ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE...
Transcript of ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE...
-
1
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA - UNIVALI PR-REITORIA DE PESQUISA, PS-GRADUAO, EXTENSO E
CULTURA - ProPPEC GERNCIA DE PS-GRADUAO
ESPECIALIZAO PARA FORMAO PARA O MAGISTRIO SUPERIOR
INGRID GONALVES RODRIGUEZ
ANLISE DO GRAU DE SATISFAO DOS USURIOS E PROFISSIONAIS DE SADE COM RELAO AO SISTEMA NICO DE SADE (SUS) EM UMA UNIDADE DE ATENO
BSICA NO MUNICPIO DE FLORIANPOLIS
Itaja, SC 2009
-
2
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA - UNIVALI PR-REITORIA DE PESQUISA, PS-GRADUAO, EXTENSO E
CULTURA - ProPPEC GERNCIA DE PS-GRADUAO
ESPECIALIZAO PARA FORMAO PARA O MAGISTRIO SUPERIOR
INGRID GONALVES RODRIGUEZ
ANLISE DO GRAU DE SATISFAO DOS USURIOS E PROFISSIONAIS DE SADE COM RELAO AO SISTEMA NICO DE SADE (SUS) EM UMA UNIDADE DE ATENO
BSICA NO MUNICPIO DE FLORIANPOLIS
Monografia submetida Universidade do Vale do Itaja (UNIVALI), como requisito parcial obteno do ttulo de especialista no magistrio superior.
Orientador: Prof. Marcos Aurlio Maeyama.
Itaja, SC 2009
-
3
Declarar sade como um direito
tem sido por demais retrico.
Operacionalizar essa direito trabalho
penoso e pertinaz da sociedade.
A sade deve ser vista como uma condio
relativa e dinmica e no como um estado
absoluto e estatstico.
REZENDE (1999)
-
4
LISTA DE SIGLAS
SUS Sistema nico de Sade
ACS Agente Comunitrio de Sade
CASAN Companhia de guas e Saneamento
CELESC Centrais Eltricas de Santa Catarina
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
SIAB Sistema de Informao da Ateno Bsica
CS Centro de Sade
PCA Pesquisa Convergente Assistencial
-
5
LISTA DE FIGURAS
Tabela 1: Distribuio da populao, segundo faixa etria e sexo...................22
Tabela 2: Valores dos marcadores do SIAB Ingleses....................................23
Tabela 3: Distribuio das crianas de 0 a 2 anos vacinadas Ingleses.........24
Tabela 4: Cobertura Vacinal Influenza Idosos 2006 e 2007 Ingleses.........25
Grfico 1: Dados relativos Satisfao dos Usurios reas de atendimento
do CS Ingleses..................................................................................................29
Grfico 2: Dados relativos Satisfao dos Profissionais reas de
atendimento do CS Ingleses.............................................................................30
Grfico 3: Distribuio Segundo o Grau de Satisfao dos Usurios do CS
Ingleses..............................................................................................................31
Grfico 4: Distribuio segundo o grau de Satisfao dos Profissionais no CS
Ingleses...........................................................................................................31
-
6
SUMRIO
LISTA DE SIGLAS........................................................................................4
LISTA DE FIGURAS......................................................................................5
1 INTRODUO............................................................................................7
2 OBJETIVOS................................................................................................9
2.1 Objetivo geral.........................................................................................9
2.2 Objetivos especficos.............................................................................9
3 FUNDAMENTAO TERICA...............................................................10
3.1 O Sistema nico de Sade..................................................................11
3.2 Conceitos Norteadores .......................................................................14
3.2.1 Ser Humano..................................................................................14
3.2.2 Self................................................................................................15
3.2.3 Percepo.....................................................................................16
3.2.4 Participao...................................................................................16
3.2.5 Interao........................................................................................17
3.2.6 Comunicao.................................................................................18
3.2.7 Transao......................................................................................18
4 METODOLOGIA.......................................................................................19
4.1 Tipo de Estudo.....................................................................................19
4.2 Contextualizando..................................................................................20
4.3 Sujeito do Estudo.................................................................................26
4.4 Mtodo de Coleta.................................................................................27
4.5 Anlise e Interpretao dos dados.......................................................27
4.6 Resultados e Discusso.......................................................................29
5 CONSIDERAES FINAIS.....................................................................33
REFERNCIAS ..........................................................................................34
ANEXO........................................................................................................37
-
7
1 INTRODUO
A prtica de avaliao dos servios por meio da pergunta aos usurios
difundiu-se a partir dos anos 60 na Europa e nos Estados Unidos da Amrica,
inicialmente interessada nos estudos de adeso ao tratamento (WARE;
SNYDER, 1975), e nas dcadas de 1970 e 1980, inserida no movimento da
qualidade dos servios de sade (LINDER-PELZ, 1982; TURRIS, 2005). No
Brasil, os estudos de satisfao ganham destaque a partir da segunda metade
da dcada de 1990, com o fortalecimento da participao da comunidade nos
processos de planejamento e avaliao. A literatura, ento, tornou-se bastante
ampla, complexa e difusa (AHARONY; STRASSER, 1993; SITZIA; WOOD,
1997).
O tema deste estudo emergiu no decorrer de minha caminhada
profissional quando comecei a perceber que, apesar de toda a
legislao que rege o Sistema nico de Sade (SUS), na prtica o sistema no
tem conseguido atingir seus objetivos em sua totalidade devido a uma
conjuntura de fatores, que incluem as amarras financeiras, administrativas e
gerenciais, nas quais destaco as constantes desavenas polticas, o
despreparo dos profissionais para atuarem na complexidade do Sistema nico
de Sade, insatisfao dos profissionais e desconhecimento por parte dos
usurios sobre o papel do SUS.
Considerando a evoluo no modelo de ateno sade no Brasil,
observa-se que, no plano legal, a criao do Sistema nico de Sade (SUS)
em 1988, representou importante avano, principalmente pelos princpios que o
norteiam. Entre outros aspectos, estes princpios apontam para a garantia de
acesso a todo e qualquer cidado e a qualquer servio de sade, e para a
participao cidad atravs de suas entidades representativas, no processo de
formulao de polticas pblicas de sade e do controle de sua execuo. A
sade ainda definida como resultante de polticas sociais e econmicas,
como direito de cidadania e dever do Estado (MENDES, 1999). Embora a
sade seja um direito constitucionalmente garantido, um olhar sobre o cotidiano
das prticas de sade revela facilmente a enorme contradio existente entre
essas conquistas estabelecidas no plano legal e a realidade de crise vivenciada
pelos usurios e profissionais do setor.
-
8
Parte assim, do reconhecimento desses pressupostos, bem como da
relevncia de se investigar quais so as idias, valores e crenas
desenvolvidos pelos usurios e pelos profissionais acerca do atual quadro de
assistncia sade. Reconhece e valoriza-se essa dimenso subjetiva dos
dois lados, no apenas por uma questo tica, que em toda relao est
sempre um outro e que s se desenvolvem relaes ticas quando se v o
outro como interlocutor vlido e como agente social das prprias mudanas
por meio da reflexo consciente e compartilhada do problema (GUARESCHI,
1998). Existem tambm razes pragmticas para agir assim, por entender que
o envolvimento e a participao dos usurios s so possveis mediante um
processo de dilogo entre saberes, no qual cada um contribui com seu
conhecimento peculiar da situao, acreditando-se que o desenvolvimento
efetivo dessa participao parte de prticas vivenciadas no cotidiano
(BRICEO-LEN,1996).
-
9
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Realizar um diagnstico sobre a satisfao na prestao de servios de
uma unidade de sade.
2.2 Objetivos Especficos
- Analisar o grau de satisfao dos usurios;
- Identificar os pontos de consistncia e inconsistncia da unidade de sade na
viso dos usurios e profissionais de sade;
- Analisar o grau de satisfao dos profissionais de sade;
- Propor possveis mudanas.
-
10
3 FUNDAMENTAO TERICA
Com a descoberta da bactria, no fim do sculo XIX, a explicao do
processo sade-doena passou a ser a causa biolgica, derrubando as teorias
anteriores de determinao social e ambiental (BARATA, 1985; WAITZKIN,
1980). A partir de ento, esta forma de entendimento do processo sade-
doena passa a ser hegemnica, estruturando e direcionando os servios e
prticas de sade, com esta concepo, que ficou conhecido como Modelo
Biomdico.
A Constituio de 1988 institui o Sistema nico de Sade (SUS),
ordenando a reorganizao do sistema e do modelo de ateno sade, com
prticas integradas de promoo, preveno, recuperao e reabilitao da
sade (BRASIL, 1988).
Porm, o simples ordenamento legal da constituio no foi suficiente
para promover a referida reorganizao do sistema de sade, onde ainda
temos uma prtica hegemnica do modelo biomdico em todos os servios de
sade do pas.
A integrao da sade no processo de desenvolvimento implica tratar os
problemas numa perspectiva intersetorial, reunindo esforos, analisando e
interpretando os contextos social, poltico, econmico e cultural, criando assim
condies necessrias para a participao ampla de todos os atores e grupos
sociais envolvidos.
Para o desenvolvimento de aes de sade na perspectiva da integralidade, faz-se necessria uma aproximao integral entre os sujeitos que prestam o cuidado. Ou seja, estabelecer uma prtica comunicativa como estratgia para o enfrentamento dos conflitos, significa romper com velhas estruturas hierarquizadas, to presentes no modelo de sade hegemnico. (ARAUJO, 2004, p. 95).
Intersetorialidade pode ser entendida como a articulao entre sujeitos
de setores sociais diversos e, portanto, de saberes, poderes e vontades
diversos para enfrentar problemas complexos. uma nova forma de trabalhar,
de governar e de construir polticas pblicas que pretende possibilitar a
superao da fragmentao dos conhecimentos e das estruturas sociais para
produzir efeitos mais significativos na sade da populao.
-
11
3.1 O Sistema nico de Sade
Antes do advento do Sistema nico de Sade (SUS), a atuao do
Ministrio da Sade se resumia s atividades de promoo de sade e
preveno de doenas (por exemplo, vacinao). O Ministrio da Sade no
prestava qualquer tipo de assistncia mdica hospitalar, esse atendimento para
as pessoas que no tinham condio era realizado por instituies filantrpicas
(tipo as Santas Casas). O INAMPS foi criado pelo regime militar em 1974, pelo
desmembramento do Instituto Nacional de Previdncia Social (INPS), que hoje
o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS); era uma autarquia filiada ao
Ministrio da Previdncia e Assistncia Social (hoje Ministrio da Previdncia
Social), e tinha a finalidade de prestar atendimento mdico aos que contribuam
com a previdncia social, ou seja, aos empregados de carteira assinada. O
INAMPS dispunha de estabelecimentos prprios, mas a maior parte do
atendimento era realizado pela iniciativa privada; os convnios estabeleciam a
remunerao por procedimento, consolidando a lgica de cuidar da doena e
no da sade.
O movimento da Reforma Sanitria nasceu no meio acadmico no incio
da dcada de 70, como forma de oposio tcnica e poltica ao regime militar,
sendo abraado por outros setores da sociedade e pelo partido de oposio da
poca. Em meados da dcada de 70, ocorreu uma crise do financiamento da
previdncia social, com repercusses no INAMPS. Em 1979, o General Joo
Baptista Figueiredo assumiu a presidncia com a promessa de abertura
poltica, e de fato a Comisso de Sade da Cmara dos Deputados promoveu,
no perodo de 9 a 11 de outubro de 1979, o I Simpsio sobre Poltica Nacional
de Sade, que contou com participao de muitos dos integrantes do
movimento e chegou a concluses altamente favorveis ao mesmo; ao longo
da dcada de 80, o INAMPS passaria por sucessivas mudanas com
universalizao progressiva do atendimento, j numa transio com o SUS.
A 8 Conferncia Nacional de Sade (CNS) foi um marco na histria do
SUS por vrios motivos. Foi aberta em 17 de maro de 1986 por Jos Sarney,
o primeiro presidente civil aps a ditadura, e foi a primeira CNS a ser aberta
-
12
sociedade; alm disso, foi importante na propagao do movimento da
Reforma Sanitria. A 8 CNS resultou na implantao do Sistema Unificado e
Descentralizado de Sade (SUDS), um convnio entre o INAMPS e os
governos estaduais, mas o mais importante foi ter formado as bases para a
seo Da Sade da Constituio brasileira de 5 de outubro de 1988. A
Constituio de 1988 foi um marco na histria da sade pblica brasileira, ao
definir a sade como direito de todos e dever do Estado (BRASIL, 1988). A
implantao do SUS foi realizada de forma gradual: primeiro veio o SUDS;
depois, a incorporao do INAMPS ao Ministrio da Sade (Decreto n 99.060,
de 7 de maro de 1990); e por fim a Lei Orgnica da Sade (Lei n 8.080, de 19
de setembro de 1990), criando o SUS. Em poucos meses, foi lanada a Lei n
8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS uma de suas
principais caractersticas: o controle social, ou seja, a participao dos usurios
(populao) na gesto do servio. O INAMPS s foi extinto em 27 de julho de
1993 pela Lei n 8.689.
O Sistema nico de Sade teve seus princpios estabelecidos na Lei
Orgnica de Sade, em 1990, com base no artigo 198 da Constituio Federal
de 1988. Os princpios da universalidade, integralidade e equidade so
princpios ideolgicos ou doutrinrios do sistema, e os princpios da
descentralizao, da regionalizao e da hierarquizao, os princpios
organizativos.
At o fim da ditadura, no se falava em controle social, pois
autoritarismo e participao popular eram termos antagnicos. Somente com o
incio do processo de redemocratizao do pas, a partir do fim do governo
militar na dcada de 80, que a expresso controle social passou a ser
aclamada.
Com a promulgao da Constituio Federal em 1988, adotou-se no
Brasil uma perspectiva de democracia representativa e participativa,
incorporando a participao comunitria na gesto das polticas pblicas.
Diversos mecanismos dessa prtica vm sendo implementados no Brasil.
Oramento participativo, plebiscito e iniciativa popular so alguns dos
mecanismos encontrados para a efetiva prtica desse esprito constitucional.
-
13
No entanto, a participao da sociedade nas funes de planejamento,
monitoramento, acompanhamento e avaliao de resultados das polticas
pblicas tem requerido a institucionalizao de rgos colegiados deliberativos,
representativos da sociedade, de carter permanente. Os Conselhos
comeam, ento, a se configurarem, em espaos pblicos de articulao entre
governo e sociedade (SARI, 2001).
Por controle social entende-se a participao da sociedade no
acompanhamento e verificao das aes da gesto pblica na execuo e
das polticas pblicas, avaliando os objetivos, os processos e os resultados.
Alm disso, o controle social uma forma de se estabelecer uma parceria
eficaz e gerar a partir dela um compromisso entre poder pblico e populao
(DROPA, 2003).
Segundo MS (2000), controle social tambm pode ser entendido como o
controle sobre o Estado pelo conjunto da sociedade organizada em todos os
segmentos sociais. Pode ser conceituado tambm como a resultante da
articulao e da negociao dos interesses fracionados e especficos de cada
segmento, a favor dos interesses e direitos de cidadania do conjunto da
sociedade.
Quando se fala em Controle Social no SUS, est-se falando,
fundamentalmente, no papel dos Conselhos de Sade. Isto porque neles que
se d a participao da comunidade na fiscalizao e na conduo das
polticas de sade, garantida a partir da Lei N 8.142, de 28/12/1990 (BRASIL,
1990), que instituiu os Conselhos e as Conferncias de Sade como instncia
de controle social do SUS nas trs esferas de governo - nacional, municipal e
estadual. A principal caracterstica dos Conselhos de Sade o seu carter
deliberativo sobre a formulao das estratgias de ateno sade do Pas.
Cinquenta por cento da composio dos conselhos so formadas por
representantes de usurios do SUS, 25% por trabalhadores de sade e 25%
por prestadores e gestores.
O SUS garante aos estados, Distrito Federal e municpios a autonomia
para administrar os recursos da sade, de acordo com a sua condio de
-
14
gesto (gesto plena da ateno bsica e gesto plena do sistema municipal).
Para isso, preciso que cada regio tenha seu Conselho de Sade
funcionando de forma adequada. Assim, os recursos federais so repassados
do Fundo Nacional para os Fundos Estaduais ou Municipais de Sade ou,
ainda, dos Fundos Estaduais para os Fundos Municipais de Sade.
Segundo o MS (2007), a gesto participativa interage com outros
fundamentos do processo de democratizao, como a descentralizao e a
regionalizao. Na organizao dos servios, a tarefa que se apresenta a
construo da integralidade, promovendo a equidade e a ateno humanizada
sade. A gesto participativa constitui-se estratgia transversal, presente nos
processos cotidianos da gesto do SUS. Formular e deliberar juntos significa
mais do que realizar o controle social - e este o efetivo desafio apresentado
gesto participativa. Os fundamentos legais instituem os Conselhos e
Conferncias de Sade, que vm mobilizando trabalhadores de sade,
gestores e usurios no controle social do SUS. No entanto, a democracia
participativa na gesto pblica requer a adoo de prticas e mecanismos
inovadores que forneam a dimenso necessria gesto participativa.
3.2 Conceitos norteadores
Conceitos so unidades de significao que definem a forma e o
contedo de uma teoria. Eles se tornam um caminho de ordenao da
realidade, para olhar os fatos e as relaes, e ao mesmo tempo um caminho de
criao (MINAYO, 1999).
3.2.1 Ser humano
um sistema pessoal aberto, ser social, racional e sensvel, que no processo de interao humana age conforme suas percepes, expectativas, crenas, valores e estilo de vida. um ser orientado no tempo, tem razes e atua de acordo com as experincias passadas. A sua conscincia do passado e do presente influncia as opes do futuro. (KING, 1981, p.19-20).
-
15
O ser humano um ser dinmico, plural e singular que tem capacidade
de perceber, de pensar, de sentir e selecionar alternativas dentre situaes
diferentes. Fixa metas, seleciona meios para alcan-las, podendo tomar
decises. Comunica-se com outros e com o ambiente de forma verbal ou no,
influencia-os e por eles influenciado, interage, estabelece transaes e
procura atingir seus objetivos. Age. Pode participar e, sendo assim, pode
transformar as pessoas com as quais se relaciona e tambm a realidade e
vice-versa. Tem direito a receber informaes sobre a sua sade e etapas
transicionais do desenvolvimento humano para poder crescer, ter autonomia e
atuar. um ser que procura aprender mais, que pode desenvolver suas
potencialidades, com o objetivo de ser mais (KING, 1981; 1984; ZAMPIERI,
1998).
Neste estudo, seres humanos so usurios e profissionais do Sistema
nico de Sade da Unidade Bsica de Sade do Bairro dos Ingleses, no
municpio de Florianpolis.
Acredito que cada ser humano diferente e singular. Assim, possue seu
prprio self, suas prprias crenas, valores, expectativas, necessidades, estilo
e histria de vida. Necessita compartilhar suas experincias e conhecimentos,
ser ouvido, ser orientado e compreendido.
Situaes ocorridas ao longo do seu processo de viver podem influenciar
o momento que est vivenciando.
3.2.2 Self
Self o conjunto de pensamentos e sentimentos que constitui a percepo que a pessoa tem de sua existncia individual, sua concepo do que , de quem . O self de uma pessoa tudo que ela pode chamar de seu. O self inclui entre outras coisas o sistema de idias, atitudes, valores e compromissos. O self o ambiente subjetivo, completo de uma pessoa. Trata-se de um centro distinto de experincias e significados. Ele constitui o mundo interior de uma pessoa, como distinto do mundo exterior, que consiste em todas as outras pessoas e coisas. O self o indivduo, tal como conhecido pelo prprio indivduo, aquilo que nos referimos quando dizemos eu. (JELSILD citado por KING, 1984, p. 39).
-
16
Entendo que todos, profissionais tm seu self. Cada um percebe-se de
uma forma, tem seus pensamentos, desejos, sentimentos e metas. a
conscincia do self de cada um que o torna um indivduo diverso, nico e
singular. A percepo que temos de uma pessoa pode ser diferente da que ela
tem de si prpria, ou do que ela transparece ser.
3.2.3 Percepo
o processo de organizar, interpretar e transformar os dados obtidos atravs dos sentidos e da memria. um processo de transao humana com o meio ambiente, que d significado experincia do ser humano; representa sua imagem da realidade e influencia o seu comportamento. (KING, 1981, p. 24).
A percepo universal, pessoal, social e seletiva. universal uma vez
que todos percebem os outros seres humanos e objetos que existem no meio
ambiente. pessoal porque diverge de um ser humano para outro, em funo
da diversidade de valores, crenas, experincias, do conceito de self e do estilo
de vida. social j que a mente social, tanto em sua origem quanto em sua
funo, pois surge de um processo social de comunicao. E seletiva porque
o ser humano seleciona os estmulos que so relevantes para atender s suas
necessidades, rejeitando aqueles que avaliam como irrelevantes (HAGUETTE,
2001).
3.2.4 Participao
Ato ou efeito de participar; fazer saber, informar, ter ou tomar parte.
Associar-se pelo sentimento, compartilhar (FERREIRA, 1999; LUFT, 2001).
A participao ativa se configura como aquela em que a
pessoa/usurio/profissional tem uma atuao efetiva e est inserida no
processo. Com a promulgao da Constituio Federal em 1988, adotou-se no
Brasil uma perspectiva de democracia representativa e participativa,
incorporando a participao da comunidade na gesto das polticas pblicas.
-
17
Por controle social, entende-se a participao da sociedade no
acompanhamento e verificao das aes da gesto pblica na execuo das
polticas pblicas, avaliando os objetivos, processos e resultados.
3.2.5 Interao
Segundo Zampieri (1998), baseada em King (1981), interao o ato
que ocorre entre dois ou mais seres humanos, em presena mtua. o
processo de percepo e comunicao entre os seres humanos e o meio
ambiente e entre os prprios seres humanos, manifestado por condutas verbais
e no-verbais, orientados para o alcance dos objetivos. Interao a relao
em que cada um tem algo para dar para o outro, que o outro quer e necessita,
sendo facilitada e determinada pela participao ativa de ambos na situao
(ZAMPIERI, 1998). uma relao recproca, de troca, na qual os indivduos se
desenvolvem pessoalmente e se transformam (KING, 1984). Cada indivduo
em qualquer situao traz conhecimentos pessoais, necessidades, objetivos,
expectativas, percepes e experincias passadas que influenciam as suas
interaes.
A interao, neste estudo, consiste de aes, relaes recprocas que
ocorrem entre usurios e profissionais. Para esta relao, todos trazem consigo
seus conhecimentos, necessidades, valores, aspectos culturais, experincias,
preconceitos, necessidades, percepes, expectativas e significados, que se
interpenetram atravs do compartilhar, do trocar e do estabelecimento de
transaes, podendo levar a um crescimento mtuo. A qualidade das
interaes depende destas questes, da percepo que cada um tem de si, em
funo do ser e estar no mundo, da educao recebida e do modo como cada
um reage aos acontecimentos e s mudanas.
-
18
3.2.6 Comunicao
a troca e intercmbio de pensamento e opinies entre seres humanos.
Estrutura de sinais e smbolos importantes que d ordem e significado s
interaes humanas, incluindo condutas, tanto verbais (linguagem falada),
como no-verbais (linguagem escrita, desenhos e atividades artsticas, contato
fsico, postura, expresso facial, aparncia fsica). A comunicao eficaz
quando satisfaz as necessidades bsicas de reconhecimento, participao e
autorrealizao, devendo acontecer numa atmosfera de respeito mtuo e
desejo de compreenso (KING, 1984).
Considero a comunicao um fator essencial para que ocorram as
interaes, transaes, bem como o crescimento e desenvolvimento. O
conhecimento de enfermagem envolve o conhecimento e habilidades de
comunicao com os indivduos, buscando alcanar metas, que ocorram na
presena de transao.
3.2.7 Transao
o conjunto de experincias nicas, no qual emergem as diferenas
qualitativas entre seres humanos que interagem entre si e com o ambiente, em
busca de conhecimentos comuns, a fim de alcanarem metas comuns. As
transaes so consideradas como componentes de valorizao das
interaes humanas, implicam acordos, tratos e intercmbios sociais (KING,
1981).
As transaes so um intercmbio de coisas valiosas que implica
conferir, poder, negociar, fazer trocas e acordos. Quando as pessoas
interagem, ocorrem transaes e estas so cooperativas e recprocas (KING,
1981).
-
19
4 METODOLOGIA
4.1 Tipo de estudo
Trata-se de uma pesquisa que envolve aspectos quantitativos e
qualitativos, sendo do tipo exploratria e descritiva na modalidade convergente
assistencial proposta por Trentini e Paim (2004).
A pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, com os
motivos, as aspiraes, as crenas, os valores, as atitudes, as vivncias, as
experincias, o conhecimento, o cotidiano das pessoas ou grupos, o que
corresponde a um espao mais profundo das relaes, dos processos e dos
fenmenos, que no pode ser reduzido operacionalizao de variveis.
Procura aprofundar a compreenso dos sujeitos, de um determinado grupo
social, organizao, instituio ou de alguma trajetria vivida. (MINAYO, 1999;
GOLDEMBERG, 2000). A pesquisa qualitativa caracteriza-se como modos de
inquisio sistemtica preocupados com a compreenso dos seres humanos e
com a natureza de suas transaes (BENOLIEL apud POLIT; HUNGLER,
1995). O pesquisador estuda as coisas em seu estado natural, tentando dar
sentido ou interpretar os significados pessoais, trazidos pelos entrevistados
(DENZIN; LINCOLN, 1998). Esse tipo de pesquisa baseia-se na premissa de
que os conhecimentos sobre os indivduos s so possveis com a descrio
da experincia humana, tal como ela vivida e tal como ela definida por seus
prprios atores (POLIT; HUNGLER, 1995).
Segundo Benoliel apud Polit e Hungler (1995), o mtodo qualitativo
promissor quando se trata de adaptao de pessoas e se abordam as
experincias crticas da vida, tais como as etapas do desenvolvimento, a
natureza das transaes sociais enfermeiro-cliente, quanto estabilidade e
mudana, caractersticas que se encaixam neste estudo.
A pesquisa quantitativa utilizada para apurar opinies e atitudes
explcitas e conscientes dos entrevistados, uma vez que utiliza instrumentos
estruturados (questionrios).
Vale destacar o caminho escolhido, de fazer uso tanto da abordagem
quantitativa quanto da qualitativa, uma vez que no meu entendimento elas no
-
20
so excludentes, mas complementares, quando nos propomos a desenvolver
uma anlise mais detalhada, que se aproxime da riqueza e complexidade dos
dados coletados.
J a pesquisa convergente assistencial um tipo de tipo de pesquisa
qualitativa utilizada na rea de sade que procura minimizar ou solucionar
problemas no cotidiano do cuidado, realizar mudanas e introduzir inovaes
na prtica, enfatizar o pensar e fazer em conjunto. Assim, esta modalidade
considerada um mtodo apropriado para pesquisar a prtica assistencial. O
pesquisador envolve os sujeitos ativamente no processo, articulando a prtica
profissional com o conhecimento terico. Pesquisadores e demais pessoas
envolvidas na situao a ser pesquisada constroem uma relao de
cooperao mtua (TRENTINI; PAIM, 2004).
4.2 Contextualizando
O estudo foi desenvolvido em Ingleses, no Centro de Sade (CS), com
usurios e profissionais.
A Unidade dos Ingleses faz parte da Regional Norte, juntamente com
Jurer, Ponta das Canas, Ratones, Rio Vermelho, Santo Antnio de Lisboa,
Vargem Grande e Vargem Pequena. A populao dos Ingleses est estimada
em 19.203 habitantes (IBGE, 2007). Pertence rea 431 e abrange cinco
equipes de Estratgia de Sade da Famlia (ESF) que so responsveis pelas
reas: 430, 431, 432, 433 e 434. Cada rea abrange 6 microreas, totalizando
30 microreas, destas cinco se encontram descobertas de agente de sade.
Localizado a 35km do centro do municpio; de todas as praias de Florianpolis
a que possui maior populao residente, sendo que a grande parte da
populao proveniente de outras cidades e estados. Em algumas reas,
como no Santinho (434), predomina a populao nativa; em outras, como na
rea 430, h um grande nmero de imigrantes. Este Centro de Sade funciona
de segunda a sexta-feira das 8h s 12h e das 13h s 22h.
A infraestrutura do Centro de Sade modelo. Possui o total de
cinquenta e sete funcionrios e cinco Equipes de Sade da Famlia. Inseridos
na equipe bsica tm-se: seis mdicos, quatro enfermeiros, seis tcnicos em
-
21
enfermagem, trs auxiliares de enfermagem e vinte e cinco ACS. Fazem parte
da equipe sade da famlia ampliada: um pediatra, uma psicloga, dois
odontlogos, um auxiliar de consultrio dentrio e um tcnico de higiene dental.
Ainda no quadro de funcionrios temos duas enfermeiras na administrao e
seis auxiliares administrativos.
Na unidade so prestadas aes de ateno bsica a toda a populao,
de acordo com os princpios do SUS: a universalidade, a equidade e a
integralidade. Isto se d atravs da ateno demanda espontnea e por meio
de agendamento, sendo dada prioridade a populao de maior vulnerabilidade:
gestantes, idosos e crianas.
Entre as aes ofertadas e desenvolvidas, tem-se:
- ateno mulher, por meio de consulta pr-natal, visitas domiciliares e
atividades educativas; consulta para deteco precoce de cncer de
mama e preveno do cncer ginecolgico, controle de doenas
sexualmente transmissveis, planejamento familiar e ateno ao
climatrio nas consultas j realizadas;
- ateno sade da criana atravs da consulta de puericultura,
imunizaes, teste do pezinho, grupo Hora de Comer, programa
Capital Criana;
- ateno aos diabticos e hipertensos atravs de consultas e grupos
educativos;
- ateno sade bucal;
- promoo da sade;
- sade do idoso;
- ateno sade mental;
- ateno ao adolescente por meio de consultas;
- imunizao;
- desenvolvimento de atividades educativas e teraputicas individuais e
coletivas;
- controle e notificao de doenas e notificao e vigilncia e sade.
Os grupos teraputicos realizados so os de: agentes Comunitrios de
Sade (ACS) com enfermeiros; grupo de diabticos; grupo de planejamento
familiar; hora de comer; grupo de gestantes e/ou casais grvidos; grupo
-
22
antitabagismo, grupos de sade mental de suporte, de pais e de cuidadores,
grupo de veteranos, grupo Floripa Ativa, grupo de artesanato, grupo de dana
de salo e reunio Capital Criana.
De acordo com o relatrio de Produo de Marcadores para Avaliao
(PMA2), neste CS foram realizadas, no ano 2006, 21.615 consultas mdicas,
sendo 781 atendimentos de puericultura, 2.101 pr-natal, 956 prevenes de
cncer de colo uterino, 17 atendimentos de DST/AIDS, 273 atendimentos a
diabticos, 2.288 a hipertensos, 8 de tuberculose e 81 de hansenase. Foram
registrados tambm 22.415 exames complementares, 5.414 atendimentos
individuais feitos por enfermeiros, 305 visitas domiciliares feitas por mdicos,
317 por enfermeiros, 14 por profissional de nvel mdio e 29.482 feitas pelos
ACS.
O pblico-alvo comunicativo e receptivo, o que facilitou a aplicao do
questionrio. O termo epidemiologia definido como o estudo da frequncia
das doenas em diferentes grupos de pessoas. O objetivo na descrio dos
aspectos epidemiolgicos justamente procurar entender os mtodos de
pesquisa na obteno de informaes sobre as populaes atingidas por
doenas que frequentam essa unidade.
Por meio da epidemiologia, podemos conhecer a realidade de frequncia
e distribuio dos marcadores, da faixa etria e do sexo entre os indivduos que
procuram o CS.
Segundo a Secretaria Municipal de Sade do Municpio de Florianpolis
a distribuio da populao da rea de abrangncia do CS Ingleses, referente
faixa etria e a sexo, segue como demonstrado na Tabela 1.
Tabela 1: Distribuio da populao, segundo faixa etria e sexo Ingleses
Faixa Etria (anos) Masculino Feminino Populao De 0 a 5 anos 1114 1114 2228 De 5 a 9 anos 832 829 1661 De 10 a 19 anos 1749 1752 3501 De 20 a 49 anos 4660 4685 9345 De 50 a 59 anos 736 731 1467 60 anos ou mais 635 640 1275 Total 9726 9751 19477 Fonte: Dados IBGE, Censo demogrfico 2000 (Estimativa 2007).
-
23
De acordo com dados do Sistema de Informao da Ateno Bsica
(SIAB), no Relatrio de Situao de Sade e Acompanhamento das Famlias
na rea/Equipe (SSA2), a mdia dos marcadores do ano de 2007
demonstrada na Tabela 2.
Tabela 2: Valores dos marcadores do SIAB Ingleses
Marcadores Valor
Nmero de nascidos vivos 113,0
bitos de menores de 28 dias 1,0
bitos 28 dias a 11 meses e 29 dias 3,0
bitos de menores de 1 ano 4,0
bitos mulheres em idade frtil 3,0
bito de 10 a 19 anos por violncia 2,0
Outros bitos 27,0
Total geral de bitos 34,0
Mdia do nmero de gestantes cadastradas 23,5
Mdia do nmero de crianas de 0 a 11 meses e 29 dias 101,5
Mdia do nmero de crianas de 12 a 23 meses e 29 dias 103,0
Mdia do nmero de crianas menores de 2 anos 204,5
Hospitalizaes por complicaes do diabetes 9,0
Total de hospitalizaes 109,0
Mdia de diabticos cadastrados 151,0
Mdia de diabticos acompanhados 105,0
Mdia de hipertensos cadastrados 464,0
Mdia de hipertensos acompanhados 285,5
Mdia de pessoas com tuberculose cadastradas 1,0
Mdia de pessoas com tuberculose acompanhadas 1,0
Mdia de pessoas com hansenase cadastradas 0,0
Mdia de pessoas com hansenase acompanhadas 0,0
Total de famlias acompanhadas 2088,0
Mdia do nmero de visitas realizadas 959,0
Fonte: dados marcadores do SIAB no perodo de janeiro a dezembro de 2007.
Alm das doenas listadas pelo MS, tambm foram relatados casos de
esquizofrenia, depresso e outros transtornos mentais; vrios casos de
-
24
alcoolismo, desajuste familiar, mordidas de co. Somado a isso, encontram-se
casos de uso e trfico de drogas.
Criado em 1973, as aes de imunizaes no Brasil passaram por um
processo de organizao, padronizao e aperfeioamento, com vistas
ampliao de oferta de produtos e universalizao do atendimento. O
Programa de Imunizao objetiva o controle, a eliminao e/ou a erradicao
das doenas imunoprevenveis consideradas prioritrias ao interesse da sade
pblica brasileira e internacional. A prtica sanitria preconizada pela Produo
Social de Sade tem como um de seus objetivos a preveno de doenas.
A cobertura vacinal, segundo a OMS, o percentual de crianas
imunizadas com vacinas especficas, em determinado espao geogrfico, no
ano considerado. A Tabela 3 mostra a mdia e a percentagem de crianas
vacinadas de um at dois anos de idade no perodo de Janeiro a Julho de 2007
no Bairro dos Ingleses. Pode-se observar que os valores so satisfatrios, pois
atingem o mximo esperado pelo MS. Portanto, de acordo com os dados do
SIAB, as crianas do Bairro dos Ingleses menores de um ano e as com at dois
anos de idade esto com as vacinas em dia.
Tabela 3: Distribuio das crianas de 0 a 2 anos vacinadas Ingleses
0-1 ano 1-2 anos
Total de crianas do CS 1488 1500
N de crianas vacinadas 1481 1498
Porcentagem 99,5 99,9
Fonte: Dados marcadores do SIAB janeiro a julho de 2007.
J a cobertura vacinal dos idosos para Influenza apresentou-se prxima
da meta em 2006, sendo que no ano seguinte conseguiu atingir a meta
estabelecida.
-
25
Tabela 4: Cobertura Vacinal Influenza Idosos 2006 e 2007 Ingleses
Idade 2006 2007
60-64 358 411
65 + 767 917
Total 1125 1328
Meta 1275 1319
Fonte: Dados Regional de Sade, ano 2007
A populao do Bairro dos Ingleses de 19.102 habitantes, segundo
dados do IBGE de 2007. Entretanto, os Agentes Comunitrios de Sade j
cadastraram mais de 20 mil moradores e a expectativa feita pelos ACS e pela
polcia militar de que a populao real seja de aproximadamente 50 mil
habitantes, triplicando no vero, j que o bairro possui duas praias (Praia dos
Ingleses e Praia do Santinho) muito procuradas pelos turistas que visitam a
cidade.
As principais atividades esto relacionadas ao comrcio, construo
civil e principalmente ao turismo. A renda mdia da populao de R$ 927,28
por ms. Pode-se dizer que h uma predominncia da classe mdia, com
algumas diferenas entre as reas. Alguns moradores trabalham na regio e
outros se deslocam at os locais de trabalho (centro/outros bairros). Grande
parte da populao trabalha o dia todo, sendo difcil para os ACS realizarem o
cadastramento.
As residncias so em sua maioria de alvenaria. comum encontrar
terrenos com mais de uma casa, principalmente quando so destinados
ocupao para o veraneio. As casas geralmente tm abastecimento de gua
encanada feito pela CASAN, algumas possuem ainda poo artesiano. A
energia eltrica fornecida pela CELESC, porm em algumas regies so
comuns ligaes clandestinas. O lixo recolhido trs vezes por semana em
dias alternados. No vero, este recolhimento dirio. Uma estao de
tratamento de esgoto est sendo construda na entrada do bairro, mas a
maioria das residncias despeja seus dejetos em fossas spticas.
As avenidas principais do bairro so asfaltadas e bem sinalizadas;
algumas possuem caladas. muito comum a existncia de ces de rua
-
26
espalhados pelo bairro. Diversas linhas de nibus alimentam todo o bairro. O
bairro conta com ponto de txi apenas no vero, j que no restante do ano os
taxistas deslocam-se para o centro da cidade em busca de maior demanda.
Em relao ao acesso da populao ao ensino e aprendizagem, h
escolas pblicas e privadas de educao infantil, ensino fundamental e em
menor quantidade de nvel mdio, existem creches e uma instituio de ensino
profissionalizante. O grau de escolaridade varia de analfabetos ao nvel mdio,
predominando o ensino fundamental e mdio completos.
No so observados grandes contrastes socioeconmicos no bairro,
apenas a Vila do Arvoredo (rea de risco devido as dunas e a trfico de
drogas), conhecida como favela do Siri, pode ser considerada um local de
excluso social, com caractersticas bem distintas do restante da regio. A vila
tem aproximadamente 15 anos, est localizada nas dunas entre a praia dos
Ingleses e Santinho, em rea de preservao permanente. A vila iniciou com
seis casas, hoje a associao local de moradores tem cerca de 450 famlias
cadastradas. Essas famlias vivem em casas de madeira de forma precria,
muitas delas trabalham com o recolhimento de lixo reciclvel. No local no
existe saneamento adequado, o lixo depositado nas dunas e, pela ao da
natureza, recoberto pela areia, causando uma grande preocupao devido
contaminao do lenol fretico. A maioria dos moradores encontra-se em
condies precrias de sade. Tambm so conhecidos alguns pontos de
trfico na regio, sendo que em determinadas casas os ACS no tm
permisso para entrar.
O bairro possui um Shopping (Barra Norte) e diversos mercados,
padarias, restaurantes, bares, lanchonetes, vdeos locadoras, agropecurias
entre outros comrcios. Porm, h pouca rea de lazer, limitando as praias,
dunas e trilhas.
4.3 Sujeito do Estudo
Para escolha dos entrevistados, foi considerado o interesse, o desejo e
a disponibilidade em participar da proposta. O nmero de participantes foi
limitado pela saturao dos dados, ou seja, os dados foram considerados
-
27
suficientes quando estes passaram a se repetir e no surgiram outros aspectos
relevantes, quando as categorias se interligaram e os objetivos foram
alcanados, sempre respeitando o referencial terico.
Na PCA, segundo Trentini e Paim (2004), os participantes no assumem
apenas a condio de informantes, mas constituem parte integrante do estudo.
Sua participao ativa pode se dar de vrias maneiras, seja pela apresentao
de sugestes e crticas ou validando e divulgando os resultados de outras
formas, entre outros.
4.4 Mtodo de Coleta
O desenvolvimento do trabalho se deu pela aplicao de um
questionrio para os usurios e profissionais.
O questionrio era formado por questes referentes imagem do SUS e
do CS, relao, envolvimento e habilidades dos profissionais, espao fsico,
atividades proporcionadas e flexibilidade de horrios.
4.4 Anlise e Interpretao dos dados
Os dados coletados foram classificados e organizados a partir de uma
abordagem descritiva e reflexiva. A anlise e interpretao dos dados foram
realizadas luz do referencial terico de King (1981), bem como atravs do
mtodo de anlise de contedo proposto por Bardin (1994) e Moraes (2003),
seguindo trs etapas:
- Ordenao dos dados, oriundos dos questionrios, leitura minuciosa
dos depoimentos, a fim de se apreenderem os significados, argumentaes e
justificativas que compem essas prticas discursivas, organizao de relatos e
observaes.
- Classificao dos dados. Inicialmente, este procedimento deve
envolver uma leitura flutuante dos materiais, buscando identificar as primeiras
questes de acordo com contexto em que est inserido o participante. A seguir
faz-se uma leitura transversal, cuidadosa, aprofundada, recortam-se. de cada
-
28
entrevista, anotaes ou documentos as unidades de registro a serem
referenciadas por tpicos de informaes ou por temas. Segundo Moraes
(2003), trata-se do momento de desmontagens dos textos, que implica
examinar os materiais em seus detalhes, fragmentando-os, no sentindo de
atingir unidades, enunciados referentes aos fenmenos estudados. Este
procedimento procura compreender e atribuir os sentidos e os significados
contidos nos textos, as estruturas relevantes sobre o fenmeno em foco.
Os temas ou unidades de significados agrupados por convergncia e
relao de idias do origem s categorias. Moraes (2003) chama esta etapa
de Estabelecimento de relaes, processo denominado de categorizao,
implicando construir relaes entre as unidades de base, combinando-as e
classificando-as na formao de conjuntos mais complexos, as categorias.
A anlise final ou a terceira etapa o momento em que o pesquisador,
de posse de todo o material coletado, ordenado, classificado e analisado nas
duas fases anteriores, realiza um confronto do material emprico com a
fundamentao terica do estudo e procura articul-los, ultrapassando a
simples descrio dos dados. Tenta estabelecer relaes que possibilitem
novas compreenses e interpretaes sobre o tema e atendam os objetivos da
pesquisa.
-
29
4.6 Resultados e Discusso
Nos Grficos 1 e 2, encontram-se expostos os resultados referentes
satisfao do usurio e do profissional respectivamente, em relao s reas
de atendimento do CS. Entende-se aqui por reas de atendimento os
indicadores de satisfao utilizados nesta pesquisa (Anexo 1).
Grfico 1: Dados relativos Satisfao dos Usurios reas de atendimento do CS Ingleses
O Grfico 1 retrata a predominncia do grau 3 (muito satisfeito) pelos
usurios nas diversas reas de atendimento, com destaque para a relao do
Centro de Sade com o cidado e Sociedade que atingiu o maior ndice (60%).
As excees ficam para os indicadores de efetividade/funcionamento do CS e
o prprio SUS, nas quais a predominncia foi do grau 2 (pouco satisfeito).
Estes dados podem indicar que existem problemas organizacionais no SUS e
no prprio funcionamento da unidade, os quais aparentemente so
compensados pela ateno da equipe na prestao de servios, isto na viso
dos usurios. Fato interessante que cerca de 20% dos usurios responderam
que no sabem da existncia de grupos de apoio no CS.
-
30
Grfico 2: Dados relativos Satisfao dos Profissionais reas de atendimento do CS
Ingleses
J o Grfico 2 demonstra que a resposta predominante foi o grau 2 de
satisfao (pouco satisfeito), na viso dos profissionais, com destaque para
os indicadores relao profissional/usurio (80%), envolvimento
profissional/usurio/CS (70%) e como o SUS (70%), o que demonstra certo
descontentamento do profissional com os usurios e com os prprios colegas
de trabalho. O destaque positivo fica para os indicadores flexibilidade no
atendimento do CS e Atividades de grupo, que obtiveram ndices de 70% e
65%, respectivamente.
Partindo das dez reas de atendimentos analisadas, existem quatro
pontos de concordncia entre os usurios e profissionais, segundo a
predominncia das respostas. Usurios e profissionais demonstram estar
muito satisfeitos (grau 3) em relao flexibilidade no atendimento do CS e
com as atividades de grupo existentes. Da mesma forma, demonstram estar
pouco satisfeitos (grau 2) com a efetividade/funcionamento do CS e com o
prprio SUS.
Os dados coletados demonstram ainda que, apesar de haver grande
quantidade de reclamaes em relao ao Centro de Sade, pequeno o
nmero de pessoas insatisfeitas (grau 1), segundo o total de respostas das
reas de atendimento, tanto pelos usurios como pelos profissionais (Grfico 3
e 4), lembrando que os profissionais tambm so usurios do sistema.
-
31
Grfico 3: Distribuio Segundo o Grau de Satisfao dos Usurios do CS Ingleses
Grfico 4: Distribuio segundo o grau de Satisfao dos Profissionais no CS Ingleses
Dentre as respostas dos usurios que responderam o grau 1 de
satisfao (insatisfeito), os destaques ficam para a insatisfao com o Sistema
nico de Sade (26,7%) e com a Habilidade/Desempenho da Funo dos
profissionais (16,7%).
Para os profissionais de sade, o maior motivo de insatisfao est no
Sistema nico de Sade e a Relao CS com Cidado/Sociedade, ambos com
22,2%.
A insatisfao como o SUS foi um ponto de convergncia entre usurios
e profissionais. A parte aberta do questionrio, segundo os entrevistados,
demonstrou que o SUS deve se reestruturar para sua melhoria nos seguintes
aspectos: maior nmero de profissionais, capacitao dos mesmos, visitas
domiciliares mais frequentes, incluso de mais de odontlogos, maior agilidade
na marcao de consultas e melhor estrutura fsica no CS.
-
32
Para 80% dos profissionais, o item relao profissional/usurio tambm
foi considerado pouco satisfatrio, sendo que os principais itens referidos pelos
profissionais para obter melhora foram: os profissionais formarem uma equipe
de verdade, respeito, compreenso e organizao.
Em relao aos aspectos relatados de muito satisfeito e que melhoram
o atendimento, aproximadamente 60% dos usurios citaram a relao do CS
com Cidado/Sociedade e o envolvimento Profissional/Usurio/CS. Os que
no se sentiram muito satisfeitos, apontaram que, para que o grau de
satisfao 3 seja alcanado, deve-se aumentar o nmero de vagas para
consultas, aumentar o horrio de atendimento, melhorar a agilidade na
marcao dos exames e no prprio atendimento, mais organizao nos CS,
maior qualificao dos profissionais e que os exames sejam marcados em
laboratrios prximos s suas residncias.
Apesar de saber que o envolvimento, a colaborao e a participao
dos usurios no processo do cuidado so muito importantes, contudo, alguns
dos itens citados so contraditrios com a realidade, por exemplo, quando
citam o maior horrio de atendimento, uma vez que o CS funciona at as 22h,
possibilitando assim um maior acesso populao. Outra questo com
relao marcao dos exames prximo s residncias, uma vez que feito o
possvel, porm nem todos os exames necessrios para determinado usurio
esto disponveis em todos os laboratrios, incluindo o mais prximo de sua
residncia.
Para os profissionais do CS, o que permitiria alcanar o grau de
satisfao 3 era corrigir o nmero real da populao do CS e assim relacionar
com o nmero de profissionais necessrios para atender tal populao. Um
fato muito interessante a ser descrito foi o salrio no ser citado por nenhum
profissional como insatisfao para a melhoria do atendimento sade.
-
33
5 CONSIDERAES FINAIS
A partir dos resultados deste estudo, constatou-se, que nos resultados
apresentados, na grande maioria os usurios relataram estar muito satisfeitos.
Assim sendo, a anlise dos resultados e dos fatos sugere que a carncia das
informaes, a concepo antiga de sade e de assistncia e a ausncia da
integrao Usurio/Centro de Sade contribuem para um julgamento errneo e
sem justificativa pelo usurio do atual sistema de sade, sendo que a
assistncia erra, na maioria das vezes, pela completa ausncia de uma gesto
participativa e de gestores comprometidos com os direitos e deveres dos
cidados e no necessariamente nas polticas de sade existentes, uma vez
que o que dever est garantido por lei. Ao mesmo tempo, revela a
insatisfao por parte dos funcionrios do CS, que por muitas vezes no so
lembrados pelos gestores que esto em busca de nmeros e acabam se
esquecendo da qualidade nas condies de trabalho dos funcionrios.
Assim, tal estudo cumpriu com os objetivos inicialmente propostos e
ampliou o estudo sobre o fenmeno. Mostrou o quo relevante o tema
proposto e trouxe contribuies valiosas para o cotidiano do CS Ingleses.
Tambm possibilitou reflexes acerca do cuidado ao usurio e reforou o
quanto importante a educao em sade.
O desenvolvimento desta pesquisa possibilitou compreender e ampliar
meus conhecimentos sobre o processo de avaliao da assistncia. Favoreceu
minha aprendizagem e formao crtica, contribuiu para o meu crescimento
profissional, tornando-me mais comprometida com a sade da populao e
capaz de desenvolver uma assistncia diferenciada. Ele tambm contribuiu
para que modificasse meu olhar, at agora restrito assistncia do cotidiano,
sem muitas vezes refletir a assistncia prestada.
Durante o desenvolvimento deste estudo, tive algumas facilidades que
auxiliaram o alcance dos objetivos. Entretanto, surgiram algumas dificuldades
que procurei sempre superar e que serviram de estmulo para que
estabelecesse novas trajetrias nesta caminhada.
-
34
REFERNCIAS
AHARONY L & STRASSER S. Patient satisfaction: what we know about and what we still need to explore. Medical Care Review, 1993.
ARAJO, M. B. A Equipe de Sade no PSF: mudando prticas? Estudo de Caso no municpio de Natal/RN [Dissertao]. Natal/RN Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2004.
BARATA, R. C. B. A Historicidade do Conceito de Causa. In: Textos de Apoio - Epidemiologia I. Rio de Janeiro: ABRASCO, 1985.
BARDIN, Laurence. Anlise de Contedo. Lisboa: Edies 70, 1994. 227p.
BRASIL. Constituio Federal. Braslia, 1988.
BRASIL. Lei Orgnica da Sade. Braslia, 1990.
BRASIL. Ministrio da Sade e Conselho Nacional de Sade. A Prtica do Controle Social: Conselhos de Sade e financiamento do SUS Srie Histrica do CNS, n 1 - Braslia: Ministrio da Sade, 2000.
BRICEO-LEON R. Siete tesis sobre la educacin sanitria para la partivipacin comunitria. Caderno Sade Pblica, 1996.
DENZIN, Norman K.; LINCOLN, Yvonna S. Strategies of qualitative inquiry. Califrnia: Sage Publications,1998.
DROPA, R.F. Controle Social. Disponvel em: www.advogado.adv.br, Acesso em: 29/10/07.
FERREIRA, Aurlio Buarque de Holanda. Aurlio sculo XXI: o dicionrio da lngua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. (4. impr.) 2128p.
GOLDEMBERG, Miriam. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em cincias sociais. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 2000. 106 p.
-
35
GUARESCHI, P. (Org). tica. Psicologia social contempornea. Petrpolis: Vozes, 1998. p. 49-58.
HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na sociologia. 8. ed. Petrpolis: Vozes, 2001.
KING, Imogene M. A Theory for Nursing. Sistems, Concepts e Process. United States of America: Wiley Medical Publication, 1981.
______. Enfermera como Profesin. Filosofia, Princpios y Objetivos. Mxico: Limusa, 1984.
LINDER, P. S. Toward a theory of patient satisfaction. Social Science and Medicine, 1982.
LUFT, C. P. Mini dicionario Luft. 20. ed. So Paulo: tica, 2001. 688p
MINAYO, Maria Ceclia de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em sade. 6. ed. So Paulo; Rio de Janeiro: Hucitec-Abrasco, 1999. 269p.
MENDES, E. V. Uma agenda para a sade. So Paulo: Hucitec, 1999.
MORAES, Roque. Uma tempestade de Luz: a compreenso possibilitada pela anlise textual discursiva. Cincia & Educao, Bauru, v. 9, n. 2, p. 191-211, 2003. Disponvel em: . Acesso em: 18 Jul. 2008.
POLIT-O'HARA, Denise; HUNGLER, Bernadette P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem. 3. ed. Porto Alegre: Artes Medicas, 1995. 391p
REZENDE, Ana Lcia Magela. Sade: dialtica do pensar e do fazer. So Paulo: Cortez, 1999.
SARI, M. T. Controle Social na educao bsica brasileira. Disponvel em: www.tvebrasil.com.br. Acesso em: 29/out. 2007.
-
36
SITZIA, J & WOOD, N. Patient satisfaction: A review of issues and concepts. Social Science and Medicine, 1997.
Prefeitura Municipal de Florianpolis. Disponvel em: Acesso em: 01 dez. 2008.
TRENTINI, Mercedes; PAIM, Lygia. Pesquisa convergente-assistencial: um desenho que une o fazer e o pensar na prtica assistencial em Sade-Enfermagem. 2. ed. Florianpolis: Insular, 2004.
TURRIS, A. S. Unpacking the concept of patient satisfaction: a feminist analysis. Journal Advanced Nursing, 2005.
WARE, J. E. & SNYDER, M. K. 1975. Dimensions of patient attitudes regarding doctors and medical care services. Medical Care 13:669.
WAITZKIN, H. Uma Viso Marxista Sobre Atendimento Mdico. So Paulo: Avante, 1980.
ZAMPIERI, Maria de Ftima Mota. Vivenciando o Processo Educativo com Gestantes de Alto Risco e seus Acompanhantes. 1998. 203f. Dissertao (Mestrado em Enfermagem). Programa de Ps-Graduao em Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Cincias da Sade. Florianpolis, 1998.
-
37
ANEXO 1 - QUESTIONRIO DE SATISFAO ENTRE PROFISSIONAL E
USURIO
Este questionrio visa compreender o grau de satisfao dos usurios e
profissionais do Sistema nico de Sade do Centro de Sade Ingleses. de
grande importncia que voc usurio ou profissional responda com o mximo
de honestidade e rigor, pois s assim possvel avaliar os servios prestados
e melhor-los de forma contnua e efetiva. Este questionrio confidencial,
garantindo o anonimato do entrevistado. Obrigada pela colaborao.
Grau de satisfao: 1: Insatisfeito; 2: Pouco Satisfeito; 3: Muito Satisfeito
Indicadores Grau de Satisfao 1 2 3
O que falta para que seu Grau de Satisfao seja 3?
Sistema nico de Sade (SUS)
Efetividade/Funcionamento do CS
Relao do CS com o Cidado e
Sociedade
Envolvimento dos Profissionais e
Usurios do CS
Habilidade dos Profissionais para
Desempenhar a sua funo no CS
Disposio e Distribuio do Espao no
CS
Clima do CS
Atividades Proporcionadas pelos
Grupos Existentes no CS
Flexibilidade do Horrio de
Atendimento
Relao Profissional/Usurio