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ANAIS DO III CONGRESSO NACIONAL DE PESQUISADORES EM DANÇA
Comitê Dança em Mediações Educacionais – Setembro/2014
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A DANÇA NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE CORPORAL
Ivana Vitória Deeke Fuhrmann (FURB)*
RESUMO: O estudo sobre a formação continuada de professores no Vale do Itajaí/SC no que concerne a construção da identidade corporal por intermédio da dança é a temática da pesquisa. O locus de investigação foi o projeto de extensão universitária “O jogo teatral na escola”, vinculado ao Programa Institucional Arte na Escola (PIAE), polo FURB- Blumenau/SC. O artigo traz a cena dados das oficinas de Identidade Corporal realizadas em 2014 com professores de Educação Infantil amparados no referencial teórico de Spolin, Bourdieu e Marques. PALAVRAS-CHAVES: Dança. Educação. Identidade Corporal.
DANCING FOR THE CONSTRUCTION OF BODY IDENTITY
ABSTRACT: The study on the continuing education of Vale do Itajaí/SC professors concerning the construction of body identity through dancing is the theme of this research. The locus of investigation was the university extension project Theatrical Play At School, linked to the Institutional Art Program At School (PIAE), by FURB University - Blumenau/SC. The article presents information about body identity workshops performed in 2014 by kindergarten teachers supported by Spolin, Bourdieu and Marques theoretical references. KEYWORDS: Dance. Education. Body Identity.
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Introdução
Este estudo apresenta o trabalho de formação continuada efetuado com
professores da Educação Infantil da rede de ensino estadual e municipal no Vale do
Itajaí/SC no decorrer de 2014 e foi desenvolvido dentro do projeto intitulado “O jogo teatral
na escola” - vinculado ao Programa Institucional Arte na Escola (PIAE) – Polo
Universidade Regional de Blumenau (FURB). Cabe mencionar que tal projeto iniciou em
2011, coordenado nos três primeiros anos pela professora Ma. Olívia Camboim Romano e
em 2014 passou a ser coordenado pela autora deste artigo.
O PIAE é uma associação civil sem fins lucrativos que, desde 1989, qualifica,
incentiva e reconhece o ensino da arte, por meio da formação continuada de professores
da Educação Básica. Tem como premissa que a arte deve desenvolver habilidades
perceptivas, capacidade reflexiva e incentivar a formação de uma consciência crítica. Na
FURB o programa iniciou em 1993, coordenado pelas professoras Ma.Marilene de Lima
Körting Schramm e Ma. Rozenei Maria Wilvert Cabral e atualmente conta com três
projetos: “O jogo teatral na escola”, “Formação Continuada”1 e “Midiateca”2 e vários
professores envolvidos: Ma. Lindamir Aparecida Rosa Junge, Ma.Marilene de Lima
Körting Schramm, Ma. Melita Bona, Ma. Rozenei Maria Wilvert Cabral e esta autora.
Segundo Schramm e Cabral (2010, p. 19), a finalidade do PIAE “[...] é de fomentar a
qualificação de processos educacionais em arte, com o propósito de ser agente de
transformação e fonte de referência no ensino da arte, auxiliando professores, estudantes
e demais interessados na área”.
O PIAE – Polo Universidade Regional de Blumenau (FURB) tem atendido diversas
cidades de Santa Catarina com os três projetos que desenvolve. Oferece oficinas e
palestras para professores das cidades de Blumenau, Gaspar, Indaial e Schroeder;
integrantes do Programa de Educação Permanente da FURB, programa destinado aos
idosos, professores, técnico-administrativos e estudantes da FURB, especialmente dos
cursos de Artes Visuais, Música, Pedagogia e Teatro e alunos do ensino médio da Escola
Técnica do Vale do Itajaí (Etevi) da FURB, participantes do Programa Institucional de
Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) e do Plano Nacional de Formação de Professores
da Educação Básica (PARFOR) presencial.
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Colocando em foco o projeto “O jogo teatral na escola” com o eixo inicial centrado
na mediação teatral (quando coordenado pela professora Ma. Olívia Camboim Romano
que no momento se encontra em afastamento cumprindo seu doutoramento na UFBA), o
mesmo ampliou as oficinas abarcando também a área de dança com a entrada desta
autora no projeto e atualmente também conta com a extencionista Camila Amanda
Schmoegel Elias que auxilia nas oficinas ofertadas e demais tarefas.
O projeto se fez necessário uma vez que foi identificada a carência de professores
habilitados para atuarem na disciplina de Artes e, especialmente, com as áreas de dança
e teatro; escassa formação continuada na área; desconhecimento da comunidade escolar
e universitária dos principais elementos da linguagem teatral; baixa participação de
professores e escolares em eventos artísticos e culturais de Blumenau e região.
Em cena um plano de ação: as oficinas de identidade corporal e a dança
Em 2014 a dança começou a integrar o conteúdo das oficinas ministradas dentro
do projeto “O jogo teatral na escola”, conforme anteriormente já mencionado. Até então as
oficinas abordaram, em linhas gerais, os elementos básicos da linguagem teatral; o
conceito e a prática dos “jogos teatrais”; a importância da brincadeira, do prazer aliado ao
conhecimento no ensino do teatro na escola; e a elaboração de protocolos de avaliação
como instrumento de avaliação das atividades. A partir de abril de 2014 foram ofertadas
oficinas de “Identidade Corporal”, em que se oportunizou aos participantes, no papel de
“professores alunos”, vivencias por intermédio do movimento para que criem relações
com sua própria identidade corporal e desenvolvam consciência corporal. A forma como
cada qual utiliza o seu corpo diz muito do caráter, da emoção, sensibilidade, tabus
constituindo a identidade. E tais experiências vivenciadas pelos professores podem
posteriormente ser trabalhadas com as crianças – seus alunos.
Assim sendo, foi aliado ao trabalho já desenvolvido atividades de dança dentro do
mesmo espírito de “jogos teatrais” - pautados no trabalho da diretora norte-americana
Viola Spolin (1906-1994) uma vez que,
A técnica de Jogos Teatrais propõe uma aprendizagem não verbal, onde o aluno reúne os seus próprios dados, a partir de uma experimentação direta. Através do processo de solução de problemas, ele conquista o conhecimento da matéria (KOUDELA, 1998, p. 64).
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O jogo teatral destaca-se atualmente no Brasil como uma das principais correntes
metodológicas do ensino de artes cênicas para crianças, jovens e adultos. Tal
metodologia pode ser aplicada no reduto educacional e na preparação de formação
continuada de professores. Assim, os jogos teatrais, a dança e a improvisação, podem ser
aplicados e praticados tanto com alunos quanto professores, estudantes ou profissionais
da área artística.
No caso ora aqui exposto o público alvo das oficinas de “Identidade Corporal”
foram 50 professoras da cidade de Indaial/SC que trabalham com Educação Infantil. A
cidade de Indaial está situada a poucos quilômetros de Blumenau e as professoras vieram
até a FURB para participar da oficina de “Identidade Corporal” que contou com uma carga
horária de 3 (três) h/a. As professoras foram divididas em dois grupos que trabalharam
em dias diferentes para melhor andamento das atividades. As atividades foram
desenvolvidas nos dias 26/03/2014 e 07/04/2014.
As aulas tiveram como objetivo capacitar, de maneira inicial, tais professoras para
mediarem o contato de seus alunos com as artes cênicas e neste caso em especial, com
o movimento, tendo a dança como ferramenta de trabalho. Sabe-se que a carga horária é
mínima, no entanto esclarece-se que a formação é continuada e os trabalhos terão
sequencia até o final do presente ano. Explica-se também que o mesmo grupo de
professoras já participou de vários encontros anteriores onde trabalharam com “jogos
teatrais”.
Faz-se necessário mencionar que o “reconhecimento da arte como área de
conhecimento a ser trabalhada nas escolas foi legalmente introduzido pela LDB (Lei de
Diretrizes e Bases) 9394/96, em 1997, e esse processo foi coroado em âmbito nacional
com a inclusão da dança nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)”(MARQUES,
2006, p. 101). No entanto, essa não é a prática realizada na maioria das escolas do
estado de Santa Catarina.
Outro dado importante que há de se considerar é que apesar de em 2014 o Brasil
já possuir 44 cursos de Graduação em Dança, atendendo Bacharelado e Licenciatura,
ainda não existe nenhuma Graduação na área no estado de Santa Catarina o que
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enfraquece a adesão da dança nas escolas, seja como atividade curricular ou
extracurricular.
Assim sendo, a dança, o movimento corporal, é bastante distante dos alunos bem
como dos próprios professores uma vez que não apresentam qualificação para tal e não
vivenciarem referida realidade mesmo quando alunos. Marques (2006) desenvolve seus
estudos abordando e defendendo a inclusão da dança na escola de ensino formal. No
entanto, pondera sobre as dificuldades de incluir a disciplina dança no currículo
obrigatório, afirmando que, atualmente, os professores da referida disciplina nas escolas
não possuem a qualificação necessária para tal.
A questão foi verificada antes de iniciar as atividades práticas onde o público alvo,
em sua maioria professoras formadas em Pedagogia, respondeu um questionário. As
perguntas foram elaboradas a fim de se conseguir montar um perfil dos professores que
fazem a formação, ou seja, a oficina, e o público que por eles é atingido. As perguntas
abordaram a escolaridade, atividade artística que participa, com quais turmas trabalham,
disciplinas que lecionam, qual a média de alunos por sala bem como qual a relação com
as Artes Cênicas (dança e teatro). Conhecendo o perfil do público alvo é possível
melhorar a interação desse público com a dança e artes em geral e também aumentar a
demanda de participação das referidas áreas em nossa região.
Quando interrogadas sobre qual a sua relação com as Artes Cênicas obteve-se
respostas tais como: “Participo pouco. Mas gosto de ouvir boas músicas e grupos de
dança ou teatro quando tenho oportunidade, aprecio” (professora 22); “Pouca” (professora
23); “Não tenho nenhuma relação” (professora 29); “Nenhuma” (professora 33);
“Descobrimento” (Professora 38); “Distante” (professora 40); “Eu gosto e acho
interessante, mas não participo de nada” (professora 41). E quando questionadas sobre
as atividades artísticas que participam ficou evidente que quando a adesão existe é como
espectador: “Cinema” (professora 27); “Assisto apresentações de dança no meu
município” (professora 45) ou realmente é inexistente: “Nenhuma” (professora 33); “No
momento nenhuma” (professora 30).
Concorda-se assim como sugerem Pierre Bourdieu e Alain Darbel (2003), no livro
“Amor pela Arte”, que a cultura não é um privilégio natural e de que a prática cultural não
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é um dom ou uma questão de sensibilidade inata ligada à emoção, pois existem
condições sociais que tornam possível o usufruto desse privilégio. Dessa forma entende-
se que por vezes as pessoas não dançam ou não compreendem seu corpo, a sua
identidade corporal, pelo fato de tal questão não fazer parte do seu estilo de vida, de sua
cultura familiar e local.
Santa Catarina está localizada na região sul do Brasil, colonizada em sua maioria
por europeus e assim sendo é uma região um tanto mais séria e formal se comparada ao
Nordeste brasileiro por exemplo. Os abraços são distantes, os corpos não se encostam e
as danças que circulam nos espaços escolares e de lazer são as danças de salão ou os
Grupos Folclóricos de tradição alemã e italiana onde existe um papel específico para o
homem e para a mulher. Claro que o mundo está globalizado e tudo o que a mídia impõe
de certa forma é perpetuado. Mas no que tange uma pesquisa corporal, o uso da
criatividade, a exploração das sensações emocionais e físicas por intermédio da dança
pouco é feito nas escolas.
Considerando tais questões foram oferecidas para 50 professoras aulas práticas a
fim de que sentissem com seu próprio corpo o que a dança poderia oferecer. Trabalhando
a consciência corporal e utilizando vários ritmos musicais os então “professores alunos”
foram obrigados a sair de sua “zona de conforto” e vivenciar o movimento. De início
percebeu-se certo receio, insegurança e medo da exposição, o próprio fato de tocar no
corpo do outro era constrangedor. Para mediar e facilitar tal processo foram utilizados
balões nas atividades propostas, era mais fácil ter o balão como ponto de apoio e aos
poucos as experiências encorajavam e o balão foi retirado. Cabe mencionar que se faz
necessário investigar se alguém tem algum problema com balão como alergia ao material
ou receio que o mesmo estoure e que o balão pode ser substituído por bolas de papel, de
tênis ou de esportes, garrafas “pet”, etc.
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Figura 1- Movimentos com balões
Imagem acervo pessoal da autora.
As oficinas tiveram como objetivo oportunizar os “professores alunos” a observar
sua própria imagem corporal e o que nelas é agregado da identidade cultural do nosso
país. Depois dessa observação foi trabalhado como o que é mais típico em nossa região
onde ao menos o repertório musical já era familiar e posteriormente as diferenças com
outras regiões de nosso país. Foram oferecidos ritmos como o maracatu, samba, indígena
e africano.
A intenção era fazer com que as professoras passassem a compreender que a vida
é feita de movimento e que elas poderiam aproximar o mesmo das crianças nas escolas
onde trabalham. De uma forma simples e bastante lúdica os então “professores alunos”
foram vivenciando alongamentos, passos de dança, movimentos de criação pessoal,
matrizes corporais de criação coletiva.
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Figura 2 – Criação coletiva de uma matriz corporal
Imagem acervo pessoal da autora.
Os exercícios inicialmente bem dirigidos onde o então aluno “copia” o professor
foram evoluindo e criações coletivas iam surgindo de forma que a improvisação passou a
se fazer presente. Segundo Ryngaert (2009, p. 90-91), a improvisação “[...] provoca o
sujeito a reagir, seja no interior da proposta que lhe é feita, seja em torno da proposta,
explorando amplamente a zona que se desenha para ele, segundo o modo como sua
imaginação é convocada”.
Dessa forma, compreende-se que a improvisação nas situações de formação de
professores é uma ferramenta de trabalho muito útil oferecendo ao praticante
experiências no processo criativo, onde o mesmo atua como autor e executor do
movimento. A mesma possibilita a entrada do lúdico, o resgate do movimento próprio, o
descobrimento do corpo por intermédio da imaginação, da inventividade ampliando as
relações entre o universo exterior e o interior.
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Para Bourdieu (2004, p. 218-219), “[...] uma prática corporal [...] [se aprende], por
uma comunicação silenciosa, prática, corpo a corpo”. Assim, a disposição para a dança
não é incorporada de forma mecânica, constitui-se, porém o resultado da ação
sistematizada de incutir princípios coerentes, que acontece no âmbito da prática para a
prática. Dessa forma, encontraram-se regularidades as quais possivelmente fazem parte
das trajetórias de quem é apresentado ao contato com a arte, seja em que escola e
localidade forem e, particularidades “que só ganham pleno sentido se referidas às
circunstâncias em que foram pronunciadas, ao público que foram dirigidas” (BOURDIEU,
2004, p. 11), professores recebendo formação para apresentarem para seus alunos o que
“O jogo teatral na escola” pode oferecer.
Por tais questões enfatiza-se a necessidade do então “professor aluno” vivenciar o
movimento corporal e não apenas ir para a oficina e ouvir o que pode ser feito com o seu
aluno em sala de aula, mas realmente fazer, “sentir na pele” para posteriormente adaptar
as atividades para sua realidade em sala de aula. Ainda segundo Bourdieu (1998, p. 74 -
75 - grifos do autor), todo esse processo,
[...] exige uma incorporação que, enquanto pressupõe um trabalho de inculcação e de assimilação, custa tempo que deve ser investido pessoalmente pelo investidor, [...] essa incorporação não pode efetuar-se por procuração. Sendo pessoal, o trabalho de aquisição é um trabalho do “sujeito” sobre si mesmo [...] Esse capital “pessoal” não pode ser transmitido instantaneamente (diferentemente do dinheiro, do título de propriedade ou mesmo do título de nobreza) por doação ou transmissão hereditária, por compra ou troca.
A dança exige entrega e o desenvolvimento da habilidade está vinculado à prática
da atividade e pode oferecer grandes descobertas. Segundo Marques (2006, p.134), “a
dança experimentada concretamente possibilita uma ampliação do vocabulário corporal
que pode também permitir uma outra forma de se apropriarem de seus corpos, de
estarem no mundo e de se comunicarem com ele”.
Assim sendo, a dança soma-se ao contexto dos jogos teatrais e oferece a
possibilidade de desdobramentos acerca da cultura local e global, um entendimento da
construção da identidade corporal, uma vez que, os jogos “são úteis ao ensinar tópicos de
outras áreas do currículo” (SPOLIN, 2008, p. 312), tais como: artes visuais, ciências,
cinema, esportes, estudos do ambiente, estudos sociais, história, literatura, música,
produção de texto, rádio, teatro, TV, entre outros.
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O desdobramento que ora se pretende enunciar é que percebendo a construção da
própria identidade corporal o praticante tem condições de avaliar a cultura de seu país e
outros países; escutar a música que já lhe é familiar bem como escutar outra totalmente
diferente, por exemplo, ampliando os seus horizontes. Há de se considerar que a ênfase
do trabalho desenvolvido no projeto “O jogo teatral na escola” está no processo e não no
produto. Não existe a necessidade de fazer apresentações e sim conexões com demais
áreas do conhecimento.
O alcance da oficina: números e sensações
Com a oficina de “Identidade Corporal” foi atingido um público indireto de 1019
pessoas, ou seja, as 50 professoras mediaram o tema trabalhado na oficina para 1019
alunos. Assim sendo, o público total atingido foi de 1069 pessoas. Para a quantificação,
foi considerado público direto os participantes das oficinas e público indireto se constituiu
os atingidos pelos desdobramentos do projeto, os alunos dos professores participantes
das oficinas.
Há de se considerar ainda que o projeto “O jogo teatral na escola” possui uma
página no Facebook: https://www.facebook.com/jogoteatralnaescola, esta tem como
objetivo além de divulgar o projeto, também dar “dicas” de leitura para o publico que
segue a pagina, o que inclui também os professores que fazem oficinas dentro do projeto,
como por exemplo, o e-book ”História e cultura africana e afro-brasileira na educação
infantil”, disponibilizado pelo MEC na versão online. Além disso, divulga artigo, revistas
online que abordam a área das artes cênicas em geral, eventos culturais que acontecem
na região, entre outros. As pessoas que curtem as ações no Facebook também, de certa
forma, envolvem-se com o projeto. Em 2014 a página em referência recebeu até dia
22/10/2014, 287 curtidas, conforme mostra gráfico abaixo.
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Gráfico 1 – Total de Curtidas na pagina até 22/10/2014.
Fonte Facebook Jogo Teatral na Escola.
Já foi alcançado um pico de 269 pessoas com uma publicação.
Gráfico 2 – Alcance das publicações.
Fonte Facebook
Jogo Teatral na
Escola.
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Além disso é possível mapiar os paises que visualizaram nossa pagina,e as
cidades que mais acessam, fazendo também com que seja possivel mapiar o nosso
publico.
Tabela 1 – Alcance das publicações a nível de país e cidades.
Fonte Facebook Jogo Teatral na Escola.
Além dos números alcançados se faz fundamental a compreensão de que as
crianças devem ser incentivadas desde pequenas a desenvolver uma identidade corporal
e para tanto se faz necessário oportunizar experiências que ofereçam a construção social
da mesma com atividades que reconheçam e valorizem a importância da diversidade de
diferentes grupos étnico-raciais na construção da história e da cultura brasileira.
O povo brasileiro reflete um leque de manifestações e interferências de vários
povos que o colonizaram e assim sendo apresenta uma identidade corporal coletiva
“bastante eclética”. Há de se considerar que cada qual possui a sua identidade, mas a
mesma também é gestada no coletivo, imbricada com o contexto social em que se vive e
a trajetória pessoal de cada um.
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Faz-se essencial “fugir de rótulos” e situações pré-estabelecidas que a mídia
imponha. O conhecimento do que a pessoa é passa pela identidade cultural do cidadão e
é essencial oferecer o novo. A arte pode oferecer uma ferramenta potente na estruturação
da identidade.
Para avaliar se tais objetivos foram alcançados como instrumento de pesquisa,
além do questionário já mencionado, uma segunda ferramenta de verificação foi acionada
ao término da oficina. Esta por sua vez teve por objetivo proporcionar aos “professores
alunos” uma reflexão sobre seu envolvimento, atuação e sensações acerca da oficina, ou
seja, o seu processo de inculcação da sua identidade corporal. Além disso, possibilitou a
verificação de conteúdos que podem ser transpostos para a sala de aula em sua prática
como professor.
As professoras receberam uma folha de papel com um corpo em movimento
rabiscado ao centro e algumas considerações sobre a atividade desenvolvida que deviam
preencher, a saber: algo que não esperava; algo que conheci a respeito de mim mesmo;
algo que vou adotar e começar a fazer imediatamente; algo que gostei muito; algo que
percebi observando meus colegas; algo que pretendo explorar mais; algo que pretendo
dividir com os meus colegas de trabalho; o que não serve para mim. Dessa forma foi
possível conhecer o ponto de vista de cada participante sobre o que foi trabalhado.
Entende-se que “[...] escrever [...] passa também a fazer parte do jogo, embora num
momento distinto e não simultâneo com o jogo teatral” (LEITE, 2009, p. 300).
Quanto às considerações subjetivas feitas pelas participantes das oficinas, as
descrições explanadas predominaram os estranhamentos com músicas indígenas,
africanas, e também nordestinas. Como se locomover em um ritmo não conhecido? Uma
total novidade em se mexer com um ritmo que construiu a nossa cultura brasileira, mas
que ao início da aula era uma grande novidade e ao término da mesma mostrou-se muito
prazeroso e nem tão distante. Quando indagadas sobre o que não esperavam acontecer
na oficina foi unânime a resposta: trabalhar com música indígena e mais, conseguir se
movimentar com a mesma, descobrir partes do corpo e como escreveram “curtir”.
Na sequencia seguem alguns depoimentos: “Não esperava uma aula tão divertida”,
“Pretendo explorar mais o trabalho em grupo”, “Pretendo dividir com os meus colegas de
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trabalho mais afeto’’ (professora 1); “Percebi constrangimento no início da aula rompido
até o final da oficina” (professora 2); “Não esperava que fosse uma tarde tão construtiva”,
“Tenho dificuldade na respiração, até falta de ar, tenho que trabalhar isto” ,“Pretendo
adotar músicas na unidade que trabalho trazendo um pouco de cada cultura para sala de
aula”, “Gostei muito de trabalhar com balões”; (professora 4)”; “Chegando em casa vou
pesquisar sobre outras culturas e iniciar um projeto de diversidade cultural com os meus
alunos” (professora 5); “Pretendo explorar mais a ludicidade” (professora 21); “Percebi
que não sei mexer os ombros”(professora 24); “Algo que gostei muito foi de trabalhar com
as possibilidades do meu corpo” (professora 28); “Entendi que posso fazer o que quiser
se me dedicar” (professora 35); “Preciso me movimentar mais contagiando as crianças e
chamar o movimento para elas” (professora 44).
Percebe-se que as atividades provocaram as professoras envolvidas servindo
como uma mola propulsora a fim de inserir o movimento nas atividades diárias das
mesmas junto as suas atividades de trabalho, bem como, proporcionaram um maior
conhecimento sobre o próprio corpo das mesmas, ou seja, a compreensão sobre a
identidade corporal.
Por iniciativa das próprias participantes elas também desejaram escrever um
pequeno depoimento sobre como se sentiram na atividade proposta para posteriormente
criarem um portfólio e compartilharem entre elas as sensações e aprendizado.
Nos tais depoimentos das professoras de Indaial predominaram relatos que
trouxeram a tona sensações como a diversidade, a percepção, o conhecimento, o
companheirismo, a desinibição, a diversão, a interação, a liberdade, o descobrimento do
movimento individual e do trabalho em grupo.
A oficina oportunizou um momento de encontro com o corpo, e neste momento pude perceber que todos nós educadores somos referencias como portadores de identidade social, [...] nossos gestos, danças, atitudes, símbolos gírias e etc. A música e a dança desenvolvem um papel fundamental nessa percepção, nos fazem pensar e entender que a cultura é muito mais do que o certo e o errado e trazer isso para as crianças é enriquecer sua bagagem cultural, tão massificada pela mídia nos dias atuais. Explorar o corpo, através de ritmos como os africanos, indígenas é permitir uma totalidade, a quem dos limites a que estamos acostumados pela T.V. e pela “musica comercial” (Professora 14).
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Assim o presente trabalho discute especialmente sob a necessidade de ofertar ao
educando diferentes experiências e tomou os jogos teatrais e a identidade corporal como
linguagem artística capaz de assegurar o direito dos participantes das oficinas de se
inserirem em um espaço ludo-pedagógico e de se manifestarem por meio da arte
oportunizando assim a formação continuada dos professores.
Ao vivenciar o dia de hoje resgatamos a lembrança das nossas origens, que muitas vezes são esquecidas. Como a Ivana ressaltou enfatizamos a cultura germânica e deixamos esquecido o mix de cultura do qual fazemos parte. Até sobre o samba temos o estereótipo “global”, mas podemos aprofundar nossos conhecimentos e ampliar nosso repertório, para acrescentar novas experiências para nossas crianças (Professora 13).
De acordo com a Proposta Curricular de Santa Catarina para que o futuro professor
na Educação Infantil possa realmente realizar um bom trabalho em ensino da arte, é
fundamental que, dentre outras questões, “vivencie atividades artísticas experimentando
variados materiais e suportes” (SANTA Catarina, 1998, p. 146). No entanto, verificou-se a
dificuldade de agregar um contexto maior sobre a construção da própria identidade
corporal que com o desenvolvido da oficina foi refletido pelos depoimentos. Muitas vezes
o contato com a arte não faz parte do dia a dia tanto do público docente quanto discente.
Entende-se que a escola pode vir a suprir, em parte, tal lacuna e para tanto os
professores necessitam estar habilitados.
Quem não recebeu da família ou da Escola os instrumentos, que somente a familiaridade pode proporcionar, está condenado a uma percepção da obra de arte que toma de empréstimo suas categorias à experiência cotidiana e termina no simples reconhecimento do objeto representado: com efeito, o espectador desarmado não pode ver outra coisa senão as significações primárias que não caracterizam em nada o estilo da obra de arte, além de estar condenado a recorrer, na melhor das hipóteses, a “conceitos demonstrativos” que [...] limitam-se a aprender e a designar as propriedades sensíveis da obra [...] ou a experiência emocional [...] suscitada por essas propriedades (BOURDIEU; DARBEL, 2003, p. 79).
Assim sendo, concorda-se com Bourdieu (2004), que o agente social não é um
indivíduo plenamente consciente de suas motivações, cujas ações visariam a fins
explícitos, ou seja, por vezes, as pessoas acreditam estar agindo naturalmente quando na
verdade suas ações estão de acordo com o modelo do que pensam ser mais indicado
para a posição que ocupam. Assim, ainda para o autor, às diferentes posições no espaço
social correspondem estilos de vida diferenciados. As práticas e as propriedades
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constituem uma expressão sistemática das condições de existência – o que é
denominado como estilo de vida, porque é produto de um operador prático, o habitus.
Considera-se o habitus, definido por Bourdieu (2004, p. 26), como “[...] um sistema
de esquemas [disposições] adquiridos que funciona no nível prático como categorias de
percepção e apreciação, ou como princípios de classificação e simultaneamente como
princípios organizadores da ação”.
A turma demonstrou entrosamento durante as atividades. As práticas com dança são facilmente adaptadas à turma que leciono. Os ritmos, os movimentos são estimulantes, a aplicabilidade dos mesmos na Ed. Infantil é de grande importância para que nossas crianças conheçam outros repertórios culturais, além daqueles mostrados na mídia, para que conheça seu corpo, sua identidade (Professora 24).
O comentário supracitado estabelece uma relação direta com o que a mídia impõe
e era de fácil alcance para docentes e discentes e o que pode ser trabalhado. Tal
depoimento também reflete a transposição que pode ser feita pelas professoras que
vivenciaram a oficina de “Identidade Corporal” para as classes que ministram aulas.
Dessa maneira os princípios organizadores da ação se estabelecem de uma forma mais
ampla e profunda possibilitando maior conhecimento do corpo e consequentemente da
construção corporal.
O trabalho pedagógico envolvendo o movimento possibilita a descoberta de sensações e emoções no ser humano, indissociáveis do processo educativo. A linguagem corporal proporciona ao indivíduo o conhecimento a cerca de si mesmo e sua identidade corporal (Professora 21).
Mesmo diante das dificuldades percebeu-se que as 50 professoras de Indaial, em
seus depoimentos, validaram o trabalho desenvolvido na oficina e conseguiram
estabelecer relações com a prática docente de cada qual. Entende-se que as vivências
estão possibilitando uma formação prazerosa, despertando o gosto pelo movimento.
Considerações
Vários mecanismos são acionados para a compreensão e construção da identidade
corporal e neste estudo a ferramenta utilizada foi à dança. “Dançar envolve todo um
conjunto de relações sociais, no qual uma configuração de fatores vem a corroborar para
a construção da disposição artística da dança” (FUHRMANN, 2008, p.119).
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Ao estudar a construção da identidade corporal, está-se estudando como os
diversos capitais se inter-relacionam, ou seja, a possibilidade de ter acesso ao
aprendizado de vivências dentro da área das artes cênicas e a trajetória individual de
cada qual que perpassa diversos capitais como o econômico, escolar, cultural, social e
simbólico.
Assim sendo, verificou-se que gostar de dançar ou participar de atividades dessa
natureza não é algo que nasce espontaneamente, é instalado, inculcado por intermédio
de várias ações e mobilizações que podem germinar na família e se fortalecer nas
instituições de ensino, ou seja, na escola. E para tal os professores necessitam estar
habilitados a fim de receber a demanda.
São várias as formas de incentivar o processo de construção da “Identidade
Corporal”, as quais se conjugam e se combinam e de certa maneira está imbricada com o
estilo de vida. A inculcação das atividades artísticas e sua interdependência com as
diversas mobilizações, como por exemplo, a formação continuada dos professores se
constrói no decorrer do tempo, ou seja, estão em jogo o antes (a bagagem pessoal de
cada professora), as condições de origem (o envolvimento prévio com a área das artes
cênicas) e os objetivos que almeja alcançar. Pretende-se que a atividade vivenciada não
seja estanque e que cada professora reverbere em suas atividades em sala de aula
buscando o incremento educacional e irradiando o conhecimento para seus alunos que
compreendem o público indireto do estudo.
Faz-se necessário abrir-se para o novo, ou seja, as professoras envolvidas
realmente vivenciaram as atividades estabelecendo uma dinâmica configuracional, na
qual as noções iniciais de cada ritmo e cultura foram criando novas dimensões e a
tradição germânica foi agregando novos conhecimentos e formas de interagir e refletir.
Houve assim a incorporação de novos valores que reverberam a favor do movimento e
das artes.
No que concerne este estudo, com base na análises dos dados, a contribuição
principal para a educação que neste caso comtemplou de forma direta um público
docente (as 50 professoras no papel de “professores alunos”) e de forma indireto um
público discente (1019 alunos das referidas professoras) é de reafirmar que a construção
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da identidade corporal e do gosto pela arte é uma construção social. E que uma prática só
funciona quando existem pessoas interessadas em que ela funcione e se dediquem para
tal.
Dentre os resultados alcançados até o momento, os instrumentos de pesquisa e os
depoimentos indicaram a carência de conhecimento por parte das professoras na área
pesquisada, mas, por outro lado evidenciou a ampliação do repertório artístico e cultural,
ciência do seu próprio corpo e do outro. Igualmente percebeu-se aumento do
conhecimento da linguagem teatral e seus desdobramentos na práxis cotidiana da
Educação Infantil, assim como troca de experiências, conhecimento e vivências de novas
metodologias para o ensino da arte.
A prática do movimento ainda não é naturalizada para as professoras em questão,
bem como nas escolas que as mesmas atuam. A adesão na oficina possibilitou um ponto
de partida para trabalhar o movimento em sala de aula desde a Educação Infantil.
Além disso, levando em consideração que muitas crianças tomam o primeiro
contato com a arte por meio da escola, o projeto tem instrumentalizado e capacitado as
professoras participantes para mediarem o contato de seus alunos com a arte, estimulado
a elaboração de projetos educativos que envolvam o movimento artístico em suas ações.
Referências
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RYNGAERT, Jean-Pierre. Jogar, representar: práticas dramáticas e formação. São Paulo: Cosac Naify, 2009. SANTA Catarina, Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Proposta Curricular de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio: Formação docente para educação infantil e séries iniciais. Florianópolis: COGEN, 1998. SCHRAMM, Marilene de Lima Körting; CABRAL, Rozenei Maria Wilvert. Arte na Escola: um olhar sobre a história, limites e desafios da formação continuada e midiateca. In: SILVA, Neide de Melo Aguiar; RAUSCH, Rita Buzzi (orgs.). Extensão universitária: movimentos de aproximação entre sociedade e universidade. Blumenau: Edifurb, 2010. SPOLIN, Viola. Jogos teatrais na sala de aula: um manual para o professor. São Paulo: Perspectiva, 2008. MARQUES, Isabel. Dançando na escola. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2006. 1 “O objetivo do projeto [Formação Continuada] é qualificar professores de arte na educação infantil, ensino fundamental, médio e superior, com ações sistemáticas que proporcionem aprendizagem efetiva em arte e seu ensino, e subsidia a reflexão de práticas e processos educacionais” (SCHRAMM; CABRAL, 2010, p. 30). 2“O projeto Midiateca, atualmente conta com aproximadamente 7.500 materiais educativos no acervo. Destaca a importância do uso desses materiais no processo ensino-aprendizagem de Artes Visuais, Música e Teatro. Focaliza a utilização de materiais de arte, como produto artístico, cultural, social e histórico” (SCHRAMM; CABRAL, 2010, p. 32). *Possui Licenciatura e Bacharelado em Dança pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Especialização em Movimento Humano e Saúde e Mestrado em Educação pela Universidade Regional de Blumenau-FURB. É professora titular da FURB-Departamento de Artes. Pesquisadora CNPQ (Teatro e Transdisciplinaridade - FURB). Editora da revista “O Teatro Transcende” e coordenadora do projeto “O jogo teatral na escola” -FURB. E-mail:[email protected].