Anais VII ENEE - 2015

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VIII Encontro Nordestino de Etnoecologia e Etnobiologia Aracaju, Sergipe, Brasil – 23 a 25 de Setembro de 2015 Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI – ISSN: 2318-3403 Sumário EXTRATIVISMO DO CAMBUÍ [Myrciaria tenella (O. Berg.)] NO MUNICÍPIO DE RIBEIRA DO POMBAL-BA ............................................................................................................................... 1 CONTRIBUIÇÃO PARA A MELHORIA DOS CRITÉRIOS DE DESTINAÇÃO DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL ..................................................................................... 2 A ETNOBIOLOGIA PATAXÓ DA RESERVA DA JAQUEIRA-BA: CO-INVESTIGAÇÃO E O ESTUDO DA BIODIVERSIDADE .................................................................................................... 3 CAUSOS CONTADOS E ENCANTADOS: VOZES POR UMA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......... 4 COSMOVISÃO E ETNOCONSERVAÇÃO NOS BURITIZAIS DO MUNICÍPIO DE TUTÓIA, ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL ............................................................................................... 5 PRODUÇÃO DE GEOTÊXTEIS A PARTIR DE FIBRAS VEGETAIS: UM ESTUDO DE CASO DE TECNOLOGIA SOCIAL DESENVOLVIDA EM PARCERIA COM COMUNIDADE TRADICIONAL NO BAIXO SÃO FRANCISCO SERGIPANO........................................................ 6 AS POTENCIALIDADES DE USO DA ESPÉCIE Paspalum millegrana Schrad EM OBRAS PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES COM TÉCNICAS DE ENGENHARIA NATURAL ....... 7 UM ESTUDO DE CASO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL CONTEMPLANDO SABERES LOCAIS PARA A CONFECÇÃO DE GEOTÊXTEIS JUNTO À COMUNIDADE DE ARTESÃOS DO BAIXO SÃO FRANCISCO ............................................................................................................................... 8 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE MEIO AMBIENTE NO ENSINO SUPERIOR, NORDESTE DO BRASIL................................................................................................................... 9 COMERCIALIZAÇÃO DE MULUNGU (Erythrina sp.) E JUAZEIRO (Ziziphus joazeiro Mart.) EM FEIRAS LIVRES DO BAIXO SÃO FRANCISCO, SERGIPE...................................... 10 A UTILIZAÇÃO DA ESPÉCIE NATIVA Paspalum millegrana Schrad COMO ALTERNATIVA AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL PARA POVOAMENTO DE TALUDES SUBMETIDOS À DEGRADAÇÃO PELOS PROCESSOS EROSIVOS ......................................... 11 ESTUDO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS MEDICINAIS EM QUINTAIS AGROFLORESTAIS ........................................................................................................................................................... 12 LEVANTAMENTO PARTICIPATIVO DE SEMENTES CRIOULAS DE MILHO E FEIJÕES NO MUNICÍPIO DE POÇO REDONDO/SE ......................................................................................... 13 PLANTAS ALIMENTARES EM DUAS COMUNIDADES INDÍGENAS, RORAIMA, BRASIL . 14 PERCEPÇÃO DE AGRICULTORES AGROECOLÓGICOS SOBRE AS MUDANÇAS NA PAISAGEM DO ASSENTAMENTO ZUMBI DOS PALMARES - BRANQUINHA, ALAGOAS . 15 DA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA PARA UMA METODOLOGIA DE EXTENSÃO AGROECOLÓGICA DE PESQUISA-AÇÃO-PARTICIPATIVA.................................................... 16 EFEITO INIBITÓRIO DA PRÓPOLIS VERMELHA BRASILEIRA SOBRE CARCINOMAS ESPINOCELULARES PERI-ORAIS QUIMICAMENTE INDUZIDOS EM MODELO MURINO ........................................................................................................................................................... 17

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Anais do VIII Encontro Nordestino de Etnobiologia e Etnoecologia - Ano 2015

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  • VIII Encontro Nordestino de Etnoecologia e Etnobiologia Aracaju, Sergipe, Brasil 23 a 25 de Setembro de 2015

    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403

    Sumrio

    EXTRATIVISMO DO CAMBU [Myrciaria tenella (O. Berg.)] NO MUNICPIO DE RIBEIRA DO POMBAL-BA ............................................................................................................................... 1

    CONTRIBUIO PARA A MELHORIA DOS CRITRIOS DE DESTINAO DA COMPENSAO AMBIENTAL FEDERAL ..................................................................................... 2

    A ETNOBIOLOGIA PATAX DA RESERVA DA JAQUEIRA-BA: CO-INVESTIGAO E O ESTUDO DA BIODIVERSIDADE .................................................................................................... 3

    CAUSOS CONTADOS E ENCANTADOS: VOZES POR UMA EDUCAO AMBIENTAL ......... 4

    COSMOVISO E ETNOCONSERVAO NOS BURITIZAIS DO MUNICPIO DE TUTIA, ESTADO DO MARANHO, BRASIL ............................................................................................... 5

    PRODUO DE GEOTXTEIS A PARTIR DE FIBRAS VEGETAIS: UM ESTUDO DE CASO DE TECNOLOGIA SOCIAL DESENVOLVIDA EM PARCERIA COM COMUNIDADE TRADICIONAL NO BAIXO SO FRANCISCO SERGIPANO........................................................ 6

    AS POTENCIALIDADES DE USO DA ESPCIE Paspalum millegrana Schrad EM OBRAS PARA ESTABILIZAO DE TALUDES COM TCNICAS DE ENGENHARIA NATURAL ....... 7

    UM ESTUDO DE CASO DE EDUCAO AMBIENTAL CONTEMPLANDO SABERES LOCAIS PARA A CONFECO DE GEOTXTEIS JUNTO COMUNIDADE DE ARTESOS DO BAIXO SO FRANCISCO ............................................................................................................................... 8

    REPRESENTAES SOCIAIS SOBRE MEIO AMBIENTE NO ENSINO SUPERIOR, NORDESTE DO BRASIL................................................................................................................... 9

    COMERCIALIZAO DE MULUNGU (Erythrina sp.) E JUAZEIRO (Ziziphus joazeiro Mart.) EM FEIRAS LIVRES DO BAIXO SO FRANCISCO, SERGIPE...................................... 10

    A UTILIZAO DA ESPCIE NATIVA Paspalum millegrana Schrad COMO ALTERNATIVA AMBIENTALMENTE SUSTENTVEL PARA POVOAMENTO DE TALUDES SUBMETIDOS DEGRADAO PELOS PROCESSOS EROSIVOS ......................................... 11

    ESTUDO ETNOBOTNICO DE PLANTAS MEDICINAIS EM QUINTAIS AGROFLORESTAIS ........................................................................................................................................................... 12

    LEVANTAMENTO PARTICIPATIVO DE SEMENTES CRIOULAS DE MILHO E FEIJES NO MUNICPIO DE POO REDONDO/SE ......................................................................................... 13

    PLANTAS ALIMENTARES EM DUAS COMUNIDADES INDGENAS, RORAIMA, BRASIL . 14

    PERCEPO DE AGRICULTORES AGROECOLGICOS SOBRE AS MUDANAS NA PAISAGEM DO ASSENTAMENTO ZUMBI DOS PALMARES - BRANQUINHA, ALAGOAS . 15

    DA TRANSFERNCIA DE TECNOLOGIA PARA UMA METODOLOGIA DE EXTENSO AGROECOLGICA DE PESQUISA-AO-PARTICIPATIVA .................................................... 16

    EFEITO INIBITRIO DA PRPOLIS VERMELHA BRASILEIRA SOBRE CARCINOMAS ESPINOCELULARES PERI-ORAIS QUIMICAMENTE INDUZIDOS EM MODELO MURINO ........................................................................................................................................................... 17

  • VIII Encontro Nordestino de Etnoecologia e Etnobiologia Aracaju, Sergipe, Brasil 23 a 25 de Setembro de 2015

    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403

    ETNOCONHECIMENTO DAS COMUNIDADES DE ILHA GRANDE DE SANTA ISABEL, APA DO DELTA DO PARNABA, PIAU, BRASIL ............................................................................... 18

    DIVERSIDADE OCULTA DE PLANTAS MEDICINAIS NAS REGIES NORTE, CENTRO-OESTE, SUL E SUDESTE DO BRASIL .......................................................................................... 19

    ESSA ILHA MINHA - CONHECIMENTO TRADICIONAL EM DEFESA DA CRIAO DE UMA RESERVA EXTRATIVISTA, NA APA DO DELTA DO PARNABA, PIAU, BRASIL .... 20

    O SABER DOS EXTRATIVISTAS SOBRE A SOCIOBIODIVERSIDADE NA ILHA GRANDE DE SANTA ISABEL, APA DO DELTA DO PARNABA, PIAU, BRASIL ........................................ 21

    DESCRIO DOS PRINCIPAIS APARELHOS DE PESCA UTILIZADOS POR PESCADORES ARTESANAIS NO MUNICPIO DE ILHA GRANDE DO PIAU-PI ............................................ 22

    O RESGASTE DE SEMENTES CRIOULAS EM COMUNIDADES TRADICIONAIS DO ESTADO DO MARANHO ............................................................................................................................. 23

    A IMPORTNCIA DO ESTUDO DO MEIO PARA A PRTICA DE EDUCAO AMBIENTAL EM DUAS ESCOLAS RURAIS NO MUNICIPIO DE PIRAMB/SE ........................................... 24

    TECENDO SABERES NO ESPAO DA PESCA ARTESANAL EM NOSSA SENHORA DO SOCORRO/SE .................................................................................................................................. 25

    EFEITO ANTITUMORAL DO EXTRATO AQUOSO DA Punica granatum Linn EM MODELO MURINO ........................................................................................................................................... 26

    JOGOS LDICOS NO AUXLIO PREVENO DAS PARASITOSES INTESTINAIS EM UMA COMUNIDADE INDGENA NO SEMIRIDO BRASILEIRO ...................................................... 27

    A PERCEPO DOS (AS) AGRICULTORES (AS) SOBRE OS INSETOS DA FAMLIA CHRYSOPIDAE EM JATOB PE ................................................................................................ 28

    CRIAO DE UMA BASE DE DADOS BIOLGICA DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS POR COMUNIDADES TRADICIONAIS DA REGIO NORDESTE DO BRASIL ...................... 29

    INSETICIDAS BOTNICOS COMO MTODO NO CONTROLE ALTERNATIVO DE PRAGAS AGRCOLAS NO SEMIRIDO BRASILEIRO ............................................................................... 30

    ITENS ALIMENTARES DO MERO (Epinephelus itajara), SEGUNDO O CONHECIMENTO ECOLGICO DE PESCADORES ARTESANAIS NA APA DO DELTA DO PARNABA, PIAU, BRASIL ............................................................................................................................................. 31

    DIVERSIDADE DE AVES DA CAATINGA COMERCIALIZADAS NA FEIRA LIVRE DE DELMIRO GOUVEIA, ALAGOAS, BRASIL................................................................................... 32

    CARACTERES DA CASCA COMO VALOR DIAGNSTICO: PERCEPO E RECURSO DE IDENTIFICAO PARA PLANTAS MEDICINAIS ...................................................................... 33

    PUBLICAES ACADMICAS SOBRE A MANGABA (Hancornia speciosa Gomes) ......... 34

    PREFERNCIA DO USO DE PLANTAS FORRAGEIRAS DA CAATINGA POR PECUARISTAS DO ASSENTAMENTO DOM HLDER CMARA, EM GIRAU DO PONCIANO, ALAGOAS .. 35

    ESTUDO ETNOFARMACOLGICO DE PLANTAS MEDICINAIS COM EFEITO GASTROPROTETOR EM COMUNIDADES RURAIS DO MUNICPIO DE AREIA BRANCA/SE ........................................................................................................................................................... 36

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    CARACTERIZAO E CONHECIMENTO DE FRUTOS DE MANGABA SOB O OLHAR DAS CATADORAS ................................................................................................................................... 37

    CONHECIMENTO POPULAR SOBRE PLANTAS TXICAS NO POVOADO GITA- CAMPO GRANDE- AL .................................................................................................................................... 38

    ANALISE DOS TIPOS DE AUTO DE INFRAO DE CRIMES CONTRA A FAUNA NOS BIOMAS DO ESTADO DE SERGIPE ............................................................................................. 39

    SABERES E SIGNIFICADOS SOBRE A QUESTO AMBIENTAL NA VISO DOS INGARIK DA REGIO DA SERRA DO SOL RORAIMA / BRASIL .......................................................... 40

    PERFIL SOCIOECONMICO DOS BRIGADISTAS DE COMBATE AOS INCNDIOS FLORESTAIS NO PARQUE NACIONAL SERRA DE ITABAIANA ............................................ 41

    CONHECIMENTO SOBRE MACROFUNGOS EM UMA COMUNIDADE RURAL DO SEMIRIDO BRASILEIRO............................................................................................................. 42

    USO DE PLANTAS MEDICINAIS CULTIVADAS NOS QUINTAIS URBANOS DO BAIRRO JARDIM ESPERANA NO MUNICPIO DE ARAPIRACA AL ................................................. 43

    USO E CONSERVAO DE PLANTAS NATIVAS EM QUINTAIS AGROFLORESTAIS NO ASSENTAMENTO DOM HELDER CMARA EM GIRAU DO PONCIANO ALAGOAS ........ 44

    PLANTAS UTILIZADAS COMO LENHA PARA PRODUO DE PEAS DE CERMICA ARTESANAL NO MUNICPIO DE TRACUNHAM (PERNAMBUCO) .................................... 45

    ANLISE MORFOMTRICA DE FRUTOS DE MANGABA DE COMUNIDADES LOCAIS DO ESTADO DE SERGIPE .................................................................................................................... 46

    EDUCAO AMBIENTAL PARA ADOO DA AGROECOLOGIA E PERMACULTURA NA COMUNIDADE INDGENA KARIRI-XOC ................................................................................. 47

    ETNOICTIOLOGIA EM COMUNIDADE DE PESCADORES DA APA DO DELTA DO RIO PARNABA, PIAU, BRASIL .......................................................................................................... 48

    PESCA HISTRIA: SABERES TRADICIONAIS ACERCA DA PESCA EM COMUNIDADES DO ESTURIO DOS RIOS TIMONHA E UBATUBA, PI E CE .......................................................... 49

    O PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DA CASTANHA DE CAJU UMA LEITURA DESCRITIVA NO POVOADO CARRILHO, ITABAIANA (SE). .................................................. 50

    PERCEPO DA INFLUNCIA ANTRPICA NA ALIMENTAO DO SAGUI (Callithrix jacchus) PELOS VISITANTES DO PARQUE BELVEDERE EM PAULO AFONSO, BAHIA .. 51

    HORTA AGROECOLGICA COMO INSTRUMENTO DE EDUCAO AMBIENTAL ............ 52

    PRTICAS PEDAGGICAS COM NFASE EM EDUCAO AMBIENTAL ............................. 53

    ETNOCONHECIMENTO SOBRE A PESCA ARTESANAL DA TUVIRA (GYMNOTIFORMES) NA BARRA DO SO LOURENO, PANTANAL SUL MATOGROSSENSE. .............................. 54

    ETNOPEDOLOGIA NO PROJETO DE ASSENTAMENTO SO FRANCISCO, BURITIZEIRO, MINAS GERAIS ................................................................................................................................ 55

    LEVANTAMENTO E CARACTERIZAO DE VARIEDADES CRIOULAS DE MILHO E FEIJO EM COMUNIDADES RURAIS DO SERTO OCIDENTAL SERGIPANO .................................. 56

    PRTICAS DE SUSTENTABILIDADE NO PELOTO AMBIENTAL DO ESTADO DE SERGIPE ........................................................................................................................................................... 57

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    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403

    PERCEPO AMBIENTAL DAS CRIANAS DO ASSENTAMENTO SO JUDAS TADEU, PORTO DA FOLHA-SE ................................................................................................................... 58

    PERCEPO DOS MORADRES DOS POVOADOS, JUNA, TIGRE E SERIGY EM RELAO ECONOMIA SOLITRIA REALIZADA EM PACATUBA-SE ...................................................... 59

    PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS NO MERCADO MUNICIPAL DE ARACAJU-SE ........................................................................................................................................................... 60

    PERCEPO AMBIENTAL DOS MORADORES DO STIO MARIMBAS/PAPAGAIO, PESQUEIRA PE EM RELAO FLORA DA CAATINGA ..................................................... 61

    TEOR DE LEO DE FRUTOS DE Acrocomia intumescens Drude DURANTE AS ESTAES SECA E CHUVOSA NA ZONA DA MATA PERNAMBUCANA .................................................... 62

    TRAJETRIA E DESDOBRAMENTOS DA CARAVANA AGROECOLGICA E CULTURAL DE SERGIPE. .......................................................................................................................................... 63

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    EXTRATIVISMO DO CAMBU [Myrciaria tenella (O. Berg.)] NO MUNICPIO DE RIBEIRA DO POMBAL-BA

    Druzio Correia GAMA (1)*; Jos Monteiro do NASCIMENTO JNIOR (2); Leonardo dos Santos SOARES (3); Janisson Batista de JESUS (4); Laura Jane GOMES (1)

    1 Departamento de Cincias Florestais UFS, So Cristvo-SE 2 Departamento de Biologia UFS, So Cristvo-SE

    3 - Centro Territorial de Educao Profissional do Semirido NE II CETEP II, Ribeira do Pombal-BA; 4 Mestre em Agricultura e Biodiversidade

    5 Professora Doutora do Departamento de Cincias Florestais UFS * [email protected]

    A extrao de produtos florestais no madeireiros no Brasil tem grande importncia socioeconmica e ambiental. O Bioma Caatinga com uma vegetao biodiversa palco de extrativismos com valor socioeconmico relevante para muitas famlias de catadores, a exemplo do extrativismo do umbu e do licur. O que se torna uma realidade possvel a outros produtos no madeireiros como o cambu: um fruto globoso, polpa suculenta, doce; superfcie glabra, estriada de 8-10 mm de dimetro. Apreciado tambm pela avifauna, obtido do cambuizeiro (Myrciaria tenella (DC) O. Berg.), uma mirtcea de porte arbreo que chega altura de at 6 m. Ocorrem em terrenos de altitude, capoeiras secas, solos pobre, arenosos ou margens de campos no inundveis. O presente trabalho objetivou identificar o extrativismo do cambu no municpio de Ribeira do Pombal, afim de relacion-lo contribuio socioeconmica dos catadores. Realizou-se entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015 no municpio de Ribeira do Pombal (762,212 km de extenso, 50.805 habitantes, situado na regio nordeste do estado da Bahia, incluindo-se ao domnio morfoclimtico da Caatinga, coordenadas 1048"S e 3831'W). Utilizou-se de entrevistas semi-estruturadas, realizada com catadores nos povoados Cedro, Jenipapo, Salgadinho e feira livre da cidade. Fez-se 12 entrevistas (03 do sexo masculino e 09 do sexo feminino) referentes safra 2014. Estimou-se entre os entrevistados produo mdia de 3.620 Litros de cambu. Desse total, 52% foi vendido na feira livre, 29% sob encomenda, 18% consumo prprio e 1% para estabelecimentos comerciais. Tambm constataram reduo da produo, onde 58% afirmaram como motivo a falta de chuva; 30% desmatamento; 9% impedimento pelos proprietrios de terras e 3% preo baixo. Na comercializao, o preo variou na feira livre entre R$ 2,50 a R$ 4,00/Litro. Por encomenda entre R$ 5,00 e R$ 8,00/Litro. No final da safra ficou entre R$ 10,00 e R$ 15,00/Litro. No municpio o cambu consumido in natura e para fabricao de sucos e licores. Constatou-se que as famlias catadoras de cambu tem o extrativismo como uma renda complementar, obtendo em mdia R$ 900,00 por safra. A desvalorizao do produto, desmatamento e falta de chuva os preocupam continuidade do extrativismo.

    Palavras-chave: Bioma Caatinga. Produtos florestais no madeireiros. Socioeconmica.

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    CONTRIBUIO PARA A MELHORIA DOS CRITRIOS DE DESTINAO DA COMPENSAO AMBIENTAL FEDERAL

    Paulo Jardel Braz FAIAD (1)*

    1 Mestrando em Gesto de reas Protegidas da Amaznia Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia INPA

    * [email protected]

    A aplicao dos recursos da compensao ambiental federal, atravs da destinao s Unidades de Conservao, inegavelmente uma importante fonte de recursos para implantao dessas reas no Brasil. No entanto, a tarefa de destinar tais recursos, em sua maioria de grande vulto, coloca o gestor pblico naquele que , talvez, o maior gargalo da administrao pblica a tomada de deciso. Para tanto, o gestor deve fundamentar-se em uma metodologia de destinao transparente e efetiva em cumprir o objetivo principal do instituto da Compensao Ambiental, qual seja: o de compensar os danos que no puderam ser evitados e mitigados no processo de licenciamento de empreendimentos causadores de significativo impacto ambiental. O presente trabalho buscou contribuir para a melhoria dos critrios de destinao da compensao ambiental federal, atravs da reviso de experincias de destinao de outros estados e naes alm de apresentar o seu status atravs da anlise das Atas de reunies do Comit de Compensao Ambiental Federal CCAF. No entanto, verificamos que a compensao deve ser pensada como um todo, pois uma etapa influencia a seguinte e retroalimenta a anterior. Diante das diversas contribuies colhidas, verificamos a urgente necessidade de uma reformulao ampla da compensao federal, com retorno sua essncia e ajuste de responsabilidades entre os atores.

    Palavras-chave: Unidade de Conservao. ICMBio. Compensao Ambiental. Destinao. Gesto ambiental pblica.

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    A ETNOBIOLOGIA PATAX DA RESERVA DA JAQUEIRA-BA: CO-INVESTIGAO E O ESTUDO DA BIODIVERSIDADE

    Jade Silva dos SANTOS(1)*; Fbio Pedro Souza de Ferreira BANDEIRA(2)

    1 Departamento de Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana-BA 2 Departamento de Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana-BA

    * [email protected]

    A Reserva da Jaqueira uma rea de proteo ambiental administrada por uma associao indgena Patax. Criada em 1998, localiza-se na Terra Indgena Coroa Vermelha no extremo Sul Baiano e possui 827 ha de Mata Atlntica, onde se desenvolve o etnoturismo atrelado a um trabalho de reafirmao tnica. A co-investigao, como uma pesquisa participativa, busca total envolvimento da comunidade em todas as etapas de realizao da pesquisa. Assim, compreendendo a importncia da participao dos povos e comunidades tradicionais nos estudos e projetos de conservao ambiental, este trabalho analisou a contribuio da co-investigao para o estudo da biodiversidade. A pesquisa se baseou no levantamento bibliogrfico de espcies listadas em trabalhos etnobiolgicos em diferentes aldeias Patax da regio, e por meio da abordagem co-investigativa do projeto COMBIOSERVE, onde o povo Patax atuou como co-pesquisadores e co-autores das pesquisas. O grupo de pesquisadores indgenas, intitulado Siriat Jikitay, realizou o levantamento da flora e fauna culturalmente relevantes da Reserva da Jaqueira por meio de turn guiada, dirio de campo, entrevistas, e com apoio e suporte tcnico de pesquisadores acadmicos. Com base em 6 publicaes etnobiolgicas realizadas junto aos Patax, a partir de investigao com participao dos indgenas limitada ao fornecimento de informaes, foi possvel produzir uma lista com 121 espcies de plantas e 25 espcies de animais da regio. Enquanto os pesquisadores Patax registraram 117 etnoespcies de plantas e 113 etnoespcies de animais para a Reserva, sobressaindo-se quantitativamente o nmero total de etnoespcies levantadas pelos Patax. A comparao ao nvel de nome vernacular, entre as listas produzidas a partir das publicaes e pelos pesquisadores indgenas, permitiu observar que apenas 14,53% das plantas e 8,85% dos animais citados pelos Patax coincidiram com as etnoespcies citadas nas publicaes. A maioria das etnoespcies listadas pelos pesquisadores indgenas no tinham sido catalogadas nos trabalhos etnobiolgicos convencionais, o que em parte evidencia a importncia da participao da comunidade como sujeitos ativos em todas as etapas das pesquisas e no apenas como participantes passivos ou informantes, demonstrando que co-investigao tem um grande potencial para apoiar e complementar os estudos e inventrios da biodiversidade proporcionando intercmbio entre conhecimento tradicional e cientfico.

    Palavras-chave: Co-investigao. Etnobiologia. ndios Patax. Mata Atlntica.

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    CAUSOS CONTADOS E ENCANTADOS: VOZES POR UMA EDUCAO AMBIENTAL

    Damile de Jesus FERREIRA (1)*; Antonio Almeida da SILVA (2)

    1 Departamento de Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana-BA 2- Departamento de Educao, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana-BA

    * [email protected]

    A tradio oral conceitua-se como um agregado de costumes e prticas que no foram colocadas na sua forma escrita, mas contribuem para a formao da viso de mundo de grupos sociais. Tendo em vista a importncia da tradio oral nos diferentes espaos, visamos necessidade de registrar, potencializar e, possivelmente, dialogar com essas vozes em prticas educativas de carter ambiental crtico. Assim, este trabalho se aproxima de causos contados por moradores do Povoado de Alecrim Mido, localizado no municpio de Feira de Santana/Bahia, no intuito de dialogar com uma perspectiva de meio ambiente e educao que se abrisse a encontro com a multiplicidade de saberes. Optamos por uma abordagem qualitativa, com coleta de dados realizada a partir de entrevistas a seis contadores, moradores do povoado, sendo que todos os contadores assinaram o TCLE. A anlise dos dados foi feita de acordo com o referencial da anlise de contedo, de natureza etnogrfica. Nos diferentes causos relatados, em sua maioria, percebem-se a presena constante da antropomorfizao dos animais. Diante de nossa anlise, esta presena se d, possivelmente, h uma ligao ntima entre os contadores e os animais, mostrando as marcas de experincias que esses sujeitos vivenciam com a natureza. H certa alteridade na relao entre os moradores e os animais, e esta pode ser entendida e percebida como uma maneira do ser humano enfrentar da melhor maneira possvel as diversas situaes que so encontradas em seu cotidiano. Nos causos relatados foi possvel perceber o papel do contador intergeracional, o qual tem a importante funo de recontar essas estrias, transmitindo com estes diversos conhecimentos e saberes populares, a partir das vivncias cotidianas. A atribuio de valores, significados e simbologias aos elementos pertencentes a sua pratica rotineira, o que leva estes sujeitos a direcionarem sua prxis, atuando na natureza, de maneira consciente. Com isso, tentamos apontar atitudes e prticas, que reconheam a dinmica natural e cultural do meio, visualizando nas prticas de educao ambiental, enquanto campo que permite e dar espao, para que estes saberes populares sejam reconhecidos na sociedade, reafirmando a cultura e apresentando novas formas de compreender e se relacionar com a natureza.

    Palavras-chave: Narrativas orais. Tradio oral. Educao Ambiental.

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    COSMOVISO E ETNOCONSERVAO NOS BURITIZAIS DO MUNICPIO DE TUTIA, ESTADO DO MARANHO, BRASIL

    Irlaine Rodrigues VIEIRA (1)*; Jefferson Soares de OLIVEIRA (2); Kelly Polyana Pereira dos SANTOS (1); Fbio Jos VIEIRA (3); Roseli Farias Melo de BARROS (1)

    1 Programa de Ps Graduao em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA), Universidade Federal do Piau, Teresina- PI

    2 Departamento de Biomedicina, Universidade Federal do Piau, Parnaba-PI 3 Departamento de Biologia, Universidade Estadual do Piau, Picos PI

    * [email protected]

    Os aspectos simblicos associados aos valores sociais em comunidades tradicionais constituem-se elementos culturais regulatrios do manejo dos recursos naturais. Compreender como a cultura influencia e determina o manejo, fundamental na formulao de estratgias de gesto ambiental. O municpio de Tutia-MA o segundo maior extrativista nacional de fibras de Mauritia flexuosa L.f., popularmente conhecida como buriti. Diante disso, o trabalho objetivou compreender e registrar os mitos e valores de extrativistas que propiciam a conservao dos buritizais do municpio de Tutia. O estudo foi desenvolvido na comunidade Justa, a qual fornece fibras para a associao de artess do municpio de Tutia. Houve uma seleo intencional de extrativistas com idade superior a 18 anos e residentes a mais de 20 anos na comunidade. Desta maneira, foram realizadas 32 entrevistas utilizando formulrios semiestruturados e os dados coletados foram avaliados qualitativamente. A pesquisa foi realizada em concordncia com o Comit de tica em Pesquisa da Universidade Federal do Piau. Dentre os entrevistados, 31,2% citaram pelo menos um elemento mstico: me dgua, cripe e/ou fantasmas. Dentre os elementos citados, o cripe se posiciona como um fator prejudicial ao buritizal, enquanto os fantasmas como protetores, sendo elementos reguladores do extrativismo. Alm dos elementos msticos foi verificada a presena de outros valores que envolvem a conservao do habitat do local como a prtica de plantar ou devolver as sementes das frutas para o buritizal de onde estas foram removidas; o extrativismo de folhas regido pelas fases da lua em um sistema de manejo que visa a manuteno da capacidade de suporte da planta e reunies de extrativistas em associaes que propiciam a discusso e a tomada de decises coletivas para a conservao dos buritizais, bem como a proteo do territrio contra possveis invasores desmatadores. Neste trabalho conclumos que a ntima relao das pessoas com os buritizais resulta em uma relao social com o meio em que vivem, atribuindo ao territrio o sentimento de apropriao e cuidado, o qual resultante da fuso dos elementos simblicos que envolvem o manejo, a tica, conhecimentos e gesto tradicional.

    Palavras-chave: Fibras. Cultura. Extrativismo. Conservao.

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    PRODUO DE GEOTXTEIS A PARTIR DE FIBRAS VEGETAIS: UM ESTUDO DE CASO DE TECNOLOGIA SOCIAL DESENVOLVIDA EM PARCERIA COM

    COMUNIDADE TRADICIONAL NO BAIXO SO FRANCISCO SERGIPANO

    Janisson Bispo LINO (1)*; Francisco Sandro Rodrigues HOLANDA (1); Ctia dos Santos FONTES (2); Maria Hosana dos SANTOS (3); Marks Melo MOURA (4)

    1 Departamento de Engenharia Agronmica, Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo SE. 2 Programa de Ps- Graduao em Geografia, Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo - SE

    3 Programa de Ps-Graduao em Agricultura e Biodiversidade, Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo - SE

    4 Departamento de Cincias Florestais, Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo - SE * [email protected]

    As comunidades ribeirinhas do Baixo So Francisco vm trabalhando com diferentes fibras vegetais provenientes das espcies de junco (Juncus sp.), taboa (Typha latifolia Linn.) e ouricuri (Syagrus coronata) para fabricao de peas artesanais como cestos, esteiras, bolsas e demais tranados. A partir de uma anlise tecnolgica prvia foram identificadas caractersticas nessas fibras que se prestavam ao fabrico de Geotxteis, mantas que auxiliam no controle da eroso de taludes de estradas ou de cursos dgua e oferecem proteo e condies ecolgicas propcias para reestabelecimento da vegetao. A substituio dos geossintticos por geotxteis de fibras vegetais um processo ambientalmente sustentvel, j que apresenta degradao em campo, em tempo adequado para proteo dos taludes. O objetivo do trabalho foi realizar o levantamento do potencial de uso de junco, taboa e ouricuri como matria-prima para confeco de geotxtil junto s comunidades ribeirinhas de artesos. Foram realizadas visitas prvias de campo para reconhecimento da rea e as potencialidades de uso sustentvel dos materiais vegetais, alm de coleta de dados gerais sobre a rea e as comunidades, em Pacatuba. Foram conduzidos levantamentos das reas de ocorrncia da taboa, do junco e do ouricuri constatando-se grande abundncia local dos materiais. Alm disso, foi realizada uma oficina mostrando o projeto de interveno e trabalhos semelhantes conduzidos em outras comunidades na Regio Nordeste. No desenvolvimento do geotxtil foram considerados aspectos relacionados sustentabilidade da extrao do material, como forma e perodo tradicionais dessa extrao. Foi definido um modelo padro de geotxtil com dimenses que atendessem aos critrios considerados aceitveis pelas Normas Tcnicas vigentes, como textura, espessura, firmeza e durabilidade do material. Durante a confeco foi amplamente discutido com as comunidades os tipos de tranados ajustados a esse tipo de geotxtil, com ativa participao dos envolvidos nas aes relacionadas, at que se chegasse depois de muitas tentativas, ao tranado que foi utilizado nos testes de campo para o fim proposto que era proteo do solo contra a eroso. Nesse processo considerou-se a possibilidade dessa ao fomentar uma renda adicional para os artesos, principalmente durante o perodo em que a demanda por materiais artesanais apresenta-se baixa no mercado consumidor.

    Palavras-chave: Saberes locais. Biomantas. Juncus sp. Typha latifolia. Syagrus coronata.

  • VIII Encontro Nordestino de Etnoecologia e Etnobiologia Aracaju, Sergipe, Brasil 23 a 25 de Setembro de 2015

    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403 7

    AS POTENCIALIDADES DE USO DA ESPCIE Paspalum millegrana Schrad EM OBRAS PARA ESTABILIZAO DE TALUDES COM TCNICAS DE ENGENHARIA

    NATURAL

    Ivo Maciel Almeida do NASCIMENTO (1)*; Francisco Sandro Rodrigues HOLANDA (1); Tssio Lucas Sousa SANTOS (1); Maria Hosana dos SANTOS; Ueric dos Santos RIBEIRO (1).

    1 Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo SE * [email protected]

    A vegetao possui papel importante na proteo de taludes, devido ao reforo promovido pelo sistema radicular para a agregao dos solos, diminuindo o arraste de partculas e, consequentemente, resultando em menor taxa de eroso e assim reduzindo o assoreamento de cursos dgua, seja na rea rural como tambm na rea urbana. Espcies como o Capim-Vetiver (Chrysopogon zizanioides (L.) Roberty) vm sendo utilizadas com esse propsito, porm sendo uma planta extica, de origem indiana, no se apresenta compatvel com os princpios das tcnicas de Engenharia Natural para estabilizao de taludes. Nesse sentido a bioprospeco, com enfoque nas espcies nativas compondo as tcnicas de Engenharia Natural, estimulada, pela possibilidade de manter o ambiente equilibrado, sem prejuzos para a biodiversidade local, para compor um conjunto de tcnicas que exercem o mesmo papel no controle da eroso do solo, com consequente diminuio da degradao ambiental. O objetivo desse trabalho foi estudar as caractersticas fenotpicas da espcie nativa Capim-

    Paspalum (Paspalum millegrana Schrad), com nfase nas caractersticas morfolgicas e sua adaptabilidade s tcnicas de Engenharia Natural. Esse capim caracterizado como uma espcie de desenvolvimento cespitoso perene, com rizomas longos e profundos, apresentando colmos eretos. Os parmetros avaliados foram a arquitetura da planta (parte area e sistema radicular), perfilhamento, e sua adaptabilidade aos estresses hdricos (saturao e dficit). As plantas tem apresentado at 16 perfilhos, caracterstica importante para o aumento da densidade radicular, com comportamento diferenciado quando submetido s condies de estresse ou saturao hdrica, com melhor expresso nas condies de umidade intermediria (entre os extremos), promovendo o maior desenvolvimento da parte area, embora as plantas apresentaram desenvolvimento satisfatrio nas condies de dficit hdrico, ocorrentes nos topos dos taludes, como tambm na condio de saturao, muito comum na base do talude, ao nvel da gua nos rios. O comprimento das razes tem variado de 0,9-1,5m, de grande importncia para a ancoragem do solo susceptvel aos processos erosivos. A altura da planta ultrapassa 1,0m, acrescido de comprimento de pancula de 0,13-0,18m, caracterstica fenotpica muito importante para aumento da assimilao de fotossintatos. A espcie Paspalum millegrana apresenta grande potencial para utilizao em projetos de recuperao de taludes, motivado pelas caractersticas morfolgicas que alm de garantir importante contribuio para recomposio florstica dos taludes, trazem uma contribuio como reforo mecnico aos solos vulnerveis aos processos erosivos.

    Palavras-chave: Biodiversidade. Mata ciliar. Eroso.

  • VIII Encontro Nordestino de Etnoecologia e Etnobiologia Aracaju, Sergipe, Brasil 23 a 25 de Setembro de 2015

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    UM ESTUDO DE CASO DE EDUCAO AMBIENTAL CONTEMPLANDO SABERES LOCAIS PARA A CONFECO DE GEOTXTEIS JUNTO COMUNIDADE DE

    ARTESOS DO BAIXO SO FRANCISCO

    Maria Hosana dos SANTOS (1)*; Francisco Sandro Rodrigues HOLANDA (2); Janisson Bispo LINO (2); Ctia dos Santos FONTES (3); Jos Fladson Ferreira de CARVALHO (2)

    1 Programa de Ps-Graduao em Agricultura e Biodiversidade, Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo - SE

    2 Departamento de Engenharia Agronmica, Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo SE 3 Programa de Ps- Graduao em Geografia, Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo - SE

    * [email protected]

    As estratgias de enfrentamento da problemtica ambiental, para surtirem efeito, envolvem uma articulao entre todos os tipos de intervenes incluindo neste contexto as aes de educao ambiental. As comunidades tradicionais do Baixo So Francisco sergipano dominam conhecimentos sobre traados com o uso de diversos tipos de fibras vegetais e de grande abundncia local como o Junco (Juncus sp) e a Taboa (Typha latifolia L.). As formas de manejar esse material biolgico podem acarretar perdas se no ocorrer o manejo sustentvel das reas de extrativismo. O objetivo deste trabalho foi discutir com as comunidades de artesos informaes sobre o uso dos recursos naturais, e toda a sistemtica de explorao destes na regio. Foram realizadas entrevistas e aplicao de 30 questionrios semiestruturados aos associados, com perguntas abertas e fechadas, onde todos concordaram em participar com a assinatura do termo de consentimento. As visitas realizaram-se no perodo de janeiro a maio de 2014. Nos questionrios foram trabalhadas perguntas relacionadas ao manejo das espcies, as formas de controle dos cortes excessivos, as tcnicas dos tranados, a renda auferida com essa atividade. As plantas selecionadas para uso foram aquelas que apresentaram melhores aspectos visuais sem qualquer tipo de injria. As fibras so coletadas com a utilizao de foice ou faco, e os cortes so realizados acima da raiz, o que possibilita o rebrotamento j que eles estabeleceram um perodo de retorno, que varia de seis meses a um ano. Em reunies e oficinas, realizados na Associao dos Artesos em Pacatuba/SE por estudantes de graduao e ps-graduao com os artesos foi discutida a problemtica do necessrio controle das reas de coletas, visando o uso sustentvel ao longo dos anos, assim como a preocupao das comunidades com a dinmica das dunas, e a restrio de utilizao das fibras em alguns locais, que fazem parte de uma reserva legal. Percebe-se a necessidade de se criar novas estratgias, para evitar a explotao dessas reas sem preocupao com a sua sustentabilidade, buscando novos locais de coletas, ou at mesmo se investir em reas de cultivo, uma vez que so espcies de largo uso pelas comunidades ribeirinhas para vrios fins.

    Palavras-chave: Comunidades tradicionais. Fibras naturais. Sustentabilidade.

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    REPRESENTAES SOCIAIS SOBRE MEIO AMBIENTE NO ENSINO SUPERIOR, NORDESTE DO BRASIL

    Brbara Ohana de Arajo SANTOS (1), Manoela Carvalho da SILVA(1)*

    1 Universidade do Estado da Bahia * [email protected]

    O termo meio ambiente demonstra uma grande diversidade conceitual, possibilitando diferentes interpretaes, devido vivncia de diferentes experincias. As representaes sociais mais comuns de meio ambiente so classificadas em naturalista, antropocntrica e globalizante. A naturalista evidencia a percepo dos aspectos naturais do ambiente e o espao fsico em que um organismo se desenvolve. J a antropocntrica, evidencia a utilidade dos recursos naturais para a sobrevivncia do ser humano. Por ltimo, a globalizante, representa o ambiente numa perspectiva de relao e interao entre sociedade e natureza. O presente estudo teve por objetivo investigar as representaes sociais sobre meio ambiente de estudantes do curso superior de Tecnologia e Gesto Ambiental, identificando os conceitos inferidos e buscando analisar o nvel de conscincia ecolgica manifestado por eles. A pesquisa foi desenvolvida com acadmicos concluintes do curso superior de Tecnologia e Gesto Ambiental, no Plo presencial da UNIASSELVI na cidade de Paulo Afonso-BA. A coleta dos dados partiu da aplicao de questionrios individuais com perguntas abertas, que permitem ao participante construir a resposta com suas prprias palavras. Os resultados possibilitaram observar que o termo meio ambiente representado na maioria das vezes pelos estudantes de forma a privilegiar basicamente os aspectos naturais. Portanto, a representao de meio ambiente muito mais do que ambiente meramente natural, que se costuma imaginar. Torna-se necessrio trabalhar com os graduandos uma viso globalizante de meio ambiente, considerando as relaes recprocas entre natureza e sociedade, possibilitando aos futuros gestores ambientais se tornarem agentes multiplicadores, estimulando as relaes entre os homens e entre estes e o meio ambiente.

    Palavras-chave: Primatas. rea urbana. Alimentao artificial. Visitao.

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    COMERCIALIZAO DE MULUNGU (Erythrina sp.) E JUAZEIRO (Ziziphus joazeiro Mart.) EM FEIRAS LIVRES DO BAIXO SO FRANCISCO, SERGIPE

    Danielly Oliveira SANTOS (1)*; Laura Jane GOMES (2); Dbora Moreira de OLIVEIRA (3)

    1 Departamento de Biologia, Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo SE 2 Departamento de Cincias Florestais, So Cristvo SE

    3 Programa de Ps-Graduao em Desenvolvimento e Meio Ambiente, So Cristvo SE. * [email protected]

    O objetivo do presente estudo foi realizar um levantamento da ocorrncia de comercializao das espcies juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.) e mulungu (Erythrina sp.) em feiras livres e mercados de cidades que compe a regio do Baixo So Francisco, em Sergipe, devido s suas propriedades de crescente interesse e uso na indstria de cosmticos e farmacutica, respectivamente. Foram realizadas 30 entrevistas semiestruturadas com todos os vendedores de plantas medicinais encontrados nas feiras livres e mercados regionais no momento da visita em campo, no perodo entre novembro de 2014 a janeiro de 2015, em 26 cidades que compe o Baixo So Francisco. O formulrio foi dividido em trs partes, sendo que a primeira estava associada aos dados pessoais e socioeconmicos do entrevistado, a segunda continha perguntas a respeito da comercializao das espcies mais vendidas e a terceira visava obter informaes comerciais especficas para o mulungu e juazeiro. Foram citados 39 nomes de plantas mais comercializadas, pertencentes a cerca de 23 famlias. As cinco espcies citadas pelos informantes como mais vendidas foram analisadas mediante adaptao da metodologia Ordenamento Rpido do Informante. Dentre estas, as que tiveram maior representatividade foram Fabaceae (sete citaes) e Asteraceae (quatro citaes). Neste grupo de indicaes, o mulungu e o juazeiro foram citados respectivamente por 23,3% e por 10% dos vendedores. As etnoespcies mais citadas foram o barbatimo e boldo, com 40% e 36,6% de citaes respectivamente.

    Palavras-chave: Cadeia produtiva. Extrativismo. Produtos florestais no madeireiros. Plantas medicinais.

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    A UTILIZAO DA ESPCIE NATIVA Paspalum millegrana Schrad COMO ALTERNATIVA AMBIENTALMENTE SUSTENTVEL PARA POVOAMENTO DE

    TALUDES SUBMETIDOS DEGRADAO PELOS PROCESSOS EROSIVOS

    Francisco Sandro Rodrigues HOLANDA (1)*; Antonio Iury Alves MARANDUBA (1); Ivo Maciel Almeida do NASCIMENTO (1); Marks Melo MOURA (2); Lucas Santos BONFIM(3)

    1 Departamento de Engenharia Agronmica, Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo SE 2 Departamento de Cincias Florestais, Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo SE

    3 Departamento de Engenharia Qumica, Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo - SE * [email protected]

    Quando a biodiversidade restituda atravs dos agroecossistemas, numerosas e complexas interaes passam a se estabelecer entre o solo, as plantas e os animais, contribuindo para a conservao da gua e do solo por meio do controle da eroso. Os mecanismos para estabilizar os taludes de um rio em processo erosivo podem ser alcanados por meio do conhecimento das caractersticas agroecolgicas da vegetao, considerando o aproveitamento da biodiversidade local para esse fim. O objetivo desse trabalho foi estudar as caractersticas agronmicas do Capim-Paspalum (Paspalum millegrana Schrad), com enfoque agroecolgico, considerando as suas potencialidades para estabilizao de taludes fluviais e repovoamento desses ambientes. Foram avaliadas a produo de biomassa da parte area e sistema radicular, assim como a contribuio da raiz para aumento da resistncia mecnica do solo. A resposta da planta s condies diferenciadas de umidade do solo pelas flutuaes de vazo dos rios, vm possibilitar alm de boa cobertura vegetal pela produo de biomassa area (proteo da superfcie do solo aos efeitos da chuva), como tambm maior agregao do solo promovida pela satisfatria densidade radicular, que possibilita um reforo fsico-mecnico do solo. A sua adaptao s condies diferenciadas de fertilidade natural do solo, permite o povoamento da espcie em reas onde as suas demandas nutricionais sero atendidas a partir da fertilidade natural dos taludes ribeirinhos. As razes do Capim-paspalum apresentam na sua maioria dimetros no superiores a 2,5mm, apresentando predominncia na faixa de 0,5 1,0mm. Essa distribuio exerce impacto no rompimento das razes quando submetidas estresses de tenso. Ento, para romper razes com dimetro inferior a um milmetro (mm) so utilizadas, em mdia, tenses maiores que 100 MPa. Por outro lado, razes maiores que um milmetro de dimetro rompem-se com menores tenses de trao (< 100 MPa), chegando a uma tenso mdia mnima de 16,4 MPa para razes de 2,7 mm. Esses aspectos fsico-mecnicos ratificam a importncia do conhecimento da contribuio do sistema radicular dessas espcies nativas como elementos de fundamental importncia para a disponibilizao de subsdio tcnico-cientficos para a concepo de tcnicas para recuperao Hidroambiental de carter sustentvel com enfoque nas reas degradadas.

    Palavras-chave: Agroecossistemas. Eroso. Mata ciliar.

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    ESTUDO ETNOBOTNICO DE PLANTAS MEDICINAIS EM QUINTAIS AGROFLORESTAIS

    Mrio Jorge Campos dos SANTOS (1)*; Francielle Rodrigues SANTOS (2); Marta Jeidjane Borges RIBEIRO (2); Saulo de Tarso de Santos SANTANA (2)

    1 Departamento de Cincias Florestais, Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo SE 2 Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo SE

    * [email protected]

    O objetivo do trabalho foi realizar um levantamento das espcies de uso medicinal nos sistemas agroflorestais no povoado Samambaia no semirido sergipano, SE. A metodologia empregada foi a de mapeamento participativo e entrevistas semi-estruturadas. Foram entrevistadas dez propriedades no povoado, que utilizam quintais florestais com aptido para a utilizao de farmcia popular. Foram encontradas 21 espcies, distribudas em 8 famlias. As famlias mais representativas em nmero de espcies nos quintais agroflorestais foram: Asteraceae (5), Lamiaceae (5) e Fabaceae (4). Os resultados indicaram que as partes das plantas medicinais mais utilizadas so as folhas (71%), razes (14%), semente (10%) e casca (4%). Quanto populao de gnero, as mulheres representam um papel fundamental no cultivo e uso das plantas medicinais atravs da manuteno dos quintais florestais, onde so utilizadas para o uso na comunidade no combate a doenas. Outros fatores que chamou a ateno foi o repasse do conhecimento popular dos idosos para seus herdeiros e os produtos medicinais utilizados na comunidade no so usados para fins comerciais.

    Palavras-chave: Comunidade rural. Espcies medicinais. Agrofloresta.

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    LEVANTAMENTO PARTICIPATIVO DE SEMENTES CRIOULAS DE MILHO E FEIJES NO MUNICPIO DE POO REDONDO/SE

    Lanna Ceclia de OLIVEIRA (1)*; Lucas Oliveira do AMORIM (2); Fernando Fleury CURADO (3); Edson Diogo TAVARES (3); Mnica Cox de Britto PEREIRA (2)

    1 Instituto Federal de Sergipe, So Cristovo-SE 2 Programa de Ps-Graduao em Desenvolvimento e Meio Ambiente/Universidade Federal de Pernambuco,

    Recife-PE 3 - Embrapa Tabuleiros Costeiros, Aracaju-SE

    * [email protected]

    As comunidades camponesas mantm nmero expressivo de variedades locais que contribuem com os modos de vida em unidades de produo garantindo a segurana alimentar das famlias. A presente pesquisa teve como objetivo realizar um levantamento participativo de variedades crioulas de milho e feijes no municpio de Poo Redondo/SE. Para tanto, foi realizada uma oficina na comunidade Lagoa dAntas, onde estiveram presentes 18 agricultores (13 mulheres e 05 homens), provenientes das seguintes comunidades: Lagoa Grande, Stio leo, Lagoa de Dentro e Lagoa dAntas. Para o levantamento foi utilizada a tcnica participativa Lista da Agrobiodiversidade, considerada uma ferramenta til para conhecer a origem das variedades, bem como a quantidade de pessoas que cultivam determinada semente. Os resultados demonstram uma grande diversidade de variedades encontradas na regio. No total foram identificadas 09 variedades de feijo e 05 variedades de milho. Quanto aos feijes, os mais cultivados nas comunidades presentes foram: carioquinha, feijo de corda costela de vaca, carioco e o carioca da boca amarela. Segundo os participantes, poucas pessoas cultivam: feijo cachinho, fava coquinho, fava motinha, badaj e andu rajado. Segundo os agricultores grande parte destas variedades so cultivadas na regio h muitos anos. Algumas variedades fazem parte de herana familiar, como a fava coquinho das irms Quitria e Josefa, que j era cultivada pelo seu pai em Alagoas. Quanto ao milho, as variedades mais plantadas so: hibra e o milho ano, enquanto os milhos branco, capuco grosso e o milho alho so plantados por poucas pessoas. Os agricultores destacaram a importncia do milho hibra, que tem um porte alto e espiga grande. Estas caractersticas conferem a esta variedade amplo uso, desde a alimentao animal at a utilizao na alimentao humana como milho verde ou como ingrediente de pratos tradicionais. Conclui-se que, apesar das ameaas do avano da revoluo verde no campo sergipano, as comunidades camponesas preservam suas sementes crioulas e resistem imposio de sementes inadequadas direcionadas para o mercado. Tambm possvel concluir que os feijes mais cultivados, decorrem da integrao destas comunidades com o mercado, visto que estas variedades so as mais demandadas em espaos convencionais de comercializao.

    Palavras-chave: Conhecimento tradicional. Agrobiodiversidade. Agroecologia.

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    PLANTAS ALIMENTARES EM DUAS COMUNIDADES INDGENAS, RORAIMA, BRASIL

    Sandra Kariny Saldanha de OLIVEIRA (1)*; Mrlia Coelho-FERREIRA (2); Mrio Augusto Gonalves JARDIM (2)

    1 Doutoranda em Biodiversidade e Conservao - Rede BIONORTE, Universidade Estadual de Roraima UERR, Boa Vista-RR

    2 Pesquisadores do Museu Paraense Emlio Goeldi MPEG, Belm-PA * [email protected]

    O saber ambiental indgena revela informaes sobre as prticas, uso e manejo dos recursos naturais prprias de sua etnia e de seu habitat. A pesquisa teve como objetivo identificar as principais plantas alimentares cultivadas nas comunidades indgenas Vista Alegre e Darra no baixo So Marcos Roraima. As duas comunidades do baixo So Marcos, fazem parte da rea rural do municpio de Boa Vista, ficam aproximadamente 80 km da capital do Estado. Na realizao desta pesquisa seguiu-se as orientaes estabelecidas pelo Comit de tica em Pesquisa (CEP-UFRR) que emitiu parecer n 953.257, autorizando as informaes serem coletadas atravs de entrevistas semiestruturadas e observaes in loco com as famlias indgenas que possuem roado. Nas roas em Vista Alegre foram encontradas 19 espcies, distribudas em 16 famlias e 17 gneros e na comunidade Darra foram registradas 7 espcies, distribudas em 5 famlias e 6 gneros. As principais culturas dos roados so mandioca, feijo, melancia e pimenta. As comunidades objeto de estudo tradicionalmente tm a mandioca e o feijo, como base alimentar e principal elemento de suas plantaes. O cultivo nas duas comunidades acontece na rea de cerrado, as roas so na sua maioria consorciadas com pelos menos duas plantas na mesma rea. Algumas famlias das Comunidades vivem basicamente da agricultura, que tem importncia alimentar e comercial.

    Palavras-chave: Roas. Baixo So Marcos. Agricultura.

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    PERCEPO DE AGRICULTORES AGROECOLGICOS SOBRE AS MUDANAS NA PAISAGEM DO ASSENTAMENTO ZUMBI DOS PALMARES - BRANQUINHA,

    ALAGOAS

    Ferdnando Mariano Brito SILVA (1) *; Antoniel Silva de ALMEIDA (1), Ccera Maria de JESUS (1); Isabel Galindo NEPOMUCENO (1); Rafael Ricardo Vasconcelos da SILVA (1)

    1 Centro de Cincias Agrrias, Universidade Federal Alagoas, Rio Largo- Alagoas * [email protected]

    Os conhecimentos e percepes das populaes locais representam um elemento estratgico no planejamento do uso da terra, especialmente no mbito do paradigma agroecolgico. Nessa pesquisa objetivou-se analisar a percepo de produtores agroecolgicos do Assentamento Zumbi dos Palmares - Branquinha, Alagoas, sobre as mudanas ocorridas na paisagem do assentamento. Para coleta dos dados foram realizadas oficinas participativas para o desenho coletivo de mapas do assentamento no passado e no presente. Posteriormente, utilizou-se outro mapa produzido atravs de SIG (Sistema de Informaes Geogrficas), para avaliar o potencial de contribuio das informaes representadas nos mapas coletivos para o planejamento de uso dessas reas. Os agricultores demonstram um vasto conhecimento sobre os geoambientes que compem as paisagens do assentamento, suas caractersticas e componentes da fauna e flora, alm da localizao de escolas, igrejas, corpos dgua, estradas, espacializao dos fragmentos florestais e das diferentes atividades agropecurias desenvolvidas. As reas produtivas foram diferenciadas pelos participantes de acordo com as caractersticas de relevo, umidade do solo, proximidades das propriedades e pontos de referncias. Atravs dos mapas, os participantes indicaram que houve uma diversificao das atividades produtivas ao longo do tempo, passando da monocultura de cana-de-acar produo de citrus, horticultura e pecuria. Em relao reserva florestal, os agricultores relataram que os fragmentos diminuram em tamanho, devido ao histrico de uso da madeira como lenha e para construo de cercas. Durante os debates, os participantes relacionaram a diminuio da cobertura florestal com o menor fluxo de gua nos rios e desaparecimento de nascentes, manifestando interesse em aes de recuperao florestal no assentamento. A comparao entre os mapas produzidos pelos agricultores e os elaborados atravs do SIG revelou que as tcnicas so complementares, contribuindo para uma melhor caracterizao ambiental da rea. Embora o SIG tenha gerado dados geogrficos mais precisos, o mapeamento coletivo permitiu a obteno de informaes mais detalhadas sobre os termos locais e a percepo dos participantes sobre as mudanas temporais ocorridas no assentamento.

    Palavras-chave: Mapeamento. Diagnstico participativo. Uso do solo. SIG.

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    DA TRANSFERNCIA DE TECNOLOGIA PARA UMA METODOLOGIA DE EXTENSO AGROECOLGICA DE PESQUISA-AO-PARTICIPATIVA

    Tereza Cristina OLIVEIRA(1)*; Fernando Fleury CURADO (1); Edson Diogo TAVARES (1)

    1 EMBRAPA Tabuleiros Costeiros, Aracaju-SE * [email protected]

    A metodologia tradicionalmente adotada para a transferncia de tecnologia por instituies de pesquisa baseia-se no modelo difusionista, que afirma que os conhecimentos sobre novas tecnologias devem ser transferidos aos agricultores e tcnicos da Assistncia Tcnica e Extenso Rural (ATER). Esses formatos no dialogam com os diferentes saberes e tampouco preveem a participao dos agricultores como sujeitos. Visando superar essa limitao desenvolveu-se uma metodologia em projetos relacionados com o Plano Brasil Sem Misria-PBSM no Territrio do Alto Serto Sergipano e do Agreste de Alagoas que incorpora a dimenso da participao social, sendo aqui denominada por extenso agroecolgica de pesquisa-ao-participativa. Nessa nova metodologia utilizam-se ferramentas e tcnicas participativas embasadas nos princpios da Agroecologia a partir de processos de construo coletiva, com a integrao e dilogo de saberes, reconhecendo os conhecimentos cientficos e populares. O mtodo se baseia numa relao dialgica de ensino-aprendizagem onde todos participam. Famlias agricultoras, extensionistas, tcnicos e pesquisadores assumem, ao mesmo tempo, o papel de educadores e educandos para que, a partir da integrao do conhecimento cientfico e do saber fazer dos agricultores, seja possvel a construo de solues para as realidades locais. Essa metodologia de extenso agroecolgica integra os pilares da pesquisa-ao-participativa que se realiza em uma rea denominada de Unidade de Experimentao Agroecolgica Coletiva UEAC. A metodologia constituda de seis momentos que so: 1) Constituio de Comit Gestor; 2) Diagnstico da Realidade Local; 3) Planejamento Participativo; 4) Construo das Unidades de Experimentao Coletiva-UEACs; 5) Acompanhamento, monitoramento e avaliao das UEACs; 6) Sistematizao da Experincia. Foram implementadas 18 UEACs sendo 06 em Sergipe e 12 em Alagoas. Em cada UEAC foi formado um Grupo de Interesse com aproximadamente 20 famlias agricultoras, envolvendo um total aproximado de 360 famlias beneficiadas pelo PBSM, tcnicos, pesquisadores e extensionistas de ATER pblica e privada e demais parceiros locais. O uso da metodologia possibilitou avanos na incluso scio produtiva das famlias agricultoras e sua maior autonomia, evidenciando aos diversos atores sociais a sua aplicabilidade e efetividade em outras experincias e projetos de ATER que adotem a Agroecologia como matriz terica de atuao com Agricultura Familiar e Camponesa.

    Palavras-chave: Agroecologia. Dilogo de saberes. Construo do conhecimento. Agricultura Familiar e Camponesa.

  • VIII Encontro Nordestino de Etnoecologia e Etnobiologia Aracaju, Sergipe, Brasil 23 a 25 de Setembro de 2015

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    EFEITO INIBITRIO DA PRPOLIS VERMELHA BRASILEIRA SOBRE CARCINOMAS ESPINOCELULARES PERI-ORAIS QUIMICAMENTE INDUZIDOS

    EM MODELO MURINO

    John Lennon Silva CUNHA (1)*; Angela Valria Farias ALVES (1); Danielle Rodrigues RIBEIRO (1), Juliana Cordeiro CARDOSO (2); Ricardo Luiz Cavalcanti de ALBUQUERQUE-

    JNIOR (1)

    1 Laboratrio de Morfologia e Patologia Experimental, Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), Universidade Tiradentes, Aracaju SE, Brasil

    2 Laboratrio de Biomateriais, Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), Universidade Tiradentes, Aracaju - SE, Brasil

    * [email protected]

    Apesar dos efeitos da prpolis verde em tumores malignos serem amplamente explorados, o potencial antitumoral e quimiopreventivo da variedade vermelha deste produto ainda pouco conhecido. O objetivo deste trabalho foi investigar o efeito da administrao oral do extrato hidroalcolico da prpolis vermelha brasileira (EHPV) em carcinomas de clulas escamosas orais (CCEOs) induzidos por DMBA em roedores. Para tanto, a prpolis vermelha foi coletada em apirio localizado no municpio de Brejo Grande no Estado de Sergipe, Brasil (S 1028'25'' e O 3626'12'') e o EHPV obtido e caracterizado por cromatografia lquida de alta eficincia (HPLC). O trabalho foi aprovado pelo Comit de tica em Uso de Animais da Universidade Tiradentes com nmero de protocolo 191208. A carcinognese foi induzida utilizando 9,10-dimetil-1,2-benzantraceno (DMBA) atravs da aplicao tpica no lbio inferior dos 25 camundongos experimentais. O EHPV foi administrado por via oral nas doses de 10, 50 e 100 mg/kg (EHPV10, EHPV50 e EHPV100, respectivamente), enquanto gua destilada e Tween 80 2% foram administrados para os grupos controles negativos (TUM1 e TUM2) em dias alternados a aplicao do DMBA. Os animais foram monitorados diariamente para registro do aparecimento de tumores clnicos. Aps 26 semanas, os animais foram eutanasiados e os tumores removidos para anlise macro e microscpica. Os dados obtidos foram analisados por ANOVA (teste de Tukey) e teste do qui-quadrado, e as

    diferenas entre os grupos foram consideradas significativas quando p0,05). Os resultados sugerem que o EHPV exerce atividade quimiopreventiva sobre a progresso da displasia epitelial para CCEOs induzidos por DMBA em modelo experimental.

    Palavras-chave: Produtos naturais. Carcinognese. DMBA.

  • VIII Encontro Nordestino de Etnoecologia e Etnobiologia Aracaju, Sergipe, Brasil 23 a 25 de Setembro de 2015

    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403 18

    ETNOCONHECIMENTO DAS COMUNIDADES DE ILHA GRANDE DE SANTA ISABEL, APA DO DELTA DO PARNABA, PIAU, BRASIL

    Maria Gracelia Paiva NASCIMENTO (1)*; Francinalda Maria Rodrigues da ROCHA (2)

    1 Consultora da Comisso Ilha Ativa - CIA, rua So Jos, 192. Ilha Grande PI 2 Scia da Comisso Ilha Ativa - CIA. rua So Jos, 192. Ilha Grande PI

    * [email protected]

    Objetivou-se apresentar os saberes Etnobiolgicos das comunidades pertencentes a Ilha Grande de Santa Isabel, Piau, acerca das espcies com usos extrativistas. Entrevistou-se moradores de nove associaes (lderes) pertencentes a rea, perfazendo 86 indivduos. Entrevistas semiestruturadas, turns guiadas e mtodo-participativo foram utilizados para a coleta dos dados. Os entrevistados mencionaram 193 espcies que so utilizadas no extrativismo. Destas, 38 so pertencentes flora e 155 fauna, sendo 43 pertencentes s classes moluscos, crustceos, aves, rpteis, mamferos e 112 a classe dos peixes. Quanto flora, a carnaba, (Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore) se destaca pela importncia socioeconmico, sendo usada principalmente para confeccionar cofos (cesta utilizada no armazenamento do pescado) e os seus frutos so utilizados em na produo de doces e outros itens alimentcios, alm de ser usada na dieta de animais. As sementes so utilizadas na produo de bijuterias. Outras que se destacam por sua importncia na alimentao e

    gerao de renda local so: caju (Anacardium occidentale L.), pu (Mouriri elliptica Mart.), murici (Byrsonima crassiflia (L.) Kunth) e guajiru (Chrysobalanus icaco L.). O mangue-de-boto (Conocarpus erectus L.) utilizada na confeco de apetrochos de pesca. Em se tratando da fauna, 96% das espcies so mencionadas como alimentcia, os outros 4% somam as categorias medicinal, artesanato e ornamental. Dentre os moluscos tem-se o marisco (Anomalocardia brasiliana Gmelin, 1791) que merece destaque como fonte de alimento, no qual mais de 100 catadoras vivem desse recurso. Dentre os crustceos, o

    caranguejo-u (Ucides cordatus Linnaeus, 1763) um prato apreciado pelos turistas, fazendo parte inclusive da identidade da regio. Dos peixes, o camurupim (Megalops atlanticus Valenciennes,1847) se destaca, alm de ser utilizado na alimentao, suas escamas tm utilidade na confeco de bijuterias. A arraia (Dasyatis guttata (Block & Schneider, 1801) citada tambm como medicinal, sendo utilizada (fgado) no tratamento de asma. Os resultados fortalecem a importncia de se conservar a biodiversidade e o conhecimento tradicional local das comunidades, alm de ser ferramenta de preservao dos recursos, como proposto pela comunidade para ser uma outra unidade de Conservao reserva extrativista, embora j esteja inserida dentro da rea de Proteo Ambiental (APA).

    Palavras-chave: Conhecimento tradicional. Flora. Fauna. Sustentabilidade. Extrativismo.

  • VIII Encontro Nordestino de Etnoecologia e Etnobiologia Aracaju, Sergipe, Brasil 23 a 25 de Setembro de 2015

    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403 19

    DIVERSIDADE OCULTA DE PLANTAS MEDICINAIS NAS REGIES NORTE, CENTRO-OESTE, SUL E SUDESTE DO BRASIL

    Andressa Dayanne Celestino da SILVA (1)*; Francisca Barros da SILVA (1); Deyvson Rodrigues CAVALCANTI (2)*

    1 Graduandas do curso de Cincias Biolgicas. Universidade Estadual de Alagoas, Palmeira dos ndios AL. Bolsistas da Fundao de Amparo Pesquisa de Alagoas FAPEAL

    2 Curso de Cincias Biolgicas. Universidade Estadual de Alagoas, Palmeira dos ndios, AL, Brasil * [email protected]

    Investigaes etnobotnicas tm sido utilizadas como uma importante ferramenta para subsidiar a seleo de plantas medicinais, por meio do resgate do conhecimento tradicional associado biodiversidade. A despeito da massiva divulgao e crescente utilizao das plantas medicinais, diversos autores tm apontado ressalvas quanto aos riscos associados ao consumo de plantas medicinais oriundas do comrcio informal. As principais preocupaes dizem respeito identificao taxonmica segura, uma vez que parte dos materiais vegetais encontra-se descaracterizados ou fragmentados. Estudos recentes realizados em mercados pblicos do Nordeste, por Cavalcanti e Albuquerque (2013), evidenciaram a existncia de variadas espcies que compartilham uma mesma denominao verncula. A tal conjunto de espcies os autores denominaram diversidade oculta, a qual, para a regio Nordeste atingira uma proporo de 2.78 espcies para cada etnoespcie. Assim, no presente trabalho procuramos diagnosticar a referida diversidade oculta de plantas medicinais para as regies Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil. Foram selecionados, em revistas indexadas, 133 trabalhos de levantamentos etnobotnicos, nos quais as espcies correspondentes tenham sido identificadas pelos mtodos taxonmicos convencionais. As espcies foram classificadas de acordo com o tipo de correspondncia, em: (1) biunvocas, apresentaram correspondncia com uma etnoespcie; e (2) subdiferenciadas, apresentam mais de uma espcie correspondente a uma etnoespcie. Os dados encontrados revelaram que para as regies Norte, Centro-oeste, Sul e Sudeste h, respectivamente, uma proporo de espcies por etnoespcies de: 1.91; 2.01; 2.12; e 2.26 espcies. Para a regio Norte, 68 etnoespcies apresentaram correspondncia biunvoca e 72 subdiferenciao; para a regio Centro-Oeste, 68 etnoespcies apresentaram correspondncia biunvoca e 108 delas subdiferenciao; para a regio Sul, 35 etnoespcies apresentaram correspondncia biunvoca e 63 subdiferenciao; e para a regio Sudeste, 64 biunvocas e 123 subdiferenciadas. Tais resultados corroboram os resultados de Cavalcanti e Albuquerque (2013) para as demais regies do Brasil, como tambm revelam que a proximidade filogentica e as semelhanas morfolgicas podem favorecer a sobreposio destas espcies. Tais resultados indicam a necessidade de garantir um maior rigor metodolgico em trabalhos de levantamentos etnobotnicos, como tambm suscita o debate sobre eventuais riscos sanitrios relacionados ao consumo popular, e possibilidades diversas para estudos ecolgicos e de biosprospeco.

    Palavras-chave: Biodiversidade. Levantamentos etnobotnicos. Confiabilidade dos dados etnobotanicos.

  • VIII Encontro Nordestino de Etnoecologia e Etnobiologia Aracaju, Sergipe, Brasil 23 a 25 de Setembro de 2015

    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403 20

    ESSA ILHA MINHA - CONHECIMENTO TRADICIONAL EM DEFESA DA CRIAO DE UMA RESERVA EXTRATIVISTA, NA APA DO DELTA DO

    PARNABA, PIAU, BRASIL

    Francinalda Maria Rodrigues da ROCHA (1, 2) *; Liliana Oliveira SOUZA (1); Kesley PAIVA-SILVA; Maria Gracelia Paiva NASCIMENTO (1)

    1 Comisso Ilha Ativa - CIA, Rua So Jos, 192. Ilha Grande PI 2 Universidade Federal do Piau-UFPI. Avenida So Sebastio S/N. Parnaba - PI

    * [email protected]

    Desde de 2005 a comunidade residente nos municpios Ilha Grande - PI e Parnaba - PI, deram passos para proteger a ilha de onde sobrevivem do extrativismo. Solicitaram do Ministrio de Meio Ambiente a criao da Reserva Extrativista. Em apoio aos moradores, a CIA realizou estudos com as comunidades tradicionais. Primeiramente aconteram conversas para entender os saberes existentes dentro da rea proposta. A metodologia utilizada foi construo do mapa da biodiversidade solicitando que os moradores e usurios citassem os produtos e as reas de coleta da fauna e flora utilizado como extrativista. Assim, foi produzida a cartilha da biodiversidade da Ilha pelo conhecimento dos comunitrios com descrio das sete espcies da fauna e 14 da flora. Nos anos de 2013 a 2015 os moradores receberam mais estudos pelo apoio financeiro do Fundo Brasileiro para Biodiversidade - FUNBIO e em parcerias com instituies de pesquisa, executando assessoria a cinco organizaes sociais extrativistas; levantamento do extrativismo do pescado e sua importncia; valorizao do etnoconhecimento local onde aconteceu a sntese entre o conhecimento cientfico e o tradicional; e a caracterizao socioeconmica e ambiental. Nesse sentido, o conhecimento da populao esteve presente em todos os momentos contribuindo para o entendimento da rea e o empoderamento social do espao em que vivem interligando com a cincia. Como produtos dessa etapa, a feira da agricultura familiar se destaca, com venda dos produtos do extrativismo, em que os feirantes explicam a coleta e uso dos produtos do extrativismo para os visitantes; levantamento da ictiofauna, com a descrio de nove artes de pesca e levantamento de 83 espcies, 61 comerciais e 22 no comerciais de peixes do mar e no rio; e 193 espcies da flora. Portanto, observa-se que um desafio possvel de integrar o conhecimento cientfico e tradicional que poder resultar numa conservao ambientalmente mais eficaz e numa melhoria das condies sociais e econmicas que ajudam a manter o ambiente. Mas, a defesa desse espao, para criao da Resex depender da abertura em prol da conservao desses espaos dos rgos ambientais e da demanda incisiva da populao fundamentada nos estudos tcnicos e do etnoconhecimento local.

    Palavras-chave: Resex. Ictiofauna. Biodiversidade. Etnoconhecimento. Flora.

  • VIII Encontro Nordestino de Etnoecologia e Etnobiologia Aracaju, Sergipe, Brasil 23 a 25 de Setembro de 2015

    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403 21

    O SABER DOS EXTRATIVISTAS SOBRE A SOCIOBIODIVERSIDADE NA ILHA GRANDE DE SANTA ISABEL, APA DO DELTA DO PARNABA, PIAU, BRASIL

    Kesley PAIVA-SILVA (1) *; Francinalda Maria Rodrigues da ROCHA (1); Nathalya Couto SILVA (1); Matheus Silva OLIVEIRA (1,2); Francinara Arajo dos SANTOS (1)

    1 Comisso Ilha Ativa - CIA, Rua So Jos, 192. Ilha Grande PI 2 Universidade Federal do Piau-UFPI. Avenida So Sebastio S/N. Parnaba - PI

    * [email protected]

    Em 2007 iniciou-se o pedido de criao de uma Unidade de Conservao nos municpios de Parnaba e Ilha Grande-PI, a Reserva Extrativista Caju, objetivando maior proteo dos recursos naturais, territrio e modo de vida da populao. Estudos realizados comprovam a importncia da regio para seus moradores/usurios. Visando contribuir na participao da populao no processo de conservao dos bens naturais, o projeto Sociobiodiversidade da Ilha realizou a caracterizao socioambiental da rea. Este trabalho apresenta os principais problemas socioambientais enfrentados pelas comunidades. O estudo foi realizado junto 281 famlias com aplicao de roteiro (perguntas abertas e fechadas), no perodo de maio a agosto de 2014. Aos entrevistados, foram apresentadas opes de alguns problemas socioambientais. Estes poderiam escolher uma ou mais dificuldades ou ainda indicar outros. A categoria de maior representatividade, Desemprego, foi citada por 28,46% (n=183) dos informantes. Em seguida, o Lixo, correspondeu a 16,33% (n=105) e Queimadas, 13,53% (n=87) da amostra. A pesquisa mostrou que ainda existem famlias vivendo em condies de misria e fome (7,93%; n=51). O Desmatamento, correspondeu a 28,46% (n=50) e a poluio dos rios/lagoas, dos quais retiram seu sustento, alcanou 5,75% (n=37). Embora em menor expresso, a caa, representou 1,09% (n=7) e o trfico de animais 0,31% (n=2). O avano das dunas correspondeu 4,04% (n=26). Outras dificuldades como: fornecimento irregular de gua e energia, carncia de postos de sade e a distncia de hospitais das comunidades, totalizou 14,62 % (n=94). Na regio no h oferta de emprego e h dificuldade em cidades circunvizinhas devido falta de qualificao, justificando o alto ndice do grupo Desemprego. Sobre o lixo, verificado o descarte de forma irregular em estradas, prximos s lagoas e terrenos baldios; e escassez da coleta de resduos. As queimadas so provocadas pela produo de carvo e na construo de parques elicos, resorts e estradas. Os dados mostram a necessidade de melhorar a qualidade de vida dos residentes/usurios da rea prevista para implantao da Resex Caju, no mbito social e ambiental. Assim, sugere-se a insero destes nos processos de gesto participativa, fortalecimento das organizaes comunitrias e sensibilizao para a preservao dos bens naturais.

    Palavras-chave: Caracterizao socioambiental. Conservao. Resex.

  • VIII Encontro Nordestino de Etnoecologia e Etnobiologia Aracaju, Sergipe, Brasil 23 a 25 de Setembro de 2015

    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403 22

    DESCRIO DOS PRINCIPAIS APARELHOS DE PESCA UTILIZADOS POR PESCADORES ARTESANAIS NO MUNICPIO DE ILHA GRANDE DO PIAU-PI

    Liliana Oliveira SOUZA (1) *; Fabola Helena dos Santos FOGAA (1); Kesley PAIVA-SILVA (1); Vinicius Frana SOUZA (1,2); Waldemar Justo do Nascimento NETO (1,2)

    1 Comisso Ilha Ativa - CIA, Rua So Jos, 192. Ilha Grande PI 2 Universidade Federal do Piau-UFPI. Avenida So Sebastio S/N. Parnaba - PI

    *[email protected]

    A pesca artesanal uma das principais atividades econmicas no litoral do Piau, apresentando uma variedade de recursos pesqueiros explorados. O Projeto Sociobiodiversidade da Ilha levantou informaes sobre a pesca artesanal na regio. Este trabalho tem por objetivo descrever as principais artes de pesca utilizadas por pescadores no municpio de Ilha Grande-PI. Os dados foram obtidos no perodo de dezembro de 2013 a dezembro de 2014, por meio de conversas informais durante o desembarque pesqueiro e acompanhamentos da atividade in loco. Foram observadas que os principais aparelhos so: rede de emalhe, linha de mo, jequi, espinhel e landu. Rede de emalhe: extenso de fio em nylon tranados com uma base de boias e outra de chumbos. As bases que sustentam as panagens so cordas com 5 mm de espessura. A abertura da malha varia de acordo com as espcies a serem capturadas. Linha de mo: linha de nylon com numerao variada e comprimento a partir de 150 metros. No final do apetrecho fixado um anzol e um pedao de chumbo, garantindo a funcionalidade do aparelho. Os anzis possuem numerao que varia de 20 ao 1. Jequi: cesto feito de taquaras flexveis e unidas com trs aberturas, onde um possibilita colocar a rao para atrair os camares e retir-los quando presos na armadilha. As demais localizam-se nas laterais possibilitando a entrada dos espcimes. Grozeira/espinhel: possuem de 1 a 3 km de comprimento. Podem ser denominados espinhel de fundo ou de superfcie. Trata-se de um aparelho composto por um cabo de 5 a 10 mm, chamada linha principal e vrias linhas secundrias presas por um grampo. Em cada linha principal fixado um anzol. O apetrecho pode apresentar acima de 50 anzis. Landu: rede em forma de cone com aro de madeira, sem cabo, utilizado para coletar marisco e camaro. A descrio dos apetrechos permitiu o conhecimento de diversas modalidades de pesca na regio e a identificao das principais espcies exploradas comercialmente. A pesca na rea configura-se como importante atividade para as comunidades, visto que retiram seu sustento da pesca no mar e lagoas, onde esse conhecimento tradicional repassado s geraes.

    Palavras-chave: Artes de pesca. Atividade econmica. Piau.

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    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403 23

    O RESGASTE DE SEMENTES CRIOULAS EM COMUNIDADES TRADICIONAIS DO ESTADO DO MARANHO

    Vivian do Carmo LOCH (1)*; Georgiana Eurides de Carvalho MARQUES (2); Caroline SENA (3); Ariadne Enes ROCHA (4); Emerson Lucas Tomaz da SILVA (2)

    1 Ncleo de Estudos em Agroecologia, So Lus MA 2 Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Maranho, So Lus MA

    3 Associao Agroecolgica Tijup, So Lus - MA 4 Universidade Estadual do Maranho, So Lus MA

    * [email protected]

    O uso abusivo de recursos naturais em conjunto com a massificao da agricultura convencional resultou, ao longo dos anos, em eroso gentica e diminuio de recursos naturais. Nesse sentido, a busca por mtodos de produo mais sustentveis tem sido priorizada a fim de diminuir ou estagnar tais impactos. Assim, surge o resgaste do uso de sementes crioulas, ou seja, sementes adaptadas s condies locais, melhoradas ao longo de geraes pelas comunidades tradicionais, que so fundamentais para a soberania da agricultura familiar. Logo, esta pesquisa buscou identificar e caracterizar variedades de sementes crioulas em comunidades tradicionais do Territrio da Cidadania do Baixo Munim (MA). Foram selecionados 42 grupos familiares, divididos em 17 comunidades tradicionais localizadas nos municpios de Morros, Cachoeira Grande e Rosrio. Atravs de aplicao de questionrios semiestruturados, turns guiadas e coletas nos cultivos levantaram-se as etnovariedades de sementes locais cultivadas, bem como as principais caractersticas morfolgicas e de produo, segundo os prprios agricultores. Ao final, foram identificadas 16 variedades de arroz (Oryza sativa), 41 de mandioca e 7 de macaxeira (Manihot esculenta), 9 de milho (Zea mays), 8 de feijo (Vignia sp), 6 de melancia (Citrullus lanatus), 9 de inhame (Dioscorea sp.), 4 de maxixe (Cucumis anguria L), 4 de quiabo (Abelmoschus esculentus), 4 de abbora (Cucurbita sp.), sendo caracterizadas como as principais culturais alimentcias locais. Observou-se que apesar da facilidade de acesso a sementes melhoradas no mercado, ainda existe um grande banco de sementes crioulas na regio, que possibilita a manuteno da agrobiodiversidade local. Alm disso, o conhecimento tradicional associado a cada variedade (saberes relacionados a desenvolvimento vegetativo, rendimento, caractersticas morfolgicas e fisiolgicas) apresenta-se como uma riqueza cultural de grande valia para o desenvolvimento de futuras pesquisas associadas a este conhecimento. O despertar da importncia do resgate e conservao destes recursos se reflete na soberania e a segurana alimentar do campo, amenizando o processo de eroso gentica, e, consequentemente, trazendo benefcios para o desenvolvimento de uma agricultura pautada na sustentabilidade.

    Palavras-chave: Agrobiodiversidade. Agroecologia. Sementes Crioulas. Soberania alimentar.

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    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403 24

    A IMPORTNCIA DO ESTUDO DO MEIO PARA A PRTICA DE EDUCAO AMBIENTAL EM DUAS ESCOLAS RURAIS NO MUNICIPIO DE PIRAMB/SE

    Natali Oliveira Santos ECKERT (1)*; Lumara Souza Alves BONFIM (2); Ruany Tacielly Santos SANTANA (2) Me. Felipe Alan Souza SANTOS (3), Dr Andressa Sales COELHO (4)

    1 Mestranda em Sade e Ambiente UNIT 2 - Licenciatura em Cincias Biolgicas UNIT

    3 - Doutorando em Desenvolvimento e Meio Ambiente UFS 4 - Laboratrio de Biologia Tropical - Instituto de Tecnologia e Pesquisa, Universidade Tiradentes

    * [email protected]

    A escola necessita possibilitar atividades didtico-pedaggicas que almeje contribuir para aproximar a realidade dos alunos ao seu espao de vivncia. Uma atividade inovadora e o estudo do meio, que permite atravs da interdisciplinaridade uma aproximao com o meio ambiente e efetiva a formao de um olhar crtico e investigador das questes socioambientais. Essa metodologia de ensino unida com a essncia da fenomenologia permite uma aproximao dos contedos que esto nos livros com o espao real vivido e entendido pelo aluno. O presente trabalho objetivou analisar as contribuies do estudo do meio para a prtica de educao ambiental com alunos do 5 ano de duas escolas municipais: Escola Municipal Laudelina Moura Ferreira, povoado Aguilhadas e Escola Municipal Ester Ribeiro Dantas, povoado Lagoa Redonda, ambas localizadas na zona rural do municpio em Pirambu/SE, rea de entorno da Reserva Biolgica de Santa Isabel. O mtodo usado na pesquisa foi a fenomenologia que um caminho da crtica do conhecimento universal das essncias, compreender essa essncia e debruar sobre o conhecimento do indivduo sobre o seu espao vivido, compreender o seu saber subjetivo sobre algo ou alguma coisa. Para interpretar a essncias dos conhecimentos dos alunos a metodologia adaptada na pesquisa partiu de uma aula de campo, onde foi feita uma trilha com trs paradas aleatrias na rea conhecida como Lagoa Redonda dentro da rea da Rebio. Em tais paradas foram discutidos a importncia dos recursos hdricos e seu estado de degradao, a questo do lixo presente no local e a importncia das dunas, da vegetao de restinga, de um stio arqueolgico recentemente encontrado na Rebio e da fauna e flora local. Os discursos revelados pelos alunos foram organizados e categorizados pelos pesquisadores, almejando compreender a essncia subjetiva do conhecimento dos discentes sobre a visita de campo. O resultado encontrado nesta pesquisa efetiva o entendimento de que quando o processo de ensino quebra as barreiras da sala de aula e permite o florescer de um novo dilogo entre indivduo, sociedade, ambiente e mundo, resulta na simetria do exerccio da cidadania. Parcelas expressivas dos alunos trouxeram para o estudo anlises fundamentais sobre distribuio, cadeia alimentar e importncia de espcie para a dinmica ambiental na reserva, outro resultando pertinente foram as interelaes construdas pelos discentes a respeito das aes antrpicas e a degradao ambiental na rea, nota-se a importncia da visita de campo para interligar o contedo estudado e os saberes dos alunos.

    Palavras-chave: Escola. Meio ambiente. Trilha.

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    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403 25

    TECENDO SABERES NO ESPAO DA PESCA ARTESANAL EM NOSSA SENHORA DO SOCORRO/SE

    Eline Almeida SANTOS (1)*; Rosemeri Melo e SOUZA (2)

    1 Programa de Ps Graduao em Geografia, Universidade Federal de Sergipe, So Cristvo SE 2 Departamento de Engenharia Ambiental e Programa de Ps Graduao em Geografia. Universidade Federal

    de Sergipe, So Cristvo - SE * [email protected]

    Discute-se neste estudo o saber emanado na relao dos pescadores artesanais com o ambiente estuarino, enfatizando as tramas tecidas na estruturao da atividade pesqueira e na ligao com o sobrenatural, expressada nos mitos e nas crenas transmitidas de gerao em gerao. O caminho percorrido foi desenhado a partir do mtodo fenomenolgico, o que possibilitou a leitura do espao geogrfico enquanto espao das experincias vividas. Os procedimentos metodolgicos utilizados englobaram levantamento bibliogrfico e pesquisa de campo (observao, registro fotogrfico e aplicao de entrevistas) sublinhando os processos inerentes aos saberes dos indivduos envoltos na pesca. Em Nossa Senhora do Socorro/SE, rea de estudo, os homens e as mulheres da pesca organizam sua vida profissional e social em funo do subir e descer das guas. A jornada de trabalho diria delineada atravs da dinmica do ambiente, do fluxo da mar cheia e seca que determina as estratgias utilizadas e o trajeto a ser percorrido para o trabalho nos pontos de pesca. no convvio com o grupo e/ou acompanhando os pais quando criana ao rio/mangue, vendo como os outros executam as atividades, imitando-os que os indivduos que desenvolvem a atividade pesqueira constroem o etnoconhecimento na comunidade analisada. Logo, o etnoconhecimento apresenta-se como um instrumento de grande relevncia para a compreenso do quadro geral da pesca, das transformaes no ambiente pesqueiro e do convvio das comunidades com a biodiversidade. O estudo do etnoconhecimento dessas comunidades pode ser utilizado como base para a avaliao das potencialidades dos ecossistemas e o estabelecimento de ferramentas que propiciem a manuteno da diversidade local, bem como para a participao democrtica dos pescadores nos planos de gesto institucionais.

    Palavras-chave: Etnoconhecimento. Pescadores artesanais. Ambiente. Cultura.

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    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403 26

    EFEITO ANTITUMORAL DO EXTRATO AQUOSO DA Punica granatum Linn EM MODELO MURINO

    Juliana Campos PINHEIRO*(1) Talita Santos BASTOS (1); Marismar Fernandes do NASCIMENTO (1); Grace Anne Azevedo DRIA (2); Ricardo Luiz Cavalcanti de

    ALBUQUERQUE-JNIOR (1)

    1 Ncleo de Pesquisa e Ps-Graduao em Sade e Ambiente, Universidade Tiradentes, Aracaju-SE. 2 Departamento de Fisiologia, Universidade Federal de Sergipe, Aracaju-SE

    * [email protected]

    Devido aos muitos efeitos colaterais induzidos por agentes quimioterpicos atualmente utilizados no tratamento anticncer, diversas pesquisas envolvendo produtos naturais tem sido realizada buscando terapias alternativas adjuvantes. Tem sido demonstrado que extratos de Punica granatum Linn apresentam atividade antitumoral. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da administrao do extrato aquoso da casca de Punica granatum Linn (EAPG) no crescimento de Sarcoma 180 em modelo murino. Para tanto, o EAPG foi analisado por cromatografia lquida de alta eficincia (HPLC) para identificao de seus compostos qumicos majoritrios. No ensaio biolgico, clulas de S-180 foram implantadas em 60 camundongos distribudos em 05 grupos (n=12, cada), tratados com soluo salina, 5-fluorouracil (5-FU) e EAPG nas doses de 10, 25 e 50 mg/kg. Aps sete dias, os animais foram eutanasiados e os tumores e rgos internos (fgado, rins e bao) foram pesados e analisados em microscpio de luz. Hemogramas e os indicadores bioqumicos da funo renal e heptica tambm foram avaliados. A anlise estatstica dos dados foi realizada utilizando anlise de varincia (ANOVA) e teste de Tukey (p

  • VIII Encontro Nordestino de Etnoecologia e Etnobiologia Aracaju, Sergipe, Brasil 23 a 25 de Setembro de 2015

    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403 27

    JOGOS LDICOS NO AUXLIO PREVENO DAS PARASITOSES INTESTINAIS EM UMA COMUNIDADE INDGENA NO SEMIRIDO BRASILEIRO

    Deyvison Rhuan Vasco dos SANTOS (1)*; Roseanny Morais de SOUZA (1); Thayse Macedo dos SANTOS-LIMA (1); Breno Vieira da SILVA (1); Erika dos Santos NUNES (1)

    1 Universidade do Estado da Bahia * [email protected]

    Inquritos epidemiolgicos conduzidos em comunidades indgenas tm revelado uma alta prevalncia de helmintos e protozorios intestinais, configurando as parasitoses como um grave problema de sade pblica entre estas populaes. O saneamento bsico, o abastecimento de gua inadequado, a ausncia de coleta de lixo, bem como os hbitos de higiene e alimentares, constituem os principais fatores de contaminao. Estes tm favorecido a transmisso e reinfeco das verminoses principalmente em crianas, resultando em diversas consequncias, como a subnutrio, responsvel por uma alta taxa de mortalidade. Entre as diversas formas de combate s parasitoses, a utilizao de jogos ldicos caracteriza-se como uma importante ferramenta de preveno, pois um elemento pedaggico de alto valor educacional, que torna a assimilao dos contedos mais eficiente e estimula a difuso do conhecimento. Visando contribuir para uma melhor qualidade de vida dos sujeitos desta pesquisa, este estudo teve como objetivo elaborar recursos ldicos que mobilizassem os estudantes da Escola Estadual Indgena Santa Rita de Cssia na aldeia Kantarur-Batida a desenvolver cuidados preventivos contra os parasitas intestinais. Este estudo foi aprovado pelo Comit de tica em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade do Estado da Bahia, sob o CAAE 111009812.0.0000.0057. Os jogos foram elaborados com base no ciclo de vida dos principais helmintos e protozorios intestinais, bem como foi analisado os hbitos dos alunos para aproximar o contedo dos jogos realidade local. Como resultado, foram criados trs jogos: Um tabuleiro, quebra-cabeas e um jogo da memria, intitulados respectivamente como: Caminhos da preveno; Qual o ciclo?; e Atentos preveno. Dentre a variedade de jogos, as modalidades supracitadas foram escolhidas por haver uma literatura consolidada corroborando a eficcia destas. Os recursos elaborados possuem informaes sobre a morfologia, formas de transmisso, habitat e patogenia dos parasitas, medidas preventivas, assim como interagem com a realidade da comunidade, por tratar de diferentes formas de contaminao observadas em campo e praticadas pelas crianas, como o hbito de no lavar os alimentos, andar descalo e roer unhas, entre outros descuidos profilticos que foram inclusos e enfatizados nos jogos para estimular o desenvolvimento crucial de aes preventivas entre os estudantes da aldeia Kantarur-Batida.

    Palavras-chave: Comunidade tradicional. Ludicidade. Parasitologia humana.

  • VIII Encontro Nordestino de Etnoecologia e Etnobiologia Aracaju, Sergipe, Brasil 23 a 25 de Setembro de 2015

    Anais SIMTEC - ISSN: 2318-3403 / Proceeding of ISTI ISSN: 2318-3403 28

    A PERCEPO DOS (AS) AGRICULTORES (AS) SOBRE OS INSETOS DA FAMLIA CHRYSOPIDAE EM JATOB PE

    Alan Pedro de ARAJO (1)*; Deyvison Rhuan Vasco dos SANTOS (1); Eliane Maria de Souza NOGUEIRA (1)

    1 Universidade do Estado da Bahia * [email protected]

    Ao longo da histria evolutiva dos seres vivos tem se observado complexas relaes dos seres humanos com os insetos, sobre os aspectos culturais, ecolgicos e biolgicos. O conhecimento sobre a interao, percepo e vivncia com povos, comunidades e populaes tradicionais com esse grupo dar-se por meio da etnoentomologia, que faz parte das etnocincias. Dada a escassez de trabalhos na rea, especialmente com a ordem Neuroptera, este estudo objetivou analisar os saberes de uma comunidade rural de Jatob, semirido pernambucano, sobre a famlia Chrysopidae (ordem Neuroptera). O estudo foi co