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AA dd ss oo rr çç ãã oo dd ee ee ff ll uu ee nn tt ee ss tt êê xx tt ee ii ss
1 Grupo AMB 101
Amb101
António Carlos Pinheiro Fernandes
Diogo Vieira da Cunha
Inês Pereira Caldelas Craveiro
José Ricardo Quaresma Reis Pereira
Tiago Afonso Palas Silva Guimarães
Viviana Lima de Sousa
Adsorção de efluentes têxteis
Tratamento de Efluentes da Indústria
Têxtil por Adsorção em Materiais de
Baixo Custo
AA dd ss oo rr çç ãã oo dd ee ee ff ll uu ee nn tt ee ss tt êê xx tt ee ii ss
2 Grupo AMB 101
RReessuummoo
O nosso Projecto Feup foi baseado na problemática da poluição da água, mais
especificamente na adsorção de efluentes têxteis, utilizando adsorventes alternativos
e de baixo custo, para testar a sua eficácia. Para realizar o processo de adsorção foi
escolhido como adsorvente casca de ostra (que nos foi trazida de Florianópolis). A
realização do nosso trabalho foi feita em laboratório, no qual simulamos uma
situação de poluição, através da preparação de uma solução de corante vermelho de
concentração específica. Esta solução foi dividida em diferentes recipientes de
volume igual que continham o adsorvente escolhido, em massas idênticas.
Posteriormente, foram agitados em intervalos de tempo de diferentes, podendo
assim verificar a diminuição da concentração do efluente ao longo do tempo, com a
ajuda de um espectrómetro. Verificou-se também, que o corante foi absorvido
eficazmente durante os primeiros 15 minutos e após esse intervalo de tempo a
adsorção tornou-se quase nula, pois a concentração de corante na solução foi
constante ao longo do tempo, devido à saturação da casca de ostra. Deste modo,
podemos constatar que a casca de ostra funciona como adsorvente, mas não como
adsorvente perfeito, uma vez que a concentração de corante não se aproximou do
valor zero. Assim, para se realizar uma adsorção eficaz seria necessário usar casca
de ostra em grandes quantidades, o que tornaria o processo dispendioso. Conclui-se
então, que a casca de ostra não é um adsorvente económico.
AAbbssttrraacctt
Our Projecto Feup was based on the problem of water pollution, specifically in
the adsorption of textile wastewater using alternative and low cost adsorbents to test
its effectiveness. To perform the adsorption process was chosen as adsorbent oyster
shell (which was brought in Florianópolis). The completion of our work was done in
the laboratory, where we simulate a situation of pollution, by preparing a solution of
specific concentration of red dye. This solution was divided into different containers
of equal volume containing the adsorbent chosen in identical masses. Later, they
were shaken in different time intervals, allowing you to check the decline in effluent
concentration over time, with the help of a spectrometer. It was also found that the
dye was absorbed effectively during the first 15 minutes, after this time the
adsorption became almost zero, because the dye concentration in solution was
constant over time, due to saturation of the oyster shell. Thus, we can note that the
oyster shell acts as adsorbent, but not as perfect as the dye concentration did not
approach the value zero. Thus, to achieve an adsorption effectively would require
using oyster shell in large quantities, which would make the process expensive. It
follows then, that the oyster shell is not an economic adsorbent.
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3 Grupo AMB 101
ÍÍnnddiiccee
1. Introdução ..................................................................................................... 5
1.1 Geral .......................................................................................................... 5
1.2 Corantes da indústria têxtil ........................................................................... 5
1.3 Processos de tratamento de efluentes têxteis ................................................ 6
1.4 Adsorção ..................................................................................................... 7
1.5 Adsorventes ................................................................................................ 8
1.6 Objectivos do trabalho ................................................................................. 9
22.. MMééttooddoo ........................................................................................................ 10
2.1 Equipamento laboratorial: .......................................................................... 10
2.2 Reagentes já preparados e disponíveis no laboratório: ................................. 10
2.3 Procedimento experimental ........................................................................ 10
33.. RReessuullttaaddooss ................................................................................................... 12
4. Discussão dos resultados .............................................................................. 17
5. Conclusão .................................................................................................... 18
6. Referências bibliográficas.............................................................................. 19
77.. AAppêênnddiiccee ..................................................................................................... 20
88.. AAnneexxoo .......................................................................................................... 22
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4 Grupo AMB 101
ÍÍnnddiiccee ddee iimmaaggeennss
Fig. 1: Soluções com diferente concentração de corante ........................................ 14
Fig. 2: Corante vermelho ..................................................................................... 22
Fig. 3: Casca de ostra triturada ............................................................................ 22
Fig. 4: Espectrofotómetro .................................................................................... 22
Fig. 5: Pesagem da casca de ostra ....................................................................... 22
Fig. 6: Matrazes com 1 grama de casca de ostra ................................................... 22
Fig. 7: Solução-mãe (10 mg/L) e solução diluída (1 mg/L) ..................................... 22
Fig. 8: Colocação da solução nas matrazes 1/2 ..................................................... 22
Fig. 9: Colocação da solução nos matrazes 2/2 ..................................................... 23
Fig. 10: Agitador orbital ....................................................................................... 23
Fig. 11: Resultados obtidos .................................................................................. 23
Fig. 12: Determinação da absorvância das soluções agitadas no espectrofotómetro 23
Gráfico 1: Distribuição do consumo de corantes a nível nacional (Figueiredo, 2002) . 6
Gráfico 2: Concentração do corante na solução num determinado instante. ........... 12
Gráfico 3: Valor da concentração do soluto na fase sólida num determinado instante
(q exp). ............................................................................................................. 13
Gráfico 4: Cálculo da recta linear, y do Modelo de 1ª ordem. ................................ 13
Gráfico 5: Cálculo da recta linear, y do Modelo de 2ª ordem. ................................ 13
Gráfico 6: Comparação do q exp com o q teórico do Modelo de 1ª ordem. ............ 14
Gráfico 7: Comparação do q exp com o q teórico do Modelo de 2ª ordem. ............ 14
Gráfico 8: Gráfico de espectrofotómetro de UV-Vis do corante Vermelho ............... 20
Gráfico 9: Curva de calibração do corante Red ..................................................... 21
Tabela 1: Massa, concentração, q experimental e absorvância em cada instante de
tempo ............................................................................................................... 12
Tabela 2: q teórico de 1ª e 2ª ordem em determinados instantes. ........................ 12
Tabela 3: Tabela de dados medidos pelo espectrofotómetro de UV-Vis .................. 20
Tabela 4: Cálculo dos padrões para curva de calibração do corante Red ............... 21
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5 Grupo AMB 101
1. Introdução
1.1 Geral
O grande crescimento demográfico e o constante aumento das necessidades
básicas da população a nível mundial tem vindo a acarretar consequências drásticas
para o ambiente. Uma delas, caracteriza-se pela grande evolução industrial. Esta
evolução possibilitou uma maior produção num menor espaço de tempo permitindo o
acesso das diferentes massas sociais a novos serviços e produtos. Com isto, houve
uma melhoria da qualidade de vida da comunidade.
Por outro lado, a produção descontrolada levou a um aumento de resíduos
industriais, sendo estes despejados para o meio ambiente, contaminando as águas e
os solos. Estes resíduos tóxicos trazem um grande impacto para toda a
biodiversidade e ambiente em geral originando entre outros problemas a destruição
de habitats e o aquecimento global. Estes problemas advêm maioritariamente dos
efluentes que a indústria têxtil despeja para o meio ambiente. De facto, esta é uma
das que mais polui a água em todo o mundo, intoxicando seres vivos que habitam na
zona afectada.
Entre os produtos presentes nos efluentes destacam-se os corantes. Estes
coloram o rio interferindo com a sua natureza estética, dificultando, ainda, a
penetração de luz solar na água, que é essencial ao ciclo fotossintético.
1.2 Corantes da indústria têxtil
Actualmente, são registados mais de 8 mil corantes orgânicos sintéticos
associados à indústria têxtil pela Colour Índex (Catálogo da Society of Dyers and
Colourists). “Para dar resposta a um mercado cada vez mais exigente, a indústria
tem investido no desenvolvimento de corantes mais económicos, com propriedades
específicas para obter boa fixação da cor e que ofereçam elevada resistência aos
agentes que desencadeiam a descoloração dos tecidos” (Zanoni e Carneiro, 2001).
Os corantes podem ser classificados de acordo com a sua estrutura química
ou conforme as suas propriedades e aplicações. Na verdade, estes devem possuir
elevada estabilidade química e fotolítica, de maneira a satisfazer as propriedades de
solidez (tanto à lavagem como à luz) que lhes são exigidas. Os corantes mais
utilizados na indústria têxtil são os corantes reactivos que apresentam um baixo
grau de fixação às fibras e podem entrar em combinação química com a celulose,
sendo estes corantes bastante utilizados no nosso país. Existem também os
corantes directos, muito utilizados devido ao seu menor custo e facilidade de
aplicação, têm substantividade directa para a celulose e, embora tinjam as fibras
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proteicas, não são muito usados para tal fim; os corantes básicos, que apresentam
um alto valor tintorial e o seu consumo tem aumentado devido à maior procura de
fibras acrílicas; os corantes ácidos, que passam pelo tratamento biológico sem
serem praticamente afectados, à semelhança dos reactivos, usados sobretudo no
tingimento de fibras proteicas e poliamídicas; o corante a mordente, sem
afinidade natural para as fibras, fixa-se a estas previamente mordentadas com um
óxido metálico, usado no tingimento de lã e de poliamida; corantes sulfurosos,
que são orgânicos, contêm enxofre e são usados no tingimento de fibras celulósicas.
Podem ainda ser referidos corantes azóicos ou naftóis, corantes de cuba,
dispersos e pré-metalizados.
Na figura apresenta-se a distribuição do consumo de corantes em Portugal,
destacando-se o elevado consumo de corantes reactivos no tingimento de fibras
celulósicas e proteicas.
Gráfico 1: Distribuição do consumo de corantes a nível nacional (Figueiredo, 2002)
1.3 Processos de tratamento de efluentes têxteis
Os processos de tratamento de efluentes têxteis podem-se dividir em 3
categorias: químicos, físicos e biológicos. Este último revela-se mais económico
relativamente aos outros, verificando-se uma grande aplicação deste no tratamento
de águas residuais. Neste tipo de tratamento verifica-se uma redução da matéria
biodegradável e dos sólidos suspensos, revelando-se ineficaz relativamente à
redução da cor, especialmente no que diz respeito aos corantes reactivos e alguns
dos corantes ácidos. As lamas activadas são um dos tratamentos convencionais mais
usados pela indústria têxtil no tratamento de efluentes. A desvantagem deste
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tratamento reside no facto de se gerarem lamas que necessitam também de ser
tratadas (degradação anaeróbia).
No que diz respeito ao tratamento químico, pode-se utilizar a
coagulação/floculação. Neste método podem ser utilizados como floculantes
componentes com sais de ferro, alumínio e cálcio. Podem, ainda, ser utilizados
polímeros orgânicos catiónicos, pelos quais se tem verificado descoloração das águas
tratadas, apesar de se revelarem tóxicos para os peixes. Com a utilização de um
variante do processo de coagulação, o tratamento electroquímico, pode-se verificar
uma menor produção de lama e uma remoção de partículas coloidais mais pequenas.
Apesar de rápido e eficaz este tipo de tratamento apresenta um grande consumo de
electricidade, custos de instalação e forma uma quantidade de lama substancial.
Quanto a métodos que envolvem agentes oxidantes fortes, utilizam-se
nomeadamente cloro, hipoclorito, dióxido de cloro, reagente de Fenton, ozono e
combinações UV-peróxido e UV-ozono, podendo estes também ser utilizados na
oxidação parcial dos compostos. De facto, é mais aconselhável a oxidação total visto
na parcial ocorrer o risco de se gerarem produtos ainda mais tóxicos. Apesar de
tudo, a oxidação total acarreta custos superiores. No entanto, a matéria orgânica é
destruída formando-se dióxido de carbono, água e iões inorgânicos. Existem ainda,
processos de oxidação avançada (AOPs) que consistem na criação de radicais
hidroxilo extraordinariamente reactivos usando para tal vários sistemas reaccionais,
alguns dos quais já mencionados em cima. A redução química é outro tratamento
possível para a descoloração. Este reduz a dimensão das moléculas de corante que
depois serão tratadas por outra técnica. Contudo, o custo dos reagentes e a
reversibilidade do processo tornam este método desvantajoso.
A utilização da microfiltração (processo de separação de membrana) só ajuda
na remoção parcial da cor e de outros compostos orgânicos. A ultrafiltração separa
moléculas de corante de outras moléculas de menor dimensão presentes em solução.
A nanofiltração e a osmose inversa apresentam uma eficácia bastante grande no
tratamento de corantes, podendo até permitir a reutilização da água filtrada.
Contudo, um dos métodos mais usados pela indústria têxtil na remoção de corantes
dos efluentes é o uso de lodo activado (oxidação biológica), pois além de apresentar
resultados é mais económico relativamente a outros processos. Apesar de, não ser
efectivo na remoção dos corantes em vários tipos de efluentes.
1.4 Adsorção
Outro método também muito utilizado por parte das indústrias é a adsorção.
Esta caracteriza-se pela adesão de partículas de um fluido a uma superfície sólida. A
adsorção pode ser influenciada por variações de temperatura, pressão e, também,
pela sua área de superfície. Existem dois tipos, a química (quimissorção) e a física
(fisissorção). Na adsorção química existe uma reacção entre o fluido (substância
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adsorvida) e a superfície sólida (adsorvente) com a formação de ligações químicas.
Cada molécula da superfície do adsorvente forma apenas uma ligação com a
substância adsorvida, logo só se forma uma camada de substância adsorvida na
superfície do adsorvente. Por outro lado, na adsorção física não há formação de
ligações químicas mas sim uma actuação de forças de Van der Walls. Neste tipo de
adsorção já podem coexistir várias camadas de moléculas adsorvidas.
Actualmente, existem diversos tipos de adsorventes, tendo relevante
importância para este trabalho, os de baixo custo. Considera-se um adsorvente de
baixo custo quando este é abundante na natureza ou um derivado ou resíduo
industrial (Bailey et al.,1999). Para ser considerado um adsorvente não-convencional
e de baixo custo adequado para a remoção de cor deve obedecer a certos requisitos
como: eficiência na remoção de uma vasta gama de corantes; elevada capacidade de
adsorção; adsorção rápida; alta selectividade para diferentes concentrações de
corante; tolerância a uma vasta gama de parâmetros de águas residuais (Crini,
2005).
1.5 Adsorventes
Materiais adsorventes são resíduos com capacidades de adsorção para os
corantes utilizados na indústria têxtil. Podemos então distinguir diferentes
adsorventes: o carvão activado; adsorventes sintéticos poliméricos; resinas de
permuta iónica; adsorventes inorgânicos; bioadsorventes de baixo custo; e os
adsorventes contendo quitina e seus derivados. O carvão activado é o adsorvente
mais usado no tratamento de águas, sendo utilizado sob a forma de granulado ou
pó. A sua principal tarefa é remover compostos orgânicos dissolvidos, para além de
remover uma grande diversidade de poluentes, sobretudo substâncias apolares. Tem
uma considerável eficácia na remoção da cor de efluentes contendo corantes
reactivos, básicos, azóicos, metalizados e em efluentes domésticos e indústriais. Os
adsorventes sintéticos poliméricos são caracterizados por um espectro de polaridades
e uma larga variedade de áreas superficiais, porosidades e distribuição de tamanhos
de poros. Utilizam-se, particularmente, na remoção de cor de águas residuais de
efluentes de indústrias têxteis e permitem a remoção de substâncias polares. As
resinas de permuta iónica são utilizadas para remover corantes aniónicos ou
catiónicos, devido à elevada carga orgânica dos efluentes.
O uso de adsorventes inorgânicos pode ser uma solução económica pela
simples razão de estes estarem disponíveis localmente, como a areia e o barro de
bentonite. A eficiência na remoção dos resíduos depende dos tipos de corantes na
corrente do efluente, especificamente, da carga relativa da molécula corante.
Para além destes, existem os bioadsorventes de baixo custo que são
polímeros naturais biodegradáveis e que possuem estruturas capazes de adsorver
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espécies ou comportar-se como permutadores de iões. A utilização de
bioadsorventes surge como uma alternativa económica e também ambiental à
utilização do carvão activado. Por último, surgem os adsorventes que contêm quitina
e os seus derivados. Na área do tratamento de águas residuais, a aplicação deste
processo tem como principais características o facto de não ser tóxico e de ser
biodegradável. São vários os materiais naturais de baixo custo existentes e que
podem funcionar como adsorventes de corantes provenientes da indústria têxtil.
Entre eles encontram-se as algas, casca de amêndoa e de noz ou materiais
constituídos por quitina, nomeadamente a casca de ostra. A quitina existente na
constituição da casca de ostra vai ser muito importante no trabalho de adsorção,
uma vez que esta forma complexos com os iões metálicos, sendo bastante eficaz na
remoção de metais.
1.6 Objectivos do trabalho
O objectivo deste trabalho é avaliar o potencial da adsorção como processo
viável para a remoção de corantes e efluentes têxteis, utilizando adsorventes
alternativos de baixo custo. Na verdade, o uso de adsorventes alternativos de baixo
custo ou de adsorventes inorgânicos com a possibilidade de serem regenerados
quimicamente é economicamente atractivo.
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10 Grupo AMB 101
22.. MMééttooddoo
2.1 Equipamento laboratorial:
- 5 matrazes com tampa de 100 mL;
- Pipetas de 50 mL;
- Pompetes;
- Agitador orbital;
- Espectrofotómetro de UV-Vis;
- Balança analítica;
- Vidro de relógio;
- Espátula;
- Tubos de Falcon;
- Balão volumétrico.
2.2 Reagentes já preparados e disponíveis no laboratório:
- Casca de ostra (previamente moída para a granulometria> 2,24mm);
- Solução de corante com concentração de 10mg/L (Astrazon red FBL 200% 03;
Laboratório: Dystar Textilfarben GmbH & Co. Deutschland KG D-60007 Frankfurt).
2.3 Procedimento experimental
1) Medir 1 grama de casca de ostra num vidro de relógio, com a ajuda de uma
espátula, e colocá-la num matraz (fazer o mesmo para os outros cinco);
2) Preparar uma solução de 1mg/L a partir da solução mãe: para tal retirar.50mL
da solução-mãe medidos por uma pipeta e colocar num balão volumétrico,
acrescentar água destilada até perfazer os 500 mL.
3) Com a ajuda de uma pipeta, colocar em cada um dos matrazes 50 mL da
solução de 1 mg/L de corante;
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11 Grupo AMB 101
4) Rolhar os matrazes e colocá-los no agitador orbital, seleccionando uma
rotação que mantenha as partículas em suspensão. Início da contagem do
tempo de adsorção;
5) Retirar um matraz ao fim de 5 min, 10 min, 15 min, 30 min e 60 min;
6) Ao fim de 10 minutos de repouso, decantar para um tubo de Falcon, deitando
cuidadosamente para o tubo o sobrenadante sem resíduo de ostra;
7) Para cada ponto, medir a concentração de corante no espectrofotómetro de
UV-Vis no comprimento de onda 525 nm (ver apêndice);
Nota: Procedimento do espectrofotómetro -> Colocar uma certa quantidade de
solução de um tubo de Falcon para a célula do espectrofotómetro, e fazer a leitura
da adsorvância. Carregar em “list”e inserir o comprimento de onda. Seguidamente
clicar em “Enter” e colocar a amostra da célula e ler os valores. Finalmente, retirar a
célula e limpar por água destilada.
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33.. RReessuullttaaddooss
Tabela 1: Massa, concentração, q experimental e absorvância em cada instante de tempo
t(min) massa (g)
C(mg/L) q exp (mg/g)
abs
0 1,000 0,946 0,00000 0,088
5 1,000 0,715 0,01155 0,067
10 1,000 0,616 0,01650 0,058
15 1,000 0,539 0,02035 0,051
30 1,000 0,550 0,01980 0,052
60 1,000 0,561 0,01925 0,053
Tabela 2: q teórico de 1ª e 2ª ordem em determinados instantes.
Gráfico 2: Concentração do corante na solução num determinado instante.
0,000
0,200
0,400
0,600
0,800
1,000
0 20 40 60 80
C(m
g/L)
t(min)
C(mg/L)
t(min) q teórico - 1ª ordem
q teórico - 2ª ordem
0 0,000 0,000
5 0,013 0,016
10 0,018 0,018
15 0,019 0,018
30 0,020 0,019
60 0,020 0,019
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13 Grupo AMB 101
Gráfico 3: Valor da concentração do soluto na fase sólida num determinado instante (q exp).
Gráfico 4: Cálculo da recta linear, y do Modelo de 1ª ordem.
Gráfico 5: Cálculo da recta linear, y do Modelo de 2ª ordem.
0,000
0,005
0,010
0,015
0,020
0,025
0 20 40 60 80
q(m
g/g)
t(min)
q exp(mg/g)
y = 0,2183x R² = 0,9914
0,000
1,000
2,000
3,000
4,000
5,000
6,000
7,000
8,000
0 10 20 30 40
-ln
(1-q
/qe
)
t(min)
y=-ln(1-q/qe) 1ªordem
y = 51,902x R² = 0,9934
0,00
500,00
1.000,00
1.500,00
2.000,00
2.500,00
3.000,00
3.500,00
0 20 40 60 80
t/q
t(min)
y=t/q 2ªordem
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14 Grupo AMB 101
0,000
0,005
0,010
0,015
0,020
0,025
0 20 40 60 80
q(m
g/g)
t(min)
Comparação do Modelo de 2º ordem
Gráfico 6: Comparação do q exp com o q teórico do Modelo de 1ª ordem.
Gráfico 7: Comparação do q exp com o q teórico do Modelo de 2ª ordem.
Fig. 1: Soluções com diferente concentração de corante.
0,000
0,005
0,010
0,015
0,020
0,025
0 20 40 60 80
q(m
g/g)
t(min)
Comparação do Modelo de 1º ordem
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15 Grupo AMB 101
Para o cálculo do volume a retirar da concentração mãe para a solução a utilizar (mais diluída) utilizou-se a seguinte fórmula:
Sabendo os valores da adsorvância através do espectrofotómetro (y), calcula-se a concentração do corante na água (x) :
Esta equação obteve-se através da curva de calibração do corante.
Para o cálculo do q experimental utilizou-se a seguinte fórmula: Nesta: - o q representa a concentração de soluto na fase sólida (mg/g), - o C0 representa a concentração inicial de soluto na fase líquida (mg/L); - o C representa as concentrações obtidas em determinado instante; - o m representa a massa de ostra utilizada (1g); - o V representa o volume de solução (0,5L). A equação seguinte é do tipo y=b+mx e resulta da linearização da equação do modelo cinético de 2ª ordem: Através desta equação descobre-se o valor de qe (valor da quantidade adsorvida no equilíbrio) e k (constante de velocidade da adsorção). De realçar que o qe vai ser posteriormente utilizado no modelo cinético de 1ª ordem, pois este é igual para ambos os modelos. Por sua vez, pelo modelo cinético de 2ª ordem calcula-se o q teórico para cada instante.
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16 Grupo AMB 101
Após a linearização do modelo cinético de 1ª ordem obteve-se a seguinte equação: Sendo e , deve-se obter uma recta com declive k e ordenada na origem 0. Pela equação do modelo cinético de 1ª ordem obtém-se o q teórico para cada instante.
𝑘𝑡 = mx
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17 Grupo AMB 101
4. Discussão dos resultados
Através da análise do gráfico 1 verificou-se que a concentração de corante na
solução diminuiu até cerca dos 15 minutos, estabilizando a partir desse tempo numa
concentração de aproximadamente 0,54 mg/L. No que diz respeito ao q (valor da
concentração do soluto na fase sólida num determinado instante) verificou-se que a
concentração de corante na ostra aumentou substancialmente nos primeiros 15
minutos a partir daí, esta estabilizou atingindo o ponto de equilíbrio, ou seja, o ponto
em que as ostras atingiram o seu ponto saturação de corante.
Partindo dos modelos cinéticos de absorção de 1ª e 2ª ordem, obtivemos os
gráficos que nos permitiram encontrar as equações das rectas de cada modelo
(modelo cinético 1ª ordem y = 0,2183x; modelo cinético 2ª ordem y = 50,439x +
59,135) e, assim, calcular o valor das constantes, qe (concentração de equilíbrio do
soluto na fase sólida) e k (constante associada à capacidade de adsorção) de cada
modelo, necessárias para compararmos o q experimental com o q teórico.
Posteriormente, comparou-se o gráfico do q experimental com o q teórico do
modelo cinético de 1ª ordem onde se constatou que os valores experimentais
obtidos mantiveram-se dentro dos valores teóricos esperados. Na comparação do
gráfico do q experimental com o q teórico do modelo cinético de 2ª ordem, verificou-
se que os valores experimentais enquadraram-se também com os valores teóricos
esperados. Porém, o gráfico do modelo cinético de 1ª ordem é o que apresenta
maior proximidade com o gráfico do valor teórico de q.
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5. Conclusão
Após a realização do trabalho, verificamos que os dados experimentais
estavam de acordo com os dados teóricos e o objectivo principal foi atingido.
Objectivo este que era mostrar se a casca de ostra, da cidade Florianópolis, poderia
funcionar como adsorvente alternativo de baixo custo de corantes em meio aquoso.
Porém, este processo é demasiado dispendioso, já que é necessária uma grande
quantidade de casca de ostra para ser eficaz, e é um processo demorado. Por isso,
poderá não vir a ser a melhor alternativa como adsorvente. Além deste objectivo,
este trabalho serviu para alertar e sensibilizar as pessoas sobre os problemas
inerentes à poluição das águas.
Ao longo do trabalho, deparamo-nos com algumas dificuldades,
nomeadamente, no tempo de realização, na organização dos dados, na informação
recolhida, assim como, alguns erros a nível cálculo. No entanto, houve uma grande
cooperação entre os elementos do grupo, o que permitiu ultrapassar esses
obstáculos.
Apesar de todo o tempo despendido e das dificuldades na sua realização,
achamos este projecto bastante produtivo e pedagógico, onde aprendemos variados
conceitos que nos podem vir a ser úteis tanto no nosso futuro académico como
profissional.
Em suma, pensamos que este trabalho foi realizado com sucesso.
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19 Grupo AMB 101
6. Referências bibliográficas
Dissertação para grau de Mestre de Leonilde Morais (FEUP). 1996. Tratamento
de efluentes têxteis simulados usando técnicas de adsorção. http://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/10216/11266/2/Texto%20integral.pdf (consultado em 8
de Outubro, 2010).
Revista Analytica Nº4. 2003. Adsorventes naturais: potencialidades e aplicações
da esponja natural (luffa cylindrica) na remoção de chumbo em efluentes de
laboratório.http://www.revistaanalytica.com.br/ed_anteriores/04/4%20Art%20Es
ponja.pdf (consultado em 8 de Outubro, 2010).
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES). Aspectos
cinéticos envolvidos no processo de adsorção em meios adsorvedores fixos
utilizados no tratamento de água.
http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/abes97/cineticos.pdf (consultado em 9 de
Outubro, 2010).
Dissertação para grau de Mestre de Lucile Peruzzo.2003. Influência de agentes
auxiliares na adsorção de corantes de efluentes da indústria têxtil em colunas de
leito fixo. http://www2.enq.ufsc.br/teses/m102.pdf (consultado em 9 de
Outubro, 2010).
Dissertação para grau de mestre de José Soares. 1998. Remoção de corantes
têxteis por adsorção em carvão mineral ativado com alto teor de cinzas.
http://www2.enq.ufsc.br/teses/m039.pdf (consultado em 9 de Outubro, 2010).
Dissertação para grau de mestre de Oriana Geada (ISEP).2006. Remoção de
corantes têxteis utilizando resíduos agrícolas da produção de milho.
http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/12355/2/Texto%20integral.pdf
(consultado em 11 de Outubro, 2010).
VI Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica. Avaliação
do processo de adsorção na remoção de cor em efluentes de lavanderias
industriais de jeans por argila esmectit brasileira.
http://www.feq.unicamp.br/~cobeqic/tEa33.pdf (consultado em 11 de Outubro,
2010).
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77.. AAppêênnddiiccee
Tabela 3: Tabela de dados medidos pelo espectrofotómetro de UV-Vis
Gráfico 8: Gráfico de espectrofotómetro de UV-Vis do corante Vermelho
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Tabela 4: Cálculo dos padrões para curva de calibração do corante Red
Gráfico 9: Curva de calibração do corante Red
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88.. AAnneexxoo
Fig. 4: Espectrofotómetro Fig. 3: Casca de ostra triturada
Fig. 2: Corante vermelho
Fig. 5: Pesagem da casca de ostra Fig. 6: Matrazes com 1 grama de casca de ostra
Fig. 7: Solução mãe (10 mg/L) e solução diluída (1 mg/L)
Fig. 8: Colocação da solução nas matrazes 1/2
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Fig. 11: Resultados obtidos
Fig. 9: Colocação da solução nos matrazes 2/2
Fig. 10: Agitador orbital
Fig. 12: Determinação da absorvância das soluções agitadas no espectrofotómetro