ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE...

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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO, EXTENSÃO E CULTURA - ProPPEC GERÊNCIA DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO PARA FORMAÇÃO PARA O MAGISTÉRIO SUPERIOR INGRID GONÇALVES RODRIGUEZ ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE COM RELAÇÃO AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) EM UMA UNIDADE DE ATENÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS Itajaí, SC 2009

Transcript of ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE...

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    UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA - UNIVALI PR-REITORIA DE PESQUISA, PS-GRADUAO, EXTENSO E

    CULTURA - ProPPEC GERNCIA DE PS-GRADUAO

    ESPECIALIZAO PARA FORMAO PARA O MAGISTRIO SUPERIOR

    INGRID GONALVES RODRIGUEZ

    ANLISE DO GRAU DE SATISFAO DOS USURIOS E PROFISSIONAIS DE SADE COM RELAO AO SISTEMA NICO DE SADE (SUS) EM UMA UNIDADE DE ATENO

    BSICA NO MUNICPIO DE FLORIANPOLIS

    Itaja, SC 2009

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    UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJA - UNIVALI PR-REITORIA DE PESQUISA, PS-GRADUAO, EXTENSO E

    CULTURA - ProPPEC GERNCIA DE PS-GRADUAO

    ESPECIALIZAO PARA FORMAO PARA O MAGISTRIO SUPERIOR

    INGRID GONALVES RODRIGUEZ

    ANLISE DO GRAU DE SATISFAO DOS USURIOS E PROFISSIONAIS DE SADE COM RELAO AO SISTEMA NICO DE SADE (SUS) EM UMA UNIDADE DE ATENO

    BSICA NO MUNICPIO DE FLORIANPOLIS

    Monografia submetida Universidade do Vale do Itaja (UNIVALI), como requisito parcial obteno do ttulo de especialista no magistrio superior.

    Orientador: Prof. Marcos Aurlio Maeyama.

    Itaja, SC 2009

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    Declarar sade como um direito

    tem sido por demais retrico.

    Operacionalizar essa direito trabalho

    penoso e pertinaz da sociedade.

    A sade deve ser vista como uma condio

    relativa e dinmica e no como um estado

    absoluto e estatstico.

    REZENDE (1999)

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    LISTA DE SIGLAS

    SUS Sistema nico de Sade

    ACS Agente Comunitrio de Sade

    CASAN Companhia de guas e Saneamento

    CELESC Centrais Eltricas de Santa Catarina

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    SIAB Sistema de Informao da Ateno Bsica

    CS Centro de Sade

    PCA Pesquisa Convergente Assistencial

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    LISTA DE FIGURAS

    Tabela 1: Distribuio da populao, segundo faixa etria e sexo...................22

    Tabela 2: Valores dos marcadores do SIAB Ingleses....................................23

    Tabela 3: Distribuio das crianas de 0 a 2 anos vacinadas Ingleses.........24

    Tabela 4: Cobertura Vacinal Influenza Idosos 2006 e 2007 Ingleses.........25

    Grfico 1: Dados relativos Satisfao dos Usurios reas de atendimento

    do CS Ingleses..................................................................................................29

    Grfico 2: Dados relativos Satisfao dos Profissionais reas de

    atendimento do CS Ingleses.............................................................................30

    Grfico 3: Distribuio Segundo o Grau de Satisfao dos Usurios do CS

    Ingleses..............................................................................................................31

    Grfico 4: Distribuio segundo o grau de Satisfao dos Profissionais no CS

    Ingleses...........................................................................................................31

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    SUMRIO

    LISTA DE SIGLAS........................................................................................4

    LISTA DE FIGURAS......................................................................................5

    1 INTRODUO............................................................................................7

    2 OBJETIVOS................................................................................................9

    2.1 Objetivo geral.........................................................................................9

    2.2 Objetivos especficos.............................................................................9

    3 FUNDAMENTAO TERICA...............................................................10

    3.1 O Sistema nico de Sade..................................................................11

    3.2 Conceitos Norteadores .......................................................................14

    3.2.1 Ser Humano..................................................................................14

    3.2.2 Self................................................................................................15

    3.2.3 Percepo.....................................................................................16

    3.2.4 Participao...................................................................................16

    3.2.5 Interao........................................................................................17

    3.2.6 Comunicao.................................................................................18

    3.2.7 Transao......................................................................................18

    4 METODOLOGIA.......................................................................................19

    4.1 Tipo de Estudo.....................................................................................19

    4.2 Contextualizando..................................................................................20

    4.3 Sujeito do Estudo.................................................................................26

    4.4 Mtodo de Coleta.................................................................................27

    4.5 Anlise e Interpretao dos dados.......................................................27

    4.6 Resultados e Discusso.......................................................................29

    5 CONSIDERAES FINAIS.....................................................................33

    REFERNCIAS ..........................................................................................34

    ANEXO........................................................................................................37

  • 7

    1 INTRODUO

    A prtica de avaliao dos servios por meio da pergunta aos usurios

    difundiu-se a partir dos anos 60 na Europa e nos Estados Unidos da Amrica,

    inicialmente interessada nos estudos de adeso ao tratamento (WARE;

    SNYDER, 1975), e nas dcadas de 1970 e 1980, inserida no movimento da

    qualidade dos servios de sade (LINDER-PELZ, 1982; TURRIS, 2005). No

    Brasil, os estudos de satisfao ganham destaque a partir da segunda metade

    da dcada de 1990, com o fortalecimento da participao da comunidade nos

    processos de planejamento e avaliao. A literatura, ento, tornou-se bastante

    ampla, complexa e difusa (AHARONY; STRASSER, 1993; SITZIA; WOOD,

    1997).

    O tema deste estudo emergiu no decorrer de minha caminhada

    profissional quando comecei a perceber que, apesar de toda a

    legislao que rege o Sistema nico de Sade (SUS), na prtica o sistema no

    tem conseguido atingir seus objetivos em sua totalidade devido a uma

    conjuntura de fatores, que incluem as amarras financeiras, administrativas e

    gerenciais, nas quais destaco as constantes desavenas polticas, o

    despreparo dos profissionais para atuarem na complexidade do Sistema nico

    de Sade, insatisfao dos profissionais e desconhecimento por parte dos

    usurios sobre o papel do SUS.

    Considerando a evoluo no modelo de ateno sade no Brasil,

    observa-se que, no plano legal, a criao do Sistema nico de Sade (SUS)

    em 1988, representou importante avano, principalmente pelos princpios que o

    norteiam. Entre outros aspectos, estes princpios apontam para a garantia de

    acesso a todo e qualquer cidado e a qualquer servio de sade, e para a

    participao cidad atravs de suas entidades representativas, no processo de

    formulao de polticas pblicas de sade e do controle de sua execuo. A

    sade ainda definida como resultante de polticas sociais e econmicas,

    como direito de cidadania e dever do Estado (MENDES, 1999). Embora a

    sade seja um direito constitucionalmente garantido, um olhar sobre o cotidiano

    das prticas de sade revela facilmente a enorme contradio existente entre

    essas conquistas estabelecidas no plano legal e a realidade de crise vivenciada

    pelos usurios e profissionais do setor.

  • 8

    Parte assim, do reconhecimento desses pressupostos, bem como da

    relevncia de se investigar quais so as idias, valores e crenas

    desenvolvidos pelos usurios e pelos profissionais acerca do atual quadro de

    assistncia sade. Reconhece e valoriza-se essa dimenso subjetiva dos

    dois lados, no apenas por uma questo tica, que em toda relao est

    sempre um outro e que s se desenvolvem relaes ticas quando se v o

    outro como interlocutor vlido e como agente social das prprias mudanas

    por meio da reflexo consciente e compartilhada do problema (GUARESCHI,

    1998). Existem tambm razes pragmticas para agir assim, por entender que

    o envolvimento e a participao dos usurios s so possveis mediante um

    processo de dilogo entre saberes, no qual cada um contribui com seu

    conhecimento peculiar da situao, acreditando-se que o desenvolvimento

    efetivo dessa participao parte de prticas vivenciadas no cotidiano

    (BRICEO-LEN,1996).

  • 9

    2 OBJETIVOS

    2.1 Objetivo Geral

    Realizar um diagnstico sobre a satisfao na prestao de servios de

    uma unidade de sade.

    2.2 Objetivos Especficos

    - Analisar o grau de satisfao dos usurios;

    - Identificar os pontos de consistncia e inconsistncia da unidade de sade na

    viso dos usurios e profissionais de sade;

    - Analisar o grau de satisfao dos profissionais de sade;

    - Propor possveis mudanas.

  • 10

    3 FUNDAMENTAO TERICA

    Com a descoberta da bactria, no fim do sculo XIX, a explicao do

    processo sade-doena passou a ser a causa biolgica, derrubando as teorias

    anteriores de determinao social e ambiental (BARATA, 1985; WAITZKIN,

    1980). A partir de ento, esta forma de entendimento do processo sade-

    doena passa a ser hegemnica, estruturando e direcionando os servios e

    prticas de sade, com esta concepo, que ficou conhecido como Modelo

    Biomdico.

    A Constituio de 1988 institui o Sistema nico de Sade (SUS),

    ordenando a reorganizao do sistema e do modelo de ateno sade, com

    prticas integradas de promoo, preveno, recuperao e reabilitao da

    sade (BRASIL, 1988).

    Porm, o simples ordenamento legal da constituio no foi suficiente

    para promover a referida reorganizao do sistema de sade, onde ainda

    temos uma prtica hegemnica do modelo biomdico em todos os servios de

    sade do pas.

    A integrao da sade no processo de desenvolvimento implica tratar os

    problemas numa perspectiva intersetorial, reunindo esforos, analisando e

    interpretando os contextos social, poltico, econmico e cultural, criando assim

    condies necessrias para a participao ampla de todos os atores e grupos

    sociais envolvidos.

    Para o desenvolvimento de aes de sade na perspectiva da integralidade, faz-se necessria uma aproximao integral entre os sujeitos que prestam o cuidado. Ou seja, estabelecer uma prtica comunicativa como estratgia para o enfrentamento dos conflitos, significa romper com velhas estruturas hierarquizadas, to presentes no modelo de sade hegemnico. (ARAUJO, 2004, p. 95).

    Intersetorialidade pode ser entendida como a articulao entre sujeitos

    de setores sociais diversos e, portanto, de saberes, poderes e vontades

    diversos para enfrentar problemas complexos. uma nova forma de trabalhar,

    de governar e de construir polticas pblicas que pretende possibilitar a

    superao da fragmentao dos conhecimentos e das estruturas sociais para

    produzir efeitos mais significativos na sade da populao.

  • 11

    3.1 O Sistema nico de Sade

    Antes do advento do Sistema nico de Sade (SUS), a atuao do

    Ministrio da Sade se resumia s atividades de promoo de sade e

    preveno de doenas (por exemplo, vacinao). O Ministrio da Sade no

    prestava qualquer tipo de assistncia mdica hospitalar, esse atendimento para

    as pessoas que no tinham condio era realizado por instituies filantrpicas

    (tipo as Santas Casas). O INAMPS foi criado pelo regime militar em 1974, pelo

    desmembramento do Instituto Nacional de Previdncia Social (INPS), que hoje

    o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS); era uma autarquia filiada ao

    Ministrio da Previdncia e Assistncia Social (hoje Ministrio da Previdncia

    Social), e tinha a finalidade de prestar atendimento mdico aos que contribuam

    com a previdncia social, ou seja, aos empregados de carteira assinada. O

    INAMPS dispunha de estabelecimentos prprios, mas a maior parte do

    atendimento era realizado pela iniciativa privada; os convnios estabeleciam a

    remunerao por procedimento, consolidando a lgica de cuidar da doena e

    no da sade.

    O movimento da Reforma Sanitria nasceu no meio acadmico no incio

    da dcada de 70, como forma de oposio tcnica e poltica ao regime militar,

    sendo abraado por outros setores da sociedade e pelo partido de oposio da

    poca. Em meados da dcada de 70, ocorreu uma crise do financiamento da

    previdncia social, com repercusses no INAMPS. Em 1979, o General Joo

    Baptista Figueiredo assumiu a presidncia com a promessa de abertura

    poltica, e de fato a Comisso de Sade da Cmara dos Deputados promoveu,

    no perodo de 9 a 11 de outubro de 1979, o I Simpsio sobre Poltica Nacional

    de Sade, que contou com participao de muitos dos integrantes do

    movimento e chegou a concluses altamente favorveis ao mesmo; ao longo

    da dcada de 80, o INAMPS passaria por sucessivas mudanas com

    universalizao progressiva do atendimento, j numa transio com o SUS.

    A 8 Conferncia Nacional de Sade (CNS) foi um marco na histria do

    SUS por vrios motivos. Foi aberta em 17 de maro de 1986 por Jos Sarney,

    o primeiro presidente civil aps a ditadura, e foi a primeira CNS a ser aberta

  • 12

    sociedade; alm disso, foi importante na propagao do movimento da

    Reforma Sanitria. A 8 CNS resultou na implantao do Sistema Unificado e

    Descentralizado de Sade (SUDS), um convnio entre o INAMPS e os

    governos estaduais, mas o mais importante foi ter formado as bases para a

    seo Da Sade da Constituio brasileira de 5 de outubro de 1988. A

    Constituio de 1988 foi um marco na histria da sade pblica brasileira, ao

    definir a sade como direito de todos e dever do Estado (BRASIL, 1988). A

    implantao do SUS foi realizada de forma gradual: primeiro veio o SUDS;

    depois, a incorporao do INAMPS ao Ministrio da Sade (Decreto n 99.060,

    de 7 de maro de 1990); e por fim a Lei Orgnica da Sade (Lei n 8.080, de 19

    de setembro de 1990), criando o SUS. Em poucos meses, foi lanada a Lei n

    8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS uma de suas

    principais caractersticas: o controle social, ou seja, a participao dos usurios

    (populao) na gesto do servio. O INAMPS s foi extinto em 27 de julho de

    1993 pela Lei n 8.689.

    O Sistema nico de Sade teve seus princpios estabelecidos na Lei

    Orgnica de Sade, em 1990, com base no artigo 198 da Constituio Federal

    de 1988. Os princpios da universalidade, integralidade e equidade so

    princpios ideolgicos ou doutrinrios do sistema, e os princpios da

    descentralizao, da regionalizao e da hierarquizao, os princpios

    organizativos.

    At o fim da ditadura, no se falava em controle social, pois

    autoritarismo e participao popular eram termos antagnicos. Somente com o

    incio do processo de redemocratizao do pas, a partir do fim do governo

    militar na dcada de 80, que a expresso controle social passou a ser

    aclamada.

    Com a promulgao da Constituio Federal em 1988, adotou-se no

    Brasil uma perspectiva de democracia representativa e participativa,

    incorporando a participao comunitria na gesto das polticas pblicas.

    Diversos mecanismos dessa prtica vm sendo implementados no Brasil.

    Oramento participativo, plebiscito e iniciativa popular so alguns dos

    mecanismos encontrados para a efetiva prtica desse esprito constitucional.

  • 13

    No entanto, a participao da sociedade nas funes de planejamento,

    monitoramento, acompanhamento e avaliao de resultados das polticas

    pblicas tem requerido a institucionalizao de rgos colegiados deliberativos,

    representativos da sociedade, de carter permanente. Os Conselhos

    comeam, ento, a se configurarem, em espaos pblicos de articulao entre

    governo e sociedade (SARI, 2001).

    Por controle social entende-se a participao da sociedade no

    acompanhamento e verificao das aes da gesto pblica na execuo e

    das polticas pblicas, avaliando os objetivos, os processos e os resultados.

    Alm disso, o controle social uma forma de se estabelecer uma parceria

    eficaz e gerar a partir dela um compromisso entre poder pblico e populao

    (DROPA, 2003).

    Segundo MS (2000), controle social tambm pode ser entendido como o

    controle sobre o Estado pelo conjunto da sociedade organizada em todos os

    segmentos sociais. Pode ser conceituado tambm como a resultante da

    articulao e da negociao dos interesses fracionados e especficos de cada

    segmento, a favor dos interesses e direitos de cidadania do conjunto da

    sociedade.

    Quando se fala em Controle Social no SUS, est-se falando,

    fundamentalmente, no papel dos Conselhos de Sade. Isto porque neles que

    se d a participao da comunidade na fiscalizao e na conduo das

    polticas de sade, garantida a partir da Lei N 8.142, de 28/12/1990 (BRASIL,

    1990), que instituiu os Conselhos e as Conferncias de Sade como instncia

    de controle social do SUS nas trs esferas de governo - nacional, municipal e

    estadual. A principal caracterstica dos Conselhos de Sade o seu carter

    deliberativo sobre a formulao das estratgias de ateno sade do Pas.

    Cinquenta por cento da composio dos conselhos so formadas por

    representantes de usurios do SUS, 25% por trabalhadores de sade e 25%

    por prestadores e gestores.

    O SUS garante aos estados, Distrito Federal e municpios a autonomia

    para administrar os recursos da sade, de acordo com a sua condio de

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    gesto (gesto plena da ateno bsica e gesto plena do sistema municipal).

    Para isso, preciso que cada regio tenha seu Conselho de Sade

    funcionando de forma adequada. Assim, os recursos federais so repassados

    do Fundo Nacional para os Fundos Estaduais ou Municipais de Sade ou,

    ainda, dos Fundos Estaduais para os Fundos Municipais de Sade.

    Segundo o MS (2007), a gesto participativa interage com outros

    fundamentos do processo de democratizao, como a descentralizao e a

    regionalizao. Na organizao dos servios, a tarefa que se apresenta a

    construo da integralidade, promovendo a equidade e a ateno humanizada

    sade. A gesto participativa constitui-se estratgia transversal, presente nos

    processos cotidianos da gesto do SUS. Formular e deliberar juntos significa

    mais do que realizar o controle social - e este o efetivo desafio apresentado

    gesto participativa. Os fundamentos legais instituem os Conselhos e

    Conferncias de Sade, que vm mobilizando trabalhadores de sade,

    gestores e usurios no controle social do SUS. No entanto, a democracia

    participativa na gesto pblica requer a adoo de prticas e mecanismos

    inovadores que forneam a dimenso necessria gesto participativa.

    3.2 Conceitos norteadores

    Conceitos so unidades de significao que definem a forma e o

    contedo de uma teoria. Eles se tornam um caminho de ordenao da

    realidade, para olhar os fatos e as relaes, e ao mesmo tempo um caminho de

    criao (MINAYO, 1999).

    3.2.1 Ser humano

    um sistema pessoal aberto, ser social, racional e sensvel, que no processo de interao humana age conforme suas percepes, expectativas, crenas, valores e estilo de vida. um ser orientado no tempo, tem razes e atua de acordo com as experincias passadas. A sua conscincia do passado e do presente influncia as opes do futuro. (KING, 1981, p.19-20).

  • 15

    O ser humano um ser dinmico, plural e singular que tem capacidade

    de perceber, de pensar, de sentir e selecionar alternativas dentre situaes

    diferentes. Fixa metas, seleciona meios para alcan-las, podendo tomar

    decises. Comunica-se com outros e com o ambiente de forma verbal ou no,

    influencia-os e por eles influenciado, interage, estabelece transaes e

    procura atingir seus objetivos. Age. Pode participar e, sendo assim, pode

    transformar as pessoas com as quais se relaciona e tambm a realidade e

    vice-versa. Tem direito a receber informaes sobre a sua sade e etapas

    transicionais do desenvolvimento humano para poder crescer, ter autonomia e

    atuar. um ser que procura aprender mais, que pode desenvolver suas

    potencialidades, com o objetivo de ser mais (KING, 1981; 1984; ZAMPIERI,

    1998).

    Neste estudo, seres humanos so usurios e profissionais do Sistema

    nico de Sade da Unidade Bsica de Sade do Bairro dos Ingleses, no

    municpio de Florianpolis.

    Acredito que cada ser humano diferente e singular. Assim, possue seu

    prprio self, suas prprias crenas, valores, expectativas, necessidades, estilo

    e histria de vida. Necessita compartilhar suas experincias e conhecimentos,

    ser ouvido, ser orientado e compreendido.

    Situaes ocorridas ao longo do seu processo de viver podem influenciar

    o momento que est vivenciando.

    3.2.2 Self

    Self o conjunto de pensamentos e sentimentos que constitui a percepo que a pessoa tem de sua existncia individual, sua concepo do que , de quem . O self de uma pessoa tudo que ela pode chamar de seu. O self inclui entre outras coisas o sistema de idias, atitudes, valores e compromissos. O self o ambiente subjetivo, completo de uma pessoa. Trata-se de um centro distinto de experincias e significados. Ele constitui o mundo interior de uma pessoa, como distinto do mundo exterior, que consiste em todas as outras pessoas e coisas. O self o indivduo, tal como conhecido pelo prprio indivduo, aquilo que nos referimos quando dizemos eu. (JELSILD citado por KING, 1984, p. 39).

  • 16

    Entendo que todos, profissionais tm seu self. Cada um percebe-se de

    uma forma, tem seus pensamentos, desejos, sentimentos e metas. a

    conscincia do self de cada um que o torna um indivduo diverso, nico e

    singular. A percepo que temos de uma pessoa pode ser diferente da que ela

    tem de si prpria, ou do que ela transparece ser.

    3.2.3 Percepo

    o processo de organizar, interpretar e transformar os dados obtidos atravs dos sentidos e da memria. um processo de transao humana com o meio ambiente, que d significado experincia do ser humano; representa sua imagem da realidade e influencia o seu comportamento. (KING, 1981, p. 24).

    A percepo universal, pessoal, social e seletiva. universal uma vez

    que todos percebem os outros seres humanos e objetos que existem no meio

    ambiente. pessoal porque diverge de um ser humano para outro, em funo

    da diversidade de valores, crenas, experincias, do conceito de self e do estilo

    de vida. social j que a mente social, tanto em sua origem quanto em sua

    funo, pois surge de um processo social de comunicao. E seletiva porque

    o ser humano seleciona os estmulos que so relevantes para atender s suas

    necessidades, rejeitando aqueles que avaliam como irrelevantes (HAGUETTE,

    2001).

    3.2.4 Participao

    Ato ou efeito de participar; fazer saber, informar, ter ou tomar parte.

    Associar-se pelo sentimento, compartilhar (FERREIRA, 1999; LUFT, 2001).

    A participao ativa se configura como aquela em que a

    pessoa/usurio/profissional tem uma atuao efetiva e est inserida no

    processo. Com a promulgao da Constituio Federal em 1988, adotou-se no

    Brasil uma perspectiva de democracia representativa e participativa,

    incorporando a participao da comunidade na gesto das polticas pblicas.

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    Por controle social, entende-se a participao da sociedade no

    acompanhamento e verificao das aes da gesto pblica na execuo das

    polticas pblicas, avaliando os objetivos, processos e resultados.

    3.2.5 Interao

    Segundo Zampieri (1998), baseada em King (1981), interao o ato

    que ocorre entre dois ou mais seres humanos, em presena mtua. o

    processo de percepo e comunicao entre os seres humanos e o meio

    ambiente e entre os prprios seres humanos, manifestado por condutas verbais

    e no-verbais, orientados para o alcance dos objetivos. Interao a relao

    em que cada um tem algo para dar para o outro, que o outro quer e necessita,

    sendo facilitada e determinada pela participao ativa de ambos na situao

    (ZAMPIERI, 1998). uma relao recproca, de troca, na qual os indivduos se

    desenvolvem pessoalmente e se transformam (KING, 1984). Cada indivduo

    em qualquer situao traz conhecimentos pessoais, necessidades, objetivos,

    expectativas, percepes e experincias passadas que influenciam as suas

    interaes.

    A interao, neste estudo, consiste de aes, relaes recprocas que

    ocorrem entre usurios e profissionais. Para esta relao, todos trazem consigo

    seus conhecimentos, necessidades, valores, aspectos culturais, experincias,

    preconceitos, necessidades, percepes, expectativas e significados, que se

    interpenetram atravs do compartilhar, do trocar e do estabelecimento de

    transaes, podendo levar a um crescimento mtuo. A qualidade das

    interaes depende destas questes, da percepo que cada um tem de si, em

    funo do ser e estar no mundo, da educao recebida e do modo como cada

    um reage aos acontecimentos e s mudanas.

  • 18

    3.2.6 Comunicao

    a troca e intercmbio de pensamento e opinies entre seres humanos.

    Estrutura de sinais e smbolos importantes que d ordem e significado s

    interaes humanas, incluindo condutas, tanto verbais (linguagem falada),

    como no-verbais (linguagem escrita, desenhos e atividades artsticas, contato

    fsico, postura, expresso facial, aparncia fsica). A comunicao eficaz

    quando satisfaz as necessidades bsicas de reconhecimento, participao e

    autorrealizao, devendo acontecer numa atmosfera de respeito mtuo e

    desejo de compreenso (KING, 1984).

    Considero a comunicao um fator essencial para que ocorram as

    interaes, transaes, bem como o crescimento e desenvolvimento. O

    conhecimento de enfermagem envolve o conhecimento e habilidades de

    comunicao com os indivduos, buscando alcanar metas, que ocorram na

    presena de transao.

    3.2.7 Transao

    o conjunto de experincias nicas, no qual emergem as diferenas

    qualitativas entre seres humanos que interagem entre si e com o ambiente, em

    busca de conhecimentos comuns, a fim de alcanarem metas comuns. As

    transaes so consideradas como componentes de valorizao das

    interaes humanas, implicam acordos, tratos e intercmbios sociais (KING,

    1981).

    As transaes so um intercmbio de coisas valiosas que implica

    conferir, poder, negociar, fazer trocas e acordos. Quando as pessoas

    interagem, ocorrem transaes e estas so cooperativas e recprocas (KING,

    1981).

  • 19

    4 METODOLOGIA

    4.1 Tipo de estudo

    Trata-se de uma pesquisa que envolve aspectos quantitativos e

    qualitativos, sendo do tipo exploratria e descritiva na modalidade convergente

    assistencial proposta por Trentini e Paim (2004).

    A pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, com os

    motivos, as aspiraes, as crenas, os valores, as atitudes, as vivncias, as

    experincias, o conhecimento, o cotidiano das pessoas ou grupos, o que

    corresponde a um espao mais profundo das relaes, dos processos e dos

    fenmenos, que no pode ser reduzido operacionalizao de variveis.

    Procura aprofundar a compreenso dos sujeitos, de um determinado grupo

    social, organizao, instituio ou de alguma trajetria vivida. (MINAYO, 1999;

    GOLDEMBERG, 2000). A pesquisa qualitativa caracteriza-se como modos de

    inquisio sistemtica preocupados com a compreenso dos seres humanos e

    com a natureza de suas transaes (BENOLIEL apud POLIT; HUNGLER,

    1995). O pesquisador estuda as coisas em seu estado natural, tentando dar

    sentido ou interpretar os significados pessoais, trazidos pelos entrevistados

    (DENZIN; LINCOLN, 1998). Esse tipo de pesquisa baseia-se na premissa de

    que os conhecimentos sobre os indivduos s so possveis com a descrio

    da experincia humana, tal como ela vivida e tal como ela definida por seus

    prprios atores (POLIT; HUNGLER, 1995).

    Segundo Benoliel apud Polit e Hungler (1995), o mtodo qualitativo

    promissor quando se trata de adaptao de pessoas e se abordam as

    experincias crticas da vida, tais como as etapas do desenvolvimento, a

    natureza das transaes sociais enfermeiro-cliente, quanto estabilidade e

    mudana, caractersticas que se encaixam neste estudo.

    A pesquisa quantitativa utilizada para apurar opinies e atitudes

    explcitas e conscientes dos entrevistados, uma vez que utiliza instrumentos

    estruturados (questionrios).

    Vale destacar o caminho escolhido, de fazer uso tanto da abordagem

    quantitativa quanto da qualitativa, uma vez que no meu entendimento elas no

  • 20

    so excludentes, mas complementares, quando nos propomos a desenvolver

    uma anlise mais detalhada, que se aproxime da riqueza e complexidade dos

    dados coletados.

    J a pesquisa convergente assistencial um tipo de tipo de pesquisa

    qualitativa utilizada na rea de sade que procura minimizar ou solucionar

    problemas no cotidiano do cuidado, realizar mudanas e introduzir inovaes

    na prtica, enfatizar o pensar e fazer em conjunto. Assim, esta modalidade

    considerada um mtodo apropriado para pesquisar a prtica assistencial. O

    pesquisador envolve os sujeitos ativamente no processo, articulando a prtica

    profissional com o conhecimento terico. Pesquisadores e demais pessoas

    envolvidas na situao a ser pesquisada constroem uma relao de

    cooperao mtua (TRENTINI; PAIM, 2004).

    4.2 Contextualizando

    O estudo foi desenvolvido em Ingleses, no Centro de Sade (CS), com

    usurios e profissionais.

    A Unidade dos Ingleses faz parte da Regional Norte, juntamente com

    Jurer, Ponta das Canas, Ratones, Rio Vermelho, Santo Antnio de Lisboa,

    Vargem Grande e Vargem Pequena. A populao dos Ingleses est estimada

    em 19.203 habitantes (IBGE, 2007). Pertence rea 431 e abrange cinco

    equipes de Estratgia de Sade da Famlia (ESF) que so responsveis pelas

    reas: 430, 431, 432, 433 e 434. Cada rea abrange 6 microreas, totalizando

    30 microreas, destas cinco se encontram descobertas de agente de sade.

    Localizado a 35km do centro do municpio; de todas as praias de Florianpolis

    a que possui maior populao residente, sendo que a grande parte da

    populao proveniente de outras cidades e estados. Em algumas reas,

    como no Santinho (434), predomina a populao nativa; em outras, como na

    rea 430, h um grande nmero de imigrantes. Este Centro de Sade funciona

    de segunda a sexta-feira das 8h s 12h e das 13h s 22h.

    A infraestrutura do Centro de Sade modelo. Possui o total de

    cinquenta e sete funcionrios e cinco Equipes de Sade da Famlia. Inseridos

    na equipe bsica tm-se: seis mdicos, quatro enfermeiros, seis tcnicos em

  • 21

    enfermagem, trs auxiliares de enfermagem e vinte e cinco ACS. Fazem parte

    da equipe sade da famlia ampliada: um pediatra, uma psicloga, dois

    odontlogos, um auxiliar de consultrio dentrio e um tcnico de higiene dental.

    Ainda no quadro de funcionrios temos duas enfermeiras na administrao e

    seis auxiliares administrativos.

    Na unidade so prestadas aes de ateno bsica a toda a populao,

    de acordo com os princpios do SUS: a universalidade, a equidade e a

    integralidade. Isto se d atravs da ateno demanda espontnea e por meio

    de agendamento, sendo dada prioridade a populao de maior vulnerabilidade:

    gestantes, idosos e crianas.

    Entre as aes ofertadas e desenvolvidas, tem-se:

    - ateno mulher, por meio de consulta pr-natal, visitas domiciliares e

    atividades educativas; consulta para deteco precoce de cncer de

    mama e preveno do cncer ginecolgico, controle de doenas

    sexualmente transmissveis, planejamento familiar e ateno ao

    climatrio nas consultas j realizadas;

    - ateno sade da criana atravs da consulta de puericultura,

    imunizaes, teste do pezinho, grupo Hora de Comer, programa

    Capital Criana;

    - ateno aos diabticos e hipertensos atravs de consultas e grupos

    educativos;

    - ateno sade bucal;

    - promoo da sade;

    - sade do idoso;

    - ateno sade mental;

    - ateno ao adolescente por meio de consultas;

    - imunizao;

    - desenvolvimento de atividades educativas e teraputicas individuais e

    coletivas;

    - controle e notificao de doenas e notificao e vigilncia e sade.

    Os grupos teraputicos realizados so os de: agentes Comunitrios de

    Sade (ACS) com enfermeiros; grupo de diabticos; grupo de planejamento

    familiar; hora de comer; grupo de gestantes e/ou casais grvidos; grupo

  • 22

    antitabagismo, grupos de sade mental de suporte, de pais e de cuidadores,

    grupo de veteranos, grupo Floripa Ativa, grupo de artesanato, grupo de dana

    de salo e reunio Capital Criana.

    De acordo com o relatrio de Produo de Marcadores para Avaliao

    (PMA2), neste CS foram realizadas, no ano 2006, 21.615 consultas mdicas,

    sendo 781 atendimentos de puericultura, 2.101 pr-natal, 956 prevenes de

    cncer de colo uterino, 17 atendimentos de DST/AIDS, 273 atendimentos a

    diabticos, 2.288 a hipertensos, 8 de tuberculose e 81 de hansenase. Foram

    registrados tambm 22.415 exames complementares, 5.414 atendimentos

    individuais feitos por enfermeiros, 305 visitas domiciliares feitas por mdicos,

    317 por enfermeiros, 14 por profissional de nvel mdio e 29.482 feitas pelos

    ACS.

    O pblico-alvo comunicativo e receptivo, o que facilitou a aplicao do

    questionrio. O termo epidemiologia definido como o estudo da frequncia

    das doenas em diferentes grupos de pessoas. O objetivo na descrio dos

    aspectos epidemiolgicos justamente procurar entender os mtodos de

    pesquisa na obteno de informaes sobre as populaes atingidas por

    doenas que frequentam essa unidade.

    Por meio da epidemiologia, podemos conhecer a realidade de frequncia

    e distribuio dos marcadores, da faixa etria e do sexo entre os indivduos que

    procuram o CS.

    Segundo a Secretaria Municipal de Sade do Municpio de Florianpolis

    a distribuio da populao da rea de abrangncia do CS Ingleses, referente

    faixa etria e a sexo, segue como demonstrado na Tabela 1.

    Tabela 1: Distribuio da populao, segundo faixa etria e sexo Ingleses

    Faixa Etria (anos) Masculino Feminino Populao De 0 a 5 anos 1114 1114 2228 De 5 a 9 anos 832 829 1661 De 10 a 19 anos 1749 1752 3501 De 20 a 49 anos 4660 4685 9345 De 50 a 59 anos 736 731 1467 60 anos ou mais 635 640 1275 Total 9726 9751 19477 Fonte: Dados IBGE, Censo demogrfico 2000 (Estimativa 2007).

  • 23

    De acordo com dados do Sistema de Informao da Ateno Bsica

    (SIAB), no Relatrio de Situao de Sade e Acompanhamento das Famlias

    na rea/Equipe (SSA2), a mdia dos marcadores do ano de 2007

    demonstrada na Tabela 2.

    Tabela 2: Valores dos marcadores do SIAB Ingleses

    Marcadores Valor

    Nmero de nascidos vivos 113,0

    bitos de menores de 28 dias 1,0

    bitos 28 dias a 11 meses e 29 dias 3,0

    bitos de menores de 1 ano 4,0

    bitos mulheres em idade frtil 3,0

    bito de 10 a 19 anos por violncia 2,0

    Outros bitos 27,0

    Total geral de bitos 34,0

    Mdia do nmero de gestantes cadastradas 23,5

    Mdia do nmero de crianas de 0 a 11 meses e 29 dias 101,5

    Mdia do nmero de crianas de 12 a 23 meses e 29 dias 103,0

    Mdia do nmero de crianas menores de 2 anos 204,5

    Hospitalizaes por complicaes do diabetes 9,0

    Total de hospitalizaes 109,0

    Mdia de diabticos cadastrados 151,0

    Mdia de diabticos acompanhados 105,0

    Mdia de hipertensos cadastrados 464,0

    Mdia de hipertensos acompanhados 285,5

    Mdia de pessoas com tuberculose cadastradas 1,0

    Mdia de pessoas com tuberculose acompanhadas 1,0

    Mdia de pessoas com hansenase cadastradas 0,0

    Mdia de pessoas com hansenase acompanhadas 0,0

    Total de famlias acompanhadas 2088,0

    Mdia do nmero de visitas realizadas 959,0

    Fonte: dados marcadores do SIAB no perodo de janeiro a dezembro de 2007.

    Alm das doenas listadas pelo MS, tambm foram relatados casos de

    esquizofrenia, depresso e outros transtornos mentais; vrios casos de

  • 24

    alcoolismo, desajuste familiar, mordidas de co. Somado a isso, encontram-se

    casos de uso e trfico de drogas.

    Criado em 1973, as aes de imunizaes no Brasil passaram por um

    processo de organizao, padronizao e aperfeioamento, com vistas

    ampliao de oferta de produtos e universalizao do atendimento. O

    Programa de Imunizao objetiva o controle, a eliminao e/ou a erradicao

    das doenas imunoprevenveis consideradas prioritrias ao interesse da sade

    pblica brasileira e internacional. A prtica sanitria preconizada pela Produo

    Social de Sade tem como um de seus objetivos a preveno de doenas.

    A cobertura vacinal, segundo a OMS, o percentual de crianas

    imunizadas com vacinas especficas, em determinado espao geogrfico, no

    ano considerado. A Tabela 3 mostra a mdia e a percentagem de crianas

    vacinadas de um at dois anos de idade no perodo de Janeiro a Julho de 2007

    no Bairro dos Ingleses. Pode-se observar que os valores so satisfatrios, pois

    atingem o mximo esperado pelo MS. Portanto, de acordo com os dados do

    SIAB, as crianas do Bairro dos Ingleses menores de um ano e as com at dois

    anos de idade esto com as vacinas em dia.

    Tabela 3: Distribuio das crianas de 0 a 2 anos vacinadas Ingleses

    0-1 ano 1-2 anos

    Total de crianas do CS 1488 1500

    N de crianas vacinadas 1481 1498

    Porcentagem 99,5 99,9

    Fonte: Dados marcadores do SIAB janeiro a julho de 2007.

    J a cobertura vacinal dos idosos para Influenza apresentou-se prxima

    da meta em 2006, sendo que no ano seguinte conseguiu atingir a meta

    estabelecida.

  • 25

    Tabela 4: Cobertura Vacinal Influenza Idosos 2006 e 2007 Ingleses

    Idade 2006 2007

    60-64 358 411

    65 + 767 917

    Total 1125 1328

    Meta 1275 1319

    Fonte: Dados Regional de Sade, ano 2007

    A populao do Bairro dos Ingleses de 19.102 habitantes, segundo

    dados do IBGE de 2007. Entretanto, os Agentes Comunitrios de Sade j

    cadastraram mais de 20 mil moradores e a expectativa feita pelos ACS e pela

    polcia militar de que a populao real seja de aproximadamente 50 mil

    habitantes, triplicando no vero, j que o bairro possui duas praias (Praia dos

    Ingleses e Praia do Santinho) muito procuradas pelos turistas que visitam a

    cidade.

    As principais atividades esto relacionadas ao comrcio, construo

    civil e principalmente ao turismo. A renda mdia da populao de R$ 927,28

    por ms. Pode-se dizer que h uma predominncia da classe mdia, com

    algumas diferenas entre as reas. Alguns moradores trabalham na regio e

    outros se deslocam at os locais de trabalho (centro/outros bairros). Grande

    parte da populao trabalha o dia todo, sendo difcil para os ACS realizarem o

    cadastramento.

    As residncias so em sua maioria de alvenaria. comum encontrar

    terrenos com mais de uma casa, principalmente quando so destinados

    ocupao para o veraneio. As casas geralmente tm abastecimento de gua

    encanada feito pela CASAN, algumas possuem ainda poo artesiano. A

    energia eltrica fornecida pela CELESC, porm em algumas regies so

    comuns ligaes clandestinas. O lixo recolhido trs vezes por semana em

    dias alternados. No vero, este recolhimento dirio. Uma estao de

    tratamento de esgoto est sendo construda na entrada do bairro, mas a

    maioria das residncias despeja seus dejetos em fossas spticas.

    As avenidas principais do bairro so asfaltadas e bem sinalizadas;

    algumas possuem caladas. muito comum a existncia de ces de rua

  • 26

    espalhados pelo bairro. Diversas linhas de nibus alimentam todo o bairro. O

    bairro conta com ponto de txi apenas no vero, j que no restante do ano os

    taxistas deslocam-se para o centro da cidade em busca de maior demanda.

    Em relao ao acesso da populao ao ensino e aprendizagem, h

    escolas pblicas e privadas de educao infantil, ensino fundamental e em

    menor quantidade de nvel mdio, existem creches e uma instituio de ensino

    profissionalizante. O grau de escolaridade varia de analfabetos ao nvel mdio,

    predominando o ensino fundamental e mdio completos.

    No so observados grandes contrastes socioeconmicos no bairro,

    apenas a Vila do Arvoredo (rea de risco devido as dunas e a trfico de

    drogas), conhecida como favela do Siri, pode ser considerada um local de

    excluso social, com caractersticas bem distintas do restante da regio. A vila

    tem aproximadamente 15 anos, est localizada nas dunas entre a praia dos

    Ingleses e Santinho, em rea de preservao permanente. A vila iniciou com

    seis casas, hoje a associao local de moradores tem cerca de 450 famlias

    cadastradas. Essas famlias vivem em casas de madeira de forma precria,

    muitas delas trabalham com o recolhimento de lixo reciclvel. No local no

    existe saneamento adequado, o lixo depositado nas dunas e, pela ao da

    natureza, recoberto pela areia, causando uma grande preocupao devido

    contaminao do lenol fretico. A maioria dos moradores encontra-se em

    condies precrias de sade. Tambm so conhecidos alguns pontos de

    trfico na regio, sendo que em determinadas casas os ACS no tm

    permisso para entrar.

    O bairro possui um Shopping (Barra Norte) e diversos mercados,

    padarias, restaurantes, bares, lanchonetes, vdeos locadoras, agropecurias

    entre outros comrcios. Porm, h pouca rea de lazer, limitando as praias,

    dunas e trilhas.

    4.3 Sujeito do Estudo

    Para escolha dos entrevistados, foi considerado o interesse, o desejo e

    a disponibilidade em participar da proposta. O nmero de participantes foi

    limitado pela saturao dos dados, ou seja, os dados foram considerados

  • 27

    suficientes quando estes passaram a se repetir e no surgiram outros aspectos

    relevantes, quando as categorias se interligaram e os objetivos foram

    alcanados, sempre respeitando o referencial terico.

    Na PCA, segundo Trentini e Paim (2004), os participantes no assumem

    apenas a condio de informantes, mas constituem parte integrante do estudo.

    Sua participao ativa pode se dar de vrias maneiras, seja pela apresentao

    de sugestes e crticas ou validando e divulgando os resultados de outras

    formas, entre outros.

    4.4 Mtodo de Coleta

    O desenvolvimento do trabalho se deu pela aplicao de um

    questionrio para os usurios e profissionais.

    O questionrio era formado por questes referentes imagem do SUS e

    do CS, relao, envolvimento e habilidades dos profissionais, espao fsico,

    atividades proporcionadas e flexibilidade de horrios.

    4.4 Anlise e Interpretao dos dados

    Os dados coletados foram classificados e organizados a partir de uma

    abordagem descritiva e reflexiva. A anlise e interpretao dos dados foram

    realizadas luz do referencial terico de King (1981), bem como atravs do

    mtodo de anlise de contedo proposto por Bardin (1994) e Moraes (2003),

    seguindo trs etapas:

    - Ordenao dos dados, oriundos dos questionrios, leitura minuciosa

    dos depoimentos, a fim de se apreenderem os significados, argumentaes e

    justificativas que compem essas prticas discursivas, organizao de relatos e

    observaes.

    - Classificao dos dados. Inicialmente, este procedimento deve

    envolver uma leitura flutuante dos materiais, buscando identificar as primeiras

    questes de acordo com contexto em que est inserido o participante. A seguir

    faz-se uma leitura transversal, cuidadosa, aprofundada, recortam-se. de cada

  • 28

    entrevista, anotaes ou documentos as unidades de registro a serem

    referenciadas por tpicos de informaes ou por temas. Segundo Moraes

    (2003), trata-se do momento de desmontagens dos textos, que implica

    examinar os materiais em seus detalhes, fragmentando-os, no sentindo de

    atingir unidades, enunciados referentes aos fenmenos estudados. Este

    procedimento procura compreender e atribuir os sentidos e os significados

    contidos nos textos, as estruturas relevantes sobre o fenmeno em foco.

    Os temas ou unidades de significados agrupados por convergncia e

    relao de idias do origem s categorias. Moraes (2003) chama esta etapa

    de Estabelecimento de relaes, processo denominado de categorizao,

    implicando construir relaes entre as unidades de base, combinando-as e

    classificando-as na formao de conjuntos mais complexos, as categorias.

    A anlise final ou a terceira etapa o momento em que o pesquisador,

    de posse de todo o material coletado, ordenado, classificado e analisado nas

    duas fases anteriores, realiza um confronto do material emprico com a

    fundamentao terica do estudo e procura articul-los, ultrapassando a

    simples descrio dos dados. Tenta estabelecer relaes que possibilitem

    novas compreenses e interpretaes sobre o tema e atendam os objetivos da

    pesquisa.

  • 29

    4.6 Resultados e Discusso

    Nos Grficos 1 e 2, encontram-se expostos os resultados referentes

    satisfao do usurio e do profissional respectivamente, em relao s reas

    de atendimento do CS. Entende-se aqui por reas de atendimento os

    indicadores de satisfao utilizados nesta pesquisa (Anexo 1).

    Grfico 1: Dados relativos Satisfao dos Usurios reas de atendimento do CS Ingleses

    O Grfico 1 retrata a predominncia do grau 3 (muito satisfeito) pelos

    usurios nas diversas reas de atendimento, com destaque para a relao do

    Centro de Sade com o cidado e Sociedade que atingiu o maior ndice (60%).

    As excees ficam para os indicadores de efetividade/funcionamento do CS e

    o prprio SUS, nas quais a predominncia foi do grau 2 (pouco satisfeito).

    Estes dados podem indicar que existem problemas organizacionais no SUS e

    no prprio funcionamento da unidade, os quais aparentemente so

    compensados pela ateno da equipe na prestao de servios, isto na viso

    dos usurios. Fato interessante que cerca de 20% dos usurios responderam

    que no sabem da existncia de grupos de apoio no CS.

  • 30

    Grfico 2: Dados relativos Satisfao dos Profissionais reas de atendimento do CS

    Ingleses

    J o Grfico 2 demonstra que a resposta predominante foi o grau 2 de

    satisfao (pouco satisfeito), na viso dos profissionais, com destaque para

    os indicadores relao profissional/usurio (80%), envolvimento

    profissional/usurio/CS (70%) e como o SUS (70%), o que demonstra certo

    descontentamento do profissional com os usurios e com os prprios colegas

    de trabalho. O destaque positivo fica para os indicadores flexibilidade no

    atendimento do CS e Atividades de grupo, que obtiveram ndices de 70% e

    65%, respectivamente.

    Partindo das dez reas de atendimentos analisadas, existem quatro

    pontos de concordncia entre os usurios e profissionais, segundo a

    predominncia das respostas. Usurios e profissionais demonstram estar

    muito satisfeitos (grau 3) em relao flexibilidade no atendimento do CS e

    com as atividades de grupo existentes. Da mesma forma, demonstram estar

    pouco satisfeitos (grau 2) com a efetividade/funcionamento do CS e com o

    prprio SUS.

    Os dados coletados demonstram ainda que, apesar de haver grande

    quantidade de reclamaes em relao ao Centro de Sade, pequeno o

    nmero de pessoas insatisfeitas (grau 1), segundo o total de respostas das

    reas de atendimento, tanto pelos usurios como pelos profissionais (Grfico 3

    e 4), lembrando que os profissionais tambm so usurios do sistema.

  • 31

    Grfico 3: Distribuio Segundo o Grau de Satisfao dos Usurios do CS Ingleses

    Grfico 4: Distribuio segundo o grau de Satisfao dos Profissionais no CS Ingleses

    Dentre as respostas dos usurios que responderam o grau 1 de

    satisfao (insatisfeito), os destaques ficam para a insatisfao com o Sistema

    nico de Sade (26,7%) e com a Habilidade/Desempenho da Funo dos

    profissionais (16,7%).

    Para os profissionais de sade, o maior motivo de insatisfao est no

    Sistema nico de Sade e a Relao CS com Cidado/Sociedade, ambos com

    22,2%.

    A insatisfao como o SUS foi um ponto de convergncia entre usurios

    e profissionais. A parte aberta do questionrio, segundo os entrevistados,

    demonstrou que o SUS deve se reestruturar para sua melhoria nos seguintes

    aspectos: maior nmero de profissionais, capacitao dos mesmos, visitas

    domiciliares mais frequentes, incluso de mais de odontlogos, maior agilidade

    na marcao de consultas e melhor estrutura fsica no CS.

  • 32

    Para 80% dos profissionais, o item relao profissional/usurio tambm

    foi considerado pouco satisfatrio, sendo que os principais itens referidos pelos

    profissionais para obter melhora foram: os profissionais formarem uma equipe

    de verdade, respeito, compreenso e organizao.

    Em relao aos aspectos relatados de muito satisfeito e que melhoram

    o atendimento, aproximadamente 60% dos usurios citaram a relao do CS

    com Cidado/Sociedade e o envolvimento Profissional/Usurio/CS. Os que

    no se sentiram muito satisfeitos, apontaram que, para que o grau de

    satisfao 3 seja alcanado, deve-se aumentar o nmero de vagas para

    consultas, aumentar o horrio de atendimento, melhorar a agilidade na

    marcao dos exames e no prprio atendimento, mais organizao nos CS,

    maior qualificao dos profissionais e que os exames sejam marcados em

    laboratrios prximos s suas residncias.

    Apesar de saber que o envolvimento, a colaborao e a participao

    dos usurios no processo do cuidado so muito importantes, contudo, alguns

    dos itens citados so contraditrios com a realidade, por exemplo, quando

    citam o maior horrio de atendimento, uma vez que o CS funciona at as 22h,

    possibilitando assim um maior acesso populao. Outra questo com

    relao marcao dos exames prximo s residncias, uma vez que feito o

    possvel, porm nem todos os exames necessrios para determinado usurio

    esto disponveis em todos os laboratrios, incluindo o mais prximo de sua

    residncia.

    Para os profissionais do CS, o que permitiria alcanar o grau de

    satisfao 3 era corrigir o nmero real da populao do CS e assim relacionar

    com o nmero de profissionais necessrios para atender tal populao. Um

    fato muito interessante a ser descrito foi o salrio no ser citado por nenhum

    profissional como insatisfao para a melhoria do atendimento sade.

  • 33

    5 CONSIDERAES FINAIS

    A partir dos resultados deste estudo, constatou-se, que nos resultados

    apresentados, na grande maioria os usurios relataram estar muito satisfeitos.

    Assim sendo, a anlise dos resultados e dos fatos sugere que a carncia das

    informaes, a concepo antiga de sade e de assistncia e a ausncia da

    integrao Usurio/Centro de Sade contribuem para um julgamento errneo e

    sem justificativa pelo usurio do atual sistema de sade, sendo que a

    assistncia erra, na maioria das vezes, pela completa ausncia de uma gesto

    participativa e de gestores comprometidos com os direitos e deveres dos

    cidados e no necessariamente nas polticas de sade existentes, uma vez

    que o que dever est garantido por lei. Ao mesmo tempo, revela a

    insatisfao por parte dos funcionrios do CS, que por muitas vezes no so

    lembrados pelos gestores que esto em busca de nmeros e acabam se

    esquecendo da qualidade nas condies de trabalho dos funcionrios.

    Assim, tal estudo cumpriu com os objetivos inicialmente propostos e

    ampliou o estudo sobre o fenmeno. Mostrou o quo relevante o tema

    proposto e trouxe contribuies valiosas para o cotidiano do CS Ingleses.

    Tambm possibilitou reflexes acerca do cuidado ao usurio e reforou o

    quanto importante a educao em sade.

    O desenvolvimento desta pesquisa possibilitou compreender e ampliar

    meus conhecimentos sobre o processo de avaliao da assistncia. Favoreceu

    minha aprendizagem e formao crtica, contribuiu para o meu crescimento

    profissional, tornando-me mais comprometida com a sade da populao e

    capaz de desenvolver uma assistncia diferenciada. Ele tambm contribuiu

    para que modificasse meu olhar, at agora restrito assistncia do cotidiano,

    sem muitas vezes refletir a assistncia prestada.

    Durante o desenvolvimento deste estudo, tive algumas facilidades que

    auxiliaram o alcance dos objetivos. Entretanto, surgiram algumas dificuldades

    que procurei sempre superar e que serviram de estmulo para que

    estabelecesse novas trajetrias nesta caminhada.

  • 34

    REFERNCIAS

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  • 37

    ANEXO 1 - QUESTIONRIO DE SATISFAO ENTRE PROFISSIONAL E

    USURIO

    Este questionrio visa compreender o grau de satisfao dos usurios e

    profissionais do Sistema nico de Sade do Centro de Sade Ingleses. de

    grande importncia que voc usurio ou profissional responda com o mximo

    de honestidade e rigor, pois s assim possvel avaliar os servios prestados

    e melhor-los de forma contnua e efetiva. Este questionrio confidencial,

    garantindo o anonimato do entrevistado. Obrigada pela colaborao.

    Grau de satisfao: 1: Insatisfeito; 2: Pouco Satisfeito; 3: Muito Satisfeito

    Indicadores Grau de Satisfao 1 2 3

    O que falta para que seu Grau de Satisfao seja 3?

    Sistema nico de Sade (SUS)

    Efetividade/Funcionamento do CS

    Relao do CS com o Cidado e

    Sociedade

    Envolvimento dos Profissionais e

    Usurios do CS

    Habilidade dos Profissionais para

    Desempenhar a sua funo no CS

    Disposio e Distribuio do Espao no

    CS

    Clima do CS

    Atividades Proporcionadas pelos

    Grupos Existentes no CS

    Flexibilidade do Horrio de

    Atendimento

    Relao Profissional/Usurio