ALGARVE INFORMATIVO #62

80
ALGARVE INFORMATIVO #62 1 QUARTEIRA Foi Rainha dos Santos Populares no Algarve ALGARVE INFORMATIVO WWW.ALGARVEINFORMATIVO.BLOGSPOT.PT #62 DIA DO MUNICÍPIO DE OLHÃO CONSERVATÓRIO DE OLHÃO ASSOCIAÇÃO IN LOCO ROTA OMÍADA EC TRAVEL DESIDÉRIO SILVA

description

Revista Semanal de www.algarveinformativo.blogspot.pt

Transcript of ALGARVE INFORMATIVO #62

Page 1: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #621

QUARTEIRAFoi Rainha dos Santos Populares no Algarve

ALGARVE INFORMATIVOWWW.ALGARVEINFORMATIVO.BLOGSPOT.PT

#62

DIA DO MUNICÍPIO DE OLHÃOCONSERVATÓRIO DE OLHÃOASSOCIAÇÃO IN LOCO

ROTA OMÍADAEC TRAVEL

DESIDÉRIO SILVA

Page 2: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 2

Page 3: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #623

Page 4: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 4

OPINIÃO

Caramba, eles são mesmo bons !!!Daniel Pina - 8

… e que a bola continue a rolar!Paulo Cunha - 32

Ninguém volta para casaMirian Tavares - 34

Cozinheiros, Chefs de Cozinha e RestauradoresAugusto Lima - 40

Verão a Sul… tantas histórias por descobrir!Dália Paulo - 36

Missão António Costa: Colar Lisboa a Atenas e afastar DublinCarlos Gouveia Martins - 38

Page 5: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #625

CONTEÚDOSDia de Olhão - 20

Marchas de Quarteira - 10

Rota Omíada - 64 EC Travel - 28

Conservatório de Música de Olhão - 42

Associação Nacional de Turismo - 72

Associação In Loco - 52

Page 6: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 6

Page 7: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #627

Page 8: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 8

Isto agora anda de modas e todas as semanas saltauma palavra, um termo, uma expressão para aribalta, algo dito por uma personalidade, uma figura

pública, um governante, que soa bem, que fica noouvido e, de um momento para o outro, passamos osdias a ouvir toda a gente a dizer a mesma coisa, autilizar essa palavra, esse termo, essa expressão.

Há uns tempos descobriu-se o «empreendedorismo»,que passou a constar do vocabulário obrigatório dequalquer governante ou dirigente associativo que sepreze. Mais recentemente apareceu o «resiliência»,mais difícil de pronunciar e, acredito, muitas pessoasque o aplicam se calhar nem sabem bem o que querdizer, mas está na moda, portanto, é dizer semcontenção, porque fica bem. De há uns tempos para cá,a malta do turismo descobriu o «experiências», porquenão basta ter bons produtos e serviços para vender, épreciso oferecer «experiências» aos turistas.

Nas redes sociais, na imprensa diária, nas conversasdo dia-a-dia, temos agora a moda do «arrepiante»,excelente para se reforçar o impacto de um momentoou acontecimento, de uma imagem, som ou vídeo, paraque ninguém fique indiferente. Eu, como não sou demodas e, às vezes, até gosto de ir contra a corrente, soumais contido na utilização de determinados termos. Noentanto, quando há uns dias publiquei um vídeo noFacebook com um excerto do concerto de final de anoletivo do Conservatório de Música de Olhão, noAuditório Municipal de Olhão, não hesitei em descrevê-lo como «arrepiante».

Não hesitei porque, de facto, fiquei arrepiado, nobom sentido, com a qualidade do que vi e, sobretudo,do que ouvi. Aliás, sempre que revejo o vídeo e ouço ocoro e a orquestra do Conservatório de Música deOlhão, fico com os pelos dos braços eriçados. Deve sero que os gurus do turismo querem dizer quando falamdas tais «experiências», das sensações que se infiltramno nosso inconsciente e ali permanecem por muitotempo. E com que belas memórias, com quesentimento de orgulho, com que regozijo devem terficado os familiares dos jovens alunos do Conservatóriode Música de Olhão que esgotaram por completo aprincipal sala de espetáculos do concelho de Olhão, euma das principais de todo o Algarve.

Uma satisfação e orgulho que se estende,obviamente, a todos os professores daquela escolade ensino artístico, conforme me tinha apercebidouns dias antes quando estive à conversa com oPresidente da Direção Rui Gonçalves e com aDiretora Pedagógica Anabela Silva. Sem falsasmodéstias, sem manias de grandiosidade, disseramque os seus alunos eram, realmente, bons, dosmelhores que existem em Portugal. Apesar disso,não estava preparado para o que encontrei, umaqualidade tremenda, tanto das dezenas deelementos da orquestra, como das dezenas demembros do coro, uns ainda crianças, outros jáadolescentes, demonstrando que o ensino artísticoestá de excelente saúde em Portugal, apesar detodos os cortes orçamentais e das dificuldades dodia-a-dia.

Infelizmente, dos mais de 100 alunos queestiveram em palco naquela noite, apenas algunsconseguirão concretizar o sonho de serem músicosou coralistas profissionais. A grande maioria delesficarão pelo caminho, acabarão por escolher umcurso tradicional quando for altura de rumarem aoensino superior. Não por terem menos qualidade oupor serem menos «resilientes» do que os colegasque tentarão a sua sorte numa escola superior demúsica, mas porque o ensino artístico é bastantedispendioso, pelo valor das propinas e, no caso damúsica, também pelo elevado custo dosinstrumentos.

E, na hora da verdade, Portugal não é um país quetrata bem os seus músicos. Há poucas orquestrasem atividade e algumas até preferem ter músicosestrangeiros nas suas fileiras do que apostar naprata da casa. Espetáculos também são poucos paraorquestras ou para formações mais reduzidas e nemtodos os jovens estão dispostos a deixar a sua naçãoà procura de mais oportunidades no estrangeiro.Assim, embora os alunos do Conservatório deMúsica de Olhão sejam fantásticos, nem todos terãohipótese de fazer o que mais gostam quandoatingirem a idade adulta. O que é uma pena porque,caramba, eles são mesmo bons!!! .

Caramba, eles são mesmo bons !!!Daniel Pina

Page 9: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #629

Page 10: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 10

Em véspera de Santo António, num fim-de-semana prolongado como há algunsanos não tínhamos, o Calçadão de Quarteira recebeu milhares de algarvios eturistas nacionais, no dia 12 de junho, para o arranque das Marchas dos SantosPopulares. Ao todo foram sete as artérias e bairros da cidade que desfilaram naAvenida Infante Sagres, no Calçadão Nascente, com muita imaginação, criatividadee bairrismo, elementos que contribuem para o sucesso de um dos principaiscartões-de-visita do concelho de Loulé e que sairá novamente à rua nos próximosdias 23 e 28 de junho, desta feita para homenagear o São João e São Pedro.

no AlgarveTexto: Fotografia:

Quarteiravoltou a ser a Rainha dosSantos Populares

Page 11: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6211

no Algarve

QuarteiraA primeira marcha a

desfilar na edição de 2016dos Santos Populares de

Quarteira foi o grupo de 50crianças da Fundação

António Aleixo, queapresentou o tema

«Quarteira dosPequeninos». Perante ossorrisos e a desinibição

destes marchantes depalmo e meio, as bancadas

repletas de pessoasdesdobraram-se em

aplausos, neste início denoite calorosa e super

animada.

Page 12: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 12

Com 30 anos deexistência, as «Florinhasde Quarteira» trouxeramao Calçadão Nascente daAvenida dosDescobrimentos«Quarteira no Coração».Este é um dos maiscarismáticos grupos demarchas, pelaparticularidade de serconstituído apenas pormeninas e jovensraparigas, que emprestamgrande beleza ao coloridodos fatos e cenários.

Page 13: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6213

Um dos gruposmais inovadores e

emblemáticos destasMarchas Populares,a Marcha da Rua daCabine, interpretou

«Quarteira dasVarinas Marafadas»,

com a participaçãode 65 marchantes.

Sendo Quarteirauma terra de

pescadores, ospregões das varinas

são o chamariz daLota do peixe e foi

este ambiente típicoque o grupo recriou.

Page 14: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 14

Os 60 elementos daMarcha da Rua Vasco da

Gama tambémapresentaram um tema

patriótico: «Isto éPortugal». Os marchantes

vestiram as cores dabandeira nacional para um

desfile cheio de alegriaque pretendeu mostrar

aos muitos turistas que seencontram em Quarteirapor esta altura do ano a

riqueza cultural e dasnossas gentes.

Page 15: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6215

A Marcha PoetaPardal apresentou as«Tradições dePortugal», numaviagem pelo país quefoi do coração defiligrana minhoto, àazulejaria portuguesaespalhada pelasnossas cidades, acalçada portuguesa,ao Fado ou aoCorridinho algarvio.

Page 16: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 16

«Quarteira à Noite» foi o motedo desfile da Rua do Outeiro.Uma merecida homenagem a

esta linda cidade que brinda osresidentes e visitantes com

tantas noites cálidas eluminosas. O grupo fez tambémuma homenagem a um homemque colaborou durante muitos

anos com as Marchas deQuarteira, recentemente

falecido: Angel Concepcion.

Page 17: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6217

Juntou-se também àfesta a Marcha da RuaGago Coutinho, com otema «DesfolhadaPortuguesa». O grupotrouxe uma feliz memóriade uma tradiçãoportuguesa que a todosencanta e faz sonhar.Reza a história que,antigamente, asraparigas iam para oscampos apanhar asmaçarocas do milho,sendo que, depois, ascarregavam e asdesfolhavam, fazendouma grande festa nassuas aldeias, tendo emvista a procura do milho-rei que lhes permitiabeijar a pessoa amada .

Page 18: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 18

Page 19: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6219

Page 20: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 20

Olhão festejou, a 16 de junho, o seu feriado municipal e recordou os 208 anossobre o levantamento popular que, em 1808, expulsou as tropas de NapoleãoBonaparte desta terra e do Algarve. O programa de festividades prolongou-se porvários dias e incluiu diversas inaugurações, homenagens a personalidades doconcelho e funcionários municipais e muita música pela noite dentro, comdestaque para o concerto de Quim Barreiros.

Homenagens e inaugurações marcaram

Dia da Cidade de Olhão

Texto: Fotografia:

Page 21: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6221

Recuando até 1808,estava o Algarveocupado pelas

tropas francesas deNapoleão Bonapartequando, em Olhão, a 16 dejunho, deu-se umlevantamento popularcontra os abusos dosinvasores. A revoltaculminou com a expulsãodos franceses do lugar deOlhão e, por arrasto, detodo o Algarve, tendopartido, no mês seguinte, abordo do caíque «BomSucesso», 17 homens deOlhão para dar a boa novaà Corte da Colónia, queestava refugiada do outrolado do Atlântico, no Brasil.

A tripulação levava umamissiva, extraoficial, naqual estava descrita aaudaciosa atitude que osolhanenses tomaram nessarevolta, cuja recompensase traduziu num Alvará comforça de Lei, com que oPríncipe-Regente resolveudistinguir Olhão e os seushabitantes, passando delugar a Vila e ordenandoque «se denomine Vila deOlhão da Restauração». Efoi esta história e herançaque se começaram acomemorar logo pelamanhã do feriadomunicipal, com o hastearda bandeira nos Paços doConcelho. Seguiu-se, noLargo da Restauração, a

Page 22: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 22

merecida homenagem aos heróis daRestauração de 1808.

Depois, foi hora de perambular a pé pelocentro histórico de Olhão, ou peloCaminho das Lendas, para se proceder àinauguração de esculturas da olhanenseIsa Fernandes nos Largos do Gaibéu e daFábrica Velha. Após uma breve visita aonovo relvado sintético do EstádioMunicipal (obra orçada em sensivelmente150 mil euros), mais uma inauguração,desta feita do Centro Comunitário eRefeitório Social Ana Dias, este com umcusto superior, na ordem dos 650 mileuros, comparticipado pelo ProgramaPROMAR em 500 mil euros. “Sabemosbem a importância da prática desportivados mais novos, quer do ponto de vistada saúde, como da formação pessoal emtermos coletivos. E este equipamentosocial, inserido no Bairro da Armona,

desempenha um papel fundamentaljunto das crianças”, referiu AntónioMiguel Pina numa breve pausa doprograma.

Ao meio dia, o Salão Nobre dos Paçosdo Concelho acolheu a habitual SessãoSolene Comemorativa do Dia da Cidade,durante a qual a Autarquia atribuiuMedalhas de Mérito Grau Ouro a doisolhanenses, ao jurista António Cabrita eao jornalista Augusto Madureira. Já naposse da palavra, o presidente daCâmara Municipal lembrou que esteconcelho é feito de memóriaspartilhadas, de referências comuns, depatrimónio coletivo, de vivências e deconhecimento, antes de colocar osolhos no presente e no futuro. “Temosobrigação de fazer crescer a nossacidade e concelho, de fazer mais emelhor. Nos meados do século XIX

António Miguel Pina com os elementos da direção do Centro Comunitário e Refeitório Social Ana Dias

Page 23: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6223

conhecemos uma enorme pujançaeconómica, nomeadamente após aabertura da Alfândega na nossa cidade,que tornou Olhão num dos maisimportantes postos aduaneiros doAlgarve. A pesca e os produtos regionaismarcavam toda a diferença”, recordaAntónio Miguel Pina.

Em sequência desse fulgor, foi criada, em1864, a Capitania do Porto de Olhão e, umano mais tarde, o Tribunal Judicial deOlhão. A instalação da primeira indústriaconserveira na cidade remonta a 1881 e,em 1919, eram já mais de 80 as unidades.“Contudo, o declínio da indústriaconserveira e da pesca, fruto de políticasdesajustadas da realidade da cidade e daregião, trouxe a Olhão umempobrecimento que temos vindo atentar inverter nos últimos anos. É certoque perdemos muitas embarcações efábricas de conservas, mas Olhão temsabido reinventar-se e tem crescido.

Deixamos de ter vergonha da nossafrente ribeirinha e possuímos umamarginal digna, com dezenas deespaços comerciais e dois jardins, emsuma, um local aprazível para receberos nossos visitantes”, destacou o edilolhanense.

António Miguel Pina sublinhou aaposta efetuada nas áreas do Desportoe da Educação e lembrou que Olhão éum dos concelhos que mais teminvestido em habitação social, comcerca de 800 fogos. “Negociamos comfundos comunitários para construirequipamentos que os olhanensesmereciam ter na sua cidade, como sãoo caso do Porto de Pesca, das duasZonas Industriais, do Auditório, dasPiscinas, da Biblioteca e dosemblemáticos Mercados de Legumes ePeixe. Aliás, o nosso mercado é um dosmaiores da Península Ibérica”, indicouo autarca, considerando que a alma

Page 24: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 24

olhanense tem catapultado o concelhopara um nível de destaque, tantonacional, como internacional.

Muitos sonhospara concretizar

Com vários sonhos já tornados realidade,o edil assegura que mais metas há paraatingir, acrescentando que se conseguiureduzir a dívida da autarquia e dasempresas municipais em cerca de 10milhões de euros, “fruto da transparênciados procedimentos e de uma boa relaçãocom todas as forças partidáriasdemocraticamente eleitas”. “Este tempofoi fundamental para que pudéssemosefetuar a consolidação financeira daautarquia, sem nunca deixar de protegertodos aqueles que mais necessitam, bemcomo manter os investimentos nas árease serviços consideradas indispensáveis,nomeadamente na ação social, na saúde,na educação e no desporto”, afirmouAntónio Miguel Pina

Perante um SalãoNobre completamentecheio, o edil falou dasconsultas e operaçõesde oftalmologia, doaumento do valor doscontratos-programaassinados com os clubesdo concelho, daconclusão da coberturadas Piscinas Municipais,do novo relvadosintético do EstádioMunicipal, de um novoestádio de futebol em

Moncarapacho e da conclusão doambicionado skate park. Mas AntónioMiguel Pina falou também do que sepretende fazer depois da «casa estararrumada», sempre com uma gestãocontrolada no dia-a-dia. “Está emprojeto a reabilitação e ampliação daEscola N.º 5, bem como a Escola de 1.ºciclo de Quelfes e o jardim-de-infânciade Pechão. Iniciamos já as obras derequalificação do Circuito deManutenção dos Pinheiros de Marim eestá projetado para essa zona mais umpolidesportivo. Os parques infantis sãooutra prioridade, devendo ser, até aofinal do ano, alvo de beneficiação emelhoramento, para além da aquisiçãode novos equipamentos”, adiantou.

Com vários polidesportivos areceberem intervenções nos próximosmeses, o presidente da CâmaraMunicipal de Olhão sonha ainda commais um campo de futebol de relvasintética para o concelho e com oCampo de Atletismo de Pechão,garantindo ainda que a ecovia Olhão-

António Cabrita recebeu a Medalha de Mérito Grau Ouro de Olhão das mãosde António Miguel Pina

Page 25: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6225

Faro será também umarealidade. “Nahabitação social,verifica-se anecessidade dequalificar grande partedos fogos, numinvestimento a rondaros quatro milhões deeuros, pelo que a suagestão passará parauma empresamunicipal. Esta medidavisa criar novas regrasde administração, bemcomo exigir, de umaforma rigorosa, o assumir deresponsabilidades de quem usufrui dosfogos”, revelou António Miguel Pina.

O autarca mostrou-se satisfeito pelomaior fulgor que se nota no ramoimobiliário em Olhão, seja para a aquisiçãode casas ou apartamentos, seja para acriação de mais camas hoteleiras, mas ointerior conhece igualmente maiorprocura no turismo rural ou de habitação.E indicou ainda que a gestão das frentesribeirinhas de Olhão e da Fuzeta sãoestratégicas para o desenvolvimento doconcelho. “Temos a garantia daDocapesca de que a Marina e Porto deRecreio de Olhão entrará em concursoaté final de agosto, permitindo arequalificação das suas infraestruturas,bem como o aumento do número deembarcações. Mas também queremoscriar o Porto de Abrigo na Fuzeta,aumentar os portos de embarcações,deslocalizar o parque de campismo eimplementar outras medidas para tornaressa frente ribeirinha numa zona deexcelência”, apontou António Miguel Pina.

Depois do almoço, o programaprosseguiu no Arquivo MunicipalAntónio Rosa Mendes, com ainauguração da exposição da Rede deArquivos do Algarve «A Identidade doAlgarve: Forais, Alvarás e CartasRégias». Uma outra mostra foiinaugurada da parte da tarde, noespaço multiusos da BibliotecaMunicipal José Mariano Gago, daresponsabilidade dos alunos do Centrode Pintores Olhanenses. Às 22h, noJardim Pescador Olhanense, aconteceuo ponto alto do dia, com a atuação deQuim Barreiros. As Festas da Cidadecontinuaram na sexta-feira, 17 dejunho, também no Jardim PescadorOlhanense, com a apresentação dapeça «Mê Menine, e a Tu Mãe!?», pelacompanhia olhanense A Gorda.Finalmente, no sábado, dia 18 de junho,foi a vez do espetáculo «Olhão aoVivo», com o DJ Digui, o projeto Bandasda Casa, a Drum School Band, M90 e aEscola de Música da Fuseta .

Augusto Madureira com António Miguel Pina e Daniel Santana, presidente daAssembleia Municipal de Olhão

Page 26: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 26

Page 27: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6227

Page 28: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 28

Está a aproximar-se um dos momentos mais marcantes do Verão algarvio, a gala«Algarve Travel Awards by EC Travel», que vai homenagear, no dia 8 de julho, osparceiros que têm contribuído para o sucesso desta empresa. E, depois de batertodos os recordes no anterior exercício, os números provisórios do primeirosemestre de 2016 apontam para mais um ano de excelência, para satisfação deEliseu Correia e sua equipa.

EC Travel continua a crescere prepara mais um «AlgarveTravel Awards»

Texto: Fotografia:

Page 29: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6229

Depois de um ano em quese bateram todos osrecordes de faturação daEC Travel, o primeirosemestre de 2016 está a

correr acima das expetativas de EliseuCorreia e augura novo registofrancamente positivo, embora oempresário tenha perfeita consciência deque valores provisórios são isso mesmo,provisórios, e sempre de interpretaçãorelativa. “O nosso objetivo era manter omesmo desempenho de 2015 mas, deacordo com os dados disponíveis, iremospossivelmente fechar o primeirosemestre com uma faturação 30 porcento superior em relação a igualperíodo do ano transato. Claro queterminar o ano com essa marca éimpossível, mas penso que poderemosatingir um crescimento global na ordemdos 10 por cento, ou seja, a faturar entre26 a 27 milhões de euros”, anuncia.

Crescimento que não cai do céu e quenem sequer se pode justificar apenas peloazar que tem batido à porta dos principaisdestinos concorrentes do Algarve, pois aEC Travel tem andado numa roda-vivanestes meses, entre feiras internacionaise aberturas de novas delegações e postosde atendimento ao público. “Não nosdeslumbramos, nem facilitamos e,quanto mais a empresa cresce, maior é aresponsabilidade para todos aqueles quetornam isto possível, tanto os de casa,como os de fora que fazem parte da«família» da EC Travel. A superação fazparte da manutenção do êxito e temosque melhorar diariamente para que, nomínimo, consigamos ficar com aqualidade que temos atualmente”, frisaEliseu Correia, lembrando que o turismo é

um negócio extremamente sensível afatores externos.

Nesse cenário, a EC Travel continua ainvestir bastante na qualidade dosprodutos e serviços que disponibilizaaos seus clientes e no relacionamentocom os seus parceiros, o que motivaráa abertura de mais um escritório esteano. “Poderemos manter esta toadade crescimento de volume, mas estoumais preocupado em melhorar osnossos processos internos e externose em dar mais qualidade e fatores dediferenciação aos nossos produtos. Oobjetivo é estarmos no topo naspróximas décadas e, se Deus quiser,muito para além da minha existênciaterrena”, indica o entrevistado,confirmando que o melhordesempenho se deve, em grandeparte, ao cimentar da posição daempresa nos mercados do Reino Unidoe Alemanha. “Todas as dificuldadesque são sobejamente conhecidas noEgito, Turquia e outros países da Baciado Mediterrâneo favorecem umdestino chamado Portugal e, claro, oAlgarve, mas eu acreditoessencialmente no trabalho realizadono quotidiano. Assim sendo,procuramos a nossa sorte sobretudonos mercados onde consideramos quepodemos crescer mais e onde temos ogrosso da nossa operação montada,ao invés de andarmos a tentardescobrir outros mercadosalternativos”.

A aposta no Reino Unido e naAlemanha justifica-se também porserem mercados bastante longe deestarem saturados e onde há larga

Page 30: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 30

margem de expansão, pelo que EliseuCorreia não é um defensor fanático dadiversificação sem conta, peso e medida.“Prefiro melhorar e maximizar o que já setem em casa do que andar sempre àprocura de coisas novas, quando o quetemos ainda não está devidamenteaproveitado”, justifica, ao mesmo tempoque alerta que se deve fazer tudo opossível para conquistar os turistas quechegam ao Algarve «empurrados» pelosproblemas de insegurança que acontecemnos países que seriam as suas primeirasescolhas. “Muito do crescimentoregistado no Algarve deve-se a clientesque não são nossos, que foram desviadosdos seus destinos habituais. Portanto,cabe-nos a nós todos, empresas eentidades oficiais, criar condições paraque eles sejam de tal forma bemrecebidos e fiquem tão impressionadoscom aquilo que temos para lhes oferecer,que regressem a Portugal mesmo depoisda situação normalizar nos outrospaíses”, defende.

E isto porque Eliseu Correia não duvidaque alguns dos concorrentes que agorapassam por maiores dificuldades, voltemao seu fulgor tradicional e recuperem assuas posições cimeiras. “Estou convencidoque, em 2017, não teremos todas estasfacilidades, já para não falar dosproblemas que se avizinham com o«Brexit». Basta pensar que, no AeroportoInternacional de Faro, 55 por cento dotrafego vem do Reino Unido”, avisa,reconhecendo que os recentes atentadosocorridos em França também desviarammuitos turistas para Portugal. “Não háque olhar apenas para o «sol e praia», háque lembrar os famosos short-breaks oucity-breaks, pessoas que vão passar um

fim-de-semana a uma capital parafazer compras ou ver monumentos emuseus, e Lisboa e Portoprovavelmente terão captado algunsvisitantes tradicionais de Paris”.

Uma gala para reunira família

Um termo que se tornou bastanteutilizado pelas entidades oficiais nosúltimos tempos é o «experiência», ouseja, não basta ter produtos e serviçosde elevada qualidade, há queproporcionar momentos inesquecíveisaos turistas, despoletar sensações, criarsentimentos, que permaneçam nas suasmemórias muito depois de já teremregressado aos seus países de origem.Uma realidade a que Eliseu Correia estáatento há bastante tempo e, munido doseu habitual pragmatismo, é rápido aconsiderar cada ameaça como umaoportunidade. “Nós vivemos deterceiros, não temos nada nosso, peloque o sucesso da EC Travel dependemuito da qualidade e da capacidadedos nossos parceiros para inovarem.As ameaças são mais do que muitas eos hotéis e afins, por exemplo, têmque criar mais-valias que os distingamclaramente dos outros produtos quesão oferecidos. Cada vez mais aquelafamosa frase «porque eu e não ovizinho do lado?» deve ser uma dasgrandes preocupações de quem temum produto/serviço paracomercializar”, afirma.

Entretanto, quase a terminar oprimeiro semestre, o segundo arrancalogo com a quinta edição do «Algarve

Page 31: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6231

Travel Awards by EC Travel», que se vairealizar, no dia 8 de julho, no Grande RealSanta Eulália Resort & Hotel SPA, emAlbufeira, sob o tema «Space Odissey».“Vamos manter as mesmas categorias e,a nível da animação, teremos o concertodo Jorge Palma, com a sua bandacompleta, seguido, no Le Club, do FrankieChavez e dos Bubba Brothers”, adiantaEliseu Correia, confirmando que a nata doturismo nacional estará reunida nesteempreendimento de luxo. “A gala é ummodo de agradecermos a todos osparceiros, num momento e local onde a«família» da EC Travel possa conviver emconjunto. Outro objetivo é dar a conhecere premiar os melhores em cada área, noâmbito do Algarve. Todavia, o alcance dagala já extravasou as fronteiras da regiãoe contaremos com a presença de muitasoutras pessoas do resto do país, entreentidades oficiais e imprensaespecializada”, revela.

A grande novidade da V Algarve TravelAwards by EC Travel será a transmissãoem direto da gala para o canal 126912do MEO e isto por uma razão muitosimples, justifica Eliseu Correia: “Se eupudesse convidar toda a gente quemerece, a gala teria que ser feita noEstádio do Algarve. A única forma queencontrei de, pelo menos, partilharaquilo que se passa com as pessoasque não estarão presentes, é passar agala na televisão”, explica,acrescentando ainda que este será oúltimo ano em que a gala terá lugar noVerão. “No futuro, vamos «casar» oaniversário da EC Travel com a AlgarveTravel Awards, no dia 30 de novembro.Quando à noite de 8 de julho emconcreto, o melhor é mesmo nãofaltar, porque só nessa altura em queserão conhecidos os nomeados e osvencedores de cada categoria”, finalizao fundador e líder da EC Travel .

Os Bubba Brothers serão uma das atrações da gala dos V Algarve Travel Awards by EC Travel

Page 32: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 32

Outrora destemidos e corajosos, saíamosem frágeis embarcações econquistávamos novos mundos ao

mundo, regressando mais ricos espiritual,intelectual e pecuniariamente. Um espíritoempreendedor, lutador e laborioso que granjeouproveito, fama e respeito além-fronteiras. Frutode vicissitudes várias, o proveito esvaiu-se e afama e o respeito quedaram-se por ruas onde aamargura e a melancolia criaram um emaranhadode caminhos que não nos levaram muito longe.

Sob o domínio e o jugo financeiro de países comeconomias emergentes, resta-nos mostrar onosso brio e raça lusitana através de competiçõesonde possamos entrar em jogo - idealmente - deigual para igual. Pegando no sentido literal dotermo, é através de um jogo que é rei emPortugal que, correndo, driblando e rematando,trazemos ao presente guerras e conquistasantigas. Através do futebol os portugueses veem-se e sentem-se representados por uma seleção debravos guerreiros. Não interessa se daí poucosproveitos diretos para a nação advêm, pois o queestá em jogo é o orgulho e a autoestima coletivade um país. Pesados e devidamentequantificados, serão esses ganhos indiretos quecolocarão todo um país a sorrir, rir, cantar,brincar, pular e festejar… e uma naçãorecompensada, alegre e feliz é necessariamenteuma nação mais produtiva.

O desejo é tanto e tão grande que durante ascompetições de futebol onde Portugal estárepresentado, o país entra em “pilotoautomático” e metamorfoseia-se numa enormenação a apoiar e a gostar de si própria.Adversários clubísticos desavindos dão as mãos ejuntos cantam a «Portuguesa»; espaços públicos

e comerciais antes repletos de gentetransformam-se em sítios apetecíveis parafrequentar enquanto os jogos decorrem;portugueses que nunca hastearam a bandeira nodia de Portugal descerram bandeiras ebandeirinhas portuguesas em todas as janelas evarandins das suas casas; mães e avós que naaltura dos jogos dos clubes vão para a cozinha vera telenovela ou outro programa qualquer,quando “toca” à Seleção de Portugal lá semantêm (nada quedas e pouco mudas) junto doshomens da casa, torcendo (e torcendo-se) pelosdestinos de todos nós; festas inesperadas eimprovisadas surgem após as vitórias e colocamgente que nunca se falou a abraçar-se e festejarcomo se fossem amigos de toda uma vida. Enfim,uma bola que rola e que a todos enrola!

Mal comparado, esta dedicação, atração,frenesim e bulício que a representaçãoportuguesa nos campeonatos de futebol nos traz,quase parece um enorme antidepressivo popular,onde uma bola a rolar opera o “milagre” de noscolocar a sonhar e a acreditar que afinal somoscapazes. Fico muitas vezes a matutar no quepoderíamos ser enquanto país, se dedicássemosaos assuntos estruturantes e prioritários para anação metade do tempo que dedicamos a umdesporto que, de quando em quando, nos fazlembrar a estirpe de que somos feitos. Umadormecimento em que teimamos em viver e quea “pancada” de uma bola de vez em quando fazacordar. No facebook o nosso slogan para oEuropeu de Futebol 2016 é “Não somos 11,somos 11 milhões”. Por mim poderia ser “11milhões de portugueses – a minha Seleção”…Sempre! .

… e que a bola continue a rolar!Paulo Cunha

Page 33: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6233

Page 34: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 34

Ninguém volta para casaMirian Tavares

Falava-se sobre as cegonhas que estãoespalhadas por Faro, sobretudo na marina.Constroem ninhos nos lugares mais difíceis

- uma proeza de fazer inveja a muito engenheiroou arquiteto. Quem vive cá, há tantos anosquanto eu, já incorporou na paisagem essas avesenormes que volteiam pelo céu e alimentam osfilhotes com grande alarido produzido pelo baterdos bicos.

Ontem, num jantar de um EncontroInternacional, dois professores estrangeiroscomentavam, admirados, o facto de existiremtantas cegonhas. Perguntavam-nos: sabemquantas há? Umas 10? E nós respondemos quenão sabíamos, mas que devia haver muitas mais.E ficam cá o ano todo? Sim, já não migram.Abancaram na cidade e dela fizeram a sua casa.

Quando penso nas aves migratórias, como ascegonhas, lembro-me de mim mesma, que fuinómada parte da vida, entre cidades, entreestados, entre países e que há uns anos abanqueiem Faro. Ainda há pessoas que me perguntam: enão voltas para casa? Outro dia falava com umaamiga sobre este sempiterno desejo de voltar, ousobre essa inquietação que a minha condição, deestrangeira, provoca nalgumas pessoas. E eladizia: depois de algum tempo, já não se voltapara casa, se vai. E é verdade, pois quanto maistempo passamos longe, mais a nossa casa é olugar onde estamos e aquele que ficou para trásé uma memória, que como todas as memórias,pode ser falseada.

Tendemos a pensar no distante, muitas vezes,como algo doce e aconchegante. Como algo quenos falta porque já não o temos aqui e agora.Mas ao voltarmos podemos perceber que o quenos falta ficou, outra vez, para trás. Esse é oproblema das aves migratórias, que andam deum lado para o outro, enquanto o seu lar deorigem sofre transformações. Quando voltam, jánão é a mesma casa. Talvez sua casa seja aviagem, o estar entre, o caminho. As cegonhas,que vivem nas torres altas de Faro, que o digam.Devem ter refletido que já não valia a penavoltar. Pensaram talvez que sequer valia a pena ire ficaram. Foram arrumando seus ninhos, aqui eacolá e tornaram-se paisagem.

Quando saí da casa dos meus pais, e fui viver adois dias de distância, escrevi mais de 40 cartasnum mês. Tudo estava tão longe e eu só, naquelanova cidade, ficava à janela esperando o tempopassar. Meu irmão já me chamava Carolina,como na música “o tempo passou na janela e sóCarolina não viu”. Mas eu via e aos poucos ascartas foram rareando pois estava integrada nonovo lugar que se havia convertido em meu. Dequalquer forma, ainda escrevi muitas cartas. Ehoje estou sempre em contacto com muitos dosque fui deixando pelos lugares por onde passei.Mas não penso mais em voltar para casa, mesmoque nunca me esqueça de lá ir. Como ascegonhas, vou ficando, por hora estouconfortável em fazer parte da paisagem .

"Quando penso desse jeito, nesta cidade daqui, (...), você nem sabe como me dá uma vontade doida,doida de voltar. Mas não vou voltar (...). Você não sabe, mas acontece assim

quando você sai de uma cidadezinha que já deixou de ser sua e vai morar noutra cidade, que ainda não começou a ser sua.

Você sempre fica meio tonto quando pensa que não quer ficar,e que também não quer - ou não pode - voltar".

Caio Fernando Abreu

Page 35: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6235

Page 36: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 36

Verão a Sul… tantas histórias por descobrir!Dália Paulo

Estes dias grandes são normalmente dias felizes! Noverão há um sentimento de esperança que serenova, com o merecido período de descanso.

Muitos rumam a Sul para desfrutar da nossa bela costa.Nada contra. Mas aventurem-se pelo barrocal e pelointerior. Aventurem-se pela nossa história, pelas nossasgentes, pela nossa herança comum. Partilho convosco odesafio de conhecerem e de se maravilharem com oterritório através de três rotas que podem ser percorridasno Algarve: a Umayyad, Rota Omíada do Algarve; oDescubriter, Rota Europeia dos Descobrimentos e a Redede Judiarias de Portugal. Escolho-as porque, através delas,podemos perceber que o Algarve sempre foi um territóriode confluência de culturas, de pluralidade, de tolerância.Cristãos, muçulmanos e judeus aqui conviveram econstruíram cidades em conjunto; isso é visível nosregistos arqueológicos e nos documentos conservados noArquivo Municipal de Loulé, que nos mostram uma vilagovernada por estas três culturas/religiões. E, uma últimaboa razão, porque são quase desconhecidas e são tãoricas em histórias sobre este território que precisam deser divulgadas para se tornarem um bom motivo/pretextode visita ao Algarve todo o ano.

A proposta de viagem começa com a conquista doterritório da diocese visigótica de Ossonoba (atual regiãodo Algarve) pelo califado Omíada de Damasco, em 713(século VIII). Nesta rota estão cartografados 14 sítios:Aljezur, Vila do Bispo, Monchique, Alvor, Silves,Vilamoura, São Brás de Alportel, Estoi, Faro, Tavira, CacelaVelha, Vila Real de Santo António, Martinlongo eAlcoutim. Um percurso que permitirá conhecer as nossasgentes, a diversidade geográfica do Algarve, descobrirpaisagens magníficas e saborear a riquíssima gastronomiada região.

Metemo-nos no balão do tempo e rumamos à épocados Descobrimentos, período fundamental para o Algarve.Percorrer a rota Descubriter é encontrarmo-nos com umadas principais figuras da época dos Descobrimentos: oInfante D. Henrique; na sua “casa” em Sagres podemosrecordar os versos de Sophia de Mello Breyner Andresen:“Ali vimos a veemência do visível/ O aparecer total

exposto inteiro/ E aquilo que nem sequer ousávamossonhar/ Era o verdadeiro” ou na “sua” Ermida de NossaSenhora de Guadalupe, em Vila do Bispo, onde podemvisitar a exposição “Henrique, o Infante que mudou omundo”, comissariada pelo Prof. João Paulo Oliveira eCosta. Retomo o que escrevi no catálogo desta exposição:“Quanto ao desejo é que cada um de vós que visita aexposição seja um eterno sonhador e hoje, como notempo do Infante, agarre o sonho e mude o (seu) mundo”.Que este seja um desafio para quem se aventurar porestas rotas.

Continuamos no mesmo período histórico – épocamoderna – e rumamos a conhecer as principaiscomunidades judaicas que estavam instaladas no interiordos cascos urbanos e, aqui, o convite é para percorrer oscentros históricos de Lagos, Silves, Faro e Tavira; ou deoutras localidades que tiveram comunidades judaicas:Alcoutim, Alvor, Loulé, Portimão e Castro Marim. Nestascidades há oportunidade de percorrer as suas antigasruas, parar em pormenores surpreendentes, descansarnuma esplanada ou visitar monumentos e museus quecontam as histórias deste território.

Elegemos apenas três possibilidades de rotas; há tantasoutras que permitem novas descobertas, outras leituras,outros diálogos. Se estivermos atentos o Algarve temmuito para nos contar! Saibamos olhá-lo e ouvi-lo. UmAlgarve que precisa de reforçar a sua Identidade e fazeruma aposta forte neste território (re)criando, a cada dia,um novo Algarve, aliando identidade e criação, poesia ecriatividade, inovação e tradição. Já Miguel Torga, em doispoemas dedicados ao Algarve, sintetizava tudo isto:“Terra que Portugal sonhou e sonha ainda,/ (…)/ Um marque é outro mar,/ Um sol que é outro sol,/ Gente que éoutra gente” ou noutro poema “Ainda a mesma nação,/Mas com outros sinais. (…) De que todo o além/ Começaneste cais.” Estes versos são a síntese perfeita dopotencial (ainda) não totalmente aproveitado desteAlgarve visionário, excêntrico e utópico!

Boas visitas e boas férias! .

Page 37: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6237

Page 38: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 38

Missão António Costa:Colar Lisboa a Atenas e afastar Dublin

Carlos Gouveia Martins

Nestes meses de mandato do governo dacoligação das Esquerdas em Portugal, há cadavez mais um conjunto de números, visíveis,

bem demonstrativos do quão pouco animador podemvir a ser os futuros meses de sobrevivência dageringonça no poder.

Se podemos verificar que, pela primeira vez desde2013, o investimento no país parou, vemos tambémagora, em junho de 2016, que, enquanto na Europacresce o seu índice de criação de empregos, Portugalconsegue ter um Primeiro-Ministro a passar ao ladoda destruição de empregos que mês após mês osnúmeros e estatísticas demonstram no nosso país. Amá evolução do mercado de trabalho só não é vistapor PS, BE e PCP, pois milhares de portugueses já ovoltaram a ver bem de perto.

E as finanças públicas? Bem, aumentou novamentea dívida pública, o défice duplicou e cifrou-se este mêsem 3.3%. Animador? Só para o “otimista crónico eligeiramente irritante” do nosso Primeiro-Ministro.Mas o “otimismo” de António Costa não fica por aquiporque, seguramente, está otimista com o facto de asexportações terem estagnado, do preocupanteabaixamento no ranking de competitividade nacional,do decréscimo da confiança dos consumidores, do nãoinvestimento estrangeiro em Portugal e, acima detudo, pelos indicadores de atividade económicaestarem em queda há seis meses consecutivos… Não éligeiramente, é totalmente irritante a cegueira deCosta contra os portugueses!

Igualmente irritante, e nada otimista, é a falta decoerência de quem perdeu eleições e mesmo assimlidera o governo português. António Costa referiu hádias, em Paris, que o país precisa de «consensosalargados para os desafios futuros» e que «terá de dartempo ao PSD». Ora, recordemos quem, infelizmente,governa Portugal que disse à Antena 1, a 18 deSetembro de 2015, sem conhecer qualquer propostaou draft de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, oseguinte: «É evidente que não viabilizaremos, nem há

acordo possível entre o PS e a coligação de direita»,assegurando que se a coligação PSD/CDS vencesse(como venceu!) as eleições de 4 de outubro, o PS iriavotar contra o Orçamento do Estado que fosseapresentado no Parlamento…

Consensos? António Costa não é um homem deconfiança, é um tático que procura acordos pontuaisque lhe garantam a sobrevivência política domomento e não o futuro de quem lhe conferiu aresponsabilidade de governar. Nunca assumirácompromissos com nada nem ninguém, exceto com odo poder de si próprio: Catarina Martins, Jerónimo deSousa, CGTP e FENPROF são os consensos de hoje deCosta. Amanhã, poderá não ser nenhum.

Mas podemos medir os compromissos do Primeiro-Ministro também por ações, não só pelos mausnúmeros que o seu curto mandato já apresenta, comopela noção de “palavra dada” que o seu passado lheconhece. Quem se esquece do Secretário-Geral do PSque negou os homólogos do PASOK na hora daderrota e abraçou os então corajosos (achará omesmo hoje?) Tsipras e Varoufakis do Syriza nomomento da sua vitória nas Legislativas Gregas,porque o populismo falou mais alto que a históriasocialista?

Bom, acredito que ao confirmarem-se as sondagensque dão o PSOE em Espanha como terceira força maisvotada atrás do PODEMOS, iremos certamente verAntónio Costa a abraçar Pablo Iglésias enquanto lhechama de Pedro Sanchez… No somatório, celebrarásempre porque também achará que no país vizinhoganha quem ficar em segundo mais votado. Livre-seMariano Rajoy desta triste sina de vencer sem poderganhar.

Pela divergência política mas, acima de tudo, pelaconvergência de maus fatores socioeconómicos,Portugal está cada vez mais próximo da Grécia e maisdistante do caso da Irlanda. Caberá ao PSD não secomprometer com quem desgraça o país! .

Page 39: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6239

Page 40: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 40

Cozinheiros, Chefs de Cozinha e RestauradoresAugusto Lima

Já é lícito verbalizar que o cliente escolhe este ouaquele restaurante pelo facto de nele trabalhareste ou aquele Chef, mas o mais acertado será dizer

que ele frequenta este ou aquele espaço pelo serviçoprestado e pela qualidade da comida apresentada,independentemente de conhecer ou não o responsávelpela cozinha. Esta diferença é conseguida através dasdiretrizes definidas pelo profissional no momento daadmissão, onde devem ficar bem determinadas as suasexigências e a parceria a ser feita entre este e orestaurador.

Claro que isto implica ser muito mais que umtrabalhador. Tem que se ter uma atitude de dono donegócio, ser-se parceiro, não mero empregado. Deigual forma o dono não deve ser apenas umempregador e a relação entre o seu Chef deve ir muitomais além na perspetiva do negócio e da continuidadedo mesmo.

Até há bem pouco tempo, apenas ocomercial/rececionista (numa empresa de serviços),detinha o exclusivo (para além do dono) de ser ocartão-de-visita da empresa. Hoje, alguns, não muitos,Chefs e Chefes de Sala são vendedores natos, capazesde promover o seu trabalho, a sua arte e a empresaonde desenvolvem o seu trabalho, mostrando queapenas com atitude se conseguem ações geniais deMarketing. E quando falo em “vender” – não me refiroobviamente à comida em si, mas o conceito por detrásda honestidade necessária.

Existem diferenças óbvias entre Cozinheiros e Chefsde Cozinha se bem que também existem coisas comunsentre os dois. Não existem escolas de Chefs nem umprograma de televisão por si só fabrica Chefs. Antes demais somos todos (os que professam a cozinha),cozinheiros, artesãos na arte de cozinhar, operáriosespecializados na confeção de alimentos. E aquipodemos verificar duas diferenças: ou são artesãos naverdadeira aceção da palavra ou são artistas artesãos,capazes de inventar ou reinventar o seu trabalho.Evidente é também o facto de poderem ser ou não

profissionais qualificados, ou seja, de reunirem, ou não,as condições mínimas exigidas para poderem exercer afunção. Já o Chef de cozinha, para além de ter quedeter todas estas qualificações, terá ainda que poderestar habilitado a gerir uma cozinha (equipa, espaço,utensílios, maquinaria, rentabilidade, aquisições,receção, acondicionamento e higiene); a gerir umaequipa, retirando dela o seu melhor, aprendendo eclaro, num Chefe completo, todo o serviço confinante àsala (louça, asseio, serviço de sala, apresentação etransporte, vinhos, ambiente, carta, etc.) e ainda poder(através de tática e carisma) fazer a sua promoção e ado espaço onde exercita a sua atividade profissional.

Se ser Chefe significa Chefiar, então asresponsabilidades, normas e exemplos devem deleadvir. Só assim se poderá executar o papel de Chefia:com assertividade, com vontade, carisma, saber. Comoem qualquer ofício, este profissional deverá exerceruma ação ativa, uma constante procura na aquisição deconhecimentos, que lhe permita marcar a diferençaentre os demais e poder assim conquistar o seu espaço.

Conselhos, hão-de ser sempre precisos, mas as regrasserão sempre sinónimos de adjetivos: Honestidade,persistência, higiene, profissionalismo, carisma,trabalho, dedicação, acreditar.

E o que tem isto tudo a haver com o título da crónica?Pois bem! Como muitos Chefes de cozinha ainda nãotêm a possibilidade de poder ter o seu própriorestaurante, eis que entram em cena os proprietários.Existem os Restauradores e os donos de espaços derestauração. Os primeiros detêm os requisitos comunsa todo e qualquer profissional, seja em que área for. Ossegundos são detentores de um título que deveriamhonrar e praticar. E aqui entra a vontade dosprofissionais. Chega de inconformismo, do deixa andar,da abstenção e da indiferença. Existem autoridadescompetentes, meios de informação, associações e todauma opinião pública e profissional.

Vamos, mãos à obra! Pela qualidade da nossaprofissão, pela nossa cozinha .

Page 41: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6241

Page 42: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 42ALGARVE INFORMATIVO #62 42

CONSERVATÓRIODE MÚSICA DE OLHÃOUma referência no ensino artístico

Page 43: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6243 ALGARVE INFORMATIVO #6243

O encerrar de mais um ano letivo do Conservatório de Música de Olhão foiassinalado com um arrepiante espetáculo no Auditório Municipal de Olhão, no dia15 de junho. Uma noite de lotação esgotada e com mais de uma centena dealunos em palco, ilustrando de forma exemplar o talento que se vai descobrindo,moldando e aprimorando no dia-a-dia na Cidade da Restauração, em váriasclasses de instrumentos e diversos escalões etários. É caso para dizer: “Caramba,eles são mesmo bons!”.

Texto: Fotografia:

Page 44: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 44

A azáfama era tremenda nasinstalações doConservatório de Músicade Olhão, com osderradeiros ensaios para o

concerto de encerramento de ano letivoque teria lugar no Auditório Municipalde Olhão, no dia 15 de junho, vésperade Dia da Cidade. A liderar as «tropas»encontrava-se o presidente do ConselhoAdministrativo Rui Gonçalves e aDiretora Pedagógica Anabela Silva epercebia-se perfeitamente o frenesimque se sentia no ar, já que estariam empalco à volta de 120 pessoas, entrealunos e alguns professores. Oprograma era uma surpresa,normalmente preenchido por músicascurtas, ligeiras, ainda que, nesteespetáculo em concreto, se notasseuma maior presença da música clássicae erudita.

Era o culminar do trabalhodesenvolvido ao longo do ano, umgénero de best-of, onde nãoparticipariam a totalidade dos cercade 170 alunos que o Conservatório deMúsica de Olhão possui atualmente,que vão desde a idade pré-escolaraté aos chamados seniores, com omais idoso a ter 80 anos. Quanto ainstrumentos, são várias asalternativas disponíveis nestaentidade, desde o violino, viola dearco e violoncelo ao piano, guitarra,acordeão, clarinete e canto, entreoutros. “Fazendo todo oconservatório, que equivale aooitavo grau, em paralelo com o 12.º,os alunos estão habilitados paraconcorrer ao Ensino Superior na áreada música”, indica Rui Gonçalves, aopasso que Anabela Silva revela que

44ALGARVE INFORMATIVO #62

Page 45: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6245

há alunos que pretendem seguir umacarreira profissional neste campo,enquanto outros procuram apenasdesenvolver as suas aptidões culturais eartísticas. “Os cursos oficiais sãoconstituídos pelas disciplinas tituladaspelo Ministério da Educação, nos cursoslivres, podem escolher a formaçãomusical e instrumento que maisdesejam”, distingue a DiretoraPedagógica. “Num curso livre não éobrigatório cumprir-se um currículo, umadulto pode vir simplesmente aprendera tocar um bocadinho de guitarra ouviolino. Será uma aprendizagem comalgumas limitações, por não incluir asvariantes que reforçam o saber para seconseguir avançar mais depressa”,acrescenta Rui Gonçalves.

Neste sentido, as aulas acontecem numhorário que seja possível conciliar com oensino tradicional, sobretudo a partir das

14h/15h, prolongando-se até às 20h. Ecomo muita confusão tem havidoentre o que é ensino público e ensinoprivado, Rui Gonçalves esclarece queo Conservatório de Música de Olhão éum Estabelecimento de EnsinoParticular e Cooperativo, criada em2004, com Autorização Definitiva deFuncionamento validada peloMinistério da Educação e com cursosoficiais nas disciplinas de Acordeão,Violino, Violeta, Piano, Clarinete,Guitarra e Violoncelo, nos cursosBásico e Secundário. “O Estado delegao ensino artístico nestas instituições,com os quais faz contratos-patrocínio, que são diferentes doscontratos de associação de que setem falado tanto nos últimos tempos.No Algarve existem oitoconservatórios privados, divididosentre Olhão, Faro, Lagos, Loulé,Portimão, Vila Real de Santo António,

ALGARVE INFORMATIVO #6245

Page 46: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 46

Albufeira e Tavira e há procura paratodos”, assegura Rui Gonçalves, comAnabela Silva a apontar que, para oConservatório de Música de Olhão,chegam alunos de Tavira, São Brás deAlportel, Loulé e Faro, para além,claro, de Olhão, sendo a qualidade daformação o principal fator de escolha.“Não queremos dizer que somosmelhores do que os outros, massomos uma excelente escola, talvezpela filosofia de proximidade quetemos com os alunos, os pais e acomunidade”, sublinha a dupla.

Pais que são bastante ativos naeducação artística dos seus filhos, sejaa levá-los às aulas, seja a assistir àsdiversas atuações ao vivo queacontecem ao longo do ano letivo,

com a Igreja Matriz de Olhão aencher sempre por completo, omesmo sucedendo agora com oAuditório Municipal de Olhão, cujalotação de mais de 400 lugaresesgotou em poucas horas. “E hávários outros eventos para os quaisos nossos alunos são solicitados eisso é mais um incentivo para sededicarem à música. Tentamoscolocá-los num meio artístico real,não apenas dar aulas dentro deuma sala aqui no conservatório”,frisa Anabela Silva. “Isto não podeser encarado como um passatempoou como uma atividadeextracurricular. A música não é okaraté ou o ballet, que se praticaapenas durante a aula. Aqui,aprende-se durante a aula e tem

46ALGARVE INFORMATIVO #62

Page 47: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6247

que se praticar imenso fora dela. Elestêm que trabalhar muito em casaporque não se trata apenas de uminstrumento, são várias disciplinas queexigem bastante tempo”, enfatiza RuiGonçalves.

Esta elevada exigência éperfeitamente assumida pelos alunosque frequentam os cursos oficiais,enquanto aqueles que encaram amúsica de uma forma mais lúdicapreferem inscrever-se nos cursos livres,que não consomem tanto tempo.“Esses evoluem à velocidade quepodem, consoante o trabalho quefazem em casa. Não estão sob a alçadade um currículo, não há exames eprovas com datas definidas. Nos cursosoficiais há, de facto, alguns alunos quechegam ao conservatório com uma

ideia errada do que isto é, masrapidamente entram na rotina, nadinâmica das classes”, observa RuiGonçalves.

Só os excelentesvingam na música

Mercê da qualidade do ensino e dosresultados obtidos peloConservatório de Música de Olhão, jáse tornou habitual existirem listas deespera em determinadas disciplinas,casos do canto e do piano, e nemtodos os pretendentes passam pelasprovas de acesso, as audições, quesão obrigatórias nos cursos oficiais.Depois, é questão de arregaçar asmangas, dedicação, esforço, trabalho,sempre com a certeza de que nem

ALGARVE INFORMATIVO #6247

Page 48: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 48

todos conseguirão singrar neste difícilmeio profissional. “Não criamos falsasexpetativas nos nossos alunos e elestambém sabem bem o estado em quese encontra Portugal. Há poucasescolas superiores de música, omesmo acontece com orquestras,portanto, têm que ser mesmo muitobons, caso contrário, vão ser mais umdesempregado com um cursosuperior”, refere o presidente doConselho Administrativo.

Cientes destas dificuldades, os bonsalunos vão prosseguindo a suaformação a nível superior, contudo, osmédios optam por não seguir a veiaartística, escolhem outro curso na horade rumar à universidade. “No entanto,o potencial para ser músicopermanece na sua essência e, aomesmo tempo, estamos a formar umpúblico que gosta de música, quecompra bilhetes para assistir a

concertos e, se há procura paraestes produtos culturais, tambémhaverá necessidade para seconstituírem mais orquestras”,analisa Rui Gonçalves. E, quase semse pensar, entrou-se no campofinanceiro, no eterno equilíbrio entrereceitas e despesas, com AnabelaSilva a confirmar que a gestão de umconservatório deve ser bastantecontida e controlada, para que tudobata certo no final do mês. “Temosmuitas ideias e projetos, mas nãopodemos entrar em loucuras, nãohá dinheiro para os executar.Gostaríamos de abrir novos cursos,mas isso obriga à aquisição denovos instrumentos, que sãocaríssimos, para além damanutenção do próprio professor”,esclarece Rui Gonçalves.

Professores que são relativamentefáceis de encontrar, apesar do

48ALGARVE INFORMATIVO #62

Page 49: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6249

elevado número de conservatóriosexistentes no Algarve, precisamenteporque, à falta de um horáriocompleto numa escola, eles dão aulasem várias em simultâneo. “Todos osdias recebemos currículos do paísinteiro, do Minho até ao Alentejo. Oproblema é reunir o númerosuficiente de candidatos, de alunos,para compensar a abertura de umnovo curso e contratar um professorque não é aqui da zona. Se tivermosapenas quatro alunos, só podemospagar essas quatro horas, e isso nãodá sequer para pagar o bilhete decomboio”, explica o entrevistado,confessando que gerir esta matéria édeveras complicado em alguns casos.

Não é de admirar, assim, que quemestá à frente de um conservatório demúsica tenha pouco tempo para

descansar, para tirar férias, porqueo ano letivo arranca em setembro e,antes disso, há que contar com asprovas de acesso dos novos alunos epreparar os horários.“Normalmente, conseguimos tirarentre cinco a 10 dias durante o mêsde agosto, mas não de forma muitosossegada e tem que estar cásempre um no Conservatório”,admite, com um sorriso, RuiGonçalves. Prova disso é que vãoacontecer algumas ações desensibilização, durante julho, paracativar alunos para outrosinstrumentos, nomeadamente ovioloncelo, o trompete e o fagote.“Aqui há outro problema a afetaras escolhas dos alunos, que é ocusto dos instrumentos. É possívelarranjar um violino por 100 eurospara se começar a estudar, mas um

ALGARVE INFORMATIVO #6249

Page 50: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 50

fagote, no mínimo, custa 2.500 euros,não é brincadeira. Também não searranja um acordeão por menos dedois mil euros, e será um modelobásico”, comenta Rui Gonçalves. Ouseja, embora se diga frequentementeque o ensino artístico não estáreservado às elites, às classes maisabonadas financeiramente, a verdade éque o custo de alguns instrumentosnão está ao alcance de qualquer jovem.“Ou as escolas têm e emprestam aosalunos, o que não é o mais indicado,ou os miúdos herdam os instrumentosde familiares”, repara o diretor.

Múltiplas dificuldades que os alunosmais dedicados do Conservatório deMúsica de Olhão têm ultrapassado ecom resultados que enchem de orgulhoos seus professores. De facto, ainda há

pouco tempo, alunos de piano foramà Casa da Música do Porto, outrosvão fazer um estágio na OrquestraEnsamble, outros ainda vão terformação adicional no estrangeiro.“Um entrou para primeiro violinoda Orquestra Ensamble, em 100 queparticiparam do país inteiro. Anossa escola está numa posiçãomuito boa no ranking nacional eapresentamos, em 2015, umaProjeto Educativo para três anos aoMinistério da Educação, que foiprontamente aceite. É verdade queo Estado está a apertar cada vezmais, mas o que foi assinado está aser cumprido na íntegra”, concluiRui Gonçalves .

50ALGARVE INFORMATIVO #62

Page 51: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6251

Page 52: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 52

Texto: Fotografia:

Foram assinados, no dia 7 de junho, os Protocolos de Articulação Funcionalentre a Autoridade de Gestão do CRESC Algarve 2020 e nove Grupos de AçãoLocal para a gestão do Desenvolvimento Local de Base Comunitária, no âmbitodos fundos comunitários Portugal 2020, o que significa que, até 2020, omicroempreendedorismo no Algarve vai ter acesso a 20 milhões de euros deincentivos provenientes de diversos fundos europeus. Dinheiro bem-vindo, semdúvida, mas que, prática, só deverá ser injetado na economia local no próximoano, uma vez que só agora vão abrir os concursos para apresentação decandidaturas, que serão criteriosamente analisadas antes de serem ou nãoaprovadas. Foi para saber mais sobre todo este processo que o AlgarveInformativo esteve à conversa com Nelson Dias, presidente da Associação InLoco, um dos Grupos de Ação Local que vai gerir estes fundos.

“Burocracia é inimiga doinvestimento no interior”,lamenta Nelson Dias

52ALGARVE INFORMATIVO #62

Page 53: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6253 ALGARVE INFORMATIVO #6253

Page 54: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 54

O auditório da CCDRAlgarve foi o localescolhido para aassinatura, no dia 7 dejunho, dos Protocolos de

Articulação Funcional entre a Autoridadede Gestão do CRESC Algarve 2020 e osnove Grupos de Ação Local (GAL), para agestão do Desenvolvimento Local deBase Comunitária (DLBC), no âmbito dosfundos comunitários Portugal 2020. Nofundo, o microempreendedorismo noAlgarve vai ter acesso, até 2020, a umtotal de 20 milhões de euros deincentivos provenientes de diversosfundos europeus.

Desses protocolos, quatro são DLBCUrbanos: Faro, gerido pela FundaçãoAntónio Silva Leal e dotado com ummilhão de euros; Lagos e Silves, ambosgeridos pela Associação Vicentina, e com970 mil e 890 mil euros, respetivamente;

e ainda Tavira, gerido pela FundaçãoIrene Rolo, com 945 mil euros). Trêssão DLBC Rurais: Interior do AlgarveCentral, gerido pela In Loco, dotadocom um milhão e 250 mil euros; BaixoGuadiana, pela Associação Terras doBaixo Guadiana, com um milhão e 75mil euros; e Adere 2020, pelaVicentina, com um milhão 130 mileuros. E dois são DLBC Costeiros:Sotavento, gerido pelo Município deOlhão, e dotado de 600 mil euros, eBarlavento, gerido pela Agência deDesenvolvimento do Barlavento,também com 600 mil euros.

Em São Brás de Alportel está sedeadoum desses GAL, a Associação In Loco,presidida por Nelson Dias há cerca denove anos. A entidade nasceu, porém,em Faro, em 1988, por iniciativa de umgrupo de professores da EscolaSuperior de Educação. “Perceberam

Espaço Rosa Beatriz, em São Brás de Alportel

Page 55: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6255

que havia um território do Algarve queescapava à maior parte das pessoas, quetinha um conjunto de recursos enecessidades, e desenharam, na altura,o Projeto Radial (Rede de Apoio aoDesenvolvimento Integrado do Algarve),mais vocacionado para trabalhar comcrianças”, recorda Nelson Dias,adiantando que a In Loco foi constituídaposteriormente para gerir pacotesfinanceiros provenientes da UniãoEuropeia, mudando-se para São Brás deAlportel já no início do século XXI.

Hoje, a In Loco intervém em trêsterritórios: o Interior do Algarve Central,que abrange 18 freguesias de setemunicípios (Tavira, Olhão, São Brás, Faro,Loulé, Albufeira e Silves); um segundoterritório que abarca todo o país,apoiando municípios interessados em

implementar processos de democraciaparticipativa; um terceiro território,além-fronteiras, com projetos decooperação e prestações de serviçosem vários países de língua portuguesa.“Somos a entidade que, a nívelnacional, mais trabalho tem tido nocampo dos orçamentos participativos(OP). Começamos com isso há mais deuma década, apoiamos aimplementação dos primeiros OP emPortugal e continuamos a ajudarvários municípios que nos contratampara auxiliar na conceção dametodologia do OP, na formação dasequipas nas autarquias, nodesenvolvimento dos processos e nasua avaliação”, indica Nelson Dias.

Orçamentos Participativos que, de háuns anos para cá, parece que ficaram

Nelson Dias com técnicos da Associação In Loco

Page 56: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 56

na moda, mas o dirigente admite que oprocesso não foi fácil de arrancar e quenem todas as experiências produziram osresultados desejados. “Foi um caminhotemporalmente curto, mas difícil,porque a maior parte das autarquias nãoqueria abrir mão da decisão.Consultavam os munícipes, ouviam assuas opiniões, mas depois eram oseleitos que decidiam o que fazer com aspropostas das pessoas. Só após2008/2009 é que surgem os primeirosOP que nós chamamos deliberativos, emque os cidadãos decidem, efetivamente,o que fazer com parte do dinheiro”,recorda o líder da In Loco, que é aentidade responsável pela gestão doObservatório Nacional dos OrçamentosParticipativos. “Desde 2002identificamos mais de 180 experiênciase, no final de 2015, estavam a funcionarcerca de 83, maioritariamentepromovidos por municípios, mas algunstambém por uniões de freguesias ejuntas de freguesias. Segundo os dadosque apuramos ao longo destes anos, oscidadãos portugueses envolvidos nestesOP terão decidido mais de 70 milhões deeuros”.

Olhando para o Algarve, as experiênciasativas não são muitas, alguns municípiostentaram, mas desistiram, sendo Loulé,Lagoa, Lagos e Albufeira os maisexpressivos na atualidade. E, para alémdos valores absolutos afetos a cada OP,Nelson Dias sublinha que é importanteperceber qual o seu peso no orçamentototal de cada autarquia. “Os OP decidem,em média, entre menos de 1 a 7/8 porcento do investimento total”, observa.

Maior atenção dadaao mundo rural

Mudando a conversa para omicroempreendedorismo,designadamente para a gestão defundos comunitários ou nacionais, a InLoco está focada no desenvolvimentorural do interior do Algarve e o intuitofoi, desde logo, captar fundos que nãopoderiam ser administrados porindivíduos ou empresas de formaisolada. Mas a In Loco queriaigualmente chamar a atenção deoutras entidades para que olhassempara o mundo rural do Algarve,quando se pensava apenas no litoral eno desenvolvimento turístico baseadonos produtos «Sol e Mar». “Há umconjunto de recursos do «outro»Algarve que temos que continuar apotenciar e desde 1991 que estamos agerir fundos de apoio aomicroempreendedorismo. É um termonovo, mas vem na sequência da«Abordagem Leader», que é a ligaçãoentre ações de desenvolvimento daeconomia rural que criem emprego epotenciem a riqueza que o territóriotem”, esclarece Nelson Dias.

Quanto à nova fase que agora vaiarrancar, o presidente da direção daAssociação In Loco lamenta que setenham perdido dois anos de execuçãodevido aos atrasos do governo emdefinir a atribuição destes fundos. “Ocidadão isolado não pode concorrer aestes fundos se não houver umaentidade na região que faça a gestãodesse dinheiro, porque a UniãoEuropeia estipulou que teriam que ser

Page 57: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6257

criados Grupos de AçãoLocal para esse fim e queapresentassem umaestratégia dedesenvolvimento. Sendoaprovada essaestratégia, recebemosuma subvenção global e,depois, recebemos,analisamos efinanciamoscandidaturas”, elucida oentrevistado. “A UniãoEuropeia assume queestá muito distante eque não temconhecimento doterritório, às vezes nemo Estado Português tem,por isso, opta porfinanciar diretamenteestes GAL, que têm queter, na sua composição,pelo menos 51 por centode membros do setornão público. Hoje isto écomum mas, no iníciodos anos 90, foi umarutura com o anterior modo de gestãodos fundos comunitários”, salienta.

Grupos de Ação Local que recebem ospromotores dos projetos, discutem comeles o que pretendem criar de raiz oumelhorar, fazem um estudo deviabilidade das ideias, tudo antes dascandidaturas serem formalizadas. Estassão posteriormente avaliadas de acordocom parâmetros bastante rigorosos e,sendo aprovadas, há todo oacompanhamento da execução dosprojetos no terreno. “Não é só entregaro dinheiro às pessoas. As ideias não

podem ficar no papel, têm que gerarresultados para o território”, sublinhaNelson Dias, garantindo que, destaforma, não há utilização indevidadestes fundos.

Isto não significa que todos osprojetos aprovados tenham o sucessoesperado, pois há variáveis que não sepodem controlar na totalidade, já paranão falar do quadro de crise quePortugal tem atravessado na últimadécada. No entanto, também hápessoas que chegam à In Loco semnenhuma ideia em concreta e que

Carlos Santos Beauty Center, em Loulé

Casa de Campo da Quinta da Rosa Amarela, em Boliqueime

Page 58: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 58

pretendem apenas saber que fundos éque estão disponíveis. “Nesses casos éfácil perceber que o projeto não vaifuncionar. Há outras pessoas que têmmuito empenho e vontade em avançarcom um projeto e precisam realmentede apoio. A nossa proximidade econhecimento das pessoas e doterritório ajudam a identificar onde éque podem estar os elementos desucesso”, entende o dirigente.

Nelson Dias aproveita para lembrar queo mundo rural não se limita à agriculturae pecuária, existindo uma enormediversidade de atividades económicasque podem ser dinamizadas nesseespaço geográfico, inclusive empresasligadas às tecnologias de ponta. Nestequadro de apoio, a Associação In Loco vai

gerir apoios provenientes de trêsfundos diferentes: FEADER – FundoEuropeu Agrícola de DesenvolvimentoRural, FEDER – Fundo Europeu deDesenvolvimento Regional e o FSE –Fundo Social Europeu. “Cada um vaifinanciar tipologias de atividadediferentes e o grosso do dinheiro vemdo FEADER e está alocado àagricultura e atividades relacionadascom ela, como a transformação,comercialização e promoção deprodutos locais, o turismo rural eoutras. Dentro do FEDER e do FSE, queserá um milhão e 250 mil euros,vamos poder financiar outrasatividades do mundo rural que nadatenham a ver com a agricultura e apecuária”, aponta o entrevistado.

Loja 11 Gourmet, em Loulé

Page 59: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6259

Quadro legalpode ser um inferno

Se o mundo rural não é apenasagricultura e pecuária, também não sãoapenas os mais seniores que se dedicama este ramo, com os mais idosos aprocurarem apoios sobretudo paramelhorar atividades já existentes,enquanto as novas gerações avançamcom projetos mais distintos, das novastecnologias, co-working, agências deviagens e produtos locais inovadores.“Este território tem tido a capacidade dediversificar a tipologia dos investidores,apesar de existirem sempre riscosassociados e de não ser fácil investir nointerior, quando toda a atividadeeconómica está mais vocacionada para olitoral. Dai ser importante equacionar odesenvolvimento rural na suamultiplicidade de atividades, e nãoapenas na agricultura, o queempobreceria a nossa intervenção”,defende Nelson Dias.

Verbas estão a caminho, as estruturasde apoio estão no terreno, osempresários também, mas persiste oproblema do enquadramento legal,reconhece o presidente da In Loco, comum encolher de ombros. “Quando oquadro legal é um problema, a solução émudá-lo, mas Portugal nem sempre temconseguido fazer isso. E, no mundorural, o licenciamento de atividades ébastante complicado, porque há umareserva natural, ou uma restrição noPDM ou no Plano de Ordenamento doTerritório. É um processo moroso ecomplexo que, por vezes, torna a vida

dos investidores num inferno”,desabafa. “As pessoas podem ter boavontade, uma ideia e dinheirodisponível, mas depois esbarram comlegislação e, muitas vezes, os própriostécnicos das autarquias responsáveispelo licenciamento estão inseguros eexigem ao promotor uma série degarantias e documentos. Há coisasque nem sequer fazem sentido, é umquebra-cabeças e muitas pessoasacabam por desistir. A burocracia queé colocada em cima da mesa é inimigado investimento no interior”, reforça.

Nelson Dias dá o exemplo dos apoiosconcedidos à implantação de diversasqueijarias no interior do Algarve e que,anos depois, os seus proprietáriosrecorriam à In Loco para os ajudar aencerrar o negócio, por nãoaguentaram a carga burocrática quelhes era imposta. “Infelizmente,achamos que isso não vai melhorar,mas estamos sempre empenhados emtrabalhar com os serviços delicenciamento das autarquias paranão se perder dinheiro. No últimoquadro comunitário, o Algarve estevea poucos dias de perder mais de ummilhão de euros de apoios pordificuldades de licenciamento”,recorda, embora compreenda aposição dos técnicos e dos autarcas,até porque já houve situações deperda de mandato por problemasligados ao licenciamento.

Conforme referido no início daconversa, são 20 milhões de euros queestão a caminho do Algarve paraapoiar o microempreendedorismo,mas há ainda um caminho a percorrer

Page 60: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 60

antes do dinheirochegar, efetivamente,às mãos dosinvestidores. “O Estadoburocratizou emexcesso este processo enão foi capaz de seguiruma orientação daUnião Europeia para agestão de plurifundos.O resultado é queandamos dois anospara fazer umacandidatura econseguir a suaaprovação e, agora,queremos executar omais depressa possíveleste dinheiro, paratermos argumentosjunto dos gestores doFEADER, que écentralizado em Lisboa,e do FEDER e FSE, que éda alçada da CCDRAlgarve, parademonstrar que esteterritório precisa demais fundos, porque háinvestidoresdisponíveis”, frisa Nelson Dias.

Deste modo, agora é tempo de lançaros avisos de abertura de candidaturas,permitir às pessoas que apresentem assuas ideias, analisá-las no menor tempopossível, para que sejam aprovados pelagestão nacional e as verbas sejamlibertadas no início de 2017, o que obrigaa estrutura da Associação In Loco atrabalhar a todo o gás, como se costumadizer. “Quando a crise se instalou, osetor económico privado retraiu-se,

depois, estivemos dois anos seminjetar dinheiro neste território,portanto, queremos aplicarrapidamente a maior parte destesapoios, no âmbito dos pequenosinvestimentos agrícolas e datransformação e comercialização deprodutos locais, que terão umadotação entre os 800 a 900 mil eurosjá no primeiro concurso” .

Fonte Nova e Lavadouro em São Brás de Alportel

Unidade Sócio-Ocupacional para Adolescentes da Asmal, em Loulé

Page 61: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6261

Page 62: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 62

Page 63: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6263

Page 64: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 64

Texto:

A Câmara Municipal de São Brás de Alportel, a Região de Turismo do Algarve e aDireção Regional de Cultura do Algarve assinaram, na manhã de 14 de junho, aCarta de Compromisso do Projeto Umaayya, com o intuito de dinamizar a RotaOmíada neste concelho do interior algarvio. A importância desta rota foirecentemente reconhecido pelo Conselho da Europa e poderá constituir um forteatrativo para os adeptos do turismo cultural, mais uma forma de atenuar asazonalidade da região algarvia.

Poder Local, Culturae Turismo unem-se paradinamizar Rota Omíada

Vítor Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, Alexandra Gonçalves, Diretora Regionalde Cultura do Algarve e Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve

Page 65: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6265

A Rota Omíada acaba de serreconhecida com o selo doConselho da Europa comouma das rotas culturais deinteresse europeu e faz

parte do projeto internacional«Umayyad» que, por sua vez, écofinanciado pelo Programa ENPI –European Neighbourhood andPartnership Instrument, na vertenteCross Border Cooperation in theMediterranean, que visa incentivar acooperação multilateral entre a Europa eos outros países situados na costa doMediterrâneo. Liderado pela Fundação ElLegado Andalusí, tem como parceiros,em Portugal, a Região de Turismo doAlgarve e a Direção Regional de Culturado Algarve, a que se juntam mais 12entidades oriundas de outros seis paísesda Bacia do Mediterrâneo, mais

concretamente a Espanha, Itália,Tunísia, Egito, Líbano e Jordânia.

Esta rota é um itinerário turístico-cultural que pretende dar a conhecer aprofunda relação humana, cultural,artística e científica que seestabeleceu entre o Oriente e oOcidente, bem como a transmissão dolegado grego latino à Europa atravésdo al-Andalus. Ora, o Algarve é oterritório português com diacroniamuçulmana mais prolongada, aliás, otopónimo Algarve precede do termoárabe al-Gharb, que significa Ocidente.O limite geográfico desta regiãocorresponde ao espaço que pertenceuà diocese provincial visigótica noséculo VI e, posteriormente, à «Kura»,província islâmica de Ossónoba, nosséculos VIII a XIII.

Vista de São Brás de Alportel

Page 66: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 66

A diocese visigótica de Ossónoba foiconquistada por volta do ano de 713 parao califado Omíada de Damasco pelastropas de ‘Abd al-‘Aziz, filho de Musa,governador de Ifriqiya, atual Tunísia. Odomínio omíada no Mediterrâneo e noAlgarve correspondeu a um importanteperíodo de prosperidade económica ecultural que influenciou de formadeterminante a cultura portuguesa. Doseu legado destacam-se, na região, osvestígios de muralhas urbanas e de husun,conjuntos palestinos fortificados,propriedade de grupos clãnicos quedominavam um território e os seusrecursos naturais. Mas assinalam-seigualmente um conjunto de lugares dememória que, pela ausência de vestígiosfísicos, se revelam como patrimóniomarcadamente imaterial, para além detestemunhos arqueológicos expostos em

museus ou polos museológicos de todaa região.

A Rota Omíada no Algarve constitui,por isso, uma viagem pelos caminhosda região que integra 14 localidades –Vila Real de Santo António, CacelaVelha, Tavira, Alcoutim, Martinlongo,São Brás de Alportel, Estói, Faro,Vilamoura, Silves, Monchique, Aljezur,Alvor e Vila do Bispo – na qual oviajante desfrutará da enormediversidade paisagística de umterritório que inclui três áreasgeomorfológicas distintas: a serra, obarrocal e o litoral. No caso concretode São Brás de Alportel, é facilmentevisível o qualificado centro histórico eum forte dinamismo em rotas culturais,que a autarquia já vem promovendoatravés dos «Passeios de Natureza».Um legado que, quando imaterial, é

Vista de Tavira com o seu Rio Gilão

Page 67: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6267

representado por nomes de lugares, usos,costumes, tradições e lendas; quandomaterial, é constituído por produçõesagrícolas e testemunhos de antigossistemas de regadio, tais como as noras,tanques, caminhos de rega, a par dasmanifestações de tradição gastronómica,como o uso do mel, do açúcar, dasamêndoas, dos figos, de bolos fritos e doforno.

Turismo cultural é essencialpara o futuro do Algarve

Como se compreende facilmente, a RotaOmíada é um trabalho em progresso quefuncionará tanto melhor quanto maior onúmero de parcerias sejam estabelecidas,através da assinatura de Cartas deCompromisso, um esforço conjunto emque está envolvida a Região de Turismodo Algarve e a Direção Regional de

Cultura do Algarve. “O califado nãodeixou no Algarve o mesmo legadoque noutros países, mas a históriamuitas vezes não se mede pelovolume dos edifícios ou pela suagrandiosidade, mas sim por aquilo queformos capazes de fazer, ao longo dosanos, para a consolidar”, frisouDesidério Silva, voltando a enfatizar aimportância de tornar o Algarvesustentável ao longo de todo o ano, enão apenas nos seis meses de épocamédia/alta. “Para isso, temos quegerar diversidade e qualidade naoferta e o turismo cultural éclaramente um dos produtos em quedevemos apostar mais”, reforçou opresidente do Turismo do Algarve.

Património arquitetónico, cultura,gastronomia, vinhos, caminhadas,passeios de bicicleta, de tudo isso falouDesidério Silva, todos eles fulcrais para

Centro Histórico de Vila Real de Santo António

Page 68: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 68

dinamizar as economias locais, ainda maisem territórios de baixa densidade. “Aspessoas buscam emoções e experiênciase estas rotas, traçados e percursos sãouma boa oferta para satisfazer essesanseios”, finalizou o Presidente da Regiãode Turismo do Algarve, antes de passar apalavra a Alexandra Gonçalves, DiretoraRegional da Cultura do Algarve, queprontamente enalteceu o trabalhoconjunto que tem sido realizado com osmunicípios, as associações e as empresasde animação turística em todo esteprocesso. “Um dos objetivos principaisdeste projeto é a distribuição dos fluxosturísticos no território e, no Algarve, háuma concentração, inegável e difícil decontrariar, no litoral, onde se encontra amaior parte da oferta hoteleira. Por isso,assinamos a primeira Carta de

Compromisso em Alcoutim, a segundaem São Brás de Alportel, a terceiraserá em Monchique, todos concelhosdo interior do Algarve”, destacou aresponsável.

Alexandra Gonçalves lembrou,entretanto, que o perfil do turista temvindo a sofrer alterações nos últimosanos, procurando, realmente,experiências que tenham a ver com oslocais que visitam e com a sua cultura.“A história que nos afasta é tambémaquela que nos une e olhamos muitasvezes para os momentos menospositivos, esquecendo-nos das nossasheranças comuns. Há que falar maisdesta dinastia omíada. A gramáticaárabe, a ciência, a historiografia, aarquitetura, foram criadas durante

Vista da cidade de Silves e do seu castelo

Page 69: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6269

este período, foi, defacto, uma novacivilização”, salientou,indicando que osomíadas trouxerampara o Algarve um novodesenho do espaçourbano. “A valorizaçãode um Algarve Interiorpassa muito pelaincorporação dacultura nas abordagensdo turismo, emparticular na atividadeempresarial. Há a ideiaerrada de que a culturanão pode ser comercializável, mas háaspetos que o devem ser, sob pena dese perderem até no tempo. A cultura éum elemento essencial da atração ediferenciação dos lugares”, alerta.

A finalizar as intervenções antes daassinatura da Carta de Compromisso,Vítor Guerreiro sublinhou que este ato éuma oportunidade para o concelho deSão Brás de Alportel integrar uma redeinternacional que envolve sete países eque potencializa o turismo e a economiados locais de uma forma sustentável.“Não estamos a criar nada de novo, massim a preservar, estudar melhor e dar aconhecer o nosso valiosíssimopatrimónio. Somos o único concelho doAlgarve que não faz fronteira, nem como mar, nem com o Alentejo, estamos noponto central da região”, indicou opresidente da Câmara Municipal.

Vítor Guerreiro falou do vastopatrimónio material deste concelho,desde a Calçadinha às capelas, escadariase chaminés, e do imaterial, onde

pontificam a gastronomia, as lendas ehistórias, a toponímia e a forma comose trabalha a agricultura. “O Algarve émais do que sol e praia, o interior temimenso para dar e São Brás deAlportel é disso bom exemplo.Contudo, se os turistas não vierem cá,não experimentarem e não saíremdaqui com boas recordações, de nadaserve essa riqueza. Mas temos umapopulação que sabe receber, que temorgulho na sua terra e que contaminaos visitantes com o seu entusiasmo”,apontou o edil são-brasense,reconhecendo que a natureza foibastante generosa com este concelho.“Quem vive no Algarve tem umagrande sorte, nós somos muitoprivilegiados e queremos continuar atornar São Brás de Alportel uma terrasustentável, com futuro e onde aspessoas se sintam felizes” .

Desidério Silva, Alexandra Gonçalves, Marlene Guerreiro e Vítor Guerreiro

Page 70: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 70

Page 71: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6271

Page 72: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 72

Texto: Fotografia:

Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, tomou posse, no dia17 de junho, como presidente da Associação Nacional de Turismo, em cerimóniaque teve lugar no Grande Auditório da Universidade do Algarve. No organismoestão representadas diversas entidades e autarquias e o seu principal intuito écoordenar esforços e concentrar estratégias para maximizar o trabalho de cadaregião de turismo e o seu contributo para a economia nacional.

Desidério Silva é o novopresidente da AssociaçãoNacional de Turismo

Page 73: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6273

O Grande Auditório daUniversidade doAlgarve, nas Gambelas,acolheu a cerimónia detomada de posse dos

novos órgãos sociais da AssociaçãoNacional de Turismo, no dia 17 dejunho, que passa a ser presidida porDesidério Silva durante o triénio 2016-2018, sucedendo assim a PedroMachado, do Turismo do Centro. A ANTé uma associação, sem fins lucrativos,constituída em novembro de 2013pelas Entidades Regionais de Turismodo Algarve, Alentejo, Centro dePortugal, Porto e Norte de Portugal epela Direção Regional de Turismo daMadeira, tendo, desde então, sejuntado a ela outras entidades oficiais eparticulares.

No seu discurso, Desidério Silvareconheceu estarmos na presença deuma associação jovem na suaexistência, mas madura nas ambições eobjetivos, e chamou prontamente aatenção para os enormes desafios queo turismo nacional tem pela frente.“Desenganem-se aqueles que,encantados pelos últimos resultadosda atividade turística, acham que nãotemos nada com que nos preocupar eque o futuro está assegurado. Se hálição a retirar do passado recente éque o futuro se constrói todos osdias”, alertou o presidente da Regiãode Turismo do Algarve, embora não seconsidera pessimista, nem desejeretirar mérito ao atual desempenho dosetor. “Os fatores conjunturaisinternacionais são reais e influenciamos resultados, mas estes também se

devem ao empenho e dedicação dosprofissionais de turismo, às decisõesacertadas ao nível estratégico e aum trabalho de fundo em que todostemos participado e do qual todosnos devemos orgulhar”, frisa.

Embora o turismo nacionalatravesse um ciclo positivo,Desidério Silva entende que énecessário continuar a reforçar aqualidade da oferta e a criarvantagens competitivas, de modo afidelizar quem nos visita. “A ANTestá disposta a, de uma formaserena e transparente, procurarcaminhos, imbuída de um espíritode missão e de colaboração dequem, por mérito próprio, deve serchamado aos debates e discussões,sempre em busca de soluções quevisem valorizar os territórios e osseus intervenientes”, afirmou,lembrando que esta é a únicaassociação que representa,efetivamente, todo o territórionacional, e com a missão de ser umaplataforma de concertação, coesão ediálogo entre público e privado, nadefinição de estratégias e políticas deturismo.

Desidério Silva lembrou que asRegiões de Turismo sãointerlocutores por excelência norelacionamento com as entidades eempresas locais, contudo, têm a suamissão dificultada por entraves dediversas naturezas e pelos sucessivoscortes dos seus orçamentos. “Énecessário intervir ao nível daagilização dos procedimentos, de

Page 74: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 74

forma a sermos competitivos emrelação a outros mercados que nãoenfrentam estes problemas. O esforçofeito por estas entidades parece ser, àsvezes, inversamente proporcional àconsideração e reconhecimento quelhes é atribuído. Tudo isto é um grandecontrassenso, quando se deviacapitalizar o conhecimento de quemestá junto dos diversos atores e dequem trabalha na estruturação doproduto”, critica o novo líder da ANT.

Aproveitando a presença de AnaMendes Godinho, Secretária de Estadodo Turismo, Desidério Silva reforçou queé imperativo reduzir as assimetriasexistentes entre as várias regiões e,inclusive, dentro de cada região.“Territórios com maior dinâmicaturística devem servir de alavanca para

outros com potencial, mas que aindanão conseguem atingir um patamarsuperior de atividade”, indicou,apelando igualmente à adoção demedidas que agilizem osprocedimentos e diminuam os custosde contexto, para permitir um maiorretorno dos investimentos privados.“A ANT está a caminhar para a suamaturidade e deve assumirclaramente um papel interventivoem toda e qualquer matéria passívelde influenciar a atividade turísticanacional. Temos propostas concretasque incidem sobre: definição clara einequívoca das competências eatribuições das Entidades Regionaisde Turismo; modelos de promoção econtratualização; regime dealojamento local; plano estratégiconacional para o setor que envolva o

Ana Mendes Godinho, Secretária de Estado do Turismo

Page 75: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6275

público e o privado; políticasde empregabilidade,qualificação e formaçãoprofissional; regimes deacesso ao financiamento parapromover o investimento;legislação laboral e políticasde emprego”, destacou opresidente da direção.

A terminar a cerimónia, aSecretária de Estado doTurismo mostrou-se agradadapor assistir a tantaconvergência em torno desteimportante setor de atividade,um dos motores da economianacional. “O Turismo é, nestemomento, a nossa principalexportação, representa 15,3por cento do total, bem como8,2 por cento do emprego. Eisto resulta do trabalho e doforte investimento, público eprivado, que aconteceu,concertadamente, nosúltimos anos, no sentido deconstruir destinos cada vezmais apelativos. Os númerossão muito positivos econtinuamos com elevadasexpetativas em relação a2016”, sublinhou Ana MendesGodinho, antevendo mais umano de recorde. “Estamos aconseguir responder a grandeparte dos desafios que temospela frente”.

Isto não significa que sepossa descansar, poispersistem várias assimetrias a

Luís Araujo, presidente do Turismo de Portugal, André Jordane Desidério Silva, presidente do Turismo do Algarve e da ANT

António Eusébio e Fernando Anastácio, deputados do PS/Algarvena Assembleia da República

Jorge Botelho, presidente da AMAL, Rogério Bacalhau, presidenteda Câmara de Faro e Cristóvão Norte, deputado do PSD/Algarve

Page 76: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 76

nível regional, cerca de 90 porcento da oferta e da procuracontinua a concentrar-se nolitoral, para além de semanterem os elevados índicesde sazonalidade. “Há muitopara fazer e não nos podemosficar pelos discursos. Temosestado a planear, a identificarprioridades, a definir objetivos,a escolher caminhos, a intervire agir rapidamente quando épreciso, a falar e a articular, apromover as acessibilidadesaéreas, a criar condições para acapitalização e financiamentodas empresas, a diversificarprodutos”, salientou agovernante, apontando que,nesta missão, o papel dasEntidades Regionais de Turismoé cada vez mais essencial. “Têmque ser entidades fortes,ativas, pró-ativas e verdadeirasgestoras dos destinosturísticos. Quando à AssociaçãoNacional de Turismo, pensoque o grande desafio é tentargarantir uma articulaçãonacional das EntidadesRegionais de Turismo, para queo país seja um. Há que ter umavisão global de Portugal e éfundamental existir umtrabalho em rede entreregiões”, concluiu a Secretáriade Estado do Turismo .

Luís Araujo e Ana Mendes Godinho

Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo eJoaquim Guerreiro, diretor do Teatro Municipal de Faro

Carlos Augusto Santos e José Casimiro

Page 77: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6277

Page 78: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 78

A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regionalgeneralista, pluralista, independente e vocacionadapara a divulgação das boas práticas e históriaspositivas que têm lugar na região do Algarve.

A ALGARVE INFORMATIVO  é uma revistaindependente de quaisquer poderes políticos,económicos, sociais, religiosos ou culturais,defendendo esse espírito de independênciatambém em relação aos seus próprios anunciantese colaboradores.

A ALGARVE INFORMATIVO promove o acessolivre dos seus leitores à informação e defendeativamente a liberdade de expressão.

A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmenteas causas da cidadania, das liberdadesfundamentais e da democracia, de um ambientesaudável e sustentável, da língua portuguesa, doincitamento à participação da sociedade civil naresolução dos problemas da comunidade,concedendo voz a todas as correntes, nuncaperdendo nem renunciando à capacidade decrítica.

A ALGARVE INFORMATIVO  rege-se pelosprincípios da deontologia dos jornalistas e da ética

profissional, pelo que afirma que quaisquer leislimitadoras da liberdade de expressão terãosempre a firme oposição desta revista e dos seusprofissionais.

A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita porjornalistas profissionais e não um simplesrecetáculo de notas de imprensa e informaçõesoficiais, optando preferencialmente por entrevistase reportagens da sua própria responsabilidade,mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidosde produção dos seus conteúdos.

A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípioda objetividade e da independência no que dizrespeito aos seus conteúdos noticiosos em todosos suportes. As suas notícias narram, relacionam eanalisam os factos, para cujo apuramento serãoouvidas as diversas partes envolvidas.

A ALGARVE INFORMATIVO  é uma revistatolerante e aberta a todas as opiniões, embora sereserve o direito de não publicar opiniões queconsidere ofensivas. A opinião publicada serásempre assinada por quem a produz, sejamjornalistas da Algarve Informativo ou colunistasexternos.

FICHA TÉCNICADIRETOR:Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina ([email protected]) CPJ 5852

EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina

SEDE DA REDAÇÃO:Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P8135-157 AlmancilTelefone: 919 266 930Email: [email protected]: www.algarveinformativo.blogspot.pt

PROPRIETÁRIO:Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e PinaContribuinte N.º 211192279Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782

PERIODICIDADE: Semanal

CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina

FOTO DE CAPA: Daniel Pina

ESTATUTO EDITORIAL

Page 79: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #6279

Page 80: ALGARVE INFORMATIVO #62

ALGARVE INFORMATIVO #62 80