Amamentar: um investimento na qualidade de vida futura · Barker Exposições desfavoráveis na...
Transcript of Amamentar: um investimento na qualidade de vida futura · Barker Exposições desfavoráveis na...
Efeitos a curto prazo daamamentação
Redução da mortalidade e morbidade pordoenças infecciosas◦ Amamentar é um bom investimento no curtoprazo
Barker
Exposições desfavoráveis na vida intrauterina
“programariam” os organismos a serem mais
suscetíveis às doenças crônicas na vida
adulta.
Peso ao nascer e glicemia -Hertfordshire
0
1
2
3
4
5
6
7
8
<= 5.5 -6,5 -7,5 -8,5 -9,5 >9.5
Jejum Após 2 horas carga de glicose
P = 0.04
P = 0.03
Origens Desenvolvimentistas da Saúde e da Doença (DOHAD)
Exposições ocorridas em momentos críticos do desenvolvimento programariam o desenvolvimento de enfermidades ao longo prazo◦ Nutrição
Amamentação
Epidemiologia do ciclo vital
Estudo dos efeitos a longo prazo sobre a saúde ou risco de doença, de exposiçõesfísicas ou sociais durante a gravidez, infância, adolescência e adultícia.
Avalia processosbiológicos, comportamentais e psicológicos que atuam através do ciclovital de um indivíduo, ou através de gerações
Efeitos a longo prazo da amamentação
Doenças crônicas não transmissíveis ◦ Pressão arterial
◦ Colesterol
◦ Obesidade e sobrepeso
◦ Diabetes tipo 2
Capital humano◦ Escolaridade
◦ Inteligência
Identificação dos artigos
◦ Medline (1996 a Março de 2006)
◦ Referências dos artigos identificados
◦ Scientific Citation Index
Avaliando a força da evidência
Essencial a validade interna
Estudos randomizados são o padrão ouro◦ Não podemos alocar crianças para serem amamentadas ou não
Grande parte dos estudos são observacionais
Avaliação da qualidade dos estudos
Perdas no acompanhamento Coorte de nascimento Recordatório da duração da amamentação Fonte de informação sobre a
amamentação Controle para fatores de confusão Controle para possíveis mediadores
Análise dos dados
Efeito combinado◦ Randômico
◦ Fixo
Viés de publicação
Avaliação da heterogeneidade◦ Meta-Regressão
Plausibilidade biológica
Diferenças na quantidade de sódio
Diferenças na quantidade de ácidos graxos
Obesidade
Pressao sistólica (mmHg) –comparação entre indivíduos amamentados e não amamentados
-4,00
-3,00
-2,00
-1,00
0,00
1,00
1 a 9 10 a 19 > 19
Grupo etário (anos)
Dif
ere
nç
a m
éd
ia
-4,00
-3,00
-2,00
-1,00
0,00
< 300 300 a 999 > 1000
Tamanho da amostra
Dif
ere
nç
a m
éd
ia
Comparando o efeito da amamentação
Intervenção Pressão sistólica
Dieta -2,1 (-2,8; -1,4)
Atividade física -3,8 (-5,0; -2,7)
Múltiplos fatores de risco -4,2 (-4,6; -3,8)
Restrição moderada na ingestão de sal
-2,03 (-2,56; -1,50)
Amamentação -1,21 (-1,72; 0,70)
Plausibilidade biológica
Leite materno apresenta níveis mais elevados de colesterol
Ingestão de colesterol na infância pode programar a síntese de colesterol –reduzindo.
Colesterol total (mmol/L) – comparação entre indivíduos amamentados e não amamentados
-0,50
-0,30
-0,10
0,10
0,30
0,50
1 a 9 10 a 19 > 19
Grupo etário (anos)
Dif
ere
nç
a m
éd
ia
-0,50
-0,30
-0,10
0,10
0,30
0,50
< 300 >= 300
Tamanho da amostra
Dif
ere
nç
a m
éd
ia
Comparando o efeito da amamentação
Intervenção Colesterol total (mmol/L)
Dieta -0,13 (-0,23; -0,03)
Múltiplos fatores de risco -0,14 (-0,16; -0,12)
Amamentação -0,18 (-0,30; -0,06)
Plausibilidade biológica
Diferenças na ingestão de proteínas e metabolismo
Ingestão de fórmula resultaria em uma maior secreção de insulina, levando a deposição de gorduras e maior número de adipócitos
Leite materno aumenta a adaptação a novos alimentos tais como frutas e vegetais
Razão de odds para sobrepeso/obesidade comparando indivíduos amamentados com não amamentados
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1 a 9 10 a 19 > 19
Grupo etário (anos)
Ra
zã
o d
e o
dd
s
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
< 500 500 a
1499
>= 1500
Tamanho da amostra
Ra
zã
o d
e o
dd
s
Comparando o efeito da amamentação
Intervenção Razão de odds –sobrepeso/obesidade
Dieta 5 / 6 estudos não encontraram efeito sobre obesidade na infância
Atividade física
Amamentação 0,78 (0,72; 0,84)
Plausibilidade biológica
Ingestão de ácidos graxos está inversamente correlacionada com a glicemia de jejum◦ Protegendo contra o desenvolvimento da resistência a insulina
Crianças alimentadas com fórmula teriam maiores níveis de insulina – pós prandial◦ Levando ao desenvolvimento da resistência a insulina
Comparando o efeito da amamentação
Intervenção Razão de odds – diabetes tipo 2
Dieta Dieta / atividade física reduçãode 31 a 46% no risco, empessoas com intolerância à glicose
Atividade física
Amamentação 0,63 (0,45; 0,89)
Plausibilidade biológica
Fisiológico: ácidos graxos de cadeia longa
Emocional: amamentação aumentavínculo da mãe com a criança
Breastfeeding at 3 months according
to family income
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5
Income (Low to High)
Brea
stf
ee
din
g a
t
3 m
on
ths
(%
)
Pelotas
ALSPAC
70
80
90
100
110
0 to <1 1 to <3 3 to <6 6 or more
Q.I
.
Duração da amamentação (meses)
Pelotas 4 yrs
ALSPAC 8 yrs
Amamentação e QI em Pelotas e ALSPAC
Brion MJ et al (no prelo)
=
Escolaridade aos 18 anos conforme a duração total da amamentação, 1982-2000
6,5
7
7,5
8
8,5
9
<1 1-2.9 3-5.9 6-8.9 9-11.9 >=12
AMAMENTAÇÃO (MESES)
ESCOLARIDADE (ANOS)
Ajustado para cor, renda familiar, índice de bens, classe social (Bronfman)
escolaridade dos pais, peso ao nascer e fumo materno.
P<0.001
Escolaridade e amamentação, por grupos de renda familiar
5
6
7
8
9
10
11
<1 1-2.9 3-5.9 6-8.9 9-11.9 >=12
AMAMENTAÇÃO (MESES)
ESCOLARIDADE (ANOS)s) <=1 1.1-3 3.1-6 >6
RENDA FAMILIAR (S.M.)
Ajustado para cor, índice de bens, classe social (Bronfman)
escolaridade dos pais, peso ao nascer e fumo materno.
Conclusões
A amamentação apresenta efeitos benéficos a longo prazo
Indivíduos amamentados apresentam redução◦ na pressão arterial;
◦ no colesterol total;
◦ no risco de sobrepeso/obesidade;
◦ no risco de diabetes tipo 2
Indivíduos apresentam melhor performance em testes de inteligência e maiorescolaridade