Analise Da cia Da Cor No Potencial de to Da Luz Natural No Ambiente Construido
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8/9/2019 Analise Da cia Da Cor No Potencial de to Da Luz Natural No Ambiente Construido
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SANDRA REGINA MARCHI
ANLISE DA INFLUNCIA DA COR NO POTENCIAL DEAPROVEITAMENTO DA LUZ NATURAL NO
AMBIENTE CONSTRUDO
CURITIBA2007
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SANDRA REGINA MARCHI
ANLISE DA INFLUNCIA DA COR NO POTENCIAL DEAPROVEITAMENTO DA LUZ NATURAL NO
AMBIENTE CONSTRUDO
Dissertao apresentada como requisitoparcial para a obteno do grau de Mestreem Engenharia Mecnica, Programa dePs-Graduao em Engenharia Mecnica,Setor de Tecnologia, Universidade Federaldo Paran.
Orientadora: Prof. Dr. Maria Lcia LeiteRibeiro Okimoto
Co-orientador: Prof. Dr. Eduardo LeiteKrger
CURITIBA2007
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TERMO DE APROVAO
SANDRA REGINA MARCHI
ANLISE DA INFLUNCIA DA COR NO POTENCIAL DEAPROVEITAMENTO DA LUZ NATURAL NO
AMBIENTE CONSTRUDO
Dissertao aprovada como requisito parcial obteno de grau de Mestre em EngenhariaMecnica, rea Mecnica, no Programa de Ps-Graduao em Engenharia Mecnica, Setor deTecnologia da Universidade Federal do Paran.
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Aguinaldo dos Santos Prof. Dr. Eugenio Andrs Daz MerinoUFPR UFSC
Prof. Dr. Maria Lcia Leite Ribeiro OkimotoUFPR
Presidente
Curitiba, 12 de fevereiro de 2007
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Ao meu amado esposo e companheiro Paulo.
Ao meu querido filho Victor.
Aos meus queridos pais Luiz e Betty.
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Agradecimentos
Professora Maria Lcia Leite Ribeiro Okimoto pela orientao competente,
paciente e amiga.
Ao professor Eduardo Leite Krger, pela orientao e acompanhamento pontual.
Ao meu querido esposo Paulo pelo amor, incentivo, companheirismo e pacincia em
todos os momentos.
Aos meus pais Luiz e Betty pela oportunidade dada a mim de estar neste mundo e
neste caminho, sempre apoiando e incentivando carinhosamente a prosseguir.
Marli Bazan Santana pela amizade, cuidado e carinho que dispensou ao nosso lar
e ao nosso filho.
Aos colegas Leonardo Gomes, Tiago Marcelo Arajo dos Santos e Joo Paulo
Furlaneto pela pronta ajuda sempre que necessrio.
Universidade Federal do Paran.
Coordenao de Aperfeioamento Pessoal de Nvel Superior CNPq, pela bolsa
de estudos e pelo apoio financeiro concedido.
todos os professores e coordenadores do Programa de ps-graduao em
Engenharia Mecnica (PG Mec), especialmente ao secretrio Mrcio B. Tenrio.
A todos os que direta ou indiretamente contriburam para a realizao desta
pesquisa.
E, sobretudo, agradeo a Deus, que me concedeu realizar este trabalho e galgar
mais um degrau na jornada terrena. Agradeo aos mentores e protetores espirituais
que estiveram do meu lado durante este percurso.
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A Cor apoderou-se de mim. Sei que ela me tomou para sempre.
Tal o significado deste momento abenoado. A Cor e eu somos um.
Sou Pintor.
Paul Klee (1914)
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RESUMO
MARCHI, Sandra Regina. Anlise da Influncia da Cor no Potencial deAproveitamento da Luz Natural no Ambiente Construdo. 2007. Dissertao(Mestrado em Engenharia Mecnica) Programa de ps-graduao em EngenhariaMecnica, Universidade do Paran, Curitiba.
Neste estudo procurou-se analisar a influncia da cores de paredes e de divisrias
no potencial de aproveitamento da luz natural em ambientes construdos de locais detrabalho em dia de cu encoberto, padro para a cidade de Curitiba. Atravs do
software DLN apresentado por Scarazzato (1995) obtiveram-se os dados sobre a
disponibilidade de luz natural no inverno e vero, em dia de cu encoberto. Estes
dados so aplicados no clculo especfico do DF (Daylight Factor) para a obteno
do potencial de luz natural no ambiente. Tambm se utilizou o softwareLuz do Sol
para determinar a Componente Celeste (CCp), que influencia a quantidade de luz
difusa recebida no ambiente. O coeficiente de refletncia das cores analisadaspermitiu avaliar o potencial de aproveitamento da luz natural disponvel no inverno e
vero para a cidade de Curitiba, durante diversas horas do dia. Verificou-se que a cor
das paredes internas exerce baixa influncia sobre a iluminncia interna do ambiente
em dia de cu encoberto. O tamanho e o posicionamento das aberturas de janela
so os fatores que ocasionaram melhor resultado para o potencial de aproveitamento
da luz natural, tanto no inverno quanto no vero.
Palavras-Chave:Ergonomia Ambiental. Cor do Ambiente. Iluminao Natural.
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ABSTRACT
MARCHI, Sandra Regina. Analysis of the Influence of the Color in the Potentialof Use of theDaylight in the Built Environment. 2007. Dissertao (Mestrado emEngenharia Mecnica) Programa de ps-graduao em Engenharia Mecnica,UFPR, Curitiba.
In this work, the main objective was the analysis of the wall color influence on the
potential of use daylighting built environments. By means of the DLN software,
presented by Scarazzato (1995), outdoor illuminances under overcast sky were
applied in the specific calculation of the DF coefficient (Daylight Factor) in order to
assess the potential of daylighting in the environment. Also, the Luz do Sol software
was used to obtain the Sky Component (CCp), that it influences the amount of
received diffuse light in the environment. The reflectance coefficient of the analyzed
colors allowed evaluating the potential of use of available daylighting in winter and in
summer for the city of Curitiba during several hours of the day. It was verified that, for
a day of overcast sky, the color of the walls is of little influence on the indoor
iluminance of the built environment. For both winter and summer, the size and the
positioning of the window openings are the factors that had better caused resulted for
the potential of use daylighing.
Key words:Environmental Ergonomics. Environmental Color. Daylighting.
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LISTAS DE FIGURAS
Figura 1 Fluxograma das etapas da pesquisa..................................................................... 49
Figura 2 CCp , componente de cu no ponto p, adaptado de NBR 15215-4 (2004)............ 55
Figura 3 -. CRE, componente de reflexo externa, adaptado de NBR 15215-4 (2004).......... 56
Figura 4 -CRI, componente de reflexo interna, adaptado de NBR 15215-4 (2004)............. 57
Figura 5 Fluxograma de procedimento para o clculo das iluminncias............................. 60
Figura 6 Planta da sala com as aberturas WWR 17%, 34%,52% e diferentes
posicionamentos..................................................................................................................... 62
Figura 7 Inverno, uma janela no canto WWR 17%............................................................ 67
Figura 8 Vero, uma janela no canto WWR 17%.............................................................. 67
Figura 9 Inverno, duas janelas e uma janela WWR 34%.................................................. 69
Figura 10 Vero, duas janelas e uma janela WWR 34%................................................... 70
Figura 11 Inverno e vero, janelas WWR 17% canto e centro do ambiente, diversos
horrios.................................................................................................................................... 73
Figura 12 Inverno e vero, abertura WWR 34%, duas janela e uma janela no centro do
ambiente, diversos horrios.................................................................................................... 77
Figura 13 Divisrias - inverno, uma janela no canto e centro WWR 17%............................ 79
Figura 14 Divisrias - vero, uma janela no canto e centro WWR 17%............................ 82
Figura 15 Divisrias - inverno, duas janelas e uma janela WWR 34% centralizada........... 83
Figura 16 Divisrias - vero, duas janelas e uma janela WWR 34% centralizada............... 85
Figura 17 Inverno e vero, janelas WWR 17% canto e centro do ambiente, diversos
horrios.................................................................................................................................. 86
Figura 18 Inverno e vero, abertura WWR 34%, duas janelas e uma janela no centro doambiente, diversos horrios.................................................................................................... 90
Figura 19 - Inverno e vero, abertura WWR 52%, diversos horrios.................................... 93
Figura A-B Procedimento para a coleta de dados no mtodo do Papel Branco........... 117
Figura C Procedimento para a coleta de dados no mtodo do Luminacmetro............... 117
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LISTA DE TABELA
Tabela 1 Cores de tintas e de divisrias, cdigo RGB do espectro cromtico da Adobe
PhotoShop 7.01 (programa utilizado para o tratamento de imagem)................................ 51
Tabela 2 - ndices de refletncia para diferentes cores.Adaptado: Piloto Neto (1980, p.
119), Santos et al. (1992, p. 91) e Castro et al. (2003)......................................................... 65Tabela 3 Diferena de iluminncias internas entre inverno e vero para as aberturas
WWR 17%, 34% e 52%......................................................................................................... 80
Tabela 4 Comparativo de iluminncia de cores de tintas atravs do mtodos do papelbranco e do luminancmetro.................................................................................................. 118
APNDICE
APENDICE 1 Questionrio aplicado aos arquitetos e decoradores para a escolha das
cores de tintas....................................................................................................................... 115
APENDICE 2 - Procedimento para a coleta de dados de refletncia................................... 117
APENDICE 3 - Resuldados Experimentais.......................................................................... 118
APENDICE 4 Diagrama do Software luz do Sol com malha quadriculada 4x4mm........... 120
APENDICE 5 - Identificao de cores de tintas em padro RGB......................................... 121
ANEXOS
ANEXO 1 Especificao de Equipamentos........................................................................ 125
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SUMRIO
RESUMO...................................................................................................... 8
ABSTRACT.................................................................................................. 9
CAPTULO 1
INTRODUO E OBJETIVOS........................................................................................ 12
1.1 Hiptese de Trabalho................................................................................................. 15
1.2 Objetivos de Trabalho................................................................................................ 151.3 Metodologia de Estudo.............................................................................................. 151.4 Justificativa................................................................................................................. 16
1.5 Limitaes de Estudo................................................................................................. 16
1.6 Estrutura do Trabalho................................................................................................. 17
CAPTULO 2
2 REVISO BIBLIOGRFICA......................................................................................... 192.1 A Ergonomia e o Ambiente de Trabalho.................................................................... 19
2.2 A Luz Natural............................................................................................................. 23
2.3 Fontes de Luz Natural................................................................................................ 25
2.3.1 Luz do Sol............................................................................................................... 26
2.3.2 Luz do Cu.............................................................................................................. 26
2.3.3 Luz de Fontes Indiretas........................................................................................... 28
2.4 Disponibilidade de Luz Natural................................................................................... 282.5 Caractersticas da Iluminao Natural........................................................................ 29
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2.6 A Iluminao Natural e o Projeto Luminotcnico........................................................ 30
2.7 Aberturas em Ambiente de Trabalho.......................................................................... 32
2.8 Potencial de Aproveitamento da Iluminao Natural.................................................. 33
2.9 Sistemas de Iluminao Natural................................................................................. 38
2.10 Benefcios da Luz Natural........................................................................................ 39
2.11 Mtodos de Avaliao da Luz Natural..................................................................... 45
CAPTULO 3
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL............................................................................ 48
3.1 Critrios de Seleo das Cores................................................................................. 50
3.2 Critrios de Seleo da Sala...................................................................................... 52
3.3 Materiais..................................................................................................................... 52
3.4 Mtodo de Avaliao dos Coeficientes de Reflexo.................................................. 53
3.5 Altura de Posicionamento das Telas.......................................................................... 533.6 Situaes Consideradas............................................................................................. 54
3.7 Simulao de Luz Natural.......................................................................................... 543.8 Mtodo de Anlise / Procedimento de Clculo................................................................. 55
3.9 Aplicao do Procedimento de Clculo .................................................................... 593.10 Limitaes do estudo............................................................................................... 613.11 Simulaes.............................................................................................................. 61
CAPTULO 4
RESULTADOS E DISCUSSES.................................................................................... 63
4.1 ndice de Refletncia das Cores de Tintas e Divisrias Influncia da Posio das
Janelas e Cores de Tintas............................................................................................... 644.2 Influncia da Posio das Janelas no Efeito de Cores de Tintas 664.2.1Comparao entre Janelas WWR 17% (abertura no canto/centro do ambiente inverno/vero)....................................................................................................................... 664.2.2 Comparao entre Janelas WWR 34% (ambiente com duas aberturas de 1.30mX ambiente com uma abertura de 2.60m inverno/vero)
68
4.3 Iluminncias Internas para Diferentes Horrios do Dia inverno/vero....................... 71
4.3.1 Abertura WWR 17% Canto e Centro do Ambiente Inverno e Vero.................... 714.3.2 Abertura WWR 34%, duas Janelas e uma janela no Centro do Ambiente Inverno e Vero................................................................................................................
75
4.4 Abertura WWR 52% Inverno e Vero...................................................................... 784.5 Influncia da Posio das Janelas nas Cores de Divisrias...................................... 81
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CAPTULO 1
Introduo e Objetivos
Segundo Pedrosa (1989, p. 37) o homem inicia a conquista da cor ao iniciar
a prpria conquista da condio humana. Ou seja, o homem sempre esteve
rodeado de cores desde os tempos pr-histricos e a partir de ento as cores
passaram a fazer parte do inconsciente do indivduo e o seu desenvolvimento est
registrado nos livros de arte. Entretanto a popularizao da cor tem seu grande
desenvolvimento no sculo XX, graas ao desenvolvimento tecnolgico dos
pigmentos, o que originou, como conseqncia, outros estudos de origem
comportamental que procuram analisar as influncias da cor no cotidiano humano
(FONSECA et al., 2003, 2006; VIANNA et al., 2001; MAHNKE, 1996; PILOTTO,
1980).A cor passa a ser consagrada em normas ligadas segurana; o uso da cor
passa a ser uma necessidade na atualidade. Entretanto o uso da cor pode ser
adequado ou at mesmo inadequado ao ambiente. De acordo com a NB 57
Iluminncia de interiores (ABNT, 1991), a quantidade de luz desejada e necessria
para qualquer instalao depende, em primeiro lugar, da atividade a ser executada.
O grau de habilidade requerida, a minuciosidade do detalhe a ser observado, a
refletividade da cor e o tipo da tarefa, assim como os arredores imediatos, afetam as
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necessidades de iluminncia, que produziro as condies de visibilidade mxima
(PILOTTO, 1980; FARINA, 1982; LAMBERTS et al., 1997).
A Sociedade de Engenharia de Iluminao Americana recomenda que o uso
esttico da cor para produzir um interior agradvel requer uma coordenao entre o
decorador de interiores e o especialista em iluminao. Recomenda, ainda, que
arquitetos, engenheiros, projetistas industriais, ergonomistas, urbanistas, estilistas
de cor e projetistas de iluminao tenham conhecimento do mecanismo da cor
(COSTA, 1998; SANTOS et al., 2005; GOMES, 1999).
O controle do ambiente deve ser parte da ordenao bsica de qualquer
projeto. As questes relacionadas adequabilidade dos espaos, especialmente
aquelas referentes s condies do conforto luminoso so fundamentais para umaatividade que pretende colocar a satisfao do homem como o seu principal objetivo.
O conceito de conforto, neste contexto, pode ser entendido como a avaliao das
exigncias humanas, pois est baseado no princpio de que quanto maior for o
esforo de adaptao do indivduo, maior ser sua sensao de desconforto. Mas o
que seria este maior esforo de adaptao? Do ponto de vista fisiolgico, o
indivduo dispe de sistemas de percepo da luz, que apesar de complexos so
facilmente compreensveis (VIANNA et al., 2001, p. 83; GOMES, 1999).Para o desenvolvimento de determinadas tarefas visuais, o olho necessita de
condies especficas e que dependem dessas prprias atividades para estipular a
maior ou a menor quantidade de luz. Ento, quanto melhores forem as condies
propiciadas pelo ambiente, menor ser o esforo fsico que o olho ter de fazer para
se adaptar s condies ambientais e desenvolver bem a atividade (VIANNA et al.,
2001, p. 83; GOMES, 1999).
Quando os olhos esto submetidos a condies de iluminao com focosintensos de luz dentro do campo visual ou quando no se dispe de nveis de
iluminncia suficientes para a realizao da tarefa de Engenharia ou outra qualquer,
os olhos podem chegar fadiga (cansao) e a uma diminuio de sua sensibilidade,
exatamente pelo esforo demasiado de adaptao a estas condies crticas
(SANTOS et al., 2005).
Uma parte da fadiga fsica que sentida todos os dias deve-se ao esforo
realizado para ver. Abusa-se das faculdades visuais e paga-se direta ou
indiretamente com diversas perturbaes fisiolgicas. por este fato que ambientes
absolutamente uniformes, em termos de iluminao e com uma pobreza no uso das
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cores, causam depois de algum tempo o que se descrever como sonolncia,
cansao, reduo para disposio ao trabalho, ou seja, tudo aquilo que reflete a
sensao de desconforto visual que o ambiente acarreta (VIANNA et al., 2001,
p.100; SANTOS et al., 2005).
A viso no dependente apenas da luz, mas da totalidade do espao
percebido pelo indivduo, a viso tambm passa a ser responsvel por parte do
estado emocional do indivduo. Prover iluminao adequada no um luxo, mas ,
sobretudo satisfazer as necessidades do indivduo a todo o momento por meio de
uma anlise adequada do ambiente (LIMA, 2002).
Segundo Vianna et al. (2001, p. 38), dentro do princpio bsico das cores, ou
seja, absoro e reflexo de radiao solar visvel com determinadas freqncias deonda, pode-se afirmar que a cor luz. Portanto, jamais podemos falar em iluminao
sem preocuparmo-nos com as cores.
Mas que relaes existem realmente entre a luz e cor? So relaes de
mtua dependncia. Se a cor adquire certa luminosidade e tonalidade, dependendo
da quantidade de luz que incida sobre ela, seria correto dizer que a luz domina a cor
(VIANNA et al., 2001, p. 38).
Dentre as caractersticas ticas da matria, o fenmeno da refletncia da luz o que ser analisado nesta pesquisa. Entende-se por refletnciaa devoluo do
raio incidente luminoso, por uma superfcie, sem alterao dos componentes
monocromticos que o compem. No momento em que ocorre a refletncia, uma
percentagem de luz perdida por absoro. Chama-se de refletncia a razo entre
a luz refletida e a luz incidente, tambm conhecida por fator de reflexo (COSTA,
1998).
A utilizao da luz natural incidente no ambiente construdo integrada correta utilizao da cor nas paredes por vezes negligenciada pelos projetistas no
momento da concepo do projeto. Por esse motivo, que em muitos ambientes,
mesmo durante o dia, a iluminao feita artificialmente, aumentando os custos
com o consumo de energia e desperdiando uma fonte que poderia proporcionar luz
adequada e abundante e um melhor conforto ambiental (SANTOS et al., 2005).
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1.1 Hiptese de Trabalho
H0: A cor da parede interfere para o aumento da iluminncia interna do ambiente,potencializando o aproveitamento da iluminao natural.
H1: A cor da parede no influencia no potencial de aproveitamento da luz natural noambiente construdo.
1.2 Objetivos do Trabalho
Objetivo geral:
No presente trabalho, objetivou-se avaliar a influncia da cor no potencial deaproveitamento da luz natural em ambientes construdos, em dia de cuencoberto para a cidade de Curitiba.
Objetivos especficos:
De forma secundria, objetivou-se medir os coeficientes de refletncia da cor
do ambiente. Tambm avaliar o aproveitamento da luz natural relacionando cor das
paredes com o tamanho e posicionamento de aberturas.
1.3 Metodologia de Estudo
Para atender os objetivos propostos fez-se uso do mtodo do papel branco e
do mtodo do luminancmetro para a obteno da estimativa dos coeficientes de
refletncia de diversas cores de tintas e de divisrias disponveis no mercado.Utilizou-se o softwareDLN (Disponibilidade de Luz Natural) que contm um banco
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de dados sobre a disponibilidade de luz natural para diversas regies brasileiras.
Este software possibilitou obter as variveis necessrias para o clculo do DF
(Daylight Factor). Tambm se utilizou o software Luz do Sol para determinar a
Componente Celeste (CCp), fator integrante no clculo do DF. O coeficiente de
refletncia das cores analisadas permitiu avaliar o potencial de aproveitamento da
luz natural disponvel no inverno e vero para a cidade de Curitiba durante diversas
horas do dia.
Para o conhecimento dos nveis de iluminncia e luminncia do dia, foram
analisadas e testadas algumas alternativas para a orientao do dimensionamento e
posicionamento ideal para as aberturas das janelas relacionadas com a cor da
parede, para se chegar a uma melhor soluo tcnica de projeto.
1.4 Justificativa
O trabalho justificou-se visto que a partir dos estudos citados acima possvel
fornecer subsdios para projetistas de ambientes de trabalho na elaborao de
projetos mais eficientes com relao iluminao e as cores das paredes dos
ambientes internos. A motivao das pesquisas atuais em Ergonomia e Iluminao
visa um maior conforto do ambiente de trabalho e produtividade do trabalhador
diminuindo, ainda, o consumo de energia com o uso racional da iluminao artificial
pelo melhor aproveitamento da luz natural.
1.5 Limitaes de Estudo
O presente estudo visa anlise da influncia da cor das paredes do
ambiente de trabalho em conjunto com o tamanho e posicionamento de aberturas de
janelas do local para o melhor aproveitamento da luz natural.
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O experimento foi feito em dia de cu encoberto predominante na cidade de
Curitiba.
No mtodo do papel branco substituiu-se o papel por telas artsticas, pois, a
tela aproxima-se mais da rugosidade da parede e proporciona melhor absoro da
tinta, permitindo dar quantas demos de tintas forem necessrias para uma boa
cobertura, visto que as tintas imobilirias utilizadas so base de gua.
A utilizao do luxmetro e do luminancmetro (equipamentos necessrios
para as medies) ocorreu com a calibrao de fbrica.
1.6 Estrutura do Trabalho
A proposta do presente trabalho, Anlise da Influncia da Cor no Potencial
de Aproveitamento da Luz Natural no Ambiente Construdo, apresenta a seguinte
estrutura:
No captulo 1 encontra-se a introduo, com uma idia geral sobre a
importncia de estmulos no ambiente de trabalho, principalmente o estmulo da cor
e da iluminao natural. Este captulo tambm apresenta as hipteses de trabalho,
os objetivos gerais e especficos a serem alcanados, a metodologia de estudo, as
justificativas a que atendem o presente trabalho e as limitaes de estudo.
O captulo 2 apresenta a reviso bibliogrfica do assunto proposto, abordando
temas sobre a Ergonomia e o ambiente de trabalho, a percepo do ambienteconstrudo, a cor e o ambiente construdo. Tambm, fontes, disponibilidade e
caractersticas da iluminao natural, a iluminao natural e o projeto luminotcnico,
aberturas em ambiente de trabalho, potencial de aproveitamento da iluminao
natural, sistemas de iluminao natural e benefcios da luz natural, por fim, mtodos
de avaliao da luz natural.
No captulo 3 apresenta-se o procedimento experimental, onde contm os
critrios para a escolha das cores utilizadas para o experimento, critrio de seleoda sala com suas medidas e planta baixa, materiais utilizados, mtodo de avaliao
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dos coeficientes de refletncia, mtodo de anlise e aplicao do procedimento de
clculo.
O captulo 4 contm as discusses apresentando os resultados das
simulaes de cores de paredes, posicionamento e tamanho de aberturas de
janelas.
O captulo 5 traz as concluses decorrentes do estudo proposto e sugestes
para trabalhos futuros.
No Apndice 1 est o questionrio aplicado aos arquitetos e decoradores
utilizado para a escolha das cores de tintas. O Apndice 2 mostra o procedimento
para a coleta de dados de refletncia. No Apndice 3 esto os resultados
experimentais. No Apndice 4est o diagrama do SoftwareLuz do Sol com a malhaquadriculada 4x4mm. E no Apndice 5 a identificao de cores de tintas em padro
RGB.
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CAPTULO 2
Reviso Bibliogrfica
2.1 A Ergonomia e o Ambiente de Trabalho
Durante boa parte da histria da humanidade as edificaes raramente
refletiam preocupaes com seus ocupantes, promovendo insatisfaes por parte
dos usurios e inadequaes na execuo de suas tarefas (FONSECA et al., 2006).
Atualmente diversos estudos tm revelado que locais de trabalho com condies
favorveis, que atendam s necessidades de seus usurios aos nveis fisiolgico e
psicolgico, exercem impactos positivos sobre os mesmos, resultando em melhor
desempenho e maior produtividade.O ambiente de trabalho deve ser projetado para se adaptar as necessidades
do indivduo. A permanncia por longo tempo em ambiente de trabalho que no est
adequadamente idealizado para satisfazer as necessidades do trabalhador pode
provocar desconforto, fadiga, irritao, dores, distrbios nervosos, estresse e outras
implicaes em longo prazo na sade do trabalhador, culminando com a reduo de
produtividade. Desta forma, o mercado cada vez mais necessita de especialistas
que busquem definir parmetros ergonmicos que propiciem a segurana, a sade,
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o conforto e o bem estar do ser humano (VERDUSSEN, 1978, p. 49; GUIMARES,
2004, p. 3-1; ORNSTEIN et al., 1995, p. 55-57).
A Ergonomia Ambiental a parte da Ergonomia que se dedica ao estudo do
ambiente fsico, visto que ele pode contribuir positiva ou negativamente no
desempenho e na produtividade do indivduo e na consecuo de suas tarefas e
atividades. Assim sendo, um dos princpios bsicos da Ergonomia projetar o
ambiente de trabalho de forma a satisfazer as necessidades do trabalhador e, cada
vez mais, torna-se importante o estudo da iluminao e cor dos ambientes. Pois,
tanto da ordem fsica quanto psicolgica a luz e a cor provocam sensaes e o
organismo humano responde a estes estmulos, que podem afetar no funcionamento
do corpo, influenciando a mente e as emoes (IIDA, 2005, p. 450; MAHNKE, 1996,p. 19-29).
Segundo Pilotto (1997, p. 41-45) a crescente corrida em busca do aumento de
produtividade das empresas, decorrente da grande competitividade do mercado
atual, vem exigindo cada vez mais esforos do trabalhador. Para se adaptar a estas
novas exigncias, as empresas vm passando por grandes transformaes,
aumentando cada vez mais a carga mental dos seus trabalhadores e reduzindo seu
tempo ocioso. Em sua carga diria de trabalho, o homem fica confinado por longotempo (pelo menos 9 horas, no caso de indstrias) ao ambiente de trabalho.
Vrios estudos tm analisado as interaes entre o ambiente construdo de
local de trabalho e o comportamento do trabalhador. Estes estudos tm
demonstrado que o arranjo fsico do local de trabalho e suas caractersticas
ambientais exercem efeitos sobre certas variveis comportamentais, entre elas: a
satisfao, a motivao e o desempenho e a produtividade do indivduo
(BECKER,1981; WINEMAN,1986; CROUCH et al, 1989; STONE et al., 1998, 2001,2003).
Tambm Guimares (2004, p. 3-1) sugere que condies ambientais
desfavorveis podem tornar-se uma grande fonte de tenso na execuo das
tarefas, em qualquer situao de trabalho:
Estes fatores podem causar desconforto, insatisfao, aumentar orisco de acidentes, diminuir a produtividade, aumentar os custos ecausar danos sade. As mensuraes dos fatores ambientaisdevem ser efetuadas para reduzir ou eliminar seus efeitos adversos.
Cabe aos profissionais pesquisar para criar ambientes de qualidade. A
satisfao psicolgica do ser humano tem caractersticas pessoais, individuais, nem
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sempre objetivas. A contribuio dos ambientes na sade fsica dos trabalhadores,
em mdio prazo, tem sido comprovada por mdicos e psiclogos, atravs da
medio de batimentos cardacos e da presso arterial. Pode-se afirmar, portanto:
possvel criar ambientes internos saudveis (PILOTTO, 1997, p. 41-45).
Para Santos et al. (1992, p. 7), os ergonomistas so profissionais que tem
conhecimento sobre o funcionamento humano e esto prontos a atuar nos
processos de projetos de situaes de trabalho, interagindo na definio da
organizao do trabalho, nas modalidades de seleo e treinamento, na definio do
mobilirio e no ambiente fsico de trabalho. E ainda, o fundamento de toda a
metodologia ergonmica est na compreenso das atividades realizadas em cada
situao de trabalho, e na considerao do contexto e todas as questes que estorelacionadas ao processo de transformao do trabalho, no qual participam
diferentes pessoas e pontos de vistas.
Segundo Guimares (2004, p. 3-1), condies ambientais desfavorveis
podem tornar-se uma grande fonte de tenso na execuo das tarefas, em qualquer
situao de trabalho. Iida (1992, apud Guimares, 2004, p. 3-1) sugere que estes
fatores podem causar desconforto, insatisfao, aumentar os custos e causar danos
considerveis sade.Mahnke (1996, p. 23-29) ressalta que parte das empresas tem reconhecido a
importncia e os benefcios de se oferecer um ambiente de trabalho adequado ao
indivduo.
Bins Ely (2003) afirma que,
Sendo o arquiteto, na maioria das vezes, responsvel pelo projeto doambiente fsico, a partir da juno Arquitetura e Ergonomia poder-se-ia criar ambientes atrativos e funcionais, que realmentecontribussem para o bem estar dos usurios, durante o desempenho
de suas atividades. A melhor estratgia para esta juno seriadurante o projeto, momento em que os princpios da ergonomiaseriam incorporados ao projeto de ambientes fsicos.
Os projetistas de locais de trabalho, embora realizem projetos de estruturas
espaciais complexas para abrigar as igualmente complexas atividades de trabalho
contemporneas, no dispem em sua formao acadmica de uma orientao
formal que lhes possibilitem usar um tipo de abordagem centrada no usurio e sua
atividade em situaes reais de trabalho. Dessa forma, as usuais metodologias de
projeto arquitetnico para a concepo tanto espacial, quanto cromtica dos locais
de trabalho, ao abordarem os problemas da interao entre as pessoas e o meio
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construdo de um ponto de vista macro e no em relao s inadequaes que
surgem entre os espaos construdos e as atividades cotidianas, no so eficazes
em obter o que as pessoas querem, ou necessitam de seus espaos projetados e
nem em evidenciar os conflitos desta interao (FONSECA, 2004, p. 78).
Para Baptista (2002), o ambiente construdo pode ser considerado um espao
organizado e animado, que constitui um meio fsico e, ao mesmo tempo, meio
esttico, informativo e psicolgico especialmente projetado para agradar, servir,
proteger e unir as pessoas no exerccio de suas atividades.
Bins Ely (2003) considera que a influncia do ambiente construdo no
comportamento est relacionada tanto s exigncias da tarefa a ser realizada no
ambiente, como s caractersticas e necessidades do usurio. Segundo a autora,quando um ambiente fsico responde s necessidades dos usurios tanto em termos
funcionais (fsicos) quanto psicolgicos, certamente ter um impacto positivo na
realizao das atividades.
Ao expor indivduos a estmulos como o da cor pode-se observar a influncia
desta sobre certas variveis comportamentais, tais como: a satisfao, a motivao,
o desempenho e o humor. Assim, o ambiente pode auxiliar estimulando o indivduo
no desempenho de tarefas simples ou complexas, que requerem alta ateno,suavizando a monotonia e reduzindo a distrao e a fadiga (MAHNKE, 1996, p. 23-
29, KWALLEK et al., 1988, 1990; STONE et al., 1998, 2001, 2003). O estudo
ergonmico da cor tem por objetivo apresentar informaes e solues sobre a
influncia das cores no comportamento humano em interiores de ambientes de
trabalho.
Estudos revelam que de acordo com o tipo de tarefa realizada, os estmulos
ambientais nos locais de trabalho interferem no desempenho do indivduo. ParaCrouch et al. (1989), os estmulos ambientais podem interferir na percepo do nvel
de exigncia da tarefa. Kaplan (1983) defende a idia de que os ambientes devem
ser restauradores (restorative environments), ou seja, devem favorecer o bem estar
do trabalhador. Estes ambientes podem oferecer oportunidades para reflexes ou
insighte ainda influenciar o comportamento do trabalhador. Por exemplo, indivduos
que realizam atividades que exigem grande ateno necessitam que o ambiente
promova estmulos visuais que restaurem seu nimo e amenizem a carga de
estresse gerado pelo trabalho.
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No entanto preciso que se esteja atento para os nveis de intensidade
destes estmulos ambientais, pois, em altos nveis so capazes de tornar o
trabalhador menos satisfeito e motivado, podendo acarretar declnio na sua
produtividade (BROOKS et al., 1972; OLDHAM et al., 1979, STONE,1998).
2.2 A Luz Natural
De acordo com Robbins (1986, apud CABS, 1997), a luz natural, ou
qualquer outra fonte de luz, uma manifestao visual de energia percebida pelo
olho humano na faixa de radiao eletromagntica com comprimentos de onda entre
380 e 760 nm, aproximadamente.
A luz natural que admitida no interior das edificaes consiste em luz
proveniente diretamente do sol, luz difundida na atmosfera (abbada celeste) e luz
refletida no entorno. A magnitude e distribuio da luz no ambiente internodependem de um conjunto de variveis, tais como: da disponibilidade da luz natural
(quantidade e distribuio variveis com relao s condies atmosfricas locais),
de obstrues externas, do tamanho, orientao, posio e detalhes de projeto das
aberturas, das caractersticas ticas das reas envidraadas, do tamanho e
geometria do ambiente e da refletividade das superfcies internas.
Ento, a luz natural pode ser proveniente de duas fontes: do sol e do cu.
Variaes horrias, sazonais e atmosfricas representam variaes significativas nadisponibilidade da luz natural (PEREIRA et al., 2001; SOUZA et al., 2001).
Diversas so as razes que levam um projetista a utilizar a luz natural em seu
projeto, dentre elas: a qualidade da luz, a comunicao visual com o meio externo, a
conservao dos recursos naturais, a reduo do consumo de energia e benefcios
psicolgicos e fisiolgicos (CABS et al., 1997).
A utilizao da iluminao natural deve ser avaliada na concepo inicial do
projeto e deve levar em conta a variao diria e sazonal da luz para fornecer
iluminao adequada por maior tempo e menor carga trmica possveis. Uma
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abertura de grandes dimenses pode causar uma entrada excessiva de luz,
dependendo da orientao, resultando em uma carga trmica indesejvel,
dependendo da regio e da poca do ano. Pequenas aberturas, ao contrrio,
necessitam de iluminao auxiliar (na maioria das vezes, iluminao artificial,
mesmo durante um dia de cu claro, quando h mais luz natural disponvel). O
conhecimento da quantidade de luz que ser admitida atravs da edificao pode
auxiliar na tomada de decises e mudanas de projeto. O conhecimento da
distribuio espacial e temporal da iluminao natural dentro de um ambiente auxilia
no projeto luminotcnico (PAPST et al., 1998).
Um bom projeto de iluminao natural tira proveito e controla a luz disponvel,
maximizando suas vantagens e reduzindo suas desvantagens. As decises maiscrticas, a este respeito, so tomadas nas etapas iniciais de projeto (PEREIRA,
1995, p. 10).
O problema mais crtico refere-se iluminao natural nos edifcios
modernos, quando se prev a presena de grande nmero de pessoas realizando
tarefas visuais de diferentes exigncias ao mesmo tempo (SOUZA, 2003, p. 18).
Na definio de uma prioridade em termos de exposio luz natural, valores
de iluminncias e distribuio de luz necessria para as atividades em cadaambiente devem ser estabelecidos. Em alguns ambientes a iluminao uniforme
mais recomendada, em outros desejvel uma maior variao. Em ambientes nos
quais os usurios ocupam posies fixas, os critrios devem ser diferentes daqueles
onde as pessoas podem mover-se livremente na direo das aberturas ou para
longe delas.
A NB 57 (1991)fixa nveis de iluminao recomendados para diferentes tipos
de atividades, baseados numa iluminao constante e uniforme sobre um plano detrabalho. A localizao das tarefas com maiores exigncias visuais prximas das
janelas, onde a iluminncia natural maior, trar uma otimizao do uso da luz
natural. Devendo ser complementada com o controle da luminncia da janela e da
radiao solar direta sobre o plano de trabalho (MASCAR,1981). A escolha do
sistema de iluminao lateral ou zenital se faz tendo em vista as caractersticas do
edifcio, a forma e a disposio dos ambientes.
De acordo com Oliveira (1994, apud GRAA, 2001), o planejamento do
projeto visando luz natural deve partir da identificao das atividades
desenvolvidas e das caractersticas dos objetos considerados importantes dentro
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dos ambientes. A qualidade funcional aquela exigida pelas atividades a serem
abrigadas por um ambiente, determinadas em funo do correto desenvolvimento de
tarefas visuais especficas. Relacionam-se as definies do espao arquitetnico,
distribuio e direo de luz e ausncia de ofuscamento. Na utilizao de mtodos
de avaliao procura-se garantir a qualidade funcional do ambiente projetado, ou
aferir as condies reais existentes.
Vrios mtodos foram propostos a partir da dcada de 20, sendo que com a
crise de petrleo na dcada de 70, aumentou a necessidade de se criar ferramentas
que auxiliem no desenvolvimento de projetos e na avaliao quantitativa sobre a
suficincia ou no da luz natural (SCARAZZATO,1999).
A eficincia da luz natural depende da iluminao da abbada celeste, dongulo de incidncia da luz, da cor empregada no ambiente e da natureza dos vidros
por onde penetra a luz (GRAA et al., 2001).
Ambientes idnticos possuem iluminao diferenciada de acordo com a
orientao das fachadas. Assim sendo, pode-se dizer que um dos fatores que
contribuem para conforto luminoso e que modifica a forma do projeto, portanto de
relevncia na fase de anteprojeto, se refere ao azimute de implantao dos
ambientes. Outro parmetro que tambm pode influenciar o conforto luminoso e que definido na fase de anteprojeto a forma de cada ambiente e a possibilidade de
aberturas (SCARAZZATO et al.,1996).
importante avaliar a entrada de luz natural atravs das aberturas externas,
nas diversas horas do dia e do ano, e com isso desenvolver uma metodologia de
anlise da quantidade e da distribuio da luz natural nos ambientes internos.
Assim, pode se prever onde e quando se faz necessrio o uso da iluminao
artificial complementar natural, facilitando o projeto luminotcnico (PAPST et al.,1998).
2.3 Fontes de Luz Natural
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Dentro do estudo da iluminao, destaca-se o uso da iluminao natural como
fonte primeira de iluminao, usada desde os primrdios da arquitetura e qual se
deve dar ateno especial por suas caractersticas e potencial de aproveitamento.
As fontes de luz natural, para fins de projeto, podem ser caracterizadas como diretas
(luz do sol e luz difusa do cu), e indiretas (luz de difusores refletivos ou translcidos
que foram originalmente iluminados por outras fontes primrias ou secundrias).
2.3.1 Luz do Sol
A luz do sol fornece de 60 a 110 kLux no plano horizontal (10 a 15 vezes
maior que a luz proporcionada por um cu encoberto). No entanto, ela intensa
demais para ser usada como iluminao de tarefa. A alta eficincia luminosa e a
excelente reproduo de cores da luz solar associados ao fato de que a mesma abundante durante a maior parte do horrio de trabalho e ao longo do transcurso do
ano conduzem ao seu aproveitamento como fonte de luz para iluminao de
ambientes internos. Como sugere Souza(1997), pode-se usar recursos para torn-la
uma fonte refletida o que faria com que os nveis de iluminao sejam menores do
que os obtidos pelos raios solares diretos e fazendo com que o foco direcional desta
fonte de luz seja mais uniformemente distribudo pelo ambiente que se deseja
iluminar.
2.3.2 Luz do Cu
A luz do cu o resultado da refrao e da reflexo da luz solar ao passarpela atmosfera. Enquanto a luz solar uma fonte pontual, a luz do cu uma fonte
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2.3.3 Luz de Fontes Indiretas
Quando uma superfcie refletiva fosca iluminada por uma fonte primria, sua
luminncia resultante a torna uma fonte indireta de iluminao. Uma vez que esta
superfcie pode ser considerada como difusora ela se torna, ento, uma fonte
distribuda - a qualidade e distribuio de sua luz sendo virtualmente idntica luz
direta do cu admitida atravs de uma abertura de tamanho similar. Se iluminada
diretamente pelo sol, a iluminao refletida por uma superfcie branca pode variar de
50 a 100 kLux, substancialmente maior que a luminncia da abobada celeste
(SOUZA, 2003, p. 21).
2.4 Disponibilidade de Luz Natural
Os nveis de iluminao internos proporcionados pela luz natural dependem
de dois fatores principais: caractersticas do ambiente construdo (geometria do
ambiente, tamanho e orientao das janelas, refletncia das superfcies internas,
vizinhana, etc.) e da disponibilidade de luz natural externa. A iluminncia externa
por sua vez depende da distribuio de luminncias do cu. A iluminncia da luz
natural est sempre variando, tanto ao longo do dia quanto ao longo do ano quando
mudam as condies atmosfricas. Outro fator que faz variar a disponibilidade de luznatural externa a latitude do local, fatores este que faz com que os benefcios da
luz natural mudem de regio para regio. Existem mudanas da posio do sol no
cu com a latitude fazendo com que a distribuio de luminncias do cu seja
diferente, proporcionando variaes na disponibilidade de luz natural. A quantidade
e o tipo de nuvens tambm alteram a disponibilidade de luz natural, assim como a
nvoa e poeira suspensa na atmosfera (SCARAZZATO et al., 1996).
Segundo Glennie et al. (1992) os sistemas de controle em resposta luznatural podem gerar problemas de ofuscamento. Ao reduzir os nveis de iluminao
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artificial em resposta a luz natural disponvel, o brilho da janela (luminncia) torna-se
muito mais alto do que a luminncia interior resultando em ofuscamento.
2.5 Caractersticas da Iluminao Natural
Dentre diversas vantagens da utilizao de luz natural em edificaes,
destaca-se a qualidade da luz natural. Outra vantagem a boa reproduo de cores.
A qualidade espectral da luz influencia na aparncia das cores. O olho humano
ajusta-se s fontes de luz e altera sua percepo de cor em funo da posio
espectral da radiao luminosa. Apesar dos avanos tecnolgicos de lmpadas
eltricas, ainda hoje, a luz natural a que apresenta melhor reproduo de cores
(CABS, 1997).
A variabilidade uma das principais caractersticas da luz natural. Isto ocorre
de forma tanto quantitativa como qualitativa, com a mudana da cor durante o dia. Avariao pode ocorrer pelas mudanas regulares da trajetria solar, por mudanas
produzidas por fenmenos meteorolgicos, como a nebulosidade e pelo movimento
das nuvens e outros aspectos mais fugazes. A variabilidade da luz natural
proporciona maior prazer que a monotonia dos ambientes iluminados artificialmente.
A quantidade de luz do dia, no entanto, ao contrrio do que ocorre com a quantidade
de luz artificial, no est sob o controle do projetista (CABS, 1997).
Outro aspecto importante da luz natural a sua eficincia luminosa. Aeficincia, tanto da luz do sol, como da abbada celeste significativa quando
comparada com as fontes artificiais. De um modo geral, as fontes naturais
introduzem menos calor por lmen dentro das edificaes, que as lmpadas
eltricas mais comuns (CABS, 1997).
A importncia de se aproveitar as fontes naturais de iluminao no ambiente
de trabalho est relacionada tambm com a possibilidade de se manter um contato
com o ambiente externo, acompanhando as variaes climticas e o passar das
horas do dia. Grandjean (1998) ressalta que alguns cuidados devem ser tomados
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com a utilizao excessiva de janelas de vidro que no inverno podem ser bastante
frias e no vero reterem muito calor. A utilizao de telhas de vidro tambm uma
opo para aproveitar a luz natural.
2.6 A Iluminao Natural e o Projeto Luminotcnico
Nos pases de clima tropical, altos nveis de iluminao natural no interior de
ambientes construdos podem produzir um desconforto visual por ofuscamento
excessivo, e ainda um aumento da carga trmica aumentando o consumo de
energia para o resfriamento atravs de ar condicionado e ventiladores (JOTA et al.,
2001).
Segundo CABS (1997) podem-se definir trs regies de iluminncias no
ambiente, em relao luz artificial:
Insuficientes (iluminncias abaixo de 70% do valor da norma). Satisfatrias (iluminncias entre 70% e 130% do valor da norma).
Excedentes (Iluminncias acima de 130% da norma).
A utilizao da luz natural no ambiente construdo muitas vezes negligenciada
pelos projetistas no momento de concepo do projeto. Geralmente, estuda-se a
orientao do terreno para implantar o edifcio de forma a posicionar determinados
cmodos numa posio mais ou menos privilegiada em relao posio do sol,porm, na maioria das vezes negligencia-se a utilidade da luz natural, seja ela
proveniente da luz direta do sol ou da luz solar refletida na abbada celeste, no
estudo de iluminao do ambiente projetado. Assim, em grande parte dos projetos a
iluminao artificial, mesmo durante o dia, aumentando os custos com o consumo
de energia e desperdiando uma fonte gratuita que poderia proporcionar luz
abundante, de boa qualidade, alm de melhor conforto ambiental (LIMA, 2002).
Atualmente, a simulao computacional possibilita a obteno de aspectosquantitativos como nveis de iluminncia e luminncia e tambm, a visualizao de
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efeitos qualitativos da iluminao atravs de figuras de falsa cor e imagens
fotorealsticas (LIMA, 2002).
As variveis que interferem no projeto de iluminao natural so:
Condicionantes locais: clima, orientao, poca do ano, hora do dia;
Implantao da edificao: influncia do entorno natural ou edificado;
Forma, tamanho e localizao das janelas;
Materiais do piso, paredes e teto;
Dimenses dos compartimentos;
Elementos externos prximos.
Muitas dessas variveis so propriedades do stio onde foi implantado o projeto e
no podem ser modificadas. Assim, o projetista pode atuar nas variveis que
interferem diretamente no nvel de iluminncia tais como a forma, tamanho e
localizao das janelas (LIMA, 2002).
No Brasil, como ainda no existem normas ou outros instrumentos reguladores
que priorizem uma melhor utilizao da iluminao natural dos edifcios, torna-se
imprescindvel a implementao de pesquisas e a divulgao do tema com o
objetivo de formao de massa crtica junto aos profissionais de projeto erepresentantes de corporaes mercantis e comerciais, construtores e produtores de
insumos para o segmento da construo civil (SCARAZZATO et al., 2002).
A avaliao da iluminao natural em um projeto pode ser feita de trs maneiras
distintas (PAPST et al.,1998):
Mtodos grficos simplificados; Simulao com modelos em escala reduzida;
Simulao em computador.
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2.7 Aberturas em Ambiente de Trabalho
A presena de janelas no ambiente de trabalho algo de suma importncia.
Mesmo que o trabalhador no aviste o exterior, a sua simples presena fsica
permite a entrada de luz e calor. Alm de atuar psicologicamente de forma positiva,
no gerando a sensao de confinamento (STONE, 1998).
Muitos pesquisadores defendem a idia de que as aberturas de janelas so
importantes em um ambiente de trabalho, tanto por razes de conforto ambiental
como tambm por fatores fisiolgicos e psicolgicos dos trabalhadores. As janelas
tambm so importantes para prover luz natural e visualizao da paisagem, em
ambos os casos proporcionam benefcios psicolgicos ao indivduo (MENZIES et al.,
2005).
Na sociedade moderna, arquitetos, engenheiros civis e projetistas de ambientes
so chamados para criar ambientes de alta qualidade com propsitos de produzir
conforto trmico, auditivo e visual aos trabalhadores como mtodo de assegurar a
produtividade. Menzies et al. (2005)concluem que o conforto e a produtividade do
trabalhador no ambiente de trabalho so relacionados a estes fatores arquitetnicos.Pois, construes arquitetnicas auto-sustentveis energeticamente e
ambientalmente podem proporcionar tambm altos nveis de conforto e
produtividade.
Heerwagen (2000) afirma que proporcionar um ambiente sustentvel com o uso
da iluminao natural e oferecendo ao trabalhador o contato com o ambiente natural,
unindo tecnologias e estratgias de design, tem demonstrado que melhora muito a
qualidade do ambiente e assim tambm a produtividade.Pesquisadores como Sekhar et al. (1998), Tabet-Aoul (2004) e Heerwagen
(2004) defendem a idia de que o uso racional das aberturas parte muito
significante nas construes arquitetnicas, pois proporcionam arquiteturas com
maior potencial de conservao de energia (ambientes sustentveis
energeticamente). Ainda, proporciona ao trabalhador a viso da rua e a observao
do tempo (clima), fato que reduz a absteno ao trabalho e aumenta a produtividade
do trabalhador, unindo o ambiente social promovendo tambm a sustentabilidade
cultural (cultural sustainability).
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Segundo pesquisadores como Vine et al. (1998), Hygge et al. (1999), Leslie
(2003), Boyce et al. (2004), sugerem que os ambientes de trabalho so fortemente
favorecidos com as janelas por proporcionarem acesso luz do dia e a viso do
mundo de fora (outside word wiew). Pesquisas mostram o desejo e a preferncia
pela luz natural ao invs da iluminao eltrica por trabalhadores de escritrios.
Estes trabalhadores preferiram estar prximos a janelas, mesmo ocorrendo
problemas de ofuscamento e reflexes em seus monitores de computadores.
No entanto, em muitos ambientes de trabalho nem sempre possvel oferecer
uma vista da janela a todas as pessoas, nesse caso, percebe-se uma compensao
atravs do uso de outros materiais visuais, como quadros e fotos de paisagens
naturais, familiares, amigos, etc e objetos pessoais.
2.8 Potencial de Aproveitamento da Iluminao Natural
Segundo Roulet (2001) a viso humana levou milhes de anos para se
adaptar iluminao natural. Por este motivo iluminao natural prov conforto
visual de melhor forma do que qualquer outro sistema de iluminao artificial.
Os edifcios saudveis e confortveis no requerem necessariamente muita
energia, e podem provocar um impacto limitado no ambiente. Um bom profissional
projeta edifcios de forma que o interior do ambiente e o ambiente externo estejam
unidos, com esta integrao pode ser conseguido tambm um baixo consumo de
energia (ROULET, 2001).
Nos ltimos anos, uma nova concepo de edificaes surgiu no mercado daconstruo para melhorar a qualidade real do ambiente construdo: so os projetos
denominados green buildings (KUMARA et al. 2006).
Green building um edifcio de alto desempenho ambiental, projetado com
quatro caractersticas muito bem definidas: reduo do consumo de energia e dos
custos de operao e manuteno; reduo do uso de recursos no-renovveis;
minimizao dos impactos negativos na qualidade do ar interno; e aumento da
sade dos ocupantes do edifcio. Esses projetos tambm favorecem a produtividade
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dos ocupantes, facilitam a circulao e os acessos, permitem a mobilidade e a
flexibilidade de layout(KUMARA et al. 2006).
O conceito de construo sustentvel surgiu pela primeira vez com a crise do
petrleo nos anos 70, quando os altos preos da energia levaram busca por
sistemas alternativos e mais baratos, como a gerao prpria. Os primeiros prdios
verdes foram construdos na Holanda, na Alemanha e nos pases nrdicos. S mais
tarde essas construes ambientalmente corretas apareceram nos Estados Unidos e
na sia. Nos ltimos anos, as discusses em torno do aquecimento global elevaram
o tema da sustentabilidade ao topo da prioridade das maiores empresas do mundo e
ajudaram a despertar o interesse por mtodos construtivos sustentveis (SARTORI
et al., 2007).Alm da reduo nas contas de luz e gua, a certificao de prdios verdes
tambm considera caractersticas que melhorem o bem-estar de quem trabalha
neles. Um desses aspectos permitir a viso externa para o maior nmero possvel
de usurios (KRISHAN et al., 2005).Desde o incio da humanidade, utilizada como principal fonte de iluminao, a
luz natural comeou a perder espao aps o surgimento da lmpada incandescente,
mas foi em 1938 quando surgiu a primeira lmpada fluorescente com aplicaesprticas, que ela ganhou sua grande rival.
Mas a luz natural vem aos poucos retomando seu espao nos projetos de
iluminao. Devido ao grande aumento da eficincia e por ser uma fonte de luz
previsvel, a lmpada fluorescente passou a competir com a luz do sol e do cu.
Desde ento, as pessoas comearam a considerar a luz eltrica como uma fonte
primria e a luz natural deixou de ter a relevncia que tinha nos projetos de
iluminao (SOUZA, 2003, p. 2).Atualmente devido ao grande custo da energia e o reconhecimento da
inoportuna atitude de construo de novas usinas geradoras, quer pelo grande
impacto ambiental ou pelo dispndio de recursos que poderiam ser aplicados em
outras reas, a luz natural passa a ser novamente considerada como uma fonte de
iluminao importantssima.
Segundo Souza (2003, p. 3) devido grande preocupao mundial quanto
demasiada utilizao da iluminao artificial, gerando um elevado custo na produo
de energia eltrica, necessrio que, cada vez mais, se pense em otimizar o uso da
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iluminao natural nos ambientes construdos, propiciando com isto tambm um
nvel adequado de satisfao e bem estar dos usurios das edificaes.
Uma melhor utilizao do potencial de iluminao natural no significa
simplesmente economia de energia eltrica, mas envolve necessariamente uma
utilizao mais racional da mesma, com o dimensionamento adequado dos sistemas
de iluminao natural e artificial, a fim de se evitar ambientes com condies de
iluminao inadequadas. Um projeto de iluminao inadequado pode causar aos
seus usurios desconforto, fadiga visual, ofuscamento de inaptido, reduo da
produtividade e at mesmo em alguns casos causar acidentes.
Para Iwataet al. (1997), a necessidade de luz natural em ambientes fechados
vem aumentando, por esta ser uma estratgia efetiva de reduo do consumo deenergia.
Escuyer et al. (1998), em um trabalho onde oito estudos de caso foram
revisados, em que a luz artificial era controlada em resposta quantidade de luz
natural disponvel, verificaram que houve boa economia de energia. Eles atriburam
a existncia de uma faixa to larga de valores aos diferentes procedimentos de
monitoramento e ao caso de referncia, que foram diferentes em cada um dos
estudos analisados.Brekke et al. (1993), em um trabalho de monitoramento realizado em um
edifcio de escritrios na Noruega (latitude 600 N -700 N), local onde os nveis da luz
natural so baixos, principalmente no inverno, mostraram que a economia
proporcionada pela luz natural variava de 30% a 40% para as salas que estavam
voltadas para o sul, enquanto que aquelas orientadas para o norte apresentavam
uma menor economia, de 20% a 30%. Enfim, vrios trabalhos tm comprovado que
o aproveitamento da luz natural capaz de proporcionar uma significativa economiade energia eltrica gasta em iluminao.
A crise energtica pela qual a sociedade moderna passa hoje obriga a todos a
uma evoluo permanente nos processos de projetos de edifcios. Os sistemas de
iluminao, responsveis por grande parte da energia consumida em uma edificao
vm tornando-se um dos principais alvos, na busca da eficincia energtica.
Segundo Jannuzzi (1992), cerca de 16% do total da energia eltrica consumida no
Brasil para a iluminao, e este consumo distribudo da seguinte maneira:
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4% para iluminao residencial;
6% para iluminao comercial;
?2% para iluminao industrial;
3% para iluminao pblica.
Para Lamberts (1998), o setor eltrico estava operando em uma faixa de alto
risco devido falta de investimentos no setor de gerao e crescente aumento de
consumo. Isto pode ser comprovado com a crise brasileira de energia ocorrida no
setor eltrico no ano de 2001.
Sabe-se que o consumo de energia de um edifcio est condicionado ao seu
projeto arquitetnico, e que um edifcio ser mais eficiente energeticamente que
outro quando proporcionar as mesmas condies ambientais com menor consumo
de energia. Para Loe et al. (1996) a eficincia energtica em um projeto de
iluminao est tambm relacionada com a eficincia visual, ou seja, o sistema deve
fornecer iluminncia suficiente sem desconforto visual.
Ghisi (1997) afirma que um elevado potencial de economia de energia pode ser
alcanado se a iluminao natural for utilizada como uma fonte de luz para iluminar
os ambientes internos. No entanto, a iluminao natural no resulta diretamente emeconomia de energia. A economia s ocorre quando a carga de iluminao artificial
pode ser reduzida atravs de sua utilizao. Existem poucas edificaes em que a
iluminao natural possa suprir o total de iluminao necessria, da mesma forma,
existem poucas edificaes em que a iluminao natural no possa contribuir
significativamente na iluminncia do ambiente.
Em seus estudos, Souza (1995), mostra que o aproveitamento da luz natural
poder reduzir o consumo de energia eltrica gasta no sistema de iluminaoartificial em prdios de escritrios.
Segundo Neeman (1998) a utilizao eficiente da luz natural pode reduzir
consideravelmente o consumo de energia eltrica gasta em iluminao. No que diz
respeito ao aproveitamento da luz natural certo lembrar da variabilidade da sua
disponibilidade em relao posio geogrfica do local, situao do entorno, poca
do ano, horrio do dia, condies de cu, das variveis arquitetnicas inerentes
edificao tais como forma, funo, fechamentos e sistemas de iluminao e das
variveis humanas inerentes ao conforto visual: nvel de iluminao, contraste e
ofuscamento. Da correta avaliao da iluminao natural podero ser elaborados
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projetos luminotcnicos em que a iluminao artificial seja usada apenas como
forma de suprir as necessidades de iluminao quando a luz natural no fornecer os
nveis necessrios.
Para que os ocupantes de postos de trabalho possam realizar suas tarefas de
maneira adequada necessrio que o sistema de iluminao fornea a mnima
quantidade de luz direcionada ao plano de trabalho. A iluminao artificial s deve
ser fornecida enquanto o usurio ocupa seu posto de trabalho, proporcionando
assim um uso racional do sistema de iluminao.
Muitos pesquisadores defendem que, alm da questo energtica, a luz natural
tambm tem influncia em fatores psicolgicos e fisiolgicos dos usurios. Boyce
(1998) afirma que as pessoas quando esto de bom humor tendem a ser maispositivas sobre o trabalho, mais cooperativas e mais criativas; atributos que so
considerados desejveis em muitas situaes de trabalho. Um grande nmero de
fatores ambientais, psicolgicos e fisiolgicos pode influenciar o humor de uma
pessoa, como um presente ou um elogio inesperado, um cheiro atraente e at
mesmo a iluminao. O que os fatores que influenciam o humor das pessoas tm
em comum que eles so inesperados. A luz natural que entra atravs das janelas,
por causa da sua variabilidade, tem o potencial de trazer o inesperado. J ailuminao artificial no apresenta o mesmo potencial, mesmo que seja um sistema
varivel, pois o que ela faz completamente previsvel.
A utilizao de cores claras nas superfcies de ambientes internos, alm de
possibilitar a reduo da potncia instalada em iluminao artificial, torna os espaos
mais claros e interfere diretamente no rendimento da iluminao natural no ambiente
construdo (SOUZA, 2003, p.14).
Os projetistas de iluminao devem garantir em seus projetos a iluminaoadequada ao desenvolvimento das tarefas visuais, evitando excessos e garantindo o
mnimo de luz para a realizao da tarefa, tanto durante o dia como durante a noite.
Em conjunto com a equipe de projeto, arquitetos e engenheiros devem estudar a
possibilidade de utilizar a iluminao natural como aliada na reduo do consumo de
energia eltrica nas edificaes, bem como o uso de tecnologias eficientes que
permitem a integrao da iluminao natural e artificial.
Para bom projeto de ambiente de trabalho, deve-se ter conhecimento de que o
rendimento visual tende a crescer, a partir de 10 Lux, com o logaritmo do
iluminamento at cerca de 1000 Lux, enquanto a fadiga visual se reduz nessa faixa.
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A partir desse ponto, os aumentos do iluminamento no provocam melhorias
sensveis no rendimento visual, e a fadiga comea a aumentar. Dessa forma,
recomenda-se usar um nvel de iluminamento mximo de 2000 Lux. Caso exista a
necessidade de uma iluminncia maior o aconselhvel seria utilizar iluminao local
como complemento da iluminao geral (SOUZA, 2003, p. 16).
Em uma pesquisa realizada por Mills et al. (1998)onde compararam os nveis de
iluminao recomendados em 19 pases, foi constatada uma variao muito grande.
De 1930 at1970 os nveis de iluminao aumentaram 10 vezes, a partir de 1970 at
a data da pesquisa os nveis sofreram uma reduo de 2 a 3 vezes, devido a crise
energtica dos anos 70. As variaes mais dramticas foram verificadas nas
atividades de leitura (75 a 1000 Lux), de desenho detalhado (200 a 3000 Lux), nosquartos de hospitais (30 a 300 Lux), em salas de teste e montagem de componentes
eletrnicos (200 a 5000 Lux). Mills et al. (1998)acreditam que a explicao para esta
enorme diferena entre os nveis recomendados nos diversos pases pesquisados
seja o fato de que o nvel de iluminao tem grandes implicaes no consumo de
energia. Embora a eficincia dos sistemas de iluminao tenha aumentado nas
ltimas dcadas o problema energtico ainda continua. A Blgica, o Brasil e o Japo
so os pases que recomendam os nveis de iluminao mais elevados. A Austrlia,a China, o Mxico e a Rssia (antiga Unio Sovitica) tm os nveis mais baixos. As
recomendaes Norte Americanas sugerem nveis de iluminao que representam a
mdia na maioria dos casos.
2.9 Sistemas de Iluminao Natural
Os sistemas de iluminao diurna podem ser classificados, sinteticamente,
em lateral e zenital e espaos centrais compartilhados (trios, por exemplo). A
escolha do sistema adequado de iluminao lateral ou zenital - deve levar em
conta as caractersticas do edifcio, a forma e a disposio dos ambientes que
compem o edifcio, o tipo de tarefa visual a ser executada, alm de consideraes
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de ordem econmica e tecnolgica, assim como aspectos relativos ao clima local
(CABS, 1997).
As aberturas laterais so as mais comuns e, normalmente, localiza-se nas
paredes verticais das edificaes. A iluminao lateral mais adequada s regies
prximas s janelas, porm como a iluminncia produzida reduz-se medida que se
afasta da abertura, este sistema provoca uma distribuio de iluminncias
inadequada na maioria dos casos (LEDER et al., 1999; CABS, 1997).
Em ambientes com iluminao lateral, o nvel de iluminncia decresce
rapidamente com o afastamento da janela. O aumento da iluminncia em funo do
aumento da rea iluminante ocorre at determinado limite. Um recinto com janelas
de grandes dimenses, porm com superfcies interiores escuras requerer grandenvel de luz incidente, que acarretar grande carga trmica. Por outro lado, um
ambiente com janelas de dimenses adequadas e superfcies interiores claras, de
alta refletncia, resultaro em uma combinao mais adequada de luz direta (em
geral indesejada em ambientes internos em pases tropicais) e luz refletida,
possibilitando uma maior economia de energia (LEDER et al., 1999; CABS, 1997).
As aberturas zenitais localizam-se nos planos horizontais ou de abertura das
edificaes, so utilizadas quando se pretende obter uma iluminao mais uniformeou em casos no qual o uso das aberturas laterais inadequado. A iluminao zenital
fornece, em geral, uma maior uniformidade na distribuio da luz sobre o campo de
trabalho, quando comparada a sistemas laterais com menor rea de abertura. No
entanto, no fornece uma viso do entorno, necessidade bsica na grande maioria
dos ambientes. Somado a essa questo, outro problema dos sistemas zenitais a
limitao do seu uso a edificaes de um pavimento ou ambientes de cobertura
(LEDER et al., 1999; CABS, 1997).
2.10 Benefcios da Luz Natural
Para Leslie (2003) utilizar a luz do sol nos projetos de ambientes construdos
proporciona interiores dinmicos, adequados sade humana e atividades dirias,
reduzindo ainda a demanda de energia artificial. A luz natural d suporte sade
humana durante suas atividades dirias alm de reduzir a necessidade de energia.
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Pesquisas recentes sugerem que sade, produtividade e benefcios econmicos
esto ligados luz natural. Boas tcnicas de aproveitamento de luz natural incluem
configurar ambientes construdos adequadamente alocando tarefas visuais crticas
prximas a entradas de luz natural proporcionando maiores quantidades de luz,
posicionando janelas para a entrada da luz natural em mais de um lado do espao
de trabalho, controlando a luz direta do sol e usando superfcies internas com cores
suaves.
Muitos estudos esto sendo feitos recentemente para clarear o entendimento
do valor da luz natural. Os aumentos no preo da energia no inicio dos anos 70 e a
falta de energia no ano de 2001 renovou os interesses pela luz natural como
estratgia para reduzir o custo da energia nos ambientes construdos e reduzir oscustos sociais da construo de novas usinas geradoras de energia. Estes estudos
esto abrindo a possibilidade de iluminao e tem um impacto significante, no
somente no sistema visual, mas no sistema fotobiolgico tambm. Com isso a sade
e a produtividade das pessoas sero os beneficiados (LESLIE, 2003).
No passado, pesquisas em luz natural enfatizavam dados de luminncia do
cu e modelos de clculo da luz natural. Agora, uma implementao mais efetiva da
luz natural nos ambientes construdos foca na quantificao do impacto da luznatural nas pessoas e/ou na melhoria do design dos ambientes construdos, e
tambm novas tecnologias para uma resposta melhor s preferncias e
necessidades humanas. Os desenvolvimentos nessa nova direo permitiram aos
ambientes construdos aproveitar os benefcios da luz natural.
A energia no economizada pelo uso da luz natural; a energia
economizada pela reduo ou por desligar luzes eltricas que no se tornarem
necessrias pelo uso da luz natural. A luz natural freqentemente reduz a energiarequerida para o ar condicionado mesmo porque a parcela de aquecimento do
ambiente pelas lmpadas reduzida. As aberturas para a luz natural devem conter
formas e materiais apropriados para isolar o excessivo de aquecimento solar, ou
seja, reduzir o ganho de aquecimento solar interno (LESLIE, 2003).
A economia de energia eltrica tambm permitiu diminuir as emisses das
usinas geradoras de energia que contribuem para a chuva cida, a poluio do ar e
para o aquecimento global (REA et al., 1994).
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A disponibilidade de luz natural freqentemente coincide com as
necessidades de pico de energia dos ambientes construdos, os quais normalmente
so durante tarde dos dias ensolarados.
Um moderno controle energtico deve diminuir a necessidade de luzes nos
edifcios para reduzir o pico de demanda ou reduzir o consumo dos aparelhos
eltricos. A reduo do consumo de energia nos horrios de pico pela utilizao da
luz natural reduz tambm a necessidade de luz artificial. Normalmente as geradoras
de luz artificial so fontes de gerao de energia menos amigveis natureza
(LESLIE, 2003).
Alm do potencial para reduo de custos e de evitar as emisses ambientais
o uso da luz natural tem seu maior impacto nos seus ocupantes. Os ambientes soconstrudos para as pessoas (LESLIE, 2003).
Outra vantagem da luz natural que permite que as pessoas continuem
trabalhando mesmo com queda do suprimento de energia eltrica.
Os ento chamados ambientes construdos ecolgicos so associados a luz
natural e ditos como ambientes construdos saudveis ou ambientes internos de
qualidade. Estas construes ecolgicas tm fortes preferncias por aberturas nos
escritrios e acreditam que as janelas melhoram a produtividade dos ocupantes(HARTLEB et al. 1991; COLLINS et al., 1995).
Segundo Heerwagen et al. (1986), um dos fatores de grande importncia para
as pessoas o valor da vista que as janelas proporcionam. A paisagem externa d
ao ocupante informao visual sobre o tempo, hora do dia e atividades prximas. A
vista tambm pode ser esteticamente prazerosa e dar um descanso quando o
indivduo est muito focado no trabalho. As pessoas nos seus escritrios, quando
privadas de janelas nos ambientes, aumentam a quantidade de fotos ou quadroscom imagens da natureza.
Um bom projeto para aproveitamento de luz natural em ambientes
construdos pode usar as mudanas da luz para criar efeitos luminosos
interessantes que so modulados durante o dia, ou ainda, durante o ano (LESLIE,
1991).
Segundo Rea et al. (2000) a luz eltrica tem um custo econmico limitante.
Os engenheiros especificam os sistemas eltricos baseados no nvel mnimo
aceitvel para o desempenho visual de atividades conhecidas, sem considerar as
qualidades adicionais oferecidas pela luz natural para o desempenho visual.
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O grande benefcio da luz natural que a mesma permite que nossos
ambientes construdos possam ser iluminados em nveis mais altos, do que somente
com a luz artificial. A luz natural tambm promove um espectro eletromagntico mais
amplo com excelente rendimento embora a luz eltrica possa, a um certo preo,
proporcionar igual rendimento.
Embora os efeitos da luz na viso sejam bem conhecidos, um campo
emergente da iluminao o estudo dos efeitos biolgicos ou efeitos no sistema no
visual das pessoas. Esses efeitos podem proporcionar um sintoma biofsico no
sentido que luz natural pode aumentar as vendas, melhorar a produtividade do
trabalhador e melhorar ao desempenho dos estudantes na escola (HESCHONG et
al., 1999).Segundo DANIELLOU (1986, p. 59), vrios estudos mostram que as pessoas
que trabalham constantemente sob luz artificial tm menos defesas contra
agresses microbianas; os mecanismos dessa deficincia ainda no so totalmente
conhecidos. sempre desejvel que se permita entrada de luz natural dentro de
um local de trabalho. No caso onde restries tcnicas incontornveis impem
ambientes totalmente confinados, sem janelas, a composio da luz artificial dever
ser objeto de estudos cuidadosos.Conforme Rea et al. (2000), um trabalho recente em iluminao postulou um
mecanismo fisiolgico que pode explicar porque a luz natural melhora no
desempenho. Trabalhos experimentais mostraram que a melatonina, o hormnio
responsvel por regular o relgio interno biolgico, influenciado pela exposio aos
nveis de luz tpicos da luz do dia o qual , em ordem de magnitude, acima dos
nveis de iluminao normais dos ambientes construdos.
A iluminao natural proporciona a quantidade e qualidade certa de luz para osistema biolgico do corpo humano. Ciclos humanos de dormir e despertar podem
ser sincronizados pelos nveis correspondentes de exposio regular a luz do dia ou
exposio escurido da noite. A reduo da intensidade da durao ou do tempo
de exposio luz natural, pode na verdade contribuir para causar fadiga,
mudanas de humor e reduzir o desempenho associado ao jet lag. Pessoas que
passam o dia em edifcios sem luz natural podem apresentar escurido biolgica
(biological darkness) que contribui para a reduo do desempenho. Naturalmente, a
luz do dia deve ser projetada para anular esses efeitos nos indivduos (REA et al.,
2000).
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resultados de duas pessoas, ocupantes permanentes do ambiente, mostram
diferenas impressionantes nos ajustes da iluminao, que correspondem aos ciclos
e ao desempenho do ritmo do metabolismo individual. Isto deixa claro que os nveis
de iluminao do interior do ambiente (os padres de hoje) so demasiado baixos
para a estimulao biolgica. A pesquisa mdica mostrou que uma falta prolongada
da vitamina da luz (light vitamin) pode causar problemas de sade que variam das
dificuldades menores do sono e do desempenho aos problemas complexos de
depresso. Isto sugere inevitavelmente, que a iluminao interna pobre a causa
subjacente de muitos dos problemas da sade e de desempenho do trabalhador.
Este distrbio foi nomeando como ill-lighting syndrome e pode ser identificado
como o mecanismo fundamental que pode resultar em muitos efeitos nocivosdiferentes para a sade e o desempenho do indivduo.
Begemann et al. (1997) sugerem que a criao de ambientes internos saudveis
pode ajudar muito a medicina preventiva e se torna um desafio novo para a
comunidade dos projetistas de iluminao. Principalmente para os ambientes de
indstrias, a relevncia dos sistemas de iluminao nos ambientes internos deve ir
de encontro com as necessidades de estimulao biolgica do ser humano, alm
das exigncias para realizar as tarefas visuais. A falta da luz do dia pode influenciarnegativamente no estado de alerta, na agilidade e percepo do trabalhador alm de
causar uma queda no desempenho pela alterao da qualidade do sono e o grau de
desconforto e bem estar do indivduo.
A etapa experimental e os primeiros resultados deste estudo foram apresentados
na IES of Australia Conference em 1994 (BEGEMANN et al., 1994). Nesta
conferncia mostrou-se que a anlise das caractersticas da luz do dia dentro de um
escritrio mais complexa e dinmica do que a simples iluminncia da luz do dia noplano trabalhando. Na conferncia 1995, CIE Delhi Conference (Begemann et al.,
1995) relatou-se nos efeitos mdios do comportamento do grupo. Um total de 96
pessoas participaram por perodos inteiros do dia, mostrando que o comportamento
mdio das pessoas durante o dia mostra que elas preferem seguir o ciclo da luz do
dia em vez de um cenrio nivelado constante. Mas necessria a adio de 800 Luz
da luz artificial ao nvel necessrio para complementar a luz do dia sobre as mesas
nas estaes de trabalho.
Alm disso, possvel distinguir o efeito da manh, do meio-dia e da tarde no
indivduo atravs de instrumentos apropriados que medem, por exemplo, a
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temperatura de corpo e os nveis de hormnio. Este efeito da hora parece ser
influenciado pelo tempo (estado atmosfrico: chuva, vento, etc.) e pela estao.
Estes fenmenos forneceram os primeiros indcios para a estimulao biolgica e
no poderiam ser explicados apenas pelos efeitos visuais. O principal interesse o
relacionamento possvel entre os efeitos do dia e do tempo (estado atmosfrico) e o
ritmo dirio do metabolismo humano, da curva do sentido de alerta humano que
aumenta durante a manh, em picos no meio-dia e em diminuies durante a tarde.
Os resultados sugerem fortemente que a iluminao do ambiente preferido est
relacionada sensibilidade individual para a qualidade da iluminao, a necessidade
individual do sono, sincronizao do relgio biolgico e s flutuaes do grau de
desconforto e de bem estar.
2.11 Mtodos de Avaliao da Luz Natural
Segundo Lamberts et al. (1997), tambm Crica et al. (2005), o mtodo do
papel branco consiste na execuo de duas medies com um luxmetro voltado
para uma superfcie a uma distncia de 8 a 10 cm: uma medio com a superfcie
nua (real) Esup, e a segunda com uma folha de papel branco sobre a superfcie, Epb.
Assumindo-se uma refletncia de 90% para o papel branco, a refletncia da
superfcie pode ser obtida por uma relao simples:
pbsupsup / ?E.90? = (1)
Onde:
?sup a refletncia da superfcie (%)
Esup a iluminncia refletida pela superfcie (%)
Epb a iluminncia refletida pela superfcie com papel branco (%)
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O mtodo do luminancmetro consiste em duas medies, uma com o
luxmetro sobre a superfcie para medir o nvel de iluminao (E) na mesma (a
quantidade de luz proveniente de todo o hemisfrio); a segunda feita com um
luminancmetro (L) voltado para a superfcie a uma distncia de 10 cm (PEREIRA,
1994, p. 33). Desta forma, a refletncia da superfcie pode ser obtida atravs da
equao:
/?.L? s = (2)
Onde:?s a refletncia da superfcie (%)
E o nvel de iluminao na superfcie medido com o luxmetro
(quantidade de luz proveniente de todo o hemisfrio)
L a iluminncia refletida pela superfcie medida com o
luminancmetro em cd/m2 (candelas por m2)
Em um bom projeto que busca o aproveitamento da luz natural, essencial o
conhecimento sobre a disponibilidade da luz natural e a iluminncia em um certo
ponto P no interior do ambiente construdo. Esta condio de distribuio de
iluminncia no ambiente demonstrada pelos valores de DF, Daylight Factor
(VIANNA et al., 2001, p. 110).
Indicado em valores porcentuais de luz externa, o DF definido em termos
matemticos com a razo entre a iluminncia p? iluminncia no ponto P, em um
ponto localizado em um plano horizontal interno e a referente iluminncia E? iluminncia externa.
Os softwaresDLN e Luz do Sol so bons instrumentos para serem utilizados
em mtodos que avaliam a luz natural. O DLN um software criado para
proporcionar dados sobre a disponibilidade de luz natural nos Estados Brasileiros. J
o Luz do Sol um software criado para estimar a luz difusa proveniente do sol
dentro do ambiente.
O softwareDLN foi resultado da tese de doutorado desenvolvida por PauloSrgio Scarazzato na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de