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Avaliação de Tecnologias em Saúde e Regulação Econômica:
a Experiência da ANVISA
José Agenor Álvares da Silva
Seminário Internacional de Avaliação de Tecnologias em Saúde
Rio de Janeiro, julho de 2009
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Histórico
• Em novembro de 2002, a ANVISA organiza um seminário internacional sobre avaliação econômica de tecnologias em saúde, com a participação de 8 países, 150 gestores e diversas universidades
• O evento foi o marco inicial do envolvimento da ANVISA com a Avaliação de Tecnologias em Saúde
• Naquele momento foram definidos os eixos estratégicos: Regulação, Capacitação, Disseminação e
Cooperação Internacional
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Histórico • 2003: Criação da Gerência de Avaliação Econômica de
Novas Tecnologias da ANVISA• 2004: ATS passa a ser aplicada na regulação de preços de
novos medicamentos (Resolução CMED nº2) • 2006: - Lançamento do Boletim Brasileiro de Avaliação de
Tecnologias em Saúde (BRATS) - Aprovação do Coeficiente de Adequação de Preço
(CAP) - Criação da Comissão de Incorporação de Tecnologias
em Saúde (CITEC)• 2008: - Projeto de Fortalecimento da ATS no MERCOSUL - Realização da Jornada Latino-Americana de
Avaliação Econômica e Regulação Econômica, em Havana• 2009: - Realização do I Seminário Pan-Americano de
Regulação Econômica de Medicamentos, em Brasília
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Os 4 eixos estratégicos
• Regulação
• Capacitação
• Disseminação
• Cooperação internacional
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A Regulação Econômica de Medicamentos
• Início em dezembro de 2000
• A política de preços de medicamentos é definida pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), composta por 5 ministérios e presidida pelo Ministro da Saúde
• A ANVISA exerce a função de Secretaria-Executiva da CMED: realiza avaliações econômicas, toma decisões relativas aos preços de entrada de medicamentos no mercado e faz o monitoramento desse mercado
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Evolução da Regulação
• No primeiro momento da regulação, os medicamentos com patentes de molécula tinham seus preços livres do controle
• Depois passaram a ter seus preços limitados pela média de preços em 5 países desenvolvidos
• Em 2004, foram introduzidas importantes mudanças no marco regulatório, com a aplicação da avaliação de tecnologias em saúde para a tomada de decisão sobre o preço dos novos medicamentos: política de preços baseada em evidência
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O novo medicamento agrega ganho relevante ao tratamento em relação aos medicamentos existentes para a mesma indicação terapêutica?
NÃO SIM
Preço definido com base no custo de tratamento com o
medicamento escolhido como comparador
Categoria II
Preço definido com base no menor preço entre 9
países
Categoria I
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Categoria I
Nova molécula que traga ganho para o tratamento, em comparação às opções terapêuticas existentes no País, e que tenha depósito de patente no Brasil.
O preço não pode ser superior ao menor preço praticado para o mesmo produto nos seguintes países: Austrália, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Itália, Nova Zelândia, Portugal e no país de origem do produto.
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Categoria II
Molécula nova que não traga ganho para o tratamento em relação aos medicamentos já utilizados para a mesma indicação terapêutica.
O preço permitido é definido tendo como base o custo de tratamento com as opções terapêuticas disponíveis no Brasil, a partir de uma análise de custo-minimização. Além disso, o preço não pode ser superior ao menor preço internacional.
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Principais Etapas da Análise
• Informações são enviadas à ANVISA pelos fabricantes
• Revisão da literatura
• Escolha do melhor comparador
• Avaliação econômica, levando-se em conta os resultados e os custos das duas alternativas
• Definição do preço teto
• Autorização de comercialização (prazo limite para avaliação: 3 meses)
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Principais Características do Modelo
• Introdução de um quarto requisito (além de eficácia, segurança e qualidade) para comercialização de medicamentos
• Aplicação de ferramentas da farmacoeconomia para definição do preço dos novos medicamentos
• Impede que medicamentos me-too (85% dos casos) custem mais caro
• Não é limitado aos medicamentos pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tendo em vista que cerca de 75% do mercado é privado
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Inovações?• Brasil: Nos primeiros 3 anos de aplicação dos novos
critérios, 85% dos medicamentos haviam sido classificados como categoria II (sem ganhos terapêuticos)
• França: Entre 1981 e 2003, 67% dos medicamentos registrados não trouxeram nada de novo ao tratamento
• Canadá: 94% dos medicamentos patenteados avaliados entre 1990 e 2003 não traziam inovações terapêuticas
• EUA: Dos novos medicamentos aprovados entre 1998 e 2002, 77% foram classificados como me-too
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Compras Públicas • Para alguns medicamentos de alto custo, a
aplicação de critérios farmacoeconômicos na definição dos preços e a negociação direta com os fabricantes não são suficientes para garantir reduções de preços
• Considerando-se esse diagnóstico, e a partir de estudos feitos pela ANVISA, a CMED aprovou, em dezembro de 2006, a criação de um desconto mínimo para compras públicas de medicamentos, chamado de Coeficiente de Adequação de Preços (CAP)
• O valor do CAP em 2008 é de 24,92%
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Cálculo do CAP
O CAP é calculado a partir da média da razão entre o Índice do PIB per capita do Brasil e os Índices do PIB per capita da Austrália, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Itália, Nova Zelândia, Portugal, ponderada pelo PIB.
O Índice do PIB per capita é atualizado anualmente, sempre utilizando o índice mais recentemente publicado e considerado no cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, divulgado pela Organização das Nações Unidas – ONU.
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Aplicação do CAP
O CAP pode ser aplicado ao preço dos produtos nos seguintes casos:
Medicamentos de dispensação excepcionalDST/AIDSSangue e HemoderivadosAntineoplásicos/adjuvantes tratamento de
câncerAção judicialMedicamentos novos aprovados pela CMED
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Capacitação• Treinamento contínuo de toda a equipe envolvida com ATS
(cursos à distância e presenciais, oficinas, projetos de estudos de avaliação econômica)
• Cursos de ATS para os hospitais da Rede Sentinela e apoio à formação de núcleos
• Apoio em conjunto com a SCTIE para a formação de gestores estaduais especialistas em Economia da Saúde e Farmacoeconomia
• Mais de 2 mil profissionais de saúde formados no curso à distância Saúde Baseada em Evidências, parceria entre Anvisa, Centro Cochrane do Brasil e Hospital Sírio-Libanês
• Financiamento de 40 vagas em curso de ATS para os países do MERCOSUL
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Disseminação• Não basta produzir as avaliações, é preciso disseminá-las
aos gestores e aos profissionais de saúde, de forma a ajudá-los no processo de tomada de decisão com relação às tecnologias em saúde
• Foi pensando nessa necessidade que a Anvisa propôs em 2006 a criação do Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde (BRATS), conseguindo pronta adesão ao projeto por parte da ANS e da SCTIE, que passaram a formar, juntamente com a Anvisa, o Núcleo Editorial Executivo do Boletim
• O BRATS é um boletim eletrônico e seu primeiro número foi lançado em junho de 2006
• Em 2008 o BRATS passa a ser trimestral, com edições nos meses de março, junho, setembro e dezembro
• Já foram lançados 8 números do BRATS, com avaliações de medicamentos, produtos para a saúde e procedimentos
• O BRATS conta com cerca de 22 mil assinantes, no Brasil e em mais de 30 países
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Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde - BRATS
• Objetivos
– Avaliar tecnologias da área da saúde no que se refere a eficácia, efetividade, segurança e custo;
– Contribuir para a tomada de decisão quanto ao uso/incorporação de tecnologias no âmbito do SUS e da Saúde Suplementar;
– Estimular o uso racional de tecnologias médicas.
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BRATS• Histórico
– 2006 – Aprovação do BRATS no Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde.
– Parceria – Anvisa, ANS e SCTIE/MS
• Corpo Técnico
- Núcleo Editorial Executivo- Equipe Técnica- Conselho Consultivo- Revisores externos
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BRATS• Edições publicadas
– Junho 2006 – Lançamento do 1º número “Entecavir para o tratamento da hepatite B crônica”.
– Novembro 2006 – “Alfadrotrecogina para o tratamento da sepse grave”.
– Novembro 2007 – “O teste de amplificação de ácidos nucléicos (NAT) e as demais estratégias para detecção dos vírus HIV-1 e HCV na triagem de sangue doado”.
– Junho 2008 – “A tomografia computadorizada de múltiplos detectores no diagnóstico da doença arterial coronariana”.
– Setembro 2008 – “Cirurgia bariátrica no tratamento da obesidade mórbida”.
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BRATS• Edições publicadas
– Dezembro 2008 – “Inibidores da angiogênese no tratamento da degeneração macular relacionada à idade”.
– Março 2009 - “Deferasirox para o tratamento da sobrecarga de ferro”
– Junho 2009 – “Stents farmacológicos e stents metálicos no tratamento da doença arterial coronariana”
• Próximo número (setembro/2009)
“Estatinas para a prevenção primária de eventos cardiovasculares”
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Resultados da Enquete “Conhecimento sobre o BRATS e sua Aceitação”
As informações disponibilizadas no BRATS são utilizadas em sua prática profissional?
3% 2%
21%
74%
Ñ resp
Não
Parcialmente
Sim
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Resultados da Enquete “Conhecimento sobre o BRATS e sua Aceitação”
Você recomendaria a leitura do BRATS a outros leitores?
3% 2%7%
88%
Ñ resp
Não
Parcialmente
Sim
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Cooperação Internacional
• A Anvisa já recebeu para treinamento em avaliação econômica e regulação de preços delegações dos seguintes países: Cuba, Cabo Verde, Moçambique, Colômbia e Uruguai. Os 3 primeiros já firmaram termos de cooperação técnica com a Agência.
• No projeto com Cuba está previsto um estudo conjunto de custo-efetividade de medicamentos para AIDS
• A Agência tem um Termo de Cooperação com o Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária (IECS), da Argentina. Além de diversas atividades de capacitação, encontra-se em andamento um estudo de custo-efetividade de um medicamento para câncer de mama
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Cooperação Internacional
• O Projeto ATS-MERCOSUL prevê uma série de atividades de intercâmbio e capacitação, inclusive a formação de rede de ATS na região
• I Seminário Pan-Americano de Regulação Econômica de Medicamentos
• Jornada de Avaliação de Tecnologias e Regulação Econômica, no III Congresso Latino-Americano e do Caribe de Economia da Saúde, em Havana
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Novas Possibilidades de Cooperação
• Compartilhar informações entre os países: 1- Preços de medicamentos 2- Avaliações do valor terapêutico agregado pelas
novas tecnologias
• Buscar integração entre as redes existentes
• Desenvolver em conjunto padrões metodológicos
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Conclusão: a importância da
integração • Uma das razões para o fortalecimento da avaliação de
tecnologias no País é a integração entre as áreas ligadas à ATS no âmbito do Ministério da Saúde. A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, a ANVISA e a ANS têm atuado de forma coordenada em diversos fóruns, sendo os principais:
• Comissão de Relatoria da Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde
• Grupo de Trabalho de Avaliação de Tecnologias em Saúde
• Comissão de Incorporação de Tecnologias em Saúde – CITEC
• Comitê de Organização Local do Encontro Mundial de ATS (HTAi 2011)