ANÁLISE DINÂMICA DE UMA TORRE METÁLICA DE … · O cálculo do carregamento vento sobre...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
CLAUDIA SLONGO
ANÁLISE DINÂMICA DE UMA TORRE METÁLICA DE TELECOMUNICAÇÕES
UTILIZANDO O MÉTODO DO VENTO SINTÉTICO
CURITIBA
2016
CLAUDIA SLONGO
ANÁLISE DINÂMICA DE UMA TORRE METÁLICA DE TELECOMUNICAÇÕES
UTILIZANDO O MÉTODO DO VENTO SINTÉTICO
Trabalho Final de Curso apresentado como
requisito parcial à obtenção de graduação no Curso
de Engenharia Civil, Setor de Tecnologia da
Universidade Federal do Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Marcos Arndt
CURITIBA
2016
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Marcos Arndt, por sua disponibilidade, interesse e atenção na orientação.
Em especial, por sua paciência por sempre esclarecer minhas dúvidas e pela disposição do
modelo, tornando possível a realização deste trabalho.
Ao Professor Marco André Argenta, por seu auxílio e por me introduzir ao Método
dos Elementos Finitos desde o começo de minha graduação.
Aos meus antigos colegas da Linde Engineering Dresden GmbH, os quais me
cativaram em investigar sobre o carregamento de vento e seus efeitos em estruturas metálicas
esbeltas.
Aos meus amigos Alessandra Costa Gosch e Guilherme Augusto Netto, pela
motivação e incansável apoio.
A Willian Lepinksi, pelo companheirismo e carinho que sempre me fizeram tão bem.
A todos, muito obrigada!
Sopra o vento, sopra o vento,
Sopra alto o vento lá fora;
Mas também meu pensamento
Tem um vento que o devora.
Fernando Pessoa
RESUMO
Dentre os desafios encontrados na engenharia de estruturas destaca-se a dificuldade de
determinação de carregamentos variantes no tempo, na direção e no sentido, como por
exemplo, o carregamento do vento. O cálculo do carregamento vento sobre estruturas pode ser
feito por vários procedimentos. Além na NBR 6123/1988, há métodos não normativos para a
determinação do carregamento do vento, como o Método do Vento Sintético, desenvolvido
por Franco (1993) e utilizado neste trabalho. O Método do Vento Sintético se diferencia do
método normativo por considerar o carregamento do vento como dinâmico, ou seja, variando
sua intensidade ao longo do tempo. Neste trabalho, uma torre metálica de telecomunicações
foi estudada e uma comparação dos deslocamentos no topo da torre, das reações de apoio e
dos esforços máximos nas barras foi feita entre os resultados obtidos neste trabalho - pelo
Método do Vento Sintético - e os resultados realizados por Bortolan Neto (2002), que fez
análise estática sugerida pela norma NBR 6123/1988 na mesma torre. Averiguou-se que, para
a estrutura de estudo, os resultados (deslocamentos máximos, reação de apoio e esforços
máximos nas barras) obtidos pelo Método do Vento Sintético foram inferiores aos obtidos por
Bortolan Neto (2002), pois o objeto de estudo possui períodos de vibrações naturais inferiores
a um segundo. Logo, a análise estática pode ser utilizada para dimensionar a estrutura em
estudo, de forma a simplificar o procedimento da determinação dos carregamentos.
Palavras-chave: Método do Vento Sintético. Análise dinâmica. Carregamento de vento. Torre
de telecomunicação.
ABSTRACT
Among the structural engineering challenges, the difficulty to determinate time-variant
loadings stands out, such as the wind loading. There are many ways to calculate the wind
loadings on structures. In addition to the Brazilian standard NBR 6123/1988, there are others
non-standard methods to determinate the wind loading on structures. One of them is the
Synthetic Wind Method developed by Franco (1993), which is applied in this work. The
Synthetic Wind Method is different from methods suggested by the Brazilian standard,
because it considerate the wind loading as a dynamic one, i.e. a time-variant loading. In this
work, a metallic telecommunication tower was studied and a comparison of its displacement
values, as well as its axial internal forces and support reactions, was made between the results
obtained by the Synthetic Wind Method and the results obtained by Bortolan Neto (2002),
who made a static wind analysis according to the Brazilian standard in the same tower. The
results (displacement, axial internal forces and support reactions) obtained by the Synthetic
Wind Method were fewer than the results of Bortolan Neto (2002), because the tower has a
natural period of frequency less than one second. Therefore the static analysis suggested by
the NBR 6123/1988 can be used to design this tower, in order to simplify the wind loading
determination.
Keywords: Synthetic Wind Method. Dynamic analysis. Wind loading. Telecommunication
tower
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – GUSTAV EIFFEL E SEU COLEGA NA FRENTE DO TÚNEL DE VENTO
DE CHAMPS-DE-MARS ........................................................................................................ 19
FIGURA 2 - MAPA DAS ISOPLETAS .................................................................................. 27
FIGURA 3 – PARÂMETROS b, p E Fr .................................................................................. 30
FIGURA 4 - COEFICIENTE DE ARRASTO PARA TORRES RETICULADAS DE SEÇÃO
TRIANGULAR EQUILÁTERA FORMADAS POR BARRAS DE SEÇÃO CIRCULAR –
VENTO EM QUALQUER DIREÇÃO .................................................................................... 32
FIGURA 5 - COEFICIENTE DE ARRASTO PARA TORRES RETICULADAS DE SEÇÃO
QUADRADA FORMADAS POR BARRAS DE SEÇÃO CIRCULAR – VENTO INCIDIDO
PERPENDICULARMENTE ÀS DUAS FACES PARALELAS ............................................ 33
FIGURA 6 - COEFICIENTE DE ARRASTO PARA TORRES RETICULADAS DE SEÇÃO
QUADRADA FORMADAS POR BARRAS DE SEÇÃO CIRCULAR – VENTO
INCIDINDO SEGUNDO UMA DIAGONAL......................................................................... 33
FIGURA 7 - COEFICIENTE DE ARRASTO PARA TORRES RETICULADAS DE SEÇÃO
QUADRADA E TRIANGULAR EQUILÁTERA, FORMADAS POR BARRAS
PRISMÁTICAS DE CANTOS VIVOS OU LEVEMENTE ARRENDONDADOS .............. 34
FIGURA 8 - FATOR DE PROTEÇÃO PARA DOIS OU MAIS RETICULADOS PLANOS
PARALELOS IGUALMENTE AFASTADOS ....................................................................... 35
FIGURA 9 – MODELO DISCRETO ....................................................................................... 39
FIGURA 10 - FOTOGRAFIA DO CENU: CENTRO EMPRESARIAL DAS NAÇÕES
UNIDAS EM SÃO PAULO ..................................................................................................... 44
FIGURA 11 - CURVAS UNIVERSAIS DO ESPECTRO DE POTÊNCIA LONGITUDINAL
DE DAVENPORT, HARRIS, VON KÁRMÁN, KAIMAL E OUTROS ............................... 48
FIGURA 12 - RAJADAS EQUIVALENTES .......................................................................... 52
FIGURA 13 - FLUXOGRAMA DO MÉTODO DO VENTO SINTÉTICO ........................... 55
FIGURA 14 – PERFIL DA TORRE ........................................................................................ 59
FIGURA 15 - DIVISÃO DOS MÓDULOS DA TORRE EM QUESTÃO CONFORME
BORTOLAN NETO (2002) ..................................................................................................... 61
FIGURA 16 - LOCALIZAÇÃO DOS NÓS 40, 46 E 47 ......................................................... 67
FIGURA 17 - DIREÇÃO DO VENTO CONSIDERADA ...................................................... 70
FIGURA 18 - VÉRTICES DA TORRE ................................................................................... 71
FIGURA 19 - APLICAÇÃO DAS CARGAS ESTÁTICAS NO MODELO .......................... 73
FIGURA 20 - DISTRIBUIÇÃO DAS PRESSÕES DE VENTO E CENTRO DE RAJADA . 80
FIGURA 21 - VARIAÇÃO DO DESLOCAMENTO DO NÓ 47 NA COMBINAÇÃO 5 ..... 81
FIGURA 22 - VARIAÇÃO DO DESLOCAMENTO DO NÓ 47 NA COMBINAÇÃO 17 ... 82
FIGURA 23 - VARIAÇÃO DA REAÇÃO DE APOIO NA PARCELA DINÂMICA EM Y
NO NÓ 1 ................................................................................................................................... 83
FIGURA 24 – VARIAÇÃO DA REAÇÃO DE APOIO NA PARCELA DINÂMICA EM Y
NO NÓ 90 ................................................................................................................................. 83
FIGURA 25 - TORRE DEFORMADA DEVIDO À CARGA DA PARCELA ESTÁTICA DO
VENTO ..................................................................................................................................... 85
FIGURA 26 - ELEMENTOS 1 E 197 ...................................................................................... 88
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – FATOR S2 ......................................................................................................... 29
TABELA 2 – FATOR ESTATÍSTICCO S3 ............................................................................ 30
TABELA 3 - COMPONENTES DE FORÇA DE ARRASTO EM FACES DE TORRES
RETICULADAS ...................................................................................................................... 35
TABELA 4 – FATORES PARA ANÁLISE DINÂMICA SIMPLIFICADA ......................... 38
TABELA 5 – FATORES p E b PARA ANÁLISE DINÂMICA SIMPLIFICADA ................ 38
TABELA 6 - DIMENSÕES DOS TUBOS CILÍNDRICOS CÔNICOS ................................. 60
TABELA 7 - DIMENSÕES DAS CANTONEIRAS ............................................................... 62
TABELA 8 - PESO DOS TUBOS CILÍNDRICOS CÔNICOS .............................................. 62
TABELA 9 - PESO DAS CANTONEIRAS ............................................................................ 62
TABELA 10 - PESO PRÓPRIO DA ESTRUTURA ............................................................... 63
TABELA 11 - DISTRIBUIÇÃO DO PESO PRÓPRIO NOS NÓS ........................................ 63
TABELA 12 - PARÂMETROS DE PROJETO ....................................................................... 64
TABELA 13 - FATOR S2 PARA CADA MÓDULO DA TORRE ........................................ 64
TABELA 14 - VELOCIDADE CARACTERÍSTICA ............................................................. 65
TABELA 15 - ÍNDICE DE ÁREA EXPOSTA E NÚMERO DE REYNOLDS ..................... 65
TABELA 16 - COEFICIENTE DE ARRASTO DA ESTRUTURA PARA CADA MÓDULO
.................................................................................................................................................. 66
TABELA 17 - RESUMO GERAL DO TRABALHO DE BORTOLAN NETO (2002) ......... 67
TABELA 18 - OUTROS DADOS OBTIDOS POR BORTOLAN NETO (2002)
NECESSÁRIOS PARA ESTE TRABALHO .......................................................................... 68
TABELA 19 - PRESSÃO E FORÇA ESTÁTICA .................................................................. 70
TABELA 20 - FORÇAS RESULTANTES EM CADA FACE DA TORRE .......................... 71
TABELA 21 - FORÇA DO VENTO EM CADA NÓ DA ESTRUTURA .............................. 72
TABELA 22 - CONSTRUÇÃO DOS HARMÔNICOS .......................................................... 74
TABELA 23 - PARÂMETROS CALCULADOS PARA DECOMPOSIÇÃO DAS
PRESSÕES FLUTUANTES .................................................................................................... 77
TABELA 24 - COMPRIMENTOS DE RAJADA PARA CADA UM DOS 11
HARMÔNICOS ....................................................................................................................... 77
TABELA 25 - ÂNGULOS DE FASE ALEATÓRIOS ............................................................ 78
TABELA 26 - CORRELAÇÃO ESPACIAL DE VELOCIDADE .......................................... 79
TABELA 27 - VALORES DE Cr ............................................................................................ 79
TABELA 28 - DESLOCAMENTOS DA PARCELA ESTÁTICA (EM M) ........................... 85
TABELA 29 - DESLOCAMENTOS DA PARCELA FLUTUANTE DO VENTO (EM M) . 86
TABELA 30 - COMPARAÇÃO MÉTODO ESTÁTICO E MÉTODO DO VENTO
SINTÉTICO ............................................................................................................................. 87
TABELA 31 - REAÇÕES DE APOIO .................................................................................... 87
TABELA 32 - COMPARAÇÃO DAS REAÇÕES DE APOIO .............................................. 88
TABELA 33 - ESFORÇOS MÁXIMOS NAS BARRAS ....................................................... 89
TABELA 34 - COMPARAÇÃO DOS ESFORÇOS MÁXIMOS ........................................... 89
LISTA DE SIGLAS
ASCE – American Society of Civil Engineering
INMET – Instituto Nacional de Meteorologia
ISO – International Organization for Standardization
LAC – Laboratório de Aerodinâmica das Construções
MEF – Método dos Elementos Finitos
NBR – Norma Brasileira Registrada
UFPR – Universidade Federal do Paraná
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
LISTA DE SÍMBOLOS
Romanas maiúsculas
– Área externa da base do tubo
– Área interna da base do tubo
– Área útil da base do tubo
– Área frontal da superfície limitada pelo contorno do reticulado
– Área frontal efetiva do reticulado
– Área frontal efetiva das cantoneiras
– Área frontal efetiva dos montantes
– Área de influência correspondente à coordenada i
– Área externa do topo do tubo
– Área interna da base do tubo
– Área útil do topo do tubo
Ca – Coeficiente de arrasto
– Coeficiente de arrasto das cantoneiras
– Coeficiente de arrasto dos montantes
– Fator encontrado pela integração do espectro de potência nos intervalos de
frequência dos harmônicos m
Cr – Coeficientes de redução das pressões flutuantes
– Força de arrasto
– Força flutuante
– Força estática
Fr – Fator de rajada
– Centro de rajada
Re – Número de Reynolds
S1 – Fator topográfico
S2 – Fator relativo à rugosidade do terreno, dimensões da edificação e altura sobre
o terreno
S3 – Fator estatístico
S(f) – Espectro de potência do vento
Sp(f) – Espectro reduzido de potência do vento
– Período fundamental da estrutura
V – Velocidade média
V0 – Velocidade básica do vento
Vk – Velocidade característica
– Velocidade de projeto
Romanas minúsculas
– Amplitude máxima da aceleração
b – Parâmetro meteorológico
ce – Coeficiente de pressão externa
ci – Coeficiente de pressão interna
– Fator corrigido
cp – Coeficiente de pressão
d – Diâmetro
e/h – Afastamento relativo
f – Frequência das rajadas
– Frequência natural
h – Altura de uma edificação acima do terreno, medida até o topo da platibanda
ou nível do beiral
k – Harmônico em questão
m – Número de harmônicos
– Massa discreta correspondente à coordenada i
n – Força perpendicular à face
p – Parâmetro meteorológico
p’ – Fator para a determinação da pressão flutuante
p’’ – Fator para a determinação da pressão flutuante corrigido
q – Pressão do vento
– Pressão dinâmica
– Pressão estática
– Pressão flutuante
r – Harmônico ressonante
– Relação entre os harmônicos k e R
t – Força paralela à face
– Deslocamento devido à parcela flutuante do vento.
– Velocidade de fricção ou a velocidade de cisalhamento no escoamento do
vento
– Velocidade de pico para o período de 3 s
– Velocidade para o período de 600 s
x(f) – Frequência adimensional
– Deslocamento correspondente à coordenada i
z – Altura sobre o terreno
– Ponto mais alto da estrutura
– Altura do elemento i sobre o nível do terreno
– Altura de referência
– Altura sobre o terreno
Gregas
– Peso específico do aço
– Forma modal
– Comprimento da rajada de vento
– Ângulos de fase aleatórios
ξ – Coeficiente da amplificação dinâmica
– Diâmetro do topo do tubo
– Diâmetro da base do tubo
φ – Índice de área exposta
– Relação entre a massa na coordenada i e a massa de referência
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 18
1.1. JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 21
1.2. OBJETIVO .................................................................................................................... 22
1.2.1. GERAIS .................................................................................................................. 22
1.2.2. ESPECÍFICOS ........................................................................................................ 22
1.3. ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................. 22
2. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................ 24
3. ANÁLISE DO VENTO CONFORME A NBR 6123/1988 ................................................. 27
3.1. CARGAS ESTÁTICAS EQUIVALENTES DA NORMA BRASILEIRA .................. 27
3.2. ANÁLISE DINÂMICA SIMPLIFICADA SEGUNDO A NBR 6123/1988 ................. 36
3.3. MODELO DINÂMICO DISCRETO DA NOMA BRASILEIRA ................................ 39
4. MÉTODO DO VENTO SINTÉTICO .................................................................................. 43
4.1. SISTEMATIZAÇÃO DO MÉTODO DO VENTO SINTÉTICO PARA DEFINIÇÃO
DO CARREGAMENTO DO VENTO APLICADO À ESTRUTURA ............................... 46
4.2. DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE PROJETO ............................................. 47
4.3. ESPECTRO DE POTÊNCIA DO VENTO ................................................................... 47
4.4. DECOMPOSIÇÃO DO ESPECTRO DE POTÊNCIA ................................................. 48
4.5. CORRELAÇÃO ESPACIAL DE VELOCIDADES ..................................................... 50
4.6. PRESSÕES FLUTUANTES E PRESSÕES MÉDIAS ................................................. 53
5. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS ........................................................................... 56
6. METODOLOGIA ................................................................................................................. 58
6.1. DESCRIÇÃO DA TORRE DE TELECOMUNICAÇÃO PARA SISTEMAS MÓVEL
DE CELULAR ...................................................................................................................... 58
6.2. CÁLCULO DO PESO PRÓPRIO DA ESTRUTURA .................................................. 60
6.3. CÁLCULO DO COEFICIENTE DE ARRASTO ......................................................... 63
7. APLICAÇÃO ....................................................................................................................... 67
7.1. SIMPLIFICAÇÕES ADOTADAS ................................................................................ 68
7.2. CÁLCULO DA PARCELA ESTÁTICA CONFORME O MÉTODO DO VENTO
SINTÉTICO .......................................................................................................................... 69
7.3. CÁLCULO DA PARCELA DINÂMICA CONFORME O MÉTODO DO VENTO
SINTÉTICO .......................................................................................................................... 73
8. ANÁLISE E RESULTADOS ............................................................................................... 85
9. CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS ...................................................................... 90
9.1. CONCLUSÕES ............................................................................................................. 90
9.2. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS ........................................................ 90
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 92
APÊNDICE ............................................................................................................................. 94
18
1. INTRODUÇÃO
Na natureza todos os fenômenos são intrinsecamente dinâmicos, ou seja, alteram-se
em função do tempo (LAZANHA, 2003). Um dos maiores desafios na engenharia de
estruturas é justamente simular tais fenômenos complexos, que se caracterizam por
solicitações dinâmicas, as quais são variantes no tempo, na direção e sentido. Entre essas
solicitações, pode-se destacar o vento.
Compreende-se por vento o movimento de massas de ar devido às variações de
aquecimento das mesmas pelo o sol (BRASIL E SILVA, 2013). Por ser um fenômeno natural
e instável com o tempo, o vento apresenta flutuações aleatórias em cerca de um valor médio
de velocidades denominadas de rajadas ou turbulências (CHÁVEZ, 2006). O vento solicita a
estrutura na forma de um carregamento dinâmico que, para certas estruturas, principalmente
para estruturas leves, altas ou em que a relação entre a altura e a maior dimensão em planta é
grande (esbeltas), desencadeia instabilidade e pode ser a solicitação principal determinante
para o dimensionamento de tais estruturas. A análise do vento é determinante, tanto para
torres de telecomunicações, quanto para membranas e cabos (OBATA, 2009).
As cargas de vento provocam nas estruturas efeitos de tensões, deformações,
deslocamentos e vibrações que são associadas ao conforto, bem estar ou a sensibilidade dos
instrumentos e máquinas (SILVA, 2009).
Um dos primeiros engenheiros a estudar o efeito do vento em estruturas foi o francês
Gustav Eiffel. Em 1909, Eiffel construiu seu primeiro túnel de vento (Figura 1) e passou a
dedicar-se a essa área de estudos. Através de suas experiências no laboratório Champs-de-
Mars, Eiffel realizou os primeiros estudos abrangentes sobre a distribuição de pressão em
corpos submetidos a fluxos de ar em relação à razão de aspecto e ângulo de ataque. As
pesquisas e descobertas de Eiffel foram de extrema relevância na área da Aerodinâmica
(Damljanović, 2012).
19
FIGURA 1 – GUSTAV EIFFEL E SEU COLEGA NA FRENTE DO TÚNEL DE VENTO DE CHAMPS-DE-
MARS
FONTE: Adaptado de Damljanović (2012)
No Brasil, há apenas três túneis de vento, sendo que o que mais atende a construção
civil está localizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), dentro do
Laboratório de Aerodinâmica das Construções (LAC). Construído pela iniciativa do
engenheiro civil Joaquim Blessmann, em 1972. O equipamento é atualmente o túnel de vento
mais completo da América Latina e já ajudou a viabilizar mais de 300 projetos (LOREDO-
SOUZA ET AL., 2012).
Em estruturas como torres metálicas, por exemplo, pelo fato do vento ser o principal
carregamento, sobressai a importância de uma análise coerente do seu efeito sobre essas
estruturas. Efeitos dinâmicos desprezados podem levar à perda de utilização e até ao colapso
da estrutura. Além disso, as torres de telecomunicação devem operar dentro de uma faixa
limite de rotação e deflexão a fim de evitar a perda de sinal e, consequentemente, sua
funcionalidade (ARNDT, 1999).
O vento possui energia cinética devido à massa de ar posta em movimento. Caso um
corpo ou uma estrutura esteja localizado em seu trâmite, parte dessa energia cinética é
20
transformada em pressão sobre a superfície de tal objeto. A intensidade da pressão em um
ponto dessa superfície é função da forma do obstáculo, do ângulo de incidência e da
velocidade do vento. Por isso, a pressão varia - assim como a energia cinética - conforme o
quadrado da velocidade do vento. Logo, a pressão não é proporcional à velocidade do vento:
ela cresce muito mais rapidamente que ela (BRASIL E SILVA, 2013).
Para a análise do carregamento de vento na maioria das estruturas, o efeito dinâmico é
considerado apenas pela majoração do efeito estático por coeficientes apropriados. Nos casos
em que é necessária uma análise dinâmica, ou seja, quando o período de vibração ressonante
da estrutura é maior do que 1 s, as normas de projeto indicam a utilização de cargas estáticas
equivalentes à ação dinâmica do vento. Um exemplo é a própria NBR 6123/1988 - Forças
devidas ao vento em edificações (LEITE, 2015). Tal norma estabelece três procedimentos
para obtenção de carregamentos de vento para análise de estruturas: o método das cargas
estaticamente equivalentes, o método simplificado e o método discreto.
Os métodos discreto e simplificado da NBR 6123/1988 têm caráter dinâmico, porém
não se tratam de métodos de análise em que são geradas cargas aplicadas na torre ao longo do
tempo, devido à transformação de ações dinâmicas do vento em ações estáticas, bastando-se
determinar a frequência fundamental e o período de vibração do modelo da torre (LEITE,
2015).
Um método utilizado e conhecido na literatura para fazer uma análise dinâmica da
solicitação do vento é o desenvolvido por Franco (1993), também conhecido como “Método
do Vento Sintético”, o qual será aplicado neste trabalho. Esse procedimento fundamenta-se na
soma de harmônicos de diversas frequências, com fases aleatoriamente escolhidas, a fim de
definir a parcela flutuante da velocidade do vento.
Neste trabalho, o Método do Vento Sintético foi utilizado para analisar
dinamicamente, sob o carregamento de vento variando em função do tempo, o
comportamento de uma torre metálica de 30 m utilizada em telecomunicações e localizada no
oeste catarinense. Essa mesma torre foi analisada, considerando o carregamento estático de
vento de acordo com a NBR 6123/1988, por Bortolan Neto (2002).
21
1.1. JUSTIFICATIVA
A norma NBR 6123/1988 estabelece três procedimentos para a obtenção de
carregamentos de vento, sendo esses: o método das cargas estaticamente equivalentes, método
simplificado e método discreto. O método simplificado e o discreto levam em consideração
algumas características dinâmicas da análise: como os períodos de vibração e a frequência
ressonante. Entretanto, tais métodos não são ferramentas de análise em que são geradas cargas
ao longo do tempo, ou seja, é considerada a transformação de ações dinâmicas do vento em
ações estáticas (LEITE, 2015).
Os métodos carregamentos propostos pela norma atingem normalmente o estado de
limite último das torres de telecomunicação. Entretanto, a literatura indica que as
simplificações feitas pelos métodos da norma desconsideram alguns efeitos dinâmicos que
podem afetar o estado limite de serviço da torre de telecomunicações. Por exemplo,
deformações excessivas que podem não ser previstas pela análise de acordo com a norma
podem afetar na transmissão do sinal de antenas e de outros equipamentos, trazendo prejuízos
econômicos e sociais para a empresa e seus clientes (BORTOLAN NETO, 2002).
De acordo com Arndt (1999), o projeto de estruturas de telecomunicações abrange os
aspectos de resistência (estado limite último) e utilização (estado limite de serviço). Para
torres de telecomunicações, o limite de utilização é definido por limites de rotação e deflexão
das antenas que evitem a perda de sinal.
Segundo Rios (2015), geralmente, as estruturas são projetadas de forma a suportar
satisfatoriamente as cargas laterais. Porém, algumas estruturas ainda sofrem com o elevado
nível de vibrações, provocando desconforto aos usuários e problemas de utilização de certos
equipamentos como, por exemplo, cabos de fibra óptica e antenas de telecomunicação.
A fim de estudar eventuais ocorrências das rajadas de vento em estruturas muito
esbeltas e susceptíveis a elevados níveis de vibrações, é interessante que a análise seja feita de
forma a considerar dados sobre as características dinâmicas, também chamadas de flutuantes,
do vento. Proposto por Franco (1993), o Método do Vento Sintético, por levar em
22
consideração as características aleatórias do vento, torna-se uma ferramenta adequada para tal
análise.
Ademais, o Método do Vento Sintético permite uma análise de caráter dinâmico,
devido à criação de carregamentos dinâmicos do vento a partir de seu espectro de potência e
do uso de ângulos de fases gerados de maneira aleatória. Ou seja, pelo Método do Vento
Sintético, a aplicação do carregamento leva-se de fato de maneira dinâmica, ou seja, variando
conforme o tempo, diferentemente dos procedimentos da norma NBR 6123/1988 que
transforma as ações dinâmicas do vento em ações estáticas.
1.2. OBJETIVO
1.2.1. GERAIS
O objetivo deste trabalho é fazer uma análise comparativa entre as respostas
estruturais de uma torre metálica de telecomunicações de 30 m de altura sob a ação de
carregamentos de vento obtidos através do Método do Vento Sintético e através do método
das cargas estaticamente equivalentes da NBR 6123/1988.
1.2.2. ESPECÍFICOS
Avaliar a diferença de deslocamento máximo no topo da torre, reações de apoio e
esforços axiais máximos na estrutura reticulada para os carregamentos dinâmicos gerados
pelo Método do Vento Sintético e carregamentos estáticos de cargas equivalentes obtidos pela
NBR 6123/1988.
Averiguar qual abordagem apresenta resultados mais conservadores para a estrutura
em estudo.
1.3. ESTRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho está organizado em 9 capítulos, sendo que o capítulo 2 aborda uma
revisão da literatura, em que trabalhos similares são apresentados. O capítulo 3 descreve os
23
principais conceitos da norma NBR 6123/1988 e os métodos propostos pela norma brasileira:
como o método estático, o dinâmico simplificado e o modelo dinâmico discreto.
No capítulo 4, o Método do Vento Sintético é explicado e sistematizado. O capítulo 5
aborda brevemente alguns conceitos básicos do Método dos Elementos Finitos requeridos
para a análise.
No capítulo 6, a torre de telecomunicações em estudo é apresentada e seus parâmetros,
como coeficiente de arrasto e área frontal efetiva, são calculados. No capítulo 7, aplica-se
Método do Vento Sintético na torre e o capítulo 8 descreve os deslocamentos, reações de
apoio e máximos esforços nas barras obtidos com o Método do Vento Sintético e compara-os
com os resultados de Bortolan Neto (2002).
A conclusão é apresentada no capítulo 9. O apêndice no final deste trabalho trata do
carregamento (em função do tempo) da parcela flutuante da força no Método do Vento
Sintético, aplicada em cada vértice de topo de módulo da torre.
24
2. REVISÃO DA LITERATURA
No trabalho “Direct Along-Wind Dynamic Analysis of Tall Structures”, Franco (1993)
apresentou um método para a determinação da pressão do vento e do seu carregamento
aleatório com o auxílio da teoria probabilística de Davenport e da técnica numérica de Monte
Carlo. Tal procedimento denomina-se Método do Vento Sintético e consiste na soma de
harmônicos de diversas frequências, com fases aleatórias, a fim de definir a parcela flutuante
da velocidade do vento e também de simular a variação da carga do vento em relação ao
tempo.
Em 1997, Franco empregou o Método do Vento Sintético para analisar a atuação do
vento na Torre Norte do Centro Empresarial Nações Unidas, em São Paulo (edifício de 158 m
de altura em concreto armado). Os resultados pelo método de Franco (1993) foram
comparados com os obtidos com a norma brasileira e com o sistema computacional TQS,
mostrando boa aproximação de resultados entre os métodos.
Em sua tese de doutorado, Júnior (2000) modelou uma torre treliçada metálica de 100
metros de altura e avaliou o comportamento dinâmico da estrutura sob ação do vento, através
do método de Davenport, da NBR 6123/1988 e do Vento Sintético. Experimentos com túnel
de vento foram feitos para analisar os coeficientes de força em uma seção de torre. O autor
concluiu que os resultados obtidos com o Método do Vento Sintético apresentam diferenças
relativamente grandes em relação aos gerados pelo procedimento dinâmico da norma
brasileira e pelo método de Davenport.
Em Brasil et al. (2003), o efeito do vento sobre uma torre para telecomunicações em
concreto pré moldado foi estudado. Primeiramente, de acordo com o método estático da NBR
6123/1988, depois conforme o método dinâmico previsto pela norma e finalmente com o
procedimento do Vento Sintético. Os autores concluíram que o carregamento previsto pela
análise estática gera esforços solicitantes maiores do que pelas cargas “pseudo-estáticas”
provenientes do modelo discreto da análise dinâmica da NBR 6123/1988. Além disso, foi
destacado que o Método do Vento Sintético permite um enfoque estocástico coerente com a
aleatoriedade dos efeitos do vento.
25
Chavéz (2006) estudou o comportamento dinâmico de um prédio em concreto armado
de 102 metros de altura. A estrutura foi analisada segundo o método do vento sintético, o
método dinâmico simplificado da NBR 6123/1988 e o método estático. Para os três métodos,
os deslocamentos no topo da estrutura foram semelhantes. Entretanto, a autora salientou os
valores muito conservadores e elevados das acelerações obtidas via método dinâmico
simplificado da norma brasileira em relação aos valores gerados pelo Método do Vento
Sintético. Em conclusão, Chavéz (2006) destaca que o método proposto por Franco (1993),
apesar de maior dificuldade computacional, sobressai como o mais viável ao considerar o
aspecto de conforto dos usuários e economia da construção, pelo fato de que peças mais
esbeltas poderiam ser utilizadas.
Mendis et al. (2007) apresentam uma síntese das técnicas avançadas de estudo das
cargas induzidas pelo vento. Benefícios de tais procedimentos são comparados em relação às
vantagens dos modelos simplificados, os quais aproximam o carregamento dinâmico do vento
por uma carga estática equivalente. Os autores enfatizam que, mundialmente, na maioria das
estruturas de baixa e média altura, as cargas de vento são consideradas como estáticas. Porém,
para edifícios altos, tal modelo aproximado pode levar a resultados errôneos. Além disso, em
modelos que aproximam o carregamento dinâmico por cargas estáticas, não é possível
analisar as respostas dinâmicas da estrutura considerando amortecimento e ressonância.
Obata (2009) explica o Método do Vento Sintético e o Método de Monte Carlo, além
de propor uma sistematização do procedimento desenvolvido por Franco (1993).
No livro “Introdução à Dinâmica das Estruturas para Engenharia Civil“, Brasil e Silva
(2013) copilam os diversos métodos - Método Dinâmico conforme a NBR 6123/1988 e
Método do Vento Sintético (1993) - para a análise de uma estrutura sob o efeito dinâmico do
vento, além de exemplifica-los com problemas resolvidos.
Leite (2015) estuda uma torre de transmissão de energia elétrica tipo delta sob
carregamentos dinâmicos do vento, calculados através do Método do Vento Sintético. Tal
análise foi comparada com o mesmo modelo sob as cargas estáticas da NBR 6123/1988. Em
conclusão, o autor alegou que os resultados obtidos (reações de apoio, esforços normais e
deslocamento máximo no topo da torre) pela norma brasileira são mais conservadores do que
os valores gerados a partir do Método do Vento Sintético. Alguns resultados gerados pelo
26
procedimento da NBR 6123/1988 tiveram grandezas que excederam em até 132% os valores
obtidos pelo procedimento proposto por Franco (1993).
Rios (2015) abordou a utilização de amortecedores fluidos como uma alternativa para
reduzir a resposta dinâmica de estruturas submetidas a cargas de vento. A autora adotou o
Método do Vento Sintético para definir o carregamento aleatório do vento aplicado à
estrutura. Segundo o estudo, Rios (2015) destaca que a aproximação da ação do vento como
uma carga estática equivalente, que simula a velocidade de pico do vento, geralmente
apresenta resultados adequados quando aplicados a estruturas rígidas, ou/e com baixa altura.
Entretanto, para edifícios altos, mais flexíveis e com baixas frequências, recomenda-se uma
análise dinâmica mais apropriada como a obtida pela simulação do vento através do Método
do Vento Sintético.
27
3. ANÁLISE DO VENTO CONFORME A NBR 6123/1988
3.1. CARGAS ESTÁTICAS EQUIVALENTES DA NORMA BRASILEIRA
O método de cargas estáticas equivalentes da NBR 6123/1988 pode ser dividido em
duas partes: a primeira refere-se aos parâmetros meteorológicos como velocidade do vento,
rugosidade do terreno e topografia, e a segunda referente à determinação dos coeficientes de
pressão (BRASIL E SILVA, 2013).
A norma brasileira NBR 6123/1988 apresenta um mapa de isopletas (Figura 2), que
indica as velocidades básicas do vento - V0. Velocidade básica é a velocidade média sobre 3 s
para um período de recorrência de 50 anos, a uma altura de 10 metros do solo, sobre terreno
aberto e plano. Como regra geral, admite-se que o vento básico possa soprar de qualquer
direção horizontal.
FIGURA 2 - MAPA DAS ISOPLETAS
FONTE: NBR 6123/1988
28
Não será discutida neste trabalho a coerência dos coeficientes e isopletas da norma
NBR 6123/1988 em relação à situação climática atual do Brasil. Entretanto, Brasil e Silva
(2013) ressaltam a importância de aprimorar os dados existentes com a atualização dos
valores das velocidades médias, por exemplo.
Uma vez determinada a velocidade básica V0 através da Figura 2, obtém-se a
velocidade característica dada por:
(3.1)
sendo S1 o fator topográfico; S2 relativo à rugosidade do terreno, dimensões da edificação e
altura sobre o terreno; e S3 o fator estatístico.
O fator S1 leva em consideração as características topográficas do terreno. Tal
coeficiente vale 1,0 para terreno plano ou fracamente acidentado, 0,9 para vales profundos,
protegidos pelo vento, e sofre uma variação para construções à beira de taludes e morros.
O fator S2 leva em consideração a variação da velocidade do vento na atmosfera de
acordo com a rugosidade do terreno, altura e dimensões da construção. A norma brasileira
separa a rugosidade do terreno em cinco categorias: Categoria I: Superfícies lisas de grandes
dimensões (exemplo: mares e lagos); Categoria II: Superfícies planas ou levemente
inclinadas, com poucos obstáculos (exemplo: fazendas sem muros e zonas costeiras planas);
Categoria III: Superfícies planas ou onduladas, com obstáculos, tais como sebes e muros,
além de edificações baixas e esparsas (exemplo: subúrbios com distância considerável do
centro com poucas casas); Categoria IV: Terrenos cobertos com muitos obstáculos e pouco
espaçados (exemplo: subúrbios densos de grandes cidades); e Categoria V: Terrenos com
muitos obstáculos, pouco espaçados e altos (exemplo: centros de grandes cidades).
Além disso, o coeficiente S2 também concebe a duração da rajada para que o vento
englobe toda a edificação. Logo, a norma brasileira categoriza as edificações em três classes:
Classe A: maior dimensão da edificação, horizontal ou vertical, menor que 20 m, ou unidades
de vedações (duração da rajada de três segundos); Classe B: maior dimensão da edificação,
vertical ou horizontal, entre 20 e 50 m (duração da rajada de cinco segundos); e Classe C:
29
maior dimensão da edificação, vertical ou horizontal, maior que 50 m (duração da rajada de
dez segundos).
Após determinar a categoria do terreno e a classe da edificação, os valores de S2
podem ser obtidos através da Tabela 1 a seguir ou da expressão:
(3.2)
na qual b e p são referentes aos parâmetros meteorológicos e Fr é o fator de rajada referente à
Categoria II de terreno de acordo com a Figura 3 a seguir.
TABELA 1 – FATOR S2
Z
Categoria
I II III IV V
Classe Classe Classe Classe Classe
A B C A B C A B C A B C A B C
=<
5 1,06 1,04 1,01 0,94 0,92 0,89 0,88 0,86 0,82 0,79 0,76 0,73 0,74 0,72 0,67
10 1,10 1,09 1,06 1,00 0,98 0,95 0,94 0,92 0,88 0,86 0,83 0,80 0,74 0,72 0,67
15 1,13 1,12 1,09 1,04 1,02 0,99 0,98 0,96 0,93 0,90 0,88 0,84 0,79 0,76 0,72
20 1,15 1,14 1,12 1,06 1,04 1,02 1,01 1,00 0,96 0,93 0,91 0,88 0,82 0,80 0,76
30 1,17 1,17 1,15 1,10 1,08 1,06 1,05 1,03 1,00 0,98 0,96 0,93 0,87 0,85 0,82
40 1,20 1,19 1,17 1,13 1,11 1,09 1,08 1,06 1,04 1,01 0,99 0,96 0,91 0,89 0,86
50 1,21 1,21 1,19 1,15 1,13 1,12 1,10 1,09 1,06 1,04 1,02 0,99 0,94 0,93 0,89
60 1,22 1,22 1,21 1,16 1,15 1,14 1,12 1,11 1,09 1,07 1,04 1,02 0,97 0,95 0,92
FONTE: NBR 6123/1988
30
FIGURA 3 – PARÂMETROS b, p E Fr
FONTE: NBR 6123/1988
O fator S3 é um valor estatístico que avalia a vida útil e o grau de segurança requerido
da edificação. O valor de S3 é determinado pela Tabela 2.
TABELA 2 – FATOR ESTATÍSTICCO S3
Grupo Descrição S3
1
Edificações cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança ou
possibilidade de socorro a pessoas após uma tempestade destrutiva
(hospitais, quartéis de bombeiros e de forças de segurança, centrais
de comunicação, etc.)
1,10
2 Edificações para hotéis e residências. Edificações para comércio e
indústria com alto fator de ocupação 1,00
3 Edificações e instalações industriais com baixo fator de ocupação
(depósitos, silos, construções rurais, etc.) 0,95
4 Vedações (telhas, vidros, painéis de vedação, etc.) 0,88
5 Edificações temporárias. Estruturas dos grupos 1 a 3 durante a
construção 0,83
FONTE: NBR 6123/1988
Tendo os valores dos fatores V0, S1, S2, S3 e, consequentemente, a velocidade
característica Vk, é possível calcular a pressão dinâmica a partir da energia cinética conforme
a expressão (sendo q em N/m² e Vk em m/s):
(3.3)
A partir disso, calcula-se a força devido ao vento multiplicando a pressão dinâmica
pela área (A) em que ela atua e por um coeficiente de pressão (cp) (ou arrasto, ou força):
31
(3.4)
Segundo Brasil e Silva (2013), a NBR é falha em relação a coeficientes de pressão,
forma ou arrasto para estruturas mais complexas. Para edificações que não constam na NBR
6123, ou não podem ser extrapoladas a partir dos dados nela expressados, recomenda-se
executar ensaios de modelos em túneis de vento. Os coeficientes de pressão, arrasto e força
estão disponíveis nas Tabelas 4 a 17 e Anexos D, E e F da NBR 6123/1988.
Os coeficientes de pressão têm os seguintes axiomas:
O coeficiente de pressão efetiva que atua sobre uma superfície é a diferença
entre os coeficientes de pressão externa (ce) e interna (ci). Ou seja, cp = ce - ci.
Os valores positivos dos coeficientes de pressão externa (ce) ou interna (ci)
correspondem a sobrepressões, sendo que os valores negativos representam as
sucções.
Se a diferença entre os coeficientes de pressão externa e interna for positiva, a
pressão efetiva total terá o sentido da sobrepressão externa. Caso contrário, terá
o sentido de uma sucção externa.
Os coeficientes de arrasto representam a força global do vento sobre uma edificação
na direção do vento. No caso de torres reticuladas compostas por barras prismáticas, o
coeficiente de arrasto pode ser obtido pelos ábacos apresentados nas Figuras 4, 5, 6 e 7 a
seguir. Os gráficos são função do índice de área exposta (φ) e do número de Reynolds (Re).
Os fatores são calculados, respectivamente através das seguintes equações:
(3.5)
em que:
- Área frontal efetiva do reticulado;
- Área frontal da superfície limitada pelo contorno do reticulado.
32
(3.6)
sendo:
– velocidade característica do vento;
d – diâmetro das barras da treliça em metros.
FIGURA 4 - COEFICIENTE DE ARRASTO PARA TORRES RETICULADAS DE SEÇÃO TRIANGULAR
EQUILÁTERA FORMADAS POR BARRAS DE SEÇÃO CIRCULAR – VENTO EM QUALQUER
DIREÇÃO
FONTE: NBR 6123/1988
33
FIGURA 5 - COEFICIENTE DE ARRASTO PARA TORRES RETICULADAS DE SEÇÃO QUADRADA
FORMADAS POR BARRAS DE SEÇÃO CIRCULAR – VENTO INCIDIDO PERPENDICULARMENTE ÀS
DUAS FACES PARALELAS
FONTE: NBR 6123/1988
FIGURA 6 - COEFICIENTE DE ARRASTO PARA TORRES RETICULADAS DE SEÇÃO QUADRADA
FORMADAS POR BARRAS DE SEÇÃO CIRCULAR – VENTO INCIDINDO SEGUNDO UMA
DIAGONAL
FONTE: NBR 6123/1988
34
FIGURA 7 - COEFICIENTE DE ARRASTO PARA TORRES RETICULADAS DE SEÇÃO QUADRADA E
TRIANGULAR EQUILÁTERA, FORMADAS POR BARRAS PRISMÁTICAS DE CANTOS VIVOS OU
LEVEMENTE ARRENDONDADOS
FONTE: NBR 6123/1988
De acordo com a NBR 6123/1988, em torres reticuladas constituídas por barras
prismáticas de faces planas e/ou por barras de seção circular de um ou mais diâmetros
diferentes, os respectivos coeficientes são aplicados proporcionalmente às áreas frontais das
respectivas barras. O índice de área exposta refere-se sempre ao conjunto de todas as barras
de uma das faces da torre.
As componentes da força de arrasto , nas faces da torre são obtidas multiplicando
pelos valores da Tabela 3, na qual a componente n representa a força perpendicular à face e a
componente t representa a força paralela à face.
No caso de torres de seção retangular com o vento incidido perpendicularmente a uma
face, deve-se buscar o valor de proteção , que depende do índice de área exposta do
reticulado situado a barlavento (região onde sopra o vento, em relação à edificação), e do
respectivo afastamento relativo (e/h) (BORTOLAN NETO, 2002). Tal valor é obtido de
acordo com a Figura 8.
35
TABELA 3 - COMPONENTES DE FORÇA DE ARRASTO EM FACES DE TORRES RETICULADAS
Direção do
vento Componente Face I Face II Face III Face IV
n
0
0
t 0 0 0 0
n 0,20 0,20 0,15 0,15
t 0,20 0,20 0,15 0,15
n 0,57 0,11 0,11 -
t 0 0,19 0,19 -
n 0,50 0 0,37 -
t 0,29 0 0,21 -
n 0,14 0,14 0,43 -
t 0,25 0,25 0 -
FONTE: NBR 6123/1988
FIGURA 8 - FATOR DE PROTEÇÃO PARA DOIS OU MAIS RETICULADOS PLANOS PARALELOS
IGUALMENTE AFASTADOS
FONTE: NBR 6123/1988
36
3.2. ANÁLISE DINÂMICA SIMPLIFICADA SEGUNDO A NBR 6123/1988
Segundo o Capítulo 9 da norma NBR 6123/88 - Forças devidas ao vento em
edificações:
“No vento natural, o módulo e a orientação da velocidade instantânea do ar apresentam
flutuações em torno da velocidade média V, designadas por rajadas. Admite-se que a
velocidade média mantém-se constante durante um intervalo de tempo de 10 min ou mais,
produzindo nas edificações efeitos puramente estáticos, designados a seguir como resposta
média. Já as flutuações da velocidade podem induzir em estruturas muito flexíveis,
especialmente em edificações altas e esbeltas, oscilações importantes na direção da velocidade
média, aqui designadas como resposta flutuante.”
A norma também esclarece que, em edificações com o período fundamental (ou seja, o
maior) inferior ou igual a 1 s, a influência da resposta flutuante é pequena, e seus efeitos já
estão sendo considerados na determinação do intervalo de tempo adotado para o fator S2.
Todavia, edificações com período fundamental superior a 1 s (frequência fundamental menor
que um Hertz), em particular aquelas pouco amortecidas, podem apresentar importante
resposta flutuante na direção do vento médio.
Através da norma NBR 6123/1988, é possível efetuar o cálculo da carga dinâmica
devido ao vento em edificações de duas maneiras. Com o modelo contínuo simplificado -
aplicável se a edificação tiver seção constante, uma distribuição de massa aproximadamente
uniforme e não ultrapassar uma altura de 150 m; e com o modelo discreto - caso a edificação
possuir propriedades variáveis com a altura. Mesmo que tais modelos tenham um caráter
dinâmico, neles o carregamento do vento é considerado como carga estática.
Para o modelo simplificado, é preciso obter somente o modo fundamental de vibração
para o cálculo da resposta flutuante. Neste caso a expressão utilizada pela NBR 6123/1988
engloba tanto a resposta média quanto a amplitude máxima da resposta flutuante do vento.
Logo, a pressão exercida pelo vento é uma função contínua da altura sobre o terreno, na qual
aparece o coeficiente de amplificação dinâmica, que é em função das dimensões da
edificação, da razão do amortecimento crítico, da frequência fundamental da edificação, da
altura de referência e da pressão na altura de referência. A norma brasileira oferece expressão
37
simplificada tanto para o período quanto a expressão que representa o primeiro modo de
vibração (WAHRHAFTIG, BRASIL E SILVA, 2010).
Entende-se por Velocidade de Projeto a velocidade média sobre dez minutos a 10
m de altura sobre terreno da Categoria II. Expressa em m/s ela pode ser obtida por:
(3.7)
A pressão dinâmica (N/m²) correspondente é calculada por:
(3.8)
A variação da pressão conforme a altura é descrita por:
ξ (3.9)
sendo:
p – Parâmetro dependente da categoria de rugosidade do terreno (Tabela 5);
b – Parâmetro dependente da categoria de rugosidade do terreno (Tabela 5);
z – Altura sobre o terreno;
– Altura de referência (10 m);
h – Altura de uma edificação acima do terreno, medida até o topo da platibanda ou nível do
beiral;
ξ - Coeficiente de amplificação dinâmica;
– Forma modal (Tabela 4).
A partir da equação acima, nota-se que a primeira parcela dentro do colchete
corresponde à resposta média, enquanto que a segunda parcela corresponde à amplitude
máxima da resposta flutuante. O coeficiente de amplificação dinâmica (ξ) é função do tipo de
material e da geometria da estrutura e é determinado por ábacos disponíveis na NBR
6123/1988 para as cinco categorias de terreno (CHAVÉZ, 2006).
38
O parâmetro b e o expoente p são fatores dependentes da rugosidade do terreno. Os
termos para a determinação dos efeitos dinâmicos estão a seguir representados nas Tabelas 4 e
5.
TABELA 4 – FATORES PARA ANÁLISE DINÂMICA SIMPLIFICADA
Tipo de Edificação ζ T1 = 1/f1
Edifícios com estrutura
aporticada de concreto
sem cortinas
1,2 0,002 0,05h + 0,015h (h em
metros)
Edifícios com estrutura
aporticada de concreto
com cortinas para
absorção de forças
horizontais
1,6 0,015 0,05h + 0,012h
Torres e chaminés de
concreto, seção variável 2,7 0,015 0,02h
Torres, mastros e
chaminés de concreto,
seção uniforme
1,7 0,010 0,015h
Edifícios com estrutura
de aço soldada 1,2 0,010 0,29 - 0,4
Torres e chaminés de
aço, seção uniforme 1,7 0,008 --
Estruturas de madeira -- 0,008 --
FONTE: NBR 6123 (1988)
Os autores Brasil e Silva (2013), ressaltam em seu trabalho a seguinte observação:
“É válido (…) que o uso das informações sobre e T1 dadas na Tabela 19 (da NBR
6123/1988) não se justifica mais, sendo que os mesmos podem ser facilmente calculados com
programas de cálculos estrutural dinâmico.”
TABELA 5 – FATORES p E b PARA ANÁLISE DINÂMICA SIMPLIFICADA
Categoria de
rugosidade I II III IV V
p 0,095 0,15 0,185 0,23 0,31
b 1,23 1,00 0,66 0,71 0,5
FONTE: NBR 6123 (1988)
As forças estáticas equivalentes devidas à pressão do vento (q) são determinadas por:
(3.10)
onde Ca corresponde ao coeficiente de arrasto, que depende da intensidade de turbulência e da
geometria da estrutura em estudo, e A é a área de referência.
39
A expressão abaixo possibilita calcular a amplitude máxima da aceleração ( ):
(3.11)
sendo é o deslocamento devido à parcela flutuante do vento e fj a frequência natural.
Segundo a norma brasileira, é recomendável que a máxima amplitude da aceleração
não ultrapasse 0,1 m/s².
3.3. MODELO DINÂMICO DISCRETO DA NOMA BRASILEIRA
Caso a edificação possua propriedades variáveis ao longo de sua altura, ela deve ser
representada por um modelo discreto, como na Figura 9.
FIGURA 9 – MODELO DISCRETO
FONTE: NBR 6123 (1988)
Na Figura 9 as variáveis têm os seguintes significados:
- deslocamento correspondente à coordenada i;
- área de influência correspondente à coordenada i;
- massa discreta correspondente à coordenada i;
- coeficiente de arrasto correspondente à coordenada i;
40
- altura do elemento i sobre o nível do terreno;
- altura de referência (10 m);
n - número de graus de liberdade preservados no modelo simplificado
O modelo discreto apresentado pela norma brasileira é baseado no método de vibração
aleatória proposto por Davenport. Entretanto, difere-se dele na obtenção dos parâmetros que
definem tal ação, além de destacar que a vibração da estrutura em seus modos naturais é tida
em torno da posição deformada estabelecido pelas pressões causadas pela componente
estática do vento, ou seja, pela velocidade média (BLESSMANN, 2005).
Esse método prescreve que o cálculo da resposta dinâmica total deve ser considerado
como a superposição das respostas média e flutuante. A resposta flutuante inclui a resposta
não ressonante e a resposta ressonante da estrutura (JÚNIOR, 2000).
Geralmente, um modelo cujo número de graus de liberdade n = 10 é suficiente para
uma precisão adequada nos resultados. Um número maior de elementos será somente
necessário caso a edificação apresentar variações importantes de características ao longo da
altura (NBR 6123/1988).
Silva et al. (2013) apud. Brasil e Silva (2013) apontam que a retenção de um único
modo (r = 1) corresponde a mais de 90% da resposta dinâmica e é suficiente, confirmando a
indicação da norma. Entretanto, a própria NBR 6123/1988 ressalta que, para edificações
muito esbeltas ou com rigidez bastante variável, valores maiores de r são necessários e devem
ser computadas sucessivamente as contribuições dos modos 1, 2, etc., até que as forças
equivalentes associadas ao último modo incluído (j = r) sejam desprezíveis.
A estrutura é então discretizada em n partes e, na resposta estrutural, somente é
considerada a influência da componente na direção da velocidade média do vento (JÚNIOR,
2000).
O carregamento do vento em um determinado instante na coordenada i é dado por uma
parcela média ( ) e outra flutuante ( ), dada por:
(3.12)
41
A força média é dada por:
(3.13)
sendo os coeficientes p e b estão indicados na Tabela 5, e corresponde ao coeficiente de
arrasto da coordenada i, é a área efetiva de uma face da estrutura na coordenada i e é a
altitude de referência (na qual se considera a velocidade média do vento na camada limite
atmosférica), corresponde à pressão dinâmica do vento.
A componente flutuante é dada por:
(3.14)
sendo:
(3.15)
ξ (3.16)
(3.17)
Nas equações acima, representa uma área arbitrária de referência, é a relação
entre a massa na coordenada i e a massa de referência ( , e o fator é o expoente da
forma modal. ξ é o coeficiente da amplificação dinâmica apresentado nas figuras 14 a 18 da
NBR 6123/1988 para as cinco categorias de terreno consideradas.
Quando mais de um modo for retido na solução (r > 1), o efeito combinado deve ser
calculado pelo critério da raiz quadrada da soma dos quadrados (WAHRHAFTIG, BRASIL E
SILVA, 2010), desde que as frequências naturais sejam razoavelmente espaçadas (BRASIL E
SILVA, 2013):
42
(3.18)
Depois da obtenção da resposta para cada modo j, todas as variáveis de interesse
associadas a cada modo (força, momento fletor, tensão, deslocamento, etc.) devem ser
determinadas (BRASIL E SILVA, 2013).
As flutuações da orientação da velocidade do vento são responsáveis por vibrações
longitudinais e na direção perpendicular à direção do escoamento médio (WAHRHAFTIG,
BRASIL E SILVA, 2010).
Wahrhaftig, Brasil e Silva (2010) salientam que:
“Nos termos em que foi descrita, a resposta final da estrutura às ações do vento, por meio do
Modelo Dinâmico Discreto, deve obedecer às regras do cálculo vetorial.”
43
4. MÉTODO DO VENTO SINTÉTICO
Devido à natureza aleatória (em função do desenvolvimento da meteorologia,
hidrologia e sismologia) e a incertezas e falta de dados climáticos e geofísicos (quando se faz
uma análise dinâmica), excitações decorrentes de ventos, sismos, ondas do mar e etc. não são
possíveis de ser descritas de forma determinística, mas sim somente no sentido estatístico, ou
seja, através de valores médios, seus desvios e distribuições de probabilidade (BRASIL E
SILVA, 2013).
Além disso, Brasil e Silva (2013) reforçam que:
“As ‘ondas de projeto’, com certos períodos de recorrência, podem não dar as respostas
máximas da estrutura, pois essas dependem também de efeitos de amplificação dinâmica. de
forma que ondas de menor intensidade, mas de frequência mais próximas de condições de
ressonância, podem ser mais significativas (a análise espectral levará em conta todas as
frequências).”
Em estruturas com modo de vibração de frequências fundamentais abaixo de 1 Hz,
geralmente estruturas altas, os esforços dinâmicos do vento tornam-se importantes e a
consideração de tais esforços como estáticos é uma aproximação muito grosseira, gerando a
necessidade de um tratamento estocástico, o qual leve em consideração as flutuações
aleatórias desse fenômeno e sua probabilidade de ocorrência (BRASIL E SILVA, 2013).
Nesse quesito, o Método do Vento Sintético proposto pelo Eng. Dr. Mário Franco (1993),
pode ter uma adequada aplicação para a análise e carregamentos aleatórios e instáveis dos
ventos nas estruturas (OBATA, 2009).
Considerado similar aos métodos do tipo Monte Carlo, o Método do Vento Sintético
gera um número razoavelmente grande de séries de carregamento compostos pela
superposição de componentes harmônicos de fases aleatoriamente escolhidas (BRASIL E
SILVA, 2013).
Através do espectro de potência do vento, são gerados os carregamentos dinâmicos. A
característica dinâmica do carregamento é conferida pelo uso de ângulos de fase gerados
aleatoriamente no método (LEITE, 2015).
44
Segundo Obata (2009) e Leite (2015), são conferidos ao Método do Vento Sintético
conceitos estatísticos que geralmente são aplicados em estudos de carregamentos da natureza.
A própria aplicação do Método do Vento Sintético foi realizada no projeto da Torre
Norte do Centro Empresarial Nações Unidas (Figura 10), localizado na cidade de São Paulo
(OBATA, 2009).
FIGURA 10 - FOTOGRAFIA DO CENU: CENTRO EMPRESARIAL DAS NAÇÕES UNIDAS EM SÃO
PAULO
FONTE: Desconhecida
O Método Monte Carlo foi criado em 1949 pelos matemáticos americanos Neyman e
Ulan para solucionar problemas estatísticos. Atualmente, sua aplicação também é valida para
encontrar soluções aproximadas de problemas físicos e matemáticos pela simulação de
valores aleatórios (BRASIL E SILVA, 2013). Uma série de dados aleatórios é utilizada para a
simulação de Monte Carlo no Método do Vento Sintético (OBATA, 2009).
No método, são necessárias transformadas apropriadas (como as de Fourier) para as
pressões flutuantes, a fim de produzir amostras representativas com as propriedades
estatísticas do vento. Tal procedimento tem como “pré-requisito” uma análise do espectro de
potência, no qual pode ser aplicado o de Davenport cuja sequência estabelece-se um espectro
reduzido e a divisão entre a pressão média e flutuante (OBATA, 2009). O espectro de
potência da velocidade do vento proposto por Davenport é também adotado pela Norma
Canadense (CHAVÉZ, 2006). A expressão sugerida pelo Prof. A. Davenport, da University of
45
Western Ontario - Canadá, para a Densidade Espectral de Potência, em função da velocidade
média horária do vento V0 a 10 metros de altura sobre o terreno, será descrita no capítulo 7
deste trabalho.
De tal forma, é determinada uma expressão para a parcela flutuante da pressão do
vento, a qual permite a obtenção da solução para cada instante no histórico da resposta
(CHAVÉZ, 2006).
O método de Franco (1993) propõe que a parcela média da pressão seja aplicada
estaticamente à estrutura. A parcela flutuante da pressão, por sua vez, possui ângulos de fase
variando aleatoriamente e é decomposta em um número finito de funções harmônicas que são
proporcionais à frequência ressonante da estrutura. O número de harmônicos deve ser maior
que 11, sendo que, quanto maior for o número de funções, mais preciso é o método.
A amplitude de cada harmônico pode ser obtida através do espectro de potência do
vento. Além disso, uma das onze funções harmônicas deve conter a frequência ressonante
(BRASIL E SILVA, 2013).
O procedimento é finalizado quando a estrutura é excitada novamente por uma função
composta da soma sucessiva dos harmônicos combinados aleatoriamente, gerando assim um
número determinado de amostras para determinar a resposta característica (CHAVÉZ, 2006).
O esforço do vento é aplicado em cada uma das parcelas de pressões flutuantes, como
se elas fossem transformadas em rajadas equivalentes, ou seja, tal aplicação é realizada ao
decorrer do tempo de duração da rajada e num ponto desfavorável da estrutura. Pelas funções
de correlação vertical e horizontal, outros pontos da estrutura são obtidos. Dessa maneira,
simula-se a não incidência do vento em um determinado instante em vários pontos com
amplitudes máximas (OBATA, 2009).
Originalmente, o processo propunha que a parcela flutuante correspondia a 52% do
carregamento total. Entretanto, Brasil e Silva (2013) destacam a possibilidade de adotar uma
correção para que a porcentagem flutuante total varie de acordo com a altura.
46
Assim, o espectro de resposta no qual se determinam os valores de esforços ou
deslocamentos máximos de cada aplicação é obtido, sendo o valor característico da resposta
determinado estatisticamente através do Teorema de Gumbel (OBATA, 2009).
Portanto, um dos destaques da utilização do Método do Vento Sintético é a
possibilidade de aplicação das cargas no modelo de maneira randômica e dinâmica (LEITE,
2015).
4.1. SISTEMATIZAÇÃO DO MÉTODO DO VENTO SINTÉTICO PARA DEFINIÇÃO DO
CARREGAMENTO DO VENTO APLICADO À ESTRUTURA
Leite (2015) descreve em forma de tópicos uma série de etapas para a aplicação da
metodologia do Vento Sintético:
i. Determinação da velocidade do projeto;
ii. Determinação do espectro de potência a ser utilizado;
iii. Cálculo da frequência fundamental de vibração “r”, a qual é obtida na análise
de vibração livre do modelo (com o auxílio de um programa computacional);
iv. Determinação das alturas em relação ao solo , área de influência e
coeficiente de arrasto , para os nós da estrutura, as quais serão utilizadas
para os cálculos das forças em cada nó;
v. Determinação de vinte conjuntos com doze ângulos de fase randômicos cada,
variando de 0 a 2π.
Para cada conjunto de ângulos de fase aleatórios:
vi. Decomposição das pressões flutuantes;
vii. Determinação da correlação espacial das velocidades a serem utilizadas;
viii. Determinação das pressões flutuantes e pressões médias;
ix. Determinação dos harmônicos de força em cada nó - séries de carregamento;
x. Aplicação de vinte series de carregamento no modelo em estudo;
xi. Simulação computacional da estrutura sujeita às vinte séries de
carregamentos;
xii. Determinação da resposta característica entre as vinte séries de carregamentos
simulados no modelo.
47
4.2. DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE PROJETO
Conforme já citado, a velocidade média de projeto é obtida através da expressão (NBR
6123/1988):
(4.1)
4.3. ESPECTRO DE POTÊNCIA DO VENTO
O espectro de potência avaliado neste trabalho é o de Davenport, o mesmo utilizado
no trabalho de Franco (1993), conforme as equações:
(4.2)
(4.3)
onde:
f - a frequência das rajadas;
- a velocidade de projeto;
- a velocidade de fricção ou a velocidade de cisalhamento no escoamento do vento;
S(f) - o espectro de potência do vento;
x(f) - a frequência adimensional.
Por simplificação, calcula-se o espectro reduzido de potência do vento Sp(f):
(4.4)
Ou seja:
(4.5)
48
Lazanha (2003) ressalta que por mais que o espectro de potência de Davenport seja o
mais indicado em normas, como na norte-americana (ANSI A58.1) e na canadense (NBCC),
ele não consegue representar adequadamente os valores obtidos em baixas frequências, além
de não considerar a influência da cota z.
Morais (2014) apud. Rios (2015) sugere que o espectro de potência de Kaimal, o qual
não será estudado neste trabalho, é mais adequado para edifícios altos, pelo fato de considerar
o efeito da altura “z”. Assim como os espectros dos estudos empíricos de Kaimal e de
Davenport, outros espectros de velocidades do vento são utilizados para análise estrutural na
engenharia civil como o de Harris e Von Kármán, cujas curvas estão representadas na Figura
11 abaixo (CHAVÉZ, 2006).
FIGURA 11 - CURVAS UNIVERSAIS DO ESPECTRO DE POTÊNCIA LONGITUDINAL DE
DAVENPORT, HARRIS, VON KÁRMÁN, KAIMAL E OUTROS
FONTE: Adaptado de Rios (2015)
4.4. DECOMPOSIÇÃO DO ESPECTRO DE POTÊNCIA
Para a definição das cargas de vento aplicadas na análise dinâmica do edifício, segue a
metodologia apresentada em Leite (2015).
O parâmetro p’(t), que é dado pela expressão a seguir, é um fator utilizado para que
seja determinada a parcela flutuante do vento e é determinado conforme um determinado
49
número de funções harmônicas com períodos de 600 s a 0,5 s, de maneira que pelo menos o
primeiro modo de vibração da estrutura (harmônico ressonante) seja incluído neste intervalo.
π
(4.6)
em que:
m - número de harmônicos;
- período fundamental da estrutura;
- ângulo de fase gerado aleatoriamente;
- fator encontrado pela integração do espectro de potência nos intervalos de frequência dos
harmônicos m;
- relação entre os harmônicos k e R, em que:
R - harmônico ressonante;
k - harmônico em questão.
A integração do espectro de potência nos intervalos de frequência dos harmônicos m
para obter os valores de é dada por:
(4.7)
sendo os limites de integração fak e fpk obtidos por (LEITE, 2015):
(4.8)
(4.9)
em que r é a frequência fundamental da estrutura (primeiro modo de vibração) em Hz.
Como a amplitude máxima da pressão pode ser escrita como uma parcela da pressão
total, os valores de podem ser “corrigidos” dos coeficientes , obtidos por:
(4.10)
50
De acordo com Franco (1993), é necessária mais uma correção de para somente os
valores de k = r (ressonante) e seus adjacentes (k = r +1 e k = r - 1), sendo:
(4.11)
(4.12)
(4.13)
Com os coeficientes corrigidos, tem-se a equação dos harmônicos abaixo:
π
(4.14)
4.5. CORRELAÇÃO ESPACIAL DE VELOCIDADES
Chavéz (2006) descreve a correlação espacial de velocidades da seguinte forma:
“A correlação espacial fornece uma medida da intensidade em que pressões aplicadas em
pontos diferentes da mesma face de um edifício atuam coerentemente, permitindo o estudo da
não uniformidade da ação das rajadas ao longo da edificação, devendo ser estudada para cada
caso dependendo da forma e do comportamento dinâmico estrutural. Para projetos de edifícios
altos, torres de transmissão ou construções alteadas, interessam a correlação vertical das
componentes longitudinais e laterais das flutuações.”
Segundo Brasil e Silva (2013), para a medida de tal correlação, em função da
frequência da rajada (f) e da distância entre pontos (dist), é possível utilizar o coeficiente de
correlação cruzada de banda estreita, :
(4.15)
(4.16)
51
sendo z e y as coordenadas de dois pontos A ( , , ) e B ( , , ) da face da estrutura
exposta ao vento com mesmas coordenadas horizontais x.
Os coeficientes e são obtidos experimentalmente e, para aplicações práticas,
pode-se admitir 7 ≤ ≤ 10 e 12 ≤ ≤ 16 (BRASIL E SILVA, 2013). A favor da segurança,
adota-se = 7 e = 12, além disso, para estruturas predominantemente verticais -
chaminés, torres, edifícios esbeltos... - considerar somente a correlação vertical já é
suficiente (FRANCO, 1993). Logo, o coeficiente de correlação cruzada de banda
estreita, , fica da seguinte forma - agora descrita como :
(4.17)
É possível observar que o coeficiente de correlação varia de 1 para = 0 até 0
quando ∞. Esta função linear proporciona o conceito de tamanho de rajada, isto é, a
dimensão da uma rajada perfeitamente correlacionada que induz o mesmo efeito na estrutura,
dada pela expressão e conforme a Figura 12 abaixo (na qual indica a velocidade média
de projeto ):
(4.18)
(4.19)
52
FIGURA 12 - RAJADAS EQUIVALENTES
FONTE: Adaptado de Leite (2015)
Sendo o centro de rajada e o ponto mais alto da estrutura, tem-se:
(4.20)
onde o comprimento de rajada ( ) o valor obtido pela frequência ressonante. Leite (2015)
ressalva que a equação acima é de utilização facultativa, pois é possível adotar outro centro de
rajada cuja resposta seja mais significativa para a torre. Entretanto, para simplificação da
modelagem, o centro de rajada utilizado neste trabalho é o obtido via equação (4.20).
Adotado o centro de rajada , podem ser calculado os coeficientes de redução das
pressões flutuantes , o qual é em função da altura e do harmônico k. Segundo Leite
(2015) Cr é calculado conforme as expressões a seguir:
se (4.21)
ou,
se (4.22)
Caso o contrário, .
53
4.6. PRESSÕES FLUTUANTES E PRESSÕES MÉDIAS
A fim de definir a parcela flutuante (ou seja, a parcela dinâmica) da pressão total, a lei
de potência proposta pela NBR 6123/1988 é utilizada:
(4.23)
(4.24)
onde:
- velocidade para o período de 600 s na altura z;
- velocidade de pico para o período de 3 s na altura z;
- velocidade básica;
b; p - parâmetros meteorológicos definidos pela NBR 6123/1988 em função da classe do
terreno e do período.
Sendo a pressão de pico (t = 3 segundos) calculada como:
(4.25)
E a pressão média ou estática (t = 600 segundos) calculada como:
(4.26)
A razão entre a pressão média e a de pico é definida, de acordo com o Método do
Vento Sintético, como (FRANCO, 1993):
(4.27)
Logo, 48% da força total constituem o valor médio, também chamado de valor
estático, e 52% o valor flutuante dado pelas rajadas. Ou seja, a parcela da pressão média,
54
também referida de pressão estática ( ) não corresponde à pressão que a norma indica para
um carregamento estático como sugere a equação (3.3).
A pressão flutuante pode ser obtida como a diferença entre as pressões de pico e
estática:
(4.28)
Determinadas as pressões flutuantes, multiplica-se pelo parâmetro p’’ (4.14) e pelo
parâmetro Cr (4.21) e (4.22). Assim, têm-se as pressões flutuantes corrigidas que variam
conforme o tempo, a altura do nó j e o harmônico k, dadas por:
(4.29)
Para a conclusão do método, a estrutura é excitada com as séries temporais formadas
pelos m harmônicos com ângulos de fase aleatórios , os quais variam entre 0 a 2π. O
deslocamento é a resposta de interesse para a determinação da combinação característica.
Franco (1993) sugere as seguintes condições:
• m ≥ 11;
• os períodos das funções harmônicas devem ser múltiplos ou submúltiplos do período
fundamental por um fator 2;
• adoção de, no mínimo, vinte séries de carregamento.
Por fim, Leite (2015) elaborou o fluxograma da Figura 13 com o intuito de aclarar as
etapas do Método do Vento Sintético.
55
FIGURA 13 - FLUXOGRAMA DO MÉTODO DO VENTO SINTÉTICO
FONTE: Adaptado de Leite (2015)
Início
Análise modal do modelo
para determinação da
frequência fundamental
Considerando as 20 séries de ângulos de fase
Decomposição dos
espectros de potência
Comparação das respostas das
simulações com diversos centros
de rajada (se aplicável)
Escolha do centro de rajada e
demais simulações
Determinação das pressões flutuantes
Determinação dos harmônicos de
força em cada nó (séries de
carregamento)
Aplicação das
vinte séries de
carregamento no
modelo em
estudo
Simulação
computacional da
estrutura sujeita às
vinte séries de
carregamentos
Determinação da resposta
característica entre as séries de
carregamentos simulados no modelo
Testar outro
centro de rajada
Determinação das alturas em relação
ao solo, área de influência e
coeficiente de arrasto
Determinação do espectro de
potência a ser utilizadoDeterminção da velocidade de projeto
Determinação de vinte conjuntos
com onze ângulos de fase
aleatórios cada, variando de 0 a 2π
Determinação da correlação espacial
das velocidades a ser utilizada
Escolha do centro de
rajada
Não
56
5. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
Pode-se definir o Método dos Elementos Finitos (MEF), de acordo com Lotti et al
(2006), como um modelo matemático, em que um meio contínuo é dividido em vários
elementos, os quais conservam as propriedades do problema inicial que os originou. Esses
pequenos elementos são descritos por equações diferenciais e são solucionados em relação
aos outros elementos gerados. Esse método destaca-se por ter vantagens interessantes como
sua versatilidade, a aplicação de um sistema de forças em qualquer ponto ou direção, a
possibilidade de uma análise tanto quantitativa, quanto qualitativa do modelo e,
principalmente, pelas avaliações de tensões e deformações.
Segundo Assan (1990), denomina-se malha de elementos finitos a divisão do domínio
de integração. O tamanho dos elementos finitos é proporcional à malha, ou seja, quanto mais
refinada a malha for, maior será a quantidade de elementos nela. Além disso, denomina-se nó
cada ponto de interseção dessa malha.
De acordo com Azevedo (2003), o Método dos Elementos Finitos se baseia no
princípio dos trabalhos virtuais, em que, o trabalho interno deve ser igual ao externo. Logo,
quando um elemento finito se encontra sujeito a ações exteriores genéricas é necessário
proceder ao cálculo das forças nodais equivalentes (ou seja, as “forças internas”) à solicitação
exterior.
O conceito de força nodal equivalente formula a equação resolvente do Método dos
Elementos Finitos, cuja interpretação é símile à obtida para peças lineares: define o equilíbrio
nodal dos elementos da malha, combinando as forças nodais devidas aos deslocamentos
nodais e à resultante das forças nodais equivalentes às forças aplicadas (CASTRO, 1998).
Através da relação de tensões em função da matriz de elasticidade do elemento
(dependente módulo de Young e do coeficiente de Poisson), podem-se obter as deformações
e, consequentemente, os deslocamentos, para cada elemento. (AZEVEDO, 2003).
57
Junto com a rápida evolução dos sistemas computacionais nus últimos anos, o Método
dos Elementos Finitos passou a ser difundido e aplicado em diversas áreas (ASSAN, 1999).
Dentre os diversos programas computacionais que utilizam tal método para realizar análises
lineares e não-lineares, situa-se o software ANSYS, utilizado neste trabalho para realizar a
análise linear estática e dinâmica da torre reticulada em estudo. O trabalho de Bortolan Neto
(2002) também utilizou o software ANSYS para o estudo.
58
6. METODOLOGIA
Neste capítulo será feita a descrição do modelo computacional da torre analisada por
Bortolan Neto (2002), que também foi orientado pelo Prof. Dr. Marcos Arndt. Esta mesma
torre será utilizada neste trabalho.
Em seu trabalho, Bortolan Neto (2002) simulou através do Método dos Elementos
Finitos uma torre de telecomunicações para sistema móvel celular de 30 metros de altura com
seção transversal triangular equilátera. Nesse estudo, realizou-se uma análise estática do
carregamento de vento na torre conforme a NBR 6123/1988 e foi verificado também a não
necessidade de um estudo dinâmico (segundo a NBR 6123/1988), pois, a torre apresenta um
período fundamental menor que 1 s.
O objetivo deste trabalho é realizar uma análise dinâmica da torre objeto de estudo de
Bortolan Neto (2002) utilizando o Método do Vento Sintético e comparar as deformações e
outros resultados obtidos através da análise dinâmica com os obtidos pela análise estática
realizada por Bortolan Neto (2002).
6.1. DESCRIÇÃO DA TORRE DE TELECOMUNICAÇÃO PARA SISTEMAS MÓVEL
DE CELULAR
O objeto de análise é uma torre autoportante de 30 metros de altura com seção
transversal triangular equilátera. O perfil da torre é ilustrado conforme a Figura 14 a seguir:
59
FIGURA 14 – PERFIL DA TORRE
FONTE: Bortolan Neto (2002)
Os montantes até os seis metros iniciais de altura da torre são em tubos cônicos e os
demais montantes são em tubos cilíndricos. Todos os montantes são compostos por aço de
alta resistência mecânica, cujo limite de escoamento é de 373 MPa. As treliças da torre são
em perfis tipo cantoneira em aço ASTM A36, cujo escoamento limite equivale a 250 MPa.
De acordo com Bortolan Neto (2002), os carregamentos considerados para a torre
foram os seguintes:
- Peso de pessoal e equipamentos de montagem (situados na cota 30 m) = 430 kgf;
60
- Peso das antenas situadas na cota de 30 m (e área igual a 4,08 m²) = 300 kgf;
- Peso de cada uma das três plataformas (com área de 0,3 m² e situadas nas cotas 18 m,
25 m e 30 m) = 60 kgf;
- Peso de escadas, esteiras e cabos com área de 0,25 m²/m = 26 kgf/m
Ao longo de sua vida útil, a torre sofrerá dois tipos de carregamento: o causado pelo
vento e pelo peso próprio. Os carregamentos causados pelo pessoal e pelos equipamentos de
montagem podem ocorrer, mas não foram considerados no trabalho de Bortolan Neto (2002) e
tampouco serão considerados neste estudo, pois em termos de projetos as torres de
telecomunicações raramente são dimensionadas assim visto que é muito improvável que o
carregamento máximo de vento ocorra exatamente durante a instalação dos equipamentos ou
durante a manutenção.
6.2. CÁLCULO DO PESO PRÓPRIO DA ESTRUTURA
Bortolan Neto (2002) dividiu a estrutura em cinco módulos (Figura 15), devido à
mudança de dimensões dos tubos ao longo da torre. Cada módulo tem 6 metros de altura. As
dimensões dos tubos estão apresentadas na Tabela 6.
TABELA 6 - DIMENSÕES DOS TUBOS CILÍNDRICOS CÔNICOS
Módulo
e
(m)
1 0,101 0,101 0,00265 8,01E-03 7,60E-03 8,01E-03 7,60E-03 4,15E-04 4,15E-04
2 0,101 0,101 0,00265 8,01E-03 7,60E-03 8,01E-03 7,60E-03 4,15E-04 4,15E-04
3 0,114 0,114 0,00300 1,02E-02 9,68E-03 1,02E-02 9,68E-03 5,30E-04 5,30E-04
4 0,127 0,127 0,00300 1,27E-02 1,21E-02 1,27E-02 1,21E-02 5,91E-04 5,91E-04
5 0,135 0,150 0,00300 1,43E-02 1,37E-02 1,77E-02 1,70E-0,2 6,29E-04 7,00E-04
FONTE: Adaptado de Bortolan Neto (2002)
sendo:
– Diâmetro do topo do tubo;
– Diâmetro da base do tubo;
– Área externa do topo do tubo;
– Área interna da base do tubo;
– Área externa da base do tubo;
- Área interna da base do tubo;
61
- Área útil do topo do tubo;
- Área útil da base do tubo.
FIGURA 15 - DIVISÃO DOS MÓDULOS DA TORRE EM QUESTÃO CONFORME BORTOLAN NETO
(2002)
FONTE: Bortolan Neto (2002)
As dimensões das cantoneiras que formam as diagonais de cada módulo são
apresentadas na Tabela 7.
62
TABELA 7 - DIMENSÕES DAS CANTONEIRAS
Módulo Dimensões (pol) B (m) e (m) A (m²)
1 L 1,1/2” X 3/16” 0,0381 0,00476 3,402E-04
2 L 1,1/2” X 3/16” 0,0381 0,00476 3,402E-04
3 L 2” X 3/16” 0,0508 0,00476 4,612E-04
4 L 2” X 3/16” 0,0508 0,00476 4,612E-04
5 L 2,1/2” X 3/16” 0,0635 0,00476 5,822E-04
FONTE: Adaptado de Bortolan Neto (2002)
Sendo o peso específico do aço ( igual a 78500 N/m³, Bortolan Neto (2002)
apresentou as Tabelas 8 e 9 para o peso dos tubos cilíndricos cônicos e para o peso das
cantoneiras, respectivamente.
TABELA 8 - PESO DOS TUBOS CILÍNDRICOS CÔNICOS
Módulo (N/m³) Volume do tubo (m³) Peso unitário (N) Quantidade Peso total (N)
1 78500 2,49E-03 195,42 3 586,27
2 78500 2,49E-03 195,42 3 586,27
3 78500 3,18E-03 249,70 3 749,09
4 78500 3,55E-03 278,55 3 835,66
5 78500 3,99E-03 312,95 3 938,86
FONTE: Adaptado de Bortolan Neto (2002)
TABELA 9 - PESO DAS CANTONEIRAS
Módulo (N/m³)
Comprimento
da Cantoneira
(m)
Volume da
Cantoneira
(m³)
Peso Unitário
(N) Quantidade
Peso Total
(N)
1 78500 2,048 6,968E-04 54,6967 24 1312,72
2 78500
2,048 6,968E-04 54,6967 24 1312,72
3,182 1,468E-03 115,1989 6 691,19
1,692 7,803E-04 61,2560 3 183,77
3 78500
3,376 1,557E-03 122,2224 6 733,33
1,986 9,159E-04 71,8998 3 215,70
3,576 1,649E-03 129,4930 6 776,78
2,3 1,052E-03 82,5435 3 247,63
4 78500
3,784 1,745E-03 136,9933 6 821,96
2,573 1,187E-03 93,1511 3 279,45
3,989 2,322E-03 182,2943 6 1093,77
2,877 1,675E-03 131,4768 3 394,43
5 78500 4,206 2,449E-03 192,2111 6 1153,27
3,168 1,844E-03 144,7752 3 434,44
FONTE: Adaptado de Bortolan Neto (2002)
O peso total da estrutura, com o peso das três plataformas (660 N cada), da
escada/esteira/cabos (260 N/m) e da antena (3000 N) além dos pesos das cantoneiras
(diagonais) e dos tubos cilíndricos (montantes), é calculado por módulo conforme a Tabela 10
a seguir:
63
TABELA 10 - PESO PRÓPRIO DA ESTRUTURA
Módulo Peso da estrutura -
cantoneira e tubos
(N)
Peso de
escada/esteira/cabos (N)
Peso das
plataformas
(N)
Peso da
antena
(N)
Peso total
(N)
1 1898,99 1560,00 600,00 3000,00 7058,99
2 1898,99 1560,00 120,00 - 4658,99
3 2573,09 1560,00 - - 4122,09
4 2961,48 1560,00 - - 4521,48
5 4014,65 1560,00 - - 5574,65
Total 25936,20
FONTE: Adaptado de Bortolan Neto (2002)
Nesse trabalho não são considerados o peso de pessoal e equipamentos de montagem
(4,30 kN) e nem um peso adicional devido à galvanização da estrutura.
Após o cálculo do peso próprio total da torre, Bortolan Neto (2002) dividiu o peso
entre os nós da estrutura conforme os módulos (Tabela 11).
TABELA 11 - DISTRIBUIÇÃO DO PESO PRÓPRIO NOS NÓS
Módulo Peso total (N) Quantidade
nós/face
Quantidade de
faces
Quantidade de
nós Peso (N)/nó
1 7058,99 4 3 12 588,349
2 4658,99 4 3 12 388,249
3 4133,09 2 3 6 688,848
4 4521,48 2 3 6 753,579
5 5574,65 2 3 6 929,109
FONTE: Adaptado de Bortolan Neto (2002)
6.3. CÁLCULO DO COEFICIENTE DE ARRASTO
A torre foi modelada no trabalho de Bortolan Neto (2002) para uma região hipotética
coberta por vários obstáculos pouco espaçados entre si numa zona urbanizada. O autor
admitiu que a ruína total ou parcial pudesse afetar a segurança ou a possibilidade de socorro a
pessoas depois de uma tempestade destrutiva. Logo, os parâmetros considerados por Bortolan
Neto (2002) estão listados na Tabela 12 a seguir.
64
TABELA 12 - PARÂMETROS DE PROJETO
Vento operacional 100 km/h
Velocidade básica do vento (V0) 45 m/s (região oeste de SC)
S1 1,10
S3 1,10
Rugosidade do terreno Categoria IV
Edificação Classe B
FONTE: Adaptado de Bortolan Neto (2002)
Para o cálculo do coeficiente de arrasto, é preciso, primeiramente, obter o valor da
velocidade característica do vento para cada módulo. Como a velocidade característica é
função do fator da rugosidade, o qual varia para cada altura do módulo, dos parâmetros b e p e
do fator de rajada. As Tabelas 13 e 14 abaixo apresentam o fator S2 e a velocidade
característica para cada módulo da torre.
TABELA 13 - FATOR S2 PARA CADA MÓDULO DA TORRE
Módulo Fr B P Z (m) S2
1 0,98 0,85 0,125 30,00 0,9556
2 0,98 0,85 0,125 24,00 0,9293
3 0,98 0,85 0,125 18,00 0,8965
4 0,98 0,85 0,125 12,00 0,8522
5 0,98 0,85 0,125 6,00 0,7815
Antena 0,98 0,85 0,125 30,00 0,9556
Plataforma 0,98 0,85 0,125 30,00 0,9556
Plataforma 0,98 0,85 0,125 25,00 0,9341
Plataforma 0,98 0,85 0,125 18,00 0,8965
FONTE: Adaptado de Bortolan Neto (2002)
65
TABELA 14 - VELOCIDADE CARACTERÍSTICA
Módulo V0 (m/s) S1 S2 S3 Vk
1 45,00 1,10 0,9556 1,10 52,03
2 45,00 1,10 0,9293 1,10 50,60
3 45,00 1,10 0,8965 1,10 48,81
4 45,00 1,10 0,8522 1,10 46,40
5 45,00 1,10 0,7815 1,10 42,55
Antena 45,00 1,10 0,9556 1,10 52,03
Plataforma 45,00 1,10 0,9556 1,10 52,03
Plataforma 45,00 1,10 0,9341 1,10 50,86
Plataforma 45,00 1,10 0,8965 1,10 48,81
FONTE: Adaptado de Bortolan Neto (2002)
Além da velocidade característica para cada módulo, são necessários também o índice
de área exposta (φ) e o n mero de Reynolds (Re), os quais são calculados conforme as
equações 3.5 e 3.6, respectivamente, e apresentados na Tabela 15.
TABELA 15 - ÍNDICE DE ÁREA EXPOSTA E NÚMERO DE REYNOLDS
Módulo (m²) (m²) Φ Re
1 10,84 3,94 0,364 3,67877E+05
2 10,84 9,42 0,364 3,57757E+05
3 12,70 4,40 0,347 3,89542E+05
4 16,37 4,78 0,292 4,12517E+05
5 20,06 5,49 0,273 4,24448E+05
FONTE: Adaptado de Bortolan Neto (2002)
Através da velocidade característica, do índice de área exposta e do número de
Reynolds, Bortolan Neto (2002) obteve os coeficientes de arrasto para as cantoneiras e
montantes a partir das Figuras 7 e 4 deste trabalho.
O cálculo do coeficiente de arrasto de cada módulo se dá através da seguinte relação
(BORTOLAN NETO, 2002):
(6.1)
onde:
- Coeficiente de arrasto das cantoneiras;
66
- Coeficiente de arrasto dos montantes;
– Área frontal efetiva das cantoneiras (m²);
- Área frontal efetiva dos montantes (m²).
Os coeficientes de arrasto obtidos para cada módulo são apresentados na Tabela 16.
TABELA 16 - COEFICIENTE DE ARRASTO DA ESTRUTURA PARA CADA MÓDULO
Módulo
1 0.93 2,11 1,818 2,12 3,94 1,565
2 0,93 2,11 1,818 2,12 3,94 1,565
3 0,94 2,16 2,050 2,35 4,40 1,592
4 0,94 2,32 2,283 2,49 4,78 1,663
5 0,95 2,38 2,562 2,92 5,49 1,712
FONTE: Adaptado de Bortolan Neto (2002)
Para a antena e plataformas, Bortolan Neto (2002) adotou o coeficiente de arrasto
igual a 1,6.
67
7. APLICAÇÃO
Neste trabalho, o carregamento estático (correspondente aproximadamente a 48% do
carregamento total) e o dinâmico (correspondente a 52% do carregamento total) foram feitas
separadamente, com o auxílio do programa ANSYS, somando apenas os deslocamentos
obtidos no topo da torre (nós 40, 46 e 47) (Figura 16) no final das duas análises.
FIGURA 16 - LOCALIZAÇÃO DOS NÓS 40, 46 E 47
FONTE: A autora
Por uma questão de conservadorismo, as cargas, tanto dinâmicas quanto estáticas,
foram calculadas considerando o topo de cada módulo da torre. Na modelagem, para
simplificar, as cargas foram aplicadas apenas nos vértices da seção transversal de cada topo de
módulo.
As Tabelas 17 e 18 resumem os dados obtidos do trabalho de Bortolan Neto (2002) e
que são necessários para a aplicação do Método do Vento Sintético:
TABELA 17 - RESUMO GERAL DO TRABALHO DE BORTOLAN NETO (2002)
V0 (m/s) S1 S3 Vp (m/s) Categoria Frequência fundamental (Hz) Período fundamental (s)
45 1,1 1,1 37,5705 IV 1,2549 0,7969
FONTE: A autora
68
TABELA 18 - OUTROS DADOS OBTIDOS POR BORTOLAN NETO (2002) NECESSÁRIOS PARA ESTE
TRABALHO
FONTE: A autora
7.1. SIMPLIFICAÇÕES ADOTADAS
Algumas simplificações são feitas no Método do Vento Sintético, como a
consideração de que o fluxo de vento é unidirecional, estacionário e homogêneo para a
geração dos históricos de carregamento. Logo, a direção do fluxo principal é constante no
tempo e espaço, e as características estatísticas do vento não se alteram durante o período em
que a simulação é realizada (BRASIL E SILVA, 2013).
Neste trabalho o Método do Vento Sintético não foi aplicado de forma iterativa em
relação ao seu centro de rajada mais desfavorável. Adotou-se uma cota para o centro de rajada
conforme a equação (4.20).
A aplicação de cargas realizada neste trabalho foi feita de maneira conservadora. Pois
as cargas foram locadas apenas nos vértices do topo dos módulos da torre, e não de maneira
distribuída em todos os vértices dos módulos como no trabalho de Bortolan Neto (2002).
Além disso, é relevante destacar o fato de que apenas uma direção do vento foi
considerada, a qual é a mesma direção de incidência de vento em que Bortolan Neto (2002)
obteve os maiores resultados de deslocamento.
Módulo Z (m) Área Efetiva Coeficiente de Arrasto Pressão dinâmica qf (N/m²)
1 30,00 3,94 1,565 701,236
2 24,00 3,94 1,565 687,094
3 18,00 4,40 1,592 666,763
4 12,00 4,78 1,663 635,164
5 6,00 5,49 1,712 576,623
Antena 30,00 4,08 1,6000 701,236
Plataforma 30,00 0,3 1,6000 701,236
Plataforma 25,00 0,3 1,6000 689,799
Plataforma 18,00 0,3 1,6000 666,763
69
O cálculo da força incidente do vento na antena foi feito de acordo com o trabalho de
Bortolan Neto (2002), ou seja, por mais que no modelo a antena esteja localizada na cota de
28 m, considerou-se, para efeitos de cálculo, como se ela estivesse na cota z = 30 m para estar
a favor da segurança. Além disso, destaca-se que, em projetos de torres de telecomunicações,
geralmente a antena é considerada no topo da torre, pois sua cota “exata” é desconhecida na
maioria das vezes pelos projetistas.
Carregamentos improváveis, como carga da equipe de manutenção e instalação de
equipamentos foram desconsiderados, assim como no trabalho de Bortolan Neto (2002). Pelo
fato de que a probabilidade da maior rajada de vento ocorrer quando a equipe técnica estiver
na torre é muito baixa.
Neste trabalho, considerou-se o espectro de potência de Davenport por ser o mais
utilizado em normas e na literatura.
Nas respostas (deslocamento, reação de apoio e esforços máximos) da parcela
flutuante (também chamada de dinâmica) do vento, os picos de impacto do período de
adaptação da estrutura não foram desconsiderados, a fim de se obter uma resposta ainda
maior.
7.2. CÁLCULO DA PARCELA ESTÁTICA CONFORME O MÉTODO DO VENTO
SINTÉTICO
Para o cálculo da força média , são primeiramente necessários os valores dos
parâmetros b3, p3, b600 e p600, obtidos pela Figura 3 deste trabalho.
A parcela da força média / estática , que corresponde a 48% do carregamento,
para o intervalo de medição de 600 s é dada pela equação (7.1).
(7.1)
sendo:
70
– coeficiente de arrasto do módulo;
– área frontal efetiva;
– pressão de uma rajada equivalente a 600 s.
Com a aplicação das equações (4.25), (4.26) e (4.31), a pressão de pico ( ), a pressão
média / estática ( ), e a força estática média ( ) são calculadas para cada módulo e
apresentadas na Tabela 19.
TABELA 19 - PRESSÃO E FORÇA ESTÁTICA
Mó
du
lo
Z (
m)
Áre
a E
feti
va
(m)
Co
efic
ien
te d
e
Arr
asto
Vo
(m
/s)
b3
p3
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(m
/s)
b6
00
p6
00
v6
00
(m
/s)
Pre
ssão
de
Pic
o
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(N/m
²)
Pre
ssão
méd
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está
tica
qes
t
(N/m
²)
Fo
rça
est
áti
ca
/ m
édia
Fm
(N/m
²)
1 30,00 3,94 1,57 45,00 0,86 0,12 44,15 0,71 0,23 28,38 1195,06 493,83 3045,00
2 24,00 3,94 1,57 45,00 0,86 0,12 42,99 0,71 0,23 26,96 1132,75 445,65 2747,95
3 18,00 4,40 1,59 45,00 0,86 0,12 41,53 0,71 0,23 25,24 1057,18 390,41 2734,77
4 12,00 4,78 1,66 45,00 0,86 0,12 39,56 0,71 0,23 22,99 959,15 323,98 2575,40
5 6,00 5,49 1,71 45,00 0,86 0,12 36,40 0,71 0,23 19,60 812,15 235,53 2213,74
Antena 30,00 4,08 1,60 45,00 0,86 0,12 44,15 0,71 0,23 28,38 1195,06 493,83 3223,71
Plataforma 30,00 0,30 1,60 45,00 0,86 0,12 44,15 0,71 0,23 28,38 1195,06 493,83 237,04
Plataforma 25,00 0,30 1,60 45,00 0,86 0,12 43,20 0,71 0,23 27,22 1143,90 454,10 217,97
Plataforma 18,00 0,30 1,60 45,00 0,86 0,12 41,53 0,71 0,23 25,24 1057,18 390,41 187,40
FONTE: A autora
Conforme a Tabela 3 deste trabalho, a distribuição da força na estrutura não se dá
uniformemente entre as faces e, consequentemente, nos vértices. Em nível de comparação
com a consideração do carregamento do vento como carga estática. Este trabalho fará o
estudo de somente um caso de incidência do vento sobre a estrutura, o qual está representado
na Figura 17.
FIGURA 17 - DIREÇÃO DO VENTO CONSIDERADA
FONTE: NBR 6123 (1988)
71
Para tal caso de incidência de vento, as Tabelas 20 e 21 a seguir mostram a resultante
do vento em cada face (I, II e III) e o valor para cada vértice (1, 2 e 3) da seção transversal do
topo do módulo.
Os vértices 1, 2 e 3 da Figura 18 e Tabela 20 representam, respectivamente, os de topo
de cada módulo da torre.
FIGURA 18 - VÉRTICES DA TORRE
FONTE: Adaptado de Bortolan (2002)
TABELA 20 - FORÇAS RESULTANTES EM CADA FACE DA TORRE
Módulo Força estática /
média Fm Face n t
Resultante
na face (N)
1 3045,00
I 1735,65 0,00 1735,65
II 334,95 578,55 668,51
III 334,95 578,55 668,51
2 2747,95
I 1566,33 0,00 1566,33
II 302,27 522,11 603,30
III 302,27 522,11 603,30
3 2734,77
I 1558,82 0,00 1558,82
II 300,83 519,61 600,41
III 300,83 519,61 600,41
4 2575,40
I 1467,98 0,00 1467,98
II 283,29 489,33 565,42
III 283,29 489,33 565,42
5 2213,74
I 1261,83 0,00 1261,83
II 243,51 420,61 486,01
III 243,51 420,61 486,01
FONTE: A autora
72
TABELA 21 - FORÇA DO VENTO EM CADA NÓ DA ESTRUTURA
Módulo Vértices Força nos vértices (N)
1 + Plataforma 30 m
1 1202,08
2 1202,08
3 668,51
2 + Plataforma 25 m
1 1084,81
2 1084,81
3 603,30
3 + Plataforma 18 m
1 1079,61
2 1079,61
3 600,41
4
1 1016,70
2 1016,70
3 565,42
5
1 873,92
2 873,92
3 486,01
Antena 1 1611,86
2 1611,86
FONTE: A autora
A aplicação das forças nos vértice do topo de cada módulo (Tabela 21) pode ser
observada na Figura 19 a seguir.
73
FIGURA 19 - APLICAÇÃO DAS CARGAS ESTÁTICAS NO MODELO
FONTE: A autora
7.3. CÁLCULO DA PARCELA DINÂMICA CONFORME O MÉTODO DO VENTO
SINTÉTICO
A partir do período fundamental da estrutura obtida pela análise modal de Bortolan
Neto (2002) - 0,7969 s – foi montado um espectro de 11 harmônicos múltiplos de dois do
período ressonante num intervalo variando entre 0 a 600 s, no qual a frequência fundamental
corresponde ao harmônico número 3 (R = 3) (Tabela 22). A escolha do harmônico ressonante
como o de ordem 3 foi escolhido de forma a ter uma distribuição de harmônicos em que o
ressonante fica mais próximo ao centro e o harmônico de primeira ordem (em que k = 1) não
fique com período de vibração tão pequeno.
74
TABELA 22 - CONSTRUÇÃO DOS HARMÔNICOS
k T (s) f (Hz)
1 0,199 5,020
2 0,398 2,510
3 0,797 1,255
4 1,594 0,627
5 3,188 0,314
6 6,375 0,157
7 12,750 0,078
8 25,500 0,039
9 51,000 0,020
10 102,000 0,010
11 204,000 0,005
FONTE: A autora
Conforme a formulação apresentada no capítulo 4, os resultados do espectro de
potência e do coeficiente ck para a decomposição das pressões flutuantes são mostrados na
Tabela 23. O detalhamento do cálculo feito para os coeficientes Ck foi feito através do
software MAPLE e está descrito abaixo.
77
TABELA 23 - PARÂMETROS CALCULADOS PARA DECOMPOSIÇÃO DAS PRESSÕES FLUTUANTES
k T (s) f (Hz) x fak fpk Sp = S(f)/u*² Ck ck ck final
1 0,199 5,020 162,998 7,099 3,549 0,027 0,433 0,042 0,04
2 0,398 2,510 81,499 3,549 1,775 0,085 0,545 0,053 0,07
3 0,797 1,255 40,749 1,775 0,887 0,269 0,687 0,066 0,03
4 1,594 0,627 20,375 0,887 0,444 0,852 0,864 0,083 0,10
5 3,188 0,314 10,187 0,444 0,222 2,679 1,083 0,104 0,10
6 6,375 0,157 5,094 0,222 0,111 8,190 1,336 0,129 0,13
7 12,750 0,078 2,547 0,111 0,055 22,588 1,559 0,150 0,15
8 25,500 0,039 1,273 0,055 0,028 45,757 1,560 0,150 0,15
9 51,000 0,020 0,637 0,028 0,014 52,535 1,199 0,116 0,12
10 102,000 0,010 0,318 0,014 0,007 36,357 0,721 0,070 0,07
11 204,000 0,005 0,159 0,007 0,003 19,997 0,382 0,037 0,04
Somatório: 10,37044 1,000 1,00
FONTE: A autora
Os comprimentos de rajada encontrados para cada harmônico são apresentados na
Tabela 24 a seguir:
TABELA 24 - COMPRIMENTOS DE RAJADA PARA CADA UM DOS 11 HARMÔNICOS
k f Δz (Comprimento da Rajada)
1 5,020 1,07
2 2,510 2,14
3 1,255 4,28
4 0,627 8,55
5 0,314 17,11
6 0,157 34,22
7 0,078 68,43
8 0,039 136,86
9 0,020 273,73
10 0,010 547,46
11 0,005 1094,91
FONTE: A autora
O centro de rajada encontrado pela aplicação do método referente à equação (4.20) (a
partir do comprimento de rajada do harmônico ressonante) é de 25,72 m. Entretanto, neste
trabalho foi considerado um centro de rajada igual a 24 m, coincidente com o topo do módulo
2 da torre. Esta decisão foi feita pelo fato de em 24 m haver uma plataforma e conter os
vértices que receberão todo o carregamento referente ao módulo 2.
78
Logo, será na cota 24 m, em que haverá o centro de rajada, em que os maiores valores
de pressão flutuantes serão observados.
Para a aplicação do Método do Vento Sintético é necessário gerar 20 conjuntos, a fim
de obter-se uma amostragem representativa, de 11 ângulos de aleatórios variando entre 0 a 2
π. A geração dos ângulos de fase deste trabalho foi feita a partir do Excel e é apresentada na
Tabela 25 a seguir.
TABELA 25 - ÂNGULOS DE FASE ALEATÓRIOS
Série Ângulos de fase ϴk
1 0,0071 1,7729 2,7389 2,7707 0,6041 2,3689 3,6975 2,7899 5,8393 1,9710 1,6355
2 2,5261 1,8058 2,0702 1,1278 5,9044 1,8936 2,3669 3,1580 1,8849 1,8089 5,3091
3 5,3944 4,4035 2,0914 4,9296 3,5238 5,9226 2,1451 3,9143 5,7081 0,4352 5,3720
4 4,6823 0,8762 4,0611 1,8670 2,1700 1,8889 2,4001 1,7391 0,1891 0,7996 3,7267
5 4,5558 4,0061 2,3057 1,6189 5,3886 3,1779 2,9239 2,9534 1,5640 0,7266 5,6552
6 2,2713 2,3651 1,3229 0,9921 2,7075 4,1665 3,8774 1,1489 0,3383 2,4823 0,2952
7 2,6469 2,0027 4,6371 0,7772 3,6612 4,5801 0,4593 4,8133 2,7579 0,5800 3,8000
8 2,4782 3,1707 1,1732 1,2549 3,6774 4,0878 5,1458 4,3506 2,2596 2,2263 1,6449
9 2,3143 0,6263 3,8909 0,2621 5,7751 0,2189 2,2446 3,1340 0,4358 3,3134 5,4868
10 4,5011 2,0323 1,1179 5,7460 0,2571 2,6039 3,4380 4,2498 0,2887 3,8394 5,1683
11 5,2536 3,2091 1,6648 4,7645 5,1103 4,2144 2,9274 1,6413 3,2253 1,4351 0,7965
12 0,5325 2,9233 5,2273 5,8729 1,1883 5,1160 1,6394 4,5806 0,5203 2,9176 0,1575
13 4,7552 0,9783 4,7206 5,9629 0,7269 3,5289 2,7986 1,3605 4,5095 3,8089 2,9776
14 3,6707 5,3491 4,3040 5,6619 4,0361 5,3905 0,5217 5,4328 3,7476 5,5578 0,7069
15 4,6125 3,3925 3,4480 4,2704 1,5506 0,9604 0,0090 4,8144 2,2400 4,1536 5,1695
16 0,0439 1,1739 3,5078 4,7945 2,3408 0,7603 4,6451 2,9016 3,9083 3,3427 3,1127
17 2,9114 4,8192 3,6782 0,6343 2,3585 1,2181 0,4174 2,8374 1,0113 0,2576 4,8706
18 2,6264 0,9097 1,9664 4,6320 4,8983 4,4175 4,3217 3,3798 0,0581 3,2189 1,2009
19 1,3052 5,9637 0,6768 5,2407 0,1221 1,4048 5,1811 5,5993 4,7966 2,0023 5,5415
20 3,4335 5,3935 0,8189 0,4600 5,7422 0,8852 1,0687 0,3273 4,5500 1,8410 0,8233
FONTE: A autora
Assim como o fator de pressão p’’ (equação (4.14)) e o ângulo de fase ϴk, o
coeficiente de redução da pressão flutuante Cr também depende do harmônico em questão. De
acordo com as equações (4.21) e (4.22) e considerando o centro de rajada igual a 24,00 m, o
Cr é calculado conforme as Tabelas 26 e 27, obtendo um carregamento similar ao da Figura
20.
79
TABELA 26 - CORRELAÇÃO ESPACIAL DE VELOCIDADE
k f Δz (Comprimento da Rajada) Gc (Centro da Rajada) Gc - Δz Gc Gc + Δz
1 5,02 1,07
Gc
= z
1 -
Δz (do ressonante)
22,93
25,07
2 2,51 2,14 21,86 26,14
3 1,25 4,28 19,72 24,00 28,28
4 0,63 8,55 15,45
32,55
5 0,31 17,11 6,89 41,11
6 0,16 34,22 -10,22 58,22
7 0,08 68,43 -44,43 92,43
8 0,04 136,86 -112,86 160,86
9 0,02 273,73 -249,73 297,73
10 0,01 547,46 -523,46 571,46
11 0,00 1094,91 -1070,91 1118,91
FONTE: A autora
TABELA 27 - VALORES DE Cr
k 1/Δz Para Z = 30 Para Z = 24 Para Z =18 Para Z =12 Para Z = 6
1 0,94 0,000 1,000 0,000 0,000 0,000
2 0,47 0,000 1,000 0,000 0,000 0,000
3 0,23 0,000 1,000 0,000 0,000 0,000
4 0,12 0,299 1,000 0,299 0,000 0,000
5 0,06 0,649 1,000 0,649 0,299 0,000
6 0,03 0,825 1,000 0,825 0,649 0,474
7 0,01 0,912 1,000 0,912 0,825 0,737
8 0,01 0,956 1,000 0,956 0,912 0,868
9 0,00 0,978 1,000 0,978 0,956 0,934
10 0,00 0,989 1,000 0,989 0,978 0,967
11 0,00 0,995 1,000 0,995 0,989 0,984
FONTE: A autora
A partir do somatório dos Cr em função do k para cada altura, é possível observar a
distribuição das pressões de vento flutuante assim como seu centro de rajada na cota 24 m
(Figura 20).
80
FIGURA 20 - DISTRIBUIÇÃO DAS PRESSÕES DE VENTO E CENTRO DE RAJADA
FONTE: A autora
Na análise das cargas flutuantes, as cargas também foram aplicadas no topo de cada
módulo e nos nós da antena. Foi considerada também a correção da distribuição das forças
nos nós devido à seção triangular da torre (conforme já feito na análise da parcela estática do
vento e ilustrado na figura 19). A descrição da parcela flutuante da força em função do tempo
está disponível no apêndice.
Para obter uma amostra estatística relevante, foram feitas foram feitas 20 análises de
cargas transientes em função do tempo, variando de 0 a 600 s, através das equações (4.29) e
(4.30).
Para a determinação da parcela da força dinâmica / flutuante em cada nó da
estrutura , as pressões flutuantes corrigidas serão multiplicadas pelo
coeficiente de arrasto para cada nó e pela área de influência de cada nó , que também
pode ser obtida como a área da projeção ortogonal das barras de uma das faces da torre
reticulada sobre um plano paralelo a esta face:
(7.2)
81
Após a determinação das forças da parcela estática e da flutuante, simulação de cada
parcela foi analisada separadamente somando seu resultado – deslocamento, reação de apoio e
esforço máximo – no final. Já que a força total é obtida pela soma da parcela da força
flutuante (7.2) com a parcela força média (7.1) para cada nó e instante de tempo.
Os gráficos ilustrando o deslocamento do nó 47 ao longo do tempo (0 a 600 s) da
parcela flutuante da carga do vento nas combinações que deram os maiores deslocamentos –
combinação 5 e combinação 17 – são apresentados nas Figuras 21 e 22 a seguir.
FIGURA 21 - VARIAÇÃO DO DESLOCAMENTO DO NÓ 47 NA COMBINAÇÃO 5
FONTE: A autora
82
FIGURA 22 - VARIAÇÃO DO DESLOCAMENTO DO NÓ 47 NA COMBINAÇÃO 17
FONTE: A autora
Os gráficos ilustrando a variação da reação de apoio do nó 1 e 90 ao longo do tempo
(0 a 600 s) da parcela flutuante da carga do vento nas combinações que deram os maiores
deslocamentos – combinação 5 e combinação 17 – são apresentados nas Figuras 23 e 24 a
seguir.
83
FIGURA 23 - VARIAÇÃO DA REAÇÃO DE APOIO NA PARCELA DINÂMICA EM Y NO NÓ 1
FONTE: A autora
FIGURA 24 – VARIAÇÃO DA REAÇÃO DE APOIO NA PARCELA DINÂMICA EM Y NO NÓ 90
FONTE: A autora
84
As Figuras 21, 22, 23 e 24 acima ilustram que o pico dos resultados considerado
(quando t = 15,6 s) corresponde ao intervalo de “impacto” da variação inicial aplicada e não à
resposta aleatória, cujo intervalo começa aproximadamente quanto t = 80 s. Entretanto, de
forma a buscar respostas com valores mais altos, consideraram-se as respostas do pico do
intervalo do impacto para a comparação.
85
8. ANÁLISE E RESULTADOS
Na análise da parcela estática do vento, os seguintes deslocamentos no topo da torre
(nós 47, 46 e 40) apresentados na Tabela 28.
TABELA 28 - DESLOCAMENTOS DA PARCELA ESTÁTICA (EM M)
47: UY 46: UY 40: UY
0,22758 0,22758 0,22756
FONTE: A autora
FIGURA 25 - TORRE DEFORMADA DEVIDO À CARGA DA PARCELA ESTÁTICA DO VENTO
FONTE: A Autora
Os resultados dos deslocamentos para cada uma das combinações da parcela flutuante
do vento estão listados na Tabela 29, assim como a média, desvio padrão e o valor máximo
provável dos deslocamentos. O valor máximo provável do deslocamento foi calculado
considerando uma distribuição gaussiana dos deslocamentos, com probabilidade de 95% de
86
ocorrência, limitando em 5% a probabilidade de este valor ser superado. O cálculo do máximo
valor se dá por:
(7.1)
sendo:
u o máximo valor provável;
a média dos deslocamentos;
o desvio padrão.
TABELA 29 - DESLOCAMENTOS DA PARCELA FLUTUANTE DO VENTO (EM M)
Combinação 47: UY 46: UY 40: UY
1 0,335062 0,335062 0,335033
2 0,30522 0,30522 0,305194
3 0.28439 0.28439 0,284354
4 0,284754 0,284754 0,288472
5 0,380488 0,380488 0,380499
6 0,344011 0,344012 0,343973
7 0,343951 0,343952 0,343916
8 0,353117 0,353118 0,353078
9 0,348839 0,348839 0,348806
10 0,284316 0,284316 0,284295
11 0,319121 0,319122 0,319093
12 0,281023 0,281023 0,281008
13 0,281289 0,28148 0,281465
14 0,325273 0,325274 0,325248
15 0,312482 0,312482 0,312456
16 0,291467 0,291467 0,291441
17 0,386766 0,386766 0,386734
18 0,308845 0,308845 0,308823
19 0,261063 0,261064 0,261042
20 0,28635 0,28635 0,286326
Média 0,317549 0,31756 0,316063
Desvio Padrão 0,035504 0,035493 0,035169
Valor máximo
provável (Gauss) 0,372935 0,372929 0,370926
FONTE: A autora
Somando as parcelas estáticas e flutuantes, obtém-se a Tabela 30.
87
TABELA 30 - COMPARAÇÃO MÉTODO ESTÁTICO E MÉTODO DO VENTO SINTÉTICO
DESLOCAMENTOS TOTAIS
Nós do topo da torre: 47 46 40
Método do Vento Sintético (m) 0,60 0,60 0,60
Bortolan Neto (2002) (m) 0,66 0,66 0,66
Diferença em cm 6,26 6,26 6,46
Diferença em % 9,5% 9,5% 9,8%
FONTE: A autora
Segundo Leite (2015), após determinar o deslocamento característico, escolhe-se
dentre as 20 combinações aquela que possui o deslocamento mais próximo desse para obter
outros parâmetros resultantes – como reação de apoio e esforços normais nas barras. No caso
deste trabalho, a combinação para obter tais parâmetros é a série 5.
Para a comparação da reação de apoio, somaram-se as reações da parcela estática do
vento com os picos (do período de impacto) das reações da parcela dinâmica, que são
encontrados no instante de tempo de 15,6 s. Os resultados se encontram na Tabela 31 abaixo:
TABELA 31 - REAÇÕES DE APOIO
Nó Parcela estática (kN) Parcela dinâmica (kN) Total (kN)
FX FY FZ FX FY FZ FX FY FZ
1 -3,64 -4,55 -68,14 -6,39 -11,33 -116,35 -10,03 -15,88 -184,49
90 0,00 -8,20 110,57 0,00 -17,87 207,95 0,00 -26,07 318,52
61 3,64 -4,55 -68,14 6,39 -11,33 -116,34 10,03 -15,89 -184,48
FONTE: A autora
Comparando-se o resultado obtido com o de Bortolan Neto (2002), percebe-se que, em
média, as reações de apoio adquiridas via Método do Vento Sintético foram, em FX, 25,5%
menores do que as obtidas pelo método estático da norma. Em FY, a diferença entre a reação
de apoio pelo Método do Vento Sintético nos nós 1 e 61 obtida chegou a ser 20% maior do
que pelo método estático da norma. Em FZ, a diferença da reação de apoio no nó 90 obtida
pelo Método do Vento Sintético chegou a ser 20% menor do que a obtida por Bortolan Neto
(2002). As comparações dos resultados se encontram na Tabela 32 a seguir.
88
TABELA 32 - COMPARAÇÃO DAS REAÇÕES DE APOIO
Nó Método do Vento Sintético (kN) Bortolan (2002) (kN) Diferença (em kN)
FX FY FZ FX FY FZ FX FY FZ
1 -10,03 -15,88 -184,49 -13,48 -13,21 -186,00 -3,45 2,67 -1,50
90 0,00 -26,07 318,52 -0,01 -38,33 399,00 0,00 -12,26 80,47
61 10,03 -15,89 -184,48 13,49 -13,22 -186,00 3,45 2,67 -1,52
FONTE: A autora
Assim como o trabalho de Bortolan Neto (2002), os maiores esforços de tração e
compressão se deram nos montantes do módulo 5. Respectivamente nos elementos 1 e 197
(Figura 26).
FIGURA 26 - ELEMENTOS 1 E 197
FONTE: A autora
Na combinação 5, o pico dos esforços se dá no instante de tempo em que há a maior
deformação no topo, ou seja, em 15,6 s. Somando os esforços da parcela estática com a
flutuante (quando t = 15,6 s), têm-se resultados dos esforços globais das barras, os quais estão
resumidos na Tabela 33.
89
TABELA 33 - ESFORÇOS MÁXIMOS NAS BARRAS
Esforços Elemento Método do Vento Sintético
Parcela flutuante (kN) Parcela estática (kN) Total (kN)
Compressão 197 -202,41 -109,22 -311,63
Tração 1 111,5 66,433 177,933
FONTE: A autora
Comparando os esforços obtidos com o Método do Vento Sintético, com os obtidos
por Bortolan Neto (2002), observa-se uma diferença insignificante quanto ao maior esforço de
tração. Em relação ao maior esforço de compressão, o Método do Vento Sintético apresentou
uma diferença 18,6% menor do que o resultado apresentado por Bortolan Neto (2002) com o
método de carregamento estático da norma NBR 6123/1988 (Tabela 34).
TABELA 34 - COMPARAÇÃO DOS ESFORÇOS MÁXIMOS
Esforço Elemento
Método do
Vento
Sintético
(kN)
Bortolan
(2002) (kN)
Diferença
(kN) Diferença
Compressão 197 -311,63 -383,05 -71,42 18,65%
Tração 1 177,933 178,68 0,747 0,42%
FONTE: A autora
90
9. CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS
9.1. CONCLUSÕES
O resultado de deslocamento da torre com o Método Vento Sintético foi inferior ao
obtido com a análise estática da NBR 6123/1988. Pelo fato da torre ter períodos de vibrações
inferiores a 1 segundo. Logo, para esta torre em estudo, a análise dinâmica pode ser
descartada e um estudo estático do carregamento do vento já seria o suficiente (NBR
6123/1988).
Além disso, pode-se concluir que:
O deslocamento obtido pelo Método do Vento Sintético, neste trabalho, foi de
aproximadamente 10% inferior ao obtido pelo método das cargas estáticas equivalentes da
norma NBR 6123/1988.
Assim como os deslocamentos, a reação de apoio na direção z obtida pelo Método do
Vento Sintético também foi menor do que o resultado observado pelo método estático da
norma. Esta diferença chegou aproximadamente a 20%
Em relação aos esforços máximos na estrutura, o Método do Vento Sintético chagou a
um resultado de compressão máxima de 18,65% menor em comparação ao resultado obtido
pelo método estático da norma. A diferença quanto ao esforço de tração entre os dois métodos
foi praticamente nula.
Apesar da aplicação do Método do Vento Sintético neste estudo obter deslocamentos
menos conservadores, a aplicação do Método do Vento Sintético é muito importante para
investigações em que a consideração de uma análise dinâmica da força do vento é obrigatória,
ou seja, para análises de estruturas em que o período de vibração é superior a 1 s.
9.2. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS
Em estudos futuros, recomenda-se:
91
- A aplicação do Método do Vento Sintético nesta torre de uma maneira mais
completa, ou seja, arbitrando o centro de rajada através de um método iterativo baseado na
resposta que proporciona o maior deslocamento;
- Realização de mais análises para torre deste estudo, considerando outros casos de
incidência do vento na torre;
- Investigação considerando outros espectros de potência e comparação com o obtido
com o espectro de Davenport;
- Análise de estruturas com períodos maiores que um segundo, comparando os
resultados obtidos com o método dinâmico simplificado da norma NBR 6123/1988 com o
Método do Vento Sintético;
- A utilização do Método do Vento Sintético em modelos de torres de transmissão de
energia considerando também os cabos de transmissão, além de fazer uma comparação com
os outros métodos dinâmicos de análise.
92
REFERÊNCIAS
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vento em edificações. Rio de Janeiro, 1988.
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93
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94
APÊNDICE
Parcela flutuante da força em função do vento para combinações 1 e 2
COMBINAÇÃO #01
!MÓDULO 01
!!Vértice 1 e 2
=(((0.11*1.565*3.94*701.2364*((0.298575*0.09918*COS(2*{PI}/(0.796876*2)*{TIME}-
2.770682))+(0.649287*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
0.604113))+(0.824644*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
2.368872))+(0.912322*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.956161*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.97808*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.98904*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.99452*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
1.635532))))^2+(0.19*1.565*3.94*701.2364*((0.298575*0.09918*COS(2*{PI}/(0.796876*2)*{TIME}-
2.770682))+(0.649287*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
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!!Vértice 3
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!MÓDULO 02
!!Vértice 1 e 2
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!!Vértice 3
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!MÓDULO 03
!!Vértice 1 e 2
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5.839276))+(0.98904*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.99452*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-1.635532)))/3
!!Vértice 3
=((0.11*1.592*4.4*666.7629*((0.298575*0.099918*COS(2*{PI}/(0.796876*2)*{TIME}-
2.770682))+(0.649287*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
0.604113))+(0.824644*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
97
2.368872))+(0.912322*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.956161*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.97808*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.98904*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.99452*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
1.635532))))^2+(0.19*1.592*4.4*666.7629*((0.298575*0.099918*COS(2*{PI}/(0.796876*2)*{TIME}-
2.770682))+(0.649287*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
0.604113))+(0.824644*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
2.368872))+(0.912322*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.956161*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.97808*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.98904*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.99452*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
1.635532))))^2)^0.5+0.3*1.6*666.7629*((0.298575*0.099918*COS(2*{PI}/(0.796876*2)*{TIME}-
2.770682))+(0.649287*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
0.604113))+(0.824644*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
2.368872))+(0.912322*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.956161*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.97808*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.98904*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.99452*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-1.635532)))/3
!MÓDULO 04
!!Vértice 1 e 2
=(((0.11*1.663*4.78*635.1645*((0.298575*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
0.604113))+(0.649287*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
2.368872))+(0.824644*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.912322*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.956161*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.97808*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.98904*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
1.635532))))^2+(0.19*1.663*4.78*635.1645*((0.298575*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
0.604113))+(0.649287*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
2.368872))+(0.824644*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.912322*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.956161*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.97808*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.98904*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
1.635532))))^2)^0.5+0.57*1.663*4.78*635.1645*((0.298575*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
0.604113))+(0.649287*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
2.368872))+(0.824644*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.912322*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.956161*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.97808*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.98904*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-1.635532))))/2
!!Vértice 3
=((0.11*1.663*4.78*635.1645*((0.298575*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
0.604113))+(0.649287*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
2.368872))+(0.824644*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.912322*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.956161*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.97808*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.98904*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
1.635532))))^2+(0.19*1.663*4.78*635.1645*((0.298575*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
0.604113))+(0.649287*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
2.368872))+(0.824644*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.912322*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.956161*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.97808*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.98904*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-1.635532))))^2)^0.5
!MÓDULO 05
98
!!Vértice 1 e 2
=(((0.11*1.712*5.49*5576.6226*((0.473931*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
2.368872))+(0.736966*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.868483*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.934241*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.967121*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.98346*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
1.635532))))^2+(0.19*1.712*5.49*5576.6226*((0.473931*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
2.368872))+(0.736966*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.868483*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.934241*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.967121*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.98346*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
1.635532))))^2)^0.5+0.57*1.712*5.49*5576.6226*((0.473931*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
2.368872))+(0.736966*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.868483*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.934241*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.967121*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.98346*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-1.635532))))/2
!!Vértice 3
=((0.11*1.712*5.49*5576.6226*((0.473931*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
2.368872))+(0.736966*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.868483*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.934241*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.967121*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.98346*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
1.635532))))^2+(0.19*1.712*5.49*5576.6226*((0.473931*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
2.368872))+(0.736966*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.868483*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.934241*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.967121*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.98346*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-1.635532))))^2)^0.5
!ANTENA
=1.6*4.08*701.2364*((0.298575*0.09918*COS(2*{PI}/(0.796876*2)*{TIME}-
2.770682))+(0.649287*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
0.604113))+(0.824644*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
2.368872))+(0.912322*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
3.697539))+(0.956161*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
2.789917))+(0.97808*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
5.839276))+(0.98904*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.971018))+(0.99452*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-1.635532)))/2
COMBINAÇÃO #02
!MÓDULO 01
!!Vértice 1 e 2
=(((0.11*1.565*3.94*701.2364*((0.298575*0.09918*COS(2*{PI}/(0.796876*2)*{TIME}-
1.1277519))+(0.649287*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
5.9043868))+(0.824644*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
1.893632))+(0.912322*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
2.339012))+(0.956161*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.97808*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
1.8848986))+(0.98904*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.8089133))+(0.99452*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
5.3091134))))^2+(0.19*1.565*3.94*701.2364*((0.298575*0.09918*COS(2*{PI}/(0.796876*2)*{TIME}-
1.1277519))+(0.649287*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
5.9043868))+(0.824644*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
1.893632))+(0.912322*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
99
2.339012))+(0.956161*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.97808*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
1.8848986))+(0.98904*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.8089133))+(0.99452*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
5.3091134))))^2)^0.5+0.57*1.565*3.94*701.2364*((0.298575*0.09918*COS(2*{PI}/(0.796876*2)*{TIME}-
1.1277519))+(0.649287*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
5.9043868))+(0.824644*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
1.893632))+(0.912322*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
2.339012))+(0.956161*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.97808*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
1.8848986))+(0.98904*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.8089133))+(0.99452*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
5.3091134))))/2+0.3*1.6*701.2364*((0.298575*0.09918*COS(2*{PI}/(0.796876*2)*{TIME}-
1.1277519))+(0.649287*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
5.9043868))+(0.824644*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
1.893632))+(0.912322*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
2.339012))+(0.956161*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.97808*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
1.8848986))+(0.98904*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.8089133))+(0.99452*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-5.3091134)))/3
!!Vértice 3
=((0.11*1.565*3.94*701.2364*((0.298575*0.09918*COS(2*{PI}/(0.796876*2)*{TIME}-
1.1277519))+(0.649287*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
5.9043868))+(0.824644*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
1.893632))+(0.912322*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
2.339012))+(0.956161*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.97808*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
1.8848986))+(0.98904*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.8089133))+(0.99452*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
5.3091134))))^2+(0.19*1.565*3.94*701.2364*((0.298575*0.09918*COS(2*{PI}/(0.796876*2)*{TIME}-
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!MÓDULO 02
!!Vértice 1 e 2
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!!Vértice 3
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!!MÓDULO 03
101
!!Vértice 1 e 2
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!!MÓDULO 04
!!Vértice 1 e 2
102
=(((0.11*1.663*4.78*635.1645*((0.298575*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
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1.893632))+(0.824644*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
2.3669012))+(0.912322*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.956161*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
1.8848986))+(0.97808*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.8089133))+(0.98904*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
5.3091134))))^2+(0.19*1.663*4.78*635.1645*((0.298575*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
5.9043868))+(0.649287*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
1.893632))+(0.824644*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
2.3669012))+(0.912322*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.956161*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
1.8848986))+(0.97808*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.8089133))+(0.98904*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
5.3091134))))^2)^0.5+0.57*1.663*4.78*635.1645*((0.298575*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
5.9043868))+(0.649287*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
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2.3669012))+(0.912322*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.956161*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
1.8848986))+(0.97808*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.8089133))+(0.98904*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-5.3091134))))/2
!!Vértice 3
=((0.11*1.663*4.78*635.1645*((0.298575*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
5.9043868))+(0.649287*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
1.893632))+(0.824644*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
2.3669012))+(0.912322*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.956161*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
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1.8089133))+(0.98904*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
5.3091134))))^2+(0.19*1.663*4.78*635.1645*((0.298575*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
5.9043868))+(0.649287*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
1.893632))+(0.824644*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
2.3669012))+(0.912322*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.956161*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
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1.8089133))+(0.98904*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-5.3091134))))^2)^0.5
!!MÓDULO 05
!!Vértice 1 e 2
=(((0.11*1.712*5.49*576.6226*((0.473931*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
1.893632))+(0.736966*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
2.3669012))+(0.868483*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.934241*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
1.8848986))+(0.967121*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.8089133))+(0.98346*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
5.3091134))))^2+(0.19*1.712*5.49*576.6226*((0.473931*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
1.893632))+(0.736966*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
2.3669012))+(0.868483*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.934241*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
1.8848986))+(0.967121*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.8089133))+(0.98346*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
5.3091134))))^2)^0.5+0.57*1.712*5.49*576.6226*((0.473931*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
1.893632))+(0.736966*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
2.3669012))+(0.868483*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.934241*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
1.8848986))+(0.967121*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.8089133))+(0.98346*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-5.3091134))))/2
!!Vértice 3
=((0.11*1.712*5.49*576.6226*((0.473931*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
1.893632))+(0.736966*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
2.3669012))+(0.868483*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
103
3.1579614))+(0.934241*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
1.8848986))+(0.967121*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.8089133))+(0.98346*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-
5.3091134))))^2+(0.19*1.712*5.49*576.6226*((0.473931*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
1.893632))+(0.736966*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
2.3669012))+(0.868483*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.934241*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
1.8848986))+(0.967121*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.8089133))+(0.98346*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-5.3091134))))^2)^0.5
!ANTENA
=4.08*1.6*701.2364*((0.298575*0.09918*COS(2*{PI}/(0.796876*2)*{TIME}-
1.1277519))+(0.649287*0.104452*COS(2*{PI}/(0.796876*4)*{TIME}-
5.9043868))+(0.824644*0.128844*COS(2*{PI}/(0.796876*8)*{TIME}-
1.893632))+(0.912322*0.150318*COS(2*{PI}/(0.796876*16)*{TIME}-
2.339012))+(0.956161*0.150407*COS(2*{PI}/(0.796876*32)*{TIME}-
3.1579614))+(0.97808*0.115664*COS(2*{PI}/(0.796876*64)*{TIME}-
1.8848986))+(0.98904*0.069529*COS(2*{PI}/(0.796876*128)*{TIME}-
1.8089133))+(0.99452*0.036827*COS(2*{PI}/(0.796876*256)*{TIME}-5.3091134)))/2
.... .... ... Analogamente para as outras 18 combinações...