meios recetores é que após o tratamento da água residual, há
dois tipos de efluente a devolver ao meio ambiente: a água tratada e as lamas resultantes do
tratamento.
9
A água tratada, após passar por todos os processos de tratamento na ETAR será devolvida, geralmente
a um meio hídrico que pode ser um rio, uma albufeira, um estuário ou o oceano. Dependendo da
sensibilidade do meio recetor é que se estabelece o grau de tratamento a adotar para a água residual
que deve ser tanto mais completo, quanto mais sensível for o meio em que se efetuará a descarga,
sem nunca esquecer as normas que limitam os valores de poluentes desta.
Do tratamento da água residual, resultam as lamas, que por sua vez também são tratadas na ETAR e
que podem ter destinos variados, tais como a destruição por inceneração, a aplicação das mesmas na
execução de aterros e ainda a utilização como fertilizante para a agricultura.
Cada vez mais a reutilização de recursos está em discussão na sociedade levando a uma constante
política de mudança. O Saneamento é uma área que não foge à regra havendo um grande
investimento na melhoria e otimização dos processos de tratamento para que mais recursos, e, neste
caso, um bem tão essencial como é a água, sejam cada vez menos desperdiçados, aproveitando a
máxima de Lavoisier:
“Nada se perde, tudo se transforma.”
Com estas crescentes preocupações ambientais de reutilização de recursos é necessário que se
garantam as melhores condições de funcionamento e é exatamente aí que se verificará a utilidade de
um Plano de Segurança para Saneamento.
1.3. PLANO DE SEGURANÇA
1.3.1. O que é um plano de segurança
Um plano de segurança é um conjunto de medidas preventivas aplicado a um sistema, que visa a
rápida intervenção sobre o mesmo, aquando um acidente. Por outro lado é uma metodologia de
prevenção, aplicado a cada sistema e considerando as suas características específicas.
Especificamente, o Plano de Segurança para Saneamento é uma metodologia de ação sobre riscos e
prevenção dos mesmos, aplicado a um sistema de saneamento de um determinado aglomerado.
10
1.3.2. Objetivo de um Plano de Segurança para Saneamento
Em analogia com o Plano de Segurança da Água (PSA), o Plano de Segurança de Saneamento (PSS)
tem por objetivo a criação de uma metodologia de identificação, intervenção e correção de
riscos/problemas que podem ocorrer nos sistemas de saneamento.
“Assegurar sistematicamente a segurança e a aceitabilidade do abastecimento de água para consumo
humano”, (AdP – Manual do PSA)
Da mesma forma um PSS tem por objetivo principal a constante manutenção da segurança em
sistemas de saneamento.
1.3.3. Metodologia do Plano de Segurança de Saneamento
A metodologia de um PSA pode ser vista na figura 3 e está dividida em 11 módulos de aprendizagem,
como exemplificado na figura 4:
Figura 4 – Metodologia de um PSA (PSA, Vieira et al. 2005)
Por sua vez, um PSA está dividido em 5 fases distintas, das quais fazem parte cada um dos módulos:
Fase de preparação;
Fase de avaliação do sistema;
Fase de monitorização operacional;
Fase de gestão e comunicação;
11
Fase de revisão e melhoria.
A mesma metodologia será aplicada à criação do PSS tendo em conta as respetivas modificações a
efetuar. Para tal serão apresentados os pontos-chave a ter em conta no desenvolvimento de cada um
dos módulos.
MÓDULO 1 - Constituir a equipa do PSS:
O ponto fulcral deste módulo é a seleção de profissionais que detenham quer as qualificações, quer a
dedicação necessária para a elaboração e aplicação e manutenção do plano.
“A constituição de uma equipa qualificada e dedicada é um pré-requisito para assegurar a
especialização técnica necessária para desenvolver um Plano de Segurança da Água (PSA)” – (AdP –
Manual do PSA)
Esta equipa deve ser constituída por elementos da entidade gestora do sistema de saneamento bem
como por elementos fora desta, mas que sejam considerados parte interessada.
Este módulo, por si só constitui a fase de preparação de um PSS.
MÓDULO 2 – Descrever o sistema de saneamento:
Como referido anteriormente os sistemas de saneamento são sistemas muito complexos. Embora
todos tenham pontos em comum, cada um deles (cada sistema independente) tem particularidades
especiais, devendo ser analisados com cuidado devido a este facto.
Assim, antes de se iniciar a criação do Plano de segurança é necessário fazer um estudo cuidado de
cada sistema para que nada passe despercebido.
“A primeira tarefa da equipa do PSA é descrever todo o sistema de abastecimento de água.” – (AdP –
Manual do PSA)
Para tal é necessário estudar todos os pontos-chave do sistema, tais como:
A composição e a origem da água residual a tratar;
O traçado e especificidades da rede de drenagem e os materiais que a constituem;
O esquema de tratamento na ETAR, incluindo os processos de tratamento e os reagentes a
utilizar;
As características do meio recetor.
12
Só com uma cuidada análise destes fatores se poderá implementar um PSS fidedigno.
MÓDULO 3 – Identificar os perigos e eventos perigosos e avaliar os riscos.
Este módulo tem dois pontos distintos que devem ser desenvolvidos em simultâneo: a identificação dos
perigos/eventos perigosos e a avaliação dos seus riscos.
No primeiro ponto é necessário criar uma base de dados de todas as possíveis ocorrências no sistema,
as suas características e estabelecer uma correlação com outros possíveis riscos a ocorrer,
nomeadamente implicações que estes possam ter a jusante no sistema, ou se pode ser um problema
causado por efeitos a montante.
Para tal pode-se aplicar o mesmo sistema utilizado no PSA:
Figura 5 – Base de dados de risco (PSA, Vieira et al. 2005)
No segundo ponto, deve-se iniciar pela criação de uma matriz de classificação de riscos como a
utilizada no PSA, para tal considera-se um peso crescente para cada risco ou ocorrência conforme a
probabilidade de isso acontecer ao longo de um dia.
Figura 6 – Exemplo de escala de probabilidade de ocorrência (PSA, Vieira et al. 2005)
De seguida cruzam-se estes dados com uma escala de severidade das consequências provocadas por
um acidente no sistema, o qual terá um peso crescente conforme a gravidade das consequências para
o próprio sistema e o meio envolvente.
13
Figura 7 – Exemplo de escala de severidade das consequências (PSA, Vieira et al. 2005)
Resultando assim, pelo cruzamento destas duas escalas, a matriz de Classificação de riscos.
Figura 8 – Matriz de classificação de riscos (PSA, Vieira et al. 2005)
Que será aplicada a cada um dos riscos identificados na primeira fase, concluindo-se assim este
módulo.
MÓDULO 4 – Determinar e validar as medidas de controlo, reavaliar e priorizar os riscos.
Para validar a aplicação do PSS é necessário que os métodos de controlo sejam apertados e
fidedignos.
“As medidas de controlo (também referidas como "barreiras" ou "medidas de mitigação de riscos")
são etapas no sistema de abastecimento de água para consumo humano que afetam diretamente a
sua qualidade e garantem que a água cumpre permanentemente as metas de qualidade estabelecidas.
São atividades e processos aplicados para reduzir ou diminuir os riscos.” – (AdP – Manual do PSA)
Se houver falhas na monitorização do sistema é impossível determinar se o plano está a ser aplicado
de forma eficaz. Logo um dos primeiros pontos deste módulo é garantir uma correta monitorização do
sistema.
14
A outra questão a ter em conta nesta fase é a reavaliação dos riscos, bem como a criação de uma
matriz de priorização qualitativa dos riscos que será obtida a partir da matriz de Classificação de riscos.
Figura 9 – Matriz de priorização qualitativa de riscos (PSA, Vieira et al. 2005)
Estes dois módulos deverão ser efetuados conjuntamente devido à sua interdependência.
MÓDULO 5 – Desenvolver, implementar e manter um plano de melhoria.
É importante que o PSS esteja em constante atualização e melhoria. Assim é necessário manter um
constante desenvolvimento do mesmo, mantendo-o o mais adequado possível a novos problemas a
ocorrer no sistema.
“Identificar no plano de melhoria a curto, médio e longo prazo as medidas de mitigação ou controlo
para cada risco significativo, reconhecendo que essas medidas podem controlar também outros riscos
menos significativos.” – (AdP – Manual do PSA)
Os módulos 2 a 5 constituem a fase de avaliação do sistema.
MÓDULO 6 – Definir a monitorização das medidas de controlo
“A monitorização operacional inclui a definição e validação da monitorização das medidas de controlo e
o estabelecimento de procedimentos para demonstrar que os controlos continuam a funcionar. Estas
ações devem ser documentadas nos procedimentos de gestão.
A definição da monitorização das medidas de controlo requer também a inclusão de ações corretivas
necessárias quando as metas operacionais não estão a ser alcançadas” – (AdP – Manual do PSA)
Neste módulo define-se e documentam-se quais as medidas de monitorização a adotar para que os
requisitos exigidos nos módulos anteriores sejam sempre cumpridos.
MÓDULO 7 - Verificar a eficácia do PSS
15
“A verificação deve demonstrar que a conceção global e a operação do sistema são capazes de
fornecer sistematicamente água de qualidade especificada para cumprir as metas de proteção da
saúde. Caso não cumpra essas metas, o plano de melhoria deve ser revisto e implementado.” – (AdP –
Manual do PSA)
No módulo 7 deve ser verificada a eficácia das medidas adotadas no PSS e se estas estão a ter os
resultados esperados na gestão de riscos para o sistema de saneamento.
Ao contrário do PSA em que este pode ser feito consultando os consumidores de água, no PSS é
necessário que haja um controlo apertado dos meios recetores das águas residuais tratadas e do meio
ambiente em que se inserem as condutas de drenagem de águas residuais, recorrendo a etapas de
monitorização periódicas previamente definidas.
Aquando a deteção de uma anomalia não considerada no plano de segurança deve-se proceder à
atualização do mesmo.
Com os módulos 6 e 7 conclui-se a fase de monitorização operacional do PSS.
MÓDULO 8 - Preparar os procedimentos de gestão
Todas as ações do PSS devem estar devidamente documentadas, quer para quando o sistema está a
funcionar na normalidade, quer para uma situação de acidente. Essas ações devem ainda ter em conta
diferentes medidas a adotar consoante a severidade e o tipo de acidente em causa.
Assim sendo, apenas com uma correta definição de medidas de ação, devidamente documentadas e
conhecidas por toda a equipa interveniente no PSS se poderá alcançar um eficaz Plano de Segurança
para Saneamento.
“A documentação de todos os aspetos do PSA é essencial. (…) Se a monitorização detetar que um
processo está a funcionar fora dos limites críticos ou operacionais especificados, é necessário agir para
restabelecer o funcionamento, corrigindo o desvio.” – (AdP – Manual do PSA)
MÓDULO 9 - Desenvolver programas de suporte
“Programas de suporte são atividades que suportam o desenvolvimento de competências e
conhecimentos dos colaboradores, o seu compromisso com a metodologia de PSA e a sua capacidade
para gerir sistemas de abastecimento para o fornecimento de água potável.” – (AdP – Manual do PSA)
16
Em analogia o mesmo ocorre para sistemas de saneamento. É necessário criar metodologias de
suporte à implementação do PSS, de forma direta ou indireta, entre as quais se verificam medidas que
possam colmatar a falta de conhecimentos em determinadas áreas, nomeadamente qual será a
resposta do meio ambiente a um acidente deste tipo.
Os módulos 8 e 9 compõem a fase de gestão e comunicação do Plano de Segurança de Saneamento.
Os dois últimos módulos constituem a fase de revisão e melhoria do mesmo.
MÓDULO 10 - Planear e executar a revisão periódica do PSS
Com já foi referido, o PSS necessita de estar em constante atualização para que seja possível combater
todos os possíveis riscos/problemas que podem ocorrer, quer na atualidade, quer no futuro.
Assim é de extrema importância que este acompanhe os desenvolvimentos científicos e tecnológicos
na área do saneamento, bem como a constante atualização das normas que regem estes sistemas.
Estas revisões devem ser executadas pela equipa responsável pelo PSS e efetuadas periodicamente ou
sempre que haja alterações ou avanços importantes para o mesmo. A periocidade das revisões deve
ser estabelecida por esta mesma equipa.
“A Equipa do PSA deverá reunir-se periodicamente para a revisão do plano como um todo e aprender
com as novas experiências e novos procedimentos (para além das revisões regulares do PSA através
da análise dos dados obtidos na monitorização).” – (AdP – Manual do PSA)
Este processo é fundamental para a correta aplicação do PSS.
MÓDULO 11 - Rever o PSS na sequência de um incidente
Da mesma forma que é necessário rever o PSS periodicamente, isto também deve ser feito na
sequência de um acidente/incidente no sistema, ou seja após a sua aplicação que resultou de uma
ocorrência deste tipo. Essa ocorrência introduzirá alterações no sistema, sendo, muitas vezes
necessária a sua remodelação e consequente atualização do PSS.
Por outro lado é importante que se faça uma análise cuidada da resposta do plano ao acidente, com
vista a melhorá-lo no futuro, de forma a que se evitem novos acidentes do género, ou ainda a deteção
de novos problemas, que só foi possível na sequência do ocorrido.
17
“Para além da revisão periódica acima mencionada, é também importante efetuar uma revisão do PSA
sempre que ocorram situações de emergência, incidentes ou eventos inesperados, independentemente
de serem identificados novos perigos, de maneira a assegurar que a situação não ocorra novamente e
verificar se a resposta foi suficiente ou se poderia ter havido uma resposta melhor.” – (AdP – Manual
do PSA)
A utilização desta metodologia visa a construção de um Plano de Segurança de Saneamento fidedigno,
cuja aplicação seja fácil e que contemple uma vasta gama de respostas a todas as possíveis
ocorrências num sistema de saneamento.
1.4. IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO DE UM PLANO DE SEGURANÇA PARA
SANEAMENTO
O saneamento tem implicações a nível de duas grandes áreas, a problemática ambiental e a
problemática da saúde pública, que estão, de certa forma interligadas.
Problemática: ambiental
As questões ambientais são as primeiras que ocorrem quando se fala em acidentes em sistemas de
saneamento. As mais frequentes são a poluição imediata causada no meio recetor aquando uma
descarga poluente num meio aquático, quer seja deliberada ou não (acidental). As primeiras estão
devidamente regulamentadas por Lei. É nas segundas que se pretende que o PSS tenha ação,
menorizando os seus efeitos, diminuindo a frequência com que ocorrem e gerindo as consequências
quando não é possível evitá-las.
Essas alterações no meio recetor, traduzem-se geralmente em problemas na fauna e na flora desse
meio, tais como a morte de peixes ou de vegetação subaquática, problemas de eutrofização, alteração
da composição da água, aumentando os níveis de toxicidade da mesma e o seu aspeto.
Mas existe todo um conjunto de problemas ambientais que podem resultar de acidentes nos sistemas
de saneamento fora deste âmbito, que se prendem com acidentes que podem ocorrer a nível da rede
de drenagem de águas residuais como por exemplo a contaminação do solo aquando o rompimento de
uma conduta ou dos aquíferos subterrâneos da zona.
18
Outra questão a ter em conta é a possibilidade de acidentes numa dada secção do sistema, poder
causar uma deficiente resposta a jusante desta, afetando da mesma forma, o meio recetor.
Por fim, com a crescente valorização dos resíduos e a sua possível utilização como fertilizantes e para
irrigação na agricultura as abordagens preventivas têm uma crescente importância para a proteção
destes meios.
Problemática: saúde pública
Indiretamente um acidente nos sistemas de saneamento pode constituir um problema de saúde
pública, essencialmente devido à interligação que existe entre os pontos de rejeição de águas residuais
tratadas e pontos de captação de água para consumo humano a jusante desta, no mesmo curso de
água. Alterações na toxicidade do meio podem tornar o tratamento da água para consumo insuficiente,
dado que este é projetado para as ‘características normais’ dessa mesma água.
Outras questões resultantes de acidentes em sistemas de saneamento, que podem ter o mesmo efeito,
são descargas poluentes perto de zonas balneares, descargas poluentes que possam contaminar áreas
destinadas a pesca, que, posteriormente possam causar danos aos seres humanos que os consumam
ou ainda a poluição de aquíferos subterrâneos que possam ser utilizados como fonte de água para
consumo humano.
A criação de um PSS serve exatamente para a definição de medidas preventivas que possam evitar a
ocorrência destes acidentes, ou, em último recurso, o estabelecimento de um plano de ação que possa
minorar as consequências dos mesmos.
Segundo Maria Neira, diretora da OMS para Saúde Pública e Meio Ambiente:
“Os países têm a oportunidade de fazer progressos substanciais para a saúde pública através da
definição e aplicação de normas eficazes e adequadas para assegurar água potável”
Estas palavras foram proferidas no âmbito da criação do Plano de Segurança da Água, mas o mesmo
se pode aplicar ao PSS, que para além de assegurar melhores condições para obtenção de água
potável visa a proteção do meio ambiente. Adicionalmente, e, devido à interdependência entre a água
expelida nos meios hídricos e a captada para consumo, quanto melhor e mais eficaz for o tratamento
de AR, maior será a segurança da água pois a sua qualidade na fonte será superior.
19
A aplicação de medidas preventivas revela-se mais eficaz e económico em relação a medidas
corretivas, justificando-se assim a criação do PSS como ferramenta preventiva para os sistemas de
saneamento em particular e do meio ambiente e ser humano numa perspetiva mais geral.
21
CAPÍTULO 2 - OS SISTEMAS DE SANEAMENTO
2.1. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO
Os sistemas de saneamento são sistemas extremamente complexos responsáveis pela coleta,
transporte, tratamento e devolução ao meio ambiente de águas residuais provenientes de toda a ação
humana.
Água residual (AR) pode ser definida como uma água cujas características foram alteradas devido ao
seu uso em variadas atividades, ou seja, é uma água poluída por agentes físicos, químicos e biológicos.
Consequentemente foi necessário caracterizar cada uma das águas residuais de acordo com a sua
proveniência, atendendo ao facto que diferentes utilizações provocam tipos e níveis de poluição
diferentes. Assim chegou-se aos seguintes tipos de águas residuais:
Águas residuais domésticas – são águas provenientes de toda a atividade doméstica habitual,
tais como, águas provenientes de banhos, cozinhas e máquinas de lavar nas residências,
estabelecimentos comerciais e serviços;
Águas residuais pluviais – são águas provenientes das chuvas e/ou lavagem de pavimentos
impermeabilizados;
Águas residuais industriais – são águas provenientes de toda a atividade industrial e de
transformação de produtos ou matérias-primas que suportam toda a atividade humana.
Os sistemas de saneamento estão intrinsecamente ligados com o ciclo urbano da água que é todo o
percurso que a água faz, desde que é captada no meio hídrico, até ser devolvida ao meio ambiente,
como representado na figura 2, no capítulo anterior.
Seguidamente vai-se estudar todos os tipos de sistemas de saneamento e as suas características
principais.
22
2.1.1. Tipos de sistemas de saneamento
Os sistemas de saneamento estão divididos em quatro tipos diferentes: Sistemas de saneamento
unitários, separativos, mistos e pseudo separativos.
Os SS unitários recolhem todos os tipos de águas residuais acima apresentados num único sistema,
em que estas são misturadas nas condutas, encaminhadas para as estações de tratamento e tratadas
como um todo, antes de ser devolvida ao meio ambiente.
Já os SS separativos são constituídos por duas redes independentes, tal como o próprio nome indica.
Assim obtém-se uma rede de águas residuais pluviais destinada a recolher as águas provenientes da
precipitação (vulgarmente denominadas apenas como rede de águas pluviais) e uma segunda rede de
águas residuais domésticas (simplesmente conhecidas por rede de águas residuais), que englobam o
transporte e tratamento das águas residuais domésticas e industriais.
Os SS mistos são uma conjugação dos dois anteriores que pressupõem que parte da rede funciona
como um SS unitário e a restante como separativo. É uma situação muito comum em aglomerados
urbanos onde previamente existia uma rede de saneamento unitária, que foi alargada. A parte nova do
sistema é construída como separativa.
Por fim os sistemas pseudo separativos funcionam como sistemas separativos no geral, mas em
condições especiais, permite-se que partes do sistema que deveriam estar ligados à rede de águas
pluviais (como águas recolhidas em pátios interiores) estejam ligados à rede de AR domésticas.
Atualmente os sistemas unitários não se utilizam, optando-se por sistemas separativos pois estes
revelaram-se muito mais eficazes no correto tratamento das AR já que separam desde o início águas de
características muito diferentes, que necessitam, consequentemente, de tratamentos distintos. No
entanto, o estudo destes sistemas é necessário no âmbito desta dissertação pois está presente nas
cidades que possuem SS mais antigos.
Nos SS separativos há uma questão a salientar, estes misturam águas residuais domésticas com
industriais que apesar de muito distintas podem ser misturadas desde que asseguradas determinadas
condições. Habitualmente as AR industriais sofrem um pré-tratamento à saída das indústrias antes de
serem injetadas na rede pública. Esse pré-tratamento será objeto de estudo mais pormenorizado no
subcapítulo seguinte.
23
Quanto aos sistemas mistos, para o seu estudo, é necessário analisar cada uma das partes em
separado e os pseudo separativos, podem, por simplificação, ser encarados como um sistema
totalmente separativo, embora originem caudais superiores.
A figura 10 esquematiza os dois primeiros SS aqui referidos, na qual o primeiro esquema se refere a
um sistema unitário e a segunda a um sistema separativo.
Figura 10 – Esquema de um SS unitário vs SS separativo
2.1.2. Componentes dos sistemas de saneamento
Como já referido, os sistemas de saneamento são extremamente complexos e possuem um grande
número de órgãos na sua constituição. Para uma melhor compreensão dos SS deve-se dividi-los em
três componentes distintas:
Coleta e Transporte: esta fase inicia-se no coletor da rede pública onde a AR dá entrada no
sistema de saneamento até à entrega da mesma no primeiro órgão da fase seguinte. É a fase
AR pluviais
AR domésticas
Tratamento
(ETAR)
Transporte
AR pluviais
AR domésticas
Tratamento
(ETAR)
Transporte
Meio recetor
24
FONTE
ETAR (tratamento)
TRANSPORTE
MEIO RECETOR
mais crítica do sistema devido à dificuldade de identificação de problemas na mesma.
Normalmente só são identificados quando as suas consequências se manifestam.
Tratamento: esta é a fase de todo o sistema onde podem ocorrer um grande número de
problemas, no entanto também as suas consequências não são, por norma, muito graves
devido à permanente monitorização da mesma. Aqui a AR é submetida a um conjunto de
operações e processos que visam a remoção da grande maioria dos agentes poluentes da
água, para que esta atinja um mínimo de qualidade para ser devolvida ao meio ambiente. Esta
fase é toda concebida numa estação de tratamento de águas residuais (ETAR) e termina com a
devolução num meio recetor.
Meio recetor: é o meio que irá receber a água tratada, normalmente um meio hídrico
A figura 11 ilustra as três fases distintas que podemos verificar num sistema de saneamento.
Figura 11 – Componentes do sistema de saneamento
Vai-se agora proceder à descrição de todos os órgãos que compõem cada uma das fases dos SS para
que posteriormente se possam identificar os possíveis problemas a ocorrer em cada um deles. Visto
que os órgãos presentes nos sistemas unitários e separativos são os mesmos sendo a grande diferença
a constituição da AR o estudo de ambos os sistemas não será diferenciado de momento, exceto na
componente da distribuição ou transporte.
25
2.2. ÓRGÃOS DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO
Para cada componente vai-se agora proceder à identificação dos órgãos do sistema incluindo uma
pequena descrição dos mesmos e dos processos e operações que neles ocorrem.
2.2.1. Componente: coleta ou transporte.
Como referido anteriormente, apenas neste ponto se irá fazer a distinção dos órgãos que compõem os
sistemas de saneamento unitários e separativos. Para tal serão analisados os componentes da rede de
saneamento de águas residuais domésticas e de águas residuais pluviais em separado, as quais
compõem os SS separativos.
O quadro seguinte resume os órgãos da rede de saneamento de águas residuais domésticas. Esta
análise será feita de montante do sistema para jusante, ou seja desde o ponto em que a AR é
descarregada no sistema, à saída do edifício particular, até ao ponto de entrega na estação de
tratamento.
Quadro1 – Componentes da rede de saneamento de AR domésticas
Órgão Função
Água residual Identificar a fonte da água residual em causa (doméstica ou
industrial).
Ramal de ligação Proceder à descarga da AR na rede de drenagem.
Coletores ou rede de
drenagem
Rede de tubagens que procede ao transporte das águas residuais
desde o ramal de ligação ao emissário na ETAR.
Câmara ou caixa de visita
ou queda
Inspeção e manutenção da rede de coletores. Promover ‘quedas’ de
AR em situações de desnível do terreno que não podem ser
asseguradas pela inclinação do coletor.
Dispositivos de lavagem Promover a limpeza dos coletores quando não podem ser
garantidas as condições de auto limpeza.
Sistemas elevatórios Dispositivo de auxílio à drenagem utilizado em situações em que a
drenagem gravítica, por si só, não pode ser assegurada.
26
Órgão Função
Descarregadores
Dispositivos de emergência destinados a ser utilizados para
encaminhar as AR quando existe uma avaria na rede principal ou
em situações de afluência excessiva de AR.
Emissários Dispositivo que entrega a AR à ETAR no final da rede de transporte.
O quadro 2 apresenta os órgãos que constituem as redes de AR pluviais. A constituição desta rede é
muito semelhante à anterior, contendo, no entanto, órgãos acessórios responsáveis por recolher as
águas pluviais e dar uma resposta às maiores variações de caudais.
Quadro 2 – Componentes da rede de saneamento de AR pluviais
Órgão Função
Sarjetas ou sumidouros Órgãos que permitem o acesso das águas pluviais à rede de
drenagem.
Coletores ou rede de
drenagem
Rede de tubagens que procede ao transporte das águas residuais
desde o ramal de ligação ao emissário na ETAR.
Câmara ou caixa de visita
ou queda
Inspeção e manutenção da rede de coletores. Promover ‘quedas’ de
AR em situações de desnível do terreno que não podem ser
asseguradas pela inclinação do coletor.
Sistemas elevatórios Dispositivo de auxílio à drenagem utilizado em situações em que a
drenagem gravítica, por si só, não pode ser assegurada.
Descarregadores de
tempestade
Dispositivos de emergência destinados a ser utilizados para
encaminhar as AR em situações de afluência excessiva de AR.
Bacias de retenção Dispositivos destinados a armazenar temporariamente um volume
de AR em situações de cheia, para regularização de caudais.
Emissários Dispositivo que entrega a AR à ETAR no final da rede de transporte.
Nos SS unitários, pode-se, por simplificação, assumir que a rede de transporte de AR contém todos
estes órgãos na mesma rede. Assim a lista de órgãos de um SS seria a apresentada no quadro 3.
27
Quadro 3 – Componentes da rede de saneamento de um SS unitário
Órgão Função
Água residual Identificar a fonte da água residual em causa (doméstica, industrial
ou pluvial).
Ramal de ligação Proceder à descarga da AR na rede de drenagem.
Sarjetas ou sumidouros Órgãos que permitem o acesso das águas pluviais à rede de
drenagem.
Coletores ou rede de
drenagem
Rede de tubagens que procede ao transporte das águas residuais
desde o ramal de ligação ao emissário na ETAR.
Câmara ou caixa de visita
ou queda
Inspeção e manutenção da rede de coletores. Promover ‘quedas’ de
AR em situações de desnível do terreno que não podem ser
asseguradas pela inclinação do coletor.
Dispositivos de lavagem Promover a limpeza dos coletores quando não podem ser
garantidas as condições de auto limpeza.
Sistemas elevatórios Dispositivo de auxílio à drenagem utilizado em situações em que a
drenagem gravítica, por si só, não pode ser assegurada.
Descarregadores
Dispositivos de emergência destinados a ser utilizados para
encaminhar as AR quando existe uma avaria na rede principal ou
em situações de afluência excessiva de AR.
Bacias de retenção Dispositivos destinados a armazenar temporariamente um volume
de AR em situações de cheia, para regularização de caudais.
Emissários Dispositivo que entrega a AR à ETAR no final da rede de transporte.
Pode-se assim constatar que a constituição da rede dos sistemas unitários e separativos são muito
semelhantes. No entanto deve-se fazer um estudo em separado nesta primeira fase, pois as
consequências e problemas resultantes de acidentes na rede, que serão estudados posteriormente,
terão efeitos muito distintos e agravados no caso dos sistemas unitários em relação aos sistemas
separativos.
28
2.2.2. Componente: tratamento
Esta é a componente mais extensa e crítica de todo o sistema de saneamento. É nesta fase, que em
local próprio, ou seja, na ETAR, se vai proceder a um conjunto de tratamentos da água residual de
modo a dotá-la de características menos poluentes para que possa ser devolvida ao meio ambiente,
sem que possa causar um desastre ambiental.
Através de um conjunto de processos e operações a água residual irá percorrer um circuito interno por
um número variável de dispositivos em cada ETAR, cada um deles, responsável pela remoção de vários
poluentes específicos e perigosos. No final deste circuito, a AR deve possuir as características descritas
no Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto que regula os critérios e objetivos da qualidade das
descargas para proteção dos meios aquáticos. Neste documento são enumerados os valores limite de
emissão (VLE) de vários elementos, compostos orgânicos ou micro-organismos que uma água residual
pode possuir quando descarregada num meio aquático. A figura 12 mostra um extrato do quadro de
VLE em descargas em meio hídrico, presente no Decreto-Lei acima referido.
Figura 12 – Extrato do no Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto
29
Há duas principais razões pelas quais esta fase se torna a mais crítica e extensa de todo o SS: existe
um grande número de dispositivos diferentes para o tratamento de AR em ETAR, cada um deles
podendo, por sua vez tratar mais do que um problema e há uma grande interdependência entre os
mesmos, isto é, por norma, um problema num órgão de tratamento terá consequências diretas nos
seguintes. Isto torna o tratamento cada vez menos eficaz à medida que se vão acumulando erros, que
terão repercussões no resultado final.
Dentro da fase de tratamento pode-se ainda subdividir esta em cinco fases distintas:
Pré-tratamento: (no caso de AR provenientes de atividade industrial) é realizado antes da
descarga da AR na rede pública e pretende a remoção de matéria orgânica, sólidos
suspensos, cor, dureza e metais;
Tratamento preliminar: no qual se vai proceder à remoção de substâncias grosseiras,
sólidos sedimentáveis e gorduras através de meios mecânicos;
Tratamento primário: remoção parcial de sólios suspensos, CBO e correção de pH;
Tratamento secundário: redução da matéria orgânica em solução ou suspensão, sólidos
suspensos e nutrientes utilizando processos biológicos e desinfeção;
Tratamento terciário: afinação do efluente tratado através da remoção de poluentes
remanescentes.
De seguida será apresentada um quadro resumo com os órgãos de tratamento para cada fase, com
indicação da sua função e das operações e/ou processos que nelas ocorrem.
Devido ao pré-tratamento (já referido no subcapítulo anterior) ser executado apenas para AR industriais,
e antes de estas serem introduzidas na rede de saneamento, será este o primeiro ponto objeto de
estudo.
O quadro 4 resume os órgãos que constituem esta fase do processo de tratamento, a sua função e as
operações e processos que neles ocorrem.
30
Quadro 4 – Órgãos do pré-tratamento.
Órgão Função Operações e processos
Sedimentador gravítico
Sedimentação de sólidos
suspensos de densidade
superior à da água e adição
de um floculante para
promover a floculação de
sólidos mais pequenos para
que estes sedimentem.
Adição de cal para correção
do pH.
Sedimentação por gravidade
com floculação;
Tanque de filtração Remoção de partículas em
suspensão fina e coloidais.
Filtração convencional
(passagem da AR por um
meio poroso)
Tanque de cloração e
adsorção
Eliminar agentes patogénicos.
Desinfeção química.
Eliminação de odores.
Cloração.
Adsorção
No quadro seguinte serão descritos os órgãos de tratamento preliminar, que consistem essencialmente
num conjunto de operações físicas para a remoção dos poluentes de maiores dimensões.
Quadro 5 – Órgãos do tratamento preliminar.
Órgão Função Operações e processos
Gradagem
Remoção de sólidos
grosseiros e corpos
flutuantes.
Gradagem
Trituradores Redução das dimensões dos
materiais sólidos. Trituração
Desintegradores
Redução de odores e insetos.
Evitar visualização do material
depositado na câmara de
grades.
Desintegração de matéria
sólida.
31
Órgão Função Operações e processos
Desarenadores Retenção de areias e outros
materiais inertes. _
Tanque de equalização ou
homogeneização
Reduzir a variação diária do
caudal para que seja possível
obter um caudal constante a
entrar na ETAR.
Reduzir a variação da
concentração de poluentes no
caudal afluente.
Equalização e
homogeneização.
O tratamento preliminar, também conhecido como obras de entrada, pretende não só remover as
partículas acima referidas, mas também criar uma barreira protetora para todos os órgãos que virão a
seguir. Ao retirar essas partículas está-se a aumentar a durabilidade dos materiais que as compõem,
que estão menos sujeitos a abrasão e a permitir uma maior eficiência do tratamento.
Consequentemente diminuem os problemas de manutenção e operação.
O tratamento primário baseia-se essencialmente no tanque de sedimentação primária ao qual podem
ser adicionados mecanismos e processos químicos que aumentem a eficácia do seu desempenho. O
quadro 6 resume os órgãos deste tratamento.
Quadro 6 – Órgãos do tratamento primário.
Órgão Função Operações e processos
Sedimentador primário
Remoção de matéria
suspensa e coloidal através
de separação gravítica.
Produção de um efluente
líquido para otimização do
restante tratamento.
Sedimentação
32
Órgão Função Operações e processos
Sedimentador primário +
flutuador
Mesma função do
sedimentador primário com
introdução de um mecanismo
de recolha de sobrenadantes
(partículas menos densas que
a água)
Sedimentação
+
Flutuação
Tanque de mistura
Utilizados antes do tanque de
sedimentação para melhorar
a sua eficiência. Servem para
a introdução de químicos que
promovam a floculação e/ou
coagulação de partículas mais
finas.
Coagulação
Floculação
Tamisadores
Dispositivos alternativos ao
sedimentador mas com um
menor grau de eficácia.
_
O tratamento secundário introduz o início dos tratamentos biológicos. Aqui pretende-se a remoção de
CBO (solúvel e coloidal) e nutrientes através da ação de agentes biológicos (bactérias) e para tal, é
necessário dividir os vários processos de tratamento biológico em dois grandes grupos: em suspensão
e crescimento em suporte físico.
Nos processos de tratamento biológico em suspensão tem-se dois tipos: Lamas ativadas e lagoas de
estabilização. O processo de tratamento biológico em suspensão por lamas ativadas tem dois grandes
órgãos distintos: o tanque de arejamento e o sedimentador ou decantador secundário e ainda um
sistema auxiliar de recirculação de lamas, como se pode ver na figura 13.
Figura 13 – Esquema de tratamento secundário (Aula teórica 8 CEET)
33
No entanto a constituição das lamas ativadas (mistura de micro organismos responsáveis pela digestão
da matéria poluente) é diferente em cada ETAR, dependendo das características da AR a tratar. As
funções de cada órgão serão resumidas no quadro 7.
Quadro 7 – Órgãos do tratamento secundário: lamas ativadas
Órgão Função Operações e processos
Tanque de arejamento ou
reator
Misturar as lamas ativadas
com a água residual. Adição
de ar para permitir a
sobrevivência e proliferação
das bactérias (no caso das
aeróbias) e manter os flocos
formados em suspensão.
Arejamento
Nitrificação
Digestão aeróbia
Sedimentador secundário Separar as lamas ativadas do
efluente tratado. Sedimentação
Sistema de recirculação
Recirculação de parte das
lamas ativadas de forma a
manter a cultura de micro
organismos viva e promover a
sua multiplicação.
_
Os processos de tratamento biológico em lagoas de estabilização por outro lado, são caracterizados
pela utilização de processos inteiramente naturais, em lagoas pouco profundas e sem recurso (ou
muito pequeno) a mecanismos auxiliares de índole mecânica. Estas lagoas são geralmente
classificadas em função da atividade biológica como: aeróbias, anaeróbias e facultativas. Podem ainda
existir lagoas de sedimentação para complementar o processo de tratamento. O quadro 8 apresenta as
principais características de cada tipo de lagoa.
Quadro 8 – Órgãos do tratamento secundário: lagoas de estabilização
Órgão Função Operações e processos
Lagoas anaeróbias ou de pré-
tratamento
Remoção de matéria orgânica
por digestão anaeróbia nas
lamas sedimentadas
Digestão anaeróbia
Sedimentação
34
Órgão Função Operações e processos
Lagoas facultativas (mistas
formadas por 3 camadas
distintas)
Na camada superior formam-
se algas que em conjunto
com bactérias aeróbias vão
digerindo a matéria orgânica.
Na camada intermédia a
digestão é assegurada por
bactérias facultativas
(aeróbias ou anaeróbias).
Camada inferior (anóxica)
onde se dá a digestão feita
por bactérias anaeróbias.
Digestão aeróbia
Digestão anaeróbia
Sedimentação
Flutuação
Lagoas aeróbias ou de
maturação
Afinação do tratamento após
os dois tipos de lagoas
anteriores. Remoção de micro
organismos patogénicos,
CBO, sólidos suspensos e
amónia.
Digestão aeróbia
Sedimentação
Lagoas de sedimentação
Elemento facultativo para
promover a sedimentação de
matéria de forma a otimizar
os outros processos.
Sedimentação
Os processos de tratamento biológico de crescimento em suporte físico podem-se também dividir em
dois tipos: leitos percoladores (filtros biológicos) ou discos biológicos (biodiscos). Este tipo de
tratamento pressupõe que a biomassa (conjunto de organismos que vai tratar o afluente) está “colada”
a um suporte físico que depende do sistema utilizado.
Nos leitos percoladores o afluente a tratar será despejado gradualmente sobre um meio poroso
constituído por brita ou grelhas plásticas que funciona como um filtro. O biofilme presente no meio
poroso vai aprisionando os poluentes tornando-se cada vez mais espesso até que se desprende e é
encaminhada para o sedimentador secundário. O esquema de tratamento é semelhante ao de lamas
35
ativadas, não havendo neste caso necessidade de recirculação de lamas. No entanto faz-se uma
recirculação do efluente saído do leito percolador para garantir uma maior eficácia do processo.
Quadro 9 – Órgãos do tratamento secundário: leitos percoladores
Órgão Função Operações e processos
Leito percolador Filtrar o afluente através do
filtro biológico.
Floculação
Filtração
Digestão aeróbia
Sedimentador secundário
Sedimentação dos flocos
resultantes do processo
anterior.
Sedimentação
Sistema de recirculação (do
efluente)
Recirculação para maior
eficácia do tratamento através
do aumento do tempo de
contato.
_
No processo de tratamento com biodiscos, a lógica de tratamento é semelhante à dos leitos
percoladores, só que aqui o biofilme é suportado por discos plásticos rotativos, de grande diâmetro,
colocados em tanques e parcialmente submersos. À medida que estes discos vão rodando dá-se,
sequencialmente, o contacto com a AR a tratar (parte submersa) e com ar (parte emersa que permite a
entrada de oxigénio necessário para a atividade bacteriológica).
Figura 14 – Esquema de tratamento com discos biológicos; (Chambel, 2011)
36
Quadro 10 – Órgãos do tratamento secundário: discos biológicos
Órgão Função Operações e processos
Discos biológicos
Suporte do biofilme de micro
organismos responsável pelo
tratamento da AR.
Floculação
Digestão aeróbia
Sedimentador secundário Sedimentação dos flocos
resultantes. Sedimentação
O tratamento terciário, como referido anteriormente, serve para a afinação do efluente tratado através
da remoção de poluentes remanescentes coloidais, em suspensão ou dissolvidos. Este tratamento
divide-se em 2 fases: tratamento avançado e a desinfeção.
A desinfeção pretende tratar o afluente, antes de o devolver ao meio ambiente, dotando-o de
características que respeitem os VLE definidos no Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto. Mas
para desinfeção ser mais eficaz pode ser necessário a utilização de alguns processos e operações
complementares, que podem ser introduzidos ao longo do restante tratamento (ao que se chama
tratamento avançado). O quadro seguinte apresenta os poluentes remanescentes da AR a e os
processos utilizados no seu tratamento, terciário e avançado.
Quadro 11 – Processos de tratamento terciário e avançado (fase líquida)
Poluentes removidos Processos
Remoção de partículas orgânicas e
inorgânicas coloidais e em suspensão Filtração
Remoção de constituintes orgânicos
dissolvidos
Adsorção
Osmose inversa
Precipitação química
Oxidação química (normal ou avançada)
Eletrodiálise
Destilação
Remoção de nutrientes: Fósforo
Precipitação química
Adição de cal + coagulação + filtração
Remoção biológica em reator anaeróbio
antes do tratamento secundário (figura 14)
37
Poluentes removidos Processos
Remoção de nutrientes: Azoto
Arejamento
Oxidação com compostos de cloro
Permuta iónica (ião amónia)
Acão biológica de agentes nitrificantes
(nitrificação e desnitrificação) antes do
tratamento secundário
Remoção de micro-organismos patogénicos
ou desinfeção
Cloração (cloro gasoso, líquido ou sólido)
Ozonização
Radiação UV
Remoção de sub-produtos da desinfeção
(quando utilizado cloro como desinfetante) Descloração
Figura 15 – Tratamento avançado para remoção de fósforo
Após todo este tratamento a água está agora em condições de ser devolvida ao meio ambiente
(normalmente um meio hídrico) através de uma obra de saída da ETAR. É comum utilizarem-se
cascatas de arejamento nestas situações para aumentar a quantidade de oxigénio dissolvido do
efluente.
De todas estas fases referidas, desde o tratamento preliminar ao terciário geram-se subprodutos
denominados de lamas (que são o conjunto de poluentes removidos da AR) que necessitam ser
tratadas pois contêm uma grande carga poluente. Como o próprio nome indica, lamas são uma
mistura de material sólido com material líquido, e o seu tratamento inicia-se exatamente na remoção
de uma grande quantidade da água presente nesta mistura ao qual se dá o nome de espessamento.
38
De seguida é necessário proceder à sua estabilização e por fim ao tratamento final. O quadro 12
apresenta os tipos de tratamentos possíveis para cada uma destas fases de tratamento de lamas.
Quadro 12 – Tratamento de lamas
Fase do tratamento de
lamas Processos e operações Descrição
Espessamento
(separação de grande parte
do líquido da matéria sólida)
Co-sedimentação
É criado um manto de
sedimentos que sob ação do
seu próprio peso vai fazendo
a separação sólido-líquido.
Gravidade/sedimentação
Sedimentação por ação de
gravidade que provoca a
deposição no fundo do tanque
dos materiais mais densos
que a água.
Centrifugação
Utilização de tambor giratório
que expulsa a água,
mantendo os sólidos no
interior.
Compressão
Utilização de um dispositivo
mecânico que comprime as
lamas deixando sair o fluido.
Estabilização
(reduzir os organismos
patogénicos e a libertação de
odores)
Alcalina
Adição de cal para elevar o
pH e destruir organismos
patogénicos.
Digestão anaeróbia
Fermentação biológica da
matéria orgânica na ausência
de oxigénio (produz CO2 e gás
metano).
Digestão aeróbia Digestão biológica em tanque
aberto.
39
Fase do tratamento de
lamas Processos e operações Descrição
Estabilização
(reduzir os organismos
patogénicos e a libertação de
odores)
Digestão autotérmica
termofílica
Semelhante à digestão
aeróbia.
Compostagem
Conversão biológica da
matéria sólida orgânica num
reator fechado .
Tratamento final
(destino dado às lamas após
tratamento)
Absorção natural pelo solo Deposição das lamas à
superfície do solo.
Tanques de lamas Deposição das mesmas em
tanques.
Incineração
Em fornos a altas
temperaturas (370ºC para
secar e 600 a 650ºC para
incinerar).
Recuperação e valorização
Recuperar óleos, gorduras e
metais para reutilizar e
produção de fertilizantes.
Secagem (leitos de secagem,
filtração a vácuo, compressão
e centrifugação)
Formas de extrair o máximo
de água possível para que
seja mais económico a sua
deposição final (normalmente
em aterro sanitário).
De salientar que de todo o tratamento de lamas resulta muita água. Esta é uma água residual, e, por
isso será reintroduzida no sistema, à cabeça do tratamento, ou seja no início do tratamento (primário
ou secundário) na ETAR, para ser tratada novamente.
Finalmente, na fase de tratamento, há ainda que se ter em atenção todos os órgãos acessórios ao
funcionamento da ETAR, que fazem a ligação entre todos os órgãos de tratamento. Aqui estão
incluídos: tubagens (responsáveis pela canalização da AR entre órgãos de tratamento), válvulas
(destinadas ao controlo dos caudais circulantes nas tubagens), estações elevatórias e/ou bombas (que
40
Tratamento preliminar
Tratamento primário
Tratamento secundário
Tratamento terciário
Meio recetor
AR
Tratamento de lamas
AR
Resíduos sólidos
promovem a recirculação de fluídos) e silos de armazenamento (utilizados para o armazenamento de
substâncias químicas utilizadas no tratamento ou de lamas antes de serem enviadas para o destino
final).
A figura 16 representa o esquema conceptual do tratamento de águas residuais em ETAR, para uma
melhor compreensão do mesmo.
Figura 16 – Esquema concetual do tratamento de AR em ETAR
2.2.3. Componente: Meios recetores
Os meios recetores não sendo um órgão de tratamento em si, são os pontos onde a introdução da AR
tratada (e produtos resultantes do tratamento) poderão provocar as alterações mais significativas e
visíveis. Mantendo uma boa monitorização destes meios podem-se tirar ilações importantes sobre os
problemas que ocorrem durante a fase de tratamento, adotando medidas corretivas para os mesmos.
No entanto, e como o objetivo principal é a criação de medidas preventivas é importante realçar que é
essencial que os problemas sejam identificados mais precocemente, sob pena de os seus efeitos
serem nefastos para estes meios.
41
Há um conjunto de preocupações específicas a considerar com cada tipo de meio recetor que serão
avaliadas no quadro seguinte, caso a caso.
Quadro 13 – Características dos meios recetores
Meio recetor Características a considerar
Rio
Caudal do rio
Singularidades do leito do rio
Fauna e flora
Proximidade a zonas balneares e de atividades de recreio
Existência de pontos de captação de água bruta para abastecimento
público a jusante
Existência de pontos de captação de água para rega
Proximidade a pontos de pesca ou de reserva de vida aquícola.
Albufeira
Volume da massa de água
Fauna e flora
Proximidade a zonas balneares e de atividades de recreio
Existência de pontos de captação de água bruta para abastecimento
público a jusante
Existência de pontos de captação de água para rega
Problemas de eutrofização
Estuário
Caudal
Fauna e flora (tratam-se de zonas particularmente sensíveis)
Existência de reserva biológica
Mistura de massas de água de características diferentes (doce e
salgada)
Existência de zonas de atividade recreativa
Oceano
Proximidade a zonas balneares e de atividades recreativas
Proximidade a pontos de pesca ou de reserva de vida aquícola
Fauna e flora
Solo
Uso do solo
Existência de reservas de água subterrânea
Proximidade a massas de água
42
A existência de zonas sensíveis, tais como zonas balneares, zonas de captação de água bruta e
reservas biológicas, entre outras, obrigam a medidas extraordinárias com o tratamento para além do
respeito aos valores limite de emissão para descargas de ETAR (Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de
Agosto). O mesmo documento regula os parâmetros da qualidade da água a serem respeitados
nestas zonas mais sensíveis. Adicionalmente podem-se considerar também as normas da Diretiva
Quadro da Água, que é o instrumento mais recente no estabelecimento de medidas de proteção das
massas de água na União Europeia.
43
CAPÍTULO 3 - EVENTOS PERIGOSOS E AVALIAÇÃO DE RISCOS
3.1. IDENTIFICAÇÃO DOS EVENTOS PERIGOSOS
Ao longo de todo o sistema de saneamento existe um número infindável de problemas ou acidentes
que podem ocorrer, que terão consequências e severidades diferentes dependendo da componente do
sistema em que se desenvolvem e do seu impacto no meio ambiente. Por outro lado, um acidente
numa determinada componente do sistema tem, por norma, implicações nas componentes seguintes e
no meio ambiente em si.
Na identificação dos acidentes pode adotar-se uma metodologia análoga à do plano de segurança da
água, que consiste em:
Análise dos perigos em cada componente do SS:
o Identificação do acidente;
o Medidas de controlo para cada acidente.
Consideração de outros fatores que têm influência sobre cada perigo:
o Variação de circunstâncias ao longo do tempo;
o Causa acidental ou deliberada;
o Estado de manutenção da rede;
o Medidas de controlo dos procedimentos adequadas;
o Eventos regulares ou excecionais.
Para se iniciar o estudo dos acidentes que podem ocorrer num SS foi criada uma listagem de eventos
perigosos em cada componente do sistema em questão, que será apresentada de seguida.
3.1.1. Identificação de perigos na componente de coleta e transporte
Nesta componente as principais ocorrências que se podem verificar correspondem à constituição da
água residual, a eventos que provoquem uma sobrecarga da rede e à proximidade desta à população.
44
Os eventos perigosos que podem ter impacto na coleta ou transporte e que devem ser tidos em
consideração como parte integrante da identificação de perigos, podem incluir, entre outros, os
elementos constantes do quadro 14.
Quadro 14 – Eventos perigosos na coleta
Componente do sistema Evento perigoso
Coleta ou transporte
Constituição da água residual;
Descargas de AR não correspondentes ao sistema;
Descargas e ligações ilegais;
Cheias provocadas por condições meteorológicas extremas;
Obstrução de sargetas e sumidouros;
Singularidades da rede;
Odores;
Acumulação de gases nas caixas de visita;
Corrosão dos materiais constituintes da rede;
Acesso não autorizado de pessoas e animais;
Ruturas e fissuras de condutas e outros órgãos;
Condições de auto limpeza não garantidas;
Falhas de energia nas estações elevatórias;
Falha nos equipamentos de monitorização das estações
elevatórias;
Infiltrações na rede;
Operações ou reparações inadequadas da rede;
Sabotagem e desastres naturais;
Obstrução de condutas;
Caudais excessivos.
3.1.2. Identificação de perigos na componente de tratamento
O tratamento é a fase com maior probabilidade de ocorrência de acidentes devido quer à sua
dimensão, quer à sua complexidade. Esta visa a redução dos elementos poluentes da AR para valores
residuais (que respeitem os VLE do Decreto-Lei nº 236/98) ou até mesmo a sua total remoção. Os
45
principais eventos perigosos nesta fase relacionam-se com o deficiente funcionamento dos órgãos de
tratamento, com a sua inadequabilidade à AR a tratar ou com uma má manutenção dos mesmos.
Os eventos perigosos que podem ter impacto no tratamento e que devem ser tidos em consideração
como parte integrante da identificação de perigos, podem incluir, entre outros, os elementos
constantes do quadro 15.
Quadro 15 – Eventos perigosos no tratamento
Componente do sistema Evento perigoso
Tratamento
Constituição da água residual diferente da esperada;
Variações de caudal afluente (diárias, semanais e sazonais);
Processos ou operações de tratamento inadequados;
Erros no controlo dos processos e operações;
Utilização de reagentes e produtos inadequados ao
tratamento;
Falhas mecânicas, elétricas, estruturais ou de operação dos
órgãos de tratamento;
Mau funcionamento dos equipamentos;
Falha no sistema de monotorização de equipamento;
Má dosagem de produtos químicos;
Formação de subprodutos da desinfeção;
Cheias no meio recetor;
Proliferação de odores e insetos;
Sabotagem e desastres naturais;
Condições de armazenamento de produtos químicos
indevidas;
Deficiente armazenamento de lamas.
3.1.3. Identificação de perigos na componente do meio recetor
Embora os meios recetores não se tratem de um órgão específico do tratamento, apenas do meio que
irá receber a água residual tratada, uma correta análise dos efeitos neles sofridos, pode indicar muito
sobre a eficácia do tratamento e os acidentes que ocorreram nas componentes anteriores. Além do
46
mais, a sua grande sensibilidade a pequenas variações, constituem um indicador da qualidade do
tratamento, e não sendo este o local onde grande parte dos acidentes aqui estudados acontecem, será
fonte de inúmeras e valiosas informações sobre o que pode ter ocorrido.
Por outro lado, a diversidade das características de cada um destes meios obrigam à sua integração
como parte do sistema de tratamento.
Os eventos perigosos que podem ter impacto nos meios recetores e que devem ser tidos em
consideração como parte integrante da identificação de perigos, podem incluir, entre outros, os
elementos constantes do quadro 16.
Quadro 16 – Eventos perigosos no meio recetor
Componente do sistema Evento perigoso
Meio recetor
Poder de diluição insuficiente;
Baixo OD;
Concentrações excessivas de matéria orgânica e produtos
químicos;
Concentrações excessivas de nutrientes;
Morte de espécies animais e vegetais;
Cor, odor e turvação;
Variações sazonais de caudal;
Eutrofização;
Impactos em zonas balneares, reservas biológicas e
aquíferos próximos;
Impacto nos seres humanos (proliferação de doenças);
Infiltração de produtos poluentes no solo;
Poluição de reservas de água subterrâneas.
Introdução de produtos tóxicos na agricultura (na utilização
de lamas como fertilizante);
Descarga direta (sem tratamento) de AR pluviais.
47
3.2. CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DE RISCOS
O que é um risco? Entre várias definições esta é a que melhor o carateriza no âmbito desta
dissertação:
“Na literatura científica encontram-se variadas formas para definir risco. A mais comum considera um
risco como sendo a probabilidade de ocorrência de um perigo causador de danos a uma certa
população a ele exposta num determinado intervalo de tempo e considerando a magnitude desse dano.
Um risco pode, assim, traduzir-se pelo produto da probabilidade de ocorrência de um acontecimento
indesejado pelo respectivo efeito causado numa determinada população. Os eventos perigosos com
maior severidade de consequências e maior probabilidade de ocorrência devem merecer maior
consideração e prioridade relativamente àqueles cujos impactos são insignificantes ou cuja ocorrência
é muito improvável.”- (PSA, Vieira et al. 2005)
Um aspeto importante que distingue os efeitos dos riscos num PSA em relação a um PSS: enquanto no
PSA a população em causa se trata dos seres humanos que irão consumir a água tratada, no PSS têm-
se três tipos de população distintos: os seres humanos, a fauna e a flora que têm de ser objeto de
estudo diferenciados pois os riscos têm efeitos diferentes em cada um destes tipos de população. Esta
separação não será evidente aqui neste capítulo, mas sim na conjugação final de todos os módulos.
3.2.1. Priorização de riscos
Exatamente como no plano de segurança da água:
“A avaliação dos perigos identificados, usando uma metodologia de priorização de riscos, assenta,
genericamente, numa apreciação baseada em bom senso e no conhecimento profundado das
características do sistema em apreciação, podendo definir-se para tal uma matriz de classificação de
riscos semi-quantitativa.” – (PSA, Vieira et al. 2005)
A mesma metodologia de avaliação aplicada ao PSA será utilizada no PSS. Para a avaliação do risco
associado a cada perigo avalia-se a probabilidade deste ocorrer, em função da conjugação de duas
escalas distintas: a Escala de Probabilidade de Ocorrência e a Escala de Severidade das
Consequências.
48
Na Escala de Probabilidade de Ocorrência a frequência em que o acontecimento pode ocorrer é
medido em número de ocorrências por período de tempo. Esta escala está descrita no quadro 17.
Na Escala de Severidade das Consequências a severidade é classificada em três classes de eventos:
Letal – mortalidade significativa para uma parte da população;
Nociva – morbilidade que afeta uma parte da população;
Negligenciável ou nula – os efeitos causados na população podem ser desprezados.
De referir que nesta escala, quando se fala de população, é necessário referir que essa população pode
ser os seres humanos, a fauna ou a flora e quando esta escala é aplicada a um determinado risco,
deve ser descrita a população a que se refere. No quadro 18 pode-se encontrar a sua representação.
As pontuações a aplicar a cada uma das escalas utilizam uma escala de pesos de 1 a 5 de acordo com
a gravidade crescente do perigo.
Quadro 17 – Escala de Probabilidade de Ocorrência (Adaptado: PSA, Vieira et al. 2005)
Probabilidade de
ocorrência Descrição
Peso
Quase certa Espera-se que ocorra 1 vez por dia 5
Muito provável Vai acontecer provavelmente 1 vez por semana 4
Provável Vai ocorrer provavelmente 1 vez por mês 3
Pouco provável Pode ocorrer 1 vez por ano 2
Raro Pode ocorrer em situações excecionais (1 vez em 10 anos) 1
Quadro 18 – Escala de Severidade das Consequências (Adaptado: PSA, Vieira et al. 2005)
Severidade das
consequências Descrição
Peso
Catastrófica Letal para uma parte significativa da população (≥ 10%) 5
Grande Letal para uma pequena parte da população (< 10%) 4
Moderada Nocivo para uma parte significativa da população (≥ 10%) 3
Pequena Nocivo para uma pequena parte da população (< 10%) 2
Insignificante Sem qualquer impacto detetável 1
49
Através do cruzamento destas duas matrizes obtém-se a Matriz De Classificação De Riscos, resultante
da multiplicação do peso de cada classe da probabilidade de ocorrência pelo peso da severidade das
consequências. O quadro 19 apresenta o resultado deste cruzamento.
Quadro 19 – Matriz de Classificação de Riscos (Adaptado: PSA, Vieira et al. 2005)
Probabilidade
de ocorrência
Severidade das consequências
Insignificante Pequena Moderada Grande Catastrófica
Quase certa 5 10 15 20 25
Muito provável 4 8 12 16 20
Provável 3 6 9 12 15
Pouco provável 2 4 6 8 10
Raro 1 2 3 4 5
Estabelecendo uma escala qualitativa com os valores da Matriz de Classificação de Riscos, definida por
quatro categorias:
Baixo: de 1 a 5;
Moderado: de 6 a 10;
Elevado: de 11 a 15;
Extremo: de 16 a 25
Obtém-se a matriz de priorização qualitativa de riscos, como demonstra o quadro 20.
Quadro 20 – Matriz de Priorização Qualitativa de Riscos (Adaptado: PSA, Vieira et al. 2005)
Probabilidade
de ocorrência
Severidade das consequências
Insignificante Pequena Moderada Grande Catastrófica
Quase certa Baixo Moderado Elevado Extremo Extremo
Muito provável Baixo Moderado Elevado Extremo Extremo
Provável Baixo Moderado Moderado Elevado Elevado
Pouco provável Baixo Baixo Moderado Moderado Moderado
Raro Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo
A escolha de uma metodologia de análise exatamente igual à do PSA justifica-se com base em três
critérios distintos. O primeiro é que esta metodologia está correntemente aplicada aos sistemas de
50
abastecimento de água, tendo-se revelado adequada e funcional, logo é credível. A adoção de
classificações diferentes desta seriam puramente intuitivas, não estando garantida a sua credibilidade.
O segundo critério está relacionado com as semelhanças dos sistemas em estudo. Tratando-se ambos
de sistemas de tratamento de água com muitos pontos em comum (desde órgãos de tratamento,
operações e processos, componentes das redes, entre outros), a utilização deste sistema de
classificação é possível. Por fim as exigências de qualidade para a água para consumo humano são
muito superiores às das descargas de efluentes das ETAR, logo, ao utilizar estas escalas está-se a
tomar uma posição conservativa, do lado da segurança.
3.3. PONTOS DE CONTROLO
Sempre que num ponto do sistema se apresente uma avaliação de risco a partir de 6 da Matriz De
Classificação De Riscos, é necessário criar um ponto de controlo (PC) no local onde esse risco é
verificado.
“Para cada PC encontrado, segue-se a identificação dos locais onde é absolutamente essencial
prevenir, eliminar ou reduzir um perigo dentro de limites aceitáveis (Pontos de Controlo Críticos – PCC)
que pode ser feita, de forma estruturada e sistemática, com auxílio de uma árvore de decisão como a
que se apresenta na Figura 5, pressupondo-se o conhecimento prévio das medidas de controlo
implementadas no sistema.” – (PSA, Vieira et al. 2005)
A árvore de decisão referida na citação está representada na figura 17 a qual estabelece o processo
iterativo de avaliação da existência de um PCC para um determinado risco.
51
Figura 17 – Árvore de decisão da existência de um PCC: (PSA, Vieira et al. 2005)
Com a análise desta árvore de decisão, de acordo com o PSA, pode-se concluir que:
“uma fase subsequente do processo pode ser mais eficiente no controlo de um perigo e,
como tal, identificar-se aí o PCC;”
“mais do que um perigo pode ser controlado por uma medida de controlo;”
“mais do que uma fase do processo pode estar envolvida no controlo de um determinado
perigo.”
Identificados os PCC de todo o sistema conclui-se o capítulo de identificação de eventos perigosos e
avaliação de riscos. No capítulo seguinte serão abordadas as medidas de monotorização a adotar em
cada um destes pontos.
53
CAPÍTULO 4 - MONITORIZAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS
4.1. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE MEDIDAS DE CONTROLO
A motorização dos sistemas de saneamento é um ponto fundamental da identificação de acidentes
nestes sistemas. Através de operações de inspeção e monotorização regulares podem-se identificar
problemas antes que estes causem um desastre ambiental. Estas medidas podem ser de caráter
regular (inspeções periódicas a todos os equipamentos e devidamente programadas) ou de caráter
pontual (sempre que é verificado algum erro sobre o qual haja suspeita que pode dar origem a um
evento perigoso.
A existência de um plano de monotorização regular e rotineiro, com medidas de controlo claramente
estabelecidas, corretos protocolos de análise e parâmetros análise precisos, são a primeira barreira de
prevenção a um evento perigoso. Este tipo de monotorização deve ser suficiente para identificar os
eventos perigosos ou riscos que ocorrem de forma mais regular.
Na criação e avaliação de medidas de controlo devem ser considerados dois pontos fulcrais: os eventos
perigosos e a sua classificação na matriz de classificação de riscos. As medidas adotadas devem ser
tanto maiores e mais precisas, quanto mais graves forem as consequências de um dado evento ou
risco. Por outro lado, estas devem estar em permanente atualização à medida que novos eventos
perigosos forem identificados.
“A identificação e aplicação das medidas de controlo devem ser baseadas no princípio das barreiras
múltiplas.” – (PSA, Vieira et al. 2005)
Este princípio diz que uma falha numa barreira em determinado ponto do sistema, pode ser
compensada por outra barreira, num ponto seguinte. Na prática isto quer dizer que, por exemplo no
tratamento, se um poluente deveria ter sido removido num determinado órgão, mas por alguma razão
isso não aconteceu, os órgãos seguintes ainda poderão ser capazes de o remover. Mas isto não é um
processo linear e há organismos que não se integram neste princípio.
54
4.1.1. Identificação e avaliação de medidas de controlo na coleta ou
transporte
Uma correta manutenção das redes de saneamento pode eliminar grande parte dos eventos perigosos
que nela podem ocorrer. Entre as principais medidas tem de se considerar:
Verificações e operações de manutenção periódicas por parte dos serviços responsáveis pela
sua gestão;
Fiscalização das descargas na rede;
As principais medidas de controlo a estabelecer nas redes de saneamento podem ser encontradas,
entre outras, no quadro 21
Quadro 21 – Medidas de controlo na coleta
Componente do sistema Medidas de controlo
Coleta ou transporte
Manutenção programada da rede de distribuição;
Limitação do acesso aos órgãos da rede
Boas práticas em trabalhos de reparação e manutenção e
limpeza;
Desobstrução da rede de águas pluviais após longos períodos
sem precipitação;
Supervisão das descargas na rede (para evitar descargas ilegais);
Disponibilidade de mecanismos de reserva.
4.1.2. Identificação e avaliação de medidas de controlo no tratamento
O tratamento de AR em ETAR, devido à sua complexidade é, por si só, um procedimento
cuidadosamente monitorizado e controlado. Todos os órgãos de tratamento e os processos ou
operações que neles ocorrem são controlados automaticamente por um sistema integrado de
monotorização e alerta. A qualidade da água residual também é constantemente avaliada após cada
um dos processos de forma a garantir que estes estão a funcionar corretamente. No entanto é
55
necessário uma constante afinação dos processos de tratamento pois o caudal e a constituição da AR
que aflui à ETAR não é constante.
As principais medidas de controlo a estabelecer no tratamento podem ser encontradas, entre outras,
no quadro 22.
Quadro 22 – Medidas de controlo no tratamento
Componente do sistema Medidas de controlo
Tratamento
Formação regular dos recursos humanos intervenientes;
Afinação dos processos de tratamento para dar resposta a
variação de caudal e da constituição da AR;
Controlo do funcionamento dos equipamentos;
Otimização dos processos de tratamento;
Planos de ação preventivos de acidentes;
Histórico de ocorrências (acidentes de qualquer tipo) e medidas
de intervenção e correção adotadas;
Histórico de todas as afinações ao tratamento, de quando foram
executadas e razões pela qual ocorreram.
4.1.3. Identificação e avaliação de medidas de controlo nos meios
recetores
A grande sensibilidade destes meios faz deles o ponto central do controlo de todo o sistema pois é
neles que se sentem os principais efeitos de problemas que ocorreram ao longo do restante sistema.
No entanto, são o ponto de mais difícil monotorização e quando os resultados da ocorrência de um
evento perigoso se manifestam, as suas consequências já são graves.
As principais medidas de controlo a estabelecer nos meios recetores podem ser encontradas, entre
outras, no quadro 23.
56
Quadro 23 – Medidas de controlo no meio recetor
Componente do sistema Medidas de controlo
Meio recetor
Análise periódica da água imediatamente à saída da ETAR e em
pontos estratégicos a jusante;
Listagem dos pontos sensíveis a jusante da ETAR;
Protocolos de cooperação entre a entidade gestora da ETAR e as
entidades gestoras das zonas sensíveis a jusante
(nomeadamente acesso aos registos das análises à qualidade da
água nessas zonas);
Histórico das análises à qualidade da água efetuadas no meio
recetor.
Criação de mecanismos de alerta de acidentes a jusante da
ETAR;
Criação de equipas multidisciplinares de análise e controlo da
qualidade da água nesses meios;
Mapa de reservas subterrâneas em toda a área de
implementação do SS;
4.2. MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL
“A monitorização operacional assegura, de forma estruturada e organizada, o suporte à gestão da
operação do sistema, contribuindo para que as medidas de controlo sejam eficazes.” – (PSA, Vieira et
al. 2005)
É necessário estabelecer um conjunto de parâmetros de controlo para garantir a eficácia de cada uma
das medidas, para que ultrapassados esses limites, se proceda a uma intervenção rápida. Esses
parâmetros devem ser suscetíveis de medição imediata.
57
A monotorização operacional baseia-se no estabelecimento de três pontos-chave: limites críticos,
procedimentos de monotorização e ações corretivas.
4.2.1. Estabelecimento de limites críticos
Para cada potencial perigo é necessário estabelecer limites críticos (LC) dos parâmetros poluentes.
Com estes limites determinam-se os objetivos a serem cumpridos pelo sistema, especialmente pela
componente de tratamento, para que a legislação em vigor que regula a atividade dos SS seja
respeitada.
Sempre que durante as atividades de monotorização, se verifique que o limite de um dado parâmetro
ou indicador foi ultrapassado, está-se perante uma situação de incumprimento e provavelmente existiu
um evento perigoso que o desencadeou.
Aplicando a mesma metodologia do Plano da Água:
“Os limites a impor podem ser limites superiores, limites inferiores, um intervalo ou um conjunto e
medidas de desempenho (decorrentes de observação directa). Os LC constituem valores que separam
a aceitabilidade da inaceitabilidade do funcionamento do sistema e devem ser mensuráveis directa ou
indirectamente.” – (PSA, Vieira et al. 2005)
A legislação em vigor em Portugal, que deve ser considerada no estabelecimento dos LC é:
Decreto-Lei nº 152/97 de 19 de Junho – regulamentação de descargas de AR em meios
hídricos;
Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de Agosto – estabelecimento de normas, critérios e objetivos de
qualidade da água relativamente a diferentes usos e regulamentação de descargas;
Decreto-Lei nº 348/98 de 9 de Novembro – atualização do Decreto-Lei nº 152/97 de 19 de
Junho relativamente a descargas de nutrientes;
Decreto-Lei nº 149/2004 de 22 de Junho - atualização do Decreto-Lei nº 152/97 de 19 de
Junho relativamente a zonas sensíveis.
Adicionalmente pode-se considerar também a Diretiva-Quadro da Água (Diretiva 2000/60/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro de 2000) que estabelece um quadro de ação
comunitária para a proteção das águas de superfície interiores, das águas de transição, das águas
58
costeiras e das águas subterrâneas. Foi transposta para o direito nacional através da Lei n.º 58/2005,
de 29 de Dezembro.
O Plano de Segurança da Água recomenda também:
“Na definição paramétrica dos LC é recomendável que se imponha uma margem de segurança
relativamente aos valores estabelecidos nas normas legais em vigor, assim como se deve atender ao
histórico dos dados de qualidade, registados num período suficientemente alargado, para garantir
fiabilidade na análise de tendência dos parâmetros em causa.” – (PSA, Vieira et al. 2005)
Medida a aplicar também aos planos de segurança dos sistemas de saneamento.
4.2.2. Estabelecimento de procedimentos de monotorização
A verificação do cumprimento dos LC estabelecidos deve ser feita através da monitorização da
qualidade da água nos PCC identificados, especialmente em pontos intermédios da fase de tratamento
e no efluente final. Para que esta verificação seja fidedigna é necessário a criação de um plano de
monotorização programada e de um histórico de análises em cada ponto, com relevância para os
momentos em que os LC não foram cumpridos.
Para se obter uma monitorização de qualidade é importante que se responda a questões essenciais,
tais como as colocadas no Plano de Segurança da Água:
“A monitorização deverá ser efetuada, procurando dar respostas a questões do tipo “O Quê?”,
“Onde?”, “Como?”, “Quando?”, “Quem?”” – (PSA, Vieira et al. 2005)
Para além do controlo da qualidade da água em pontos estratégicos uma correta identificação das
frequências de amostragem é essencial. Essa frequência deve ser definida consoante a probabilidade
de ocorrência de um evento perigoso de forma a assegurar que o tempo de resposta do sistema à
violação de um LC é o menor possível.
A informação contida nos planos de monotorização deve ser a apresentada na figura 17.
59
Figura 18 – Informação constituinte dos planos de monotorização (PSA, Vieira et al. 2005)
Os parâmetros a monitorizar nos sistemas de saneamento são os que estão limitados pelos VLE,
nomeadamente turvação, sólidos suspensos, vários tipos de partículas, coliformes fecais, pH,
nutrientes, entre outros. Devem ainda ser consideradas outras medidas tais como a monotorização de
pontos-chave dos processos ou operações decorrentes bem como os acontecimentos meteorológicos
mais relevantes e a atividade da fauna e flora nos meios recetores.
4.2.3. Estabelecimento de ações corretivas
Quando são verificados incumprimentos relativamente aos LC , é necessário a aplicação de ações
corretivas de modo a eliminar ou minimizar os efeitos do perigo verificado, de forma a que os valores
possam retornar ao admissível. Estas ações devem estar devidamente identificadas para que haja uma
ação rápida sobre os problemas pois as suas consequências podem ser catastróficas e manifestarem-
se imediatamente após a ocorrência.
4.4. PLANOS DE GESTÃO
Os planos de gestão podem ser de dois tipos distintos: gestão de rotina e gestão de condições
excecionais.
Para que seja executada uma gestão eficiente do sistema de saneamento é necessário que os planos
de gestão contenham a seguinte informação:
60
Avaliação do sistema de saneamento;
Monotorização operacional programada;
Procedimentos sistematizados para a qualidade da água (tratada e do meio recetor)
incluindo documentação e comunicação;
Desenvolvimento de programas pra a renovação e melhorias a introduzir no sistema;
Estabelecimento de protocolos para responder a incidentes (planos de emergência).
Os planos podem ainda ter vários níveis de alerta consoante o tipo de ocorrência verificada: mínimo
(para acontecimentos menos graves e com maiores probabilidades de ocorrência), aviso prévio (para
acontecimentos pontuais na presença de condições propícias à sua ocorrência) e de emergência (para
eventos raros e de consequências catastróficas). As entidades envolvidas nas ações corretivas são
distintas dependendo do nível de alerta, enquanto no nível mínimo e no de aviso prévio estão sob ação
da entidade gestora do sistema, no nível de emergência será necessário a intervenção das autoridades
de saúde e da proteção civil, entre outras.
4.4.1. Estabelecimento de procedimentos para a gestão de rotina
A gestão de rotina implica um trabalho diário de registo de todas as atividades desenvolvidas
relacionadas com os sistemas de saneamento, criando assim uma ferramenta de análise, que
baseando-se no histórico de funcionamento do sistema, vai permitir que sejam feitas previsões sobre
acontecimentos futuros, e otimizar as medidas corretivas sobre os mesmos.
“Após terem sido definidos os perigos, os PCC, os LC, os procedimentos de monitorização e as ações
corretivas, ou seja, após a constatação de que a instalação é adequada e de que estão definidas as
regras de funcionamento para uma devida manutenção do sistema, é necessário criar um mecanismo
de verificação que garanta a sua fiabilidade.” – (PSA, Vieira et al. 2005)
Os procedimentos para a gestão de rotina irão funcionar como um “caderno de encargos” para os SS,
no qual se tem de garantir a execução de verificações sistemáticas e periódicas, a utilização de
aparelhos de medição adequados e fiáveis e a permanente formação da mão-de-obra especializada
interveniente.
61
4.4.2. Estabelecimento de procedimentos para a gestão em condições
excecionais
A manifestação de condições excecionais dá origem aos planos de emergência que devem contemplar
eventuais desastres naturais, condições de inoperabilidade da ETAR e ações humanas (tais como
sabotagens). Os planos de emergência devem identificar os responsáveis pela aplicação das medidas,
as medidas de mitigação dos efeitos e um plano de comunicação e de alerta destinado aos utilizadores
do meio hídrico afetado e à população em geral.
Após a ocorrência de um evento extremo, que originou consequências passíveis da aplicação de um
plano de emergência, é necessário a realização de uma investigação aprofundada para que seja
possível a avaliação da sua aplicação e a introdução de novas mediadas com vista ao seu
melhoramento. Essa investigação deve conter os elementos de análise apresentados na figura 19.
Figura 19– Elementos de análise à aplicação de um plano de emergência (PSA, Vieira et al. 2005)
4.2.3. Estabelecimento de documentação e protocolos de comunicação
“O registo de informação é essencial para avaliar a consistência de um PSA e demonstrar o grau de
adesão do sistema (…)”– (PSA, Vieira et al. 2005)
A documentação que constitui um plano de gestão deve incluir cinco tipos de registos, identificados na
figura 20.
62
Figura 20 – Documentos constituintes de um plano de emergência (PSA, Vieira et al. 2005)
Com o acesso a toda a documentação referida até agora e com a devida formação, os operadores e os
gestores dos sistemas de saneamento podem, facilmente, identificar e avaliar a possibilidade de
ocorrência de um evento perigoso. Nesta situação podem tomar imediatamente medidas preventivas,
sejam elas ajustes operacionais para evitar o perigo em causa, ou na impossibilidade de o evitar,
acionar os mecanismos de alerta e comunicação de emergências.
As estratégias de comunicação, podem incluir, em analogia ao PSA:
Procedimentos para alerta imediato, sempre que ocorram incidentes significativos no sistema,
podendo, de acordo com a sua gravidade, incluir a notificação das autoridades de saúde
pública e da proteção civil;
Informação sumária sobre o sistema a ser disponibilizada aos seus utentes através de meios
de comunicação oficiais;
Estabelecimento de mecanismos de receção e resposta, em tempo útil, a reclamações
apresentadas pela comunidade.
63
CAPÍTULO 5 - AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS DOS SISTEMAS DE
SANEAMENTO
5.1. AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS
Da união do trabalho realizado nos capítulos anteriores, pode-se agora juntar toda a informação para a
criação de uma base de dados de avaliação e gestão de riscos para os sistemas de saneamento, em
que:
Do capítulo 2 resultou a listagem de todos os órgãos existentes nos sistemas de
saneamento;
Do capítulo 3 a listagem dos eventos perigosos que podem originar riscos pra o sistema, a
sua priorização e o mecanismo de decisão da criação de pontos de controlo;
Do capítulo 4 a listagem das medidas de controlo e dos parâmetros de monotorização
operacional.
A partir destes dados de caráter mais geral pretende-se agora o estudo intensivo dos riscos a ocorrer
em cada um dos órgãos, a sua avaliação e as medidas de controlo a plicar a cada um deles. Para tal, e
adotando a metodologia até agora utilizada, a do plano de segurança da água, vai-se extrapolar os
resultados para os sistemas de saneamento.
Com base no esquema concetual dos sistemas de saneamento apresentado na figura 21 (resultado do
trabalho realizado no capítulo 2), resulta a figura 22 que representa o esquema de organização da base
de dados obtida, já com a referenciação de cada um dos pontos para cada componente do sistema.
Esta figura descreve sucintamente a interligação entre cada uma das componentes do sistema e
também entre as fases de tratamento, os produtos resultantes e o seu destino final.
64
Figura 21 – Esquema conceptual dos sistemas de saneamento
Tratamento preliminar
Tratamento primário
Tratamento secundário
Tratamento terciário
Meio recetor
AR
Tratamento de lamas
AR
Valorização ou
deposição no solo
Rede de coleta AR
AR tratada Lamas
65
Cole
ta
Mei
o R
ece
tor
Tra
tam
ento
C1 O
rigem
da
AR
C2 T
ipo d
e R
ede
de
AR
T1 P
ré-t
rata
men
to
T2 T
rata
men
to P
reli
min
ar
T3 T
rata
men
to P
rim
ário
T4 T
rata
men
to S
ecund
ário
: L
amas
ati
vad
as
T5 T
rata
men
to S
ecund
ário
: L
ago
as D
e E
stab
iliz
ação
T7 T
rata
men
to T
erci
ário
T6 T
rata
men
to S
ecund
ário
: C
resc
imen
to E
m S
uport
e F
ísic
o
M1 M
eio H
ídri
co
M2 S
olo
T8 T
rata
men
to d
e L
amas
T9 Ó
rgão
s ac
essó
rios
Fig
ura
22 –
Esq
uem
a de
org
aniz
ação
da
bas
se d
e dad
os
(ad
apta
do
de
PS
A)
66
5.2. AVALIAÇÃO E GESTÃO DO SISTEMA: COLETA
5.2.1. C1 Origem Da Água Residual
Um dos principais problemas na rede de saneamento advém da origem da água residual. Origens
diferentes podem causar riscos diferentes quando ocorre um evento perigoso. A constituição da água
residual varia conforme a sua fonte, doméstica, industrial ou pluvial e, no caso das industriais, varia
ainda consoante o tipo de indústria que as produz.
Nos quadros A.1 a A.3 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de
coleta, no que respeita à origem da água residual.
C1.1 AR Domésticas
Para este ponto de controlo os principais perigos relacionam-se com a elevada carga orgânica da água,
com as suas variações de caudal diárias e sazonais. No que respeita às variações de caudal existem
picos de descarga na rede nas horas correspondentes ao início e final do dia, que coincide com as
atividades domésticas da população, tais como hábitos de higiene e preparação de refeições. Há ainda
um problema que tem vindo a ser alvo de alarme nos últimos anos, relacionado com a utilização do
saneamento como destino final de produtos farmacêuticos fora de prazo.
C1.2 AR Industriais
A grande diversidade na composição das águas residuais industriais, consoante o tipo de indústria em
causa, é o principal problema desta fonte. Pode-se admitir que a indústria agropecuária produz
efluentes com elevada carga de matéria orgânica enquanto uma indústria de coloração de tecidos
produz uma água residual carregada de produtos químicos. Outros problemas levantados neste tipo de
fonte são a inexistência de pré-tratamento antes da sua injeção na rede e as variações semanais de
caudal, pois no período correspondente ao fim de semana, grande parte destas indústrias não trabalha.
Vai-se considerar, por efeitos de simplificação, que as escorrências de aterros sanitários são AR
industriais.
C1.3 AR Pluviais
O principal problema das AR pluviais relaciona-se com a ocorrência de eventos meteorológicos
extremos tais como cheias que podem provocar sobrecargas do sistema, ou seja, grandes variações de
67
caudal. Existem também preocupações crescentes com a existência de óleos, gorduras e alguns metais
pesados na composição destas águas, devidas ao facto de, salvo raras exceções, estas AR serem
descarregadas diretamente nos meios recetores (sem tratamento prévio).
5.2.2. C2 Tipo De Rede De AR
Os principais perigos nesta fase são a ocorrência de situações meteorológicas adversas que possam
provocar cheias, picos de caudal descarregado na rede, obstrução de condutas, danos estruturais na
rede e avarias nos sistemas elevatórios.
Para os sistemas separativos serão estudadas as redes de AR domésticas e pluviais em separado. Nos
sistemas unitários admite-se que os problemas que ocorrem em cada uma das redes dos separativos
possam ocorrer também em todo este sistema, sendo apenas mencionados os perigos específicos
destes sistemas. Para os sistemas mistos e os pseudo separativos admite-se que o seu modo de
funcionamento é análogo aos dos sistemas separativos, e, por isso têm os mesmos problemas destes.
Nos quadros A.4 a A.6 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de
coleta, no que respeita ao tipo de rede de água residual.
C2.1 Rede de águas residuais domésticas.
O maior problema nas redes de AR domésticas está relacionado com a oscilação dos caudais
transportados e com problemas pontuais como danos estruturais na rede ou a sua obstrução.
Outra questão relevante são as descargas ilegais na rede que influenciam não só o caudal
transportado, como a composição da água residual.
C2.2 Rede de águas residuais pluviais.
Nas redes de AR pluviais, os principais riscos estão associados à ocorrência de chuvadas intensas que
possam provocar cheias e à obstrução dos mecanismos de recolha das AR pluviais.
Como nas domésticas, estão sujeitas a descargas ilegais, mas com uma maior probabilidade de
ocorrência devido a uma maior facilidade de acesso à rede, através dos órgãos de recolha das AR
pluviais. Por outro lado estas descargas têm impactos mais significativos porque estas águas são,
geralmente, encaminhadas diretamente para o meio recetor, sem tratamento.
68
C2.3 Sistemas unitários
Para além de possuírem os mesmos problemas dos sistemas separativos (de ambas as redes acima
referidas), os sistemas unitários apresentam, como principal barreira, o caudal que têm de transportar,
que é muito superior ao caso anterior.
Adicionalmente tem de se considerar uma maior proliferação de odores e insetos junto aos órgãos de
recolha das águas pluviais.
5.3. AVALIAÇÃO E GESTÃO DO SISTEMA: TRATAMENTO
A componente de tratamento é aquela que mais riscos acarreta para todo o sistema, não só devido à
sua complexidade e sensibilidade, mas também por ser a responsável pela atribuição de uma
qualidade aceitável à água residual antes da devolução ao meio ambiente. Trata-se da última barreira
antes de um eminente desastre ambiental.
Os riscos aqui contidos podem ser de origem química ou microbiológica, dependendo do evento que os
desencadeou.
5.3.1. T1 Pré-tratamento
O pré-tratamento destina-se essencialmente ao tratamento de águas residuais industriais para que lhe
sejam conferidas características similares às das águas residuais domésticas, para poderem ser
introduzidas na rede de distribuição de AR domésticas, sem o acréscimo de poluição introduzido pela
atividade industrial.
Por se tratar de um pré-tratamento os processos e operações executados são os mais simples do seu
género. É também importante referir que as consequências de um evento perigoso a nível do pré-
tratamento não terão um impacto muito negativo, pois uma falha nesta fase, tende a ser amenizada ou
eliminada durante as fases subsequentes.
69
Nos quadros B.1 a B.4 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de
tratamento, no que respeita ao pré-tratamento.
T1.1 Sedimentador Gravítico
Para que a sedimentação seja mais eficaz é usual a adição de coagulantes e floculantes químicos. Os
principais problemas desta fase estão relacionados com uma dosagem incorreta destes químicos.
Quanto à operação de sedimentação, o principal obstáculo é a retenção por tempo insuficiente no
tanque.
T1.2 Correção de pH: Adição De Cal
Como em qualquer processo que recorra à adição de químicos, o seu incorreto doseamento é um dos
principais problemas.
T1.3 Filtração Convencional (rápida)
O principal problema da filtração rápida é a passagem de matéria orgânica, mas como se trata de pré-
tratamento (não exigindo um efluente de elevada qualidade) deve-se dar especial atenção à colmatação
dos filtros e ao seu mecanismo de lavagem.
T1.4 Desinfeção Química: Cloração
Da mesma forma, a principal barreira é uma incorreta dosagem do agente químico, com adição da
formação de subprodutos da desinfeção.
5.3.2. T2 Tratamento Preliminar
O tratamento preliminar tem por objetivo a remoção de substâncias grosseiras, sólidos sedimentáveis e
gorduras através de meios mecânicos. Este tipo de tratamento serve essencialmente para a remoção
dos poluentes acima referidos como forma de proteção dos equipamentos que a eles se seguem e à
otimização dos seus processos.
Por estas razões, os principais problemas que podem ocorrer estão relacionados com avarias
mecânicas nos seus órgãos.
70
Nos quadros B.5 a B.7 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de
tratamento, no que respeita ao tratamento preliminar.
T2.1 Gradagem, Trituradores e Desintegradores
Os principais problemas associados a estes órgãos estão relacionados com a sua limpeza e com
avarias nos seus mecanismos. No caso dos trituradores e desintegradores, que servem para diminuir o
tamanho das partículas a tratar, podem dar origem a partículas que causarão danos ou problemas nos
órgãos seguintes.
T2.2 Desarenadores
A passagem de areias e outros inertes podem provocar danos nos componentes das ETAR. Os seus
principais problemas relacionam-se com avarias mecânicas e com algumas especificidades no tipo de
desarenador a ser utilizado.
T2.3 Tanque de equalização ou homogeneização
Os principais riscos a ocorrer neste tipo de órgãos são a possível proliferação de insetos e odores
devido à constituição da água nele contida. A utilização deste tipo de órgãos obriga à introdução de
sistemas de bombagem para elevar os caudais, podendo resultar daí alguns riscos. Existe
sedimentação, logo é necessário proceder a operações de manutenção do equipamento.
5.3.3. T3 Tratamento Primário
O tratamento primário baseia-se essencialmente na sedimentação. Assim, os principais problemas a
ter em conta são os desta operação e dos processos auxiliares tais como a adição de químicos
coagulantes e floculantes (semelhante ao pré-tratamento). No entanto a fase do tratamento em estudo
leva a uma utilização de critérios mais apertados pois, à medida que este vai avançando, pretende-se
um efluente de qualidade cada vez mais refinada.
A análise dos riscos do tratamento primário será subdividida em três órgãos distintos: tanque de
arejamento ou mistura, o sedimentador e o tamisador (órgão alternativo ao sedimentador).
Nos quadros B.8 a B.10 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente
de tratamento, no que respeita ao tratamento primário.
71
T3.1 Tanque De Mistura/Arejamento
Os principais problemas desta fase estão relacionados com uma dosagem incorreta de químicos e com
tempos de contacto insuficientes com os mesmos
T3.2 Sedimentador Primário
Na sedimentação, o principal obstáculo é a retenção por tempo insuficiente no tanque. Os
sedimentadores primários encontram-se, geralmente, associados a um sistema de recolha de
sobrenadantes, sendo os principais problemas destes a possibilidade de ocorrência de avarias
mecânicas.
Entre outras ocorrências podem-se ainda encontrar problemas relacionados com a recolha das lamas e
a exposição aos agentes climatéricos.
T3.3 Tamisadores
Sendo este um processo totalmente mecânico o problema aqui encontrado relaciona-se com a
existência de avarias ou falhas no abastecimento de energia.
5.3.4. T4 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Sistemas
De Crescimento Em Suspensão: Lamas ativadas
Sendo a principal característica do tratamento por lamas ativadas a utilização de micro-organismos
biológicos para digestão do material poluente orgânico contido na água, os principais problemas
apresentados nesta fase estão relacionados com a sua atividade, nomeadamente tempos de retenção
insuficientes, a presença de compostos químicos que possam atacar a comunidade de bactérias
(propriedades bactericidas) e insuficiência de oxigénio na mistura (trata-se de um processo aeróbio).
Nos quadros B11 a B.13 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente
de tratamento, no que respeita ao tratamento secundário com recurso a lamas ativadas.
T4.1 Tanque De Arejamento Ou Reator
No tanque de arejamento as principais preocupações são as avarias nos mecanismos de injeção de
oxigénio, nos mecanismos de mistura e a sedimentação das lamas no tanque.
72
T4.2 Sedimentador Secundário
A sedimentação secundária apresenta os mesmos problemas de qualquer outra sedimentação utilizada
em tratamento de águas residuais. Nesta fase, os problemas específicos advém essencialmente da
presença de bulking, que são bactérias que não sedimentam nem espessam com facilidade, levando a
uma menor eficácia do processo. É necessário garantir que as lamas recirculadas sejam espessadas
durante a sedimentação.
T4.3 Sistema De Recirculação De Lamas
O bom funcionamento do sistema de recirculação de lamas depende essencialmente de uma boa
operacionalidade do sistema elevatório por isso, os problemas a ocorrer são aqueles provenientes do
mau funcionamento deste órgão.
5.3.5. T5 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Sistemas
De Crescimento Em Suspensão: Lagoas De Estabilização
Processos de tratamento de águas residuais naturais cujos maiores problemas decorrem da grande
dependência de condições climatéricas favoráveis.
No quadro B.14 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de
tratamento, no que respeita ao tratamento secundário com recurso a lamas ativadas.
T5.1 Lagoas De Estabilização
Temperaturas baixas, sensibilidade a AR com elevadas concentrações de químicos (AR industriais),
dependência da luz solar, ação dos ventos nas lagoas de sedimentação, proliferação de odores e
mosquitos, avarias em órgãos acessórios de arejamento, fissuras na camada de impermeabilização
das lagoas e erosão são os principais problemas associados a este tipo de órgão.
73
5.3.6. T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De
Crescimento Em Suporte Físico
Ao contrário dos sistemas de crescimento suspenso, aqui é necessário um suporte físico para o
biofilme responsável pelo tratamento. Os principais problemas a identificar nesta fase estão
relacionados com os mecanismos constituintes dos órgãos, com o desprendimento do biofilme do seu
suporte e com a presença de agentes bactericidas na AR a tratar.
Nos quadros B.15 a B.17 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente
de tratamento, no que respeita ao tratamento secundário com recurso a tratamento biológico de
crescimento em suporte físico.
T6.1 Leito percolador
O principal problema identificado nesta fase é a avaria do sistema rotativo de distribuição de caudal.
Adicionalmente pode-se considerar fatores como a presença de agentes bactericidas e a colmatação
dos interstícios do meio filtrante.
T6.2 Discos Biológicos
Assim como nos discos biológicos, o principal problema advém de avarias mecânicas do órgão, mas
também se pode considerar a sua exposição aos agentes climatéricos como um problema. A radiação
UV proveniente da luz solar degrada a qualidade do plástico que formam os discos e promove o
crescimento de algas.
T6.3 Sedimentador Secundário
O sedimentador secundário tem as mesmas características do utilizado nos sistemas de lamas
ativadas. No entanto ao não existir uma recirculação de lamas neste tipo de tratamento, mas sim do
caudal tratado (que pode ser o filtrado ou o sedimentado) e apenas no caso da utilização de leitos
percoladores, excluem-se os problemas daí originados.
74
5.3.7. T7 Tratamento Terciário e de afinação
O tratamento terciário e de afinação destina-se à remoção de poluentes remanescentes e pode ser
executado no final, após os tratamentos já estudados ou introduzido como etapas complementares dos
mesmos (afinação).
Os principais problemas aqui encontrados relacionam-se com o recurso a produtos químicos, no seu
incorreto doseamento ou tempos de contacto, com a formação de subprodutos da desinfeção ou com
más práticas de execução de processos mais sensíveis.
Nos quadros B.18 a B.26 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente
de tratamento, no que respeita ao tratamento terciário ou de afinação.
T7.1 Filtração
Destinada à remoção de partículas orgânicas e inorgânicas coloidais e em suspensão, os principais
problemas resultantes deste processo poderão surgir da passagem de matéria orgânica e de partículas.
Devido às exigências da fase de tratamento considera-se a utilização da filtração lenta.
T7.2 Adsorção e biodegradação (filtros de carvão ativado)
Para remoção de constituintes orgânicos dissolvidos, é o processo mais adotado para a remoção
destes poluentes remanescentes.
Os principais problemas que podem ocorrer nesta fase são a incorreta dosagem de carvão ativado e
uma deficiente filtração.
T7.3 Remoção biológica de fósforo
Tratamento de afinação realizado durante o tratamento secundário para o fósforo seja posteriormente
eliminado nas lamas produzidas no sedimentador secundário.
O principal problema desta fase é a necessidade de garantir condições anaeróbias para a proliferação
das bactérias que acumulam o fósforo (acinetobacter) presente na água residual.
75
T7.4 Remoção química de fósforo: Adição de cal + coagulação + filtração
Processo químico de remoção de fósforo, cujos principais problemas resultam da deficiente
administração de compostos químicos e dos problemas que podem ocorrer durante a filtração.
T7.5 Remoção biológica de azoto: Nitrificação e desnitrificação biológica
Utilização de bactérias autotróficas que reduzem o azoto em nitratos (nitrificação) em condições
aeróbias e posteriormente, em condições anaeróbias, outras bactérias digerem os nitratos, formando
compostos de azoto passíveis de ser eliminadas. Este processo ocorre durante o tratamento
secundário.
Os principais problemas desta fase são a sensibilidade das bactérias às condições do meio em que se
inserem: concentração de OD, pH, temperatura, alcalinidade e a presença de compostos tóxicos,
especialmente metais pesados.
T7.6 Cloração
Processo de desinfeção da AR destinada à eliminação de micro-organismos poluentes.
Os principais problemas a ocorrer são o doseamento incorreto de substâncias químicas, tempos de
contacto insuficientes e formação de subprodutos da desinfeção.
T7.7 Descloração
No caso de AR é necessário proceder à eliminação do cloro residual que é prejudicial para o meio
recetor, sendo tóxico para a vida aquática.
Os principais problemas a ocorrer são o doseamento incorreto de substâncias químicas, tempos de
contacto insuficientes
T7.8 Ozonização
Processo de desinfeção da AR destinada à eliminação de micro-organismos poluentes.
Os principais problemas a ocorrer são o doseamento incorreto de substâncias químicas, tempos de
contacto insuficientes.
76
T7.9 Radiação UV
Processo de desinfeção da AR destinada à eliminação de micro-organismos poluentes.
O principal problema a ocorrer é o incorreto doseamento de radiação UV.
5.3.8. T8 Tratamento De Lamas
O objetivo do tratamento das lamas é a sua secagem (para diminuição do volume de lamas
produzidas) e a eliminação de componentes tóxicos presentes nelas presentes, pois estas resultam da
eliminação de toda a carga poluente, estando grande parte dela, aqui contida.
Os principais problemas aqui encontrados relacionam-se com o mau funcionamento dos equipamentos
responsáveis pelo tratamento das lamas, com a proliferação de odores e insetos, com os mecanismos
de digestão das lamas e com os produtos que a digestão origina.
Nos quadros B.27 a B.33 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente
de tratamento, no que respeita ao tratamento de lamas.
T8.1 Espessamento de lamas por meios mecânicos
Com o objetivo de diminuir o teor de água presente nas lamas e com recurso a aparelhos que
promovem a separação sólido/líquido, os principais problemas aqui encontrados resultam de avarias
ou mau funcionamento dos equipamentos.
T8.2 Espessamento de lamas por sedimentação
Recorrendo a sedimentação por gravidade ou em manto, os principais problemas aqui encontrados são
os mesmos das sedimentações até agora estudadas.
T8.3 Estabilização alcalina
Baseando-se num processo de adição de um reagente (cal) os principais problemas aqui presentes
estão relacionados com a administração incorreta de químicos.
77
T8.4 Estabilização por digestão anaeróbia
Processo de digestão de lamas na ausência de oxigénio cujos principais problemas são o seu mau
funcionamento e a libertação de gás metano como produto da digestão.
T8.5 Estabilização por digestão aeróbia ou digestão autotérmica termofílica
Processo de digestão de lamas em tanque aberto cujo principal problema é a possibilidade de avarias
nos sistemas de injeção e mistura de oxigénio.
No caso da digestão autotérmica termofílica o funcionamento é análogo ao aqui apresentado (a
diferença é que este ocorre em tanque isolado). Como os seus problemas são os mesmos, são
apresentadas em conjunto.
T8.6 Estabilização por compostagem
Processo de conversão da matéria orgânica num reator fechado, cujos principais problemas que
podem ocorrer são danos estruturais no reator e proliferação de odores e insetos.
T8.7 Tratamento final
O tratamento final é a última fase de tratamento das lamas antes de serem encaminhadas para o meio
recetor (em alguns dos casos coincide com o tratamento final).
Os principais problemas a ocorrer nesta fase são o mau funcionamento de mecanismos de secagem
de lamas digeridas, problemas de infiltração de cargas poluentes remanescentes no solo e problemas
estruturais de alguns órgãos.
5.3.9. T9 Órgãos Acessórios
Para que seja assegurada a ligação entre todos os órgãos de tratamento, existe em ETAR, órgãos tais
como: condutas, válvulas e estações elevatórias onde podem ocorrer problemas tais como corrosão,
problemas estruturais e falhas de energia entre outros que podem comprometer a qualidade do
tratamento.
Nos quadros B.34 a B.35 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente
de tratamento, no que respeita aos órgãos acessórios.
78
T9.1 Condutas, válvulas e silos.
Os principais problemas a ocorrer nestes órgãos são problemas estruturais resultantes do seu
desgaste.
T9.2 Estações elevatórias
Os principais problemas a ocorrer nestes órgãos resultam de falhas de energia elétrica e avarias nas
bombas que promovem a circulação da AR.
5.4. AVALIAÇÃO DO SISTEMA: MEIO RECETOR
Os meios recetores, não sendo um órgão de tratamento, são componentes muito sensíveis do mesmo,
que servem de indicador da qualidade do tratamento dos sistemas de saneamento. Os problemas aí
detetados são pontos-chave para a identificação de riscos ao longo da fase de tratamento.
Por outro lado, a sensibilidade do meio recetor, vai influenciar o grau de tratamento a dar a uma água
residual porque para além de ser necessário verificar os VLE estabelecidos no Decreto-Lei nº
236/98, a existência de algumas atividades específicas nos meios recetores, obrigam ao
cumprimento de parâmetros especiais de qualidade do efluente.
5.4.1. M1 Meio Hídrico
Destino dos efluentes líquidos (AR tratada), a análise destes meios revelam muitos dos problemas
decorrentes da fase de tratamento.
Nos quadros C.1 e C.2 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente do
meio recetor: Meio Hídrico.
M1.1 Rio
Os principais problemas aqui identificados estão relacionados com a existência de espécies de fauna e
flora sensíveis a poluentes, a proximidade a zonas balneares e de atividades de recreio, existência de
79
pontos de captação de água bruta para abastecimento público a jusante, a existência de pontos de
captação de água para rega e a proximidade a pontos de pesca ou de reserva de vida aquícola.
Adicionalmente é necessário considerar os perigos da variação sazonal de caudal do rio, quer em
situações de seca, quer de cheias.
M1.2 Oceano
Os principais problemas aqui identificados são a existência de fauna e flora sensíveis a poluentes, a
proximidade a zonas balneares e de atividades de recreio e a proximidade a pontos de pesca ou de
reserva de vida aquícola.
É necessário considerar o efeito das marés e a localização dos pontos de descarga (situados junto à
costa ou ao largo).
5.4.2. M2 Solo
Destino das lamas tratadas, resultantes do tratamento de AR, para vários fins, alguns dos problemas
aqui identificados podem revelar algumas deficiências do tratamento das lamas.
No quadro C.3 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente do meio
recetor: Solo.
M2.1 Solo
Os principais problemas a considerar são a utilização das lamas como fertilizantes para a agricultura, a
existência de águas subterrâneas e a proximidade a meios hídricos.
80
5.5. MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL
Seguindo a metodologia adotada no PSA transposta no capítulo anterior para os sistemas de
saneamento é necessário proceder à monitorização dos pontos de controlo críticos identificados até ao
momento.
Dado o caráter geral desta dissertação, que avalia todos os SS existentes, não é possível proceder à
monitorização nos pontos intermédios dos sistemas de saneamento, pois os limites críticos a definir
em cada um destes pontos depende das características quer da AR a tratar, quer das especificidades
de cada um dos sistemas em particular. No entanto é possível definir os LC no final do tratamento,
imediatamente antes da libertação da água tratada no meio recetor, através dos VLE impostos pela
legislação em vigor.
Apesar de não ser o ponto ideal para uma análise preventiva, por ser feita no final do tratamento, e,
sendo essa mais eficaz nos PCC intermédios, servirá como exemplo de aplicação da metodologia
adotada para a monitorização operacional.
Será então apresentado o esquema do quadro para a monitorização operacional correspondente à
descarga do efluente tratado, atendendo aos VLE impostos pela legislação em vigor. Este ponto
corresponde nas tabelas de avaliação e gestão de riscos ao PCC44.
No Quadro D.1 do anexo apresenta-se o esquema do quadro para a monitorização operacional, no
ponto de descarga no meio recetor, quando este é um rio (PCC44).
5.5. PLANOS DE GESTÃO
Finalmente, compilando todo o trabalho executado, cria-se um plano de gestão (neste caso de rotina)
para cada um dos PCC identificados, que resumem toda a informação necessária para uma
abordagem preventiva à ocorrência de um evento perigoso.
Estes planos devem estar deviamente identificados, acessíveis em qualquer momento e devem ser do
conhecimento de todos os responsáveis e intervenientes no sistema de saneamento. É também
81
necessário que estejam em constante atualização para que possam ser melhorados a cada nova
ocorrência.
Como a monitorização operacional faz parte dos planos de gestão, será apenas apresentado um
exemplo de aplicação correspondente ao PCC44 (no qual foi feito o quadro de monotorização
operacional).
No quadro E.1 do anexo está representado um exemplo para o plano de gestão de rotina do PCC44.
83
CONCLUSÕES
A avaliação e gestão de riscos em sistemas de saneamento revelou-se, como esperado, uma
ferramenta essencial para uma futura conceção de um plano de segurança de saneamento. Ao mesmo
tempo, provou-se que os sistemas de saneamento são estruturas de grande complexidade e
envergadura, propícias à ocorrência de eventos perigosos devido à natureza da água residual que
transportam e à sua interligação com o meio ambiente.
A adoção das políticas preventivas exploradas neste documento e o conhecimento destas por parte das
entidades gestoras e reguladoras dos sistemas de saneamento, permitem uma ação mais rápida e
eficaz sobre os efeitos causados por cada um destes eventos perigosos, quer no meio ambiente, quer
na saúde pública.
As medidas de monitorização e a existência de planos de ação pré-concebidos revelaram-se de extrema
importância para uma intervenção precoce na resolução de problemas no saneamento.
Pretende-se que a implementação deste trabalho na conceção de um plano de segurança para
saneamento, e, que uma posterior aplicação aos sistemas existentes espalhados por todo o mundo,
possibilitem a proteção de todo o meio ambiente e da água em particular pois este é o recurso mais
importante e valioso que a humanidade dispõem.
Perspetivas futuras
O primeiro objetivo a realizar na continuidade deste trabalho é a elaboração de um Plano de Segurança
para Saneamento como até então tem vindo a ser referido.
No entanto para a elaboração desse plano é necessário a implementação dos pontos estudados nesta
dissertação a um caso prático (aplicação a um sistema de saneamento de um aglomerado urbano
existente) e a sua posterior validação para que esteja em constante atualização. Assim é garantida a
produção de um documento de qualidade e adequado a cada caso específico.
Finalmente pretende-se garantir a aplicabilidade dos PSS a todos os sistemas existentes para que
sejam cada vez mais eficientes e seguros.
85
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Burian, S.; Nix, S.; Durrans, R.; Pitt, R.; Fan, c.;Field, R. – Historical Development of Wet-Weather Flow
Management. Journal of water Resources Planning and Management, ASCE. 1999.
Hodge, A.T. – Roman aqueducts & water supply. Gerald Duck-worth & Co. Ltd., London, 1992.
Maner, A.W. – Public works in ancient Mesopotamia. Civ. Engineering., 1966.
Webster, C. – The sewers of Mohenjo-Daro. J. Water Pollution Control Fed, 1962.
Vieira, J.M.P.; Morais, C.; - Planos de Segurança da Água Para Consumo Humano em Sistemas
Públicos de Abastecimento. Universidade do Minho, 2005.
Saldanha Matos J. - Aspectos Históricos a Actuais da Evolução da Drenagem de Águas Residuais em
Meio Urbano. Universidade do Minho, 2003.
Vieira, J.M.P.; Morais, C.; Coelho, J.P.; Freitas, I.; Reis, R.; Calvinho, A.; Sancho, R. – Manual para o
desenvolvimento de planos de segurança da água. Águas de Portugal, 2009.
Techneau - Identification and description of hazards for water supply systems – A catalogue of today’s
hazards and possible future hazards – Preliminary version. Techneau, 2007.
Sousa, E.R. – Sistemas de drenagem de águas residuais e pluviais – Instituto Superior Técnico, Lisboa,
2001.
Chambel, J.H.M. - Contribuição para o estudo da remoção em ETAR de 17β-estradiol e de 17α-
etinilestradiol no tratamento biológico –Tese de Mestrado, Universidade Nova de Lisboa, 201.
Bonito, A.J.C. - Infiltrações na rede de drenagem de águas residuais – Tese de Mestrado, Universidade
do Porto, 2014.
World Health Organization – Sanitation safety planning - Manual for safe use and disposal of wastewater,
greywater and excreta, WHO, 2015.
Barrenberg, E - Concept Note: Sanitation Safety Plans (SSP): A vehicle for guideline implementation -
WHO, 2015.
86
Lima, M.M.C.L - Conceção e exploração de estações de tratamento: documento de apoio pedagógico –
DEC – Universidade do Minho, 2014.
Duarte, A.S. – Processos em hidráulica ambienta documento de apoio pedagógico – DEC –
Universidade do Minho, 2014.
87
WEBGRAFIA
United States Environmental Protection Agency: http://epa.gov/
Water Safety Portal: http://www.wsportal.org/ibis/water-safety-portal/eng/home
Plano de Segurança da Água: http://www.portalpsa.com/
Global Water, Sanitation, & Hygiene (WASH): http://www.cdc.gov/healthywater/global/
World Health Organization: http://www.who.int/en/
Agência Portuguesa do Ambiente: http://www.apambiente.pt/
Diretiva Quadro da Água: http://www.apambiente.pt/dqa/
Naturlink: http://naturlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/Gestao-Ambiental/content/Remocao-de-
Nutrientes-de-aguas-Residuais?bl=1 (ùltima consulta 30/10/2015)
89
ANEXO
A – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NA COLETA E TRASPORTE
Quadro A.1 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - AR domésticas
C1 Origem Da Água Residual
C1
.1 A
R D
om
ést
ica
s
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C1
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
C1.1.1 Existência de atividades industriais ilegais em habitações.
C1.1.1.1 Substâncias químicas perigosas.
2 2 4 _ _
- Políticas de sensibilização dos utentes da rede; - Identificação de possíveis atividades ilegais por parte das autoridades;
C1.1.2 Introdução de medicamentos no SS.
C1.1.2.1 Substâncias químicas perigosas.
4 3 12 _ _
C1.1.3 Objetos de grandes dimensões.
C1.1.3.1 Obstrução da rede.
5 1 5 _ _
C1.1.4 Águas residuais hospitalares
C1.1.4.1 Micro-organismos patogénicos
5 3 15 _ _
- Separação na rede interna dos efluentes mais perigosos; - Pré-tratamento dos efluentes hospitalares.
C1.1.4.2 Substâncias químicas perigosas
C1.1.5 Ligação de AR pluviais
C1.1.5.1 Caudais excessivos
3 1 3 _ _
Controlo dos projetos de infraestruturas em novas construções e fiscalização nas antigas.
90
Quadro A.2 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - AR Industriais
C1 Origem Da Água Residual
C1
.2 A
R I
nd
ust
ria
is
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C2
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
C1.2.1 Indústrias agropecuárias.
C1.2.1.1 Elevada carga orgânica
5 2 10 _ _
- Pré-tratamento de efluentes; - Análise periódica da composição dos efluentes; - Criação de legislação específica de limitação de concentrações de cargas poluentes; - Fiscalização por parte das autoridades públicas; - Monotorização de equipamentos e processos de produção industrial.
C1.2.1.2 Micro-organismos patogénicos C1.2.1.3 Substâncias químicas perigosas
C1.2.2 Indústrias de transformação de alimentos
C1.2.2.2 Elevada carga orgânica
5 1 5 _ _
C1.2.3 Indústrias de produção de adubos e fertilizantes
C1.2.3.1 Presença elevada de nutrientes
5 1 5 _ _ C1.2.3.2 Substâncias químicas perigosas
C1.2.4 Indústrias de produtos químicos
C1.2.4.1 Substâncias químicas tóxicas
5 2 10 _ _ C1.2.4.2 Cor, turvação e odores
C1.2.7 Escorrências de aterros sanitários
C1.2.7.1 Presença de lixiviados
5 2 10 _ _
C1.2.7.2 Elevada carga orgânica
91
Quadro A.3 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - AR Pluviais
C1 Origem Da Água Residual
C1
.3 A
R P
luvi
ais
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C3
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
C1.3.1 Condições meteorológicas extremas
C1.3.1.1 Produção de caudais excessivos
2 3 6 _ _
- Criação de redes de apoio ou emergência; - Realização de estudos de viabilidade de tratamento de águas residuais pluviais.
C1.3.2 Lixiviados
C1.3.2.1 Óleos e gorduras
3 3 9 _ _ C1.3.2.2 Metais pesados C1.3.2.3 Substâncias tóxicas ou nocivas
92
Quadro A.4 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - Rede de AR Domésticas
C2 Tipo De Rede De AR
C2
.1 R
ed
e d
e á
gu
as
resi
du
ais
do
mé
stic
as.
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
C2.1.1 Descargas/infiltração de AR pluviais
C2.1.1.1 A rede não consegue assegurar o escoamento de todo o caudal
3 3 9 _ _
- Supervisão das descargas na rede; - Fiscalização de atividades relacionadas com a rede pelas autoridades.
C2.1.2 Descargas e ligações ilegais
C2.1.2.1 A rede não consegue assegurar o escoamento de todo o caudal
3 3 9 _ _
C2.1.3 Cheias provocadas por condições meteorológicas extremas
C2.1.3.1 Infiltração de AR pluviais
2 3 6 _ _
- Criação de redes de descarga de emergência
C2.1.3.2 Transbordo de água residual C2.1.3.3 A rede não consegue assegurar o escoamento de todo o caudal
C2.1.4 Singularidades da rede
C2.1.4.1 Problemas de escoamento e obstrução das condutas
3 2 6 _ _ - Monitorização e manutenção regular destes pontos.
C2.1.5 Matéria orgânica em decomposição
C2.1.5.1 Acumulação de gases nas caixas de visita
4 3 12 _ _
- Introdução de respiradouros ao longo da rede para a sua libertação
93
C2 Tipo De Rede De AR C
2.1
Re
de
de
ág
ua
s re
sid
ua
is d
om
ést
ica
s.
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Controlo
PC
C4
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
C2.1.6 Corrosão dos materiais constituintes da rede
C2.1.6.1 Infiltrações de matéria poluente no subsolo 1 4 4 _ _
- Manutenção programada da rede de distribuição - Boas práticas em trabalhos de reparação e manutenção e limpeza.
C2.1.6.2 Interrupção no escoamento
C2.1.7 Acesso não autorizado de pessoas e animais
C2.1.7.1 Danos acidentais ou deliberados na rede 1 5 5 _ _
- Limitação do acesso aos órgãos da rede; - Fiscalização de atividades relacionadas com a rede pelas autoridades.
C2.1.7.2 Sabotagem
C2.1.8 Ruturas e fissuras de condutas e outros órgãos
C2.1.8.1 Infiltrações de matéria poluente no subsolo
1 4 4 _ _
- Manutenção programada da rede de distribuição - Boas práticas em trabalhos de reparação e manutenção e limpeza. - Monitorização de órgãos sensíveis
C2.1.9 Falhas nas estações elevatórias
C2.1.9.1 Interrupção do escoamento
1 4 4 S,N,S,N PCC C2.1.9.2 Infiltrações de material poluente
C2.1.10 Operações ou reparações inadequadas da rede
C2.1.10.1 Danos estruturais ou dos materiais constituintes da rede
1 2 2 _ _
94
C2 Tipo De Rede De AR
C2
.1 R
ed
e d
e á
gu
as
resi
du
ais
d
om
ést
ica
s.
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Controlo
PC
C4
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
C2.1.11 Obstrução de condutas
C2.1.11.1 Interrupção do escoamento
1 4 4 _ _
- Manutenção programada da rede de distribuição - Boas práticas em trabalhos de reparação e manutenção e limpeza. - Monitorização de órgãos sensíveis
D2.1.11.2 Infiltrações de material poluente
D2.1.12 Desastres naturais
D2.1.12.1 Colapso integral ou parcial da rede
1 5 5 _ _ _
95
Quadro A.5 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - Rede de AR Pluviais
C2 Tipo De Rede De AR
C2
.2 R
ed
e d
e á
gu
as
resi
du
ais
plu
via
is.
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C5
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
C2.2.1 Descargas e ligações ilegais
C2.2.1.1 A rede não consegue assegurar o escoamento de todo o caudal
2 3 6 _ _
- Supervisão das descargas na rede; - Fiscalização de atividades relacionadas com a rede pelas autoridades.
C2.2.1.2 Introdução de AR doméstica
1 4 4 _ _
C2.2.2 Cheias provocadas por condições meteorológicas extremas
C2.2.2.1 A rede não consegue assegurar o escoamento de todo o caudal
2 3 6 _ _
- Criação de redes de descarga de emergência
C2.2.3 Obstrução de sargetas e sumidouros
C2.2.3.1 Cheias
2 3 6 _ _
- Manutenção programada da rede de distribuição - Boas práticas em trabalhos de reparação e manutenção e limpeza. - Monitorização de órgãos sensíveis
C2.2.4 Singularidades da rede
C2.2.4.1 Problemas de escoamento e obstrução das condutas
2 3 6 _ _
C2.2.5 Corrosão dos materiais constituintes da rede
C2.2.5.1 Interrupção no escoamento
1 3 3 _ _
96
C2 Tipo De Rede De AR C
2.2
Re
de
de
ág
ua
s re
sid
ua
is p
luvi
ais
.
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C5
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
C2.2.6 Obstrução de condutas
C2.2.6.1 Interrupção no escoamento
1 3 3 _ _
- Manutenção programada da rede de distribuição - Boas práticas em trabalhos de reparação e manutenção e limpeza. - Monitorização de órgãos sensíveis
C2.2.7 Ruturas e fissuras de condutas e outros órgãos
C2.2.7.1 Interrupção no escoamento
1 3 3 _ _
C2.2.8 Operações ou reparações inadequadas da rede
C2.2.8.1 Danos estruturais ou dos materiais constituintes da rede
1 3 3 _ _
C2.2.9 Falhas nas estações elevatórias
C2.2.9.1 Interrupção no escoamento
1 3 3 S,N,S,N PCC
C2.2.10 Sabotagem e desastres naturais
C2.2.10.1 Colapso integral ou parcial da rede
1 5 5 _ _ _
C2.2.11 Infiltrações na rede
C2.2.11.1 A rede não consegue assegurar o escoamento de todo o caudal 2 5 10 _ _ _ C2.2.11.2 Introdução de AR doméstica
97
Quadro A.6 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - Sistemas Unitários
C2 Tipo De Rede De AR
C2
.3 S
iste
ma
s u
nit
ári
os
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C6
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
C2.3.1 Cheias
C2.3.1.1 Transbordo de água residual contendo matéria orgânica em decomposição
2 3 6 _ _
- Manutenção programada da rede; - Criação de redes de descarga de emergência;
C2.3.2 Odores nos órgãos de recolha de água pluviais
C2.3.2.1 Proliferação de insetos e mosquitos junto às sargetas 3 2 6 _ _
- Instalação de respiradouros em pontos estratégicos para libertação dos mesmos;
98
B – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NO TRATAMENTO
Quadro B.1 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Sedimentador Gravítico
T1 Pré-tratamento
T1
.1 S
edim
en
tad
or
Gra
víti
co
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C7
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T1.1.1 Doseamento incorreto de coagulante
T1.1.1.1 Partículas em excesso
2 3 6 S,S PCC - Histórico de doseamento de químicos; - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos.
T1.1.1.2 Matéria orgânica em excesso
T1.1.2 Doseamento incorreto de floculante
T1.1.2.1 Matéria orgânica em excesso
2 3 6 S,S PCC T1.1.2.2 Excesso de turvação
T1.1.3 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos
T1.1.3.1 Partículas em excesso
2 3 6 _ _ T1.1.3.2 Matéria orgânica em excesso T1.1.3.3 Excesso de turvação
T1.1.4 Mau acondicionamento de químicos
T1.1.4.1 Formação de substâncias químicas perigosas
1 3 3 _ _
- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Instalação de mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento
99
T1 Pré-tratamento
T1
.1 S
edim
en
tad
or
Gra
víti
co
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C7
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T1.1.5 Rutura de stock de químicos
T1.1.5.1 Partículas em excesso
1 3 3 _ _
- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos
T1.1.5.2 Matéria orgânica em excesso T1.1.5.3 Excesso de turvação
T1.1.6 Tempo de contacto com o floculante insuficiente
T1.1.6.1 Matéria orgânica em excesso
3 3 9 _ _
- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T1.1.6.2 Excesso de turvação
T1.1.7 Tempo de retenção no sedimentador insuficiente
T1.1.7.1 Partículas em excesso
3 3 9 _ _ T1.1.7.2 Matéria orgânica em excesso T1.1.7.3 Excesso de turvação
T1.1.8 Avarias no sistema de recolha de lamas
T1.1.8.1 Partículas em excesso
2 3 6 S,N,S,S Não é PCC
T1.1.8.2 Matéria orgânica em excesso T1.1.8.3 Excesso de turvação
100
Quadro B.2 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Correção de pH
T1 Pré-tratamento
T1
.2 C
orr
eçã
o d
e p
H:
Ad
içã
o D
e C
al
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C8
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T1.2.1 Preparação e doseamento incorreto da água de cal
T1.2.1.1 pH elevado
2 3 6 S,S PCC
- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T1.2.1.2 pH baixo
T1.2.2 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos
T1.2.2.1 pH elevado
2 3 6 _ _ T1.2.2.2 pH baixo
T1.2.3 Rutura de stock de reagentes
T1.2.3.1 pH inadequado
1 3 3 _ _
- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos
T1.2.4 Contaminação do reagente devido a acondicionamento deficiente
T1.2.4.1 Formação de substâncias químicas perigosas
2 3 6 _ _
- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Instalação de mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento
101
Quadro B.3 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Filtração Convencional (rápida)
T1 Pré-tratamento
T1
.3 F
iltra
ção
Co
nve
nci
on
al (
ráp
ida
)
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C9
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T1.3.1 Controlo da coluna de água deficiente
T1.3.1.1 Matéria orgânica
3 2 6 S,S PCC - Garantir a existência de um plano de calibração eficiente; T1.3.1.2
Turvação
T1.3.2 Colmatação dos filtros (tempos demasiado longos entre lavagens)
T1.3.1.1 Matéria orgânica
3 2 6 S,S PCC
- Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências no equipamento e medidas de correção
T1.3.1.2 Turvação
T1.3.3 Incorreta lavagem dos filtros
T1.3.1.1 Matéria orgânica
3 2 6 _ _
- Adaptar os ciclos de lavagem às concentrações de carga poluente; - Criar parâmetros de controlo dos ciclos de lavagem
T1.3.1.2 Turvação
T1.3.4 Mau funcionamento dos analisadores em linha
T1.3.4.1 Excesso de matéria orgânica
2 4 8 S,S PCC
- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências no equipamento e medidas de correção
T1.3.4.2 Excesso de turvação
102
Quadro B.4 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Desinfeção Química: Cloração
T1 Pré-tratamento
T1
.4 D
esi
nfe
ção
Qu
ímic
a:
Clo
raçã
o
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C1
0
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T1.4.1 Doseamento incorreto do químico
T1.4.1.1 Micro-organismos patogénicos
2 3 6 S,N,S,S Não é PCC
- Histórico de doseamento de químicos; - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos
T1.4.2 Tempo insuficiente de contacto do químico com a água
T1.4.2.1 Micro-organismos patogénicos
2 3 6 _ _
T1.4.3 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos
T1.4.3.1 Micro-organismos patogénicos
2 3 6 _ _
T1.4.4 Rutura de stock de reagentes
T1.4.4.1 Micro-organismos patogénicos
1 3 3 _ _
- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos
T1.4.5 Formação de subprodutos
T1.4.5.1 Trihalometanos
3 3 9 S,N,S,S Não é PCC
- Garantir corretas dosagens do químico e tempos de contacto suficientes.
103
Quadro B.5 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Tratamento Preliminar – Gradagem, Trituradores E
Desintegradores
T2 Tratamento Preliminar
T2
.1 G
rad
ag
em
, T
ritu
rad
ore
s e
De
sin
teg
rad
ore
s
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C1
1
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T2.1.1 Falhas e avarias mecânicas, elétricas ou estruturais nos órgãos
T2.1.1.1 Passagem de elementos grosseiros que podem originar danos e corrosão dos órgãos a jusante
2 2 4 _ _
- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos - Fontes alternativas de energia elétrica.
T2.1.2 Limpeza deficiente de órgãos (com limpeza manual)
T2.1.2.1 Obstrução das grades
3 3 9 S,S PCC
- Correta formação de recursos humanos; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos
T2.1.3 Materiais filamentosos
T2.1.3.1 Avarias nos sistemas mecânicos dos órgãos
3 3 9 _ _ - Otimização da sequência dos órgãos
T2.1.4 Passagem de materiais sintéticos (não biodegradáveis)
T2.1.4.1 Composição das lamas fora dos parâmetros regulamentares
3 3 9 _ _ - Otimização da sequência dos órgãos
T2.1.5 Deposição de sólidos
T2.1.5.1 Obstrução parcial dos canais onde estão instalados os órgãos
3 2 6 S,S PCC - Injeção de ar para promover a mistura dos componentes da água
104
Quadro B.6 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Tratamento Preliminar – Desarenadores
T2 Tratamento Preliminar
T2
.2 D
esa
ren
ad
ore
s
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C1
4
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T2.2.1 Falhas e avarias mecânicas, elétricas ou estruturais nos órgãos
T2.2.1.1 Passagem de elementos inertes que podem originar danos e corrosão dos órgãos a jusante
2 2 4 _ _
- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Fontes alternativas de energia elétrica. - Planos de otimização das operações. - Lavagem dos inertes para remoção de matéria orgânica.
T2.2.2 Avarias nos sistemas de injeção de ar
T2.2.2.1 Sedimentação de matéria orgânica
2 2 4 _ _
T2.2.3 Excesso de ar injetado (arejados)
T2.2.3.1 Os inertes não sedimentam
2 2 4 S,S PCC
T2.2.4 Insuficiência de ar injetado (arejados)
T2.2.4.1 Sedimentação de matéria orgânica
2 2 4 S,S PCC
T2.2.5 Órgãos não cobertos
T2.2.5.1 Libertação de compostos orgânicos voláteis e odores
5 2 10 _ _ - Cobrir os equipamentos
T2.2.6 Não instalação de defletores (arejados)
T2.2.6.1 Curto circuito hidráulico
1 2 2 _ _ - Instalação de defletores
105
Quadro B.7 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Tanque De Equalização Ou Homogeneização
T2 Tratamento Preliminar
T2
.3 T
an
qu
e d
e e
qu
aliz
açã
o o
u h
om
og
en
eiz
açã
o
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C1
5
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T2.3.1 Problemas estruturais e fissuras
T2.3.1.1 Infiltração de águas com elevada carga poluente
1 5 5 _ _
- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos; - Fontes alternativas de energia elétrica.
T2.3.2 Falhas no suprimento de energia elétrica
T2.3.2.1 Sistema de bombagem inoperacional
2 3 6 _ _
T2.3.3 Ocorrência de sedimentação
T2.3.3.1 Produção de lamas
4 1 4 S,S PCC T2.3.3.2 Diminuição do volume de água armazenado
T2.3.4 Elevada carga orgânica da água armazenada
T2.3.4.1 Proliferação de odores e insetos
4 2 8 _ _ - Cobertura do tanque
106
Quadro B.8 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Primário – Tanque De Mistura/Arejamento
T3 Tratamento Primário
T3
.1 T
an
qu
e D
e M
istu
ra/A
reja
me
nto
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C1
6
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T3.1.1 Doseamento incorreto de coagulante
T3.1.1.1 Partículas em excesso
2 3 6 S,S PCC - Histórico de doseamento de químicos; - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos.
T3.1.1.2 Matéria orgânica em excesso
T3.1.2 Doseamento incorreto de floculante
T3.1.2.1 Matéria orgânica em excesso
2 3 6 S,S PCC T3.1.2.2 Excesso de turvação
T3.1.3 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos
T3.1.3.1 Partículas em excesso
2 3 6 _ _ T3.1.3.2 Matéria orgânica em excesso T3.1.3.3 Excesso de turvação
T3.1.4 Mau acondicionamento de químicos
T3.1.4.1 Formação de substâncias químicas perigosas
1 3 3 _ _
- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento
T3.1.5 Rutura de stock de químicos
T3.1.5.1 Partículas em excesso
1 3 3 _ _
- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos
T3.1.5.2 Matéria orgânica em excesso T3.1.5.3 Excesso de turvação
107
T3 Tratamento Primário
T3
.1 T
an
qu
e D
e M
istu
ra/A
reja
me
nto
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C1
6
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T3.1.6 Tempo de contacto com o floculante insuficiente
T3.1.6.1 Matéria orgânica em excesso
3 3 9 _ _ - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T3.1.6.2 Excesso de turvação
T3.1.7 Avaria nos mecanismos de pré-arejamento
T3.1.7.1 Mistura de químicos menos eficaz
2 2 4 _ _ T3.1.7.2 Menor flutuação de espumas
T3.1.8 Problemas estruturais do tanque e fissuração
T3.1.8.1 Infiltração de água com elevada concentração de material poluente
1 5 4 _ _
108
Quadro B.9 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Primário – Sedimentador Primário
T3 Tratamento Primário
T3
.2 S
edim
en
tad
or
Pri
má
rio
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C1
7
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T3.2.1 Problemas estruturais ou fissuração
T3.2.1.1 Infiltração de água com elevada concentração de material poluente
1 5 5 _ _ - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T3.2.2 Avarias no dispositivo de recolha de sobrenadantes
T3.2.2.1 Matéria orgânica em excesso
3 3 9 _ _
_ _ T3.2.2.2
Excesso de turvação
T3.2.3 Avarias no dispositivo de recolha de lamas
T3.2.3.1 Matéria orgânica em excesso
3 3 9 _ _ T3.2.3.2 Excesso de turvação
T3.2.4 Tempo de retenção inadequado
T3.2.4.1 Matéria orgânica em excesso
3 3 9 S,N,S,S Não é PCC
- Utilização de tanque de equalização para homogeneizar as características água
T3.2.4.2 Excesso de turvação
T3.2.5 Turbulência nos mecanismos de entrada e saída de água
T3.2.5.1 Matéria orgânica em excesso
2 3 6 _ _
- Instalação de elementos de regulação do caudal à entrada; - Conceção adequada dos mecanismos de descarga
T3.2.5.2 Excesso de turvação
109
T3 Tratamento Primário
T3
.2 S
edim
en
tad
or
Pri
má
rio
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C1
7
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T3.2.6 Curto-circuito hidráulico
T3.2.6.1 Matéria orgânica em excesso
3 3 9 _ _
- Amenização dos diferenciais de carga poluente afluente e presente no órgão
T3.2.6.2 Excesso de turvação
T3.2.7 Efeito dos ventos
T3.2.7.1 Perturbações no escoamento
3 3 9 _ _
- Conceção dos órgãos com base nos ventos dominantes;
T3.2.8 Diferenciais de temperatura entre água afluente e a que está no sedimentador
T3.2.8.1 Estratificação termal
3 3 9 _ _
- Utilização de tanque de equalização para homogeneizar as características água
110
Quadro B.10 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Primário – Tamisador
T3 Tratamento Primário
T3
.3 T
am
isa
do
r
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C1
8
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T3.3.1 Falhas e avarias mecânicas, elétricas ou estruturais
T3.2.6.1 Matéria orgânica em excesso
2 3 6 _ _
- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T3.2.6.2 Excesso de turvação
111
Quadro B.11 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Lamas Ativadas – TA/ Reator
T4 Tratamento Secundário: Lamas ativadas
T4
.1 T
an
qu
e D
e A
reja
me
nto
Ou
Re
ato
r
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C1
9
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T4.1.1 Avarias no sistema de injeção de ar
T4.1.1.1 Baixa concentração de OD
2 3 6 _ _ - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção - Existência de mecanismos de backup.
T4.1.2 Avarias nos sistemas misturadores
T4.1.2.1 Sedimentação de lamas
2 3 6 _ _
T4.1.3. Problemas estruturais ou fissuração
T4.1.3.1 Infiltração de água com elevada carga orgânica
1 5 5 _ _
T4.1.4 Tempo de contacto insuficiente
T4.1.4.1 Excesso de matéria orgânica
3 3 9 S,S PCC
- Planos de ajustamento do processo com base nas flutuações das características a tratar
T4.1.4.2 Excesso de nutrientes
T4.1.5 Presença de agentes bactericidas na água residual
T4.1.5.1 Morte dos micro-organismos responsáveis pela digestão de poluentes
2 4 8 S,N,S,N PCC - Reserva de colonias de micro-organismos;
T4.1.6 Sólidos flutuantes e em suspensão
T4.1.6.1 Obstrução dos difusores de ar.
3 3 9 _ _ - Utilização de mecanismos de remoção destes constituintes nos processos antecessores.
112
Quadro B.12 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Lamas Ativadas – Sedimentador Secundário
T4 Tratamento Secundário: Lamas ativadas
T4
.2 S
edim
en
tad
or
Sec
un
dá
rio
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C2
0
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T4.2.1 Problemas estruturais ou fissuração
T4.2.1.1 Infiltração de água com elevada carga orgânica
1 5 5 _ _
- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção
T4.2.2 Avarias no dispositivo de recolha de lamas
T4.2.2.1 Excesso de matéria orgânica
2 3 6 _ _ T4.2.2.2 Excesso de nutrientes
T4.2.3 Tempo de retenção inadequado
T4.2.3.1 Excesso de matéria orgânica
3 3 9 S,S PCC
- Planos de ajustamento do processo com base nas flutuações das características a tratar
T4.2.3.2 Excesso de nutrientes
T4.2.4 Presença de bulking
T4.2.4.1 Excesso de matéria orgânica
3 3 9 S,S PCC - Histórico de ocorrências e medidas de correção - Correta conceção dos equipamentos; - Controlo da composição do substrato ativo.
T4.2.4.2 Excesso de nutrientes
T4.2.5 Não existência de defletores
T4.2.5.1 Ressuspensão de matéria orgânica
1 3 3 _ _
T4.2.6 Não formação de manto de sedimentação
T4.2.6.1 Lamas de recirculação não espessadas
3 3 9 _ _
- Garantir condições de estabilidade que permitam correta floculação das lamas
113
Quadro B.13 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Lamas Ativadas – Sistema De Recirculação De
Lamas
T4 Tratamento Secundário: Lamas ativadas
T4
.3 S
iste
ma
De
Re
circ
ula
ção
De
La
ma
s Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C2
1
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T4.3.1 Lamas recirculadas não espessadas
T4.3.1.1 Caudal excessivo de lamas
3 3 9 _ _ - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção - Revisão dos processos utilizados
T4.3.2 Falhas e avarias mecânicas, elétricas ou estruturais
T4.3.2.1 Interrupção da recirculação de lamas
2 4 8 _ _
T4.3.3 Avarias nas bombas do sistema elevatório
T4.3.3.1 Caudal insuficiente de lamas recirculadas
2 4 8 S,N,S,N PCC
114
Quadro B.14 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Lagoas De Estabilização
T5 Tratamento Secundário: Lagoas De Estabilização
T5
.1 L
ag
oa
s D
e E
sta
bili
zaçã
o
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C2
2
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T5.1.1 Temperaturas baixas
T5.1.1.1 Inibição da atividade de bactérias
3 3 9 _ _
- Correta conceção dos sistemas: utilização deste tipo de órgão apenas quando verificadas as condições naturais para sua utilização; - Aumento dos tempos de retenção;
T5.1.2 Períodos longos sem luz solar
T5.1.2.1 Inibição da fotossíntese por parte das algas
2 3 6 _ _
T5.1.3 Ação dos ventos
T5.1.3.1 Perturbação da sedimentação
3 3 9 _ _
T5.1.4 Presença de agentes bactericidas na água residual
T5.1.4.1 Morte dos micro-organismos responsáveis pela digestão de poluentes
1 5 5 _ _
T5.1.5 Avarias em órgãos acessórios de arejamento
T5.1.5.1 Baixa concentração de OD em lagoas com processos de digestão aeróbia
1 3 3 _ _
- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção
115
T5 Tratamento Secundário: Lagoas De Estabilização
T5
.1 L
ag
oa
s D
e E
sta
bili
zaçã
o
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C2
2
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T5.1.6 Fissuras na camada de impermeabilização da lagoa
T5.1.6.1 Infiltração de água com materiais poluentes
1 5 5 _ _ - Corretas práticas de construção e manutenção; - Construção de barreiras protetoras dos órgãos
T5.1.7 Erosão
T5.1.7.1 Infiltração de água com materiais poluentes
1 5 5 _ _
T5.1.8 Tempos de retenção insuficientes
T5.1.8.1 Excesso de concentrações de poluentes 3 3 9 S,S PCC
- Planos de ajustamento do processo com base nas flutuações das características a tratar
T5.1.8.2 Proliferação de insetos e odores
116
Quadro B.15 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Leitos Percoladores
T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Crescimento Em Suporte Físico
T6
.1 L
eit
o P
erc
ola
do
r
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C2
3
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T6.1.1 Problemas estruturais ou fissuração
T6.1.1.1 Infiltração de água com elevada carga orgânica
1 5 5 _ _
- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção - Revisão dos processos utilizados - Utilização de linhas de tratamento em pararlelo
T6.1.2 Avarias no dispositivo de distribuição de caudal
T6.1.2.1 Interrupção do processo
2 4 8 _ _ T6.1.2.1 Excesso de matéria orgânica
T6.1.3 Presença de bactericidas
T6.1.3.1 Morte dos micro-organismos responsáveis pela digestão de poluentes
2 4 8 _ _
- Planos de ajustamento do processo com base nas flutuações das características a tratar
T6.1.4 Colmatação dos interstícios do meio filtrante
T6.1.4.1 Aumento do tempo da filtragem
2 3 6 S,S PCC - Lavagem do meio filtrante; - Recirculação do efluente
T6.1.5 Zona microbiana anaeróbia próxima da superfície
T6.1.5.1 Proliferação de odores e insetos
3 3 9 _ _
- Introdução de colunas de ventilação nas camadas superiores;
117
Quadro B.16 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Discos Biológicos
T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Crescimento Em Suporte Físico
T6
.2 D
isco
s B
ioló
gic
os
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C 2
4
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T6.2.1 Problemas estruturais ou fissuração
T6.2.1.1 Infiltração de água com elevada carga orgânica
1 5 5 _ _
- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção - Revisão dos processos utilizados - Utilização de linhas de tratamento em paralelo
T6.2.2 Avarias no dispositivo de rotação dos discos
T6.2.2.1 Excesso de matéria orgânica
2 3 6 _ _
T6.2.3 Presença de bactericidas
T6.2.3.1 Morte dos micro-organismos responsáveis pela digestão de poluentes
2 4 8 _ _
- Planos de ajustamento do processo com base nas flutuações das características a tratar
T6.2.4 Exposição à luz solar
T6.2.4.1 Degradação do meio de suporte
5 2 10 _ _ - Cobertura do órgão de tratamento T6.2.4.2
Crescimento de algas no suporte
118
Quadro B.17 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Sedimentador Secundário
T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Crescimento Em Suporte Físico
T4
.2 S
edim
en
tad
or
Sec
un
dá
rio
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C2
5
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T4.2.1 Problemas estruturais ou fissuração
T4.2.1.1 Infiltração de água com elevada carga orgânica
1 5 5 _ _
- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção
T4.2.2 Avarias no dispositivo de recolha de lamas
T4.2.2.1 Excesso de matéria orgânica
2 3 6 _ _ T4.2.2.2 Excesso de nutrientes
T4.2.3 Tempo de retenção inadequado
T4.2.3.1 Excesso de matéria orgânica
3 3 9 S,S PCC
- Planos de ajustamento do processo com base nas flutuações das características a tratar
T4.2.3.2 Excesso de nutrientes
T4.2.5 Não existência de defletores
T4.2.5.1 Ressuspensão de matéria orgânica
1 3 3 _ _
- Histórico de ocorrências e medidas de correção - Correta conceção dos equipamentos; - Controlo da composição do substrato ativo.
119
Quadro B.18 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Filtração
T7 Tratamento Terciário e de afinação
T7
.1 F
iltra
ção
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C2
6
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T7.1.1 Deficiente controlo da coluna de água sobre o filtro
T7.1.1.1 Excesso de matéria orgânica
3 3 9 S,S PCC
- Garantir a existência de um plano de calibração - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências no equipamento e medidas de correção
T7.1.1.2 Excesso de turvação
T7.1.2 Deficiente controlo de tempos de filtração
T7.1.2.1 Excesso de matéria orgânica
2 3 6 _ _ T7.1.2.2 Excesso de turvação
T7.1.3 Colmatação dos filtros
T7.1.3.1 Excesso de matéria orgânica
2 3 6 _ _ - Adaptar os ciclos de lavagem às concentrações de carga poluente; - Criar parâmetros de controlo dos ciclos de lavagem
T7.1.3.2 Excesso de turvação
T7.1.4 Incorreta lavagem dos filtros
T7.1.4.1 Excesso de matéria orgânica
2 3 6 _ _ T7.1.4.2 Excesso de turvação
T7.1.5 Mau funcionamento dos analisadores em linha
T7.1.5.1 Excesso de matéria orgânica
2 4 8 S,S PCC
- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências no equipamento e medidas de correção
T7.1.5.2 Excesso de turvação
120
Quadro B.19 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Adsorção E Biodegradação
T7 Tratamento Terciário e de afinação
T7
.2 A
dso
rçã
o e
bio
de
gra
da
ção
(fi
ltro
s d
e c
arv
ão
ati
vad
o)
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C2
7
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T7.2.1 Doseamento incorreto de carvão ativado
7.2.1.1 Excesso de matéria orgânica
2 3 6 _ _
- Histórico de doseamento de químicos; - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos.
T7.2.2 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos
T7.2.2.1 Excesso de matéria orgânica
2 3 6 _ _
T7.2.3 Mau acondicionamento de químicos
T7.2.3.1 Substâncias químicas perigosas
1 4 4 _ _
- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Instalação de mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento
T7.2.4 Rutura de stock de químicos
T7.2.4.1 Excesso de matéria orgânica
1 3 3 _ _
- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos
T7.2.5 Colmatação do leito de carvão ativado
T7.2.5.1 Excesso de matéria orgânica
2 3 6 _ _
- Garantir que o processo de tratamento a montante está a funcionar adequadamente.
121
T7 Tratamento Terciário e de afinação
T7
.2 A
dso
rçã
o e
b
iod
egra
da
ção
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C2
7
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T7.2.6 Quantidade de carvão ativado insuficiente para garantir a adsorção pretendida
T7.2.6.1 Excesso de matéria orgânica
2 3 6 _ _
- Garantir que a profundidade do leito de carvão ativado é adequada para o caudal a tratar
122
Quadro B.20 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Remoção Biológica De Fósforo
T7 Tratamento Terciário e de afinação
T7
.3 R
em
oçã
o b
ioló
gic
a d
e f
ósf
oro
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C2
8
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T7.3.1 Tempo de retenção insuficiente no reator anaeróbio
7.3.1.1 Condições para proliferação de acinetobacter deficientes
3 3 9 S,S PCC
- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção. - Controlo dos processos a montante do dispositivo.
T7.3.1.2 Excesso de fósforo
T7.3.2 Problemas estruturais ou fissuração do reator
T7.3.2.1 Infiltração de água com material poluente
1 3 3 _ _
T7.3.3 pH demasiado alto ou baixo
T7.3.3.1 Condições para proliferação de acinetobacter deficientes 3 3 9 S,S PCC T7.3.3.2 Excesso de fósforo
123
Quadro B.21 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Remoção De Química Fósforo
T7 Tratamento Terciário e de afinação
T7
.4 A
diç
ão
de
ca
l + c
oa
gu
laçã
o +
filt
raçã
o
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C2
9
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T7.4.1 Preparação e doseamento incorreto da água de cal
T7.4.1.1 pH elevado
2 3 6 S,S PCC
- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para s perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T7.4.1.2 pH baixo
T7.4.2 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos
T7.4.2.1 pH elevado
2 3 6 _ _ T7.4.2.2 pH baixo
T7.4.3 Rutura de stock de reagentes
T7.4.3.1 pH inadequado
1 3 3 _ _
- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos
T7.4.4 Contaminação do reagente devido a acondicionamento deficiente
T7.4.4.1 Formação de substâncias químicas perigosas
2 3 6 _ _
- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Instalação de mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento
124
T7 Tratamento Terciário e de afinação
T7
.4 A
diç
ão
de
ca
l + c
oa
gu
laçã
o +
filt
raçã
o
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C2
9
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T7.4.5 Doseamento incorreto de coagulante
T7.4.5.1 Excesso de fósforo
2 3 6 S,S PCC
- Histórico de doseamento de químicos; - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para s perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos.
T7.4.6 Deficiente controlo da coluna de água sobre o filtro
T7.4.6.1 Excesso de fósforo
3 3 9 S,S PCC
- Garantir a existência de um plano de calibração - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências no equipamento e medidas de correção
T7.4.7 Deficiente controlo de tempos de filtração
T7.4.7.1 Excesso de fósforo
2 3 6 _ _
125
T7 Tratamento Terciário e de afinação
T7
.4 A
diç
ão
de
ca
l + c
oa
gu
laçã
o +
fi
ltra
ção
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C2
9
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T7.1.3 Colmatação dos filtros
T7.1.3.1 Excesso de fósforo
2 3 6 _ _ - Adaptar os ciclos de lavagem às concentrações de carga poluente; - Criar parâmetros de controlo dos ciclos de lavagem
T7.1.4 Incorreta lavagem dos filtros
T7.1.4.1 Excesso de fósforo
2 3 6 _ _
T7.1.5 Mau funcionamento dos analisadores em linha
T7.1.5.1 Excesso de fósforo
2 4 8 S,S PCC
- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências no equipamento e medidas de correção
126
Quadro B.22 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Remoção Biológica De Azoto
T7 Tratamento Terciário e de afinação
T7
.5 R
em
oçã
o b
ioló
gic
a d
e a
zoto
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C3
0
Prob. Sev. Class. Respostas
PCC
T7.5.1 OD baixo
T7.5.1.1 Condições inadequadas para a proliferação das bactérias 3 3 9 _ _
- Criação de mecanismos de medição permanente destas condições; - Criação de mecanismos de alerta para condições indesejadas; - Criação de planos de ação sobre estas ocorrências; - Histórico de ocorrências e de medidas corretivas.
T7.5.1.2 Excesso de azoto
T7.5.2 pH inferior a 6 ou superior a 9
T7.5.2.1 Condições inadequadas para a proliferação das bactérias 3 3 9 _ _
T7.5.2.2 Excesso de azoto
T7.5.3 Temperaturas inferiores a 25ºC ou superiores a 32ºC
T7.5.3.1 Condições inadequadas para a proliferação das bactérias
3 3 9 _ _
T7.5.3.2 Excesso de azoto
T7.5.4 Alcalinidade residual >50 e <100 mg CaCO3 /L
T7.5.3.1 Condições inadequadas para a proliferação das bactérias
3 3 9 _ _
T7.5.3.2 Excesso de azoto
T7.5.5 Presença de metais pesados
T7.5.1.1 Condições inadequadas para a proliferação das bactérias
3 3 9 _ _
127
T7 Tratamento Terciário e de afinação
T7
.5 R
em
oçã
o b
ioló
gic
a d
e a
zoto
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C3
0
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T7.5.6 Tempo de retenção insuficiente no reator aeróbio
T7.5.6.1 Processo de nitrificação deficiente
3 3 9 S,S PCC
- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T7.5.6.2 Excesso de azoto
T7.5.7 Tempo de retenção insuficiente no reator anaeróbio
T7.5.7.1 Processo de desnitrificação deficiente
2 3 6 S,S PCC T7.5.7.2 Excesso de azoto
T7.5.8 Problemas estruturais ou fissuração do reator
T7.5.8.1 Infiltração de água com material poluente
1 4 3 _ _
128
Quadro B.23 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Cloração
T7 Tratamento Terciário e de afinação
T7
.6 C
lora
ção
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C3
1
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T7.6.1 Incorreto doseamento de químicos
T7.6.1.1 Micro-organismos patogénicos
2 4 8 S,N,S,N PCC - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para s perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T7.6.2 Tempo de contacto insuficiente com a água.
T7.6.2.1 Micro-organismos patogénicos
2 4 8 _ _
T7.6.3 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos
T7.6.3.1 Micro-organismos patogénicos
1 4 4 _ _
T7.6.4 Rutura de stock de reagentes
T7.6.4.1 Micro-organismos patogénicos
1 4 4 _ _
- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos
T7.6.5 Contaminação do reagente devido a acondicionamento deficiente
T7.6.5.1 Formação de substâncias químicas perigosas
1 5 5 _ _
- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Instalação de mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento
129
T7 Tratamento Terciário e de afinação
T7
.6 C
lora
ção
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C3
1
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T7.6.6 Formação de subprodutos da desinfeção
T7.6.6.1 Trihalometanos
3 5 15 S,S PCC
- Garantir corretas dosagens do químico e tempos de contacto suficientes. - Evitar a cloração o ponto crítico.
T7.6.6.2 Ácidos haloacéticos
130
Quadro B.24 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: descloração
T7 Tratamento Terciário e de afinação
T7
. D
esc
lora
ção
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C3
2
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T7.7.1 Incorreto doseamento de químicos
T7.7.1.1 Excesso de cloro
2 4 8 S,N,S,N PCC - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T7.7.2 Tempo de contacto insuficiente com a água.
T7.7.2.1 Excesso de cloro
2 4 8 _ _
T7.7.3 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos
T7.7.3.1 Excesso de cloro
1 4 4 _ _
T7.7.4 Rutura de stock de reagentes
T7.7.4.1 Excesso de cloro
1 4 4 _ _
- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos
T7.7.5 Contaminação do reagente devido a acondicionamento deficiente
T7.7.5.1 Formação de substâncias químicas perigosas
1 5 5 _ _
- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Instalação de mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento
131
Quadro B.25 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Ozonização
T7 Tratamento Terciário e de afinação
T7
.8 O
zon
iza
ção
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C3
3
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T7.8.1 Incorreto doseamento de químicos
T7.8.1.1 Micro-organismos patogénicos
2 4 8 S,N,S,N PCC
- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T7.8.2 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos
T7.8.2.1 Micro-organismos patogénicos
1 4 4 _ _
T7.8.3 Fuga de ozono a montante dos difusores ou má repartição no tanque de contacto por colmatação parcial dos difusores
T7.8.3.1 Micro-organismos patogénicos
2 4 8 _ _
132
Quadro B.26 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Radiação UV
T7 Tratamento Terciário e de afinação
T7
.9 R
ad
iaçã
o U
V
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C3
4
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T7.9.1 Doseamento incorreto de radiação UV
T7.9.1.1 Micro-organismos patogénicos
2 4 8 S,N,S,N PCC
- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T7.9.2 Avarias nos mecanismos de administração de UV
T7.9.2.1 Micro-organismos patogénicos
1 4 4 _ _
T7.9.3 Cor ou turvação excessivas que inviabilizam a correta difusão de UV por todo o efluente
T7.9.3.1 Micro-organismos patogénicos
3 4 12 _ _
- Criação de planos de calibração do processo; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção. - Controlo da eficiência dos processos a montante
T7.9.3.2 Matéria orgânica
133
Quadro B.27 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Espessamento De Lamas Por Meios Mecânicos
T8 Tratamento De Lamas
T8
.1 E
spe
ssa
me
nto
: m
eio
s m
ecâ
nic
os
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C3
5
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T8.1.1 Interrupção no fornecimento de energia elétrica
T8.1.1.1 Teor de água excessivo
1 3 3 _ _
- Fontes alternativas de fornecimento de energia elétrica. - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T8.1.2 Avarias nos compressores de lamas
T8.1.2.1 Teor de água excessivo
1 3 3 _ _
T8.1.3 Avarias nos centrifugadores
T8.1.3.1 Teor de água excessivo
1 3 3 _ _
134
Quadro B.28 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Espessamento De Lamas Por Sedimentação
T8 Tratamento De Lamas
T8
.2 E
spe
ssa
me
nto
: S
ed
ime
nta
ção
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C3
6
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T8.2.1 Problemas estruturais ou fissuração
T8.2.1.1 Infiltração de água com elevada concentração de material poluente
1 5 5 _ _ - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T8.2.2 Avarias no dispositivo de recolha de lamas
T8.2.2.1 Teor de água excessivo
2 3 6 _ _
T8.2.3 Tempo de retenção inadequado
T8.2.3.1 Teor de água excessivo
3 3 9 S,N,S,S Não é PCC
T8.2.4 Não formação de manto de sedimentação
T8.2.4.1 Teor de água excessivo
3 3 9 _ _
- Garantir condições de estabilidade que permitam correta floculação das lamas
135
Quadro B.29 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Estabilização Alcalina
T8 Tratamento De Lamas
T8
.3 E
sta
bili
zaçã
o a
lca
lin
a (
cal)
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C3
7
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T8.3.1 Incorreto doseamento de químicos
T8.3.1.1 Organismos patogénicos
2 3 6 S,N,S,N PCC - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T8.3.2 Tempo de contacto insuficiente com a lama
T8.3.2.1 Organismos patogénicos
2 3 6 _ _
T8.3.3 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos
T8.3.3.1 Organismos patogénicos
1 3 3 _ _
T8.3.4 Rutura de stock de reagentes
T8.3.4.1 Organismos patogénicos
1 3 3 _ _
- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos
T8.3.5 Contaminação do reagente devido a acondicionamento deficiente
T8.3.5.1 Formação de substâncias químicas perigosas
1 5 5 _ _
- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Instalação de mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento
136
Quadro B.30 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Estabilização Por Digestão Anaeróbia
T8 Tratamento De Lamas
T8
.4 E
sta
bili
zaçã
o p
or
dig
est
ão
an
ae
rób
ia
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C3
8
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T8.4.1 Problemas estruturais ou fissuração do órgão
T8.4.1.1 Matéria orgânica
1 3 3 _ _
- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção. - Recurso a mão-de-obra especializada
T8.4.2 Tempos de retenção insuficientes
T8.4.2.1 Matéria orgânica
2 3 6 S,N,S,N PCC
T8.4.3 Fugas de gás metano
T8.4.3.1 Explosão
1 5 5 _ _ T8.4.3.2 Poluição atmosférica
137
Quadro B.31 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Estabilização Por Digestão Aeróbia Ou Digestão
Autotérmica Termofílica
T8 Tratamento De Lamas
T8
.5 E
sta
bili
zaçã
o p
or
dig
est
ão
ae
rób
ia
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C3
9
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T8.5.1 Avarias nos sistemas de injeção e mistura de ar
T8.5.1.1 Matéria orgânica
1 3 3 _ _ - Fontes alternativas de fornecimento de energia elétrica. - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção. - Exigência de mão de obra especializada.
T8.5.2 Tempos de retenção insuficientes
T8.5.2.1 Matéria orgânica
2 3 6 S,N,S,N PCC
T8.5.3 Interrupção no fornecimento de energia elétrica
T8.5.3.1 Matéria orgânica
2 3 6 _ _
T8.5.4 Problemas estruturais ou fissuração do órgão
T8.5.4.1 Matéria orgânica
1 3 6 _ _
138
Quadro B.32 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Estabilização Por Compostagem
T8 Tratamento De Lamas
T8
.6 E
sta
bili
zaçã
o P
or
Co
mp
ost
ag
em
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
0
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T8.6.1 Problemas estruturais ou fissuração do órgão
T8.6.1.1 Matéria orgânica
1 3 3 _ _
- Fontes alternativas de fornecimento de energia elétrica. - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T8.6.1.2 Proliferação de odores e insetos
139
Quadro B.33 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Tratamento Final
T8 Tratamento De Lamas
T8
.7 T
rata
me
nto
fin
al
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
1
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T8.7.1 Problemas estruturais ou fissuração tanque de lamas
T8.7.1.1 Infiltrações de material poluente remanescente
1 3 3 _ _
- Fontes alternativas de fornecimento de energia elétrica. - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T8.7.2 Interrupção no fornecimento de energia elétrica
T8.7.2.1 Teor de água excessivo
2 3 6 _ _
T8.7.3 Avarias nos compressores de lamas
T8.7.3.1 Teor de água excessivo
1 3 3 _ _
T8.7.4 Avarias nos centrifugadores
T8.7.4.1 Teor de água excessivo
1 3 3 _ _
T8.7.5 Avarias nos incineradores
T8.7.5.1 Produção excessiva de escórias
1 3 3 _ _
T8.7.6 Deposição de lamas em leitos de secagem
T8.7.6.1 Proliferação de odores e insetos
3 3 9 _ _
- Criação de soluções alternativas à deposição - Impermeabilização prévia dos leitos de secagem
T8.7.6.2 Infiltrações de material poluente remanescente
140
Quadro B.34 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Órgãos Acessórios: Condutas, Válvulas E Silos
T9 Órgãos Acessórios
T9
.1 C
on
du
tas,
vá
lvu
las
e s
ilos.
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
2
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T9.1.1 Problemas estruturais ou fissuração de condutas
T9.1.1.1 Infiltrações de água residual
1 3 3 _ _
- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T9.1.1.2 Interrupção do escoamento
T9.1.2 Avarias nas válvulas
T9.1.2.1 Interrupção do escoamento
2 3 6 _ _
T9.1.3 Problemas estruturais ou fissuração de silos de armazenamento de reagentes
T9.1.3.1 Degradação de qualidade dos reagentes armazenados
1 3 3 _ _ T9.1.3.2 Formação de substâncias químicas perigosas
T9.1.4 Problemas estruturais ou fissuração de silos de armazenamento de lamas tratadas
T9.1.4.1 Proliferação de odores e insetos
1 3 3 _ _ T9.1.4.2 Infiltrações de material poluente remanescente
141
Quadro B.35 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Órgãos Acessórios: Estações Elevatórias
T9 Órgãos Acessórios
T9
.2 E
sta
çõe
s e
leva
tóri
as
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
3
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
T9.2.1 Falhas e avarias mecânicas, elétricas ou estruturais
T9.2.1.1 Interrupção do escoamento
2 3 6 _ _
- Fontes alternativas de fornecimento de energia elétrica. - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.
T9.2.2 Avarias nas bombas do sistema elevatório
T9.2.2.1 Interrupção do escoamento
2 3 6 S,N,S,N PCC
142
C – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NO MEIO RECETOR
Quadro C.1 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Meio Recetor – Rio
M1 Meio Hídrico
M1
.1 R
io
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
4
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
M1.1.1 Períodos de seca
M1.1.1.1 Baixo poder de diluição de poluentes remanescentes
2 4 8 _ _ - Previsão de eventos meteorológicos que possam provocar estes eventos; - Histórico de ocorrências e medidas preventivas
M1.1.2 Cheias
M1.1.2.1 Inundações de áreas da ETAR
2 4 8 _ _ M1.1.2.2 Introdução de AR não tratadas no meio aquático
M1.1.3 Micro-organismos patogénicos
M1.1.3.1 Morte de espécies animais
2 5 10
S,N,S,N PCC
- Monitorização das populações de fauna e flora; - Monitorização de afluências aos hospitais por problemas resultantes da utilização de meios hídricos; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Verificação dos processos responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.
M1.1.3.2 Morte de espécies vegetais
2 5 10
M1.1.3.3 Morte de seres humanos
1 5 5
M1.1.3.4 Doenças em espécies animais
3 3 9
M1.1.3.5 Doenças em espécies vegetais
3 3 9
M1.1.3.6 Doenças em seres humanos
2 3 6
M1.1.3.7 Perturbações da qualidade de zonas sensíveis a jusante
2 3 6
143
M1 Meio Hídrico M
1.1
Rio
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
4
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
M1.1.4 Subprodutos da desinfeção
M1.1.4.1 Morte de espécies animais
2 5 10
S,N,S,N PCC
- Monitorização das populações de fauna e flora existente; - Monitorização de afluências aos hospitais devido a problemas relacionados com a utilização de meios hídricos; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.
M1.1.4.2 Morte de espécies vegetais
2 5 10
M1.1.4.3 Morte de seres humanos
1 5 5
M1.1.4.4 Doenças em espécies animais
2 3 6
M1.1.4.5 Doenças em espécies vegetais
2 3 6
M1.1.4.6 Doenças em seres humanos
2 3 6
M1.1.4.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante
2 3 6
M1.1.5 Nutrientes
M1.1.5.1 Eutrofização
2 3 6
S,N,S,N PCC
- Verificação dos processos/operações em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.
M1.1.5.2 Degradação da qualidade da água em pontos de captação de água bruta para abastecimento
3 3 9
144
M1 Meio Hídrico
M1
.1 R
io
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
4
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
M1.1.6 Substâncias químicas tóxicas
M1.1.6.1 Morte de espécies animais
2 5 10
S,N,S,N PCC
- Monitorização das populações de fauna e flora existente; - Monitorização de afluências aos hospitais devido a problemas relacionados com a utilização de meios hídricos; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.
M1.1.6.2 Morte de espécies vegetais
2 5 10
M1.1.6.3 Morte de seres humanos
1 5 5
M1.1.6.4 Doenças em espécies animais
2 3 6
M1.1.6.5 Doenças em espécies vegetais
2 3 6
M1.1.6.6 Doenças em seres humanos
2 3 6
M1.1.6.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante
2 3 6
M1.1.7 Matéria orgânica em decomposição
M1.1.7.1 Odores
2 3 6
S,N,S,N PCC
- Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.
M1.1.7.2 Turvação M1.1.7.3 Insetos M1.1.6.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares
2 3 6
145
M1 Meio Hídrico
M1
.1 R
io
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
4
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
M1.1.8 Partículas
M1.1.8.1 Turvação
2 2 4
S,N,S,N PCC
- Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.
M1.1.8.2 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares
2 3 6
M1.1.9 Substâncias farmacêuticas
M1.1.9.1 Mutações em espécies animais
2 4 8 _ _ M1.1.9.2 Mutações em espécies vegetais
M1.1.10 Descargas ilegais de efluentes não tratados
M1.1.10.1 Micro-organismos patogénicos
2 5 10
S,N,S,N PCC
- Monitorização de atividades ilegais por parte das autoridades civis; - Histórico de descargas ilegais e de medidas corretivas - Estabelecimento de planos de ação
M1.1.10.2 Partículas M1.1.10.3 Substâncias químicas tóxicas M1.1.10.4 Substâncias farmacêuticas M1.1.10.5 Matéria orgânica M1.1.10.6 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega e para abastecimento, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante
2 5 10
146
M1 Meio Hídrico M
1.1
Rio
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
4
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
M1.1.11 Descargas de águas pluviais
M1.1.11.1 Substâncias químicas
5 3 15
S,N,S,N PCC
- Histórico de descargas que originaram problemas e medidas corretivas; - Estabelecimento de planos de ação; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras dos sistemas municipalizados e restantes zonas
M1.1.11.2 Partículas M1.1.11.3 Metais pesados M1.1.11.4 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega e para abastecimento, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante
5 3 15
M1.1.12 Existência de albufeira a jusante
M1.1.12.1 Massa de água estanque – baixo poder de diluição
5 3 15
S,N,S,N PCC
- Histórico de problemas e medidas corretivas; - Estabelecimento de planos de ação; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras dos sistemas municipalizados e restantes zonas.
M1.1.12.2 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega e para abastecimento, zonas de pesca e reservas de vida aquícola.
2 3 6
147
M1 Meio Hídrico M
1.1
Rio
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
4
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
M1.1.13 Existência de estuário a jusante
M1.1.13.1 Mistura de massas de água de características diferentes: possibilidade de reações químicas
2 3 6
S,N,S,N PCC
- Monitorização das populações de fauna e flora existente; - Histórico de problemas e medidas corretivas; - Estabelecimento de planos de ação; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras dos sistemas municipalizados e restantes zonas.
M1.1.13.2 Existência de espécies de fauna e flora sensíveis
2 5 10
M1.1.13.3 Perturbações da qualidade da água de zonas de atividades recreativas, zona de pesca e reservas de vida aquícola.
2 3 6
148
Quadro C.2 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Meio Recetor – Oceano
M1 Meio Hídrico
M1
.2 O
cea
no
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
5
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
M1.2.1 Efeito de correntes e marés
M1.2.1.1 Transporte de material poluente para a costa ou para zonas sensíveis
4 3 12 _ _
- Previsão de eventos meteorológicos que possam provocar estes eventos; - Histórico de ocorrências e medidas preventivas
M1.2.2 Micro-organismos patogénicos
M1.2.2.1 Morte de espécies animais
1 5 5
S,N,S,N PCC
- Monitorização das populações de fauna e flora existente; - Monitorização de afluências aos hospitais devido a problemas relacionados com a utilização de meios hídricos; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.
M1.2.2.2 Morte de espécies vegetais M1.2.2.3 Morte de seres humanos M1.2.2.4 Doenças em espécies animais
2 3 6 M1.2.2.5 Doenças em espécies vegetais M1.2.2.6 Doenças em seres humanos M1.2.2.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, zonas de pesca e reservas de vida aquícola.
2 3 6
149
M1 Meio Hídrico
M1
.2 O
cea
no
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
5
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
M1.2.3 Subprodutos da desinfeção
M1.2.3.1 Morte de espécies animais
2 5 10
S,N,S,N PCC
- Monitorização das populações de fauna e flora existente; - Monitorização de afluências aos hospitais devido a problemas relacionados com a utilização de meios hídricos; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.
M1.2.3.2 Morte de espécies vegetais
2 5 10
M1.2.3.3 Morte de seres humanos
1 5 5
M1.2.3.4 Doenças em espécies animais
2 3 6
M1.2.3.5 Doenças em espécies vegetais
2 3 6
M1.2.3.6 Doenças em seres humanos
2 3 6
M1.2.3.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, zonas de pesca e reservas de vida aquícola
2 3 6
M1.2.4 Nutrientes
M1.2.4.1 Eutrofização
2 3 6 _ _
- Verificação dos processos/operações em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.
150
M1 Meio Hídrico
M1
.2 O
cea
no
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
5
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
M1.2.5 Substâncias químicas tóxicas
M1.2.5.1 Morte de espécies animais
2 5 10
S,N,S,N PCC
- Monitorização das populações de fauna e flora existente; - Monitorização de afluências aos hospitais devido a problemas relacionados com a utilização de meios hídricos; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.
M1.2.5.2 Morte de espécies vegetais
2 5 10
M1.2.5.3 Morte de seres humanos
1 5 5
M1.2.5.4 Doenças em espécies animais
2 3 6
M1.2.5.5 Doenças em espécies vegetais
2 3 6
M1.2.5.6 Doenças em seres humanos
2 3 6
M1.2.5.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, zona de pesca e reservas de vida aquícola
2 3 6
M1.2.6 Matéria orgânica em decomposição
M1.2.6.1 Odores
2 3 6
S,N,S,N PCC
- Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.
M1.2.6.2 Turvação M1.2.6.3 Insetos M1.2.6.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares e de atividades recreativas
2 3 6
151
M1 Meio Hídrico
M1
.2 O
cea
no
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
5
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
M1.2.7 Partículas
M1.2.7.1 Turvação
2 2 4
S,N,S,N PCC
- Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.
M1.2.7.2 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares
2 3 6
M1.2.8 Substâncias farmacêuticas
M1.2.8.1 Mutações em espécies animais
2 4 8 _ _ M1.2.8.2 Mutações em espécies vegetais
M1.2.9 Descargas ilegais de efluentes não tratados
M1.2.9.1 Micro-organismos patogénicos
2 5 10
S,N,S,N PCC
- Monitorização de atividades ilegais por parte das autoridades civis; - Histórico de descargas ilegais e de medidas corretivas - Estabelecimento de planos de ação
M1.2.9.2 Partículas M1.2.9.3 Substâncias químicas tóxicas M1.2.9.4 Substâncias farmacêuticas M1.2.9.5 Matéria orgânica M1.2.9.6 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, zonas de pesca e reservas de vida aquícola
2 5 10
152
M1 Meio Hídrico M
1.2
Oce
an
o
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
5
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
M1.2.10 Descargas de águas pluviais
M1.2.10.1 Substâncias químicas
5 3 15
S,N,S,N PCC
- Histórico de descargas que originaram problemas e medidas corretivas; - Estabelecimento de planos de ação; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras dos sistemas municipalizados e restantes zonas
M1.2.10.2 Partículas M1.2.10.3 Metais pesados M1.2.10.4 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, zonas de pesca e reservas de vida aquícola
5 3 15
M1.2.11 Localização do ponto de descarga junto à costa
M1.1.12.2 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, zonas de pesca e reservas de vida aquícola.
2 3 6 S,N,S,N PCC
- Histórico de problemas e medidas corretivas; - Estabelecimento de planos de ação; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras dos sistemas municipalizados e restantes zonas.
153
Quadro C.3 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Meio Recetor – Solo
M2 Solo
M2
.1 S
olo
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo
PC
C4
6
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
M2.1.1 Utilização das lamas como fertilizante para agricultura
M2.1.1.1 Contaminação dos produtos agrícolas cultivados
2 4 8 _ _
- Conhecer o destino das lamas antes do tratamento; - Controlo da composição das lamas usadas para agricultura; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Estudo das características do meio onde se depositam as lamas
M2.1.1.2 Infiltração de materiais poluentes em reservas de água subterrâneas M2.1.1.3 Infiltração de materiais poluentes em meios hídricos próximos
M2.1.2 Micro-organismos patogénicos
M2.1.2.1 Infiltração de materiais poluentes em reservas de água subterrâneas
2 4 8 _ _ M2.1.2.2 Infiltração de materiais poluentes em meios hídricos próximos
M2.1.3 Substâncias químicas tóxicas
M2.1.3.1 Contaminação dos produtos agrícolas cultivados
2 4 8 _ _
M2.1.3.2 Infiltração de materiais poluentes em reservas de água subterrâneas M2.1.3.3 Infiltração de materiais poluentes em meios hídricos próximos
154
M2 Solo
M2
.1 S
olo
Eventos Perigosos
Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de
Controlo
PC
C4
6
Prob. Sev. Class. Respostas PCC
M2.1.4 Metais pesados
M2.1.4.1 Contaminação dos produtos agrícolas cultivados
2 4 8 _ _
- Conhecer o destino das lamas antes do tratamento; - Controlo da composição das lamas usadas para agricultura; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Estudo das características do meio onde se depositam as lamas
M2.1.4.2 Infiltração de materiais poluentes em reservas de água subterrâneas M2.1.4.3 Infiltração de materiais poluentes em meios hídricos próximos
M2.1.5 Deposição de lamas à superfície dos solos
M2.1.5.2 Infiltração de materiais poluentes em reservas de água subterrâneas
2 3 6 _ _
- Conhecer o destino das lamas antes do tratamento; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Impermeabilização prévia da área de deposição
M2.1.5.3 Infiltração de materiais poluentes em meios hídricos próximos
155
D – QUADRO DE MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL
Quadro D.1 – Exemplo de esquema do quadro para monitorização operacional: PCC44
PCC44
O Quê? (parâmetro)
Limite Crítico Onde? Como? Quando? Quem?
Ações Corretivas Valor Unidade
pH 6,0-9,0 Escala de Sorensen
Órgão de descarga
Eletrometria.
Semanal
Operação
- Ajuste dos processos e operações de tratamento; - Utilização de mão-de-obra qualificada; - Criação de histórico de ocorrências e medidas corretivas;
Temperatura Aumento de 3ºC
ºC Termometria. Operação
CBO5, 20ºC (20)
40 mg/l O2
Determinação de O2 dissolvido antes e após cinco dias de incubação a 20ºC ao abrigo da luz, com adição de inibidor da nitrificação.
Laboratório
CQO 150 mg/l O2 Método do dicromato de potássio.
SST 60 mg/l
Centrifugação (cinco minutos. Aceleração média de 2800g a 3200g), secagem a 105ºC e pesagem. Filtração através de membrana de 0,45µm, secagem a 105ºC e pesagem.
Alumínio 10 mg/l Al Espectrometria atómica. Espectrometria de emissão ótica com plasma (ICP)
156
PCC44
O Quê? (parâmetro)
Limite Crítico Onde? Como? Quando? Quem?
Ações Corretivas Valor Unidade
Ferro total 2,0 mg/l Fe
Órgão de descarga
Espectrometria atómica. Espectrometria de absorção molecular. Espectrometria de emissão ótica com plasma (ICP).
Semanal
Laboratório
- Ajuste dos processos e operações de tratamento; - Utilização de mão-de-obra qualificada; - Criação de histórico de ocorrências e medidas corretivas;
Manganés total 2,0 mg/l Mn Espectrometria atómica. Espectrometria de absorção molecular.
Cheiro
Não detetável
na diluição
1:20
— Inspeção olfativa. Operação
Cor
Não visível na diluição
1:20
—
Método fotométrico, após filtração simples, com padrões da escala Pt-Co
Laboratório Cloro residual
disponível: Livre
0,5 mg/l Cl2 Método DPD (N, N-dietil-p-fenilenodiamina). Cloro residual
disponível: Total
1,0 mg/l Cl2
157
PCC44
O Quê? (parâmetro)
Limite Crítico Onde? Como? Quando? Quem?
Ações Corretivas Valor Unidade
Fenóis 0,5 mg/l C6H5OH
Órgão de descarga
Espectrometria de absorção molecular. Método da 4-aminoantipirina. Método da paranitranilina.
Semanal Laboratório
- Ajuste dos processos e operações de tratamento; - Utilização de mão-de-obra qualificada; - Criação de histórico de ocorrências e medidas corretivas;
Óleos e gorduras
15 mg/l
Inspeção visual e olfativa. Extração a partir de um volume suficiente e pesagem do resíduo seco.
Sulfuretos 1,0 mg/l S Análise gravimétrica. Complexometria com EDTA. Espectrometria de absorção molecular
Sulfitos 1,0 mg/l SO3
Sulfatos 2000 mg/l SO4
Fósforo total 1 mg/l P Espectrometria de absorção molecular
Azoto amoniacal
10 mg/l NH4 Espectrometria de absorção molecular. Volumetria.
Azoto total 10 mg/l N
Mineralização, destilação segundo o método Kjeldahl, espectrometria de absorção molecular ou volumetria.
158
PCC44
O Quê? (parâmetro)
Limite Crítico Onde? Como? Quando? Quem?
Ações Corretivas Valor Unidade
Nitratos 50 mg/l NO3
Órgão de descarga
Espectrometria de absorção molecular. Cromatografia iónica. Elétrodos específicos.
Semanal Laboratório
- Ajuste dos processos e operações de tratamento; - Utilização de mão-de-obra qualificada; - Criação de histórico de ocorrências e medidas corretivas;
Aldeídos 1,0 mg/l
Cromatografia em fase gasosa, com deteção por captura de eletrões, após extração por solvente adequado e purificação.
Arsénio total 1,0 mg/l As
Espectrometria atómica com geração de hidretos. Espectrometria de absorção molecular.
Chumbo total 1,0 mg/l Pb Espectrometria atómica. Polarografia.
Cádmio total 0,2 mg/l Cd Espectrometria atómica. Polarografia.
Crómio total 2,0 mg/l Cr Espectrometria atómica. Espectrometria de absorção molecular.
Crómio hexavalente
0,1 mg/l Cr (VI)
Cobre total 1,0 mg/l Cu
Espectrometria de absorção molecular. Espectroscopia de absorção atómica. Espectrometria de emissão ótica com plasma (ICP).
159
PCC44
O Quê? (parâmetro)
Limite Crítico Onde? Como? Quando? Quem?
Ações Corretivas Valor Unidade
Níquel total 2,0 mg/l Ni
Órgão de descarga
Espectrometria atómica. Espectrometria de emissão ótica com plasma (ICP)
Semanal Laboratório
- Ajuste dos processos e operações de tratamento; - Utilização de mão-de-obra qualificada; - Criação de histórico de ocorrências e medidas corretivas;
Mercúrio total 0,05 mg/l Hg Espectrometria atómica sem chama (vaporização a frio).
Cianetos totais 0,5 mg/l CN Volumetria. Espectrometria de absorção molecular.
Óleos minerais 15 mg/l
Inspeção visual e olfativa. Extração a partir de um volume suficiente e pesagem do resíduo seco.
Detergentes (sulfato de
lauril e sódio) 2,0 mg/l
Espectrometria de absorção molecular
160
E – QUADRO DE GESTÃO DE ROTINA
Quadro E.1 – Exemplo de ficha de gestão de rotina para o PCC44
PCC44 M1 Meio Hídrico M1.1 Rio Eventos Perigosos
M1.1.3 Micro-organismos patogénicos M1.1.4 Subprodutos da desinfeção M1.1.6 Substâncias químicas tóxicas M1.1.5 Nutrientes
M1.1.7 Matéria orgânica em decomposição M1.1.8 Partículas M1.1.10 Descargas ilegais de efluentes não tratados M1.1.11 Descargas de águas pluviais M1.1.12 Existência de albufeira a jusante M1.1.13 Existência de estuário a jusante
M1.1 Rio
M1.1.3.1 Morte de espécies animais M1.1.3.2 Morte de espécies vegetais M1.1.3.3 Morte de seres humanos M1.1.3.4 Doenças em espécies animais M1.1.3.5 Doenças em espécies vegetais M1.1.3.6 Doenças em seres humanos M1.1.3.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante M1.1.4.1 Morte de espécies animais M1.1.4.2 Morte de espécies vegetais M1.1.4.3 Morte de seres humanos
161
M1.1.4.4 Doenças em espécies animais M1.1.4.5 Doenças em espécies vegetais M1.1.4.6 Doenças em seres humanos M1.1.4.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante M1.1.5.1 Eutrofização M1.1.5.2 Degradação da qualidade da água em pontos de captação de água bruta para abastecimento M1.1.6.1 Morte de espécies animais M1.1.6.2 Morte de espécies vegetais M1.1.6.3 Morte de seres humanos M1.1.6.4 Doenças em espécies animais M1.1.6.5 Doenças em espécies vegetais M1.1.6.6 Doenças em seres humanos M1.1.6.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante M1.1.7.1 Odores M1.1.7.2 Turvação M1.1.7.3 Insetos M1.1.6.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares M1.1.8.1 Turvação M1.1.8.2 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares M1.1.10.1 Micro-organismos patogénicos M1.1.10.2 Partículas M1.1.10.3 Substâncias químicas tóxicas M1.1.10.4 Substâncias farmacêuticas
162
M1.1.10.5 Matéria orgânica M1.1.10.6 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega e para abastecimento, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante M1.1.11.1 Substâncias químicas M1.1.11.2 Partículas M1.1.11.3 Metais pesados M1.1.11.4 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega e para abastecimento, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante M1.1.12.1 Massa de água estanque – baixo poder de diluição M1.1.12.2 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega e para abastecimento, zonas de pesca e reservas de vida aquícola. M1.1.13.1 Mistura de massas de água de características diferentes: possibilidade de reações químicas M1.1.13.2 Existência de espécies de fauna e flora sensíveis M1.1.13.3 Perturbações da qualidade da água de zonas de atividades recreativas, zona de pesca e reservas de vida aquícola.
Medidas De Controlo
- Monitorização das populações de fauna e flora existente; - Monitorização de afluências aos hospitais devido a problemas relacionados com a utilização de meios hídricos; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas. - Monitorização de atividades ilegais por parte das autoridades civis; - Histórico de descargas ilegais e de medidas corretivas - Estabelecimento de planos de ação. - Histórico de descargas que originaram problemas e medidas corretivas.
Monitorização Operacional O Quê? LC Unidade Quando? Quem? Ações Corretivas
pH 6,0-9,0 Escala de Sorensen
Semanal
Operação - Ajuste do tratamento; - Utilização de mão-de-obra qualificada; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas;
Temperatura Aumento de 3ºC ºC CBO5, 20ºC
(20) 40 mg/l O2
Laboratório CQO 150 mg/l O2 SST 60 mg/l
Alumínio 10 mg/l Al Ferro total 2,0 mg/l Fe
163
Manganés total
2,0 mg/l Mn
Cheiro Não detetável
na diluição 1:20
—
Semanal
Operação
- Ajuste dos processos e operações de tratamento; - Utilização de mão-de-obra qualificada; - Criação de histórico de ocorrências e medidas corretivas;
Cor Não visível na diluição 1:20
—
Laboratório
Cloro residual disponível:
Livre 0,5 mg/l Cl2
Cloro residual disponível:
Total 1,0 mg/l Cl2
Fenóis 0,5 mg/l C6H5OH Óleos e gorduras
15 mg/l
Sulfuretos 1,0 mg/l S Sulfitos 1,0 mg/l SO3 Sulfatos 2000 mg/l SO4
Fósforo total 1 mg/l P Azoto
amoniacal 10 mg/l NH4
Azoto total 10 mg/l N Nitratos 50 mg/l NO3 Aldeídos 1,0 mg/l
Arsénio total 1,0 mg/l As Chumbo total 1,0 mg/l Pb Cádmio total 0,2 mg/l Cd Crómio total 2,0 mg/l Cr
Crómio hexavalente
0,1 mg/l Cr (VI)
Cobre total 1,0 mg/l Cu Níquel total 2,0 mg/l Ni
Mercúrio total 0,05 mg/l Hg Cianetos totais 0,5 mg/l CN Óleos minerais 15 mg/l
Detergentes (sulfato de
lauril e sódio) 2,0 mg/l