análise da variabilidade das trovoadas e exibição de índice ...

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Recebido em 21/01/2014 / Aprovado para publicação em 12/10/2014. OBSERVATORIUM: Revista Eletrônica de Geografia, v.6, n.17, p. 52-73, out. 2014. ANÁLISE DA VARIABILIDADE DAS TROVOADAS E EXIBIÇÃO DE ÍNDICE CERÁUNICO ENTRE OS ANOS DE 1998 A 2012 NO AEROPORTO DE UBERLÂNDIA/MG Fabiano Ferfoglia Ribeiro Graduado em Geografia pela Faculdade Católica de Uberlândia Técnico em Meteorologia da Infraero [email protected] Giuliano Tostes Novais Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia [email protected] Resumo Este trabalho visa analisar a variabilidade das trovoadas e exibir de maneira quantitativa a ocorrência deste fenômeno no Aeroporto de Uberlândia (SBUL), operado pela INFRAERO, em quantidade de horas nos anos de 1998 a 2012. Estes dados foram baseados nos registros feitos em sua Estação Meteorológica de Superfície e observados pelos profissionais de Meteorologia Aeronáutica desta localidade. Será apresentado, de modo geral, a formação e estrutura do fenômeno, bem como sua área de influência neste trabalho, para que em seguida seja exibida, de modo gráfico e analítico, a ocorrência das trovoadas nesta localidade, tendo como base o método da análise rítmica, proposto por Monteiro (1976), juntamente com a apresentação do índice ceráunico nesta mesma localidade. Palavras-chave: Cumulonimbus. Trovoadas. Raios. Análise rítmica. Índice ceráunico. THUNDERSTORMS VARIABILITY ANALYSIS AND KERAUNIC INDEX EXHIBITION BETWEEN 1998 TO 2012 YEARS AT UBERLÂNDIA’S AIRPORT (MG) Abstract This present work intents to analyze the variability of the thunderstorms and to show, through a quantitative manner, the occurrence of this meteorological phenomenon at Uberlândia’s Airport (SBUL), managed by the INFRAERO company, by hours account since 1998 to 2012 year. All this data was based on its Meteorological Surface Station records and observed by the Meteorological Aeronautical staff from this location. This research will present, in a general way, the formation and structure of the thunderstorm phenomenon, as well as its based influenced and collected area, for then must be graphically and analytically shown, his occurrence at the location, although, this work has been inspired on the rhythmical analysis

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Recebido em 21012014 Aprovado para publicaccedilatildeo em 12102014

OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

ANAacuteLISE DA VARIABILIDADE DAS TROVOADAS E EXIBICcedilAtildeO DE IacuteNDICE

CERAacuteUNICO ENTRE OS ANOS DE 1998 A 2012 NO AEROPORTO DE

UBERLAcircNDIAMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro

Graduado em Geografia pela Faculdade Catoacutelica de Uberlacircndia

Teacutecnico em Meteorologia da Infraero

fferfogliagmailcom

Giuliano Tostes Novais

Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Uberlacircndia

giulianushotmailcom

Resumo

Este trabalho visa analisar a variabilidade das trovoadas e exibir de maneira quantitativa a

ocorrecircncia deste fenocircmeno no Aeroporto de Uberlacircndia (SBUL) operado pela INFRAERO

em quantidade de horas nos anos de 1998 a 2012 Estes dados foram baseados nos registros

feitos em sua Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie e observados pelos profissionais de

Meteorologia Aeronaacuteutica desta localidade Seraacute apresentado de modo geral a formaccedilatildeo e

estrutura do fenocircmeno bem como sua aacuterea de influecircncia neste trabalho para que em seguida

seja exibida de modo graacutefico e analiacutetico a ocorrecircncia das trovoadas nesta localidade tendo

como base o meacutetodo da anaacutelise riacutetmica proposto por Monteiro (1976) juntamente com a

apresentaccedilatildeo do iacutendice ceraacuteunico nesta mesma localidade

Palavras-chave Cumulonimbus Trovoadas Raios Anaacutelise riacutetmica Iacutendice ceraacuteunico

THUNDERSTORMS VARIABILITY ANALYSIS AND KERAUNIC INDEX

EXHIBITION BETWEEN 1998 TO 2012 YEARS AT UBERLAcircNDIArsquoS AIRPORT

(MG)

Abstract

This present work intents to analyze the variability of the thunderstorms and to show through

a quantitative manner the occurrence of this meteorological phenomenon at Uberlacircndiarsquos

Airport (SBUL) managed by the INFRAERO company by hours account since 1998 to 2012

year All this data was based on its Meteorological Surface Station records and observed by

the Meteorological Aeronautical staff from this location This research will present in a

general way the formation and structure of the thunderstorm phenomenon as well as its

based influenced and collected area for then must be graphically and analytically shown his

occurrence at the location although this work has been inspired on the rhythmical analysis

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method proposed by Monteiro (1976) besides the presentation of the keraunic index to the

same location

Keywords Cumulonimbus Thunderstorm Lightning Rhythmical analysis Keraunic index

Introduccedilatildeo

O Brasil estaacute entre os paiacuteses onde haacute uma das maiores ocorrecircncias de raios e relacircmpagos

no mundo devido a sua grande extensatildeo territorial e sua localizaccedilatildeo geograacutefica que se

encontra entre duas zonas climaacuteticas a zona tropical e a temperada Contudo estudos do

Grupo de Eletricidade Atmosfeacuterica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) apontam que o Brasil se encontra na posiccedilatildeo de recordista em descargas atmosfeacutericas

com a estimativa de que 50 a 70 milhotildees de incidecircncias ocorrem em meacutedia por ano em solo

brasileiro (PINTO JR 2005 p 05)

Entre os principais oacutergatildeos de pesquisa e acompanhamento deste fenocircmeno em nosso

paiacutes destacam-se o INPE FURNAS Centrais Eleacutetricas SA Companhia Energeacutetica de Minas

Gerais (CEMIG) e Sistema Meteoroloacutegico do Paranaacute (SIMEPAR) Ao longo da deacutecada de

2000 muitos avanccedilos ocorreram no sentido de se estudar as descargas atmosfeacutericas em nosso

territoacuterio e tambeacutem mapeaacute-las Estes esforccedilos resultaram na chamada rede BrasilDAT (Rede

Brasileira de Detecccedilatildeo de Descargas Atmosfeacutericas) operada pelo ELAT integrante do INPE

Aleacutem destes existem ainda diversos pesquisadores vinculados a Institutos e Universidades os

quais desenvolvem trabalhos e pesquisas diversas referentes agraves descargas atmosfeacutericas e

trovoadas em todo o Brasil

Em vista disso raios relacircmpagos e descargas atmosfeacutericas satildeo um dos temas mais

estudados nos meios cientiacutefico e acadecircmico em todo mundo Isso se deve ao seu alto grau de

complexidade e de afetaccedilatildeo agraves diversas atividades humanas e que muitas vezes acaba por

ceifar a vida de seres humanos e animais Acredita-se que centenas de animais de vaacuterias

espeacutecies morrem por ano afetados por raios Jaacute em relaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo de acordo com o

ELAT um total de 1321 pessoas morreram entre os anos de 2000 a 2009 no Brasil sendo

que a meacutedia de mortes por raios eacute de 11625 entre os anos de 2003 e 2010 (ELAT 2013) As

circunstacircncias satildeo as mais diversas poreacutem todas fatais

Este trabalho faraacute a caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo bem como de seu local de coleta

de dados em seguida explanaraacute sobre a formaccedilatildeo e evoluccedilatildeo das nuvens relacionadas ao

fenocircmeno e ainda suas caracteriacutesticas gerais Sua ocorrecircncia na aacuterea de estudo seraacute exibida

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atraveacutes de graacuteficos seguida da a anaacutelise dos resultados Como dito por Monteiro (1976 p

25) ldquoo fator tempo (duraccedilatildeo) eacute essencial na definiccedilatildeo dos climasrdquo portanto dentre os vaacuterios

meacutetodos para anaacutelise climatoloacutegica optou-se neste trabalho pelo agrupamento em horas

mensais e anuais das ocorrecircncias das trovoadas e sua relaccedilatildeo percentual entre estes mesmos

anos de ocorrecircncia Juntamente com o fator citado este meacutetodo exibe tambeacutem a variabilidade

e o ritmo que satildeo aspectos diretamente relacionados ao fator tempo (MONTEIRO 1976 p

25) Dessa forma pode-se compreender claramente o comportamento das trovoadas na

localidade em questatildeo e sua intensificaccedilatildeo nos uacuteltimos anos

Este trabalho pretende contribuir a outros diversos estudos para esta regiatildeo os quais

vem sendo realizados por pesquisadores afins pois satildeo temas diretamente relacionados agraves

tempestades e trovoadas

A apresentaccedilatildeo destes dados atraveacutes do chamado iacutendice ceraacuteunico eacute um auxiliador para

a obtenccedilatildeo da densidade de ocorrecircncia de raios nuvem-solo de uma regiatildeo (DIAS

MESQUITA VISACRO 2009 p 2) o que significa a quantidade de raios que atingem o

solo por quilocircmetro quadrado por ano Este iacutendice eacute uacutetil tambeacutem para a confecccedilatildeo de caacutelculos

visando determinadas necessidades para os Sistemas de Proteccedilatildeo contra Descargas

Atmosfeacutericas (SPDA) de edificaccedilotildees em geral (NBR-5419ABNT apud STEacuteFANI 2011 p

18) Aleacutem disso a sistemaacutetica disposiccedilatildeo de iacutendices ceraacuteunicos de muitas localidades eacute o que

faz compor os mapas isoceraacuteunicos que satildeo as isolinhas destes iacutendices para aacutereas extensas

(OUTAtildeO BARROS 2009 p 3)

Materiais e meacutetodos

Foi feita uma consulta agrave literatura referente ao fenocircmeno aleacutem da manipulaccedilatildeo dos

dados das observaccedilotildees meteoroloacutegicas de SBUL de 1deg de janeiro de 1998 a 31 de dezembro

de 2012 totalizando 15 anos de observaccedilotildees meteoroloacutegicas Estes dados foram fornecidos

pela INFRAERO e constam no formato XLS assim foi utilizado nesta anaacutelise o software

Microsoft Excel 2010 Os dados satildeo originaacuterios dos antigos formulaacuterios IEPV 105-78

amplamente utilizados para fins de registros pela Meteorologia Aeronaacuteutica em todo paiacutes

Dessa forma estes dados foram tabulados de acordo com os meses e anos correspondentes

considerando-se a ocorrecircncia do fenocircmeno por horas totais Para isso foi feito o levantamento

em todas as observaccedilotildees horaacuterias onde constam o fenocircmeno e sua respectiva duraccedilatildeo total por

mecircs e ano

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Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo

O municiacutepio de Uberlacircndia pertence agrave Mesorregiatildeo do Triacircngulo MineiroAlto

Paranaiacuteba no Estado de Minas Gerais Regiatildeo Sudeste do Brasil Para suas coordenadas

geograacuteficas este trabalho teraacute como referecircncia o Centro Administrativo do municiacutepio

localizado a 18deg54rsquo41rsquorsquo de latitude sul e 48deg15rsquo21rsquorsquo de longitude oeste de Greenwich

(Prefeitura Municipal de Ubelacircndia 2011) A altitude miacutenima do municiacutepio eacute de 622m

localizada na Foz do Rio Uberabinha ao norte do municiacutepio (SILVA apud ALMG 2010) e a

altitude maacutexima eacute de 960m situada nas proximidades da Fazenda Floresta do Lobo no setor

sudeste do municiacutepio (BENEDETTI et al 2010) a altitude meacutedia do municiacutepio estaacute em torno

de 863m (Prefeitura Municipal de Ubelacircndia 2010) A porccedilatildeo urbana de Uberlacircndia

corresponde a uma aacuterea de 219 kmsup2 dentro do total de 4115 kmsup2 do municiacutepio

Percentualmente a aacuterea urbana possui 532 e a rural 947 do total citado Eacute um municiacutepio

composto por 604013 habitantes sendo que 587266 residem na porccedilatildeo urbana e 16747 na

porccedilatildeo rural do municiacutepio (IBGE 2010)

Climatologia de Uberlacircndia

Sobre a Climatologia do municiacutepio diversas classificaccedilotildees foram feitas desde meados

do seacuteculo passado para o Brasil e para a regiatildeo onde se encontra Uberlacircndia sendo que os

trabalhos mais utilizados dentro da comunidade cientiacutefica satildeo os de Koumlppen (1936)

Thorthwaite (1948) Strahler (1969) e Nimer (1979) Recentemente uma nova classificaccedilatildeo

climaacutetica proposta por Novais (2011) foi elaborada para a Mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do Entorno da Serra da Canastra sendo esta classificaccedilatildeo

considerada a mais pontual e adequada para o municiacutepio de Uberlacircndia

Dessa forma Uberlacircndia se situa dentro do ldquoClima Tropical Semi-uacutemidordquo (NOVAIS

2011 p 160) isto eacute quente o ano todo com 4 a 5 meses secos (maio-agosto setembro)

temperatura meacutedia anual de 224degC temperatura meacutedia do mecircs mais frio acima de 18degC entre

os anos de 1980 a 2009 a meacutedia das temperaturas maacuteximas ficou em 353degC e a meacutedia das

miacutenimas em 69degC A pluviosidade meacutedia anual do municiacutepio eacute de 1590 mm concentrados

em sua maior quantidade no veratildeo (dezembro-fevereiro) deacuteficit hiacutedrico anual entre 100 mm ndash

500 mm e seu excedente hiacutedrico anual entre 200 mm ndash 600 mm (NOVAIS 2011 p 158)

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As massas de ar e sistemas atmosfeacutericos atuantes em Uberlacircndia

Os sistemas atmosfeacutericos atuantes em Uberlacircndia satildeo (CAVALCANTI et al 2009

apud NOVAIS 2011 p 67-71)

Zona de Convergecircncia de Umidade (ZCOU) e Zona de Convergecircncia do Atlacircntico Sul

(ZCAS)

Jatos de Altos Niacuteveis (Jato Subtropical ndash JST)

Frentes Frias

Complexos Convectivos de Mesoescala (CCMs)

Jaacute sobre as massas de ar atuantes tem-se (MENDONCcedilA 2007 apud NOVAIS 2011

p 71-81)

Massa de Ar Tropical Atlacircntica (MTA)

Massa Tropical Continental (MTC)

Massa de Ar Equatorial Continental (MEC)

Massa Polar Atlacircntica (MPA)

Figura 1 Massas de ar que atuam no Estado de Minas Gerais

Fonte NOVAIS 2011

Caracteriacutesticas da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica e da coleta dos dados

O Aeroporto Ten Cel Av Ceacutesar Bombonato ou Aeroporto de Uberlacircndia se encontra

localizado na latitude de 18deg53rsquo sul e 48deg13rsquo longitude oeste de Greenwich tendo como

altitude 943m (SACPR 2013) Sua Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie bem como seu

ponto de observaccedilatildeo meteoroloacutegico encontra-se localizado junto ao preacutedio da torre de

controle

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O complexo aeroportuaacuterio uberlandense pertence agrave Empresa Brasileira de Infraestrutura

Aeroportuaacuteria (INFRAERO) empresa puacuteblica federal brasileira vinculada agrave Secretaria de

Aviaccedilatildeo Civil da Presidecircncia da Repuacuteblica (SACPR) Sua Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de

Superfiacutecie (EMS) eacute uma das 61 existentes em todo o sistema da INFRAERO pelo paiacutes

(INFRAERO 2014)

As EMS tecircm por finalidade efetuar observaccedilotildees meteoroloacutegicas agrave superfiacutecie para fins

aeronaacuteuticos sinoacuteticos e para o registro de dados com fins climatoloacutegicos As EMS da

INFRAERO estatildeo subordinadas a regulamentaccedilatildeo definida pelo Departamento de Controle do

Espaccedilo Aeacutereo (DECEA) do Comando da Aeronaacuteutica que por sua vez o faz com base no

mecanismo internacional da Organizaccedilatildeo Meteoroloacutegica Mundial (OMM) e da Organizaccedilatildeo

de Aviaccedilatildeo Civil Internacional (OACI)

As EMS satildeo classificadas em classes pelo DECEA assim elas podem ser EMS-1

EMS-2 ou EMS-3 Essa divisatildeo em classes se deve a quantidade de equipamentos que a

estaccedilatildeo possui a mais completa eacute a EMS-1 Na atualidade o Aeroporto de Uberlacircndia possui

uma EMS-1 (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 12)

Conforme preconiza a regulamentaccedilatildeo do DECEA a EMS-1 eacute operada por uma equipe

de meteorologistas de niacutevel teacutecnico tambeacutem chamados de observadores meteoroloacutegicos que

possuem como algumas de suas atribuiccedilotildees manter vigilacircncia meteoroloacutegica contiacutenua no

aeroacutedromo junto agrave EMS-1 em questatildeo realizar observaccedilotildees meteoroloacutegicas e sinoacuteticas agrave

superfiacutecie aleacutem de todos os registros correlatos agrave confecccedilatildeo dos coacutedigos de Meteorologia

Aeronaacuteutica tais como METAR SPECI e SYNOP (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-

2 2011 p 11)

Destaca-se que satildeo os observadores meteoroloacutegicos que identificam os tipos de nuvens

e sua quantidade na aboacutebada celeste assim como a ocorrecircncia de todo e qualquer fenocircmeno

(trovoada chuva chuvisco nevoeiro neacutevoa seca etc) tanto seu iniacutecio sua intensificaccedilatildeo ou

natildeo e seu teacutermino

Com relaccedilatildeo agraves trovoadas o Manual de Coacutedigos Meteoroloacutegicos do DECEA

(MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-10 2012 p 43) define este fenocircmeno como sendo

ldquoa sucessatildeo de descargas eleacutetricas e trovotildees acompanhada geralmente de precipitaccedilatildeordquo O

mesmo oacutergatildeo faz ainda as seguintes consideraccedilotildees (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-

10 2012 p 21)

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() uma trovoada deve ser considerada sobre a estaccedilatildeo a partir do momento

em que o primeiro trovatildeo eacute ouvido sejam relacircmpagos vistos ou natildeo haja

precipitaccedilatildeo na estaccedilatildeo ou natildeo A trovoada deve ser informada no tempo

presente caso o trovatildeo seja ouvido durante o periacuteodo normal de observaccedilatildeo

que precede a hora do informe (meteoroloacutegico) Considerar-se-aacute que a

trovoada tenha terminado quando se ouvir o uacuteltimo trovatildeo ficando

confirmada a sua fase de dissipaccedilatildeo no espaccedilo de 10 a 15 minutos seguintes

Pinto Jr confirma este meacutetodo de registro exposto acima sendo suas consideraccedilotildees as

seguintes ldquodias de tempestade satildeo definidos como aqueles em que um observador num dado

local registra a ocorrecircncia de trovoadardquo (PINTO JR 1996 p 27)

Dentro do sistema de codificaccedilatildeo dos fenocircmenos para a Meteorologia Aeronaacuteutica a

trovoada eacute considerada ocorrendo no aeroacutedromo quando eacute percebida do ponto de observaccedilatildeo

ateacute uma distacircncia de 8 quilocircmetros quando observada a distacircncias superiores normalmente

percebidas pelo seu efeito luminoso eacute considerada entatildeo como sua ocorrecircncia sendo ldquona

vizinhanccedilardquo (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 30) Na praacutetica a ocorrecircncia

de trovoada no aeroacutedromo eacute codificada no METAR (Meteorological Aerodrome Report ou

Informe Meteoroloacutegico Regular de Aeroacutedromo) como TS (do inglecircs ldquothunderstormrdquo) e a

ocorrecircncia na vizinhanccedila de VCTS (do inglecircs ldquovicinity thunderstormrdquo) Por oportuno todos

os registros de trovoada analisados neste trabalho se devem exclusivamente quanto a sua

ocorrecircncia no aeroacutedromo ou seja com o limite de raio de 8 quilocircmetros a partir do ponto de

observaccedilatildeo da EMS Em muitos momentos anteriores ou posteriores agrave ocorrecircncia de trovoada

no aeroacutedromo eacute registrada a ocorrecircncia de trovoada na vizinhanccedila portanto esse registro

possui tanto um caraacuteter de iminecircncia eou fortalecimento como de dissipaccedilatildeo da trovoada

(MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 30)

Vaacuterios fatores justificam cientificamente esta opccedilatildeo de limitaccedilatildeo pois ldquonormalmente

pode-se escutar o trovatildeo entre 5 a 10 quilocircmetros de distacircncia do local onde ocorreu o

relacircmpago Devido a diversas razotildees entre elas o vento a temperatura do ar e o relevo do

solo dificilmente se escuta o trovatildeo a distacircncias maiores que 20 quilocircmetrosrdquo (PINTO JR

1996 p 20)

A figura 2 localiza o municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba no estado de Minas Gerais

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Figura 2 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do estado de MG

Fonte NOVAIS 2011

A figura 3 exibe o ponto de observaccedilatildeo da EMS do Aeroporto de Uberlacircndia localizado

agrave nordeste do municiacutepio juntamente com seu raio de atuaccedilatildeo bem como os principais bairros

circundantes

Figura 3 Localizaccedilatildeo da EMS raio de abrangecircncia de observaccedilatildeo das trovoadas e bairros

circundantes ao Aeroporto de Uberlacircndia

Fonte NOVAIS 2012

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Formaccedilatildeo das Cumulonimbus e das trovoadas

Segundo Pinto Jr (2005 p 18) apesar de as trovoadas estarem associadas agraves nuvens de

tempestades estas classificadas de Cumulonimbus (CB) de acordo com o Atlas Internacional

de Nuvens este fenocircmeno pode tambeacutem ocorrer em outros tipos de nuvens como em

tempestades de neve tempestades de areia e em erupccedilotildees vulcacircnicas Contudo na localidade

de anaacutelise deste trabalho a ocorrecircncia do fenocircmeno de trovoadas se da nas Cumulonimbus

apenas

Os elementos essenciais que alimentam as condiccedilotildees para a formaccedilatildeo dos CBs satildeo a)

presenccedila de umidade na atmosfera e sua evaporaccedilatildeo agrave superfiacutecie terrestre tanto dos solos

quanto de todas as superfiacutecies aquaacuteticas o qual eacute um dos fatores que gera o movimento de

convecccedilatildeo b) instabilidade atmosfeacuterica ou seja como o ar quente e o ar frio possuem

densidades diferentes o ar quente ao adquirir umidade tende a ascender na medida em que eacute

resfriado na atmosfera ele tende a descer efetuando um processo contiacutenuo de troca c) e ainda

o levantamento seja ele orograacutefico frontal de brisa mariacutetima ou terrestre (COMANDO DA

AERONAacuteUTICA 2003 p 4)

A formaccedilatildeo de um CB normalmente ocorre em estaacutegios originando-se atraveacutes das

nuvens Cumulus estas que podem desenvolver-se ao ponto de se tornarem Cumulus

Congestus (tambeacutem conhecidas como Towering Cumulus ndash TCU) e ainda sim se

desenvolverem mais dando origem ao CB Estes estaacutegios satildeo conhecidos respectivamente

como (SONNEMAKER 1991 p 82) 1) estaacutegio de Cumulus 2) estaacutegio de maturidade 3)

Apoacutes estes dois estaacutegios tem-se o estaacutegio de dissipaccedilatildeo onde a precipitaccedilatildeo gradualmente se

cessa as correntes descendentes predominam poreacutem com menor intensidade os ventos de

rajada se enfraquecem e as turbulecircncias se tornam menos intensas Ocorrem ainda grandes

expansotildees laterais da nuvem e seu topo exibe o formato direcionado e alongado tomando a

forma de uma ldquobigornardquo (SONNEMAKER 1991 p 61)

Cumulus satildeo nuvens de estaacutegio baixo geralmente densas e de contorno e base bem

definidos desenvolvem-se em sentido vertical em forma de montiacuteculos domos ou torres satildeo

constituiacutedas majoritariamente por gotiacuteculas de aacutegua (PRETOR-PINEY 2008 p 22) Elas

ocorrem em alturas que variam de 300 a no maacuteximo 1500 metros poreacutem em raras ocasiotildees

satildeo observadas em torno de ateacute 1800 metros de altura no Aeroporto de Uberlacircndia

As Cumulus Congestus ou TCU satildeo as proacuteprias nuvens Cumulus poreacutem com maior

desenvolvimento vertical portanto possuem sua base em niacuteveis baixos No entanto devido

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sua capacidade de ascensatildeo na atmosfera satildeo consideradas como nuvens de grande

desenvolvimento vertical pois podem atingir os estaacutegios das nuvens meacutedias e altas satildeo

constituiacutedas por gotiacuteculas de aacutegua e podem conter tambeacutem partiacuteculas de gelo em sua porccedilatildeo

superior (VAREJAtildeO-SILVA 2006 p 376) A Meteorologia Aeronaacuteutica considera 750m a

altura miacutenima da base de um TCU

As nuvens Cumulus Congestus podem evoluir ainda mais dando origem agrave nuvem CB

ou se dissipar o que depende de diversas condiccedilotildees atmosfeacutericas reinantes num determinado

local eou dos sistemas atuantes Dessa forma a formaccedilatildeo de um CB sempre eacute precedida pelo

estaacutegio de Cumulus Congestus

As trovoadas podem ser definidas de acordo com sua origem dessa forma elas

possuem dois modos principais das quais se originam satildeo eles trovoadas de massas de ar e as

frontais tambeacutem conhecidas como dinacircmicas (SONNEMAKER 1991 p 83)

As chamadas trovoadas de massas de ar satildeo formadas no interior de uma mesma massa

de ar quente e uacutemida ou seja uma parcela da atmosfera que possua caracteriacutesticas

semelhantes de temperatura umidade e pressatildeo Normalmente ocorrem de forma isolada ou

esparsa Satildeo divididas em (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas convectivas satildeo originadas devido a processos convectivos onde

determinada massa de ar quente e uacutemida se eleva na atmosfera devido sua baixa

densidade e agraves condiccedilotildees de instabilidade da troposfera

Trovoadas orograacuteficas originadas por condiccedilotildees orograacuteficas onde uma parcela de ar

uacutemido e instaacutevel eacute forccedilada a ascender atraveacutes de um terreno montanhoso

Trovoadas advectivas ocorrem devido ao movimento horizontal de ar quente e uacutemido

sob uma determinada aacuterea de ar instaacutevel ou advecccedilatildeo de ar frio sobre aacutereas onde se

encontram ar quente eacute a menos comum das trecircs

As trovoadas derivadas de sistemas frontais podem ocorrer em qualquer eacutepoca do ano

e a qualquer hora do dia satildeo geralmente intensas de maior duraccedilatildeo e extensas

horizontalmente Satildeo elas (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas frontais ocorrem associadas a sistemas frontais frios quentes e oclusos

Trovoadas de linha de instabilidade ocorrem na dianteira das frentes ou seja nas

linhas e aacutereas preacute-frontais

Satildeo estas origens e definiccedilotildees que iratildeo definir a forma de como os CBs iratildeo se

apresentar no tempo e espaccedilo podendo ocorrer das seguintes formas (DECEA 200- p 2)

isolados quando numa determinada aacuterea haacute ocorrecircncia isolada da nuvem

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multiceacutelulas quando numa determinada aacuterea haacute a presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CB

poreacutem natildeo apresentam uma disposiccedilatildeo organizada

em linhas de instabilidade eacute formado pela presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CBs

alinhados comum quando ocorrem os sistemas frontais precedendo-os

superceacutelulas quando ocorrem formaccedilotildees conjuntas em aacutereas muito extensas satildeo

capazes de se manterem sozinhas em atividade por diversas horas

Este trabalho natildeo pretende adentrar nas caracteriacutesticas eleacutetricas da estrutura dos CBs

poreacutem informaccedilotildees aprofundadas neste campo podem ser encontradas nas obras do

pesquisador Dr Osmar Pinto Jr os quais satildeo grandes referecircncias

Informaccedilotildees baacutesicas sobre as trovoadas

As condiccedilotildees de tempo ocasionadas pelas trovoadas satildeo severas tanto ao longo da

camada da troposfera quanto em superfiacutecie podendo ocorrer em maior ou menor grau de

severidade os seguintes elementos (SONNEMAKER 1991 p 84) turbulecircncia chuvas

torrenciais granizo gelo saraiva rajadas de vento raios relacircmpagos tornados e trombas

drsquoaacutegua

Para a aviaccedilatildeo a presenccedila das trovoadas eacute um limitador do espaccedilo aeacutereo sendo que o

voo dentro de uma nuvem CB eacute considerado de extremo risco devido possuir fortes correntes

de ventos ascendentes e descendentes com gelo granizo aleacutem da ocorrecircncia de relacircmpagos

(DECEA 200- p 1) As operaccedilotildees aeacutereas de pousos e decolagens satildeo afetadas tambeacutem pelas

cortantes de vento geradas por estas nuvens agrave superfiacutecie ou proacuteximas a ela pois em seu

entorno ocorrem fortes correntes de ventos ascendentes e descendentes gerando grandes

riscos a estas operaccedilotildees (DECEA 200- p 1)

Discussatildeo e anaacutelise dos resultados

Optou-se neste trabalho por exibir os totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e

minutos devido os dados obtidos serem muito pontuais ao contraacuterio do tradicional iacutendice

ceraacuteunico que leva em consideraccedilatildeo apenas a quantidade de dias No entanto ao final da

anaacutelise os dados foram tambeacutem dispostos neste mesmo iacutendice

A distribuiccedilatildeo das trovoadas ao longo de qualquer um dos anos desta pesquisa mostra

que eacute possiacutevel dividi-los em duas temporadas Uma primeira temporada que vai de janeiro a

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marccedilo e de outubro a dezembro de um mesmo ano onde se encontram altos iacutendices de

trovoadas o que corresponde aproximadamente agraves estaccedilotildees de veratildeo e primavera

respectivamente E uma segunda temporada que vai de abril a setembro com iacutendices

menores correspondente agraves estaccedilotildees de outono e inverno aproximadamente Esse

comportamento se enquadra a qualquer modelo climatoloacutegico proposto para o municiacutepio pois

as ocorrecircncias de trovoada acompanham os periacuteodos secos e chuvosos na sua intensificaccedilatildeo

ou escassez Como apresentado por Novais (2011 p 158) Uberlacircndia possui de 4 a 5 meses

secos (maio-agosto e eventualmente setembro) sendo seu periacuteodo chuvoso de outubro a

marccedilo com maior concentraccedilatildeo pluviomeacutetrica no veratildeo (dezembro a fevereiro) o que faz

uma relaccedilatildeo direta com o fenocircmeno das trovoadas

A figura 4 exibe estes dois periacuteodos semestrais entre os anos de 1998 e 2012 sendo

possiacutevel perceber notaacutevel aumento de horas de ocorrecircncia do fenocircmeno nos anos de 2011 e

2012 em ambos os periacuteodos

Figura 4 Distribuiccedilatildeo do total de trovoadas em horasano nos semestres de maior e de menor

ocorrecircncia

Linha avermelhada totais dos meses de janeiro a marccedilo e de outubro a dezembroano

Linha azulada totais dos meses de abril a setembroano

Fonte RIBEIRO 2013

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Em todos os anos como eacute tiacutepico da proacutepria climatologia da localidade o

comportamento das trovoadas iraacute compor graficamente com ligeiras alternacircncias uma

espeacutecie de paraacutebola pois haacute dois pontos equidistantes que correspondem aos extremos dos

anos os meses de janeiro-fevereiro e novembro-dezembro com seus valores maacuteximos de

trovoadas em horas A figura 5 exemplifica esta consideraccedilatildeo para o ano de 1998 que eacute o

primeiro da anaacutelise

Figura 5 Trovoadas em horas mensais no ano de 1998

Fonte RIBEIRO 2013

A quantidade de ocorrecircncias de trovoadas em horas mantem-se com estabilidade ao

longo dos anos de 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ou seja com

poucas variaccedilotildees entre os anos exibindo um comportamento semelhante entre eles A meacutedia

deste periacuteodo eacute do valor de 225h e 21min No ano de 2007 que possui o total de 133h e

47min de trovoadas haacute um decliacutenio na ocorrecircncia do fenocircmeno em 41 em relaccedilatildeo agrave meacutedia

dos anos de 1998 a 2006 que foram os anos que se comportaram semelhantemente O ano

seguinte 2008 os valores voltam a se comportar semelhante agrave meacutedia ocorrida de 1998 a

2006 com o total de 198h e 49min totais ao passo que nos anos seguintes os valores totais do

fenocircmeno em horas aumentaram expressivamente

A partir de 2009 os totais de horas de trovoadas passam a se elevar a cada ano

chegando ao total de 737h e 03min no ano de 2012 o uacuteltimo do periacuteodo de anaacutelise A meacutedia

dos anos de maior ocorrecircncia os anos de 2009 2010 2011 e 2012 (4 anos ao todo) estaacute em

torno de 532h e 34min contra 225h e 21min dos anos de 1998 a 2006 (9 anos ao todo) Isso

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mostra que nestes 4 anos (de 2009 a 2012) ocorreu mais que o dobro da quantidade de horas

de trovoadas dos 9 anos anteriores (de 1998 a 2006) ou pouco mais que 57 a mais no valor

de ocorrecircncias desses 4 anos sobre os 9 anos anteriores

O ano de 2007 eacute o recordista com a menor ocorrecircncia do fenocircmeno com o total de 133h

e 47min onde constam trecircs meses (maio junho e agosto) sem qualquer ocorrecircncia de

trovoadas sendo dezembro o seu mecircs com maior valor total em horas de ocorrecircncia com 28h

e 42min A figura 6 exibe os totais mensais para este ano

Figura 6 Trovoadas em horas mensais no ano de 2007

Fonte RIBEIRO 2013

Quanto ao ano de maior ocorrecircncia total de trovoadas em horas os dados apontam ser

2012 com o total de 737h e 03min Apenas o total do ano de 2012 eacute suficiente para superar a

os totais de 1998 1999 e 2000 juntos Este ano possui agosto como o uacutenico mecircs com a

ausecircncia do fenocircmeno e dezembro seu mecircs de maior ocorrecircncia com o acumulado de 129h e

58min A figura 7 exibe esta distribuiccedilatildeo anual para 2012

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Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

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Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

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Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

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Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

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Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

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Page 2: análise da variabilidade das trovoadas e exibição de índice ...

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method proposed by Monteiro (1976) besides the presentation of the keraunic index to the

same location

Keywords Cumulonimbus Thunderstorm Lightning Rhythmical analysis Keraunic index

Introduccedilatildeo

O Brasil estaacute entre os paiacuteses onde haacute uma das maiores ocorrecircncias de raios e relacircmpagos

no mundo devido a sua grande extensatildeo territorial e sua localizaccedilatildeo geograacutefica que se

encontra entre duas zonas climaacuteticas a zona tropical e a temperada Contudo estudos do

Grupo de Eletricidade Atmosfeacuterica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) apontam que o Brasil se encontra na posiccedilatildeo de recordista em descargas atmosfeacutericas

com a estimativa de que 50 a 70 milhotildees de incidecircncias ocorrem em meacutedia por ano em solo

brasileiro (PINTO JR 2005 p 05)

Entre os principais oacutergatildeos de pesquisa e acompanhamento deste fenocircmeno em nosso

paiacutes destacam-se o INPE FURNAS Centrais Eleacutetricas SA Companhia Energeacutetica de Minas

Gerais (CEMIG) e Sistema Meteoroloacutegico do Paranaacute (SIMEPAR) Ao longo da deacutecada de

2000 muitos avanccedilos ocorreram no sentido de se estudar as descargas atmosfeacutericas em nosso

territoacuterio e tambeacutem mapeaacute-las Estes esforccedilos resultaram na chamada rede BrasilDAT (Rede

Brasileira de Detecccedilatildeo de Descargas Atmosfeacutericas) operada pelo ELAT integrante do INPE

Aleacutem destes existem ainda diversos pesquisadores vinculados a Institutos e Universidades os

quais desenvolvem trabalhos e pesquisas diversas referentes agraves descargas atmosfeacutericas e

trovoadas em todo o Brasil

Em vista disso raios relacircmpagos e descargas atmosfeacutericas satildeo um dos temas mais

estudados nos meios cientiacutefico e acadecircmico em todo mundo Isso se deve ao seu alto grau de

complexidade e de afetaccedilatildeo agraves diversas atividades humanas e que muitas vezes acaba por

ceifar a vida de seres humanos e animais Acredita-se que centenas de animais de vaacuterias

espeacutecies morrem por ano afetados por raios Jaacute em relaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo de acordo com o

ELAT um total de 1321 pessoas morreram entre os anos de 2000 a 2009 no Brasil sendo

que a meacutedia de mortes por raios eacute de 11625 entre os anos de 2003 e 2010 (ELAT 2013) As

circunstacircncias satildeo as mais diversas poreacutem todas fatais

Este trabalho faraacute a caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo bem como de seu local de coleta

de dados em seguida explanaraacute sobre a formaccedilatildeo e evoluccedilatildeo das nuvens relacionadas ao

fenocircmeno e ainda suas caracteriacutesticas gerais Sua ocorrecircncia na aacuterea de estudo seraacute exibida

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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54 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

atraveacutes de graacuteficos seguida da a anaacutelise dos resultados Como dito por Monteiro (1976 p

25) ldquoo fator tempo (duraccedilatildeo) eacute essencial na definiccedilatildeo dos climasrdquo portanto dentre os vaacuterios

meacutetodos para anaacutelise climatoloacutegica optou-se neste trabalho pelo agrupamento em horas

mensais e anuais das ocorrecircncias das trovoadas e sua relaccedilatildeo percentual entre estes mesmos

anos de ocorrecircncia Juntamente com o fator citado este meacutetodo exibe tambeacutem a variabilidade

e o ritmo que satildeo aspectos diretamente relacionados ao fator tempo (MONTEIRO 1976 p

25) Dessa forma pode-se compreender claramente o comportamento das trovoadas na

localidade em questatildeo e sua intensificaccedilatildeo nos uacuteltimos anos

Este trabalho pretende contribuir a outros diversos estudos para esta regiatildeo os quais

vem sendo realizados por pesquisadores afins pois satildeo temas diretamente relacionados agraves

tempestades e trovoadas

A apresentaccedilatildeo destes dados atraveacutes do chamado iacutendice ceraacuteunico eacute um auxiliador para

a obtenccedilatildeo da densidade de ocorrecircncia de raios nuvem-solo de uma regiatildeo (DIAS

MESQUITA VISACRO 2009 p 2) o que significa a quantidade de raios que atingem o

solo por quilocircmetro quadrado por ano Este iacutendice eacute uacutetil tambeacutem para a confecccedilatildeo de caacutelculos

visando determinadas necessidades para os Sistemas de Proteccedilatildeo contra Descargas

Atmosfeacutericas (SPDA) de edificaccedilotildees em geral (NBR-5419ABNT apud STEacuteFANI 2011 p

18) Aleacutem disso a sistemaacutetica disposiccedilatildeo de iacutendices ceraacuteunicos de muitas localidades eacute o que

faz compor os mapas isoceraacuteunicos que satildeo as isolinhas destes iacutendices para aacutereas extensas

(OUTAtildeO BARROS 2009 p 3)

Materiais e meacutetodos

Foi feita uma consulta agrave literatura referente ao fenocircmeno aleacutem da manipulaccedilatildeo dos

dados das observaccedilotildees meteoroloacutegicas de SBUL de 1deg de janeiro de 1998 a 31 de dezembro

de 2012 totalizando 15 anos de observaccedilotildees meteoroloacutegicas Estes dados foram fornecidos

pela INFRAERO e constam no formato XLS assim foi utilizado nesta anaacutelise o software

Microsoft Excel 2010 Os dados satildeo originaacuterios dos antigos formulaacuterios IEPV 105-78

amplamente utilizados para fins de registros pela Meteorologia Aeronaacuteutica em todo paiacutes

Dessa forma estes dados foram tabulados de acordo com os meses e anos correspondentes

considerando-se a ocorrecircncia do fenocircmeno por horas totais Para isso foi feito o levantamento

em todas as observaccedilotildees horaacuterias onde constam o fenocircmeno e sua respectiva duraccedilatildeo total por

mecircs e ano

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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55 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo

O municiacutepio de Uberlacircndia pertence agrave Mesorregiatildeo do Triacircngulo MineiroAlto

Paranaiacuteba no Estado de Minas Gerais Regiatildeo Sudeste do Brasil Para suas coordenadas

geograacuteficas este trabalho teraacute como referecircncia o Centro Administrativo do municiacutepio

localizado a 18deg54rsquo41rsquorsquo de latitude sul e 48deg15rsquo21rsquorsquo de longitude oeste de Greenwich

(Prefeitura Municipal de Ubelacircndia 2011) A altitude miacutenima do municiacutepio eacute de 622m

localizada na Foz do Rio Uberabinha ao norte do municiacutepio (SILVA apud ALMG 2010) e a

altitude maacutexima eacute de 960m situada nas proximidades da Fazenda Floresta do Lobo no setor

sudeste do municiacutepio (BENEDETTI et al 2010) a altitude meacutedia do municiacutepio estaacute em torno

de 863m (Prefeitura Municipal de Ubelacircndia 2010) A porccedilatildeo urbana de Uberlacircndia

corresponde a uma aacuterea de 219 kmsup2 dentro do total de 4115 kmsup2 do municiacutepio

Percentualmente a aacuterea urbana possui 532 e a rural 947 do total citado Eacute um municiacutepio

composto por 604013 habitantes sendo que 587266 residem na porccedilatildeo urbana e 16747 na

porccedilatildeo rural do municiacutepio (IBGE 2010)

Climatologia de Uberlacircndia

Sobre a Climatologia do municiacutepio diversas classificaccedilotildees foram feitas desde meados

do seacuteculo passado para o Brasil e para a regiatildeo onde se encontra Uberlacircndia sendo que os

trabalhos mais utilizados dentro da comunidade cientiacutefica satildeo os de Koumlppen (1936)

Thorthwaite (1948) Strahler (1969) e Nimer (1979) Recentemente uma nova classificaccedilatildeo

climaacutetica proposta por Novais (2011) foi elaborada para a Mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do Entorno da Serra da Canastra sendo esta classificaccedilatildeo

considerada a mais pontual e adequada para o municiacutepio de Uberlacircndia

Dessa forma Uberlacircndia se situa dentro do ldquoClima Tropical Semi-uacutemidordquo (NOVAIS

2011 p 160) isto eacute quente o ano todo com 4 a 5 meses secos (maio-agosto setembro)

temperatura meacutedia anual de 224degC temperatura meacutedia do mecircs mais frio acima de 18degC entre

os anos de 1980 a 2009 a meacutedia das temperaturas maacuteximas ficou em 353degC e a meacutedia das

miacutenimas em 69degC A pluviosidade meacutedia anual do municiacutepio eacute de 1590 mm concentrados

em sua maior quantidade no veratildeo (dezembro-fevereiro) deacuteficit hiacutedrico anual entre 100 mm ndash

500 mm e seu excedente hiacutedrico anual entre 200 mm ndash 600 mm (NOVAIS 2011 p 158)

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As massas de ar e sistemas atmosfeacutericos atuantes em Uberlacircndia

Os sistemas atmosfeacutericos atuantes em Uberlacircndia satildeo (CAVALCANTI et al 2009

apud NOVAIS 2011 p 67-71)

Zona de Convergecircncia de Umidade (ZCOU) e Zona de Convergecircncia do Atlacircntico Sul

(ZCAS)

Jatos de Altos Niacuteveis (Jato Subtropical ndash JST)

Frentes Frias

Complexos Convectivos de Mesoescala (CCMs)

Jaacute sobre as massas de ar atuantes tem-se (MENDONCcedilA 2007 apud NOVAIS 2011

p 71-81)

Massa de Ar Tropical Atlacircntica (MTA)

Massa Tropical Continental (MTC)

Massa de Ar Equatorial Continental (MEC)

Massa Polar Atlacircntica (MPA)

Figura 1 Massas de ar que atuam no Estado de Minas Gerais

Fonte NOVAIS 2011

Caracteriacutesticas da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica e da coleta dos dados

O Aeroporto Ten Cel Av Ceacutesar Bombonato ou Aeroporto de Uberlacircndia se encontra

localizado na latitude de 18deg53rsquo sul e 48deg13rsquo longitude oeste de Greenwich tendo como

altitude 943m (SACPR 2013) Sua Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie bem como seu

ponto de observaccedilatildeo meteoroloacutegico encontra-se localizado junto ao preacutedio da torre de

controle

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O complexo aeroportuaacuterio uberlandense pertence agrave Empresa Brasileira de Infraestrutura

Aeroportuaacuteria (INFRAERO) empresa puacuteblica federal brasileira vinculada agrave Secretaria de

Aviaccedilatildeo Civil da Presidecircncia da Repuacuteblica (SACPR) Sua Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de

Superfiacutecie (EMS) eacute uma das 61 existentes em todo o sistema da INFRAERO pelo paiacutes

(INFRAERO 2014)

As EMS tecircm por finalidade efetuar observaccedilotildees meteoroloacutegicas agrave superfiacutecie para fins

aeronaacuteuticos sinoacuteticos e para o registro de dados com fins climatoloacutegicos As EMS da

INFRAERO estatildeo subordinadas a regulamentaccedilatildeo definida pelo Departamento de Controle do

Espaccedilo Aeacutereo (DECEA) do Comando da Aeronaacuteutica que por sua vez o faz com base no

mecanismo internacional da Organizaccedilatildeo Meteoroloacutegica Mundial (OMM) e da Organizaccedilatildeo

de Aviaccedilatildeo Civil Internacional (OACI)

As EMS satildeo classificadas em classes pelo DECEA assim elas podem ser EMS-1

EMS-2 ou EMS-3 Essa divisatildeo em classes se deve a quantidade de equipamentos que a

estaccedilatildeo possui a mais completa eacute a EMS-1 Na atualidade o Aeroporto de Uberlacircndia possui

uma EMS-1 (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 12)

Conforme preconiza a regulamentaccedilatildeo do DECEA a EMS-1 eacute operada por uma equipe

de meteorologistas de niacutevel teacutecnico tambeacutem chamados de observadores meteoroloacutegicos que

possuem como algumas de suas atribuiccedilotildees manter vigilacircncia meteoroloacutegica contiacutenua no

aeroacutedromo junto agrave EMS-1 em questatildeo realizar observaccedilotildees meteoroloacutegicas e sinoacuteticas agrave

superfiacutecie aleacutem de todos os registros correlatos agrave confecccedilatildeo dos coacutedigos de Meteorologia

Aeronaacuteutica tais como METAR SPECI e SYNOP (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-

2 2011 p 11)

Destaca-se que satildeo os observadores meteoroloacutegicos que identificam os tipos de nuvens

e sua quantidade na aboacutebada celeste assim como a ocorrecircncia de todo e qualquer fenocircmeno

(trovoada chuva chuvisco nevoeiro neacutevoa seca etc) tanto seu iniacutecio sua intensificaccedilatildeo ou

natildeo e seu teacutermino

Com relaccedilatildeo agraves trovoadas o Manual de Coacutedigos Meteoroloacutegicos do DECEA

(MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-10 2012 p 43) define este fenocircmeno como sendo

ldquoa sucessatildeo de descargas eleacutetricas e trovotildees acompanhada geralmente de precipitaccedilatildeordquo O

mesmo oacutergatildeo faz ainda as seguintes consideraccedilotildees (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-

10 2012 p 21)

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() uma trovoada deve ser considerada sobre a estaccedilatildeo a partir do momento

em que o primeiro trovatildeo eacute ouvido sejam relacircmpagos vistos ou natildeo haja

precipitaccedilatildeo na estaccedilatildeo ou natildeo A trovoada deve ser informada no tempo

presente caso o trovatildeo seja ouvido durante o periacuteodo normal de observaccedilatildeo

que precede a hora do informe (meteoroloacutegico) Considerar-se-aacute que a

trovoada tenha terminado quando se ouvir o uacuteltimo trovatildeo ficando

confirmada a sua fase de dissipaccedilatildeo no espaccedilo de 10 a 15 minutos seguintes

Pinto Jr confirma este meacutetodo de registro exposto acima sendo suas consideraccedilotildees as

seguintes ldquodias de tempestade satildeo definidos como aqueles em que um observador num dado

local registra a ocorrecircncia de trovoadardquo (PINTO JR 1996 p 27)

Dentro do sistema de codificaccedilatildeo dos fenocircmenos para a Meteorologia Aeronaacuteutica a

trovoada eacute considerada ocorrendo no aeroacutedromo quando eacute percebida do ponto de observaccedilatildeo

ateacute uma distacircncia de 8 quilocircmetros quando observada a distacircncias superiores normalmente

percebidas pelo seu efeito luminoso eacute considerada entatildeo como sua ocorrecircncia sendo ldquona

vizinhanccedilardquo (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 30) Na praacutetica a ocorrecircncia

de trovoada no aeroacutedromo eacute codificada no METAR (Meteorological Aerodrome Report ou

Informe Meteoroloacutegico Regular de Aeroacutedromo) como TS (do inglecircs ldquothunderstormrdquo) e a

ocorrecircncia na vizinhanccedila de VCTS (do inglecircs ldquovicinity thunderstormrdquo) Por oportuno todos

os registros de trovoada analisados neste trabalho se devem exclusivamente quanto a sua

ocorrecircncia no aeroacutedromo ou seja com o limite de raio de 8 quilocircmetros a partir do ponto de

observaccedilatildeo da EMS Em muitos momentos anteriores ou posteriores agrave ocorrecircncia de trovoada

no aeroacutedromo eacute registrada a ocorrecircncia de trovoada na vizinhanccedila portanto esse registro

possui tanto um caraacuteter de iminecircncia eou fortalecimento como de dissipaccedilatildeo da trovoada

(MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 30)

Vaacuterios fatores justificam cientificamente esta opccedilatildeo de limitaccedilatildeo pois ldquonormalmente

pode-se escutar o trovatildeo entre 5 a 10 quilocircmetros de distacircncia do local onde ocorreu o

relacircmpago Devido a diversas razotildees entre elas o vento a temperatura do ar e o relevo do

solo dificilmente se escuta o trovatildeo a distacircncias maiores que 20 quilocircmetrosrdquo (PINTO JR

1996 p 20)

A figura 2 localiza o municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba no estado de Minas Gerais

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Figura 2 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do estado de MG

Fonte NOVAIS 2011

A figura 3 exibe o ponto de observaccedilatildeo da EMS do Aeroporto de Uberlacircndia localizado

agrave nordeste do municiacutepio juntamente com seu raio de atuaccedilatildeo bem como os principais bairros

circundantes

Figura 3 Localizaccedilatildeo da EMS raio de abrangecircncia de observaccedilatildeo das trovoadas e bairros

circundantes ao Aeroporto de Uberlacircndia

Fonte NOVAIS 2012

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Formaccedilatildeo das Cumulonimbus e das trovoadas

Segundo Pinto Jr (2005 p 18) apesar de as trovoadas estarem associadas agraves nuvens de

tempestades estas classificadas de Cumulonimbus (CB) de acordo com o Atlas Internacional

de Nuvens este fenocircmeno pode tambeacutem ocorrer em outros tipos de nuvens como em

tempestades de neve tempestades de areia e em erupccedilotildees vulcacircnicas Contudo na localidade

de anaacutelise deste trabalho a ocorrecircncia do fenocircmeno de trovoadas se da nas Cumulonimbus

apenas

Os elementos essenciais que alimentam as condiccedilotildees para a formaccedilatildeo dos CBs satildeo a)

presenccedila de umidade na atmosfera e sua evaporaccedilatildeo agrave superfiacutecie terrestre tanto dos solos

quanto de todas as superfiacutecies aquaacuteticas o qual eacute um dos fatores que gera o movimento de

convecccedilatildeo b) instabilidade atmosfeacuterica ou seja como o ar quente e o ar frio possuem

densidades diferentes o ar quente ao adquirir umidade tende a ascender na medida em que eacute

resfriado na atmosfera ele tende a descer efetuando um processo contiacutenuo de troca c) e ainda

o levantamento seja ele orograacutefico frontal de brisa mariacutetima ou terrestre (COMANDO DA

AERONAacuteUTICA 2003 p 4)

A formaccedilatildeo de um CB normalmente ocorre em estaacutegios originando-se atraveacutes das

nuvens Cumulus estas que podem desenvolver-se ao ponto de se tornarem Cumulus

Congestus (tambeacutem conhecidas como Towering Cumulus ndash TCU) e ainda sim se

desenvolverem mais dando origem ao CB Estes estaacutegios satildeo conhecidos respectivamente

como (SONNEMAKER 1991 p 82) 1) estaacutegio de Cumulus 2) estaacutegio de maturidade 3)

Apoacutes estes dois estaacutegios tem-se o estaacutegio de dissipaccedilatildeo onde a precipitaccedilatildeo gradualmente se

cessa as correntes descendentes predominam poreacutem com menor intensidade os ventos de

rajada se enfraquecem e as turbulecircncias se tornam menos intensas Ocorrem ainda grandes

expansotildees laterais da nuvem e seu topo exibe o formato direcionado e alongado tomando a

forma de uma ldquobigornardquo (SONNEMAKER 1991 p 61)

Cumulus satildeo nuvens de estaacutegio baixo geralmente densas e de contorno e base bem

definidos desenvolvem-se em sentido vertical em forma de montiacuteculos domos ou torres satildeo

constituiacutedas majoritariamente por gotiacuteculas de aacutegua (PRETOR-PINEY 2008 p 22) Elas

ocorrem em alturas que variam de 300 a no maacuteximo 1500 metros poreacutem em raras ocasiotildees

satildeo observadas em torno de ateacute 1800 metros de altura no Aeroporto de Uberlacircndia

As Cumulus Congestus ou TCU satildeo as proacuteprias nuvens Cumulus poreacutem com maior

desenvolvimento vertical portanto possuem sua base em niacuteveis baixos No entanto devido

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61 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

sua capacidade de ascensatildeo na atmosfera satildeo consideradas como nuvens de grande

desenvolvimento vertical pois podem atingir os estaacutegios das nuvens meacutedias e altas satildeo

constituiacutedas por gotiacuteculas de aacutegua e podem conter tambeacutem partiacuteculas de gelo em sua porccedilatildeo

superior (VAREJAtildeO-SILVA 2006 p 376) A Meteorologia Aeronaacuteutica considera 750m a

altura miacutenima da base de um TCU

As nuvens Cumulus Congestus podem evoluir ainda mais dando origem agrave nuvem CB

ou se dissipar o que depende de diversas condiccedilotildees atmosfeacutericas reinantes num determinado

local eou dos sistemas atuantes Dessa forma a formaccedilatildeo de um CB sempre eacute precedida pelo

estaacutegio de Cumulus Congestus

As trovoadas podem ser definidas de acordo com sua origem dessa forma elas

possuem dois modos principais das quais se originam satildeo eles trovoadas de massas de ar e as

frontais tambeacutem conhecidas como dinacircmicas (SONNEMAKER 1991 p 83)

As chamadas trovoadas de massas de ar satildeo formadas no interior de uma mesma massa

de ar quente e uacutemida ou seja uma parcela da atmosfera que possua caracteriacutesticas

semelhantes de temperatura umidade e pressatildeo Normalmente ocorrem de forma isolada ou

esparsa Satildeo divididas em (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas convectivas satildeo originadas devido a processos convectivos onde

determinada massa de ar quente e uacutemida se eleva na atmosfera devido sua baixa

densidade e agraves condiccedilotildees de instabilidade da troposfera

Trovoadas orograacuteficas originadas por condiccedilotildees orograacuteficas onde uma parcela de ar

uacutemido e instaacutevel eacute forccedilada a ascender atraveacutes de um terreno montanhoso

Trovoadas advectivas ocorrem devido ao movimento horizontal de ar quente e uacutemido

sob uma determinada aacuterea de ar instaacutevel ou advecccedilatildeo de ar frio sobre aacutereas onde se

encontram ar quente eacute a menos comum das trecircs

As trovoadas derivadas de sistemas frontais podem ocorrer em qualquer eacutepoca do ano

e a qualquer hora do dia satildeo geralmente intensas de maior duraccedilatildeo e extensas

horizontalmente Satildeo elas (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas frontais ocorrem associadas a sistemas frontais frios quentes e oclusos

Trovoadas de linha de instabilidade ocorrem na dianteira das frentes ou seja nas

linhas e aacutereas preacute-frontais

Satildeo estas origens e definiccedilotildees que iratildeo definir a forma de como os CBs iratildeo se

apresentar no tempo e espaccedilo podendo ocorrer das seguintes formas (DECEA 200- p 2)

isolados quando numa determinada aacuterea haacute ocorrecircncia isolada da nuvem

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multiceacutelulas quando numa determinada aacuterea haacute a presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CB

poreacutem natildeo apresentam uma disposiccedilatildeo organizada

em linhas de instabilidade eacute formado pela presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CBs

alinhados comum quando ocorrem os sistemas frontais precedendo-os

superceacutelulas quando ocorrem formaccedilotildees conjuntas em aacutereas muito extensas satildeo

capazes de se manterem sozinhas em atividade por diversas horas

Este trabalho natildeo pretende adentrar nas caracteriacutesticas eleacutetricas da estrutura dos CBs

poreacutem informaccedilotildees aprofundadas neste campo podem ser encontradas nas obras do

pesquisador Dr Osmar Pinto Jr os quais satildeo grandes referecircncias

Informaccedilotildees baacutesicas sobre as trovoadas

As condiccedilotildees de tempo ocasionadas pelas trovoadas satildeo severas tanto ao longo da

camada da troposfera quanto em superfiacutecie podendo ocorrer em maior ou menor grau de

severidade os seguintes elementos (SONNEMAKER 1991 p 84) turbulecircncia chuvas

torrenciais granizo gelo saraiva rajadas de vento raios relacircmpagos tornados e trombas

drsquoaacutegua

Para a aviaccedilatildeo a presenccedila das trovoadas eacute um limitador do espaccedilo aeacutereo sendo que o

voo dentro de uma nuvem CB eacute considerado de extremo risco devido possuir fortes correntes

de ventos ascendentes e descendentes com gelo granizo aleacutem da ocorrecircncia de relacircmpagos

(DECEA 200- p 1) As operaccedilotildees aeacutereas de pousos e decolagens satildeo afetadas tambeacutem pelas

cortantes de vento geradas por estas nuvens agrave superfiacutecie ou proacuteximas a ela pois em seu

entorno ocorrem fortes correntes de ventos ascendentes e descendentes gerando grandes

riscos a estas operaccedilotildees (DECEA 200- p 1)

Discussatildeo e anaacutelise dos resultados

Optou-se neste trabalho por exibir os totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e

minutos devido os dados obtidos serem muito pontuais ao contraacuterio do tradicional iacutendice

ceraacuteunico que leva em consideraccedilatildeo apenas a quantidade de dias No entanto ao final da

anaacutelise os dados foram tambeacutem dispostos neste mesmo iacutendice

A distribuiccedilatildeo das trovoadas ao longo de qualquer um dos anos desta pesquisa mostra

que eacute possiacutevel dividi-los em duas temporadas Uma primeira temporada que vai de janeiro a

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marccedilo e de outubro a dezembro de um mesmo ano onde se encontram altos iacutendices de

trovoadas o que corresponde aproximadamente agraves estaccedilotildees de veratildeo e primavera

respectivamente E uma segunda temporada que vai de abril a setembro com iacutendices

menores correspondente agraves estaccedilotildees de outono e inverno aproximadamente Esse

comportamento se enquadra a qualquer modelo climatoloacutegico proposto para o municiacutepio pois

as ocorrecircncias de trovoada acompanham os periacuteodos secos e chuvosos na sua intensificaccedilatildeo

ou escassez Como apresentado por Novais (2011 p 158) Uberlacircndia possui de 4 a 5 meses

secos (maio-agosto e eventualmente setembro) sendo seu periacuteodo chuvoso de outubro a

marccedilo com maior concentraccedilatildeo pluviomeacutetrica no veratildeo (dezembro a fevereiro) o que faz

uma relaccedilatildeo direta com o fenocircmeno das trovoadas

A figura 4 exibe estes dois periacuteodos semestrais entre os anos de 1998 e 2012 sendo

possiacutevel perceber notaacutevel aumento de horas de ocorrecircncia do fenocircmeno nos anos de 2011 e

2012 em ambos os periacuteodos

Figura 4 Distribuiccedilatildeo do total de trovoadas em horasano nos semestres de maior e de menor

ocorrecircncia

Linha avermelhada totais dos meses de janeiro a marccedilo e de outubro a dezembroano

Linha azulada totais dos meses de abril a setembroano

Fonte RIBEIRO 2013

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64 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Em todos os anos como eacute tiacutepico da proacutepria climatologia da localidade o

comportamento das trovoadas iraacute compor graficamente com ligeiras alternacircncias uma

espeacutecie de paraacutebola pois haacute dois pontos equidistantes que correspondem aos extremos dos

anos os meses de janeiro-fevereiro e novembro-dezembro com seus valores maacuteximos de

trovoadas em horas A figura 5 exemplifica esta consideraccedilatildeo para o ano de 1998 que eacute o

primeiro da anaacutelise

Figura 5 Trovoadas em horas mensais no ano de 1998

Fonte RIBEIRO 2013

A quantidade de ocorrecircncias de trovoadas em horas mantem-se com estabilidade ao

longo dos anos de 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ou seja com

poucas variaccedilotildees entre os anos exibindo um comportamento semelhante entre eles A meacutedia

deste periacuteodo eacute do valor de 225h e 21min No ano de 2007 que possui o total de 133h e

47min de trovoadas haacute um decliacutenio na ocorrecircncia do fenocircmeno em 41 em relaccedilatildeo agrave meacutedia

dos anos de 1998 a 2006 que foram os anos que se comportaram semelhantemente O ano

seguinte 2008 os valores voltam a se comportar semelhante agrave meacutedia ocorrida de 1998 a

2006 com o total de 198h e 49min totais ao passo que nos anos seguintes os valores totais do

fenocircmeno em horas aumentaram expressivamente

A partir de 2009 os totais de horas de trovoadas passam a se elevar a cada ano

chegando ao total de 737h e 03min no ano de 2012 o uacuteltimo do periacuteodo de anaacutelise A meacutedia

dos anos de maior ocorrecircncia os anos de 2009 2010 2011 e 2012 (4 anos ao todo) estaacute em

torno de 532h e 34min contra 225h e 21min dos anos de 1998 a 2006 (9 anos ao todo) Isso

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mostra que nestes 4 anos (de 2009 a 2012) ocorreu mais que o dobro da quantidade de horas

de trovoadas dos 9 anos anteriores (de 1998 a 2006) ou pouco mais que 57 a mais no valor

de ocorrecircncias desses 4 anos sobre os 9 anos anteriores

O ano de 2007 eacute o recordista com a menor ocorrecircncia do fenocircmeno com o total de 133h

e 47min onde constam trecircs meses (maio junho e agosto) sem qualquer ocorrecircncia de

trovoadas sendo dezembro o seu mecircs com maior valor total em horas de ocorrecircncia com 28h

e 42min A figura 6 exibe os totais mensais para este ano

Figura 6 Trovoadas em horas mensais no ano de 2007

Fonte RIBEIRO 2013

Quanto ao ano de maior ocorrecircncia total de trovoadas em horas os dados apontam ser

2012 com o total de 737h e 03min Apenas o total do ano de 2012 eacute suficiente para superar a

os totais de 1998 1999 e 2000 juntos Este ano possui agosto como o uacutenico mecircs com a

ausecircncia do fenocircmeno e dezembro seu mecircs de maior ocorrecircncia com o acumulado de 129h e

58min A figura 7 exibe esta distribuiccedilatildeo anual para 2012

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Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

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Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

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Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

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Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

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Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

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71 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

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Page 3: análise da variabilidade das trovoadas e exibição de índice ...

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atraveacutes de graacuteficos seguida da a anaacutelise dos resultados Como dito por Monteiro (1976 p

25) ldquoo fator tempo (duraccedilatildeo) eacute essencial na definiccedilatildeo dos climasrdquo portanto dentre os vaacuterios

meacutetodos para anaacutelise climatoloacutegica optou-se neste trabalho pelo agrupamento em horas

mensais e anuais das ocorrecircncias das trovoadas e sua relaccedilatildeo percentual entre estes mesmos

anos de ocorrecircncia Juntamente com o fator citado este meacutetodo exibe tambeacutem a variabilidade

e o ritmo que satildeo aspectos diretamente relacionados ao fator tempo (MONTEIRO 1976 p

25) Dessa forma pode-se compreender claramente o comportamento das trovoadas na

localidade em questatildeo e sua intensificaccedilatildeo nos uacuteltimos anos

Este trabalho pretende contribuir a outros diversos estudos para esta regiatildeo os quais

vem sendo realizados por pesquisadores afins pois satildeo temas diretamente relacionados agraves

tempestades e trovoadas

A apresentaccedilatildeo destes dados atraveacutes do chamado iacutendice ceraacuteunico eacute um auxiliador para

a obtenccedilatildeo da densidade de ocorrecircncia de raios nuvem-solo de uma regiatildeo (DIAS

MESQUITA VISACRO 2009 p 2) o que significa a quantidade de raios que atingem o

solo por quilocircmetro quadrado por ano Este iacutendice eacute uacutetil tambeacutem para a confecccedilatildeo de caacutelculos

visando determinadas necessidades para os Sistemas de Proteccedilatildeo contra Descargas

Atmosfeacutericas (SPDA) de edificaccedilotildees em geral (NBR-5419ABNT apud STEacuteFANI 2011 p

18) Aleacutem disso a sistemaacutetica disposiccedilatildeo de iacutendices ceraacuteunicos de muitas localidades eacute o que

faz compor os mapas isoceraacuteunicos que satildeo as isolinhas destes iacutendices para aacutereas extensas

(OUTAtildeO BARROS 2009 p 3)

Materiais e meacutetodos

Foi feita uma consulta agrave literatura referente ao fenocircmeno aleacutem da manipulaccedilatildeo dos

dados das observaccedilotildees meteoroloacutegicas de SBUL de 1deg de janeiro de 1998 a 31 de dezembro

de 2012 totalizando 15 anos de observaccedilotildees meteoroloacutegicas Estes dados foram fornecidos

pela INFRAERO e constam no formato XLS assim foi utilizado nesta anaacutelise o software

Microsoft Excel 2010 Os dados satildeo originaacuterios dos antigos formulaacuterios IEPV 105-78

amplamente utilizados para fins de registros pela Meteorologia Aeronaacuteutica em todo paiacutes

Dessa forma estes dados foram tabulados de acordo com os meses e anos correspondentes

considerando-se a ocorrecircncia do fenocircmeno por horas totais Para isso foi feito o levantamento

em todas as observaccedilotildees horaacuterias onde constam o fenocircmeno e sua respectiva duraccedilatildeo total por

mecircs e ano

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Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo

O municiacutepio de Uberlacircndia pertence agrave Mesorregiatildeo do Triacircngulo MineiroAlto

Paranaiacuteba no Estado de Minas Gerais Regiatildeo Sudeste do Brasil Para suas coordenadas

geograacuteficas este trabalho teraacute como referecircncia o Centro Administrativo do municiacutepio

localizado a 18deg54rsquo41rsquorsquo de latitude sul e 48deg15rsquo21rsquorsquo de longitude oeste de Greenwich

(Prefeitura Municipal de Ubelacircndia 2011) A altitude miacutenima do municiacutepio eacute de 622m

localizada na Foz do Rio Uberabinha ao norte do municiacutepio (SILVA apud ALMG 2010) e a

altitude maacutexima eacute de 960m situada nas proximidades da Fazenda Floresta do Lobo no setor

sudeste do municiacutepio (BENEDETTI et al 2010) a altitude meacutedia do municiacutepio estaacute em torno

de 863m (Prefeitura Municipal de Ubelacircndia 2010) A porccedilatildeo urbana de Uberlacircndia

corresponde a uma aacuterea de 219 kmsup2 dentro do total de 4115 kmsup2 do municiacutepio

Percentualmente a aacuterea urbana possui 532 e a rural 947 do total citado Eacute um municiacutepio

composto por 604013 habitantes sendo que 587266 residem na porccedilatildeo urbana e 16747 na

porccedilatildeo rural do municiacutepio (IBGE 2010)

Climatologia de Uberlacircndia

Sobre a Climatologia do municiacutepio diversas classificaccedilotildees foram feitas desde meados

do seacuteculo passado para o Brasil e para a regiatildeo onde se encontra Uberlacircndia sendo que os

trabalhos mais utilizados dentro da comunidade cientiacutefica satildeo os de Koumlppen (1936)

Thorthwaite (1948) Strahler (1969) e Nimer (1979) Recentemente uma nova classificaccedilatildeo

climaacutetica proposta por Novais (2011) foi elaborada para a Mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do Entorno da Serra da Canastra sendo esta classificaccedilatildeo

considerada a mais pontual e adequada para o municiacutepio de Uberlacircndia

Dessa forma Uberlacircndia se situa dentro do ldquoClima Tropical Semi-uacutemidordquo (NOVAIS

2011 p 160) isto eacute quente o ano todo com 4 a 5 meses secos (maio-agosto setembro)

temperatura meacutedia anual de 224degC temperatura meacutedia do mecircs mais frio acima de 18degC entre

os anos de 1980 a 2009 a meacutedia das temperaturas maacuteximas ficou em 353degC e a meacutedia das

miacutenimas em 69degC A pluviosidade meacutedia anual do municiacutepio eacute de 1590 mm concentrados

em sua maior quantidade no veratildeo (dezembro-fevereiro) deacuteficit hiacutedrico anual entre 100 mm ndash

500 mm e seu excedente hiacutedrico anual entre 200 mm ndash 600 mm (NOVAIS 2011 p 158)

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56 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

As massas de ar e sistemas atmosfeacutericos atuantes em Uberlacircndia

Os sistemas atmosfeacutericos atuantes em Uberlacircndia satildeo (CAVALCANTI et al 2009

apud NOVAIS 2011 p 67-71)

Zona de Convergecircncia de Umidade (ZCOU) e Zona de Convergecircncia do Atlacircntico Sul

(ZCAS)

Jatos de Altos Niacuteveis (Jato Subtropical ndash JST)

Frentes Frias

Complexos Convectivos de Mesoescala (CCMs)

Jaacute sobre as massas de ar atuantes tem-se (MENDONCcedilA 2007 apud NOVAIS 2011

p 71-81)

Massa de Ar Tropical Atlacircntica (MTA)

Massa Tropical Continental (MTC)

Massa de Ar Equatorial Continental (MEC)

Massa Polar Atlacircntica (MPA)

Figura 1 Massas de ar que atuam no Estado de Minas Gerais

Fonte NOVAIS 2011

Caracteriacutesticas da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica e da coleta dos dados

O Aeroporto Ten Cel Av Ceacutesar Bombonato ou Aeroporto de Uberlacircndia se encontra

localizado na latitude de 18deg53rsquo sul e 48deg13rsquo longitude oeste de Greenwich tendo como

altitude 943m (SACPR 2013) Sua Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie bem como seu

ponto de observaccedilatildeo meteoroloacutegico encontra-se localizado junto ao preacutedio da torre de

controle

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57 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

O complexo aeroportuaacuterio uberlandense pertence agrave Empresa Brasileira de Infraestrutura

Aeroportuaacuteria (INFRAERO) empresa puacuteblica federal brasileira vinculada agrave Secretaria de

Aviaccedilatildeo Civil da Presidecircncia da Repuacuteblica (SACPR) Sua Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de

Superfiacutecie (EMS) eacute uma das 61 existentes em todo o sistema da INFRAERO pelo paiacutes

(INFRAERO 2014)

As EMS tecircm por finalidade efetuar observaccedilotildees meteoroloacutegicas agrave superfiacutecie para fins

aeronaacuteuticos sinoacuteticos e para o registro de dados com fins climatoloacutegicos As EMS da

INFRAERO estatildeo subordinadas a regulamentaccedilatildeo definida pelo Departamento de Controle do

Espaccedilo Aeacutereo (DECEA) do Comando da Aeronaacuteutica que por sua vez o faz com base no

mecanismo internacional da Organizaccedilatildeo Meteoroloacutegica Mundial (OMM) e da Organizaccedilatildeo

de Aviaccedilatildeo Civil Internacional (OACI)

As EMS satildeo classificadas em classes pelo DECEA assim elas podem ser EMS-1

EMS-2 ou EMS-3 Essa divisatildeo em classes se deve a quantidade de equipamentos que a

estaccedilatildeo possui a mais completa eacute a EMS-1 Na atualidade o Aeroporto de Uberlacircndia possui

uma EMS-1 (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 12)

Conforme preconiza a regulamentaccedilatildeo do DECEA a EMS-1 eacute operada por uma equipe

de meteorologistas de niacutevel teacutecnico tambeacutem chamados de observadores meteoroloacutegicos que

possuem como algumas de suas atribuiccedilotildees manter vigilacircncia meteoroloacutegica contiacutenua no

aeroacutedromo junto agrave EMS-1 em questatildeo realizar observaccedilotildees meteoroloacutegicas e sinoacuteticas agrave

superfiacutecie aleacutem de todos os registros correlatos agrave confecccedilatildeo dos coacutedigos de Meteorologia

Aeronaacuteutica tais como METAR SPECI e SYNOP (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-

2 2011 p 11)

Destaca-se que satildeo os observadores meteoroloacutegicos que identificam os tipos de nuvens

e sua quantidade na aboacutebada celeste assim como a ocorrecircncia de todo e qualquer fenocircmeno

(trovoada chuva chuvisco nevoeiro neacutevoa seca etc) tanto seu iniacutecio sua intensificaccedilatildeo ou

natildeo e seu teacutermino

Com relaccedilatildeo agraves trovoadas o Manual de Coacutedigos Meteoroloacutegicos do DECEA

(MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-10 2012 p 43) define este fenocircmeno como sendo

ldquoa sucessatildeo de descargas eleacutetricas e trovotildees acompanhada geralmente de precipitaccedilatildeordquo O

mesmo oacutergatildeo faz ainda as seguintes consideraccedilotildees (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-

10 2012 p 21)

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58 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

() uma trovoada deve ser considerada sobre a estaccedilatildeo a partir do momento

em que o primeiro trovatildeo eacute ouvido sejam relacircmpagos vistos ou natildeo haja

precipitaccedilatildeo na estaccedilatildeo ou natildeo A trovoada deve ser informada no tempo

presente caso o trovatildeo seja ouvido durante o periacuteodo normal de observaccedilatildeo

que precede a hora do informe (meteoroloacutegico) Considerar-se-aacute que a

trovoada tenha terminado quando se ouvir o uacuteltimo trovatildeo ficando

confirmada a sua fase de dissipaccedilatildeo no espaccedilo de 10 a 15 minutos seguintes

Pinto Jr confirma este meacutetodo de registro exposto acima sendo suas consideraccedilotildees as

seguintes ldquodias de tempestade satildeo definidos como aqueles em que um observador num dado

local registra a ocorrecircncia de trovoadardquo (PINTO JR 1996 p 27)

Dentro do sistema de codificaccedilatildeo dos fenocircmenos para a Meteorologia Aeronaacuteutica a

trovoada eacute considerada ocorrendo no aeroacutedromo quando eacute percebida do ponto de observaccedilatildeo

ateacute uma distacircncia de 8 quilocircmetros quando observada a distacircncias superiores normalmente

percebidas pelo seu efeito luminoso eacute considerada entatildeo como sua ocorrecircncia sendo ldquona

vizinhanccedilardquo (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 30) Na praacutetica a ocorrecircncia

de trovoada no aeroacutedromo eacute codificada no METAR (Meteorological Aerodrome Report ou

Informe Meteoroloacutegico Regular de Aeroacutedromo) como TS (do inglecircs ldquothunderstormrdquo) e a

ocorrecircncia na vizinhanccedila de VCTS (do inglecircs ldquovicinity thunderstormrdquo) Por oportuno todos

os registros de trovoada analisados neste trabalho se devem exclusivamente quanto a sua

ocorrecircncia no aeroacutedromo ou seja com o limite de raio de 8 quilocircmetros a partir do ponto de

observaccedilatildeo da EMS Em muitos momentos anteriores ou posteriores agrave ocorrecircncia de trovoada

no aeroacutedromo eacute registrada a ocorrecircncia de trovoada na vizinhanccedila portanto esse registro

possui tanto um caraacuteter de iminecircncia eou fortalecimento como de dissipaccedilatildeo da trovoada

(MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 30)

Vaacuterios fatores justificam cientificamente esta opccedilatildeo de limitaccedilatildeo pois ldquonormalmente

pode-se escutar o trovatildeo entre 5 a 10 quilocircmetros de distacircncia do local onde ocorreu o

relacircmpago Devido a diversas razotildees entre elas o vento a temperatura do ar e o relevo do

solo dificilmente se escuta o trovatildeo a distacircncias maiores que 20 quilocircmetrosrdquo (PINTO JR

1996 p 20)

A figura 2 localiza o municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba no estado de Minas Gerais

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Figura 2 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do estado de MG

Fonte NOVAIS 2011

A figura 3 exibe o ponto de observaccedilatildeo da EMS do Aeroporto de Uberlacircndia localizado

agrave nordeste do municiacutepio juntamente com seu raio de atuaccedilatildeo bem como os principais bairros

circundantes

Figura 3 Localizaccedilatildeo da EMS raio de abrangecircncia de observaccedilatildeo das trovoadas e bairros

circundantes ao Aeroporto de Uberlacircndia

Fonte NOVAIS 2012

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60 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Formaccedilatildeo das Cumulonimbus e das trovoadas

Segundo Pinto Jr (2005 p 18) apesar de as trovoadas estarem associadas agraves nuvens de

tempestades estas classificadas de Cumulonimbus (CB) de acordo com o Atlas Internacional

de Nuvens este fenocircmeno pode tambeacutem ocorrer em outros tipos de nuvens como em

tempestades de neve tempestades de areia e em erupccedilotildees vulcacircnicas Contudo na localidade

de anaacutelise deste trabalho a ocorrecircncia do fenocircmeno de trovoadas se da nas Cumulonimbus

apenas

Os elementos essenciais que alimentam as condiccedilotildees para a formaccedilatildeo dos CBs satildeo a)

presenccedila de umidade na atmosfera e sua evaporaccedilatildeo agrave superfiacutecie terrestre tanto dos solos

quanto de todas as superfiacutecies aquaacuteticas o qual eacute um dos fatores que gera o movimento de

convecccedilatildeo b) instabilidade atmosfeacuterica ou seja como o ar quente e o ar frio possuem

densidades diferentes o ar quente ao adquirir umidade tende a ascender na medida em que eacute

resfriado na atmosfera ele tende a descer efetuando um processo contiacutenuo de troca c) e ainda

o levantamento seja ele orograacutefico frontal de brisa mariacutetima ou terrestre (COMANDO DA

AERONAacuteUTICA 2003 p 4)

A formaccedilatildeo de um CB normalmente ocorre em estaacutegios originando-se atraveacutes das

nuvens Cumulus estas que podem desenvolver-se ao ponto de se tornarem Cumulus

Congestus (tambeacutem conhecidas como Towering Cumulus ndash TCU) e ainda sim se

desenvolverem mais dando origem ao CB Estes estaacutegios satildeo conhecidos respectivamente

como (SONNEMAKER 1991 p 82) 1) estaacutegio de Cumulus 2) estaacutegio de maturidade 3)

Apoacutes estes dois estaacutegios tem-se o estaacutegio de dissipaccedilatildeo onde a precipitaccedilatildeo gradualmente se

cessa as correntes descendentes predominam poreacutem com menor intensidade os ventos de

rajada se enfraquecem e as turbulecircncias se tornam menos intensas Ocorrem ainda grandes

expansotildees laterais da nuvem e seu topo exibe o formato direcionado e alongado tomando a

forma de uma ldquobigornardquo (SONNEMAKER 1991 p 61)

Cumulus satildeo nuvens de estaacutegio baixo geralmente densas e de contorno e base bem

definidos desenvolvem-se em sentido vertical em forma de montiacuteculos domos ou torres satildeo

constituiacutedas majoritariamente por gotiacuteculas de aacutegua (PRETOR-PINEY 2008 p 22) Elas

ocorrem em alturas que variam de 300 a no maacuteximo 1500 metros poreacutem em raras ocasiotildees

satildeo observadas em torno de ateacute 1800 metros de altura no Aeroporto de Uberlacircndia

As Cumulus Congestus ou TCU satildeo as proacuteprias nuvens Cumulus poreacutem com maior

desenvolvimento vertical portanto possuem sua base em niacuteveis baixos No entanto devido

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sua capacidade de ascensatildeo na atmosfera satildeo consideradas como nuvens de grande

desenvolvimento vertical pois podem atingir os estaacutegios das nuvens meacutedias e altas satildeo

constituiacutedas por gotiacuteculas de aacutegua e podem conter tambeacutem partiacuteculas de gelo em sua porccedilatildeo

superior (VAREJAtildeO-SILVA 2006 p 376) A Meteorologia Aeronaacuteutica considera 750m a

altura miacutenima da base de um TCU

As nuvens Cumulus Congestus podem evoluir ainda mais dando origem agrave nuvem CB

ou se dissipar o que depende de diversas condiccedilotildees atmosfeacutericas reinantes num determinado

local eou dos sistemas atuantes Dessa forma a formaccedilatildeo de um CB sempre eacute precedida pelo

estaacutegio de Cumulus Congestus

As trovoadas podem ser definidas de acordo com sua origem dessa forma elas

possuem dois modos principais das quais se originam satildeo eles trovoadas de massas de ar e as

frontais tambeacutem conhecidas como dinacircmicas (SONNEMAKER 1991 p 83)

As chamadas trovoadas de massas de ar satildeo formadas no interior de uma mesma massa

de ar quente e uacutemida ou seja uma parcela da atmosfera que possua caracteriacutesticas

semelhantes de temperatura umidade e pressatildeo Normalmente ocorrem de forma isolada ou

esparsa Satildeo divididas em (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas convectivas satildeo originadas devido a processos convectivos onde

determinada massa de ar quente e uacutemida se eleva na atmosfera devido sua baixa

densidade e agraves condiccedilotildees de instabilidade da troposfera

Trovoadas orograacuteficas originadas por condiccedilotildees orograacuteficas onde uma parcela de ar

uacutemido e instaacutevel eacute forccedilada a ascender atraveacutes de um terreno montanhoso

Trovoadas advectivas ocorrem devido ao movimento horizontal de ar quente e uacutemido

sob uma determinada aacuterea de ar instaacutevel ou advecccedilatildeo de ar frio sobre aacutereas onde se

encontram ar quente eacute a menos comum das trecircs

As trovoadas derivadas de sistemas frontais podem ocorrer em qualquer eacutepoca do ano

e a qualquer hora do dia satildeo geralmente intensas de maior duraccedilatildeo e extensas

horizontalmente Satildeo elas (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas frontais ocorrem associadas a sistemas frontais frios quentes e oclusos

Trovoadas de linha de instabilidade ocorrem na dianteira das frentes ou seja nas

linhas e aacutereas preacute-frontais

Satildeo estas origens e definiccedilotildees que iratildeo definir a forma de como os CBs iratildeo se

apresentar no tempo e espaccedilo podendo ocorrer das seguintes formas (DECEA 200- p 2)

isolados quando numa determinada aacuterea haacute ocorrecircncia isolada da nuvem

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multiceacutelulas quando numa determinada aacuterea haacute a presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CB

poreacutem natildeo apresentam uma disposiccedilatildeo organizada

em linhas de instabilidade eacute formado pela presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CBs

alinhados comum quando ocorrem os sistemas frontais precedendo-os

superceacutelulas quando ocorrem formaccedilotildees conjuntas em aacutereas muito extensas satildeo

capazes de se manterem sozinhas em atividade por diversas horas

Este trabalho natildeo pretende adentrar nas caracteriacutesticas eleacutetricas da estrutura dos CBs

poreacutem informaccedilotildees aprofundadas neste campo podem ser encontradas nas obras do

pesquisador Dr Osmar Pinto Jr os quais satildeo grandes referecircncias

Informaccedilotildees baacutesicas sobre as trovoadas

As condiccedilotildees de tempo ocasionadas pelas trovoadas satildeo severas tanto ao longo da

camada da troposfera quanto em superfiacutecie podendo ocorrer em maior ou menor grau de

severidade os seguintes elementos (SONNEMAKER 1991 p 84) turbulecircncia chuvas

torrenciais granizo gelo saraiva rajadas de vento raios relacircmpagos tornados e trombas

drsquoaacutegua

Para a aviaccedilatildeo a presenccedila das trovoadas eacute um limitador do espaccedilo aeacutereo sendo que o

voo dentro de uma nuvem CB eacute considerado de extremo risco devido possuir fortes correntes

de ventos ascendentes e descendentes com gelo granizo aleacutem da ocorrecircncia de relacircmpagos

(DECEA 200- p 1) As operaccedilotildees aeacutereas de pousos e decolagens satildeo afetadas tambeacutem pelas

cortantes de vento geradas por estas nuvens agrave superfiacutecie ou proacuteximas a ela pois em seu

entorno ocorrem fortes correntes de ventos ascendentes e descendentes gerando grandes

riscos a estas operaccedilotildees (DECEA 200- p 1)

Discussatildeo e anaacutelise dos resultados

Optou-se neste trabalho por exibir os totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e

minutos devido os dados obtidos serem muito pontuais ao contraacuterio do tradicional iacutendice

ceraacuteunico que leva em consideraccedilatildeo apenas a quantidade de dias No entanto ao final da

anaacutelise os dados foram tambeacutem dispostos neste mesmo iacutendice

A distribuiccedilatildeo das trovoadas ao longo de qualquer um dos anos desta pesquisa mostra

que eacute possiacutevel dividi-los em duas temporadas Uma primeira temporada que vai de janeiro a

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marccedilo e de outubro a dezembro de um mesmo ano onde se encontram altos iacutendices de

trovoadas o que corresponde aproximadamente agraves estaccedilotildees de veratildeo e primavera

respectivamente E uma segunda temporada que vai de abril a setembro com iacutendices

menores correspondente agraves estaccedilotildees de outono e inverno aproximadamente Esse

comportamento se enquadra a qualquer modelo climatoloacutegico proposto para o municiacutepio pois

as ocorrecircncias de trovoada acompanham os periacuteodos secos e chuvosos na sua intensificaccedilatildeo

ou escassez Como apresentado por Novais (2011 p 158) Uberlacircndia possui de 4 a 5 meses

secos (maio-agosto e eventualmente setembro) sendo seu periacuteodo chuvoso de outubro a

marccedilo com maior concentraccedilatildeo pluviomeacutetrica no veratildeo (dezembro a fevereiro) o que faz

uma relaccedilatildeo direta com o fenocircmeno das trovoadas

A figura 4 exibe estes dois periacuteodos semestrais entre os anos de 1998 e 2012 sendo

possiacutevel perceber notaacutevel aumento de horas de ocorrecircncia do fenocircmeno nos anos de 2011 e

2012 em ambos os periacuteodos

Figura 4 Distribuiccedilatildeo do total de trovoadas em horasano nos semestres de maior e de menor

ocorrecircncia

Linha avermelhada totais dos meses de janeiro a marccedilo e de outubro a dezembroano

Linha azulada totais dos meses de abril a setembroano

Fonte RIBEIRO 2013

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Em todos os anos como eacute tiacutepico da proacutepria climatologia da localidade o

comportamento das trovoadas iraacute compor graficamente com ligeiras alternacircncias uma

espeacutecie de paraacutebola pois haacute dois pontos equidistantes que correspondem aos extremos dos

anos os meses de janeiro-fevereiro e novembro-dezembro com seus valores maacuteximos de

trovoadas em horas A figura 5 exemplifica esta consideraccedilatildeo para o ano de 1998 que eacute o

primeiro da anaacutelise

Figura 5 Trovoadas em horas mensais no ano de 1998

Fonte RIBEIRO 2013

A quantidade de ocorrecircncias de trovoadas em horas mantem-se com estabilidade ao

longo dos anos de 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ou seja com

poucas variaccedilotildees entre os anos exibindo um comportamento semelhante entre eles A meacutedia

deste periacuteodo eacute do valor de 225h e 21min No ano de 2007 que possui o total de 133h e

47min de trovoadas haacute um decliacutenio na ocorrecircncia do fenocircmeno em 41 em relaccedilatildeo agrave meacutedia

dos anos de 1998 a 2006 que foram os anos que se comportaram semelhantemente O ano

seguinte 2008 os valores voltam a se comportar semelhante agrave meacutedia ocorrida de 1998 a

2006 com o total de 198h e 49min totais ao passo que nos anos seguintes os valores totais do

fenocircmeno em horas aumentaram expressivamente

A partir de 2009 os totais de horas de trovoadas passam a se elevar a cada ano

chegando ao total de 737h e 03min no ano de 2012 o uacuteltimo do periacuteodo de anaacutelise A meacutedia

dos anos de maior ocorrecircncia os anos de 2009 2010 2011 e 2012 (4 anos ao todo) estaacute em

torno de 532h e 34min contra 225h e 21min dos anos de 1998 a 2006 (9 anos ao todo) Isso

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mostra que nestes 4 anos (de 2009 a 2012) ocorreu mais que o dobro da quantidade de horas

de trovoadas dos 9 anos anteriores (de 1998 a 2006) ou pouco mais que 57 a mais no valor

de ocorrecircncias desses 4 anos sobre os 9 anos anteriores

O ano de 2007 eacute o recordista com a menor ocorrecircncia do fenocircmeno com o total de 133h

e 47min onde constam trecircs meses (maio junho e agosto) sem qualquer ocorrecircncia de

trovoadas sendo dezembro o seu mecircs com maior valor total em horas de ocorrecircncia com 28h

e 42min A figura 6 exibe os totais mensais para este ano

Figura 6 Trovoadas em horas mensais no ano de 2007

Fonte RIBEIRO 2013

Quanto ao ano de maior ocorrecircncia total de trovoadas em horas os dados apontam ser

2012 com o total de 737h e 03min Apenas o total do ano de 2012 eacute suficiente para superar a

os totais de 1998 1999 e 2000 juntos Este ano possui agosto como o uacutenico mecircs com a

ausecircncia do fenocircmeno e dezembro seu mecircs de maior ocorrecircncia com o acumulado de 129h e

58min A figura 7 exibe esta distribuiccedilatildeo anual para 2012

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Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

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67 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

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Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

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Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

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Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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71 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

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Page 4: análise da variabilidade das trovoadas e exibição de índice ...

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Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo

O municiacutepio de Uberlacircndia pertence agrave Mesorregiatildeo do Triacircngulo MineiroAlto

Paranaiacuteba no Estado de Minas Gerais Regiatildeo Sudeste do Brasil Para suas coordenadas

geograacuteficas este trabalho teraacute como referecircncia o Centro Administrativo do municiacutepio

localizado a 18deg54rsquo41rsquorsquo de latitude sul e 48deg15rsquo21rsquorsquo de longitude oeste de Greenwich

(Prefeitura Municipal de Ubelacircndia 2011) A altitude miacutenima do municiacutepio eacute de 622m

localizada na Foz do Rio Uberabinha ao norte do municiacutepio (SILVA apud ALMG 2010) e a

altitude maacutexima eacute de 960m situada nas proximidades da Fazenda Floresta do Lobo no setor

sudeste do municiacutepio (BENEDETTI et al 2010) a altitude meacutedia do municiacutepio estaacute em torno

de 863m (Prefeitura Municipal de Ubelacircndia 2010) A porccedilatildeo urbana de Uberlacircndia

corresponde a uma aacuterea de 219 kmsup2 dentro do total de 4115 kmsup2 do municiacutepio

Percentualmente a aacuterea urbana possui 532 e a rural 947 do total citado Eacute um municiacutepio

composto por 604013 habitantes sendo que 587266 residem na porccedilatildeo urbana e 16747 na

porccedilatildeo rural do municiacutepio (IBGE 2010)

Climatologia de Uberlacircndia

Sobre a Climatologia do municiacutepio diversas classificaccedilotildees foram feitas desde meados

do seacuteculo passado para o Brasil e para a regiatildeo onde se encontra Uberlacircndia sendo que os

trabalhos mais utilizados dentro da comunidade cientiacutefica satildeo os de Koumlppen (1936)

Thorthwaite (1948) Strahler (1969) e Nimer (1979) Recentemente uma nova classificaccedilatildeo

climaacutetica proposta por Novais (2011) foi elaborada para a Mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do Entorno da Serra da Canastra sendo esta classificaccedilatildeo

considerada a mais pontual e adequada para o municiacutepio de Uberlacircndia

Dessa forma Uberlacircndia se situa dentro do ldquoClima Tropical Semi-uacutemidordquo (NOVAIS

2011 p 160) isto eacute quente o ano todo com 4 a 5 meses secos (maio-agosto setembro)

temperatura meacutedia anual de 224degC temperatura meacutedia do mecircs mais frio acima de 18degC entre

os anos de 1980 a 2009 a meacutedia das temperaturas maacuteximas ficou em 353degC e a meacutedia das

miacutenimas em 69degC A pluviosidade meacutedia anual do municiacutepio eacute de 1590 mm concentrados

em sua maior quantidade no veratildeo (dezembro-fevereiro) deacuteficit hiacutedrico anual entre 100 mm ndash

500 mm e seu excedente hiacutedrico anual entre 200 mm ndash 600 mm (NOVAIS 2011 p 158)

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As massas de ar e sistemas atmosfeacutericos atuantes em Uberlacircndia

Os sistemas atmosfeacutericos atuantes em Uberlacircndia satildeo (CAVALCANTI et al 2009

apud NOVAIS 2011 p 67-71)

Zona de Convergecircncia de Umidade (ZCOU) e Zona de Convergecircncia do Atlacircntico Sul

(ZCAS)

Jatos de Altos Niacuteveis (Jato Subtropical ndash JST)

Frentes Frias

Complexos Convectivos de Mesoescala (CCMs)

Jaacute sobre as massas de ar atuantes tem-se (MENDONCcedilA 2007 apud NOVAIS 2011

p 71-81)

Massa de Ar Tropical Atlacircntica (MTA)

Massa Tropical Continental (MTC)

Massa de Ar Equatorial Continental (MEC)

Massa Polar Atlacircntica (MPA)

Figura 1 Massas de ar que atuam no Estado de Minas Gerais

Fonte NOVAIS 2011

Caracteriacutesticas da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica e da coleta dos dados

O Aeroporto Ten Cel Av Ceacutesar Bombonato ou Aeroporto de Uberlacircndia se encontra

localizado na latitude de 18deg53rsquo sul e 48deg13rsquo longitude oeste de Greenwich tendo como

altitude 943m (SACPR 2013) Sua Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie bem como seu

ponto de observaccedilatildeo meteoroloacutegico encontra-se localizado junto ao preacutedio da torre de

controle

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O complexo aeroportuaacuterio uberlandense pertence agrave Empresa Brasileira de Infraestrutura

Aeroportuaacuteria (INFRAERO) empresa puacuteblica federal brasileira vinculada agrave Secretaria de

Aviaccedilatildeo Civil da Presidecircncia da Repuacuteblica (SACPR) Sua Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de

Superfiacutecie (EMS) eacute uma das 61 existentes em todo o sistema da INFRAERO pelo paiacutes

(INFRAERO 2014)

As EMS tecircm por finalidade efetuar observaccedilotildees meteoroloacutegicas agrave superfiacutecie para fins

aeronaacuteuticos sinoacuteticos e para o registro de dados com fins climatoloacutegicos As EMS da

INFRAERO estatildeo subordinadas a regulamentaccedilatildeo definida pelo Departamento de Controle do

Espaccedilo Aeacutereo (DECEA) do Comando da Aeronaacuteutica que por sua vez o faz com base no

mecanismo internacional da Organizaccedilatildeo Meteoroloacutegica Mundial (OMM) e da Organizaccedilatildeo

de Aviaccedilatildeo Civil Internacional (OACI)

As EMS satildeo classificadas em classes pelo DECEA assim elas podem ser EMS-1

EMS-2 ou EMS-3 Essa divisatildeo em classes se deve a quantidade de equipamentos que a

estaccedilatildeo possui a mais completa eacute a EMS-1 Na atualidade o Aeroporto de Uberlacircndia possui

uma EMS-1 (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 12)

Conforme preconiza a regulamentaccedilatildeo do DECEA a EMS-1 eacute operada por uma equipe

de meteorologistas de niacutevel teacutecnico tambeacutem chamados de observadores meteoroloacutegicos que

possuem como algumas de suas atribuiccedilotildees manter vigilacircncia meteoroloacutegica contiacutenua no

aeroacutedromo junto agrave EMS-1 em questatildeo realizar observaccedilotildees meteoroloacutegicas e sinoacuteticas agrave

superfiacutecie aleacutem de todos os registros correlatos agrave confecccedilatildeo dos coacutedigos de Meteorologia

Aeronaacuteutica tais como METAR SPECI e SYNOP (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-

2 2011 p 11)

Destaca-se que satildeo os observadores meteoroloacutegicos que identificam os tipos de nuvens

e sua quantidade na aboacutebada celeste assim como a ocorrecircncia de todo e qualquer fenocircmeno

(trovoada chuva chuvisco nevoeiro neacutevoa seca etc) tanto seu iniacutecio sua intensificaccedilatildeo ou

natildeo e seu teacutermino

Com relaccedilatildeo agraves trovoadas o Manual de Coacutedigos Meteoroloacutegicos do DECEA

(MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-10 2012 p 43) define este fenocircmeno como sendo

ldquoa sucessatildeo de descargas eleacutetricas e trovotildees acompanhada geralmente de precipitaccedilatildeordquo O

mesmo oacutergatildeo faz ainda as seguintes consideraccedilotildees (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-

10 2012 p 21)

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() uma trovoada deve ser considerada sobre a estaccedilatildeo a partir do momento

em que o primeiro trovatildeo eacute ouvido sejam relacircmpagos vistos ou natildeo haja

precipitaccedilatildeo na estaccedilatildeo ou natildeo A trovoada deve ser informada no tempo

presente caso o trovatildeo seja ouvido durante o periacuteodo normal de observaccedilatildeo

que precede a hora do informe (meteoroloacutegico) Considerar-se-aacute que a

trovoada tenha terminado quando se ouvir o uacuteltimo trovatildeo ficando

confirmada a sua fase de dissipaccedilatildeo no espaccedilo de 10 a 15 minutos seguintes

Pinto Jr confirma este meacutetodo de registro exposto acima sendo suas consideraccedilotildees as

seguintes ldquodias de tempestade satildeo definidos como aqueles em que um observador num dado

local registra a ocorrecircncia de trovoadardquo (PINTO JR 1996 p 27)

Dentro do sistema de codificaccedilatildeo dos fenocircmenos para a Meteorologia Aeronaacuteutica a

trovoada eacute considerada ocorrendo no aeroacutedromo quando eacute percebida do ponto de observaccedilatildeo

ateacute uma distacircncia de 8 quilocircmetros quando observada a distacircncias superiores normalmente

percebidas pelo seu efeito luminoso eacute considerada entatildeo como sua ocorrecircncia sendo ldquona

vizinhanccedilardquo (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 30) Na praacutetica a ocorrecircncia

de trovoada no aeroacutedromo eacute codificada no METAR (Meteorological Aerodrome Report ou

Informe Meteoroloacutegico Regular de Aeroacutedromo) como TS (do inglecircs ldquothunderstormrdquo) e a

ocorrecircncia na vizinhanccedila de VCTS (do inglecircs ldquovicinity thunderstormrdquo) Por oportuno todos

os registros de trovoada analisados neste trabalho se devem exclusivamente quanto a sua

ocorrecircncia no aeroacutedromo ou seja com o limite de raio de 8 quilocircmetros a partir do ponto de

observaccedilatildeo da EMS Em muitos momentos anteriores ou posteriores agrave ocorrecircncia de trovoada

no aeroacutedromo eacute registrada a ocorrecircncia de trovoada na vizinhanccedila portanto esse registro

possui tanto um caraacuteter de iminecircncia eou fortalecimento como de dissipaccedilatildeo da trovoada

(MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 30)

Vaacuterios fatores justificam cientificamente esta opccedilatildeo de limitaccedilatildeo pois ldquonormalmente

pode-se escutar o trovatildeo entre 5 a 10 quilocircmetros de distacircncia do local onde ocorreu o

relacircmpago Devido a diversas razotildees entre elas o vento a temperatura do ar e o relevo do

solo dificilmente se escuta o trovatildeo a distacircncias maiores que 20 quilocircmetrosrdquo (PINTO JR

1996 p 20)

A figura 2 localiza o municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba no estado de Minas Gerais

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Figura 2 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do estado de MG

Fonte NOVAIS 2011

A figura 3 exibe o ponto de observaccedilatildeo da EMS do Aeroporto de Uberlacircndia localizado

agrave nordeste do municiacutepio juntamente com seu raio de atuaccedilatildeo bem como os principais bairros

circundantes

Figura 3 Localizaccedilatildeo da EMS raio de abrangecircncia de observaccedilatildeo das trovoadas e bairros

circundantes ao Aeroporto de Uberlacircndia

Fonte NOVAIS 2012

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Formaccedilatildeo das Cumulonimbus e das trovoadas

Segundo Pinto Jr (2005 p 18) apesar de as trovoadas estarem associadas agraves nuvens de

tempestades estas classificadas de Cumulonimbus (CB) de acordo com o Atlas Internacional

de Nuvens este fenocircmeno pode tambeacutem ocorrer em outros tipos de nuvens como em

tempestades de neve tempestades de areia e em erupccedilotildees vulcacircnicas Contudo na localidade

de anaacutelise deste trabalho a ocorrecircncia do fenocircmeno de trovoadas se da nas Cumulonimbus

apenas

Os elementos essenciais que alimentam as condiccedilotildees para a formaccedilatildeo dos CBs satildeo a)

presenccedila de umidade na atmosfera e sua evaporaccedilatildeo agrave superfiacutecie terrestre tanto dos solos

quanto de todas as superfiacutecies aquaacuteticas o qual eacute um dos fatores que gera o movimento de

convecccedilatildeo b) instabilidade atmosfeacuterica ou seja como o ar quente e o ar frio possuem

densidades diferentes o ar quente ao adquirir umidade tende a ascender na medida em que eacute

resfriado na atmosfera ele tende a descer efetuando um processo contiacutenuo de troca c) e ainda

o levantamento seja ele orograacutefico frontal de brisa mariacutetima ou terrestre (COMANDO DA

AERONAacuteUTICA 2003 p 4)

A formaccedilatildeo de um CB normalmente ocorre em estaacutegios originando-se atraveacutes das

nuvens Cumulus estas que podem desenvolver-se ao ponto de se tornarem Cumulus

Congestus (tambeacutem conhecidas como Towering Cumulus ndash TCU) e ainda sim se

desenvolverem mais dando origem ao CB Estes estaacutegios satildeo conhecidos respectivamente

como (SONNEMAKER 1991 p 82) 1) estaacutegio de Cumulus 2) estaacutegio de maturidade 3)

Apoacutes estes dois estaacutegios tem-se o estaacutegio de dissipaccedilatildeo onde a precipitaccedilatildeo gradualmente se

cessa as correntes descendentes predominam poreacutem com menor intensidade os ventos de

rajada se enfraquecem e as turbulecircncias se tornam menos intensas Ocorrem ainda grandes

expansotildees laterais da nuvem e seu topo exibe o formato direcionado e alongado tomando a

forma de uma ldquobigornardquo (SONNEMAKER 1991 p 61)

Cumulus satildeo nuvens de estaacutegio baixo geralmente densas e de contorno e base bem

definidos desenvolvem-se em sentido vertical em forma de montiacuteculos domos ou torres satildeo

constituiacutedas majoritariamente por gotiacuteculas de aacutegua (PRETOR-PINEY 2008 p 22) Elas

ocorrem em alturas que variam de 300 a no maacuteximo 1500 metros poreacutem em raras ocasiotildees

satildeo observadas em torno de ateacute 1800 metros de altura no Aeroporto de Uberlacircndia

As Cumulus Congestus ou TCU satildeo as proacuteprias nuvens Cumulus poreacutem com maior

desenvolvimento vertical portanto possuem sua base em niacuteveis baixos No entanto devido

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61 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

sua capacidade de ascensatildeo na atmosfera satildeo consideradas como nuvens de grande

desenvolvimento vertical pois podem atingir os estaacutegios das nuvens meacutedias e altas satildeo

constituiacutedas por gotiacuteculas de aacutegua e podem conter tambeacutem partiacuteculas de gelo em sua porccedilatildeo

superior (VAREJAtildeO-SILVA 2006 p 376) A Meteorologia Aeronaacuteutica considera 750m a

altura miacutenima da base de um TCU

As nuvens Cumulus Congestus podem evoluir ainda mais dando origem agrave nuvem CB

ou se dissipar o que depende de diversas condiccedilotildees atmosfeacutericas reinantes num determinado

local eou dos sistemas atuantes Dessa forma a formaccedilatildeo de um CB sempre eacute precedida pelo

estaacutegio de Cumulus Congestus

As trovoadas podem ser definidas de acordo com sua origem dessa forma elas

possuem dois modos principais das quais se originam satildeo eles trovoadas de massas de ar e as

frontais tambeacutem conhecidas como dinacircmicas (SONNEMAKER 1991 p 83)

As chamadas trovoadas de massas de ar satildeo formadas no interior de uma mesma massa

de ar quente e uacutemida ou seja uma parcela da atmosfera que possua caracteriacutesticas

semelhantes de temperatura umidade e pressatildeo Normalmente ocorrem de forma isolada ou

esparsa Satildeo divididas em (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas convectivas satildeo originadas devido a processos convectivos onde

determinada massa de ar quente e uacutemida se eleva na atmosfera devido sua baixa

densidade e agraves condiccedilotildees de instabilidade da troposfera

Trovoadas orograacuteficas originadas por condiccedilotildees orograacuteficas onde uma parcela de ar

uacutemido e instaacutevel eacute forccedilada a ascender atraveacutes de um terreno montanhoso

Trovoadas advectivas ocorrem devido ao movimento horizontal de ar quente e uacutemido

sob uma determinada aacuterea de ar instaacutevel ou advecccedilatildeo de ar frio sobre aacutereas onde se

encontram ar quente eacute a menos comum das trecircs

As trovoadas derivadas de sistemas frontais podem ocorrer em qualquer eacutepoca do ano

e a qualquer hora do dia satildeo geralmente intensas de maior duraccedilatildeo e extensas

horizontalmente Satildeo elas (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas frontais ocorrem associadas a sistemas frontais frios quentes e oclusos

Trovoadas de linha de instabilidade ocorrem na dianteira das frentes ou seja nas

linhas e aacutereas preacute-frontais

Satildeo estas origens e definiccedilotildees que iratildeo definir a forma de como os CBs iratildeo se

apresentar no tempo e espaccedilo podendo ocorrer das seguintes formas (DECEA 200- p 2)

isolados quando numa determinada aacuterea haacute ocorrecircncia isolada da nuvem

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multiceacutelulas quando numa determinada aacuterea haacute a presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CB

poreacutem natildeo apresentam uma disposiccedilatildeo organizada

em linhas de instabilidade eacute formado pela presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CBs

alinhados comum quando ocorrem os sistemas frontais precedendo-os

superceacutelulas quando ocorrem formaccedilotildees conjuntas em aacutereas muito extensas satildeo

capazes de se manterem sozinhas em atividade por diversas horas

Este trabalho natildeo pretende adentrar nas caracteriacutesticas eleacutetricas da estrutura dos CBs

poreacutem informaccedilotildees aprofundadas neste campo podem ser encontradas nas obras do

pesquisador Dr Osmar Pinto Jr os quais satildeo grandes referecircncias

Informaccedilotildees baacutesicas sobre as trovoadas

As condiccedilotildees de tempo ocasionadas pelas trovoadas satildeo severas tanto ao longo da

camada da troposfera quanto em superfiacutecie podendo ocorrer em maior ou menor grau de

severidade os seguintes elementos (SONNEMAKER 1991 p 84) turbulecircncia chuvas

torrenciais granizo gelo saraiva rajadas de vento raios relacircmpagos tornados e trombas

drsquoaacutegua

Para a aviaccedilatildeo a presenccedila das trovoadas eacute um limitador do espaccedilo aeacutereo sendo que o

voo dentro de uma nuvem CB eacute considerado de extremo risco devido possuir fortes correntes

de ventos ascendentes e descendentes com gelo granizo aleacutem da ocorrecircncia de relacircmpagos

(DECEA 200- p 1) As operaccedilotildees aeacutereas de pousos e decolagens satildeo afetadas tambeacutem pelas

cortantes de vento geradas por estas nuvens agrave superfiacutecie ou proacuteximas a ela pois em seu

entorno ocorrem fortes correntes de ventos ascendentes e descendentes gerando grandes

riscos a estas operaccedilotildees (DECEA 200- p 1)

Discussatildeo e anaacutelise dos resultados

Optou-se neste trabalho por exibir os totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e

minutos devido os dados obtidos serem muito pontuais ao contraacuterio do tradicional iacutendice

ceraacuteunico que leva em consideraccedilatildeo apenas a quantidade de dias No entanto ao final da

anaacutelise os dados foram tambeacutem dispostos neste mesmo iacutendice

A distribuiccedilatildeo das trovoadas ao longo de qualquer um dos anos desta pesquisa mostra

que eacute possiacutevel dividi-los em duas temporadas Uma primeira temporada que vai de janeiro a

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marccedilo e de outubro a dezembro de um mesmo ano onde se encontram altos iacutendices de

trovoadas o que corresponde aproximadamente agraves estaccedilotildees de veratildeo e primavera

respectivamente E uma segunda temporada que vai de abril a setembro com iacutendices

menores correspondente agraves estaccedilotildees de outono e inverno aproximadamente Esse

comportamento se enquadra a qualquer modelo climatoloacutegico proposto para o municiacutepio pois

as ocorrecircncias de trovoada acompanham os periacuteodos secos e chuvosos na sua intensificaccedilatildeo

ou escassez Como apresentado por Novais (2011 p 158) Uberlacircndia possui de 4 a 5 meses

secos (maio-agosto e eventualmente setembro) sendo seu periacuteodo chuvoso de outubro a

marccedilo com maior concentraccedilatildeo pluviomeacutetrica no veratildeo (dezembro a fevereiro) o que faz

uma relaccedilatildeo direta com o fenocircmeno das trovoadas

A figura 4 exibe estes dois periacuteodos semestrais entre os anos de 1998 e 2012 sendo

possiacutevel perceber notaacutevel aumento de horas de ocorrecircncia do fenocircmeno nos anos de 2011 e

2012 em ambos os periacuteodos

Figura 4 Distribuiccedilatildeo do total de trovoadas em horasano nos semestres de maior e de menor

ocorrecircncia

Linha avermelhada totais dos meses de janeiro a marccedilo e de outubro a dezembroano

Linha azulada totais dos meses de abril a setembroano

Fonte RIBEIRO 2013

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Em todos os anos como eacute tiacutepico da proacutepria climatologia da localidade o

comportamento das trovoadas iraacute compor graficamente com ligeiras alternacircncias uma

espeacutecie de paraacutebola pois haacute dois pontos equidistantes que correspondem aos extremos dos

anos os meses de janeiro-fevereiro e novembro-dezembro com seus valores maacuteximos de

trovoadas em horas A figura 5 exemplifica esta consideraccedilatildeo para o ano de 1998 que eacute o

primeiro da anaacutelise

Figura 5 Trovoadas em horas mensais no ano de 1998

Fonte RIBEIRO 2013

A quantidade de ocorrecircncias de trovoadas em horas mantem-se com estabilidade ao

longo dos anos de 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ou seja com

poucas variaccedilotildees entre os anos exibindo um comportamento semelhante entre eles A meacutedia

deste periacuteodo eacute do valor de 225h e 21min No ano de 2007 que possui o total de 133h e

47min de trovoadas haacute um decliacutenio na ocorrecircncia do fenocircmeno em 41 em relaccedilatildeo agrave meacutedia

dos anos de 1998 a 2006 que foram os anos que se comportaram semelhantemente O ano

seguinte 2008 os valores voltam a se comportar semelhante agrave meacutedia ocorrida de 1998 a

2006 com o total de 198h e 49min totais ao passo que nos anos seguintes os valores totais do

fenocircmeno em horas aumentaram expressivamente

A partir de 2009 os totais de horas de trovoadas passam a se elevar a cada ano

chegando ao total de 737h e 03min no ano de 2012 o uacuteltimo do periacuteodo de anaacutelise A meacutedia

dos anos de maior ocorrecircncia os anos de 2009 2010 2011 e 2012 (4 anos ao todo) estaacute em

torno de 532h e 34min contra 225h e 21min dos anos de 1998 a 2006 (9 anos ao todo) Isso

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mostra que nestes 4 anos (de 2009 a 2012) ocorreu mais que o dobro da quantidade de horas

de trovoadas dos 9 anos anteriores (de 1998 a 2006) ou pouco mais que 57 a mais no valor

de ocorrecircncias desses 4 anos sobre os 9 anos anteriores

O ano de 2007 eacute o recordista com a menor ocorrecircncia do fenocircmeno com o total de 133h

e 47min onde constam trecircs meses (maio junho e agosto) sem qualquer ocorrecircncia de

trovoadas sendo dezembro o seu mecircs com maior valor total em horas de ocorrecircncia com 28h

e 42min A figura 6 exibe os totais mensais para este ano

Figura 6 Trovoadas em horas mensais no ano de 2007

Fonte RIBEIRO 2013

Quanto ao ano de maior ocorrecircncia total de trovoadas em horas os dados apontam ser

2012 com o total de 737h e 03min Apenas o total do ano de 2012 eacute suficiente para superar a

os totais de 1998 1999 e 2000 juntos Este ano possui agosto como o uacutenico mecircs com a

ausecircncia do fenocircmeno e dezembro seu mecircs de maior ocorrecircncia com o acumulado de 129h e

58min A figura 7 exibe esta distribuiccedilatildeo anual para 2012

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Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

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Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

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Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

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Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

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Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

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LOGIA_VD2_Mar_2006pdfgt Acesso em 10 jan 2011

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Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

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As massas de ar e sistemas atmosfeacutericos atuantes em Uberlacircndia

Os sistemas atmosfeacutericos atuantes em Uberlacircndia satildeo (CAVALCANTI et al 2009

apud NOVAIS 2011 p 67-71)

Zona de Convergecircncia de Umidade (ZCOU) e Zona de Convergecircncia do Atlacircntico Sul

(ZCAS)

Jatos de Altos Niacuteveis (Jato Subtropical ndash JST)

Frentes Frias

Complexos Convectivos de Mesoescala (CCMs)

Jaacute sobre as massas de ar atuantes tem-se (MENDONCcedilA 2007 apud NOVAIS 2011

p 71-81)

Massa de Ar Tropical Atlacircntica (MTA)

Massa Tropical Continental (MTC)

Massa de Ar Equatorial Continental (MEC)

Massa Polar Atlacircntica (MPA)

Figura 1 Massas de ar que atuam no Estado de Minas Gerais

Fonte NOVAIS 2011

Caracteriacutesticas da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica e da coleta dos dados

O Aeroporto Ten Cel Av Ceacutesar Bombonato ou Aeroporto de Uberlacircndia se encontra

localizado na latitude de 18deg53rsquo sul e 48deg13rsquo longitude oeste de Greenwich tendo como

altitude 943m (SACPR 2013) Sua Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie bem como seu

ponto de observaccedilatildeo meteoroloacutegico encontra-se localizado junto ao preacutedio da torre de

controle

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O complexo aeroportuaacuterio uberlandense pertence agrave Empresa Brasileira de Infraestrutura

Aeroportuaacuteria (INFRAERO) empresa puacuteblica federal brasileira vinculada agrave Secretaria de

Aviaccedilatildeo Civil da Presidecircncia da Repuacuteblica (SACPR) Sua Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de

Superfiacutecie (EMS) eacute uma das 61 existentes em todo o sistema da INFRAERO pelo paiacutes

(INFRAERO 2014)

As EMS tecircm por finalidade efetuar observaccedilotildees meteoroloacutegicas agrave superfiacutecie para fins

aeronaacuteuticos sinoacuteticos e para o registro de dados com fins climatoloacutegicos As EMS da

INFRAERO estatildeo subordinadas a regulamentaccedilatildeo definida pelo Departamento de Controle do

Espaccedilo Aeacutereo (DECEA) do Comando da Aeronaacuteutica que por sua vez o faz com base no

mecanismo internacional da Organizaccedilatildeo Meteoroloacutegica Mundial (OMM) e da Organizaccedilatildeo

de Aviaccedilatildeo Civil Internacional (OACI)

As EMS satildeo classificadas em classes pelo DECEA assim elas podem ser EMS-1

EMS-2 ou EMS-3 Essa divisatildeo em classes se deve a quantidade de equipamentos que a

estaccedilatildeo possui a mais completa eacute a EMS-1 Na atualidade o Aeroporto de Uberlacircndia possui

uma EMS-1 (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 12)

Conforme preconiza a regulamentaccedilatildeo do DECEA a EMS-1 eacute operada por uma equipe

de meteorologistas de niacutevel teacutecnico tambeacutem chamados de observadores meteoroloacutegicos que

possuem como algumas de suas atribuiccedilotildees manter vigilacircncia meteoroloacutegica contiacutenua no

aeroacutedromo junto agrave EMS-1 em questatildeo realizar observaccedilotildees meteoroloacutegicas e sinoacuteticas agrave

superfiacutecie aleacutem de todos os registros correlatos agrave confecccedilatildeo dos coacutedigos de Meteorologia

Aeronaacuteutica tais como METAR SPECI e SYNOP (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-

2 2011 p 11)

Destaca-se que satildeo os observadores meteoroloacutegicos que identificam os tipos de nuvens

e sua quantidade na aboacutebada celeste assim como a ocorrecircncia de todo e qualquer fenocircmeno

(trovoada chuva chuvisco nevoeiro neacutevoa seca etc) tanto seu iniacutecio sua intensificaccedilatildeo ou

natildeo e seu teacutermino

Com relaccedilatildeo agraves trovoadas o Manual de Coacutedigos Meteoroloacutegicos do DECEA

(MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-10 2012 p 43) define este fenocircmeno como sendo

ldquoa sucessatildeo de descargas eleacutetricas e trovotildees acompanhada geralmente de precipitaccedilatildeordquo O

mesmo oacutergatildeo faz ainda as seguintes consideraccedilotildees (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-

10 2012 p 21)

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() uma trovoada deve ser considerada sobre a estaccedilatildeo a partir do momento

em que o primeiro trovatildeo eacute ouvido sejam relacircmpagos vistos ou natildeo haja

precipitaccedilatildeo na estaccedilatildeo ou natildeo A trovoada deve ser informada no tempo

presente caso o trovatildeo seja ouvido durante o periacuteodo normal de observaccedilatildeo

que precede a hora do informe (meteoroloacutegico) Considerar-se-aacute que a

trovoada tenha terminado quando se ouvir o uacuteltimo trovatildeo ficando

confirmada a sua fase de dissipaccedilatildeo no espaccedilo de 10 a 15 minutos seguintes

Pinto Jr confirma este meacutetodo de registro exposto acima sendo suas consideraccedilotildees as

seguintes ldquodias de tempestade satildeo definidos como aqueles em que um observador num dado

local registra a ocorrecircncia de trovoadardquo (PINTO JR 1996 p 27)

Dentro do sistema de codificaccedilatildeo dos fenocircmenos para a Meteorologia Aeronaacuteutica a

trovoada eacute considerada ocorrendo no aeroacutedromo quando eacute percebida do ponto de observaccedilatildeo

ateacute uma distacircncia de 8 quilocircmetros quando observada a distacircncias superiores normalmente

percebidas pelo seu efeito luminoso eacute considerada entatildeo como sua ocorrecircncia sendo ldquona

vizinhanccedilardquo (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 30) Na praacutetica a ocorrecircncia

de trovoada no aeroacutedromo eacute codificada no METAR (Meteorological Aerodrome Report ou

Informe Meteoroloacutegico Regular de Aeroacutedromo) como TS (do inglecircs ldquothunderstormrdquo) e a

ocorrecircncia na vizinhanccedila de VCTS (do inglecircs ldquovicinity thunderstormrdquo) Por oportuno todos

os registros de trovoada analisados neste trabalho se devem exclusivamente quanto a sua

ocorrecircncia no aeroacutedromo ou seja com o limite de raio de 8 quilocircmetros a partir do ponto de

observaccedilatildeo da EMS Em muitos momentos anteriores ou posteriores agrave ocorrecircncia de trovoada

no aeroacutedromo eacute registrada a ocorrecircncia de trovoada na vizinhanccedila portanto esse registro

possui tanto um caraacuteter de iminecircncia eou fortalecimento como de dissipaccedilatildeo da trovoada

(MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 30)

Vaacuterios fatores justificam cientificamente esta opccedilatildeo de limitaccedilatildeo pois ldquonormalmente

pode-se escutar o trovatildeo entre 5 a 10 quilocircmetros de distacircncia do local onde ocorreu o

relacircmpago Devido a diversas razotildees entre elas o vento a temperatura do ar e o relevo do

solo dificilmente se escuta o trovatildeo a distacircncias maiores que 20 quilocircmetrosrdquo (PINTO JR

1996 p 20)

A figura 2 localiza o municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba no estado de Minas Gerais

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Figura 2 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do estado de MG

Fonte NOVAIS 2011

A figura 3 exibe o ponto de observaccedilatildeo da EMS do Aeroporto de Uberlacircndia localizado

agrave nordeste do municiacutepio juntamente com seu raio de atuaccedilatildeo bem como os principais bairros

circundantes

Figura 3 Localizaccedilatildeo da EMS raio de abrangecircncia de observaccedilatildeo das trovoadas e bairros

circundantes ao Aeroporto de Uberlacircndia

Fonte NOVAIS 2012

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Formaccedilatildeo das Cumulonimbus e das trovoadas

Segundo Pinto Jr (2005 p 18) apesar de as trovoadas estarem associadas agraves nuvens de

tempestades estas classificadas de Cumulonimbus (CB) de acordo com o Atlas Internacional

de Nuvens este fenocircmeno pode tambeacutem ocorrer em outros tipos de nuvens como em

tempestades de neve tempestades de areia e em erupccedilotildees vulcacircnicas Contudo na localidade

de anaacutelise deste trabalho a ocorrecircncia do fenocircmeno de trovoadas se da nas Cumulonimbus

apenas

Os elementos essenciais que alimentam as condiccedilotildees para a formaccedilatildeo dos CBs satildeo a)

presenccedila de umidade na atmosfera e sua evaporaccedilatildeo agrave superfiacutecie terrestre tanto dos solos

quanto de todas as superfiacutecies aquaacuteticas o qual eacute um dos fatores que gera o movimento de

convecccedilatildeo b) instabilidade atmosfeacuterica ou seja como o ar quente e o ar frio possuem

densidades diferentes o ar quente ao adquirir umidade tende a ascender na medida em que eacute

resfriado na atmosfera ele tende a descer efetuando um processo contiacutenuo de troca c) e ainda

o levantamento seja ele orograacutefico frontal de brisa mariacutetima ou terrestre (COMANDO DA

AERONAacuteUTICA 2003 p 4)

A formaccedilatildeo de um CB normalmente ocorre em estaacutegios originando-se atraveacutes das

nuvens Cumulus estas que podem desenvolver-se ao ponto de se tornarem Cumulus

Congestus (tambeacutem conhecidas como Towering Cumulus ndash TCU) e ainda sim se

desenvolverem mais dando origem ao CB Estes estaacutegios satildeo conhecidos respectivamente

como (SONNEMAKER 1991 p 82) 1) estaacutegio de Cumulus 2) estaacutegio de maturidade 3)

Apoacutes estes dois estaacutegios tem-se o estaacutegio de dissipaccedilatildeo onde a precipitaccedilatildeo gradualmente se

cessa as correntes descendentes predominam poreacutem com menor intensidade os ventos de

rajada se enfraquecem e as turbulecircncias se tornam menos intensas Ocorrem ainda grandes

expansotildees laterais da nuvem e seu topo exibe o formato direcionado e alongado tomando a

forma de uma ldquobigornardquo (SONNEMAKER 1991 p 61)

Cumulus satildeo nuvens de estaacutegio baixo geralmente densas e de contorno e base bem

definidos desenvolvem-se em sentido vertical em forma de montiacuteculos domos ou torres satildeo

constituiacutedas majoritariamente por gotiacuteculas de aacutegua (PRETOR-PINEY 2008 p 22) Elas

ocorrem em alturas que variam de 300 a no maacuteximo 1500 metros poreacutem em raras ocasiotildees

satildeo observadas em torno de ateacute 1800 metros de altura no Aeroporto de Uberlacircndia

As Cumulus Congestus ou TCU satildeo as proacuteprias nuvens Cumulus poreacutem com maior

desenvolvimento vertical portanto possuem sua base em niacuteveis baixos No entanto devido

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sua capacidade de ascensatildeo na atmosfera satildeo consideradas como nuvens de grande

desenvolvimento vertical pois podem atingir os estaacutegios das nuvens meacutedias e altas satildeo

constituiacutedas por gotiacuteculas de aacutegua e podem conter tambeacutem partiacuteculas de gelo em sua porccedilatildeo

superior (VAREJAtildeO-SILVA 2006 p 376) A Meteorologia Aeronaacuteutica considera 750m a

altura miacutenima da base de um TCU

As nuvens Cumulus Congestus podem evoluir ainda mais dando origem agrave nuvem CB

ou se dissipar o que depende de diversas condiccedilotildees atmosfeacutericas reinantes num determinado

local eou dos sistemas atuantes Dessa forma a formaccedilatildeo de um CB sempre eacute precedida pelo

estaacutegio de Cumulus Congestus

As trovoadas podem ser definidas de acordo com sua origem dessa forma elas

possuem dois modos principais das quais se originam satildeo eles trovoadas de massas de ar e as

frontais tambeacutem conhecidas como dinacircmicas (SONNEMAKER 1991 p 83)

As chamadas trovoadas de massas de ar satildeo formadas no interior de uma mesma massa

de ar quente e uacutemida ou seja uma parcela da atmosfera que possua caracteriacutesticas

semelhantes de temperatura umidade e pressatildeo Normalmente ocorrem de forma isolada ou

esparsa Satildeo divididas em (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas convectivas satildeo originadas devido a processos convectivos onde

determinada massa de ar quente e uacutemida se eleva na atmosfera devido sua baixa

densidade e agraves condiccedilotildees de instabilidade da troposfera

Trovoadas orograacuteficas originadas por condiccedilotildees orograacuteficas onde uma parcela de ar

uacutemido e instaacutevel eacute forccedilada a ascender atraveacutes de um terreno montanhoso

Trovoadas advectivas ocorrem devido ao movimento horizontal de ar quente e uacutemido

sob uma determinada aacuterea de ar instaacutevel ou advecccedilatildeo de ar frio sobre aacutereas onde se

encontram ar quente eacute a menos comum das trecircs

As trovoadas derivadas de sistemas frontais podem ocorrer em qualquer eacutepoca do ano

e a qualquer hora do dia satildeo geralmente intensas de maior duraccedilatildeo e extensas

horizontalmente Satildeo elas (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas frontais ocorrem associadas a sistemas frontais frios quentes e oclusos

Trovoadas de linha de instabilidade ocorrem na dianteira das frentes ou seja nas

linhas e aacutereas preacute-frontais

Satildeo estas origens e definiccedilotildees que iratildeo definir a forma de como os CBs iratildeo se

apresentar no tempo e espaccedilo podendo ocorrer das seguintes formas (DECEA 200- p 2)

isolados quando numa determinada aacuterea haacute ocorrecircncia isolada da nuvem

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multiceacutelulas quando numa determinada aacuterea haacute a presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CB

poreacutem natildeo apresentam uma disposiccedilatildeo organizada

em linhas de instabilidade eacute formado pela presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CBs

alinhados comum quando ocorrem os sistemas frontais precedendo-os

superceacutelulas quando ocorrem formaccedilotildees conjuntas em aacutereas muito extensas satildeo

capazes de se manterem sozinhas em atividade por diversas horas

Este trabalho natildeo pretende adentrar nas caracteriacutesticas eleacutetricas da estrutura dos CBs

poreacutem informaccedilotildees aprofundadas neste campo podem ser encontradas nas obras do

pesquisador Dr Osmar Pinto Jr os quais satildeo grandes referecircncias

Informaccedilotildees baacutesicas sobre as trovoadas

As condiccedilotildees de tempo ocasionadas pelas trovoadas satildeo severas tanto ao longo da

camada da troposfera quanto em superfiacutecie podendo ocorrer em maior ou menor grau de

severidade os seguintes elementos (SONNEMAKER 1991 p 84) turbulecircncia chuvas

torrenciais granizo gelo saraiva rajadas de vento raios relacircmpagos tornados e trombas

drsquoaacutegua

Para a aviaccedilatildeo a presenccedila das trovoadas eacute um limitador do espaccedilo aeacutereo sendo que o

voo dentro de uma nuvem CB eacute considerado de extremo risco devido possuir fortes correntes

de ventos ascendentes e descendentes com gelo granizo aleacutem da ocorrecircncia de relacircmpagos

(DECEA 200- p 1) As operaccedilotildees aeacutereas de pousos e decolagens satildeo afetadas tambeacutem pelas

cortantes de vento geradas por estas nuvens agrave superfiacutecie ou proacuteximas a ela pois em seu

entorno ocorrem fortes correntes de ventos ascendentes e descendentes gerando grandes

riscos a estas operaccedilotildees (DECEA 200- p 1)

Discussatildeo e anaacutelise dos resultados

Optou-se neste trabalho por exibir os totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e

minutos devido os dados obtidos serem muito pontuais ao contraacuterio do tradicional iacutendice

ceraacuteunico que leva em consideraccedilatildeo apenas a quantidade de dias No entanto ao final da

anaacutelise os dados foram tambeacutem dispostos neste mesmo iacutendice

A distribuiccedilatildeo das trovoadas ao longo de qualquer um dos anos desta pesquisa mostra

que eacute possiacutevel dividi-los em duas temporadas Uma primeira temporada que vai de janeiro a

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marccedilo e de outubro a dezembro de um mesmo ano onde se encontram altos iacutendices de

trovoadas o que corresponde aproximadamente agraves estaccedilotildees de veratildeo e primavera

respectivamente E uma segunda temporada que vai de abril a setembro com iacutendices

menores correspondente agraves estaccedilotildees de outono e inverno aproximadamente Esse

comportamento se enquadra a qualquer modelo climatoloacutegico proposto para o municiacutepio pois

as ocorrecircncias de trovoada acompanham os periacuteodos secos e chuvosos na sua intensificaccedilatildeo

ou escassez Como apresentado por Novais (2011 p 158) Uberlacircndia possui de 4 a 5 meses

secos (maio-agosto e eventualmente setembro) sendo seu periacuteodo chuvoso de outubro a

marccedilo com maior concentraccedilatildeo pluviomeacutetrica no veratildeo (dezembro a fevereiro) o que faz

uma relaccedilatildeo direta com o fenocircmeno das trovoadas

A figura 4 exibe estes dois periacuteodos semestrais entre os anos de 1998 e 2012 sendo

possiacutevel perceber notaacutevel aumento de horas de ocorrecircncia do fenocircmeno nos anos de 2011 e

2012 em ambos os periacuteodos

Figura 4 Distribuiccedilatildeo do total de trovoadas em horasano nos semestres de maior e de menor

ocorrecircncia

Linha avermelhada totais dos meses de janeiro a marccedilo e de outubro a dezembroano

Linha azulada totais dos meses de abril a setembroano

Fonte RIBEIRO 2013

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Em todos os anos como eacute tiacutepico da proacutepria climatologia da localidade o

comportamento das trovoadas iraacute compor graficamente com ligeiras alternacircncias uma

espeacutecie de paraacutebola pois haacute dois pontos equidistantes que correspondem aos extremos dos

anos os meses de janeiro-fevereiro e novembro-dezembro com seus valores maacuteximos de

trovoadas em horas A figura 5 exemplifica esta consideraccedilatildeo para o ano de 1998 que eacute o

primeiro da anaacutelise

Figura 5 Trovoadas em horas mensais no ano de 1998

Fonte RIBEIRO 2013

A quantidade de ocorrecircncias de trovoadas em horas mantem-se com estabilidade ao

longo dos anos de 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ou seja com

poucas variaccedilotildees entre os anos exibindo um comportamento semelhante entre eles A meacutedia

deste periacuteodo eacute do valor de 225h e 21min No ano de 2007 que possui o total de 133h e

47min de trovoadas haacute um decliacutenio na ocorrecircncia do fenocircmeno em 41 em relaccedilatildeo agrave meacutedia

dos anos de 1998 a 2006 que foram os anos que se comportaram semelhantemente O ano

seguinte 2008 os valores voltam a se comportar semelhante agrave meacutedia ocorrida de 1998 a

2006 com o total de 198h e 49min totais ao passo que nos anos seguintes os valores totais do

fenocircmeno em horas aumentaram expressivamente

A partir de 2009 os totais de horas de trovoadas passam a se elevar a cada ano

chegando ao total de 737h e 03min no ano de 2012 o uacuteltimo do periacuteodo de anaacutelise A meacutedia

dos anos de maior ocorrecircncia os anos de 2009 2010 2011 e 2012 (4 anos ao todo) estaacute em

torno de 532h e 34min contra 225h e 21min dos anos de 1998 a 2006 (9 anos ao todo) Isso

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mostra que nestes 4 anos (de 2009 a 2012) ocorreu mais que o dobro da quantidade de horas

de trovoadas dos 9 anos anteriores (de 1998 a 2006) ou pouco mais que 57 a mais no valor

de ocorrecircncias desses 4 anos sobre os 9 anos anteriores

O ano de 2007 eacute o recordista com a menor ocorrecircncia do fenocircmeno com o total de 133h

e 47min onde constam trecircs meses (maio junho e agosto) sem qualquer ocorrecircncia de

trovoadas sendo dezembro o seu mecircs com maior valor total em horas de ocorrecircncia com 28h

e 42min A figura 6 exibe os totais mensais para este ano

Figura 6 Trovoadas em horas mensais no ano de 2007

Fonte RIBEIRO 2013

Quanto ao ano de maior ocorrecircncia total de trovoadas em horas os dados apontam ser

2012 com o total de 737h e 03min Apenas o total do ano de 2012 eacute suficiente para superar a

os totais de 1998 1999 e 2000 juntos Este ano possui agosto como o uacutenico mecircs com a

ausecircncia do fenocircmeno e dezembro seu mecircs de maior ocorrecircncia com o acumulado de 129h e

58min A figura 7 exibe esta distribuiccedilatildeo anual para 2012

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Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

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Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

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Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

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Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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70 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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57 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

O complexo aeroportuaacuterio uberlandense pertence agrave Empresa Brasileira de Infraestrutura

Aeroportuaacuteria (INFRAERO) empresa puacuteblica federal brasileira vinculada agrave Secretaria de

Aviaccedilatildeo Civil da Presidecircncia da Repuacuteblica (SACPR) Sua Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de

Superfiacutecie (EMS) eacute uma das 61 existentes em todo o sistema da INFRAERO pelo paiacutes

(INFRAERO 2014)

As EMS tecircm por finalidade efetuar observaccedilotildees meteoroloacutegicas agrave superfiacutecie para fins

aeronaacuteuticos sinoacuteticos e para o registro de dados com fins climatoloacutegicos As EMS da

INFRAERO estatildeo subordinadas a regulamentaccedilatildeo definida pelo Departamento de Controle do

Espaccedilo Aeacutereo (DECEA) do Comando da Aeronaacuteutica que por sua vez o faz com base no

mecanismo internacional da Organizaccedilatildeo Meteoroloacutegica Mundial (OMM) e da Organizaccedilatildeo

de Aviaccedilatildeo Civil Internacional (OACI)

As EMS satildeo classificadas em classes pelo DECEA assim elas podem ser EMS-1

EMS-2 ou EMS-3 Essa divisatildeo em classes se deve a quantidade de equipamentos que a

estaccedilatildeo possui a mais completa eacute a EMS-1 Na atualidade o Aeroporto de Uberlacircndia possui

uma EMS-1 (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 12)

Conforme preconiza a regulamentaccedilatildeo do DECEA a EMS-1 eacute operada por uma equipe

de meteorologistas de niacutevel teacutecnico tambeacutem chamados de observadores meteoroloacutegicos que

possuem como algumas de suas atribuiccedilotildees manter vigilacircncia meteoroloacutegica contiacutenua no

aeroacutedromo junto agrave EMS-1 em questatildeo realizar observaccedilotildees meteoroloacutegicas e sinoacuteticas agrave

superfiacutecie aleacutem de todos os registros correlatos agrave confecccedilatildeo dos coacutedigos de Meteorologia

Aeronaacuteutica tais como METAR SPECI e SYNOP (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-

2 2011 p 11)

Destaca-se que satildeo os observadores meteoroloacutegicos que identificam os tipos de nuvens

e sua quantidade na aboacutebada celeste assim como a ocorrecircncia de todo e qualquer fenocircmeno

(trovoada chuva chuvisco nevoeiro neacutevoa seca etc) tanto seu iniacutecio sua intensificaccedilatildeo ou

natildeo e seu teacutermino

Com relaccedilatildeo agraves trovoadas o Manual de Coacutedigos Meteoroloacutegicos do DECEA

(MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-10 2012 p 43) define este fenocircmeno como sendo

ldquoa sucessatildeo de descargas eleacutetricas e trovotildees acompanhada geralmente de precipitaccedilatildeordquo O

mesmo oacutergatildeo faz ainda as seguintes consideraccedilotildees (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-

10 2012 p 21)

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() uma trovoada deve ser considerada sobre a estaccedilatildeo a partir do momento

em que o primeiro trovatildeo eacute ouvido sejam relacircmpagos vistos ou natildeo haja

precipitaccedilatildeo na estaccedilatildeo ou natildeo A trovoada deve ser informada no tempo

presente caso o trovatildeo seja ouvido durante o periacuteodo normal de observaccedilatildeo

que precede a hora do informe (meteoroloacutegico) Considerar-se-aacute que a

trovoada tenha terminado quando se ouvir o uacuteltimo trovatildeo ficando

confirmada a sua fase de dissipaccedilatildeo no espaccedilo de 10 a 15 minutos seguintes

Pinto Jr confirma este meacutetodo de registro exposto acima sendo suas consideraccedilotildees as

seguintes ldquodias de tempestade satildeo definidos como aqueles em que um observador num dado

local registra a ocorrecircncia de trovoadardquo (PINTO JR 1996 p 27)

Dentro do sistema de codificaccedilatildeo dos fenocircmenos para a Meteorologia Aeronaacuteutica a

trovoada eacute considerada ocorrendo no aeroacutedromo quando eacute percebida do ponto de observaccedilatildeo

ateacute uma distacircncia de 8 quilocircmetros quando observada a distacircncias superiores normalmente

percebidas pelo seu efeito luminoso eacute considerada entatildeo como sua ocorrecircncia sendo ldquona

vizinhanccedilardquo (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 30) Na praacutetica a ocorrecircncia

de trovoada no aeroacutedromo eacute codificada no METAR (Meteorological Aerodrome Report ou

Informe Meteoroloacutegico Regular de Aeroacutedromo) como TS (do inglecircs ldquothunderstormrdquo) e a

ocorrecircncia na vizinhanccedila de VCTS (do inglecircs ldquovicinity thunderstormrdquo) Por oportuno todos

os registros de trovoada analisados neste trabalho se devem exclusivamente quanto a sua

ocorrecircncia no aeroacutedromo ou seja com o limite de raio de 8 quilocircmetros a partir do ponto de

observaccedilatildeo da EMS Em muitos momentos anteriores ou posteriores agrave ocorrecircncia de trovoada

no aeroacutedromo eacute registrada a ocorrecircncia de trovoada na vizinhanccedila portanto esse registro

possui tanto um caraacuteter de iminecircncia eou fortalecimento como de dissipaccedilatildeo da trovoada

(MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 30)

Vaacuterios fatores justificam cientificamente esta opccedilatildeo de limitaccedilatildeo pois ldquonormalmente

pode-se escutar o trovatildeo entre 5 a 10 quilocircmetros de distacircncia do local onde ocorreu o

relacircmpago Devido a diversas razotildees entre elas o vento a temperatura do ar e o relevo do

solo dificilmente se escuta o trovatildeo a distacircncias maiores que 20 quilocircmetrosrdquo (PINTO JR

1996 p 20)

A figura 2 localiza o municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba no estado de Minas Gerais

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Figura 2 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do estado de MG

Fonte NOVAIS 2011

A figura 3 exibe o ponto de observaccedilatildeo da EMS do Aeroporto de Uberlacircndia localizado

agrave nordeste do municiacutepio juntamente com seu raio de atuaccedilatildeo bem como os principais bairros

circundantes

Figura 3 Localizaccedilatildeo da EMS raio de abrangecircncia de observaccedilatildeo das trovoadas e bairros

circundantes ao Aeroporto de Uberlacircndia

Fonte NOVAIS 2012

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Formaccedilatildeo das Cumulonimbus e das trovoadas

Segundo Pinto Jr (2005 p 18) apesar de as trovoadas estarem associadas agraves nuvens de

tempestades estas classificadas de Cumulonimbus (CB) de acordo com o Atlas Internacional

de Nuvens este fenocircmeno pode tambeacutem ocorrer em outros tipos de nuvens como em

tempestades de neve tempestades de areia e em erupccedilotildees vulcacircnicas Contudo na localidade

de anaacutelise deste trabalho a ocorrecircncia do fenocircmeno de trovoadas se da nas Cumulonimbus

apenas

Os elementos essenciais que alimentam as condiccedilotildees para a formaccedilatildeo dos CBs satildeo a)

presenccedila de umidade na atmosfera e sua evaporaccedilatildeo agrave superfiacutecie terrestre tanto dos solos

quanto de todas as superfiacutecies aquaacuteticas o qual eacute um dos fatores que gera o movimento de

convecccedilatildeo b) instabilidade atmosfeacuterica ou seja como o ar quente e o ar frio possuem

densidades diferentes o ar quente ao adquirir umidade tende a ascender na medida em que eacute

resfriado na atmosfera ele tende a descer efetuando um processo contiacutenuo de troca c) e ainda

o levantamento seja ele orograacutefico frontal de brisa mariacutetima ou terrestre (COMANDO DA

AERONAacuteUTICA 2003 p 4)

A formaccedilatildeo de um CB normalmente ocorre em estaacutegios originando-se atraveacutes das

nuvens Cumulus estas que podem desenvolver-se ao ponto de se tornarem Cumulus

Congestus (tambeacutem conhecidas como Towering Cumulus ndash TCU) e ainda sim se

desenvolverem mais dando origem ao CB Estes estaacutegios satildeo conhecidos respectivamente

como (SONNEMAKER 1991 p 82) 1) estaacutegio de Cumulus 2) estaacutegio de maturidade 3)

Apoacutes estes dois estaacutegios tem-se o estaacutegio de dissipaccedilatildeo onde a precipitaccedilatildeo gradualmente se

cessa as correntes descendentes predominam poreacutem com menor intensidade os ventos de

rajada se enfraquecem e as turbulecircncias se tornam menos intensas Ocorrem ainda grandes

expansotildees laterais da nuvem e seu topo exibe o formato direcionado e alongado tomando a

forma de uma ldquobigornardquo (SONNEMAKER 1991 p 61)

Cumulus satildeo nuvens de estaacutegio baixo geralmente densas e de contorno e base bem

definidos desenvolvem-se em sentido vertical em forma de montiacuteculos domos ou torres satildeo

constituiacutedas majoritariamente por gotiacuteculas de aacutegua (PRETOR-PINEY 2008 p 22) Elas

ocorrem em alturas que variam de 300 a no maacuteximo 1500 metros poreacutem em raras ocasiotildees

satildeo observadas em torno de ateacute 1800 metros de altura no Aeroporto de Uberlacircndia

As Cumulus Congestus ou TCU satildeo as proacuteprias nuvens Cumulus poreacutem com maior

desenvolvimento vertical portanto possuem sua base em niacuteveis baixos No entanto devido

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61 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

sua capacidade de ascensatildeo na atmosfera satildeo consideradas como nuvens de grande

desenvolvimento vertical pois podem atingir os estaacutegios das nuvens meacutedias e altas satildeo

constituiacutedas por gotiacuteculas de aacutegua e podem conter tambeacutem partiacuteculas de gelo em sua porccedilatildeo

superior (VAREJAtildeO-SILVA 2006 p 376) A Meteorologia Aeronaacuteutica considera 750m a

altura miacutenima da base de um TCU

As nuvens Cumulus Congestus podem evoluir ainda mais dando origem agrave nuvem CB

ou se dissipar o que depende de diversas condiccedilotildees atmosfeacutericas reinantes num determinado

local eou dos sistemas atuantes Dessa forma a formaccedilatildeo de um CB sempre eacute precedida pelo

estaacutegio de Cumulus Congestus

As trovoadas podem ser definidas de acordo com sua origem dessa forma elas

possuem dois modos principais das quais se originam satildeo eles trovoadas de massas de ar e as

frontais tambeacutem conhecidas como dinacircmicas (SONNEMAKER 1991 p 83)

As chamadas trovoadas de massas de ar satildeo formadas no interior de uma mesma massa

de ar quente e uacutemida ou seja uma parcela da atmosfera que possua caracteriacutesticas

semelhantes de temperatura umidade e pressatildeo Normalmente ocorrem de forma isolada ou

esparsa Satildeo divididas em (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas convectivas satildeo originadas devido a processos convectivos onde

determinada massa de ar quente e uacutemida se eleva na atmosfera devido sua baixa

densidade e agraves condiccedilotildees de instabilidade da troposfera

Trovoadas orograacuteficas originadas por condiccedilotildees orograacuteficas onde uma parcela de ar

uacutemido e instaacutevel eacute forccedilada a ascender atraveacutes de um terreno montanhoso

Trovoadas advectivas ocorrem devido ao movimento horizontal de ar quente e uacutemido

sob uma determinada aacuterea de ar instaacutevel ou advecccedilatildeo de ar frio sobre aacutereas onde se

encontram ar quente eacute a menos comum das trecircs

As trovoadas derivadas de sistemas frontais podem ocorrer em qualquer eacutepoca do ano

e a qualquer hora do dia satildeo geralmente intensas de maior duraccedilatildeo e extensas

horizontalmente Satildeo elas (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas frontais ocorrem associadas a sistemas frontais frios quentes e oclusos

Trovoadas de linha de instabilidade ocorrem na dianteira das frentes ou seja nas

linhas e aacutereas preacute-frontais

Satildeo estas origens e definiccedilotildees que iratildeo definir a forma de como os CBs iratildeo se

apresentar no tempo e espaccedilo podendo ocorrer das seguintes formas (DECEA 200- p 2)

isolados quando numa determinada aacuterea haacute ocorrecircncia isolada da nuvem

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multiceacutelulas quando numa determinada aacuterea haacute a presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CB

poreacutem natildeo apresentam uma disposiccedilatildeo organizada

em linhas de instabilidade eacute formado pela presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CBs

alinhados comum quando ocorrem os sistemas frontais precedendo-os

superceacutelulas quando ocorrem formaccedilotildees conjuntas em aacutereas muito extensas satildeo

capazes de se manterem sozinhas em atividade por diversas horas

Este trabalho natildeo pretende adentrar nas caracteriacutesticas eleacutetricas da estrutura dos CBs

poreacutem informaccedilotildees aprofundadas neste campo podem ser encontradas nas obras do

pesquisador Dr Osmar Pinto Jr os quais satildeo grandes referecircncias

Informaccedilotildees baacutesicas sobre as trovoadas

As condiccedilotildees de tempo ocasionadas pelas trovoadas satildeo severas tanto ao longo da

camada da troposfera quanto em superfiacutecie podendo ocorrer em maior ou menor grau de

severidade os seguintes elementos (SONNEMAKER 1991 p 84) turbulecircncia chuvas

torrenciais granizo gelo saraiva rajadas de vento raios relacircmpagos tornados e trombas

drsquoaacutegua

Para a aviaccedilatildeo a presenccedila das trovoadas eacute um limitador do espaccedilo aeacutereo sendo que o

voo dentro de uma nuvem CB eacute considerado de extremo risco devido possuir fortes correntes

de ventos ascendentes e descendentes com gelo granizo aleacutem da ocorrecircncia de relacircmpagos

(DECEA 200- p 1) As operaccedilotildees aeacutereas de pousos e decolagens satildeo afetadas tambeacutem pelas

cortantes de vento geradas por estas nuvens agrave superfiacutecie ou proacuteximas a ela pois em seu

entorno ocorrem fortes correntes de ventos ascendentes e descendentes gerando grandes

riscos a estas operaccedilotildees (DECEA 200- p 1)

Discussatildeo e anaacutelise dos resultados

Optou-se neste trabalho por exibir os totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e

minutos devido os dados obtidos serem muito pontuais ao contraacuterio do tradicional iacutendice

ceraacuteunico que leva em consideraccedilatildeo apenas a quantidade de dias No entanto ao final da

anaacutelise os dados foram tambeacutem dispostos neste mesmo iacutendice

A distribuiccedilatildeo das trovoadas ao longo de qualquer um dos anos desta pesquisa mostra

que eacute possiacutevel dividi-los em duas temporadas Uma primeira temporada que vai de janeiro a

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marccedilo e de outubro a dezembro de um mesmo ano onde se encontram altos iacutendices de

trovoadas o que corresponde aproximadamente agraves estaccedilotildees de veratildeo e primavera

respectivamente E uma segunda temporada que vai de abril a setembro com iacutendices

menores correspondente agraves estaccedilotildees de outono e inverno aproximadamente Esse

comportamento se enquadra a qualquer modelo climatoloacutegico proposto para o municiacutepio pois

as ocorrecircncias de trovoada acompanham os periacuteodos secos e chuvosos na sua intensificaccedilatildeo

ou escassez Como apresentado por Novais (2011 p 158) Uberlacircndia possui de 4 a 5 meses

secos (maio-agosto e eventualmente setembro) sendo seu periacuteodo chuvoso de outubro a

marccedilo com maior concentraccedilatildeo pluviomeacutetrica no veratildeo (dezembro a fevereiro) o que faz

uma relaccedilatildeo direta com o fenocircmeno das trovoadas

A figura 4 exibe estes dois periacuteodos semestrais entre os anos de 1998 e 2012 sendo

possiacutevel perceber notaacutevel aumento de horas de ocorrecircncia do fenocircmeno nos anos de 2011 e

2012 em ambos os periacuteodos

Figura 4 Distribuiccedilatildeo do total de trovoadas em horasano nos semestres de maior e de menor

ocorrecircncia

Linha avermelhada totais dos meses de janeiro a marccedilo e de outubro a dezembroano

Linha azulada totais dos meses de abril a setembroano

Fonte RIBEIRO 2013

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Em todos os anos como eacute tiacutepico da proacutepria climatologia da localidade o

comportamento das trovoadas iraacute compor graficamente com ligeiras alternacircncias uma

espeacutecie de paraacutebola pois haacute dois pontos equidistantes que correspondem aos extremos dos

anos os meses de janeiro-fevereiro e novembro-dezembro com seus valores maacuteximos de

trovoadas em horas A figura 5 exemplifica esta consideraccedilatildeo para o ano de 1998 que eacute o

primeiro da anaacutelise

Figura 5 Trovoadas em horas mensais no ano de 1998

Fonte RIBEIRO 2013

A quantidade de ocorrecircncias de trovoadas em horas mantem-se com estabilidade ao

longo dos anos de 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ou seja com

poucas variaccedilotildees entre os anos exibindo um comportamento semelhante entre eles A meacutedia

deste periacuteodo eacute do valor de 225h e 21min No ano de 2007 que possui o total de 133h e

47min de trovoadas haacute um decliacutenio na ocorrecircncia do fenocircmeno em 41 em relaccedilatildeo agrave meacutedia

dos anos de 1998 a 2006 que foram os anos que se comportaram semelhantemente O ano

seguinte 2008 os valores voltam a se comportar semelhante agrave meacutedia ocorrida de 1998 a

2006 com o total de 198h e 49min totais ao passo que nos anos seguintes os valores totais do

fenocircmeno em horas aumentaram expressivamente

A partir de 2009 os totais de horas de trovoadas passam a se elevar a cada ano

chegando ao total de 737h e 03min no ano de 2012 o uacuteltimo do periacuteodo de anaacutelise A meacutedia

dos anos de maior ocorrecircncia os anos de 2009 2010 2011 e 2012 (4 anos ao todo) estaacute em

torno de 532h e 34min contra 225h e 21min dos anos de 1998 a 2006 (9 anos ao todo) Isso

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mostra que nestes 4 anos (de 2009 a 2012) ocorreu mais que o dobro da quantidade de horas

de trovoadas dos 9 anos anteriores (de 1998 a 2006) ou pouco mais que 57 a mais no valor

de ocorrecircncias desses 4 anos sobre os 9 anos anteriores

O ano de 2007 eacute o recordista com a menor ocorrecircncia do fenocircmeno com o total de 133h

e 47min onde constam trecircs meses (maio junho e agosto) sem qualquer ocorrecircncia de

trovoadas sendo dezembro o seu mecircs com maior valor total em horas de ocorrecircncia com 28h

e 42min A figura 6 exibe os totais mensais para este ano

Figura 6 Trovoadas em horas mensais no ano de 2007

Fonte RIBEIRO 2013

Quanto ao ano de maior ocorrecircncia total de trovoadas em horas os dados apontam ser

2012 com o total de 737h e 03min Apenas o total do ano de 2012 eacute suficiente para superar a

os totais de 1998 1999 e 2000 juntos Este ano possui agosto como o uacutenico mecircs com a

ausecircncia do fenocircmeno e dezembro seu mecircs de maior ocorrecircncia com o acumulado de 129h e

58min A figura 7 exibe esta distribuiccedilatildeo anual para 2012

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Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

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Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

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Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

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Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

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Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

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58 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

() uma trovoada deve ser considerada sobre a estaccedilatildeo a partir do momento

em que o primeiro trovatildeo eacute ouvido sejam relacircmpagos vistos ou natildeo haja

precipitaccedilatildeo na estaccedilatildeo ou natildeo A trovoada deve ser informada no tempo

presente caso o trovatildeo seja ouvido durante o periacuteodo normal de observaccedilatildeo

que precede a hora do informe (meteoroloacutegico) Considerar-se-aacute que a

trovoada tenha terminado quando se ouvir o uacuteltimo trovatildeo ficando

confirmada a sua fase de dissipaccedilatildeo no espaccedilo de 10 a 15 minutos seguintes

Pinto Jr confirma este meacutetodo de registro exposto acima sendo suas consideraccedilotildees as

seguintes ldquodias de tempestade satildeo definidos como aqueles em que um observador num dado

local registra a ocorrecircncia de trovoadardquo (PINTO JR 1996 p 27)

Dentro do sistema de codificaccedilatildeo dos fenocircmenos para a Meteorologia Aeronaacuteutica a

trovoada eacute considerada ocorrendo no aeroacutedromo quando eacute percebida do ponto de observaccedilatildeo

ateacute uma distacircncia de 8 quilocircmetros quando observada a distacircncias superiores normalmente

percebidas pelo seu efeito luminoso eacute considerada entatildeo como sua ocorrecircncia sendo ldquona

vizinhanccedilardquo (MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 30) Na praacutetica a ocorrecircncia

de trovoada no aeroacutedromo eacute codificada no METAR (Meteorological Aerodrome Report ou

Informe Meteoroloacutegico Regular de Aeroacutedromo) como TS (do inglecircs ldquothunderstormrdquo) e a

ocorrecircncia na vizinhanccedila de VCTS (do inglecircs ldquovicinity thunderstormrdquo) Por oportuno todos

os registros de trovoada analisados neste trabalho se devem exclusivamente quanto a sua

ocorrecircncia no aeroacutedromo ou seja com o limite de raio de 8 quilocircmetros a partir do ponto de

observaccedilatildeo da EMS Em muitos momentos anteriores ou posteriores agrave ocorrecircncia de trovoada

no aeroacutedromo eacute registrada a ocorrecircncia de trovoada na vizinhanccedila portanto esse registro

possui tanto um caraacuteter de iminecircncia eou fortalecimento como de dissipaccedilatildeo da trovoada

(MINISTEacuteRIO DA DEFESA MCA 105-2 2011 p 30)

Vaacuterios fatores justificam cientificamente esta opccedilatildeo de limitaccedilatildeo pois ldquonormalmente

pode-se escutar o trovatildeo entre 5 a 10 quilocircmetros de distacircncia do local onde ocorreu o

relacircmpago Devido a diversas razotildees entre elas o vento a temperatura do ar e o relevo do

solo dificilmente se escuta o trovatildeo a distacircncias maiores que 20 quilocircmetrosrdquo (PINTO JR

1996 p 20)

A figura 2 localiza o municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba no estado de Minas Gerais

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59 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Figura 2 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do estado de MG

Fonte NOVAIS 2011

A figura 3 exibe o ponto de observaccedilatildeo da EMS do Aeroporto de Uberlacircndia localizado

agrave nordeste do municiacutepio juntamente com seu raio de atuaccedilatildeo bem como os principais bairros

circundantes

Figura 3 Localizaccedilatildeo da EMS raio de abrangecircncia de observaccedilatildeo das trovoadas e bairros

circundantes ao Aeroporto de Uberlacircndia

Fonte NOVAIS 2012

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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Formaccedilatildeo das Cumulonimbus e das trovoadas

Segundo Pinto Jr (2005 p 18) apesar de as trovoadas estarem associadas agraves nuvens de

tempestades estas classificadas de Cumulonimbus (CB) de acordo com o Atlas Internacional

de Nuvens este fenocircmeno pode tambeacutem ocorrer em outros tipos de nuvens como em

tempestades de neve tempestades de areia e em erupccedilotildees vulcacircnicas Contudo na localidade

de anaacutelise deste trabalho a ocorrecircncia do fenocircmeno de trovoadas se da nas Cumulonimbus

apenas

Os elementos essenciais que alimentam as condiccedilotildees para a formaccedilatildeo dos CBs satildeo a)

presenccedila de umidade na atmosfera e sua evaporaccedilatildeo agrave superfiacutecie terrestre tanto dos solos

quanto de todas as superfiacutecies aquaacuteticas o qual eacute um dos fatores que gera o movimento de

convecccedilatildeo b) instabilidade atmosfeacuterica ou seja como o ar quente e o ar frio possuem

densidades diferentes o ar quente ao adquirir umidade tende a ascender na medida em que eacute

resfriado na atmosfera ele tende a descer efetuando um processo contiacutenuo de troca c) e ainda

o levantamento seja ele orograacutefico frontal de brisa mariacutetima ou terrestre (COMANDO DA

AERONAacuteUTICA 2003 p 4)

A formaccedilatildeo de um CB normalmente ocorre em estaacutegios originando-se atraveacutes das

nuvens Cumulus estas que podem desenvolver-se ao ponto de se tornarem Cumulus

Congestus (tambeacutem conhecidas como Towering Cumulus ndash TCU) e ainda sim se

desenvolverem mais dando origem ao CB Estes estaacutegios satildeo conhecidos respectivamente

como (SONNEMAKER 1991 p 82) 1) estaacutegio de Cumulus 2) estaacutegio de maturidade 3)

Apoacutes estes dois estaacutegios tem-se o estaacutegio de dissipaccedilatildeo onde a precipitaccedilatildeo gradualmente se

cessa as correntes descendentes predominam poreacutem com menor intensidade os ventos de

rajada se enfraquecem e as turbulecircncias se tornam menos intensas Ocorrem ainda grandes

expansotildees laterais da nuvem e seu topo exibe o formato direcionado e alongado tomando a

forma de uma ldquobigornardquo (SONNEMAKER 1991 p 61)

Cumulus satildeo nuvens de estaacutegio baixo geralmente densas e de contorno e base bem

definidos desenvolvem-se em sentido vertical em forma de montiacuteculos domos ou torres satildeo

constituiacutedas majoritariamente por gotiacuteculas de aacutegua (PRETOR-PINEY 2008 p 22) Elas

ocorrem em alturas que variam de 300 a no maacuteximo 1500 metros poreacutem em raras ocasiotildees

satildeo observadas em torno de ateacute 1800 metros de altura no Aeroporto de Uberlacircndia

As Cumulus Congestus ou TCU satildeo as proacuteprias nuvens Cumulus poreacutem com maior

desenvolvimento vertical portanto possuem sua base em niacuteveis baixos No entanto devido

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sua capacidade de ascensatildeo na atmosfera satildeo consideradas como nuvens de grande

desenvolvimento vertical pois podem atingir os estaacutegios das nuvens meacutedias e altas satildeo

constituiacutedas por gotiacuteculas de aacutegua e podem conter tambeacutem partiacuteculas de gelo em sua porccedilatildeo

superior (VAREJAtildeO-SILVA 2006 p 376) A Meteorologia Aeronaacuteutica considera 750m a

altura miacutenima da base de um TCU

As nuvens Cumulus Congestus podem evoluir ainda mais dando origem agrave nuvem CB

ou se dissipar o que depende de diversas condiccedilotildees atmosfeacutericas reinantes num determinado

local eou dos sistemas atuantes Dessa forma a formaccedilatildeo de um CB sempre eacute precedida pelo

estaacutegio de Cumulus Congestus

As trovoadas podem ser definidas de acordo com sua origem dessa forma elas

possuem dois modos principais das quais se originam satildeo eles trovoadas de massas de ar e as

frontais tambeacutem conhecidas como dinacircmicas (SONNEMAKER 1991 p 83)

As chamadas trovoadas de massas de ar satildeo formadas no interior de uma mesma massa

de ar quente e uacutemida ou seja uma parcela da atmosfera que possua caracteriacutesticas

semelhantes de temperatura umidade e pressatildeo Normalmente ocorrem de forma isolada ou

esparsa Satildeo divididas em (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas convectivas satildeo originadas devido a processos convectivos onde

determinada massa de ar quente e uacutemida se eleva na atmosfera devido sua baixa

densidade e agraves condiccedilotildees de instabilidade da troposfera

Trovoadas orograacuteficas originadas por condiccedilotildees orograacuteficas onde uma parcela de ar

uacutemido e instaacutevel eacute forccedilada a ascender atraveacutes de um terreno montanhoso

Trovoadas advectivas ocorrem devido ao movimento horizontal de ar quente e uacutemido

sob uma determinada aacuterea de ar instaacutevel ou advecccedilatildeo de ar frio sobre aacutereas onde se

encontram ar quente eacute a menos comum das trecircs

As trovoadas derivadas de sistemas frontais podem ocorrer em qualquer eacutepoca do ano

e a qualquer hora do dia satildeo geralmente intensas de maior duraccedilatildeo e extensas

horizontalmente Satildeo elas (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas frontais ocorrem associadas a sistemas frontais frios quentes e oclusos

Trovoadas de linha de instabilidade ocorrem na dianteira das frentes ou seja nas

linhas e aacutereas preacute-frontais

Satildeo estas origens e definiccedilotildees que iratildeo definir a forma de como os CBs iratildeo se

apresentar no tempo e espaccedilo podendo ocorrer das seguintes formas (DECEA 200- p 2)

isolados quando numa determinada aacuterea haacute ocorrecircncia isolada da nuvem

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multiceacutelulas quando numa determinada aacuterea haacute a presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CB

poreacutem natildeo apresentam uma disposiccedilatildeo organizada

em linhas de instabilidade eacute formado pela presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CBs

alinhados comum quando ocorrem os sistemas frontais precedendo-os

superceacutelulas quando ocorrem formaccedilotildees conjuntas em aacutereas muito extensas satildeo

capazes de se manterem sozinhas em atividade por diversas horas

Este trabalho natildeo pretende adentrar nas caracteriacutesticas eleacutetricas da estrutura dos CBs

poreacutem informaccedilotildees aprofundadas neste campo podem ser encontradas nas obras do

pesquisador Dr Osmar Pinto Jr os quais satildeo grandes referecircncias

Informaccedilotildees baacutesicas sobre as trovoadas

As condiccedilotildees de tempo ocasionadas pelas trovoadas satildeo severas tanto ao longo da

camada da troposfera quanto em superfiacutecie podendo ocorrer em maior ou menor grau de

severidade os seguintes elementos (SONNEMAKER 1991 p 84) turbulecircncia chuvas

torrenciais granizo gelo saraiva rajadas de vento raios relacircmpagos tornados e trombas

drsquoaacutegua

Para a aviaccedilatildeo a presenccedila das trovoadas eacute um limitador do espaccedilo aeacutereo sendo que o

voo dentro de uma nuvem CB eacute considerado de extremo risco devido possuir fortes correntes

de ventos ascendentes e descendentes com gelo granizo aleacutem da ocorrecircncia de relacircmpagos

(DECEA 200- p 1) As operaccedilotildees aeacutereas de pousos e decolagens satildeo afetadas tambeacutem pelas

cortantes de vento geradas por estas nuvens agrave superfiacutecie ou proacuteximas a ela pois em seu

entorno ocorrem fortes correntes de ventos ascendentes e descendentes gerando grandes

riscos a estas operaccedilotildees (DECEA 200- p 1)

Discussatildeo e anaacutelise dos resultados

Optou-se neste trabalho por exibir os totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e

minutos devido os dados obtidos serem muito pontuais ao contraacuterio do tradicional iacutendice

ceraacuteunico que leva em consideraccedilatildeo apenas a quantidade de dias No entanto ao final da

anaacutelise os dados foram tambeacutem dispostos neste mesmo iacutendice

A distribuiccedilatildeo das trovoadas ao longo de qualquer um dos anos desta pesquisa mostra

que eacute possiacutevel dividi-los em duas temporadas Uma primeira temporada que vai de janeiro a

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marccedilo e de outubro a dezembro de um mesmo ano onde se encontram altos iacutendices de

trovoadas o que corresponde aproximadamente agraves estaccedilotildees de veratildeo e primavera

respectivamente E uma segunda temporada que vai de abril a setembro com iacutendices

menores correspondente agraves estaccedilotildees de outono e inverno aproximadamente Esse

comportamento se enquadra a qualquer modelo climatoloacutegico proposto para o municiacutepio pois

as ocorrecircncias de trovoada acompanham os periacuteodos secos e chuvosos na sua intensificaccedilatildeo

ou escassez Como apresentado por Novais (2011 p 158) Uberlacircndia possui de 4 a 5 meses

secos (maio-agosto e eventualmente setembro) sendo seu periacuteodo chuvoso de outubro a

marccedilo com maior concentraccedilatildeo pluviomeacutetrica no veratildeo (dezembro a fevereiro) o que faz

uma relaccedilatildeo direta com o fenocircmeno das trovoadas

A figura 4 exibe estes dois periacuteodos semestrais entre os anos de 1998 e 2012 sendo

possiacutevel perceber notaacutevel aumento de horas de ocorrecircncia do fenocircmeno nos anos de 2011 e

2012 em ambos os periacuteodos

Figura 4 Distribuiccedilatildeo do total de trovoadas em horasano nos semestres de maior e de menor

ocorrecircncia

Linha avermelhada totais dos meses de janeiro a marccedilo e de outubro a dezembroano

Linha azulada totais dos meses de abril a setembroano

Fonte RIBEIRO 2013

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Em todos os anos como eacute tiacutepico da proacutepria climatologia da localidade o

comportamento das trovoadas iraacute compor graficamente com ligeiras alternacircncias uma

espeacutecie de paraacutebola pois haacute dois pontos equidistantes que correspondem aos extremos dos

anos os meses de janeiro-fevereiro e novembro-dezembro com seus valores maacuteximos de

trovoadas em horas A figura 5 exemplifica esta consideraccedilatildeo para o ano de 1998 que eacute o

primeiro da anaacutelise

Figura 5 Trovoadas em horas mensais no ano de 1998

Fonte RIBEIRO 2013

A quantidade de ocorrecircncias de trovoadas em horas mantem-se com estabilidade ao

longo dos anos de 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ou seja com

poucas variaccedilotildees entre os anos exibindo um comportamento semelhante entre eles A meacutedia

deste periacuteodo eacute do valor de 225h e 21min No ano de 2007 que possui o total de 133h e

47min de trovoadas haacute um decliacutenio na ocorrecircncia do fenocircmeno em 41 em relaccedilatildeo agrave meacutedia

dos anos de 1998 a 2006 que foram os anos que se comportaram semelhantemente O ano

seguinte 2008 os valores voltam a se comportar semelhante agrave meacutedia ocorrida de 1998 a

2006 com o total de 198h e 49min totais ao passo que nos anos seguintes os valores totais do

fenocircmeno em horas aumentaram expressivamente

A partir de 2009 os totais de horas de trovoadas passam a se elevar a cada ano

chegando ao total de 737h e 03min no ano de 2012 o uacuteltimo do periacuteodo de anaacutelise A meacutedia

dos anos de maior ocorrecircncia os anos de 2009 2010 2011 e 2012 (4 anos ao todo) estaacute em

torno de 532h e 34min contra 225h e 21min dos anos de 1998 a 2006 (9 anos ao todo) Isso

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mostra que nestes 4 anos (de 2009 a 2012) ocorreu mais que o dobro da quantidade de horas

de trovoadas dos 9 anos anteriores (de 1998 a 2006) ou pouco mais que 57 a mais no valor

de ocorrecircncias desses 4 anos sobre os 9 anos anteriores

O ano de 2007 eacute o recordista com a menor ocorrecircncia do fenocircmeno com o total de 133h

e 47min onde constam trecircs meses (maio junho e agosto) sem qualquer ocorrecircncia de

trovoadas sendo dezembro o seu mecircs com maior valor total em horas de ocorrecircncia com 28h

e 42min A figura 6 exibe os totais mensais para este ano

Figura 6 Trovoadas em horas mensais no ano de 2007

Fonte RIBEIRO 2013

Quanto ao ano de maior ocorrecircncia total de trovoadas em horas os dados apontam ser

2012 com o total de 737h e 03min Apenas o total do ano de 2012 eacute suficiente para superar a

os totais de 1998 1999 e 2000 juntos Este ano possui agosto como o uacutenico mecircs com a

ausecircncia do fenocircmeno e dezembro seu mecircs de maior ocorrecircncia com o acumulado de 129h e

58min A figura 7 exibe esta distribuiccedilatildeo anual para 2012

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Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

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Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

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Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

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Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

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Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

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Page 8: análise da variabilidade das trovoadas e exibição de índice ...

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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59 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Figura 2 Localizaccedilatildeo do municiacutepio de Uberlacircndia dentro da mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do estado de MG

Fonte NOVAIS 2011

A figura 3 exibe o ponto de observaccedilatildeo da EMS do Aeroporto de Uberlacircndia localizado

agrave nordeste do municiacutepio juntamente com seu raio de atuaccedilatildeo bem como os principais bairros

circundantes

Figura 3 Localizaccedilatildeo da EMS raio de abrangecircncia de observaccedilatildeo das trovoadas e bairros

circundantes ao Aeroporto de Uberlacircndia

Fonte NOVAIS 2012

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60 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Formaccedilatildeo das Cumulonimbus e das trovoadas

Segundo Pinto Jr (2005 p 18) apesar de as trovoadas estarem associadas agraves nuvens de

tempestades estas classificadas de Cumulonimbus (CB) de acordo com o Atlas Internacional

de Nuvens este fenocircmeno pode tambeacutem ocorrer em outros tipos de nuvens como em

tempestades de neve tempestades de areia e em erupccedilotildees vulcacircnicas Contudo na localidade

de anaacutelise deste trabalho a ocorrecircncia do fenocircmeno de trovoadas se da nas Cumulonimbus

apenas

Os elementos essenciais que alimentam as condiccedilotildees para a formaccedilatildeo dos CBs satildeo a)

presenccedila de umidade na atmosfera e sua evaporaccedilatildeo agrave superfiacutecie terrestre tanto dos solos

quanto de todas as superfiacutecies aquaacuteticas o qual eacute um dos fatores que gera o movimento de

convecccedilatildeo b) instabilidade atmosfeacuterica ou seja como o ar quente e o ar frio possuem

densidades diferentes o ar quente ao adquirir umidade tende a ascender na medida em que eacute

resfriado na atmosfera ele tende a descer efetuando um processo contiacutenuo de troca c) e ainda

o levantamento seja ele orograacutefico frontal de brisa mariacutetima ou terrestre (COMANDO DA

AERONAacuteUTICA 2003 p 4)

A formaccedilatildeo de um CB normalmente ocorre em estaacutegios originando-se atraveacutes das

nuvens Cumulus estas que podem desenvolver-se ao ponto de se tornarem Cumulus

Congestus (tambeacutem conhecidas como Towering Cumulus ndash TCU) e ainda sim se

desenvolverem mais dando origem ao CB Estes estaacutegios satildeo conhecidos respectivamente

como (SONNEMAKER 1991 p 82) 1) estaacutegio de Cumulus 2) estaacutegio de maturidade 3)

Apoacutes estes dois estaacutegios tem-se o estaacutegio de dissipaccedilatildeo onde a precipitaccedilatildeo gradualmente se

cessa as correntes descendentes predominam poreacutem com menor intensidade os ventos de

rajada se enfraquecem e as turbulecircncias se tornam menos intensas Ocorrem ainda grandes

expansotildees laterais da nuvem e seu topo exibe o formato direcionado e alongado tomando a

forma de uma ldquobigornardquo (SONNEMAKER 1991 p 61)

Cumulus satildeo nuvens de estaacutegio baixo geralmente densas e de contorno e base bem

definidos desenvolvem-se em sentido vertical em forma de montiacuteculos domos ou torres satildeo

constituiacutedas majoritariamente por gotiacuteculas de aacutegua (PRETOR-PINEY 2008 p 22) Elas

ocorrem em alturas que variam de 300 a no maacuteximo 1500 metros poreacutem em raras ocasiotildees

satildeo observadas em torno de ateacute 1800 metros de altura no Aeroporto de Uberlacircndia

As Cumulus Congestus ou TCU satildeo as proacuteprias nuvens Cumulus poreacutem com maior

desenvolvimento vertical portanto possuem sua base em niacuteveis baixos No entanto devido

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61 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

sua capacidade de ascensatildeo na atmosfera satildeo consideradas como nuvens de grande

desenvolvimento vertical pois podem atingir os estaacutegios das nuvens meacutedias e altas satildeo

constituiacutedas por gotiacuteculas de aacutegua e podem conter tambeacutem partiacuteculas de gelo em sua porccedilatildeo

superior (VAREJAtildeO-SILVA 2006 p 376) A Meteorologia Aeronaacuteutica considera 750m a

altura miacutenima da base de um TCU

As nuvens Cumulus Congestus podem evoluir ainda mais dando origem agrave nuvem CB

ou se dissipar o que depende de diversas condiccedilotildees atmosfeacutericas reinantes num determinado

local eou dos sistemas atuantes Dessa forma a formaccedilatildeo de um CB sempre eacute precedida pelo

estaacutegio de Cumulus Congestus

As trovoadas podem ser definidas de acordo com sua origem dessa forma elas

possuem dois modos principais das quais se originam satildeo eles trovoadas de massas de ar e as

frontais tambeacutem conhecidas como dinacircmicas (SONNEMAKER 1991 p 83)

As chamadas trovoadas de massas de ar satildeo formadas no interior de uma mesma massa

de ar quente e uacutemida ou seja uma parcela da atmosfera que possua caracteriacutesticas

semelhantes de temperatura umidade e pressatildeo Normalmente ocorrem de forma isolada ou

esparsa Satildeo divididas em (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas convectivas satildeo originadas devido a processos convectivos onde

determinada massa de ar quente e uacutemida se eleva na atmosfera devido sua baixa

densidade e agraves condiccedilotildees de instabilidade da troposfera

Trovoadas orograacuteficas originadas por condiccedilotildees orograacuteficas onde uma parcela de ar

uacutemido e instaacutevel eacute forccedilada a ascender atraveacutes de um terreno montanhoso

Trovoadas advectivas ocorrem devido ao movimento horizontal de ar quente e uacutemido

sob uma determinada aacuterea de ar instaacutevel ou advecccedilatildeo de ar frio sobre aacutereas onde se

encontram ar quente eacute a menos comum das trecircs

As trovoadas derivadas de sistemas frontais podem ocorrer em qualquer eacutepoca do ano

e a qualquer hora do dia satildeo geralmente intensas de maior duraccedilatildeo e extensas

horizontalmente Satildeo elas (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas frontais ocorrem associadas a sistemas frontais frios quentes e oclusos

Trovoadas de linha de instabilidade ocorrem na dianteira das frentes ou seja nas

linhas e aacutereas preacute-frontais

Satildeo estas origens e definiccedilotildees que iratildeo definir a forma de como os CBs iratildeo se

apresentar no tempo e espaccedilo podendo ocorrer das seguintes formas (DECEA 200- p 2)

isolados quando numa determinada aacuterea haacute ocorrecircncia isolada da nuvem

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multiceacutelulas quando numa determinada aacuterea haacute a presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CB

poreacutem natildeo apresentam uma disposiccedilatildeo organizada

em linhas de instabilidade eacute formado pela presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CBs

alinhados comum quando ocorrem os sistemas frontais precedendo-os

superceacutelulas quando ocorrem formaccedilotildees conjuntas em aacutereas muito extensas satildeo

capazes de se manterem sozinhas em atividade por diversas horas

Este trabalho natildeo pretende adentrar nas caracteriacutesticas eleacutetricas da estrutura dos CBs

poreacutem informaccedilotildees aprofundadas neste campo podem ser encontradas nas obras do

pesquisador Dr Osmar Pinto Jr os quais satildeo grandes referecircncias

Informaccedilotildees baacutesicas sobre as trovoadas

As condiccedilotildees de tempo ocasionadas pelas trovoadas satildeo severas tanto ao longo da

camada da troposfera quanto em superfiacutecie podendo ocorrer em maior ou menor grau de

severidade os seguintes elementos (SONNEMAKER 1991 p 84) turbulecircncia chuvas

torrenciais granizo gelo saraiva rajadas de vento raios relacircmpagos tornados e trombas

drsquoaacutegua

Para a aviaccedilatildeo a presenccedila das trovoadas eacute um limitador do espaccedilo aeacutereo sendo que o

voo dentro de uma nuvem CB eacute considerado de extremo risco devido possuir fortes correntes

de ventos ascendentes e descendentes com gelo granizo aleacutem da ocorrecircncia de relacircmpagos

(DECEA 200- p 1) As operaccedilotildees aeacutereas de pousos e decolagens satildeo afetadas tambeacutem pelas

cortantes de vento geradas por estas nuvens agrave superfiacutecie ou proacuteximas a ela pois em seu

entorno ocorrem fortes correntes de ventos ascendentes e descendentes gerando grandes

riscos a estas operaccedilotildees (DECEA 200- p 1)

Discussatildeo e anaacutelise dos resultados

Optou-se neste trabalho por exibir os totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e

minutos devido os dados obtidos serem muito pontuais ao contraacuterio do tradicional iacutendice

ceraacuteunico que leva em consideraccedilatildeo apenas a quantidade de dias No entanto ao final da

anaacutelise os dados foram tambeacutem dispostos neste mesmo iacutendice

A distribuiccedilatildeo das trovoadas ao longo de qualquer um dos anos desta pesquisa mostra

que eacute possiacutevel dividi-los em duas temporadas Uma primeira temporada que vai de janeiro a

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marccedilo e de outubro a dezembro de um mesmo ano onde se encontram altos iacutendices de

trovoadas o que corresponde aproximadamente agraves estaccedilotildees de veratildeo e primavera

respectivamente E uma segunda temporada que vai de abril a setembro com iacutendices

menores correspondente agraves estaccedilotildees de outono e inverno aproximadamente Esse

comportamento se enquadra a qualquer modelo climatoloacutegico proposto para o municiacutepio pois

as ocorrecircncias de trovoada acompanham os periacuteodos secos e chuvosos na sua intensificaccedilatildeo

ou escassez Como apresentado por Novais (2011 p 158) Uberlacircndia possui de 4 a 5 meses

secos (maio-agosto e eventualmente setembro) sendo seu periacuteodo chuvoso de outubro a

marccedilo com maior concentraccedilatildeo pluviomeacutetrica no veratildeo (dezembro a fevereiro) o que faz

uma relaccedilatildeo direta com o fenocircmeno das trovoadas

A figura 4 exibe estes dois periacuteodos semestrais entre os anos de 1998 e 2012 sendo

possiacutevel perceber notaacutevel aumento de horas de ocorrecircncia do fenocircmeno nos anos de 2011 e

2012 em ambos os periacuteodos

Figura 4 Distribuiccedilatildeo do total de trovoadas em horasano nos semestres de maior e de menor

ocorrecircncia

Linha avermelhada totais dos meses de janeiro a marccedilo e de outubro a dezembroano

Linha azulada totais dos meses de abril a setembroano

Fonte RIBEIRO 2013

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Em todos os anos como eacute tiacutepico da proacutepria climatologia da localidade o

comportamento das trovoadas iraacute compor graficamente com ligeiras alternacircncias uma

espeacutecie de paraacutebola pois haacute dois pontos equidistantes que correspondem aos extremos dos

anos os meses de janeiro-fevereiro e novembro-dezembro com seus valores maacuteximos de

trovoadas em horas A figura 5 exemplifica esta consideraccedilatildeo para o ano de 1998 que eacute o

primeiro da anaacutelise

Figura 5 Trovoadas em horas mensais no ano de 1998

Fonte RIBEIRO 2013

A quantidade de ocorrecircncias de trovoadas em horas mantem-se com estabilidade ao

longo dos anos de 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ou seja com

poucas variaccedilotildees entre os anos exibindo um comportamento semelhante entre eles A meacutedia

deste periacuteodo eacute do valor de 225h e 21min No ano de 2007 que possui o total de 133h e

47min de trovoadas haacute um decliacutenio na ocorrecircncia do fenocircmeno em 41 em relaccedilatildeo agrave meacutedia

dos anos de 1998 a 2006 que foram os anos que se comportaram semelhantemente O ano

seguinte 2008 os valores voltam a se comportar semelhante agrave meacutedia ocorrida de 1998 a

2006 com o total de 198h e 49min totais ao passo que nos anos seguintes os valores totais do

fenocircmeno em horas aumentaram expressivamente

A partir de 2009 os totais de horas de trovoadas passam a se elevar a cada ano

chegando ao total de 737h e 03min no ano de 2012 o uacuteltimo do periacuteodo de anaacutelise A meacutedia

dos anos de maior ocorrecircncia os anos de 2009 2010 2011 e 2012 (4 anos ao todo) estaacute em

torno de 532h e 34min contra 225h e 21min dos anos de 1998 a 2006 (9 anos ao todo) Isso

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mostra que nestes 4 anos (de 2009 a 2012) ocorreu mais que o dobro da quantidade de horas

de trovoadas dos 9 anos anteriores (de 1998 a 2006) ou pouco mais que 57 a mais no valor

de ocorrecircncias desses 4 anos sobre os 9 anos anteriores

O ano de 2007 eacute o recordista com a menor ocorrecircncia do fenocircmeno com o total de 133h

e 47min onde constam trecircs meses (maio junho e agosto) sem qualquer ocorrecircncia de

trovoadas sendo dezembro o seu mecircs com maior valor total em horas de ocorrecircncia com 28h

e 42min A figura 6 exibe os totais mensais para este ano

Figura 6 Trovoadas em horas mensais no ano de 2007

Fonte RIBEIRO 2013

Quanto ao ano de maior ocorrecircncia total de trovoadas em horas os dados apontam ser

2012 com o total de 737h e 03min Apenas o total do ano de 2012 eacute suficiente para superar a

os totais de 1998 1999 e 2000 juntos Este ano possui agosto como o uacutenico mecircs com a

ausecircncia do fenocircmeno e dezembro seu mecircs de maior ocorrecircncia com o acumulado de 129h e

58min A figura 7 exibe esta distribuiccedilatildeo anual para 2012

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Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

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Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

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Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

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Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

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Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

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Formaccedilatildeo das Cumulonimbus e das trovoadas

Segundo Pinto Jr (2005 p 18) apesar de as trovoadas estarem associadas agraves nuvens de

tempestades estas classificadas de Cumulonimbus (CB) de acordo com o Atlas Internacional

de Nuvens este fenocircmeno pode tambeacutem ocorrer em outros tipos de nuvens como em

tempestades de neve tempestades de areia e em erupccedilotildees vulcacircnicas Contudo na localidade

de anaacutelise deste trabalho a ocorrecircncia do fenocircmeno de trovoadas se da nas Cumulonimbus

apenas

Os elementos essenciais que alimentam as condiccedilotildees para a formaccedilatildeo dos CBs satildeo a)

presenccedila de umidade na atmosfera e sua evaporaccedilatildeo agrave superfiacutecie terrestre tanto dos solos

quanto de todas as superfiacutecies aquaacuteticas o qual eacute um dos fatores que gera o movimento de

convecccedilatildeo b) instabilidade atmosfeacuterica ou seja como o ar quente e o ar frio possuem

densidades diferentes o ar quente ao adquirir umidade tende a ascender na medida em que eacute

resfriado na atmosfera ele tende a descer efetuando um processo contiacutenuo de troca c) e ainda

o levantamento seja ele orograacutefico frontal de brisa mariacutetima ou terrestre (COMANDO DA

AERONAacuteUTICA 2003 p 4)

A formaccedilatildeo de um CB normalmente ocorre em estaacutegios originando-se atraveacutes das

nuvens Cumulus estas que podem desenvolver-se ao ponto de se tornarem Cumulus

Congestus (tambeacutem conhecidas como Towering Cumulus ndash TCU) e ainda sim se

desenvolverem mais dando origem ao CB Estes estaacutegios satildeo conhecidos respectivamente

como (SONNEMAKER 1991 p 82) 1) estaacutegio de Cumulus 2) estaacutegio de maturidade 3)

Apoacutes estes dois estaacutegios tem-se o estaacutegio de dissipaccedilatildeo onde a precipitaccedilatildeo gradualmente se

cessa as correntes descendentes predominam poreacutem com menor intensidade os ventos de

rajada se enfraquecem e as turbulecircncias se tornam menos intensas Ocorrem ainda grandes

expansotildees laterais da nuvem e seu topo exibe o formato direcionado e alongado tomando a

forma de uma ldquobigornardquo (SONNEMAKER 1991 p 61)

Cumulus satildeo nuvens de estaacutegio baixo geralmente densas e de contorno e base bem

definidos desenvolvem-se em sentido vertical em forma de montiacuteculos domos ou torres satildeo

constituiacutedas majoritariamente por gotiacuteculas de aacutegua (PRETOR-PINEY 2008 p 22) Elas

ocorrem em alturas que variam de 300 a no maacuteximo 1500 metros poreacutem em raras ocasiotildees

satildeo observadas em torno de ateacute 1800 metros de altura no Aeroporto de Uberlacircndia

As Cumulus Congestus ou TCU satildeo as proacuteprias nuvens Cumulus poreacutem com maior

desenvolvimento vertical portanto possuem sua base em niacuteveis baixos No entanto devido

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sua capacidade de ascensatildeo na atmosfera satildeo consideradas como nuvens de grande

desenvolvimento vertical pois podem atingir os estaacutegios das nuvens meacutedias e altas satildeo

constituiacutedas por gotiacuteculas de aacutegua e podem conter tambeacutem partiacuteculas de gelo em sua porccedilatildeo

superior (VAREJAtildeO-SILVA 2006 p 376) A Meteorologia Aeronaacuteutica considera 750m a

altura miacutenima da base de um TCU

As nuvens Cumulus Congestus podem evoluir ainda mais dando origem agrave nuvem CB

ou se dissipar o que depende de diversas condiccedilotildees atmosfeacutericas reinantes num determinado

local eou dos sistemas atuantes Dessa forma a formaccedilatildeo de um CB sempre eacute precedida pelo

estaacutegio de Cumulus Congestus

As trovoadas podem ser definidas de acordo com sua origem dessa forma elas

possuem dois modos principais das quais se originam satildeo eles trovoadas de massas de ar e as

frontais tambeacutem conhecidas como dinacircmicas (SONNEMAKER 1991 p 83)

As chamadas trovoadas de massas de ar satildeo formadas no interior de uma mesma massa

de ar quente e uacutemida ou seja uma parcela da atmosfera que possua caracteriacutesticas

semelhantes de temperatura umidade e pressatildeo Normalmente ocorrem de forma isolada ou

esparsa Satildeo divididas em (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas convectivas satildeo originadas devido a processos convectivos onde

determinada massa de ar quente e uacutemida se eleva na atmosfera devido sua baixa

densidade e agraves condiccedilotildees de instabilidade da troposfera

Trovoadas orograacuteficas originadas por condiccedilotildees orograacuteficas onde uma parcela de ar

uacutemido e instaacutevel eacute forccedilada a ascender atraveacutes de um terreno montanhoso

Trovoadas advectivas ocorrem devido ao movimento horizontal de ar quente e uacutemido

sob uma determinada aacuterea de ar instaacutevel ou advecccedilatildeo de ar frio sobre aacutereas onde se

encontram ar quente eacute a menos comum das trecircs

As trovoadas derivadas de sistemas frontais podem ocorrer em qualquer eacutepoca do ano

e a qualquer hora do dia satildeo geralmente intensas de maior duraccedilatildeo e extensas

horizontalmente Satildeo elas (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas frontais ocorrem associadas a sistemas frontais frios quentes e oclusos

Trovoadas de linha de instabilidade ocorrem na dianteira das frentes ou seja nas

linhas e aacutereas preacute-frontais

Satildeo estas origens e definiccedilotildees que iratildeo definir a forma de como os CBs iratildeo se

apresentar no tempo e espaccedilo podendo ocorrer das seguintes formas (DECEA 200- p 2)

isolados quando numa determinada aacuterea haacute ocorrecircncia isolada da nuvem

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multiceacutelulas quando numa determinada aacuterea haacute a presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CB

poreacutem natildeo apresentam uma disposiccedilatildeo organizada

em linhas de instabilidade eacute formado pela presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CBs

alinhados comum quando ocorrem os sistemas frontais precedendo-os

superceacutelulas quando ocorrem formaccedilotildees conjuntas em aacutereas muito extensas satildeo

capazes de se manterem sozinhas em atividade por diversas horas

Este trabalho natildeo pretende adentrar nas caracteriacutesticas eleacutetricas da estrutura dos CBs

poreacutem informaccedilotildees aprofundadas neste campo podem ser encontradas nas obras do

pesquisador Dr Osmar Pinto Jr os quais satildeo grandes referecircncias

Informaccedilotildees baacutesicas sobre as trovoadas

As condiccedilotildees de tempo ocasionadas pelas trovoadas satildeo severas tanto ao longo da

camada da troposfera quanto em superfiacutecie podendo ocorrer em maior ou menor grau de

severidade os seguintes elementos (SONNEMAKER 1991 p 84) turbulecircncia chuvas

torrenciais granizo gelo saraiva rajadas de vento raios relacircmpagos tornados e trombas

drsquoaacutegua

Para a aviaccedilatildeo a presenccedila das trovoadas eacute um limitador do espaccedilo aeacutereo sendo que o

voo dentro de uma nuvem CB eacute considerado de extremo risco devido possuir fortes correntes

de ventos ascendentes e descendentes com gelo granizo aleacutem da ocorrecircncia de relacircmpagos

(DECEA 200- p 1) As operaccedilotildees aeacutereas de pousos e decolagens satildeo afetadas tambeacutem pelas

cortantes de vento geradas por estas nuvens agrave superfiacutecie ou proacuteximas a ela pois em seu

entorno ocorrem fortes correntes de ventos ascendentes e descendentes gerando grandes

riscos a estas operaccedilotildees (DECEA 200- p 1)

Discussatildeo e anaacutelise dos resultados

Optou-se neste trabalho por exibir os totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e

minutos devido os dados obtidos serem muito pontuais ao contraacuterio do tradicional iacutendice

ceraacuteunico que leva em consideraccedilatildeo apenas a quantidade de dias No entanto ao final da

anaacutelise os dados foram tambeacutem dispostos neste mesmo iacutendice

A distribuiccedilatildeo das trovoadas ao longo de qualquer um dos anos desta pesquisa mostra

que eacute possiacutevel dividi-los em duas temporadas Uma primeira temporada que vai de janeiro a

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marccedilo e de outubro a dezembro de um mesmo ano onde se encontram altos iacutendices de

trovoadas o que corresponde aproximadamente agraves estaccedilotildees de veratildeo e primavera

respectivamente E uma segunda temporada que vai de abril a setembro com iacutendices

menores correspondente agraves estaccedilotildees de outono e inverno aproximadamente Esse

comportamento se enquadra a qualquer modelo climatoloacutegico proposto para o municiacutepio pois

as ocorrecircncias de trovoada acompanham os periacuteodos secos e chuvosos na sua intensificaccedilatildeo

ou escassez Como apresentado por Novais (2011 p 158) Uberlacircndia possui de 4 a 5 meses

secos (maio-agosto e eventualmente setembro) sendo seu periacuteodo chuvoso de outubro a

marccedilo com maior concentraccedilatildeo pluviomeacutetrica no veratildeo (dezembro a fevereiro) o que faz

uma relaccedilatildeo direta com o fenocircmeno das trovoadas

A figura 4 exibe estes dois periacuteodos semestrais entre os anos de 1998 e 2012 sendo

possiacutevel perceber notaacutevel aumento de horas de ocorrecircncia do fenocircmeno nos anos de 2011 e

2012 em ambos os periacuteodos

Figura 4 Distribuiccedilatildeo do total de trovoadas em horasano nos semestres de maior e de menor

ocorrecircncia

Linha avermelhada totais dos meses de janeiro a marccedilo e de outubro a dezembroano

Linha azulada totais dos meses de abril a setembroano

Fonte RIBEIRO 2013

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Em todos os anos como eacute tiacutepico da proacutepria climatologia da localidade o

comportamento das trovoadas iraacute compor graficamente com ligeiras alternacircncias uma

espeacutecie de paraacutebola pois haacute dois pontos equidistantes que correspondem aos extremos dos

anos os meses de janeiro-fevereiro e novembro-dezembro com seus valores maacuteximos de

trovoadas em horas A figura 5 exemplifica esta consideraccedilatildeo para o ano de 1998 que eacute o

primeiro da anaacutelise

Figura 5 Trovoadas em horas mensais no ano de 1998

Fonte RIBEIRO 2013

A quantidade de ocorrecircncias de trovoadas em horas mantem-se com estabilidade ao

longo dos anos de 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ou seja com

poucas variaccedilotildees entre os anos exibindo um comportamento semelhante entre eles A meacutedia

deste periacuteodo eacute do valor de 225h e 21min No ano de 2007 que possui o total de 133h e

47min de trovoadas haacute um decliacutenio na ocorrecircncia do fenocircmeno em 41 em relaccedilatildeo agrave meacutedia

dos anos de 1998 a 2006 que foram os anos que se comportaram semelhantemente O ano

seguinte 2008 os valores voltam a se comportar semelhante agrave meacutedia ocorrida de 1998 a

2006 com o total de 198h e 49min totais ao passo que nos anos seguintes os valores totais do

fenocircmeno em horas aumentaram expressivamente

A partir de 2009 os totais de horas de trovoadas passam a se elevar a cada ano

chegando ao total de 737h e 03min no ano de 2012 o uacuteltimo do periacuteodo de anaacutelise A meacutedia

dos anos de maior ocorrecircncia os anos de 2009 2010 2011 e 2012 (4 anos ao todo) estaacute em

torno de 532h e 34min contra 225h e 21min dos anos de 1998 a 2006 (9 anos ao todo) Isso

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mostra que nestes 4 anos (de 2009 a 2012) ocorreu mais que o dobro da quantidade de horas

de trovoadas dos 9 anos anteriores (de 1998 a 2006) ou pouco mais que 57 a mais no valor

de ocorrecircncias desses 4 anos sobre os 9 anos anteriores

O ano de 2007 eacute o recordista com a menor ocorrecircncia do fenocircmeno com o total de 133h

e 47min onde constam trecircs meses (maio junho e agosto) sem qualquer ocorrecircncia de

trovoadas sendo dezembro o seu mecircs com maior valor total em horas de ocorrecircncia com 28h

e 42min A figura 6 exibe os totais mensais para este ano

Figura 6 Trovoadas em horas mensais no ano de 2007

Fonte RIBEIRO 2013

Quanto ao ano de maior ocorrecircncia total de trovoadas em horas os dados apontam ser

2012 com o total de 737h e 03min Apenas o total do ano de 2012 eacute suficiente para superar a

os totais de 1998 1999 e 2000 juntos Este ano possui agosto como o uacutenico mecircs com a

ausecircncia do fenocircmeno e dezembro seu mecircs de maior ocorrecircncia com o acumulado de 129h e

58min A figura 7 exibe esta distribuiccedilatildeo anual para 2012

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Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

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Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

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Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

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Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

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Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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sua capacidade de ascensatildeo na atmosfera satildeo consideradas como nuvens de grande

desenvolvimento vertical pois podem atingir os estaacutegios das nuvens meacutedias e altas satildeo

constituiacutedas por gotiacuteculas de aacutegua e podem conter tambeacutem partiacuteculas de gelo em sua porccedilatildeo

superior (VAREJAtildeO-SILVA 2006 p 376) A Meteorologia Aeronaacuteutica considera 750m a

altura miacutenima da base de um TCU

As nuvens Cumulus Congestus podem evoluir ainda mais dando origem agrave nuvem CB

ou se dissipar o que depende de diversas condiccedilotildees atmosfeacutericas reinantes num determinado

local eou dos sistemas atuantes Dessa forma a formaccedilatildeo de um CB sempre eacute precedida pelo

estaacutegio de Cumulus Congestus

As trovoadas podem ser definidas de acordo com sua origem dessa forma elas

possuem dois modos principais das quais se originam satildeo eles trovoadas de massas de ar e as

frontais tambeacutem conhecidas como dinacircmicas (SONNEMAKER 1991 p 83)

As chamadas trovoadas de massas de ar satildeo formadas no interior de uma mesma massa

de ar quente e uacutemida ou seja uma parcela da atmosfera que possua caracteriacutesticas

semelhantes de temperatura umidade e pressatildeo Normalmente ocorrem de forma isolada ou

esparsa Satildeo divididas em (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas convectivas satildeo originadas devido a processos convectivos onde

determinada massa de ar quente e uacutemida se eleva na atmosfera devido sua baixa

densidade e agraves condiccedilotildees de instabilidade da troposfera

Trovoadas orograacuteficas originadas por condiccedilotildees orograacuteficas onde uma parcela de ar

uacutemido e instaacutevel eacute forccedilada a ascender atraveacutes de um terreno montanhoso

Trovoadas advectivas ocorrem devido ao movimento horizontal de ar quente e uacutemido

sob uma determinada aacuterea de ar instaacutevel ou advecccedilatildeo de ar frio sobre aacutereas onde se

encontram ar quente eacute a menos comum das trecircs

As trovoadas derivadas de sistemas frontais podem ocorrer em qualquer eacutepoca do ano

e a qualquer hora do dia satildeo geralmente intensas de maior duraccedilatildeo e extensas

horizontalmente Satildeo elas (SONNEMAKER 1991 p 83)

Trovoadas frontais ocorrem associadas a sistemas frontais frios quentes e oclusos

Trovoadas de linha de instabilidade ocorrem na dianteira das frentes ou seja nas

linhas e aacutereas preacute-frontais

Satildeo estas origens e definiccedilotildees que iratildeo definir a forma de como os CBs iratildeo se

apresentar no tempo e espaccedilo podendo ocorrer das seguintes formas (DECEA 200- p 2)

isolados quando numa determinada aacuterea haacute ocorrecircncia isolada da nuvem

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multiceacutelulas quando numa determinada aacuterea haacute a presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CB

poreacutem natildeo apresentam uma disposiccedilatildeo organizada

em linhas de instabilidade eacute formado pela presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CBs

alinhados comum quando ocorrem os sistemas frontais precedendo-os

superceacutelulas quando ocorrem formaccedilotildees conjuntas em aacutereas muito extensas satildeo

capazes de se manterem sozinhas em atividade por diversas horas

Este trabalho natildeo pretende adentrar nas caracteriacutesticas eleacutetricas da estrutura dos CBs

poreacutem informaccedilotildees aprofundadas neste campo podem ser encontradas nas obras do

pesquisador Dr Osmar Pinto Jr os quais satildeo grandes referecircncias

Informaccedilotildees baacutesicas sobre as trovoadas

As condiccedilotildees de tempo ocasionadas pelas trovoadas satildeo severas tanto ao longo da

camada da troposfera quanto em superfiacutecie podendo ocorrer em maior ou menor grau de

severidade os seguintes elementos (SONNEMAKER 1991 p 84) turbulecircncia chuvas

torrenciais granizo gelo saraiva rajadas de vento raios relacircmpagos tornados e trombas

drsquoaacutegua

Para a aviaccedilatildeo a presenccedila das trovoadas eacute um limitador do espaccedilo aeacutereo sendo que o

voo dentro de uma nuvem CB eacute considerado de extremo risco devido possuir fortes correntes

de ventos ascendentes e descendentes com gelo granizo aleacutem da ocorrecircncia de relacircmpagos

(DECEA 200- p 1) As operaccedilotildees aeacutereas de pousos e decolagens satildeo afetadas tambeacutem pelas

cortantes de vento geradas por estas nuvens agrave superfiacutecie ou proacuteximas a ela pois em seu

entorno ocorrem fortes correntes de ventos ascendentes e descendentes gerando grandes

riscos a estas operaccedilotildees (DECEA 200- p 1)

Discussatildeo e anaacutelise dos resultados

Optou-se neste trabalho por exibir os totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e

minutos devido os dados obtidos serem muito pontuais ao contraacuterio do tradicional iacutendice

ceraacuteunico que leva em consideraccedilatildeo apenas a quantidade de dias No entanto ao final da

anaacutelise os dados foram tambeacutem dispostos neste mesmo iacutendice

A distribuiccedilatildeo das trovoadas ao longo de qualquer um dos anos desta pesquisa mostra

que eacute possiacutevel dividi-los em duas temporadas Uma primeira temporada que vai de janeiro a

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marccedilo e de outubro a dezembro de um mesmo ano onde se encontram altos iacutendices de

trovoadas o que corresponde aproximadamente agraves estaccedilotildees de veratildeo e primavera

respectivamente E uma segunda temporada que vai de abril a setembro com iacutendices

menores correspondente agraves estaccedilotildees de outono e inverno aproximadamente Esse

comportamento se enquadra a qualquer modelo climatoloacutegico proposto para o municiacutepio pois

as ocorrecircncias de trovoada acompanham os periacuteodos secos e chuvosos na sua intensificaccedilatildeo

ou escassez Como apresentado por Novais (2011 p 158) Uberlacircndia possui de 4 a 5 meses

secos (maio-agosto e eventualmente setembro) sendo seu periacuteodo chuvoso de outubro a

marccedilo com maior concentraccedilatildeo pluviomeacutetrica no veratildeo (dezembro a fevereiro) o que faz

uma relaccedilatildeo direta com o fenocircmeno das trovoadas

A figura 4 exibe estes dois periacuteodos semestrais entre os anos de 1998 e 2012 sendo

possiacutevel perceber notaacutevel aumento de horas de ocorrecircncia do fenocircmeno nos anos de 2011 e

2012 em ambos os periacuteodos

Figura 4 Distribuiccedilatildeo do total de trovoadas em horasano nos semestres de maior e de menor

ocorrecircncia

Linha avermelhada totais dos meses de janeiro a marccedilo e de outubro a dezembroano

Linha azulada totais dos meses de abril a setembroano

Fonte RIBEIRO 2013

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Em todos os anos como eacute tiacutepico da proacutepria climatologia da localidade o

comportamento das trovoadas iraacute compor graficamente com ligeiras alternacircncias uma

espeacutecie de paraacutebola pois haacute dois pontos equidistantes que correspondem aos extremos dos

anos os meses de janeiro-fevereiro e novembro-dezembro com seus valores maacuteximos de

trovoadas em horas A figura 5 exemplifica esta consideraccedilatildeo para o ano de 1998 que eacute o

primeiro da anaacutelise

Figura 5 Trovoadas em horas mensais no ano de 1998

Fonte RIBEIRO 2013

A quantidade de ocorrecircncias de trovoadas em horas mantem-se com estabilidade ao

longo dos anos de 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ou seja com

poucas variaccedilotildees entre os anos exibindo um comportamento semelhante entre eles A meacutedia

deste periacuteodo eacute do valor de 225h e 21min No ano de 2007 que possui o total de 133h e

47min de trovoadas haacute um decliacutenio na ocorrecircncia do fenocircmeno em 41 em relaccedilatildeo agrave meacutedia

dos anos de 1998 a 2006 que foram os anos que se comportaram semelhantemente O ano

seguinte 2008 os valores voltam a se comportar semelhante agrave meacutedia ocorrida de 1998 a

2006 com o total de 198h e 49min totais ao passo que nos anos seguintes os valores totais do

fenocircmeno em horas aumentaram expressivamente

A partir de 2009 os totais de horas de trovoadas passam a se elevar a cada ano

chegando ao total de 737h e 03min no ano de 2012 o uacuteltimo do periacuteodo de anaacutelise A meacutedia

dos anos de maior ocorrecircncia os anos de 2009 2010 2011 e 2012 (4 anos ao todo) estaacute em

torno de 532h e 34min contra 225h e 21min dos anos de 1998 a 2006 (9 anos ao todo) Isso

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mostra que nestes 4 anos (de 2009 a 2012) ocorreu mais que o dobro da quantidade de horas

de trovoadas dos 9 anos anteriores (de 1998 a 2006) ou pouco mais que 57 a mais no valor

de ocorrecircncias desses 4 anos sobre os 9 anos anteriores

O ano de 2007 eacute o recordista com a menor ocorrecircncia do fenocircmeno com o total de 133h

e 47min onde constam trecircs meses (maio junho e agosto) sem qualquer ocorrecircncia de

trovoadas sendo dezembro o seu mecircs com maior valor total em horas de ocorrecircncia com 28h

e 42min A figura 6 exibe os totais mensais para este ano

Figura 6 Trovoadas em horas mensais no ano de 2007

Fonte RIBEIRO 2013

Quanto ao ano de maior ocorrecircncia total de trovoadas em horas os dados apontam ser

2012 com o total de 737h e 03min Apenas o total do ano de 2012 eacute suficiente para superar a

os totais de 1998 1999 e 2000 juntos Este ano possui agosto como o uacutenico mecircs com a

ausecircncia do fenocircmeno e dezembro seu mecircs de maior ocorrecircncia com o acumulado de 129h e

58min A figura 7 exibe esta distribuiccedilatildeo anual para 2012

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66 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

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67 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

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68 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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69 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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70 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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71 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

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Page 11: análise da variabilidade das trovoadas e exibição de índice ...

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Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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62 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

multiceacutelulas quando numa determinada aacuterea haacute a presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CB

poreacutem natildeo apresentam uma disposiccedilatildeo organizada

em linhas de instabilidade eacute formado pela presenccedila de vaacuterias ceacutelulas de CBs

alinhados comum quando ocorrem os sistemas frontais precedendo-os

superceacutelulas quando ocorrem formaccedilotildees conjuntas em aacutereas muito extensas satildeo

capazes de se manterem sozinhas em atividade por diversas horas

Este trabalho natildeo pretende adentrar nas caracteriacutesticas eleacutetricas da estrutura dos CBs

poreacutem informaccedilotildees aprofundadas neste campo podem ser encontradas nas obras do

pesquisador Dr Osmar Pinto Jr os quais satildeo grandes referecircncias

Informaccedilotildees baacutesicas sobre as trovoadas

As condiccedilotildees de tempo ocasionadas pelas trovoadas satildeo severas tanto ao longo da

camada da troposfera quanto em superfiacutecie podendo ocorrer em maior ou menor grau de

severidade os seguintes elementos (SONNEMAKER 1991 p 84) turbulecircncia chuvas

torrenciais granizo gelo saraiva rajadas de vento raios relacircmpagos tornados e trombas

drsquoaacutegua

Para a aviaccedilatildeo a presenccedila das trovoadas eacute um limitador do espaccedilo aeacutereo sendo que o

voo dentro de uma nuvem CB eacute considerado de extremo risco devido possuir fortes correntes

de ventos ascendentes e descendentes com gelo granizo aleacutem da ocorrecircncia de relacircmpagos

(DECEA 200- p 1) As operaccedilotildees aeacutereas de pousos e decolagens satildeo afetadas tambeacutem pelas

cortantes de vento geradas por estas nuvens agrave superfiacutecie ou proacuteximas a ela pois em seu

entorno ocorrem fortes correntes de ventos ascendentes e descendentes gerando grandes

riscos a estas operaccedilotildees (DECEA 200- p 1)

Discussatildeo e anaacutelise dos resultados

Optou-se neste trabalho por exibir os totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e

minutos devido os dados obtidos serem muito pontuais ao contraacuterio do tradicional iacutendice

ceraacuteunico que leva em consideraccedilatildeo apenas a quantidade de dias No entanto ao final da

anaacutelise os dados foram tambeacutem dispostos neste mesmo iacutendice

A distribuiccedilatildeo das trovoadas ao longo de qualquer um dos anos desta pesquisa mostra

que eacute possiacutevel dividi-los em duas temporadas Uma primeira temporada que vai de janeiro a

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Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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63 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

marccedilo e de outubro a dezembro de um mesmo ano onde se encontram altos iacutendices de

trovoadas o que corresponde aproximadamente agraves estaccedilotildees de veratildeo e primavera

respectivamente E uma segunda temporada que vai de abril a setembro com iacutendices

menores correspondente agraves estaccedilotildees de outono e inverno aproximadamente Esse

comportamento se enquadra a qualquer modelo climatoloacutegico proposto para o municiacutepio pois

as ocorrecircncias de trovoada acompanham os periacuteodos secos e chuvosos na sua intensificaccedilatildeo

ou escassez Como apresentado por Novais (2011 p 158) Uberlacircndia possui de 4 a 5 meses

secos (maio-agosto e eventualmente setembro) sendo seu periacuteodo chuvoso de outubro a

marccedilo com maior concentraccedilatildeo pluviomeacutetrica no veratildeo (dezembro a fevereiro) o que faz

uma relaccedilatildeo direta com o fenocircmeno das trovoadas

A figura 4 exibe estes dois periacuteodos semestrais entre os anos de 1998 e 2012 sendo

possiacutevel perceber notaacutevel aumento de horas de ocorrecircncia do fenocircmeno nos anos de 2011 e

2012 em ambos os periacuteodos

Figura 4 Distribuiccedilatildeo do total de trovoadas em horasano nos semestres de maior e de menor

ocorrecircncia

Linha avermelhada totais dos meses de janeiro a marccedilo e de outubro a dezembroano

Linha azulada totais dos meses de abril a setembroano

Fonte RIBEIRO 2013

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64 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Em todos os anos como eacute tiacutepico da proacutepria climatologia da localidade o

comportamento das trovoadas iraacute compor graficamente com ligeiras alternacircncias uma

espeacutecie de paraacutebola pois haacute dois pontos equidistantes que correspondem aos extremos dos

anos os meses de janeiro-fevereiro e novembro-dezembro com seus valores maacuteximos de

trovoadas em horas A figura 5 exemplifica esta consideraccedilatildeo para o ano de 1998 que eacute o

primeiro da anaacutelise

Figura 5 Trovoadas em horas mensais no ano de 1998

Fonte RIBEIRO 2013

A quantidade de ocorrecircncias de trovoadas em horas mantem-se com estabilidade ao

longo dos anos de 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ou seja com

poucas variaccedilotildees entre os anos exibindo um comportamento semelhante entre eles A meacutedia

deste periacuteodo eacute do valor de 225h e 21min No ano de 2007 que possui o total de 133h e

47min de trovoadas haacute um decliacutenio na ocorrecircncia do fenocircmeno em 41 em relaccedilatildeo agrave meacutedia

dos anos de 1998 a 2006 que foram os anos que se comportaram semelhantemente O ano

seguinte 2008 os valores voltam a se comportar semelhante agrave meacutedia ocorrida de 1998 a

2006 com o total de 198h e 49min totais ao passo que nos anos seguintes os valores totais do

fenocircmeno em horas aumentaram expressivamente

A partir de 2009 os totais de horas de trovoadas passam a se elevar a cada ano

chegando ao total de 737h e 03min no ano de 2012 o uacuteltimo do periacuteodo de anaacutelise A meacutedia

dos anos de maior ocorrecircncia os anos de 2009 2010 2011 e 2012 (4 anos ao todo) estaacute em

torno de 532h e 34min contra 225h e 21min dos anos de 1998 a 2006 (9 anos ao todo) Isso

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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mostra que nestes 4 anos (de 2009 a 2012) ocorreu mais que o dobro da quantidade de horas

de trovoadas dos 9 anos anteriores (de 1998 a 2006) ou pouco mais que 57 a mais no valor

de ocorrecircncias desses 4 anos sobre os 9 anos anteriores

O ano de 2007 eacute o recordista com a menor ocorrecircncia do fenocircmeno com o total de 133h

e 47min onde constam trecircs meses (maio junho e agosto) sem qualquer ocorrecircncia de

trovoadas sendo dezembro o seu mecircs com maior valor total em horas de ocorrecircncia com 28h

e 42min A figura 6 exibe os totais mensais para este ano

Figura 6 Trovoadas em horas mensais no ano de 2007

Fonte RIBEIRO 2013

Quanto ao ano de maior ocorrecircncia total de trovoadas em horas os dados apontam ser

2012 com o total de 737h e 03min Apenas o total do ano de 2012 eacute suficiente para superar a

os totais de 1998 1999 e 2000 juntos Este ano possui agosto como o uacutenico mecircs com a

ausecircncia do fenocircmeno e dezembro seu mecircs de maior ocorrecircncia com o acumulado de 129h e

58min A figura 7 exibe esta distribuiccedilatildeo anual para 2012

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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66 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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67 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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68 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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69 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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71 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

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Page 12: análise da variabilidade das trovoadas e exibição de índice ...

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63 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

marccedilo e de outubro a dezembro de um mesmo ano onde se encontram altos iacutendices de

trovoadas o que corresponde aproximadamente agraves estaccedilotildees de veratildeo e primavera

respectivamente E uma segunda temporada que vai de abril a setembro com iacutendices

menores correspondente agraves estaccedilotildees de outono e inverno aproximadamente Esse

comportamento se enquadra a qualquer modelo climatoloacutegico proposto para o municiacutepio pois

as ocorrecircncias de trovoada acompanham os periacuteodos secos e chuvosos na sua intensificaccedilatildeo

ou escassez Como apresentado por Novais (2011 p 158) Uberlacircndia possui de 4 a 5 meses

secos (maio-agosto e eventualmente setembro) sendo seu periacuteodo chuvoso de outubro a

marccedilo com maior concentraccedilatildeo pluviomeacutetrica no veratildeo (dezembro a fevereiro) o que faz

uma relaccedilatildeo direta com o fenocircmeno das trovoadas

A figura 4 exibe estes dois periacuteodos semestrais entre os anos de 1998 e 2012 sendo

possiacutevel perceber notaacutevel aumento de horas de ocorrecircncia do fenocircmeno nos anos de 2011 e

2012 em ambos os periacuteodos

Figura 4 Distribuiccedilatildeo do total de trovoadas em horasano nos semestres de maior e de menor

ocorrecircncia

Linha avermelhada totais dos meses de janeiro a marccedilo e de outubro a dezembroano

Linha azulada totais dos meses de abril a setembroano

Fonte RIBEIRO 2013

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Em todos os anos como eacute tiacutepico da proacutepria climatologia da localidade o

comportamento das trovoadas iraacute compor graficamente com ligeiras alternacircncias uma

espeacutecie de paraacutebola pois haacute dois pontos equidistantes que correspondem aos extremos dos

anos os meses de janeiro-fevereiro e novembro-dezembro com seus valores maacuteximos de

trovoadas em horas A figura 5 exemplifica esta consideraccedilatildeo para o ano de 1998 que eacute o

primeiro da anaacutelise

Figura 5 Trovoadas em horas mensais no ano de 1998

Fonte RIBEIRO 2013

A quantidade de ocorrecircncias de trovoadas em horas mantem-se com estabilidade ao

longo dos anos de 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ou seja com

poucas variaccedilotildees entre os anos exibindo um comportamento semelhante entre eles A meacutedia

deste periacuteodo eacute do valor de 225h e 21min No ano de 2007 que possui o total de 133h e

47min de trovoadas haacute um decliacutenio na ocorrecircncia do fenocircmeno em 41 em relaccedilatildeo agrave meacutedia

dos anos de 1998 a 2006 que foram os anos que se comportaram semelhantemente O ano

seguinte 2008 os valores voltam a se comportar semelhante agrave meacutedia ocorrida de 1998 a

2006 com o total de 198h e 49min totais ao passo que nos anos seguintes os valores totais do

fenocircmeno em horas aumentaram expressivamente

A partir de 2009 os totais de horas de trovoadas passam a se elevar a cada ano

chegando ao total de 737h e 03min no ano de 2012 o uacuteltimo do periacuteodo de anaacutelise A meacutedia

dos anos de maior ocorrecircncia os anos de 2009 2010 2011 e 2012 (4 anos ao todo) estaacute em

torno de 532h e 34min contra 225h e 21min dos anos de 1998 a 2006 (9 anos ao todo) Isso

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mostra que nestes 4 anos (de 2009 a 2012) ocorreu mais que o dobro da quantidade de horas

de trovoadas dos 9 anos anteriores (de 1998 a 2006) ou pouco mais que 57 a mais no valor

de ocorrecircncias desses 4 anos sobre os 9 anos anteriores

O ano de 2007 eacute o recordista com a menor ocorrecircncia do fenocircmeno com o total de 133h

e 47min onde constam trecircs meses (maio junho e agosto) sem qualquer ocorrecircncia de

trovoadas sendo dezembro o seu mecircs com maior valor total em horas de ocorrecircncia com 28h

e 42min A figura 6 exibe os totais mensais para este ano

Figura 6 Trovoadas em horas mensais no ano de 2007

Fonte RIBEIRO 2013

Quanto ao ano de maior ocorrecircncia total de trovoadas em horas os dados apontam ser

2012 com o total de 737h e 03min Apenas o total do ano de 2012 eacute suficiente para superar a

os totais de 1998 1999 e 2000 juntos Este ano possui agosto como o uacutenico mecircs com a

ausecircncia do fenocircmeno e dezembro seu mecircs de maior ocorrecircncia com o acumulado de 129h e

58min A figura 7 exibe esta distribuiccedilatildeo anual para 2012

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66 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

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67 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

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Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

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Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

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Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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64 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Em todos os anos como eacute tiacutepico da proacutepria climatologia da localidade o

comportamento das trovoadas iraacute compor graficamente com ligeiras alternacircncias uma

espeacutecie de paraacutebola pois haacute dois pontos equidistantes que correspondem aos extremos dos

anos os meses de janeiro-fevereiro e novembro-dezembro com seus valores maacuteximos de

trovoadas em horas A figura 5 exemplifica esta consideraccedilatildeo para o ano de 1998 que eacute o

primeiro da anaacutelise

Figura 5 Trovoadas em horas mensais no ano de 1998

Fonte RIBEIRO 2013

A quantidade de ocorrecircncias de trovoadas em horas mantem-se com estabilidade ao

longo dos anos de 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ou seja com

poucas variaccedilotildees entre os anos exibindo um comportamento semelhante entre eles A meacutedia

deste periacuteodo eacute do valor de 225h e 21min No ano de 2007 que possui o total de 133h e

47min de trovoadas haacute um decliacutenio na ocorrecircncia do fenocircmeno em 41 em relaccedilatildeo agrave meacutedia

dos anos de 1998 a 2006 que foram os anos que se comportaram semelhantemente O ano

seguinte 2008 os valores voltam a se comportar semelhante agrave meacutedia ocorrida de 1998 a

2006 com o total de 198h e 49min totais ao passo que nos anos seguintes os valores totais do

fenocircmeno em horas aumentaram expressivamente

A partir de 2009 os totais de horas de trovoadas passam a se elevar a cada ano

chegando ao total de 737h e 03min no ano de 2012 o uacuteltimo do periacuteodo de anaacutelise A meacutedia

dos anos de maior ocorrecircncia os anos de 2009 2010 2011 e 2012 (4 anos ao todo) estaacute em

torno de 532h e 34min contra 225h e 21min dos anos de 1998 a 2006 (9 anos ao todo) Isso

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65 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

mostra que nestes 4 anos (de 2009 a 2012) ocorreu mais que o dobro da quantidade de horas

de trovoadas dos 9 anos anteriores (de 1998 a 2006) ou pouco mais que 57 a mais no valor

de ocorrecircncias desses 4 anos sobre os 9 anos anteriores

O ano de 2007 eacute o recordista com a menor ocorrecircncia do fenocircmeno com o total de 133h

e 47min onde constam trecircs meses (maio junho e agosto) sem qualquer ocorrecircncia de

trovoadas sendo dezembro o seu mecircs com maior valor total em horas de ocorrecircncia com 28h

e 42min A figura 6 exibe os totais mensais para este ano

Figura 6 Trovoadas em horas mensais no ano de 2007

Fonte RIBEIRO 2013

Quanto ao ano de maior ocorrecircncia total de trovoadas em horas os dados apontam ser

2012 com o total de 737h e 03min Apenas o total do ano de 2012 eacute suficiente para superar a

os totais de 1998 1999 e 2000 juntos Este ano possui agosto como o uacutenico mecircs com a

ausecircncia do fenocircmeno e dezembro seu mecircs de maior ocorrecircncia com o acumulado de 129h e

58min A figura 7 exibe esta distribuiccedilatildeo anual para 2012

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Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

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Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

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Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

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Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

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Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

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71 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

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descargas atmosfeacutericas para edifiacutecio residencial 2011 54 f Monografia (Graduaccedilatildeo em

Engenharia Eleacutetrica) Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2011 Disponiacutevel em lt

wwwtccscuspbrgt Acesso em 15 fev 2013

VAREJAtildeO-SILVA Maacuterio Adelmo Meteorologia e Climatologia Recife versatildeo digital

2005 Disponiacutevel em lt

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LOGIA_VD2_Mar_2006pdfgt Acesso em 10 jan 2011

Page 14: análise da variabilidade das trovoadas e exibição de índice ...

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

65 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

mostra que nestes 4 anos (de 2009 a 2012) ocorreu mais que o dobro da quantidade de horas

de trovoadas dos 9 anos anteriores (de 1998 a 2006) ou pouco mais que 57 a mais no valor

de ocorrecircncias desses 4 anos sobre os 9 anos anteriores

O ano de 2007 eacute o recordista com a menor ocorrecircncia do fenocircmeno com o total de 133h

e 47min onde constam trecircs meses (maio junho e agosto) sem qualquer ocorrecircncia de

trovoadas sendo dezembro o seu mecircs com maior valor total em horas de ocorrecircncia com 28h

e 42min A figura 6 exibe os totais mensais para este ano

Figura 6 Trovoadas em horas mensais no ano de 2007

Fonte RIBEIRO 2013

Quanto ao ano de maior ocorrecircncia total de trovoadas em horas os dados apontam ser

2012 com o total de 737h e 03min Apenas o total do ano de 2012 eacute suficiente para superar a

os totais de 1998 1999 e 2000 juntos Este ano possui agosto como o uacutenico mecircs com a

ausecircncia do fenocircmeno e dezembro seu mecircs de maior ocorrecircncia com o acumulado de 129h e

58min A figura 7 exibe esta distribuiccedilatildeo anual para 2012

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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66 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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67 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

68 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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69 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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71 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

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Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo

classe II MET-005 Meteorologia Geral ndash Meteoros Satildeo Joseacute dos Campos 2003 15 p

______ Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA) Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica

de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo classe II MET-005 Meteorologia

Geral ndash Nebulosidade ndash Nuvens Satildeo Joseacute dos Campos 2003 27 p

______ Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA) Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica

de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo classe II MET-005 Meteorologia

Geral ndash Condiccedilotildees Atmosfeacutericas Adversas ao Voo ndash Trovoadas Satildeo Joseacute dos Campos

2003 15 p

DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPACcedilO AEacuteREO Subdepartamento de

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densidade de descargas atmosfeacutericas na engenharia de proteccedilatildeo avaliaccedilotildees e limitaccedilotildees In

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normas para elaboraccedilatildeo e formataccedilatildeo de trabalhos cientiacuteficos Faculdade Catoacutelica de

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abril-de-2011-1-31pdfgt Acesso em 10 dez 2012

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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72 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

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______ Comando da Aeronaacuteutica Meteorologia Manual de Estaccedilotildees Meteoroloacutegicas de

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MONTEIRO Carlos Augusto de Figueiredo Teoria e clima urbano Satildeo Paulo

Universidade de Satildeo Paulo ndash Instituto de Geografia (IGEOG-USP) 1976 (Seacuterie Teses e

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PINTO JR Osmar PINTO Iara de Almeida Relacircmpagos Satildeo Paulo Brasiliense 1996

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REIS Ruibram Januaacuterio dos Mapeando a climatologia das descargas atmosfeacutericas em

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73 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

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Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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Figura 7 Trovoadas em horas mensais no ano de 2012

Fonte RIBEIRO 2013

O ano de 2012 representa um aumento de 82 sobre o ano de menor ocorrecircncia que foi

2007 Como ano recorde em maior ocorrecircncia ele representa uma superioridade de 20 sobre

a meacutedia dos anos onde houve comportamento semelhante ou seja de 1998 a 2006

A figura 8 exibe a distribuiccedilatildeo em horas e minutos totais de ocorrecircncia deste fenocircmeno

a cada ano do periacuteodo selecionado onde se pode perceber o aumento acentuado nos totais a

partir de 2010

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

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Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

71 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Referecircncias

BENEDETTI Marcelo Muniz et al Resistecircncia do solo agrave penetraccedilatildeo em um latossolo

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COMANDO DA AERONAacuteUTICA Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA)

Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo

classe II MET-005 Meteorologia Geral ndash Meteoros Satildeo Joseacute dos Campos 2003 15 p

______ Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA) Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica

de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo classe II MET-005 Meteorologia

Geral ndash Nebulosidade ndash Nuvens Satildeo Joseacute dos Campos 2003 27 p

______ Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA) Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica

de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo classe II MET-005 Meteorologia

Geral ndash Condiccedilotildees Atmosfeacutericas Adversas ao Voo ndash Trovoadas Satildeo Joseacute dos Campos

2003 15 p

DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPACcedilO AEacuteREO Subdepartamento de

Operaccedilotildees Divisatildeo de Meteorologia Aeronaacuteutica Cuidado Cumulonimbus na Aacuterea

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DIAS Rosilene N MESQUITA Claacuteudia R VISACRO Silveacuterio Aplicaccedilotildees de mapas de

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2009 Belo Horizonte Anais Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais

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FACULDADE CATOacuteLICA DE UBERLAcircNDIA Coordenadoria de Pesquisa Manual de

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Uberlacircndia 2012 57 p Disponiacutevel em lt httpwwwcatolicaonlinecombrportalwp-

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abril-de-2011-1-31pdfgt Acesso em 10 dez 2012

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

72 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Minas Gerais ndash Uberlacircndia ndash

Infograacuteficos evoluccedilatildeo populacional e piracircmide etaacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrpainelpopulacaophplang=ampcodmun=317020ampsearch=mina

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etE1riagt Acesso em 12 jan 2013

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MINISTEacuteRIO DA DEFESA Comando da Aeronaacuteutica Meteorologia Manual de Coacutedigos

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Superfiacutecie (MCA 105-2) 2011 60 p

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PRETOR-PINNEY Gavin Guia do observador de nuvens Traduccedilatildeo de Claacuteudio

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Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

73 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

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SONNEMAKER Joatildeo Baptista Meteorologia Satildeo Paulo Asa 1991

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Page 16: análise da variabilidade das trovoadas e exibição de índice ...

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

67 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Figura 8 Totais das ocorrecircncias de trovoadas em horas e minutos por ano

Fonte RIBEIRO 2013

O iacutendice ceraacuteunico como jaacute mencionado eacute definido como a quantidade de dias de

trovoada por ano em determinado lugar (BOHN 200- p 2)

Estes mesmos totais jaacute exibidos quando convertidos para este iacutendice podem ser

visualizados da seguinte forma

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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68 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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69 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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70 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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71 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

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Geral ndash Nebulosidade ndash Nuvens Satildeo Joseacute dos Campos 2003 27 p

______ Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA) Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica

de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo classe II MET-005 Meteorologia

Geral ndash Condiccedilotildees Atmosfeacutericas Adversas ao Voo ndash Trovoadas Satildeo Joseacute dos Campos

2003 15 p

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Operaccedilotildees Divisatildeo de Meteorologia Aeronaacuteutica Cuidado Cumulonimbus na Aacuterea

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Acesso em 16 de nov 2012

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Superfiacutecie (MCA 105-2) 2011 60 p

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PINTO JR Osmar PINTO Iara de Almeida Relacircmpagos Satildeo Paulo Brasiliense 1996

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Engenharia Eleacutetrica) Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2011 Disponiacutevel em lt

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VAREJAtildeO-SILVA Maacuterio Adelmo Meteorologia e Climatologia Recife versatildeo digital

2005 Disponiacutevel em lt

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LOGIA_VD2_Mar_2006pdfgt Acesso em 10 jan 2011

Page 17: análise da variabilidade das trovoadas e exibição de índice ...

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

68 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Tabela 1 - Totais das ocorrecircncias de trovoadas em dias horas e minutos por ano

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Portanto ao aplicar este meacutetodo normalmente desprezam-se as horas e minutos

excedentes e consideram-se apenas a quantidade de dias Dessa forma eacute possiacutevel se obter o

seguinte graacutefico

Figura 9 Iacutendice ceraacuteunico de Uberlacircndia medido pela EMS-1 do Aeroporto de Uberlacircndia

dos anos de 1998 a 2012

Fonte RIBEIRO 2013

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

69 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

70 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

71 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Referecircncias

BENEDETTI Marcelo Muniz et al Resistecircncia do solo agrave penetraccedilatildeo em um latossolo

vermelho distroacutefico tiacutepico sob diferentes usos Goiacircnia Centro Cientiacutefico Conhecer

Enciclopeacutedia Biosfera vol 6 N 11 p01 a 09 2010 Disponiacutevel em

lthttpwwwconhecerorgbrenciclop2010cresistencia20do20solopdfgt Acesso em 10

dez 2012

BOHN Adolar Ricardo Projeto de Sistema de Proteccedilatildeo Contra Descargas Atmosfeacutericas

Santa Catarina Universidade Federal de Santa Catarina Centro Tecnoloacutegico Departamento

de Engenharia Civil 22 p [200-] Disponiacutevel em lt

httpwwwcentralmatcombrArtigosMaisprojetoSPDApdfgt Acesso em 10 mar 2013

COMANDO DA AERONAacuteUTICA Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA)

Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo

classe II MET-005 Meteorologia Geral ndash Meteoros Satildeo Joseacute dos Campos 2003 15 p

______ Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA) Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica

de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo classe II MET-005 Meteorologia

Geral ndash Nebulosidade ndash Nuvens Satildeo Joseacute dos Campos 2003 27 p

______ Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA) Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica

de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo classe II MET-005 Meteorologia

Geral ndash Condiccedilotildees Atmosfeacutericas Adversas ao Voo ndash Trovoadas Satildeo Joseacute dos Campos

2003 15 p

DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPACcedilO AEacuteREO Subdepartamento de

Operaccedilotildees Divisatildeo de Meteorologia Aeronaacuteutica Cuidado Cumulonimbus na Aacuterea

[200-] 3 p Disponiacutevel em lt httpwwwredemetaermilbrArtigoscumulonimbuspdfgt

Acesso em 16 de nov 2012

DIAS Rosilene N MESQUITA Claacuteudia R VISACRO Silveacuterio Aplicaccedilotildees de mapas de

densidade de descargas atmosfeacutericas na engenharia de proteccedilatildeo avaliaccedilotildees e limitaccedilotildees In

DEacuteCIMO TERCER ENCUENTRO REGIONAL IBEROAMERICANO DE CIGREacute 13

2009 Belo Horizonte Anais Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais

Lightning Research Center 7 p 2009 Disponiacutevel em lt

httpwwwlabplanufscbrcongressosXIII20EriacB2B2-08pdfgt Acesso em 20 fev

2013

ELAT Grupo de Eletricidade Atmosfeacuterica Infograacutefico ndash Mortes por Raios Disponiacutevel em

lthttpwwwinpebrwebelathomepagemenuinforinfografico-mortesporraiosphpgt

Acesso em 21 fev 2013

FACULDADE CATOacuteLICA DE UBERLAcircNDIA Coordenadoria de Pesquisa Manual de

normas para elaboraccedilatildeo e formataccedilatildeo de trabalhos cientiacuteficos Faculdade Catoacutelica de

Uberlacircndia 2012 57 p Disponiacutevel em lt httpwwwcatolicaonlinecombrportalwp-

contentuploads200912MANUAL-DE-NORMAS-atualizada-conforme-NBR-14724-de-

abril-de-2011-1-31pdfgt Acesso em 10 dez 2012

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

72 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Minas Gerais ndash Uberlacircndia ndash

Infograacuteficos evoluccedilatildeo populacional e piracircmide etaacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrpainelpopulacaophplang=ampcodmun=317020ampsearch=mina

s-gerais|uberlandia|infogrE1ficos-evoluE7E3o-populacional-e-pirE2mide-

etE1riagt Acesso em 12 jan 2013

INFRAERO Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria Meteorologia

Aeronaacuteutica Disponiacutevel em lt httpwwwinfraerogovbrindexphpbrmeteorologia-

aeronauticahtmlgt Acesso em 27 nov 2014

MINISTEacuteRIO DA DEFESA Comando da Aeronaacuteutica Meteorologia Manual de Coacutedigos

Meteoroloacutegicos (MCA 105-10) 2012 252 p

______ Comando da Aeronaacuteutica Meteorologia Manual de Estaccedilotildees Meteoroloacutegicas de

Superfiacutecie (MCA 105-2) 2011 60 p

MONTEIRO Carlos Augusto de Figueiredo Teoria e clima urbano Satildeo Paulo

Universidade de Satildeo Paulo ndash Instituto de Geografia (IGEOG-USP) 1976 (Seacuterie Teses e

Monografias ndeg 25) 181 p

NOVAIS Giuliano Tostes Caracterizaccedilatildeo Climaacutetica da Mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do Entorno da Serra da Canastra (MG) 2011 80 f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geografia) - Instituto de Geografia Universidade Federal de

Uberlacircndia Uberlacircndia 2011 Disponiacutevel em

lthttprepositorioufubrhandle1234567891195gt Acesso em 07 nov 2012

OUTAtildeO Antonio Ricardo Ribeiro BARROS Airton Bodstein de Alternativa contra

descargas atmosfeacutericas para novos preacutedios da UFF In SEMINAacuteRIO INTERNACIONAL DE

DEFESA CIVIL 5 2009 Satildeo Paulo Anais p 1-11 Disponiacutevel em lt

httpwwwdefesaciviluffbrdefencil_5Artigo_Anais_Eletronicos_Defencil_11pdf gt

Acesso em 05 maio 2013

PINTO JR Osmar A arte da guerra contra os raios Satildeo Paulo Oficina de Textos 2005

PINTO JR Osmar PINTO Iara de Almeida Relacircmpagos Satildeo Paulo Brasiliense 1996

PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLAcircNDIA Secretaria Municipal de Planejamento

Urbano Banco de Dados Integrados Volume I 2011 43 p Disponiacutevel em lt

httpwwwuberlandiamggovbruploadscms_b_arquivos1428pdfgt Acesso em 02 fev

2013

PRETOR-PINNEY Gavin Guia do observador de nuvens Traduccedilatildeo de Claacuteudio

Figueiredo Rio de Janeiro Intriacutenseca 2008

REIS Ruibram Januaacuterio dos Mapeando a climatologia das descargas atmosfeacutericas em

Minas Gerais utilizando dados de 1989 a 2002 ndash uma anaacutelise exploratoacuteria 2005 216 f

Tese (Doutorado em Geografia) PUC Minas Belo Horizonte 2005 Disponiacutevel em lt

httpwwwbibliotecapucminasbrtesesTratInfEspacial_ReisRJ_1pdfgt Acesso em 15 fev

2013

SECRETARIA DE AVIACcedilAtildeO CIVIL DA PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA Agecircncia

Nacional de Aviaccedilatildeo Civil ndash ANAC Aeroacutedromos Puacuteblicos Brasiacutelia 2013 Disponiacutevel em lt

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

73 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

httpwwwanacgovbrConteudoaspxslCD_ORIGEM=8ampttCD_CHAVE=118gt Acesso

em 06 jun 2013

SILVA Nathalie Ribeiro Caracterizaccedilatildeo do regime climaacutetico regional uma anaacutelise dos

paracircmetros de temperatura precipitaccedilatildeo balanccedilo hiacutedrico do Triacircngulo Mineiro ndash MG 2010 59 f Monografia (Graduaccedilatildeo em Geografia) Uberlacircndia Universidade Federal de

Uberlacircndia ndash Instituto de Geografia 2010 Disponiacutevel em lt

httpwwwgeografiaememoriaigufubrdownloadsnathalie_ribeiro_silvapdf gt Acesso em

21 dez 2012

SONNEMAKER Joatildeo Baptista Meteorologia Satildeo Paulo Asa 1991

STEacuteFANI Rodrigo Verardino de Metodologia de projeto de sistema de proteccedilatildeo contra

descargas atmosfeacutericas para edifiacutecio residencial 2011 54 f Monografia (Graduaccedilatildeo em

Engenharia Eleacutetrica) Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2011 Disponiacutevel em lt

wwwtccscuspbrgt Acesso em 15 fev 2013

VAREJAtildeO-SILVA Maacuterio Adelmo Meteorologia e Climatologia Recife versatildeo digital

2005 Disponiacutevel em lt

httpwwwicatufalbrlaboratorioclimadatauploadspdfMETEOROLOGIA_E_CLIMATO

LOGIA_VD2_Mar_2006pdfgt Acesso em 10 jan 2011

Page 18: análise da variabilidade das trovoadas e exibição de índice ...

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

69 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Quanto aos periacuteodos do dia em que ocorrem as trovoadas optou-se nesta avaliaccedilatildeo

dividi-los em 4 turnos satildeo eles (em horaacuterio local)

1deg periacuteodo do dia ou turno das 0000 as 0600

2deg periacuteodo do dia ou turno das 0600 as 1200

3deg periacuteodo do dia ou turno das 1200 as 1800

4deg periacuteodo do dia ou turno das 1800 as 0000

Foi possiacutevel efetuar um percentual de ocorrecircncias de trovoadas apenas entre os anos de

1998 a 2010 o qual foram obtidos atraveacutes de dados em Excel fornecidos pela INFRAERO jaacute

os anos de 2011 e 2012 ficaram de fora deste percentual devido se encontrarem nos softwares

da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica de Superfiacutecie do Aeroporto de Uberlacircndia em formato e padratildeo o

qual natildeo se permitiu uma visualizaccedilatildeo por estes turnosdias

Dentro do total de 3005 registros de trovoadas entre 1998 e 2010 o fenocircmeno ficou

distribuiacutedo da seguinte forma

Tabela 1 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 433 1440

2ordm turno 123 409

3ordm turno 1426 4745

4ordm turno 1023 3404

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Para o periacuteodo mais ativo das trovoadas como mencionado que vai de janeiro a marccedilo

e de outubro a dezembro de um mesmo ano os totais e proporccedilotildees entre 1998 a 2010 satildeo os

seguintes

Tabela 2 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de maior atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 360 1390

2ordm turno 103 397

3ordm turno 1242 4797

4ordm turno 884 3414

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Jaacute para o periacuteodo anual com menos atividade que se refere aos meses de abril a

setembro entre 1998 a 2010 tem-se os seguintes resultados

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

70 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

71 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Referecircncias

BENEDETTI Marcelo Muniz et al Resistecircncia do solo agrave penetraccedilatildeo em um latossolo

vermelho distroacutefico tiacutepico sob diferentes usos Goiacircnia Centro Cientiacutefico Conhecer

Enciclopeacutedia Biosfera vol 6 N 11 p01 a 09 2010 Disponiacutevel em

lthttpwwwconhecerorgbrenciclop2010cresistencia20do20solopdfgt Acesso em 10

dez 2012

BOHN Adolar Ricardo Projeto de Sistema de Proteccedilatildeo Contra Descargas Atmosfeacutericas

Santa Catarina Universidade Federal de Santa Catarina Centro Tecnoloacutegico Departamento

de Engenharia Civil 22 p [200-] Disponiacutevel em lt

httpwwwcentralmatcombrArtigosMaisprojetoSPDApdfgt Acesso em 10 mar 2013

COMANDO DA AERONAacuteUTICA Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA)

Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo

classe II MET-005 Meteorologia Geral ndash Meteoros Satildeo Joseacute dos Campos 2003 15 p

______ Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA) Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica

de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo classe II MET-005 Meteorologia

Geral ndash Nebulosidade ndash Nuvens Satildeo Joseacute dos Campos 2003 27 p

______ Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA) Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica

de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo classe II MET-005 Meteorologia

Geral ndash Condiccedilotildees Atmosfeacutericas Adversas ao Voo ndash Trovoadas Satildeo Joseacute dos Campos

2003 15 p

DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPACcedilO AEacuteREO Subdepartamento de

Operaccedilotildees Divisatildeo de Meteorologia Aeronaacuteutica Cuidado Cumulonimbus na Aacuterea

[200-] 3 p Disponiacutevel em lt httpwwwredemetaermilbrArtigoscumulonimbuspdfgt

Acesso em 16 de nov 2012

DIAS Rosilene N MESQUITA Claacuteudia R VISACRO Silveacuterio Aplicaccedilotildees de mapas de

densidade de descargas atmosfeacutericas na engenharia de proteccedilatildeo avaliaccedilotildees e limitaccedilotildees In

DEacuteCIMO TERCER ENCUENTRO REGIONAL IBEROAMERICANO DE CIGREacute 13

2009 Belo Horizonte Anais Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais

Lightning Research Center 7 p 2009 Disponiacutevel em lt

httpwwwlabplanufscbrcongressosXIII20EriacB2B2-08pdfgt Acesso em 20 fev

2013

ELAT Grupo de Eletricidade Atmosfeacuterica Infograacutefico ndash Mortes por Raios Disponiacutevel em

lthttpwwwinpebrwebelathomepagemenuinforinfografico-mortesporraiosphpgt

Acesso em 21 fev 2013

FACULDADE CATOacuteLICA DE UBERLAcircNDIA Coordenadoria de Pesquisa Manual de

normas para elaboraccedilatildeo e formataccedilatildeo de trabalhos cientiacuteficos Faculdade Catoacutelica de

Uberlacircndia 2012 57 p Disponiacutevel em lt httpwwwcatolicaonlinecombrportalwp-

contentuploads200912MANUAL-DE-NORMAS-atualizada-conforme-NBR-14724-de-

abril-de-2011-1-31pdfgt Acesso em 10 dez 2012

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

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INFRAERO Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria Meteorologia

Aeronaacuteutica Disponiacutevel em lt httpwwwinfraerogovbrindexphpbrmeteorologia-

aeronauticahtmlgt Acesso em 27 nov 2014

MINISTEacuteRIO DA DEFESA Comando da Aeronaacuteutica Meteorologia Manual de Coacutedigos

Meteoroloacutegicos (MCA 105-10) 2012 252 p

______ Comando da Aeronaacuteutica Meteorologia Manual de Estaccedilotildees Meteoroloacutegicas de

Superfiacutecie (MCA 105-2) 2011 60 p

MONTEIRO Carlos Augusto de Figueiredo Teoria e clima urbano Satildeo Paulo

Universidade de Satildeo Paulo ndash Instituto de Geografia (IGEOG-USP) 1976 (Seacuterie Teses e

Monografias ndeg 25) 181 p

NOVAIS Giuliano Tostes Caracterizaccedilatildeo Climaacutetica da Mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do Entorno da Serra da Canastra (MG) 2011 80 f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geografia) - Instituto de Geografia Universidade Federal de

Uberlacircndia Uberlacircndia 2011 Disponiacutevel em

lthttprepositorioufubrhandle1234567891195gt Acesso em 07 nov 2012

OUTAtildeO Antonio Ricardo Ribeiro BARROS Airton Bodstein de Alternativa contra

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DEFESA CIVIL 5 2009 Satildeo Paulo Anais p 1-11 Disponiacutevel em lt

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PINTO JR Osmar PINTO Iara de Almeida Relacircmpagos Satildeo Paulo Brasiliense 1996

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Urbano Banco de Dados Integrados Volume I 2011 43 p Disponiacutevel em lt

httpwwwuberlandiamggovbruploadscms_b_arquivos1428pdfgt Acesso em 02 fev

2013

PRETOR-PINNEY Gavin Guia do observador de nuvens Traduccedilatildeo de Claacuteudio

Figueiredo Rio de Janeiro Intriacutenseca 2008

REIS Ruibram Januaacuterio dos Mapeando a climatologia das descargas atmosfeacutericas em

Minas Gerais utilizando dados de 1989 a 2002 ndash uma anaacutelise exploratoacuteria 2005 216 f

Tese (Doutorado em Geografia) PUC Minas Belo Horizonte 2005 Disponiacutevel em lt

httpwwwbibliotecapucminasbrtesesTratInfEspacial_ReisRJ_1pdfgt Acesso em 15 fev

2013

SECRETARIA DE AVIACcedilAtildeO CIVIL DA PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA Agecircncia

Nacional de Aviaccedilatildeo Civil ndash ANAC Aeroacutedromos Puacuteblicos Brasiacutelia 2013 Disponiacutevel em lt

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

73 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

httpwwwanacgovbrConteudoaspxslCD_ORIGEM=8ampttCD_CHAVE=118gt Acesso

em 06 jun 2013

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paracircmetros de temperatura precipitaccedilatildeo balanccedilo hiacutedrico do Triacircngulo Mineiro ndash MG 2010 59 f Monografia (Graduaccedilatildeo em Geografia) Uberlacircndia Universidade Federal de

Uberlacircndia ndash Instituto de Geografia 2010 Disponiacutevel em lt

httpwwwgeografiaememoriaigufubrdownloadsnathalie_ribeiro_silvapdf gt Acesso em

21 dez 2012

SONNEMAKER Joatildeo Baptista Meteorologia Satildeo Paulo Asa 1991

STEacuteFANI Rodrigo Verardino de Metodologia de projeto de sistema de proteccedilatildeo contra

descargas atmosfeacutericas para edifiacutecio residencial 2011 54 f Monografia (Graduaccedilatildeo em

Engenharia Eleacutetrica) Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2011 Disponiacutevel em lt

wwwtccscuspbrgt Acesso em 15 fev 2013

VAREJAtildeO-SILVA Maacuterio Adelmo Meteorologia e Climatologia Recife versatildeo digital

2005 Disponiacutevel em lt

httpwwwicatufalbrlaboratorioclimadatauploadspdfMETEOROLOGIA_E_CLIMATO

LOGIA_VD2_Mar_2006pdfgt Acesso em 10 jan 2011

Page 19: análise da variabilidade das trovoadas e exibição de índice ...

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

70 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Tabela 3 - Total de ocorrecircncias por turnos entre 1998 e 2010 no periacuteodo de menor atividade

Periacuteodo do dia

Total de ocorrecircncias

Percentual

1ordm turno 73 1754

2ordm turno 20 480

3ordm turno 184 4423

4ordm turno 139 3341

Organizaccedilatildeo RIBEIRO 2013

Dessa forma os dados nos trecircs modos de exposiccedilatildeo exibem que o turno de maior

atividade das trovoadas eacute o que se determinou como 3deg com mais de 44 das ocorrecircncias

totais Em segundo lugar tem-se o 4deg turno com 33 ou mais das ocorrecircncias O 1deg turno se

estabelece na terceira posiccedilatildeo apresentando-se com iacutendices relativos a 13 ou mais das

ocorrecircncias totais Jaacute o 2deg turno se mostrou com a menor atividade natildeo atingindo nem 5 nas

trecircs exibiccedilotildees do comportamento deste fenocircmeno

Consideraccedilotildees finais

Faz-se necessaacuterio compreender espacialmente e em frequecircncia a distribuiccedilatildeo das

trovoadas nas cidades tendo em vista que cidades como Uberlacircndia estatildeo em contiacutenuo

crescimento e expansatildeo de seu sistema urbano

Dentro de um contexto climaacutetico prolongado talvez esse aumento possa natildeo ser tatildeo

representativo poreacutem no contexto atual e inclusive considerando-se o aumento e a expansatildeo

urbana do municiacutepio em questatildeo eacute niacutetido o aumento da ocorrecircncia das trovoadas a partir do

ano de 2010 tendo seu aacutepice ateacute entatildeo no ano de 2012

Alguns fatores podem ser apontados como contribuintes a este aumento tais como

urbanizaccedilatildeo mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo e o aumento nos niacuteveis de poluiccedilatildeo do ar o

que pode vir a refletir em interferecircncias no clima numa micro ou meso escala como por

exemplo a formaccedilatildeo de ilhas de calor ou ainda pode haver associaccedilatildeo com as eacutepocas de El

Nintildeo e La Nintildea para a intensificaccedilatildeo ou natildeo das trovoadas (REIS 2005 p 154)

Este tema pode e deve apresentar maior exploraccedilatildeo e monitoramento futuros tendo em

vista que as trovoadas as quais muitas vezes se apresentam acompanhadas de chuvas

torrenciais interferem diretamente nas diversas atividades humanas

Estudar detalhadamente as influecircncias e o comportamento climaacutetico nos acircmbitos

regional e local se faz necessaacuterio sendo que a estrutura da Meteorologia Aeronaacuteutica no

Brasil se apresenta como forte contribuinte devido seu monitoramento ininterrupto

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

71 OBSERVATORIUM Revista Eletrocircnica de Geografia v6 n17 p 52-73 out 2014

Referecircncias

BENEDETTI Marcelo Muniz et al Resistecircncia do solo agrave penetraccedilatildeo em um latossolo

vermelho distroacutefico tiacutepico sob diferentes usos Goiacircnia Centro Cientiacutefico Conhecer

Enciclopeacutedia Biosfera vol 6 N 11 p01 a 09 2010 Disponiacutevel em

lthttpwwwconhecerorgbrenciclop2010cresistencia20do20solopdfgt Acesso em 10

dez 2012

BOHN Adolar Ricardo Projeto de Sistema de Proteccedilatildeo Contra Descargas Atmosfeacutericas

Santa Catarina Universidade Federal de Santa Catarina Centro Tecnoloacutegico Departamento

de Engenharia Civil 22 p [200-] Disponiacutevel em lt

httpwwwcentralmatcombrArtigosMaisprojetoSPDApdfgt Acesso em 10 mar 2013

COMANDO DA AERONAacuteUTICA Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA)

Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo

classe II MET-005 Meteorologia Geral ndash Meteoros Satildeo Joseacute dos Campos 2003 15 p

______ Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA) Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica

de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo classe II MET-005 Meteorologia

Geral ndash Nebulosidade ndash Nuvens Satildeo Joseacute dos Campos 2003 27 p

______ Instituto do Controle do Espaccedilo Aeacutereo (ICEA) Operaccedilatildeo de estaccedilatildeo meteoroloacutegica

de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo classe II MET-005 Meteorologia

Geral ndash Condiccedilotildees Atmosfeacutericas Adversas ao Voo ndash Trovoadas Satildeo Joseacute dos Campos

2003 15 p

DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPACcedilO AEacuteREO Subdepartamento de

Operaccedilotildees Divisatildeo de Meteorologia Aeronaacuteutica Cuidado Cumulonimbus na Aacuterea

[200-] 3 p Disponiacutevel em lt httpwwwredemetaermilbrArtigoscumulonimbuspdfgt

Acesso em 16 de nov 2012

DIAS Rosilene N MESQUITA Claacuteudia R VISACRO Silveacuterio Aplicaccedilotildees de mapas de

densidade de descargas atmosfeacutericas na engenharia de proteccedilatildeo avaliaccedilotildees e limitaccedilotildees In

DEacuteCIMO TERCER ENCUENTRO REGIONAL IBEROAMERICANO DE CIGREacute 13

2009 Belo Horizonte Anais Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais

Lightning Research Center 7 p 2009 Disponiacutevel em lt

httpwwwlabplanufscbrcongressosXIII20EriacB2B2-08pdfgt Acesso em 20 fev

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FACULDADE CATOacuteLICA DE UBERLAcircNDIA Coordenadoria de Pesquisa Manual de

normas para elaboraccedilatildeo e formataccedilatildeo de trabalhos cientiacuteficos Faculdade Catoacutelica de

Uberlacircndia 2012 57 p Disponiacutevel em lt httpwwwcatolicaonlinecombrportalwp-

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IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Minas Gerais ndash Uberlacircndia ndash

Infograacuteficos evoluccedilatildeo populacional e piracircmide etaacuteria Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrpainelpopulacaophplang=ampcodmun=317020ampsearch=mina

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MINISTEacuteRIO DA DEFESA Comando da Aeronaacuteutica Meteorologia Manual de Coacutedigos

Meteoroloacutegicos (MCA 105-10) 2012 252 p

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Superfiacutecie (MCA 105-2) 2011 60 p

MONTEIRO Carlos Augusto de Figueiredo Teoria e clima urbano Satildeo Paulo

Universidade de Satildeo Paulo ndash Instituto de Geografia (IGEOG-USP) 1976 (Seacuterie Teses e

Monografias ndeg 25) 181 p

NOVAIS Giuliano Tostes Caracterizaccedilatildeo Climaacutetica da Mesorregiatildeo do Triacircngulo

MineiroAlto Paranaiacuteba e do Entorno da Serra da Canastra (MG) 2011 80 f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geografia) - Instituto de Geografia Universidade Federal de

Uberlacircndia Uberlacircndia 2011 Disponiacutevel em

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OUTAtildeO Antonio Ricardo Ribeiro BARROS Airton Bodstein de Alternativa contra

descargas atmosfeacutericas para novos preacutedios da UFF In SEMINAacuteRIO INTERNACIONAL DE

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Acesso em 05 maio 2013

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PINTO JR Osmar PINTO Iara de Almeida Relacircmpagos Satildeo Paulo Brasiliense 1996

PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLAcircNDIA Secretaria Municipal de Planejamento

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PRETOR-PINNEY Gavin Guia do observador de nuvens Traduccedilatildeo de Claacuteudio

Figueiredo Rio de Janeiro Intriacutenseca 2008

REIS Ruibram Januaacuterio dos Mapeando a climatologia das descargas atmosfeacutericas em

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paracircmetros de temperatura precipitaccedilatildeo balanccedilo hiacutedrico do Triacircngulo Mineiro ndash MG 2010 59 f Monografia (Graduaccedilatildeo em Geografia) Uberlacircndia Universidade Federal de

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Page 20: análise da variabilidade das trovoadas e exibição de índice ...

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de superfiacutecie e de centro meteoroloacutegico de aeroacutedromo classe II MET-005 Meteorologia

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Operaccedilotildees Divisatildeo de Meteorologia Aeronaacuteutica Cuidado Cumulonimbus na Aacuterea

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MINISTEacuteRIO DA DEFESA Comando da Aeronaacuteutica Meteorologia Manual de Coacutedigos

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Superfiacutecie (MCA 105-2) 2011 60 p

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21 dez 2012

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STEacuteFANI Rodrigo Verardino de Metodologia de projeto de sistema de proteccedilatildeo contra

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Engenharia Eleacutetrica) Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2011 Disponiacutevel em lt

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Page 22: análise da variabilidade das trovoadas e exibição de índice ...

Anaacutelise da Variabilidade das Trovoadas e Exibiccedilatildeo de Iacutendice Ceraacuteunico entre os

Anos de 1998 a 2012 no Aeroporto de UberlacircndiaMG

Fabiano Ferfoglia Ribeiro Giuliano Tostes Novais

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