Anais Xvii Semana De HistóRia

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ANAIS

XVII SEMANA DE HISTÓRIA FURB 05 a 09 de Outubro de 2009.

Realização:

www.cahclio.blogspot.com

Colegiado de HistóriaColegiado de HistóriaColegiado de HistóriaColegiado de História

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Apoio:

Copimagem Gráfica Digital

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NEPEMOSNEPEMOSNEPEMOSNEPEMOS Núcleo de Núcleo de Núcleo de Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em MovimeEstudo, Pesquisa e Extensão em MovimeEstudo, Pesquisa e Extensão em MovimeEstudo, Pesquisa e Extensão em Movimentos Sociaisntos Sociaisntos Sociaisntos Sociais

Arquivo Histórico José Ferreira da SilvaArquivo Histórico José Ferreira da SilvaArquivo Histórico José Ferreira da SilvaArquivo Histórico José Ferreira da Silva

HistorianosHistorianosHistorianosHistorianos

Banda Torta FlamejanteBanda Torta FlamejanteBanda Torta FlamejanteBanda Torta Flamejante

DigiDigiDigiDigi Studio Studio Studio Studio

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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU

Eduardo Deschamps Reitor

Romero Fenilli Vice-reitor

Sônia Regina de Andrade Pró-reitoria de Ensino

Clóvis Reis Coordenador Centro de Ciências Humanas e da Comunicação - CCHC

Sueli Petry Chefe do Departamento de História e Geografia

Cristina Ferreira Coordenadora de Colegiado

COMISSÃO ORGANIZADORA XVII SEMANA DE HISTÓRIA Carla Fernanda da Silva Professora Coordenadora da Semana Acadêmica de História

Almir Bauler Coordenador Administrativo CAHClio

Solange Retke Coordenadora Financeira CAHClio

Artur Weiduschath Coordenador de Movimentos Estudantis CAHClio

Joshua Ricardo Coelho Manske Coordenador de Comunicação Interna CAHClio

Fabiele Lessa Coordenadora de Comunicação Externa CAHClio

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EQUIPE DE APOIO

Professor José Roberto Severino Professor Ricardo Machado Professora Cristina Ferreira Professora Sueli M. V. Petry Aline Santana Ana Flávia Corrêa André Procópio Gomes Aparício Fernandes Júnior Ítalo Rodrigo Mongconãnn Reis Jaqueline Marquardt Luiz Guilherme Augsburger Philipe Ricardo Chiodini Müller Priscila Schimitz Vânia Eloíza Gonçalves

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APRESENTAÇÃO

A Semana Acadêmica de História da FURB em sua XVII edição

obteve como tema a História do Tempo Presente, sendo este

escolhido em Assembléia com os acadêmicos do curso.

Ocorrendo entre os dias 05 a 09 de Outubro de 2009, História

do Tempo Presente: uma reflexão conceitual contou com as

palestras dos professores doutores Cristiani Bereta da Silva

(UDESC), Cristina Scheibe Wolff (UFSC), Adriano Luiz Duarte (UFSC)

Celso Kraemer (FURB), e Helenice Rodrigues da Silva (UFPR).

Houveram também as comunicações de acadêmicos graduandos

e/ou mestrandos da FURB, UDESC e UFSC, feira de livros e

exposições de fotografia do professor Ricardo Machado e exposição

“Mulheres” do Arquivo Histórico José Ferreira da Silva, no período

noturno. No período vespertino, realizaram-se oficinas de

“cartografia”, “fotografia”, “literatura afro-descentende” e

“Estêncil e intervenção urbana”, ministradas por profissionais da

área. Como parte da programação da Semana houve exposição

visual, banners (de acadêmicos, NEPEMOS, GPHAVI) e desenhos de

moda do Arquivo Histórico José Ferreira da Silva no Salão Angelim

da Biblioteca, retratando as possibilidades da História.

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Para fechamento da XVII Semana Acadêmica de História, na

sexta-feira, promoveu-se a festa “Submarino Aquarelo:

Contracultura em Movimento” realizada no KGB & Cia., com show

da banda Torta Flamejante. As palestras ocorreram no auditório do

Galpão da Arquitetura (dias 05, 06, 08 e 09), e auditório do Bloco J

(dia 07), já as oficinas tiveram espaço na sala R-129 no campus I da

FURB.

1 INTRODUÇÃO

A Semana Acadêmica de História na sua temática ‘História

do Tempo Presente: uma reflexão conceitual’, atende ao PPP do

curso de história. Portanto, vem a atender às diferentes

concepções metodológicas que referenciam a construção de

categorias para a investigação e a análise das relações sócio-

históricas; problematiza, nas múltiplas dimensões das experiências

dos sujeitos históricos, a constituição de diferentes relações de

tempo e espaço; transita pelas fronteiras entre a História e outras

áreas do conhecimento; e desenvolve a pesquisa, a produção do

conhecimento e sua difusão não só no âmbito acadêmico, mas

também em instituições de ensino, museus, em órgãos de

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preservação de documentos e no desenvolvimento de políticas e

projetos de gestão de patrimônio cultural.

Desta maneira, a Semana Acadêmica de História é uma das

ferramentas para que o diálogo entre os acadêmicos, professores e

egressos do curso, a comunidade e professores/historiadores

convidados, proporcione um momento de reflexão para além da

discussão acadêmica cotidiana.

2 HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE: UMA REFLEXÃO CONCEITUAL –Acerca do tema A Semana Acadêmica de estudos do curso de História tem

como objetivo o aprofundamento de temas relacionados a

pesquisa em história e o ensino de história, sendo a mesma

concebida e organizada pelos acadêmicos do curso.

Neste ano foi escolhido como tema ‘História do Tempo

Presente: uma reflexão conceitual’. Sendo que esta linha

historiográfica é discutida desde a década de 1930 do séc. XX, junto

aos Annales, mas tendo um maior impulso após 1989, ano em que

ocorreu a queda do muro de Berlim, em que a discussão dos fatos

históricos imediatos, tornou-se de extrema importância, tanto para

respostas imediatas diante do acontecimento, quanto para

encontrar respostas para o passado. Porém a historiografia do

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tempo presente apresenta dúvidas e problemas metodológicos e

epistemológicos que exigem reflexão e elucidação sobre o tema,

assim como compreender as vertentes existentes nesta linha de

pesquisa. A história do tempo presente, por vezes ‘acusada’ de

jornalismo, visto a proximidade do historiador ao tempo narrado,

escrito em paralelo às notícias jornalísticas, suscita dúvidas sobre a

sua epistème, assim como métodos. O papel do historiador

também exige reflexões, visto ele ser pesquisador e expectador dos

fatos estudados, questiona-se a distância deste aos fatos,

necessárias à reflexão historiográfica.

Assim, a realização da XVII Semana de História sobre a

temática do Tempo Presente pretende proporcionar um momento

de reflexão e elucidação das questões presentes no debate em

torno desta linha de pesquisa. Para tanto, a semana acadêmica foi

pensada de forma a responder questões estabelecidas pelos

acadêmicos em Assembléia do Centro Acadêmico. Sendo no

primeiro dia 05/10 a discussão em torno da pesquisa em tempo

presente, métodos e desafios, em que teremos a presença das

profª:Dra. Cristiani Bereta Luiz, professora da pós-graduação em

História do Tempo Presente – UDESC. No segundo dia 06/10,

Cristina Scheibe Wolff, professora e coordenadora do programa de

pós-graduação em História Cultural da UFSC, abordará sua pesquisa

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de gênero na perspectiva do tempo presente. Nos dias 07/10 e

08/10 os acadêmicos elencaram dois conceitos importantes

presentes na discussão epistemológica do tempo presente:

Modernidade e Memória. Assim, na primeira data o profº Dr.

Adriano Luiz Duarte discutirá sobre o conceito de modernidade e

no dia posterior o profº Dr. Celso Kraemer abordará reflexões sobre

o tempo, a memória e a história. Para a última noite, busca-se a

epistemologia do tempo presente, assim sendo, a definição e o

surgimento desta linha de pesquisa, para guiar esta discussão foi

convidada a profª Dra Helenice Rodrigues da Silva da Universidade

Federal do Paraná e membro do Institut d’Histoire du Temps

Présent – Paris, responsável por pesquisas e reflexões em torno da

metodologia do tempo presente.

Durante o período vespertino, a partir do dia 06/10,

teremos oficinas em que pretende-se abordar os métodos e as

ferramentas de trabalho em tempo presente, desta forma, a

primeira oficina, será de Cartografia com a professora Aurélia Maria

Santos. No dia 07/10 a oficina será com o fotógrafo e professor

Guilherme Becker em que trabalhará a fotografia. Na quinta-feira,

08/10 o professor Dr. José Endoença Martins, trará a Literatura

afro-descendente. E para o dia 09/10, a artista e professora Daiana

Schvartz trabalhará a oficina de Estêncil e Intervenção Urbana.

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Também teremos espaços para comunicações livres nas noites do

evento, com acadêmicos da FURB e outras universidades de Santa

Catarina.

Ainda no decorrer da Semana de História haverá exposição

de fotografias “Olhares sobre a Índia” do professor Ricardo

Machado e “Mulheres” do Arquivo Histórico José Ferreira da Silva

no Galpão da Arquitetura. No Salão Angelim da Biblioteca, ocorrerá

a exposição “Possibilidades da História” em que serão apresentadas

uma mostra visual com fotografias de viagens à África e Índia do

professor Ricardo Machado, da Europa do acadêmico Luiz

Guilherme Augsburger, fotografias de casamentos do Arquivo

Histórico José Ferreira da Silva, e exposição de trabalhos do

CEMOP, NEPEMOS e GPHAVI. Além disso, desenhos de moda do

Arquivo Histórico José Ferreira da Silva, e banners de acadêmicos.

3 OBJETIVOS

Ø Discutir, articular e divulgar estudos/pesquisas relacionados à

História do Tempo Presente, a fim de auxiliar na reflexão

epistemológica e metodológica desta linha de pesquisa

historiográfica, e na construção de pesquisas e perspectivas

de abrangência em tempo presente;

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Ø Analisar e refletir sobre os estudos, pesquisas e perspectivas

sobre a historiografia do tempo presente;

Ø Aprofundar o diálogo entre os pesquisadores, docentes e

discentes sobre a pesquisa e metodologia em tempo presente;

Ø Possibilitar aos acadêmicos e comunidade em geral, momento

de atualização em sua formação continuada sobre a pesquisa

e o ensino de história.

4 PROGRAMAÇÃO

XVII – Semana de História FURB

História do Tempo Presente: Uma reflexão conceitual

Programação Completa

05/10 – Segunda-feira 18:30h – Auditório Galpão da Arquitetura

• Abertura

• Palestra: Memória e História do Tempo Presente - algumas

questões. Profa Dra. Cristiani Bereta da Silva - UDESC

Resumo: O Tempo Presente inaugura uma série de questões para o campo da pesquisa histórica, não propriamente restritas e condicionadas a produção de trabalhos relacionados a um período muito próximo ou ao instante, mas, principalmente, por participar de um paradigma buscado na ruptura com o tempo único e linear, pluralizando assim os modos de racionalidade que organizam a sociedade contemporânea. Nesta perspectiva convidarei os presentes a pensar

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algumas das implicações e também possibilidades teóricas e metodologicas de uma História do Tempo Presente imbricadas com as tensões inerentes da relação entre História e Memória.

• Comunicação: Organização Urbana em Blumenau nas Primeiras Décadas do Século XX. (Elton Cardoso, curso de História FURB)

Resumo: A pesquisa destina-se compreender o processo de urbanização da cidade de Blumenau a partir das primeiras décadas do século XX, onde teremos um grande investimento sobre a normatização das posturas e higienização do espaço e dos indivíduos. Para isso utilizaremos a pesquisa histórica através da a análise dos Códigos de Posturas de 1905 e 1923, dos relatórios do executivo municipal, da atas da câmara municipal, das notícias e artigos dos jornais e outros documentos ligados a esfera pública no período para verificar esta construção do espaço urbano e seus conflitos e implicações na vida cotidiana da cidade. Trata-se de uma pesquisa em andamento, por isso, ainda em fase de discussão metodológica e da pesquisa documental.

• Comunicação: Lembrar e ser lembrado: Um olhar sobre as cartas e

roteiros guardados pelo radialista Aldo Silva (1955-67). (Willian

Tadeu Melcher Jankovski Leite - UDESC)

Resumo: Aldo Silva foi um profissional do rádio com notável atuação na região de Florianópolis entre as décadas de 1940 e 1970. Seu acervo de cartas e roteiros passou por trajetória peculiar, desvendada a partir da Prática Curricular em Patrimônio Cultural, realizada na Casa da Memória, instituição responsável pela salvaguarda dessa documentação. A partir da análise dessas fontes, percebe-se recursos para emulação de intimidade na relação entre radialista e ouvintes, o que sugere reflexões sobre a os papéis do rádio na sociedade.

06/10 – Terça-feira 14h – Sala R-129

• Oficina- Cartografia: a apropriação e o reconhecimento do espaço. (Profa Aurélia Maria Santos)

Ementa: Orientação e reconhecimento do espaço. Pontos de referêncas. Orientação no espaço. Construção de mapas e apropriação do território.

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Construção, leitura e interpretação de mapas. Tecnologias na produção cartográfica. 18:30h – Auditório Galpão da Arquitetura

• Comunicação: Revista “Blumenau em Cadernos”: perspectivas de estudo. (Darlan Jevaer Schmitt - Mestrando em História – PPGH/UDESC)

Resumo: A comunicação busca apresentar os resultados alcançados até o momento na pesquisa sobre a Revista Blumenau em Cadernos. Neste material impresso, foi construída uma narrativa histórica não só para a cidade de Blumenau como para a região do Vale do Itajaí dando destaque a determinados personagens, lugares, fatos escolhidos para fundamentar e prestigiar, em alguns casos, determinados acontecimentos da Região. Ainda na fase inicial, a pesquisa, procura ressaltar a importância deste impresso para a escrita da História Regional.

• Palestra: Gênero e Ditadura no Cone Sul: questões para uma história presente.

Profa Dra. Cristina Scheibe Wolff - UFSC

Resumo: Através de exemplos da pesquisa empreendida pelo Laboratório de Estudos de Gênero e História da UFSC, intitulada Gênero, feminismos e ditaduras no Cone Sul, procuro problematizar a questão da história do presente. Toda a história é uma história do presente, na medida em que, como aponta Marc Bloch, ela é elaborada com as indagações que o presente proporciona. Por outro lado, no caso das ditaduras, dos movimentos de resistência, da repressão, o passado se faz presente através da memória social e dos movimentos que buscam justiça. Ao pesquisar sobre as relações de gênero nas organizações de esquerda e sobre o surgimento e a influência do feminismo naquele período de ditaduras, nos deparamos com algumas das questões que se impoem para a história do presente: como escolher as fontes, como lidar com a vinculação entre a história que estamos pesquisando e escrevendo e os desdobramentos políticos desta questão, entre outras.

• Comunicação: A escrita de si e do outro: Região e estereótipos na obra de Alexander Lenard (1910-1972). (Keuly Dariana Bradel - FURB)

Resumo: Este trabalho busca discutir através da vida e obra de Alexander Lenard (1910-1972) a construção do conceito de região, através da demarcação de territórios, e da atribuição a estes de significado cultural tramado através dos símbolos e das formas de linguagem. Compreende-se a sua obra de como uma produtora de uma demarcação territorial, criando estereótipos e dando identidade. Além do que, ao inventar a região Lenard inventa a si mesmo, ao produzir sua (auto) biografia. Para entendermos os estereótipos criados por Lenard, acreditou-

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se que as perguntas “como” “por que” são cruciais. Propôs-se então a descida a vida de Lenard e a análise das relações que este estabeleceu em Dona Emma (SC), bem como sua produção artística, reconhecendo esta como um gesto eminentemente político. Para atingir os objetivos propostos, optou-se pela análise bibliográfica/ documental e pela História Oral. As fontes bibliográficas se referem ao livro intitulado Die Kuf Auf Dem Bast (1963) e as biografias produzidas sobre Alexander Lenard. No gesto da escrita de si, Lenard também descreveu o outro, criando uma região e estereótipos: o colono catarinense os “espécimes quase fossilizados rusticus agrícola; o brasileiro malandro que gosta de deixar a vida passar. Acreditava que o Brasil caminhava rumo à igualdade racial e apontava os dialetos como parte dessa transição. Nas entrevistas realizadas, pôde-se perceber Lenard como “o homem das perguntas” que observava as pessoas, que ouvia as histórias, mas que tinha relações restritas em Dona Emma (SC), sendo visto pelas pessoas com certa desconfiança. Por fim, ressalta-se que este trabalho ainda está em processo de construção, e que novos elementos deverão surgir até a conclusão desta pesquisa.

• Comunicação: A Sagrada Família Integralista: Discursos e Saberes sobre a Família nas Obras de Plínio Salgado (1932-1938). (Vanucci Bernard Deucher – FURB)

Resumo: A presente pesquisa pretende realizar uma investigação histórica do conceito de família nas obras de Plínio Salgado no período em que esteve à frente do movimento político cultural Ação Integralista Brasileira na década de 1930. O Integralismo entende a família como uma instituição política, social e cultural responsável em proteger os indivíduos contra a desorganização, a prostituição e a ruína, ou seja, compreende que o homem vale pelo seu trabalho, e sacrifício em favor da Família, da Pátria e da sociedade. Por isso investiga-se nas obras de Plínio Salgado quais foram os caminhos percorridos, as incoerências que levaram a formalização de um saber em torno do conceito de família. Não se trata de analisar as origens deste conceito tomado como algo natural, mas sim de desnaturalizar de forma que se possa analisá-lo criticamente em sua formalização, colocá-lo em questão enquanto conceito produzido através de formas discursivas suscetíveis às relações de poder.

07/10 – Quarta-feira 14h – Sala R-129

• Oficina- Fotografia. (Prof Guilherme Becker)

Resumo: Propõe-se a discussão da linguagem fotográfica de um modo geral. Para isso traça-se uma sequência de elementos que formam a linguagem fotográfica. A discussão inicia-se com a relação do homem com as imagens, de como a fotografia

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surgiu sob a ótica de um contexto social. Também tratar de assuntos relacionados à técnicas fotográficas, manipulações de imagem (desde 1860 até os dias de hoje) e a evolução da linguagem fotográfica, passando pelo foto-jornalismo, foto-documental, fotografia de moda, foto publicitária e fotografia artística. Por fim, uma discussão sobre arte e como a fotografia atua nessa forma de expressão.Todo esse debate baseado em fotografias clássicas, contemporâneas, de grandes fotógrafos e de fotógrafos locais, incluindo do próprio professor. 18:30h – Auditório do Bloco J

• Comunicação: História e literatura: Dom Casmurro e as traições de Capitu. (Martin Kreuz – FURB)

Resumo: Com a constatação de uma alteração da leitura da traição de Capitu no romance machadiano ao longo do século XX, procura-se investigar os motivos inerentes a essa mudança. Para isso, realizou-se revisão teórico-bibliográfica, a partir do que se pôde constatar que as grandes transformações sociais do século foram responsáveis por essas formas diversas, e até contraditórias, de ler a obra em questão.

• Palestra: Modernidade, modernismo e moderno: algumas questões para o debate.

Prof Dr. Adriano Luiz Duarte - UFSC

• Comunicação: Infância em construção: concepções acerca do labor infanto-juvenil no jornal Diário Catarinense (1986-1987). (Anelise Rodrigues Machado de Araújo – UDESC)

Resumo: A construção da noção de infância, atrelada à norma familiar burguesa, visa interditar as práticas laborais e sexuais das crianças. Este trabalho objetiva detectar quais percepções se pode tecer sobre o trabalho infanto-juvenil e a construção discursiva da infância, a partir da análise das páginas do jornal Diário Catarinense, periódico de ampla veiculação no Estado desde 1986. Desta forma, compreende-se que a difusão da noção de infância se opera inclusive através do discurso midiático.

• Comunicação: Canto, Bebo e Choro: canções e representações das prostitutas através das letras de músicas. (Adriano Francisco Denardi – Mestrado UDESC)

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Resumo: Esta comunicação objetiva problematizar as representações e estereótipos que aparecem nas letras de músicas que são ouvidas nos estabelecimentos que favorecem a prostituição, a partir de um estudo em Joinville/SC. A categoria gênero de análise histórica permite balizar as interpretações sobre como os autores e intérpretes destas letras e músicas onde se percebe que as representações sobre as mulheres profissionais do sexo vertem para desqualificá-las e a violência é banalizada, e como são construídas na cultura e reproduzidas pelas mídias, formando subjetividades e exacerbando masculinidades. Para tanto utilizamos a poética de canções do estilo sertanejo, jornais locais e analises historiográficas produzidas por autores joinvilenses, além é claro de discussões teóricas acerca das relações gênero/poder e prostituição.

08/10 – Quinta-feira 14h – Sala R-129

• Oficina- LITERATURA AFRO-DESCENDENTE: Identidades Ficcionais na África, Estados Unidos e Brasil. (Prof Dr. José Endoença Martins)

Resumo: Na oficina, a literatura de matriz africana – Literatura Afro-Descendente – será problematizada a partir de três conceitos, três metáforas, três identidades, três continentes e um grande número de personagens. Em romances escritos na África, América e Brasil, os personagens negros Nwoye, Okonkwo, Akunna, Absalom Kumalo, John Kumalo, Stephen Kumalo, Pecola Breedlove, Milman Dead, Jadine Childs, Skeeter, Ismael, Emanuel e Bertilia serão examinados em suas relações de contato e de afastamento dos conceitos Negrice, Negritude e Negritice, das metáforas Ariel, Caliban e Exu e das identidades assimilacionistas, nacionalistas e catalistas que estes atores, de modo particular, e o afro-descendente, de modo geral, podem assumir em momentos especiais das suas vidas. 18:30h – Auditório Galpão da Arquitetura

• Comunicação: Resistência e Territorialidade: A Construção de Clubes e Associações de Afrodescendentes no Sul de Santa Catarina nos pós-Abolição. (Júlio César da Rosa – Mestrado UDESC)

Resumo: Pesquisa realizada para investigar os motivos que levaram a população de origem africana de Santa Catarina a construir seus espaços de sociabilidade e lazer no pós-Abolição. Tem-se por objetivo apreender aspectos das experiências de afrodescendentes, em espaços de sociabilidade, na região sul de Santa Catarina, bem como o cotidiano dessas populações. Serão utilizadas pesquisas realizadas sobre esses espaços, entrevistas orais, bibliografia geral sobre questões étnicorraciais.

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• Palestra: Tempo e Duração: memória e história.

Prof Dr. Celso Kraemer - FURB

Resumo: A História pode ser vista simplesmente a partir da superfície das coisas na qual se desenrola nossa vida no transcurso do tempo. A memória pode ser signada como o conjunto dos registros humanos sobre algum tipo de material. Mas a história também pode ser pensada a partir do mundo a-histórico, sem suporte material para ser consultado e manipulado pelos historiadores. Nessa outra perspectiva, mais próxima do pensamento bergsoniano, nem o homem, nem o historiador estão no controle, seja na produção da história presente, seja naquilo que nos retorna do passado enquanto ativação do presente e efetivação do futuro. A memória, então, não se reduz às lembranças individuais e coletivas, mas a uma dinâmica a-temporal que se inscreve no mundo, produzindo a sensação de tempo, mas sendo em si mesmo apenas duração, virtualidades incontroláveis e incontornáveis ao homem, cognoscíveis apenas na medida em que se inscrevem no presente. Bergson nos ajuda a refletir a relação história e presente?

• Comunicação: História e cultura dos povos indígenas – diversidade, democracia e desenvolvimento: considerações a respeito da proposta pedagógica do município de Blumenau. (Martin Kreuz – FURB)

Resumo: Com a lei 11.645, surge a necessidade de subsidiar as temáticas inseridas nos currículos. A partir de revisão bibliográfica e análise de conteúdo da Proposta Pedagógica de Blumenau, empreende-se uma pesquisa qualitativa com vistas a apreender conteúdos referentes à cultura e história dos povos indígenas. A pesquisa mostrou que esses documentos educacionais, apesar de pouco se referirem à temática, possibilitam a inserção desta pelos educadores.

09/10 – Sexta-feira 14h – Sala R-129

• Oficina- Estêncil e Intervenção Urbana. (Artista Daiana Schvartz) 18:30h – Auditório Galpão da Arquitetura

• Comunicação: Apresentação do Projeto: “Patrimônio em movimento: história, memória e cidade”. (Prof Ricardo Machado – FURB, mestrando Darlan Jevaer Schmitt - UDESC)

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Resumo: O projeto busca sensibilizar a relação dos sujeitos com a memória e a política de patrimônio na cidade, bem como, discutir as relações entre memória e cotidiano nos processos de construção dos espaços urbanos. Para isso, será realizado um processo de formação teórica e técnica visando qualificar a discussão e sensibilizar a observação. Serão realizadas cinco caminhadas com roteiros previamente estabelecidos, objetivando discutir o patrimônio cultural e fazer registros fotográficos, posteriormente apresentados em uma exposição.

• Palestra: "Epistemologia da história do tempo presente".

Profa Dra. Helenice Rodrigues da Silva – UFPR

Resumo: Como definir o tempo presente? Como apreender a noção desta história recente? De que maneira questionar as fontes para a sua escritura? Essencialmente reflexiva, a prática dessa história impõe a apreensão da noção de historicidade. Elaborada, na Alemanha, por Reinhart Koselleck (no final dos anos 1970) e, completada, na França, pelo filósofo Paul Ricoeur (nos anos 1980), as concepções do tempo, do espaço, do acontecimento, da narrativa, da transmissão, da memória, contribuíram a fornecer uma identidade própria à disciplina história. Objeto ainda de polêmicas, em razão de sua aproximação com a atualidade, a história do tempo presente exige, por parte de seus utilizadores, a busca de uma maior objetividade.

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