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ANAIS TRABALHOS APRESENTADOS EM SESSO DE POSTER NO DIA 26 DE
MAIO TURNO: MANH
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1. A ATUAO DO ENFERMEIRO EM CENTRO OBSTTRICO: UM RELATO DE
EXPERINCIA....................................................................................................................................6
2. A CONSTRUO DE UM INSTRUMENTO DE EDUCAO EM SADE: UM RELATO
DE EXPERINCIA..............................................................................................................................9
3. A FAMLIA CONVIVENDO COM A ESTOMIA: IMPLICAES NA REDE SOCIAL DE
APOIO................................................................................................................................................12
4. A IMPLEMENTAO DA SISTEMATIZAO DA ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM
EM UM HOSPITAL MILITAR.........................................................................................................20
5. A LONGITUDINALIDADE NA PERSPECTIVA DOS USURIOS IDOSOS DO SUL DO
BRASIL..............................................................................................................................................28
6. AES EDUCATIVAS SOBRE GERMES MULTIRRESISTENTES AOS VISITANTES DE
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: RELATO DE EXPERINCIA........................................31
7. AES EM SADE NA ATENO BSICA PARA PREVENO DA GRAVIDEZ NA
ADOLESCENCIA.............................................................................................................................34
8. ACOLHIMENTO COMO UM ELEMENTO VINCULADO HUMANIZAO DA
ATENO PR-NATAL: NA TICA DE GESTANTES..............................................................37
9. ADOLESCENTES USURIOS DE UM AMBULATRIO PEDITRICO DO SUL DO
BRASIL: NOTA PRVIA.................................................................................................................44
10. ANLISE DO NVEL DE ESTRESSE DOS ENFERMEIROS DO HOSPITAL DE CLNICAS
DE PORTO ALEGRE........................................................................................................................47
11. AS METODOLOGIAS ATIVAS COMO CAMINHO PARA A AUTONOMIA DO
ESTUDANTE: REFLEXO TERICA...........................................................................................50
12. ASSDIO MORAL ENTRE ESTUDANTES DE GRADUAO: UMA REVISO
NARRATIVA.....................................................................................................................................59
13. ASSDIO MORAL NAS INSTITUIES DE ENSINO SUPERIOR: UM ESTUDO DE
TENDNCIAS...................................................................................................................................62
14. ASSISTNCIA SADE DE CRIANAS E ADOLESCENTES COM ANEMIA
FALCIFORME...................................................................................................................................65
15. AVALIAO DA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS COM HIV: TENDNCIA DAS
PRODUES DE ENFERMAGEM.................................................................................................75
16. BUSCA ATIVA DE PACIENTES EM MORTE ENCEFLICA: RELATO DE
EXPERINCIA..................................................................................................................................78
17. CAPACIDADE FAMILIAR NO CUIDADO DESENVOLVIDO S CRIANAS EXPOSTAS
AO HIV..............................................................................................................................................81
18. CONSTRUO DO CUIDADO DOMICILIAR E A RESIDNCIA MULTIPROFISSIONAL:
RELATO DE EXPERINCIA...........................................................................................................84
19. CONSTRUINDO COMPETENCIAS INVESTIGATIVAS NO ESTGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO NA ATENO HOSPITALAR: RELATO DE EXPERINCIA.................87
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20. CONTRIBUIES DA RESIDNCIA EM ENFERMAGEM PARA A PRTICA
PROFISSIONAL: UM RELATO DE EXPERINCIA.....................................................................94
21. CONTRIBUTOS MULTIDISCIPLINARES NA VISITA DOMICILIAR...............................101
22. CONTROLE SOCIAL EM AO: EXPERINCIA DE IMPLANTAO DE UM
CONSELHO LOCAL DE SADE..................................................................................................109
23. CRIAO E CONDUO DA LIGA ACADMICA DE ENFERMAGEM DA UFRGS:
RELATO DE EXPERINCIA.........................................................................................................116
24. CUIDADO A PACIENTE COM TORACOTOMIA: RELATO DE EXPERINCIA.............120
25. CUIDADOS DE ENFERMAGEM CRIANA COM FISSURA LABIOPALATINA........123
26. CURSO DE FORMAO DE PROFESSORES COMO ESTRATGIA DE QUALIFICAO
DA EDUCAO PROFISSIONAL: RELATO DE EXPERINCIA............................................126
27. CUSTO HUMANO NO TRABALHO DA ENFERMAGEM EM ESTRATGIA SADE DA
FAMLIA.........................................................................................................................................129
28. DANOS A SADE RELACIONADOS AO TRABALHO EM POLICIAIS MILITARES:
RESULTADOS PRELIMINARES..................................................................................................132
29. DE QUE MORREM ADOLESCENTES E JOVENS EM PORTO ALEGRE/RS?..................139
30. DEPRESSO NA EQUIPE DE ENFERMAGEM REGIME DE TURNOS EM UM
HOSPITAL DO SUL DO PAS.......................................................................................................142
31. DESAFIOS, AVANOS E PERSPECTIVAS DE CUIDADO S FAMLIAS SAUDVEIS
NO SUL DO BRASIL......................................................................................................................144
32. DESCRIO EPIDEMIOLGICA DA FEBRE AMARELA NO BRASIL: ALERTA SOBRE
A EXPANSO DA DOENA........................................................................................................147
33. EDUCAO EM SADE COMO ESTRATGIA DE PREVENO DA HIPERTENSO
ARTERIAL SISTMICA................................................................................................................157
34. ENFERMAGEM E A PRTICA DA EPISIOTOMIA: UMA REVISO NARRATIVA.......160
35. ENSINO E APRENDIZAGEM EM ANATOMIA HUMANA: UMA ANLISE PELO
DISCENTE DE ENFERMAGEM...................................................................................................167
36. EQUIPE DE MATRICIAMENTO PARA O ATENDIMENTO S VTIMAS DE VIOLNCIA
SEXUAL: AVANOS E DESAFIOS.............................................................................................178
37. FAMLIAS RURAIS E PLANTAS BIOATIVAS: ESTIMULANDO O VNCULO E A
PRODUO DO CONHECIMENTO CIENTFICO.....................................................................185
38. FATORES ASSOCIADOS ADESO DA HIGIENIZAO DAS MOS EM AMBIENTE
HOSPITALAR: REVISO INTEGRATIVA DA LITERATURA.................................................188
39. FORMAO DE GRUPO DE PESQUISA SOBRE PREVENO E TRATAMENTO DE
LESES CUTNEAS: RELATO DE EXPERINCIA..................................................................199
40. FRENTISTAS DE POSTOS DE COMBUSTVEIS: PERFIL SOCIODEMOGRFICO DE
TRABALHADORES DE SANTA MARIA-RS..............................................................................202
41. GERENCIAMENTO DE SEGURANA EM ENFERMAGEM: REVISO DE
LITERATURA.................................................................................................................................205
42. GERENCIAMENTO DO CUIDADO DE ENFERMAGEM NO CONTEXTO HOSPITALAR:
RELATO DE EXPERINCIA.........................................................................................................208
43. INFECO EM CATETER VENOSO CENTRAL: REVISO NARRATIVA DE ENSAIOS
CLNICOS DE ENFERMAGEM....................................................................................................211
44. INFECES SEXUALMENTE TRANSMISSVEIS EM ADOLESCENTES NO RS:
MARCADORES DE FEMINIZAO E JUVENIZAO DO FENMENO.............................221
45. INSTRUMENTO DE AVALIAO DA TRANSFERNCIA DO TRATAMENTO
DIRETAMENTE OBSERVADO (ATP-IINFOC-TB): ELABORAO E VALIDAO..........224
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46. INTERDISCIPLINARIDADE NO PROGRAMA SADE NA ESCOLA NO MUNICPIO DE
SANTA MARIA-RS: RELATO DE EXPERNCIA......................................................................233
47. INTERNAO CIRRGICA: ENFOQUE DE UM ESTGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO NA EDUCAO EM SADE....................................................................236
48. INTERNAES POR CONDIES SENSVEIS ATENO PRIMRIA: RELATO DE
EXPERINCIA................................................................................................................................244
49. MEDICAES EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDITRICA: RELATO DE
EXPERINCIA................................................................................................................................247
50. O ACOLHIMENTO AOS FAMILIARES EM UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO
ADULTO: UMA PRTICA DE ENFERMAFEM.........................................................................250
51. O CONSUMO DO LCOOL NA GESTAO: UMA REVISO BIBLIOGRFICA.........258
52. O CUIDADO FAMILIAR AS CRIANAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS DE SADE:
UM ESTUDO DE REVISO..........................................................................................................266
53. O ENFERMEIRO NO ACOMPANHAMENTO AO PR-NATAL: RELATO DE
EXPERINCIA................................................................................................................................273
54. O PAPEL DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE DESCENTRALIZAO DA ATENO
EM SADE AO HIV NO MUNICPIO DE CHAPEC................................................................279
55. OUTROS MODOS DE PENSAR A PESQUISA QUALITATIVA EM ENFERMAGEM:
REFLEXO A PARTIR DA VERTENTE PS-ESTRUTURALISTA.........................................285
56. PAPEL DO ENFERMEIRO NO CUIDADO AO PACIENTE COM NEOPLASIA
COLORRETAL................................................................................................................................293
57. PERCEPO E EXPERINCIA PEDAGGICA DE DOCENTES QUANTO AO
CURRCULO DE ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERINCIA............................................302
58. PERFIL DE IDOSAS EM UMA INSTITUIO DE LONGA PERMANNCIA
FILANTRPICA DA REGIO SUL DO BRASIL........................................................................305
59. PREVALNCIA DE INTERNAES INFANTIS POR DOENAS CRNICAS NO RIO
GRANDE DO SUL..........................................................................................................................308
60. PREVENO E TRATAMENTO DE FLEBITE: UMA REVISO NARRATIVA DE
LITERATURA.................................................................................................................................311
61. PRIMEIRA INFNCIA MELHOR E A ENFERMAGEM: REPERCUSSES PARA O
ATENDIMENTO CRIANA......................................................................................................320
62. PROCESSO DE TRABALHO E O GERENCIAMENTO DO CUIDADO: RELIGANDO
SABERES SOBRE O PAPEL DO ENFERMEIRO........................................................................323
63. PROJETO ACAMPAVIDA: ABORDANDO O ALZHEIMER COM GRUPO DE IDOSOS
POR MEIO DE OFICINAS LDICO PEDAGGICAS................................................................326
64. REAES E PROBLEMAS VIVENCIADOS POR TRABALHADORES DE
ENFERMAGEM VTIMAS DE ASSDIO MORAL NO TRABALHO.......................................334
65. REFLEXES ACERCA DO 359CUIDADO DE ENFERMAGEM S CRIANAS
INTERNADAS EM UTI PEDITRICA.........................................................................................337
66. RELATO DE EXPERINCIA EM UM CENTRO DE REFERNCIA EM SADE DO
TRABALHADOR: ATIVIDADES DE ENFERMAGEM..............................................................340
67. RESILINCIA: REVISO DE INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA PESQUISA E
POPULAES ESTUDADAS........................................................................................................343
68. RESISTNCIA ANTIMICROBIANA RELACIONADA A KLEBSIELLA SP. EM UM
HOSPITAL FILANTRPICO.........................................................................................................350
69. RODA DE CONVERSA SOBRE ESTRESSE NO TRABALHO DA ENFERMAGEM EM
CLNICA CIRRGICA: EXPERINCIA DE UM GRUPO DE APOIO.......................................359
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70. SAFETY ATTITUDES QUESTIONNAIRE AMBULATORY VERSION: REVISO
NARRATIVA...................................................................................................................................362
71. SALA DE AULA INVERTIDA PARA ABORDAR RESOLUO 466/2012: RELATO DE
EXPERINCIA................................................................................................................................365
72. SADE OCULAR DO PROGRAMA SADE NA ESCOLA NO MUNICPIO DE SANTA
MARIA-RS: RELATO DE EXPERNCIA....................................................................................368
73. SEGURANA DO PACIENTE EM UNIDADE CARDIO-INTENSIVA: RELATO DE
EXPERINCIA................................................................................................................................371
74. SEGURANA DO PACIENTE SOB A TICA DOS PROFISSIONAIS DA ATENO
PRIMRIA SADE: NOTA PRVIA........................................................................................374
75. VIVNCIA EM UNIDADE BSICA DE SADE JOS ERASMO CROSSETTI: RELATO
DE EXPERINCIA..........................................................................................................................377
76. VIVNCIAS DE ACADMICOS DE ENFERMAGEM FRENTE ELABORAO DO
PROCESSO DE ENFERMAGEM NO PS-CIRRGICO............................................................380
77. VIVER MAIS, FAZER MAIS, VIVER MELHOR: DISCURSO E BIOPOLTICA NA
CONTEMPORANEIDADE.............................................................................................................383
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1. A ATUAO DO ENFERMEIRO EM CENTRO OBSTTRICO: UM RELATO
DE EXPERINCIA
NURSE ACTING IN THE OBSTETRIC CENTER: EXPERIENCE REPORT
LA ATUACON DEL ENFERMERO EN EL CENTRO OBSTTRICO: UN RELATO DE
EXPERIENCIA
Souza, Lidiane Carvalho de1; Hausen, Camila Freitas
2; Langendorf, Tassiane Ferreira
3; Quadros,
Jacqueline Silveira de4
Introduo: o centro obsttrico caracteriza-se como uma unidade hospitalar complexa, sendo um
servio de porta aberta para a populao, fornecendo assistncia especializada s mulheres em
trabalho de parto, parto, aos recm-nascidos (RN) e purperas, bem como as urgncias e
emergncias obsttricas. Diante disso, o centro obsttrico atua vinculado a outros setores, como a
maternidade e a UTI neonatal, esta ltima em um hospital de alta complexidade.1
Neste contexto,
destaca-se a equipe de enfermagem, a qual atua na promoo da assistncia obsttrica segura e
humanizada, por meio conhecimento clnico, baseado nas evidncias cientficas, buscando
identificar e explorar a singularidade de cada mulher. Neste cenrio faz-se importante pontuar o
respaldo legal, de acordo com a Resoluo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) n
0516/20162, que norteia a atuao do profissional enfermeiro, enfermeiro obstetra e obstetriz, na
rea da gerncia, do ensino e da assistncia durante pr-natal, trabalho de parto, parto e puerprio. A
integralidade da viso do enfermeiro associada ao Processo de Enfermagem, devem auxiliar no
empoderamento e na autonomia das mulheres, respeitando suas capacidades e/ou limitaes
fisiolgicas e psicolgicos, contribuindo para que vivncia do parto e o nascimento seja um
processo natural.1
Objetivo: descrever a vivncia de acadmica do Curso de Graduao em
Enfermagem ao acompanhar a atuao do profissional enfermeiro no Centro Obsttrico.
Metodologia: Trata-se de um relato de experincia de atividade acadmica extracurricular
desenvolvida no Centro Obsttrico do Hospital Universitrio de Santa Maria (HUSM) por uma
acadmica do Curso de Graduao em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). A atividade extracurricular tem como objetivo proporcionar ao estudante a possibilidade
de aprimorar as competncias e habilidades tcnico-cientficas, tico-polticas e socioeducativas ao
se integrar e desenvolver aes pertinentes ao cuidado de enfermagem na unidade de escolha para
realizar a atividade. Esta, foi realizada no perodo de janeiro at fevereiro de 2017, totalizando 120
horas, sob a superviso de uma enfermeira do setor e de uma professora orientadora. A unidade
composta por 13 leitos sendo quatro destes destinados pacientes em recuperao ps-anestsica
aps a realizao de cesariana, seis voltados s pacientes internadas em trabalho de parto ou ps-
parto e os demais s pacientes que permanecem em observao no servio. Conta ainda com uma
sala de acolhimento, dois boxes para avaliao obsttrica, uma sala para realizao de
ultrassonografias obsttricas, duas salas de parto e uma sala de cirurgia. Resultados e discusso:
Por meio desta experincia foi possvel acompanhar atuao do enfermeiro no cuidado direto s
pacientes em trabalho de parto, parto e ps-parto, atividades administrativas, como tambm, na
1 Acadmica de Enfermagem na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Bolsista assistencial no Hospital
Universitrio de Santa Maria (HUSM). E-mail: [email protected] 2 Acadmica de Enfermagem na UFSM.
3 Enfermeira. Doutora. Professora no Departamento de Enfermagem da UFSM. 4 Enfermeira Obsttrica. Doutoranda pelo Programa de Ps-graduao em Enfermagem na UFSM. Professora no
Departamento de Enfermagem na UFSM.
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assistncia multiprofissional e no relacionamento interpessoal com os demais membros da equipe.
A participao da acadmica durante o acolhimento das gestantes, colaborou para o entendimento
acerca da classificao de risco e a necessidade de busca contnua de conhecimento cientfico para
sua execuo, devido assumir particularidades prprias relacionadas ao perodo gravdico.3
A
classificao de risco permite que a mulher receba atendimento conforme sua gravidade clnica, e
no por ordem de chegada, possibilitando assim a identificao de situaes que possam ameaar a
vida da me e do feto, dessa forma, oferecendo um atendimento mais rpido e seguro.3 Ao
acompanhar emergncias obsttricas foi possvel estabelecer a relao terico-prtica acerca de
temas/situaes como pr-eclmpsia, eclampsia e descolamento prematuro de placenta, vivenciando
a prtica do enfermeiro na assistncia s urgncias e emergncias obsttricas. Ainda, foi possvel
acompanhar a realizao de testes realizados no pr-parto, como teste rpido para HIV e Sfilis,
possibilitaram o desenvolvimento de habilidades como orientaes pr e ps-teste, leitura clara e
objetiva dos resultados, reflexo a respeito da relevncia do rastreamento precoce destas patologias
com vistas ao impacto positivo na reduo da morbimortalidade e mortalidade infantil.4 Ao prestar
assistncia no momento do trabalho de parto e parto foi possvel promover aes de humanizao e
auxlio na desmedicalizao do parto por intermdio de tecnologias no-farmacolgicas de alvio da
dor como: incentivo a posio verticalizada do parto, deambulao, massagens corporais e banho de
asperso; estimulo e auxilio na realizao de exerccios com a bola sua e cavalinho (cadeira
com assento invertido, auxilia a gestante na liberao da presso exercida nas regies lombar e
sacral), bem como exerccios respiratrios. So passos importantes para humanizao do parto e
nascimento no servio de sade, novos desafios que demandam de atitudes de todos os profissionais
da sade, em uma perspectiva transformadora da prtica obsttrica.1 Quanto recepo do recm-
nascido foram realizadas as rotinas institucionais, como: administrao de vitamina K intramuscular
afim de prevenir hemorragias; identificao do RN por meio da pulseira contendo o nome da me,
data e hora do nascimento e sexo; aplicao de colrio tobramicina para preveno de oftalmias
neonatais, quando necessrio. Por meio de uma atuao proativa do enfermeiro, foram estimuladas
tambm aes como o contato pele a pele do binmio me-beb e amamentao na primeira hora de
vida, fortalecendo o vnculo entre me e filho, ao importante no apoio ao aleitamento materno e
que, consequentemente, contribui de maneira significativa com o aumento nas taxas de aleitamento
materno no pas.5 Alm de todas as atividades j mencionadas, a vivncia proporcionou o
aperfeioamento no desenvolvimento de procedimentos e tcnicas como puno venosa,
administrao de medicamentos e sondagem vesical de sistema fechado, bem como dos registros de
enfermagem e desenvolvimento da Sistematizao da Assistncia de Enfermagem, ambas aes
importantes no cotidiano assistencial. Concluso: A experincia de acompanhar o enfermeiro em
sua rotina de trabalho no centro obsttrico contribuiu para formao acadmica e profissional.
Dessa forma, possibilitou o entendimento acerca de papel do enfermeiro, suas atribuies e
demandas de servio neste setor, como tambm, o aprimoramento dos conhecimentos tericos e
prticos. Durante este perodo, foi possvel observar as dificuldades para articulao na rede de
ateno sade, especialmente no processo de acompanhamento da mulher durante o pr-natal e
planejamento reprodutivo. Sabe-se que esses acompanhamentos so de extrema importncia para
construo da autonomia da mulher, fornecendo subsdios para seu empoderamento e protagonismo
no processo de parir. Nota-se que a enfermagem est empenhada em envolver as famlias no
cuidado com a parturiente e recm-nascido, proporcionando um ambiente acolhedor, e cuidados de
enfermagem de forma individualizada e humanizada, buscando promover a ressignificao do parto
e nascimento como processos fisiolgicos.
DESCRITORES: Cuidados de Enfermagem; Humanizao da Assistncia; Enfermagem
Obsttrica; Sade Materno-Infantil; Parto Humanizado.
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Eixo temtico: Processos de Cuidado em Sade e Enfermagem.
Referncias:
1. Dias, MAB; Domingues, RMSM. Desafios na implantao de uma poltica de humanizao da
assistncia hospitalar ao parto. Cincias & Sade Coletiva. Rio de Janeiro (RJ); 2005; 10(3): 3669-
706.
2. Conselho Federal de Enfermagem. Resoluo Cofen n 0516/2016. Braslia (DF); 2016.
3. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Aes
Programticas Estratgicas. Coordenao-Geral de Sade das Mulheres. Manual de Acolhimento e
Classificao de Risco em Obstetrcia. Braslia (DF): Ministrio da Sade; 2014.
4. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Programa Nacional de DST e
Aids. Protocolo para a preveno de transmisso vertical de HIV e sfilis: manual de bolso. Braslia
(DF): Ministrio da Sade; 2007.
5. Matos, TA; et al. Contato precoce pele a pele entre me e filho: significado para mes e
contribuies para a enfermagem. Rev. Bras. Enferm. Braslia (DF), 2010; 63(6): 998-1004.
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2 . A CONSTRUO DE UM INSTRUMENTO DE EDUCAO EM SADE: UM
RELATO DE EXPERINCIA
THE CONSTRUCTION OF AN INSTRUMENT OF HEALTH EDUCATION: A REPORT
OF EXPERIENCE
CONSTRUCCIN DE UNA HERRAMIENTA EDUCATIVA EN LA SALUD: LA
INFORME DE EXPERIENCIA
SAMPAIO, Clecia de Oliveira1
Introduo: As Doenas Crnicas No Tramissveis (DCNT) so consideradas um srio problema
de sade pblica1. No Brasil, em 2013, as DCNT foram a causa de aproximadamente 72,6% das
mortes segundo Sistema de Informaes sobre Mortalidade do ano de 2015. Isso configura uma
mudana no cenrio de doenas com a larga presenca de DCNT, e se apresenta como um novo
desafio para os gestores de sade2. A dimenso das DCNT dentre as causas de mortalidade global e
o fato de seus fatores de risco serem comuns aos de outras doenas crnicas orientaram a
formulao de estratgias preventivas pela Organizao Mundial de Sade (OMS) para o
enfrentamento das DCNT, assim com o desenvolvimento e a implantao de estratgias de
controle 3
. As estratgias e aes propostas no Plano de Aes Estratgicas para o Enfrentamento
das Doenas Crnicas No Transmissveis no Brasil, 2011-2022 encontram-se estruturadas em
trs eixos: vigilncia; informao, avaliao e monitoramento; promoo da sade; e cuidado
integral1. Resalta-se que para compreender as concepes de educao em sade necesssrio
buscar entender as concepes de educao, sade e sociedade4, alm disso, possvel acrescentar a
esta resalva a necessidade de se compreender essas concepes a respeito do trabalho em sade e
suas relaes com os usurios do trabalho edducativo. O estgio no Ncleo de Apoio a Famlia
(NASF) possibilitou a reflexo do desafio para os profissionais de sade e o ser que possui a doena
sobre mtodos que auxiliem a compreenso das doenas e a melhor adeso ao tratamento dos
usurios do SUS. Acredita-se que encontrar um mtodo mais simples para facilitar o entendimento
da doena e a troca de conhecimento dos usurios do SUS e o profissional de sade possibilita
estimular as prticas de autocuidado dos sujeitos no processo sade-doena e consequentemente a
promoo da qualidade de vida. Dessa maneira, teve-se como objetivo: relatar a construo e
aplicao de um instrumento de educao em sade para profissionais e usurios da ateno basica
de sade. Metodologia: Trata-se de estudo descritivo do tipo relato de experincia. Realizado por
uma estagiria de nutrio durante o estgio em Sade Coletiva no NASF no municpio de Santo
Antnio de Jesus, interior do estado da Bahia, no perodo de dezembro de 2015 a maro de 2016. O
mtodo escolhido foi o mtodo de linguagem visual e ento foi criado um instrumento de educao
e sade, o Manual Ilustrado para Atendimento. As representaes contidas no manual foram
escolhidas de acordo as doenas mais frequentes observadas durante o estgio. As representaes
foram distribudas unitariamente por pgina, numeradas, impressas em papel oficio tamanho A4 e
depois armazenadas em folhas de plstico e organizadas em um fichrio para evitar danificao.
Todas as representaes escolhidas so imagens coloridas e de fcil visualizao. Todas as imagens
utilizadas na montagem do material ilustrativo esto sob a licena Creativ Commons. Alm disso, o
1 Nutricionista. Mestranda do programa de ps-graduao em enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria.
E-mail: [email protected]
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manual no possui fins lucrativos e, portanto, no pode ser comercializado. O manual contia apenas
imagens para auxliar o profissional de sade no momento das explicaes e orientaes acerca da
doena. O manual ilustrado foi entregue aos profissionais de sade do NAFS para auxiliar nos
atendimentos aos usurios com DCNT. Resultados e Discusso: atravs de dilogos e
atendimentos com os usurios do SUS, durante o estgio em Sade Coletiva no NASF, percebeu-se
que os mesmos possuam o diagnstico da doena, mas no conheciam as aes que as doenas
causam no organismo e notava-se tambm que isso interferia na aceitao de suas condies de
sade, na adaptao ativa a esta condio, e na conscincia para o autocuidado. Os usurios do SUS
tinham diagnsticos de DCNT e relatavam no compreender o porqu da utilizao das medicaes,
horrios, controle de sade por meio de exame sanguneo e fsico, mudanas que ocorria no seu
organismo e no seu bem estar, bem como recomendaes de algumas praticas saudveis como
educao alimentar e prtica de atividades fsicas. A educao em sade necessria e o
entendimento da doena pelo os usurios relevante para o autocuidado. O SUS atualmente
dividido em trs grandes nveis de ateno, uma das divises a Ateno Bsica. Est inserida a
Ateno Bsica os cuidados de acompanhamento de rotina, alm dos cuidados preventivos como a
educao em sade e a filosofia do autocuidado, estes includos nos principais objetivos da
Estratgia de Sade da Famlia1. O autocuidado no pode ser inserido como exclusiva
responsabilidade do indivduo e de sua famlia. O autocuidado faz parte da responsabilidade
profissional e das instituies de Sade, pois dialogar sobre as necessidades de cuidado da pessoa
em relao sua condio crnica importante e funo da ateno primaria4. Dessa forma, isto
pode intervim no cultivo de hbitos e atitudes que promove qualidade de vida de quem convive com
a doena ou mesmo na identificao de fatores de risco que possa intensificar negativamente a
condio de sade. Nesse processo, a compreenso da doena pode ser facilitada atravs de
instrumentos de educao em sade que podem ser desenvolvidos, que seja claro e eficiente para
ambos - profissionais de sade e usurios do sistema nico de sade, assim incentive adeso do
tratamento e as prticas de autocuidado de modo a reconhecer e prevenir complicaes,
colaborando assim para autonomia dos sujeitos no processo sade-doena e por consequncia a
promover da qualidade de vida. Notou-se que o mtodo mais simples para facilitar o entendimento
da doena e a troca de conhecimento pelos usurios do SUS e os profissionais eram atravs de
imagens do corpo e imagens dos procedimentos realizados de acordo com cada doena. Alm disso,
foi possvel perceber por meio das falas dos usurios a satisfao por conseguirem compreender o
que acontece no seu organismo e porque utilizao de um mtodo de tratamento e cuidados de
sade necessria para melhoria da sua condio de sade. Dessa maneira, a estagiria de sade
coletiva atravs do mtodo de linguagem visual criou um instrumento de educao e sade, um
manual, o Manual Ilustrado para Atendimento. O manual possua imagens que descreviam as
principais DCNT encontradas no servio, as imagens eram coloridas, legveis e licenciadas. A
linguagem visual auxiliar a linguagem oral para o entendimento da doena. A linguagem visual
um conhecimento artstico e, principalmente, o pensamento visual, por ter uma natureza bastante
sinttica, ou seja, por consegui sintetizar grande quantidade e variedade de contedo, por meio de
imagens ou smbolos, constituem forma eficaz de aprimorar competncias, principalmente no que
diz respeito compreenso, interpretao e representao das informaes5. O manual ilustrado foi
entregue aos profissionais de sade do NAFS para auxiliar nos atendimentos aos usurios com
DCNT. Assim, o Manual Ilustrado para Atendimento foi resultado de uma reflexo da necessidade
de mtodo mais simples para facilitar o entendimento da doena e ao mesmo tempo auxiliar a troca
de conhecimento no ato do atendimento pelos usurios do SUS e o profissional de sade.
Consideraes Finais: O estagio do NASF permitiu reconhecer que o adoecer um fato que
ocasiona reflexes para a vida do ser humano, e quando a doena de longa durao ou no curvel
necessrio conhecer o tratamento e a doena para lidar com a situao e poder cuidar melhor da
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sade. Alm disso, possibilitou observar a importncia e que o ser protagonista conhea a doena
para conviver autonomamente. Com a observao e o contato com os usurios do SUS foi possvel
pensar em um mtodo mais simples, os instrumentos de educao em sade como o Manual
Ilustrado para Atendimento, que foi desenvolvido para os profissionais e os usurios do SUS com
uma estratgia para melhor compreenso das DCNT. Ressalta-se que seria importante um estudo de
analise e validao do Manual Ilustrado para Atendimento como uma estratgia de enfretamento de
DCNT e futuramente ser disponvel a todos os profissionais de sade que atuem na ateno
primaria. Este manual foi uma atitude para que se estimule criao de estratgias, alm de trazer
uma conquista pessoal de colaborar para o cuidado em sade e por consequncia uma tentativa de
promover da qualidade de vida.
DESCRITORES: Educao em sade; Ateno Primaria, Sade Pblica
Eixo temtico: Formao e Educao em Sade e Enfermagem
Referencias:
1. Ministrio da Sade (BR). Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Anlise de Situao de Sade. Plano de Aes Estratgicas para o Enfrentamento das Doenas Crnicas No
Transmissveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Braslia (DF): Ministrio da Sade; 2011.
2. Ministrio da Sade (BR). Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Vigilncia
de Doenas e Agravos no Transmissveis e Promoo da Sade. Vigitel Brasil 2014: vigilncia de
fatores de risco e proteo para doenas crnicas por inqurito telefnico. Braslia (DF): Ministrio
da Sade; 2015.
3. World Health Organization. Preventing chronic diseases: a vital investment. Geneva: OMS; 2005 [capturado 26 abril 2017]. Disponvel em:
http://www.who.int/chp/chronic_disease_report/full_report.pdf
4. Cardoso M. J. A. Trabalho, Educao e Sade: Reflexes Crticas de Joaquim Alberto Cardoso de Mello. Educao e as Praticas de Sade. In: Escola Politcnica de Sade Joaquim
Venncio (Org.). ESPSJV. Rio de Janeiro. 2007.
5. Braathen P.C. A linguagem visual nas escolas. Metodologia de ensino, Viosa. Brasil, 2012; [capturado 17 abr. 2017]. Disponvel em:
http://www.tecnologiaetreinamento.com.br/educacao/metodologia-de-ensino/a-linguagem-visual-
nas-escolas
http://www.who.int/chp/chronic_disease_report/full_report.pdf -
12
3. A FAMLIA CONVIVENDO COM A ESTOMIA: IMPLICAES NA REDE SOCIAL
DE APOIO
THE FAMILY CONVIVING WITH STOMY: IMPLICATIONS IN THE SOCIAL
SUPPORT NETWORK
LA FAMILIA QUE RESIDAN CON OSTOMA: IMPLICACIONES PARA LA RED DE
APOYO SOCIAL
SIMON, Bruna Sodr1; BUD, Maria de Lourdes Denardin
2; GIRARDON-PERLINI, Nara
Marilene Oliveira3; GOMES, Joseila Sonego
4; GOMES, Tas Falco
5; DALMOLIN, Anglica
6.
Resumo
Introduo: conviver com a estomia permanente acarreta diversas alteraes no estilo de vida da pessoa com estomia e
sua famlia. Objetivo: identificar as implicaes do conviver com a estomia na rede social de apoio da famlia.
Metodologia: pesquisa de campo, qualitativa, exploratria e descritiva. Com coleta de dados entre janeiro e abril de
2013 no domiclio de sete famlias de pessoas com estomia, por entrevista semiestruturada, observao simples
registrada no dirio de campo e Mapa Mnimo das Relaes. Os dados foram trabalhados pela anlise de contedo
temtica. Resultados/discusso: conviver com um estomia permanente traz implicaes que podem ser restritivas do
convvio com a rede social de apoio da famlia advindo do isolamento social e do preconceito, mas tambm ampliadas
com novas redes, valorizao da vida e manuteno das amizades. Consideraes Finais: os enfermeiros podem
formular estratgias de ativao das redes sociais de modo a modificar este cenrio.
Descritores: Estomia; Famlia; Rede social; Enfermagem.
Abstract
Introduction: living with permanent stomies causes several changes in the lifestyle of the person with the stoma and
his family. Objective: to identify the implications of socializing with the stommy in the social support network of the
family. Methodology: field research, qualitative, exploratory and descriptive. With data collection between January and
April 2013 at the home of seven families of people with stomies, by semi-structured interview, simple observation
recorded in the field diary and Minimum Map of Relationships. The data were analyzed by thematic content analysis.
Results/discussion: living with a permanent stommy has implications that can be restrictive of social interaction with
the family's social support, resulting from social isolation and prejudice, but also expanded with new networks, valuing
life and maintaining friendships. Final Considerations: nurses can formulate strategies for activating social networks
in order to modify this scenario.
Descriptors: Ostomia; Family; Social networking; Nursing.
Resumen
Introduccin: vivir con ostoma permanente trae varios cambios en el estilo de vida da persona con ostoma y su
familia. Objetivo: identificar las consecuencias de vivir con el ostoma em la red social apoyo de la familia.
Metodologa: investigacin de campo, cualitativo, exploratorio y descriptivo. Con recopilacin de datos entre enero y
1 Enfermeira. Mestra em Enfermagem, Docente Assistente na Universidade Federal do Pampa, Doutoranda do
Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da UFSM. E-mail: [email protected] 2 Orientadora. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente aposentada do Departamento de Enfermagem/UFSM e
Docente do PPGEnf/UFSM. 3 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem e do PPGEnf/UFSM.
4 Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Docente do Departamento de Cincias da Vida da Universidade Regional do
Noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Doutoranda em Enfermagem PPGEnf/UFSM. 5 Enfermeira. Mestra em Enfermagem, Residente do Programa de Residncia Multiprofissional da UFSM. 6 Enfermeira. Mestranda do PPGENF/UFSM.
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abril de 2013 en el hogar de siete familias de personas con ostoma, con entrevista semiestructurada, simple observacin
registrada en el diario de campo y Mapa de Relaciones Mnimos. Los datos fueron trabajadas por los anlisis de
contenido temtico. Resultados/Discusin: vivir con un ostoma permanente tiene implicaciones que pueden ser
restrictiva interaccin con la red social de apoyo familiar que surge de aislamiento social y los prejuicios, pero tambin
se ampli con nuevas redes, desarrollo de la vida y mantener amistades. Consideraciones finales: las enfermeras
pueden hacer que las estrategias de activacin de las redes sociales con el fin de modificar esta configuracin.
Descriptores: Estoma; Familia; Red social; Enfermera.
Introduo
As pessoas com estomia correspondiam no ano de 2015 a mais de 100 mil cadastros pela
Associao Brasileira de Ostomizados.1 As estomias intestinais ou urinrias do tipo permanente, ou
seja, aquelas em que no haver possibilidade de reverso podem ser caracterizadas como uma
condio crnica de sade, pois demandam necessidades de cuidados contnuos e prolongados.2-3
Neste sentido, conviver com a estomia do tipo permanente, implica diversas alteraes que
modificam o estilo de vida e relaes sociais, com destaque as mudanas nos hbitos alimentares,
na maneira de se vestir, atividades do cotidiano, como laborais, afazeres domsticos, atividades
fsicas e de lazer; relao com o parceiro e as alteraes fisiolgicas.2
Reconhece-se que essas modificaes no afetam apenas a pessoa que tem a estomia, mas
todos que convivem com ela, em especial sua famlia, a qual muitas vezes a principal cuidadora e
fonte de apoio.3 Compreende-se por famlia, a constituio que excede as relaes de
consanguinidade, podendo ser as de adoo, afeto ou matrimnio.4
Assim, percebe-se que diante da condio crnica imposta pela presena da estomia, as
famlias se articulam e buscam caminhos para desempenhar o cuidado a seu familiar.5
No entanto
sua rotina e, consequentemente, as redes sociais de apoio tambm se modificam, devido a
necessidade de prestar esse cuidado.3
Para tanto, compreende-se que as redes sociais de apoio so contempladas por todas as
pessoas com que se mantm um contato/relao podendo alterar-se devido presena do
adoecimento. Destaca-se que as redes sociais tem efeitos diretos na sade das pessoas, tanto
positivo quando a rede mantem laos fortes e confiveis, quanto negativo quando apresenta-se
fragilizada.6
Nesta perspectiva este estudo questiona: Quais as implicaes que conviver com a estomia
gera na rede social de apoio da famlia? Para responder essa questo, objetivou-se identificar as
implicaes do conviver com a estomia na rede social de apoio da famlia.
Metodologia
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Este trabalho parte integrante de uma pesquisa de campo, qualitativa, do tipo exploratria
e descritiva. A coleta de dados deu-se entre janeiro e abril de 2013 por meio da entrevista
semiestruturada, observao simples com registro em dirio de campo e Mapa Mnimo das
Relaes (MMR), no domiclio de sete famlias de um municpio da regio central do Rio Grande
do Sul. As famlias foram acessadas no Servio de Ateno Sade das Pessoas Ostomizadas da
Secretaria de Sade do municpio, e precisavam ter um membro com estomia permanente, maior de
18 anos e que frequentasse o servio. Ao ser atingido os objetivos do estudo, deu-se por encerrado o
nmero de famlias participantes. A composio da famlia participante foi realizada pela pessoa
com estomia, que indicava quem eram os integrantes de sua famlia, podendo escolher quem iria
participar da coleta de dados junto a ele.
As entrevistas e a observao foram submetidas anlise de contedo7 constituda pelas
etapas de pr-anlise; explorao do material; e tratamento e interpretao dos resultados obtidos, e
o Mapa Mnimo das Relaes analisado pelos quadrantes e crculos concntricos.6 Esta pesquisa
teve parecer favorvel do Comit de tica em Pesquisa 11245612.0.0000.5346 e parecer nmero
171.345, respeitou os preceitos ticos e cientficos conforme a Resoluo 196/96, a qual estava
vigente quando a pesquisa foi submetida ao comit para anlise.
A fim de preservar o anonimato das famlias participantes do estudo, utilizou-se o cdigo F
para referenciar famlia, acrescido do nmero de 1 a 7 conforme ordem da entrevista (exemplo F1),
para diferenciar os membros da famlia, foi acrescentado o grau de parentesco ao cdigo da famlia
(exemplo F1 filha) e a pessoa com estomia foi identificada pelas letras PE (exemplo F1 PE).
Resultados e discusso
As sete famlias participantes do estudo revelaram que conviver com uma estomia do tipo
permanente acarreta implicaes para o convvio na rede social de apoio, caracterizando-se tanto
por restries quanto por ampliaes.
Assim, percebe-se que as restries para a manuteno do relacionamento com a rede social
de apoio estavam mais presentes no cotidiano das famlias, sendo explicitado pelo isolamento
social.
[...] a me no sai mais, antes (da confeco da estomia) ela saia para tudo que era lugar. Tem
umas amigas que convidam para sair, mas ela no sai mais. (F1 filha b)
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15
Eu tinha um ritmo bem acelerado de vida, trabalho, bastante atividade esportiva, jogava um
futebolzinho [...] ai, de uma hora para a outra tu se v fora de toda essa situao. (F3 PE)
A vida dele praticamente parou com a bolsa, ele no queria nem sair de casa. Ele caminhava um
pouquinho e ia saindo para fora (prolapso no estoma) e j estourava (bolsa). Ele estava
caminhando e aquilo (bolsa) j estava enchendo. Um horror. (F4 esposa)
Com os depoimentos observa-se que antes da confeco da estomia as pessoas mantinham
vida social e laboral ativa. No entanto, diante da necessidade de conviver com a bolsa coletora elas
precisaram se afastar de algumas redes sociais de apoio devido s complicaes e demandas da
estomia, como tambm pelo fato de no se sentirem confortveis com esse novo modo de viver.
Essas restries nas relaes de trabalho e lazer foram identificadas em outros estudos2,8-9
como alteraes bastante significativas. Diante do medo que a bolsa coletora no seja resistente, as
pessoas com estomia ficam inseguras e passam a restringir seu cotidiano dentro do domiclio,
isolando-se da comunidade.9
As redes sociais de apoio da unidade familiar tambm sofrem implicaes advindas do
conviver com a estomia:
A (esposa) tambm tinha o pessoal dela do vlei, e teve que abrir mo em virtude de ter que ficar
comigo, uma srie de coisas nesse sentido que acaba se limitando, podando um pouco. (F3 PE)
Ento foi uma coisa muito rpida, mexe com a gente, e com ele ento, nem se fala. Porque mudou
muito, radical essa doena, chega e mexe muito com a estrutura, com tudo. (F4 esposa)
A estomia confeccionada cirurgicamente e o perioperatrio pode representar um perodo
de ansiedade, fragilidade e debilidade para os envolvidos. Assim, as pessoas em que a estomia foi
confeccionada necessita de cuidados, que no caso dos participantes deste estudo, os componentes
do ncleo familiar foram as pessoas que prestaram o cuidado no ps-operatrio no domiclio. Com
isso, os familiares necessitaram abdicar de seus afazeres para prestar o cuidado, alm de
(re)organizar a estrutura da famlia como pode ser observado pelos depoimentos.
Ao cuidar de seu ente, a famlia, em especial o familiar cuidador, passa a ter menos tempo
livre para realizar suas atividades e, consequentemente reduz seus vnculos sociais.10
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16
Os participantes relataram que percebiam o preconceito das pessoas quando revelavam o
uso da bolsa coletora.
Tem pessoas muito preconceituosas, difcil, muito preconceito [...] depois que eu falei que eu
tinha a bolsa as pessoas no querem se relacionar. (F1 PE)
[...] a maioria dos meus relacionamentos eu fui neutralizando porque a gente sentia, previa ou
notava diferena nas pessoas [...] exatamente um grande preconceito!. (F2 PE)
No ia em lugar nenhum, isso lgico. Capaz que eu ia sair com aquele saco pendurado. (F4
PE)
Ele no aceitou (a estomia) ele no queria sair de casa, sentia vergonha porque todo mundo ia
olhar para ele por causa da bolsa. (F5 me)
As alteraes na imagem corporal ocasionadas pela estomia podem ser caracterizadas como
uma das principais causas do isolamento social que essas pessoas vivenciam. Ter uma estomia os
torna diferentes do corpo que tinham antes, dificultando a adaptao nova condio de vida e
promovendo a sensao de preconceito.
Esses dados convergem com outras pesquisas2,8,11-12
ao revelarem que muitas pessoas que
tem estomia no verbalizam, ou escondem essa condio crnica com o uso de roupas mais largas,
por medo de serem rejeitados. A postura das pessoas com estomia com as que os cercam
influenciada pela imagem corporal associada ao medo da rejeio. Por isso, utilizam o isolamento
como uma maneira de proteo e reflexo da no aceitao da bolsa coletora.12
Por outro lado, identificou-se que conviver com a estomia trouxe implicaes benficas para
as famlias participantes do estudo, uma vez que possibilitou a ampliao da rede social haja vista
que elas comearam a se relacionar com outras pessoas no grupo de apoio.
Tu vai naquele grupo e v ali que no s s tu que tens aquilo ali. Que tem vrias pessoas. (F1
PE)
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[...] bom! A gente vai l ao grupo, brinca um pouco, diz besteira, se diverte e faz novos
amigos. (F4 PE)
Grupo de estomia uma coisa muito importante, muito carinhoso, muito apoio sabe. Eu s vejo
melhora para as pessoas que frequentam l, o meu filho ficou mais feliz de conviver com as pessoas
iguais a ele. (F5 me)
A condio crnica da estomia possibilitou aos participantes estabelecerem novas redes
sociais de apoio ao participar do Grupo da Associao dos Estomizados do municpio. As famlias
foram unnimes em afirmar os benefcios que o grupo reflete na vida deles, sejam no sentido de
fornecer explicaes sobre o processo de adoecimento e conviver com a estomia, mas tambm, pela
identificao de semelhanas entre os envolvidos. A sensao de pertencimento a um grupo em que
a diferena se torna semelhana o que auxilia as famlias na adaptao a nova condio de viver.
Participar de grupos de apoio auxilia no compartilhamento de experincias, reduz ansiedade,
ameniza o medo de conviver com o desconhecido.8,13
Ainda, oferta apoio para a adaptao cotidiana
e aceitao12
, ajuda no autocuidado e autonomia.11
Alm da satisfao advinda com o grupo de apoio, h depoimentos que a vida at est
melhor agora, pois conseguem valorizar a vida e manter os crculos de amizade.
Tive dificuldade de conviver junto, de visitar, essas coisas [...] ento foi diminuindo, diminuindo.
Mas agora a gente convive bastante com o pessoal da igreja, e os parentes. (F2 PE)
[...] parece que a gente valorizou mais a vida n? Nem tudo est acabado. Mesmo que tu tem um
problema, tu no pode deixar de viver. Eu no deixo de fazer nada, tenho bastante reunio ali na
igreja, no grupo de apoio, me reno com as amigas. (F7 PE)
Agora a gente est voltando ao normal vida, mas um tempo mudou, porque a gente no saia em
parte nenhuma [...] Mas agora no, ele j est bem, vamos a todos os lugares. (F4 esposa)
Eu acho que a melhor fase nossa agora. Ela faz ginstica trs vezes por semana, ns viajamos
com outros casais. Teve as dificuldades do comeo, mas ela assimilou e hoje est bem e
convivemos bem. (F7 esposo)
-
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Os depoimentos revelam que o processo de aceitao e adaptao da famlia estomia
longo, repleto de sofrimento e dificuldades. Porm, mediante essa superao, vivem de maneira
semelhante ao de antes da estomia e a partir da realizam o movimento de retomada das relaes.
Este dado vai ao encontro de outro estudo com pessoas com estomia intestinal definitiva, em que se
percebeu que o processo se desenvolveu de maneira lenta e relacionada com as experincias de cada
pessoa.2
Assim, percebe-se que a rede social de apoio pode gerar sade quando estabelecida por
relaes fortes e confiveis.6 Sua manuteno age positivamente ao proporcionar o sentimento de
esperana para vislumbrar que possvel viver com qualidade de vida.8
As pessoas e consequentemente suas famlias, so unidades complexas e repletas de
singularidades, as quais esto diretamente ligadas ao modo como iro enfrentar e superar a
confeco da estomia como foi percebido com as famlias desta pesquisa.
Nesta perspectiva, quando os membros familiares conseguem perceber e compreender as
alteraes que a estomia gera em sua vida, podem ajudar o familiar a desenvolver o cuidado,
motivar para uma vida saudvel, estimular autonomia11
, proporcionando viver de forma mais
ativa, positiva10
e segura.10,12
Alm disso, possibilitando a adaptao do prprio ncleo familiar.14
Consideraes Finais
Ao identificar que as implicaes do conviver com a estomia na rede social de apoio da
famlia podem ser positivas e negativas, tendo essas ltimas um maior impacto, os enfermeiros
podem formular estratgias de ativao das redes sociais de modo a modificar este cenrio. Sendo
assim, sugere-se promover a participao nos grupos de apoio, fortalecer as potencialidades das
famlias, e ofertar esclarecimentos comunidade referente as alteraes que ocorrem com a pessoa
ps confeco da estomia, no intuito de transpor as barreiras de preconceito que ainda so vigentes
quando relacionadas ao culto do corpo.
Neste sentido, percebe-se que a assistncia s pessoas que convivem com estomia vai alm
do cuidado com a tcnica de manipulao do estoma, observar a pele periestoma, suas complicaes
e o corte adequado da bolsa coletora. necessrio ampliar a assistncia e reconhecer a importncia
que as redes sociais de apoio tm para a vida das famlias e o quanto podem ser promotoras de
sade e potencializadores de bem-estar.
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Eixo temtico: Processos de Cuidado em Sade e Enfermagem
Referncias :
1- Associao Brasileira de Ostomizados. Ostomizados Cadastrados. [mensagem pessoal].
Mensagem recebida por em 18 de out. 2015.
2- Coelho AR, Santos FS, Dal Poggetto MT. A estomia mudando a vida: enfrentar para viver. Rev
Min Enferm. 2013;17(2): 258-67.
3- Simon BS. Tecituras da rede social da famlia no cuidado pessoa com estomia. 108p.
Dissertao (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Santa Maria, Centro de
Cincias da Sade, Programa de Ps Graduao em Enfermagem, RS, 2014.
4- Wright LM, Leahey M. Enfermeiras e famlias: um guia para avaliao e interveno na famlia.
[trad. Slvia Spada]. 4.ed., So Paulo: Roca, 2008. 294 p.
5- Mufato LF, Arajo LFS, Bellato R, Nepomuceno MAS. Mediao nas redes para o cuidado de
pessoa e famlia que vivencia o cncer colorretal. Texto & Contexto Enferm. 2013;22(2):407-15.
6- Sluzki CE. Personal social networks and health: conceptual and clinical implications of their
reciprocal impact. Fam. syst. healt. 2010; 28(1):1-18.
7- Bardin L. Anlise de contedo. So Paulo: Edies 70, 2011.
8- Batista MRFF, Rocha FCV, Silva DMG, Silva Jnior FJG. Autoimagem de clientes com
colostomia em relao bolsa coletora. Rev Bras Enferm. 2011;64(6):1043-7.
9- Carvalho SORM, Bud MLD, Silva MM, Alberti GF, Simon BS. Com um pouco de cuidado a
gente vai em frente: vivncias de pessoas com estomia. Texto & Contexto Enferm.
2015;24(1):279-87.
10- Oliveira GS, Bavaresco M, Filipini CB, Rosado SR, Dzio EMR, Fava SMCL. Vivncias do
cuidador familiar de uma pessoa com estomia intestinal por cncer colorretal. Rev Rene.
2014;15(1):108-15.
11- Mota MS, Gomes GC, Petuco VM, Heck RM, Barros EJL, Gomes VLO. Facilitadores do
processo de transio para o autocuidado da pessoa com estoma: subsdios para Enfermagem. Rev
Esc Enferm USP. 2015;49(1):82-88.
12- Cardoso DBR, Almeida CE, Santana ME, Carvalho DS, Sonobe HM, Sawada NO. Sexualidade
de pessoas com estomias intestinais. Rev Rene. 2015;16(4):576-85.
13- Ward N, Jowsey T, Haora PJ, Aspin C, Yen LE. With good intentions: complexity in
unsolicited informal support for aboriginal and Torres Strait Islander peoples. A qualitative study.
BMC Public Health. 2011;11(kk686):1-9.
14- Ferreira-Umpirrez A, Fort-Fort Z. Experiences of family members of patients with colostomies
and expectations about professional intervention Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2014;22(2):241-7.
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20
4. A IMPLEMENTAO DA SISTEMATIZAO DA ASSISTNCIA DE
ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL MILITAR
THE IMPLEMENTATION OF SYSTEMATIZATION OF NURSING ASSISTANCE IN A
MILITARY HOSPITAL
LA APLICACIN DE LA SISTEMATIZACIN ATENCIN DE ENFERMERA EN UN
HOSPITAL MILITAR
LUZ, Emanuelli Mancio Ferreira da 1; GRECO; Patrcia Bittencourt Toscani
2; DORNELLES,
Ademir Jones Antunes 3; DAL'ONGARO, Juliana
4; MAZUCCO, Marina
5; MUNHOS, Oclaris
Lopes 6; Tnia Solange Bosi de Souza Magnago
7
Resumo
Objetivo: relatar a experincia referente elaborao da Sistematizao da Assistncia de Enfermagem em uma
Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Militar. Metodologia: estudo descritivo, tipo relato de experincia sobre a
elaborao, o pr-teste e a implementao da Sistematizao da Assistncia de Enfermagem de pacientes adultos
admitidos na Unidade de Terapia Intensiva. A atualizao e reviso foram realizadas, por um grupo de enfermeiros,
atravs da metodologia problematizadora. Resultados: a implementao da sistematizao foi efetivada atravs de
formulrios informatizados, que permitiram o registro, de forma objetiva e completa, dos dados relevantes para a
assistncia de enfermagem, contendo: histrico, diagnsticos de enfermagem, prescrio de enfermagem, exame fsico,
evoluo de enfermagem e principais resultados. Concluses: a sistematizao da assistncia de enfermagem permitiu
guiar os enfermeiros que atuam em terapia intensiva, com vistas qualidade da gesto do cuidado de enfermagem
individualizado e centrado nas necessidades dos pacientes.
Descritores: Assistncia de Enfermagem; Processos de Enfermagem; Unidade de Terapia Intensiva.
Abstract
Objective: to report the experience regarding the elaboration of the Systematization of Nursing Care in an Intensive
Care Unit of a Military Hospital. Methodology: descriptive study, type of experience report on the preparation, pre-test
and implementation of Nursing Care Systematization of adult patients admitted to the Intensive Care Unit. The updating
and revision were performed by a group of nurses through the problematizing methodology. Results: The
implementation was carried out through computerized forms, which allowed for the objective and complete recording
of data relevant to nursing care, containing: history, anamnesis / physical examination, nursing diagnoses, potential
complications, prescription, results Expectations and nursing evolution. Conclusions: the systematization of nursing
1 Enfermeira. Doutoranda pelo Programa de Ps-graduao em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria.
Enfermeira do Hospital Geral de Santa Maria. Email: [email protected] 2 Enfermeira. Doutoranda do Programa de Ps-graduao em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria.
Professora da URI/Santiago. 3 Enfermeiro. Mestre em Enfermagem pelo Programa de Ps-graduao em Enfermagem da Universidade Federal de
Santa Maria. Coordenador do Servio de Enfermagem do Hospital Geral de Santa Maria. 4 Acadmica de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciao Cientfica PIBIC. 5 Enfermeira. Mestranda pelo Programa de Ps-graduao em enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria.
6 Enfermeiro. Mestrando pelo Programa de Ps-graduao em enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria.
7Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora do Departamento e Ps Graduao em Enfermagem da Universidade
Federal de Santa Maria.
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21
care allowed to guide the nurses who work in intensive care, with a view to the quality of the management of the
individualized nursing care and focused on the needs of the patients.
Descriptors: Nursing care; Nursing process; Intensive Care Units.
Resumen
Objetivo: Presentar la experiencia en el desarrollo de la sistematizacin de la asistencia de enfermera en una unidad de
cuidados intensivos de un hospital militar. Metodologa: estudio descriptivo tipo de relato de experiencia en la
preparacin, pre-test y la puesta en prctica de la sistematizacin de la asistencia de enfermera de los pacientes adultos
ingresados en la Unidad de Cuidados Intensivos. La actualizacin y revisin fueron hechas por un grupo de enfermeras
a travs de la metodologa de investigacin. Resultados: La aplicacin se llev a cabo de formularios informatizados
que permitieron el registro, de manera objetiva y en su totalidad, los datos relevantes para la atencin de enfermera,
que contienen: la historia, la historia / examen fsico, diagnsticos de enfermera, complicaciones potenciales de
prescripcin, resultados esperada y la evolucin de enfermera. Conclusiones: la sistematizacin de la asistencia de
enfermera permitieron que las enfermeras que trabajan en la gua de cuidados intensivos, con miras a la gestin de
calidad de la atencin de enfermera individualizada y centrada en las necesidades de los pacientes.
Descriptores: Atencin de Enfermera; Procesos de Enfermera; Unidades de Cuidados Intensivos
Introduo
Sabe-se que o alicerce estrutural da Sistematizao da Assistncia de Enfermagem (SAE), o
o Processo de Enfermagem (PE) vem sendo implementado no Brasil desde a dcada de 70. Ele foi
introduzido pela terica e estudiosa Wanda de Aguiar Horta, em 1979, a qual elaborou um modelo
conceitual que pudesse explicitar a essncia/natureza da enfermagem, delimitando seu campo de
ao especfico e a metodologia. Para ela, o PE o resultado da dinmica de aes sistematizadas e
inter-relacionadas com o objetivo de assistir ao indivduo1.
Todavia, foi somente em 2002 que o Conselho Federal de Enfermagem instituiu a Resoluo
no 272/2002, posteriormente revogada pela Resoluo no 358/2009, dispondo sobre a normatizao
da Sistematizao da Assistncia de Enfermagem (SAE) nas instituies de sade deste pas, tanto
pblicas como privadas. A SAE consiste na organizao que objetiva dinamizar o trabalho da
equipe de enfermagem, ao planejar e direcionar o cuidado de maneira individualizada com vistas
uma gesto de enfermagem e assistncia efetiva2.
Diante do exposto, torna-se emergente e necessrio a elaborao de uma sistematizao da
assistncia de enfermagem efetiva que oriente e padronize, dentro do mbito da terapia intensiva, o
atendimento e acompanhamento dos pacientes adultos admitidos, pela equipe de enfermagem, com
vistas melhoria da qualidade da assistncia de enfermagem. A relevncia deste relato se apoia no
pressuposto de que a SAE oportuniza a reflexo, por parte da equipe de enfermagem, sobre suas
aes de cuidado centradas na individualidade do paciente e no meramente rotinizadas. A partir
das reflexes e problematizaes, torna-se possvel a ocorrncia de modificaes na gesto de
enfermagem e no cuidado.
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22
Portanto, este estudo tem o objetivo de relatar a experincia referente elaborao da
Sistematizao da Assistncia de Enfermagem em uma Unidade de Terapia Intensiva de um
Hospital Militar.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experincia sobre a construo e a
implementao de todas as fases da Sistematizao da Assistncia de Enfermagem pelos
Enfermeiros atuantes em uma Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Militar do Estado do
Rio Grande do Sul.
A presente SAE foi elaborada com base na reviso da literatura sobre as etapas e a aplicao
terica-prtica em UTI, no perodo de junho a agosto de 2016. Durante a elaborao, dois
enfermeiros que estariam compondo a equipe da UTI reuniram-se para a elaborao durante dois
meses.
A primeira utilizao da SAE foi manual, sem digitao, na internao do primeiro paciente
admitido na UTI, na data de 12 de setembro de 2016. Aps 20 internaes de pacientes, a SAE
passou por reviso e reformulao. Essa atualizao foi realizada atravs da metodologia
problematizadora, por um grupo de enfermeiros atuantes nesse cenrio.
Desse modo, ela foi disponibilizada aos seis (6) Enfermeiros e treze (13) Tcnicos de
Enfermagem atuantes na UTI, nos diversos turnos, para que fossem sugeridas modificaes com o
intuito de tornar clara a escrita da SAE e a compreenso por parte da equipe. O principal ajuste
sugerido pelo grupo foi a substituio do preenchimento manual para informatizado, devido a
dificuldade de leitura, conforme a escrita de cada um.
A metodologia problematizadora norteou esse processo de construo e reconstruo da
SAE, com observao dos temas geradores de discusses. Esse perodo foi compreendido entre
setembro a outubro de 2016. A reconstruo, nessa fase, foi baseada nos diagnsticos de
enfermagem, segundo taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA)3
e questes referentes s implementaes do cuidado de enfermagem sistematizadas. Salienta-se que
o processo de construo/reconstruo da SAE no possui data prevista para trmino, pois a mesma
est em contnua avaliao do processo.
Resultados/Discusso
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Ao considerarmos a SAE como uma atividade privativa do enfermeiro, que utiliza mtodo e
estratgia de trabalho cientfico para a identificao das situaes de adoecimento, sabe-se que a
mesma fornece subsdios para uma assistncia de enfermagem individualizada e efetiva4. Ao
iniciarmos a apresentao dos resultados e discusses, optamos por apresent-los conforme as
etapas deste modelo assistencial, sendo composta por: Consulta de Enfermagem, histrico, exame
fsico, diagnstico, prescrio e evoluo de enfermagem.
A primeira etapa, denominada como histrico visa conhecer os hbitos individuais e
biopsicossociais, com vistas melhor adaptao do paciente ao setor em que est internado, como a
UTI, bem como a identificao de problemas. Ao reportarmos para o ambiente onde este relato de
experincia foi produzido, essa etapa realizada no momento da admisso do paciente na UTI do
Hospital estudado, sendo coletado os dados diretamente com o paciente, quando o mesmo encontra-
se em condies neurolgicas e, com a famlia, buscando conhecer a histria pregressa de sade e
identificar possveis problemas tanto na sade fsica como psquica do paciente.
A seguir, apresenta-se o roteiro do Histrico de Enfermagem, realizado na UTI de um
Hospital Militar do Rio Grande do Sul.
Nome: Leito: Registro:
Data: Hora: Idade: Mdico assistente:
Estado civil: Gnero: Profisso:
Procedncia (cidade/Hospital): DN:
Contatos telefnicos:
HISTRICO DE ENFERMAGEM:
ATUAL
Motivo da internao:
Diagnstico de entrada na UTI:
Alergias:
( ) DM ( ) HAS ( ) Cardiopatia
( ) Tabagista ( )Etilismo ( ) Sedentarismo
PREGRESSA
Internaes anteriores: ( ) sim ( ) no
Histria de patologias prvias:
Fsicas:
Psquicas:
Orientao aos familiares + folder: ( ) Sim ( ) No
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SINAIS VITAIS NA ADMISSO:
PA = PAM=
FC =
HGT =
T =
FR =
SP02=
EVOLUO DE ADMISSO DO PACIENTE:
MEDICAES EM USO DOMICILIAR:
A etapa subsequente corresponde ao Exame fsico que contm realizao, por parte do
Enfermeiro, das tcnicas preconizadas para este fim, como: inspeo, ausculta, palpao e
percusso. Com isso, torna-se possvel levantar questes sobre o estado de sade atual do paciente,
com anotao das anormalidades verificadas e a contextualizao com o histrico de enfermagem
obtido. Destaca-se que aps o exame fsico dos pacientes admitidos na UTI os dados levantados so
discutidos sob a tica da multidisciplinaridade, composta por enfermagem, medicina, fisioterapia e,
psicologia, quando possvel. Os registros de enfermagem desta etapa so realizados de forma
descritiva e, aps a problematizao entre o grupo de Enfermeiros, foi decidido que o exame fsico
seria agrupado na ltima etapa deste processo, correspondendo a Evoluo de Enfermagem.
Aps, o Enfermeiro ter coletado e analisado as informaes contidas no histrico, tm-se a
elaborao dos Diagnsticos de Enfermagem. Aqui, pretende-se identificar os problemas de
enfermagem, conforme as necessidades bsicas afetadas e o grau de dependncia do indivduo4.
Nesse contexto, no cenrio deste estudo, foram elencados os principais diagnsticos de enfermagem
de pacientes admitidos na UTI, com julgamento clnico sobre as respostas do indviduo, da famlia e
comunidade, aos problemas, processos de vida vigentes ou potenciais. Utilizou-se a Taxonomia II
da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA)3.
Apresenta-se o modelo utilizado para a abordagem dos Diagnsticos de Enfermagem:
DIAGNSTICOS DE ENFERMAGEM (NANDA)
( ) Mobilidade fsica prejudicada
( ) Integridade da pele
prejudicada
( ) Nutrio desequilibrada:
menos do que as necessidades
corporais
( ) Risco de glicemia instvel
( ) Risco de sangramento
( ) Risco de infeco
( ) Constipao
( ) Comunicao verbal
prejudicada
( ) Risco de queda
( ) Padro respiratrio ineficaz
( )_________________________
( ) Risco de choque
( ) Dbito cardaco diminudo
( ) Volume de lquidos excessivo
( ) Risco de desequilbrio
eletroltico
( ) Resposta disfuncional ao
desmame ventilatrio
( )________________________
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25
( )_______________________
J na etapa de Prescrio de Enfermagem, tm-se o conjunto de medidas decididas pelo
Enfermeiro, como resultado das etapas acima citadas. Com a prescrio, pretende-se coordenar a
assistncia de enfermagem direcionada ao paciente, individualizada e contnua5. Os cuidados
prescritos podem ser direcionados tanto preveno de agravos como a recuperao e manuteno
da sade.
PRESCRIO DE ENFERMAGEM APRAZAMENTO
Realizar Banho de Leito M ( ) ASPERSO ( ) HC NO LEITO
Realizar Higiene Oral com _________ 10 15 22 06
( ) Mudana de decbito 2/2 horas
( ) Estimular deambulao precoce ( ) Poltrona
08 10 12 14 16 18 20 22 24 02 04
06
Manter cabeceira elevada ( X ) 30 ( ) 45 M T N
Colcho Pneumtico I: T:
Troca de Eletrodos BANHO M
Aspirao de secrees: ( ) traqueal ( ) nasal ( ) oral HORRIOS:
Realizar Higiene cnula de traqueostomia metlica
Troca do Track- care (Trocar se sujidade ou mau
funcionamento)
Inst. dia:______ Trocar: _______
Algodo laminado ( ) MMSSs ( ) MMIIs (48 horas) -
Desprezar _______________ em bolsa de karaya de 6/6h 10 18 24 06
Restrio hdrica de ________ml/dia ____ml/manh ____ml/tarde _____ml/noite
Curativo fixao SNE ou SNG (1x/dia BANHO) -
Curativo fixao SVSF (1x/dia BANHO) -
Curativo de CVC: ( ) Simples (1x/dia) ( ) Filme
transparente (7 dias)
TROCAR:
Bolsa coletora em ileostomia TROCAR:
Local da leso: Prescrio Aprazamento
Leso 1: Cond:
Leso 2: Cond.:
Evoluo dos Curativos
-
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Na ltima etapa do processo de sistematizao implementado na UTI de um Hospital
Militar, consta a Evoluo de Enfermagem. Encontra-se em conformidade com as etapas acima,
pois todas so indissociveis no processo de enfermagem, aps a avaliao individualizada do
paciente. Desse registro constam os problemas novos identificados, um resumo dos resultados dos
cuidados prescritos e os problemas a serem abordados nas 24 horas subsequentes.
Destaca-se que a identificao de problemas provveis ou reais, pelo Enfermeiro, e o debate
destes em equipe multidisciplinar oportuniza uma maior autonomia para a profisso, com respaldo
atravs do registro, bem como a promoo de uma aproximao entre as diversas reas do
conhecimento.
EXAME FSICO/ ANAMNESE E EVOLUO DE ENFERMAGEM
Glasgow: Rass: ( )-5 ( )-4 ( )-3 ( )-2 ( )-1 ( )0 ( )+1 ( )+2 (
)+3 ( )+4 Estado de conscincia: Pupilas: M:_________ T:_____________
N:_______________
Dieta:
Oxigenao: ( )ON __l/min ( ) MV_l/min
( ) Hudson ( ) Cateter nasal __l/min
( )T'ayre_l/min
Ventilao Mecnica: ( ) No ( ) Sim
Modo ventilatrio:_____________
Presso:________ Volume:_______FiO2:______
PEEP: _______ FR: _____
Presso do balonete do TOT ou TQT 6/6h: M: T: N(24): N(06): Rima labial
do TOT Nmero: ________ Evacuao: M: T: N: Constipao h _____ dias
ESCALA DE BRADEN: ESCALA DE MORSE:
Solues (ml/h):
BALANO HDRICO TOTAL 24H
12H
00H
18H 06H
RESULTADOS DE ENFERMAGEM:
EVOLUO DE ENFERMAGEM:
Todavia, como reflexo de toda e qualquer implementao de um processo, a SAE no
contexto da UTI de um Hospital Militar encontrou obstculos que foram, periodicamente,
transformando-se em novas construes de conhecimento. O principal obstculo diz respeito
adeso ao preenchimento, completo, por parte da equipe de enfermagem, que incluem o Enfermeiro
-
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na etapa de gesto, realizao e acompanhamento do cuidado e os Tcnicos de Enfermagem no que
tange realizao dos procedimentos e cuidados contidos na mesma. A dificuldade encontrada foi
no preenchimento correto dos cuidados de enfermagem, a incorporao de novos cuidados a cada
dia e a checagem, nos horrios que estes foram realizados.
O feedback da equipe de enfermagem apontou itens que foram, periodicamente,
substitudos, como alguns cuidados de sade repetidos em prescries mdicas e, que so, na
verdade, provenientes de procedimentos mdicos e no cuidados de enfermagem. Nesse feedback,
o principal item foi o desconhecimento do funcionamento da SAE, o que poderia ser minimizado se
essa temtica fosse abordado durante a formao acadmica e em nvel tcnico.
Consideraes Finais
Essa experincia oportunizou a construo de saberes na prtica clnica dos Enfermeiros,
bem como uma efetiva sistematizao do cuidado oferecido aos pacientes internados na UTI. A
importncia da abordagem dessa temtica, especificamente a SAE como forma de gesto da
assistncia de enfermagem, se faz imprescindvel na formao acadmica, como meio de promover
mudanas e melhorar a qualidade do cuidado de enfermagem. Espera-se que este relato de
experincia, realizado em um cenrio especfico, possa fornecer subsdios para o incio de novas
construes que visem uma assistncia de enfermagem sistematizada, segura e eficaz.
Eixo temtico: Processo de Trabalho e Gesto em Sade e Enfermagem
Referncias
1. Horta WA. Processo de Enfermagem So Paulo : EPU 1979. 2. BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. RESOLUO COFEN n 358, de 15 de outubro
de 2009. Dispe sobre a Sistematizao da Assistncia de Enfermagem - SAE nas Instituies
de Sade Brasileiras.
3. ________NANDA. NORTH AMERICAN NURSING DIAGNOSIS ASSOCIATION - Diagnsticos de enfermagem da NANDA: definies e classificao, 2012-2014. Porto Alegre
(RS): Ed. Artmed; 2013.
4. Pires AF, Santos BN, Santos PN, Brasil VR, Luna AA. Prevalncia dos diagnsticos de enfermagem segundo nanda em pacientes internados em unidade de terapia intensiva: um relato
de experincia. Rev Rede de Cuiidados em Sade. 2016;10(1): 252-9.
5. Garcia TR, Nbrega MML. Processo de enfermagem: da teoria prtica assistencial e de pesquisa. Esc. Anna Nery. 2009; 13(1):816-8)
6. Botelho J, Veloso GBL, Favero L. Sistematizao da assistncia de enfermagem: o conhecimento da equipe de enfermagem de um centro cirrgico. Rev Enfermagem em Foco.
2013; 4(3,4):198-201.
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5. A LONGITUDINALIDADE NA PERSPECTIVA DOS USURIOS IDOSOS DO SUL DO
BRASIL
THE LONGITUDINALITY IN THE PERSPECTIVE OF ELDER USERS FROM THE
SOUTH OF BRAZIL
LA LONGITUDINALIDAD EN VISTA DE USUARIOS MAYORES DEL SUR DE BRASIL
KESSLER, Marciane1; SANTOS, Amanda Amaral dos
2; BENDER, Janana
Duarte2;WEILLER, Teresinha Heck
3; LIMA, Suzinara Beatriz Soares de
3; THUM,
Elaine4
Introduo: A longitudinalidade, atributo essencial da Ateno Primria Sade (APS), pressupe
uma relao interpessoal de confiana entre usurios e profissionais de sade, para isso
fundamental a disponibilidade da oferta continuada de cuidados e sua utilizao ao longo do
tempo1. Estudo de reviso sobre os benefcios da longitudinalidade demonstrou que, este atributo
possibilita conhecer o indivduo e a famlia, seus hbitos de vida e problemas de sade, favorecendo
o planejamento dos cuidados e uma interveno adequada e resolutiva; alm disso, proporciona um
cuidado integral, reduo de uso de servios de alta complexidade, com diminuio de custos na
sade, permitindo concretizar aes de promoo em sade e de preveno de doenas2.
Considerando o envelhecimento populacional e o aumento do nmero de idosos se espera maior
demanda para os servios de sade, relacionado s demais dificuldades do sistema de sade que
sofre reflexo de um modelo de ateno centrado na cura e cuidado individual, sendo necessrio o
fortalecimento da APS para enfrentamento destes desafios3. Neste sentido, estabelecer um cuidado
longitudinal pode favorecer a efetividade das aes prestadas pela equipe de sade e a possibilidade
de ampliar a resolutividade das necessidades de sade do idoso. Objetivo: Avaliar a
longitudinalidade na APS, na perspectiva dos usurios idosos, em uma regio de sade do sul do
Brasil. Tem-se como hiptese deste estudo a presena de um alto escore na avaliao da
longitudinalidade, uma vez que os usurios idosos tendem procurar a APS com maior frequncia
devido suas demandas em sade, o que pode permitir a construo de vnculo entre profissional e
usurio. Mtodo: Estudo transversal realizado nas Unidades Bsicas de Sade (UBS) dos 21
municpios da regio de sade Verdes Campos do Estado do Rio Grande do Sul (RS), Brasil. A
populao estudada foram os usurios idosos da APS, sendo entrevistados 124 indivduos, homens
e mulheres. Os critrios de incluso foram: ser usurio da unidade e ter idade 60 anos na data da
entrevista e excluram-se usurios em que fosse primeiro acesso junto aos servios de sade alvos
deste estudo e sem condies de sade cognitiva para responder ao instrumento de pesquisa. A
coleta de dados foi realizada no perodo de fevereiro a junho de 2015, por meio do instrumento de
pesquisa Primary Care Assessment Tool (PCATool), verso adulto4,
aplicado em formato de 1 Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem. Programa de Ps-graduao em Enfermagem da Universidade Federal de
Pelotas, RS, Brasil. E-mail: [email protected] 2Enfermeira. Mestranda em Enfermagem. Programa de Ps-graduao em Enfermagem da Universidade Federal de
Pelotas, RS, Brasil. 3Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente Programa de Ps-graduao em Enfermagem da Universidade Federal
de Santa Maria, RS, Brasil. 4Enfermeira. Doutora em Epidemiologia. Docente do Programa de Ps-graduao em Enfermagem da Universidade
Federal de Pelotas, RS, Brasil.
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29
entrevista. Foram coletadas variveis demogrficas, socioeconmicas e a varivel dependente
estudada foi a longitudinalidade (processo de ateno) nos servios de APS. O escore deste atributo
foi definido por meio da mdia aritmtica dos 14 itens constantes no instrumento, sendo as
respostas em escala Likert: com certeza no (valor=um), provavelmente no (valor=dois),
provavelmente sim (valor=trs) e com certeza sim (valor=quatro). Quando a soma de respostas
no sei/no lembro (valor=nove) atingiu 50% ou mais do total de itens para avaliao da
longitudinalidade, o questionrio foi excludo, caso contrrio estas respostas foram consideradas
como provavelmente no4. Aps, o escore da longitudinalidade foi transformada em uma escala
quantitativa contnua de zero a dez, atravs da frmula: (escore obtido - 1)*10/4-1. Os valores
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30
DESCRITORES: Ateno Primria Sade; Continuidade da Assistncia ao Paciente; Idoso;
Gesto em sade; Enfermagem.
Referncias
1 Starfield, B. Ateno primria: equilbrio entre necessidades de sade, servios e tecnologia.
Braslia: UNESCO, Ministrio da Sade; 2002. 726 p.
2 Kessler M, Eberhardt TD, Soares RSA, Signor E, Lima SBS de, Weiller TH. Beneficios de la
longitudinalidad como atributo de la Atencin Primaria a Salud. Evidentia [Internet]. 2016 [cited
2017 Mar 15]; 13(53). Available from: http://www.index-f.com/evidentia/n53/ev10182e.php
3 Arajo LUA, Gama ZAS, Nascimento FLA, Oliveira HFV, Azevedo WM, Almeida Jnior HJV.
Avaliao da qualidade da ateno primria sade sob a perspectiva do idoso. Cinc sade
coletiva [Internet]. 2014 [cited 2017 Jan 10];19(8):3521-32. Available from:
http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n8/1413-8123-csc-19-08-03521.pdf
4 Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno em Sade. Manual do instrumento de avaliao da
ateno primria sade: primary care assessment tool PCATool - Brasil. Braslia: Ministrio da
Sade; 2010. 80p.
5 Oliveira EB, Bozzetti MC, Hauser L, Duncan BB, Harzheim E. Avaliao da qualidade do
cuidado a idosos nos servios da rede pblica de ateno primria sade de Porto Alegre, Brasil.
Rev bras med fam comunidade [Internet]. 2013 [cited 2017 Jan 10];8(29):264-73. Available from:
https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/826/586
http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n8/1413-8123-csc-19-08-03521.pdf -
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6. AES EDUCATIVAS SOBRE GERMES MULTIRRESISTENTES AOS VISITANTES DE UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: RELATO DE EXPERINCIA
EDUCATIONAL ACTIONS ON MULTIRRESISTENT GERMS TO VISITORS OF
INTENSIVE THERAPY UNIT: EXPERIENCE REPORT
ACCIONES EDUCATIVAS SOBRE GERMENES MULTIRRESISTENTES A LOS
VISITANTES DE LA UNIDAD DE TERAPIA INTENSIVA: INFORME DE EXPERIENCIA
NAZARIO, Elisa Gomes1; NICOLETTI, Getlio Simes
2; DIAS, Gisele Loise
3;
CAMPONOGARA, Silviamar4; ILHA, Lidiane de Arruda
5
Introduo: Os servios de sade apresentam diferentes formas de organizao e caractersticas de
acordo com o plano da ateno no qual esto inseridos. Porm, possvel afirmar que existem
preocupaes comuns a todos os servios, como as relacionadas segurana de usurios, pacientes,
familiares ou visitantes. No cenrio hospitalar, especificamente no ambiente de terapia intensiva,
tais preocupaes se acentuam na questo da disseminao de infeces. Em meio a isto est a
ocorrncia frequente de contaminao por germes multirresistentes (GMR). Os GMR podem ser
conceituados como microorganismos resistentes a diferentes classes de antimicrobianos1. Estes
germes so causadores de infeces e tambm de colonizao, dentre eles podem ser citados os
Enterococcus spp. resistente aos glicopeptdeos, Staphylococcus spp. resistente ou com
sensibilidade intermediria a vancomicina, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii,
Enterobactrias resistentes a carbapenmicos (ertapenem, meropenem ou imipenem), e bactrias
com a enzima Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) (inativa todos os antibiticos beta-
lactmicos, incluindo os carbapenmicos)1. Assim, a UTI pode ser considerada como um dos
principais locais de surgimento e permanncia de GMR que acabam acarretando em inmeras e
graves infeces relacionadas assistncia a sade2. Considerando-se a gravidade dessas situaes
pelas limitaes teraputicas e alta mortalidade dos pacientes acometidos, acaba-se por exigir ainda
mais cuidado e ateno nas aes preventivas dessas infeces. Nesse mbito, emerge a discusso
acerca da temtica de biossegurana. Esta pode ser entendida como um conjunto de aes que
visam a preveno, diminuio ou eliminao dos riscos advindos da manipulao de agentes e
materiais biolgicos na prestao de servios. Tais riscos so vistos como possveis
comprometedores, dentre outros, da sade humana3. Fazem parte das normas de biossegurana as
1Enfermeira, Bacharel, Residente no Programa de Residncia Multiprofissional Integrada em Gesto e Ateno
Hospitalar no Sistema Pblico de Sade da Universidade Federal de Santa Maria. ([email protected]) 2Enfermeiro, Bacharel, Estudante no Programa de Ps-graduao do Centro Universitrio Franciscano - Especializao
em Terapia Intensiva: nfase em oncologia e controle de infeco. 3Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Doutoranda no Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da Universidade
Federal de Santa Maria. 4Enfermeira, Doutora em Enfermagem, Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria. 5Enfermeira, Bacharel, Residente no Programa de Residncia Multiprofissional Integrada em Gesto e Ateno
Hospitalar no Sistema Pblico de Sade da Universidade Federal de Santa Maria.
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32
medidas de Precaues-Padro (PP). As PP tm por finalidade a reduo dos riscos de transmisso
de agentes patognicos4. Juntamente as PP, e tambm nos casos de precaues de contato,
encontram-se os Equipamentos de Proteo Individual (EPI). Estes tm a funo de proteger a pele,
as mucosas e roupas do contato com material biolgico. Esses equipamentos e medidas de proteo,
quando usados corretamente, so essenciais como formas de preveno de infeces. Alm disso,
quando os prprios usurios dos servios de sade (pacientes, visitantes, familiares) so orientados,
por meio de aes educativas, sobre a importncia e uso dessas medidas, se torna tangvel uma
assistncia mais segura aos pacientes5. Objetivo: relatar o desenvolvimento de aes educativas
com familiares e visitantes de uma UTI adulta acerca dos GMR em experincia de estgio
acadmico de enfermagem. Metodologia: O presente trabalho trata-se de um relato de experincia.
Aborda o desenvolvimento de aes educativas durante a realizao de estgio curricular de
concluso de curso de graduao em enfermagem. O cenrio de atuao foi uma UTI adulto, com
dez leitos, de um hospital universitrio da regio sul do pas. A equipe total da unidade no perodo
era de 12 enfermeiros e 26 tcnicos de enfermagem. De modo geral, por turno de trabalho, havia
dois enfermeiros e cinco tcnicos de enfermagem. Os horrios de visitas da unidade tinham durao
de 30 minutos de manh, tarde e noite. Em cada turno era previamente estipulado um profissional
de enfermagem da unidade para orientar os visitantes quanto s rotinas de uso de precaues. As
atividades educacionais foram realizadas pela acadmica em conjunto com a equipe da unidade,
especialmente junto ao profissional de enfermagem responsvel pela orientao supracitada. O
perodo da experincia ocorreu de outubro a novembro no ano de 2015. Resultados: Foram
abordados visitantes de pacientes com infeces por GRM j confirmadas naquele momento e
outros que estavam na fase de investigao (coorte). As intervenes foram voltadas aos visitantes
dos pacientes internados na temtica das PP. Os visitantes foram mobilizados durante o perodo de
visita que permanecerem na unidade juntamente com os pacientes. Cada visitante foi abordado
individualmente, levando em considerao seu estado emocional e condies de comunicao no
momento da interveno. Foi abordado apenas um visitante por turno de estgio, de forma a obter
um bom aproveitamento do tempo disponvel, no prejudicando os poucos momentos de interao
entre o visitante e o paciente. Na abordagem do visitante foi exposto o objetivo da ao e como ela
seria realizada. Aps o primeiro contato, era explicada por meio de dilogo a razo dos cuidados
utilizados com o paciente, o que so as PP e a importncia de us-las durante a visita, com nfase
nos casos de pacientes com GMR. Desse modo, alm das orientaes, foi entregue material
informa