Anais do - uvanet.bruvanet.br/simic/docs/anais_simic_2017.pdf · Neste livro estão reunidos os...
Transcript of Anais do - uvanet.bruvanet.br/simic/docs/anais_simic_2017.pdf · Neste livro estão reunidos os...
Anais do
Arbovirose: emergentes e re-emergentes
2ª edição
Sobral, Ceará
2017
Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle, Rafael Pereira e
Josilayne de Fátima Souza Mendes
Organizadores
Anais do
II Simpósio Cearense de Microbiologia
2ª edição
Sobral, Ceará
2017
Reitor: Fabianno Cavalcante de Carvalho
Vice-Reitora: Izabelle Mont`Alverne Napoleão Albuquerque
Centro de Ciências Agrárias e Biológicas Cláudia de Castro Goulart
Coordenação do Curso de Ciências Biologias Marlene Feliciano Figueiredo
Coordenadora Geral do Evento Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle
Comissão Científica Prof.ª Dr.ª Raquel Oliveira dos Santos
Fontenelle
Profª. Dr.ª Lúcia Betânia da Silva
Andrade
Prof.ª Dr.ª Erika Helena Salles de Brito
Prof.ª M.Sc. Carolina Sidrim de Paula
Cavalcante
Prof. Dr. Ricardo de Oliveira Tavares
M.Sc. Francisca Lidiane Linhares de
Aguiar
M.Sc. Izabelly Linhares Ponte Brito
M.Sc. Silvana Silveira de Farias
M.Sc. Antonio Carlos Nogueira
Sobrinho
M.Sc. Patrícia Silva Costa
Mestranda Andréa Maria Neves
Mestranda Maria Gleiciane Soares
Coutinho
Mestranda Ana Jéssyca Alves Morais
Mestrando Francisco Fábio Pereira de
Souza
Mestranda Izabelly Linhares Ponte
Brito
Membros Discentes Anny Sampaio Silva
Ana Marcia Pinto dos Santos
Ana Thaís Lira Soares
Júlio César Sousa Prado
Maria da Conceição Araújo Mesquita
Laressa Cristyne dos Santos Gomes
Layanne Mesquita Lopes
Francisco Fábio Pereira de Souza
Marcilio Matos Ferreira
Marillyze Maria Nogueira Duarte
Rafael Pereira
Samuel Souza Oliveira
Senndya Brendel Sales do Nascimento
Dougliane Gomes de Souza
Edinara Maria de França Aguiar
Luziane Monteiro
Efigênia Cordeiro Barbalho
Josiany Costa de Souza
Francisca Robervânia Soares dos santos
Itatiaia de Souza Sampaio
Marcos Adelino Almeida Filho
Alex Emanuel Soares dos Santos
Leonardo Costa da Silva
Josilayne de Fátima Souza Mendes
Maria Emanuely Rodrigues de Sousa
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 05
RESUMOS EXPANDIDOS 06
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
5
APRESENTAÇÃO
Neste livro estão reunidos os resumos expandidos dos trabalhos aprovados no
II Simpósio Cearense de Microbiologia com o tema intitulado “Arboviroses
emergentes e re-emergentes”, realizado no período de 04 a 05 de Outubro de 2017, na
Universidade Estadual Vale do Acaraú, localizada na cidade de Sobral- Ceará.
A programação foi composta de tal forma que abrangesse as mais diversas
áreas da Microbiologia, como a mesas redondas intituladas Arboviroses emergentes e
reemergentes, a conferência sobre Peptídeos com atividade antimicrobiana, sete
minicursos, além dos trinta e três trabalhos que foram aprovados pela comissão
cientificas do evento e apresentados nas seções orais.
O evento teve como objetivo de garantir o espaço para apresentação e
discussão de pesquisas na área de Microbiologia e em outras áreas afins para que
tenham como foco a melhoria da saúde, meio ambiente e educação.
Diante do exposto, o evento tem o prazer de realizar a publicação de
relevantes pesquisas nesse livro de anais. Vale ressaltar que, o conteúdo dos resumos
aqui publicados é de inteira responsabilidade dos seus autores.
Os organizadores.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
6
ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO ÓLEO DAS FOLHAS DE Moringa oleífera Lam.
CONTRA LEVEDURAS DO GÊNERO Candida spp
Raquel Pessoa de Araújo1; Marillyze Maria Nogueira Duarte
5; Patrícia Silva Costa
5,6;
Andréa Maria Neves1; Laressa Cristyne dos Santos Gomes
2; Selene Maia de Morais
3; Raquel
Oliveira dos Santos Fontenelle4.
1Estudante do Curso do Mestrado Acadêmico em Recursos Naturais –CCT- UECE;
2Estudante do Curso de Ciências Biológicas-UVA;
3Professor (a) Titular da Universidade
Estadual do Ceará (UECE) e Bolsista de Produtividade do CNPQ; 4 Professor (a) do
Curso de Ciências Biológicas- UVA; 5Graduada em Biologia;
6 Mestre em Biologia.
INTRODUÇÃO: A Moringa oleífera Lam. (Moringaceae), conhecida por diversas
designações, sendo uma delas, rábano ou simplesmente por moringa, é nativa da Ásia e da
África. É rica em óleo vegetal e elevado teor nutricional, sendo bastante utilizada nesses
continentes como uma planta medicinal, atribuída à presença de proteínas, vitaminas e vários
compostos fenólicos. Observa-se na prática cultural destas regiões que as folhas da árvore
Moringa oleífera são comestíveis (ADEJUMO et al., 2012; RAGUINDIN, DANS, KING,
2014). NIYOGI (2015) menciona o consumo de Moringa oleífera como alternativa para
dietas veganas, onde se recomenda aproximadamente 25g das partes folhosas da planta.
Estudos biológicos feitos com os extratos de suas várias partes demonstraram que a planta
possui atividade hipotensiva, antimicrobiana, antifertilidade, antiespasmódica, anti-
inflamatória, diurética, anti-diarréica, anti-úlcera e atividade hipolipidêmicas (MENEZES,
2006). Segundo GUABERTO et al. (2014) essa planta apresenta uma elevada capacidade
adaptativa principalmente aos solos típicos do bioma da Caatinga, pois a vegetação é
adaptada para sobreviver com pouca quantidade de água para sua sobrevivência, além disso
apresenta boa tolerância ao estresse salino e auxilia no tratamento da água (sementes), por
esses motivos, projetos fomentados pela PETROBRÁS já inseriram essa espécie como
prioritária para o nordeste do Brasil (MONTEIRO, 2007). OBJETIVO: avaliar a atividade
antifúngica relacionada a cepas do gênero Candida spp. MATERIAIS E MÉTODOS: O
material vegetal (folhas) da M. oleifera foi coletado no município de Fortaleza-Ce, próxima à
UECE Campus do Itaperi e levadas ao Laboratório de Química de Produtos Naturais
(LQPN). A exsicata nº 60.406 foi depositada junto ao Herbário Prisco Bezerra, na
Universidade Federal do Ceará (UFC), autenticada pelo Engenheiro Agrônomo, especialista
em Fitotecnia, Luís Wilson Lima-Verde. O método utilizado para extração foi o de
destilação por arraste com vapor d’água em aparelho tipo Clevenger. As folhas foram
inseridas em água destilada até a temperatura máxima de 100 °C para atingir a fervura. O
óleo essencial foi em seguida seco com sulfato de sódio anidro e mantidos em refrigerador
até a análise. Para o ensaio microbiológico foi utilizada o método da microdiluição em caldo
preconizado pelo CLSI (2008). Foram testadas cinco cepas de Candida spp. (C. albicans
ATCC 90028, C. tropicalis LABIMIC 0109, C. parapsilosis URM 6951) que foram
cultivadas em ágar sabourand a 35ºC por 48. Para preparo do inóculo um fragmento de
Candida foi transferido para tubos de ensaio contendo 9 mL de solução salina.
Posteriormente as suspensões foram diluídas a 1:2000, com meio RPMI 1640, para obtenção
das concentrações finais do inoculo de aproximadamente 5 x 104 UFC/mL. Para
determinação do CIM o ensaio foi realizado em placas de 96 poços, com forma de “U”
(Placa Elisa). Inicialmente foram distribuídas 100 μL de meio RPMI 1640 em todos os poços
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
7
e posteriormente pipetados 100 μL da droga a uma concentração de 64 mg/ml, após isso foi
realizada a técnica de diluição seriada, à partir da retirada de uma alíquota de 100 μL da
cavidade mais concentrada para a cavidade sucessora. Nos orifícios de cada coluna foram
dispensadas alíquotas de 100 μL do inóculo correspondente a cada cepa ensaiada. Como
controle negativo, verificou-se a viabilidade das cepas através da inoculação da suspensão
fúngica em meio RPMI sem a adição de antifúngicos. Foram realizadas leituras para
determinação do CIM com 24h e 48h após o ensaio, onde foi considerada a formação ou não
de aglomerados de células no fundo dos poços da placa. A concentração fungicida mínima
(MFC) foi determinada por subcultura de 100 μL da solução de poços sem turbidez no meio
Ágar Dextrose de Batata, a 28 ° C. Os MFCs foram determinados como a menor
concentração, resultando em nenhum crescimento na subcultura após 48 horas para Candida
spp. (FONTENELLE et al., 2008). RESULTADOS E DISCUSSÃO: A avaliação da
sensibilidade por microdiluição feita com o óleo de M. oleífera mostrou não haver inibição
para as cepas de Candida spp. testadas. CONCLUSÃO: Como demonstrado nos resultados
obtidos, o óleo das folhas de Moringa oleifera não atuou no combate das cepas testadas de
Candida spp. porém não se pode descartar a possibilidade de que com outras cepas fúngicas
o resultado seja mais favorável, já que em publicações anteriores, os ensaios demonstraram
boa ação em relação ao extrato etanólico em cepas de Trichophyton rubrum.
PALAVRAS-CHAVES: Antifúngico, Microdiluição, Moringa
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADEJUMO, O. E., KOLAPO, A. L., FOLARIN, A. O. Moringa oleífera Lam.
(Moringaceae) grown in Nigeria: In vitro antisickling activity on deoxygenated erythrocyte
cells. Journal of Pharmacy & Bioallied Sciences, v. 4, p. 118-122, 2012.
GUABERTO, A. F., FERRARI, G. M., ABREU, K. M. P., PRETO, B. L., FERRARI, J. L.
Características, propriedades e potencialidades da moringa (Moringa oleífera Lam.):
Aspectos agroecológicos. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável.
Pombal-PB. v. 9. n. 5. p. 19-25. 2014
MENEZES, F.R. Abordagem para a síntese da Niazimina, um glicosídeo carbamato isolado
de Moringa oleífera. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná. 93p. 2006.
MONTEIRO, J. M. G. Plantio de oleaginosas por agricultores familiares do semi-árido
nordestino para produção de biodiesel como uma estratégia de mitigação e adaptação às
mudanças climáticas. 2007. 302p. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio de
Janeiro, 2007.
NIYOGI, M. Well planned vegetarian diet with MSM. American Journal of Food and
Nutrition. India, v. 5, n. 2, p. 30-34, 2015.
RAGUINDIN, P. F. N., DANS, L. F. KING, J. F. Moringa oleífera as a Galactagogue.
Breastfeeding Medicine, v. 9, n. 6, 2014.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
8
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E MODULADORA DO
EXTRATO E FRAÇÕES DE Piper mollicomum
Ana Raquel Pereira da Silva1, Celestina Elba Sobral de Souza
1, Jacqueline Cosmo Andrade
1,
Maria Audilene de Freitas2, Henrique Douglas Melo Coutinho
1
1Laboratório de Microbiologia e Biologia Molecular, Universidade Regional do Cariri,
Crato(CE) 2Laboratório de Micologia Médica, Universidade Federal de Pernambuco, Recife
(PE)
INTRODUÇÃO. Nas últimas décadas, a bioprospecção de produtos naturais tem papel
fundamental no monitoramento dos recursos ambientais, devido principalmente, as
atribuições e ao uso sustentável e equivalente dos benefícios naturais, despertando assim o
interesse em estudos com extratos vegetais, estes como agentes antimicrobianos ou
combinados com antibióticos, no qual apresenta um baixo risco de aumento da resistência
microbiana, isso porque são misturas complexas podendo representar uma nova forma de
combate aos microrganismos, fazendo com que haja maiores dificuldades para
adaptabilidade microbiana [1;2]. O gênero Piper é o maior da família Piperaceae, com mais
de 1000 espécies, distribuídas especialmente nas regiões tropicais e subtropicais,
especialmente da Ásia e do Novo Mundo. É um gênero com boa representatividade
comercial e muitas aplicações medicinais [3]. A espécie Piper mollicomum é popularmente
conhecida como "pariparoba", "jaguarandi", "jaborandi" e "jaborandi-manso" [4], e constitui
fonte de pesquisas que avaliam o potencial farmacológico, como antibacteriano [5] e
antifúngico [6]; além de atividade larvicida no controle da transmissão da dengue [7];
utilização da tintura na medicina popular no tratamento de doenças hepáticas e contra
indigestão [8]. OBJETIVOS. Avaliar a atividade antimicrobiana do extrato etanólico
(EEPM) e das frações clorofórmica (FCPM) e acetato de etila (FAEPM) de Piper
mollicomum contra linhagens padrões e multirresistentes, bem como verificar a modulação
da atividade antibiótica pelos extratos e frações. MATERIAIS E MÉTODOS. Folhas de
Piper mollicomum, foram coletadas no horto florestal da Universidade Federal de Areia,
Paraíba, uma exsicata (EAN: 16120) encontra-se depositada no herbário da Universidade. As
folhas foram desidratadas em estufa com temperatura média de 40°C durante 72 horas em
seguida pulverizadas, reduzindo-se a pó (1,50 Kg, 0,86 Kg e 0,72 Kg). Estes foram
submetidos a maceração com etanol. A solução obtida foi concentrada em rotaevaporador,
resultando no extrato etanólico bruto de Piper mollicomum (350 g, xx g e 50g). A solução
hidroalcoólica obtida do extrato foi submetida à partição líquido-líquido, utilizando-se os
solventes clorofórmio (CHCl3) e acetato de etila (AcOEt) separadamente. Após esse
procedimento, os solventes foram evaporados em rotaevaporador, obteve-se as fases:
clorofórmica (76,11 g) e acetato de etila (4,22 g). As cepas fúngicas utilizadas foram
Candida albicans ATCC40006, Candida tropicalis ATCC40042 e Candida krusei
ATCC2538. As cepas bacterianas padrões Staphylococcus aureus ATCC25923, Escherichia
coli ATCC10536, Pseudomonas aeruginosa ATCC15442 e Klebsiella pneumonea
ATCC4362 e linhagens muliressistentes de S.aureus 358, E. coli 27, P.aeruginosa 03.
Antimicrobianos utilizados, Gentamicina, Amicacina, Neomicina, Nistatina, Anfotericina b,
Mebendazol, Benzoilmetronidazol (Sigma Chemical Co.St. Louis, EUA). A concentração
inibitória mínima (CIM) foi determinada em um ensaio de microdiluição em caldo, em
placas de 96 cavidades. Em cada poço foi adicionado 100µL da solução de cada extrato, no
qual as concentrações finais variaram de 512 a 8 μg/ml (diluições seriadas 1:2). A CIM foi
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
9
definida como as menores concentrações capazes de inibir o crescimento microbiano.
Avaliação dos extratos como agentes moduladores da resistência aos antimicrobianos, a CIM
foi definido na presença ou ausência de EEPM, FCPM e FAEPM em concentrações sub-
inibitórias (8µg/mL) e as placas foram incubadas por 24 h a 37 ° C [9]. O ensaio foi
realizado em duplicata e os resultados foram expressos como média das repetições.
RESULTADOS E DISCUSSÃO. Vários estudos são direcionados para descobrimento de
novos compostos derivados dos extratos vegetais e outros produtos naturais, tendo em vista
as propriedades biológicas para serem aplicadas na produção farmacêutica, como também
bens etnomedicinais para um melhor tratamento de infecções [10]. O extrato etanólico e as
frações clorofórmica e acetato de etila obtiveram o mesmo resultado de ≥1024µg/mL para as
atividades antibacterianas e antifúngicas. Na atividade moduladora com as bactérias,
observou-se resultados significativos com três antibióticos. Na modulação com a Escherichia
coli obteve-se um bom resultado para a Amicacina com a FAEPM (78,12µg/mL), para a
Canamicina com o extrato etanólico (312,5µg/mL) e a fração clorofórmica (312,5µg/mL) e
para a Neomicina com o EEPM (39,06µg/mL) e FAEPM (156,25µg/mL). Com a
Staphylococcus aureus foi verificado uma modulação sinérgica com a Amicacina para a
Fração clorofórmica (78,12 µg/mL) e acetato de etila (78,12 µg/mL) e para a Neomicina com
a fração clorofórmica (156,25 µg/mL). Já para a Pseudomonas aeruginosa não foi obtido
nenhum resultado relevante. Na atividade moduladora com os antifúngicos, frente a
linhagens de Candidas não foi observado resultados significativos. Este resultado pode ser
devido à presença de metabólitos secundários, que tem se destacado por apresentar
compostos com reconhecida atividade antibacteriana como os flavonoides e as chalconas
encontradas na espécie Piper mollicomum [11; 12]. CONCLUSÃO. Dessa forma, os dados
obtidos nesse trabalho são promissores e poderão incentivar futuras pesquisas sobre os
aspectos toxicológicos e farmacológicos de produtos naturais proveniente de Piper
mollicomum, podendo ainda resultar na sua possível utilização terapêutica no combate à
resistência bacteriana e fúngica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] COUTINHO, H. D. M.; FALCÃO-SILVA, V. S.; GONÇALVES, G. F. Pulmonary
bacterial pathogens in cystic fibrosis patients and antibiotic therapy: a tool for the health
workers. International Archives of Medicine, Londres, v. 1, n. 1, p. 1-7, 2008.
[2] DAFERERA, D. J.; ZIOGAS, B. N.; POLISSIOU, M. G. The effectiveness of plant
essential oils on the growth of Botrytis cinerea, Fusarium sp. and Clavibacte michiganenesis
subsp. michiganenesis. Crop Protection, v. 22, n. 1, p. 39-4, 2003.
[3] NUNES, J. D., et al. Citogenética de Piper hispidinervum e Piper aduncum. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, v. 42, n.7, p. 1049-1052, 2007.
[4] MAGEVSKI, G. C. Propagação vegetativa de espécies do gênero Piper e suas
potencialidades. 2012. Dissertação de Mestrado.( Programa de Pós-Graduação em
Agricultura Tropical). Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus, ES.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
10
[5] DA SILVA ALVES, H., et al. Actividad antimicrobiana de productos obtenidos a
partir de especies de Piper (Piperaceae). Revista Cubana de Plantas Medicinales, v. 21, n.
2, p. 168-180, 2016.
[6] LAGO, J. H., et al. Química Nova, v.30, n.5, p. 1222-1224, 2007.
[7] GONCHE, D. D. F.; SIMÕES, M.; MOREIRA, D. L. Produtos Naturais para o
Controle daTransmissão da Dengue. Atividade Larvicida de Piper mollicomum Kunth. In:
IV RIOPHARMA, Rio de Janeiro, 2005.
[8] DUARTE, M. C. T., et al. Activity of essential oils from Brazilian medicinal plants on
Escherichia coli. Journal of ethnopharmacology, v. 111, n. 2, p. 197-201, 2007.
[9] NCCLS (2003): Methods for Dilution Antimicrobial Susceptibility Tests for
Bacteria That Grow Aerobically;Approved Standard—Sixth Edition. NCCLS document
M7-A6. National Committee for Clinical Laboratory Standards, Wayne, PA,USA, pp.14-18.
[10] MENDES, L. P. M., et al. Atividade antimicrobiana de extratos etanólicos de
Peperomia pellucida e Portulaca pilosa. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e
Aplicada, v. 32, n. 1, p. 121-125, 2011.
[11] WANKE, S., et al.Evolution of Piperales-matk gene and trnk intron sequence data
reveal lineage specific resolution contrast.Molecular Phylogenetics and Evolution,v.42,
p.477-497, 2007.
[12] SANTOS, F. P., et al. FLAVONOIDS FROM Piper glandulosissimum Yuncker
(Piperaceae). Química Nova, v. 38, n. 2, p. 172-177, 2015.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
11
CHIKUNGUNYA: FATORES SUPOSTAMENTE ENVOLVIDOS NA FASE
CRÔNICA DA DOENÇA Mariella Sousa Coelho Maciel¹, Dackson Douglas Araújo¹, Dacylla Sampaio Costa¹, Jordan
Matheus Cunha Lima Viana², Anannandy Cunha², Felipe Daniel Cardoso³
1Graduandos em Biomedicina pela Universidade de Federal do Piauí – UFPI. ²Graduandos
em Medicina pela Universidade Federal do Piauí – UFPI. ³Biomédico Graduado pela
Universidade Federal do Piauí – UFPI e Mestrando no Programa de Pós Graduação em
Microbiologia e Imunologia da Universidade Federal de São Paulo- UNIFESP
INTRODUÇÃO: Chikungunya é uma doença viral de acometimento mundial causada pelo
Chikungunya vírus (CHIKV), um RNA de fita simples pertencente à família Togaviridae do
gênero Alphavirus. É transmitida por mosquitos, principalmente o Aedes aegypti, e seus
sintomas clínicos são semelhantes aos encontrados na dengue, porém a grande diferença
entre elas está no acometimento das articulações. Assim como outras arboviroses, a
Chikungunya tem sido motivo de grande preocupação em saúde pública, principalmente após
grandes epidemias com elevado número de óbitos e a persistência de sintomas articulares por
meses após a fase aguda da doença. A Chikungunya se caracteriza por quadros de febre
associados à dor articular intensa e debilitante (principalmente nos punhos, tornozelos e
cotovelos), cefaleia e mialgia. Além da fase aguda, que pode durar até dez dias, a doença
pode seguir curso crônico em alguns indivíduos, sendo este, caracterizado por poliartralgia
com duração de meses a anos. A fisiopatologia e a gravidade da infecção por CHIKV ainda
são mal compreendidos, mas sabe-se que os fatores do hospedeiro desempenham papel
importante na susceptibilidade e gravidade de doenças, podendo diversos mecanismos
naturais, como polimorfismos genéticos e resposta de células de defesa imunológica, estarem
envolvidos na fase crônica da doença por CHIKV. OBJETIVOS: Levantar na bibliografia
estudos realizados a cerca da infecção por Chikungunya vírus, além de estudar
polimorfismos genéticos possivelmente envolvidos na fase crônica da doença e a relação de
citocinas e quimiocinas com a persistência de sintomas articulares, assim como demais
fatores do hospedeiro. MATERIAL E MÉTODOS: Os dados foram obtidos a partir de uma
revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos publicados entre 2012 e 2017, retirados a
partir do banco de dados do Scielo – Scientific Eletronic Library Online e Pubmed a partir da
busca por palavras chave: Chikungunya, Chikungunya e polimorfismos genéticos,
arboviroses, citocinas. Os critérios de inclusão aplicados foram: os anos de publicações,
artigo ou dissertação disponível na íntegra, idioma em português e inglês e a relação com a
temática do estudo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: As manifestações reumáticas e
musculoesqueléticas pós-fase aguda da Chikungunya, incluem desde persistência da dor, até
artrite reumatoide, que se desenvolve em aproximadamente 5% dos pacientes. A prevalência
da fase crônica têm se mostrado muito variável entre indivíduos, podendo atingir mais da
metade dos pacientes que tiveram a fase aguda sintomática de Chikungunya. Estudos têm
sido realizados com o propósito de identificar mecanismos possivelmente envolvidos na
persistência da dor musculoesquelética em pacientes infectados pelo vírus, e segundo
pesquisas, a forte resposta imunológica à infecção parece ser um importante indicador da
persistência dos sintomas articulares, fator este correlacionado à forte resposta IgG-
específica ao CHIKV no período de recuperação e na fase crônica. Além disso, variações
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
12
genéticas estão envolvidas assim como em outras patologias, na susceptibilidade do
hospedeiro à doença por CHIKV, genes implicados tanto na resposta imunológica quanto no
desenvolvimento de artrite reumatoide tem sido analisado com o intuito de se identificar
mutações genéticas que culmine na persistência dos sintomas. Artigos publicados
recentemente tem identificado o polimorfismo de DC-SIGN 209 como de maior frequência
significativa numa dada população de pacientes sintomáticos para CHIKV estudados, este
gene está envolvido no início da resposta imune primária e se constitui num receptor
presente nos macrófagos e células dendríticas, pesquisas realizadas já comprovaram sua
atuação como um receptor de ligação para o vírus da dengue. Além destes, outros fatores tem
sido citado como de risco para a cronificação da doença, os principais deles são, idade acima
de 45 anos, desordem articular preexistente e maior intensidade das lesões articulares na fase
aguda, além de um possível envolvimento do antígeno leucocitário humano (HLA) e outros
genes na susceptibilidade e curso crônico da Chikungunya. CONCLUSÃO: Embora a
Chikungunya não seja uma doença de alta letalidade, possui elevada taxa de morbidade
associada à artralgia persistente, esta pode levar à incapacidade e, consequentemente,
redução da produtividade e da qualidade de vida. A procura por serviços de assistência à
saúde está se tornando cada vez maior, devido principalmente a persistência dos sintomas
articulares e a falta de medicamentos efetivos no combate ao vírus. O envolvimento de
polimorfismos genéticos e outros fatores do hospedeiro estão sendo amplamente analisados
por diversos pesquisadores e correlacionados com o processo de infecção do vírus, com o
objetivo melhor compreender a fisiopatologia e a gravidade da infecção do Chikungunya
vírus.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Chaaithanya, I. K., Muruganandam, N., Surya, P., Anwesh, M., Alagarasu, K., &
Vijayachari, P. (2015). Association of Oligoadenylate Synthetase Gene Cluster and DC-
SIGN (CD209) Gene Polymorphisms with Clinical Symptoms in Chikungunya Virus
Infection. DNA and Cell Biology, 35(1), 44–50.
Cardoso, D., & Câmara, P. (2015). Chikungunya : uma arbovirose em estabelecimento e
expansão no Brasil Chikungunya : an arbovirus infection in the process of establishment
and expansion in Brazil Chikungunya : una arbovirosis en establecimiento y desarrollo en
Brasil, 31(5), 906–908.
Febre de Chikungunya : Manejo Clínico. (2014).
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
13
AVALIAÇÃO DE RISCO POR Salmonella sp. EM LINGUIÇAS TIPO FRESCAL NO
MERCADO PÚBLICO DE SOBRAL - CE
Francisca Mirla Alves de Araújo; Maria Gleiciane Soares Coutinho; Raquel Oliveira dos
Santos Fontenelle.
INTRODUÇÃO: Os alimentos embutidos são produtos elaborados com carnes ou outros
tecidos animais comestíveis, curados ou não, condimentados, cozidos ou não, defumados e
dessecados ou não, tendo como envoltórias naturais tripas, bexigas ou outras membranas de
animais ou envoltório plástico apropriado (BRASIL, 2001). A linguiça é um dos principais
exemplos de embutido, destacando-se a do tipo frescal por ser bem aceito no comércio,
devido ao sabor e/ou preço acessível (NASCIMENTO et al., 2012). O Gênero Salmonella
pertence à família Enterobacteriaceae e compreendem bacilos Gram-negativos não
produtores de esporos. São anaeróbicos facultativos, produzem gás a partir de glicose e são
capazes de utilizar o citrato como única fonte de carbono. Inúmeros surtos de toxinfecção
alimentar por Salmonella são conhecidos principalmente por contaminação de carnes, usada
na fabricação da linguiça frescal (FRANCO; LANDGRAF, 2004). OBJETIVO: Esse estudo
teve como objetivo investigar a presença de Salmonella na linguiça frescal, mista ou caseira
vendida no Mercado Público de Sobral - CE. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi coletada 01
amostra de linguiça frescal tipo mistas, de frango e carne bovina em 03 estabelecimentos
distintos do Mercado Público de Sobral - CE, totalizando 12 amostras. Em seguida foram
transportadas para o Laboratório de Microbiologia da Universidade Vale do Acaraú
(LABMIC), onde se realizaram as análises. Foram pesadas 25g da amostra e homogeneizada
em 225 mL de Caldo Lactosado, seguido de encubação em estufa a 36 °C por 24 horas. Na
sequência foram feitas as análises de identificação de Salmonella sp. pelo método
convencional baseado no enriquecimento, isolamento e identificação (MARCHETTO et al.,
2013). Para o preparo do enriquecimento, foram retirados 1 mL da amostra presente em
Caldo Lactosado e inoculada em tubos de ensaio contendo 9 mL de Caldo Tretrationato e 9
mL de Caldo Rapapport, em seguida incubando em banho-maria a 42 °C por 24 horas.
Depois de passado o período de incubação uma alíquota dos caldos foram semeados em
placas, contendo os meios para crescimento: Salmonella Shigella ágar (SS) e Bismuth sulfite
ágar (BSA), incubando em estufa a 36 °C por 24 horas. Depois foram isoladas colônias e
semeadas em meio TSI (ágar ferro trípice açúcar) e LIA (ágar lisina ferro) utilizados para
identificação da Salmonella sp. e levados para a incubação em estufa a 36 °C por 24 horas.
Após esse período foram feita as análises e identificadas às cepas suspeitas de Salmonella, a
partir das características observadas nos meios de cultura. No meio TSI, quando em
aerobiose ocorre a fermentação da glicose, apresentando produção de CO2, H2O e energia.
Quando a fermentação da glicose acontece em anaerobiose, apresenta produção de ácidos
orgânicos, aldeídos, álcoois, CO2, H2 e energia, pode também ocorrer à produção de H2S,
deixando o meio com precipitação de coloração preta ou fermentação da glicose, produção
de H2S e alcalinidade na superfície do meio. A presença de Salmonella sp. no meio LIA pode
ser observada quando o mesmo apresentar fundo e rampa alcalinos (coloração púrpura) com
produção de H2S (escurecimento no meio), pode também haver ausência de produção de
H2S. RESULTADOS: As 04 coletas aos 03 pontos comerciais do tipo açougue no Mercado
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
14
público de Sobral, totalizaram 12 (100%) amostras de linguiças frescal. Dessas todas foram
analisadas, separadas por mistas (04), bovinas (04) e frango (04) a contaminação por
Salmonella sp. mostrou como resultados positivos (100%). DISCUSSÃO: Como foi
observado nos resultados, as amostras apresentaram presença de Salmonella sp. A legislação
brasileira recomenda promove as normativas que devem ser seguidas pela orientação de uma
higienização sanitária completa, a fim de evitar à contaminação de micro-organismos em
alimentos. De acordo com a Portaria nº 326, de 30 de julho de 1997, deve-se aplicar uma
metodologia apropriada de avaliação dos riscos de contaminação dos alimentos nas diversas
etapas de produção contidas no vigente regulamento com intervenção sempre que necessário,
com vistas a assegurar alimentos aptos ao consumo humano. Uma das normas padrão
estabelecido pela ANVISA é a ausência de patogênicos em 25g de alimento por amostra
aleatoriamente. Um indicativo de alta contaminação pelo patogênico Salmonella sp.
provavelmente pelas circunstância que são vendidas e armazenada a linguiça frescal.
Portanto, se verifica que as linguiças frescal vendidas no açougue não estão de acordo com o
padrão da legislação vigentes da normativa nº62 do MAPA (BRASIL, 2003). Outros
trabalhos apresentaram resultados semelhantes ao encontrados nesta pesquisa. De acordo
com Silva et al., (2002) em Pelotas-RS foram encontradas ocorrência de 17,86% de
Salmonella sp. no total de 32 linguiça frescal. Há também surtos de Salmonella em produtos
fabricados com carnes de suínos e de outros animais, como as linguiças frescal vendidas a
granel e fabricadas no próprio estabelecimento de venda (MERLINI et al., 2012).
CONCLUSÃO: As análises demostraram que todas as amostras estão acima dos valores
padrões microbiológicos exigidos pela legislação. A forma como é preparada e
comercializada, a linguiça frescal, pode ter favorecido a contaminação do alimento. No
Mercado Público de Sobral - CE o produto é vendido ao ar livre fora do prazo de validade,
refrigeração e fabricação inadequada. Contudo, é um risco para a população consumir
alimentos sem devidos cuidados, fora dos padrões da legislação da ANVISA. Embora esses
produtos na maioria das vezes possuam menores valores comerciais, pode acarretar em
problemas de toxinfecção alimentar de menor ou maior gravidade a saúde da população
sobralense. Destarte, é necessária a intensificação da vigilância sanitária ou os tecnólogos de
alimentos para alertar comerciantes e consumidores sobre riscos e cuidados, por exemplo,
sugerir correta fabricação e armazenamento do produto.
PALAVRAS-CHAVES: Embutidos, Patogênicos, Mercado público.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 12, de
2 de janeiro de 2001. Regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, n. 7-E, 10 jan. 2001.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Métodos
analíticos oficiais para análises microbiológicas para controle de produtos de origem
animal e água. Cap. 15 Pesquisa de Salmonella. Instrução normativa nº62 de 26 de agosto
de 2003.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
15
FRANCO, B. D. G. M.; LANDGRAF, M. Microbiologia dos Alimentos, Ed. São Paulo:
Atheneu, 2004.
MARCHETTO, A. P; FLORES, M.; REZENDE, C. Avaliação do teste imunoenzimatico na
detecção de Salmonella sp. em carcaças de frango resfriadas. Higiene alimentos, v. 27, n.
222/223, p. 110-113, 2013.
MERLINI, S. L.; BEGOTTI, I. L.; MERLINI, N. B.; CAETANO, I. C. S. avaliação
higiênico-sanitária de linguiças tipo frescal produzidas artesanalmente na Região Noroeste
do Paraná. Enciclopédia biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v. 8, n. 15; p. 3-5,
2012.
NASCIMENTO, R. S; FONSECA, A. B. M; FRANCO, R. M; MIRANDA, Z. B. 2012.
Linguiças frescais elaboradas com carne de avestruz: Características físico-químicas.
Ciência Rural, v. 42, n.1, p. 184-88, 2012.
SILVA, W. P.; GANDRA, E. A.; DUVAL, E. H.; JANTZEN, M. M.; TESSMANN, C.;
LIMA, A. S. Qualidade microbiológica de lingüiças mistas do tipo frescal produzidas na
cidade de Pelotas (RS) B. CEPPA, Curitiba, v. 20, n. 2, p. 257 - 266, 2002.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
16
ENTEROPARASITOSES EM FAIXA PEDIÁTRICA DE HOSPITAIS PRIMÁRIOS
DE FORTALEZA-CE
Marcos Adelino Almeida Filho; Josiany Costa de Souza; Lydia Dayanne Maia Pantoja;
Charles Ielpo Mourão
INTRODUÇÃO: Enteroparasitoses são doenças causadas por organismos que ficam
localizados no trato digestivo dos indivíduos, se beneficiando desse hospedeiro, o que se
torna um problema de saúde pública, podendo causar diversos prejuízos à saúde do mesmo,
como desnutrição, anemia, obstrução intestinal, entre outros, de acordo com o tipo de
patógeno (MATTOS, 2016). Segundo a Organização Mundial da Saúde, registros apontam
mais de 3,5 bilhões de pessoas infectadas/infestadas por parasitos em todo mundo (WHO,
2011). Observa-se que as enteroparasitoses tendem a afetar mais as crianças, exercendo
alarmantes consequências no desenvolvimento físico e podem afetar o desenvolvimento
escolar (PRADO et al., 2001). No Brasil, o número de indivíduos com a presença de alguma
enteroparasitose é alta, principalmente em crianças em idade escolar, devido, possivelmente,
à relação com a heterogeneidade geográfica do país, das diferentes classes socioeconômicas
e culturais da população (FONSENCA et al., 2010). OBJETIVO: O presente trabalho teve
com objetivo analisar a frequência dessas enteroparasitores em faixa etária pediátrica
(crianças de 0 a 11 anos de idade), de um banco de dados epidemiológicos de hospitais
primários do município de Fortaleza-CE. MATERIAIS e METODOS: O trabalho se trata
de um estudo transversal, conduzido no período de abril/2014 a novembro/2016, com
indivíduos provenientes do município de Fortaleza-CE, de ambos os sexos e faixa etária
pediátrica, atendidos pela rede de Sistema Único de Saúde (SUS) e rede particular, que
foram direcionados a um laboratório prestador de serviço. Os pacientes foram orientados a
coletarem as fezes em coletor universal ou coletor comercial com conservante (de acordo
com os protocolos operacionais do laboratório). Conforme solicitação médica os exames
foram realizados em uma, duas ou três amostras para cada paciente. Todas as amostras foram
submetidas à técnica de sedimentação espontânea – Método de Hoffman, Pons e Janer
(1934) e/ou sedimentação por centrifugação – Método de Blagg (1955) para pesquisa de
cistos, ovos, larvas e oocistos. Para pacientes com suspeita de contaminação por Giardia
lamblia ou Entamoeba sp., cujas fezes se apresentavam diarreicas, também era realizado
exame direto e coloração por hematoxilina férrica. Por motivos éticos, o sigilo dos pacientes
analisados foi resguardado, e a identificação destes foram realizadas utilizando um código
numérico de uso exclusivo do laboratório, sendo disponibilizados apenas o código numérico,
sexo e data de nascimento dos pacientes analisados. Para realização do levantamento dos
dados, esta pesquisa contou também com a autorização expressa e por escrito do responsável
técnico do laboratório. RESULLTADOS E DISCUSSÃO: Do total de 1.275 amostras
fecais analisadas de crianças de 0 a 11 anos, 190 (14,90%) apresentaram-se positivas para
diversas formas parasitárias, sendo 107 (56,31%) pertencentes ao sexo masculino e 83
(43,68%) ao feminino. Observou-se uma maior prevalência de protozoários, com destaque
para as espécies Endolimax nana (50%), Giardia lamblia (27,94%), Entamoeba coli
(15,19%), Entamoeba histolytica (3,43%) e Iodamoeba butschlii (0,49%); seguido de
nematelmintos como Ascaris lumbricoides (1,47%), Trichocephalus trichiurus (0,49%) e
Enterobius vermicularis (0,49%); e platelmintos com a espécie Hymenolepis nana (0,49%).
Dado que corrobora a literatura, já que são espécies frequentes encontradas no Brasil
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
17
(FIRMO-OLIVEIRA; AMOR, 2012). Os dados encontrados nesse estudo se assemelham
com outras pesquisas realizadas na Região Nordeste do Brasil, como descrito por Andrade et
al. (2016), que analisou 7.371 pacientes entre 1 e 17 anos, e observou a presença de 172
casos positivos de G. lamblia. Na Bahia, em um estudo realizado em comunidade rural, a
prevalência também foi de E. nana com 35,1% dos 113 pacientes positivos. No estado do
Ceará, no estudo de Sampaio et al. (2014) com pré-escolares, relatou semelhança na
prevalência dos parasitas encontrados, sendo eles G. sp. (26%), seguida por E. nana (24%) e
E. coli (20%). No presente trabalho, também foram observados a ocorrência de 14 casos de
biparasitismo, sendo maior nas crianças do sexo masculino (10 casos) em relação ao
feminino (4 casos), e as associações foram E. nana + E. coli (7 casos), E. nana + G. lamblia
(3 casos), E. nana + E. histolytica (2 casos), E. coli + E. histolytica (1 caso) e E. nana + I.
butschlii (1 caso). O número de casos de parasitoses observado na pesquisa deve-se,
possivelmente, às precárias condições higiênico-sanitárias, a baixa qualidade de vida da
população, bem como, destaca-se na faixa etária pediátrica, o baixo nível de instrução e falta
de conhecimento de bons hábitos sanitários (SILVA et al., 2012), visto que esses aspectos
estão sendo introduzidos na infância. CONCLUSÃO: Frente aos achados parasitários
observados no público infantil houve destaque para as espécies Endolimax nana, Giardia
lamblia, Entamoeba coli, seguido do nematelminto Ascaris lumbricoides. Os mesmos
representam a necessidade de políticas públicas que promovam assistência adequada as
crianças e estimulem bons hábitos higiênicos e sanitários.
PALAVRAS-CHAVES: Endolimax nana; Crianças; Parasitismo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, M. M.; OLIVEIRA, R. I. S.; ALVES, L. L.; SANTOS, M. S.; BARBOSA, J.
H. R.Avaliação da prevalência de Giardia lamblia em pacientes atendidos em
laboratório de análises clínicas na região central de Aracaju/SE. In: 2º Congresso
Internacional de Atividade Física, Nutrição e Saúde, Aracajú-SE, 2016.
BLAGG, W.; SCHOEGEL, E. L.; MAN-SOUR, N. S; KNALAF, G. I. A new concentration
technic for the demonstration of Protozoa and Helminth eggs in feces. Amer. J. Trop. Med.
& Hyg., v. 4, p. 23-28, 1955.
FIRMO-OLIVEIRA, V.; AMOR, A. L. M.Associação entre ocorrência de parasitas
intestinais e diferentes variáveis clínicas epidemiológicas em moradores da comunidade Ribeiro, Araci, Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Análises Clínicas; v. 44, n. 1, p. 15-25,
2012. FONSECA, E. O. L.; TEIXEIRA, M. G.; BARRETO, M.L.; CARMO, E. H.; COSTA,
M. C. N. Prevalência e fatores associados às geo-helmintíases em crianças residentes
em municípios com baixo IDH no Norte e Nordeste. Caderno de Saúde Pública, v. 26, n.
1, p. 143-152, 2010.
HOFFMAN, W. A.; PONS, J. A.; JANER, J. L. The sedimentation concentration method in
schistosomiasis. Puerto Rico Journal of Public Health, v. 9, p. 281-298, 1934.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
18
MATTOS, J. M. F. Principais enteroparasitoses intestinais em crianças no Brasil. In:
Congresso Brasileiro de Ciências da Saúde (I CONBRACIS). Universidade Estadual da
Paraíba (UEPB), Campina Grande, PB, Brasil, 2016.
PEREIRA, M. G. Epidemiologia: teoria e prática. ed. Rio de Janeiro: Guanabara/Koogan,
2001. 598 p.
PRADO, M. S.; BARRETO, M. L.; STRINA, A.; FARIA, J. A. S.; NOBREL, A. A; JESUS,
S. R. Prevalência e intensidade da infecção por parasitas intestinais em crianças na
idade escolar na Cidade de Salvador (Bahia, Brasil). Revista Brasileira de Medicina
Tropical, v. 34, n. 1, p. 99-101, 2001.
SAMPAIO, M. G. V.; ALMEIDA, B. S.; SILVA, M. J.; SANTOS, B. S.; OLIVEIRA, A. D.
L. Investigação de Enteroparasitoses em Pré-Escolares no Município de Juazeiro do
Norte, Ceará. In: I CONIBIO/ II CONABIO/ VI SIMCBIO (v.2). Universidade Católica de
Pernambuco - Recife - PE – Brasil, 2013.
SANCHES, F.G.; MACHADO, E. C. S.; SOARES, R. P.; NORBERGA, A. N.; OLIVEIRA,
J. T. M.; SERRA-FREIRE, N. M. Parasitismo Intestinal na Comunidade Rural de
Marancó, Município de Santa Brígida, Estado da Bahia, Brasil. Revista Saúde Física &
Mental-ISSN 2317-1790, v. 3, n. 2, p. 39-49, 2014.
SILVA, E. F.; COSTA-SILVA, V. B.; COSTA-FREITAS, F. L. Parasitoses intestinais em
crianças residentes na comunidade ribeirinha São Francisco do Laranjal, município de
Coari, estado do Amazonas, Brasil. Revista de Patologia Tropical, v. 41, n. 1, p. 97-101,
2012.
WHO (World Health Organization), 2011. Intestinal Parasites. Infectious disease home.
Burdens and trends. Disponível em: <http://www.who.int/health-topics/helminthiasis/en>.
Acesso em: 29 mai. 2017.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
19
ANALISE COMPARATIVA DE FUNGOS ANEMÓFILOS EM UMA UNIDADE
HOSPITALAR TERCIÁRIA INFANTIL EM FORTALEZA-CE: O QUE MUDOU
EM UMA DÉCADA (2006/2016)?
Josiany Costa de Souza; Marcos Adelino Almeida Filho; Francisca Robervânia Soares dos
Santos; Germana Costa Paixão; Lydia Dayanne Maia Pantoja
INTRODUÇÃO: Os fungos anemófilos apresentam estruturas de fácil dispersão aérea
sendo caracterizados como um dos principais contaminantes do ar (MEZZARI et al., 2003;
BACKES et al., 2011). Seus propágulos fúngicos são abundantes na microbiota aérea, tendo
potenciais alergênicos e, quando inalados, podem desencadear problemas respiratórios, como
asma, rinite e sinusite (BELMIRO, 2012). A importância do conhecimento e
acompanhamento da qualidade do ar e seus bioindicadores em ambientes hospitalares vêm
aumentando significativamente devido, dentre outros fatores, à sobrevida expandida de
pacientes com imunossupressão adquirida ou induzida, como câncer, transplante de medula
óssea ou de órgãos sólidos, infecção viral ou administração prolongada de corticosteróides,
os quais tornam os pacientes vulneráveis às infecções fúngicas oportunistas (MORETTI,
2007; MUÑOZ et al., 2015). OBJETIVO: Com isso, o objetivo do trabalho foi de fazer um
estudo comparativo da diversidade fúngica em dois periodos 2006 e 2016 em uma unidade
hospitalar terciária infantil em Fortaleza-CE. MATERIAIS E MÉTODOS: O experimento
foi realizado em uma unidade hospitalar infantil de referência em Fortaleza-CE, o 1º período
de coleta foi realizado em 2006 e no 2º período em 2016, no hospital foram dispostas placas
de Petri em cinco pontos amostrais, a saber: estacionamento, ambulatório, consultório,
recepção e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), selecionados por serem áreas não críticas,
semicríticas e críticas. Para a coleta de amostras, utilizou-se o método da sedimentação
passiva em placas de Petri de 150 mm de diâmetro, contendo o meio de cultura Ágar Batata
Dextrose (Himedia®). As placas ficaram expostas por 12 horas, de 7 as 19 horas, a uma
altura de 1,50 m acima do solo – próximo da área de respiração humana (PEI-CHIN et al.,
2000). As coletas ocorreram mensalmente em cada local. Findo o período de coleta, as
placas de Petri contendo as amostras biológicas foram vedadas com plastfilm e
encaminhadas ao Laboratório de Microbiologia - LAMIC do Curso de Ciências Biológicas
da Universidade Estadual do Ceará. Ao chegarem ao LAMIC/UECE, as placas de Petri
permaneceram incubadas a temperatura de 25 – 27 °C durante sete dias, realizando-se
observações diárias. A partir do aparecimento de colônias fúngicas, procedeu-se a contagem
global das mesmas, categorizando-se por setor analisado. A identificação fúngica ocorreu
através de uma análise conjunta de achados macroscópicos e microscópicos (HOOG et al.,
2000; SIDRIM; ROCHA, 2004). RESULTADOS E DISCUSSÃO: A contagem global de
Unidades Formadoras de Colônias por metro cúbico (UFC/m-3
) em 2006 foi de 2.427
UFC.m-3
, enquanto em 2016 o quantitativo fúngico perfez 5.600 UFC.m-3
, quando analisado
esse crescente aumento entre os períodos coletados, pode ser justificado pelas mudanças
espaciais, estruturais e sociais que incidiram nos setores do hospital, por exemplo, ampliação
dos setores e melhoria do mobiliário, reformas em avenidas próximas ao hospital. Quanto a
alterações sociais, destaca-se o aumento no fluxo de transeuntes realizando atividades
externas e internas ao espaço hospitalar como dos fatores que podem ter corroborada a esse
aumento da frequência fúngica. Em 2006, foram identificados 13 gêneros fúngicos, enquanto
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
20
2016 foram 23 gêneros. Com isso, observa-se o aumento da diversidade que pode estar
relacionada às atividades laborais (médicas, comerciais...) dentro e fora do hospital gerando
propágulos fúngicos, além da quantidade de transeuntes que passam diariamente no local.
Estudos mostram que existe uma relação direta entre a presença de bioaerossóis com a
quantidade e qualidade de atividades, próxima ou no entorno (SOUZA et al., 2015). Quanto
aos principais gêneros identificados no ano de 2006 foram eles: Penicillium (73,33%),
seguido do gênero Aspergillus (63,30%), e o gênero Candida (56,66%), enquanto no período
de 2016 os gêneros mais frequentes foram: Aspergillus (100%), Cladosporium (90%),
Penicillium (90%),Fusarium (80%), Acremonium (80%), Scopulariopsis (70%), Chrysonilia
(60%), Curvularia (60%), Mucor (60%), Exophiala (50%), Paecilomyces (50%),
Scytalidium (50%), Tricoderma (50%), Alternaria (40%), Bipolares (40%), Exophiala
(40%), Rhizopus (40%), Nigrospora (30%), Cladophialophora (20%), Mortierella (20%),
Chrysosporium (10%), Cunninghamella (10%) e Phialophora (10%). Portanto pode se
observar que no período 2006 Penicillium tinha uma grande incidência em relação ao
Aspergillus que não era tão frequente em relação a 2016, a frequência desses dois gêneros
fúngicos aumentou consideravelmente tornando o Aspergillus presente em 100% das coletas
realizadas. O predomínio do gênero Aspergillus já havia sido descrito por Menezes et al.
(2004), em estudo em dez bairros da cidade de Fortaleza, sendo Aspergillus (44,7%) o de
maior frequência e considerado parte da constituição da microbiota do ar de Fortaleza. Em
uma análise realizada em uma Unidade de Terapia Intensiva no hospital localizado em
Pelotas-RS, descreveram em seus resultados que os fungos mais frequentem foram
Aspergillus, seguidos de Cladosporium e Fusarium (GONÇALVEZ et al., 2016), dados que
fortalecem os resultados da atual pesquisa. CONCLUSÃO: Com isso, foi observado que
após uma década houve aumento do quantitativo e qualitativo fúngico, além da frequência
maior de outros gêneros, como o Cladosporium, um fungo demácio, como segundo mais
frequente no período 2016, antes não encontrado. Portanto, dado a essa dinâmica no espectro
de fungos da microbiota, consideramos necessário monitoramento constante de ambientes
hospitalares, como meio de antever ou reduzir os impactos desencadeados pelos fungos
anemófilos na saúde das pessoas.
PALAVRAS-CHAVES: Hospital; Qualidade do ar; Pacientes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
BACKES, L. T. H.; NAUMANN, V. L. D.; CALIL, L. N. Isolamento de fungos anemófilos
em biblioteca e prevalência de alergias respiratórias. Revista Panamericana de
Infectologia, v. 13, n. 3, p. 19-25, 2011.
BELMIRO, C. C. L. 2012. Identificação da microbiota fúngica anemófila presente em
sala de arquivos e três bibliotecas de uma universidade pública da Paraíba. 23 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – Universidade Estadual da
Paraíba, Campina Grande, 2012.
GONÇAVES, C.L. et al. Airborne fungi in an intensive care unit. Rev. Braz. J. Biol.
November 8, 2016.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
21
HOOG, G. S.; GUARRO, J.; GENÉ, J.; FIGUEIRAS, M. J. Atlas of Clinical Fungi. 2. ed.
Baarn/Delft: Centraal bureau voor Schinmelculture/Universitat Rovira i Virgilli, 2000. 2108
p. MEZZARI, A.; PERIN, C.; SANTOS JÚNIOR, S. A.; BERND, L. A. G.; GESU, G. Os
fungos anemófilos e sensibilização em indivíduos atópicos em Porto Alegre, RS. Revista da
Associação Médica Brasileira, v. 49, n. 3, p. 270-273, 2003.
MORETTI, M. L. A importância crescente das infecções fúngicas. Revista Panamericana
de Infectologia, v. 9, p. 8-9, 2007.
MUNOZ, P.; VALERIO, M.; VENA, A.; BOUZA, E.; POSTERARO, B.; LASSFLORI, C.;
SANGUINETTI, M. Advances in the management of fungal infections. Mycoses, v. 58, p. 1-
2, 2015.
PEI-CHIN, W.; HUEY-JEN, S.; CHIA-YIN, L. Characteristics of indoor and outdoor a
airbone fungi at suburban and urban homes in two seasons. The Science of the Total
Environment, v. 253, p. 111-118, 2000
SIDRIM, J. J. C.; ROCHA, M. F. G. Micologia Médica à luz de autores contemporâneos.
1 ed. Rio de Janeiro: Guanaba Koogan, 2004. 408 p.
SOUZA, et al. Incidência de Aspergillus niger em estacionamento de um Centro
Comercial de Fortaleza-CE. Anais do I Simpósio Cearense de Microbiologia e II Encontro
de Microbiologia de Sobral. 2015.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
22
OCORRÊNCIA DE AMEBAS EM EXAMES DE HOSPITAIS PRIMÁRIOS DE
FORTALEZA-CE
Marcos Adelino Almeida Filho; Josiany Costa de Souza; Francisca Robervânia Soares dos
Santos; Lydia Dayanne Maia Pantoja; Charles Ielpo Mourão
INTRODUÇÃO: As amebas representam um grupo de protozoários bastante diversificado e
de difícil identificação, sendo em alguns casos necesário o uso de ferramentas moleculares
(NEVES et al., 2016). A principal espécie patogênica associada ao intestino humano é a
Entamoeba histolytica (TORTORA, 2012). A amebíase é uma doença de transmissão fecal-
oral, ocasionada pela ingestão de alimentos, água contaminada ou ainda por meio de relação
sexual desprotegida. É relatada também a transmissão de pessoa a pessoa em hospitais, asilo
e presídios (UECKER et al., 2007). A amebíase constitui um importante problema de saúde
pública mundial, especialmente nos países em desenvolvimento. Segundo os cálculos da
Organização Mundial de Saúde, 10% da população mundial albergam amebas patogênicas,
não obstante dados nacionais e regionais são escassos, devido a subnotificação (NEVES et
al., 2016). OBJETIVO: Diante disso, o objetivo do trabalho foi analisar a ocorrência de
amebas em exames fecais de pacientes, de um banco de dados epidemiológicos de hospitais
primários do município de Fortaleza-CE. MATERIAIS E MÉTODOS: O trabalho se trata
de um estudo transversal, conduzido no período de abril/2014 a novembro/2016, com
indivíduos provenientes do município Fortaleza-CE, de ambos os sexos e diferentes faixas
etárias, atendidos pela rede de Sistema Único de Saúde (SUS) e rede particular, que foram
direcionados um laboratório prestador de serviço. Os pacientes foram orientados a coletarem
as fezes em coletor universal ou coletor comercial com conservante (de acordo com os
protocolos operacionais do laboratório). Conforme solicitação médica os exames foram
realizados em uma, duas ou três amostras para cada paciente. Todas as amostras foram
submetidas à técnica de sedimentação espontânea (Método de Hoffman, Pons e Janer) e/ou
sedimentação por centrifugação (Método de Blagg) para pesquisa de cistos e trofozóitos.
Para pacientes cujas fezes se apresentavam diarreicas, também era realizado exame direto e
coloração por hematoxilina férrica. Por motivos éticos, o sigilo dos pacientes analisados foi
resguardado, sendo a identificação dos mesmos realizada mediante código numérico de uso
exclusivo do laboratório, adicionados a este o sexo e data de nascimento dos pacientes
analisados. Para realização do levantamento dos dados, esta pesquisa contou também com a
autorização expressa e por escrito do responsável técnico do laboratório. RESULTADOS E
DISCUSSÃO: Do total de 6.596 amostras fecais analisadas dos pacientes, 647 (9,80%)
apresentaram-se positivas para diversas amebas. Destes positivos, 438 (67,69%) pertencem
ao sexo feminino e 209 (32,30%) ao masculino. Nas amostras positivas, os protozoários mais
prevalentes foram Endolimax nana (68,82%), que obteve a maior ocorrência, seguido por
Entamoeba coli (25,58%) e Entamoeba histolytica (5,58%). Em relação às faixas etárias, a
prevalência dos casos se deu nos adultos (19-59 anos) (50,23%), seguido pelos idosos (+60)
(20,40%), crianças (0-11 anos) (20,09%) e adolescentes (12-18 anos) (10,81%). Estes
resultados corroboram com outras pesquisas realizadas no Brasil, como no estudo de Maia et
al. (2015), que relataram a presença de dois micro-organismos que tem caráter comensal nas
suas amostras, sendo eles E. nana (44,19%) e E. coli (27,39%), em usuários do SUS em
Limoeiro do Norte, Ceará. Lima et al. (2014), ao analisar parasitas intestinais em crianças
matriculadas em centros de educação infantil no Estado do Espírito Santo, relatou também E.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
23
coli (11,10%), E. histolytica (9,0%) e E. nana (2,4%), em quantidades diferentes as
apresentadas neste trabalho. Em outro estudo realizado no Estado do Ceará, com pré-
escolares no município de Juazeiro do Norte, Sampaio et al. (2014) relataram semelhança na
prevalência dos parasitas encontrados, sendo E. nana (24%) e E. coli (20%) os principais
achados. A incidência desses protozoários tem características similares quanto ao modo de
sua transmissão quando comparado a outros protozoários comensais, estes, mesmo não
levando à morte, tem números bem elevados de pessoas atingidas (BRITO et al., 2013). No
presente estudo, também foi encontrado a presença de 31 casos de biparasitismo, sendo
associações entre E. nana + E. coli (22 casos), E. nana + E. histolytica (7 casos) e E. coli +
E. histolytica (2 casos); e 1 caso de poliparasitismo entre E. nana + E. coli + E. histolytica.
Os maiores casos relatados de prevalência das amebas ocorreram no sexo feminino, com
base no histórico social observado no Brasil, as mulheres são mais preocupadas com sua
saúde, e se submetem mais a exames do que os homens, logo, as mulheres apresentam um
maior posicionamento em relação ao cuidado com a sua saúde básica pessoal (GOMES et al.,
2007). No geral, a elevada incidência de amebas observada é resultante de uma série de
fatores, como más condições sanitárias e higiênicas, contaminação do solo, condições
socioeconômicas, que acabam levando a população à ingestão de alimentos ou águas
contaminadas (BELLIN; GRAZZIOTIN, 2010). CONCLUSÕES: Ao analisar a ocorrência
de amebas em exames fecais de pacientes provenientes de um banco de dados
epidemiológicos de hospitais primários do município de Fortaleza-CE, os resultados
encontrados no presente estudo apontam que Endolimax nana obteve a maior ocorrência,
seguido por Entamoeba coli e Entamoeba histolytica. Estes achados podem estar diretamente
ligados às más condições básicas de saneamento e higiene, sendo necessário aprofundar o
levantamento epidemiológico junto as condições higiênico-sanitárias da população.
PALAVRAS-CHAVES: Endolimax nana; Amebíase; Parasitismo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BELLIN, M.; GRAZZIOTIN, N. A. Prevalência de parasitos intestinais no município de
Sananduva/RS. Newslab, v. 18, n. 104, p. 116-122, 2011.
BLAGG, W.; SCHOEGEL, E. L.; MAN-SOUR, N. S; KNALAF, G. I. A new concentration
technic for the demonstration of Protozoa and Helminth eggs in feces. Amer. J. Trop. Med.
& Hyg., v. 4, p. 23-28, 1955.
BRITO, A. M. G; MELO, C. M; REIS, A. A; BRITO, R. G; MADI, R. R. Protozoário
comensal em amostra fecal: parâmetro para prevenção de infecção parasitaria via
fecal-oral. Scire Salutis, v. 3, n. 2, p. 18-22, 2013.
GOMES, R.; NASCIMENTO, E. F.; ARAUJO, F. C. Por que os homens buscam menos os
serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa
escolaridade e homens com ensino superior. Caderno de Saúde Pública, v. 23, n. 3, p. 565-
574, 2007.
HOFFMAN, W. A.; PONS, J. A.; JANER, J. L. The sedimentation concentration method in
schistosomiasis. Puerto Rico Journal of Public Health, v. 9, p. 281-298, 1934.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
24
LIMA, M. S.; DAMÁZIO, S. M.; SOARES, A. R.; PRADO, G. P.; SOUZA, M. A.
A.Intestinal parasites in children enrolled in early childhood centers of São Mateus,
state of Espírito Santo, Brazil. Revista Ciências Médicas e Biológicas., v. 13, n. 2, p. 147-
151. 2014.
MAIA, C. V. A.; HASSUM, I. C.; VALLADARES, G. S. Parasitoses intestinais em
usuários do SUS em Limoeiro do Norte, Ceará, antes de expansão de sistema de
esgotamento sanitário. Revista Holos, ano 31, vol. 2, 2015
NEVES, D. P.; MELO, A. L.; LINARDI, P. M. Parasitologia humana. 13. ed. Rio de
Janeiro: Atheneu, 2016. 498 p.
SAMPAIO, M. G. V. et al. Investigação de Enteroparasitoses em Pré-Escolares no
Município de Juazeiro do Norte, Ceará. In: I CONIBIO/ II CONABIO/ VI SIMCBIO
(v.2). Universidade Católica de Pernambuco - Recife - PE – Brasil, 2013.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 10. ed., Porto Alegre:
Artmed, 2012. 967 p.
UECKER, M. et al. Infecções parasitárias: diagnóstico imunológico de
enteroparasitoses. Revista Brasileira de Análises Clínicas, v. 39, n. 1, p. 15-19, 2007.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
25
DIVERSIDADE FÚNGICA EM UMA UNIDADE ONCOLÓGICA INFANTIL DE
FORTALEZA-CE
Josiany Costa de Souza, Marcos Adelino Almeida Filho, Phelipe Sales Viana Francisca
Robervânia Soares dos Santos, Lydia Dayane Maia Pantoja, Germana Costa Paixão
INTRODUÇÃO: Os fungos são seres cosmopolitas encontrados nos mais diversos
ambientes como, água, ar e solo, e até em outros organismos como plantas, animais e outros
fungos. O ar é o meio de dispersão mais eficiente e bem-sucedido quando se trata de
propágulos fúngicos (LOBATO et. al., 2009) e conídios e esporos fúngicos constituem
grande parte do material biológico suspenso no ar. Assim, o seu monitoramento pode
fornecer informações epidemiológicas importantes quanto aos gêneros presentes e sua
quantificação (ANDRADE et al., 2015). O conhecimento dos agentes presentes do ar em
ambientes fechados é importante pois reflete diretamente na saúde das pessoas, sendo
fundamental para fazer diagnóstico ambiental e resolver os problemas da qualidade do ar
nesses espaços. Ainda mais quando se trata de um ambiente hospitalar onde os pacientes
podem se encontrar com o sistema imunológico comprometido e os profissionais da saúde
inseridos estão expostos a esses patógenos diariamente (CUNHA et al., 2016). As infecções
hospitalares causadas por estes microrganismos representam uma das complicações mais
frequentes que podem acometer o doente, tendo em vista a realização de grande quantidade
de procedimentos invasivos e a gravidade dos pacientes internados e, por este motivo, é
grande a preocupação com a qualidade do ar interno de ambientes hospitalares (ANDRADE
et al., 2015). Especificamente, o câncer é uma doença que acomete qualquer faixa etária,
inclusive crianças, e, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer infantil
representa a segunda causa de morte no Brasil (INCA, 2008). Durante o tratamento, a
criança é confrontada com a possibilidade de morte, vivenciando limitações físicas, sociais e
emocionais, as quais interferem em sua vida familiar, escolar e comunitária (COSTA et. al.,
2010). Dentro desse contexto, o ambiente hospitalar oncológico infantil é caracterizado
como um ambiente propicio para fungos oportunistas se proliferarem e ocasionar infecções
nesses pacientes. OBJETIVO: O trabalho objetivou monitorar a presença de gêneros
fúngicos em uma unidade hospitalar oncológica infantil em Fortaleza-CE. MATERIAIS E
MÉTODOS: Mensalmente o experimento foi realizado em uma unidade hospitalar
oncológica infantil de referência no município de Fortaleza-CE, durante dez meses
(novembro/2016 a agosto/2017). No hospital foram dispostas placas de Petri em dois pontos
amostrais, a saber: 2º andar e 3º andar, selecionados por serem áreas críticas. Para a coleta de
amostras, utilizou-se o método da sedimentação passiva em placas de Petri de 150 mm de
diâmetro, contendo o meio de cultura Ágar Batata Dextrose (Himedia®). As placas ficaram
expostas por 12 horas, de 7 as 19 horas, a uma altura de 1,50 m acima do solo – próximo da
área de respiração humana (PEI-CHIN et al., 2000). Findo o período de coleta, as placas de
Petri contendo as amostras biológicas foram vedadas com plastfilm e encaminhadas ao
Laboratório de Microbiologia - LAMIC do Curso de Ciências Biológicas da Universidade
Estadual do Ceará. Ao chegarem ao LAMIC/UECE, as placas de Petri permaneceram
incubadas a temperatura de 25 – 27 °C durante sete dias, realizando-se observações diárias.
A partir do aparecimento de colônias fúngicas, procedeu-se a contagem global das mesmas,
categorizando-se por setor analisado. Após a contagem, as colônias foram identificadas com
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
26
base em achados macroscópicos e microscópicos (HOOG et al. 2000; SIDRIM; ROCHA,
2012). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Entre o período de novembro/2016 a agosto/2017
foram quantificados no total 2.672 UFC.m-3
, no 2º andar foram 1.329 UFC.m-3
com uma
média mensal de 132,9 UFC.m-3
, já no 3º andar foram 1.343 UFC.m-3
com uma média
mensal de 134,3 UFC.m-3
. Frente a análise quantitativa, o 3º andar pode ter apresentado um
maior quantitativo possivelmente por presença de obras de construção durante as coletas,
situação respaldada por Statholoupou et al. (2008). No tocante a diversidade, identificou-se
19 gêneros fúngicos, sendo eles: Aspergillus sp. (100%), Penicillium sp. (80%), Acremonium
sp. e Paecilomyces sp. (50%), Chrysonilia sp., Curvularia sp., Cladosporium sp. e Mucor sp.
(40%), Alternaria sp., Cladophialophora sp., Nigrospora sp., Scytalidium sp. e Trichoderma
sp. (20%), Mortierella sp., Scopulariopsis sp., Trichosporon sp. e Scedosporium sp.,
Aureobasidium sp. e Exserohilium sp. (10%). Os gêneros Aureobasidium sp., Exserohilium
sp. e Scedosporium sp. somente apareceram no 2º andar, enquanto os gêneros
Cladophialophora sp., Mortierella sp., Nigrospora sp., Scopulariopsis sp., Trichoderma sp.
e Trichosporon sp. só apareceram no 3º andar, os demais gêneros fúngicos apareceram em
ambos os andares, totalizando 14 gêneros no 2º andar e 16 gêneros no 3º andar. Quadros et
al. (2009) reportam que em ambiente hospitalar apresentaram também como maior
frequência os gêneros Aspergillus e o Penicillium, um resultado que fortalece os achados
frente a atual trabalho. Lobato et al. (2009), em um trabalho de análise do ar em ambientes
hospitalares também descreve em seus achados a frequência desses dois gêneros como parte
da microbiota desses locais. Com a disposição dos resultados, observa-se que a frequência
desses fungos é relevante em setores oncológicos, podendo causar problemas de maior ou
menor intensidade devido a presença de faixa etária pediátrica. CONCLUSÃO: Por fim,
observa-se que é necessário o monitoramento periódico desses setores para que assim possa
ser aplicado medidas profiláticas visando o controle da qualidade do ar em unidades
hospitalares oncológicas infantis.
PALAVRAS-CHAVES: Fungo; Hospital; Qualidade do Ar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ANDRADE, D.F.R.; SILVA, H.M.G.; CARVALHO, V.M.; SOUSA, M.A S.; NUNES,
M.R.C.M.; FREITAS, D.R.J. Microbiota fúngica no ar em unidades de terapia intensiva
e centros cirúrgicos. Revista Prevenção de Infecção e Saúde, Teresina, v. 1, n. 1, p. 74-81,
2015.
COSTA, T.F.; CEOLIM, M.F. A enfermagem nos cuidados paliativos à criança e
adolescente com câncer: revisão integrativa da literatura. Rev Gaúcha Enferm.
2010;31(4):776-84.
CUNHA, R.M.A.; SOUZA, E.B.A.; GAZOLA, H.Q.G.B. Qualidade do ar em instituto de
oncologia e radioterapia do município de Porto Velho. Porto Velho, p.1-13, 2016.
HOOG, G. S.; GUARRO, J.; GENÉ, J.; FIGUEIRAS, M. J. Atlas of Clinical Fungi. 2. ed.
Baarn/Delft: Centraal bureau voor Schinmelculture/Universitat Rovira i Virgilli, 2000. 2108
p. INCA Particularidades do câncer infantil. Rio de Janeiro:; 2008.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
27
LOBATO, R.C.; VARGAS, V.S; SILVEIRA, E.S. Sazonalidade e prevalência de fungos
anemófilos em ambiente hospitalar no sul do Rio Grande do Sul, Brasil. Rev. Fac.
Ciênc. Méd., Sorocaba, v. 11, n. 2, p. 21-28, 2009.
LOPES, A.I.B. Qualidade do ar interior em ambiente hospitalar. 2016. 134 f. Dissertação
(Mestrado em Segurança do Trabalho) – Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Portugal.
2016.
PEI-CHIN, W.; HUEY-JEN, S.; CHIA-YIN, L. Characteristics of indoor and outdoor
airbone fungi at suburban and urban homes in two seasons. The Science of the Total
Environment, v. 253, p. 111-118. 2000.
SIDRIM, J.J.C.; ROCHA, M.F.G. Micologia médica à luz de autores contemporâneos. 1
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 372 p.
STATHOLOUPOU, O.I.; ASSIMAKOPOULOS, V.D.; FLOCAS, V.A.; HELMIS, C.G. An
experimental study of air quality inside large athletic halls. Building and Environment. v.
43, n. 5, p.793-803, 2008.
QUADROS, M.E.; LISBOA, H.M.; OLIVEIRA, V.L.; SCHIRMER, W.N. Qualidade do ar
em ambientes internos hospitalares: estudo de caso e análise crítica dos padrões atuais. Rio de Janeiro. Eng. Sanit. Ambient. v. 14, n. 3. 2009.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
28
A RELAÇÃO ENTRE INFECÇÃO POR Cryptococcus neoformans E PACIENTES
IMUNOCOMPROMETIDOS
¹Dakson Douglas Araújo, ¹Mariella Sousa Coelho Maciel ¹Graduandos em Biomedicina pela
Universidade Federal do Piauí – UFPI
INTRODUÇÃO: A criptococose é uma micose sistêmica grave que afeta humanos, causada
pelo fungo Cryotococcus neoformans um patógeno oportunista, pois, acomete
principalmente indivíduos que apresentam alguma imunodeficiência, como pessoas
portadoras do vírus HIV. Este microrganismo é classificado em cinco sorotipos (A, B, C, D e
AD), sendo o sorotipo A responsável pela maioria dos casos em pacientes
imunocomprometidos. Esse tipo de infecção raramente acomete indivíduos com o sistema
imune funcional, pois o fungo é eliminado pelas defesas do hospedeiro. Entretanto,
dependendo de fatores do hospedeiro, da quantidade do inóculo e da virulência do isolado, a
levedura pode se disseminar para sítios extrapulmonares do individuo causando outras
doenças, uma delas clinicamente conhecida como meningite. OBJETIVO: Este trabalho
objetiva através de uma revisão literária apresentar uma relação do fungo com indivíduos
imunocomprometidos. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um levantamento
bibliográfico, referente aos anos de 2000 á 2017, utilizando o banco de dados da SciELO.
Estes que abordavam sobre Cryptococcus neoformans em pacientes imunocomprometidos.
Resultados: O resultado observado durante a revisão de todas bibliografias utilizadas é que a
criptococose é uma infecção fúngica, predominantemente oportunista, causada por uma
levedura encapsulada Cryptococcus neoformans. Pode afetar indivíduos imunocompetentes,
mas freqüentemente acomete imunossuprimidos, principalmente indivíduos infectados pelo
vírus da imunodeficiência humana. A doença, geralmente, é adquirida através da inalação do
agente, determinando a primoinfecção pulmonar, que pode ser sintomática ou assintomática
e usualmente resolve-se espontaneamente. Posteriormente, por disseminação hematogênica,
pode atingir outros órgãos principalmente o sistema nervoso central (meningoencefalite),
pele, linfonodos, ossos e outros. De acordo com a literatura, cinco sorotipos do C.
neoformans, segundo suas características genéticas e estruturais, sendo o sorotipo A (C.
neoformans) a mais freqüente e com acentuado dermotropismo. Para o tratamento pode-se
utilizar antifúngicos como a anfotericina B associado com 5-fluocitosina, em infecções
disseminadas; ou fluconazol e itraconazol, como opções para infecções cutâneas. Discussão:
Segundo autores, acredita-se que a criptococose possa apresentar de duas formas: 1)
criptococose por C. neoformans acometendo indivíduos imunocomprometidos, com quadro
generalizado, não respondendo satisfatoriamente ao tratamento clássico, com decurso
geralmente fatal; e 2) causada por C. neoformans var gatti – em imunocompetente, com
manifestação pulmonar exuberante, com resposta satisfatória ao tratamento e com bom
prognóstico. CONCLUSÃO: Conclui-se que essa espécie de fungo é bastante infecciosa em
pacientes debilitados, sendo assim, necessário uma atenção dobrada para o diagnóstico e
tratamento para que não ocorra um agravamento da saúde do paciente levando o mesmo a
óbito.
Palavras chave: Cryptococcus neoformans, criptococose, imunocomprometidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Fernandes, O. de F. l., Costa, T. R., Costa, M. R., Soares, A. J., Pereira, A. J. S. C., & Silva,
M. R. D. R. (2000). Cryptococcus neoformans isolados de pacientes com AIDS. Revista
Da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 33(1), 75–78. https://doi.org/10.1590/S0037
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
29
Souza, M. B., Melo, C. S. N., Silva, C. S., Santo, R. M., & Matayoshi, S. (2006).
Criptococose palpebral: Relato de caso. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, 69(2), 265–
267.
Paliativos, P. (2017). Revista Saúde em Foco – Edição no 9 – Ano: 2017, 25–36.
Moreira, T. D. A., Ferreira, M. S., Ribas, R. M., & Borges, A. S. (2006). Criptococose:
Estudo clínico-epidemiológico, laboratorial e das variedades do fungo em 96 pacientes.
Revista Da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 39(3), 255–258.
https://doi.org/10.1590/S0037-86822006000300005
Reolon, A., Perez, L. R. R., & Mezzari, A. (2004). Prevalência de Cryptococcus
neoformans nos pombos urbanos da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Jornal
Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, 40(5), 293–298.
https://doi.org/10.1590/S1676-24442004000500003
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
30
ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE ALBUMINAS DE SEMENTES DE Ziziphus
joazeiro Mart.
Ricardo Carneiro Vera Cruz¹, Samuel Souza Oliveira², Patrícia Silva Costa³, Raquel Oliveira
Santos Fontenelle4, Lúcia Betânia da Silva Andrade
4,5
¹Graduado/²Graduando em Ciências Biológicas, ³Mestra em Recursos Naturais, 4Docente
do Curso de Ciências Biológicas, 4,5
Orientadora, 1,2,4,5
Universidade Estadual Vale do
Acaraú – UVA
INTRODUÇÃO: As sementes são as estruturas vegetais nas quais podem ser encontrada
uma abundancia de proteínas das mais diversas classes. Essas moléculas são essenciais para
o metabolismo da planta, exercendo funções como proteínas de reserva, sinalizadoras e de
defesa (BARIANI et al., 2012). Albuminas e globulinas são as famílias de proteínas de
reserva mais abundantes em sementes de leguminosas (OSBORNE, 1924). Algumas dessas
proteínas desempenham um papel na defesa da planta contra o ataque de pragas e patógenos
e são estudadas por sua atividade antifúngica e antibacteriana (CÂNDIDO et al, 2011).
Ziziphus joazeiro Mart. (Rhamnaceae) é popularmente conhecida como juazeiro ou juá e
endêmica do Bioma Caatinga. As folhas e caule dessa planta têm uso popular no tratamento
de bronquites, infecções, dermatites e micoses (LORENZI; MATOS, 2002). Estudos da
atividade antifúngica de extratos da entrecasca do juazeiro mostraram atividade contra
Trichophyton rubrum e outros fungos e leveduras de interesse médico (CRUZ et al. 2007). T.
rubrum é um dermatófito filamentoso que causa infecções na pele, couro cabeludo e unhas
(KOC et al., 2005). Como há poucas drogas antifúngicas no mercado, as alternativas para
tratar as infecções causadas por esse patógeno são limitadas. Além disso, os fungos podem
adquirir resistência aos medicamentos disponíveis, muitas vezes sendo necessária a
administração de drogas mais potentes (CONSTANZO et al. 2013). Assim, é uma
necessidade urgente o desenvolvimento de novos antifúngicos mais efetivos, devido ao
aumento da resistência dos fungos às drogas correntemente usadas na prática clínica. Nesse
contexto, os vegetais são fontes promissoras de novas drogas, já que elas apresentam um
arsenal de moléculas que fazem parte de sua defesa contra microrganismos patogênicos.
OBJETIVO: Verificar a atividade fungicida das frações albumina e globulina das sementes
de juá contra Trichophyton rubrum. MATERIAIS E MÉTODOS: Os frutos maduros de juá
foram coletados no Campus Betânia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA, em
Sobral-CE. Proteínas foram extraídas das sementes com tampão Tris-HCl 50 mM pH 7,5
contendo NaCl 0,15 M na proporção de 1:10 (m/v) por 2 h. Os extratos brutos obtidos foram
centrifugados a 10.000x g a uma temperatura de 4 °C por 30 min. Albuminas e globulinas
foram fracionados segundo Osborne (1924), liofilizadas e avaliadas para sua atividade
antifúngica contra cepas de Trichophyton rubrum (LABMIC 0203; 0204; 0205 e 0206) pelo
método da microdiluição em caldo (CLSI – Clinical and Laboratory Standards Institute,
2008). Os resultados são expressos como CIM (concentração inibitória mínima) e CFM
(concentração fungicida mínima), em micrograma por mililitro (μg/mL), capazes de inibir o
crescimento ou exercer ação fungicida, respectivamente. RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Das cepas analisadas, LABMIC 0203 e 0204 de T. rubrum mostraram-se susceptíveis a
fração albumina, com uma CIM de 625 µg/mL e CFM de 1250 µg/mL. A fração globulina
não apresentou atividade antifúngica. A fração albumina pode conter algumas proteínas com
reconhecida atividade antimicrobiana, tais como lectinas, proteínas ligantes à quitina e
inibidores de proteases (WONG, 2010; CÂNDIDO et al. 2011). A literatura reporta que uma
proteína ligante à quitina purificada da fração albumina de sementes de Moringa oleifera
apresentou efeito contra Candida albicans (NETO et al. 2017) e uma lectina de sementes de
Talisia esculenta possui atividade contra Microsporum canis (PINHEIRO et al. 2009).
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
31
Assim, somente o isolamento das proteínas bioativas presentes na fração albumina de
sementes de juazeiro, poderá indicar qual(is) proteína(s) presente(s) nessa fração exerce(m)
atividade antifúngica.CONCLUSÃO: Concluímos que a fração albumina de sementes de Z.
joazeiro possui proteína(s) responsável(is) por inibir o crescimento do fungo Trichophyton
rubrum, sendo essa semente uma fonte promissora de novos princípios ativos que possam ser
usados no tratamento das micoses causadas por esse fungo.
PALAVRAS-CHAVES: Caatinga. Juazeiro. Proteínas de Reserva.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BARIANI, A. et al. Purificação parcial de inibidores de tripsina de sementes de
Caesalpiniaferrea e Swartziapolyphylla e o efeito dos extratos protéicos sobre fungos
fitopatogênicos. Summa Phytopathologica, Botucatu, v.38, n.2, p.131-138, Fev. 2012.
CÂNDIDO, E.S. et al. Plant storage proteins with antimicrobial activity: novel insights into
plant defense mechanisms. FASEB Journal. v. 25, p. 3290-3305, 2011.
CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE. Reference Method for
Broth Dilution Antifungal Susceptibility Testing of Filamentous Fungi (Approved
Standard Document M38.CLSI), vol. M38-A2, Second ed. Clinical and Laboratory
Standards Institute, Wayne, PA, 2008b.
COSTANZO, C. G. et al. Isolation of flavonoids from Anemopaegma arvense (Vell) Stellf.
Ex de Souza and their antifungal activity against Trichophyton rubrum. Brazilian Journal
of Pharmaceutical Sciences. v. 49, n. 3, p. 559 -565, 2013
CRUZ, M.C.S. et al. Antifungal activity of Brazilian medicinal plants involved in popular
treatment of mycoses. Journal of Ethnopharmacology. v. 111 p. 409–412, 2007.
FONTENELLE, R. O. S. et al. Antifungal activity of essential oils of Croton species from
the Brazilian Caatinga biome. Journal of Applied Microbiology, v. 104, n. 5, p. 1383-1390,
2008.
KOC, A. N. et al. Comparison of in vitro activities of antifungal drugs and ethanolic extract
of propolis against Trichophyton rubrum and T. mentagrophytes by using a microdilution
assay. Mycoses. v. 48, p. 205–210, 2005.
LORENZI, H; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. São
Paulo: InstitutoPlantarum, 2002.
NETO, J.S.X. A Chitin-binding Protein Purified from Moringa oleifera Seeds Presents
Anticandidal Activity by Increasing Cell Membrane Permeability and Reactive Oxygen
Species Production. Frontiers in Microbiology. n. 8, p. 1-12, 2017.
OSBORNE, T.B. The Vegetable Proteins. Longman and Green, London. 1924.
PINHEIRO, A.Q. et al. Antifungal and marker effects of Talisia esculenta lectin on
Microsporum canis in vitro. Journal of Applied Microbiology. n. 107, p. 2063–2069, 2009.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
32
WONG. J.H. Proteins with antifungal properties and other medicinal applications from
plants and mushrooms. Applied Microbiology and Biotechnology. n. 87, p. 1221–1235,
2010.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
33
COMPOSIÇÃO QUÍMICA E AVALIAÇÃO DE ATIVIDADE MODULATÓRIA DO
ÓLEO ESSENCIAL DE Varronia multispicata (Cham.) Borhidi FRENTE A CEPAS
DERMATOFÍTICAS DE Tricophyton rubrum
Layanne Mesquita Albuquerque Lopes1; Samuel Souza Oliveira
2; Marcilio Matos Ferreira
2;
Patricia Silva Costa3; Helcio Silva dos Santos
4; Elnatan Bezerra de Souza
5; Raquel Oliveira
dos Santos Fontenelle6
1Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais – CCT – UECE,
Fortaleza, Ceará. 2Graduando em Ciências Biológicas – CCAB – UVA, Sobral,
Ceará.3Mestre em Recursos Naturais – CCT – UECE, Fortaleza, Ceará.
4Docente no Curso
de Química – CCET – UVA, Sobral, Ceará.5Docente no Curso de Ciências Biológicas –
CCAB – UVA, Sobral, Ceará. 6Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Recursos
Naturais – CCT – UECE, Fortaleza, Ceará.
INTRODUÇÃO: Varronia multispicata, conhecida popularmente como carucaá, encontra-
se inserida na Família Boraginaceae, a qual contempla cerca de 100 gêneros e 2.300 espécies
de ampla distribuição em regiões temperadas, subtropicais e tropicais. Este gênero apresenta
utilidades terapêuticas de grande valia, assim como os demais recursos naturais, em que o
uso é registrado como um hábito milenar adquirido por diversas culturas e repassado ao
longo dos anos (AL-SHEBAZ, 1991). Para Firmo et al. (2011), cerca de 80% da população
emprega produtos naturais à funções medicinais no tratamento de doenças microbianas,
como por exemplo, infecções fúngicas. Isto pode estar intimamente ligado ao uso
indiscriminado de determinados medicamentos, como derivados azólicos, que permitem a
proliferação de micro-organismos oportunistas aumentando ou criando barreiras de
resistência fúngica. Segundo Loch et al. (2011), o Cetoconazol é um antifúngico padrão
pertencente à classe dos imidazóis de ação sistêmica e tópica, que pode ser incorporado a
diversas vias farmacêuticas, porém é um medicamento facilmente oxidável e fotossensível.
Para tanto, estudos com base em plantas estão cada vez mais presentes no cenário científico,
visto que a fabricação de fitoterápicos geram menores índices de resíduo tóxico, efeito
colateral e custo (MELO; ANDRADE, 2007). A prospecção do óleo essencial (OE) de
recursos naturais é uma das maneiras de viabilizar a utilização de um vegetal em testes in
vitro, os quais consistem na investigação do comportamento de constituintes químicos
biologicamente ativos (ELISABETSKY, 1991). O OE de V. multispicata possui constituição
química de natureza complexa, volátil e está relacionado com diversos aspectos necessários à
sobrevivência da espécie, exercendo papel de fundamental relevância em sua defesa.
OBJETIVOS: Investigar os constituintes químicos presentes em maior e menor
expressividade e analisar possíveis interferências in vitro do OE de V. multispicata quando
aliado à antifúngico padrão frente a cepas fúngicas de Tricophyton rubrum. MATERIAL E
MÉTODOS: V. multispicata foi coletada na região de Pedra da Andorinha, pertencente ao
distrito de Santa Quitéria, localizada a 87,8 km de Sobral - Ceará e induzida ao Herbário
Professor José de Abreu Matos, situado na Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA.
Foram concretizadas, no Laboratório Químico de Produtos Naturais – UVA, a prospecção do
OE de V. multispicata através de hidrodestilação por arraste de vapor d’água durante 2h em
equipamento do tipo Clevenger com partes aéreas do vegetal e análise química segundo
técnica de CG-MS com identificação de constituintes químicos por análises de RMN e
posterior comparação à banco de dados, ambas de acordo com Cassel (2009). A atividade
modulatória, realizada no Laboratório de Microbiologia (LABMIC - UVA) pelo método
Checkerboard, foi executada seguindo metodologia de CLSI M38-A2 (2008) com cepas de
T. rubrum (LABMIC 6205 e LABMIC 6213) assumindo papel de micro-organismo teste,
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
34
cedidas pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. A verificação de efeito sinérgico
foi mensurada a partir da utilização de Cetoconazol como antifúngico padrão e OE de V.
multispicata como produto natural em análise. As placas mantiveram-se sob temperatura
ambiente de 37ºC por 7 dias. A determinação de sinergismo foi concretizada através do
Índice de Concentração Inibitória Fracionada (ICIF), o qual indica efeito sinérgico quando
ICIF ≤ 0,5 µg/mL, indiferente quando 0,5 µg/mL < ICIF < 3,9 µg/mL e antagônico quando
ICIF 4,0 µg/mL. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os constituintes majoritários presentes
no OE de V. multispicata foram β-cariofileno (30,51 %), germacreno D (23,53 %) e
biciclogermacreno (10,63 %). O OE e o Cetoconazol não apresentaram sinergia em atividade
antifúngica para as cepas LABMIC 6205 e LABMIC 6203 que, por sua vez, revelaram ICIF
de 1,67 µg/mL e 0,89 µg/mL respectivamente. Portanto, pressupõe-se efeito indiferente nas
interações entre o antifúngico convencional e o produto natural para os micro-organismos
testados. Partindo disto, faz-se necessário o conhecimento de que as variações dos níveis de
componentes químicos relacionam-se às condições de sazonalidade, ritmo circadiano e locais
de cultivo, pois tais fatores promovem significativas influências no vegetal (GUEDES et al.,
2003). A literatura científica consultada não apresentou resultados substanciais quando
comparada aos dados obtidos nesta pesquisa, porém foram encontrados estudos sobre o OE e
seus aspectos para uma espécie do gênero Varronia, V. curassavica, desenvolvidos por
Carvalho Jr. et al. (2004) em que os autores documentam a inibição do desenvolvimento
fúngico de Candida albicans e de algumas bactérias gram-positivas viabilizada pela presença
de α-pineno, E-cariofileno e aloaromadendreno, constituintes estes ausentes para a amostra
vegetal aqui estudada, o que justifica, de certa forma, a ineficácia do OE de V. multispicata
enquanto antifúngico. bactérias gram-positivas viabilizada pela presença de α-pineno, E-
cariofileno e aloaromadendreno, constituintes estes ausentes para a amostra vegetal aqui
estudada, o que justifica, de certa forma, a ineficácia do OE de V. multispicata enquanto
antifúngico. CONCLUSÃO: Na abordagem química do OE de V. multispicata pôde-se
encontrar um significativo leque de constituintes majoritários e minoritários, entretanto a
influência entre si dos mesmos foi vista como insatisfatória, não sendo possível observar
potencial sinérgico para esta espécie quando posta em união a um antifúngico padronizado.
Isto deve-se, possivelmente, à baixa efetividade para esta propriedade de constituintes
encontrados, sabendo-se que o nível de expressividade dos mesmos varia de acordo com
fatores ambientais. O conhecimento da variabilidade química aqui apresentada pode vir a
abrir caminhos para posteriores prospecções e estudos científicos acerca deste recurso
natural, de forma a revelar outras potencialidades medicinais e/ou farmacológicas.
PALAVRAS-CHAVES: Atividade antifúngica; Produtos naturais; Varronia multispicata.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AL-SHEHBAZ, I.A. The genera of Boraginaceae in the Southeastern United States. Journal
of the Arnold Arboretum, v. 1, p. 1-169, 1991.
BHAVANANI, S. M.; BALLOW, C. H.; New agents for Gram-positive bacteria. Curr
Opin Microbiology, 13: 528-534, 1992.
CASSEL, E.; VARGAS, R. M. F.; BRUN, G. W. Supercritical Extraction of Essential Oil
from Ilex paraguariensis Leaves. Natural Product Communications, v. 3, p. 373-378,
2008.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
35
Clinical and Laboratory Standards Institute. Reference Method for Broth Dilution Antifungal
Susceptibility Testing of Filamentous Fungi (Approved Standard Document M38. CLSI), v.
M38-A2, 2ª ed. Clinical and Laboratory Standards Institute, Wayne, PA, 2008b.
DE CARVALHO JR.; P.M.; RODRIGUES, R.F.O.; SAWAYA, A.C.H.F.; MARQUES,
M.O.M.; SHIMIZU, M.T. Chemical composition and antimicrobial activity of the essential
oil of Cordia verbenacea DC. Journal of Ethopharmacology, v.95, p.297–301, 2004.
ELISABETSKY, E. Sociopolitical, economical and ethical issues in medicinal plant
research. Journal Ethnopharmacol, v. 32, p.235-239, 1991.
FENNER, R.; BETTI, A.H.; MENTZ, L.A.; RATES, S.M.K. Plantas utilizadas na medicina
popular brasileira com potencial atividade antifúngica. Revista Brasileira de Ciências
Farmacêuticas, p. 3-5, 2006.
GUEDES, A. P.; AMORIM, L. R.; VICENTE, A. M. S.; RAMOS, G.; FERREIRA, M. F.
Essenctial oils from plants and in vitro shoots of Hypericum androsaemum L. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 51, n. 5, p. 399-1404, 2003.
LOCH, C. R.; DE MARCO, M. G.; SCHWEDERSKY, M. B.; HAAS, S. E. Avaliação
físico-química e determinação do comportamento reológico de emulsões de cetoconazol a
2% comercializados em farmácias magistrais no município de Erechim/RS. Revista
Brasileira de Farmácia, 92(4): 299-305, 2011.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
36
EVOLUÇÃO DO VÍRUS CHIKUNGUNYA NO CEARÁ
Karolayne Freitas Dos Santos¹, Maria Rosalba Moreira Das Neves Memória², Isana Mara
Aragão3
1Graduanda em Biomedicina UNINTA; ²Professora Doutora UNINTA;
3 Professora Mestre e
Orientadora UNINTA.
INTRODUÇÃO: A Febre de Chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus
Chikungunya (CHIKV), da família Togaviridae e do gênero Alphavirus.O CHIKV é de
origem africana, sua propagação se dar por meio de ciclos silvestres através de vetores do
gênero Aedes e primatas não humanos. Ele possui dois ciclos de transmissão distintos: ciclo
urbano e enzoótico. Tendo como vetor principal do ciclo urbano o Aedes aegypti ou Aedes
albopictus. O vírus Chikungunya é um vírus de RNA encapsulado, que confere alta
mutabilidade e consequentemente uma maior facilidadede se adaptar ao ambiente, assim
tendo uma maior capacidadede infectar seres humanos, o que possibilita a infecção de novos
hospedeiros e o aumento na quantidade de vetores de transmissão. O período de incubação
do vírus no ser humano ocorre em média de 3 a 7 dias, podendo variar de 1 a 12. A maioria
dos indivíduos infectados pelo CHIKV apresentam infecção sintomática. Embora seus
sintomas sejam parecidos com os da dengue, a chikungunya se caracteriza por apresentar
quadros de febre, dor articular intensa, fortes dores de cabeça, inchaços, irritações na pele e
poliartrite principalmente nos punhos, tornozelo e cotovelos, em geral, ocorre melhora após
10 dias, mas pode durar meses o quadro febril e as dores nas articulações. Segundo o
Ministério da Saúde o vírus Chikungunya chegou ao Brasil através de pessoas infectadas
vindas do Haiti e República Dominicana, no ano de 2014, conforme o passar do tempo o
vírus se propagou causando um exacerbado aumento de casos até o presente momento, por
sua vez pouco se conhecia sobre o vírus e quais eram seus malefícios. OBJETIVOS:
Analisar dados epidemiológicos parciais da disseminação do vírus Chikungunya no estado
do Ceará até setembro de 2017. MATERIAIS E MÉTODOS: Os dados foram obtidos no
site da Secretaria de Saúde onde foram disponibilizados boletins epidemiológicos, que
forneceram informações de casos confirmados no Ceará. Estes por sua vez são dados de
domínio publico, em virtude disso não houve a necessidade da aprovação do comitê de ética.
Foi utilizado uma analise estatística descritiva das seguintes variáveis: casos notificados,
confirmados, faixa etária, sexo e cidades com maior ocorrência no período de 2016 até
setembro de 2017. RESULTADOS e DISCUSSÃO: No ano de 2016 foram notificados
48.085 casos suspeitos de chikungunya, destes, 62,0% (29.837/48.085) foram confirmados e
21,5% (10.310/48.085) descartados. Em gestantes 2,2% (1.057/48.085) dos casos foram
notificados e destes 48,0% (508/1.057) foram confirmados. A faixa etária de maior
incidência foi de 20 aos 69 anos, dentre estes observou-se que o sexo feminino foi mais
afetado com 66%, tendo o sexo masculino 34% de incidência. Com relação aos municípios
com a maior incidência de casos estão: Nova Russas (1210), Pentecoste (898), Crateús
(1215), Campos Sales (428), Hidrolândia (1022), Quixadá (1210), Ararendá (149),
Capistrano (235), Quixeramobim (1022), Assaré (247) e Martinópole (112). Já em 2017
foram notificados 121.165 casos suspeitos de chikungunya, destes, 67,7% (82.017/121.165)
foram confirmados, sendo 13,0% (15.706/121.165) descartados. Em gestantes 2,0%
(2.405/121.165) de casos foram notificados e destes 70,9% (1.705/2.405) confirmados. A
faixa etária com maior incidência foi de 5 a 79 anos, no qual observou-se 62,6% no sexo
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
37
feminino e 37,4% no masculino. As cidades com maior número de casos foram: Fortaleza
(49.802), Caucaia (3921), Maracanaú (1500), Maranguape (1640), Pacatuba (1200), Aracati
(1170), Quixeramobim (620), Canidé (737), Acopiara (1029), Iguatú (1228), Cascavel
(1041) e Horizonte (643). Observou-se que o sexo feminino, em todas as faixas etárias
analisadas, teve prevalência no número de casos em ambos os anos. De acordo com os
resultados, mesmo em virtude dos dados serem parciais, até setembro em 2017, foi visto que
houve um elevado número de casos em relação ao ano de 2017. Isso pode ter ocorrido pelo
rápido modo de reprodução do Aedes, em consequência do descuido populacional em
fornecer um ambiente propício para sua desova, além deste apresentar alta mutabilidade e
fácil adaptação ao ambiente e hospedeiro. O Aedes aegypti é um mosquito domestico, devido
a isso é comum ser encontrado dentro ou ao redor de casas, que possivelmente pode ter
contribuído para maior exposição de crianças, adultos e idosos. Mesmo com o índice
relativamente baixo de grávidas afetadas, deve-se manter a atenção em gestantes, pois o
vírus pode ser transmitido de mãe para filho durante a gravidez ou durante o parto.
CONCLUSÃO: Pode-se concluir que houve uma evolução do vírus Chikungunya, no qual
acarretou um elevado número de casos da doença no estado do Ceará até setembro de 2017.
Essa disseminação pode ser evitada, utilizando os métodos de prevenção contra o Aedes,
portanto há necessidade de serem tomadas medidas implementando estratégias de controle
que causam a doença e consequentemente diminuição no número de casos no Ceará.
PALAVRAS CHAVES: arbovírose, Chikungunya e Aedes aegypti
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
Chikungunya: o que precisamos saber sobre o vírus e sobre o manejo da
doença. Disponivel:<https://maismaismedicina.wordpress.com/tag/virus-chikungunya-
chikv/>. Acesso em: 07 de setembro, 2017.
Febre de Chikungunya, manejo clinico.
Disponivel:<http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2015/fevereiro/19/febre-de-
chikungunya-manejo-clinico.pdf>. Acesso em: 07 de setembro, 2017.
Centers for Disease Control and ProtectionChikungunya: Information for Healthcare
Providers. Disponivel: <https://www.cdc.gov/chikungunya/pdfs/CHIKV_Clinicians.pdf>.
Acesso em: 07 de setembro, 2017.
Donalisio, M; Freitas, A. Chikungunya no Brasil: um desafio emergente. Revista Brasileira
de Epidemiologia. vol.18, no.1, p 283-285. São Paulo Jan./Mar. 2015.
Cruvinel, W. M.; Mesquita Júnior, D.; Araújo, J. A. P.; Catelan. T. T. T.; Souza, A. W. S.;
Silva, N. P.; Andrade, L. E. C..Sistema imunitário - Parte I. Fundamentos da imunidade inata
com ênfase nos mecanismos moleculares e celulares da resposta inflamatória. Revista
Brasileira Reumatologia, vol.50, no.4,p 243-261. São Paulo Julho/Agosto. 2010.
VAN DEN HURK, Andrew F.; et al. Evolution of Mosquito-based arbovirus surveillance
systems in Australia. Journal of Biomedicine and Biotechnology, 2012.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
38
Artigo- O aprendizado da agricultura no combate ao Aedes aegypti. Disponível:
<www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/10724909/artigo---o-aprendizado-da-
agricultura-no-combate-ao-aedes-aegypti>. Acesso em: 14 de setembro, 2017.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
39
INFECÇÃO POR Mycobacterium tuberculosis NA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE
SOBRAL – CEARÁ NO PERÍODO DE 2012-2016 E SUA RESISTÊNCIA À DROGAS
Sabrina Fuziger Inácio Brandão1; Reynaldo Assis de Vasconcelos Lopes
1; Anderson Braga
Rodrigues1; Vanessa de Aguiar Policarpo
1; Isana Mara Aragão Frota
2
¹Graduação em Biomedicina - UNINTA; 2Professora/Orientadora UNINTA.
INTRODUÇÃO: A tuberculose é uma das doenças infecciosas que mais gera preocupação
em todo o mundo. A infecção é causada pelo patógeno Mycobacterium tuberculosis, descrito
por Robert Koch em 1882, podendo ser denominado também de bacilos de Koch. Estes seres
procariontes têm formato de bastonete delgado e, quando inalados, se instalam
principalmente nos alvéolos pulmonares, podendo situar-se, ainda, em outros órgãos como
ossos, rins e meninges. O tratamento da TB (tuberculose) baseia-se na administração
associada de fármacos como isoniazida (INH), rifampicina (RMP) e pirazinamida (PZA),
durante dois meses, seguida por quatro meses com INH e RMP. Quando o M. tuberculosis
torna-se resistente a um medicamento, a doença passa a ser chamada de Tuberculose Drogra
Resistente (TBDR). Já quando a micobactéria desenvolve resistência a mais de um fármaco
utilizado no tratamento de TB, surge a Tuberculose Multi-Droga Resistente (TB-MDR). O
diagnóstico da TB-MDR se dá pelo teste de sensibilidade aos fármacos empregados no
tratamento de TB, que necessitam do isolamento do M. tuberculosis da amostra clínica em
um meio de cultura adequado, como Löwenstein-Jensen e Ogawa. A resistência do patógeno
causador de TB aos fármacos é consequência de situações como monoterapia, prescrição
imprópria da administração dos fármacos ou falta de cooperação do paciente para o uso do
esquema terapêutico (ROSSETTI et al., 2002). OBJETIVO: Realizar um levantamento do
número de casos de infecção pela Mycobacterium tuberculosis, na população do município
de Sobral-CE, no período de 2012 a 2016, bem como relatar o número de pacientes com
TBDR e TB-MDR do município, que estão em tratamento atualmente. MATERIAL E
MÉTODOS: Trata-se de um levantamento com base em dados de casos de tuberculose entre
os anos de 2012 a 2016 e casos de pacientes em tratamento atual de TBDR e TB-MDR
disponibilizados pela Vigilância Epidemiológica de Sobral- CE. Os dados de tuberculose
foram organizados de acordo com o sexo e ano de diagnóstico. Já para os casos de TB-MDR,
o sexo e o tipo de resistência. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com a pesquisa,
entre o período de 2012 a 2016 foram confirmados 879 casos da doença. Destes, 593
mulheres e 286 homens. No que se refere ao sexo masculino, entre 2012 e 2013 houve a
queda do número de 130 casos para 109, ou seja, diminuição de 16,2%; já entre 2014 e 2015,
o número de casos subiu de 113 para 126, aumentando 11,5%; no mesmo ano em relação ao
ano de 2016, ocorreu novamente a diminuição de 126 casos para 115, gerando queda
percentual de 8,73%. No tocante ao sexo feminino, entre 2012 e 2013 houve a queda do
número de 59 casos para 57, ou seja, diminuição de 3,4%; entre 2014 e 2015, o número de
casos subiu de 59 para 63, aumentando 6,78%; no mesmo ano em relação ao ano de 2016,
ocorreu diminuição significativa de 63 casos para 48, gerando o percentual de 23.8%. É
possível considerar a diminuição de casos durante estes anos, um efeito do rápido
diagnóstico e tratamento para a tuberculose, assim como campanhas de prevenção e
promoção à saúde realizadas pelo Ministério da Saúde. O que implica, no entanto, no
aumento do número de casos, é a não conclusão do tratamento de seis meses por parte do
paciente, que acaba transmitindo a doença a outras pessoas. Ainda, a pausa no tratamento
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
40
pode originar um caso de TB-MDR. Atualmente, 05 pacientes com TBDR e 01 com TB-
MDR estão sendo acompanhados em Sobral pelo Centro de Infectologia Francisco Luiz da
Costa e 04 estão em Fortaleza, no Hospital de Messejana. Dos 06 pacientes tratados em
Sobral, 02 são mulheres com resistência H, ou seja, resistentes ao antibiótico isoniazida, e 04
são homens, sendo 03 com resistência H e 01 com resistência HR, isto é, resistentes aos
antibióticos isoniazida e rifampicina. Acerca dos pacientes acompanhados no Hospital de
Messejana, 03 homens e 01 mulher possuem resistência HR. Segundo informações obtidas
do setor de Vigilância Epidemiológica de Sobral, estes 04 pacientes que estão em Fortaleza
foram encaminhados para ter um tratamento mais adequado, já que são resistentes a dois
tipos de antibióticos. O único indivíduo com TB-MDR no município de Sobral permaneceu
neste porque antes apresentava apenas resistência R, ou seja, já havia começado o tratamento
em Sobral, somente depois de um tempo apresentou resistência H. homens. No que se refere
ao sexo masculino, entre 2012 e 2013 houve a queda do número de 130 casos para 109, ou
seja, diminuição de 16,2%; já entre 2014 e 2015, o número de casos subiu de 113 para 126,
aumentando 11,5%; no mesmo ano em relação ao ano de 2016, ocorreu novamente a
diminuição de 126 casos para 115, gerando queda percentual de 8,73%. No tocante ao sexo
feminino, entre 2012 e 2013 houve a queda do número de 59 casos para 57, ou seja,
diminuição de 3,4%; entre 2014 e 2015, o número de casos subiu de 59 para 63, aumentando
6,78%; no mesmo ano em relação ao ano de 2016, ocorreu diminuição significativa de 63
casos para 48, gerando o percentual de 23.8%. É possível considerar a diminuição de casos
durante estes anos, um efeito do rápido diagnóstico e tratamento para a tuberculose, assim
como campanhas de prevenção e promoção à saúde realizadas pelo Ministério da Saúde. O
que implica, no entanto, no aumento do número de casos, é a não conclusão do tratamento de
seis meses por parte do paciente, que acaba transmitindo a doença a outras pessoas. Ainda, a
pausa no tratamento pode originar um caso de TB-MDR. Atualmente, 05 pacientes com
TBDR e 01 com TB-MDR estão sendo acompanhados em Sobral pelo Centro de Infectologia
Francisco Luiz da Costa e 04 estão em Fortaleza, no Hospital de Messejana. Dos 06
pacientes tratados em Sobral, 02 são mulheres com resistência H, ou seja, resistentes ao
antibiótico isoniazida, e 04 são homens, sendo 03 com resistência H e 01 com resistência
HR, isto é, resistentes aos antibióticos isoniazida e rifampicina. Acerca dos pacientes
acompanhados no Hospital de Messejana, 03 homens e 01 mulher possuem resistência HR.
Segundo informações obtidas do setor de Vigilância Epidemiológica de Sobral, estes 04
pacientes que estão em Fortaleza foram encaminhados para ter um tratamento mais
adequado, já que são resistentes a dois tipos de antibióticos. O único indivíduo com TB-
MDR no município de Sobral permaneceu neste porque antes apresentava apenas resistência
R, ou seja, já havia começado o tratamento em Sobral, somente depois de um tempo
apresentou resistência H. CONCLUSÃO: Diante do estudo realizado pôde-se concluir que
houve diminuição do número de casos de tuberculose na população do município de Sobral-
CE, no período de 2012 a 2016. No entanto, não se pode definir se houve diminuição ou
aumento no número de casos de TBDR e TB-MDR, pois são pacientes tratados atualmente
que não possuem ano de diagnóstico divulgado pelo setor de Vigilância Epidemiológica de
Sobral-CE. A tuberculose é uma doença grave que necessita da cooperação do paciente em
seguir corretamente o tratamento, visto que a não contribuição deste gera consequências
como a reincidência da doença e até mesmo a resistência da bactéria aos fármacos mais
eficientes. Portanto, é de suma importância que a comunidade em geral participe das
campanhas de prevenção à tuberculose e que o paciente tuberculótico tenha conhecimento da
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
41
gravidade da doença, para que esta não seja transmitida para outras pessoas.
PALAVRAS-CHAVES: Mycobacterium tuberculosis; tuberculose; resistência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ROSSETTI, Maria Lúcia Rosa; VALIM, Andréia Rosane de Moura; SILVA, Márcia Susana
Nunes and RODRIGUES, Vívian Sumnienski. Tuberculose resistente: revisão molecular.
Rev. Saúde Pública [online]. 2002, vol.36, n.4, pp.525-532.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil /
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância
Epidemiológica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 284 p.: il. – (Série A. Normas e
Manuais Técnicos).
TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, CL. Microbiologia. 10. ed., Porto Alegre: Artmed,
2010. Capítulo 24, Doenças Microbianas do Sistema Respiratório; p. 674-70
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
42
ESTUDO DA INCIDÊNCIA DE PESSOAS AFETADAS PELO VÍRUS
INFLUENZA NO ESTADO DO CEARÁ
Gabriela Alves Mendes Gomes¹; Alexandre Rocha Tavares¹, Gleison Anderson Sena Timbó1;
Maria Rosalba Moreira das Neves Memória², Isana Mara Aragão Frota3
¹Graduando Biomedicina UNINTA; ²Professora da UNINTA; 3Professora e Orientadora
curso de Biomedicina UNINTA.
INTRODUÇÃO: A influenza é uma doença infecciosa aguda, de origem viral que acomete
o trato respiratório, de elevada transmissibilidade, distribuição global e comportamento
sazonal. É capaz de provocar epidemias recorrentes e pode evoluir com pandemias quando
um novo vírus se dissemina em uma população que não apresenta imunidade. É causada pelo
vírus influenza, da família Orthomyxoviridae de genoma RNA segmentado. Existem três
tipos de vírus influenza: A B e C onde o C causa apenas infecções respiratórias brandas, sem
impacto na saúde pública e não relacionado a epidemias. Já o vírus A e B são os que causam
epidemias sazonais. O vírus A com subtipo hemaglutinina (HA ou H) e neuraminidase (NA
ou N) onde a proteína H esta relacionada às infecções do trato respiratório no qual o vírus se
multiplica, enquanto a proteína N está envolvida na liberação das partículas virais das células
infectadas. Outros subtipos do vírus A são: A (H1N1) e A (H3N2) atualmente circuladas em
humanos, e os A (H5N1) e A (H7N9) que causam doenças graves. A vigilância da influenza
no Ceará é composta por: Sentinela de Síndrome Gripal (SG); Sentinela de Síndrome
Respiratória Aguda Grave (SRAG) e casos de SRAG hospitalizados. Estas por sua vez
objetivam a identificação do vírus da influenza e/ou outros vírus respiratórios. Dentre as
vigilâncias abordadas a SG é uma febre acompanhada de tosse e/ou dor de garganta. Em
crianças apresenta sintomas respiratórios (febre, coriza e obstrução nasal). A SRAG ocorre
em pacientes de qualquer idade que já apresente SG com dispneia, desconforto ou aumento
da frequência respiratória, hipotensão em relação a pressão arterial habitual ou insuficiência
respiratória aguda em período sazonal. Esta síndrome pode ser causada pelo vírus da
influenza e por outros vírus respiratórios como vírus sincicial respiratório (VSR),
adenovírus e Para influenza 1 e 2. OBJETIVO: Analisar a incidência de pessoas afetadas
pelo vírus influenza no estado do Ceará. MATERIAIS E MÉTODOS: Os dados foram
obtidos no Boletim Epidemiológico “Influenza e vírus respiratórios” da Secretaria de Saúde
do Estado do Ceará, no qual foram analisadas a incidência do vírus da influenza, SG e
SRAG. Como o vírus da influenza apresentou maior incidência realizou-se a investigação
também das seguintes variáveis: sexo, faixa etária e vacinação no período de Janeiro a Maio
de 2017. Os dados são de domínio publico, sendo assim não houve necessidade da aprovação
do comitê de ética e utilizou-se uma análise estatística descritiva. RESULTADOS E
DISCUSSÃO: No Ceará, em 2017, foram notificados 80 casos no período de 01/01 à
06/05/2017, dentre estes, 50%(40/80) foram causados pelo vírus influenza, 25% (20/80) para
SG e 25%(20/80) para SRAG. Os dois programas de vigilância SG e SRAG, foram criadas a
partir do grande grupo do vírus influenza. A incidência das duas síndromes tiveram
porcentagens iguais de acordo com a quantidade de casos notificados. Dentre estes, quanto
ao vírus da influenza observou-se a prevalência de 60%(24/40) nas mulheres enquanto que
os homens apresentaram 40%(16/40). As faixas etárias de maior ocorrência foram de 1 a 4
anos de idade e acima de 60 anos (20% - 8/40 em cada), comparados aos casos de pessoas
menores de 1 ano, 10 a 19, 30 a 39 (15% - 6/40 em cada), 50 a 59 (10% - 4/40) e 20 a 29
(5% - 2/40) foram mais baixos. Esse total de casos pelas determinadas faixas etárias são
devidos aos contatos entre pessoas com sintomas e/ou pessoas não vacinadas, e com isso
deve-se fazer uso de medidas preventivas como: higienizar as mãos com água e sabão ou
com álcool gel, principalmente depois de tossir ou espirrar; depois de usar o banheiro, antes
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
43
de comer, antes e depois de tocar os olhos, a boca e o nariz; evitar tocar os olhos, nariz ou
boca após contato com superfícies potencialmente contaminadas (corrimãos, bancos,
maçanetas etc.). Manter hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, ingestão de
líquidos e atividade física. Pessoas com síndrome gripal devem evitar contato direto com
outras pessoas, evitando suas atividades de trabalho, estudo, sociais ou aglomerações e
ambientes coletivos. Quanto à situação vacinal, 40% (16/40) dos casos e um terço (4/40) dos
óbitos não haviam sido vacinados contra a influenza, enquanto 60%(24/40) foram vacinadas.
O vírus requer vigilância como imunização no período de maior circulação e aparência
frequente de pessoas com sintomas, nesse caso, a incidência pela faixa etária mostra o
percentual de pessoas que não foram imunizadas e obtiveram contato com o vírus. De acordo
com o Ministério da Saúde, a vacinação é uma das medidas preventivas para influenza e em
2017 fornecendo campanhas de vacinação que além dos indivíduos com 60 anos, serão
vacinadas outras prioridades como, mulheres no período puérperas, gestantes, crianças
menores de 5 anos, profissionais da saúde e professores. A vacina é segura e é considerada
uma das medidas mais eficazes para evitar casos graves e óbitos. A falta de pessoas
interessadas nas vacinas gera um grande quadro epidemiológico pela doença que o vírus
acomete, e a porcentagem de óbitos tende a crescer principalmente em pessoas prioritárias
com chances de complicações. CONCLUSÃO: Pode-se concluir que grande parte de casos
de SG e SRAG notificados, tem maior incidência nas mulheres, na faixa etária de 1 a 4 anos
e acima de 60 anos, por contatos entre pessoas sintomas e/ou não vacinadas. Apesar da
existência de campanhas que visam repassar medidas preventivas contra o vírus, o alcance e
interesse de quem as recebem não é efetivo, não há um nível desejável de preocupação
partido da população. Entretanto, de acordo com os dados expostos anteriormente, o numero
estatístico de pessoas que foram vacinadas se sobrepõe ao numero de pessoas que não
receberam a vacina.
PALAVRAS-CHAVES: Influenza, Sentinela de Síndrome Gripal, Sentinela de Síndrome
Respiratória Aguda Grave.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Descrição da doença influenza. Disponível:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/descricao-da-doenca-influenza, acesso em: 02 de
Setembro, 2017.
Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Ceará. Disponível:
http://www.saude.ce.gov.br/index.php/boletins, acesso em 02 de Setembro, 2017.
Boletim Epidemiológico Influenza e vírus respiratórios. Disponível:
http://www.saude.ce.gov.br/index.php/boletins ; boletim_influenza_26_05_2017.pdf , acesso
em 02 de Setembro, 2017.
Boletim Epidemiológico SRAG-Influenza. Disponível:
http://www.saude.ce.gov.br/index.php/boletins?start=20 , acesso em 15 de Setembro, 2017.
Gestante e puérperas devem toma vacinas contra a gripe. Disponível:
http://www.brasil.gov.br/saude/2014/04/gestantes-e-puerperas-devem-tomar-a-vacina-
contra-gripe , acesso em 18 de Setembro, 2017.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
44
Nota informativa e informações sobre a sazonalidade da influenza 2017. Disponível:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/414-
secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/influenza/22873-informacoes-sobre-gripe , acesso em 18
de Setembro, 2017.
Gripe chega a matar 500 mil pessoas por ano no mundo. Disponível:
http://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2013/03/28/noticias-saude,194806/gripe-chega-a-
matar-500-mil-pessoas-por-ano-no-mundo.shtml , acesso em 18 de Setembro, 2017.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
45
ANÁLISE COMPARATIVA DE ESTIRPES DE Chromobacterium violaceum
FERNANDES, M. R.; AZEVEDO, M. I. G.; SOUSA, A. J. S.; GRANGEIRO, T.B.
INTRODUÇÃO:: Chromobacterium violaceum é uma β-proteobacteria Gram-negativa de
vida livre, saprófita, aeróbica facultativa, que é comumente encontrada em amostras de solo
e água de regiões tropicais e semi-tropicais, podendo ser patógeno oportunista para humanos
e outros animais (DURÁN & MENCK, 2001; GILLIS & LOGAN, 2015). Exibe crescimento
ótimo entre 30-35°C, podendo sobreviver em temperaturas de 10 a 40°C. A maioria das
estirpes se destaca pela produção de violaceína, um pigmento derivado do triptofano, que
confere às colônias uma coloração roxa, apesar de existirem estirpes que formam colônias
não-pigmentadas (GILLIS & LOGAN, 2015). No Brasil, C. violaceum foi inicialmente
isolada a partir de amostras de água coletadas em Manaus-AM (CALDAS, 1977).
Posteriormente, cepas também foram isoladas do Rio Negro, onde é abundante (DURÁN &
MENCK, 2001). Devido ao potencial biotecnológico tanto da violaceína quanto de outros
metabólitos produzidos por C. violaceum (DURÁN & MENCK, 2001), a estirpe ATCC
12472 foi escolhida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para ter seu genoma
completamente sequenciado pelo Projeto Genoma Brasileiro (DE VASCONCELOS et al.,
2003). Apesar de sua presença ser reconhecida principalmente na região Amazônica, ocorre
em diversos locais do país, em diferentes ecossistemas (MYERS et al., 2000).
OBJETIVOS: Avaliar os efeitos da temperatura e meio de cultura sobre o crescimento e
rendimento de proteínas secretadas para o meio por seis estirpes de C. violaceum
(1221,1222, 1323, 1425, 2221, 2910), isoladas de diferentes regiões do estado do Ceará,
Brasil. A estirpe-tipo ATCC 12472, isolada na Malásia, foi usada como
referência.MATERIAIS E MÉTODOS: Foram utilizadas sete estirpes de C. violaceum: a
ATCC 12472 (estirpe-tipo) foi isolada de água doce, na Malásia; 1221, 1222, 1323 e 1425
foram isoladas de solo, em Tejuçuoca; 2221 foi isolada de solo, em Banabuiú, e 2910 foi
isolada do mangue do rio Cocó, em Fortaleza. As estirpes foram cultivadas em meio Luria-
Bertani (LB) Ágar, em temperaturas de 30°C e 37°C, por 14-16 h. Uma colônia isolada de
cada placa foi inoculada em 10 mL de caldo LB e mantida na temperatura de crescimento
anterior (30°C ou 37°C), sob agitação orbital vigorosa (180 rpm), até atingir uma densidade
óptica a 600 nm (DO600) de aproximadamente 0,4-0,5. Quando a DO600 adequada foi
atingida, uma alíquota de 1 mL de cada cultura foi inoculada em 100 mL dos meios caldo
2xYT e caldo “Terrific” (SAMBROOK & RUSSELL, 2001), e as culturas foram mantidas
por 24 h a 180 rpm, na mesma temperatura de crescimento anterior. As culturas foram então
centrifugadas (6.000 g, 10 min, 4°C) e os sobrenadantes (meios de cultura desprovidos de
células) foram dialisados exaustivamente contra água destilada. As proteínas secretadas por
cada estirpe, presentes no meio de cultura livre de células, foram precipitadas pela adição de
sulfato de amônio sólido (GREEN & HUGHES, 1955), para uma saturação de 95%, e os
precipitados foram coletados por centrifugação, ressuspendidos em água destilada e
dialisados contra o mesmo solvente. Amostras dessas frações contendo as proteínas
secretadas por cada estirpe foram analisadas quanto à sua atividade quitinolítica, por meio de
um ensaio colorimétrico, usando quitina coloidal como substrato (REISSIG et al., 1955). O
restante das amostras foi liofilizado, pesado e armazenado a -20°C. RESULTADOS E
DISCUSSÃO: As colônias da estirpe ATCC 12472 apresentaram o menor tamanho dentre
todas, com coloração roxa profunda, uniforme, e eram convexas, regulares e não gelatinosas.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
46
As colônias da estirpe 1221 eram convexas, não gelatinosas, com tamanho diversificado,
geralmente grandes, e com coloração roxa, mais clara que aquela apresentada pelas colônias
de ATCC 12472. A estirpe 1222 apresentou dois tipos de colônias. Colônias maiores
apresentavam cor roxa, sendo geralmente redondas e regulares, convexas, não gelatinosas e
virtualmente separadas entre si. Já as colônias menores eram não-pigmentadas, pequenas,
aglomeradas seguindo o padrão do estriamento, convexas e não gelatinosas. A estirpe 1323
apresentou a maioria das colônias com coloração roxa profunda, entretanto as mais recentes
ainda estavam sem pigmentação. Apresentavam forma redonda, regular, convexas, não
gelatinosas. A estirpe 2221, única isolada em Banabuiú, se destacou dentre as demais por sua
forma e coloração. As colônias eram geralmente irregulares, crescendo como aglomerados.
Sua coloração era mais clara que as demais, se aproximando mais de violeta que do roxo,
com as colônias mais antigas exibindo coloração mais intensa e as mais recentes
descoloridas. As colônias da estirpe 1425 apresentavam cor roxa mais clara, similar às de
1221, com colônias redondas, convexas, regulares e de cor uniforme, com aspecto não
gelatinoso. Um aspecto interessante sobre o crescimento da 1425 em meio líquido é que esta
libera um forte odor, similar ao de mangue, de onde foi isolada. Essa característica, não vista
nas demais estirpes, pode ter sido adquirida por transferência horizontal de genes, a partir de
outras bactérias que vivem no mesmo habitat. Em relação ao tamanho das colônias, a estirpe
ATCC 12472 pode ter apresentado colônias menores por ter sido isolada em ambiente
aquático, onde os indivíduos provavelmente estariam mais dispersos. O ensaio de atividade
quitinásica confirmou a presença de proteínas quitinolíticas, secretadas para o meio
extracelular, com as maiores absorbâncias observadas nas frações obtidas a partir das
culturas da estripe 1222. De maneira geral, a atividade foi maior quando as células eram
cultivadas em caldo “Terrific”. Entretanto, a presença de violaceína no meio pode ter
influenciado nas leituras das absorbâncias, impedindo quantificação dessa atividade. A
análise do genoma de C. violaceum ATCC 12472 já indicava a presença quitinases
provavelmente secretadas (DE VASCONCELOS et al., 2003). Apesar de quitinases não
serem consideradas essenciais para a sobrevivência da bactéria, podem representar uma
adaptação importante, pois tornam possível sua sobrevivência utilizando apenas quitina
como fonte de carbono e nitrogênio (STREICHSBIER, 1983). Quanto ao rendimento de
proteínas secretadas, os maiores valores foram obtidos quando as estirpes foram cultivadas a
37°C, provavelmente graças ao aumento do metabolismo ou por estresse metabólico, já que
esta temperatura ultrapassa o ótimo da espécie. Quando as estirpes foram cultivadas a 30°C,
os rendimentos de proteínas secretadas foram maiores para células cultivas no caldo
“Terrific”, enquanto que a 37°C, os maiores rendimentos foram obtidos quando as células
foram cultivadas em 2xYT. O maior rendimento, por litro de cultura, considerando todas as
estirpes, foi obtido a partir da estirpe 1323, cultivada em 2xYT a 37°C (674 mg), enquanto
que o menor rendimento também foi observado na mesma estirpe e meio de cultura, a 30°C
(15 mg). Alguns extratos apresentavam forte coloração roxa, indicando a presença de
violaceína nos mesmos. CONCLUSÃO: As estirpes de C. violaceum apresentam
características bem distintas entre si, tanto em relação à morfologia das colônias, quanto à
secreção de proteínas. Muitas dessas características estão relacionadas com seu habitat,
entretanto estirpes de uma mesma localidade e com amostras de mesma origem, como 1221,
1222, 1323 e 1425, isoladas do solo de Tejuçuoca, também apresentaram propriedades
bastante distintas. Algumas estirpes selvagens mostraram um ótimo potencial
biotecnológico, pois apresentam secreção de proteínas, como quitinases, e de outros
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
47
metabólitos, como violaceína, em quantidades maiores que as observadas para a estirpe
ATCC 12472. Análises mais profundas são necessárias para apontar a distância evolutiva
entre essas estirpes e de que forma se diferenciaram.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICCAS:
CALDAS, L. R. Photochemistry and photobiology in a virgin land. Photochemistry and
Photobiology, v. 26, n. 1, p. 1–2, 1977.
DE VASCONCELOS, A. T. R. et al. The complete genome sequence of Chromobacterium
violaceum reveals remarkable and exploitable bacterial adaptability. Proceedings of the
national academy of sciences of the United States of America, p. 11660–11665, 2003.
DURÁN, N.; MENCK, C. F. Chromobacterium violaceum: a review of pharmacological and
industiral perspectives. Critical reviews in microbiology, v. 27, n. 3, p. 201–222, 2001.
GILLIS, M.; LOGAN, N. A. Chromobacterium. In: WHITMAN, W. B. et al. (Eds.). .
Bergey’s Manual of Systematics of Archaea and Bacteria. Chichester, UK: John Wiley &
Sons, Ltd, 2015. p. 1–9.
GREEN, A. A.; HUGHES, W. L. [10] Protein fractionation on the basis of solubility in
aqueous solutions of salts and organic solvents. Methods in enzymology, v. 1, p. 67–90,
1955.
MYERS, N. et al. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, n. 6772,
p. 853, 2000.
REISSIG, J. L.; STROMINGER, J. L.; LELOIR, L. F. A modified colorimetric method for
the estimation of N-acetylamino sugars. Journal of Biological Chemistry, v. 217, n. 2, p.
959–966, 1955.
SAMBROOK, J.; RUSSELL, D. W. Molecular cloning: a laboratory manual. third. Cold
pring Harbor Laboratory Press, New York, 2001.
STREICHSBIER, F. Utilization of chitin as sole carbon and nitrogen source by
Chromobacterium violaceum. FEMS Microbiology Letters, v. 19, n. 1, p. 129–132, 1983.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
48
ANÁLISE MICROBIÓLOGICA DE PÓLEN APÍCOLA FRESCO
Edinara Maria de França Aguiar1, Marcela Sheila Araújo Xavier
2, Anny Sampaio Silva
3,
Leonardo Costa da Silva4, Dougliane Gomes de Souza
5, José Everton Alves
6, Raquel
Oliveira dos Santos Fontenelle7
1,4Discentes no curso de Ciências Biológicas, ([email protected]),
2Graduação em
zootecnia, 3,5
Graduação em Ciências Biológicas, 6 Professor adjunto do Curso de Zootecnia,
7Orientadora/Professora adjunto do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual
Vale do Acaraú (UVA), Sobral-CE, Brasil.
INTRODUÇÃO: Grãos de Pólen são micrósporos, isto é, estruturas reprodutivas das
plantas, que produzem e transportam o gameta masculino, facilitando a reprodução.
Apresentam em sua composição nutrientes como carboidratos, proteínas, aminoácidos,
lipídeos, vitaminas e minerais, além de carotenóides, flavonóides e fitosterois (ALMEIDA -
MURADIAN et al., 2005). As abelhas da espécie Apis mellifera são responsáveis por
produzirem néctar e outras substâncias salivares como vitaminas e enzimas, que irão
misturar-se ao pólen das flores formando um aglomerado de pólen, denominado pólen
apícola (ALVES et al, 2015). O recolhimento do pólen apícola é realizado utilizando
coletores que ficam dispostos na entrada das comeias. Ao final da coleta acham-se reunidas
as bolotas de grãos de coloração variável, devido à diversidade botânica agrupada pelas
abelhas, formando um “mix” polínico, a mistura obtida é recolhida pelo apicultor para o
beneficiamento, comercialização e consumo humano e animal (HERVATIN, 2009). A
qualidade do pólen apícola está associada às suas características físico - químicas,
microbiológicas e biológicas que variam de acordo com as práticas empregadas durante a
coleta além da origem botânica, condições climáticas e de solo da região onde é produzido
(MELO, 2015). Na microbiota normal do pólen apícola estão presentes Leveduras, Fungos
filamentosos e Cocos, entretanto práticas inadequadas de manejo, processamento e
armazenamento do produto podem facilitar a presença de elementos estranhos, além de
comprometer suas características organolépticas (BARRETO et al, 2005). OBJETIVO: O
referido estudo visou avaliar a qualidade microbiológica (análise de Coliformes Totais e
Termotolerantes, Bactérias Aeróbias Mesófilas e Bolores/Leveduras) de amostras de pólen
apícola fresco. MATERIAL E MÉTODOS: Foram utilizadas para pesquisa microbiológica
9 amostras de pólen apícola fresco. Realizou-se a técnica para determinação do Número
Mais Provável (NMP) de Coliformes Totais e Termotolerantes através do método de
fermentação em tubos múltiplos. Inicialmente foi pesado 25 g de cada amostra de pólen e
posteriormente foram homogeneizadas em 225 mL de solução salina (0,85%) estéril, sendo
esta a diluição 10-1
, em seguida 1 mL desta diluição foi dissolvida em 9 mL de solução
salina, estabelecendo a diluição 10-2
, prosseguindo assim até a diluição 10-3
(JAKABI;
FRANCO, 1991). Para quantificação de Coliformes Termotolerantes foram retiradas
alíquotas dos tubos de Lactosados positivos com auxílio de uma alça de níquel cromo e
inoculando-se em tubos com Caldo Escherichia coli (EC) com tubos de durhan invertidos e
posterior incubação em banho-maria a 45 ºC por 48 horas. Já a identificação de Coliformes
Totais foi realizada retirando-se alíquotas dos tubos positivos de lactosado e inoculados em
Caldo Bile Verde Brilhante (BVB) que foram incubados em estufa a 35 ºC por 48 horas. A
quantificação de Bactérias Aeróbias Mesófilas foi realizada através da contagem padrão em
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
49
placas sendo feita através da técnica “Pour Plate”, retirando-se 1 mL de cada diluição e
adicionadas em 9 mL de solução salina. Conseguinte, foi acrescentado a 15 mL de Plate
Count Agar (PCA) para contagem das colônias. O inoculo foi misturado com meio de cultura
com movimentos suavemente em superfície plana em forma de oito. Com a solidificação do
meio, as placas foram incubas em estufa bacteriológica a 35 ºC por 24 h. O procedimento
para quantificação de Bolores e Leveduras foi realizado em duplicata, semeando 0,1 mL de
cada diluição decimal seriada (10-1
, 10-2
, 10-3
) utilizando o Agar Batata Dextrose (BDA). A
incubação deu-se em estufa bacteriológica a 35 ºC, por 6 dias. RESULTADOS E
DISCUSSÃO: Na leitura realizada no Caldo Lactosado, observou-se presença de
microrganismos em todos os pontos devido à produção de gás, formação de bolhas no
Durhan e turvação no meio de cultura. Referente ao Caldo de Bile Verde Brilhante para
Coliformes Totais, o Número Mais Provável (NMP) variou de >1,6x103 NMP/g a 3,2x10
NMP/g, já para Caldo de Escherichia Coli, Coliformes Termotolerantes, o NMP indicou
oscilações entre >1,6x103 NMP/g a 1,1x10 NMP/g, também apresentando contaminação. Os
microrganismos Aeróbios Mesófilos tiveram variação de 2,5x105 UFC/g a 9,2x10
2 UFC/g.
Referente à contagem das colônias de Bolores e Leveduras os resultados variaram de
1,6x102UFC/g a 1,1x10
2 UFC/g e 3,3x10
4 UFC/g a 9,5x10 UFC/g, respectivamente. No
Brasil a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) não especifica os parâmetros
microbiológicos para pólen apícola, porém a mesma estabelece padrões para produtos com
similaridade (BRASIL, 2001). Barreto, et al (2005) assemelharam pólen apícola desidratado
a produtos a base de amidos, farinhas féculas e fubá, semielaborados estáveis à temperatura
ambiente na qual os limites para Coliformes Termotolerantes é de até 5,0x102 UFC/g . Em
Cuba a legislação enquadra o pólen apícola no grupo de alimentos de origem vegetal,
estabelece limite máximo para Bolores e Leveduras de 102 UFC/g, e para Coliformes Totais
<105 UFC/g (CUBA, 2007). Referente a microrganismos Aeróbios Mesófilos a legislação
Argentina estabelece limites máximos de 1,5x105 UFC/g (ARGENTINA, 1971). Em estudo
realizado com pólen apícola desidratado, Melo (2015) obteve resultados inferiores aos
resultados encontrados no presente trabalho, com ausência de Escherichia coli, Coliformes
Totais com variação de <10 a 2,8x103 UFC/g, microrganismos Aeróbios Mesófilos com
valores de <10 a 1,1x104 UFC/g, já para Bolores e Leveduras os resultados variaram de <10
a 7,6x103 UFC/g. CONCLUSÃO: Podemos concluir que, nas amostras analisadas foi
detectada a presença de Fungos e Bactérias Aeróbias Mesófilas, que podem não apresentar
risco a saúde. Entretanto, foi observada a presença de microrganismos patogênicos, como os
Coliformes Termotolerantes, indicando uma má qualidade higiênico-sanitária. Portanto,
fazem-se necessárias boas práticas de higiene do pólen apícola, além do desenvolvimento de
uma legislação brasileira para o controle da qualidade do produto.
PALAVRAS-CHAVES: Leveduras; Contaminação; Coliformes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, T. T. L.; SILVA, J. N.; MORAES, M. S.; CRISPIM, S. S.; BEZERRA, D. L.;
MOTA, D. D. G. Caracterização físico-química do pólen polifloral coletado por abelhas
africanizadas (Apis mellifera L.) na região do Cariri cearense. ACTA Apícola Brasílica, v.
03, n. 2, p.19 - 22, 2015.
ALMEIDA-MURADIAN, L. B. A.; PAMPLONA, L. C.; COIMBRA, S.; BARTH, O. M.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
50
Chemical composition and botanical evaluation of dried bee pollen pellets. Journal of Food
Composition and Analysis, v.18, n.1, p. 105-111, 2005.
ARGENTINA. Ley n° 18.284, de 30 de Junio de 1971. La Secretaria de Estado de Salud
Pública estabelece La vigência de las normas higiênico sanitárias, bromatologica y de
identificacion commercial continidas en El código Alimentario Argentino. Boletim Oficial,
Buenos Aires, 1971.
BARRETO, L. M. R. C.; FUNARI, S. R. C.; ORSI, R. O. Composição e qualidade do pólen
apícola proveniente de sete estados brasileiros e do Distrito Federal. Boletim de Indústria
animal, v. 62, n. 2, p. 167-175, 2005.
BRASIL, 2001. Regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de pólen
apícola.Anexo V. Ministério da Agricultura e do Abastecimento.
CUBA. Ministério de La Agricultura. NRAG 16: apicultura, propóleos, matéria prima,
especificaciones. Habana: Ministério de La Agricultura, 12p , 2007.
HERVATIN, H. L. Avaliação microbiológica e físico-química do pólen apícola in natura
e desidratado sob diferentes temperaturas, 2009. 99f. Dissertação (Mestrado acadêmico
em Ciência de Alimentos) -Programa de Pós- Graduação em Engenharia de Alimentos,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009.
JAKABI, M.; FRANCO, B. D. M. Freqüência de isolamento de cepas de E.coli patogênicas
em alimentos de origem animal. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 11, n. 1, p.170-181,
1991.
MELO, A. A. M. Perfil químico e microbiológico, cor, análise polínica e propriedades
biológicas do pólen apícola desidratado,2015. 343f. Tese (Doutorado acadêmico em
Bromatologia) -Programa de Pós- Graduação em Ciência dos Alimentos, Universidade de
São Paulo, São Paulo, 2015.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
51
INCIDÊNCIA DE MICROORGANISMOS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA NEONATAL DE UM HOSPITAL DA REGIÃO NORTE DO CEARÁ.
FONSECA, M.X.Q.C.1; LINHARES, I.P.B.
1,2; MORAIS, A.J.A.
1; RODRIGUES, M.R.P.
1; PINTO, V.P.T.
1,2; BARBOSA, F.C.B.
1
1Universidade Federal do Ceará
INTRODUÇÃO: A incidência de infecções hospitalares varia de acordo com as
características de cada unidade de tratamento (infra-estrutura e recursos humanos), do
próprio recém-nascido (RN) (idade gestacional e peso de nascimento) e dos métodos de
prevenção e diagnósticos disponíveis. Crianças criticamente doentes que recebem cuidados
em uma unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) estão em um crescente risco de
adquirir uma infecção nosocomial por imaturidade imunológica e uma série de
procedimentos invasivos de diagnóstico e terapêutica. Nesse ambiente hospitalar, as
superfícies, mãos e aventais dos trabalhadores da saúde estão muitas vezes contaminados por
micro-organismos resistentes aos antimicrobianos, os quais podem sobreviver nesses locais
por dias, semanas e até meses, constituindo o principal mecanismo para a colonização e
infecção do Recém nascido. Estudos anteriores de vigilância mostraram que as taxas de
infecção nosocomial nas UTINs variam de 8,7% a 74,3%. Isto é estima-se que no Brasil,
60% da mortalidade infantil ocorre no período neonatal, com a sepse sendo uma das
principais causas. Cabe ressaltar ainda que em países desenvolvidos, as taxas gerais de
incidência de infecção hospitalar nas UTI neonatal variam entre 8,4% a 26%, enquanto no
Brasil essas taxam apresentam-se entre 18,9% a 57,7%. Essas infecções geralmente são
causadas por microorganismos do ambiente hospitalar, altamente resistentes à maioria dos
antibióticos. O uso amplo de antibióticos e outros medicamentos podem levar ao surgimento
de cepas bacterianas resistentes. OBJETIVO: Descrever a incidência dos microrganismos
presentes na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de um hospital escola da Região Norte
do Ceará no ano de 2016. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo quantitativo,
descritivo, retrospectivo e documental. A coleta de dados ocorreu por meio de relatórios
obtidos por meio do equipamento VITEK® 2 . Os dados são referentes aos meses de janeiro a
dezembro de 2016. As informações foram avaliadas pelo método de estatística simples,
utilizando cálculo de somas e médias. Resultados e Discussão: Foram incluídos no estudo
todos os neonatos admitidos na UTIN, no período decorrente das coletas. No período, foram
obtidos 117 isolados da UTIN. As bactérias mais incidentes isoladas em todos os materiais
biológicos, coletados para cultura durante o ano de 2016 foram: Staplylococus epidermidis
(37,6%), Klebsiella pneumoniae ssp pneumoniae (11,1%), Pseudomonas aeruginosa (8,5%),
Enterobacter cloacea ssp cloacea e Stenotrophomonas maltophilia com (5,1%)
respectivamente, Serratia marcescens (3,4%), Acinetobacter baumannii, Enterobacter
gergoviae, Staphylococcus haemolyticus (2,6%), Candida Albicans, Candida parapsilosis,
Enterobacter aerogenes, Enterococcus faecalis, Kocuria varians, Proteus mirabilis,
Staphylococcus hominis ssp hominis (1,7%) e Candida famata, Candida lusitaniae,
Pseudomonas fluorescens, Sphingomonas paucimobilis, Staphylococcus capitis,
Staphylococcus warneri, Streptococcus thoraltensis (0,9%) de todas as amostras biológicas.
Algumas cepas despertam preocupação com relação ao seu aparecimento, devido ao fato de
ser conhecido seus padrões de resistência elevados em todo o país. Analisando os resultados,
o estudo chama atenção pela prevalência de Staplylococus epidermidis, que é mais comum
em pele e pode ser introduzido no ambiente por pacientes ou profissionais de saúde, sendo
agravada pelas cepas resistentes. Desta forma, nossos resultados corroboram com a literatura,
onde afirmam que entre as diversas bactérias que podem ocasionar infecção neonatal,
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
52
Staphylococcus spp. é o principal agente gram-positivo causador de infecções nosocomiais
em recém-nascidos, destacam-se os estafilococos plasma coagulase negativos (SPCN) que
tem o Staphylococcus epidermidis como seu principal representante. (OLIVEIRA et al.,
2011). Klebsiella pneumoniae ssp pneumoniae bactéria produtora de beta-lactamase de
espectro estendido, Pseudomonas aeruginosa , sendo esta ultima um dos principais
patógenos de infecções hospitalares. Esta bactéria tem grande relevância clínica,
principalmente quando associada a pacientes sondados (LUCCHETTI et al., 2005). Assim
como nos estudos realizados por Paula (2008) os microrganismos mais prevalentes em UTIN
foram os cocos Gram-positivos (Staphylococcus) e os bacilos Gram-negativos (Enterobacter
spp., Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter
baumanii). Estudos como este devem ser realizados com certa periodicidade, para que se
possa controlar as taxas de resistência e utilizar-se destas bases microbiológicas para nortear
a terapêutica médica. CONCLUSÃO: Os resultados ressaltam a importância da vigilância
epidemiológica como ferramenta para o controle de infecções nosocomiais na UTIN , uma
vez que permite maior conhecimento a cerca do perfil de resistência/sensibilidade dos
microorganismos encontrados. Além do que, estudos adicionais são úteis para o controle
eficiente das infecções nosocomiais neste hospital de ensino.
PALAVRAS-CHAVES: UTI neonatal; Infecção nosocomial; Hospital de ensino.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
OLIVEIRA, A.; SANCHES, P.; LYRA, J.C.; BENTLIN, M.R.; RUGOLO, L.M.;
LOURDES, R.S.C.M. Risk factors for infection with coagulase-negative staphylococci in
newborns from the neonatal unit of a brazilian university hospital. Clinical medicine
insights Pediatrics, v. 15, p. 1-9, 2011.
PAULA, D.M. Precauções de contato: conhecimento e comportamento dos profissionais
de um centro de terapia intensiva em um hospital geral de Belo Horizonte.
(Dissertação). Belo Horizonte: Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas
Gerais; 2008.
SILVA, A.R.A.S; SIMÕES, M.L.C.L; WARNACK, L.S; TEIXEIRA, C.H. Infecções
relacionadas à assistência à saúde por Staphylococcus coagulase negativa em unidade
de terapia intensiva neonatal. RevBras Ter Intensiva. 2013;25(3):239-244.
Brasil. AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITARIA – Anvisa. Critérios
Diagnósticos de Infecções Relacionadas a Assistência a Saúde – Neonatologia. 2013.
Lucchetti G, Silva AJ, Ueda SMY, Perez MCD, Mimica LMJ. Infecções do trato urinário?
Análise da frequência e do perfil de sensibilidade dos agentes causadores de infecções do
trato urinário em pacientes com cateterização vesical crônica. J Bras Patol Med Lab.
2005;41(6):383-389.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
53
ATIVIDADE ANTIFÚNGICA E PERFIL FITOQUÍMICO DOS EXTRATOS
ETANÓLICOS DE Senna trachypus CONTRA LEVEDURAS DO GÊNERO
Candida spp.
Andréa Maria Neves1; Katherine Alves Silva
1; Marcílio Matos Ferreira
2; Francisco
Fernandes de Araújo2; Diana Ferreira Alves
3; Elnatan Bezerra de Souza
4; Raquel Oliveira
dos Santos Fontenelle4.
1Estudante do Curso do Mestrado Acadêmico em Recursos Naturais –CCT- UECE;
2Estudante do Curso de Ciências Biológicas- UVA;
3Estudante do Curso de Química;
4
Professor (a) do Curso de Ciências Biológicas- UVA.
INTRODUÇÃO: Candidíases são infecções fúngicas oportunistas superficiais ou
sistêmicas, ocasionadas por leveduras do gênero Candida (FREIRE et al., 2016;
GIORDANI, SANTIN, CLEFF, 2015). A incidência de infecções fúngicas aumentou
significativamente desde a década de 1980, tornando-se um emergente problema de saúde
pública (SONY et al., 2017). As espécies de C. albicans são notadamente as leveduras mais
prevalentes em todo o mundo, sendo os responsáveis por 60% dos isolados de amostras
clínicas. Entretanto, outros agentes etiológicos responsáveis por estas infecções como C.
glabrata, C. tropicalis, C. parapsilosis e C. krusei também contribuem para o
desenvolvimento desta doença (LU et al., 2017; FREIRE et al., 2016). Na terapêutica dessas
infecções, utiliza-se fármacos com atividade antifúngica como os derivados azólicos e
anfotericina B. Entretanto, o uso excessivo dessas drogas propicia o surgimento de leveduras
resistentes, reduzindo a eficácia dos tratamentos. Portanto, a descoberta de novos agentes
antifúngicos de extratos vegetais, mostram-se como terapias alternativas para o tratamento de
candidíase. Uma vez que, os produtos naturais se diferem por apresentar uma diversidade
molecular superior aos sintéticos (FREIRE et al., 2016; ORO et al., 2015). Senna trachypus é
popularmente conhecida como pau-de-besouro ou canafístula-de-bode. Esta espécie é
endêmica do Brasil, com distribuição na maioria do Nordeste e Sudeste brasileiro. Senna
trachypus habita em vegetações como Caatinga e Cerrado, ocorrendo geralmente em
latossolos, em altitudes de 350 a 600 m (QUEIROZ, 2009; SOUZA; BORTOLUZZI, 2015).
OBJETIVOS: Essa pesquisa visa determinar o perfil fitoquímico e avaliar a atividade
antifúngica in vitro do extrato etanólico das folhas e caule de S. trachypus frente a cepas de
Candida spp. MATERIAIS E MÉTODOS: Os materiais vegetais (folhas e caule) de S.
trachypus foram coletados no município de Graça-Ce. Após a coleta os materiais foram
secos durante cinco dias à temperatura ambiente. Após a secagem, o material botânico foi
introduzido em um recipiente de vidro com etanol durante um período de sete dias e
posteriormente o extrato foi concentrado em um evaporador rotativo sob pressão reduzida,
obtendo-se o extrato etanólico das folhas (EEF) e extrato etanólico do caule (EEC)
(MATOS, 2009). Após a preparação dos EEs de S.trachypus, estes foram submetidos a
triagem fitoquímica, de acordo com a metodologia descrita por Matos (2009). Para o ensaio
microbiológico foi utilizada o método da microdiluição em caldo preconizado pelo CLSI
(2008). Foram testadas cinco cepas de Candida spp. (C. albicans ATCC 90028, C. tropicalis
LABIMIC 0109, C. famata LABIMIC 0120, C. krusei URM 6391, C. parapsilosis URM
6951) que foram cultivadas em ágar sabourand a 35ºC por 48. Para preparo do inóculo um
fragmento de Candida foi transferido para tubos de ensaio contendo 9 mL de solução salina.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
54
Posteriormente as suspensões foram diluídas a 1:2000, com meio RPMI 1640, para obtenção
das concentrações finais do inoculo de aproximadamente 5 x 104 UFC/mL. Para
determinação do CIM o ensaio foi realizado em placas de 96 poços, com forma de “U”
(Placa Elisa). Inicialmente foram distribuídas 100 μL de meio RPMI 1640 em todos os poços
e posteriormente pipetados 100 μL da droga a uma concentração de 64 mg/ml, após isso foi
realizada a técnica de diluição seriada, à partir da retirada de uma alíquota de 100 μL da
cavidade mais concentrada para a cavidade sucessora. Nos orifícios de cada coluna foram
dispensadas alíquotas de 100 μL do inóculo correspondente a cada cepa ensaiada. Como
controle negativo, verificou-se a viabilidade das cepas através da inoculação da suspensão
fúngica em meio RPMI sem a adição de antifúngicos. Foram realizadas leituras para
determinação do CIM com 24h e 48h após o ensaio, onde foi considerado a formação ou não
de aglomerados de células no fundo dos poços da placa. A concentração fungicida mínima
(MFC) foi determinada por subcultura de 100 μL da solução de poços sem turbidez no meio
Ágar Dextrose de Batata, a 28 ° C. Os MFCs foram determinados como a menor
concentração, resultando em nenhum crescimento na subcultura após 48 horas para Candida
spp. (FONTENELLE et al., 2008). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na avaliação
fitoquímica foi observado a presença de flavonas, flavonóis, xantonas e esteroides nos EEs
de S. trachypus. Para os ensaios antifúngicos, o EEC de S. trachypus apresentou CIM de 2,5
mg/mL e MFC de 5,0 mg/mL para C. albicans, C. tropicalis e C. famata. Entretanto, não
houve efeito inibitório para C. parapsilosis e C. krusei. O EEF dessa espécie apresentou
também atividade antifúngica contra C. albicans, C. famata e C. krusei com um MIC de 0,31
mg/mL e MFC de 0,62 mg/mL. Enquanto que para C. parapsilosis e C. tropicalis o MIC foi
de 0,62 mg/mL e MFC de 1,25 mg/mL. Outros ensaios químicos realizados com S. trachypus
detectaram a presença de flavonoides, taninos, antraquinonas, esteroides, triterpenoides,
glicosídeos, fenóis e xantonas em sua composição (SILVA et al., 2014). Embora não tenha
sido encontrado dados na literatura acerca da atividade antifúngica para essa espécie, este
comportamento apresentado por S. trachypus poderá está associado a presença de
flavonoides em sua composição, de modo que há achados na literatura sobre seus efeitos
antimicrobianos (DOUGASANI et al., 2010). CONCLUSÃO: De acordo com os resultados
obtidos, o estudo fitoquímico preliminar revelou a presença de metabólitos secundários em S.
trachypus. Pode-se concluir também que a pesquisa aqui realizada é de cunho relevante,
levando-se em consideração a resistência das leveduras pertencentes ao gênero Candida
frente ao antifúngicos comumente utilizados. Entretanto, é necessário realizar estudos de
cunho toxicológico e clínico como suporte de segurança para o uso destes produtos como
fármacos.
PALAVRAS-CHAVES: Atividades biológicas. Antifúngicos. Senna.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE. Reference Method for
Broth Dilution Antifungal Susceptibility Testing of Yeasts (Approved Standard. Document
M27. CLSI), vol. M27-A3, third ed. Clinical and Laboratory Standards Institute, Wayne,
PA, 2008.
DOUGASANI, S., BALIJEPALLI, M.; TANDRA, S.; PICHIKA, A. Antimicrobial activity
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
55
of Bauhinia tomentosa and Bauhinia vahlii roots. Pharmacognosy Magazine, v. 6, n. 23, p.
204-207, 2010.
FONTENELLE, R.O.S., MORAIS, S.M., BRITO, E.H.S., BRILHANTE, R.S.N.,
CORDEIRO, R.A., NASCIMENTO, N.R.F., KERNTOPF, M.R., SIDRIM, J.J.C., ROCHA,
M.F.G. Antifungal activity of essential oils of Croton species from the Brazilian Caatinga
biome. Journal of applied Microbiology, v. 104, n. 5, p. 1383–1390, 2008.
FREIRE, J. C. P.; NÓBREGA, M. T. C.; OLIVEIRA JÚNIOR, J. K.; FREIRE, S. C. P.;
DIAS RIBEIRO, E. Atividade antifúngica de fitoterápicos sobre candidose oral: Uma
revisão de literatura. SALUSVITA, v. 35, n. 4, p. 537-546, 2016.
GIORDANI, C.; SANTIN, R.; CLEFF, M. B. Levantamento de extratos vegetais com ação
anti-Candida no período de 2005-2013. Revista Brasileira de Plantas Medicinais v. 17,
n.1, p. 175-185, 2015.
LEMOS J. R.; ZAPPI, D. C. Distribuição geográfica mundial de plantas lenhosas da Estação
Ecológica de Aiuaba, Ceará, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v. 10, n. 4, p. 446456,
2012.
LU, M.; LI, T.; WAN, J.; LI, X.; YUAN, L.; SUN, S. Antifungal effects of phytocompounds
on Candida species alone and in combination with fluconazole. International Journal of
Antimicrobial Agents, v. 49, p. n. 2, p. 125–136, 2017.
MATOS, F. J. A. Introução à Fitoquímica Experimental. UFC. Fortaleza-Ceará, 45pp. Ed.
UFC, 2009.
ORO, D.; HEISSLER, A.; ROSSI, E. M.; SCAPIN, D.; MALHEIROS, P. S.; BOFF, E.
Antifungal activity of natural compounds against Candida species isolated from HIV-
positive patients. Asian Pac J Trop Biomed, v. 5, n. 9, p. 781–784, 2015.
QUEIROZ, Rubes. Plantas do Brasil Leguminosae- Fabacea. Disponível em:
http://rubensplantasdobrasil.blogspot.com.br. Acesso em: 4 de agos. 2017.
SILVA, J.G.A.E., MONTEIRO, J.A., FERREIRA, E.B., FERNANDES, M.I.B., PESSOA,
C.D.O., SAMPAIO, C.D. G.; SILVA, M.G.D.V. 2014. Total phenolic content, antioxidant
and anticancer activities of four species of Senna Mill. From Northeast Brazil. International
Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, v. 6, n. 7, p. 199-202, 2014.
SOUZA, V. C., BORTOLUZZI, R. L. C. 2015. Senna in Lista de Espécies da Flora do
Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em:
<http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB28237>. Acesso em: 7 de agos. 2017.
SONY, P.; KALYANI, M.; JEYAKUMARI, D.; KANNAN, I.; SUKUMAR, R. G. In vitro
antifungal activity of cassia fistula extracts against fluconazole resistant strains of Candida
species from HIV patients. Journal de Mycologie Médicale Journal of Medical Mycology,
p. 1-8, 2017.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
56
OCORRÊNCIA DE Staphylococcus COAGULASE POSITIVA NA CARNE
BOVINA MOÍDA COMERCIALIZADA NO MUNÍCIPIO DE SOBRAL, CEARÁ
Luana Brena dos Santos Gama; Antonio Ronaldo da Silva Rufino; Francisco Dirceu Matos
Bezerra; Phâmela Marjoire Gomes Loiola; Maria Gleiciane Soares Coutinho; Anny
Sampaio Silva; Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle
INTRODUÇÃO: O consumo de carne bovina no Brasil aumenta a cada ano e, em
consequência disso, dobram as atenções voltadas à manipulação desse alimento, a fim de que
haja maior controle higiênico-sanitário e menor incidência de micro-organismos patogênicos
(VERONESI e FOCÁCIA, 2009). A qualidade da carne depende da tecnologia empregada
na produção dos animais, abate, processamento, armazenamento, transporte e as condições
de comercialização (JAY, 2005), entretanto o controle microbiológico faz-se necessário para
impedir que micro-organismos se proliferem no alimento nas diversas etapas e,
consequentemente, evitar prejuízos à saúde dos consumidores.A avaliação e identificação de
agentes contaminantes colaboram para efetivas medidas de controle e prevenção, já que
favorecem a produção de alimentos seguros e com menor risco de toxi-infecções
alimentares. OBJETIVO: Objetivou-se avaliar os padrões microbiológicos para
Staphylococcus coagulase positiva na carne bovina moída comercializada em diferentes
estabelecimentos no município de Sobral, Ceará. MATERIAIS E MÉTODOS: As amostras
de carne moída in natura foram coletadas no período de dezembro de 2016 a fevereiro de
2017 em três pontos comerciais distintos como supermercado (A), feira livre (B) e açougue
(C) no município de Sobral, Ceará, totalizando 9 amostras (3 estabelecimentos x 3 períodos).
Foram pesadas 25 g de carne moída e homogeneizadas com 225 mL de solução salina
(0,85%) estéril, constituindo a diluição 10-1
. Em seguida, 1 mL desta diluição foi dissolvida
em 9 mL de solução salina, estabelecendo a diluição 10-2
, procedendo assim até a diluição
10-3
.Para contagem direta em placas, realizado em duplicata, foi inoculado 0,1 mL de cada
diluição na superfície de placas de Ágar Baird-Parker (BP) constituído de gema de ovo com
telurito de potássio. As placas foram incubadas em estufa a 37 °C por 48 horas e, após esse
período, contaram-se as colônias típicas de Staphylococcus aureus caracterizadas por serem
circulares, pretas, pequenas, lisas, convexas, com bordas perfeitas e rodeadas por uma zona
opaca. As colônias típicas foram selecionadas e transferidas para tubos contendo 0,3 mL de
Caldo Infusão Cérebro Coração (BHI), seguidas de incubação em estufa a 37 °C por 24
horas. Posteriormente, para o teste de coagulase, foram colocados 0,3 mL de plasma de
coelho nos tubos contendo BHI e incubados a 37 °C por 6 horas. A presença de coágulo em
todo o conteúdo do tubo foi considerado positivo para Staphylococcus coagulase positiva
(BENNETT e LANCETT, 2001). O resultado das colônias típicas confirmadas foi expresso
como contagem de Staphylococcus coagulase positiva em Unidade Formadora de Colônia
por grama (UFC/g). RESULTADOS E DISCUSSÃO:Os dados para Staphylococcus
coagulase positiva da carne bovina moída apresentaram valores de 1,1 x103 e 9,8 x10
3
UFC/g para supermercado, 2,9 x104 e 3,9 x10
4 UFC/g para feira livre e 3,3 x10
4 e 1,0 x10
4
UFC/g para açougue, demonstrando que as amostras analisadas nos distintos pontos
comerciais encontravam-se impróprias para a comercialização devido à contaminação pelo
agente estafilocócico. Em estudo realizado por Oliveira et al. (2008) sobre as condições
higiênico-sanitárias da carne bovina comercializada em supermercados de João Pessoa - PB,
evidenciaram contagem inferior para Staphylococcus coagulase positiva (<100 UFC/g) ao
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
57
encontrado no supermercado desse estudo, uma vez que a peça bovina inteira apresenta
menor superfície de contato comparado peça bovina moída. Todavia, ambos os produtos
apresentaram resultados consideráveis indicativos de contaminação por Staphylococcus
sp.Marchi et al. (2012) ao avaliarem padrões microbiológicos da carne bovina moída
comercializada em supermercados e açougues de Jaboticabal – SP, apresentaram média de
9,2 x104 para Staphylococcus sp., mostrando que os parâmetros adotados para o controle
higiênico-sanitário foi deficiente. Nesse estudo, os três pontos comerciais analisados também
demonstraram parâmetros higiênico-sanitários deficientes, comprovando que
estabelecimentos de médio a grande porte também podem acarretar sérios problemas de
saúde pública.CONCLUSÃO: As amostras de carne bovina moída dos distinto
estabelecimentos encontram-se contaminadas por Staphylococcus aureus, demonstrando
necessidade de medidas higiênico-sanitárias e boas práticas de manipulação, além de efetiva
fiscalização dos órgãos públicos.
PALAVRAS-CHAVES: açougue, higiene e toxi-infecção alimentar
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENNETT, R. W.; LANCETT, G. A. Staphylococcus aureus. In US FOOD AND DRUG
ADMINISTRATION (FDA), Bacteriological Analytical Manual. Jan 2001.
JAY, J.M. Microbiologia dos alimentos. Porto Alegre: Artmed, 2005.
MARCHI, P.G.F.; ROSSI JUNIOR, O.D.; CERESER, N.D.; SOUZA, V.; REZENDE-
LAGO, N.C.M.; FARIA, A.A. Avaliação microbiológica e físico-química da carne bovina
moída comercializada em supermercados e açougues de Jaboticabal - SP. Revista
Eletrônica da Univar, v.1, n.7, p.81-87, 2012.
OLIVEIRA, S. de; SILVA , J.A. da; MACIEL, J.F.; AQUINO, J.S. A Avaliação das
condições higiênico-sanitárias de carne bovina comerzializada em supermercados de
João Pessoa. Araraquara. v.19, n.1, p. 61-66, jan./mar. 2008
VERONESI, R.; FOCACCIA, R. Tratado de Infectologia. São Paulo, Ed Atheneu, pp. 966-
970, 2009.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
58
ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE POÇOS
ARTESIANOS LOCALIZADOS NO MUNICÍPIO DE SENADOR SÁ, CEARÁ, NO
ANO DE 2017
Leonardo Costa daSilva;Ana Thais Lira Soares; Andrezza Maria Borges Batista; Júlio César
Sousa Prado; Anny Sampaio Silva; Edinara Maria de França Aguiar; Raquel Oliveira dos
Santos Fontenelle
INTRODUÇÃO: A água subterrânea tem sido uma alternativa bastante utilizada nos
últimos anos por conta da grande problemática de escassez de água. Atualmente, no Brasil,
regiões como o Sertão Nordestino tem sofrido muito com a seca e é onde se percebe um
crescimento abundante com relação as construções de poços artesianos. As águas
subterrâneas, na maioria das vezes provenientes de poços, geralmente são menos
contaminadas por fatores biológicos e químicos do que os mananciais superficiais, pois não
ficam expostas aos diversos agentes poluentes (ECKHARDT et al., 2008). Porém, a
utilização deste recurso é bastante crescente, e consequentemente, aumenta a importância a
cerca da qualidade desses águas. As águas poluídas podem ser fontes de transmissão de
diversas doenças, causadas por organismos patogênicos provenientes de fezes de humanos e
animais (BRASIL, 2007). No Brasil, a legislação vigente que trata de potabilidade da água
para consumo humano e de águas subterrâneas está disposta na Portaria nº 2914, de 12 de
dezembro de 2011, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011). Os principais agentes
biológicos encontrados nas águas contaminadas são as bactérias patogênicas, vírus, parasitas
e helmintos. Existem também os agentes físico-químicos, que alteram as características da
água como, temperatura, cor, pH e entre outros, que são os compostos nitrogenados e
cloretos, conhecidos por também serem importantes fatores de contaminação por matéria
orgânica. Dentre as várias formas de contaminação hídricas temos as contaminações por
bactérias do grupo coliformes totais e termotolerantes, que formam um grupo de bactérias
bioindicadoras de contaminação de origem fecal. Os coliformes totais são um grupo de
bactérias que contem bacilos gram-negativos, aeróbios ou anaeróbios facultativos, não
formadores de esporos, possuem oxidase negativa, capazes de crescer na presença de sais
biliares ou outros compostos ativos de superfície, com propriedades similares de inibição de
crescimento e que fermentam a lactose com produção de ácidos, aldeídos e gás a 36° C em
24-48 horas. Os coliformes fecais ou coliformes termo tolerantes são bactérias capazes de
desenvolver e/ou fermentar a lactose com produção de gás a 44° C em 24 horas (BETTEGA,
2006). OBJETIVO: Este trabalho visa analisar os aspectos microbiológicos e
parasitológicos da água presente em poços artesianos utilizados pela população do município
de Senador Sá, Ceará, no ano de 2017, considerando os parâmetros dispostos na Portaria nº
2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde. MATERIAIS E MÈTODOS:
As coletas foram feitas conforme as técnicas de coleta descritas pela FUNASA (FUNASA,
2013), sendo coletada três amostras no total. Após a coleta, as amostras permaneceram em
refrigeração até o momento da análise. As análises microbiológicas e parasitológicas foram
realizadas no Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú
(LABMIC/UVA). Para a avaliação microbiológica, a metodologia utilizada foi a Técnica dos
Tubos Múltiplos, que determina o número mais provável de coliformes presente na amostra,
sendo representados em NMP/100mL. Esta técnica é formada por duas etapas principais: o
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
59
Teste Presuntivo e Confirmatório, e outros testes complementares, que são utilizados para
caracterização e identificação das espécies de bactérias encontradas na amostra. No Teste
Presuntivo, foi avaliado a presença de microrganismos fermentadores de lactose, sendo
utilizado para esta etapa o caldo Lactose Broth (ou Lactosado), onde as amostras foram
diluídas em três diluições: 10¹, 10-1
e 10-2
. Para o Teste Confirmatório, foram utilizados os
meios de cultura Bile Verde Brilhante (BVB) e EC, que determinam a população real de
coliformes totais e termotolerantes, respectivamente. Para a análise parasitológica, seguiu-se
com a técnica de Sedimentação Espontânea, que é basicamente a observação do
sobrenadante límpido resultante da sedimentação do material da amostra, em um período de
24 horas. Após o período de sedimentação, coletou-se 10 mL do sedimento e adicionou-se 3
mL da solução de sulfato de zinco a 33% para possibilitar a flutuação das estruturas
parasitárias que serão observadas em microscópio para a identificação das espécies.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na avaliação parasitológica de todas as amostras,
utilizando a técnica de Sedimentação Espontânea, não foram encontrados nenhum parasita,
protozoário ou ovos de helmintos, sendo portanto, livre de microrganismos parasitas. Quanto
a análise microbiológica, os coliformes totais apresentaram números entre 6 NMP/100mL e
280 NMP/100mL, e os coliformes termotolerantes, entre < 2 NMP/100 mL e 17
NMP/100mL. Observou-se também, através dos testes complementares, a presença de
espécies como: Proteus vulgaris, Enterobacter agglomerans, Serratia marcescens, Serratia
liquefaciens e outras 3, não identificadas de acordo com a literatura. Segundo Colvara et al.
(2009), o elevado percentual de contaminação na zona urbana e rural é devido a vários
fatores, sobretudo poços que geralmente apresentam localização inadequada, falta de
manutenção e cuidado antes de utilizar a água para consumo humano. CONCLUSÃO:
Diante dos resultados da avaliação microbiológica, duas amostras, encontraram-se positivas
para coliformes totais e termotolerantes, estando fora dos padrões microbiológicos descritos
na Portaria N° 2914/2011 (BRASIL,2011). Apenas uma das amostras encontrou-se dentro
dos padrões microbiológicos comparados com a legislação vigente, não apresentando
bactérias do grupo coliformes. Portanto, 2/3 das amostras apresentam resultados
insatisfatórios segundo os parâmetros dispostos na legislação vigente. Quanto a análise
parasitológica, não foram observados nenhum tipo de microrganismo parasita. A água como
importante meio de veiculação hídrica para microrganismos e compostos químicos, deve
receber a devida atenção quanto a sua qualidade, devido a presença de diversos tipos
contaminantes químicos, físicos e biológicos que possuem características patogênicas,
podendo trazer sérios riscos à saúde da população usuária dessas fontes. Sendo portanto,
muito importante a avaliação da qualidade da água para evitar problemas epidemiológicos
futuros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ECKHARDT, R. R.; DIEDRICH, V. L., FERREIRA, E. R.; STROHSCHOEN, E.;
DEMAMAN, L. C. Mapeamento e avaliação da potabilidade subterrânea do município
de Lajeado, RS, Brasil. Ambiente e Água – Na Interdisciplinary Journal of Applied Science,
São Paulo, v. 4, n. 1, p. 58-80, 2008.
BRASIL. Manual de saneamento. 3. ed. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2007.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
60
BRASIL. Portaria nº 2914 de 12 de dezembro de 2011. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
BETTEGA, J. M. P. R., et al. Métodos analíticos no controle microbiológico de água para
consumo humano. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cagro/v30n5/v30n5a19.pdf>.
Acesso em: 19 de Set. de 2017.
FUNASA. Manual prático de análise de água. Disponível em:
<http://www.funasa.gov.br/site/wpcontent/files_mf/manual_pratico_de_analise_de_agu
a_2.pdf>. Acesso em: 19 de Set. de 2017.
COLVARA, J. G.; LIMA, A. S.; SILVA, W. P. Avaliação da contaminação de água
subterrânea em poços artesianos no sul do Rio Grande do Sul. Brazilian Journal of Food
Technology, Campinas, II SSA, 2009. Disponível em:
<http://bjft.ital.sp.gov.br/artigos/especiais/especial_2009/v11_edesp_03.pdf>. Acesso em: 24
de Setembro de 2017.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
61
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO ÓLEO ESSENCIAL DAS
FOLHAS DA Wedelia vilosa Gardner
Marcílio Matos Ferreira1 Andréa Maria Neves
2; Laressa Cristyne dos Santos Gomes
3;
Maria da Conceição Araújo Mesquita3; Júlio Cesar Sousa Prado
3; Anny Sampaio Silva
4;
Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle5
1Estudante do Curso de Ciências Biológicas- UVA;
2Estudante do Curso do Mestrado
Acadêmico em Recursos Naturais – CCT- UECE; 3Estudante do Curso de Ciências
Biológicas- UVA; 4Pós- graduanda em Análise Clínicas- UCAM;
5Professora do Curso
de Ciências Biológicas- UVA.
INTRODUÇÃO: Wedelia vilosa Gardner pertencente à família Asteraceae. É uma planta
herbácea e nativa do Brasil sendo amplamente encontrada em áreas úmidas e com
distribuição e ocorrência nas regiões do Nordeste e Sudeste brasileiro. Os óleos essenciais
são compostos voláteis e de característica odorífera. Estes compostos são produzidos pelos
metabólitos secundários dos vegetais apresentando propriedades cosméticas e terapêuticas
bastante utilizadas. A ação antimicrobiana apresentada por estes compostos está relacionada
às propriedades químicas contidas em sua composição como terpenóides, compostos
fenólicos e monoterpenos (GILLES et al., 2010. SIMÕES et al. 2007. Os óleos essenciais
apresentam diversas propriedades biológicas como, atividade fungicida (CARMO et al.,
2008) e antitumoral. (SILVA, 2008). A terapêutica convencional é insuficiente aos
tratamentos em muitas doenças provocadas por fungos, devido à função de baixa amplitude
das drogas antimicrobianas, e pelo o seu alto custo e também pela sua longa duração no
tratamento. Diante disso, busca-se o uso de novas substâncias, que possibilite a inclusão de
produtos naturais, como os óleos essenciais, como agentes com potencial ação antifúngica.
(SILVA et al., 2008). A candidíase é uma micose, causada principalmente pelas leveduras do
gênero Candida. Em muitos casos dependendo da lesão, esta pode ser branda, aguda ou
crônica, superficial ou profunda, e de espectro clínico bem variável. A C. albicans é o
principal agente de candidíases. Estudos demostram que 60 % dos isolados de amostras
clínicas são desta espécie, uma vez que a mesma faz parte da microbiota humana, sendo um
patógeno fúngico oportunista. No entanto, algumas considerações devem ser levadas em
conta, de modo que, na literatura encontram-se muitos outros agentes da candidíase, como
por exemplo: C. tropicalis, C. parapsilosis, C. krusei, C. guilliermondii, C. glabrata, C.
kefyr, C. lusitaniae, C. viswanathii, C. famata, dentre outras, da qual todas estas espécies são
isoladas em casos clínicos (NAGLIK et al., 2003; CHAVES; CAVALVANTI, 2003).
OBJETIVO: O presente trabalho tem como finalidade verificar a atividade antifúngica do
óleo essencial das folhas da wedelia villosa. MATERIAIS E MÉTODOS: As folhas da
wedelia villosa foram coletadas no município de sobral-Ce. O material foi incorporado no
acervo do Herbário Prof. Francisco José de Abreu Matos da Universidade Estadual Vale do
Acaraú-UVA. A extração do óleo essencial foi feita por meio do método de hidrodestilação
com uso do aparelho tipo Clevenger, com duração de 2 horas. Ao final da extração foi
realizada a medição do volume do óleo e a sua armazenagem em recipiente de vidro âmbar
com condicionamento refrigerado para as análises posteriores. As análises microbiológicas
foram realizadas no Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú
(LABMIC/UVA). Foram utilizadas quatros cepas fúngicas de Candida spp. para as análises.
A concentração inibitória mínima (CIM) foi determinada pelo método descrito pelo
documento Clinical and Laboratory Standards Institute-CLSI (CLSI M27-A2, 2008),
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
62
enquanto que a concentração fungicida mínima (CFM) foi de acordo com (FONTENELLE et
al., 2007). O óleo essencial foi preparado em óleo mineral. Foram inoculados 100 µL de
meio RPMI, em placas de 96 poços, seguidos de 100 µL da amostra, a qual foi adicionada à
primeira coluna dos micropoços e feitas diluições seriadas num intervalo de concentração de
5 a 0,009 mg.mL-1
. Posteriormente, foram adicionados 100 µL do inóculo em todos os poços
perfazendo um volume final de 200 µL por poço. O CIM é definida como a menor fração-
teste capaz de inibir o crescimento fúngico visualmente detectado. A concentração fungicida
mínima (CFM) correspondeu como a menor concentração que resultou em um não
crescimento fúngico após 2 dias para Candida spp. (FONTENELLE et al., 2007,
FONTENELLE et al., 2008). RESULTADOS E DISCUSSÃO: O óleo essencial não
apresentou nenhuma atividade antifúngica frente às cepas de Candida albicans, C. famata,
C. krusei, e C. tropicalis. Para a espécie não há relato na literatura de atividade antifúngica
do óleo essencial, sendo este trabalho pioneiro em descrever pela primeira vez a atividade in
vitro do óleo essencial das folhas da wedelia vilosa frente às cepas de Candidas sp. Segundo
SARTORI, (2002) o extrato hidro alcoólicos das flores da wedelia paluda não demostrou
nenhuma atividade contra as leveduras C. albicans, C. tropicalis, Cryptococcus neoformans;
Saccharomyces cerevisiae, e nem para os filamentosos Aspergillus fumigatus; Aspegillus
flavus; Aspergillus niger e Microsporum gypseum. Porém o extrato wedelia villosa foram
coletadas no município de sobral-Ce. O material foi incorporado no acervo do Herbário Prof.
Francisco José de Abreu Matos da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. A extração
do óleo essencial foi feita por meio do método de hidrodestilação com uso do aparelho tipo
Clevenger, com duração de 2 horas. Ao final da extração foi realizada a medição do volume
do óleo e a sua armazenagem em recipiente de vidro âmbar com condicionamento
refrigerado para as análises posteriores. As análises microbiológicas foram realizadas no
Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (LABMIC/UVA).
Foram utilizadas quatros cepas fúngicas de Candida spp. para as análises. A concentração
inibitória mínima (CIM) foi determinada pelo método descrito pelo documento Clinical and
Laboratory Standards Institute-CLSI (CLSI M27-A2, 2008), enquanto que a concentração
fungicida mínima (CFM) foi de acordo com (FONTENELLE et al., 2007). O óleo essencial
foi preparado em óleo mineral. Foram inoculados 100 µL de meio RPMI, em placas de 96
poços, seguidos de 100 µL da amostra, a qual foi adicionada à primeira coluna dos
micropoços e feitas diluições seriadas num intervalo de concentração de 5 a 0,009 mg.mL-1
.
Posteriormente, foram adicionados 100 µL do inóculo em todos os poços perfazendo um
volume final de 200 µL por poço. O CIM é definida como a menor fração-teste capaz de
inibir o crescimento fúngico visualmente detectado. A concentração fungicida mínima
(CFM) correspondeu como a menor concentração que resultou em um não crescimento
fúngico após 2 dias para Candida spp. (FONTENELLE et al., 2007, FONTENELLE et al.,
2008). apresentou atividade exclusivamente para os dermatófitos Trichophyton rubrum e T.
mentagrophytes. CONCLUSÃO: De acordo com as analises microbiológicas a espécie de
Wedelia vilosa não apresentou atividades, entretanto ela é uma planta da caatinga que tem
poucas pesquisas que demonstre seu potencial bioativo desta espécie e que, portanto novas
pesquisas são necessárias acerca de outras atividades biológicas.
PALAVRAS-CHAVES: Wedelia vilosa, Óleo essencial; Atividade antifúngica;
Microdiluição em caldo.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
63
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARMO, E. S.; LIMA, E.O.; SOUZA, E. L. The potential of origanum vulgare l.
(lamiaceae) essential oil in inhibitingthe growth of some food-related aspergillus species.
Brazilian Journal of Microbiology, v. 39, n.2, p. 362-367, 2008.
CHAVES G. M, CAVALVANTI M. A.Q. Porto ALF. Pathogenicity characteristics of
stocked and fresh yeast strains. Braz J Microbiol, v. 34, p. 197-202, 2003.
CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE. Reference Method for
Broth Dilution Antifungal Susceptibility Testing of Yeasts (Approved Standard. Document
M27. CLSI), vol. M27-A3, 3ª ed. Clinical and Laboratory Standards Institute, Wayne,
2008.
FONTENELLE, R. O. S.; MORAIS, S. M.; BRITO, E. H. S.; KERNTOPF, M. R.;
BRILHANTE, R. S. N.; CORDEIRO, R. A.; TOMÉ, A. R.; QUEIROZ, M. G. R.;
NASCIMENTO, N. R. F.; SIDRIM, J. J. C.; ROCHA, M. F. G. Chemical composition,
toxicological aspects and antifungal activity of essential oil from Lippia sidoides Cham.
Journal of Antimicrobial. Chemistry.v.59, p. 934-940, 2007.
FONTENELLE, R. O. S.; MORAIS, S. M.; BRITO, É. H. S.; BRILHANTE R.S. N.;
CORDEIRO, R. A.; NASCIMENTO, N.R. F.; MENDONÇA, M. R. K.; SIDRIM, J. J. C.;
ROCHA, M. F. G. Antifungal activity of essential oils of Croton species from the Brazilian
Caatinga biome. Journal of Applied Microbiology. v. 104, p. 1383-1390, 2008.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
64
TUBERCULOSE: ASPECTOS DA INFECÇÃO CAUSADA POR Mycobacterium
tuberculosis NA POPULAÇÃO DE SOBRAL, NO ESTADO DO CEARÁ NO
PERÍODO DE 2012-2016
Anderson Braga Rodrigues¹; Sabrina Fuziger Brandão¹; Karla Karoline Frota da Silva¹; Isana
Mara Aragão Frota² ([email protected])
¹Graduação em Biomedicina - UNINTA; 2 Professora e orientadora do curso de Biomedicina
UNINTA
INTRODUÇÃO: A Tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria
Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch, um bastonete delgado (Tortora, 2012). Os
bastonetes crescem lentamente (18 horas de tempo médio entre cada geração) pois o seu
metabolismo é voltado especialmente para a construção da capsula que o protege de agentes
químicos, diferentemente da maioria das bactérias. Na superfície de um meio liquido seu
crescimento parece ter a forma de um bolor, o que sugeriu o nome do gênero Mycobacterium
(myco = fungo), gênero esse que é constituído por bacilos retos ou ligeiramente curvos com
dimensões que variam entre 0,2 e 0,6μ por 1 e 10 μ, imóveis e não formadores de esporos
(Veronesi, 2015). No ano de 2015, em todo o mundo, ocorreram cerca de 10,4 milhões de
novos casos de Tuberculose. Desses, 1,4 milhões de pessoas foram à óbito e atualmente é a
doença infecciosa que mais mata no mundo segundo o relatório global de Tuberculose da
Organização Mundial da Saúde (OMS) do ano de 2016. O M. tuberculosis não se apresenta
livre na natureza, dependendo do parasitismo, sua transmissão ocorre principalmente por via
aérea, facilitada pela aglomeração humana. Por ser aeróbico obrigatório, infecta
principalmente os pulmões (tuberculose pulmonar) pelo fato de a presença do oxigênio
favorecer a sua multiplicação e a ligação do órgão com o meio externo favorecer a
transmissão, porém podendo se alastrar para além dos pulmões em áreas como: ossos,
meninges, rins e linfócitos (tuberculose extrapulmonar). OBJETIVO: Realizar um
levantamento dos casos de Tuberculose na cidade de Sobral-CE nos anos de 2012 a 2016,
fazendo um comparativo com os casos ocorridos no estado do Ceará. MATERIAIS E
MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, documental com abordagem quantitativa
realizado no município de Sobral – CE. A coleta dos dados ocorreu no mês de setembro do
ano de 2017 no Centro Epidemiológico de Sobral, buscando dados que registrasse a situação
epidemiológica da Tuberculose no município de Sobral no período de 2012 a 2016. As
variáveis abordadas na coleta de dados em Sobral foram separadas em duas categorias, tipo
de entrada e situação de encerramento. A primeira categoria teve as seguintes variáveis:
Casos novos, Recidiva, Reingresso após abandono e pós óbito, já a segunda categoria teve as
seguintes variáveis: Cura, Abandono, óbito por tuberculose. A outra parte dos dados foram
coletados do Boletim Epidemiológico de Tuberculose do Estado do Ceará publicado no mês
de abril de 2017. As variáveis estudadas a partir do Boletim Epidemiológico de Tuberculose
do Estado do Ceará foram: Casos novos, cura, abandono. RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Entre os anos de 2012 e 2016 foram notificados 866 casos na categoria de tipos de entradas,
em que foram encontradas da seguinte forma: no ano de 2012 foram notificados ao total 189
casos de tipo de entrada, sendo que 158 (83,60%) casos novos, 19 (10,05%) casos de
reincidência, 12 (6,35%) casos de reingresso após abandono, e 0 (0%) casos de pós-óbito. No
ano de 2013 foram notificados ao total 164 casos de tipo de entrada, sendo que 139 (84,76%)
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
65
casos novos, 14 (8,54%) casos de reincidência, 11 (6,70%) casos de reingresso após
abandono e 0 (0%) casos de pós-óbito. No ano de 2014 foram notificados ao total 168 casos
de tipo de entrada, sendo que 134 (79,76%) foram casos novos, 11 (6,55%) casos de
reincidência, 23 (13,69%) casos de reingresso após abandono e 0 (0%) casos de pós-óbito.
No ano de 2015 foram notificados ao total 183 casos de tipo de entrada, sendo que 162
(88,52%) foram de casos novos, 12 (6,56%) casos de reincidência, 9 (4,92%) reingressos
após abandono e 0 (0%) de pós óbito. No ano de 2016 foram notificados 162 casos de tipo de
entrada, sendo que 140 (86,42%) foram de casos novos, 14 (8,64%) casos de reincidência, 7
(4,32%) casos de reingresso após abandono e 1 (0,62%) pós-óbito. Nos anos de 2013 e 2014
com relação ao ano de 2012 e no ano de 2016 em relação ao ano de 2015 ocorreu um
declínio de casos novos de tuberculose, porém cabe uma reflexão no sentido de buscar
entender se o declínio de novos casos se deu em decorrência da diminuição dos casos em si
ou se deu em decorrência da deficiência do sistema público de saúde no aspecto de busca de
novos casos e consequentemente um diagnóstico precoce. Em relação aos casos de
reincidência percebe-se que comparando ao número total de entradas ele se manteve com
pouca variação, porém junto com as entradas de reingresso após abandono se torna algo
preocupante pois gera um estado de alerta com relação ao tratamento, pois o paciente pode
vir a criar um tipo de infecção resistente e agravar o seu quadro, bem como também
transmitir essa resistência. Um fato interessante que cabe ressaltar nessa pesquisa é que
dentre essa série histórica de 5 anos é que só ocorreu um caso de entrada de pós-óbito, que é
o caso que o paciente falece antes mesmo de receber o resultado da confirmação da doença.
Entre os anos de 2012 e 2016 foram notificados 792 casos na categoria de situação de
encerramento, em que foram encontradas da seguinte forma: no ano de 2012 foram
notificados ao total 180 casos de encerramento, sendo que 155 (86,11%) foram de cura, 16
(8,89%) abandonos, 9 (5%) óbitos por tuberculose. No ano de 2013 foram notificados ao
total 145 casos, sendo que 115 (79,31%) foram de cura, 25 (17,24%) abandonos, 5 (3,45%)
óbitos por tuberculose. No ano de 2014 foram notificados ao total 156 casos, sendo que 128
(82,05%) casos foram por cura, 22 (14,10%) abandonos, 6 (3,85%) óbitos por tuberculose.
No ano de 2015 foram notificados ao total 174 casos, sendo que 152 (87,36%) foram de
cura, 15 (8,62%) abandonos, 7 (4,02%) óbitos por tuberculose. No ano de 2016 foram
notificados ao total 137 casos, sendo que 121 (88,32%) foram de cura, 11 (8,03%)
abandonos, 5(3,65%) óbitos por tuberculose. Em relação aos casos de encerramento da
Tuberculose, observou-se que em todos os anos prevaleceram largamente os números de
casos que atingiram a cura, demonstrando que os pacientes estão tendo um correto
acompanhamento por parte dos profissionais de saúde. Os casos de abandono também
aparecem de forma considerável, registrando 8,89% como média dos abandonos em relação
ao total de casos de encerramento, o que causa uma certa preocupação, pois implica na
persistência da fonte de infecção, além de facilitar o desenvolvimento de cepas resistentes.
Observou-se também que a porcentagem de curas mediante a casos novos, chegou a ser em
2015 de 93,83% (152/162), em contrapartida o Ceará nesse mesmo período registrou 59,93%
(2089/3486), o que significa que Sobral esteve bem afrente nesse período. Em relação a
porcentagem de abandonos mediante a casos novos, Sobral, no período de 2012 a 2016 ficou
bem acima (12,14% média de 2011 a 2016) do que a média estipulada pelo Ministério da
Saúde que seria de 5% ao ano, porém a série história demonstrou que os casos de
abandono/casos novos vem diminuindo ao longo dos anos, 2012 (10,13%, 2013 (17,99%),
2014 (16,42), 2015 (9,26%), 2016 (7,86%), nota-se que o ano de 2013 foi um ano atípico
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
66
pelo fato de a quantidade de abandonos ter se acentuado bastante em relação ao número de
curas e isso pode ter ocorrido por diversos fatores, alguns autores associam o abandono a
melhora clinica nos primeiros meses após o tratamento, o que induz ao paciente a se
autodeterminar curado, levando muitas vezes a abandonar o tratamento (Vieira AA, 2008).
Outros autores citam aspectos sociais, culturais e por muitas vezes são bastantes complexos e
diversos, nesse contexto, o diálogo e o foco na relação profissional-paciente podem se
apresentar como recursos transformativos das práticas de cuidado e autocuidado,
possibilitando a construção de ações numa perspectiva mais integral e corresponsável
(Camargo-Borges, 2008). CONCLUSÃO: O estudo possibilitou conhecer o perfil da
tuberculose no município de Sobral – CE nos anos de 2012 a 2016, onde foi possível analisar
a distribuição dos casos, identificando os tipos de entrada no SINAN e a situação de
encerramento dos casos. Em relação aos tipos de entrada, observou-se a predominância de
casos novos e percebeu-se que os profissionais de saúde estão atuando de forma satisfatória
no que diz respeito a busca ativa dos sintomáticos respiratórios. Notou-se também que o
percentual de abandonos em Sobral está bem acima do que o estipulado pelo Ministério da
Saúde que é de 5%, o que gera uma grande preocupação pois o abandono ao tratamento pode
gerar uma resistência ao medicamento tomado e por consequência a transmissão dessa
resistência por meio do ar e um outro ponto importante que vale ressaltar é que quanto menor
a taxa de abandono maior a taxa de cura. Por fim, acredita-se que a detecção precoce do
problema, bem como a aplicação do tratamento adequado, seria a estratégia mais eficaz para
o controle da doença.
PALAVRAS-CHAVES: Mycobacterium tuberculosis; tuberculose; aspectos
microbiológicos
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitarias: Guia de Bolso. 7ª edição.
Brasília, 2009a. CID 10: A15 a A19. Caderno 7.
MELO, F.A.F. et al. Tuberculose. In: VERONESI, R.F. et al. Tratado de Infectologia. 5 ed.
Volume 1. São Paulo: Editora Atheneu. 2015. Capítulo 66, p.1407-1410.
TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, CL. Microbiologia. 10. ed., Porto Alegre: Artmed,
2012.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
67
PESQUISA DE Salmonella spp. EM QUEIJOS DE COALHO COMERCIALIZADOS
NO MUNICÍPIO DE SOBRAL - CE Efigênia Cordeiro Barbalho
1, Maria Gleiciane Soares Coutinho
2, Senndya Brendel Sales do
Nascimento3, Dougliane Gomes de Souza
4 , Luziane da Conceição Monteiro Gomes
5 ,
Edinara Maria de França Aguiar6 , Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle
7
1,5,6
Discentes no Curso de Ciências Biológicas,2Mestranda em Rescursos naturais (UECE),
3,4Graduação em Ciências Biológicas,
7Orientadora/Professora adjunto do Curso de Ciências
Biológicas, Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), Sobral-CE, Brasil.
INTRODUÇÃO: A Salmonella spp. pertence a família Enterobacteriaceae, gram-negativa,
se apresenta em forma de bastonete, não esporulada, anaeróbia facultativa, seu habitat natural
é o trato intestinal de humanos e de outros animais (SILVA; JUNQUEIRA, 2007). A maioria
das espécies de Salmonella são patogênicas para humanos, as principais infecções causadas
por esse micro-organismo são associadas ao consumo de alimentos contaminados
(SHINOHARA et al., 2008). Em queijo, essa bactéria mantém-se viável por longo período
de tempo (MODI et al., 2001). Os queijos por apresentarem alto pH e elevado teor de
proteína e de outros nutrientes, constituem uma excelente fonte de energia, criando
condições favoráveis para o desenvolvimento de vários micro-organismos. (BORGES et al.,
2003). OBJETIVOS: Este trabalho objetivou pesquisar Salmonella spp. em queijos de
coalho comercializados em supermercados e mercado público do município de Sobral - CE.
MATERIAIS E MÉTODOS: Para realização da análise microbiológica foram realizadas
três coletas em três supermercados e três feiras do mercado público no município de Sobral -
CE, totalizando dezoito amostras. A determinação de Salmonella spp. foi realizada pelo
método convencional através de três etapas, enriquecimento, isolamento e identificação
(MARCHETTO et al., 2013). Inicialmente pesou-se 25 g de cada amostra de queijo de
coalho e homogeneizou-se em 225 mL de Caldo Lactosado (CL), posteriormente foram
incubadas em estufa bacteriológica a 37 °C por 24 horas. Para a etapa de enriquecimento,
foram utilizados 9 mL Caldo Tetrationato (CTt) e 9 mL de Caldo Rapapport (CR), para onde
foram transferidos 1 mL do inoculo contido no meio CL. Em seguida colocou-se em banho-
maria a 42 °C durante 24 horas. Depois do período estipulado, uma alíquota dos meios CTt e
CR foram semeadas em placas contendo os meios: Salmonella Shigella Ágar (SS) e Bismuth
Sulfite Ágar (BSA), incubados em estufa a 37 °C por 24 horas. Ao passar 24 horas procedeu-
se o isolamento das colônias presentes nas placas contendo meio SS e BSA, essas foram
semeadas em meio Ágar Ferro Tríplice Açúcar (TSI) e Ágar Lisina Ferro (LIA), submetidos
a incubação a 37 °C durante 24 horas. Após esse período efetuou-se a identificação através
das características observadas no meio de cultura. Para identificação no meio TSI, pode
ocorrer à produção de H2S, deixando o meio com precipitação de coloração preta ou
fermentação da glicose, produção de H2S e alcalinidade na superfície do meio. A presença de
Salmonella spp. no meio LIA pode ser observada quando o mesmo apresentar fundo e rampa
alcalinos (coloração púrpura) com produção de H2S (escurecimento no meio), pode também
haver ausência de produção de H2S. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com as
análises das amostras coletadas no mercado público, observou-se que 77,8% das amostras
tiveram a presença de Salmonella spp. Já nas amostras provenientes dos supermercados, a
ocorrência de Salmonella spp. foi observada em 88,9% das amostras. Ou seja, houve uma
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
68
prevalência da presença de Salmonella spp. nas coletas realizados tanto no supermercado
quanto no mercado público. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) por
meio da RDC n°12, de 2 de janeiro de 2001, estabelece ausência de Salmonella/25 g para
queijo coalho (BRASIL, 2001). Dessa forma os queijos comercializados em Sobral - CE
estão impróprios para o consumo. Vista isso, o consumo de queijo coalho deve ser motivo de
preocupação para as autoridades da região onde ele é produzido devido ao alto nível de
contaminação por agentes patogênicos (SOUSA et al., 2014). Na Região Nordeste o queijo
coalho é um dos produtos mais difundidos, principalmente nos estados do Ceará,
Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, participando consideravelmente da economia
local. Portanto, essa contaminação do queijo coalho pode ser determinada devido às
condições precárias de higiene dos manipuladores, dos utensílios e do local de elaboração
(FREITAS et al., 2013). CONCLUSÃO: O queijo coalho comercializado no município de
Sobral - CE são impróprios ao consumo, visto que, a presença de Salmonella spp. foi
recorrente na maioria das amostras análisadas. Diante disso, conclui-se que existe uma
deficiência na higiene desses alimentos.
PALAVRAS-CHAVES: Contaminação; queijo; consumo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS::
BORGES, F. M. ; FEITOSA, T. ; NASSU, R. T. ; MUNIZ, C. R. ; AZEVEDO, E. H. F. ;
FIGUEIREDO, E. A. T. Microrganismos patogênicos e indicadores em queijo coalho
produzido no estado do ceará, Brasil. B. CEPPA, Vol. 21, n. 1, p. 31-40. Curitiba, 2003.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Resolução RDC nº 12, de 02 de janeiro de 2001. Regulamento técnico sobre os padrões
microbiológicos para alimentos. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil, seção 1,
p. 45-53.
FREITAS, W. C. ; TRAVASSOS, A. E. R.; MACIEL, J. F. Avaliação microbiológica e
físico-química de leite cru e queijo de coalho produzidos no estado da Paraíba. Revista
Brasileira de Produtos Agroindustriais, v. 15, n. 15, p. 35-42, 2013.
MARCHETTO, A.P.; FLORES, M.; REZENDE, C. Avaliação do teste imunenzimático na
detecção de Salmonella sp. em carcaças de frango resfriadas. Revista Higiene Alimentar, v.
27, n. 222/223, p. 110-113, 2013.
SHINOHARA, N. K. S.; BARROS, V. B.; JIMENEZ, S. M. C.; MACHADO, E. C. L.;
DUTRA, R. A. F.; FILHO, J. L. L. Samonella spp., importante agente patógeno veiculado
em alimentos. Revista Ciências & Saúde Coletiva, v. 13, n. 5, p. 1675-1683, 2008.
SILVA, N.; JUNQUEIRA, V. C. A. Manual de métodos de análise microbiológica de
alimentos. São Paulo: Livraria Varela. 3. ed. 2007. 552 p.
SOUSA, A. Z. B. ; ABRANTES, M. R. ; SACAMOTO, S. M. ; SILVA, J. B. A. ; LIMA, P.
O. ; LIMA, R. N. ; ROCHA, M. O. C. ; PASSOS, Y. D. B. Aspectos físico-químicos e
microbiológicos do queijo tipo coalho comercializado em estados do nordeste do Brasil.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
69
Arquivo do Instituto Biológico, v. 81, n. 1, p. 30-35, 2014.
MODI, R.; HIRVI, Y.; HILL, A.; GRIFFITHS, M.W. Effect of phage on survival of
Salmonella enteritidis during manufacture and storage of cheddar cheese made from raw and
pasteurized milk. Journal Food Protection, v .64, n. 7, p. 927-933, 2001.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
70
PERFIL DE SUSCEPTIBILIDADE ANTIMICROBIANA DE Staphylococcus spp.
COAGULASE POSITIVA ISOLADOS EM ALIMENTOS
Dougliane Gomes de Souza¹; Anny Sampaio Silva²; Samuel Souza Oliveira³; Senndya
Brendel Sales do Nascimento4; Edinara Maria de França Aguiar
5; Luziane da Conceição
Monteiro Gomes6; Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle
7
1,2,4
Graduadas em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Vale do Acaraú; 3,5,6
Graduandos em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Vale do Acaraú; 7Docente Doutora na Universidade Estadual Vale do Acaraú.
INTRODUÇÃO: A evolução dos antibióticos é um assunto bem abordado em diversos
meios científicos, visto que a historia é longa, apresentando relatos desde o século XVII.
Entretanto, o marco da história dos antimicrobianos ficou por conta de Fleming, após
acidentalmente descobrir a Penicilina nos anos de 1928, que acabou sendo utilizada em larga
escala durante a 2º Guerra Mundial, revolucionando o tratamento médico, ocasionando a
redução da mortalidade por enfermidades causadas por bactérias. Desde então, os
antibióticos ficaram conhecidos como substâncias inibitórias do crescimento bacteriano. O
uso indiscriminado dos antibióticos ocorre desde sua descoberta até os dias atuais, e esse uso
desenfreado vem ocasionando um processo de resistência bacteriana, em que esses micro-
organismos desenvolvem mecanismos de resistência, que vão desde adaptações evolutivas a
mutações genéticas, ocorrendo um aumento significativo de cepas Staphylococcus aureus
meticilina resistente (MRSA) (SILVEIRA et al., 2006). A bactéria Staphylococcus é um
micro-organismo gram-positivo, não esporulado, pertencente à família Micrococcae que se
encontra anatomicamente na forma esférica, podendo se apresentar em cadeias curtas ou
agrupadas com aspecto de cachos de uva. Tal bactéria é aeróbia ou anaeróbia facultativa,
colonizadora da flora natural da pele humana e de outros sítios anatômicos, que em
determinadas ocasiões pode tornar-se patogênica. OBJETIVOS: Diante do exposto, a
presente pesquisa teve como objetivo avaliar o perfil de susceptibilidade de cepas de
Staphylococcus coagulase positiva isoladas em alimentos. MATERIAIS E MÉTODOS:
Foram avaliadas 10 cepas isoladas em alimentos, no período de março a abril de 2017. As
amostras foram retiradas do banco de micro-organismos do Laboratório de Microbiologia –
LABMIC da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA da cidade de Sobral. Foram
utilizados métodos convencionais para o isolamento e identificação das colônias de
Staphylococcus aureus, tais como coloração de Gram, prova de coagulase e teste de catalase
positiva. Os testes de sensibilidade aos antimicrobianos foram realizados pela técnica de
difusão em ágar, seguindo os procedimentos padronizados pelo Manual Clinical and
Laboratory Standards Institute – CLSI. Para a realização do teste em difusão em ágar foram
utilizadas 4 antimicrobianos diferentes, que incluíam drogas do grupo ß – lactâmicos
pertencentes ao subgrupo Penicilinas (Amoxicilina) e o subgrupo das Cefalosporinas
(Cefalotina, Cefazolina e Cefepima). Em placas estéreis contendo 40 mL de Ágar Mueller
Hinton foram confeccionados 04 poços de 6 mm de forma equidistantes, em seguida as
mesmas foram previamente inoculadas com as cepas em suspenção de 5x105 UFC/mL de
acordo com a escala de McFarland, posteriormente os poços foram preenchidos com 50 µL
de cada droga a ser testada. Logo após o período de incubação de 24 horas em estufa
bacteriológica à 36ºC, calculou-se o diâmetro médio dos halos de inibição de crescimento em
milímetros. Através desse método é possível avaliar o grau de sensibilidade dos micro-
organismos testados frente a determinadas drogas sendo disponível classificá-los como
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
71
sensíveis, intermediários ou resistentes (OSTROSKY, 2008).RESULTADOS E
DISCUSSÃO: Na análise da dimensão dos halos de inibição as cepas foram classificadas
como sensíveis, intermediários ou resistentes. Das 10 (100%) cepas isoladas, oito (80%)
apresentaram-se sensíveis as drogas utilizadas na pesquisa, porém duas (20%) apresentaram
resistência diante a Amoxicilina. De acordo com (VERONESI; FOCÁCIA, 2009), Estes
resultados podem ser atribuídos talvez ao uso inadequado de antibióticos que leva a
ocorrência de resistência. CONCLUSÃO: De acordo com os resultados obtidos, o estudo
revelou a necessidade da cautela diante do uso indiscriminados dos antibióticos. Pois, o uso
desenfreado dessa droga diminui a atividade inibitória destes importantes medicamentos,
favorecendo a proliferação de micro-organismos resistentes.
PALAVRAS-CHAVES: Antibióticos. Bactérias. ß-lactâmicos. Cefalosporin
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE. Reference Method for
Broth Dilution Antifungal Susceptibility Testing of Yeasts (Approved Standard Document
M27. CLSI), vol. M27-A3, third ed. Clinical and Laboratory Standards Institute, Wayne,
PA, 2008.
OSTROSKY, E. A.; MIZUMOTO, M. K.; LIMA, M. E.L.; KANEKO, T. M.;
NISHIKAWA, S. O.; FREITAS, B. R. Métodos para avaliação da atividade antimicrobiana e
determinação da concentração mínima inibitória (CMI) de plantas medicinais. Revista
brasileira de Farmacologia. v. 18, n. 2, p. 301-307, 2008.
SILVEIRA, G. P.; NOME, Faruk; GESSER, José Carlos; SÁ, Marcus Mandolesi. (Corrigir
igual a referência à cima) Estratégias utilizadas no combate à resistência bacteriana.
Química Nova, v. 29, n. 4, p, p, 844-855, 2006.
VERONESI, R.; FOCACCIA, R. Tratado de Infectologia. São Paulo, Ed Atheneu, p. 966-
970, 2009.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
72
ESTUDO SOBRE A LEPTOSPIROSE ENTRE EM HOMENS E MULHERES NA
CIDADE DE FORTALEZA – CE NO PERÍODO DE 2011 A 2015
Gleison Anderson Sena Timbó1; Alexandre Rocha Tavares
1, GabrielaAlves Mendes Gomes
1, ISANA MARA ARAGÃO
2
¹Graduação em Biomedicina UNINTA 2 Professora orientadora Curso biomedicina UNINTA
INTRODUÇÃO: A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda, potencialmente
grave, causada por uma bactéria presente principalmente na urina dos ratos de esgotos e de
outros animais como pombos e baratas, a Leptospira interrogans, que é uma espécie de
bactéria espiroqueta, gram-negativa, aeróbica obrigatória, com flagelos periplásmicos.
Quando vista através de um microscópio óptico se assemelha a um ponto de interrogação, e
isso dá a espécie seu nome. Essa bactéria penetra no corpo através do contato com a pele
ferida ou mucosa, como olhos, nariz, boca e órgãos genitais, ou através da pele íntegra após
horas de imersão em águas contaminadas. Essa doença apesar de poder ser grave, tem boas
chances de cura quando a pessoa recebe o tratamento adequado, indicado pelo médico. No
entanto, quando o tratamento não é realizado a pessoa pode morrer por hemorragia
pulmonar. É importante tratar esta doença com os medicamentos adequados porque a
leptospirose não se cura sozinha. Acomete pessoas de todas as idades e é mais comum nas
populações com piores condições de saneamento básico. O animal contaminado elimina a
bactéria em sua urina, contaminando o solo e água. A L.interrogans é capaz de sobreviver
por muito tempo em ambientes úmidos, porém, morre rapidamente em ambientes secos.
Entre os humanos, a principal fonte de transmissão são os ratos de esgoto. A infecção ocorre
geralmente após o consumo de líquidos e alimentos e também por contato direto da pele –
principalmente se houver feridas – com água contaminada pela urina destes roedores. Quanto
mais prolongado for o contato com a pele, maior o risco de contágio. Quando o diagnóstico é
feito nos 4 primeiros dias, pode-se lançar mão de antibióticos, como penicilinas, tetraciclina
(ou doxiciclina) e eritromicina, que reduzem o tempo de doença e o risco de complicações.
OBJETIVO: Analisar casos de leptospirose entre homens e mulheres na cidade de
Fortaleza-Ceará no período de 2011 a 2015. MATERIAIS E MÉTODOS: Os dados do
trabalho foram obtidos em boletins epidemiológicos trata-se de um estudo realizado a partir
RESULTADOS: Foram analisadas de dados do Governo do Estado, com abordagem
quantitativa. Os dados foram coletados com base em boletins epidemiológicos da secretaria
de saúde do Estado do Ceará. Os parâmetros utilizados no estudo foram entre os anos de
2011 à 2015. as notificações de 117 pessoas na faixa etária 06 e de a 60 anos , sendo que 33
(2%) eram mulheres e 84 (98%) eram homens. Sendo que em gestantes dos anos comparados
que foi de 2011 há 2015, foram diagnosticadas 28 mulheres com leptospirose e não teve
óbitos. Já por outros agravos teve 10 óbitos notificados todos eram Homens. Já por
escolaridade a categoria mais atingida foi da (1ª a 4ª) e já do ensino superior se obteve um
caso só notificado. A maioria das infecções ocorre através do contanto com aguas de
enchentes contaminadas por urina de ratos. A ineficiência ou inexistência de rede de esgoto e
drenagem de aguas pluviais , a coleta de lixo inadequada e as consequências inundações são
condições favoráveis a alta endemicidade e as epidemias. A confirmação do diagnostico não
tem importância para o tratamento da pessoa doente, mas e fundamental para a adoção de
medidas que reduzem o risco de ocorrência de uma epidemia em área urbana. As pessoas
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
73
com leptospirose sem ictérica podem ser tratadas no domicilio. As que têm meningite devem
ser internadas. As formas mais graves da doença necessitam de tratamento intensivo e
medidas terapêuticas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo obteve resultados satisfatórios
e compressivos, explicando mais sobre a patologia em questão. Objetivando a análise dos
casos de leptospirose entre 84 homens e 33 mulheres em fortaleza totalizando 117 pessoas no
estudo.Homens tem mais chance de contaminação pela forma de trabalho e mais exposição a
ambientes contaminados, já as mulheres têm um índice menor pelo cuidado diários. Tendo
em vista que cada vez mais é frequente casos de leptospirose pela ineficiência ou
inexistência da rede de esgoto, drenagem da água, coleta de lixo inadequada entre outros
fatores mais agravantes na cidade de fortaleza. Aplicação da metodologia foi suficiente pela
obtenção de dados epidemiológicos com a abordagem quantitativa bastante explicativa.
Através dessa análises dos dados um ponto de relevância para o estudo que cada vez mais a
falta de esgoto e tratamento certo e prejudicial as pessoas que não tem uma condição de vida
saudável e que precisavam de cada vez mais ajuda é solução para os problemas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Leptospirose tem cura .Disponível em
< https://www.tuasaude.com/leptospirose/> acesso em 15 setembro de 2017 .
Pelissari, D.M , et al.- Revisão sistemática dos fatores associados à leptospirose no Brasil
2000-2009. Revista , BUS IEC epidemiologia e serviços de saúde . Brasília-DF , 2011 ,
acesso em 15 setembro de 2017.
Leptospirose - casos confirmados notificados no sistema informação e agravos De
notificação do Ceará . Disponível em
à http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinannet/cnv/leptoce.def> acesso em ; 18
setembro de 2017 .
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
74
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE TRÊS ESPÉCIES DE
RUBIACEAE CONTRA Trichophyton rubrum E Candida spp.
Jacinto de Lima Farias1, Patrícia Silva Costa
2, Marcilio Matos Ferreira
3, Hélcio Silva dos
Santos4, Elnatan Bezerra de Souza
5 e Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle
6
1-Pós-Graduando no curso de Especialização em Biodiversidade Vegetal, UVA 2-Mestre em
Recursos Naturais, UECE; 3-Graduando em Ciências Biológicas, UVA, 4-Docente no Curso
de Química, UVA 5,6-Docentes do curso de Ciências Biológicas, UVA
INTRODUÇÃO: O Brasil possui uma flora, com um número superior a 55 mil espécies
descritas, o que corresponde a 22% do total mundial. Muitas dessas plantas são utilizadas na
medicina popular, muitas vezes como único recurso terapêutico das comunidades. Esta rica
biodiversidade é acompanhada por uma longa aceitação de uso de plantas medicinais pela
população (RODRIGUES, 2006). Entretanto, os efeitos medicinais que tais plantas
produzem muitas vezes não possuem embasamento científico conhecido, pois ainda se
observa uma subutilização deste potencial como fonte de novas moléculas, estando seu
consumo normalmente associado com pouca ou nenhuma comprovação de suas propriedades
farmacológicas, tendo seu uso e indicação respaldados apenas pela própria comunidade
(VEIGA JÚNIOR, 2005). A Família Rubiaceae, representada por ervas, arbustos, árvores e
lianas, (DELPRETE, 2004), possui espécies com uma diversidade de metabólitos
secundários de potencial biológico, como quinina, isolada de Cinchona pubescens Vahl,
usada como antimalárico, além das atividades anti-inflamatórias, vasodilatadoras e
antifúngica (BOLZANI et al., 1996; KOO et al., 2004; COELHO et al., 2006). No entanto,
vale ressaltar que existem pouquíssimos relatos na literatura que confirmem tal saber
popular. A identificação de novas fontes naturais visando o desenvolvimento de fitofármacos
beneficiará a economia de países em desenvolvimento, possibilitando uma maior autonomia
no gerenciamento de políticas de saúde pública, contribuindo sobremaneira para o acesso da
população a medicamentos seguros e de baixo custo, refletindo em uma melhor qualidade de
vida da população (CALIXTO et al., 2000).OBJETIVO: Dessa forma, pretende-se avaliar a
atividade antifúngica de três espécies de Rubiaceae, pertencentes ao gênero Machaonia (M.
acuminata), Randia (R. nitida) e Tocoyena (T. formosa), frente a cepas fúngicas de
importância clínica para o homem. MATERIAIS E MÉTODOS: As espécies vegetais
foram coletadas na Fazenda Experimental da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA,
no município de Sobral, Ceará. Foram registradas e classificadas no Herbário Prof. José
Abreu de Matos, localizado na referida universidade, pela equipe do professor Dr. Elnatan
Bezerra de Souza. Após a secagem das partes aéreas dos vegetais, realizou-se a separação
manual de folhas e caules, as quais ficaram imersas em etanol por 36 horas e, em seguida,
rotaevaporada, resultando no extrato etanólico das folhas e caule de Machaonia acuminata,
Randia nítida e Tocoyena formosa. Para o ensaio biológico, realizado no laboratório de
Microbiologia da UVA (LABMIC), adotou-se o método de microdiluição em caldo, contra
as cepas de Tricophyton rubrum (LABMIC 0204, 0208, 0209 e 0210) e Candida spp.
(LABMIC 0123, 0109, 0124 e ATCC 90028). Inicialmente, adicionou-se 100 µL de meio
RPMI (Roswell Park Memorial Institute) em todos os 96 poços da microplaca,
posteriormente, 100 µL dos extratos foram adicionados, apenas na primeira coluna, onde
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
75
foram seriados horizontalmente e, finalmente, 100 µL dos inóculos, preparados de acordo
com o Clinical and Laboratory Standards Institute, 2,5-5x103 UFC mL
−1 para Candida spp.
e 5,0x104 UFC mL
−1 para T. rubrum (CLSI M27-A3, 2008; CLSI M38-A2, 2008) foram
adicionados a todos os poços. As concentrações dos extratos variaram de 2,5 a 0,07 mg.mL-1
.
As drogas antifúngicas comerciais usadas nesse experimento foram Anfotericina B (Candida
spp.) e Cetoconazol (T. rubrum), ambas com concentrações que variaram de 16 a 0,125
µg/mL. Esse método foi realizado em duplicata. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os
extratos de folhas e caules de Randia nitida e Machaonia acuminata e folhas de Tocoyena
formosa não apresentaram efeito inibitório contra as espécies de fungos leveduriformes (C.
albicans, C. krusei, C. parapsilosis e C. tropicalis). Porém, o extrato do caule de T. formosa
mostrou uma concentração inibitória mínima (CIM) de 0,31 mg.mL-1
para C. tropicalis e
1,25 mg.mL-1
para C. albicans e C. parapsilosis. As folhas de M. acuminata apresentaram
atividade apenas contra a cepa C. tropicalis, com CIM de 1,25 mg.mL-1
. Já contra as quatro
espécies dermatofíticas (T. rubrum) usadas, o extrato das folhas de R. nitida mostrou inibição
apenas contra três, enquanto o extrato do caule inibiu apenas duas, exibindo CIMs que
variaram de 2,5 a 1,25 mg.mL-1
. Os extratos de M. acuminata revelaram-se ativos contra
apenas uma cepa, com CIM de 1,25 mg.mL-1
. Em contrapartida, o extrato etanólico das
folhas e caule de T. formosa exibiu atividade contra todas as cepas, com CIMs iguais a 1,25
mg.mL-1
. A literatura científica não explorou a fundo as potencialidades relacionadas às
espécies desta pesquisa, mas, contudo, os resultados encontrados nesse estudo, acerca da
atividade antifúngica do caule de T. formosa, corroboram aos encontrados no trabalho de
Bolzani et al. (1996), associando essa atividade aos Iridoides isolados do caule dessa espécie.
CONCLUSÃO: O perfil fitoquímico não foi investigado nesse estudo, no entanto, sabe-se
que essa família é rica em alcalóides, logo, a bioatividade exibida por essas espécies podem
ser associadas à presença desses constituintes fitoquímicos. Diante dos resultados expressos
no ensaio microbiológico, pode-se concluir que há uma fonte potencial de prospecção e
desenvolvimento de novos fármacos nesses espécimes, contribuindo e respaldando o
conhecimento popular, além de fornecer mais dados à literatura escassa em relação a esses
vegetais.
PALAVRAS-CHAVES: Ação antifúngica. Gentianales. Produtos naturais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOLZANI, V. D. S.; TREVISAN, L. M. V.; IZUMISAWA, C. M. e YOUNG, M. C. M.
Antifungal iridoids from the stems of Tocoyena formosa. J. Braz. Chem. Soc. 7: 157-160,
1996.
BOLZANI, V. D. S.; IZUMISAWA, C. M.; YOUNG, M. C. M.; TREVISAN, L. M. V.;
KINGSTON, D. G. I. e GUNATILAKA, A. L. Iridoids from Tocoyena formosa.
Phytochemistry, v. 46, p. 305-308, 1997.
CALIXTO, J. B.; BEIRITH, A.; FERREIRA, J., SANTOS, A. R., FILHO,V. C., YUNES, R.
A. Naturally occurring antinociceptive substances from plants. Phytotherapy Research,
v.14, p. 401-18, 2000.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
76
COELHO, V. P. M.; AGRA, M. F. e BARBOSA, M. R. V.Estudo farmacobotânico das
folhas de Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.Schum. (Rubiaceae). Revista Brasileira
de Farmacognosia, v. 16, n. 2, p. 170-177, 2006.
CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE. Reference Method for
Broth Dilution Antifungal Susceptibility Testing of Filamentous Fungi (Approved Standard
Document M38. CLSI), vol. M38-A2, second ed. Clinical and Laboratory Standards
Institute, Wayne, PA, 2008.
CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE. Reference Method for
Broth Dilution Antifungal Susceptibility Testing of Yeasts (Approved Standard. Document
M27. CLSI), vol. M27-A3, third ed. Clinical and Laboratory Standards Institute, Wayne,
PA, 2008.
DELPRETE, P.; SMITH, L. B.; KLEIN, R. M. Rubiaceaes. In: REITZ, R.; REIS, A. (Ed.).
Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí: HBR/TBG/SIDB. 2 v. 2004/2005.
KOO, H. J.; SONG, Y. S.; KIM, H. J.; LEE, Y. H.; HONG, S. M.; KIM, S. J.; KIM, B. C.;
JIN, C.; LIM, C. J. e PARK, E. H. Antiinflammatory effects of genipin, an active principle
of ardenia. Eur. J. Pharmacol. 495: 201-208, 2004.
RODRIGUES, E.R.; MORETI, D.L.C.; MARTINS, C.H.G.; KASAI, A.; STOPPA, M.A.;
ALVES, E.G.; PAZ, K.; LOPES, R.A.; SALA, M.A.; PETENUSCI, S.O. Estudo de
parâmetros bioquímicos em ratos sob ação de planta medicinal. Chiococca Alba (L.) Hitchc].
Rev. Bras. Pl. Méd. v.8, n.4, p. 169-172, 2006.
VEIGA JUNIOR, V. F.; PINTO, A. C.; MACIEL, M. A. M. Medicinal plants: safe cure?
Quím. Nova. v. 28, n. 3, p. 519-528, 2005.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
77
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE ÁGUA DE CISTERNAS NA
LOCALIDADE DE SERROTA, MUNÍCIPIO DE SANTANA DO ACARAÚ- CE.
¹Luziane da Conceição Monteiro Gomes, ¹Júlio César Sousa Prado, ²Maria Gleiciane
Soares Coutinho, ¹Leonardo Costa da Silva, ²Andréa Maria Neves, ¹ Marcilio Matos
Ferreira, ³Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle.
¹Graduando em Ciências Biológicas - UVA. ²Graduada em Ciências Biológicas –
UVA. ³Professora Dra. Adjunta de Ciências Biológicas – UVA.
INTRODUÇÃO: A água é um recurso natural de extrema importância para a sobrevivência
dos seres vivos, e sabe-se que sua potabilidade vem se tornando cada vez mais escassa.
Potabilidade essa que nas zonas rurais é deficiente, por conta da falta de fiscalização dos
recursos hídricos. Com o programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) a população da zona
rural do Semiárido garante uma cisterna familiar. Segundo o portal (ASABRASIL) o
programa tem como objetivo melhorar a vida das famílias que vivem na Região Semiárida
do Brasil, garantindo o acesso à água de qualidade é o principal objetivo do Programa.
Através do armazenamento da água da chuva em cisternas com o auxilio de uma calha, se
faz a captação dessa água nos períodos de chuva, as famílias que vivem na zona rural dos
municípios do Semiárido passam a ter água potável a alguns passos. A água constitui fator
essencial para todo o ser vivo, mas é também um veículo de doenças parasitárias e
infecciosas, aumentando a frequência de moléstias crônicas, segundo Franco e Cantusio Neto
(2002). Atualmente, 80% das enfermidades contraídas são devido à águas poluídas, sendo
que a cada minuto perece uma criança por doenças relacionadas à água, como desinteria e
cólera (Folha de São Paulo, 02/07/99). A contaminação da água por microrganismos
patogênicos possui como principal veículo de propagação, excretas de origem humana e
animal e suas enfermidades transmissíveis mais comuns são a febre tifóide, a febre para
tifóide, cólera, disenteria bacilar, diarréias, hepatites e etc. A pesquisa de microrganismos
patogênicos na água requer procedimentos complexos e longos, sendo necessário a utilização
de organismos indicadores de contaminação fecal para avaliar a qualidade bacteriológica da
água. Dentre os principais estão os coliformes totais, coliformes fecais e Escherichia coli. No
entanto os padrões bacteriológicos de qualidade da água em nível nacional e internacional
estão baseados na detecção e enumeração de coliformes totais, coliformes fecais e E. coli
(Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, 1986; World Health Organization –
WHO, 1987). OBJETIVO: Diante do exposto, este trabalho tem como finalidade principal
realizar análise microbiológica da água armazenada nas cisternas usadas pela população rural
do município de Santana do Acaraú, mais especificamente na localidade de Serrota.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foram coletadas 3 amostras de água em cisternas distintas, as
análises foram realizadas no Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual Vale do
Acaraú, a análise microbiológica foi realizada pela determinação do Número Mais Provável
(NMP) de Coliformes Totais e Termotolerantes, através do método de fermentação em tubos
múltiplos, sendo utilizado o teste do ImVic para identificação das espécies da família
Enterobactericeae. Para a prova presuntiva, foram utilizados 03 séries de 05 tubos contendo
10 mL de Caldo lactosado com tubos de Durham invertidos. O resultado positivo foi
verificado através da presença de gás formado nos tubos de Durhan e turvação do meio. Os
tubos positivos da prova presuntiva foram inoculados em novos tubos de Caldo Bile Verdes
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
78
Brilhantes (CBVB), e incubados na estufa a 35°C por 48 horas para enumeração de
Coliformes Totais (CT). Ao final da incubação aqueles com produção de gás no tubo de
Durham foram considerados positivos para coliformes totais. Para a enumeração de
Coliformes Termotolerantes (CTT), foram retiradas alíquotas de cada tubo positivo de caldo
lactosado com auxílio de uma alça de inoculação e inseridas em tubos contendo 5 mL de
caldo EC (Caldo Escherichia coli) contendo tubos de Durham invertidos. Dos tubos positivos
para coliformes termotolerantes (CTT) foram retiradas alíquotas, e com ajuda de uma alça de
platina, foram estriadas em placas de Ágar Eosina Azul de Metileno (EMB) e incubadas por
24 horas, a 37ºC. Após esse período as colônias foram isoladas em tubos de ensaio contendo
Mueller Hinton inclinado. Os tubos de Mueller Hinton foram incubados em estufa a 37ºC por
24 horas e após esse tempo, as cepas isoladas foram identificadas através de testes
bioquímicos do IMViC (Indol, Vermelho de Metila, Voges-Proskauer e Citrato).
RESULTADO E DISCUSSÃO: A contagem de Coliformes Totais (CT) e Coliformes
Termotolerantes (CTT) foi realizada utilizando-se a técnica do Número Mais Provável. Essa
técnica mostrou uma variável de 2,0x10 a 1,4x10 2 CTT/100mL e 1,3x10
2 à 1,6x10³
CT/100mL. A Portaria (nº2914/2011) do Ministério da Saúde (MS) estabelece que a água
própria para consumo humano deva estar isenta de CTT ou E. coli em cada 100mL. De
acordo com os resultados obtidos todas as amostras apresentaram-se em desacordo com a
legislação brasileira. Já os resultados obtidos dos Coliformes Totais a Portaria do 2914/2011
do MS não estabelece um limite de tolerância para CT em amostras de água, entretanto
sugere medidas de caráter corretivo quando apresentadas. Nas 3 amostras foram isoladas 14
cepas da família Enterobacteriaceae. Dentre as 14 cepas isoladas (100%), (21,43%)
correspondiam Enterobacter sakazakii, (21,43%) Hafnia alvei, (14,28%) Enterobacter
agglomerans, (7,14%) Enterobacter aerogenes, (7,14%) Citrobacter diversus, (7,14%)
Citrobacter freundii, (7,14%) Proteus mirabilis, (7,14%) Morganella morganiie e (7,14%)
Proteus vulgaris. Trabalhos realizados, também mostraram resultados parecidos. Segundo,
Silva et al. (2012) avaliaram a qualidade da água de cisterna de uma região do semi-árido do
estado de Minas Gerais e verificaram que das trinta e cinco amostras analisadas para
pesquisa de Escherichia coli, importante indicador de contaminação fecal, apenas oito
mostras (23%) estavam em conformidade com o critério de potabilidade. Silva (2013)
avaliou a água de cisterna no interior do estado da Bahia e observou que a contaminação por
coliformes termotolerante pode ter sido causada por fatores como falta de limpeza da
cisterna, da superfície de coleta e pela presença de árvores próximas às cisternas. Mesquita et
al. (2014) analisaram água destinada ao consumo humano em um município do Pará e
verificaram que 54,17% das amostras de água coletada estavam fora dos padrões de
potabilidade para CT e 4,17% para Escherichia coli .CONCLUSÃO: As águas coletadas de
cisternas na zona rural do Município de Santana do Acaraú estão em desacordo com a
legislação vigente por apresentar Coliformes, onde a Portaria (nº2914/2011) do Ministério da
Saúde (MS) indica que a água deva estar totalmente isenta de Coliformes. A contaminação
da água pode ter ocorrido, possivelmente, ocasionada por abastecimento de águas de carro
pipa, que em épocas de seca, essas cisternas são abastecidas de água sem proveniência
segura.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARTICULAÇÃO SEMIÁRIDO BRASILEIRO, ASABRASIL. Disponível em:
<http://www.asabrasil.org.br/acoes/p1mc>. Acesso em: 13 de setembro de 2017.
FOLHA DE SÃO PAULO. Ano 2000, Água, Comida e Energia. São Paulo, 2 jul. 1999,
Caderno Especial, p. 2, 2000.
FRANCO, R. M. B; CANTUSIO NETO, R. Ocorrence of cryptosporidial oocysts and
Giardia cysts in bottled mineral water commercialized in the Campinas, State of São Paulo,
Brazil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 92, p. 205- 207, 1997.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre
os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e
seu padrão de potabilidade. Disponível em:
<"http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html> Acesso
em: 13 setembro de 2017.
SILVA, N. M. D. Qualidade microbiológica das águas de chuva em cisternas da área
rural do município de Inhambupe, no semiárido baiano e seus fatores intervenientes.
2013. 130 f. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente, Águas e Saneamento), Universidade
Federal da Bahia, Salvador.
SILVA, N.; SILVEIRA, N. F. A.; TANIWAKI, M. H.; SANTOS, R. F. S.; GOMES, R. A.
R. Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos. São Paulo: Livraria
Varela, 1997.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. The international drinking water supply and
sanitation decade: review of mid-decade progress (as at December, 1985). Geneva, WHO,
1987. 25p.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
80
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO EXTRATO ETANÓLICO
DA CASCA DO CAULE DE Handroanthus sp. FRENTE Trichophyton rubrum.
Laressa Cristyne dos Santos Gomes1, Anny Sampaio Silva
2, Andrea Maria Neves
3, Patrícia
Silva Costa4, Marcilio Matos Ferreira
5, Elnatan Bezerra de Souza
6, Raquel Oliveira dos
Santos Fontenelle7
1Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual Vale do Acaraú-(UVA),
2Curso de
Ciências Biológicas, Universidade Estadual Vale do Acaraú-(UVA), 3Departamento de
Recursos Naturais, Universidade Estadual do Ceará-(UECE), 4Departamento de Recursos
Naturais, Universidade Estadual do Ceará-(UECE), 5Curso de Ciências Biológicas,
Universidade Estadual Vale do Acaraú-(UVA), 6Curso de Ciências Biológicas, Universidade
Estadual Vale do Acaraú-(UVA), 7Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual
Vale do Acaraú-(UVA).
INTRODUÇÃO: Trichophyton rubrum é um fungo filamentoso, de aspecto macio e de
coloração vermelha no reverso da colônia, tal microrganismo é responsável por ocasionar
algumas dermatofitoses, que acometem especificamente as unhas, pelos e pele, utilizando os
substratos queratinizados como fonte de carbono e nitrogênio, por essa particularidade o
Trichophyton rubrum é um dermatófito queratinofílico (GUPTA & SUMMERBELL, 2000).
A terapia medicamentosa adequada para esses tipos de infecções fúngicas, pode levar a sua
total cura, ao passo que a medicação inadequada torna o indivíduo mais susceptível ainda a
microrganismos oportunistas. Nesse contexto, percebe-se a grande necessidade da busca
científica por novas terapias para o auxílio no tratamento dessas doenças. Handroanthus é
um gênero de hábito arbóreo, pertencente à família Bignoniaceae, característico por
apresentar flores de coloração que variam do branco ao roxo. Tal gênero apresenta atividades
farmacológicas que são caracterizadas como antifúngicas e antibacterianas (LIMA et al.,
2014; MARQUES et al., 2008).: OBJETIVO: Diante do exposto, pretende-se avaliar a
atividade antifúngica do extrato etanólico da casca do caule de Handroanthus sp. frente às
cepas de Trichophyton rubrum. MATERIAIS E METÓDOS: O material botânico do
Handroanthus sp. foi coletado no município de Graça, Ceará. Após a coleta do material, uma
exsicata foi levada para o Herbário Prof. José de Abreu Matos da Universidade Estadual
Vale do Acaraú - UVA e identificada pelo professor Dr. Elnatan Bezerra de Souza, em
seguida, o material vegetal foi encaminhado ao laboratório de Química da mesma
Universidade, onde as amostras foram expostas à temperatura ambiente para secagem, e, as
cascas foram imersas em etanol por 07 dias. Transcorridos esses dias, a mistura composta de
casca e etanol fora acomodados em um evaporador rotativo sob pressão reduzida, obtendo-se
posteriormente o extrato etanólico da casca do caule de Handroanthus (EECCH) (MATOS,
2009). Foi utilizado o método de microdiluição preconizado pelo Clinical e Laboratory
Standards Institute (CLSI M38-A2, 2008) para os testes microbiológicos. Durante a
pesquisa, foram utilizadas duas cepas de fungos antropofílicos (Trichophyton rubrum
LABMIC 0208 e LABMIC 0209), obtidas por do Laboratório de Microbiologia da
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, cultivadas em meio ágar Sabouraud estéril a
35 ºC por 07 dias. Posteriormente, para a preparação do inóculo, foi transferido uma alíquota
de cada microrganismo para tubos de ensaio distintos contendo solução salina (0,85%)
estéril, preparando uma suspenção de 5,0x104 UFC mL
−1 e em seguida as suspenções foram
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
81
diluídas em meio RPMI 1610. Para a determinação da concentração inibitória mínima
(CIM), foi empregado o método de microdiluição em caldo, realizado em placas de Elisa
estéreis com 96 poços. Onde foram adicionados 100 µL de meio RPMI em todos os poços, e
em seguida, pipetados 100 µL do EECCH apenas no primeiro poço no sentido vertical, para
que a partir dali se fizessem as diluições seriadas, na qual, foi retirada 100 µL dos poços
mais concentrados com o extrato para as cavidades seguintes. Por final, foi distribuído 100
µL do inóculo, solução da suspensão microbiana junto com o meio RPMI, em todos os 96
poços da placa. Assim, ao finalizar os ensaios, as concentrações do extrato etanólico variam
de 2,5 a 0,03 mg/mL. O crescimento dos microrganismos se observa de 05 a 07 dias, numa
temperatura de 35 ºC em estufa microbiológica. A droga padrão usada nesse bioensaio foi o
antifúngico Cetoconazol, com concentrações que vão de 16 a 0,25 µg/mL. Para a
determinação da CIM foi considerado a presença ou a ausência de aglomerados de células
fúngicas no fundo dos poços da placa. Tal procedimento foi desenvolvido em duplicata.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na pesquisa da atividade antifúngica do EECCH,
observou-se atividade contra as duas cepas de Trichophyton rubrum. O EECCH frente
ao T. rubrum LABMIC 0208 apresentou CIM de 1,25 mg/mL, enquanto que para T. rubrum
LABMIC 0209 a CIM foi de 2,5 mg/mL. Segundo MENDES et al. (2011), ainda não se
chegou a um consenso geral sobre um nível adequado de extratos vegetais quando
comparados com antibióticos padrões. Deste modo, cabe a cada autor o critério que deseja
adotar. Porém, para esta pesquisa, a partir dos resultados obtidos, houve significante
atividade antifúngica do extrato etanólico da casca do caule de Handroanthus sp.,
revelando assim, sua potencialidade. CONCLUSÃO: Diante dos resultados obtidos nessa
pesquisa é necessário que ocorra um estudo fitoquímico do EECCH, visando a identificação
e o isolamento das substâncias responsáveis pela atividade antifúngica dessa planta.
PALAVRAS-CHAVES: Fungos. Espécie. Isolamento. Microdiluição.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE. Reference Method for
Broth Dilution Antifungal Susceptibility Testing of Yeasts (Approved Standard Document
M27. CLSI), vol. M27-A3, third ed. Clinical and Laboratory Standards Institute, Wayne,
PA, 2008.
GUPTA, A. K., SUMMERBELL, R. C. (2000) Tineacapitis. Med. Mycol. 38: 255-287.
Hawksworth DL, Rossman AY. (1997) Where are all the undescribed fungi? Phytopathol.
87: 888-891.
LIMA, P. R.; HOBACH, M. A.; DRANSKI, J. A. L.; ECCO, M.; MALAVASI, M. M.;
MALAVASI. U. C. Avaliação morfofisiológica em mudas de Handroanthus impetiginosus
(Mart. ex DC) Mattos durante a rustificação. Floresta e Ambiente p. 316-326, jul/set. 2014.
MATOS, F. J. A. Introdução à Fitoquímica Experimental. UFC. Fortaleza-Ceará, 45pp.
Ed. UFC, 2009.
MARQUES, T. C.; REIS, A. M. M.; SILVA, A. E. B. C.; GIMENES, F. R. E.; OPITZ, S. P.;
TEIXEIRA, T. C. A.; LIMA, R. E. F.; CASSIANI, S. H. B. Revista Brasileira de Ciências
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
82
Farmacêuticas. v. 44, n. 2, p. 305-314, 2008.
MENDES, L. P. M.; MACIEL, K. M.; VIEIRA, A. B. R.; MENDONÇA, L. C. V.; SILVA,
R. M. F.; ROLIM NETO, P. J.; BARBOSA, W. L. R.; VIEIRA, J. M. S. Atividade
Antimicrobiana de Extratos Etanólicos de Peperonia pellucida e Portulaca pilosa. Rev.
Ciênc. Farm. Básica Apl. V. 32 n. 1, p. 121-125, 2011.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
83
ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS E RECIDIVAS DE HANSENÍASE CAUSADO PELA BACTÉRIA Mycobacteriumleprae NA CIDADE DE SOBRAL - CEARÁ NO
PERÍODO DE 2014 A 2017.
Camila Boto Farias¹; Francisca Thalia dos Santos Araújo¹; Camilla Valêska Vasconcelos
Costa¹; Maria Rosalba Moreira das Neves Memória²; ISANA MARA ARAGÃO FROTA³
¹Graduação em Biomedicina; Centro Universitário Inta – UNINTA / ²Professora Doutora
UNINTA / ³Orientadora/Professora Mestre UNINTA.
INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa cujo seu
principalagente etiológico é o Mycobacterium leprae (M. leprae).Taxonomicamente, o
Mycobacterium leprae (M.leprae) ou bacilo de Hansen, tem crescimento lento quando
comparado a outras bactérias e é um parasita intracelular obrigatório, predominante em
macrófagos onde podem ser observado formando aglomerados e em arranjos paralelos.
Apesar das micobacterias não possuírem membrana externa, e por isso, se assemelham às
gram-positivas, seu alto teor lipídico confere diferenças estruturais importantes na parede. A
presença de ácidos graxos no envelope confere um álcool – acida resistência (AAR) –
retendo fucsina básica pela parede mesmo na presença de álcool e ácido durante a coloração
de Gram. A hanseníase é uma doença de notificação compulsória em todo o território
nacional e de investigação obrigatória. Atinge pele e nervos periféricos podendo levar a
sérias incapacidades físicas e seu alto potencial incapacitante está diretamente relacionado ao
poder imunogênico do M. leprae. A melhoria das condições de vida e o avanço do
conhecimento científico modificaram o quadro da hanseníase, que há mais de 20 anos tem
tratamento e cura. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017.) A doença é transmitida
principalmente por meio do convívio com os doentes que ainda não foram diagnosticados e
não iniciaram tratamento. Esses indivíduos possuem carga bacilar suficiente para favorecer a
transmissão, suas principais fonte de bactérias podem ser as mucosas das vias aéreas
superiores. A infecção é considerada de fácil diagnóstico e é realizado através de exame
clínico, quando é possível observar apenas sinais dermatoneurológicos. Outro diagnóstico é
o clínico, que é feito exame físico onde se busca sinais que são observáveis, tais como lesões
da pele com alteração da sensibilidade, classificação do grau de incapacidade física e
principalmente uma anamnese que seria a obtenção de história e epidemiológica de suas
atividades diárias. Seu tratamento é feito por medicamentos que curam a doença, interrompe
a transmissão e previnem às incapacidades físicase sua distribuição é gratuita nas unidades
de saúde. Segundo a Secretária de Saúde, acredita-se que o período de incubação seja de 3 a
5 anos, embora tenha sido relatado um período mínimo de apenas semanas em relação a
pacientes de hanseníase. O período máximo de incubação já relatado chega a pouco mais de
30 anos, conforme observado entre veteranos expostos em áreas endêmicas, mas que moram
em áreas não endêmicas. Salientando que é de extrema importância diagnosticar e fazer o
tratamento correto, pois a hanseníase ainda possui taxas de casos altas, a hanseníase tem cura
podendo assim não ser mais uma fonte de transmissão. OBJETIVO: Investigar o número
de casos e recidiva da infecção causada pela Mycobacterium leprae (M. leprae), na
população da cidade de Sobral-CE nos anos de 2014 a 2017. MATERIAIS E MÉTODOS:
Os dados de casos e recidivas confirmados da doença, foram retirados de pesquisas de
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
84
relatórios epidemiológicos que foram fornecidos pela Vigilância Epidemiológica de Sobral.
Obtiveram-se dados quantitativos entre os anos de 2014 a 2017. RESULTADOS E
DISCUSSÃO: No decorrer da pesquisa, notou-se uma diminuição gradativa do número de
casos confirmados da doença na cidade de Sobral. De acordo com a Vigilância
Epidemiológica do município, entre os anos de 2014 a 2017 foram detectados 277 casos
novos. No ano de 2014, foram detectados 85 casos novos. Desses, 42 são do sexo masculino,
sendo 9,5% (4/42)na faixa etária de 1-19 anos e90,5% (38/42) de 20-80+ anos. Já no sexo
feminino foram detectados 43 casos,onde 18,6% (8/43) são da faixa etária de 1-19 anos e
81,4% (35/43)de 20-80+ anos. No ano de 2015 foram relatados 82 casos novos, sendo 48 do
sexo masculino, e desses 14,6% (7/48) são da faixa etária de 1-19 anose 85,4% (41/48) de
20-80+ anos. Já no sexo feminino foram observados 34 casos, sendo17,6% (6/34)de 1-19
anos e 82,4% (28/34)de 20-80+ anos. No ano de 2016 foram constatados 69 casos novos,
sendo no sexo masculino 33 casos, e desses 9,9% (3/33) estão na faixa etáriade 1-19 anos e
90,1% (30/33)na faixa etária de 20-80+ anos. Já no sexo feminino foram constatados 36
casos, onde 8,3% (3/36) dos casos encontram-sena faixa etária de 1-19 anos, e91,7% (33/36)
de 20-80+ anos. Atualmente, no ano de 2017 já foram constatados 41 casos novos até a
presente data da pesquisa, sendo 21 casos do sexo masculino, e desses 9,5% (2/21) estão
entre 1-19 anos e90,5% (19/21) de 20-80+ anos. Já no sexo feminino foiconstatado cerca de
20 casos, dentre esses 10% (2/20) estão na faixa etária 1-19 anos e 90% (18/20)de20-80+
anos. Entre os anos de 2014 a 2017 só houve recidiva em indivíduos acima de 20 anos,
obtendo um total de 21 casos, dentre os quatro anos, em ambos os sexos. No ano de 2014
foram constatados 04 casos, sendo eles,01 no sexo masculino, que corresponde a 2,3%
(1/42)e,desta forma 97,7% não reincidiram, e no sexo feminino foram constatados 03 casos,
o que corresponde a 6,9% (3/43) que reincidiram, portanto 93,1% não reincidiram com
relação ao número de casos totais. No ano de 2015 foram constatados 08 casos, sendo 06 do
sexo masculino, o que correspondem a 12,5% (6/48)e 87,5% não reincidiram, e no sexo
feminino foram constatados 02 casos que correspondem a 5,8% (2/34) que reincidiram, e os
94,2% não reincidiram. No ano de 2016 foram constatados 04 casos, sendo 02 do sexo
masculino, o que correspondem a 6% (2/33), assim os 94% não reincidiram, e no sexo
feminino foram constatados 02 casos que correspondem a 6% (2/36) e os outros 94% não
reincidiram. Atualmente no ano de 2017 já foram constatados casos na recidiva com um total
de 05 casos, sendo 04 no sexo masculino, o que corresponde a 19% (4/21), com isso 81%
não reincidiram e no sexo feminino foi constatado 01 caso o que corresponde a 5% (1/20),
portanto 95% não reincidiram. A diminuição dos casos novos é notória, em alguns anos a
diminuição é mais lenta já em outro mais rápido, pois o tratamento é bem eficaz para aqueles
pacientes que persistem na finalização do tratamento. O tratamento é gratuito,
disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e varia de seis meses dependendo da
forma do bacilo que pode ser prorrogada até um ano ou ser substituída por medicação em
casos especiais. A partir da primeira dose do medicamento, a transmissão pode ser cessada,
não tendo mais risco de transmitir a doença, podendo assim conviver em sociedade sem risco
algum se persistir no tratamento até o fim. Apesar da diminuição durante os anos ainda
percebe-se uma alta quantidade de casos e recidivas, pois ainda existem pessoas que não
completam o tratamento, portanto não chegam à cura e acabam como fonte de transmissão.
CONCLUSÃO: Foi observada uma diminuição dos casos entre os anos de 2014 a 2017.
Houve aumento de recidiva do ano de 2015 em relação a 2014, do mesmo modo, em relação
ao ano de 2017 a 2016os números de casos na recidiva aumentaram em relação ao número de
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
85
casos totais. Por ser uma doença que existe tratamento e cura, a rapidez do seu diagnóstico
para que possa dar inicio ao tratamento, é de extrema importância para que as pessoas
infectadas deixem de se tornar fontes de transmissão, já que a partir da primeira dose do
medicamento deixa de ser um transmissor da doença, mas é importante salientar que se
precisa dar continuação ao tratamento até o fim para que não ocorram casos na recidiva.
PALAVRAS-CHAVES: hanseníase, tratamento e Mycobacterium leprae.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MACIEIRA, S. Aspectos microbiológicos do Mycobacterium leprae. Disponível em:
<http://hansen.bvs.ilsl.br/textoc/livros/OPROMOLLA_DILTOR_nocoes/PDF/aspecto_lepra
e.p df> Acesso em: 03 de setembro de 2017.
PORTAL SAÚDE. Descrição da doença. Disponível em:
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-
ministerio/705- secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/hanseniase/11294-descricao-da-doenca.>
Acesso em: 04 de setembro de 2017.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA. Doença hanseníase. Disponível em:
<http://www.sbd.org.br/doenca/hanseniase/.> Acesso em: 05 de setembro de 2017.
SECRETARIA DA SAÚDE. Hanseníase. Disponível em:
<http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=3237>. Acesso
em:13 de setembro de 2017.
SOBRAL, E.V. Número de casos, idade, sexo e recidivas de Hanseníase na cidade de
Sobral. Disponibilizado em 11 de setembro de 2017.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
86
UMIDADE VERSUS DIVERSIDADE FÚNGICA NO AR DE UMA ESTAÇÃO
DE PRÉ-CONDICIONAMENTO DE ESGOTO
Itatiaia de Souza Sampaio; Marcos Adelino Almeida Filho; Josiany Costa de Souza;
Francisca Robervânia Soares dos Santos; Germana Costa Paixão, Lydia Dayanne Maia
Pantoja
INTRODUÇÃO: No ar atmosférico os propágulos fúngicos podem ser levados a grandes
distâncias, em especial pelos ventos (GAMBALE, 2010). Estes aeroalérgenos, se inalados,
podem gerar manifestações respiratórias, como asma, rinite e sinusite (BELMIRO, 2012). As
doenças desencadeadas pela inalação de propágulos aéreos dependem de vários fatores como
a sua composição química, o número de partículas inaladas, o sítio em que se depositam no
sistema respiratório, sendo a dispersão dos propágulos fúngicos influenciada pelas condições
climáticas (PANTOJA et al., 2007). Logo, há locais que são considerados fontes de
dispersão de micro-organismos no ar, como por exemplo as Estações de Tratamento de
Esgoto – ETE (DIONÍSIO, 2006). Estudos feitos em ETEs na Alemanha, identificaram
centenas de espécies de fungos e bactérias saprofíticas, incluindo actinomicetos termofílicos,
e contatou-se baixas concentraçãoes de bactérias patogênicas e vírus nestes locais (BUNGER
et al. 2000 apud DIONÍSIO, 2006). Existe uma associação entre os fungos anemófilos e
condições climáticas, como a umidade do ar, por exemplo, em virtude das altas taxas de
umidade no ambiente é relatado que os fungos saem de seu estado de dormência, sendo
ativados, podendo gerar danos estruturais (ARABIDIAN; SAAD, 2014). OBJETIVO:
Dentro desse contexto, o presente trabalho objetivou relacionar a umidade relativa e a
diversidade fúngica presente no ar de uma Estação de Pré-Condicionamento de Esgoto –
EPC, município de Fortaleza-CE. MATERIAIS E MÉTODOS: As coletas foram realizadas
no período de setembro/2016 a janeiro/2017, em uma Estação de Pré-Condicionamento de
Esgoto (EPC), município de Fortaleza-CE, em seis setores, a saber: Gradeamento Manual,
Gradeamento Mecânico, Peneira, Grade da Peneira, Desarenador e a Estação de Tratamento
de Odores (ETO). As coletas foram realizadas através da técnica de sedimentação passiva em
placas de Petri contendo o meio de cultura Ágar Batata Dextrose (Himedia®). As placas
foram expostas mensalmente, por 3 horas (7 às 10 horas da manhã), cada placa era colocada
a uma altura de aproximadamente 1,5 m e na região central dos diversos setores.
Posteriormente, as placas foram vedadas com plástico transparente e encaminhadas ao
Laboratório de Microbiologia – LAMIC da Universidade Estadual do Ceará para o
processamento da coleta. Chegando ao LAMIC, as amostras foram incubadas em
temperatura ambiente, de 25 – 27 °C por até sete dias. A partir do aparecimento das unidades
formadoras de colônias era feito a média de UFC.m-3
. Após a contagem, foi feito a
identificação com base em aspectos macro e micromorfológicos (SIDRIM; ROCHA, 2004;
HOOG et al., 2000). A umidade relativa do ar foi coletada através de estação meteorológica
por intermédio de parceria com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos –
FUNCEME. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Constatou-se que o ambiente com a maior
média de fungos foi o setor Grade da Peneira, entretanto, destaca-se que as médias de todos
os setores foram relativamente próximas: Gradeamento manual (562,9 UFC.m-3
);
Gradeamento mecânico (553,2 UFC.m-3
); Peneira (497,2 UFC.m-3
); Grade da peneira (616,7
UFC.m-3
); Desarenador (512,9 UFC.m-3
). Dentre estes setores era esperado encontrar uma
maior quantidade de propágulos fúngicos no Gradeamento Manual (local de chegada do
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
87
esgoto) e o Desarenador (responsável por reter a areia do esgoto). Diante da proximidade do
quantitativo fúngico com os setores analisados, foi calculado as médias por período de coleta
visando comparar com a umidade relativa do ar do período em que foram feitas as coletas.
Ao final da análise dos dados foram obtidos os seguintes valores em seus respectivos meses:
Set/2016 (UR:57,95% / 1.209,5 UFC.m-3
); Out/2016 (UR: 62,88% / 216,8 UFC.m-3
);
Nov/2016 (UR: 63,82% / 332,2UFC.m-3
); Dez/2016 (UR: 68,56% / 169,4UFC.m-3
) e em
Jan/2017 (UR: 72,59% / 863,4UFC.m-3
). Analisando os dados obtidos observou-se que o
mês de setembro (mês seco) apresentou a maior média frente o quantitativo fúngico e a
menor umidade em todo o período analisado, enquanto janeiro (mês chuvoso) foi o segundo
maior quantitativo e a maior taxa de umidade. Com base no teste t Student, não foi
observado uma relação entre o quantitativo fúngico e a umidade relativa do ar (p ≥ 0,05) nos
meses analisados, logo, esse dado climático da região não interfere na presença fúngica
dentro do período de coleta. Em estudos realizados por Zoppas et al. (2011), a umidade do ar
favorece a esporulação de fungos, contudo, quando for muito elevada, os esporos tendem a
ficar mais hidratados, mais densos, sendo dificultada sua dispersão e transporte, dados que
não corrobora a presente pesquisa. Outros autores alegam que o crescimento fúngico é
beneficiado quando a umidade relativa do ar está a partir dos 70%, o que não elimina que
fungos mais resistentes possam se desenvolver (GUERRA et al., 2012), dado que se
assemelha ao observado no mês de janeiro, mas diverge do mês de setembro. Diferentemente
dos resultados encontrados, Rego e Santos (2015) relatam que fatores abióticos como a
umidade relativa e sua redução proporcionou decréscimo no número de UFC.m-3
. Logo, a
variação mensal da umidade relativa do ar é muito pequena, não causando uma alteração
ambiental que leve o quantitativo fúngico a aumentar ou diminuir na EPC analisada. Durante
os cincos meses de coleta foram identificados 24 gêneros fúngicos, dentre os mais presentes:
Cladosporium e Mucor que teve uma frequência de (80%) nas coletas realizadas, estudos
relatam que estes fungos são responsáveis por causarem infecções cutânea, subcutânea e
sistêmica em indivíduos imunocomprometidos como em pessoas imunocompetentes
(HOFFMANN et al., 2011). Com isso, observa-se que trabalhadores de uma EPC estão
rotineiramente em contato com vários micro-organismos presente no esgoto, o que pode
ocasionar a essas pessoas enfermidades agudas como por exemplo: doenças infecciosas
diarréicas, respiratórias e hepáticas. Há também a probabilidade de contraírem doenças
crônicas sendo as mais comuns, asma brônquica e alveolite alérgica (TME,2002).
CONCLUSÃO: Portanto, constatou-se que as médias do quantitativo fúngico de discussão
Constatou-se que o ambiente com a maior média de fungos foi o setor Grade da Peneira,
entretanto, destaca-se que as médias de todos os setores foram relativamente próximas:
Gradeamento manual (562,9 UFC.m-3
); Gradeamento mecânico (553,2 UFC.m-3
); Peneira
(497,2 UFC.m-3
); Grade da peneira (616,7 UFC.m-3
); Desarenador (512,9 UFC.m-3
). Dentre
estes setores era esperado encontrar uma maior quantidade de propágulos fúngicos no
Gradeamento Manual (local de chegada do esgoto) e o Desarenador (responsável por reter a
areia do esgoto). Diante da proximidade do quantitativo fúngico com os setores analisados,
foi calculado as médias por período de coleta visando comparar com a umidade relativa do ar
do período em que foram feitas as coletas. Ao final da análise dos dados foram obtidos os
seguintes valores em seus respectivos meses: Set/2016 (UR:57,95% / 1.209,5 UFC.m-3
);
Out/2016 (UR: 62,88% / 216,8 UFC.m-3
); Nov/2016 (UR: 63,82% / 332,2UFC.m-3
);
Dez/2016 (UR: 68,56% / 169,4UFC.m-3
) e em Jan/2017 (UR: 72,59% / 863,4UFC.m-3
).
Analisando os dados obtidos observou-se que o mês de setembro (mês seco) apresentou a
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
88
maior média frente o quantitativo fúngico e a menor umidade em todo o período analisado,
enquanto janeiro (mês chuvoso) foi o segundo maior quantitativo e a maior taxa de umidade.
Com base no teste t Student, não foi observado uma relação entre o quantitativo fúngico e a
umidade relativa do ar (p ≥ 0,05) nos meses analisados, logo, esse dado climático da região
não interfere na presença fúngica dentro do período de coleta. Em estudos realizados por
Zoppas et al. (2011), a umidade do ar favorece a esporulação de fungos, contudo, quando for
muito elevada, os esporos tendem a ficar mais hidratados, mais densos, sendo dificultada sua
dispersão e transporte, dados que não corrobora a presente pesquisa. Outros autores alegam
que o crescimento fúngico é beneficiado quando a umidade relativa do ar está a partir dos
70%, o que não elimina que fungos mais resistentes possam se desenvolver (GUERRA et al.,
2012), dado que se assemelha ao observado no mês de janeiro, mas diverge do mês de
setembro. Diferentemente dos resultados encontrados, Rego e Santos (2015) relatam que
fatores abióticos como a umidade relativa e sua redução proporcionou decréscimo no número
de UFC.m-3
. Logo, a variação mensal da umidade relativa do ar é muito pequena, não
causando uma alteração ambiental que leve o quantitativo fúngico a aumentar ou diminuir na
EPC analisada. Durante os cincos meses de coleta foram identificados 24 gêneros fúngicos,
dentre os mais presentes: Cladosporium e Mucor que teve uma frequência de (80%) nas
coletas realizadas, estudos relatam que estes fungos são responsáveis por causarem infecções
cutânea, subcutânea e sistêmica em indivíduos imunocomprometidos como em pessoas
imunocompetentes (HOFFMANN et al., 2011). Com isso, observa-se que trabalhadores de
uma EPC estão rotineiramente em contato com vários micro-organismos presente no esgoto,
o que pode ocasionar a essas pessoas enfermidades agudas como por exemplo: doenças
infecciosas diarréicas, respiratórias e hepáticas. Há também a probabilidade de contraírem
doenças crônicas sendo as mais comuns, asma brônquica e alveolite alérgica (TME,2002).
Conclusões: Portanto, constatou-se que as médias do quantitativo fúngico de todos os
setores foram relativamente próximas dentro da Estação de Pré-Condicionamento de Esgoto,
bem como ao se comparar os achados com a umidade relativa do ar não se estabeleceu uma
diferença estatística, logo, não foi possível estabelecer uma relação entre esses dois
aspectos, sendo necessário um monitoramento periódico para aprofundar a relação entre os
mesmos.
PALAVRAS-CHAVES: Umidade relativa do ar; Fungo anemófilo; Tratamento de esgoto.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARABIDIAN, L. V.; SAAD, D. S. Avaliação da contaminação microbiana e de parâmetros
ambientais – temperatura, ventilação e umidade - na Biblioteca Central da Universidade
Federal de Santa Maria/RS: acervos da Coleção Teses e Coletânea UFSM. Revista da
Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS, v. 20, n.2 – Jul./Dez. 2014..
BELMIRO, C. C. L. 2012. Identificação da microbiota fúngica anemófila presente em sala
de arquivos e três bibliotecas de uma universidade pública da Paraíba. 23 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – Universidade Estadual da Paraíba, Campina
Grande, 2012.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
89
DIONÍSIO, J. A. Riscos Biológicos na Estação de Tratamento de Esgotos ETE- Belém,
Curitiba Pr. 59 f. Monografia Curso de Pós-Graduação em Engenharia e Segurança do
Trabalho, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2006.
GAMBALE, W. Fungos Contaminantes. In: Compêndio de Micologia Médica. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. p. 99–107.
GUERRA, F. L.; CUNHA, E. G. da; SILVA, A. C. S. B. da; KNOP, S. Análise das
condições favoráveis à formação de bolor em edificação histórica de Pelotas, RS, Brasil.
Ambiente Construído, v. 12, n. 4, p. 7 – 23. 2012.
HOOG, G. S.; GUARRO, J.; GENÉ, J.; FIGUEIRAS, M. J. Atlas of Clinical Fungi. 2. ed.
Baarn/Delft: Centraal bureau voor Schinmelculture/Universitat Rovira i Virgilli, 2000. 2108
p. Howto cite thisarticle: Hoffmann CC, Danucalov IP, Purim KSM, Queiroz-Telles F.
Infecções causadas por fungos demácios e suas correlações anátomo-clinicas.
AnBrasDermatol. 2011;86(1):138-41.
HOFFMANN, C. C.; PURIM, K. S. M.; DANUCALOV, T. P.; QUEIROZ-TELLES, F.
Infecções causadas por fungos demáceos e suas correlações anátomo-clínicas. Na. Bras.
Dermatol., v. 86, n. 1, p. 138-41. 2011.
Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, v. 11, n. 2, p. 21–28. 2009.
PANTOJA, L. D. M.; COUTO, M. S.; PAIXÃO, G. C. Diversidade de bioaerossóis
presentes em ambientes urbanizados e preservados de um campus universitário. Biológico, v.
69, n. 1, p. 41-47. 2007.
RÊGO, C. M.; SANTOS, F. S. Ocorrência de fungos anemófilos e sua relação com fatores
abióticos em Barreiras, Bahia. Revista Brasileira de Biociências, v. 13, n. 4, p. 265 – 271.
2015.
SIDRIM, J. J. C; ROCHA, M. F. G. Micologia Médica à Luz de Autores
Contemporâneos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
TME, Manual de Procedimentos para Auditoria no Setor Saneamento Básico,2002.
Disponível em:
<http://sna.saude.gov.br/download/MANUAL%20DE%20AUDITORIA%20EM%20SANE
AM ENTO.pdf> Acesso em 13 set.2017.
ZOPPAS, B. C. A. de; BARREIRA, R. M. V; GONZÁLES, D. F. Distribuição de esporos de
Cladosporium spp no ar atmosférico de Caxias do Sul, RS, Brasil, durante dois anos de
estudo. Rev. Bras. Alerg. Imunopatal, v. 34, n. 2, p. 55-58, 2011.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
90
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DA QUALIDADE DE PRESUNTOS FATIADOS
COMERCIALIZADOS NO MUNICÍPIO DE SOBRAL, CEARÁ
Senndya Brendel Sales do Nascimento1; Ana Thaís Lira Soares
2; Anny Sampaio Silva
3;
Dougliane Gomes de Souza4; Luziane da Conceição Monteiro Gomes
5; Maria Gleiciane
Soares Coutinho6; Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle
7
1,3,4
Graduadas em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Vale do Acaraú; 2,5
Graduandas em Ciências Biológicas na Universidade Estadual Vale do Acaraú; 4Mestranda na Universidade Estadual do Ceará;
5Docente na Universidade Estadual
Vale do Acaraú.
INTRODUÇÃO: A demanda de alimentos de qualidade, frescos e fáceis de preparar vem
aumentando progressivamente (BRESSAN et al., 2007), onde o presunto é um dos mais
procurados e bastante consumido pela população, em virtude de suas características como
sabor e aroma, sendo considerado um dos produtos nobres da indústria de carnes (COSTA et
al., 2007). Segundo a Instrução Normativa nº 20, de 31 de julho de 2000 do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o presunto é definido como “produto
cárneo industrializado obtido dos cortes do membro posterior do suíno, desossado ou não, e
submetido ao processo térmico adequado”, podendo ser curado, cozido ou semi-cozido,
defumado ou não (BRASIL, 2000). Entretanto, a manipulação no processo de fatiamento e o
armazenamento inadequado podem torná-lo um importante veículo de intoxicação alimentar,
já que são elementos determinantes para a qualidade do presunto. Diversos fatores de risco
como contaminação cruzada, falta de higiene na preparação do alimento, processamento e
estocagem inadequados podem permitir que microrganismos se multipliquem até atingir
doses infectantes (MOTTIN, 2008), deste modo, trazendo riscos à saúde do consumidor e
prejudicando a qualidade do produto. De acordo com Marchi (2006), bolores e leveduras
possui natureza heterotrófica e capacidade de adaptação a diferentes condições ambientais,
podendo ser encontrados como contaminantes e com ativa capacidade de desenvolvimento
em diferentes tipos de alimentos, principalmente naqueles processados sob condições
higiênicas inadequadas. Além desses, ainda existem os Staphylococcus spp. que de acordo
com Willians e Wilkins (1994) relatam que são bactérias Gram-positivas, esféricas e imóveis
medindo de 0,5 a 1,0µm agrupadas em forma de “cacho”, são aeróbias e anaeróbias
facultativas possuindo um crescimento ótimo de 30 a 37°C. Nos quais os Staphylococcus
aureus é pertencente a esse grupo, sendo uma espécie de bactéria muito reportada como
causa comum de inúmeros surtos de toxinfecções alimentares. OBJETIVO: Avaliar a
qualidade microbiológica de presuntos fatiados, refrigerados e comercializados em três
estabelecimentos no município de Sobral, Ceará. MATERIAIS E MÉTODOS: Para as
análises microbiológicas de Staphylococcus aureus, bolores e leveduras, foram coletadas três
amostras de presunto suíno fatiado e sem capa sob temperatura de refrigeração em três
estabelecimentos pertencentes ao município de Sobral, Ceará em setembro de 2017 (ponto A,
ponto B e ponto C), perfazendo um total de nove amostras. As amostras encontravam-se
dentro do prazo de validade estipulado pelos fabricantes, onde estas foram acondicionadas e
transportadas para o Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú
(LABMIC/UVA). As análises microbiológicas foram realizadas de acordo com o
Compendium of methods for the microbiological examination of foods, da American Public
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
91
Health Association (APHA 2001). Para análise foi utilizado 25g do alimento em 225mL de
solução de NaCl como diluente, o material foi homogeneizado em um liquidificador
previamente higienizado. Partindo-se da diluição inicial a 10-1
, preparou-se diluições 10-2
e
10-3
. Para a diluição 10-2
retirou-se 1mL da primeira diluição e fez-se o inoculo num segundo
tubo com 9mL de solução salina 0,85% e para a diluição 10-3
retirou-se 1mL da segunda
diluição e fez-se o inoculo num terceiro tubo com 9mL de solução salina 0,85%. Para o teste
de Staphylococcus spp. transferiu-se 0,1 mL de cada diluição para a superfície de Ágar
Baird-Parker (15mL por placa) enriquecido com 5mL de emulsão de gema de ovo com
telurito. Foram inoculadas com 0,1mL de cada diluição, com o auxílio de um “swab” estéril
foi distribuído uniformemente sob toda a superfície do meio, posteriormente as placas foram
incubadas a 36°C por 48 horas. Após o período de incubação, fez-se a quantificação das
Unidades Formadoras de Colônias (UFC) com características negras brilhantes e zona de
precipitação branca ao seu redor. O número de colônias contabilizadas na diluição 10-1
, 10-2
e 10-3
foram multiplicadas por 10, 100 e 1000 respectivamente, em seguida divididas pelo
número de diluições, obtendo-se assim o número presuntivo de Staphylococcus spp. por
grama de alimento examinado. Posteriormente, para o teste de Staphylococcus spp.
coagulase positiva foi retirado uma alíquota de cada cepa que obteve resultado positivo em
placas e foi colocada em 0,5 mL de meio Brain Heart Infusion (BHI) caldo e incubado por
24 horas a 36°C, após o período de incubação foi adicionado 0,5mL de plasma oxalato de
coelho diluído fez-se leitura dos tubos após 24 horas. A formação de coágulo (coagulase
positiva) indica a presença de Staphylococcus spp. coagulase positiva (S. aureus) enquanto
que a não formação de coágulo (coagulase negativa) indica a ausência do mesmo. Para a
análise de bolores e leveduras foi retirado 0,01 mL de cada amostra em salina e semeado
com o auxílio de um “swab” em quatro direções em placas contendo 15 mL de meio Ágar
Batata, em seguida as placas foram incubadas em estufa por 48 horas, após o período de
incubação, realizou-se a contagem de leveduras após e após 168 horas a contagem de
bolores. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Das três amostras de presunto analisadas,
observou-se contaminação por Staphylococcus spp. em uma variação de 7x101 UFC/g para o
ponto A, 9,3x103 UFC/g para o ponto B e 1,3x10
3 UFC/g para o ponto C, porém nenhuma
das amostras apresentou positividade no teste de coagulase. Tais resultados corroboram com
os encontrados por Menezes (2010), Fachinello e Casaril (2013) onde 92,8% e 93,3%
respectivamente estavam contaminadas por Staphylococcus spp. onde todas apresentaram
coagulase negativa. A legislação brasileira (BRASIL, 2001) não estabelece padrões para
Staphylococcus spp. em presunto, porém, o máximo tolerado de Staphylococcus spp.
coagulase positiva/g é 3x103 UFC/g. A legislação também não estabelece padrões para
bolores e leveduras. De acordo com os resultados obtidos das análises de bolores e leveduras
realizadas de presuntos, no ponto A foram identificadas 5,0x104 UFC/g de leveduras, no
ponto B 2,2x103 UFC/g e no ponto C 8,5x10
3 UFC/g. Em nenhuma das amostras foram
identificadas a presença de bolores. No entanto, Menoncin et al. (2005) avaliaram amostras
de presuntos cozidos com fibra de trigo e consideraram adequadas para o consumo apenas as
que apresentassem contagens máximas de 1,02x102 UFC/g. Sendo assim, todas as amostras
encontravam-se com níveis maiores do que o estipulado por Menoncin et al. (2005).
CONCLUSÃO: Os valores encontrados para Staphylococcus spp. coagulase negativa e
leveduras, nos alertam para prováveis condições higiênico-sanitárias inadequadas,
considerando que as amostras desse estudo foram fatiadas e embaladas no local
comercializado, refletindo assim na presença de microrganismos pelo não cumprimento das
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
92
boas práticas higiênicas no momento da manipulação dos presuntos. Mesmo não
apresentando coagulase positiva para S. Aureus todas as amostras apresentaram a presença
de Staphylococcus spp., mas apenas o ponto B possuiu valores elevados para este
microrganismo. Quanto para a presença de leveduras, todas as amostras apresentaram
valores elevados e nenhuma apresentou a presença de bolores. Por tanto, vale ressaltar sobre
a importância da fiscalização higiênica-sanitária nesses locais, para que haja o emprego de
melhores práticas no momento da manipulação desses alimentos e também para os
fabricantes dos mesmos.
PALAVRAS-CHAVES: Leveduras. Higiênico-sanitárias. Staphylococcus spp.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:
WILLIANS, M. D; WILKINS, E. S. T. BERGEY’S Manual of Determinative
Bacteriology Baltimore 787p. 9 ed.1994.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa n.
20, de 31 de julho de 2000. Regulamento técnico de identidade e qualidade de presunto.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 03 ago. 2000. p.7.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n.
12, de 2 janeiro de 2001. Regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para
alimentos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 10 jan. 2001, n. 7-E,
Seção 1.
BRESSAN, M. C. et al. Influênciada embalagem na vida útil de presuntos fatiados.
Ciênc. Agrotec., v. 31, p. 433-438, 2007.
COSTA, M. R. et al. Perfil sensorial e aceitação de presuntos crus produzidos por
métodos tradicionais e acelerados. Ciênc. Tecnol. Aliment., v. 27, p.170-176, 2007.
DOWNES, F. P.; ITO, K. Compendium of methods for the microbiological examination
of foods American Public Health Association (APHA). 2001.
FACHINELLO, J.P.; CASARIL, K.B.P.B. Qualidade de presuntos fatiados. Alim. Nutr.
Braz. J. Food Nutr., Araraquara, v.24, n.3, p. 333-337 jul./set. 2013.
MARCHI, P. G. F. Estudo comparativo do estado se conservação de carne moída
através de métodos microbiológicos e físico-químicos. 2006. 72f. Dissertação (mestrado) -
Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal.
MENEZES, P. M. S.; COELHO, L. M.; COSTA, F. N. Avaliação da qualidade higiênico-
sanitária dos presuntos fatiados comercializados na cidade de São Luís, MA. Biológico,
v.72, p.11-17, 2010.
MENONCIN, S. et al. Avaliação da flora microbiana presente no presunto cozido com
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
93
fibra de trigo. Hig. Alim., v. 19, p. 77-80, 2005.
MOTTIN, V. D. Avaliação microbiológica de apresuntados, fatiados e comercializados
em supermercados de Porto Alegre, RS. 2008. 70f. Dissertação (mestrado) – Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Ciências Básicas da Saúde. Programa de Pós-
Graduação em Microbiologia Agrícola e do Ambiente, Porto Alegre.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
94
AVALIAÇÃOMICROBIOLÓGICAEFISICO-QUÍMICADAVIABILIDADEDA
REUTILIZAÇÃODEÁGUASCINZASTRATADACOMFILTROBIOLÓGICOEM
VASOS SANITÁRIOSDERESIDENCIADOMÉSTICA
AnaThaís Lira Soares¹Leonardo Costa da Silva²Efigênia Cordeiro Barbalho³Júlio
César Sousa Prado 4 Andrezza Maria Borges Batista
5 Senndya Brendel Sales do Nascimento
6Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle
7
1,2,3,4,5,6
DiscentesnoCursodeCiênciasBiológicas7 Orientadora/ProfessoraadjuntodoCursode
CiênciasBiológicas,UniversidadeEstadualValedo
Acaraú(UVA),Sobral-CE,Brasil.
INTRODUÇÃO: A escassez de água tem se tornando um dos grandes problemas a serem
enfrentados atualmente. Em termos globais, a quantidade de água disponível é superior ao
total consumido pela população (CARVALHO, et al, 2015). Embora a água existente seja um
recurso renovável, ela tende a se deteriorar em função do seu uso indiscriminado o que
compromete conseqüentemente a quantidade de água com qualidade disponível para consumo
nas diversas localidades (RAPOPORT, 2014). A reutilização de águas cinzas tem se tornado
uma alternativa muito importante, pois além de diminuir os custos consiste em uma solução
sustentável. Água Cinzas para reuso é o efluente doméstico que não possui contribuição com
bacia sanitárias, ou seja, os efluentes gerados pelo uso de banheiras, chuveiros, lavatórios,
máquinas de lavar roupas, e pia de cozinha de residências, escritórios comerciais, escolas,
entre outros.(RAMPELOTTO,2014). Para ser possível a reutilização de águas cinzas
destinadas a vasos sanitários se faz necessária uma avaliação dos parâmetros de acordo com a
legislação vigente (NBR 13.969/97). Os principais agentes biológicos encontrados nas águas
contaminadas são os grupos de bactérias, coliformes totais e coliformes termotolerantes,
bactérias indicadoras de contaminação e também com o agente físico-químico, a turbidez,
onde indica o grau de atenuaçãoqueumfeixedeluzsofreaoatravessaraáguasendoassimum
importanteparâmetro. OBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo, avaliar a viabilidade da
reutilização das águas cinzas, após o processo de filtração biológica em Trapiá município de
Massapê, de acordo com a legislação vigente(NBR13.969/97). MATERIAL E MÉTODOS:
A coleta foi realizada em Trapiá município de Massapê, no qual foi dividida em 3 amostras.
Amostra A: Distribuição Pública; Amostra B: Água Cinza; Amostra C: Água tratada com
filtro biológico.Após a coleta as amostras permaneceram em refrigeração, até o momento da
análise.Todas a análises foram realizadas no Laboratório de Microbiologia da Universidade
Estadual Vale do Acaraú (LABMIC/UVA). Para a avaliação microbiológica, a metodologia
utilizada foi a Técnica dos Tubos Múltiplos, que determina o número mais provável de
coliformes presente na amostra, sendo representados em NMP/100mL. Esta técnica é formada
por duas etapas principais: Teste Presuntivo e Confirmatório, e também os testes
complementares, que são utilizados para caracterização e identificação das espécies de
bactérias encontradas na amostra. No Teste Presuntivo, foi avaliado a presença de
microrganismos fermentadores de lactose, sendo utilizado para esta etapa o caldo Lactose
Broth (ou Lactosado). Para o Teste Confirmatório, foram utilizados os meios de cultura Bile
Verde Brilhante (BVB) e EC, que determinam a população real de coliformes totais e
termotolerantes, respectivamente. Para a avaliação físico-quimico, foi realizado o teste de
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
95
Turbidez, onde foi determinada por turbidímetro usando método nefelométrico que envolve a
comparação com soluções padrão de turbidez conhecida. O cloreto foi determinado pelo
Método de Mohr e a acidez/alcalinidade foi determinada por um método volumétrico de
neutralização, através da titulação de uma amostra da água com soluções padrão de NaOH
(acidez) e H2SO4 (alcalinidade); sendo que, o resultadodasanálisesforamexpressosemtermos
deppmdeCaCO3. RESULTADOS E DISCUSSÂO: Diante dos resultados, os valores obtidos
na água de distribuição pública e águas cinzas foram 1600 MNP/100mL e >1600
MNP/100mL coliformes totais, e 6,8 MNP/100mL e >1600 MNP/100mL coliformes
termotolerantes. Para a água tratada, houve uma redução significativa com valores de 48
MNP/100mL coliformes totais e 350 MNP/100mL, estando deacordocomosparâmetros
utilizadoscomoreferência(NBR13.969/97).Quandoaanálisefísico-químicaforamobtidosponto
A:<10;pontoB:72.2epontoC:7.10 CONCLUSÃO: Ambos os valores das análises
microbiológicas e físico-químicas, estão de acordo com os parâmetros da legislação vigente
(NBR 13.969/97), sendo portanto, esta uma nova possibilidade de reutilizar a água de forma
sustentável, diminuindo desta forma o consumo de água da residência doméstica. O sistema
de reuso das águas cinzas em vasos sanitários é apenas uma das alternativasparaeconomiade
águaquefuturamentepoderáserbemexplorada.
PALAVRAS-CHAVES: Coliformes, Contaminação, E. coli.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:
RENOVATO, D. C. C. ; SENA, C. P. S. ; SILVA, M. M. F. Análise de parâ,etros físico-
químicos das águas da barragem pública da cidade de pau dos ferros (RN) – pH, cor, turbidez,
acidez, alcalinidade, condutividade, cloreto e salinidade. IX CONGRESSO DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA DO IFRN, Tecnologiaerenovaçãoparaosemiárido.RioGrandedoNorte.
BAZZARELLA, B. B. Caracterização e aproveitamento de água cinza para uso não-potável
em edificações.Dissertaçãodemestrado.UniversidadeFederaldoEspíritoSanto.Vitória,2005.
RAMPELOTTO, G. Caracterização de águas cinzas visando reúso doméstico. Dissertação de
mestrado.UniversidadeFederaldeSantaMaria.SantaMaria–RS,2014.
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. Tanques sépticos - Unidades de
tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e
operação. NBR – 13969 - Septic tank - Units for treatment and disposal of liquid effluents -
Project, construction and operation.RiodeJaneiro,1997.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
96
INFECÇÃO POR BACTÉRIA CAUSADORA DA DOENÇA MENINGOCÓCICA
(Neisseria meningitidis) NA POPULAÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ NOS
PERÍODOS DE 2010 à 2016.
Reynaldo Assis de Vasconcelos Lopes¹; Vanessa de Aguiar Policarpo¹; Sabrina Fuziger
Inácio Brandão¹; Amanda Ferreira Paiva¹; Isana Mara Aragão Frota2
¹Graduação em Biomedicina; 2 Gestora pedagógica e professora do curso de Biomedicina
UNINTA ¹Centro Universitário INTA – UNINTA.
INTRODUÇÃO: As espécies do gênero Neisseria são cocos Gram-negativos, patogênicos e
se dispõem em pares, sendo chamados de diplococos. A Neisseria meningitidis também
conhecida por meningococo, pertence à Família Neisseriaceae, da Ordem Neisseriales, da
Classe Betaproteobacteria, do Filo Proteobacteria, do Reino Monera, é uma bactéria aeróbia,
imóvel, não esporulada e que causa a inflamação das membranas que revestem o Sistema
Nervoso Central causando a meningite, podendo gerar também uma infecção generalizada
(meningococcemia), uma forma mais grave da doença meningocócica. Em relação aos fatores
de virulência da Neisseria meningitidis, estão relacionados aos aspectos de sua estrutura
celular e fisiologia, por exemplo, a cápsula, a endotoxina LPS e Iag1. Com relação a cápsula,
é composta por polissacarídeos que a envolve e a torna antifagocítica, pois não existem
anticorpos específicos para aglutinar. Esses polissacarídeos são antígenos, pois estimulam
uma resposta por parte do sistema imunitário humano, mediada por anticorpos
(FIGUEIREDO, J. 2017). Existem nove grupos da bactéria, são eles: A, B, C, D, X, Y, Z,
W135 e 29E. A forma de transmissão se dá através da secreção respiratória, convivência em
cômodos fechados e utensílios de comer e beber, por exemplo, coexistindo de forma
assintomática na região nasofaríngea. O período médio de incubação é de 4 dias, podendo
variar entre 2 e 10 dias. OBJETIVO: Realizar um levantamento relacionado ao número de
casos por infecção pela bactéria causadora da doença meningocócica, Neisseria meningitidis,
na população do Estado do Ceará nos períodos de 2010 à 2016. MATERIAL E MÉTODOS:
Trata-se de um estudo realizado a partir de dados do Governo do Estado, com abordagem
quantitativa. Os dados foram coletados com base em boletins epidemiológicos da secretaria de
saúde do Estado do Ceará. Os parâmetros utilizados no estudo foram: casos confirmados e
óbitos entre os anos de 2010 à 2016. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Diante da pesquisa,
foram verificados 344 casos de infecção pela bactéria Neisseria meningitidis no período de
2010 à 2016. Desse modo, observou-se um aumento no número de casos confirmados de 2010
para 2012, ou seja, em 2010 foram registrados 34 casos em relação a 2012 que foi de 88
casos, verificando que em dois anos houve um aumento de 158%. A partir daí, ocorreu uma
redução significativa de 56,5%, no qual os casos passaram de 46 no ano de 2013 para 20 em
2016. A diminuição observada ocorreu devido as medidas como uso de antibióticos e a
vacinação. Em relação ao segundo parâmetro (número de óbitos), houve um aumento no
período de 2010 à 2011, ou seja, no ano de 2010 ,5 pessoas faleceram, já em 2011 o número
subiu para 22 pessoas, ou seja, um aumento de 340% em um ano. A partir de 2011 ocorreu
uma diminuição no qual passou de 22 pessoas para 7 óbitos em 2016, o que se verifica uma
porcentagem reducional de 68,2% em 5 anos. A redução observada aconteceu pelo modo de
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
97
diagnóstico e tratamento rápidos. CONCLUSÃO: Diante do estudo realizado através do
boletim epidemiológico da secretaria de saúde do Estado do Ceará, durante o período de 2010
à 2016, pôde-se concluir que apesar do aumento no número de casos confirmados e de óbitos
no início do período pesquisado, houve uma redução significativa nos anos posteriores,
destarte, foi possível observar que tanto medidas de prevenção quanto de diagnóstico e
tratamento rápidos foram indispensáveis para o resultado de redução dos casos.
PALAVRAS-CHAVES: Infecção, bactéria e Neisseria meningitidis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FIGUEIREDO, J. Neisseria meningitidis. Disponível em: <HTTP://www.knoow.net>.
Acesso em: 25 de Agosto de 2017.
Governo do Estado do Ceará. Boletim epidemiológico. Disponível em:
<HTTP://www.saude.ce.gov.br/boletim>. Acesso em: 26 de Agosto de 2017.
MARTA, T; PEDRO, G. F. L; MARTINS, S. V. F. Doença meningocócica. Disponível em:
<HTTP://www.cives.ufjr.br>. Acesso em: 27 de Agosto de 2017.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
98
QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA SUBTERRÂNEA EM LOCALIDADE
NO MUNICÍPIO DE SOBRAL (CE).
Francisco Bruno Monte Gomes (1); Suely Torquato Ribeiro (2); John Lennon Silva do
Nascimento (2).
1.Mestrado em Geografia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, Tecnólogo em
Saneamento Ambiental; 2. Especialista em Gestão Ambiental pelo Instituto Federal do
Ceará, Gerente da Célula de Vigilância em Saúde Ambiental do município de Sobral-Ceará;
3. Técnico da Vigilância em Saúde Ambiental do município de Sobral-CE; Email:
INTRODUÇÃO: A água é um elemento essencial à vida, como constituinte biológico dos
seres vivos, meio de vida de várias espécies vegetais e animais, elemento representativo de
valores sociais e culturais e base essencial de produção de vários bens de consumo. Já se foi o
tempo em que se acreditava na abundância ilimitada da água, em sua inesgotável capacidade
de renovação (COIMBRA et al., 1999).Com relação ao consumo humano, no Brasil a portaria
nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde regulamenta os principais níveis de potabilidade das
águas distribuídas nos sistemas de abastecimento até chegar aos domicílios. Devido os
processos de poluição e contaminação, bem como, os longos períodos de estiagem, a busca
por água subterrânea tem sido cada vez mais comum, seja através da perfuração de poços e
chafarizes. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo analisar a qualidade da água
subterrânea de dois poços raros localizados no interior norte do Estado do Ceará.
MATERIAIS E MÉTODOS: O município de Sobral é uma cidade localizada na região
Noroeste do Estado do Ceará, a 240 quilômetros de distância da capital Fortaleza, encontra-se
entre as coordenadas geográficas 3°41′10′′ de latitude sul e 40°20′59′′ de longitude norte e
está a uma altitude de 70 m. (IPECE, 2014). A localidade avaliada é denominada de Recreio,
situada entre as coordenadas 311749,12 (Longitude) e 9578427 (Latitude) em zona de caráter
rural, distância aproximada de cinquenta cinco quilômetros (55 km) da sede urbana.
MATERIAIS E MÉTODOS: No presente estudo, a metodologia utilizada constitui-se, num
primeiro momento, de resgate bibliográfico, com leitura de livros, artigos de jornais, revistas e
artigos científicos. Além do embasamento teórico, a pesquisa foi fundamentada com dados
disponibilizados pela Célula de Vigilância em Saúde Ambiental do município de Sobral-
Ceará, através do programa Vigiágua, no qual, realiza mensalmente o monitoramento da água
distribuída em todo âmbito territorial. Para concepção da análise foram investigadas a
Presença/Ausência de Coliformes Termotolerantes e Escherichia Coli, no período de 2015 e
2016. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A água foi coletada em dois poços rasos existentes
na localidade, denominados PT1 e PT2, os dois estão instalados na entrada do perímetro rural
e, em seguida seguem para um reservatório de distribuição na área central, onde não recebe
nenhum tratamento fortificador. O líquido é utilizado para consumo humano e demais
atividades domésticas, acessível a todos que desejarem, entretanto, no local há apenas uma
pessoa responsável pelo gerenciamento, mas não há horários definidos para a presença do
mesmo. Nos dois anos de acompanhamento/monitoramento foram analisadas no geral 18
amostras de Coliformes Totais; 18 amostras de Escherichia Coli. Conforme a Portaria
2.914/11/MS apresenta-se imprópria para consumo humano do ponto de vista bacteriológico.
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
99
Uma vez que foi evidenciado elevado nível de contaminação bacteriana em 100% das
amostras apresentaram Presença de Coliformes Termotolerantes e 77,7% para Escherichia
Coli no ano de 2015. Já em 2016 também 100% das amostras revelaram o mesmo cenário
para Coliformes Termotolerantes e 22,2% para Escherichia Coli, indicando contaminação por
matéria orgânica, denotando riscos potenciais à saúde pública. Foi realizado um trabalho
comunitário estimulando tratamento domiciliar da água, principalmente, com uso do
hipoclorito de sódio que é distribuído na unidade básica de saúde, além disso, a fervura.
CONCLUSÃO: Conclui-se que a qualidade microbiológica da água subterrânea na
comunidade está comprometida em grande parte das amostras, indicando riscos de
contaminação ambiental e social. O baixo índice de esgotamento sanitário também pode ser
citado como indicadores de tal situação. É indicado que uma estrutura de tratamento e
biomonitoramento sejam instaladas pela companhia de gestão e distribuição de água da
cidade, no caso, o Sistema Autônomo de Água e Esgoto- SAAE. Além disso, um trabalho em
parceria com a equipe de Saúde da Família local deve ser intensificado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Manual de saneamento. 3. ed. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2007.
COIMBRA, R.; ROCHA, C.L.; BEEKMAN, G.B. Recursos hídricos: conceitos, desafios e
capacitação. Brasília: ANEEL, 1999. 78p.
MOTA, S. Preservação e Conservação dos Recursos Hídricos . 2 ed. Rio de Janeiro, 1995
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
100
ANÁLISE SENSORIAL E MICROBIOLÓGICA DE QUEIJO MINAS
FRESCAL PRODUZIDOS COM ADIÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE CRAVO-
DA- ÍNDIA (Syzygium aromaticum) E ALECRIM-PIMENTA (Lippia sidoides (Cham)) Maria Gleiciane Soares Coutinho, Ingryd Thayane Magalhães Lima, Michely Chaves
Martins, Senndya Brendel Sales do Nascimento, Dougliane Gomes de Souza, Ana
Sancha Malveira Batista, Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle
INTRODUÇÃO: O queijo minas frescal é um queijo tipicamente brasileiro, sendo
classificado como o quarto tipo de queijo mais consumido no país, devido à tendência
do consumo de alimentos mais saudáveis pela população, pois esse possui baixo teor de
gordura comparado a queijos populares (CUNHA et al., 2002). Na fabricação de queijos
podem ocorrer falhas no processo de obtenção da matéria-prima, fabricação,
armazenamento ou distribuição, podendo acarretar contaminação por micro-organismos
patogênicos, possibilitando toxinfecções de origem alimentar, um grave problema de saúde
pública (SILVA et al., 2011). A grande ocorrência de micro-organismos em queijos e em
outros alimentos é preocupante, dessa forma requer pesquisa para a descoberta de substâncias
antibacterianas, que possam ser utilizadas na conservação desses alimentos (CUNICO et
al., 2004). Os óleos essenciais extraídos de plantas surgem como alternativa para a
conservação de alimentos, por serem fonte segura de antimicrobianos naturais e não
apresentarem riscos à saúde dos consumidores (SANTOS et al., 2011). OBJETIVOS:
Diante do exposto, o presente estudo objetivou realizar a análise sensorial e
microbiológica de queijo Minas frescal produzidos com adição de óleos essenciais de cravo-
da-índia (Syzygium aromaticum) e alecrim-pimenta (Lippia sidoides (cham)). MATERIAL
E MÉTODOS: Os queijos foram produzidos no Laboratório de Tecnologia e Produção
Agropecuária da Universidade Estadual Vale do Acaraú, utilizando a metodologia
descrita por EMBRAPA (2006) adaptada. Foram feitos queijos sem adição de óleo essencial
- T1, com adição de Óleo Essencial de Cravo-da-Índia (OECI) – T2 e com adição de Óleo
Essencial de Alecrim-Pimenta (OEAP) - T3. Para fabricação dos queijos foi utilizado leite
pasteurizado, comprados na LASSA-Laticínios Sobralense. O leite foi aquecido a
uma temperatura 35 °C, em seguida foi adicionado o coalho industrial líquido, seguindo as
instruções do fabricante, posteriormente o leite ficou em repouso por 40 minutos para
a formação da coalhada. Em seguida realizou-se o corte da coalhada e mexeu-se
durante 20 a 40 minutos. Posteriormente foi retirado o excesso de soro e a massa foi
transferida para a fôrma, depois foi submetida ao processo de salga e adição dos Óleos
Essenciais (OE), sendo OE 10 mg/2 mL de soro, posteriormente foram colocados na
geladeira por 16 horas, após esse período foram embalados e colocados sob refrigeração.
A Análise sensorial foi realizada por meio do teste deaceitação, aplicado a provadores não
treinados, utilizando escala hedônica estruturada entre (1) desgostei extremamente e (9)
gostei extremamente. De acordo com as características analisadas: sabor, aroma e cor.
Também foi avaliada a intenção de compra por meio de escala estruturada entre (1) não
compraria jamais e (5) compraria sempre (MINIM, 2006). Os resultados obtidos do teste de
aceitação foram interpretados pelo teste de Tukey de comparação múltipla de médias,
a 5% de probabilidade, utilizando o pacote de dados estatístico SAS. Na análise
microbiológica os queijos produzidos com óleo essencial foram submetidos ás análises
de Coliformes Totais e Coliformes Termotolerantes. Foram pesadas 25 g de queijo
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
101
e homogeneizadas em 225 mL de solução salina (0,85%), sendo está à diluição 10-1, a partir
desta foram obtidas as diluições 10-2 e 10-3. A determinação do Número Mais
Provável (NMP) de Coliformes Totais e Coliformes Termotolerantes foi obtido pela
técnica dos tubos múltiplos (BLODGETT, 2003). As diluições foram colocadas em Caldo
Lactosado com tubos de Durham invertidos e posteriormente incubados em estufa
bacteriológica a 37 °C por 24 h. Após o período de incubação os tubos de Caldo
Lactosado que apresentaram produção de gás com formação de bolhas nos tubos de
Durham e meio turvo foram considerados positivos. Dos tubos positivos foram retiradas
alíquotas e inoculadas em Caldo Bile Verde Brilhante (BVB) e Caldo Escherichia coli (EC)
contendo tubos de Durham invertidos e incubados em estufa a 37 °C por 48 h e banho-maria
a 45 °C por 48 h, respectivamente. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos
para o teste de aceitação, em relação aos parâmetros cor e aroma variaram de 6,91 a 7,00 e de
7,63 a 7,97, respectivamente, na escala hedônica, mostrando que não houve diferença
significativa entre as amostras e que, portanto, os óleos essenciais na concentração
utilizada não influenciaram na cor e no aroma dos queijos. Para o atributo sabor, observa-se
que houve diferença significativa entre as amostras controle (6,47) e queijos produzidos com
adição de OECI (7,61) em relação à amostra de queijo produzida com OEAP (5,30),
mostrando que houve melhor aceitação das duas primeiras amostras citadas. Para o
parâmetro intenção de compra do produto também houve diferença significativa entre
as amostras controle (3,33) e amostra produzida com adição de OECI (3,80) em relação à
amostra de queijo produzida com OEAP (2,91). Desse modo observa-se boa intenção de
compra para o queijo controle e o queijo adicionado de OECI, estando na escala hedônica
como Compraria eventualmente, sendo que a amostra com OECI apresenta (3,80) na escala
hedônica, valor próximo de (4,00) denominada compraria frequentemente. O NMP de
Coliformes Totais para queijo controle foi de 1,6x10-3 NMP/g, para queijo adicionado de
OECI 58 NMP/g e amostra adicionada com OEAP 7,8 NMP/g. Para o NMP de
Coliformes Termotolerantes, observa-se valores de 94 NMP/g para amostra sem adição
de OE, 17 NMP/g para queijo com adição de OECI e 2,0 NMP/g para queijo
adicionada com OEAP. Portanto os valores mostram que o NMP de Coliformes Totais e
Termotolerantes diminuíram em queijos com adição de óleos essenciais, isso pode ter
ocorrido devido à presença de constituintes químicos como o eugenol (cravo-da-índia) e
timol (alecrim-pimenta), que podem induzir a deformação da membrana celular da
bactéria alterando a sua permeabilidade provocando a lise da membrana celular bacteriana,
causando sua morte (XU et al., 2016; ULTEE et al., 2002). CONCLUSÃO: Conclui-se
que todos os queijos produzidos com óleo essencial tiveram boa aceitam em relação à
cor e aroma, também que o queijo produzido com OECI apresentou boa aceitabilidade
em relação a todos os parâmetros. Os queijos produzidos com óleo essencial
apresentaram diminuição de Coliformes Totais e Temotolerantes, mostrando-se eficazes
para serem utilizados na conservação de alimentos.
Palavras chaves: Antimicrobianos, Plantas, Conservantes.
REFERÊNCIAS:
ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017
102
BLODGETT, R. Most Probable Number from Serial Dilutions. In US FOOD AND
DRUG ADMINISTRATION (FDA), Bacteriological Analytical Manual Online. Revision
Jul 2003.
CUNHA, C. R.; SPADOTI, L. M.; ZACARCHENCO, P. B.; VIOTTO, W. H. Efeito do fator
de concentração do retentado no rendimento de queijo minas frescal de baixo teor de gordura
fabricado por ultrafiltração. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 22, n. 1, p. 76-81, 2002.
CUNICO, M. M.; CARVALHO, J. L. S.; KERBER, V. A.; HIGASKINO, C. E. K.; CRUZ,
A. S. C, MIGUEL, M. D.; MIGUEL, O. G. Atividade antimicrobiana do extrato bruto
etanólico de raízes e partes aéreas de Ottonia martiana Miq.(Piperaceae). Revista Brasileira
de Farmacognosia, v. 14, n. 2, p. 97-103, 2004.
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Iniciando um pequeno
grande negócio agroindustrial: Leite de cabra e derivados. Embrapa Caprinos, Serviço
Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas – Brasília: Embrapa Informações
Tecnológicas, 2003.
151f.
MINIM, V. P. R. Análise sensorial: estudos com consumidores. Viçosa, MG: UFV, 2006.
225 p.
SANTOS, J. C.; CARVALHO FILHO, C. D.; BARROS, T. F.; GUIMARÃES, A. G.
Atividade antimicrobiana in vitro dos óleos essenciais de orégano, alho, cravo e limão sobre
bactérias patogênicas isoladas de vôngole. Seminário: Ciências Agrárias, v. 32, n. 4, p.
1557-1564, 2011.
SILVA, J. F. Q.; FILIZOLA, L. R. S.; MAIA, M. M. D.; SENA, M. J. Utilização de
coliformes termotolerantes como indicadores higiênicos sanitários de queijo Prato
comercializado em supermercados e feiras livres de Recife-PE. Revista de Medicina
Veterinária, v. 1, n. 2, p. 21-25, 2011.
ULTEE A, BENNIK MHJ, MOEZELAAR R. The phenolic hydroxyl group of carvacrol is
essential for action against the food-borne pathogen Bacillus cereus. Applied
Environmental Microbiology, v. 68, n. 4, p. 1561-8, 2002.
XU, J. G.; LIU, T.; HU, Q. P.; CAO, X. M. Chemical Composition, Antibacterial Properties
and Mechanism of Action of Essential Oil from Clove Buds against Staphylococcus aureus.
Molecules, v. 21, n. 9, p. 1194, 2016.