Análises Harmônicas (parte1)

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Page 1: Análises Harmônicas (parte1)

Análises Harmônicas(A chave da interpretação)

Caríssimos: é com imenso prazer que lhes comunico que estamos estreando um novo período na nossa coluna, que vai se estender durante os próximos doze meses. Com novos assuntos e novo formato, teremos mais espaço para discorrer sobre as aulas, possibilitando aos colunistas explicarem com maiores detalhes cada assunto.

A partir desta edição, o nosso assunto será a improvisação. Fico muito feliz com isso, pois improvisar é uma das minhas grandes paixões, e como a maior parte dos e-mails que recebo são perguntas referentes a esse assunto, deu pra perceber que pairam muitas dúvidas com relação à arte de improvisar.

“Que escala eu uso nesta ou aquela situação?”, “Não sei como resolver tal modulação!”, “Como pode este acorde ir para aquele outro sem nenhuma relação aparente?”, “Conheço todas as escalas, mas não sei como improvisar em determinada música!”... Estas são perguntas freqüentes de leitores, alunos e nos workshops, e todas estas questões tem ligação direta com a análise harmônica, que será a tônica do assunto de nossas lições.

Muitos alunos já estudaram os campos harmônicos e dominam um arsenal de escalas, arpegios e licks, mas na hora de improvisar, têm muitas dificuldades sobre o que usar em determinadas situações. Isto se deve ao fato de que eles não sabem ou simplesmente conseguem fazer análise harmônica das músicas.

Não adianta conhecer só as escalas, mesmo que você saiba todos os modelos possíveis e em qualquer lugar no braço do instrumento. Ninguém consegue improvisar bem se não estudar harmonia e não souber fazer análise harmônica. Nossas próximas lições vão tratar desse aspecto da improvisação. Não vamos nos deter em escalas, modos ou campo harmônico pois, para trabalhar a análise, é necessário que você já domine estes assuntos ou se comprometa em estudá-los para aproveitar melhor as lições que serão colocadas de forma gradual. Começaremos com casos bem simples, aumentando o nível de dificuldade a cada aula, de forma que, ao chegar no final destes doze meses, você possa ter um curso de improvisação e análise harmônica numa apostila com doze lições.

E afinal de contas, pra que serve a análise harmônica? Bom, com ela, você será capaz de identificar tonalidades de uma música e suas modulações (quando ocorrerem), e saberá descobrir a que campo harmônico pertence cada seqüência de acordes que aparecer em alguns temas mais complexos, pois somente desta maneira você pode descobrir, e então decidir, que escalas vai usar para resolver cada situação.

Em muitos casos, há mais de uma opção de escala a ser usada, dependendo do efeito e sonoridade que você busca. Por isso, é tão importante estar consciente das funções harmônicas de cada acorde, dependendo da situação em que ele aparecer, já que um mesmo acorde pode pertencer a vários campos harmônicos simultaneamente. Depende de você verificar qual função que ele está cumprindo dentro de uma seqüência de acordes.

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Como material básico e requisito para as próximas aulas, vou deixar-lhes os principais campos harmônicos. Guarde bem, estude e, principalmente, transponha-os para as outras tonalidades. Para que você seja capaz de identificar modulações, é necessário conhecer bem todos os campos harmônicos.

Os números romanos embaixo de cada acorde representa a cifra analítica que usaremos ao longo do curso. Letras maiúsculas representam acordes maiores ou dominantes, e letras minúsculas representam acordes menores ou diminutos.

Dó Maior

C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 Bm7(b5)

I7M iim7 iiim7 IV7M V7 vim7 viim7(b5)

Lá menor natural

Am7 Bm7(b5) C7M Dm7 Em7 F7M G7

im7 iim7(b5) III7M ivm7 vm7 VI7M VII7

Lá menor harmônica

Am7+ Bm7(b5) C7M(5+) Dm7 E7 F7M G# º

im7+ iim7(b5) III7M(5+) ivm7 V7 VI7M viiº

Lá menor melódica

Am7+ Bm7 C7M(5+) D7 E7 F#m7(b5) G#m7(b5)

im7+ iim7 III7M(5+) IV7 V7 vim7(b5) viim7(b5)