Agrinforma, nº59, março-abril/2014

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Jornal bimestral da Embrapa Informática Agropecuária, Campinas, SP.

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O AGRInforma é editado pelo Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO) da Embrapa Informática Agropecuária, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa).

Chefe-geral: Kleber Xavier Sampaio de SouzaChefe-adjunto de Administração: Stanley Robson de Medeiros OliveiraChefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento: Silvia Maria Fonseca Silveira Mass-ruháChefe-adjunto de Transferência de Tecnologia: João Camargo Neto

Supervisora do NCO: Luciana Alvim Santos RomaniRedação: Nadir Rodrigues (MTb/SP 26.948)Fotos da capa: Google.com e Stock.xchng

Diagramação, criação & arte: Suzi CarneiroCapa: Pedro de Matteu

As matérias deste jornal poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

Embrapa completa 41 anos

Sistema de solos disponível na internet

Unidade lança tecnologias na Agrishow

Embrapa inaugura terceiro maior banco genético do mundo

Plano ABC é debatido nos EUA

Pesquisa busca soluções para uso sustentável da água

Campo Grande sedia 5º GeoPantanal

Sustentabilidade da agricultura brasileira será avaliada

Alternativas para redução de GEE na Amazônia

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Uma solenidade realizada em 24 de abril, em Brasília (DF), marcou o ani-versário de 41 anos da Embrapa. No evento, que reuniu autoridades, par-ceiros e empregados, foi destacada a força da agropecuária brasileira.Segundo o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, o setor no Brasil tem como característica a re-siliência, um conceito emprestado da física, que reflete a capacidade de superar estresses e situações adver-sas. “Apesar de todas as dificuldades de novas pragas que afetam culturas, problemas climáticos, de logística, nossa agricultura tem conseguido su-cessivamente safras maiores”, disse.O presidente da Embrapa atribuiu esses resultados a um conjunto de fa-tores, que passam pelas políticas pú-blicas, pela atuação dos produtores e pela pesquisa agropecuária, que tem sido capaz de dar respostas rápidas às demandas do setor agropecuário.A data foi marcada pela inauguração do Banco Genético da Embrapa (leia

mais nas páginas 6 e 7) e por uma sé-rie de resultados apresentados duran-te a solenidade realizada no Pavilhão Ciência para a Vida, na sede da Em-presa.Durante o evento foi lançado o do-cumento Visão 2014-2034: O Futuro do Desenvolvimento Tecnológico da Agricultura Brasileira, fruto de estu-dos e discussões realizados em even-tos técnicos liderados pelo Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa – Agropensa.Os 41 anos da Embrapa também fo-ram marcados pelo lançamento do novo Portal na internet, que oferece maior funcionalidade, interatividade e a ampliação da prestação de serviços ao cidadão.Lopes destacou ainda o Sistema de Solos do Brasil, uma importante fer-ramenta para o zoneamento agrícola; a participação da Embrapa na elabora-ção de importantes políticas públicas, como o Programa ABC, os Zonea-mentos de Risco Climático, o Zone-

AGRInformaEmbrapa completa 41 anos

Jornal da Embrapa Informática Agropecuária - Ano XI, nº 59 - Campinas, SP, março-abril/2014

amento da cana-de-açúcar e o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo); e o desenvolvi-mento de Complexos Multiusuário, como o Laboratório Nacional de Agri-cultura de Precisão (São Carlos, SP).Em seu discurso, o presidente também citou o projeto TerraClass como um caminho para um melhor planejamen-to da agropecuária do futuro; o uso da biodiversidade, a exemplo do maracu-já Pérola do Cerrado, que foi adaptado aos pequenos agricultores; o uso dos meios de comunicação para a divulga-ção de temas como a importância do consumo de hortaliças; a importância das tecnologias sociais para pequenos produtores, em especial do Semiárido nordestino; e novos aplicativos que podem ser usados pelo telefone celu-lar e facilitar a vida dos produtores.O chefe-geral da Embrapa Informá-tica Agropecuária, Kleber Sampaio, e a chefe de pesquisa e desenvolvi-mento, Silvia Massruhá, participaram dos eventos. Além de colaborar com a Embrapa Recursos Genéticos e Bio-tecnologia, no desenvolvimento do sistema Alelo para o Banco Genético, a Embrapa Informática Agropecuária, em parceria com a Embrapa Solos, contribuiu para a criação do Sistema de Solos. A Unidade ainda participa do TerraClass, do Programa ABC e dos Zoneamentos, apoiando a for-mulação de políticas públicas para o setor.

Com informações da Secretaria de Comu-nicação da Embrapa (Secom)

Presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, destaca força da agropecuária brasileira

Eraldo Peres

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compõem o sistema, que contempla perfis de solos, análises de fertilidade e mapas. Os mapas temáticos dispo-níveis servem de base para estudos agronômicos relativos a mapas de solo e de fertilidade, aptidão agrícola de culturas, zoneamentos climáticos e agroecológicos, entre outros. Des-sa forma, outros projetos de pesquisa também serão favorecidos. O sistema é constituído de três mó-dulos de entrada de dados: pedologia, fertilidade e mapeamento. A base de pedologia congrega dados sobre os perfis de solos e é a parte primordial do sistema de informação. Cada perfil é formado por camadas ou horizontes, segmentados por suas características morfológicas, mineralógicas, micro-morfológicas, físicas e químicas. O componente sobre fertilidade visa a apoiar a tomada de decisões pelos agricultores. A fertilidade é a capaci-dade do solo em fornecer os nutrien-tes essenciais, em quantidade e pro-porção adequadas, para o crescimento da planta. A base de dados possui in-

Sistema de solos disponível na internet

Um conjunto de nove mil perfis de solos brasileiros está disponível na in-ternet para acesso público e gratuito. Os perfis são as unidades básicas do estudo dos solos e o seu conhecimen-to é fundamental para o planejamen-to do uso sustentável e conservação dos solos brasileiros. Além disso, a informação obtida nesses perfis gera o avanço do conhecimento em solos tropicais. Com apoio da tecnologia da informa-ção, a Embrapa acaba de criar a maior base de dados de solos do País. O sis-tema de informação de solos brasilei-ros reúne em uma única plataforma todo o resultado de pesquisa sobre o tema que a Empresa produziu nos úl-timos 40 anos. “É o maior banco de solos do Brasil, que permite conhecer melhor os solos brasileiros e sua distribuição no terri-tório. É possível até prospectar o es-toque de carbono presente no solo. [O sistema] nos equipara a países como Austrália e Estados Unidos, que pos-suem bancos semelhantes. Ele é im-portante também para manutenção da função do solo agrícola e não-agrícola na elaboração de políticas públicas”, explica a chefe-geral da Embrapa So-los, Lourdes Mendonça. Esse conhecimento vai contribuir para a tomada de decisões relativas ao agronegócio, como zoneamento agrícola e estimativa da produtividade de culturas, além de representar uma importante fonte para o ensino e a pesquisa, beneficiando principalmen-te cientistas, professores e alunos de pós-graduação.Informações de solos coletados e ana-lisados de todas as regiões do Brasil

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“Sem esse repositó-rio, seria impossível consultar todas essas informações que esta-vam distribuídas em livros, teses, relató-rios...”

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formações sobre fazendas, talhões, laboratórios e amostras, que contêm os parâmetros de fertilidade de solos analisados em laboratório.

Acesso públicoEssa base de dados, desenvolvida com ferramentas de software livre, é atualizada diariamente, de forma au-tomática, garantindo o funcionamento do sistema e a preservação das infor-mações. Além disso, os especialistas distribuídos pelo País podem inserir os trabalhos no sistema, que serão agregados nessa base integrada e fica-rão disponíveis ao público. Para que as consultas a essa imensa quantidade de informações seja efi-ciente, o sistema permite filtrar os trabalhos por categorias e atributos. Qualquer pessoa tem acesso aos tra-balhos científicos organizados por perfis, com a possibilidade de realizar variadas buscas de acordo com inte-resses específicos, como a localiza-ção, por exemplo. O módulo de consulta conta com fil-tros de localização geográfica, identi-ficação dos horizontes, descrição do ambiente e classificação. Isso facilita o acesso aos trabalhos, pois faz com que os resultados obtidos sejam mais adequados ao interesse do usuário. Outro recurso importante é a recupe-ração automática dos trabalhos inseri-dos nas Bases de Dados da Pesquisa Agropecuária (BDPA). “A integração vai tornar muito mais rápido o trabalho de pesquisa, com ganho enorme de tempo e de recurso”, afirma o pesquisador Stanley Oliveira, chefe de Administração da Embrapa

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Informática Agropecuária. Os dados armazenados seguem o formato do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). “Sem esse repositório, seria impossí-vel consultar todas essas informações que estavam distribuídas em livros, teses, relatórios, boletins, artigos e planilhas, com diferentes formatos”, complementa. O avanço da tecnolo-gia da informação ajuda a organizar o conhecimento, simplificando o tempo de recuperação dos dados e agilizando muito o trabalho de pesquisa”, diz.A Embrapa Informática Agropecuá-ria conta com um parque tecnológico composto por computadores com alta capacidade de armazenamento e pro-cessamento que possibilitam o geren-ciamento, a atualização e a evolução do sistema de forma permanente. As ferramentas de software também são

aperfeiçoadas para atender às neces-sidades dos cientistas e da sociedade.

HistóricoDesde a década de 80, pesquisadores da Embrapa Solos vêm se empenhan-do para a produção de um repositório único que possibilitasse armazenar, gerenciar, recuperar e consultar in-formações sobre os perfis de solos de todas as regiões brasileiras. Nesse período, aquele centro de pesquisa realizou uma série de iniciativas para sistematizar esse conhecimento em bancos de dados mas, com o advento da internet, foi preciso buscar novas soluções. A ideia foi integrar numa base única os dados produzidos pela pesquisa brasi-leira, ou seja, incluindo as instituições que estudam o assunto no País. Com

isso, todos os trabalhos que se encon-tram dispersos em bibliotecas, centros de pesquisa e universidades, de difícil acesso ao público, ficariam reunidos nessa plataforma tecnológica. Após um longo trabalho de organiza-ção e padronização das informações, além do desenvolvimento do sistema, os pesquisadores agora querem esta-belecer parcerias e credenciar outras instituições, como universidades e centros de pesquisa públicos, para ampliar a base de conhecimento. Essa cooperativa de instituições vai permitir que todos os estudiosos de solo do País usem e alimentem o siste-ma pela internet. A Embrapa pretende capacitar pesquisadores interessados para que possam inserir seus dados, os quais poderão ser exportados em formato de planilhas. “Uma funcionalidade interessante é que o sistema permite gerar sub-bases por instituição”, conta Oliveira. Com esse recurso, os especialistas terão acesso às informações completas e or-ganizadas do Brasil e não apenas às produzidas por suas instituições. Esse trabalho cooperativo e em rede pode representar um importante avan-ço para o estudo de solos no País e pes-quisas relacionadas, conforme a chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Massruhá. Numa ação coorde-nada pela Embrapa Solos, os dados geoespaciais desse sistema vão ser integrados ao projeto NatData - Pla-taforma de Recursos Naturais dos Biomas Brasileiros, liderado pela Embrapa Informática Agropecuária. Acesso: http://www.sisolos.cnptia.embrapa.br/

Nove mil perfis de solos de todas as regiões do Brasil compõem o sistema

André Minitti

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Um moderno prédio de mais de dois mil metros quadrados dividi-dos em dois pavimentos abrigará uma das maiores coleções mun-diais de recursos genéticos e será a terceira maior instalação do mun-do desse gênero em capacidade de armazenamento. Inaugurado em 24 de abril, o novo Banco Genéti-co da Embrapa deu início às come-morações dos 41 anos da Embrapa. A cerimônia contou com o depó-sito do primeiro material do novo banco realizado pelo presidente da Empresa, Maurício Antônio Lo-pes.As instalações compõem a infraes-trutura da Embrapa Recursos Ge-néticos e Biotecnologia (Brasília, DF) e tem capacidade para abrigar até 750 mil amostras de sementes, dez mil vegetais in vitro, além das

coleções mantidas a 180º C nega-tivos por meio de nitrogênio líqui-do, método conhecido como crio-preservação, que manterá mais de 200 mil amostras vegetais, animais ou de microrganismos. Ao todo, o prédio terá capacidade para abrigar mais de um milhão de amostras nos diferentes métodos de armaze-namento. A obra envolveu investi-mentos da ordem de R$13 milhões oriundos de emendas parlamenta-res e da própria Embrapa.“Os recursos genéticos são a base da pesquisa e o pilar central da agronomia brasileira,” disse o pre-sidente, ressaltando que a capaci-dade do novo Banco Genético da Embrapa colocará o Brasil entre os três maiores repositórios mundiais do gênero. Para Maurício Lopes, as grandes conquistas da pesqui-

Embrapa inaugura terceiro maior banco genético do mundo

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sa agropecuária nacional se deram graças ao domínio da genética. “Adaptamos bovinos da Índia, soja da China e gramíneas da África às condições brasileiras porque sou-bemos trabalhar com a diversidade genética, daí a importância de um empreendimento como este”, colo-cou o presidente da Embrapa.Após a inauguração, foi realizado um passeio pelo novo espaço que engloba quatro câmaras frias para conservação em longo prazo, sala de recepção de sementes, câmaras de espera e secagem, laboratório de fitopatologia, salas de coleção de base in vitro, e salas de tanques de criogenia para armazenamento de germoplasma vegetal, animal e de microrganismos. Além de ex-pandir as categorias de materiais a ser guardados, o novo prédio já conta com infraestrutura laborato-rial, facilitando a logística de vá-rias pesquisas.O prédio ainda possui um show- room com exposição permanente de tecnologias da Embrapa e da história da conservação ex-situ na empresa. Na laje, será instalada uma fábrica de nitrogênio líquido, elemento fundamental para a con-servação de amostras a temperatu-ras ultrabaixas.“O Brasil ingressa no grupo dos grandes países que preservam o patrimônio genético da humani-dade”, comemorou o chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Mauro Carneiro, para quem o banco recém-inaugu-

Eraldo Peres

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7AGRInforma - Embrapa Informática AgropecuáriaAGRInforma - Embrapa Informática Agropecuária

rado impulsionará pesquisas e será um importante repositório de se-gurança para materiais de interesse agropecuário. O Banco Genético de Brasília receberá cópias de to-dos os bancos da Embrapa instala-dos em suas Unidades de pesquisa distribuídas pelo Brasil, funcio-nando como um backup dessas coleções. “Não é possível pensar num país que seja grande produ-tor de alimentos sem possuir uma forte coleção de base”, acredita o chefe-geral.As novas instalações irão disponi-bilizar amostras para a realização de pesquisas voltadas a diferentes aplicações como o desenvolvimen-

to de novas tecnologias e produtos, o estudo de microrganismos que podem controlar pragas e doenças das lavouras e ainda devolver ao campo espécies que foram perdi-das ao longo do tempo.

Gerenciamento de dados genéticos

Os depósitos de materiais de toda a coleção genética da Embrapa serão gerenciados por um sistema de informação desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e pela Embrapa Informática Agropecuária. Bati-zado de “Alelo” o sistema indica

a localização de armazenamento de cada amostra e apresenta seus dados de caracterização como, por exemplo, indicação do local e data de coleta, quantidade armazenada, etc.De acordo com Carneiro, o siste-ma Alelo terá diferentes níveis de acesso a depender do usuário que acessá-lo. “Um cidadão que quiser conhecer a coleção genética terá um nível de acesso mais genérico, enquanto que um pesquisador que trabalha com o Banco contará com informações aprofundadas”, expli-ca o gestor.

Fábio Reynol, Secretaria de Comunicação

Presidente Maurício Antônio Lopes inaugura banco e, com o senador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), faz primeiro depósito de sementes

Fotos: André Macário

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Unidade lança tecnologias na Agrishow

A Unidade participou da 21ª Feira Internacional de Tecnologia Agrí-cola em Ação – Agrishow, ocorri-da em Ribeirão Preto (SP), de 28 de abril a 2 de maio. Durante a feira, foram lançadas tecnologias desenvolvidas pelo centro de pes-quisa e instituições parceiras, com o objetivo de contribuir para a in-formatização no campo e a disse-minação do conhecimento produ-zido na Empresa.Para facilitar o monitoramento agrometeorológico da produção agrícola, a Embrapa Informática Agropecuária e o Centro de Pes-quisas Meteorológicas e Climá-ticas Aplicadas à Agricultura da Universidade Estadual de Campi-nas (Cepagri/Unicamp) apresenta-ram uma nova versão do sistema Agritempo <www.agritempo.gov.br>. Em parceria com a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), a Unidade lançou um aplicativo do sistema Gotas para uso em dispo-sitivos móveis, visando ajudar o trabalho no campo.O objetivo é atender melhor às necessidades dos produtores, que estão cada vez mais conectados. O uso de dispositivos móveis, como tablets e celulares, para gerenciar as atividades agrícolas é crescente no País, incluindo diversos servi-ços como alertas agrometeorológi-cos, monitoramento de safras, con-trole de aplicação de agrotóxicos e diagnóstico de pragas e doenças. Esses serviços ajudam o produtor a tomar uma rápida decisão.

Agritempo

O Agritempo é um sistema de monitoramento agrometeorológico disponível na internet que permite o acesso gratuito às informações meteorológicas e agrometeoroló-gicas de todos os municípios brasi-leiros. Resultado de parceria entre várias instituições nacionais, é um consórcio que organiza e adminis-tra dados de um conjunto de mais de 1.400 estações meteorológicas espalhadas pelo País. Criado em 2003, o sistema foi aperfeiçoado para uma versão mais interativa e com funcionalidades que buscam atender aos interesses dos diversos públicos da Embrapa.Segundo Luciana Alvim Santos Romani, pesquisadora da Embrapa Informática Agropecuária e líder do projeto, foi desenvolvida uma

Mais flexibilidade no uso dos recursos tecnológicos aplicados à agricultura

Neide Makiko Furukawa

plataforma computacional atua-lizada, aliada a uma interface ba-seada no conceito de web 2.0, que permite mais flexibilidade no uso dos recursos tecnológicos. “Além de recursos que vão permitir visu-alizar melhor o sistema em celu-lares e tablets, ele será apresenta-do nos idiomas português, inglês, francês e espanhol, já que também é consultado por usuários interna-cionais”, disse.Entre os novos recursos tecnoló-gicos destaca-se o uso de ferra-mentas de WebGis que permitem a geração personalizada de uma série de mapas de previsão e moni-toramento, além de gráficos de da-dos históricos, de acordo com cri-térios selecionados pelo usuário, como período e região desejada. A

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Júnia Alencar

tecnologia foi avaliada por repre-sentantes do Ministério do Desen-volvimento Agrário, Ministério do Meio Ambiente, Casas da Agricul-tura, universidades, institutos de pesquisa e instituições de assistên-cia técnica e extensão rural.

Gotas

O Gotas é um programa de com-putador que auxilia a calibrar a deposição de pulverizações dos produtos fitossanitários, para que seja mais eficiente, evitando o des-perdício. Já disponível numa ver-são para computadores, que pode ser baixada pela internet, o Gotas agora tem uma versão mobile, gra-tuita, para uso com a plataforma Android.As duas versões estão disponíveis na Rede AgroLivre, no endereço <https://repositorio.agrolivre.gov.br>. Além dos programas, os pro-dutores também têm acesso a um manual de utilização, que orienta sobre as especificações técnicas necessárias para o funcionamento do software.“O Gotas foi desenvolvido para auxiliar os agricultores a obterem os parâmetros adequados de de-posição de agrotóxicos nos alvos desejados”, explica o pesquisador Aldemir Chaim da Embrapa Meio Ambiente, um dos idealizadores da ferramenta. A tecnologia é reco-mendada como uma das ações para o controle da Helicoverpa armige-ra, praga que vem causando sérios

prejuízos à agricultura brasileira.A calibração de deposição de go-tas de pulverização é importante tanto para a aplicação de produtos químicos como para produtos bio-lógicos. Ela deve ser realizada nos locais das plantas onde a praga se localiza e no estádio inicial do seu desenvolvimento, ou seja, no alvo biológico, orienta Chaim. O objeti-vo é fazer com que uma quantidade mínima do produto aplicado atinja o alvo no local da planta, onde o inseto se alimenta.

⟩⟩ “Com esses resultados, o produtor será capaz de fazer uma aplicação mais adequada, obten-do melhor cobertura e desempenho”

Os agricultores devem distribuir amostras de cartões sensíveis à água, que são comercializados em cooperativas agrícolas, nos alvos da pulverização, ou seja, onde a praga se encontra, e depois dis-so realizar uma pulverização com água apenas. Depois da pulveriza-ção, os cartões marcadores devem ser retirados das plantas e podem ser fotografados pelo tablet ou smartphone para processamento automático das imagens e a análise das informações.O software oferece ao produtor vá-

rios parâmetros úteis para a toma-da de decisão na calibração, como número total de gotas da amostra, Diâmetro Mediano Volumétrico (D50%), volume de calda que atin-giu a amostra em litros por hecta-re, densidade de gotas (número de gotas/cm²), uniformidade de gotas (dispersão dos tamanhos) e por-centagem de cobertura.“Com esses resultados, o produtor será capaz de fazer uma aplicação mais adequada, obtendo melhor cobertura e desempenho”, diz João Camargo Neto, chefe de Transfe-rência de Tecnologia da Embrapa Informática Agropecuária, que também desenvolveu o sistema. “A principal vantagem do aplicativo é que essa atividade poderá ser feita no campo, ou seja, não é preciso mais levar os cartões para digita-lizar no escritório”, complementa.

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O Programa de Ciência para o Desenvolvimento Sustentável, da Kennedy School for Public Go-vernment, na Universidade de Harvard (Massachusets, Estados Unidos) e o Centro de estudos La-tinoamericanos David Rockefeller promoveram uma série de debates sobre estratégias inovadoras para adaptação e mitigação dos impac-tos das mudanças climáticas nos setores agrícola e florestal. O obje-tivo foi discutir como informações e tecnologias são geradas e utili-zadas na formulação de políticas públicas e tomada de decisões do setor privado, visando a adaptação e mitigação aos impactos das mu-danças climáticas na agricultura e no setor florestal.Nos dias 15 e 16 de abril, os pes-

quisadores Eduardo Assad e Jud-son Valentim, da Embrapa, parti-ciparam das discussões. Eduardo Assad falou sobre as ações de mo-nitoramento do Plano de Agricul-tura de Baixo Carbono do Brasil (Plano ABC). Em sua apresenta-ção, mostrou como o Brasil vem enfrentando os desafios de promo-ver a integração entre a ciência e tecnologia e a formulação de po-líticas públicas para a adaptação e mitigação dos impactos das mu-danças climáticas na agricultura e no setor florestal no Brasil.O Brasil é considerado protago-nista nas ações de mitigação e, mais recentemente, de adaptação da agricultura às mudanças climá-ticas. Para Eduardo Assad, pes-quisador da Embrapa Informática

Agropecuária, o sucesso é mate-rializado por meio do compro-misso voluntário de redução das emissões em 2009 em Copenha-gue, da redução do desmatamen-to na Amazônia e da implantação do Programa ABC. Com relação à Embrapa, foram debatidos o de-senvolvimento de sistemas de pro-dução equilibrados, o portfólio de pesquisa em mudanças climáticas e a importância da Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplica-da às Mudanças Climáticas, criada em parceria com a Unicamp.Um dos consensos dos debates é que os padrões do clima global estão mudando, com aumento de temperaturas e eventos climáti-cos extremos, como inundações e secas. Para Judson Valentim, da Embrapa Acre (Rio Branco, AC), a adaptação a estas mudanças cli-máticas é especialmente importan-te nos países em desenvolvimento e para as populações mais vulne-ráveis, principalmente porque as previsões indicam que estes países serão os mais prejudicados.Nas discussões foi abordado que o potencial da humanidade de se adaptar a essas mudanças climá-ticas está fortemente associado ao nível de desenvolvimento econô-mico e social dos países. Entretan-to, esta capacidade de adaptação está distribuída de forma desigual entre regiões e grupos sociais, com os países em desenvolvimento ten-do menor capacidade do que as na-ções mais ricas. “Quanto mais tar-

Plano ABC é debatido nos EUA

Assad e Valentim (à dir.) falam sobre adaptação da agricultura às mudanças climáticas

Arquivo pessoal

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Nadir Rodrigues

A adoção de sistemas de manejo agrícola adequados contribui para a fixação de carbono no solo e na biomassa aérea. De acordo com um estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuá-ria – Embrapa, em parceria com a Universidade Estadual de Campi-nas – Unicamp, as metas propos-tas pelo governo brasileiro para a redução de gases de efeito estufa (GEE) são viáveis para o bioma Amazônia.As conclusões constam do sumário executivo “Mitigando mudanças climáticas no setor agrícola – Esto-que de carbono nos solos da Ama-zônia – Brasil”, coordenado pelos pesquisadores Hilton Silveira Pin-to, do Centro de Pesquisas Meteo-rológicas e Climáticas aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp e Eduardo Assad, da Embrapa In-formática Agropecuária.Essas metas estão contidas no Plano Setorial de Mitigação e de

Adaptação às Mudanças Climá-ticas Visando à Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC) e são da ordem de 133 a 166 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2eq) até 2020.O trabalho quantificou os estoques de carbono, as características fí-sicas e químicas, a produtividade primária (NPP) do solo amazônico e o potencial para redução de emis-são nos próximos anos, em áreas onde são aplicados sistemas de In-tegração Lavoura Pecuária (iLP), Integração Lavoura Pecuária Flo-resta (iLPF), Sistema Agroflorestal (SAF), pastagem e vegetação na-tiva, distribuídas pelos estados do Acre, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.Lançado em março, o estudo é re-sultado da parceria entre a Embra-pa, a Unicamp e o Convênio CLUA (Climate and Land Use Alliance).

de as ações de adaptação a essas mudanças climáticas forem iniciadas, mais caras elas se tornarão e maiores serão os prejuízos em termos de perdas econômicas e sociais”, diz Eduardo Assad.Durante sua permanência na Universidade de Harvard, Eduardo Assad discutiu com pesquisadores de diver-sas universidades (Harvard, Boston e Tufs), do Massachussets Institute of Technology (MIT) e estudantes de pós-graduação de diversos países (Áustria, Estados Unidos, Itália e China) um amplo conjunto de ações de colaboração internacional com foco em pesquisa e estratégias inovadoras para promover a integração de conhecimentos e tecnologias na formulação de políticas, visando à mitigação e adaptação dos impactos das mudanças climáticas em âmbito global. Jorge Duarte, Secretaria de Comunicação

Alternativas para redução de GEE na Amazônia

Conta, ainda, com a participação de pesquisadores da Embrapa Acre (Rio Branco, AC), Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA), Embrapa Cerrados (Planaltina, DF), Embrapa Rondônia (Porto Velho, RO) e Embrapa Roraima (Boa Vista, RR).

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Como usar os recursos hídricos de modo efi ciente e sustentável nos processos relacionados às ca-deias produtivas agropecuárias e fl orestais é uma das preocupações dos pesquisadores que integram a Rede AgroHidro. Para discutir al-ternativas e propor soluções e tec-nologias considerando os impac-tos da agricultura e das mudanças climáticas nos recursos hídricos, a Embrapa realizou o II Seminário da Rede AgroHidro.Reunidos em Campinas (SP), de 24 a 28 de março, especialistas de diversas universidades e institui-ções governamentais e de pesquisa debateram técnicas e metodologias de trabalho em desenvolvimento no País que buscam gerar e inte-grar resultados visando ao avanço do conhecimento e das tecnologias para o uso efi ciente da água.Os estudos incluem análises de

Pesquisa busca soluções para uso sustentável da água

tendências dos principais fatores determinantes dos processos hi-drológicos, cenários futuros dos impactos das mudanças climáticas e do uso da terra na disponibilidade e demanda hídrica, monitoramento hidro-meteorológico, interações da agricultura com os recursos hí-dricos de bacias hidrográfi cas em diferentes biomas brasileiros, ava-liação e adaptação de tecnologias para uso sustentável da água na agricultura, entre outros.Essa integração entre pesquisa-dores de 20 centros da Embrapa e profi ssionais de mais de 36 ins-tituições parceiras externas é fun-damental para auxiliar na busca de soluções que garantam a sus-tentabilidade da agricultura, es-pecialmente com relação aos re-cursos hídricos, de acordo com o pesquisador da Embrapa Cerrados (Planaltina, DF) Lineu Rodrigues, coordenador da Rede AgroHidro.Os resultados incluem projeções de disponibilidade e de demandas de água nos cenários de mudanças climáticas e de uso da terra, mapas das tendências de disponibilidade e qualidade de águas para a agricul-tura, portfólio de tecnologias para uso efi ciente da água em sistemas de produção de diferentes biomas, metodologia de monitoramento ambiental de bacias hidrográfi cas, bases de dados primários oriundos da instrumentação e monitoramen-to de bacias, entre outros.“As pesquisas realizadas pela Rede AgroHidro trarão um avanço

no conhecimento na temática água na agricultura”, afi rma o coordena-dor. “Esses resultados servirão de subsídio aos tomadores de decisão na elaboração de estratégias de mi-tigação e adaptação às mudanças climáticas e também possibilitarão avaliar qual será o impacto das al-terações do uso da terra nos recur-sos hídricos”, complementa.Entre os resultados parciais que já foram obtidos estão a instrumenta-lização das bacias experimentais, onde serão coletados dados pri-mários, importantes na calibração dos modelos hidrológicos; o levan-tamento de dados secundários e a elaboração de estratégias para sua análise; o trabalho de organização da informação, com o desenvol-vimento de ferramentas de busca textuais; e o desenvolvimento do banco de dados.Segundo Maria Fernanda Mou-ra, pesquisadora da Embrapa Informática Agropecuária, esse en-contro é importante para a troca de experiências e o estímulo da coo-peração técnico-científi ca entre os membros, contribuindo para aper-feiçoamento dos resultados que se-rão levados à sociedade. A prioridade da equipe técnica este ano é fi nalizar a organização dos dados e começar a calibrar os modelos hidrológicos. A terceira edição do seminário está prevista para ocorrer em 2015, no Pantanal, quando os pesquisadores preten-dem apresentar uma série de novos resultados.

Divulgação

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13AGRInforma - Embrapa Informática AgropecuáriaAGRInforma - Embrapa Informática Agropecuária

“Interação planalto e planície, sistema produtivo

e sustentabilidade” é o tema do 5º Simpósio de Geotecno-

logias no Pantanal – 5º Geo-Pantanal, que ocorre em Campo

Grande (MS), de 22 a 26 de no-vembro. O objetivo é promover o

encontro entre profi ssionais da área, pesquisadores, professores e estu-dantes de nível técnico, graduação e pós-graduação interessados nos es-tudos sobre o uso de geotecnologias no bioma pantaneiro.Além de estimular a discussão so-bre as pesquisas e o estado da arte em aplicações de geotecnologias ao estudo de áreas úmidas delimitadas pela bacia hidrográfi ca do alto rio Pa-raguai, o simpósio busca favorecer

Campo Grande sedia 5º GeoPantanal

con-t a t o s

nacionais e internacio-

nais para fomen-to de projetos de pesquisa

e/ou cooperação interinstitucional e internacional, complementar a formação oferecida pelos cursos de graduação acadêmica e tecnológica das instituições que atuam no Panta-nal e promover a troca de experiên-cias e de conhecimentos.O evento abre oportunidade para a submissão de trabalhos desenvolvi-dos em áreas úmidas semelhantes ao Pantanal e também que possam ser aplicados ao bioma. O foco está na região da bacia, incluindo o Brasil, a Bolívia e o Paraguai, mas qualquer pessoa que desenvolva uma tecno-logia ou metodologia relacionada ao uso de geotecnologias que possa ser aplicada à região pode submeter artigos.

Submissão de trabalhos vai até 15 de agostoSubmissão de trabalhos vai até 15 de agosto

A expectativa é de que cerca de 300 pessoas participem do 5º GeoPan-tanal, que já é um fórum tradicio-nal para se discutir o uso das geo-tecnologias no Pantanal, conforme João Vila, pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária e presi-dente da comissão organizadora. “Esta edição será na capital e isso deve facilitar a vinda de estudantes de Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso. Também queremos atrair empresas de diversas áreas como agricultura, mineração e do se-tor fl orestal que atuam na região e usam geotecnologias”, afi rma.Há um crescente interesse pelo as-sunto, verifi cado pelo aumento de artigos submetidos a cada edição. Por isso, em 2014, a comissão de-cidiu criar uma categoria especial para os trabalhos elaborados por es-tudantes. “Com isso a gente espera dar mais acesso aos alunos, para que tenham a oportunidade de produzir textos técnicos e interagir com a co-munidade científi ca”, diz Vila.A organização do 5º GeoPanta-nal é da Embrapa InformáticaAgropecuária, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Uni-versidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Mais informações sobre a programação e as inscrições es-tão disponíveis no site do simpósio <http://www.geopantanal.cnptia.embrapa.br/2014>.

Page 14: Agrinforma, nº59, março-abril/2014

AGRInforma - Embrapa Informática AgropecuáriaAGRInforma - Embrapa Informática Agropecuária14

A Embrapa Meio Ambiente (Jaguari-úna, SP) lidera o projeto SustenAgro, que vai desenvolver uma nova meto-dologia para a avaliação da sustenta-bilidade dos sistemas de produção de cana-de-açúcar e soja. O projeto pre-vê o levantamento de dados dos siste-mas de produção mais representativos dessas culturas nas regiões e micror-regiões do Centro Sul do Brasil. No dia 15 de abril, a equipe se reuniu para discutir os resultados dos dois primeiros anos. Iniciou-se, portanto, o terceiro ano com boas perspectivas de alcançar as metas traçadas.O projeto tem por finalidade equacio-nar as principais questões referentes aos sistemas produtivos agrícolas, de modo a possibilitar a utilização racio-nal dos recursos naturais para suprir as necessidades presentes e garantir o suprimento das gerações futuras.De acordo com a coordenadora Katia de Jesus, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, foram escolhidos pri-meiramente dois sistemas de produ-ção com grande expressividade para a agricultura nacional: soja e cana-de-açúcar, mas existe um compromisso da equipe de ampliar as avaliações tendo em vista fornecer informação técnica validada para embasar a for-mulação de políticas públicas no setor agrícola.“Considerando que muita informação sobre a sustentabilidade agrícola já

Sustentabilidade da agricultura brasileira será avaliada

foi disponibilizada pela comunidade científica e setor produtivo, o grande desafio da equipe é trabalhar com o grande volume de dados disponíveis e identificar dentre eles os mais im-portantes, de modo a representar com acuidade a diversidade da agricultura nacional, garantindo as representati-vidades regionais e micro-regionais”, diz Katia.Esta nova proposta metodológica será desenvolvida por meio da formulação de indicadores de sustentabilidade nas dimensões ambiental, social e econô-mica que serão levantados a partir de dados secundários (literatura especia-lizada, banco de dados consagrados, além de outros projetos da Embrapa que tratam do mesmo tema).Conforme a pesquisadora, “os indi-cadores de sustentabilidade serão pri-meiramente avaliados e ajustados por meio da consulta aos especialistas de áreas correlatas. Desse modo, o proje-to prevê o desenvolvimento de quatro ferramentas: Banco de Dados Suste-nAgro, modelo conceitual da susten-tabilidade da agricultura, metodologia de avaliação da sustentabilidade agrí-cola e sistema de alerta sobre as vul-nerabilidades agrícolas, empregando o Sistema de Informação Georrefe-renciada”.Ainda segundo Katia, “estudar os sistemas de produção agrícolas e as mudanças necessárias para os no-vos ambientes de produção pode ser a chave para definir os instrumentos para apoiar os produtores de modo mais efetivo”.

Maria Cristina Tordin, Embrapa Meio Ambiente

Atuação da UnidadeO pesquisador Ivo Pierozzi Jr. e o analista Leandro Henrique Mendonça de Oliveira, do grupo de pesquisa em Organização e Tratamento da Infor-mação Digital (LabInfo) da Embrapa Informática Agropecuária integram o SustenAgro. Entre as várias ativi-dades a serem desempenhadas estão a criação de um modelo de dados para o mapeamento e gestão dos cri-térios, parâmetros e indicadores da sustentabilidade das culturas de soja e cana-de-açúcar na região Centro Sul do Brasil; a criação e manutenção de um ambiente virtual e colaborativo de troca de informações para equipe do projeto na Agropedia brasilis; e o desenvolvimento de um mapa concei-tual que organiza o domínio da sus-tentabilidade.

InstituiçõesTambém estão envolvidas no proje-to as seguintes Unidades da Empre-sa: Embrapa Soja (Londrina, PR), Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS), Embrapa Clima Temperado (Pelo-tas, RS) e Embrapa Cerrados (Pla-naltina, DF), além das instituições: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Universidade Federal de Pelotas; Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Centro de Tecnolo-gia do BioEtanol (CTBE); Centro de Tecnologia Renato Archer do Minis-tério da Ciência, Tecnologia e Inova-ção (CTI/MCTI); Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios Polo Centro Sul/DDD/Apta - UPD Tietê; Instituto de Economia Agrícola (IEA), dentre outros colaboradores.