ADRIANO TITTON GARCIA ANÁLISE DAS VARIÁVEIS ......atacantes) e a influência das substituições...
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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ADRIANO TITTON GARCIA
ANÁLISE DAS VARIÁVEIS PSICOMETABÓLICAS E MOTORAS AO LONGO
DA COPA SÃO PAULO DE FUTEBOL JÚNIOR
Orientadora: Profa. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão
SÃO PAULO
2016
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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ADRIANO TITTON GARCIA
ANÁLISE DAS VARIÁVEIS PSICOMETABÓLICAS E MOTORAS AO LONGO
DA COPA SÃO PAULO DE FUTEBOL JÚNIOR
Dissertação apresentada à Universidade
São Judas Tadeu como requisito parcial à
obtenção do grau de Mestre em Educação
Física, sob orientação da Profa. Dra. Maria
Regina Ferreira Brandão.
SÃO PAULO
2016
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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca
da Universidade São Judas Tadeu Bibliotecária: Daiane Silva de Oliveira - CRB 8/8702
Garcia, Adriano Titton
G216a Análise das variáveis psicometabólicas e motoras ao longo da Copa São
Paulo de Futebol Júnior / Adriano Titton Garcia. - São Paulo, 2016.
80 f. : il. ; 30 cm.
Orientadora: Maria Regina Ferreira Brandão.
Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2016.
1. Atividade motora. 2. Futebol. 3. Psicofisiologia. I. Brandão, Maria Regina
Ferreira. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação
Stricto Sensu em Educação Física. III. Título
CDD 22 – 797.21007
CDD 22 – 797.21007
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ADRIANO TITTON GARCIA
ANÁLISE DAS VARIÁVEIS PSICOMETABÓLICAS E MOTORAS AO LONGO
DA COPA SÃO PAULO DE FUTEBOL JÚNIOR
Dissertação apresentada à Universidade São
Judas Tadeu como requisito parcial à obtenção do
grau de Mestre em Educação Física, sob a
orientação da Profa. Dra. Maria Regina Ferreira
Brandão.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________________
Profa. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão Orientadora – Universidade São Judas Tadeu
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Aylton Figueira Junior Universidade São Judas Tadeu
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Gerson dos Santos Leite Universidade Nove de Julho
_______________________________________________________________ Prof. Dr. Afonso Antonio Machado
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Marcelo Callegari Zanetti Universidade São Judas Tadeu
5
DEDICATÓRIA
À minha mãe Estela, magnífica educadora
que me proporcionou uma formação
baseada nos valores humanos.
6
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelas oportunidades oferecidas.
À minha amável família, por sempre me incentivar e proporcionar conhecimentos
fundamentais.
À minha esposa e companheira Nathalia Terue, pela paciência, dedicação e incentivos
nos momentos difíceis.
Aos educadores das escolas públicas em que me formei: EMEI Cásper Líbero, EMEF
Infante Dom Henrique, EE Professor Leônidas Paiva, CE Padre Antônio Vieira, ETE
Albert Einstein.
À minha orientadora, Profa. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão, por todas as
oportunidades e incentivos na busca do conhecimento científico.
Aos professores da banca de qualificação e defesa do Mestrado, Dr. Aylton Figueira
Junior, Dr. Gerson dos Santos Leite, Dr. Marcelo Callegari Zanetti, Dr. Danilo Bocalini.
A todos os professores do Mestrado em Educação Física da Universidade São Judas
Tadeu, pois foram importantes na minha formação.
Aos professores da graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie, pelo incentivo
à minha formação continuada na Educação Física.
Aos amigos e colegas do IPESP, por todo conhecimento de vida.
A todos os colaboradores do São Paulo Futebol Clube, pelo incentivo, apoio e
contribuições diretas e indiretas.
Aos futebolistas que participaram desta pesquisa, sempre com muito respeito aos
protocolos de avaliação.
Aos profissionais da Comissão Técnica, em especial ao Treinador Menta, pelo apoio
permanente em todo processo.
7
RESUMO
Estudos com jovens futebolistas em jogos e competições vêm ganhando destaque na
literatura científica. O objetivo do presente estudo foi descrever e analisar os padrões
de deslocamentos, os estados de humor, as percepções subjetivas de recuperação e
esforço de jovens futebolistas em jogos de uma competição nacional. Para isso, foram
avaliados dezessete jovens futebolistas de linha, do sexo masculino, com idade 18,5 ±
0,7 anos, pertencentes às categorias de base de um clube do Estado de São Paulo. Os
dados nos sete jogos competitivos foram analisados sob duas perspectivas: futebolistas
que jogaram a Partida Inteira (PI) e Todos os Participantes (TP), pois houve substituídos
e substitutos nos jogos. Anteriormente aos jogos, foram avaliados os estados de humor
BRAMS (vigor e fadiga) e a Escala de Qualidade da Recuperação (EQR). Durante os
jogos, os futebolistas foram monitorados individualmente com o Global Positioning
System (GPS), para aferição da Distância Total Percorrida (DTP), Distância Percorrida
(DP) ≤ 15 km/h e DP > 15 km/h, utilizando a unidade de medida em metros (m) e a
distância relativa, com os metros divididos pelos minutos jogados (m/min). Ao término
das partidas, foi utilizada a escala de Percepção Subjetiva de Esforço (PSE), que
multiplicada pelo tempo jogado, determinou a Carga Interna de Jogo (CIJ). Foram
calculados a média e desvio padrão dos jogos, as etapas das partidas (primeiros e
segundos tempos), posições dos jogadores (laterais, zagueiros, meio-campistas e
atacantes) e a influência das substituições nos jogos. Foi utilizada uma Análise de
Variância (ANOVA) para modelos mistos (a qual considera que o mesmo atleta foi
avaliado diversas vezes) ou uma ANOVA para 1 fator fixo, sempre seguida de
Comparações Múltiplas pelo método de Tukey. O critério de significância adotado foi de
5%. Sobre as diferenças entre as etapas das partidas, foi observado que nos futebolistas
PI a DTP (m), DP (m) ≤ 15 km/h e >15 km/h, foram significativamente menores no
segundo tempo que no primeiro, diferentemente dos jogadores TP, que no segundo
tempo tiveram valores mais elevados em relação ao primeiro, devido às substituições.
Sobre as posições dos jogadores, nos PI não foi encontrada diferença significativa em
nenhuma variável, diferentemente dos TP, em que a DTP (m/min) pelos meio-campistas
foi significativamente maior que dos atacantes, sendo que na DP (m/min) ≤ 15 km/h os
meio-campistas também percorreram maiores distâncias que atacantes e zagueiros. Na
análise das diferenças entre PI, substituídos e substitutos, foi observado que na DP
(m/min) > 15 km/h os PI percorreram menores distâncias que os substituídos e
substitutos; na CIJ os PI apresentaram valores significativamente maiores que os
substituídos e substitutos; e os substitutos, valores maiores que os substituídos. Na
EQR, os substitutos tiveram uma recuperação significantemente melhor que os PI e os
substituídos. Sobre os estados de humor, somente na fadiga houve diferença, na qual
os PI tiveram valores maiores que os substitutos. Através destes dados, pode-se
concluir que a DTP e os deslocamentos ≤ 15 km/h e > 15 km/h não se mantiveram no
segundo tempo dos jogos, porém, com a realização de substituições, foi possível
minimizar estes decréscimos.
Palavras-chaves: percepção do esforço, recuperação, estados de humor, futebol.
8
ABSTRACT
Studies with young soccer players in games and competitions have gained prominence
in scientific literature. The aim of the present study was to describe and analyze the
displacement patterns, the mood states, the perceived recovery and exertion of young
football players in matches of a national competition. For this purpose, seventeen young
male outfield soccer players aged 18.5 ± 0.7 years old, belonging to youth teams of a
club of the State of São Paulo were evaluated. Data of the seven competitive matches
were analyzed under two perspectives: soccer players that played the Whole Game
(WG) and All the Participants (AP) because there were substituted and substitute players
in the matches. Before the matches, BRAMS mood states (vigor and fatigue) and the
Total Quality Recovery Scale (TQR) were evaluated. During the matches, the soccer
players were individually monitored with a Global Positioning System (GPS) for
measuring the Total Distance Covered (TDC), Distance Covered (DC) ≤ 15 km/h e DC
> 15 km/h, using the measuring unit in meters (m) and the relative distance with meters
divided by the minutes played (m/min). In the end of the games, the Rating of Perceived
Exertion (RPE) was used and it was multiplied by the time played, determining the
Internal Load of the Match (ILM). The mean and standard deviation, the steps of the
matches (first and second half), players’ positions (wingers, full-backs, midfielders and
forwards) and the influence of the substitutions in the matches were calculated. A mixed
model Analysis of Variance (ANOVA) was used (which considers that the same athlete
was evaluated several times) or an ANOVA for one fixed factor, always followed by
Multiple Comparisons by the Tukey’s method. For correlations, Pearson's correlation
coefficients were used. The significance criteria adopted was 5%. As to the differences
between the steps of the games, it was observed that in WG soccer players the TDC (m)
was significantly shorter in the second half than in the first, on the DC (m) ≤ 15 km/h and
>15 km/h, unlike the AP players, in the second time they had higher values than the first,
due to the substitutions. With regard to the players’ positions, no significant difference
was met in any variable in the WG, differently of the AP, in which the TDC (m/min) by
midfielders was significantly higher than that of the forwards, being that in the DC (m/min)
≤ 15 km/h the midfielders also covered higher distances than the forwards and fullbacks.
When analyzing the differences between WG, substituted and substitutes, it was
observed that in the DC (m/min) > 15 km/h the WG covered shorter distances than the
substituted and substitutes, in the ILM the WG presented values significantly higher than
substituted and substitutes, and the substitutes, higher values than the substituted. In
the TQR, the substitutes had a recovery significantly better than the WG and the
substituted. As to the mood states, there was only difference in the fatigue, in which the
WG had higher values than the substitutes. Through these data, it is possible to conclude
that the TDC and the displacements ≤ 15 km/h and > 15 km/h were not kept in the second
half of the games, but, with the substitutions, it was possible to minimize these
decreases.
Keywords: perceived exertion, recovery, mood states, soccer.
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 14
1.1 Definição do Problema ................................................................................... 14
2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 17
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 17
2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 17
2.3 Justificativa .................................................................................................... 17
3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 18
3.1 Caracterização dos Deslocamentos no Futebol ............................................. 18
3.2 Sistema de Posicionamento Global (GPS) ..................................................... 22
3.3 Escalas Psicofísicas ...................................................................................... 24
3.4 Estados de Humor (BRAMS) ......................................................................... 30
4 MÉTODO .......................................................................................................... 33
4.1 Caracterização da Amostra ............................................................................ 33
4.2 Características da Equipe .............................................................................. 33
4.3 Características da Competição ...................................................................... 34
4.3.1 Condições Oferecidas à Equipe .................................................................. 35
4.3.2 Manutenção das Capacidades Motoras, Psicofísicas e Psicológicas .......... 35
4.4 Procedimentos ............................................................................................... 35
4.4.1 Critérios de Inclusão e Exclusão ................................................................. 36
4.5 Procedimentos Gerais e Instrumentos ........................................................... 36
4.5.1 Escala de Estados de Humor – BRAMS ..................................................... 37
4.5.2 Escala de Qualidade da Recuperação (EQR) ............................................. 38
4.5.3 Quantificação da Distância Percorrida ........................................................ 39
4.5.4 Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) ....................................................... 40
4.6 Análise dos Dados ......................................................................................... 41
5 RESULTADOS ................................................................................................. 42
6 DISCUSSÃO .................................................................................................... 51
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 61
ANEXOS.............................................................................................................. 73
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Cones de atuação de cada satélite formando os pontos de intersecção
na Terra. Adaptado de Zanotta et al. (2011). ....................................................... 23
Figura 2: Esquema de quantificação das CIJ pelo método PSE da sessão.
Adaptado de Nakamura et al. (2010). .................................................................. 27
Figura 3: Representação da supercompensação. Adaptado de Bompa (2003). .. 28
Figura 4: Relação entre intensidade e duração dos sintomas para overreaching
funcional, não funcional e overtraining. Adaptado de Leite et al. (2012). ............. 29
Figura 5: Distribuição das posições exercidas pelos futebolistas no campo. ........ 34
Figura 6: Distribuição dos jogos ao longo do período competitivo. ....................... 35
Figura 7: Sequência Experimental do Estudo. ..................................................... 36
Figura 8: Escala de Humor BRAMS. Adaptado de Rohlfs et al. (2008). ............... 37
Figura 9: Escala de Qualidade da Recuperação. Adaptado de Kenttä, Hassmén,
(1998). ................................................................................................................. 38
Figura 10: Equipamento no bolso interno do calção. ........................................... 39
Figura 11: Descrição do equipamento. ................................................................ 39
Figura 12: Escala Cavasini. Adaptado de Cavasini, Matsudo, (1986). ................. 40
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Análise da média dos sete jogos competitivos dos futebolistas PI,
comparados entre primeiro e segundo tempo, e o total. ...................................... 42
Tabela 2: Análise da média dos sete jogos competitivos dos futebolistas TP,
comparados entre primeiro e segundo tempo, e o total. ...................................... 44
Tabela 3: Análise da média dos jogos nas diferentes posições. .......................... 45
Tabela 4: Análise da média dos jogos nas diferentes posições. .......................... 46
Tabela 5: Análise dos futebolistas PI, substituídos e substitutos. ......................... 47
Tabela 6: Análise das variáveis nos sete jogos competitivos com os futebolistas
PI. ........................................................................................................................ 48
Tabela 7: Análise das variáveis nos jogos competitivos com TP. ......................... 49
Tabela 8: Correlação linear de Pearson nas diferentes variáveis com o grupo de
futebolistas PI. ..................................................................................................... 50
Tabela 9: Correlação linear de Pearson nas diferentes variáveis com TP. ........... 50
12
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: DTP (m) nos primeiros e segundos tempos dos jogos com PI. ............ 43
Gráfico 2: DP (m) nos primeiros e segundos tempos dos jogos, nas faixas de
velocidade ≤ 15 km/h e > 15 km/h. ...................................................................... 43
Gráfico 3: DTP (m/min) no primeiro e segundo tempo dos jogos com TP. ........... 44
Gráfico 4: DP (m/min) nos primeiros e segundos tempos dos jogos, nas faixas de
velocidade ≤ 15 km/h e > 15 km/h. ...................................................................... 45
13
ABREVIATURAS AEH Avaliação dos Estados de Humor
BRAMS Escala de Humor de Brumel
CIJ Carga Interna de Jogo
DP Distância Percorrida
DTP Distância Total Percorrida
EQR Escala de Qualidade da Recuperação
Fcmax Frequência Cardíaca Máxima
GPS Global Positioning System - Sistema de Posicionamento Global
h Hora
Km Quilômetros
m Metros
min Minutos
PI Partida Inteira
POMS Perfil dos Estados de Humor
PSE Percepção Subjetiva de Esforço
TP Todos Participantes
u.a. Unidades Arbitrárias
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 Definição do Problema
O futebol é uma modalidade praticada em um contexto de elevada variabilidade
e aleatoriedade (GARGANTA, 1997) em que estímulos motores de características
intermitentes e acíclicas (BANGSBO, 2009; TURNER, STEWART, 2014; STOLEN et
al., 2005) ocorrem com alto grau de imprevisibilidade (GARGANTA, 1997). Os
futebolistas realizam esses esforços aleatórios com ações de alta intensidade
(acelerações, saltos, dribles, finalizações, etc.), intercaladas com períodos de baixa
intensidade (caminhada, trote, etc.) (BANGSBO et al., 2000; GARGANTA, 1997;
SPORIS et al., 2010; STOLEN et al., 2005; TURNER, STEWART, 2014).
A análise das demandas competitivas da modalidade é uma das bases do
processo de preparação no alto desempenho (BRAZ et al., 2010; ZUBILAGA et al.,
2007), fomentando conhecimentos úteis sobre a performance dos futebolistas e
equipes, que podem ser usados no planejamento de períodos de treinamentos ou na
avaliação da própria competição (BARROS et al., 2007; BRAZ et al., 2010; MENDEZ-
VILLANUEVA et al., 2013).
Diversas pesquisas vêm promovendo a compreensão das exigências do jogo de
jovens futebolistas em formação, (ASLAN et al., 2012; BUCHEIT et al., 2010;
IMPELLIZZERI et al., 2006; MENDEZ-VILLANUEVA et al., 2013; SAWARD et al., 2015;
SILVA et al., 2007; THATCHER, BATTERHAM, 2004), proporcionando o entendimento
individual e coletivo dos jogadores durante as partidas, principalmente nos aspectos
motores (MENDEZ-VILLANUEVA et al., 2013), relatando que futebolistas, nos últimos
anos de formação (categoria juniores), apresentam padrões de deslocamentos
proporcionalmente similares aos jogadores profissionais (SAWARD et al., 2015; SILVA
et al., 2007; THATCHER, BATTERHAM, 2004). Essa caracterização dos aspectos
motores de jovens futebolistas é baseada principalmente na análise dos deslocamentos
dos jogadores em campo e realizada em muitos estudos com sistemas GPS (BUCHEIT
et al., 2010; MENDEZ-VILLANUEVA et al., 2013; SAWARD et al., 2015), um
equipamento válido e preciso de avaliação de campo, que mensura a Distância
Percorrida (DP) de forma linear, movimentos multidirecionais e movimentos específicos
do futebol (PORTAS et al., 2010).
Nesse sentido, a DP por futebolistas durante os jogos tem sido amplamente
investigada (ASLAM et al., 2012; BARROS et al., 2007; BRADLEY et al., 2010;
BRADLEY et al., 2009; SAWARD et al., 2015; BRADLEY et al., 2014a; CARLING et al.,
15
2010; DI SALVO et al., 2009; MENDEZ-VILLANUEVA et al., 2013; RAMPININI et al.,
2009; SILVA et al., 2007; THATCHER, BATTERHAM, 2004; WEHBE et al., 2014), tendo
como referência a Distância Total Percorrida (DTP) (ASLAM et al., 2012; BUCHEIT et
al., 2010; DI SALVO et al., 2009; RAMPININI et al., 2009; SAWARD et al., 2015), as
etapas do jogo (BARROS et al., 2007; BRADLEY et al., 2010; BRADLEY et al., 2009;
CARLING, DUPONT, 2011; MOHR et al., 2003; THATCHER, BATTERHAM, 2004;
WHEBE et al., 2014), as diferenças entre as posições (ASLAM et al., 2012; BUCHEIT
et al., 2010; MENDEZ-VILLANUEVA et al., 2013; SAWARD et al., 2015; WEHBE et al.,
2014;), o resultado dos jogos (LAGO, 2009; WEHBE et al., 2014;) e, mais recentemente,
as substituições (BRADLEY et al., 2014a; CARLING et al., 2010), aspectos estes
considerados no delineamento da presente dissertação.
Além da análise dos deslocamentos, outro método consolidado para aferição da
Carga Interna de Jogo (CIJ), perante o esforço realizado em jogos e treinamentos no
futebol, é a Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) da sessão (CASAMICHANA et al.,
2013; FANCHINI et al., 2015; FOSTER et al., 2001; GAUDINO et al., 2015;
IMPELLIZZERI et al., 2004; RODRÍGUEZ-MARROYO, ANTOÑAN, 2015). O método
consiste em classificar a intensidade global do jogo em uma escala psicofísica com
valores de 0 a 10 (CR-10), para que o valor da PSE seja multiplicado pela duração da
sessão (min), gerando um único número expresso em unidades arbitrárias (u.a.), que
representa a magnitude global da CIJ (FOSTER et al., 2001; NAKAMURA et al., 2010).
Em jovens jogadores de futebol, Mortatti et al. (2012) demonstraram que durante um
período competitivo com muitos jogos, em um curto espaço de tempo, como é o caso
do atual estudo, a PSE é um método válido e confiável para quantificar a carga interna.
Porém, ao longo de uma competição, não é somente o monitoramento das
cargas impostas aos futebolistas durante os jogos que é determinante para a
manutenção de uma performance elevada. O monitoramento do estado do atleta, no
que tange à sua recuperação, é fundamental durante um período competitivo. Assim,
Kenttä, Hassmém (1998) baseados na conceituação de utilização de escalas
psicofísicas, semelhantes ao PSE, porém com aplicação anterior às atividades,
apresentaram a Escala de Qualidade da Recuperação (EQR), modelo confiável e de
simples aplicação, que possibilita o monitoramento da recuperação dos atletas.
Ainda sobre o estado dos atletas, o monitoramento de variáveis psicológicas
como os estados de humor tem auxiliado no controle da carga, mediando a percepção
da fadiga (MARQUES, BRANDÃO, 2010). Um instrumento muito utilizado, que
apresenta efetividade e sensibilidade na detecção dos estados de humor, é a escala de
BRAMS (ROHLFS et al., 2008). A escala de humor BRAMS permite a mensuração do
estado de humor através de respostas com escala de 5 pontos (0 = nada a 4 =
16
extremamente) e, de 24 indicadores, tais como as sensações de raiva, disposição,
nervosismo e insatisfação (ROHLFS et al., 2008). Desta forma, quando o atleta
apresenta humor positivo, ele tem elevado vigor associado a baixos níveis de fadiga
(BRANDT et al., 2010; MICKLEWRIGHT et al., 2005). Caso ocorra o contrário,
alterações prejudicarão o atleta durante a competição, influenciando na cognição,
tomada de decisão e execução de habilidades motoras (BRANDT et al., 2010;
WERNECK et al., 2006).
Apesar dos avanços no entendimento dos comportamentos motores e das
respostas psicofísicas e psicológicas de jovens futebolistas, pouco se conhece a
respeito destas variáveis em uma competição nacional em relação fatores como: as
posições exercidas pelos jogadores, etapas das partidas e o impacto da realização de
substituições. Este entendimento poderá auxiliar profissionais envolvidos no processo
de preparação de jovens futebolistas e pesquisadores, possibilitando uma melhor
organização das cargas de treinamento e a manutenção da performance durante uma
competição.
17
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
▪ Analisar os estados de humor, a recuperação, os padrões de deslocamentos e
a percepção de esforço em futebolistas juniores, em uma competição nacional.
2.2 Objetivos Específicos
▪ Analisar e comparar os primeiros e segundos tempos das partidas;
▪ Analisar e comparar as posições táticas exercidas pelos futebolistas;
▪ Analisar e comparar os futebolistas que participaram de toda a partida, os
substituídos e substitutos;
▪ Analisar e comparar as diferenças entre os jogos;
▪ Verificar a relação entre a recuperação, os estados de humor, os padrões de
deslocamentos e a percepção de esforço dos jovens futebolistas.
2.3 Justificativa
O monitoramento de variáveis por meio de análises com receptor GPS durante
os jogos de futebol estabelece com precisão os efeitos dos deslocamentos dos
futebolistas, e as intensidades de suas corridas através de faixas de velocidade. Essas
informações, junto a outras ferramentas psicológicas e psicofísicas, podem auxiliar no
controle das cargas dos treinamentos, aproximando-os das condições reais do jogo.
Estudos que avaliam as respostas psicológicas e psicofísicas, bem como
possíveis associações com as demandas impostas durante jogos são extremamente
escassos na literatura e merecem atenção, pois fornecem informações que poderão ser
utilizadas na prescrição de treinamentos. De posse dessas informações, é possível
realizar o planejamento de intervenções que possibilitem a melhor recuperação e
manutenção das capacidades motoras e psíquicas de jovens futebolistas juniores de
elite durante uma competição.
É neste contexto que a presente dissertação pode fornecer parâmetros de
estados psicológicos e psicofísicos, e ainda de indicadores fidedignos acerca dos
padrões de deslocamentos dos futebolistas durante jogos de uma competição nacional.
18
3 REVISÃO DE LITERATURA
A presente revisão de literatura inicia-se com a caracterização dos
deslocamentos no futebol e de jovens futebolistas. O segundo capítulo apresenta uma
explicação da tecnologia utilizada no presente estudo para a aferição dos
deslocamentos, o sistema GPS. Os capítulos seguintes aprofundam-se nas questões
de análise da carga e do estado de recuperação dos atletas, através de escalas
psicofísicas e escala de avaliação dos estados de humor, apresentado os modelos de
avaliações utilizados na pesquisa.
3.1 Caracterização dos Deslocamentos no Futebol
O desempenho no futebol é multifatorial, pois são exigidos dos futebolistas de
alto nível elevada capacidade física aliada a habilidades técnicas, conhecimentos táticos
(BANGSBO, 2009; PAUL et al., 2015; TURNER, STEWART, 2014) e competências
emocionais (BRANDÃO, AGRESTA, 2008; EKBLON,1995; PAUL et al., 2015).
O futebol é um jogo com características acíclicas e intermitentes (BANGSBO,
2009; TURNER, STEWART, 2014; STOLEN et al., 2005), marcado por inúmeras
alternâncias de ações de alta intensidade e curta duração por períodos breves de média
e baixa intensidade (BANGSBO, 2009; BANGSBO et al., 2000; GARGANTA, 1997;
SPORIS et al., 2010; STOLEN et al., 2005; TURNER, STEWART, 2014). Estas
alternâncias de intensidades dos futebolistas ocorrem entre 4 e 6 segundos (MOHR et
al., 2005, MOHR et al., 2003), em um total de 1000 a 1400 ações durante uma partida
(MOHR et al., 2003; STOLEN et al., 2005), sendo entre 150 a 250 ações intensas
durante um jogo (BANGSBO et al., 2006), as quais são caracterizadas por
deslocamentos velozes de 10m a 30m, com agilidade e acelerações de 0 a 10 m
(LITTLE, WILLIAMS, 2005).
Com o propósito de quantificar e qualificar os perfis físicos dos futebolistas,
diversos estudos foram conduzidos com as análises dos deslocamentos em jogos,
conforme o volume, que se refere à Distância Total Percorrida (DTP) pelos jogadores e
equipes (BARROS et al., 2007; BANGSBO et al., 2006; BRAZ et al., 2010; DJAOUI et
al., 2014; MALLO et al., 2015; MOHR et al., 2003; RAMPININI et al., 2007; RANDERS
et al., 2007), e a intensidade, mencionando a Distância Percorrida (DP) em diferentes
velocidades (BARROS et al., 2007; HESPANHOL et al., 2008; MALLO et al., 2015;
RAMPININI et al., 2007; WEHBE et al. 2014).
19
A DTP por futebolistas profissionais nas partidas oficiais são descritas entre 10
km e 13 km (BANGSBO et al., 2006). Temos como exemplo o estudo realizado com
jogadores da liga europeia (n = 460), no qual foi observada a distância média 10232 ±
852 m (BRAZ et al., 2010); em outro estudo com futebolistas europeus de elite (n = 887),
a distância média foi 10895 ± 890 m (DJAOUI et al., 2014); com jogadores profissionais
ingleses (n = 374), 10714 ± 991 m (BRADLEY et al., 2009); e 10012 ± 1024 m em
futebolistas da primeira divisão do futebol brasileiro (n = 55) (BARROS et al., 2007).
Nessa linha, a DTP pelos jogadores de futebol é amplamente investigada sobre
a perspectiva das diferentes posições de jogo (BARROS et al., 2007; BLOOMFIELD et
al., 2007, BRADLEY et al., 2009; BRAZ et al., 2010; DJAOUI et al., 2014; DI SALVO et
al., 2007, MALLO et al., 2015; RAMPININI et al., 2007), e nos tempos das partidas
(BARROS et al., 2007; BRAZ et al., 2010; CARLING et al., 2008; DI SALVO et al., 2007;
MOHR et al., 2003; RAMPININI et al., 2009).
Assim, os valores médios da DTP, foram apresentados no estudo com
futebolistas brasileiros profissionais (n = 55), conforme a especificidade de cada
posição, demostrando que a distância dos laterais, meio-campistas ofensivos e
defensivos (10642 ± 663 m; 10476 ± 702m; 10598 ± 663 m), respectivamente, foram
maiores (p ≤ 0,05) que dos atacantes (9612 ± 772 m) e dos zagueiros (9029 ± 860 m),
sendo que os atacantes percorreram uma distância maior (p ≤ 0,05) que os zagueiros
(BARROS et al. 2007). Outro estudo com jogadores profissionais europeus (n = 188)
demonstrou que os meio-campistas percorrem 11748 ± 612m, maiores distâncias que
os zagueiros (9995 ± 652 m), laterais (11233 ± 664 m) e atacantes (10233 ± 677 m),
com diferença significativa (p ≤ 0,05) em todas as posições em relação aos zagueiros
(RAMPININI et al., 2007). Um artigo recente (DJAOUI et al., 2014) com futebolistas
europeus (n = 132) apresentou resultados semelhantes aos anteriores, no qual os meio-
campistas ofensivos percorreram 12278 ± 784 m, distâncias maiores (p < 0,003) que
zagueiros (10327 ± 563 m), laterais (10724 ± 689 m), meio-campistas abertos (10796 ±
755 m), atacantes (10500 ± 701 m) e meio-campistas defensivos (11712 ± 687 m),
sendo que os meio-campistas defensivos também apresentaram diferenças
significativamente maiores (p < 0,003) que os zagueiros, laterais, meio-campistas
abertos e atacantes.
Sobre as diferenças das DP entre o primeiro e segundo tempo de partidas de
futebol, dois estudos conduzidos com futebolistas profissionais europeus de elite (n =
18 e n = 300) apresentaram pequena diferença. Mohr et al. (2003) verificaram uma
diferença de 3% (p < 0,05) entre o primeiro tempo (5510 ± 100 m) e segundo (5350 ±
90m), e estudos de Di Salvo et al. (2007) não apresentaram diferença significativa do
primeiro tempo (5709 ± 485 m) em relação ao segundo (5684 ± 663 m). Um estudo com
20
jogadores profissionais brasileiros da primeira divisão (n = 55) observou no primeiro
tempo (5173 ± 394 m) e no segundo tempo (4808 ± 375 m) uma diferença de 7%
(p<0,001), muito mais elevada que no futebol europeu (BARROS et al., 2007). Em
estudo recente, Wehbe et al. (2014) avaliaram jogadores profissionais australianos (n =
95), relatando diferença significante (p < 0,001) entre o primeiro tempo (5239 ± 445 m)
e o segundo (4824 ± 455 m).
Durante os 90 minutos do jogo de futebol, ambos os sistemas de fornecimento
energético são necessários, sendo aproximadamente 88% de sistema aeróbio e o
restante de 12% anaeróbio (BANGSBO, 2009; BANGSBO et al., 2000; LITTLE,
WILLIAMS, 2007). Isso é demonstrado em investigações das intensidades dos
futebolistas nos jogos, através da DP em diferentes faixas de velocidade (BARROS et
al., 2007; CARLING, 2010; RAMPININI et al., 2009; RAMPININI et al., 2007; WEHBE et
al., 2014). Em um estudo conduzido com futebolistas profissionais brasileiros, verificou-
se que eles percorrem 5537 ± 263 m a velocidades entre 0 a 11 km/h; 1615 ± 351 m
entre 11,1 a 14 km/h; 1731 ± 399 m entre 14,1 a 19 km/h; 691 ± 190 m entre 19,1 a 23
km/h; e 437 ± 171 m acima de 23 km/h (BARROS et al., 2007). Rampinini et al. (2007)
analisaram as atividades de deslocamento de jogadores participantes da liga europeia
(n = 208), em diferentes posições. Constatou-se que os zagueiros percorrem 1885 ±
467 m em corridas de alta intensidade com velocidade > 14,4 km/h e 605 ± 209 m em
sprints, em velocidade > 19,8 km/h; os laterais percorrem 2892 ± 488 m em corridas de
alta intensidade e 977 ± 221 m em sprints; os meio-campistas percorrem 3051 ± 445 m
a uma velocidade > 14,4 km/h e 904 ± 223 m com velocidade > 19,8 km/h; os atacantes
percorrem 2259 ± 363 m em corridas de alta intensidade e 778 ± 167 m em sprints. Em
seu estudo com futebolistas profissionais australianos (n=95), Wehbe et al. (2014)
apresentaram percentuais de deslocamento em diferentes faixas de velocidade, com o
diferencial de dividi-los entre o primeiro e segundo tempo dos jogos, que são descritos
respectivamente entre 0 a ≤ 0,6 km/h (3,39 ± 2,48%) e (6,53 ± 2,71%); de > 0,6 a ≤ 7,1
km/h (55,96 ± 5,15%) e (58,22 ± 4,34%); entre > 7,1 a ≤ 14,3 km/h (31,27 ± 4,66%) e
(26,96 ± 4,15%); de > 14,3 a ≤ 19,7 km/h (7,25 ± 1,96%) e (6,44 ± 1,81%); entre >19,7
a ≤ 25,1 km/h (1,82 ± 0,77%) e (1,53 ± 0,59%); e, por fim, > 25,1 km/h (0,31 ± 0,20%) e
(0,33 ± 0,25%). É importante frisar que em todas as faixas de velocidade, com exceção
do percentual de velocidade ≤ 25,1 km/h, houve diferença significativamente maior para
os deslocamentos nas primeiras etapas das partidas. Os resultados dos estudos
apresentados acima demonstram a predominância da distância percorrida em
velocidade baixa, caracterizando a demanda aeróbia da modalidade (MORANDI, 2015).
Outro modelo de análise dos deslocamentos utilizado em alguns estudos
(ABADE et al., 2014; BRADLEY et al., 2014a; KEMPTON et al., 2015; SILVA et al., 2007;
21
SUAREZ-ARRONES et al., 2015) foi a distância absoluta em metros (m), dividida pela
unidade de tempo minutos (min), chamada de distância relativa (m/min) (CUMMINS et
al., 2013). O cálculo da distância relativa permite utilizar e analisar os dados dos
deslocamentos de todos os futebolistas que participaram da partida,
independentemente de serem substituídos ou substitutos. Em um recente artigo,
Bradley et al. (2014a) apresentaram a distância relativa de futebolistas que participaram
da partida inteira (n = 810), (112 ± 10m/min), dos que foram substituídos (n = 286), (116
± 11m/min), e dos jogadores que entram durante a partida (n = 286), (120 ± 15m/min),
concluindo que os futebolistas que jogaram a partida inteira percorreram uma distância
relativa significativamente menor (p < 0,01) que os que entraram ou saíram do jogo, e
os que substitutos percorreram uma distância relativa maior (p < 0,01) que os
substituídos.
Jovens futebolistas foram avaliados mostrando avanço no entendimento das
exigências do jogo pela análise dos deslocamentos em jogos, com dados da DTP e da
DP em diferentes velocidades (ASLAN et al., 2012; BUCHEIT et al., 2010;
IMPELLIZZERI et al., 2006; MENDEZ-VILLANUEVA et al., 2013; SAWARD et al., 2015;
SILVA et al., 2007; THATCHER, BATTERHAM, 2004).
Um estudo realizado com jovens jogadores ingleses (17,3 ± 0,9 anos; n = 12)
Sub 19 analisou a DTP, apresentando a média de 10274 ± 609 m, no qual os defensores
percorreram (9825 ± 560 m), os meio-campistas (10912 ± 108 m) e os atacantes (10084
± 417 m) (THATCHER, BATTERHAM, 2004). Impellizzeri et al. (2006) analisaram jovens
futebolistas italianos de elite (17,2 ± 0,8 anos; n = 14) da categoria júnior após oito
semanas de treinamento, os quais apresentaram a média de DTP de 9926 ± 404 m.
Outro experimento realizado com jovens jogadores de futebol brasileiros Sub 20 (n =
25) encontrou a média da DTP 9809 ± 459 m e, nas diferentes posições de jogo, os
zagueiros percorreram 9619 ± 481 m, os laterais, 10134 ± 274 m, meio-campistas, 9957
± 265 m e os atacantes, 9530 ± 664 m. O estudo apresentou a distância relativa média
de 109 ± 5 m/min, sendo que os zagueiros percorreram 107 ± 5 m/min; os laterais, 113
± 3 m/min; os meio-campistas, 111 ± 3 m/min; e os atacantes 109 ± 5 m/min, (SILVA et
al., 2007). Boucheit et al. (2010) analisaram os padrões de deslocamento de jovens
futebolistas Sub 18 (n = 53) em jogos competitivos, apresentando a DTP de 8707 ± 1101
m, e as DP em diferentes velocidades: < 13,0 km/h (6650 ± 565 m), 13,1 a 16 km/h (976
± 240 m), 16,1 a 19 km/h (574 ± 134 m), > 19,1 km/h (666 ± 256 m). Um estudo realizado
com jovens futebolistas juniores turcos (17,6 ± 0,6 anos; n = 36) em um torneio local
encontrou média da DTP de 9900 ± 840 m, com diferença significante (p < 0,01) entre
o primeiro (5156 ± 445 m) e o segundo tempo (4754 ± 456 m) da partida, constatando
22
que os meio-campistas percorreram uma distância significantemente maior (p < 0,05)
que os defensores e os atacantes (ASLAN et al., 2012).
A análise dos padrões de deslocamento dos futebolistas em jogos e competições
tem-se tornado importante para a melhoria do desempenho (BRAZ et al., 2010). Diante
disso, distintas metodologias vêm sendo empregadas para a análise dos jogos: aferição
manual (REILLY, THOMAS, 1976; SILVA et al., 2007; THATCHER, BATTERHAM,
2004), pedômetro (MACIEL et al., 2011), filmagens com diferentes números de câmeras
(DOGRAMACI et al., 2011); sistemas automáticos de rastreamento de trajetória por
videogrametria (ASLAN et al., 2012; BARROS et al., 2007; BRADLEY et al., 2014b;
BUSH et al., 2015; DI MASCIO, BRADLEY, 2013; DI SALVO et al., 2013; ROBINSON
et al., 2011) e o sistema de posicionamento global GPS (BUCHEIT et al., 2010;
MENDEZ-VILLANUEVA et al., 2013; SAWARD et al., 2015; WEHBE et al., 2014),
equipamento este, que foi utilizado na coleta de dados deste estudo.
3.2 Sistema de Posicionamento Global (GPS)
Mesmo que atualmente a obtenção das coordenadas de um ponto na terra possa
ser considerada fácil através da utilização do Sistema de Posicionamento Global (GPS),
durante muito tempo buscou-se uma maneira de localização terrestre que substituísse
as fontes de orientação pouco precisas proporcionadas pelo Sol, estrelas e planetas
(ZANOTTA et al., 2011).
O GPS é um sistema de posicionamento com abrangência global e em tempo
real, desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, para fins
militares, nas últimas décadas do século 20 (CUMMINS et al., 2013; ZANOTTA et al.,
2011). A ideia inicial do projeto foi o aperfeiçoamento das forças armadas dos Estados
Unidos e seus aliados, possibilitando a localização e manobras de tropas em combate,
bem como a orientação da trajetória de mísseis (ZANOTTA et al., 2011).
O sistema de GPS é baseado na emissão de sinais de rádio de forma
sincronizada através de 24 satélites na órbita em torno da terra (SCHUTZ, CHAMBAZ,
1997). Cada satélite está equipado com um relógio atômico, que emite, na velocidade
da luz, o tempo exato e sua posição com precisão (SCHUTZ, CHAMBAZ, 1997). Os
receptores GPS comparam o tempo emitido por cada satélite, os quais são idênticos em
todos, e reconhecem e identificam cada um (SCHUTZ, CHAMBAZ, 1997). Quando se
forma um ponto de intersecção com três satélites (Figura 1), é possível calcular a
posição exata deste ponto na terra (ZANOTTA et al., 2011) e, a partir disso, o receptor
registra a cada tempo determinado sua posição, possibilitando a aferição da distância
percorrida e da velocidade (SCHUTZ, CHAMBAZ, 1997).
23
Figura 1: Cones de atuação de cada satélite formando os pontos de intersecção na Terra. Adaptado de Zanotta et al. (2011).
Diversas revisões técnicas e informativas sobre o GPS (GRAY et al., 2010;
LARSSON, 2003; SCHUTZ, HERRE, 2000; SCHUTZ, CHAMBAZ, 1997) foram
publicadas, descrevendo como esta tecnologia permite monitorar o movimento
tridimensional de indivíduos e grupos. O desenvolvimento recente de unidades de GPS
portáteis permitiu maior aplicação desta tecnologia em uma variedade de situações,
incluindo o esporte (CUMMINS et al., 2013, EDGECOMB, NORTON, 2006).
Há diversos trabalhos na literatura (COUTTS, DUFFIELD, 2010; EDGECOMB,
NORTON, 2006; JENNINGS et al., 2010; PORTAS et al., 2010; VICKERY et al., 2014;
WITE, WILSON, 2004) que examinaram a validade e confiabilidade dos receptores GPS
para a medição dos deslocamentos em esportes. Os receptores GPS são fabricados
com 1, 5, 10 e 15 Hz de taxa de amostragem (velocidade de cálculo e registro dos dados
no ponto exato na Terra, a cada segundo), sugerindo que quanto maior a taxa de
amostragem, maior é a validade e precisão dos dados (CUMMINS et al., 2013).
Utilizada pela primeira vez para acompanhar um atleta em 1997 (SCHUTZ,
CHAMBAZ, 1997), a tecnologia é cada vez mais empregada nos esportes coletivos por
cientistas esportivos e treinadores para fornecer análises de desempenho nos
treinamentos, competições (CUMMINS et al., 2013; MOREIRA et al., 2013) e na
recuperação após os jogos (EHRMANN et al., 2016; RUSSELL et al., 2016).
No futebol, foram publicados muitos estudos utilizando as informações do GPS
em jogos e treinamentos (BUCHHEIT et al., 2010; GOMEZ-PIRIZ et al., 2011,
EHRMANN et al., 2016; MENDEZ-VILLANUEVA et al., 2013; RUSSELL et al., 2016;
SAMPAIO, MAÇÃS, 2012; SAWARD et al., 2015; WEHBE et al., 2014), permitindo
24
análises individuais e coletivas dos futebolistas sobre as distâncias percorridas e
padrões de velocidade dos deslocamentos, fornecendo assim, uma melhor
compreensão da carga externa1 (BUCHHEIT et al., 2010; CUMMINS et al., 2013;
MOREIRA et al., 2013).
3.3 Escalas Psicofísicas
Os órgãos sensoriais fornecem informações importantes sobre as condições
extrínsecas e intrínsecas concernentes a objetivos e eventos no ambiente, e a respeito
das reações que ocorrem no corpo, sendo objetos de estudos há muitos anos (BORG,
2000).
A partir de experimentos que datam de 1830 a 1850, realizados por Weber,
considerado o pai da psicologia experimental, com investigações que incidiam na
conexão entre a psicologia e a fisiologia, emergiu então a psicofísica (BORG, 2000). A
psicofísica é uma área científica que estuda as relações entre as percepções sensoriais
subjetivas e os estímulos físicos, estabelecendo relações quantitativas entre eles
(BORG, 2000).
Buscando uma elaboração teórica sobre os estudos de Weber, em 1860,
Fechner realizou pesquisas laboratoriais sobre a percepção da carga durante o
levantamento de pesos (BORG, 2000). Entretanto, tratava-se da sensação subjetiva no
estabelecimento dos limites dos pesos, não utilizando classificação progressiva do
esforço percebido. O autor apresentou uma fórmula matemática (Lei de Weber-
Fechner), relacionando a sensação de força à intensidade física, porém suas fórmulas
não foram baseadas em medidas reais de intensidades perceptivas, mas de suposições
teóricas (BORG, 2000).
Posteriormente, foram realizados os primeiros estudos sobre esforço e fadiga
por Poffenberger em 1928, utilizando uma escala com índices (7 pontos) em ambientes
industriais, com o objetivo de analisar o trabalho de operários (BORG, 2000). Em 1945,
Bartley e Chute realizaram estudos sobre a percepção de fadiga e esforço, porém os
experimentos não utilizavam variações de intensidade para a realização de classificação
progressiva, apenas os descreviam semanticamente (BORG, 2000).
1 A carga externa é entendida como aquela prescrita pelos treinadores, sendo mensurada pelos indicadores das variáveis de treinamento independentes das características internas individuais dos atletas, como a distância percorrida, duração e frequência do treino e sua organização (MOREIRA, 2010).
25
Através do desenvolvimento de métodos de classificação progressiva, Stevens,
em 1946, apresentou novos horizontes para a psicofísica, com o desenvolvimento de
escalas de medição (BORG, 2000; STEVENS, 1946).
Utilizando o arcabouço teórico produzido até então, o conceito de esforço
percebido foi introduzido no final da década de 1950 por Borg e Dahlstrom com a
elaboração de modelos matemáticos, através de estudos-piloto. Estes estudos,
realizados com cicloergômetro tratavam da mensuração do esforço percebido, da fadiga
localizada e da falta de ar. Logo, os estudos científicos e aplicações clínicas sobre o
tema seguiram para o esporte e a ergonomia, sendo empregados em muitas situações
diagnósticas, estimando a capacidade de trabalho no monitoramento do exercício físico,
integrando informações de sintomas subjetivos com os sinais fisiológicos, avaliando
efeitos de terapias e dos processos de reabilitação (BORG, 2000).
Com o avanço dos estudos, as escalas psicofísicas de Percepção Subjetiva de
Esforço (PSE) foram popularizadas no esporte, por serem métodos de avaliação da
intensidade do treinamento (BORG, 2000; BRANDÃO et al., 1989), com destaque para
as escalas de Borg (1982).
As primeiras escalas apresentadas por Borg eram simétricas de 7 graus, com
uma âncora verbal em cada. Posteriormente, houve uma modificação da mesma escala
para 21 graus (1 a 21), e foram verificadas maiores correlações com a FC que a anterior.
Entretanto, esta escala foi novamente reformulada, chamada de PSE15, a escala tem
15 graus (6 a 20) e sete âncoras verbais, na qual o início da escala é 6 (extremamente
fácil) e vai até 20 (que se encontra acima de extremamente pesado – 19), cujos valores
se relacionam com a frequência cardíaca (60 a 200 batimentos/min) (BORG, 2000;
BORG, 1982).
Com a finalidade de melhorar a precisão das âncoras verbais e a linearidade, a
escala foi novamente modificada com a utilização de nove âncoras verbais.
Posteriormente, objetivando a simplificação da mensuração, Borg cria uma nova escala,
a CR10, com variação de 10 graus (0 a 10), com nove âncoras verbais (BORG, 2000).
Estudos realizados com futebolistas, utilizando as escalas PSE15 e CR10,
mostraram que as ambas apresentaram moderada correlação com a frequência
cardíaca, com coeficientes r = 0,60 e r = 0,71, respectivamente (IMPELLIZZERI et al.,
2004; LITTLE, WILLIAMS, 2007). É importante ressaltar que essas escalas foram
criadas para utilização em exercícios com intensidade estável e progressiva, com uma
gama de graduações suscetíveis a aproximação com a fadiga, diferentes do futebol, que
apresenta a característica intermitente, com contribuição do sistema energético aeróbio
e anaeróbio (IMPELLIZZERI et al., 2004; MORANDI, 2015).
26
Em futebolistas, as escalas PSE15 e CR10 apresentam problemas de
configurações das âncoras verbais (com pouco espaçamento entre as âncoras no
primeiro caso e muito espaçamento das âncoras no segundo caso), dificultando o
entendimento dos atletas, principalmente porque a classificação do exercício vem
somente após o seu término (MORANDI, 2015).
A conceituação e metodologia de quantificação da PSE foram introduzidas no
Brasil em meados da década de 1970, através do Centro de Aptidão Física de São
Caetano do Sul - CELAFISCS, que sugeriu a escala de Borg em conjunto a testes de
esforço. No início da década de 1980, o CELAFISCS propôs uma escala que melhor se
adaptasse às condições sociopsicológicas dos brasileiros, conhecida como Escala
Cavasini (CAVASINI, MATSUDO, 1986; LEITE, 2014). Um fator interessante apontado
por Brandão et al. (1989) é que tal escala se identifica com números (mínimo e máximo,
referentes a zero e 10) e não sofre o problema de interpretação semântica que as outras
escalas sofrem, pois apresenta apenas duas âncoras verbais (sem esforço na escala
zero e esforço máximo na escala 10), sugerindo ser fidedigna à condição
psicossociocultural brasileira.
Ajustes e validações diferentes das escalas de PSE ocorreram ao longo do
tempo, sendo seu protocolo de uso também adaptado a diferentes modalidades
esportivas (MORANDI, 2015). Assim, com intuito de apresentar um método para
quantificar a magnitude da carga referente a uma sessão inteira de exercícios, Foster et
al. (1995; 2001) propuseram uma ferramenta na qual a percepção de esforço apontada
pelos atletas correspondesse a uma PSE global daquela sessão, denominada Carga
Interna2 de Jogo (CIJ). Com a justificativa de minimizar os efeitos do último exercício da
sessão de treinamentos sobre a classificação global da PSE, é adotado o intervalo de
30 minutos após o término do treino ou jogo, para que os atletas classifiquem a
intensidade na escala (BORG, 2000; FOSTER, 2001; IMPELLIZZERI et al., 2004;
NAKAMURA et al., 2010). Posteriormente, o escore da PSE relatado pelos atletas é
multiplicado pela duração (min) da referida sessão, gerando um valor que representa a
magnitude global da sessão em unidades arbitrárias (u.a.) (Foster, 2001), que pode ser
utilizada para análise das variações entre as sessões de treinamentos e jogos
(NAKAMURA et al., 2010), conforme a Figura 2.
2 A carga interna é compreendida nas adaptações ao treinamento dependentes e proporcionais ao estímulo decorrente da carga externa, como o estresse fisiológico e/ou psicológico imposto aos atletas durante a preparação esportiva, ou seja, a carga interna pode ser definida como sendo a maneira que os atletas respondem aos estímulos ministrados e os percebem (MOREIRA, 2010).
27
Figura 2: Esquema de quantificação das CIJ pelo método PSE da sessão. Adaptado de Nakamura et al. (2010).
O cálculo PSE da sessão é um método prático no controle da CIJ, que pode
indicar a queda na atividade do sistema imunológico, provocada por uma carga interna
acima dos valores planejados, auxiliando os treinadores a desenvolverem estratégias
para analisar e organizar as cargas de treinamentos (BORIN et al., 2007). A PSE,
utilizada como marcador da intensidade e o tempo da sessão de treinamento, como
volume, têm mostrado relação com outros marcadores tradicionalmente utilizados no
controle da carga interna (FOSTER, 2001).
Diversos estudos validaram o método de quantificação da CIJ, com variáveis
fisiológicas como a frequência cardíaca (CAMPOS-VASQUEZ et al., 2015;
IMPELLIZZERI et al., 2004;), lactato sanguíneo (FOSTER et al., 2001), consumo de
oxigênio (DELATTRE et al., 2006) e limiar anaeróbio (SEILER, KJERLAND, 2004). Além
disso, esse modelo de quantificação da carga vem sendo largamente utilizado no
monitoramento de futebolistas (CAMPOS-VASQUEZ et al., 2015; CASAMICHANA et
al., 2013; GIL-REY et al., 2015; IMPELLIZZERI et al., 2004; LOS ARCOS et al., 2015;
RODRÍGUEZ-MARROYO, ANTOÑAN, 2015).
Mesmo que esse método tenha permitido avanços na quantificação da carga, é
necessário levar em consideração outras variáveis a que o atleta está submetido, como
a recuperação e os estados de humor, pois a associação de fatores pessoais com
fatores inerentes às competições influencia diretamente no resultado esportivo (LEITE,
2014).
Um fator fundamental a se considerar no treinamento é o equilibrio entre a carga
e recuperação dos atletas, pois regimes de treinamentos e jogos mais intensos vêm
provocando o aumento no número de casos de descanso insuficiente e, como
consequência, a síndrome do overtraining. Um período de sobrecarga aguda, também
0
100
200
300
400
500
600
700
800
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28
chamado de overreaching, provocado de maneira sistemática e intencional, é
considerado um processo natural quando o resultado desejado é a melhora do
desempenho, ou seja, uma fase posterior à supercompensação (KENTTÄ, HASSMÉN,
1998).
O fenômeno da supercompensação é decorrente do equilíbrio adequado entre a
carga de treinamento e o período de recuperação (BUDGETT, 1998). É alcançado
quando um indivíduo é exposto a uma série de estímulos que perturbam seu estado
biológico normal (homeostase). Entre as sessões ocorre uma fase de compensação, na
qual os recursos bioquímicos são reabastecidos. Este retorno é lento e progressivo, se
associado ao estímulo adequado. Quando o tempo de recuperação é adequado, o
estado biológico atravessará o nível inicial, deixando-o em um estado de
supercompensação (Figura 3) (BOMPA, 2003). É plausível assumir que a ocorrência
dos mecanismos de supercompensação é dependente do controle preciso do nível de
estresse aplicado (carga de treinamento) (NAKAMURA et al., 2010).
Figura 3: Representação da supercompensação. Adaptado de Bompa (2003).
O overreaching é uma fase anterior à sindrome do overtraining, pois apresenta
sintomas suaves que podem ser amenizados em poucos dias (KENTTÄ, HASSMÉN,
1998). Para classificar tais eventos, uma proposta de classificação em nomenclaturas
foi apresentada por Nederhof et al. (2006): Overreaching Funcional (com sintomas
suaves e recuperação curta, em dias ou semanas); Overreaching Não Funcional
(sintomas moderados e com recuperação de semanas a meses) e Overtraining (muito
severo, demorando de meses a anos para o atleta se recuperar). A Figura 4,
apresentada por LEITE et al. (2012), elucida a classificação anterior.
Supercompensação
29
Figura 4: Relação entre intensidade e duração dos sintomas para overreaching funcional, não funcional e overtraining. Adaptado de Leite et al. (2012).
A relação entre o treinamento e o tempo de recuperação é um importante
marcador para verificar a presença do overtraining. Além disso, o controle dos sintomas
fisiológicos, psicológicos, bioquímicos e imunológicos deve ser considerado na
compreensão da síndrome do overtraining. Avaliações psicofísicas podem revelar sinais
de alerta previamente a vários marcadores fisiológicos e imunológicos (KENTTÄ,
HASSMÉN, 1998).
Um modelo confiável, de simples aplicação, que permite o acesso diário sobre
as variações do estado biológico e psicológico do atleta foi proposto por Kenttä e
Hassmém (1998), a Escala de Qualidade da Recuperação (EQR).
A EQR é uma escala psicofísica baseada na conceituação da PSE de Borg
(1982), porém sua aplicação é na fase anterior aos jogos e treinamentos. Este modelo
conceitual incorpora parâmetros que refletem o ganho de desempenho (adaptação) ou
decréscimo no desempenho (adaptação débil), através da informação sobre o estado
de recuperação do atleta. O monitoramento com a utilização do procedimento pode
contribuir para a saúde do atleta, minimizando o risco de lesões e infecções do trato
respiratório superior. A escala de EQR é graduada em números de 6 (seis) a 20 (vinte),
com âncoras verbais relacionadas à percepção subjetiva de recuperação, sendo que
quanto mais próximo a 20 (vinte), maior será a percepção de recuperação e quanto mais
próximo ao valor 6 (seis), menos apropriada a recuperação (KENTTÄ, HASSMÉN,
1998).
30
Alguns estudos utilizaram a escala EQR no monitoramento da recuperação de
um atleta de velocidade (SUZUKI et al., 2006) em jogadores de voleibol (FREITAS et
al., 2014) e encontraram sensibilidade no instrumento. Outros estudos com jovens
futebolistas (BRINK et al., 2010; FANCHINI et al., 2015) e com jogadores de futebol e
de basquete amadores (PINAR et al., 2012) concluíram que a escala EQR não
contribuiu para o monitoramento da recuperação.
Assim, as evidências apontam a importância das escalas psicofísicas no
monitoramento do treinamento e mostram que, quando aplicadas, fornecerão uma
ampla visão do processo de treinamento, com baixo custo, simplicidade e confiabilidade
(NAKAMURA, 2010).
3.4 Estados de Humor (BRAMS)
Igualmente às escalas psicofísicas, a avaliação do estado emocional de atletas
durante competições e treinamentos tornou-se objeto de estudos (COMOTTO et al.,
2015; LEITE, 2014; NUNES et al., 2012; VIANA et al., 2015). O estado emocional é
considerado como um fator determinante no rendimento esportivo (LEITE, 2014),
podendo ser um diferencial para o êxito competitivo (CALMEIRO, TENENBAUM, 2007;
LEITE, 2014; ROHLFS et al., 2004).
Um dos instrumentos psicológicos que tem mostrado efetividade e sensibilidade
em detectar sinais que antecedem a síndrome do overreaching e overtraining é o POMS,
“Perfil dos Estados de Humor” (ROHLFS et al., 2008). O POMS foi desenvolvido para a
observação do humor em pacientes psiquiátricos, no final da década de 1950, por
Mcnair, Lorr e Droppleman (1971). Com seus 65 indicadores de humor, esse
instrumento começou a ser utilizado em atletas em meados da década de 1980,
auxiliando o monitoramento do humor em decorrência de períodos prolongados de
treinamento (MORGAN et al., 1987).
Uma das abreviações do POMS, denominada BRAMS, Escala de Humor de
Brumel, foi validada em adolescentes (TERRY et al., 1999), adultos atletas e não atletas
(TERRY et al., 2003) e para atletas brasileiros (ROHLFS et al., 2004). A escala de humor
BRAMS contém 24 indicadores simples de humor, tais como as sensações de raiva,
disposição, nervosismo e insatisfação, perceptíveis pelo indivíduo que está sendo
avaliado (ROHLFS et al., 2004). A escala permite avaliar seis fatores de humor: fadiga,
vigor, tensão, depressão, raiva e confusão, e com isso verificar a variação emocional
associada com a prática de esportes (ROHLFS et al., 2008).
Desse modo, quando conceituamos a fadiga, verificamos que é a variável que
representa os estados de esgotamento, apatia e baixo nível de energia (LANE, TERRY,
31
2000). Os sintomas crônicos da fadiga são descritos com alterações gradativas na
atenção, concentração e memória, distúrbios de humor, irritabilidade, alterações no
sono e cansaço físico, que repercutem na iniciação de problemas psicossomáticos,
fisiológicos e psíquicos (LANE, TERRY, 2000). Já o vigor caracteriza os estados de
energia, animação e atividade, que compõem elementos essenciais para o bom
rendimento de um atleta, pois indica um aspecto humoral positivo. É caracterizado por
sentimentos de excitação, disposição e energia física, relacionando-se a outros fatores
de forma inversa (TERRY, 1995). A tensão apresenta sensação muscular tensionada,
podendo ou não ser observada diretamente ou por meio de manifestações como
agitação e inquietação (TERRY, 1995). A depressão representa o estado de humor
reprimido, com sentimentos de autovalorização negativa, isolamento emocional,
tristeza, dificuldade de adaptação e autoimagem negativa (ROHLFS et al., 2008). A raiva
é descrita como sentimentos de hostilidade, através de estados de humor antipáticos
em relação aos outros e a si mesmo, e irritação (ROHLFS et al., 2008). O fator confusão
mental é caracterizado por atordoamento devido aos sentimentos de incerteza,
instabilidade emocional e atenção (ROHLFS et al., 2008; TERRY, 1995).
As escalas POMS e BRAMS geram valores absolutos dos fatores avaliados, que
são colocados em gráfico. Na curva gerada por este gráfico, espera-se que o vigor fique
acima do percentil 50, enquanto os outros fatores fiquem abaixo disso, formando um
gráfico denominado do tipo iceberg (ROHLFS et al., 2004). A inversão do gráfico tipo
iceberg permite a detecção de alterações psicológicas que antecedem a síndrome do
overreaching e overtraining (MORGAN et al., 1987; ROHLFS et al., 2004).
No presente estudo, somente foram analisados os estados de humor, vigor e
fadiga. Pois são as variáveis opostas do instrumento que melhor estão relacionadas
com as alterações de intensidade (FREITAS et. al., 2009), e que melhor oferecem a
relação de dose-resposta com a carga. Assim, com o aumento da carga há uma
elevação do escore do estado de humor negativo (fadiga) e uma diminuição do estado
de humor positivo (vigor). Já as reduções na carga provocam melhoras no estado de
humor (MORGAN et al., 1987).
No futebol, alguns estudos utilizaram as ferramentas de estado de humor para
analisar se os fatores de humor são sensíveis às cargas em treinamentos (NUNES et.
al., 2012; ROHLFS et al., 2008; SCHMIKLI et al., 2012); analisar períodos de lesão
(YOON, YOON, 2014); analisar futebolistas universitários em jogos (THELWELL et al.,
2006); verificar as diferenças entre as posições exercidas pelos futebolistas (BRANDÃO
et al., 2006); traçar o perfil de jogadores de base (BRANDÃO et al., 1997; ROHLFS et
al., 2008); e verificar os efeitos de um jogo em jovens futebolistas (ROHLFS et al., 2008).
Porém, até o presente momento, e que seja do nosso conhecimento, nenhum trabalho
32
científico verificou os estados de humor através do instrumento BRAMS, ao longo de
uma competição de alto nível com jovens futebolistas de elite.
33
4 MÉTODO
A pesquisa apresenta um caráter Quantitativo, Descritivo e Correlacional, pois
descreve as respostas dos atletas em jogos de futebol em uma competição oficial
nacional, quantificando-as e analisando-as através de instrumentos específicos, e
estabelecendo relações entre elas. O estudo fornecerá informações para aplicações no
rendimento de jovens futebolistas (THOMAS; NELSON, 2002; TURATO, 2005).
4.1 Caracterização da Amostra
Trata-se de amostra não probabilística, composta por dezessete (n = 17) atletas,
do sexo masculino, futebolistas de linha, com média de idade 18,5 ± 0,7 anos, estatura
178,2 ± 6,1 cm, massa corporal 72,7 ± 6,3 kg e percentual de gordura 6,9 ± 1,5 %,
utilizando o protocolo de Jackson e Pollock (1985). O número de participantes no
presente estudo proporcionou um n = 51, para futebolistas que jogaram a Partida Inteira
(PI), e n = 83, para Todos Participantes (TP) que entraram na partida, incluindo PI,
substituídos e substitutos. Todos os futebolistas possuem tempo médio de prática de
quatro anos de treinamentos em futebol e são integrantes das categorias de base de
um clube do estado de São Paulo. A coleta dos dados foi realizada no Centro de
Formação de Atletas, na cidade de Cotia e nos diferentes estádios onde ocorreram os
jogos.
4.2 Características da Equipe
A formação utilizada pela equipe foi o 1-4-3-3, com o goleiro, dois zagueiros, dois
laterais, três meio-campistas e três atacantes (Figura 5). As informações das
características coletivas da equipe, referentes aos aspectos táticos, como a formação e
as funções dos jogadores no campo, são fatores determinantes para o desempenho
físico dos futebolistas durante a partida (BRADLEY et al., 2011; BUSH et al. 2015; PAUL
et al., 2015), e podem ser utilizadas para comparações futuras. Sobre as funções dos
futebolistas nas diferentes posições no jogo, os zagueiros (ZA) tinham, na fase
defensiva, que manter a organização da primeira linha defensiva, protegendo a entrada
da área de infiltrações adversárias frontais; nos aspectos ofensivos, tinham que
colaborar com a manutenção da posse de bola e realizar finalizações através das bolas
paradas na área adversária. Os laterais (LA) tinham a função defensiva de proteger as
beiradas do campo, formatando a linha de quatro defensores e, na fase ofensiva, tinham
que apoiar os meio-campistas e atacantes, avançando pelas laterais. Os meio-
34
campistas (ME) tinham a função defensiva de formar uma segunda linha de proteção ao
gol, evitando que os adversários tivessem oportunidade de confrontar, em condições de
igualdade numérica, a primeira linha defensiva. Na fase ofensiva, tinham que municiar
os atacantes com passes curtos e longos, e realizar finalizações de média e longa
distância. Os atacantes (AT), na fase defensiva, pressionavam a saída de bola do
adversário, dificultando a troca de passes dos mesmos, marcavam os avanços dos
laterais adversários e, na fase ofensiva, tinham que finalizar ao gol.
Figura 5: Distribuição das posições exercidas pelos futebolistas no campo.
4.3 Características da Competição
Os futebolistas participaram da competição durante o mês de janeiro, ao longo
de 20 dias, consistindo em sete jogos (primeira fase com três jogos, segunda fase com
um jogo, oitavas de final, quartas de final, semifinal), referente à Copa São Paulo de
Futebol Junior 2015 (Figura 6). A competição contou com a presença de 104 equipes,
divididas em 26 grupos de 4 equipes (primeira fase). As equipes jogaram entre si dentro
do grupo em turno único, classificando-se para a segunda fase a equipe com maior
número de pontos de cada grupo, mais as 6 equipes melhores classificadas,
independentemente do grupo a que pertenciam. Os resultados das 6 primeiras partidas
da equipe analisada foram de vitória, e na última partida houve derrota na semifinal,
culminando com a eliminação da equipe na competição.
35
Figura 6: Distribuição dos jogos ao longo do período competitivo.
4.3.1 Condições Oferecidas à Equipe
Em toda a competição, os jogadores tiveram acompanhamento de uma equipe
técnica multidisciplinar composta pelo treinador, preparador físico, médico,
fisioterapeuta, nutricionista e psicólogo. Os futebolistas ficaram hospedados no hotel da
instituição durante a competição, e para facilitar o acesso ao campo de jogo, no dia
anterior às partidas, eram transportados com a equipe técnica para o hotel mais próximo
ao estádio. Em todos os locais de acomodação, o cardápio foi controlado pela
nutricionista, assim como a suplementação alimentar foi individualizada.
4.3.2 Manutenção das Capacidades Motoras, Psicofísicas e Psicológicas
Entre os jogos, estratégias fundamentadas na literatura foram adotadas para a
manutenção das capacidades motoras, psicofísicas e psicológicas dos futebolistas.
Assim, houve a implementação controlada de sessões de treinamento entre os jogos
(CARLING et al., 2010; CARLING, DUPONT, 2011), a análise e transmissão das
informações sobre as ações táticas e estratégicas dos adversários (DJAOUI et al., 2014;
DELLAL et al., 2015), ações ergogênicas pós-jogos e treinamentos (crioimersão,
hidroterapia, alimentação balanceada, suplementos alimentares) (GARCÍA-ROVÉS et
al., 2014; HIDALGO et al., 2015; LEEDE et al., 2012, NÉDÉLEC et al., 2012; NÉDÉLEC
et al., 2013) e o controle dos minutos jogados por cada futebolista, considerando sua
influência direta nas substituições (BRADLEY et al., 2014a; DJAOUI et al., 2014).
4.4 Procedimentos
Para a participação do estudo, foi elaborado um Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido (ANEXO), no qual foram explicados detalhadamente os objetivos,
metodologia e os procedimentos das avaliações utilizadas. No caso dos que não
atingiram a maioridade, os pais ou responsáveis e os atletas assinaram o Termo de
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Jogo 1 Jogo 2 Jogo 3 Jogo 4 Jogo 5 Jogo 6 Jogo 7
Janeiro 2015
36
Assentimento Livre e Esclarecido (ANEXO). Foi garantida a liberdade de retirada do
consentimento a qualquer momento ou etapa do estudo, sem causar qualquer prejuízo
aos participantes. Este estudo teve aprovação do Comitê de Ética da Universidade São
Judas Tadeu (Protocolo 897.223) em 03/12/2014 (ANEXO).
4.4.1 Critérios de Inclusão e Exclusão
Foram incluídos na pesquisa 25 jovens futebolistas de linha que pertenciam ao
quadro da equipe de juniores do clube, inscritos para a disputa da Copa São Paulo de
Futebol Junior de 2015 e inscritos na Federação Paulista de Futebol há no mínimo 2
anos. No entanto, somente 17 atletas participaram dos jogos, por critérios definidos pelo
treinador da equipe. Os atletas goleiros foram excluídos da pesquisa.
4.5 Procedimentos Gerais e Instrumentos
Anteriormente aos jogos, foram determinados os estados de humor dos atletas
através da escala BRAMS, e a recuperação com a escala EQR (Escala de Qualidade
da Recuperação). Durante a partida, os futebolistas foram individualmente monitorados
com o GPS para a análise dos deslocamentos e, ao término da partida, foi aplicada a
escala PSE (Figura 7). Todos os atletas que participaram do estudo já tinham
familiaridade com os instrumentos utilizados, pois já tinham participado de competições
e treinamentos nos quais foram utilizados os mesmos recursos.
Figura 7: Sequência Experimental do Estudo.
Legenda: Avaliação dos Estados de Humor (AEH), Escala de Qualidade da Recuperação (EQR),
Quantificação da Distância Percorrida com GPS (GPS), Percepção Subjetiva de Esforço (PSE).
37
4.5.1 Escala de Estados de Humor – BRAMS
Para avaliação dos estados de humor, foi utilizada a versão em português da
escala de humor BRAMS, validada para atletas brasileiros por Rohfs et al. (2008). Esta
escala é utilizada para avaliar seis estados de humor: Tensão, Depressão, Raiva, Vigor,
Fadiga e Confusão e, com isso, verificar a variação emocional associada à prática de
esportes.
A avaliação dos estados de humor (Figura 8) foi aplicada individualmente nos
futebolistas entre seis e oito horas antes dos jogos e nos momentos que antecediam o
horário de almoço, sendo o penúltimo encontro com o grupo até o momento da saída
para o jogo. O preenchimento da escala foi supervisionado pelo psicólogo da instituição.
A escala foi encaminhada com a seguinte legenda: “Abaixo está uma lista de palavras
que descrevem sentimentos. Por favor, leia tudo atentamente. Em seguida assinale, em
cada linha, o quadrado que melhor descreve “COMO VOCÊ SE SENTE AGORA”. Tenha
certeza de sua resposta para cada questão antes de assinalar”. Os futebolistas
apontaram como se sentem no dia da avaliação através de uma escala tipo Likert de
cinco pontos, 0 (nada), 1 (um pouco), 2 (moderadamente), 3 (bastante), 4
(extremamente).
Figura 8: Escala de Humor BRAMS. Adaptado de Rohlfs et al. (2008).
Posteriormente, as respostas foram tabuladas em uma planilha que determina
os seis estados de humor e um valor de BRAMS total. Porém, no presente estudo,
38
somente foram analisados os valores de vigor e fadiga, pois são os estados emocionais
que se modificam com maior frequência em treinamentos e competições (BRANDÃO et
al., 2015; BRANDT et al., 2010).
4.5.2 Escala de Qualidade da Recuperação (EQR)
A escala de qualidade da recuperação (EQR) é graduada de seis a vinte, com
âncoras verbais relacionadas à percepção subjetiva de recuperação. Quanto mais
próximo do valor 20 (vinte), maior a percepção de uma recuperação plena; e quanto
mais próximo ao valor 6 (seis), menos apropriada foi a percepção de recuperação
(KENTTÄ, HASSMÉN, 1998), conforme apresentado na Figura 9.
Para utilização do método da EQR, foi realizada a seguinte pergunta aos
futebolistas: “Em relação à sua Recuperação: COMO VOCÊ ESTÁ?”, simultaneamente
à apresentação da escala. A escala foi aplicada uma hora antes dos jogos, momento
este em que os atletas estavam iniciando a preparação para as partidas nos vestiários.
Todas as coletas foram realizadas individualmente, com cuidado para que as respostas
à escala não influenciarem uns aos outros. Posteriormente, os valores foram registrados
em uma planilha para melhor organização e monitoramento dos dados.
Figura 9: Escala de Qualidade da Recuperação. Adaptado de Kenttä, Hassmén, (1998).
6 Sem recuperação
7 Recuperação muito, muito pobre
8
9 Recuperação muito pobre
10
11 Recuperação pobre
12
13 Recuperação razoável
14
15 Boa recuperação
16
17 Muito boa recuperação
18
19 Muito, muito boa recuperação
20
39
4.5.3 Quantificação da Distância Percorrida
Um receptor de Global Positioning System (GPS), da marca Logger QSTARZ®,
modelo BT-Q1300ST, foi posicionado em um bolso interno acolchoado junto ao calção
de cada jogador (Figura 10) em todos os jogos.
Figura 10: Equipamento no bolso interno do calção.
Cada receptor pesa 22 gramas, a bateria tem autonomia de 10 horas contínuas
de operação e suas dimensões são 6,2 cm de altura, 3,8 cm de largura, 0,7 cm de
espessura (Figura 11).
Figura 11: Descrição do equipamento.
Este equipamento realiza a recepção dos sinais enviados pelos satélites e
armazena as informações das atividades, com frequência de aquisição de 1Hz, ou seja,
uma aferição por segundo. Posteriormente, ao final dos jogos, os equipamentos GPS
foram conectados ao computador e os dados foram descarregados e armazenados
diretamente no software. O software FGPS®, da marca FE Sistemas, foi utilizado para
extração e tratamento dos dados. O sistema de GPS utilizado foi previamente validado
de modo específico para investigações sobre os deslocamentos de atletas em jogos
esportivos (JOHNSTON et al., 2012; MACLEOD et al., 2009), com diferença média de
40
0,0 ± 0,9 km/h e 2,5 ± 15,8 m nos percursos lineares e 0,2 ± 1,2 km/h, nos não lineares
(MACLEOD et al., 2009).
Através da utilização de tal equipamento, avaliamos o volume dos
deslocamentos, com a aferição da Distância Total Percorrida (DTP) e duas faixas de
velocidade: Distâncias Percorridas em baixa intensidade (DP ≤ 15 km/h) e Distâncias
Percorridas em alta intensidade (DP > 15 km/h) (ABT, LOVELL, 2009). Para adequação
dos dados, utilizamos a unidade de medida metros (m) para os futebolistas que
participaram do jogo inteiro (PI). Já para compararmos os deslocamentos de todos os
participantes (TP), pois houve substituídos e substitutos nas partidas, utilizamos a
distância absoluta (m), dividida pelos minutos (min) jogados, conhecida como distância
relativa (m/min), conforme a sugestão de Cummins et al. (2013).
4.5.4 Percepção Subjetiva de Esforço (PSE)
O monitoramento da carga interna foi realizado através da PSE, utilizando a
Escala de Cavasini, adaptada de Borg (1982) e validada para atletas de língua
portuguesa (CAVASINI, MATSUDO, 1986). Esta escala é graduada de zero
(representando nenhum esforço) a dez (representando esforço máximo), com duas
âncoras verbais (Figura 12) (CAVASINI, MATSUDO, 1986).
Figura 12: Escala Cavasini. Adaptado de Cavasini, Matsudo, (1986).
0 Nenhum Esforço
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 Máximo Esforço
Para utilização do método da PSE, foi realizada a seguinte pergunta aos
futebolistas: “COMO VOCÊ PERCEBEU O ESFORÇO REALIZADO NA SUA SESSÃO
41
DE TREINAMENTO?”, concomitantemente à apresentação da escala, 30 minutos após
o final de todos os jogos (BORG, 2000; FOSTER, 2001; IMPELLIZZERI et al., 2004;
NAKAMURA et al., 2010). Este modelo de coleta adotado (após 30 minutos) foi o que
melhor se adaptou aos dias de jogos, por não perturbar o desenvolvimento natural do
ambiente pós-jogo. As coletas foram realizadas individualmente, sem contato com
outros jogadores da equipe, para que as respostas não influenciassem uns aos outros.
Todos os valores da PSE foram registrados para posterior tabulação dos dados, e o
escore relatado pelos futebolistas foi multiplicado pela participação (min) nos jogos,
determinando um valor que representa a magnitude da sessão em unidades arbitrárias
(u.a.), denominada Carga Interna de Jogo (CIJ). Abaixo a fórmula para o cálculo da CIJ.
CIJ = Percepção Subjetiva de Esforço x Duração da Partida
4.6 Análise dos Dados
Foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk para verificação da normalidade dos dados.
Realizou-se uma análise descritiva dos dados de DTP, DP ≤ 15 km/h, DP > 15 km/h,
DTP (m/min), DP ≤ 15 km/h (m/min), DP > 15 km/h (m/min), Carga, EQR, BRAMS Vigor,
BRAMS Fadiga por meio da média e desvio padrão. Foram feitas comparações entre
as etapas das partidas (primeiro e segundo tempo), posições exercidas pelos
futebolistas (Laterais, Zagueiros, Meio-Campistas e Atacantes) e entre os atletas que
participaram de toda partida, substitutos e substituídos. Para a análise inferencial, foi
utilizado uma Análise de Variância (ANOVA) para modelos mistos (a qual considera que
o mesmo atleta foi avaliado diversas vezes) ou uma ANOVA para 1 fator fixo, sempre
seguida de Comparações Múltiplas pelo método de Tukey, para detalharmos onde
ocorreram as diferenças significativas (MILLIKEN, JOHNSON, 1992). Na análise entre
as etapas da partida e da média dos jogos, foram calculados os Intervalos de Confiança
para as médias das características avaliadas. O Intervalo de Confiança é um intervalo
que contém o verdadeiro valor da média da população com uma probabilidade de 95%.
Para estudar as correlações entre as medidas de distâncias percorridas e EQR, Carga,
BRAMS Vigor e BRAMS Fadiga, foram calculados os índices de correlação linear de
Pearson e seu teste de significância (NETER et al.,1990). As análises foram realizadas
utilizando-se o software SAS, versão 9 (Institute Inc., Cary, NC, USA). Na interpretação
dos valores de correlação, os coeficientes foram classificados em: muito fraco (0,0 –
0,2), fraco (0,2 – 0,5), moderado (0,5 – 0,7), forte (0,7 – 0,9) e muito forte (0,9 – 1,0),
conforme Rowntree e O’hehir (1981). Todos os resultados foram avaliados utilizando o
critério de significância de 5%.
42
5 RESULTADOS
A tabela 1 apresenta a análise da média geral dos sete jogos, com o grupo de
futebolistas que jogaram a Partida Inteira (PI), divididos entre o primeiro e segundo
tempo, e o total, utilizando a média e desvio padrão em metros, nas variáveis: DTP (m),
DP (m) ≤ 15 km/h, DP (m) > 15 km/h, CIJ (u.a.), EQR, BRAMS Vigor, BRAMS Fadiga e
os minutos jogados.
Tabela 1: Análise da média dos sete jogos competitivos dos futebolistas PI,
comparados entre primeiro e segundo tempo, e o total.
1° Tempo 2° Tempo p IC Total IC
Variável (n = 51) (n = 51) (n = 51)
DTP (m) 5039 ± 443 4817 ± 500* 0,0038 -316,0 / -127,3 9856 ± 883 9607,7 / 10104,3
DP (m) ≤15 km/h 4343 ± 315 4196 ± 368* 0,0102 -223,5 / -70,6 8539 ± 629 8362,2 / 8715,9
DP (m) >15 km/h 696 ± 226 621 ± 206* 0,0161 -122,4 / -26,8 1317 ± 398 1205,0 / 1428,9
CIJ (u.a.) 769 ± 116 736,8 / 802,1
EQR 15,1 ± 0,9 14,8 / 15,3
BRAMS Vigor 11,8 ± 3,5 10,8 / 12,8
BRAMS Fadiga 1,1 ± 1,4 0,7 / 1,5
Minutos 46 48 94
DTP = distância total percorrida; DP = distância percorrida; CIJ = Carga Interna de Jogo; (u.a.) unidades arbitrárias; EQR = escala de qualidade da recuperação; (Minutos) = Minutos jogados pelos futebolistas. Dados apresentados do primeiro e segundo tempo das partidas, diferenças significativas entre os tempos (p), confiabilidade (IC) com 95% do intervalo de confiança. Jogo Inteiro com a média e desvio padrão em metros e confiabilidade (IC) com 95% do intervalo de confiança. *Diferença significativa do primeiro para o segundo tempo da partida (p ≤ 0,05).
O gráfico 1 apresenta a DTP (m) nos jogos, dividida entre o primeiro e segundo
tempo, referente às sete partidas da competição, com os futebolistas PI.
43
Gráfico 1: DTP (m) nos primeiros e segundos tempos dos jogos com PI.
* Diferenças significativas entre o primeiro e segundo tempo da DTP (m) = Jogo 1= 1° Tempo 5037 ± 287 m / 2° Tempo 4577 ± 174m (p = 0,0009); Jogo 4 = 1° Tempo 5023 ± 327 m / 2° Tempo 4632 ± 425 m (p = 0,007); Jogo 6 = 1° Tempo 5255 ± 497 m / 2° Tempo 4865 ± 701 m (p = 0,0206).
O Gráfico 2 apresenta a DP (m) ≤ 15 km/h e > 15 km/h, dividida entre o primeiro
e o segundo tempo, referente às sete partidas da competição, com os futebolistas PI.
Gráfico 2: DP (m) nos primeiros e segundos tempos dos jogos, nas faixas de velocidade ≤ 15 km/h e > 15 km/h.
* Diferenças significativas entre o primeiro e segundo tempo nas DP ≤15 km/h (m) = Jogo 1 = 1° Tempo 4435 ± 231m / 2° Tempo 4012 ± 179m (p = 0,0004); Jogo 3 = 1°Tempo 4132 ± 330m / 2°Tempo 3967 ± 394m (p =0,0269); Jogo 4 = 1° Tempo 4380 ± 319m / 2° Tempo 4090 ± 320m (p = 0,0009). # Diferenças significativas entre o primeiro e segundo tempo nas DP >15 km/h (m) = Jogo 6 = 1° Tempo 812 ± 297m / 2° Tempo 601 ± 293m (p = 0,0091); Jogo 7 = 1° Tempo 739 ± 324m / 2° Tempo 609 ± 247m (p = 0,0454).
**
*
0
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5000
60001
° Te
mp
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Jogo 1 Jogo 2 Jogo 3 Jogo 4 Jogo 5 Jogo 6 Jogo 7
DTP (m)
* * *
# #
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Tem
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2°
Tem
po
Jogo 1 Jogo 2 Jogo 3 Jogo 4 Jogo 5 Jogo 6 Jogo 7
DP ≤15 km/h (m) DP >15 km/h (m)
44
A tabela 2 apresenta a análise descritiva da média de todos os jogos da
competição, divididos entre o primeiro e segundo tempo, com Todos Participantes (TP),
utilizando a média e desvio padrão nas variáveis: DTP (m/min), DP (m/min) ≤ 15 km/h,
DP (m/min) > 15 km/h, CIJ (u.a.), EQR, BRAMS Vigor, BRAMS Fadiga.
Tabela 2: Análise da média dos sete jogos competitivos dos futebolistas TP, comparados entre primeiro e segundo tempo, e o total.
1° Tempo 2° Tempo p IC Total IC
Variável (n = 70) (n = 89) (n = 89)
DTP (m/min) 60 ± 14* 63 ± 29 0,0035 -4,6 / 9,3 110 ± 11 107,1 / 111,9
DP (m/min) ≤15 km/h 52 ± 11* 54 ± 24 0,0037 -3,6 / 7,5 94 ± 8 91,9 / 95,2
DP (m/min) >15 km/h 9 ± 4* 9 ± 6 0,0121 -1,2 / 2,0 16 ± 5 14,8 / 17,1
CIJ (u.a.) 569 ± 289 508,3 / 630,1
EQR 15,3 ± 1,0 15,1 / 15,5
BRAMS Vigor 11,8 ± 3,1 11,2 / 12,5
BRAMS Fadiga 0,9 ± 1,2 0,6 / 1,1
DTP = distância total percorrida; DP = distância percorrida CIJ = Carga Interna de Jogo; (u.a.) unidades arbitrárias, EQR = escala de qualidade da recuperação; (m/min) metros/minutos jogados. Dados apresentados do primeiro e segundo tempo das partidas, diferenças entre os tempos (p), confiabilidade (IC) com 95% do intervalo de confiança. Jogo Inteiro com a média e desvio padrão em metros/minutos e confiabilidade (IC) com 95% do intervalo de confiança. *Diferença significativa do primeiro para o segundo tempo da partida (p ≤ 0,05).
O gráfico 3 apresenta a DTP (m/min) nos jogos, dividida entre o primeiro e o
segundo tempo, referente às sete partidas da competição com TP.
Gráfico 3: DTP (m/min) no primeiro e segundo tempo dos jogos com TP.
-10
10
30
50
70
90
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Tem
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2°
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Tem
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Tem
po
Jogo 1 Jogo 2 Jogo 3 Jogo 4 Jogo 5 Jogo 6 Jogo 7
DTP (m/min)
45
O Gráfico 4 apresenta a DP (m/min) ≤ 15 km/h e > 15 km/h, dividida entre o
primeiro e segundo tempo, referente às sete partidas da competição com TP.
Gráfico 4: DP (m/min) nos primeiros e segundos tempos dos jogos, nas faixas de velocidade ≤ 15 km/h e > 15 km/h.
* Diferenças significativas entre o primeiro e segundo tempo na DP (m/min) > 15 km/h = Jogo 6 - 1° Tempo = 10 ± 4m/min / 2° Tempo = 8 ± 5m/min, (p = 0,014); Jogo 7 - 1° Tempo = 9 ± 3m/min / 2° Tempo = 7 ± 3m/min, (p = 0,0331).
A tabela 3 apresenta a análise descritiva da média dos sete jogos da competição,
separada pela posição exercida (laterais, zagueiros, meio-campistas, atacantes) com os
futebolistas PI, utilizando a média e desvio padrão nas variáveis: DTP (m), DP (m) ≤ 15
km/h, DP (m) >15 km/h, CIJ (u.a.), EQR, BRAMS Vigor, BRAMS Fadiga.
Tabela 3: Análise da média dos jogos nas diferentes posições.
Laterais Zagueiros Meias Atacantes
Variável (n = 14) (n = 13) (n = 14) (n = 10)
DTP (m) 9804 ± 628 9459 ± 398 10725 ± 788 9228 ± 900
DP (m) ≤15 km/h 8502 ± 455 8249 ± 293 9222 ± 317 8012 ± 694
DP (m) >15 km/h 1302 ± 455 1210 ± 206 1503 ± 627 1216 ± 284
CIJ (u.a.) 819 ± 107 773 ± 82 727 ± 87 755 ± 178
EQR 14,7 ± 0,5 14,9 ± 0,8 15,7 ± 1,1 14,9 ± 1,0
BRAMS Vigor 10,2 ± 3,6 14,5 ± 1,9 11,9 ± 3,4 10,4 ± 3,2
BRAMS Fadiga 1,7 ± 1,3 0,5 ± 0,7 1,1 ± 1,8 1,1 ± 1,5
(DTP = distância total percorrida; DP = distância percorrida; CIJ = Carga Interna de Jogo; EQR = escala de qualidade da recuperação; (m) metros; (u.a.) unidades arbitrárias. Dados apresentados sobre as posições exercidas no jogo (p ≤ 0,05).
**
0102030405060708090
1°
Tem
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2°
Tem
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1°
Tem
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Tem
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Tem
po
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Tem
po
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Tem
po
Jogo 1 Jogo 2 Jogo 3 Jogo 4 Jogo 5 Jogo 6 Jogo 7
DP ≤15 km/h (m/min) DP >15 km/h (m/min)
46
A tabela 4 apresenta a análise descritiva da média de todos os jogos da
competição, separada pela posição exercida (laterais, zagueiros, meio-campistas,
atacantes), com TP, utilizando-se a média e desvio padrão nas variáveis: DTP (m/min),
DP (m/min) ≤ 15 km/h, DP (m/min) > 15 km/h, CIJ (u.a.), EQR, BRAMS Vigor, BRAMS
Fadiga.
Tabela 4: Análise da média dos jogos nas diferentes posições.
Laterais Zagueiros Meias Atacantes
Variável (n = 14) (n = 15) (n = 28) (n = 32)
DTP (m/min) 105 ± 8 102 ± 5 120 ± 10 106 ± 11*
DP (m/min) ≤15 km/h 91 ± 6 89 ± 4# 101 ± 6 90 ± 7*
DP (m/min) >15 km/h 14 ± 3 13 ± 2 19 ± 6 16 ± 5
CIJ (u.a.) 819 ± 107 703 ± 211 517 ± 283 443 ± 295
EQR 14,6 ± 0,5 14,7 ± 1,0 15,8 ± 1,0 15,4 ± 1,1
BRAMS Vigor 10,2 ± 3,6 14,2 ± 2,5 11,4 ± 3,0 11,8 ± 2,8
BRAMS Fadiga 1,7 ± 1,3 0,7 ± 0,7 0,7 ± 1,3 0,7 ± 1,1
DTP = distância total percorrida; DP = distância percorrida; CIJ = Carga Interna de Jogo; (u.a.) unidades arbitrárias; EQR = escala de qualidade da recuperação; (m/min) metros/minutos jogados. *DTP (m/min) = Atacantes < Meio-campistas (p = 0,0755). *DP (m/min) ≤15 km/h = Atacantes < Meio-campistas (p = 0,0091); #Zagueiros < Meias (p = 0,0383).
A tabela 5 apresenta a análise descritiva da média de todos os jogos da
competição, separada entre os futebolistas PI, os substituídos e os substitutos,
utilizando-se a média e desvio padrão nas variáveis: DTP (m/min), DP (m/min) ≤ 15
km/h, DP (m/min) > 15 km/h, CIJ (u.a.), EQR, BRAMS Vigor, BRAMS Fadiga.
47
Tabela 5: Análise dos futebolistas PI, substituídos e substitutos.
PI Substituídos Substitutos
Variável (n = 51) (n = 19) (n = 19)
DTP (m/min) 106 ± 10*# 114 ± 12 115 ± 12
DP (m/min) ≤15 km/h 92 ± 7 96 ± 9 96 ± 8
DP (m/min) >15 km/h 14 ± 4*# 18 ± 4 19 ± 7
CIJ (u.a.) 769 ± 116*# 502 ± 126¥ 99 ± 57
EQR 15,1 ± 0,9* 15,2 ± 1,2¥ 16,0 ± 0,8
BRAMS Vigor 11,8 ± 3,5 12,2 ± 3,1 11,6 ± 2,1
BRAMS Fadiga 1,1 ± 1,4* 0,6 ± 0,8 0,4 ± 0,6
DTP = distância total percorrida; DP = distância percorrida; CIJ = Carga Interna de Jogo; (u.a.) unidades arbitrárias; EQR = escala de qualidade da recuperação; (m/min) metros/minutos jogados. DTP (m/min) = *PI < Substituídos (p = 0,0168); #PI < Substitutos (p = 0,0068). DP (m/min) >15 km/h = *PI < Substituídos (p = 0,0189); #PI < Substitutos (p = 0,0011). CIJ (u.a.) = *PI > Substituídos (p < 0,0001); #PI > Substitutos (p < 0,0001); ¥Substituídos > Substitutos (p < 0,0001). EQR = *PI < Substitutos (p = 0,0016); ¥Substituídos < Substitutos (p = 0,0384). Fadiga = *Substitutos > PI (p = 0,0460).
A Tabela 6 apresenta a análise descritiva dos sete jogos da competição e o
número de participantes (n), com os futebolistas PI, apresentando a média e desvio
padrão nas variáveis: DTP (m), DP ≤ 15 km/h (m), DP > 15 km/h (m), CIJ (u.a.), EQR,
BRAMS Vigor e BRAMS Fadiga.
48
Tabela 6: Análise das variáveis nos sete jogos competitivos com os futebolistas PI.
Jogo 1 Jogo 2 Jogo 3 Jogo 4 Jogo 5 Jogo 6 Jogo 7
Variável (n = 7) (n = 7) (n = 7) (n = 8) (n = 7) (n = 7) (n = 8)
DTP (m) 9614 ± 430 10496 ± 559* 9178 ± 754# 9655 ± 700 10085 ± 1024 10120 ± 1170 9872 ± 998
DP ≤15 km/h (m) 8446 ± 382 9048 ± 490* 8101 ± 711# 8470 ± 622 8489 ± 610 8707 ± 767 8525 ± 595
DP >15 km/h (m) 1167 ± 275 1448 ± 121* 1076 ± 89 1185 ± 168 1596 ± 511# 1413 ± 572 1348 ± 556
CIJ (u.a.) 676 ± 89 710 ± 148 828 ± 72 802 ± 99 810 ± 117 792 ± 92 764 ± 137
EQR 15,4 ± 0,5* 14,7 ± 0,5 14,7 ± 1,1 15,5 ± 1,1* 15,4 ± 0,5 14,9 ± 1,5 14,9 ± 1,0
BRAMS Vigor 12,7 ± 3,1 11,7 ± 3,3 12,0 ± 3,1 10,6 ± 3,5 12,0 ± 4,3 11,7 ± 4,0 12,0 ± 4,1
BRAMS Fadiga 0,3 ± 0,5 0,9 ± 1,2 1,3 ± 1,3 1,1 ± 1,1 0,9 ± 1,1 2,0 ± 2,2 1,4 ± 1,7
DTP = distância total percorrida; DP = distância percorrida; CIJ = Carga Interna de Jogo; (u.a.) = unidades arbitrárias; EQR = escala de qualidade da recuperação; Minutos = Minutos jogados pelos futebolistas.
DTP = *Jogo 2 > Todos os jogos (p ≤ 0,05) / # Jogo 3 < Todos os jogos (p ≤ 0,05).
DP ≤15 km/h = *Jogo 2 > Todos os jogos (p ≤ 0,05) / # Jogo 3 < Todos os jogos (p ≤ 0,05).
DP >15 km/h = *Jogo 2 > Jogo 3 (p ≤ 0,05) / #Jogo 5 > Jogos 3 e 7 (p ≤ 0,05).
EQR = *Jogos 1 e 5 > Jogo 6 (p ≤ 0,05).
A DTP (m) apresentou diferença significativamente maior no Jogo 2 em relação
aos outros jogos: 1 (p < 0,0001), 3 (p < 0,0001), 4 (p = 0,0002), 5 (p = 0,0086), 6 (p =
0,0003) e 7 (p < 0,0001). Ainda na DTP (m), o Jogo 3 apresentou diferença
significativamente menor em relação aos jogos 1 (p = 0,0062), 2 (p < 0,0001), 4 (p =
0,0014), 5 (p < 0,0001), 6 (p = 0,0099) e 7 (p = 0,0229). Nas ações de baixa intensidade,
DP ≤ 15 km/h (m), foi observada diferença significativamente maior do Jogo 2 em
relação aos jogos 1 (p = 0,0003), 3 (p < 0,0001), 4 (p = 0,0003), 5 (p = 0,0002), 6 (p =
0,0007) e 7 (p < 0,0001). No Jogo 3 houve diferença significativamente menor em
relação aos jogos 1 (p = 0,0015), 2 (p<0,0001), 4 (p = 0,0007), 5 (p = 0,0032), 6 (p =
0,0032) e 7 (p = 0,0087). Nas ações de alta intensidade, DP >15 km/h (m), o Jogo 2
apresentou diferença significativamente maior (p = 0,0344) em relação ao Jogo 3, e no
Jogo 5 houve diferença significativamente maior (p = 0,0101; p = 0,0487) em relação
aos Jogos 3 e Jogo 7, respectivamente. Na EQR. os Jogos 1 e 4 apresentaram diferença
significativamente maior (p = 0,0442; p = 0,0157) que o Jogo 6.
A tabela 7 apresenta a análise descritiva dos sete jogos da competição e o
número de participantes (n), com os futebolistas TP, indicando a média e desvio padrão
nas variáveis: DTP (m/min), DP ≤ 15 km/h (m/min), DP > 15 km/h (m/min), CIJ (u.a.),
EQR, BRAMS Vigor, BRAMS Fadiga.
49
Tabela 7: Análise das variáveis nos jogos competitivos com TP.
Jogo 1 Jogo 2 Jogo 3 Jogo 4 Jogo 5 Jogo 6 Jogo 7
Variável (n = 13) (n = 13) (n = 13) (n = 12) (n = 13) (n = 13) (n = 12)
DTP (m/min) 109 ± 11 117 ± 10* 104 ± 15 109 ± 11 112 ± 11 108 ± 11 106 ± 9
DP ≤15 km/h (m/min) 93 ± 6 98 ± 7* 90 ± 11 94 ± 7 94 ± 8 93 ± 7 92 ± 7
DP >15 km/h (m/min) 16 ± 7 18 ± 6* 14 ± 4 15 ± 4 18 ± 4* 15 ± 5 14 ± 5
CIJ (u.a.) 493 ± 261* 541 ± 229 580 ± 323 631 ± 290 579 ± 302 554 ± 302 614 ± 291
EQR 15,5 ± 0,8 15,3 ± 1,2 15,2 ± 0,9 15,6 ± 1,0 15,5 ± 0,8 14,8 ± 1,5 15,3 ± 1,1
BRAMS Vigor 12,4 ± 3,3 11,2 ± 2,6 11,6 ± 2,6 11,0 ± 3,3 12,0 ± 3,2 12,1 ± 3,6 12,6 ± 3,6
BRAMS Fadiga 0,5 ± 0,9 0,7 ± 1,0 0,9 ± 1,1 0,8 ± 1,1 0,5 ± 0,9 1,5 ± 1,7 1,1 ± 1,4
DTP = distância total percorrida; DP = distância percorrida; (m/min) metros/minutos jogados; CIJ = Carga Interna de Jogo; (u.a.) = unidades arbitrárias; EQR = escala de qualidade da recuperação.
DTP = *Jogo 2 > Jogos 1,3,6 e 7 (p ≤ 0,05).
DP ≤15 km/h = *Jogo 2 >Jogos 3 e 7 (p ≤ 0,05).
DP >15 km/h = *Jogo 2 > Jogos 3 e 7 (p ≤ 0,05).
CIJ (u.a.) = *Jogo 1 < Jogo 4 (p ≤0,05).
A DTP (m/min) apresentou diferença significantemente maior do Jogo 2 em
relação aos jogos 1 (p = 0,039), 3 (p<0,0001), 6 (p = 0,0057) e 7 (p = 0,0004). Nas ações
de baixa intensidade, DP ≤ 15 km/h (m/min), foi observada diferença significativamente
maior no Jogo 2 em relação aos jogos 3 (p = 0,0008) e 7 (p = 0,0225). Nas ações de
alta intensidade, DP > 15 km/h (m/min), o Jogo 2 apresentou diferença significantemente
maior (p = 0,006; p = 0,01), em relação aos Jogos 3 e 7, e no Jogo 5 houve diferença
significantemente maior (p = 0,0171; p = 0,0216) em relação aos Jogos 3 e Jogo 7,
respectivamente. Na CIJ (u.a.), o Jogo 1 apresentou diferença significativamente menor
(p = 0,0669) que o Jogo 4.
A tabela 8 apresenta o resultado da correlação linear de Pearson no grupo de
futebolistas PI, para as variáveis DTP (m), DP (m) ≤ 15 km/h, DP (m) >15 km/h, Carga,
EQR, BRAMS Vigor, BRAMS Fadiga, com EQR, CIJ (u.a.), BRAMS Vigor e BRAMS
Fadiga. Verificou-se que, para o grupo, todas as variáveis analisadas não se
correlacionaram significativamente.
50
Tabela 8: Correlação linear de Pearson nas diferentes variáveis com o grupo de futebolistas PI.
n = 51 EQR CIJ (u.a) BRAMS Vigor BRAMS Fadiga
DTP (m) 0,26 -0,42 0,27 -0,17
DP (m) ≤ 15 km/h 0,16 -0,37 0,16 -0,10
DP (m) >15 km/h 0,34 -0,33 0,37 -0,24
EQR 1,00
CIJ (u.a.) 0,02 1,00
BRAMS Vigor 0,18 -0,22 1,00
BRAMS Fadiga -0,29 0,48 -0,48 1,00
DTP = distância total percorrida; DP = distância percorrida; EQR = escala de qualidade da recuperação; CIJ = Carga Interna de Jogo; (u.a.) unidades arbitrárias; (m/min) metros/minutos jogados.
A tabela 9 apresenta o resultado da correlação linear de Pearson com TP, das
variáveis DTP (m/min), DP (m/min) ≤ 15 km/h, DP (m/min) >15 km/h, Carga, EQR,
BRAMS Vigor, BRAMS Fadiga, com EQR, CIJ (u.a.), BRAMS Vigor e BRAMS Fadiga.
Verificou-se que, para o grupo, todas as variáveis analisadas não se correlacionaram
significativamente.
Tabela 9: Correlação linear de Pearson nas diferentes variáveis com TP.
n = 89 EQR CIJ (u.a) BRAMS Vigor BRAMS Fadiga
DTP (m/min) 0,29 -0,40 0,13 -0,26
DP (m/min) ≤ 15 km/h 0,15 -0,30 0,05 -0,17
DP (m/min) >15 km/h 0,41 -0,42 0,20 -0,31
EQR 1,00
CIJ (u.a.) -0,29 1,00
BRAMS Vigor -0,02 -0,06 1,00
BRAMS Fadiga -0,27 0,38 -0,45 1,00
DTP = distância total percorrida; DP = distância percorrida; EQR = escala de qualidade da recuperação; CIJ = Carga Interna de Jogo; (u.a.) unidades arbitrárias; (m/min) metros/minutos jogados.
51
6 DISCUSSÃO
O primeiro objetivo desta dissertação foi analisar, durante a Copa São Paulo de
Futebol Junior 2015, a média dos deslocamentos na competição e as diferenças entre
as etapas (primeiro e segundo tempo) em todas as variáveis investigadas, nos
futebolistas que jogaram a Partida Inteira (PI) e Todos Participantes (TP).
Nos futebolistas PI, o resultado encontrado para a média da DTP foi 9856 ± 883
m, aproximando-se de valores de outras pesquisas. Silva et al. (2007) apresentaram
valores de 9810 ± 459m para os jogadores brasileiros juniores de elite, Aslan et al.
(2012) obtiveram 9900 ± 451m com jogadores juniores turcos, Buchheit et al. (2010)
encontraram valores de 8867 ± 859m em futebolistas juniores árabes, Thatcher et al.
(2004) apontaram 10274 ± 609m em futebolistas juniores ingleses. Cabe ressaltar, que
a DTP por muito tempo foi considerada determinante no desempenho de futebolistas
(KRUSTRUP et al., 2005; MOHR et al., 2003), porém estudos atuais (DI SALVO et al.,
2009; PALACIO et al., 2014; RAMPININI et al., 2009) apontam que equipes
apresentando médias de DTP significativamente mais baixas são as que obtêm os
melhores resultados em competições, hipoteticamente por terem jogadores com
melhores recursos técnicos e equipes mais organizadas taticamente. Sobre as ações
de baixa intensidade (≤ 15 km/h), Aslan et al. (2012) apontaram resultado de 7931 ± 704
m, abaixo do estudo atual (8539 ± 629m), porém acima nas ações de alta intensidade
(> 15 km/h), com 1969 ± 314m contra 1317 ± 398m. Na DTP (m/min), com os dados de
TP, o resultado foi 110 ± 11m/min, semelhante a jogadores juniores brasileiros de elite
(109m/min), porém o estudo não relatou se houve substituições (SILVA et al., 2007).
Nas ações de baixa intensidade (≤15 km/h), e alta intensidade (> 15 km/h), foram
observadas as distâncias 94 ± 8m/min e 16 ± 5m/min, respectivamente, que diferem do
estudo de Aslan et al. (2012), que verificaram 88,1m/min nas baixas intensidades e
21,9m/min nas altas intensidades em jogadores juniores turcos.
Sobre os estados de humor, na média dos jogos foram observados resultados
semelhantes para vigor nos futebolistas PI (11,8 ± 3,5) e TP (11,8 ± 3,1), e na fadiga
(1,1 ± 1,4 e 0,9 ± 1,2) para PI e TP, respectivamente. De maneira geral, estes resultados
apresentam estados psicológicos condizentes com o esperado para o ambiente
esportivo competitivo de alto rendimento, com humor positivo, devido ao elevado vigor,
associado a baixo nível de fadiga (BERTOLLO et al., 2009; BRANDÃO et al., 1997;
DEVENPORT et al., 2005; MICKLEWRIGHT et al., 2005; WERNECK et al., 2006).
Nas escalas psicofísicas, foram encontrados os valores da média dos sete jogos
para EQR em 15,1 ± 0,9 e 15,3 ± 1,0, para os futebolistas PI e TP respectivamente, ou
seja, pela escala utilizada, os atletas relataram “Boa Recuperação” (KENTTÄ,
52
HASSMÉN, 1998). Em relação à CIJ, foram encontrados resultados distintos para PI e
TP, com (769 ± 116 u.a.) para os futebolistas PI, dados estes que corroboram o estudo
de Wrigley et al. (2012), que apresentaram 759 ± 51 u.a. em uma partida competitiva
com futebolistas juniores de elite. Já nos futebolistas TP, foram encontrados valores
bem abaixo (569 ± 289u.a.) em comparação com os PI, pois os valores médios foram
influenciados pelas substituições realizadas nas partidas.
Sobre as diferenças entre os tempos de jogo, no atual estudo, quando os
jogadores PI foram analisados em relação à DTP (m), observou-se que houve uma
diferença significativamente maior do primeiro tempo em relação ao segundo. Estes
achados corroboram estudos anteriores presentes na literatura (BARROS et al., 2007;
BRADLEY et al., 2010; BRADLEY et al., 2009; CARLING, DUPONT 2011; MOHR et al.,
2003; THATCHER, BATTERHAM, 2004; WHEBE et al., 2014).
Nas ações de baixa intensidade (≤ 15 km/h), percebe-se o mesmo
comportamento de diminuição significativa na segunda metade da partida. Da mesma
forma, estudos com futebolistas profissionais brasileiros e australianos também
constataram essa diminuição na segunda etapa (BARROS et al., 2007; BURGESS et
al., 2006), assim como em futebolistas juniores (ASLAN et al., 2014).
A mesma diferença significativa verificou-se nos deslocamentos de alta
intensidade (> 15 km/h), o que se confirma em outros estudos (CARLING, DUPONT
2011; MOHR et al., 2003; WEHBE et al., 2014). Embora seja geralmente aceito que as
atividades de alta intensidade são reduzidas no segundo tempo das partidas, como no
estudo atual, essa não parece ser uma tendência consolidada. Estudos com jogadores
profissionais, realizados no Campeonato Brasileiro, Campeonato Inglês, Liga
Australiana, Liga dos Campeões da Europa e na Liga Espanhola não encontraram
diferenças nas atividades de alta intensidade entre o primeiro e o segundo tempo das
partidas (BARROS et al., 2007; BRADLEY et al., 2010; BRADLEY et al., 2009;
BURGESS et al., 2006; DI SALVO et al., 2007). Alguns fatores situacionais inerentes ao
contexto do jogo podem ter uma influência sobre as características dos deslocamentos
na segunda etapa do jogo, como: a importância da partida, o placar do jogo, mudanças
táticas, ajustes na formação dos atletas em campo, instruções do treinador no intervalo
e principalmente o uso das substituições (PALACIO et al., 2014; RAMPININI et al., 2009;
WEHBE et al., 2014).
Quando analisadas as diferenças nos deslocamentos entre as etapas de TP, foi
observado que no segundo tempo houve uma diferença significativamente maior na
DTP (m/min) em relação ao primeiro tempo. A mesma diferença significante foi
observada para os deslocamentos de baixa intensidade (DP ≤ 15 km/h), e de alta
intensidade (> 15 km/h). Certamente estas diferenças relatadas foram influenciadas
53
pelos jogadores substitutos, pois, segundo Mohr et al. (2003), os deslocamentos de alta
intensidade são 25% maiores durante os 15 minutos finais das partidas nos substitutos
quando comparados aos que começaram jogando. Um estudo com jovens futebolistas
brasileiros (18,5 ± 1,2 anos), utilizando a frequência cardíaca como parâmetro de
magnitude da carga e verificando o tempo percorrido em zonas de alta intensidade,
observou que a intensidade do esforço é significativamente (p ≤ 0,05) diminuída no
segundo tempo. No primeiro tempo foi observada 86,3 ± 3,3% FCmax e no segundo
tempo 80,6 ± 4,4% FCmax, porém esta diferença foi atenuada (p ≤ 0,05) com a
realização de substituições (83,6 ± 2,8% FCmax), quando comparada à não realização
de substituições (COELHO et al., 2012). Outro estudo preliminar, similar ao presente
trabalho, realizado com futebolistas franceses profissionais, com modelo de
comparação entre os tempos, utilizando a distância relativa (m/min) para comparar a
DTP e deslocamentos de baixa e alta intensidade, observou maiores distâncias
percorridas, porém não significativas, no segundo tempo em comparação ao primeiro,
devido às substituições realizadas (CARLING et al., 2010).
Assim, no presente estudo, a diminuição dos deslocamentos observados do
primeiro para o segundo tempo nos futebolistas PI ocorre possivelmente devido ao
desenvolvimento de fadiga durante o jogo (KRUSTRUP et al., 2006; REILLY, 2005).
Quando analisados os deslocamentos de TP, a diminuição não foi somente atenuada,
como houve um acréscimo significante na média dos jogos, proporcionando à equipe
um incremento das intensidades durante as segundas etapas dos jogos. Este
incremento só não foi observado nos jogos 6 e 7, nas ações de alta intensidade (Gráfico
4).
O segundo objetivo do estudo foi analisar as diferenças entre as posições
exercidas pelos futebolistas PI e TP. As posições observadas foram laterais, zagueiros,
meio-campistas e atacantes.
Ao analisar as diferenças entre as posições nos futebolistas PI, nota-se que não
foram encontradas diferenciações estatísticas entre as posições em nenhuma variável.
Esses resultados diferem-se do trabalho de Wehbe et al. (2014), que, ao analisar
jogadores profissionais australianos que participaram da partida inteira, verificou que os
meio-campistas percorrem maiores DTP e deslocamentos de alta intensidade (> 14,3
km/h), em comparação aos defensores (p < 0,05). Saward et al. (2015) obtiveram
resultado semelhante com jovens jogadores ingleses de elite (18 ± 0,3 anos),
observando que os meio campistas percorrem DTP e deslocamentos de baixa
velocidade (caminhadas e trotes) maiores que nas outras posições (p < 0,05).
Entretanto, no presente estudo, ao analisar TP, nota-se que há características
semelhantes com os estudos de Saward et al. (2015), com os meio-campistas na DTP
54
(m/min), cobrindo maiores distâncias que os atacantes, porém com nível de significância
baixo (p = 0,0755). Já nos deslocamentos de baixa intensidade, ≤ 15 km/h (m/min), os
meio-campistas percorreram distâncias significativamente maiores que os atacantes e
zagueiros. Bucheit et al. (2010) encontraram resultados parecidos em jovens
futebolistas, observando que os meio-campistas defensivos percorreram distâncias
maiores (p ≤ 0,05) que os atacantes.
Apesar das diferenças na definição das faixas de velocidade entre os estudos,
há uma tendência de os zagueiros deslocarem-se menos, os meio-campistas
percorrerem maiores distâncias e em maior velocidade (ASLAM et al., 2012; BUCHHEIT
et al., 2010; MENDEZ-VILLANUEVA et al., 2013; SILVA et al., 2007; WEHBE et al.,
2014). Provavelmente os meio-campistas percorrem maiores distâncias pelo seu papel
de proporcionarem ligação entre a defesa e o ataque da equipe (DI SALVO et al., 2007).
Os zagueiros percorrem distâncias menores por seu principal objetivo ser proteger o
gol, assim seus deslocamentos são restritos a locais estratégicos em campo
(BUCHHEIT et al., 2013). Em relação aos atacantes, diversos estudos demonstraram
que eles percorrem menores distâncias em comparação a outras posições (ASLAM et
al., 2012; BUCHHEIT et al., 2010; MENDEZ-VILLANUEVA et al., 2013; WEHBE et al.,
2014). Fato este que se confirmou no atual estudo entre os futebolistas que jogaram PI,
mas quando analisamos TP, observamos que os atacantes percorreram maiores
distâncias relativas que os zagueiros, possivelmente pela maior ocorrência de
substituídos e substitutos na posição, porém cabe ressaltar que ambos os resultados
não foram significativos.
Sobre os estados de humor nas diferentes posições de jogo, não foram
observadas diferenças significativas para o vigor e a fadiga nos futebolistas PI e TP.
Situação diversa daquela encontrada por Brandão et al. (2006) com futebolistas
profissionais (n = 63), que verificaram as variações dos estados de humor utilizando a
ferramenta POMS nas diferentes posições de jogo. Os resultados demonstraram
diferenças significativas (p < 0,05) para vigor, no qual os atacantes apresentam valores
mais elevados em relação aos meio-campistas e zagueiros. Estes resultados mais
elevados para os atacantes sugerem que o padrão de atividade de jogo, com alta
intensidade de explosão e energia, determina o estado emocional dos atletas
(BRANDÃO et al., 2006).
Nas variáveis psicofísicas não foram encontradas diferenças entre as posições,
porém observou-se que a recuperação dos futebolistas PI e TP, independentemente do
posicionamento exercido em campo, foi entre “Boa” e “Muito Boa” pela escala utilizada
(KENTTÄ, HASSMÉN, 1998), sugerindo que os métodos utilizados entre os jogos para
a recuperação das capacidades motoras e psicofísicas foram efetivos. Também na CIJ,
55
com os jogadores PI, observou-se pouca variação entre as posições, dados estes que
corroboram o estudo de Gomez-Piriz et al. (2011), realizado com futebolistas
profissionais (n = 22), que avaliaram a carga interna em treze sessões de treinamento
e quantificaram os resultados conforme as posições dos defensores, meio-campistas e
atacantes, não encontrando diferenças significativas entre elas. Ainda sobre a CIJ,
quando se analisa os futebolistas TP, mesmo sem diferença significativa, observa-se
uma grande variação dos valores (entre 443 a 819 u.a.), possivelmente relacionada às
posições em que houve maior número de substituídos e substitutos.
O terceiro objetivo analisado no presente estudo, utilizando a distância relativa
(m/min), foi verificar a diferença entre os jogadores PI, os substituídos e substitutos. Foi
observado que os futebolistas PI apresentam a DTP (m/min) significativamente menor
que os substituídos e substitutos. Estes resultados são semelhantes ao estudo de
Bradley et al. (2014a), realizado com futebolistas profissionais ingleses (n = 1382), o
qual concluiu que a distância total percorrida pelos futebolistas que jogaram a partida
inteira (112 ± 10 m/min) foi significativamente menor (p < 0,0001) que a dos substituídos
(116 ± 11m/min) e que a dos substitutos (120 ± 15m/min), porém, diferentemente do
presente estudo, foi encontrada diferença (p < 0,0001) entre substituídos e substitutos.
De modo semelhante ao que foi apresentado neste trabalho, Bradley et al.
(2014a) verificaram as distâncias percorridas em diferentes faixas de velocidade. Nos
deslocamentos de intensidade elevada, entre 14,4 a 19,7 km/h, os futebolistas PI
percorram distâncias significativamente menores (p < 0,0001) que os substituídos e
substitutos, e os substituídos, distâncias menores (p < 0,0001) que os substitutos. Estes
resultados são similares ao presente estudo, que, analisando os deslocamentos em alta
intensidade (DP > 15 km/h), observou diferenças significativamente menores (p =
0,0011 e p = 0,0189) dos PI em relação a substitutos e substituídos, respectivamente.
Nos deslocamentos de intensidade muito baixa, entre (0,7 a 7,1 km/h), Bradley et al.
(2014a) observaram que os futebolistas substitutos (p < 0,0001) percorrem distâncias
menores que os substituídos e os PI; já em intensidades baixas, entre 7,2 a 14,3 km/h,
os PI e substituídos percorrem menores distâncias (p < 0,0001) que os substitutos. O
estudo atual utilizou uma faixa de baixa intensidade diferente (≤ 15 km/h), e verificou
que houve diferença menor, porém não significativa (p = 0,0804), somente entre os que
jogaram PI e substituídos. Esses dados demonstram que na população observada no
trabalho, quando os deslocamentos foram divididos em faixas de velocidade, as
substituições tiveram um impacto maior nas ações de alta intensidade, o que é
importante, pois se referem aos momentos em que normalmente ocorrem as ações
decisivas no futebol (BANGSBO et al., 2000; SPORIS et al., 2010; STOLEN et al., 2005;
TURNER, STEWART, 2014).
56
Outro ponto importante sobre as substituições nessa dissertação é que todas
ocorreram no segundo tempo e que, das dezenove, realizadas ao longo dos sete jogos,
apenas uma foi em zagueiros, ou seja, dezoito ocorreram com meio-campistas e
atacantes, mostrando uma tendência de buscar um incremento de desempenho no setor
ofensivo. Esta mesma tendência foi evidenciada por Bradley et al. (2014a), verificando
que a maioria das substituições (p < 0,05) ocorreram na segunda etapa da partida e
foram priorizados (p < 0,0001) os setores ofensivos (meio-campistas e atacantes). A
preferência por substituições de jogadores meio-campistas e atacantes ocorre
possivelmente por questões táticas, buscando aumentar a criação de oportunidades de
gol (BRADLEY et al. 2014a). Outra hipótese é a ocorrência de maior exigência física
nestas posições, principalmente em relação às ações de alta intensidade (BRADLEY et
al., 2011; BUCHEIT et al., 2010; DI SALVO et al., 2009; DI SALVO et al., 2007), situação
que não se confirmou no presente estudo.
Em um estudo com futebolistas profissionais franceses (n = 18), Carling et al.
(2010) observaram que, durante os dez primeiros minutos como substitutos, os meio-
campistas percorrem distâncias em alta intensidade, semelhantes às distâncias
percorridas nos dez minutos iniciais dos jogos, ou seja, enquanto os companheiros de
equipe e adversários apresentam redução na performance física, os substitutos
apresentam ótimas condições. Na mesma linha, Bradley et al. (2014a) afirmaram que
os jogadores percorrem 21% a mais em alta intensidade quando são substitutos, em
comparação com o período equivalente do segundo tempo, quando iniciam a partida de
titulares.
Impreterivelmente, os treinadores devem realizar as substituições dos
futebolistas para manutenção e elevação da intensidade de jogo da equipe, porém
fatores contextuais (lesões e câimbras), o modelo de jogo, a filosofia tática da equipe,
fatores técnicos, posicionais e situacionais são determinantes nestas decisões
(BRADLEY et al., 2014a), bem como as condições psicofísicas e psicológicas dos
atletas ao longo de uma competição.
No que se refere ao monitoramento das condições psicofísicas e psicológicas
anteriores e posteriores aos jogos, nas questões relativas à realização de substituições,
por meio da análise da EQR, observou-se que os PI apresentaram uma recuperação
aquém (p = 0,0016) dos substitutos, assim como os substituídos (p = 0,0384). O mesmo
ocorreu com o estado de humor representado pela fadiga, no qual os PI apresentaram
maior valor (p = 0,0460) que os substitutos. Provavelmente estas percepções e
sensações alteradas da EQR e da fadiga referem-se ao nível de ansiedade anterior às
partidas, pois os jogadores titulares já tinham conhecimento desta condição antes do
preenchimento das escalas. Em relação à CIJ realizada após as partidas, utilizando a
57
escala PSE, verificou-se a tendência de quanto maior o tempo de participação, maior a
percepção de esforço (FOSTER et al., 2001). Consequentemente, os PI relataram maior
esforço percebido (p < 0,0001), assim como os substituídos relataram mais esforço (p
< 0,0001) que os substitutos.
O quarto objetivo dessa dissertação foi analisar e comparar jogo a jogo, todas
as variáveis nos futebolistas PI e TP.
Na análise realizada visando à comparação entre os jogos, observou-se que nos
futebolistas PI a DTP e a DP ≤ 15 km/h (m), no jogo 2, foram significativamente maiores
que em todos os outros jogos, e o inverso ocorreu no jogo 3, no qual os deslocamentos
DTP e DP ≤ 15 km/h (m) foram menores que em todos os outros jogos. Nas ações DP
> 15 km/h (m), os futebolistas PI apresentaram diferença no jogo 2 em relação ao jogo
3, e no jogo 5 em relação ao jogo 3 e jogo 7. Porém, quando os TP foram analisados,
observou-se que no jogo 2 a DTP e DP ≤ 15 km/h (m/min) foram significativamente
maiores apenas em relação aos jogos 1, 3, 6 e 7. Quando analisadas as ações de alta
intensidade, foram observadas nos jogos 2 e 5 diferenças significativamente maiores
que no jogo 7.
Ainda, sobre a comparação entre os jogos competitivos, Lago et al. (2010)
observaram que, ao analisarmos componentes físicos nos jogos, deve-se considerar
efeitos do contexto da partida, conceituados na literatura como “variáveis situacionais”.
Este termo inclui a localização (dentro ou fora do próprio estádio), a qualidade da
oposição (melhores ou piores oponentes) e quantidade de partidas no período
competitivo (LAGO-PEÑAS 2012). Os jogos analisados no presente estudo ocorreram
em estádios considerados neutros, pois não pertenciam à equipe nem ao adversário.
Por se tratar de uma competição nacional com a presença de cento e quatro clubes em
um formato de copa, com jogos eliminatórios, considerar a qualidade das equipes
adversárias torna-se uma limitação para esse estudo.
Além dessas informações, na presente dissertação, apesar de não ocorrer uma
tendência de diminuição progressiva significativa da performance dos futebolistas nos
aspectos motores ao longo da competição, há de se destacar que houve um aumento
do número de jogos em um curto espaço de tempo (Figura 6), com 4 jogos nas duas
primeiras semanas e 3 jogos na semana subsequente. Corroborando essa análise, ao
analisarem futebolistas profissionais (n = 288) que atuaram na liga francesa e na liga
Europa, Dellal et al. (2015) verificaram que mesmo em períodos da temporada
competitiva, considerados “períodos congestionados”, com a ocorrência de duas
partidas semanais, em comparação com um jogo semanal, não foram observadas
diferenças nos deslocamentos dos jogadores entre as duas condições. Na mesma linha,
Carling, Dupont (2011); Djaoui et al. (2014); Dupont et al. (2010) também não
58
encontraram efeitos dos períodos congestionados nos indicadores físicos. Com isso, no
estudo atual foi observado que a DTP e a DP ≤ 15 km/h variaram muito pouco durante
o período competitivo, porém nas ações de alta intensidade (DP > 15 km/h) a equipe
apresentou decréscimos nos jogos 6 e 7.
Outro fator importante a se destacar no presente trabalho, no que tange à
manutenção da performance dos atletas ao longo da competição, foi o monitoramento
dos estados de humor e das variáveis psicofísicas. Verificou-se a ausência significativa
de variação dos estados de humor (vigor e fadiga), da EQR e na CIJ, ao longo das
partidas.
Sobre os estados de humor, observou-se que o valor médio do vigor nos
jogadores PI ficou entre 10,6 e 12,7 e nos TP entre 11,0 e 12,6. Este valor é considerado
dentro da média encontrada em futebolistas adultos (13,4 ± 2,2) e maior do que em
futebolistas adolescentes (9,0 ± 2,6) (ROHLFS et al., 2008). A fadiga também teve
pouca variação, tanto nos futebolistas PI quanto nos TP, entre 0,3 a 2,0,
respectivamente. O valor desse estado de humor ficou abaixo do encontrado por Rohlfs
et al. (2008) em futebolistas adolescentes (3,1 ± 2,5) e semelhante ao de adultos (1,9 ±
1,7).
Nas escalas psicofísicas, percebe-se que a média da EQR, tanto nos jogadores
PI quanto nos TP, ficou entre (14,7 e 15,6). É importante destacar que os valores de
EQR significaram uma recuperação entre “Boa” e “Muito Boa” pela escala utilizada
(KENTTÄ, HASSMÉN, 1998). Esses valores estão acima dos encontrados por Fanchini
et al. (2015) com jovens futebolistas suíços (16 ± 1 anos) anteriormente a diferentes
sessões de treinamentos (EQR entre 13,8 e 14,6). Sobre o monitoramento da CIJ, foram
observados valores entre 676 e 828 u.a. nos jogadores PI, e valores entre 493 e 631
u.a. nos TP. Através dos dados apresentados, percebe-se a estabilização dos valores,
pois não houve uma tendência de aumento progressivo da percepção do esforço ao
longo dos jogos. Diferente do estudo de Mortatti et al. (2012), que analisou futebolistas
brasileiros juniores (n = 14; 18,5 ± 0,4 anos) durante uma competição de vinte dias, com
sete jogos oficiais, e observou o incremento progressivo da PSE, atingindo um aumento
de 202% no jogo sete quando comparado ao jogo um.
O último objetivo da presente dissertação foi relacionar as variáveis coletadas e
analisar se alguma delas poderia ser preditora de performance durante a competição.
Não foram encontradas correlações fortes (r > 0,7), nem mesmo medianas (r = 0,5 e
0,7), apenas relações fracas (r = >0,5). Com isso, discutiremos apenas as relações até
r = 0,45.
Inicialmente, nos jogadores PI, verificou-se que a fadiga teve relação com a CIJ,
porém com uma correlação baixa (r = 0,48), ou seja, quanto maior a sensação de fadiga
59
detectada nos atletas no período anterior aos jogos, maior foi a percepção do esforço
após a partida e maior foi o tempo de participação no jogo. Apesar de baixa taxa, os
estados de humor também apresentaram correlação entre si (r = -0,48), fato este que
era esperado, pois já foi confirmado em outros estudos (LEITE, 2014; VIEIRA et al.,
2010) e demonstra mais uma vez a consistência do instrumento aplicado (ROHLFS,
2006; TERRY, et al., 2003). As relações das variáveis de TP da competição também
foram analisadas. Observamos apenas correlações (r = -0,45) entre os estados de
humor, semelhantes às encontradas nos PI.
Uma limitação importante do presente estudo se refere ao momento da aplicação
da escala de estados de humor BRAMS, que ocorreu entre seis e oito horas antes dos
jogos. A aplicação do instrumento mais próximo à partida poderia alterar seus
resultados, principalmente nos jogos decisivos.
Em resumo, o presente estudo foi capaz de caracterizar as demandas de
deslocamentos de futebolistas juniores de elite ao longo de uma competição nacional
da categoria. E, como diferencial, apresentou o comportamento psicológico através dos
estados de humor, e as demandas psicofísicas com a utilização das escalas EQR e
PSE.
60
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a análise e discussão dos dados, pode-se concluir que:
▪ As variáveis psicológicas e psicofísicas dos futebolistas não se modificaram,
independentemente do jogo;
▪ A DTP, as ações de baixa intensidade e alta intensidade não se mantiveram no
segundo tempo, porém com a realização de substituições foi possível atenuar estes
decréscimos;
▪ Ao final do campeonato, os futebolistas perdem performance motora e, se realizadas
com critério, as substituições podem minimizar os efeitos.
61
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73
ANEXOS
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu,_________________________________________________________________________,
RG_____________________________________CPF________________________________,
Endereço____________________________________________________________________,
Telefone___________________________, e-mail____________________________, firmo o
presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para participar como voluntário do
projeto de pesquisa para o qual fui contatado pelos pesquisadores Prof. Dra. Maria Regina
Ferreira Brandão e Prof. Msdo. Adriano Titton Garcia que me elucidaram os objetivos da
pesquisa intitulada “Controle da carga de treinamento em uma intertemporada pré-
competitiva e competitiva com jovens futebolistas”.
Ao assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, estou ciente de que:
1) O objetivo da pesquisa é analisar as cargas de treinamento e jogos impostas aos futebolistas,
através de diferentes parâmetros de controle da carga.
2) A pesquisa avaliará as variáveis antropométricas (peso e estatura) e composição corporal (dobras
cutâneas), as capacidades motoras neuromusculares (salto vertical, velocidade de deslocamento
cíclica Reação+1 metro, 5 metros, 10 metros e 30 metros), metabólicas (resistência aeróbia e
anaeróbia yo-yo Intermittent Recovery Nível I, resistência de velocidade REST). A mesma também
monitorará os treinamentos pela escala de percepção de recuperação, escalas de percepção de
esforço e o controle das distâncias percorridas através de GPS. Anteriormente aos jogos serão
realizadas avaliações psicológicas (questionário sobre o perfil do estado de humor BRUMS),
análise bioquímica da Creatina Quinase, e filmagem dos jogos para a avaliação do desempenho
técnico e tático (estatística dos jogos oficiais através do scout técnico).
3) A pesquisa será realizada nas categorias de base do São Paulo Futebol Clube, no Centro de
Formação de Atletas Presidente Laudo Natel, localizado em Cotia-SP, que dispõe de toda
estrutura necessária caso ocorra algum desconforto físico ou mental, com departamento médico
equipado para prestação dos primeiros socorros, e que em casos mais graves conta com
ambulância própria e motoristas disponíveis para deslocamento até hospitais. A instituição coloca
a disposição em todos os treinamentos e jogos, médicos e profissionais como: enfermeiros,
massagistas, fisioterapeutas e educadores físicos com treinamento em primeiros socorros.
4) Fui esclarecido de que o desenvolvimento da pesquisa foi autorizado pela coordenação técnica
das Categorias de Base do São Paulo Futebol Clube e que fui selecionado para participar da
pesquisa supra intitulada.
74
5) Estou ciente de que poderei obter esclarecimentos sobre o andamento e a metodologia aplicada
na pesquisa a qualquer momento que desejar e que os resultados poderão ser conhecidos após
o término da mesma.
6) Apesar de todos os procedimentos fazerem parte da rotina de avaliação do atleta, fui informado
de que os mesmos apresentam riscos mínimos à minha integridade física.
7) Estou ciente de que minha participação nesta pesquisa é voluntária, e que terei meu nome e
resultados resguardados sob rigoroso sigilo e os resultados não servirão como critério para minha
classificação na respectiva equipe e instituição à qual pertenço.
8) Entendo, conforme foi esclarecido pelo pesquisador, que poderei interromper a participação em
qualquer etapa da pesquisa, não havendo ônus ou penalidade se o fizer.
9) Fui esclarecido de que em nenhum momento haverá divulgação nominal dos resultados, os quais
serão utilizados para fins científicos, como apresentação em congressos e publicação em revistas
científicas.
10) Ao concluir o projeto de pesquisa, o mesmo trará como benefícios, maior conhecimento sobre as
características da minha aptidão e recuperação física, além de poder comparar a evolução dos
indicadores de rendimento específico pelo Scout, permitindo melhor entendimento dos aspectos
de preparação esportiva.
11) Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha
participação na referida pesquisa.
12) Poderei entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu
para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa através do telefone (11) 2799-
1946.
13) Poderei entrar em contato com os responsáveis pelo estudo – Profa. Dra. Maria Regina Ferreira
Brandão (11) 98381-xxxx ([email protected]) e Prof. Msdo. Adriano Titton Garcia (11)
99764-xxxx ([email protected]).
14) Este termo de Consentimento é firmado em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder
e a outra com a pesquisadora responsável.
São Paulo, ____/_____/2014.
_______________________ __________________________________
Assinatura do Participante Profa. Dr. Maria Regina Ferreira Brandão
Telefone ___________________ Universidade São Judas Tadeu
___________________________
Prof. Msdo. Adriano Titton Garcia
Universidade São Judas Tadeu
75
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
AUTORIZAÇÃO DOS RESPONÁVEIS PELO ADOLESCENTE
Eu,_________________________________________________________________________,
RG_____________________________________CPF________________________________,
pai e/ou responsável por______________________________________________________
RG_______________________________CPF______________________________________,
Endereço____________________________________________________________________,
Telefone___________________________, e-mail____________________________, assino o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, permitindo a participação do jovem atleta como
voluntário de pesquisa. Esclareço que fui contatado pelos pesquisadores Prof. Dra. Maria Regina
Ferreira Brandão e Prof. Msdo. Adriano Titton Garcia que me elucidaram quanto aos objetivos
da pesquisa intitulada “Controle da carga de treinamento em uma intertemporada pré-
competitiva e competitiva com jovens futebolistas”.
Ao assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, estou ciente de que:
1) O objetivo da pesquisa é analisar as cargas de treinamento e jogos impostas aos futebolistas,
através de diferentes parâmetros de controle da carga.
2) A pesquisa avaliará as variáveis antropométricas (peso e estatura) e composição corporal (dobras
cutâneas), as capacidades motoras neuromusculares (salto vertical, velocidade de deslocamento
cíclica Reação+1 metro, 5 metros, 10 metros e 30 metros), metabólicas (resistência aeróbia e
anaeróbia yo-yo Intermittent Recovery Nível I, resistência de velocidade REST). A mesma também
monitorará os treinamentos pela escala de percepção de recuperação, escalas de percepção de
esforço e o controle das distâncias percorridas através de GPS e, anteriormente aos jogos serão
realizadas avaliações psicológicas (questionário sobre o perfil do estado de humor BRUMS),
análise bioquímica da Creatina Quinase, e filmagem dos jogos para a avaliação do desempenho
técnico e tático (estatística dos jogos oficiais através do scout técnico).
3) A pesquisa será realizada nas categorias de base do São Paulo Futebol Clube, no Centro de
Formação de Atletas Presidente Laudo Natel, localizado em Cotia-SP, que dispõe de toda
estrutura necessária caso ocorra algum desconforto físico ou mental, com departamento médico
equipado para prestação dos primeiros socorros, e que em casos mais graves conta com
ambulância própria e motoristas disponíveis para deslocamento até hospitais. A instituição coloca
a disposição em todos os treinamentos e jogos, médicos e profissionais como: enfermeiros,
massagistas, fisioterapeutas e educadores físicos com treinamento em primeiros socorros.
76
4) Foi esclarecido que o desenvolvimento da pesquisa foi autorizado pela coordenação técnica das
Categorias de Base do São Paulo Futebol Clube e que o jovem, pelo qual sou responsável, foi
selecionado para participar da pesquisa supra intitulada.
5) Estou ciente de que poderei obter esclarecimentos sobre o andamento e a metodologia aplicada
na pesquisa a qualquer momento que desejar e que os resultados poderão ser por mim conhecidos
após o término da mesma.
6) Apesar de todos os procedimentos fazerem parte da rotina de avaliação dos atletas, fui
informado(a) de que os mesmos apresentam riscos mínimos à integridade física, do menor pelo
qual sou responsável.
7) Estou ciente de que a participação nesta pesquisa é voluntária, e que o menor pelo qual sou
responsável, terá seu nome e resultados resguardados sob rigoroso sigilo e, que os resultados
não servirão como critério para sua classificação na respectiva equipe e instituição da qual é
integrante.
8) Entendo, conforme foi esclarecido pelo pesquisador, que o menor sob minha responsabilidade,
poderá interromper a participação em qualquer etapa da pesquisa, não havendo ônus ou
penalidade se o fizer.
9) Foi esclarecido que em nenhum momento haverá divulgação nominal dos resultados, os quais
serão utilizados para fins científicos, como apresentação em congressos e publicação em revistas
científicas.
10) Ao concluir o projeto de pesquisa, o mesmo trará como benefícios, maior conhecimento sobre as
características da aptidão e recuperação física dos jovens futebolistas, além de poder comparar a
evolução dos indicadores de rendimento específico pelo Scout, permitindo melhor entendimento
dos aspectos de preparação esportiva.
11) Obtive todas as informações necessária para poder decidir conscientemente sobre a participação
do menor sob minha responsabilidade, na referida pesquisa.
12) Poderei entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu
para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa através do telefone (11) 2799-
1946.
13) Poderei entrar em contato com os responsáveis pelo estudo – Profa. Dra. Maria Regina Ferreira
Brandão (11) 98381-xxxx ([email protected]) e Prof. Msdo. Adriano Titton Garcia (11)
99764-xxxx ([email protected]).
14) Este termo de Consentimento é firmado em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder
e a outra com a pesquisadora responsável.
São Paulo, ____/_____/2014.
______________________ _________________________________
Assinatura do Responsável Profa. Dr. Maria Regina Ferreira Brandão
Telefone ________________________ Universidade São Judas Tadeu
___________________________
Prof. Msdo. Adriano Titton Garcia
Universidade São Judas Tadeu
77
TERMO DE ASSENTIMENTO PARA MENORES DE IDADE
Você está sendo convidado para participar da pesquisa: “Controle da carga de
treinamento em uma intertemporada pré-competitiva e competitiva com jovens
futebolistas”. Seus responsáveis permitiram que você participe.
Queremos analisar as cargas de treinamento e jogos impostas a vocês futebolistas, através de
diferentes parâmetros de controle da carga. A pesquisa avaliará as variáveis antropométricas (peso e
estatura) e composição corporal (dobras cutâneas), as capacidades motoras neuromusculares (salto
vertical, velocidade de deslocamento cíclica Reação+1 metro, 5 metros, 10 metros e 30 metros),
metabólicas (resistência aeróbia e anaeróbia yo-yo Intermittent Recovery Nível I, resistência de velocidade
REST). A mesma também monitorará os treinamentos pela escala de percepção de recuperação, escalas
de percepção de esforço e o controle das distâncias percorridas através de GPS e, anteriormente aos jogos
serão realizadas avaliações psicológicas (questionário sobre o perfil do estado de humor BRUMS), análise
bioquímica da Creatina Quinase, e filmagem dos jogos para a avaliação do desempenho técnico e tático
(estatística dos jogos oficiais através do scout técnico).
Você adolescente, integrante deste grupo de futebolistas, não precisa participar da pesquisa se
não quiser, é um direito seu, e não terá nenhum problema se desistir.
A pesquisa será realizada nas categorias de base do São Paulo Futebol Clube, no Centro de
Formação de Atletas Presidente Laudo Natel, localizado em Cotia-SP, que dispõe de toda estrutura
necessária caso ocorra algum desconforto físico ou mental, com departamento médico equipado para
prestação dos primeiros socorros, e que em casos mais graves conta com ambulância própria e motoristas
disponíveis para deslocamento até hospitais. A instituição coloca a disposição em todos os treinamentos e
jogos, médicos e profissionais como: enfermeiros, massagistas, fisioterapeutas e educadores físicos com
treinamento em primeiros socorros.
Foi esclarecido que o desenvolvimento da pesquisa foi autorizado pela coordenação técnica das
Categorias de Base do São Paulo Futebol Clube e que você, pelo qual sou responsável, foi selecionado
para participar da pesquisa supra intitulada.
Poderei entrar em contato com os responsáveis pelo estudo – Profa. Dra. Maria Regina Ferreira
Brandão (11) 98381-xxxx ([email protected]) e Prof. Msdo. Adriano Titton Garcia (11) 99764-xxxx
Ao concluir o projeto de pesquisa, você terá como benefícios, maior conhecimento sobre suas
características da aptidão e recuperação física, além de poder comparar a evolução dos indicadores de
rendimento específico pelo Scout, permitindo melhor entendimento dos aspectos de preparação esportiva.
78
Ninguém saberá que você está participando da pesquisa, não falaremos a outras pessoas, nem
daremos a estranhos as informações que você nos der. Os resultados da pesquisa vão ser publicados, mas
sem que vocês adolescentes que participaram da pesquisa sejam identificados individualmente.
Se você tiver alguma dúvida, você pode me perguntar ou a pesquisadora Profa. Dra. Maria Regina
Ferreira Brandão. Eu escrevi os telefones na parte de cima desse texto.
Eu _______________________________________________________aceito participar da
pesquisa “Controle da carga de treinamento em uma intertemporada pré-competitiva e competitiva
com jovens futebolistas”. que tem o objetivo de analisar as cargas de treinamento e jogos impostas a
vocês futebolistas, através de diferentes parâmetros de controle da carga. Entendi as coisas ruins e as
coisas boas que podem acontecer. Entendi que posso dizer “sim” e participar, mas que, a qualquer
momento, posso dizer “não” e desistir que ninguém vai ficar furioso. Os pesquisadores tiraram minhas
dúvidas e conversaram com os meus responsáveis.
Recebi uma cópia deste termo de assentimento e li e concordo em participar da pesquisa.
São Paulo, ____/_____/2014.
___________________ _________________________________
Assinatura do Menor Profa. Dr. Maria Regina Ferreira Brandão
Universidade São Judas Tadeu
___________________________
Prof. Msdo. Adriano Titton Garcia
Universidade São Judas Tadeu
79
80