Amplitude Magazine

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magazine Edição nº1

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Projeto criado na cadeira de Projeto, Design e Comunicação. 2º Design Gráfico. ESAD.CR

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magazine

Edição nº1

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DesignBruno ReisJoana DuarteMiriam ConceiçãoVanessa DuarteVanessa RodriguesImpressãoObigraf

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Balas e Bolinhos

Exposição

“Riso” Entrevista a Mário Belém

SUBA Ramps

Silos

Lotaria à Portuguesa

MexfestBlack Keys

Ornatos Violeta

Caldas Nice JazzBig Band

Tim BurtonCinemateca

Opinião

Festival

Concertos

Concurso

Entrevista

Artigo

Artigo

Artigo

Artigo

Concerto

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20 Outubro 2012 a 17 Março 2013

LisboaMuseu da Eletricidade

EXPOSIÇÃO

Exposição

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A Fundação EDP apresenta no Museu da Eletricidade uma grande exposição dedicada ao riso. Organizada com as Produções Fictícias, “Riso: Uma Exposição a Sério” conta com pintura, desenho, instalações, vídeo, fotografia, escultura e performances, cinema, BD, programas de televisão, espectáculos, literatura, obras de artistas nacionaise internacionais, oriundas de algunsdos mais importantes museuse colecções particulares.Comissariada por José Manueldos Santos, João Pinharanda, Nuno Artur Silva e Nuno Crespo, este projetoparte de uma profunda investigação acerca dos dispositivos cómicos e humorísticos, tal como forame são utilizados por diferentes protagonistas, em diferentes tempose em diferentes áreas. “E porque nada é mais sério do que o riso, fazer uma exposição sobre este tema é, na nossa época, pensar criticamente a vida,o mundo, a sociedade”, refere José Manuel dos Santos, diretor Culturalda Fundação EDP.

Da arte à história, da literaturaao cinema, da filosofia à teologia,da política à sociologia, da psicologia à medicina, a exposição conta com também com algumas obras inéditas encomendadas pela Fundação EDP especialmente para esta exposição“Riso: Uma Exposição a Sério”é composta quase meio milharde obras de mais de 300 artistase ocupa todo o piso de exposições do Museu da Eletricidade. Depois de grandes exposições biográficas (Callas, Amália), temáticas (POVO/People, LÁ FORA) e de arte moderna e contemporânea (Manuel Baptista, Vick Muniz, Julião Sarmento, Joana Vasconcelos, Edgar Martins, Vieirada Silva, Vitor Pomar, Prémio EDPNovos Artistas), apresentadas noMuseu da Eletricidade, em Belém,a Fundação EDP marca a rentréecom esta exposição que tem asportas abertas ao público até17 de Marçode 2013.

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Entrevista

Emília Nadal

Há mais para dizer acerca do riso do que uma simples gargalha ou um sorriso ras-gado. No Museu da Electricidade mergu-lhou-se a fundo neste tema e o resultado é uma exposição cómica, mas onde o riso é também um caso sério. Para isso, seguiu--se uma receita complexa: obras de arte, séries de televisão, uma pitada de sátira política, um ou dois palhaços pelo meio e alguns livros à mistura.O resultado é a surpresa, ao percebermos a diversidade de coisas que nos fazem rir.A exposição é um labirinto que nos trans-porta para os bastidores de um teatro e que conta com cerca de 400 obras de 133 artis-tas. Começa com um letreiro luminoso de circo que anuncia o tema, mas logo a seguir, damos de caras com dois animados convi-vas de olhos em bico (quem sabe se não estarão a representar os novos donos da EDP). Os ecrãs estão por todo o lado. Exi-bem as séries americanas que marcaram o século XX, desde I Love Lucy, aos Simp-sons, mas também as melhores paródias nacionais: com Raul Solnado, Herman José e Gato Fedorento.

“Riso: uma exposição a sério”

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Demorou um ano e meio a preparar e, a par de “Povo”, é a maior exposição que já passou pelo museu. Neste caso, há uns quantos dedos das Produções Fictícias, responsáveis pelos conteúdos audiovisuais, que estão ali em peso. José Manuel dos Santos, director cultural da Fundação EDP, reconhece o óptimo timing da exposição: “Permite-nos questionar se a crise não será o resultado de um excesso de humor em que vivemos até aqui.”

Gargalhadas de ópera não são para todos e são poucos os que conseguiram dá-las bem. Os melhores exemplos foram fecha-dos num corredor (Don Giovanni, As Bodas de Fígaro e Fausto) e podem ser ouvidas por quem passa. Mais à frente, sexo é a piada, com um conjunto de desenhos co-roado pela célebre frase da actriz Glenda Jackson: “O mais importante em represen-tar é saber rir e chorar: quando quero rir, penso na minha vida sexual, quando quero chorar, penso na minha vida sexual.”

Os recortes de jornal reúnem o melhor da sátira política, paredes meias com quadros de Paula Rego. Os gessos de Almada Ne-greiros ocupam um lugar de destaque, embora muitas atenções também se virem para o carrossel de cães de Joana Vascon-celos. Mas a exposição “Riso” não fica por aqui. Ainda sem data estão as visitas de alguns humoristas e um ciclo de cinema.

Manuel João Vieira

Bruno Pacheco

Nikias Skapinakis

Mauro Gonçalves

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Entrevista

João Paulo Feliciano (Caldas da Rainha 1963)

Essencialmente artista visual e músico, com percurso singular no contexto português, João Paulo Feliciano tem, desde 1984, experimentado criticamente vários campos de expressão cultural, diferentes formas de criação artís-tica- istalação, objectos, pintura, desenho, fotografia, video, luz, som , música, design gráfico, arquitectura, perfoman-ce-, e produzindo diversas iniciativas e colaborações com outros criadores. De 1989 a 1998, integrou a banda Tina and the top Ten. Na sua atividade musical contam-se, ainda, colaborações com músicos como Rafael Toral en-tre outros. Em 2009 em conjunto com o seu irmão Mário Feliciano, criou a editora discográfica e produtora musical Pataca Discos.Sarcático, a pintura Stupid (Hot & Cold), 1992, reflete sobre a validade da pintura enquanto tal, numa alusção á sua temperatura mediática.

João Paulo Feliciano

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RISO:UMA EXPOSIÇÃOA SÉRIO20 outubro 2012 a 17 março 2013Museu da EletricidadeLisboa

A entrada na exposição – que está aberta todos os dias – exceto à 2ª feira - , das 10h00 às 18h00, tem entrada gratuita. As visitas guiadas e os ateliers para crianças estão sujeitosa marcação prévia.

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Sara & André (Sara n.1980, Lisboa, André n. 1979, Lisboa)

Sara & André são uma dupla de artistas que tem assinado um corpo importante de trabalho. Ganharam notoriedade quando foram nomeados para o prémio Antecipante, em 2006. As suas obras lidam com questões de apropriação, autoria e legitimação, estabelecendo redes de interdepen-dência direta com o trabalho de outros artistas, e explora-ram, entre outros aspectos do mundo e da fama. Caixeiros (2005) parodia as práticas conceptuais dos anos 70, que procuravam expor as relações semióticas entre texto e imagem, entre significante e significado.

Sara e André

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Entrevista

Mário Belém

Mário Belém vive actualmente em Lisboa, tem 35 anos e é possivelmente o melhor Ilustrador Freelancer e Designer português. Fez parte de um grande projeto o Thestudio que é uma agência de publicidade, ou por outras palavras mais concretas, é um atelier de comunicação que se especializa em criar imagens de impacto. Formou-se através de cursos de designer em Portugal e iniciou-se como freelancer em Dezembro de 2003. É um ilustrador que possui um talento acima da média, as suas ilustrações deixam qualquer um fascinado. Iremos conhecer mais um pouco sobre Mário Belém.

Designer e ilustrador

Entrevista

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Entrevista

e florear os meus desenhos. O que em ter-mos de ilustração até é capaz de ser uma qualidade, quanto mais detalhe uma com-posição tem mais fascínio desperta nos olhos de quem a observa.Ultimamente tenho estado cada vez mais focado em trabalhar com paletas de cores fechadas, em vez de trabalhar com as cores todas do arco-iris.

A sua infância, as suas vivências, o seu país, a geração, influenciaram a sua ver-tente artística?Sim, sim, sim e sim. Isto são 4 perguntas:A minha infância, sem duvida, faço parte de primeira leva de miudos que levou com desenhos animados a cores, com um mas-sacre de cartoons por todo o lado, desde o Snoopy ao Garfield, até aquela criatura sinistra que era o Topo Giggio. Tudo isto foi importante em despertar uma vontade de fazer bonecos.As vivências fazem de nós quem somos. No meu caso ter nascido ao pé do mar, no meio do Surf, depois por ter vindo viver para Lisboa. Foram todos factores que afectaram não só o que desenhava com para quem trabalhava.Adoro Portugal e ser português. Adoro o sol, os nossos 9 meses de verão, a nossa cultura de rua, a nossa personalidade. Digo isto vezes sem conta, e acho que ago-ra no contexto em que estamos a viver faz mais sentido ainda: nós adoramos queixar--nos, é rara a pessoa que realmente dá valor a tudo isto. Grande parte dos pro-blemas nacionais poderiam ser resolvidos com uma postura muito simples: ter brio naquilo que se faz. Noutro aspecto, acho que temos um património visual muito

grande, desde o azulejo ao Zé Povinho. Saber reinterpretar e reutilizar esse patri-monio nos nossos trabalhos gráficos é das poucas coisas que nos vai distinguir a nível internacional.Tive a sorte de fazer parte da primeira ge-ração a usar computadores no dia a dia, tanto a nível de internet como de software. Por outro lado tive a sorte de fazer parte da primeira geração com cultura visual, hoje em dia qualquer pessoa sabe o que é um logo, qualquer empresa tem necessidades gráficas.

Quando recebe uma proposta de trabalho, que metodologia projectual usa, como começa?Começo com uma folha em branco (o terror de todos nós). Uma das coisas que faço normalmente é pesquisar outros trabalhos feitos sobre o mesmo tema, para tentar perceber quais são as armadilhas.

Quando está a trabalhar costuma ouvir musica? e que género costuma ouvir? Serve-lhe como forma de inspiração?Sim, música é fundamental. Tento ouvir música que seja adequada ao ritmo de tra-balho que esteja a decorrer. Faço parte da geração electrónica. Adoro descobrir música nova. Tenho alguma tendência pa-ra ouvir música melancólica. Sim a música é uma inspiração, na medida em que nos transporta para outro sitio. É fundamental tentar fazer o mesmo com os nossos trabalhos.Um bocadinho de silencio também é bom de vez em quando.

Como caracteriza o estilo artístico das suas ilustrações?Num termo só: tutti-frutti. :) Gosto muito de variar de estilo e de formas de resolver um trabalho, já me entalei mais vezes do que gostaria de admitir por dar passos mais longos que as pernas e achar que consigo desenhar o que quiser como quiser. Tenho bastante tendência para complicar

Quando é que decidiu ser ilustrador?Desde pequeno que desenho. Houve uma boa parte da minha vida que foi dedicada a fazer design gráfico, no entanto tentei sempre que possível introduzir ilustrações nos projectos de design que iam aparecen-do. O feedback desta mistura de inputs foi quase sempre positivo e comecei a perce-ber que não existiam tantos ilustradores como isso na cena nacional, sobretudo os que existiam estavam focados em criar e manter um folio de autor com um estilo muito definido, com uma linha gráfica mui-to fechada. Ao mesmo tempo comecei a perceber que o que não faltava por ai eram designers muito melhores do que eu.Respondendo directamente à pergunta: só a meio de 2010 é que comecei a trabalhar apenas como ilustrador. Nessa altura saí do thestudio, uma empresa que ajudei a começar, um dos motivos principais foi para produzir apenas o que me dava prazer de fazer. Foi só nessa altura que senti que já tinha folio e volume de trabalho de ilus-tração suficiente para poder enfrentar o mercado sem precisar de fazer outras coisas para pagar contas.

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Artigo

Monta… Respira… Desliza…Manobra…Curte...

A SUBA Ramps está em linha com o espírito livre dos praticantes de Skate, Inline e BMX. Apresenta-se em vários módulos comercializados em formato kit, com acessórios que tornam a montagem de uma mini--rampa acessível a todos e possível e em qualquer lugar: na garagem, no terraço ou jardim de casa. Pensado para que os amantes dos desportos radicais possam “fazer o gosto às rodas” num spot personalizado e trei-nar as mais diversas manobras.

Ter uma SUBA Ramps em casa é como ter um misto de ginásio com parque de diversões privativo, onde crianças e os adultos podem soltar a adrenalina, treinar as manobras, arriscar e progredir na sua modalidade, a cada minuto de tempo livre.É também uma boa desculpa para convidar os amigos e juntar a família para que, todos juntos, possam partilhar a emoção a cada nova mano-bra... e SUBA!

Design

Testados por amadores e profissionais das diversas modalidades, todos os componentes e dimensões foram projetados ao pormenor para que cada rampa proporcione inúmeros momentos de diversão em seguran-ça. Para tal, foram realizados vários estudos técnicos e resistência até se chegar à solução Kit SUBA Ramps, divisível em módulos para facilitar a assemblagem, o transporte e arrumação dos mesmos. Qualidade de construção, design apelativo, inovação no detalhe e o gozo na utilização foram os padrões que nos guiaram.Meio Ambiente

SUBA Ramps é amiga do ambiente e o seu Design foi pensado, de raiz, para ser produzida com materiais ecológicos, duráveis e reutilizáveis. O próprio processo de produção foi também optimizado para responder, de forma sustentável, aos desafios do ambiente do presente para o futuro.

“Rampas suba são brutais, muito fixe para curtir uma skatada, uma destas na minha garagem é que era.”

Renato Trindade (skater)

Quarter Pipe

Grind Box

Halfpipe

Wedge Ramp

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MontagemA montagem da rampa é feita atravésde um processo rápido e intuitivo. O Kitinclui um conjunto de peças previamente cortadas e pré-perfuradas e os acessóriosde fixação e folheto de instruções. Deverá seguir as orientações de montagem de forma a garantir a segurança necessária paraa utilização do equipamento. Para facilitar o processo de assemblagem deverá utilizar uma aparafusadora.

ManutençãoAs rampas são fabricadas em madeira, sem acabamentos químicos, pelo que estão mais sujeitas ao desgaste e degradação provocados por ambientes exteriores agressivos. Deverão ser armazenadas em espaços interioresou resguardados. Na eventualidade de permaneceram temporariamente no exterior, deverá ser coberta por material adequado quando não utilizada, evitando a exposiçãoa intempéries ou outros cenários agressivos.

GarantiaAs rampas SUBA são sujeitas a um elevado controlo de qualidade. Caso o produto apresente algum defeito de fabrico, a marca responsabiliza-se pela reposição da peça em causa. Não se responsabiliza por danos provocados por má montagem ou utilização inadequada da rampa.

SegurançaPara a prática de desportos em rampas aconselha-se o uso de equipamento de protecção: capacete, protectores de cotovelos e de joelhos e luvas/WristGuard (adquirir em lojas da especialidade). As crianças devem ser supervisionadas durante a utilização das rampas. O material é inflamável, pelo que se sugerem os cuidados necessários junto a fogo.

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SILOS CONTENTOR CRIATIVO

SILOS “Contentor Criativo” surge da necessidade detectada de um espaço onde Estudantes,Criativos Empreendedores e Empresasse pudessem reunir para criar Produtos e Serviçose encontrar potenciais clientes. Este projectoprocura fomentar a transdisciplinaridade culturale criativa facilitando o acesso a espaços numa dinâmica lowcost. Esta plataforma está amplamente aberta para colaborações com qualquer formade promoção estruturada de criatividade.

ANTIGOS SILOS NAS

CALDAS DA RAINHA

PASSAM A SER VIVEIRO

PARA ARTISTAS

Opinião

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Separando o trigo do joioos autores vão mostrar que há lugar para as ervas daninhas na monocultura do design nacionale vida para além do Ikea de Loures”

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Entrevista

Encontra o teu freelancer.

Os antigos silos de moagem de cereais das Caldas da Rainha foram transformados num ‘viveiro de criatividade’ para artistas e designers saídos da Escola Superior de Arte e Design (ESAD) que pretendam alugar ateliês a preços baixos.“É um projecto low cost dirigido a antigos alunos da ESAD que pretendam iniciar a vida ativa alugando espaços a preços re-duzidos”, disse Nicola Henriques, coorde-nador do projeto “Ateliês nos Silos”.Professor de educação física e aluno do curso de Design de Ambientes, na ESAD, Nicola Henriques resolveu aproveitar a ligação já existente entre a escola e a mo-agem, local onde em 2006 e 2007 foi reali-zada a exposição de finalistas.Desactivados desde 2003, os Silos da Ceres, acusam os anos de abandono e os tempos de crise que “não são propícios à venda de um edifício destas dimensões e a precisar de obras”, refere.Da ideia de “juntar a necessidade de um espaço a preços módicos” e a vontade de artistas e designers de intervirem na re-

qualificação de “um edifício icónico” nasceu o projeto que conta já com 15 dos 24 mó-dulos alugados.Organizados em ‘open spaces’ (espaços abertos), os módulos são, no entender de Nicola Henriques “um convite à criativida-de e troca de experiências” entre os parti-cipantes.Inês Milagres e Alexandre Castro são disso exemplo, partilhando um mesmo ateliê, mas desenvolvendo ideias diferentes.O meu projeto prende-se com a criação de peças de design direcionadas para a comi-da e ecologia” adianta Inês, apostada em desenvolver peças “ligadas ao pão, que tem tudo a ver com este espaço”.Já Alexandre, escolheu os silos para criar projetos multimédia, o primeiro dos quais o desenvolvimento de um site para divul-gação de atividades culturais.Miguel Lopes, artista plástico, reservou já igualmente o espaço a partir do qual pre-tende dinamizar atividades culturais e “workshops de apoio aos alunos da ESAD”.Já garantida está também a instalação de

outros projetos, ligados ao design de am-bientes, laboratório de vídeo e fotografia e uma oficina de serigrafia.Fora dos dois ateliês, mas integrado no projeto, funciona uma oficina de cenografia onde Marco Telmo Martins se dedica à cria-ção de cenários para televisão, cinema, anúncios publicitários ou até corsos car-navalescos.Além dos ateliês individuais o espaço con-ta com áreas comuns (cozinha e zona de estar) e uma ampla zona de exposições, onde cada um dos arrendatários se com-promete a organizar uma exposição por ano.“Será um espaço aberto à comunidade, já que cada um poderá expor os seus traba-lhos, ou convidar outros artistas para ex-por” explica Nicola Henriques.Os módulos, com 13 metros quadrados, terão um custo de 75 euros mensais.Os participantes desenvolvem atualmente algumas obras de remodelação do edifício e Nicola Henriques prevê para setembro o iní-cio da atividade nos silos.

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Encontra o teu freelancer.

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Concurso

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O concurso “Lotaria à Portuguesa” é um concurso de criatividade que pretende lançar um conjunto de extrações da Lotaria Clássica com base em obras únicas de criativos portugueses. Este destina-se a criativos, em nome individual ou organizados por grupos ou empresas, de origem portuguesa ou residentes em Portugal.

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A origem da Lotaria Clássica remonta ao final do séc. XVIII, tendo sido criada com o objetivo de angariar financiamento para instituições de saúde e com fins educativos. Atualmente, a Lotaria Clássica mantém o seu carácter bene-mérito e representa o produto-mãe do leque de jogos explorados pela Santa Casa da Mise-ricórdia de Lisboa, através do seu Departamen-to de Jogos.O concurso “Lotaria à Portuguesa” é um con-curso de criatividade que pretende lançar um conjunto de extrações da Lotaria Clássica com base em obras únicas de criativos portugueses. Este destina-se a criativos, em nome individu-al ou organizados por grupos ou empresas, de origem portuguesa ou residentes em Portugal.As candidaturas deverão ser submetidas em formato digital através do sítio www.lotariaa-portuguesa.pt mediante o preenchimento e envio do formulário de candidatura.Após a aprovação da candidatura e posterior avaliação técnica realizada pelos organizado-res, o Júri selecionará as 20 melhores propos-tas, que serão divulgadas no referido sítio e estarão expostas no Palácio Quintela, na Rua do Alecrim, em Lisboa.O público poderá votar na sua proposta finalis-ta favorita através do sítio da internet, das redes sociais ou no local da Exposição. As 6 propos-tas mais votadas serão as vencedoras do con-curso.Cada um dos 6 vencedores do concurso recebe um prémio monetário no valor de 1.000 Euros, e cada uma das propostas vencedoras será reproduzida, com referência ao seu autor, na edição especial da “Lotaria à Portuguesa” com-posta por 6 extrações da Lotaria Clássica, a realizar durante o ano de 2013.Será ainda distinguida com uma Menção Hon-rosa a proposta que registar maior visibilidade (mais referências) nas redes sociais.Lisboa, 18 Outubro de 2012 – O Departamento de Jogos da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa lança hoje o concurso “Lotaria à Por-tuguesa”. Apelando à originalidade, esta ini-ciativa dirige-se a todos os criativos nacionais – das mais diferentes áreas – que estejam interessados em demonstrar o seu talento, através da ilustração de uma cautela da Lota-ria Clássica.O tema da Portugalidade deverá ser o denomi-nador comum a cada proposta, pretendendo-se assim que a riqueza do património iconográfi-co nacional, e as experiências geradas pela sua interpretação, sejam a matéria-prima deste desafio.

O CONCURSO“Este projecto, assente num produto com uma longa tra-dição e que tem estado, desde sempre, intrinsecamente ligado à riqueza patrimonial e cultural do nosso país, visa promover a revitalização da imagem da Lotaria Clássica, zassim um novo segmento de apostadores para este jogo social”. Afirmou Fernando Paes Afonso, Vice-Provedor da SCML e Administrador Executivo do Departamento de Jo-gos.

O período de candidaturas inicia-se hoje, 18 de Outubro, e prolonga-se até 25 de Novembro. Após esta fase, serão selecionados os 20 melhores trabalhos pelo júri do con-curso, que serão revelados no dia 15 de dezembro. A vo-tação pública no site do concurso, e nas redes sociais criadas para o efeito, decorrerá assim entre 15 de dezem-bro e 27 de janeiro e os trabalhos finalistas estarão expos-tos, para apreciação, entre 5 e 27 de janeiro no palácio Quintela, em Lisboa.

Os 6 vencedores serão anunciados até 12 de Fevereiro de 2013.

No site do concurso - www.lotariaaportuguesa.pt - os con-correntes podem obter toda a informação sobre o mesmo e conhecer mais aprofundadamente o júri, composto por figuras proeminentes do panorama cultural nacional e do qual se destacam: Maria João Bustorff, Salvato Telles de Menezes, Clotilde Fava, José Fonseca e Costa, Maria Mar-garida Montenegro e Leonel Moura.

O concurso“Lotaria à Portuguesa” é igualmente apadri-nhado por quatro embaixadores – Aldina Duarte, Afonso Cruz, João Noutel e Silvadesigners que, também eles, apresentaram a sua visão exclusiva da Portugalidade, atra-vés da ilustração de uma cautela da Lotaria Clássica.

Regulamento integral do concurso em www.lotariaapor-tuguesa.pt

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Quando posso candidatar-me? As candidaturas iniciam-se no dia 18 de ou-tubro de 2012 e terminam às 24h GMT do dia 25 de novembro de 2012.

Quem se pode candidatar? O concurso “Lotaria à Portuguesa” desti-na-se a criativos (designers, ilustradores, arquitetos, artistas plásticos, estudantes, etc..), maiores de 16 anos, em nome indi-vidual, ou organizados em grupo, e a em-presas. Podem participar cidadãos portu-gueses ou residentes em Portugal.

Existe algum custo de participação? Não, a candidatura é gratuita.

É possível apresentar mais do que uma proposta? Não. Cada candidato pode apresentar apenas uma proposta.

Posso candidatar-me individualmente e em grupo? Sim, desde que não seja o responsável pela proposta do grupo. Cada proposta é associada a um número de contribuinte.

Como me candidato? As candidaturas devem ser submetidas em formato digital no sítio oficial do pro-jeto, na secção “participar”. O candidato terá que efetuar o registo no sítio, preen-cher o respetivo formulário e, posterior-mente, realizar o upload da proposta (num máximo de 2MB).

COMO PARTICIPAR

Maria Bustorff Silvapresidente da Espírito Santo da Cultura

Salvato Menezesdelegado da Fundação D. Luís I

Maria MontenegroDiretora SCML

Leonel MouraArtista Plástico

Clotilde FavaArtista Plástica

José Fonseca Cineasta

JÚRIS:

A organização pode recusar a minha pro-posta? Sim, caso se verifiquem lacunas no pre-enchimento da candidatura ou caso a pro-posta apresente conteúdos inadequados.

Quais os requisitos obrigatórios para en-vio das propostas? As propostas têm de obedecer ao mode-lo e normas descritos no Guia das Nor-mas Gráficas da “Lotaria à Portuguesa”. Devem ainda obedecer aos requisitos de criatividade, autoria e licitude descritos no Regulamento.

Como é feita a seleção das candidaturas? A seleção dos 20 finalistas é realizada pela organização e pelo respetivo Júri. As pro-postas mais votadas pelo público consti-tuirão as 6 vencedoras. A proposta criativa que registar maior visibilidade (mais refe-rências) nas redes sociais será distinguida com uma Menção Honrosa.

Como posso votar? As votações podem ser feitas online, atra-vés de www.lotariaaportuguesa.pt. e na ex-posição dos 20 finalistas, que decorrerá no Palácio Quintela na Rua do Alecrim, em Lisboa, entre 5 e 27 de janeiro de 2013. Cada pessoa pode votar 1 vez por dia, num máximo de 3 vezes em cada proposta.Quando posso votar? A votação do público estará aberta entre 15 de dezembro de 2012 e 27 de janeiro de 2013.

A sua proposta terá de respeitar a imagem da fração da Lotaria Clássica. Para tal, descar-regue o Modelo e o Guia de normas gráficas, que encontrará no Manual de Participação.Para submeter a sua proposta necessita de realizar os seguintes passos:1. Descarregar Manual de Participação2. Efetuar o registo abaixo3. Preencher os dados do candidato / grupo4. Fazer o upload da proposta, acompanhada de uma memória descritiva e uma pequena biografia.5. Submeter a candidatura e aguardar a aprovação da mesma.

PRÉMIOCada um dos 6 vencedores do concurso recebe um prémio monetário no valor de 1.000 Euros, e cada uma das propostas vencedoras será reproduzida, com referência ao seu autor, na edição especial da “Lotaria à Portuguesa” composta por 6 extrações da Lotaria Clássica, a realizar durante o ano de 2013.Os 20 finalistas serão divulgados e convidados a participar na inauguração da Exposição. Cada finalista receberá um bilhete (5 frações), correspondente a uma série da 1.ª extra-ção da “Lotaria à Portuguesa”.Para além das propostas vencedoras, a proposta com maior visibilidade (mais referências) nas redes sociais será distinguida com uma Menção Honrosa e, também, com um bilhe-te (5 frações), correspondente a uma série da 1.ª extração da “Lotaria à Portuguesa”.

DÚVIDAS

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Entrevista

inspira-teALDINA DUARTE / fadista

Nasceu em Lisboa, em 1967. Em 1992, participou no filme “Xavier”, inter-pretando o fado “Rua do Capelão” e, no ano seguinte, estreia-se no palco do Teatro S. Luiz, com a peça “Judite, Nome de Guerra”, de Almada Ne-greiros. Pouco depois, em colaboração com o encenador João Mota, cria as Noites de Fado no Teatro da Comuna e, em 1995, passa a integrar o elenco do Clube de Fado a convite do guitarrista Mário Pacheco.

AFONSO CRUZ / escritor, ilustrador, cineasta e músico

Nasceu em 1971, na Figueira da Foz, e haveria, anos mais tarde, de viajar por mais de sessenta países. Escreve e, além de ilustrador, realiza filmes de animação, de publicidade ou de autor, e é um dos elementos da banda The Soaked Lamb. Fez a sua formação superior nas Belas Artes de Lisboa e no Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira. Desde 2007, já ilustrou três dezenas de livros para crianças, nos quais sobressai a densidade dos seus jogos cromáticos e a expressividade das suas figuras, quase sempre marcadas pela caricatura e pelo humor. Autor de quatro obras de ficção para adultos, escreveu ainda uma novela juvenil, “ Os Livros que Devoraram o Meu Pai “, vencedora do Prémio Maria Rosa Colaço em 2009.

JOÃO NOUTEL / artista plástico

Nasceu no Porto, em 1971. Vive e trabalha entre o Porto e Lisboa. Licencia-do em Direito pela Universidade Lusíada e com uma pós-graduação em Desenho e Técnicas de Impressão pela Faculdade de Belas Artes da Uni-versidade do Porto, é autor e responsável criativo de diversas publicações e projetos temáticos como “Douro - The New Generation”, apresentado em 2005 na Feira do Livro de Frankfurt. Em 2007, produziu duas edições limi-tadas exclusivas da série “The Invisible Soul” para o Museu de Serralves, no Porto, e no ano seguinte foi um dos artistas convidados para a primeira edição da “Portugal Brands” para The London Design Festival e um dos artistas plásticos escolhidos para o vídeo corporativo da Jason Associates. Nesse ano cria o projeto de arte pública “Voyeur – Giant the Voyeur Project”.

SILVADESIGNERS / ateliê de design

A Silvadesigners é um ateliê de design de comunicação que opera na área da Cultura, pública e privada. Tem uma experiência sólida nas áreas de projeto, design e produção de livros, revistas e jornais. O ateliê é regular-mente premiado nestas categorias a nível nacional e internacional e tem uma marca reconhecível na abordagem emocional da comunicação, servindo-se do humor nas suas campanhas autopromocionais. Usa a ti-pografia retro ou manual, como nos materiais de promoção do Teatro São Luiz e reflete com espetacularidade referências banais do quotidiano, como na marca “Sardinhas” das Festas de Lisboa. Está atento aos novos desafios tecnológicos, como na revista Adufe, que tem agora a sua versão em iPad e recria o design editorial de livros com as capas da Coleção BIS do Grupo LeYa ou em várias coleções da Imprensa Nacional.

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“O FADO DE SER PORTUGUÊS”

Costumo dizer que para (quase) todos os acontecimentos das nossas vidas há um fado, uma espécie de aforismo poético musicado, que declara e grava algures no dito “coração” a vida vivida; “O grande jeito da vida / É por a vida com jeito”, Fernando Pessoa.“Não forçam corações as divinda-des / Fados são as paixões são as vontades” , Bocage.“Os presságios do destino / Ao pé de ti nada são”, David Mourão-Ferreira.“Pode haver quem te defenda / Quem compre o teu chão sagrado / mas a tua vida não”, Pedro Homem de Mello.“Com que voz chorarei meu triste fado”, Camões. Mistério, amor, destino, paixão, acaso, esperança, sorte… O verso e o reverso das venturas e desventuras que rondam, dias e noites, a realida-de e o sonho, a matéria primordial da nossa condição humana, ora frágil ora grandiosa, que nos empurra para a frente.

“PORTUGAL: QUANDO SE CHEGA AO OSSO, SÓ RESTA CONFIAR NA SORTE”

Em vez de usar a imagem de um galo de Barcelos ou do Mosteiro dos Jerónimos ou de uma guitarra de fado, preferi uma abordagem mais descontraída, baseada na atualidade, que faça uso de algum humor e se insira no contexto social que estamos a viver. A ideia partiu da criação de uma frase que servisse de charneira e que pudesse ser complementada por uma ilustração, algo que não deixasse de fora o momento em que vivemos e a sorte inerente à lotaria. Também, pelo tamanho do suporte, optei por uma imagem simples, de traços espontâneos, sem uma estru-tura complexa que pudesse atrapalhar a leitura e a fruição.

“LUCKY DAY WITH THE LAST NATIONAL PLAYBOY – 2012”

Nesta proposta, especificamente concebida para uma extração da Lotaria Clássica, propõe-se a evocação de uma tradição social nacional - de jogo - da Lotaria Clássica. Houve por isso, neste convite, uma atenção parti-cular à composição, para que o equilíbrio entre a componente emocional do objeto e a ideia de território não fosse comprometido. A série “National Playboy” é representativa da complexidade da vida contemporânea por-tuguesa, apresentada aqui com uma vertente irónica e metafórica, que pareceu pertinente para o objeto em questão. Por fim, quer pela temática proposta (“Lotaria à Portuguesa”), quer pelas possibilidades gráficas da série “National Playboy”, optou-se por uma “roupagem” simples, limpa e apelativa, de modo a permitir a clara perceção pelo público de toda a in-formação e conteúdo relevante do objeto.

“O DINHEIRO TRAZ FELICIDADE”

Eis um provérbio popular adaptado aos nossos tempos. E que assume sem qualquer cinismo aquilo que se tornou uma esmagadora evidência: da macroeconomia de um país ou de um continente ao microuniverso da economia pessoal e doméstica, o dinheiro é fator incontornável de felici-dade. A tipografia de desenho manual tem eco nas inscrições em azulejos que constituem referências da cultura popular, talismãs para um futuro que, sabemos agora, precisa de sorte mais do que nunca. A proposta revela alguns dos eixos recorrentes da comunicação gráfica e editorial do ateliê Silvadesigners: a utilização do texto como imagem, o pastiche tipo-gráfico de inspiração tradicional e o humor.

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Festival

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NA CHEGADA DO INVERNO,O VODAFONE MEXEFEST INSTALA-SE DE NOVO NA AVENIDA DA LIBERDADE

E ZONAS ENVOLVENTES, FAZENDOA MÚSICA MEXER A CIDADE.

Bilhete único para os dois dias do Festival

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Na chegada do inverno, o Vodafone Mexe-fest instala-se de novo na Avenida da Li-berdade e zonas envolventes, fazendo a música mexer a cidade. Mantendo o for-mato que já apaixonou o público lisboeta, voltou a privilegiar-se a qualidade do cartaz e alargou-se a sua área de influência, re-desenhando o quadro de simbiose entre a vida urbana e as novas tendências da mú-sica nacional e internacional. Mais do que isso, a ampliação do festival verifica-se não apenas no aumento do número de espaços, mas também nas diversas iniciativas de valorização e descoberta musical promo-vidas em jeito de antecipação.Depois das confirmações de Brass Wires Orchestra, Django Django, Escort, Gala Drop, Michael Kiwanuka e The 2 Bears, surgem agora mais nomes no cartaz na-quele que é, por excelência, o festival de inverno. No painel internacional, a oferta chega com alguns dos nomes mais aguar-dados pelos festivaleiros mais fiéis ao Vo-dafone Mexefest como Alt-J, Efterklang, Light Asylum, Madrid ou The Very Best, mas também com propostas frescas cuja apos-ta vai ao encontro do princípio de desco-berta que tem definido o conceito do even-to desde o início como Petite Noire e Trus’Me.Já a música nacional mantém o protago-nismo dos anos anteriores, fazendo do Vo-dafone Mexefest uma espécie de platafor-ma de lançamento e descoberta de novos projectos e, simultaneamente, um palco de consagração de músicos mais experientes. É neste sentido que surgem as confirma-ções de Nicotine’s Orchestra, Noiserv, Os Quais e Soaked Lamb. Os três últimos vão protagonizar uma ligação da Música à Li-teratura, juntando-se ao alinhamento do festival na comemoração do 25º aniversá-rio da Revista LER.Para mexer na música com o melhor cartaz possível, constituiu-se pela primeira vez uma Curadoria Vodafone Mexefest. A cons-tante troca de ideias e a partilha de novas descobertas musicais entre Jwana Godinho da Música no Coração, Pedro Ramos da Radar, Isilda Sanches da Oxigénio e Joa-quim Albergaria da Vodafone FM permiti-ram chegar a um cartaz vibrante, eclético e de extrema qualidade.

Com várias salas de espectáculo espalhadas pela Avenida e pelos Restauradores, o apoio à circulação do público é fundamental. Assim, para além dos programas de bolso distribuídos na bilheteira do Festival, nas ruas que ligam as diferentes salas haverá promotores-guias disponíveis para prestar toda a informação e garantir que ninguém se perde. A VODAFONE disponibiliza uma app para iPhone, iPad e An-

droid que cada espectador poderá descarregar para o seu telemóvel. Esta aplica-ção permitirá saber a lota-ção das salas a cada mo-mento, bem como outros conteúdos de interesse re-lacionados com o Festival, como o cartaz, informação dos artistas e horários dos concertos. O VODAFONE BUS é já um dos palcos aguardados do Festival e irá fazer continuamente o per-curso Cinema São Jorge – Garagem Vodafone (Pq. Est. Marquês de Pombal) – Ci-nema São Jorge entre as 20h00 (primeira saída do Cinema São Jorge) e a 01h30 (última saída do Cinema São

Jorge). De volta estarão também os Vodafone Shuttles que assegurarão o transporte do pú-blico entre todas as salas do festival. Outra das novidades é o Casting Vodafone Mexefest, que dará a oportunidade a novas bandas de actu-arem no festival. Para participar, as bandas (sem nenhum trabalho editado) terão de sub-meter vídeos de actuações ao vivo ou em salas de ensaios no YouTube. As melhores serão convidadas a tocar perante o comité Vodafone FM. Os melhores desempenhos no casting passarão para uma final no Facebook onde as bandas mais votadas terão direito a tocar no Vodafone Mexefest. A inscrição é feita online no site vodafonemexefest.com de 15 a 28 de Outubro. Depois de, na sua última edição, o festival ter descido a Avenida da Liberdade rumo aos Restauradores, a grande novidade este ano, no que toca aos espaços, passa não só pelo aumento do número de salas, mas igualmente pela relocalização de grande par-te do festival na parte Sul da Avenida. Assim, às Salas I e II do Cinema São Jorge, Teatro Tivoli BBVA, Cabaret Maxime, Casa do Alente-jo, Igreja de São Luís dos Franceses e Socie-dade de Geografia de Lisboa, juntam-se a Es-tação Vodafone FM (na Estação Ferroviária do Rossio), a Sala Super Bock Super Rock (Ateneu Comercial de Lisboa), o Ritz Clube, o Altis Ave-nida Hotel e, finalmente, o Starbucks, que ser-virá de ponto de partida para a programação do festival, garantindo concertos ainda duran-te a tarde.

Alt-J, Efterklang,

Light Asylum, Madrid ou

The Very Best

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LITTLE BOOTS_Com o seu álbum de estreia editado em 2009, Little Boots é uma das propostas mais frescas do novo electro-pop britânico. Por agora, a preocupação é tomar conta da costa mais ocidental da Europa e fazer com que o Vodafone Mexefest se torne oficialmente no cenário mais cor-de-rosa da electrónica feita por meninas.

TRUS’ME_Trus’me tem estado ligado a alguns dos nomes mais aliciantes da cena electrónica britânica. De Amp Fiddler a Fudge Fingas, passando pelo inevitável Gilles Peterson,a relação que mantém com a música não é apenas a de um produtor, mas o que fazé muito mais do que escolher os discos que fazem tremer a pista. Em dezembro, passa pelo Vodafone Mexefest para aquecer o inverno lisboeta com a banda sonora perfeita.

BRASS WIRES ORCHESTRA_Os Brass Wires Orchestra acabaram por encontrar a felicidade de quem ofereceao seu público muito mais do que uma simples canção. Com influências como Beirut ou Fleet Foxes, o colectivo lisboeta desenha a sua identidade sonora à volta de um folk quase progressivo. Agora, os oito companheiros de notas e melodias preparam-se para encantar a cidade de Lisboa e levar a sua versão de folk ao Vodafone Mexefest, num concerto absolutamente imperdível.

GALA DROP_Os portugueses Gala Drop são um caso raro de sucesso internacional, a bandade Lisboa reafirmou a sua posição de destaque no que toca à reinvenção do rockde fusão, onde as guitarras se cruzam tanto com afrobeat, como com incursões pelo psicadelismo ou pela electrónica.

DJANGO DJANGO_Os Django Django são uma daquelas histórias de sucesso que o rock alternativo britânico nos oferece de quando em quando. Depois do álbum de estreia homónimo ter chegado no início do ano, o quarteto de Edimburgo prova que é mais que uma aposta ganha e oferece o EP “Hail Bop” no verão. Entre um psicadelismo que ainda sobrevive pelas ruas da capital escocesa e a delícia do rock alternativo, os Django Django têm apaixonado a crítica, garantido reviews imaculadas em publicações como o The Guardian ou NME.

ALT-J_Com “An Awesome Wave”, nomeado para o Mercury Prize Award deste ano, desenganem-se os que pensam que o quarteto de Leeds anda nisto há pouco tempo: a banda juntou-se há cerca de cinco anos atrás, quando ainda todos estudavam na faculdade. A viragem chegou quando um deles escreveu uma mão cheia de canções inspiradas nas guitarradas do pai e em substâncias um tanto ou quanto alucinogénias. A estreia oficial chegou no final do ano passado, com o EP “∆” a roçar o extraordinário.

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Entrevista

ESCORT_Afinal, a dupla de Dan Balis e Eugene Cho multiplica-se em palco, garantindo quase sempre mais de uma dezena de músicos em cima do estrado. Entre os sopros de metal e os sintetizadores, as bolas de espelhos dos Escort fazem com que o clima de dança seja imperativo em qualquer uma das suas actuações, levando o público à loucura, numa explosão de ritmo contagiante.

MADRID_Os Madrid são o Adriano e a Marina. Conheceram-se em 2006 e reencontraram-se em São Paulo cinco anos depois. A missão de Marina e Adriano estava cumprida: tinham conseguido produzir o álbum “Madrid”, mas mais do que isso: tinham conseguido produzir a banda. Agora, a dupla prepara-se para ouvir português de sotaque cerrado ao mesmo tempo que larga o verão do outro hemisfério: os Madrid estão confirmadíssimos no Vodafone Mexefest.

THE 2 BEARS_Podíamos facilmente dizer que a dupla é uma espécie de actividade extracurricularde Joe Goddard dos Hot Chip, mas os ursos cresceram e são hoje muito mais do que isso. Com os dois pés bem assentes na pista de dança, a dupla de Goddard e Raf Rundell apaixonou os corações mais agitados graças à sua mistura irreverentede house com uma panóplia de outros estilos orelhudos. Entre o álbum de estreia, “Be Strong”, e incontáveis remisturas para nomes como Metronomy, Santigold ou Toddla T, o duo britânico tem sido uma das grandes sensações do ano, deixando bem patenteo desejo de se manter assim no futuro.

THE VERY BEST_Os The Very Best são um dos bastiões maiores do pós-modernismo deste novomilénio, onde a palavra-chave é “fusão”. “MTMTMK”, o mais recente disco do triode Esau Mwamwaya, Johan Karlberg e DJ Tron, é a confirmação dessa certeza.Do Malawi para Lisboa, com uma paragem por Londres, os The Very Best aterramno Vodafone Mexefest com a garantia de fazer com que o verbo dançar se tornequase um grito de guerra.

LIGHT ASYLUM_Alojada na onda darkwave nova-iorquina, a dupla de Shannon Funchesse Bruno Coviello desenha o seu trabalho numa explosão de sintetizadoresitalianos.O disco homónimo da banda deixa passar cá para fora toda a suaidentidade híbrida, influências como Sleigh Bells, TV On The Radio ou !!!.

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Altis Avenida Hotel_Rua 1º Dezembro, 120, 1200-360 Lisboa21 044 00 00O Altis Avenida Hotel é um boutique hotel de charme em Lisboa.

Cabaret Maxime_Praça da Alegria, 58, 1250 Lisboa21 346 70 90A sala mais carismática da Praça da Alegria abrirá portas exclusivamente para dar guarida a alguns dos concertos do Vodafone Mexefest.

Casa do Alentejo_Rua Portas de Santo Antão,58, 2715-311 Lisboa21 346 92 31Tornou-se o primeiro casino em Lisboa, no início do século passado.

Cinema São Jorge_Avenida da Liberdade, 175, 1250-141 Lisboa21 310 34 00Apesar de ser originalmente um cinema, este início de século devolveu ao São Jorge o estatuto de ser uma das mais conceituadas salas de espectáculos do coração lisboeta.

Estação Vodafone FM - Estação do Rossio_Praça D. João da Câmara, 1200-147 LisboaInaugurada em Maio de 1891, a Estação do Rossio é uma das mais emblemáticas estações ferroviárias da capital.

Igreja de São Luís dos Franceses_Beco de São Luis da Pena 34, 1150-336 Lisboa91 919 46 14Situada nas Portas de Santo Antão, é um espaço único e surpreendente.

Ministerium Clube – Terreiro do Paço_Terreiro do Paço, 1100-038 Lisboa 91 693 18 84Recriado no interior das antigas instalações do Ministério das Finanças.

Sala Super Bock Super Rock - Ateneu Comercial de Lisboa_Rua das portas de St. Antão, nº 110, 1150-269 Lisboa 21 324 60 60Localizado na Rua das Portas de Santo Antão.

Starbucks_Praça D. João da Câmara, 1200-147 LisboaLocalizado dentro da emblemática estação ferroviária do Rossio, o Starbucks é uma das mais reconhecidas coffee houses do mundo.

Teatro Tivoli BBVA_Avenida da Liberdade, nº 182 a 188, 1250-146 Lisboa 21 357 20 25O Teatro Tivoli é uma sala histórica, entre o cinema, o teatro, o bailado e a música, as artes que por ali passaram.

BILHETESBilhete único para os 2 dias do Festival - 40€O bilhete é um passe único que deverá ser trocado por pulseira, pelo próprio, na bilheteira do Festival localizada no Cinema São Jorge, a partir de dia 6 de Dezembro às 13h00, e que dará acesso a todos os concertos em todas as salas, sempre de acordo com a lotação de cada uma. Ou seja, haverá sempre lugar para assistir a um concerto mas, para assistir aos mais concorridos, será con-veniente chegar cedo!

LOCAIS DE VENDA:Bilheteira no local do espectáculo a partir de dia 6 de dezembro, www.ticketline.pt, Fnac, Worten, El Corte Inglês (Lisboa e Gaia), Centros Comerciais Dolce Vita (Amadora, Porto, Vila Real, Ovar, Coimbra e Funchal), Casino de Lisboa, Galerias Campo Pequeno, Abep, Estações de Correios, www.ctt.pt e Teatro BBVA Tivoli. Reservas e informações: ligue 1820 (24 horas).

HORÁRIOS DA BILHETEIRA DO FESTIVAL E TROCA DE PULSEIRAS:Dia 6 - das 13h00 às 22h00Dia 7 - das 13h00 às 01h00Dia 8 - das 13h00 às 01h00

ESTACIONAMENTONo que diz respeito a estacionamento, os parques mais próximos são:

- Marquês de Pombal - Parque Mayer - Hotel Tivoli - Restauradores

TRANSPORTESPara evitar trânsito e tempo perdido à procura de estacionamento, aconselham-os a que se chegue ao Festival usando os Transportes Públicos, nomeadamente o Metro, sendo que haverá uma extensão do horário da Estação Avenida.

Metro – Linha Azul – Estação AvenidaCarris – Carreiras 36/44/702/711/732/745Praças de Táxis – Restauradores / Teatro D. Maria II / Praça da AlegriaComboio – Estação do Rossio

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Artigo

THE BLACK KEYSOs Black Keys já estrearam em Portugal. Os norte--americanos actuaram no dia 27 de Novembro, no Pa-vilhão Atlântico, em Lisboa. O concerto foi anunciado no site oficial da banda.Há muito tempo que os fãs portugueses da dupla Dan Auerbach (voz e guitarra) e Patrick Carney (bateria) pediam um concerto dos Black Keys, que editou no final do ano passado o sétimo álbum de originais, o muito aclamado “El Camino”. “Lonely Boy” é o primeiro single e já se tornou um sucesso. Em 2010, ano em que chegou às lojas “Brothers”, os Black Keys conquistaram três prémios Grammy, nas categorias de Melhor Álbum de Música Alternativa, Melhor Canção com “Tighten Up”, e Melhor Gravação. Os Black Keys estão actualmente em digressão nos Estados Unidos juntamente com os britânicos Arctic Monkeys.

Black Keys já trabalham em disco novoBanda esteve em estúdio este verão e quer começar a gravar no começo de 2013.

Os Black Keys revelaram à Rolling Stone que estiveram recentemente em estúdio, para alinhavar as primeiras ideias relativas ao seu próximo disco. “Passámos uma semana em estúdio”, explicou Dan Auerbach, referindo--se à passagem por um estúdio em Nashville, em julho. “Só quisemos organizar umas ideias e pôr as coisas a rolar”, acrescentou o vocalista e guitarrista. Os Black Keys deverão começar a gravar o sucessor de El Camino no início do próximo ano, tendo manifestado o seu desejo de terminar as sessões rapidamente. Quanto ao som do oitavo álbum dos norte-americanos, Auerbach esclarece: “Nunca sabemos o que vai acontecer. Não falamos sobre isso. Não fazemos planos. Gostamos que as coisas sejam espontâneas”. A banda também ainda não sabe se voltará a trabalhar com Danger Mouse, produtor dos seus últimos três discos. Os Black Keys tocaram no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, no dia 27 de novembro. Os bilhetes custaram entre 29 euros e 39 euros.

Brothers foi lançado a 18 de Maio de 2010, apresentando uma lista de 15 faixas. O álbum foi produzido pelos Black Keys e Mark Neill e masterizado por Tchad Blake.A Revista Rolling Stone colocou Brothers na posição nú-mero 2 nos Melhores Álbuns de 2010 e “Everlasting Light” em 11º na lista de Melhores Singles de 2010. A 14 de De-zembro de 2010, a Spin nomeiam os The Black Keys como Artista do Ano para 2010.Os The Black Keys foram nomeados para três prémios da Billboard Music Awards: Melhor Artista Alternativo, Melhor Álbum de Rock e Melhor Álbum Alternativo, para o álbum Brothers: El Camino.Os Black Keys iniciaram as gravações para o seu sétimo álbum de estúdio por volta de Março de 2011. Eles supos-tamente gravaram no novo estúdio de Dan em Nashville, no Tennessee.A 14 de Julho de 2011, os Black Keys, numa entrevista com a Spin revelaram que eles tinham terminado o álbum, comparando as influências sonoras a The Clash e The Cramps. O álbum foi lançado a 6 de Dezembro de 2011.A Revista Rolling Stone colocou El Camino como número 12 na lista dos 50 melhores álbuns do ano. E “Little Black Submarines” foi número 18 na lista dos 50 melhores sin-gles.Na primeira digressão viajaram numa carrinha cinzenta com painéis laterais de madeira. Este ano, esgotaram os bilhetes para Madison Square Garden em apenas 15 mi-nutos. Em entrevista à GQ, a 28 de março, falam dos tem-pos difíceis, do ponto mais baixo da carreira musical e da ascensão que o seguiu, e confessam o seu fascínio pelo hip-hop, a religião, o futebol e a tristeza. Depois de terem tocado Gold On The Ceiling no famoso talk show dos EUA, Letterman, a banda pediu ao realizador Reid Long para fazer um vídeo da faixa que ilustrasse a digressão norte--americana, onde surgem centenas de pessoas que espe-ram ansiosamente por um concerto em Manhattan. O cenário para Portugal, espera-se, será semelhante.

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Os norte-americanos actuaram no dia 27 de Novembro, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa.

A banda é frequentemente comparada aos The White Stripes por ser um dueto usan-do apenas bateria e guitarra e ao estilo de Jimi Hendrix Experience. Robert Plant do Led Zeppelin, Josh Homme do Queens of the Stone Age, Billy Gibbons do ZZ Top e Thom Yorke e Jonny Greenwood do Radio-head são fãs da banda. O guitarrista do Metallica Kirk Hammett também afirmou que gosta de escutá-los. O baterista do Arctic Monkeys, Matt Helders pode ser vis-to com uma camisa dos Black Keys duran-te uma entrevista para a ‘’MTV’s RAW’’, além de diversas oportunidades em con-certos. Os fãs portugueses já deram as boas vindas aos Black Keys no site oficial da banda: “Welcome To Portugal, land of sun, sea and great red wine. I don’t care about the IMF/EU since I know you’ll be coming to Lisbon. Cheers”.

The Black Keys foi formado em 2001 e no início da carreira já era bastante ativo na cena underground de Akron, Ohio. A ban-da lançou seu álbum de estréia The Big Come Up em 2002 e fez muito sucesso pa-ra uma banda de rock independente. The Big Come Up bem como o álbum seguinte Thickfreakness (lançado em 2003), foram gravados no porão da casa de Patrick, sendo utilizado um gravador de fita cassete dos anos 80. O álbum gerou dois singles lançados em um EP, Leavin’ Trunk e She Said, She Said no qual ambas as músicas são regravadas de outros artistas. Leavin Trunk é um blues tradicional e She Said, She Said foi gravado originalmente pelos Beatles. I’ll Be Your Man é o tema da série americana Hung do canal HBO.

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Concerto

Numa das muitas declarações que tivemos o gosto de recolher, durante a preparação do artigo de capa da BLITZ de outubro, hou-ve uma frase que não foi para as bancas mas nos ficou a tilintar na memória até hoje, dia do primeiro concerto dos Ornatos Violeta no Coliseu de Lisboa: “Com os Or-natos a verdade não tira férias”. Quem o disse foi um grande amigo da banda, que nos tempos anteriores ao primeiro álbum emprestava aos portuenses uma casa per-to de Aveiro para as maiores tropelias. Es-ses tempos foram recordados esta noite - uma grande, enorme, incomensurável noite - com várias músicas inéditas, escri-tas nesses verdes anos, e mesmo o primei-ro vocalista de sempre da banda, Ricardo Almeida (“Não sabemos onde estás, mas um grande abraço, Ricardo”, disse Manel Cruz) foi lembrado na interpretação de uma canção da sua autoria (“Sacrificar”). Há humildade e generosidade neste revisitar e partilhar de um passado mais longínquo, mas há também - e voltamos à ideia inicial - uma sede de verdade muito palpável e rara. Com o Coliseu há muito esgotado, na primeira de três noites de “celebração”, os Ornatos podiam ter escolhido qualquer ali-nhamento e encontrado a aclamação, nu-ma partida ganha antes do apito inicial. Mas deram o pontapé de saída com “Para Nun-ca Mais Mentir”: além da mensagem (a verdade, que nas letras de Manel Cruz tan-to dói), trata-se de um dos temas menos imediatos de O Monstro Precisa de Ami-gos e ainda um dos que mais esforço de memória exige ao vocalista, com a sua centopeia de verbos no infinitivo. Começa-ram pelo mais difícil, então, e quase com uma declaração de intenções, ou assim escolhemos ver - os Ornatos Violeta, em 2012 como na hora do adeus, há dez anos, não vieram para mentir (dando uns concer-tos funcionais e sem coração, como se podia temer), vieram para celebrar a sua música, a sua amizade e o algo mais, o algo muito maior que da mistura de tudo isso nasce.Podem ter começado pelo mais complicado, mas nada há a temer por par-te de quem ainda vai a um dos próximos cinco concertos (dois em Lisboa, três no

Porto): visivelmente felizes e emocionados, Manel Cruz, Peixe, Nuno Prata, Elísio Do-nas e Kinörm deram ao povo tudo o que o povo quis ouvir. Por um coliseu a fervilhar passaram os êxitos de O Monstro Precisa de Amigos (e não deixa de ser curioso ver canções como “Chaga”, “Dia Mau”, “Ouvi Dizer”, “O.M.E.M.”, “Pára de Olhar Para Mim” ou “Nuvem”, mais carregada do que nunca, cumprirem, depois de finda a banda, o enorme potencial que já tinham ao nascer, em 1999); a vertigem narrativa, ginasticada e sexual de Cão! ; inéditos com fartura, não só dos incluídos no disco de ra-ridades lançado no ano passado como pérolas desconhecidas e anterio-res ao primeiro disco; praticamente todas as canções-miniatura que os fãs mais apaixonados se pelam por ouvir (num dos três encores, Manel Cruz surgiu sozinho com guitarra acústica para to-car a inesquecível “Ra-quel”, mas foi o coro do público em perfeito delí-rio que acabou por se ouvir do início ao fim de uma das músicas “mas-cote” de Cão! ).  Anuncia-da há cerca de um ano, esta reunião dos Ornatos foi recebida com tanto entusiasmo pelos admi-radores como por algum ceticismo por parte de outros observadores, mas ninguém que te-nha estado esta noite no Coliseu poderá negar a alegria com que a banda tocou, os olhares e sorrisos de pura satisfação com que os portuenses se entregavam às can-ções, as canções que, de tanto e tão inten-samente que foram ouvidas por nós, já não são canções, são quadros de outras vidas, polaroids de um tempo em que a palavra “futuro” só tinha uma conotação positiva, ou então aquilo que não chegámos a viver mas ao menos conhecemos bem das le-tras, cantadas em coro eufórico, de Manel Cruz. A energia entre a banda e, depois, entre esta e o público era de tal forma ar-

rebatadora que, a certa altura, uma fã dou-torada a nosso lado exclamou, emocionada: “Eles estão a fazer amor uns com os ou-tros!”. E, nem de propósito, foi nessa altu-ra que os Ornatos chamaram a palco não uma estrelita do momento, não um convi-dado ilustre, mas um “cavalheiro” que, na plateia, pedia com um singelo cartaz para tocar com a banda a canção “Deixa Morrer”. O seu desejo foi cumprido (para estupefa-ção do próprio João, um sorriso do tamanho do mundo com uma t-shirt dos Beatles vestida) e a canção, uma das mais belas de Monstro, seguiu com dedicatória especial para a sortuda Beatriz. Que a banda tenha deixado o admirador brilhar desta forma diz o mesmo sobre estes cinco rapazes que o facto de a equipa que acompanhou os

Ornatos no Coliseu (e em Coura) seja pra-ticamente a mesma que com eles traba-lhava antes do fim: tal como disse Henrique Amaro, no mesmo artigo da BLITZ 76, se há quem ainda corresponda à ideia romântica de banda, podem muito bem ser eles. Os anos passaram por todos, os (bons) pro-jetos e discos sucedem-se (ainda este ano Peixe lançou o excelente Apneia , em tu-do diferente do trabalho violeta), mas os Ornatos são como antigos amantes que, de regresso aos braços um do outro, des-cobrem que tudo faz ainda sentido. Seria de temer, por exemplo, que Manel Cruz já não encarnasse com a mesma convic-ção as personagens de Cão! , mas “1 Bei-jo = 1000” (um cartoon em forma de can-ção), as magníficas “Dama do Sinal” e “Mata-me Outra Vez” ou as alucinantes

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“Débil Mental” (cantada em toda a sua plenitude libidinosa por uma criança de não mais de 8 anos), “Homens de Princípios” ou “Um Crime À Minha Porta” soaram tão contagiantes como sempre, portentos de adrenalina e humor, torrentes imparáveis de palavras que, na hora da verdade, ainda estão cá todas dentro, à espera do convite para saírem à rua. Mesmo nas canções que o público não conhecia e não podia conhecer, como “Gato com Dois Chifres” ou “Os Sítios onde Eu o Esqueço”, sentiu-se desejo de acompanhar e encorajar a banda, num caricato regresso a esses tempos meio cabaré, com harmónica e tudo, meio Pantera Cor-de-Rosa; nas canções por demais conhecidas, o Coliseu estremeceu sob o frenesim dos pés em festa e, como aconteceu em “Dia Mau”, a loucura gene-

ralizada apanhou os músicos de surpresa, obrigando-os a parar para, com gratidão, con-templar a tempestade ali gera-da.Num concerto sem quebras de ritmo, temos dificuldade em escolher o momento mais in-tenso ou memorável, mas lem-bramos-nos que, durante “Dei-xa Morrer”, a tal canção em que o fã João tocou a guitarra acús-tica de Manel Cruz, a primeira vez que o verso “E aparece as-sim, acendeu-se a luz, estão vivos outra vez”foi entoado o Coliseu se uniu num bruaá sem fim, de emoção, de saudade, de agradecimento. Banhados por uma luz dourada, os Ornatos sentiram o arrepio que percor-reu a sala é como o entusiasmo de músicos e fãs: àquela esca-la, não se pode fingir. Foi há cer-ca de um ano que soubemos que os Ornatos se iam reunir

para alguns concertos de celebração: face ao que vimos esta noite, falar em celebra-ção é dizer pouco.

Hug

o Li

ma

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Power to you

Havia nervosismo no ar. Junto às grades guardavam-se lugares desde há algumas horas. Nas filas seguintes tam-bém ninguém arredava pé. Contavam-se as horas. Até que cinco ex-rapazes, agora adultos, entraram em palco para os primeiros sons de Tanque. Consumava-se o maior acon-tecimento do EDP Paredes de Coura e, porventura, do ano musical português: os Ornatos Violeta estavam de regresso.A recepção não podia ser mais forte: a noite de sexta--feira foi, sem sombra de dúvidas, uma das mais concor-ridas da história do festival minhoto, o que para prenda de 20.º aniversário não está nada mau. Numa edição sem muitos nomes de peso, esse papel coube aos Ornatos, que praticamente fecharam o festival (os mais resistentes con-tinuaram a festa no palco Vodafone FM com a disco negra dos Chromatics e Sunta Templeton). Tanque, dizíamos, foi a primeira canção do concerto dos Ornatos Violeta, cuja primeira parte seguiu na íntegra o alinhamento do segun-do e último álbum do grupo, o imaculado O Monstro Pre-cisa de Amigos (1999). Dir-se-ia que não passaram dez anos sobre a despedida: a banda tocou na perfeição os 13 temas daquele disco, do rock de O.M.E.M. (o peso dos riffs de Peixe em contraste com os sombrios teclados de Elísio Donas) à introspecção de pelúcia de Deixa morrer. Ouvi dizer teve a previsível recepção eufórica, mas, nas filas da frente, onde o PÚBLICO viu o concerto, a devoção era plena: todas as palavras, da primeira à última, eram can-tadas por milhares de pessoas. E os devotos ali presentes eram, na sua maioria, adolescentes ou pós-adolescentes, o que confirma que a adoração aos Ornatos Violeta explo-diu com a banda já extinta.No palco, a emoção era também evidente, com sorrisos cúmplices entre os músicos e Manel Cruz em repetidos agradecimentos ao público. “Não sei o que dizer”, confes-sou. Saíram do palco depois de reverem O Monstro Preci-sa de Amigos, mas voltaram duas vezes para apresentar canções mais obscuras – nem sombra de Cão!, o outro álbum dos Ornatos (tal ficará, certamente, para os quatro concertos nos coliseus do Porto e de Lisboa, em Outubro). Mostraram canções que podiam ter entrado em O Monstro, mas que ficaram na gaveta; foram a 1993 (“muito antes do Cão!”, lembrou Cruz) buscar uma canção que quase nin-guém ouviu, A metros de si; recuperaram Tempo de nascer, incluída na compilação Tejo Beat, de 1998, velha preferên-cia dos fãs mais conhecedores.

Paredes deCoura

Regresso dos Ornatos Violeta enche Paredes

de Coura.

Entrevista em Paredes de Coura_

E que tipo de público acreditam que vão ter à vossa es-pera? Mais miúdos ou mais graúdos?Peixe - No público dos festivais há tanta gente que acaba por haver um pouco de tudo. Imagino que haja muitos miúdos, porque noto pelos meus alunos que há mWuita gente [nova] que gosta dos Ornatos, apesar de só ter co-nhecido a banda depois de ela ter acabado. Entre jovens e adolescentes poderá haver muito público. E vai haver uma data de cotas como nós, de certeza (risos). Acho que vai ser um reencontro, sobretudo nos coliseus mas também em Paredes de Coura - um reencontro geracional, de pessoas mais ou menos da nossa idade que acompanha-ram o grupo.

Agora que voltaram a conviver com as canções do Mons-tro, deram por vocês a pensar que gostavam de mudar algumas coisas no disco?MC - Vamos reproduzir as músicas, mas será sempre da maneira que tocamos agora, e essa também é a maneira de conseguirmos pôr isto a soar. Havia músicas que [na altura] soavam um bocadinho tensas, a meu ver, mas que eram compensadas, porque essa tensão era fruto de uma energia, de uma vontade tensa, mas muito grande, de fazer as coisas. Tínhamos coisas que agora não temos e agora temos coisas que na altura não tínhamos. Aí é que as coisas têm de mudar mesmo: já não temos uma ener-gia adolescente, mas temos uma forma diferente de usu-fruir dos momentos de música, que nos permite dar uma expressão às músicas que nós não tínhamos - às vezes mais calma, no sentido de [darmos] mais tempo para as coisas evoluírem numa música. [Temos] menos ansiedade, e uma interpretação um bocadinho mais dominada, que acho que é muito fixe. A sensação que eu tenho é muito boa, até porque algumas músicas me soam como nunca tinham soado.

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35N

Power to you

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AGENDACONCERTOS

7 DEZEMBRO

WRAYGUNN MUSIC BOX

00H

8 DEZEMBRO

BLACK BOMBAIM BRAGA

22H

8 JANEIRO

ENTER SHIKARI TMN AO VIVO

21H

17 JANEIRO

BILLY TALENT HARD CLUB

21H

13 FEVEREIRO

SIGUR RÓS COLISEU PORTO

21H

17 FEVEREIRO

CRYSTAL CASTLESTMN AO VIVO

21H

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ALBUNS 2012

Lana Del Rey-

Born To Die

Air -

Le Voyage DansLa Lune

The xx-

Coexist

The Big Pink -

Future This

Muse -

The 2nd Law

Alt-J -

An Awesome Wave

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Artigo

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39N

CALDAS Nice

Jzza

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Composto por três músicos que criaram e interpretaram ao vivo uma banda sonora para o 3º ato da peça de teatro “O Ginjal ou o Sonho das Cerejas” (encenação Mónica Calle / Casa Conveniente 2010), baseada na obra de Anton Tchekhov, o Tchekhov Trio, agora como projeto independente e com repertório alargado, salta do teatro para outros palcos, procurando manter e trans-mitir na música e apresentação o caráter festivo, numa constante interação com o público.O trio é formado por João Madeira (contra-baixo e percussões), Gonçalo Lopes (clari-nete) e Rini Luyks (acordeão).No dia 1 de novembro, pelas 18h, é a vez de Tubab, mais um dos projetos musicais que Sérgio Carolino dirige, neste em parceria com Jorge Queijo, onde reina o improviso total e a espontaneidade.Participarão três convidados especiais: Alexandre Frazão (bateria), Mário Marques (saxofones soprano e tenor e eletrónica) e Ruben da Luz (trombone e trombone elé-trico).Sérgio Carolino é um dos tubistas mais aclamados no panorama internacional, estando em constante atividade tanto como solista e professor nos mais diversos fes-tivais de música, conservatórios e univer-sidades um pouco por todo o mundo.No dia 2 de novembro, às 21h30, toca Mau-rizio Minardi, pianista, acordeonista, saxo-fonista. Compositor e arranjador a residir em Londres desde 2008, terminou seus estudos de piano, órgão e composição no Conservatório “Martini”, Bolonha, Itália.

Também formado em Musicologia pela Uni-versidade Dams de Bolonha. Aperfeiçoou os seus estudos na área do Jazz em Workshops com Barry Harris, Enrico Rava, Paolo Fresu, Danilo Rea e com Simone Zanchini.Maurizio fundou, compôs, produziu e fez os arranjos para o grupo Pop eletrónico “Oz” e para o grupo de Jazz-tango Quarteto Ma-gritte, tendo gravado vários discos , com estas e outras formações.Aclamado pela crítica em 2011 pela produ-ção e realização do projeto Orquestral – eletrónico no disco “Works”, escreve regu-larmente canções para cantores populares italianos, nomeadamente para Gianni Mo-randi, Barbara Cola e Franz Campi, além de participar regularmente como compo-sitor de canções para o grande festival musical de Sanremo.Tem tocado em vários festivais.O quinteto de Maria João Fura sobe a palco no dia 3, pelas 21h30, com canções originais em português que abordam o quotidiano atual com ironia, numa ambiência sonora que viaja entre a Bossa-Nova, o Blues e o Jazz, sempre num tom lusófono.Com músicos provenientes de bandas já reconhecidas como pos Terrakota, Farra Fanfarra, os Cacique 97 e a Orquestra Arte & Manha, este concerto resulta numa mis-tura sonora bem temperada. O quinteto é constituído por Maria João Fura (voz e gui-tarra), Rui Magarreiro (teclas e vozes), Vi-nicius de Magalhães (trombone e vozes), Janeca (contrabaixo, baixo elétrico e vozes) e Nataniel Melo (percussão).O Filipe Melo Trio anima o dia 4, às 18h00.

Este trio surge da vontade de apresentar ao público um coletivo de músicos que fa-lam a mesma linguagem, e que aqui en-contram um espaço para experimentar e compor livremente.Nesta formação, Filipe Melo conta com André Carvalho (contrabaixo) e João Rijo (bateria) - dois músicos com quem se apre-sentou regularmente em diversas forma-ções. O pianista Filipe Melo nasceu em Lisboa e estudou no Hotclube de Portugal e no Berklee College of Music. Do seu per-curso destaca-se, por exemplo, a colabo-ração com Peter Bernstein, Omer Avital, Donald Harrison Jr., Jesse Davis, Sheila Jordan, Paulinho Braga, Swingle Singers, Martin Taylor, Perico Sambeat, Herb Geller, Orquestra de Jazz do Hotclube, Orquestra Metropolitana, entre muitos outros.Haverá ainda um concerto extra no Caldas Nice Jazz, com a Big Band da Nazaré & Best Friends, no dia 10 de novembro, pelas 21h30.Depois de um percurso de 13 anos, esta formação vai enfrentar o grande desafio de gravar um CD ao vivo.Será, por isso, um concerto muito especial, também porque contará com alguns con-vidados que de alguma forma já colabora-ram com a formação.Esta Big-Band fez concertos em Portugal, Espanha, Bélgica e Alemanha. O lançamen-to do primeiro CD decorreu na apresenta-ção feita no 2º Festival Internacional de Big Band’s realizado em julho de 2003 na Nazaré.

CALDASNicejazz

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O Tchekhov Trio é composto por três mú-sicos que criaram e interpretaram ao vivo uma banda sonora para o 3º acto da peça de teatro “O Ginjal ou o Sonho das Cerejas” (encenação Mónica Calle / Casa Convenien-te 2010), baseada na obra de Anton Tchekhov.

O Tchekhov Trio, agora como projecto in-dependente e com repertório alargado, salta do teatro para outros palcos, procu-rando manter e transmitir na música e apresentação o carácter festivo do tal 3º acto de “O Ginjal”, numa constante interac-ção com o público.

MÚSICOSJoão Madeira - Contrabaixo e percussõesGonçalo Lopes – ClarineteRini Luyks – Acordeão

TUBAB é mais um dos projectos musicais que Sérgio Carolino dirige, neste em par-ceria com Jorge Queijo, proporcionam-nos linguagens musicais muito originais, onde reina o improviso total e livre, a criatividade e a espontaneidade.“TUBAB é uma viagem que fica na história da improvisação do Jazz. Com musicalida-de, criatividade e técnica, Sérgio e Jorge prestam homenagem a muitos dos passos evolutivos que os mais diversos artistas, tanto de tuba como na bateria e percussão, criaram ao longo das décadas.”Mas neste concerto haverá seguramente ainda mais espectativas, porque nele par-ticiparão três convidados especiais: Alexan-dre Frazão (bateria), Mário Marques (saxo-fones soprano e tenor e electrónica) e Ruben da Luz (trombone e trombone eléc-trico).

MÚSICOSSérgio Carolino - tuba / lusofone LúciferJorge Queijo - bateria/percussões e elec-trónicas

Tchekhov Trio

TUBAB

31 Outubro 2012 | 21h30 |

1 Novembro 2012 | 21h30 |

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Maurizio Minardi é um pianista, acordeo-nista, saxofonista. Compositor e arranjador a residir em Londres desde 2008.Terminou seus estudos de piano, órgão e composição no Conservatório “Martini”, Bolonha, Itália. Também formado em Mu-sicologia pela Universidade Dams de Bolo-nha. Aperfeiçoou os seus estudos na área do Jazz em Workshops com Barry Harris, Enrico Rava, Paolo Fresu, Danilo Rea e com Simone Zanchini.Maurizio fundou, compôs, produziu e fez os arranjos para o grupo Pop electrónico “Oz” e para o grupo de Jazz-tango Quarteto Ma-gritte, tendo gravado vários discos , com estas e outras formações.Aclamado pela critica em 2011 pela produ-ção e realização do projecto Orquestral – electrónico no disco “Works”.

Canções originais em português que abor-dam o quotidiano actual com ironia, numa ambiência sonora que viaja entre a Bossa--Nova, o Blues e o Jazz, sempre num tom lusófono.Com músicos provenientes de bandas já reconhecidas como pos Terrakota, Farra Fanfarra, os Cacique 97 e a Orquestra Arte & Manha, este concerto resulta numa mis-tura sonora bem temperada.

MUSICOS:Maria João Fura – Voz e GuitarraRui Magarreiro – Teclas e VozesVinicius de Magalhães – Trombone e vozesJaneca – Contrabaixo, Baixo eléctrico e vozesNataniel Melo – Percussão

Maurizio Minardi

Maria João Fura(Quinteto)

2 Novembro 2012 | 21h30 |

3 Novembro 2012 | 21h30 |

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Este trio surge da vontade de apresentar ao público um colectivo de músicos que falam a mesma linguagem, e que aqui en-contram um espaço para experimentar e compor livremente.Nesta formação, Filipe Melo conta com André Carvalho (contrabaixo) e João Rijo (bateria) - dois músicos com quem se apre-sentou regularmente em diversas formações. O pianista Filipe Melo, nasceu em Lisboa e estudou no Hotclube de Portugal e no Berk-lee College of Music.Do seu percurso des-taca-se, por exemplo, a colaboração com Peter Bernstein, Omer Avital, Donald Har-rison Jr., Jesse Davis, Sheila Jordan, Pau-linho Braga, Swingle Singers, Martin Taylor, Perico Sambeat, Herb Geller, Orquestra de Jazz do Hotclube, Orquestra Metropolitana, entre muitos outros. Tocou em inúmeros festivais - Israel, An-gola, Egipto, Croácia, Roménia, etc.

Bilhete 5 Concertos Caldas Nice Jazz 15.00€

Rua Dr. Leonel Sotto Mayor2500-227 Caldas da Rainha

Tel.: 262 889 650 / 262 094 081Fax: 262 889 660E-mail: [email protected]

Apoio à ImprensaE-mail: [email protected]

Filipe Melo(Trio)

4 Novembro 2012 | 18h00 |

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A primeira vez é sempre na 3.

Big Band

Big Band da Nazaré & Best Friends

Depois de um percurso de 13 anos, esta formação vai enfrentar o grande desafio de gravar um CD ao Vivo!Por isso, este será um concerto muito especial, tam-bém porque contará com alguns convidados que de alguma forma já colaboraram com a formação.Esta Big-Band fez Concertos em Portugal, Espanha, Bélgica e Alemanha, destacando-se a participação no Festival de Jazz de Ponte-Vedra, Festival de Mú-sica de Medina del Campo, Jazz às Quintas no CCB, Festival de Jazz da Alta Estremadura, Festival de Jazz de Aljustrel, Festival de Jazz de Portalegre, Festa do Jazz no Teatro S. Luís, nos Encontros de Jazz de Évora (com Carlos Martins como convidado), no Festival de Tomar, Palco 1º de Maio da Festa do Avante, no Hot Club de Portugal, Bflat em Matosi-nhos, no Festival “A Arte da Big Band”, Lisboa e no Portugal Jazz em diversas localidades.O lançamento do primeiro CD decorreu na apresen-tação feita no 2º Festival Internacional de Big Band’s realizado em Julho de 2003 na Nazaré, tendo como convidada a cantora Joana Rios e em 2005 no 4º Festival, um concerto com a cantora Jacinta.O segundo CD, “Filme”, editado em 2006, e o tercei-ro “10 Anos”, editado em 2009, são a mostra da evolução musical desta formação e têm recebido os melhores elogios da crítica especializada, tendo sido discos em destaque em alguns programas de rádio e revistas dedicadas ao jazz.

The Big Band:

Adelino Mota – DirectorAlberto Valongo - Guitar track 3, 7 & 8André Murraças - Tenor Saxophone - Solos track 6, 8 & 15André Ramalhais – Trombone André Venâncio – TrumpetBruno Monteiro – Drums Élio Fróis – TromboneFábio Matias – Bass TromboneGonçalo Justino – GuitarGonçalo Leonardo - Doublebass track 4, 5, 9, 10 & 11João Capinha – Tenor & Soprano Saxophone - Solos track 1, 7 & 14Joana Rios - Vocal track 9, 10 & 11Joaquim Pequicho – Alto Saxophone – Solo track 12Júlia Valentim – Vocal track 4, 5, 13 & 14Luís Guerreiro – Trumpet – Solo w/ effects track 16Margarida Louro – TrumpetNuno Mendes – Alto Saxophone – Solo track 3 & w/ WI on 16Pedro Morais – Baritone SaxophoneRicardo Caldeira – PianoRui Correia – TromboneTiago Lopes – Electric BassTó-Zé Morais - Trumpet & Flugel solos track 3, 6 & 10Vítor Guerreiro – Trumpet solo track 2Wilson Ferreira – Tenor Saxophone

Recorded LIVE at CCC Caldas da Rainha on the 10th of November 2012

Director and Producer - Adelino Mota

Recording and Mastering - Marco Jung

Concerto e Gravação de CD ao vivo no CCC

Concerto

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A primeira vez é sempre na 3.

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“Num filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação.”

Charles Chaplin

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Tim Burton

Claro que a sua infância só podia ter sido peculiar, imaginativa. A escola difícil - um tédio. E ele sempre perdido nos seus pensamentos. Tim Burton é ma-ravilhoso - como realizador e como artista. Assim como os seus filmes, mais os desenhos que lhes deram origem - ou vice-versa. A imagem de um Batman (Michael Keaton ) em que ninguém acredi-tava mas que, pela primeira vez na história de Hollywood, conseguiu ter lucro com merchandising; as mil-e-uma caras de Johnny Depp - em Eduardo Mãos de Tesoura, Charlie e a Fábrica de Chocolate, Sweeney Todd; os bonecos, melhor, as personagens fortes e encantadoras e cadavéricas criadas para O Estranho Mundo de Jack ou A Noiva Cadáver. Ou os olhos esbugalhados dos heróis de Marte Ataca!.Tim Burton, 51 anos, norte-americano é, ele próprio, a figura principal da retrospectiva, que inaugurou dia 22 de Novembro, no MoMa de Nova Iorque. Fotogra-fias, desenhos, filmes, storyboards,maquetas, bone-cos, esculturas, roupas, tudo saído da sua imagina-ção.Tim Burton, assim se chama a mostra, organizada com a sua colaboração, tem como curadores Ron Magliozzi e Jenny He. Até 26 de Abril de 2010 estarão ao nosso alcance 700 peças que mostram que tudo é possível dentro do “estranho mundo de Burton”.

E serão exibidos 14 dos seus filmes,incluindo as primeiras curtas-metragens, bem como algumas obras que lhe serviram de inspiração: Frankenstein (1931), de James Whale, Nosferatu (1922), de F.W. Murnau, e O Gabinete do Dr. Caligari (1920),de Robert Wiene.Durante a conferência de imprensa para apresentar esta mostra, Tim Burton descreveu a experiência como uma “saída de meu próprio corpo, surreal e surpreende”. Porventura tão surpreendente como Morte Melancólica do Rapaz Ostra & Outras Histó-rias, um livro infantil que escreveu um dia, e que reúne 23 histórias para miúdos e graúdos, em que as personagens são heróis especiais, sem superpo-deres, meros sobreviventes num mundo sem amor.Esperamos agora pela sua versão da obra de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas: Johnny Deep interpreta o Chapeleiro Louco, Anne Hathaway a Rainha Branca e Helena Bonham Carter (a sua mu-lher) a Rainha de Copas. E nós, fazemos de Coelho Branco... já estamos atrasados para apanhar o avião até NY.

Artigo

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O novo filme de Tim Burton, Frankenweenie, é um objecto feito com pequenos bonecos anima-dos em que o realizador retoma a história de um dos seus primeiros títulos, a curta-metragem homónima, rodada em 1984. Num caso como noutro, trata-se de propor uma variação insólita sobre o mito clássico de Frankenstein, gerado pelo romance de Mary Shelley publicado em 1818. Com duas diferenças importantes: primeiro, o cientista que aposta em criar vida no seu labo-ratório é agora uma criança solitária, na família e na escola, hiper-dotada para as ciências; além do mais, o ser “ressuscitado” no meio de relâm-pagos e intricados circuitos eléctricos não é hu-mano, mas sim... um cão!Há uma ironia desconcertante em tudo isto. De facto, o estúdio produtor, Disney, reagiu muito mal à curta-metragem original, considerando que a ambiência mais ou menos macabra (ainda que plena de humor) era inadequada para o pú-blico infantil. Mais do que isso: Tim Burton foi despedido... Agora, regressa a Frankenweenie e, de novo, com chancela da Disney!Como é óbvio, o realizador pode consumar este regresso a um dos seus temas mais queridos graças ao estatuto conquistado no interior da máquina de Hollywood.

“Um menino que ressuscita um cão; um realizador que ressuscita um filme antigo cinema.”

E não apenas por ter assinado uma série de fil-mes mais ou menos fantásticos e de grande su-cesso (Batman, Batman Regressa, Marte Ataca!, etc.). Também porque o seu trabalho, quer como rea-lizador, quer como produtor, tem sido marcado por uma ousada e inventiva capacidade de expe-rimentação técnica.Neste caso, o experimentalismo é paradoxal-mente primitivo, uma vez que Tim Burton volta a aplicar a antiga técnica de stop motion, no es-sencial resultante da manipulação de figurinhas filmadas imagem a imagem, de modo a gerar a ilusão de movimento (A Noiva Cadáver, de 2005, era a sua experiência mais recente nesse domí-nio). Mais do que isso: respeitando a memória dos filmes antigos de Frankenstein (o primeiro, de James Whale, com Boris Karloff na figura do monstro, surgiu em 1931),Frankenweenie é uma produção a preto e branco, coisa que há muito se tornou uma raridade no catálogo dos grandes estúdios americanos.Tim Burton poderá ser definido, afinal, como um criador quer conseguiu essa admirável proeza de manter uma sistemática relação de trabalho com os estúdios de Hollywood.

“Frankenweenie é uma produção a preto e branco, coisa que há muito se tornou uma raridade no catálogo dos grandes estúdios americanos”

Frankenweenie

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A Cinemateca Portuguesa-Museu do Cine-ma é o organismo nacional, tutelado pelo Secretário de Estado da Cultura, que tem por missão a salvaguarda e a divulgação do património cinematográfico. Foi fundada no início dos anos 50 por um dos pioneiros das cinematecas europeias, Manuel Félix Ribeiro, e tornou-se uma instituição autó-noma em 1980. Desde 1956, a Cinemateca é membro da Federação Internacional dos Arquivos de Filmes (FIAF), criada em 1938, com o objectivo de promover a conservação e o conhecimento do património cinema-tográfico, conjugando os esforços dos mais importantes arquivos do mundo, e que con-ta actualmente com mais de 150 afiliados de 77 países. Também em 1956, foi inau-gurada a primeira sala própria da Cinema-teca, dedicada à sua actividade exibidora. Em 1996, a Cinemateca abriu um moderno centro de conservação nos arredores de Lisboa, que é actualmente a base de todas as actividades de preservação, pesquisa técnica e acesso, incluindo o uso de novas tecnologias.

A Cinemateca desempenhou um papel de-cisivo na criação e desenvolvimento da re-de de instituições europeias dedicadas à preservação do património cinematográfi-co europeu, sendo co-fundadora da Asso-ciação Europeia de Cinematecas (ACE) e participando em diversos programas, tais como: Projecto LUMIÈRE (Programa Euro-peu Media I, 1991-1995, que teve sede em Lisboa); ARCHIMEDIA – Rede Europeia de Formação para a Promoção do Património Cinematográfico; «Urgent: Nitrate Can’t Wait» (programa Raphael); European Film Gateway (2008-2011).

1948 Criação da Cinemateca Nacional, pela Lei nº 2027, integrada nos serviços do SNI.1954 Construção dos depósitos de filmes da Cinemateca Nacional com sistema de condicionamento de ar.1956 Entrada da Cinemateca na Federa-ção Internacional de Arquivos de Filmes (a candidatura tinha sido apresentada dois anos antes).1958 Início da actividade de programação da Cinemateca no Palácio Foz e abertura da Biblioteca ao público.1971 Lei 7/71 de 7 de Janeiro, que esta-belece a criação do Instituto Português de Cinema e a integração da Cinemateca Na-cional no mesmo; transferência dos servi-ços para a Rua de S. Pedro de Alcântara; os cofres e a sala de cinema mantêm-se no Palácio Foz.1980 Pelo Decreto-Lei nº 59/80, de 3 de Abril, a Cinemateca Portuguesa (designa-ção que substituía a de Cinemateca Nacio-nal) é dotada de autonomia administrativa e financeira, personalidade jurídica e pa-trimónio próprio. Aquisição do imóvel na Rua Barata Salgueiro para edifício-sede da Cinemateca Portuguesa.Publicação do decreto regulamentar nº 33/80, dotando a Cinemateca “dos meios e estruturas consentâneos com a missão que lhe está reservada”. Neste decreto é esta-belecido que as receitas da Cinemateca correspondem a 20% das receitas orça-mentais do IPC, provenientes do imposto adicional sobre espectáculos de cinema. Constituição de um grupo de trabalho pro-posto pelo IPC e RTP, que integra elemen-tos da Cinemateca, para a criação do Ar-quivo Nacional das Imagens em Movimento. A UNESCO aprova e publica a “Recomen-dação de Belgrado”, que chama a atenção de todos os governos do mundo para a im-portância da conservação das imagens em movimento.

Apresentação

História

Artigo

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Programação

1981 Janeiro: Instalação dos serviços e pessoal da Cinemateca no novo edifício.Destruição total da sala de cinema, provo-cada por um incêndio devido à combustão de um rolo de uma cópia com suporte de nitrato de celulose.Projecto ANIM é transferido para a esfera de orientação da Cinemateca.1991 Reunidos em Lisboa, representan-tes das principais cinematecas europeias lançam o Projecto LUMIÈRE, integrado no Programa Media da Comunidade Europeia. O projecto, que constitui a primeira inicia-tiva comunitária de apoio ao património cinematográfico, tem sede em Portugal e decorre até 1995, altura em que é activada a ACCE (Associação das Cinematecas da Comunidade Europeia), hoje ACE (Associa-ção das Cinematecas Europeias).1996 6 de Outubro: Inauguração do centro de conservação (ANIM) da Cinemateca.1997 Decreto-Lei nº 165/97, de 28 de Ju-nho, que consagra a natureza e o regime de funcionamento da Cinemateca Portu-guesa-Museu do Cinema. No âmbito do programa MEDIA, a UE cria o projecto AR-CHIMEDIA, que reúne cinematecas, labo-ratórios e universidades para a formação específica dos jovens profissionais neste domínio.2000 Durante a presidência portuguesa da UE, os peritos dos 15 estados-membros reúnem-se em Sintra para os “Estados Ge-rais do Património Cinematográfico Euro-peu : 100 anos de imagens a salvar para o futuro”, organizados pela Cinemateca.2003 Inauguração do edifício-sede da Ci-nemateca, após as obras de remodelação que incluíram a construção de duas salas de cinema (“Sala Dr. Félix Ribeiro” e “Sala Luís de Pina”), o aumento do espaço para depósito de livros e arquivo fotográfico, a criação de salas museográficas e a cons-trução de uma livraria e um restaurante.2007 Inauguração da Cinemateca Júnior, no Palácio Foz.2010 Construção de cinco novos cofres para arquivo de filmes em suporte safety (acetato e poliéster).

A Cinemateca ssociou-se ao projeto ANIMAR 7 numa mostra dedicadaà Lanterna Mágica.

fred

eric

omal

aca.

blog

spot

.pt/

Matinés da CinematecaUnder the Red Robe29-11-2012, 15h30Sala Dr. Félix Ribeiro

Lançamento do Dicionário do Cinema Português 1895-1961O Costa do Castelo29-11-2012, 19h00Sala Dr. Félix Ribeiro

O Cinema Marginal Brasileiro e as Suas Fronteiras O Guru e os GurisO Vampiro da Cinemateca29-11-2012, 19h30Sala Luís de Pina

Não o Levarás ContigoEconomia e Cinema In a Lonely Place29-11-2012, 21h30Sala Dr. Félix Ribeiro

O Cinema Marginal Brasileiro e as Suas FronteirasPrograma decurtas-metragensde Reichenbache Jairo Ferreira29-11-2012, 22h00Sala Luís de Pina

Matinés da CinematecaKaos30-11-2012, 15h30Sala Dr. Félix Ribeiro

Carta Branca José Augusto FrançaOs Canibais30-11-2012, 19h00Sala Dr. Félix Ribeiro

Carta Branca José Augusto FrançaBelarmino30-11-2012, 21h30Sala Dr. Félix Ribeiro

O Cinema Marginal Brasileiro e as Suas Fronteiras Programa de curtas-metragens de Tonacci, Raulino, Candeias30-11-2012, 22h00Sala Luís de Pina

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Entrevista

Longe vão os tempos em que quatro amigos sem recursos se uniram para fazer uma brincadeira em vídeo. A equipa Lightbox é formada por cerca de trinta pessoas com as mais diversas valências, pessoas formadas em cinema e áreas de suporte, pessoas com anos de experiência e que recorrem às mais modernas tecnologias. Contudo, ainda são uma equipa jovem e descontraída, que leva os cães para o trabalho para não ficarem longe deles, que empresta os veículos mais estranhos que tenham para dar realismo à filmagem, que acredita no impossível e o torna realidade a cada dia. E acima de tudo são pessoas muito simpáticas que trabalham por paixão quinze a vinte horas por dia, sete dias por semana. Podem ser dez vezes mais pessoasa colaborar com o projecto do que no início, mas continuam a ser um grupo de amigos que quer fazer um filme divertido. Como pode o público exigir mais do que isso?

De onde é que vem o nome Balas & Bolinhos?Sinceramente já não me lembro como saiu o nome… mas a construção do mesmo lembro-me perfeitamente… Balas porque era um filme sobre criminosos e como não havia dinheiro para dar tiros e partir coisas, as balas que eles lançavam eram as bar-baridades que diziam pela boca e bolinhos em honra a esse “icon” da sociedade por-tuguesa, esse “porta-chaves” da gastrono-mia nacional, o celebre Bolinho de Baca-lhau!

De que trata o Balas & Bolinhos: o regresso?É de uma caça a um tesouro com toda a aventura inerente a o que é procurar um tesouro, digamos que é uma versão mais trabalhosa e suja do que registar um bole-tim de totoloto!

A ideia da sequela é recente, ou já vem desde que terminaste de filmar a 1ª obra? No dia em que terminei a montagem do primeiro Balas, decidi acrescentar a pa-lavra “Continua?”. Porque de facto, achei que tinha ali um filme que respirava comé-dia, adorei as personagens, as situações, mas também tinha a consciência que era

o primeiro e que enfermava de alguns pro-blemas porque eu sou o meu mais devas-tador e implacável critico. Mas no entanto, sempre considerei o primeiro balas como uma tentativa séria de produzir fora do sis-tema de financiamento do estado. Mas também só avançaria para a sequela se houvesse dois pontos essenciais: pri-meiro um argumento que suportasse a vinda da quadrilha e segundo um suporte técnico-financeiro que permitisse uma no-va abordagem ao filme. Quando os elemen-tos se conjugaram partimos para a seque-la, aquela que é a primeira do cinema português.

Quais as principais diferenças entre o pri-meiro e o segundo filme? Há uma diferença enorme.O regresso têm melhor imagem e som, melhor represen-tação, mais argumento, o primeiro será sempre o primeiro, irreverente e inovador. Gosto de ambos. Recebeste algum apoio financeiro? Recebi muito apoio, daquele tipo “Força! Tu consegues!!!!”. Daquele apoio em euros não recebemos praticamente nada; 2000 euros do IPJ que deu para comprar uma caixas de palitos (um “gajo” via-se aflito com os bocados de pizza nos dentes, era essencial ter palitos!) e o resto foi a AACV e o Luís Ismael que se atravessaram.

BALAS &

BOLINHOS“As balas que eles lançavam eram as barbaridades que diziam pela boca”

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Costuma-se dizer que não há duas sem três. Haverá um terceiro Balas & Boli-nhos?Tudo tem a ver com uma razão forte para voltarmos a estar juntos, a história, o argu-mento. Sem isso, não haverá o Balas 3.

Estamos na era dos “remakes”. Imagina que os americanos compravam os direitos de realizar um remake do Balas & Boli-nhos. Quem gostarias de ver a protagoni-zar o filme? Primeiro de tudo, exigia logo que eles reti-rassem as tropas do Iraque sem isso, não havia Buletts&Cookies para ninguém.

No mínimo, quantos prémios de cinema esperas ganhar com o filme? Já tenho umas prateleiras lá em casa livres, vai ser desde os globos de ouro até aos Óscares isso já está tudo controlado e se calhar vou ter mesmo que desimpedir a gaveta das cuecas para alguns prémios que não estou à espera.

Se o filme se transformar num “Blockbus-ter”, achas que o vosso elenco vai aguen-tar a pressão dos paparazzi, escapar às drogas e ao jogo ilegal em casinos do “un-derground” nortenho? Já sei que depois do balas o regresso, a critica portuguesa, implacável como é, nos vai bater tanto que creio que vou mesmo meter-me nas drogas, no álcool e claro no sexo, muito sexo, para depois aparecer na “Maria” ou na “Nova Gente” a pedir perdão e a renunciar a este “tipo” de cinema e prometer a todos que me vou portar bem. Quanto aos meus colegas de aventura, vai ser os descalabro total. Ainda hoje não sei porque é que eles se meteram nestes filmes, mas eles vão ter que sofrer, porque cinema “deste” em Por-tugal, não pode ser! Além disso, é muita acção para os olhos dos portugueses, ha-bituados a planos de três minutos e mais, para que de facto entendam o que significa “aquele plano”, porque toda gente sabe que os portugueses são “burros”, é quase um facto cientifico.

Com estreia marcada para Setembro o que se pode esperar deste Balas & Boli-nhos 3 que seja o mais inesperado?É a oportunidade de testemunhar do ama-durecimento do projecto. Verificar que estas personagens estão mais definidas e acima de tudo, que mantivemos a linha e a postura dos dois filmes anteriores. Te-mos por isso, muitas surpresas e momen-tos surpreendentes.

Qual a melhor lembrança que tens da ro-dagem deste filme? E a pior?Voltar a filmar uma longa metragem é sem-pre a sensação que ultrapassa todas as outras. É sempre bom criar um filme que passei um ano e meio a escrever. Adorei voltar a “pegar” nestas personagens tão divertidas sabendo que este era o filme da sua despedida. Por isso, não me preocupo com as más recordações, tudo o que é mau é simplesmente para aprender e depois esquecer. O projecto “Balas” é demasiado divertido para me preocupar e recordar vibrações negativas.

Como foi trabalhar com algumas das fi-guras mais conhecidas da comédia à por-tuguesa?Procuro sempre pessoas que não sejam preconceituosas e tenham uma visão abrangente do seu trabalho. Um Actor/iz tem a obrigação de se colocar em situações difíceis. De encarnar personagens que se-jam desafios memoráveis. Estes a actores ao aceitar participar num filme como o Balas, demonstraram que têm uma visão bem definida e arejada do seu trabalho. Enriqueceram o filme e tornaram as suas personagens inesquecíveis.

Sendo este o terceiro filme de uma saga de sucesso, qual é o teu maior receio em relação à reacção do público?Sei que nunca se pode agradar a todos por isso, não tenho receios. Fiz o meu melhor.

Se me tivesse de convencer agora que este filme é imperdível em cinco palavras que dizias?Filme cómico Made in Portugal.

Balas & Bolinhos 3

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Filmes do Mês

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ConvictionCostuma dizer-se que o pior de tudo é ser tarde demais. Mas ainda se pode piorar mais: é levar com um composto químico na veia, uma combinação de tiopentato de sódio, de brometo de pancurônio e cloreto de potássio. A pena de morte por injeção letal existe em 36 dos 50 estados americanos. A primeira sorte do protagonista desta história verídica dos anos 80 é ela passar-se em Massachusetts, estado em que a pena de morte não é admitida no sistema penal. A segunda sorte é a de ter tido uma irmã persistente, que, apesar da pouca escolaridade, conseguiu licenciar-se em Direito só para, 18 anos depois, livrá-lo da prisão perpétua, a que estava condenado por homicídio de primeiro grau. A terceira sorte do homem foi o poder de absolvição do ADN, que já pôs fora de grades 254 inocentes, injustamente condenados. E isto é basicamente o que interessa reter no filme do ator e realizador Tony Goldwin. De resto, já vimos este filme dezenas de vezes. Tudo muito esquemático, correctinho e honestinho. E estes dois diminutivos até servem, neste caso, para sugerir uma tela abreviada à dimensão televisiva. Haveria, porventura, uns laivos de “interesse” no facto do preso não ter de facto “interesse” nenhum. Nem a mãe, nem os amigos, nem a mulher, a ex-namorada e a filha, nem os sobrinhos ou o cunhado demonstram ter algum “interesse” nele. Pior: nem o espetador. Exceto a irmã, que parece gostar e até achar graça a um tipo arruaceiro, um bocado boçal e semi--analfabeto (Sam Rockwell). Em nome dos velhos tempos, em que eram miúdos negligenciados, arrobavam casas, roubavam doces e eram encarcerados em reformatórios. Mas mesmo assim este tópico não consegue força suficiente. Outro potencial do filme é ser protagonizado por Hiilary Swank, uma das raras actrizes duplamente oscarizadas - a primeira por Os Homens não Choram (1999) e a segunda por Million Dollar Baby (2005).

LawlessJá vimos muitos filmes passados nos EUA dos anos 30, nos tempos das lei seca e da grande depressão, em que gangsters e Al Capones, prosperavam à conta do contrabando e da corrupção policial, e faziam opulentas e muito loucas festas. Já viemos assistindo (faz quase um género) a obras de época em que a empatia se dirige automaticamente para os “bons gatunos”, como o clássico Bonnie and Clyde e o mais recente Inimigo Público - ambos coincidem na época, na circunstância de os vilões estarem um bocadinho mais próximo da lei do que os heróis e na excelente banda sonora. Este filme também tem uma excelente banda sonora (assinada por Nick Cave, também autor do guião) e é, mais uma vez a história da América, dos bons e dos maus e da lei da bala. E da dinamite. Só que aqui conta-se uma vertente menos explorada: não a dos grandes gangsters, não a dos fora-da-lei com estilo, mas a dos pacóvios das montanhas, aqueles que, durante a lei seca, tinham destilarias clandestinas e fabricavam o mais letal das aguardentes, a partir do que estivesse ao seu alcance: nabo, beterraba ou maçã. E que tanto podia servir-se num copo como num depósito de gasolina. Marchava tudo. Estes eram aqueles que usavam suspensórios e chapéu, palhinha na boca e ficavam a assistir às festas alcoolizadas pelas frestas das portas dos fundos. A história de três irmãos (que ao que parece existiram mesmo) que se julgavam invencíveis e defendiam a sua negociata até às últimas consequências, nem que para isso tivessem de levar um balázio (vernáculo de faroeste), umas facadas ou uma carga de dinamite. O filme tem as várias modalidades de violência - até aquela que quase se tornava cómica nos livros de Lucky Luke, mas que aqui se demonstrava ser uma medonha tortura de morte lenta: a cobertura de alcatrão quente com penas.

007 - SkyfallUma peça de teatro torna-se num excelente ponto de partida para discorrer sobre Skyfall, o novo filme da saga 007, que se encontra num mundo que se entretém entre o passado e o futuro sem necessidade de cortina entre actores e público. Teria Sam Mendes isto em mente quando aceitou ser o novo realizador de uma obra inserida num universo tão preciso quanto comercial? Creio que sim. Sam Mendes apostou e ganhou. Sam Mendes, um homem do Teatro, mostrou que teatro e cinema são duas artes com tantos pontos de contacto quantos aqueles que quisermos ver. A saga 007 ganha agora novos contornos, através de um “episódio” mais real, mais verosímil e repleto de contradições que o transformam numa obra ímpar e simbólica: a que comemora os 50 anos deste herói.Skyfall respira muito da estrutura dramática e profundidade de caracterização de Silva, o vilão criado pelo fantástico Javier Bardem, cuja interpretação arrebata o espectador, respeitando-o e temendo-o simultaneamente. Confesso que o meu coração ainda palpita por Le Chifre, o vilão de Casino Royale, pelo seu minimalismo e contenção que desembocam numa cena de tortura masculinamente perturbante que se inscreve por direito próprio na história da saga, mas Silva (uma personagem criada por Ian Flemming) é poderosíssimo e um concorrrente de peso aos vilões mais emblemáticos. Silva, incrivelmente frio e metódico e simultaneamente emocional e freudiano, possui um desejo de vingança calculada ao pormenor, que faz M. entrar em confronto com escolhas passadas, conduzindo esta luta num cruzamento constante entre a loucura real e a fingida, deambulando entre o sofrimento e a raiva opressiva, num misto de Hamlet e Hannibal Lecter.

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FILME PREMIADO SOBRE O ALTO MINHO ESTREIA NO PORTO

ROLLING STONES FESTEJAM 50 ANOS COM 20 MIL PESSOASOs “The Rolling Stones” celebraram 50 anos decarreira perante 20 milpessoas, em Londres.No primeiro de cincoconcertos, contaram como antigo baixista Bill Wymane o antigo guitarrista Mick Taylor e com as participações da cantora Mary J. Bligee do guitarrista Jeff Beck.

O festival Paredes de Courajátem a primeira banda do cartazde 2013 confirmada. Trata-sedo duo francês Justice, queatuará no dia 17 de Agosto.

PRIMEIRA CONFIRMAÇÃO PARA O FESTIVAL PAREDES DE COURA

ARQUITETO SOUTO MOURA JÁ TEM DUAS TORRES PROJECTADAS PARA A CHINA

“Alto do Minho”, um filme documental “sobre identidade, espetáculo e etnografia do Alto Minho” vai ser exibido esta quinta-feira, às 22 horas,no cinema Passos Manuel,no Porto.

O arquiteto português Eduardo Souto Moura já projetou duas torres de 120 metros para Zhengzhou, no centro da China, e quer agora “explorar”as oportunidades que o Oriente está a proporcionar ao seu setor.

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VANDALISMO NO IADE

O REALIZADOR DE KIDS DISPONIBILIZA FILME EM EXCLUSIVO NA INTERNET

ELIZABETH PRICE GANHA O PRÉMIO TURNER COM UM FILME “ATERRADOR”

No passado dia 7 de Novembrono IADE creative University,em Lisboa, um grupo de três rapazes vandalizou asinstalações, considera-se ter sido uma grande “ideia”, mas também houve, quem manifestasse preocupaçãocom as condições de segurançado edifício do IADE. Acontece que naquela noite houve uma suposta falhade energia e os alarmes não dispararm. Surgem romores que esta acção só foi possível de se concretizar, porque recebeu apoios de alguém que conhece muito bem o edifício, proporcionando os meios adequados para que a mesma pudesse ocorrer. Agora em questão fica a fragilidade em questões de segurança que o edifíciodo IADE parece ostentar.

Larry Clark regressa ao cinema sete anos depois de Wassup Rockers. Mas o vencedordo Festival de Roma, MarfaGirl, foi lançado em Novembroem exclusivo na Internet.

O nome da vencedora foi anunciado ao início da noitede segunda-feira pelo actor Jude Law na Tate Britain,o museu londrino ondeo trabalho dos quatro finalistas está exposto desde 2 de Outubro.

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A projetar emoçõesdesde sempre... calca e

descalca

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descalca

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