Adaptação à Creche

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    Instituto Politécnico de Santarém

    Escola Superior de Educação

    Mestrado em Educação Pré-Escolar

    Carolina dos Santos Alves

    Santarém, 2014

    Adaptação da Criança àCrechePerspetiva Ecoló ica da !daptação em "rec#e

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    $%uando &alamos de adaptação ' crec#e &alamos do modo como a criança entra e e(perienciao conte(to crec#e, a partir da sua #istória relacional processada e inte rada e do modo como a

    sua or ani)ação é inte rada e trans&ormada nas novas relaç*es+

    a.riela Portu al /1 , p 1 3

    2

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    Agradecimentos

    ! radeço ao meu rientador, o Pro&essor 5outor 6amiro Mar7ues, pela motivação, pelo apoio,disponi.ilidade e dedicação, só assim &oi poss8vel a concreti)ação deste tra.al#o

    ! radeço ' min#a &am8lia pelo apoio incondicional, compreensão e por estarem semprepresentes Especialmente aos meus pais, irmã e avós 7ue sempre me apoiaram

    !o meu namorado 9ilipe Silva, pela presença, motivação, compreensão e encora:amento,&undamental no desenvolvimento deste relatório

    ! todos os cole as e ami os, pelas palavras de incentivo ao lon o de todo este morosopercurso

    ! todas as educadoras, au(iliares, &am8lias, e respetivas crianças, com 7uem contactei na"rec#e e Pré-escolar, pelas opini*es e &eed.ac;s sempre enri7uecedores e por toda acon&iança depositada para a reali)ação deste estudo

    I

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    Resumo

    presente estudo a.orda o tema da adaptação em "rec#e, tendo como o.:etivo principalcompreender al umas das di&iculdades sentidas durante este processo pelos v=rios

    intervenientes> as crianças, os pais e os pro&issionais de educação Pretende tam.émcompreender se e(istem comportamentos &acilitadores no processo de adaptação e, em casoa&irmativo, 7uais são Este tra.al#o &oi ela.orado numa sala de "rec#e de uma IPSS do distritode Santarém ! amostra é constitu8da por 7uatro crianças com idades compreendidas entre os

    e os 1? meses /' data de inicio das o.servaç*es3 @o 7ue respeita ' metodolo ia utili)ada,&oram reali)adas o.servaç*es naturalistas em dois momentos distintos /no primeiro dia de&re7uAncia da "rec#e e um mAs depois3, um dos pais das crianças o.servadas e os doiselementos da e7uipa de sala responderam a uma entrevista semidiretiva depois de terminadas

    as o.servaç*es @o &inal deste estudo, após an=lise e cru)amento de toda a in&ormação o.tidana &ase de recol#a de dados, &oi poss8vel concluir 7ue identi&icaram-se di&iculdades sentidas noprocesso de adaptação

    Palavras-chave > adaptação, "rec#e, 7ualidade, transição, vinculação

    Abstract

    B#e present studC approac#es t#e t#eme o& adaptation in ;inder arten, #avin as main oalunderstand some o& t#e di&&iculties &elt durin t#is process .C t#eir actors> c#ildren, parents andeducation pro&essionals !im to understand i& t#ere are &acilitatin .e#aviors in t#e process o& adaptation and, in suc# case, D#at are t#eC B#is studC Das done in a ;inder arten o& a "#aritCInstitution &rom Santarém district B#e sample Dere &our c#ildren Dit# a es .etDeen nine and&i&teen mont#s old /D#en o.servations .e un3 #at concerns to t#e used met#odolo C,naturalistic o.servations Dere per&ormed in tDo distinct moments /t#e &irst daC o& &re7uencC in;inder arten and a mont# later3, one parent and t#e tDo elements o& t#e room team ansDeredto a semi-directive intervieD a&ter t#e o.servations &inis#ed !t t#e end o& t#is studC, a&ter analCsis and crossin all in&ormation o.tained durin t#e p#ase o& data collection, it Daspossi.le to conclude t#at c#an es in t#e educational environment #ad a positive in&luence onc#ildrenFs inte ration in ;inder arten and Dere identi&ied di&&iculties &elt in t#e adaptationprocess

    Keywords adaptation, ;inder arten, 7ualitC, transition, attac#ment

    II

    4

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    !ndice "eral

    ! radecimentos

    6esumo

    Gndice eral

    Gndice de !ne(os

    Introdução

    Parte I H Est= io

    1 "onte(tos de Est= io

    1 1 alAncia de "rec#e

    1 2 alAncia de Pré-Escolar

    2 Percurso de 5esenvolvimento Pro&issional

    < Percurso investi ativo

    Parte II H %uestão de Pes7uisa

    1 5e&inição do pro.lema

    2 "aracteri)ação da amostra e instrumentos de recol#a de dados

    < 5esenvolvimento da "riança dos )ero aos dois anos

    < 1 5esenvolvimento "o nitivo

    < 2 5esenvolvimento Psicossocial

    < < 5esenvolvimento Psicomotor

    < 4 5esenvolvimento da Jin ua em

    < ? inculação

    4 alAncia de "rec#e

    ? ! adaptação em "rec#e

    K !n=lise de 5ados e "onclus*es

    K 1 !n=lise das o.servaç*es reali)adas 's crianças

    K 2 !n=lise das entrevistas

    6e&le(ão 9inal e "onclusão6e&erAncias Li.lio r=&icas

    ?

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    !ne(os

    K

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    !ndice de Ane#os

    !ne(o ! K1

    !ne(o L K2 !ne(o " K<

    !ne(o 5 K4

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    $ntrodução

    $ / 3 Para se desenvolverem as pr=ticas de acol#imento da criança e &acilitar o processo deseparação importa considerar todo o campo da relação, considerando a criança e os paisNimporta 7ue os adultos da crec#e se:am considerados respons=veis e capa)es de iniciativascriadoras no seu tra.al#o, podendo investir na o.servação da criança e na an=lise das suaspróprias pr=ticas +

    a.riela Portu al /1 , p 1 23

    Este tra.al#o de investi ação pretende re&letir al umas das min#as preocupaç*es, en7uantopro&issional de educação, na medida em 7ue me deparei &re7uentemente com al umassituaç*es de di&iculdade de adaptação, tanto das crianças como dos pais, no conte(to de"rec#e

    ! mel#or &orma de c#e ar a todos os intervenientes deste processo de adaptação éo.viamente, con#ecer as suas realidades, an Ostias, dOvidas, medos e necessidades, dando-l#es vo) e oportunidade de mel#orarem as suas competAncias contri.uindo, neste casoespec8&ico, para uma adaptação calma, tran7uila, se ura e e7uili.rada

    @o decurso desta investi ação &oram reali)adas o.servaç*es naturalistas a crianças navalAncia de crec#e, entrevistas ' educadora respons=vel pela sala de crec#e de uma IPSS erespetiva au(iliar de ação educativa 9oi i ualmente aplicada uma entrevista a um pai de umadas crianças a &re7uentar esta valAncia Beria sido pertinente reali)ar mais entrevistas aencarre ados de educação, mas in&eli)mente não &oi mostrada nen#uma disponi.ilidade daparte dos restantes pais

    "om este estudo pretendi investi ar como est= a ser concreti)ado na realidade o processo deadaptação da criança ' crec#e, 7uais as estraté ias utili)adas pelas Instituiç*es de Ensino,incluindo as educadoras respons=veis pelas salas, e 7ual o papel e os sentimentos vivenciados

    pelos pais e respetivas crianças em todo este processo

    Pretendi desta &orma, após a an=lise da situação real e con&rontando-a com a situação 7ueseria, se undo diversos autores e especialistas, a ideal, delinear al umas estraté ias com oo.:etivo de mel#orar e tornar este processo de adaptação o mais #armonioso poss8vel paratodos os intervenientes> criança, &am8lia e instituição

    5o ponto de vista da sua estrutura este tra.al#o divide-se em duas partes> os est= ios deintervenção /descrição dos conte(tos e autodia nóstico3Na revisão da literatura e o estudo

    investi ativo Para concluir, este relatório termina com uma re&le(ão &inal 7ue visa e(plicar em

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    7ue medida os dois est= ios de mestrado e o tra.al#o investi ativo contri.u8ram para o meudesenvolvimento pro&issional

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    Parte $ % & 'st(gio

    )* Conte#tos de 'st(gio

    )*) +al,ncia de Creche

    meu primeiro est= io &oi reali)ado numa instituição particular de solidariedade social daresponsa.ilidade da i re:a católica e da comunidade local com &ins educacionais da pessoa#umana Este est= io &oi reali)ado na valAncia de crec#e, numa sala de dois anos

    ! instituição possu8a um ardim de In&Qncia, constitu8do por duas valAncias de "rec#e e umade Pré-Escolar, o 5epartamento de 6ecursos Rumanos e o 5epartamento 9inanceiro e !dministrativo !s crec#es situavam-se no 1 andar da ala direita e es7uerda, sendo compostaspor .erç=rio, sala de 1 ano, sala de 2 anos e re&eitório, sendo 7ue uma das alas tem uma salamista para 1 e 2 anos ! valAncia de ardim de In&Qncia situa-se no rTc do mesmo edi&8cio,sendo constitu8da por seis salas> duas de trAs anos, duas de 7uatro anos e duas salas de cincoanos s utentes destas valAncias podiam ainda usu&ruir de dois espaços e(teriores /p=tios3parcialmente co.ertos Bodos estes espaços estavam e7uipados com material did=tico diversose ade7uado 's idades

    Esta Unidade possu8a ainda uma co)in#a 7ue con&ecionava, diariamente, as re&eiç*es de

    almoço e lanc#e e um re&eitório, 7ue se destinava aos utentes e &uncion=rios a&etos a todas asvalAncias da Unidade

    Sendo a criança um ser em desenvolvimento pro ressivo, individual e di no do mais pro&undorespeito, necessita de um local onde deva ser amada, respeitada na sua ori inalidade ea:udada a crescer #armoniosamente Bendo em atenção estas consideraç*es, as salaso.edeciam a uma determinada lotação, 7ue tin#a em conta a idade das crianças, sendo a&re7uAncia mista, de rapa)es e rapari as, provindas de meios socioeconómicos e culturais

    diversos, residindo em v=rias &re uesias da cidade

    !s Educadoras de In&Qncia das respetivas valAncias ela.oravam o seu Pro:eto Peda ó ico deSala e o seu Plano de !tividades, de acordo com os interesses e necessidades espec8&icas decada rupo de crianças ! pro.lem=tica escol#ida tin#a como o.:etivo principal &omentar nascrianças atitudes de respeito e de valori)ação cr8tica pelo meio am.iente, .em como na inter-relação com os seus pares

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    "a.e a todos proporcionar e(periAncias de aprendi)a em 7ue promovam valores nas crianças,de &uturos cidadãos conscientes e preocupados com eles próprios, com os outros, com o meioam.iente e com o Planeta em 7ue vivem

    E(istia uma .oa relação entre o pessoal docente, não docente, crianças e pais, na medida em7ue tentavam ir sempre ao encontro das necessidades de todas as crianças

    $ s pro&issionais 7ue tra.al#am com crianças muito pe7uenas não apenas necessitam de7ualidades muito especiais como tam.ém de con#ecimentos e &ormação ade7uada ao&ornecimento de e(periAncias de aprendi)a em e desenvolvimento +

    Portu al /1 , p 1 3

    Em relação ao rupo de crianças, era um rupo com dois anos de idade, constitu8do por de)oito crianças, no entanto trAs desistiram e entraram duas novas, durante o nosso est= ioPermanecendo assim 1 crianças na sala, seis do se(o &eminino e on)e do se(o masculino

    Eram crianças mei as, a&etuosas, ale res e .rincal#onas, ostavam muito de $mimo+ e daatenção do adulto Se undo oão dos Santos, citado por Lranco /201 aprende a &alar, por7ue a mãe l#e &alaN

    aprende a servir-se do l=pis, por7ue vA os adultos servirem-se deleN pinta, por7ue a cor e adesco.erta da &orma a colocam em contacto com os outros e com o meio, por7ue estasatividades a emocionam Lrincavam em pe7uenos rupos, não sendo sempre os mesmoselementos, veri&i7uei 7ue os rupos &ormavam-se espontaneamente, consoante o interesse das.rincadeiras !s di&erenças de se(o no 7ue di) respeito 's escol#as das .rincadeiras não erammuito vis8veis, e(istiam al umas situaç*es mas não eram muito &re7uentes

    Este era um rupo 7ue apesar de estar na &ase do e ocentrismo começava a sa.er partil#ar os

    .rin7uedos e em termos emocionais conse uia controlar minimamente a sua a ressividade,apesar de acontecerem sempre episódios de .irras e desentendimentos entre elas, como&orma de protesto e de c#amada de atenção

    Em termos do desenvolvimento motor, as crianças camin#avam independentemente, corriam,saltavam, dançavam e transportavam diversos o.:etos

    rupo adorava #istórias, .em como ouvir canç*es e cant=-las, pois a educadora incentivava

    constantemente as crianças a cantar Para Ro#mann e ei;art /200 , p <

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    desenvolver a motricidade rossa, interiori)ar re ras, e(pressar o sentido r8tmico, e(plorar ocorpo e complementar a noção de espaço e de tempo

    !l umas crianças sa.iam construir &rases completas e com sentido, dialo ando umas com as

    outras en7uanto .rincavam, eram muito o.servadoras e ostavam de e(plorar e e(perimentar,principalmente nas .rincadeiras livres

    ! maioria das crianças deste rupo encontrava-se per&eitamente en7uadradas na rotina di=ria eal umas delas mostravam-se .astante autónomas, essencialmente nas re&eiç*es e na sua#i iene, sendo 7ue apenas cinco crianças usavam &raldas

    V importante re&erir 7ue a criança 7ue entrou para a crec#e na nossa terceira semana deest= io := estava completamente inte rada no rupo e na rotina, teve uma e(celente adaptaçãoao novo meio, tendo só estran#ado e c#orado no primeiro dia = a se unda criança 7ue entroutam.ém recentemente para o rupo /em de)em.ro3, não teve uma adaptação ' escola assimtão positiva como a criança anterior @os primeiros dias não suportava o to7ue, nem na mudada &ralda, não conse uia estar sentado muito tempo, sendo uma criança .astante irre7uieta

    !ntes de terminar o est= io, em :aneiro, not=mos uma rande evolução nesta criança, pois :=7ueria vir para o nosso colo, := cantava a canção do .om dia e &icava sentado a ouvir #istóriase ' mesa durante as re&eiç*es, e := estava tam.ém a começar a controlar os es&8ncteres

    Em relação ao Pro:eto de Sala da educadora, estava muito em sintonia com o Pro:eto daInstituição $Educar para a ida+, uma ve) 7ue compete ao educador articular o re&eridodocumento e os interesses das crianças, com estreita cola.oração com os seus parceiroseducativos /&am8lias, comunidade3, num processo re&le(ivo de o.servação, planeamento, açãoe avaliação

    pro:eto de crec#e tin#a como princ8pio &undamental, uma construção de relaç*es a&etivas

    7ue permitam ' criança uma se urança emocional @o meu ponto de vista, apesar de o pro:etode sala não ter tido tema, ac#o 7ue se remetia essencialmente para o .rincar, uma ve) 7ueessa é uma das randes $necessidades+ do rupo de crianças !s principais prioridades doPro:eto de Sala eram criar condiç*es para as crianças continuarem a aprender, não no sentidode uma preparação para a escolaridade o.ri atória, mas sim no sentido de educação para avida, devendo proporcionar ' criança condiç*es para a.ordar com sucesso a etapa se uinte,através da sua autoestima e autocon&iança, desenvolvendo competAncias 7ue permitam 7uecada criança recon#eça as suas possi.ilidades e pro ressos Este pro:eto pretendia dar

    oportunidade ' criança de se desenvolver a n8vel a&etivo, social e intelectual, assim como de

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    estruturar e e(primir o seu pensamento, de criar, de desenvolver o seu e7uil8.rio, de &ormar oseu car=ter e de a&irmar a sua própria identidade

    pro:eto educativo desenvolvido por mim e pelo meu par de est= io teve como tema $o

    .rincar+, uma ve) 7ue essa era uma das randes $necessidades+ do rupo de crianças Vatravés do .rincar 7ue levamos a criança a desco.rir-se e a con#ecer-se a si própria .emcomo a compreender os outros, crescendo, vivenciando os diversos sentimentos e resolvendoos seus próprios con&litos, por ve)es a $.ri a+ entre duas meninas por causa de um .onecopode ser mais construtivo do 7ue al uma ve) podemos pensar

    V a .rincar 7ue vamos levar a criança a con#ecer-se a si própria e a compreender os outros !.rincadeira in&antil é uma espécie de miniatura da &utura vida em comunidade, com todas as

    suas esperanças, as suas ale rias e &rustraç*es V a .rincar 7ue a criança cresce, e(perimentasentimentos e resolve con&litos

    Para Romem /200 , p 2 promover momentos depuro .em-estar e .rincadeira livreN desenvolver a li.erdade de escol#aN ampliar a capacidadede sociali)açãoN e estimular a autonomia

    !s atividades &oram o meio de alcançar os nossos o.:etivos 9oram plani&icadas e pensadas deacordo com o 7ue 7uer8amos tra.al#ar em cada semana, sempre em con:unto com aeducadora Bam.ém &oram utili)adas todas as .rincadeiras livres e espontQneas 7ue sur iamdurante o est= io 7ue eram pertinentes desenvolver

    Sendo assim as estraté ias por nós de&inidas &oram> a.ordar as crianças individualmente e empe7ueno ou rande rupoN privile iar a interação com as crianças nos momentos de atividadelivreN utili)ar materiais diversi&icados e apelativosN promover conversas em rupo 7ue

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    proporcionem a participação ativa de todas as criançasN desenvolver atividades centradas nae(ploração livre, assim como do próprio corpo

    Em relação ' avaliação tivemos sempre presente as caracter8sticas do rupo e da &ai(a et=ria ! nossa avaliação passou por uma o.servação di=ria das atitudes e comportamentos dascrianças &ace 's atividades propostas e &ace 's suas .rincadeiras espontQneas, visto 7ue, emmuitos casos &oram elas 7ue condu)iram as nossas atividades

    "omo educadoras devemos estar sempre a.ertas a uma an=lise coerente entre os o.:etivos7ue colocamos, as nossas atitudes durante o relacionamento e as atividades 7ue propomos !autoavaliação partiu da nossa plani&icação

    Procur=mos tam.ém sa.er se no &im de cada intervenção os nossos o.:etivos &oraminteriori)ados pelas crianças através de 7uest*es diretas ou de :o os, so.re o 7ue tivemos adesenvolver Utili)=mos tam.ém re istos di=rios /di=rios de .ordo3 e &oto ra&ias

    6elativamente a al umas atividades reali)adas durante o per8odo de est= io, numa dassemanas decidi tra.al#ar o inverno, visto esta ser a estação do ano onde nos encontr=vamos edevido ao &acto de e(istirem diversas atividades interessantes 7ue se podem tra.al#ar com ascrianças

    Uma das atividades dessa semana 7ue eu ac#o 7ue correu menos .em &oi a construção de

    .onecos de neve com al odão, 7ue consistia em colocar pedaços de al odão num .oneco deneve impresso numa &ol#a !4 Um dos aspetos ne ativos, na opinião da educadora, &oi o &actode ter &eito a impressão dos .onecos de neve numa &ol#a demasiado pe7uena, o 7ue na min#aopinião ac#o 7ue se os tivesse &eito maiores as crianças iam demorar imenso tempo a reali)ar a atividade Esta atividade &oi reali)ada em pe7ueno rupo, sendo 7ue as restantes criançasestavam em pe7uenos rupos a &a)er :o os simples com a educadora, para além disso ascrianças demonstraram .astante empen#o e precisão na cola em do al odão nos espaçosdelimitados, e não tiveram nen#uma di&iculdade senão no &acto de o al odão se colar v=rias

    ve)es 's suas mãos@o meu Oltimo dia de intervenção, 7uis &a)er al o especial, 7ue trou(esse ale ria e .oadisposição 's crianças Posto isto, pensei nas .olas de sa.ão 7ue é al o muito simples, masao mesmo tempo .astante divertido de se &a)er com o rupo, e as crianças adoram E penso7ue &oi isso 7ue aconteceu durante esta atividade, a maioria das crianças mostraram-seinteressadas e satis&eitas com a .rincadeira das .olas de sa.ão Mas, contudo, #ouve umacriança 7ue se manteve sentada e muito enver on#ada no tapete no decorrer da atividade,apesar disso, após eu ter ido v=rias ve)es ao pé dela &a)endo .olas de sa.ão e incentivando-aa &a)er tam.ém, ela aca.ou por se levantar e :untar-se ao rupo de crianças Esta &oi, na min#aopinião, umas das atividades mais positivas do est= io na valAncia de "rec#e

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    5urante o per8odo de est= io, de uma maneira eral, pensamos ter conse uido concreti)ar oso.:etivos propostos mas de uma &orma ampla, por e(emplo, todas as terças-&eirasproporcion=vamos ao rupo diversos momentos direcionados para a .rincadeira e para ae(ploração livre de o.:etos diversi&icados

    6elativamente 's rotinas di=rias, &oi notória a pro ressão de al umas crianças, por e(emplo nocontrolo dos es&8ncteres, podemos o.servar 7ue uma criança 7ue no in8cio do nosso est= iousava &ralda e apenas ia ao .acio nos momentos de #i iene começou mais tarde a 7uerer utili)ar a sanita autonomamente, apenas com o adulto por perto 5irecionando ainda a atençãopara essa mesma criança, veri&ic=mos 7ue a mesma evoluiu pro ressivamente no processo dedesmame da c#uc#a, pelo menos durante o dia

    9oi notório tam.ém, durante o momento da sesta, 7ue a maioria das crianças 7ue ainda não

    controlava os es&8ncteres /e(cetuando as crianças 7ue ainda usavam &ralda3, a partir de umacerta altura começou a &a)A-lo, #avendo, como é natural, e(ceç*es meramente pontuais Eraevidente a pura satis&ação das crianças ao perce.erem 7ue não tin#am &eito $(i(i na cama+, esa.erem 7ue ao contarem iriam ser con ratuladas

    !s estraté ias de&inidas &oram e(ecutadas com sucesso ao lon o do est= io, essencialmente ainteração com as crianças nos momentos de atividades livres, sendo este um dos pontos mais&ortes do pro:eto, onde as crianças .rincavam livremente em pe7uenos rupos nos diversos

    cantin#os da sala e nós simplesmente nos envolv8amos, conversando in&ormalmente eparticipando na .rincadeira

    Em relação ' avaliação, os recursos 7ue utili)ados &oram .aseados em re istos &oto r=&icos eescritos, e em o.servaç*es diretas /envolvimento e .em-estar da criança3 no conte(to doest= io

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    )* +al,ncia de Pr.-'scolar

    meu est= io &oi reali)ado num ardim de In&Qncia pO.lico, numa sala multiet=ria /

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    Principalmente na #ora do recreio .rincavam em pe7uenos rupos, sendo eralmente osmesmos elementos !s di&erenças de se(o no 7ue respeita 's escol#as das .rincadeiras eram,

    eralmente, muito vis8veis, em diversas situaç*es como no &a) de conta e mesmo :o os como aapan#ada ou as escondidas, os meninos .rincavam com meninos e as meninas com meninas

    ! educadora tentava tra.al#ar estas 7uest*es de énero na sala, por e(emplo no tapete &icavasempre um menino e uma menina, assim como no com.oio, os pares eram sempre dedi&erentes se(o, apesar de o rupo nem sempre concordar

    $! educação para a cidadania deve tra.al#ar-se desde a mais tenra in&Qncia de &ormaa.ran ente, tal como é a.ran ente a &orma como desde cedo as crianças aceitam e inte rampositivamente a diversidade+

    "ardona /200 , p 4 3

    !través de uma reunião reali)ada no in8cio do nosso est= io com as educadoras da instituição,perce.emos 7ue as mesmas reali)avam o seu pro:eto de sala de acordo com o Pro:eto daInstituição e o P!! /Plano !nual de !tividades3, plani&icando e reali)ando atividades emcon:unto !o lon o dos trAs per8odos as educadoras da instituição reali)aram diversos pro:etos>no primeiro per8odo o pro:eto tin#a o nome de $W desco.erta do eu e dos outros, no se undoper8odo $W desco.erta+, e no Oltimo per8odo o pro:eto tin#a o nome $!s nossas desco.ertas+ Pro:eto da nossa Sala, estava articulado com o Pro:eto da Instituição, 7ue tin#a o nome $!

    @ature)a e a !rte+, uma ve) 7ue compete ao educador articular o re&erido documento e osinteresses das crianças, com estreita cola.oração com os seus parceiros educativos /&am8lias,comunidade3, num processo re&le(ivo de o.servação, planeamento, ação e avaliação Pro:eto de Sala da educadora articulava-se com as "EPE, por estas considerarem dee(trema importQncia desenvolver na criança a e(pressão e comunicação, através delin ua ens mOltiplas, assim como a participação democr=tica na vida do rupo, como meio&undamental na &ormação pessoal e social ! educadora considerou pertinente desenvolver oPro:eto de Sala tendo em atenção as caracter8sticas das crianças e as di&iculdades sentidas, o

    seu principal o.:etivo era proporcionar 's crianças momentos de e(ploração e desco.erta epromover o desenvolvimento de competAncias, utili)ando meios 7ue correspondam 'scaracter8sticas das crianças, promovendo os valores da ami)ade, da partil#a e de respeito por si próprio e pelo outro assim como, pela nature)a e mundo 7ue a rodeia, promovendo umacidadania democr=tica e respons=vel

    !s prioridades educativas 7ue sustentavam o desenvolvimento do Pro:eto de Sala assentavamna Jei H %uadro da Educação Pré-Escolar, as "EPE, constituindo estas a principal re&erAnciano suporte ' pr=tica da educadora

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    6elativamente ao pro:eto educativo desenvolvido :untamente com meu par de est= io, tevecomo tema a @ature)a ! escol#a deste tema para o nosso pro:eto :usti&icou-se por emdiversas conversas com o rupo de crianças perce.emos o interesse destas em mostrar osdiversos con#ecimentos 7ue := tAm relativamente aos elementos diretamente li ados '

    nature)a, como as plantas e as alteraç*es destas com a mudança das estaç*es do ano, osanimais, entre outras coisas mas tam.ém em aprender sempre mais so.re o assunto

    V relevante re&erir i ualmente a importQncia de a.ordar temas li ados ' nature)a, sendo 7ue ocontacto da criança com a nature)a é &ulcral no 7uotidiano desta na educação pré-escolar, por isso, o educador deve &oment=-lo, de modo 7ue as crianças não oiçam somente &alar danature)a e da sua importQncia, mas 7ue tam.ém a e(plorem através dos sentidos /tocando,c#eirando, vendo, ouvindo, sa.oreando3 E, de &acto, é vis8vel 7ue as crianças &icam .astante

    entusiasmadas sempre 7ue #= uma sa8da ao e(terior e podem .rincar em espaços verdes,portanto, #= 7ue aproveitar este seu interesse e levar a 7ue o sentimento da criança pelanature)a se:a re&orçado, sendo 7ue 7uanto maior &or o osto e respeito por esta, maispreocupação #aver=, da sua parte, em preserv=-la

    !l umas das &inalidades do nosso pro:eto &oram> desenvolver a capacidade de atenção eo.servaçãoN contactar com a @ature)aN ter consciAncia da importQncia do meio am.ienteNad7uirir #=.itos de cuidado e preservação do meio am.ienteN o.ter con#ecimentos acerca da&auna e da &loraN e con#ecer al umas pro&iss*es relacionadas com a preservação da nature)a

    !ntes de avaliar teve-se 7ue ter presente as caracter8sticas do rupo e da &ai(a et=ria !avaliação passou por uma o.servação di=ria das atitudes e comportamentos da criança &ace 'satividades propostas e &ace 's suas .rincadeiras espontQneas, visto 7ue, em muitos casos&oram elas 7ue condu)irão as nossas atividades

    "omo educadoras deveremos estar sempre a.ertas a uma an=lise coerente entre os o.:etivos7ue colocamos, as nossas atitudes durante o relacionamento e as atividades 7ue propomos !autoavaliação partiu das plani&icaç*es, e &icou contida nas re&le(*es semanais

    Procurou-se sa.er se no &im de cada intervenção os o.:etivos &oram interiori)ados pelascrianças através da o.servação direta das crianças, com re isto no di=rio de .ordo/envolvimento, interesse pelas atividades e con#ecimentos ad7uiridos3N reali)ação de7uestion=rios e conversas com as criançasN produção de re istos &oto r=&icos das criançaseTou das situaç*esN an=lise das produç*es das criançasN rel#as de o.servaçãoN e de re&le(*essemanais

    Em relação 's atividades reali)adas no Qm.ito do Pro:eto Educativo, #ouve umas menospositivas 7ue outras Uma delas &oi uma atividade so.re as pro&iss*es 7ue consistia em

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    7uestionar as crianças so.re as pro&iss*es dos pais e delas próprias para posteriormente &a)er um re isto r=&ico

    ! atividade não correu como eu esperava, pois o rupo estava muito in7uieto e &alador, e tivede interromper a atividade v=rias ve)es para acalmar o rupo ! atividade começou por ser introdu)ida com uma pe7uena conversa so.re o dia do tra.al#ador e o 7ue é uma pro&issão,nesta conversa #ouve uma participação redu)ida por parte das crianças Uma ve) 7ue no &im-de-semana era dia da mãe per untei ao rupo 7ual a pro&issão das suas mães, neste momento := #ouve uma maior participação

    ! atividade mais positiva deste est= io &oi uma dramati)ação da #istória do @a.o i antende contei a #istória [email protected] i ante, e a se uir ' leitura da #istória relem.rei com o rupo os

    diversos animais e a sua respetiva 7uantidade 5e se uida pass=mos ' dramati)ação da

    #istória com todo o rupo, distri.uindo as v=rias persona ens /vel#in#o, vel#in#a, vaca, porcos,atos, alin#as, ansos, can=rios e o rato3 pelas crianças

    Penso 7ue todas as crianças adoraram esta Oltima atividade, pois participaram .astante eestavam muito divertidas @a min#a opinião, ac#o 7ue &oi das atividades 7ue correu mel#or,pois para além de ter corrido .em, &oi &eita uma .oa estão de tempo e uma or ani)ação muitopositiva, assim como um .om controlo do rupo

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    * Percurso de /esenvolvimento Pro0issional

    @o est= io reali)ado na valAncia de "rec#e os aspetos 7ue dominei mel#or na pr=tica-peda ó ica, &oram a interação nas atividades livres, por7ue es7uecia-me um pouco se estava

    a &a)er .em ou mal e .rincava e conversava muito com eles, per untando por e(emplo $o 7ueestão a &a)erX+, $como se c#ama o .e.éX+, $se é menino ou meninaX+, a:udava-os a &a)er construç*es, contava #istórias em pe7ueno rupo, &a)ia :o os de en&iamentos, encai(es, etc

    Para 9ormosin#o et al /200K3 o tempo 7ue o educador passa com uma criança desempen#aum &orte papel na sua construção da moralidade e no esta.elecimento de relaç*es !o passar tempo a sós com o educador, a criança sente-se especial e conclui 7ue o educador sepreocupa enuinamente com ela Por outro lado, este tempo a sós permite ao adulto con#ecer mel#or cada criança e &ocar-se mais nos traços mais positivos da personalidade da criança

    !través desta interação di=ria aca.ei por conse uir con#ecer cada criança individualmente, eperce.er 7uais as suas di&iculdades encontradas em cada tipo de tare&a 7ue propun#a ou emal um tipo de .rincadeiras 7ue eles desenvolviam Muitas das ve)es é tam.ém nas conversas7ue temos com as crianças 7ue nos aperce.emos se sa.em ou não o 7ue pretendemos oumesmo na produção dos tra.al#os reali)ados

    Bentei tam.ém sempre incentiv=-los ao m=(imo nas v=rias tare&as, como por e(emplo 7uandoterminavam um :o o di)ia para irem arrumar e se 7uisessem tra)iam outro, assim de umamaneira simples estava a ensinar-l#es a arrumar, a dar uma instrução e tam.ém a &a)er com7ue :o assem outro tipo de :o os e a estimul=-los

    utro aspeto positivo na min#a pr=tica em "rec#e, penso 7ue &oi o dom8nio 7ue conse ui ter no rupo, pois se eu não o con#ecesse minimamente, ou se o rupo não me con#ecesse amim tam.ém, não ia conse uir ter controlo so.re ele, e é importante 7ue as crianças se sintam&amiliari)adas e ' vontade perante o adulto 7ue o diri e 6elacionado com este &acto, est=tam.ém a orientação do rupo nas atividades reali)adas por mim, pois conse ui direcionar as

    crianças para a7uilo 7ue era suposto &a)er nas mesmas

    ! min#a relação com as crianças &oi .astante positiva na medida em 7ue as crianças nãoestran#aram a min#a presença no in8cio, e demonstraram-se recet8veis 's intervenç*es 7ue eu&ui esta.elecendo com elas, inclusive 's min#as atividades planeadas 9ui-me inte randodiretamente com as crianças tanto nas suas rotinas di=rias /#i iene, re&eiç*es e repouso3 comonoutras atividades desempen#adas

    9oi muito estimulante para mim o.servar a &orma como a educadora e as au(iliares reali)avam

    as suas tare&as e atividades solicitando sempre a min#a a:uda e opinião, &a)endo-me sentir .astante Otil e satis&eita por poder participar

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    @o 7ue di) respeito #= min#a inte ração na comunidade escolar posso di)er 7ue &oi positiva@o primeiro dia, a coordenadora da instituição apresentou-nos todos os espaços da instituição,assim como todo o pessoal docente e não docente 7ue se disponi.ili)ou para nos a:udar emtudo o 7ue precis=ssemos ! relação com a educadora e com a au(iliar penso 7ue mel#orou de

    dia para dia, pois no in8cio ainda não tin#a muita con&iança nem ' vontade para as 7uestionar,solicitar al o ou ter conversas in&ormais !pesar de a educadora nem sempre concordar comas atividades por nós plani&icadas, tendo 7ue modi&ic=-las ou até mesmo re:eit=-las, tenteisempre 7uestionar e pes7uisar so.re as suas :usti&icaç*es e opini*es acerca das mesmas, enão es7uecer a min#a própria opinião

    "onsiderei .astante acol#edor o am.iente vivido na instituição, sendo a relação entre aseducadoras, au(iliares, pais e crianças muito positiva, e e(istindo muita compreensão,

    entrea:uda, ami)ade, a&eto e motivação 7ue é a .ase de um crescimento saud=vel para ascrianças

    5urante o per8odo de est= io um dos aspetos 7ue eu senti al umas di&iculdades &oi na min#aprestação nas atividades planeadas pois &icava sempre um .ocado nervosa, e tin#a sempre.astante receio em relação 's reaç*es 7ue as crianças podem vir a ter

    !pesar de ter sentido uma evolução, principalmente nas #istórias, penso 7ue o &acto de aeducadora nem sempre ter dado um &eed.ac; em relação 's min#as atividades tam.ém não

    a:udou Eu enviava-l#e as min#as plani&icaç*es, &al=vamos acerca da semana 7ue se ia se uir,mud=vamos as atividades se &osse necess=rio, mas depois de intervir esperei sempre 7ue elano &im me dissesse o 7ue tin#a corrido .em ou mal, o 7ue não devia ter &eito ou dito e 7ueprecisava de mel#orar, e no entanto essa conversa não e(istia 9i7uei sempre sem sa.er aoconcreto o 7ue realmente tin#a 7ue mel#orar, e penso 7ue essa conversa ter-me-ia a:udadopara talve) não voltar a errar e mel#orar a min#a pr=tica

    utro aspeto da min#a pr=tica em "rec#e 7ue senti 7ue precisava de mel#orar eram osmomentos de transição entre as atividades, pois nunca l#es dei a devida importQncia e penso7ue se:a importante para o rupo de criança, uma ve) 7ue não é muito peda ó ico 7ue ascrianças &i7uem no tapete ' espera 7ue al o aconteça e sem nen#uma intervenção da nossaparte /dos educadores3 "ontudo, na min#a opinião, ac#o 7ue conse ui mel#orar este aspetona pr=tica peda ó ica de :ardim de in&Qncia

    @a min#a pr=tica-peda ó ica de :ardim de in&Qncia os aspetos mais positivos estiveram.astante relacionados com os da pr=tica anterior Um dos aspetos positivos &oi a min#ainteração com as crianças nas atividades não-orientadas pois não estava tão preocupada e

    &ocada em ter 7ue se uir a7uele uião c#amado plani&icação

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    Penso 7ue tam.ém &oi positivo da min#a parte o &acto de 7uando 7ueria introdu)ir al umaatividade tentava arran:ar sempre um elemento surpresa 7ue levasse o rupo a &icar maisatento e motivado para o 7ue ia &a)er Por e(emplo, uma das atividades 7ue eu propus, &oi apintura e cola em de papel em .or.oletas para o painel da primavera, e para e(plicar o 7ue

    eles iam &a)er e como ia &icar, levei um e(emplo de uma .or.oleta := &eita e &i) uma pe7uenadramati)ação com a mesma

    Para Portu al /1 , p 20 3 $ educador tem tam.ém um importante papel ao n8vel daestimulação da curiosidade da criança, de novas capacidades e impulsos de autonomia e deindependAncia +

    utro e(emplo &oi a utili)ação da $sa7uin#a+ das surpresas, 7ue suscitava .astante curiosidade's crianças Esta era uma saca, := e(istente na sala, com uma cara pintada, e através dela

    introdu)8amos v=rias ve)es as #istórias 7ue l8amos na #ora do conto, e escond8amos tam.émoutras surpresas de diversas atividades, como os &antoc#es

    6elativamente #= min#a inte ração na comunidade escolar posso a&irmar 7ue &oi positiva @oprimeiro dia /apresentação3, a nossa educadora apresentou-nos todos os espaços dainstituição, assim como todo o pessoal docente e não docente 7ue se disponi.ili)ou para nosa:udar em tudo o 7ue precis=ssemos ! relação com a educadora e com a au(iliar penso 7uemel#orou de dia para dia, pois no in8cio ainda não tin#a muita con&iança nem ' vontade para as

    7uestionar, solicitar al o ou ter conversas in&ormais Bodas as educadoras eram e(tremamenteacess8veis e dispon8veis

    ! min#a relação com as crianças &oi .astante positiva na medida em 7ue as crianças nãoestran#aram a min#a presença e demonstraram-se recet8veis 's intervenç*es 7ue eu &uiesta.elecendo com elas, inclusive 's min#as atividades planeadas 9ui-me inte randodiretamente com as crianças tanto nas suas rotinas di=rias como noutras atividadesdesempen#adas

    @o in8cio, senti-me um pouco inse ura na estão do rupo de crianças, uma ve) 7ue tudo eranovidade para mim, pois nunca tin#a esta iado na valAncia de :ardim-de-in&Qncia e devido ao&acto de ser um rupo multiet=rio !lém disso tam.ém tive al umas di&iculdades em sa.er por onde e como começar, isto é, 7ue tema a.ordar com as crianças e como o &a)er> se através deuma #istória, de uma conversa, de ima ens, tudo me passou pela ca.eça, tin#a imensas ideiasmas nem sempre conse uia se uir em &rente Para superar esta di&iculdade, recorri 'educadora para esta me a:udar !pós conversar com ela sentia-me sempre um pouco maisse ura para interpretar o meu papel ! educadora nas reuni*es semanais tin#a sempre o

    cuidado de sa.er o 7ue 7uer8amos tra.al#ar e por7uA, a:udando-nos com diversas ideias 7uedepois t8n#amos de &a)er uma seleção das mesmas @as Oltimas semanas de est= io := era

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    um pouco mais &=cil ele er os o.:etivos, as tem=ticas, e a partir deles or ani)ar a semana de&orma clara e inteli 8vel, com atividades 7ue a.ordassem diversas =reas de conteOdo, apesar de a &orma de as introdu)ir ter sido sempre a maior di&iculdade

    utro aspeto 7ue não &oi tão positivo na min#a pr=tica &oi o dom8nio do rupo, pois eramcrianças .astante a itadas e c#eias de vida e nem sempre conse uia ter controlo su&icienteso.re elas, e é importante 7ue as crianças se sintam &amiliari)adas e ' vontade perante oadulto 7ue o diri e !s situaç*es onde ocorria mais esta &alta de controlo do rupo era nosmomentos de tapete, talve) devido a al uma &alta de con&iança da min#a parte 6elacionadocom este &acto, estava tam.ém a orientação do rupo nas atividades reali)adas, pois nemsempre conse ui direcionar certas crianças para a7uilo 7ue era suposto &a)er nas mesmasdevido ao não cumprimento de re ras

    !pesar de tudo tive uma atitude calma e assertiva para tra.al#ar com o rupo de crianças,tentando sempre não l#es transmitir a min#a inse urança e &alta de con&iança, de modo atentar não $perder+ a atenção e respeito do rupo

    $ educador / 3 deve ser al uém 7ue esta.eleça limites claros e se uros 7ue permitam 'criança sentir-se prote ida de decis*es e escol#as para as 7uais ela ainda não tem su&icientematuridade, mas 7ue ao mesmo tempo permitam o desenvolvimento da autonomia eautocon&iança sempre 7ue poss8vel +

    Portu al /1 , p 1 3

    Em suma, o campo em 7ue senti mais di&iculdades em am.os os est= ios &oi na ela.oraçãodas plani&icaç*es Plani&icar, para mim era al o e(tremamente comple(o, por7ue e(i ia umaor ani)ação em termos de o.:etivos, e era mais &=cil partir das atividades, 7ue em muitoscasos estavam institu8das, do 7ue ol#ar para o rupo e pensar no 7ue eles 7ueriam, ounecessitavam realmente

    @a crec#e não e(istia um livro como as orientaç*es curriculares para o pré-escolar 7ue nos

    orientasse, apenas um documento da se urança social En7uanto no pré-escolar t8n#amos oapoio das "EPE e das metas 7ue aca.ava por tornar mais &=cil pensar e de&inir o.:etivos !pesar de no in8cio do est= io em :ardim de in&Qncia estar com um pouco receosa por ser um

    rupo com trAs &ai(as et=rias, conse ui sempre arran:ar atividades 7ue &ossem &le(8veis paratodas as crianças as reali)arem

    "om o decorrer dos est= ios, a min#a capacidade em plani&icar mel#orou .astante desde oin8cio do primeiro est= io, mas apesar disso ac#o 7ue ainda ten#o 7ue mel#orar al uns

    aspetos Porém, ac#o 7ue conse ui criar o meu próprio modelo de plani&icação

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    Em relação #= min#a capacidade de avaliar o rupo, penso 7ue esta se:a a etapa mais di&8cildentro da plani&icação, pois &oi um tema 7ue nunca nos &oi a.ordado na licenciatura e maistardiamente no mestrado 5urante todos os est= ios, o método de avaliação 7ue utili)eiessencialmente &oi a o.servação direta /envolvimento, .em-estar3 e re istos &oto r=&icos das

    atividades Esta etapa da plani&icação &oi uma etapa 7ue não &oi muito desenvolvida na min#apr=tica, talve) tam.ém por &alta de e(periAncia da min#a parte Bodavia, contri.u8ram para omeu con#ecimento, so.re a avaliação, as aulas das unidades curriculares de Peda o ia em"rec#e e em ardim de In&Qncia, pois &oi um tema a.ordado e apro&undado, e onde &oram&ornecidas diversas re&erAncias .i.lio r=&icas

    @ecessito de mais con#ecimento e apro&undamento cient8&ico, por7ue se considero importante7ue e(ista uma peda o ia di&erenciada nas aprendi)a ens das crianças tam.ém deveria e(istir

    na avaliação @a min#a opinião, o mesmo instrumento de avaliação não deveria servir paratodas as crianças

    $@o caso da educação de in&Qncia, o acto de avaliar, / 3, caracteri)a-se por uma randeespeci&icidade não só devido ' idade das crianças como tam.ém devido ' inde&inição curricular 7ue tem vindo a caracteri)ar este n8vel de ensino+

    "ardona /200 , p 103

    @o meu ponto de vista, é essencial con#ecer o desenvolvimento da criança a v=rios n8veis,

    .iopsicossociais, em todas as &ai(as et=rias V tam.ém importante 7ue este:amos atentos 'snovas e(i Ancias, 7uer da se urança social, 7uer do ministério da educação e 7ue ospossamos adaptar ao nosso rupo

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    1* Percurso investigativo

    !o lon o do per8odo de est= io em crec#e sur iram diversos aspetos concretos da realidadeo.servada 7ue me suscitaram 7uest*es e 7ue considerei 7ue deveria apro&undar Eram estes>

    como rece.er uma criança nova na salaX u se:a pes7uisar um pouco so.re a adaptação dacriança ' crec#e Pois durante este est= io entraram duas crianças novas para a sala, e comcomportamentos completamente di&erentes uma da outra ! educadora tentou dar maisatenção a cada uma dessas crianças, inte r=-la nas rotinas e no rupo, mas ac#o 7ue cadacriança é uma criança e é importante compreender as suas necessidades e a suapersonalidade !ssim ac#o 7ue &oi importante para mim pes7uisar e reali)ar di&erentes leituras.aseadas em diversos autores

    utra 7uestão relacionada com a anterior &oi como a educadora deve a ir lo o no primeiro diaem 7ue rece.e o rupo de crianças "omo reali)ar o acol#imento da criança, como criar uma.oa relação entre o rupo, tal como a relação da educadora com cada criança, entre outrasPara apro&undar este assunto pensei em reali)ar entrevistas &ormais e in&ormais a di&erenteseducadoras, para perce.er as di&erentes opini*es e situaç*es com 7ue := se depararam

    Um tema 7ue tam.ém me suscitou .astante interesse &oi o envolvimento parental, devido ao&acto de este ter sido a.ordado na unidade curricular $Peda o ia em "rec#e+, onde eu e o meupar de est= io reali)=mos um tra.al#o so.re o mesmo tema ! partir desse tra.al#o, tive

    acesso a .astante in&ormação so.re o assunto 7ue ac#ei muito pertinente para a nossapro&issão en7uanto educadora, uma ve) 7ue a relação 7ue esta.elecemos com a &am8lia é umponto de partida para a construção de uma relação positiva com a criança Perante isto, resolvi&a)er uma &ic#a de leitura com .ase em diversas pes7uisas

    Uma das 7uest*es 7ue me sur iu durante o est= io em :ardim &oi, durante a ela.oração de umdesen#o até 7ue ponto é 7ue é necess=rio incentivar a criança a usar cores di&erentes, e(plicar 7ue tem de &a)er o céu a a)ul e a relva verde, etc X Pois 7uando as crianças &a)em umdesen#o, por e(emplo para o dia do pai, a educadora &a) 7uestão de estar sempre a e(plicar 's crianças 7ue tAm de &a)er os desen#os com muita cor, a relva tem de ser verde e o céu temde ser a)ul, e eu não sei até 7ue ponto é 7ue se deve e(i ir isso da criança, e por7ue não sedeve dei(ar esses aspetos ao seu critério Se undo "ordeiro /200 , p < 23 é através da pinturae do desen#o, em 7ue se &a) a e(ploração das cores, desenvolve a ima inação, a criatividadee sensi.ilidade

    utra 7uestão &oi o &acto de até 7ue ponto é 7ue é positivo ter trAs &ai(as et=rias :untas numasalaX Por7ue, por um lado, ac#o 7ue as crianças com < anos aprendem, crescem e

    desenvolvem com a presença e o relacionamento as crianças de ? anos, mas por outro lado,ac#o 7ue 's ve)es são um pouco postas $de parte+ pois e(iste uma maior prioridade para com

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    as crianças de ? anos 7ue tAm de ser preparadas para entrarem para o 1 ciclo, e nem sempreas atividades conse uem estar de acordo com todas as &ai(as et=rias Para esta 7uestão ac#o7ue o mais importante &oram as conversas com a educadora cooperante, com a supervisora eoutros pro&issionais desta =rea 7ue := tin#am passado por isto

    Para concluir, de todas as 7uest*esTdOvidasTdi&iculdades com 7ue me deparei durante todos osest= ios, penso 7ue a mais pertinente &oi a &orma como rece.er uma criança nova na sala, ouse:a compreender al uns comportamentos e di&iculdades sentidas pelas crianças, educadorese pais na adaptação da criança ' crec#e 5esde 7ue me sur iu esta 7uestão 7ue decidi 7ueconversar e re&letir com as pro&essoras da ESES, e educadoras seria uma .oa estraté ia, &eitaao lon o do mestrado, .em como diversas pes7uisas e leituras de al um teor teórico 5epoisde conversar com o meu orientador perce.i 7ue o.servar um rupo de crianças na entrada

    para a crec#e e aplicar entrevistas a educadoras e pais seriam .oas metodolo ias para poder investi ar e apro&undar este tema

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    Parte $$ % 2uestão de Pes3uisa

    )* /e0inição do problema

    Para escol#er a 7uestão pass8vel de apro&undamento /pes7uisa3 a primeira di&iculdade 7uesur iu &oi a escol#a do tema a a.ordar 5epois de .astante re&le(ão durante a min#a pr=tica,nos dois est= ios do mestrado em pré-escolar, optei por estudar a adaptação de crianças numasala de "rec#e, pois, como re&erido anteriormente, esta &oi uma tem=tica 7ue me suscitouimenso interesse durante o meu est= io em conte(to de "rec#e 5evido ao &acto de duascrianças terem entrado para a sala no in8cio do ano com comportamentos completamentedistintos ! primeira 7ue entrou adaptou-se muito .em ' sala e 's suas rotinas, a se unda &oiuma adaptação mais complicada Perante o Oltimo caso sur iram-me muitas dOvidasrelativamente ao comportamento 7ue uma educadora deve adotar 7uando se depara com estetipo de situaç*es

    9oram de&inidas as 7uest*es iniciais e com .ase nessas mesmas 7uest*es &oi de&inido todo opercurso, sem nunca perder de vista os o.:etivos 5epois da re&le(ão em torno da procura deum tema si ni&icativo, a transição da criança da sua &am8lia ou de amas e a sua adaptação auma "rec#e tornaram-se o alvo deste estudo Passou-se então ' seleção dos o.:etivosespec8&icos e &ormulação das per untas de partida

    9oram de&inidos como o.:etivos para este estudo os 7ue se se uem>

    - Identi&icar di&iculdades de inte ração para as criançasN

    - Identi&icar di&iculdades de inte ração para os educadoresN

    - Identi&icar di&iculdades de inte ração para os paisN

    - Encontrar modos de &acilitar a adaptação da criança ' "rec#eN

    - Encontrar modos de &acilitar para os pais a adaptação da criança ' "rec#eN

    - Encontrar modos de &acilitar para os educadores a adaptação da criança ' "rec#e

    5epois de de&inir os o.:etivos, &ormularam-se as per untas de partida 7ue a:udariam a cumprir os o.:etivos propostos !ssim, as per untas de partida &oram delineadas e esta.elecidas deacordo com o 7ue se pretendia estudar e a partir da8 sur iu necessariamente o planeamento da&orma como os dados seriam recol#idos, nunca perdendo de vista os o.:etivos espec8&icosde&inidos inicialmente

    !s per untas de partida de&inidas para este estudo &oram as se uintes>

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    - %uais as di&iculdades mais si ni&icativas vividas pela criança em &ase de adaptação '"rec#eX

    - %uais as di&iculdades mais si ni&icativas vividas pelos pais da criança em &ase de adaptação '"rec#eX

    - %uais as di&iculdades mais si ni&icativas vividas pelo educador da criança em &ase deadaptação ' "rec#eX

    - %uais os comportamentos &acilitadores do processo de adaptação da criança ' "rec#eX

    - %uais os comportamentos &acilitadores para os pais durante o processo de adaptação dacriança ' "rec#eX

    - %uais os comportamentos &acilitadores para o educador durante o processo de adaptação dacriança ' "rec#eX

    Bodo o tra.al#o &oi reali)ado considerando sempre a e(trema importQncia da escol#a dosmétodos mais ade7uados ' o.tenção de dados para o.ter resposta 's per untas de partidaSe undo Lell /1 3, é necess=rio &a)er uma seleção da &orma como são recol#idos os dados,uma ve) 7ue é a partir deles 7ue se o.tém toda a in&ormação Uma ve) ela.orados osinstrumentos para recol#a, a in&ormação o.tida ser= escol#ida de acordo com as necessidadesdo estudo !ssim, de acordo com as per untas de partida e o tipo de dados 7ue se pretende

    o.ter para responder a essas mesmas per untas, a recol#a de dados &oi reali)ada de duas&ormas distintas> .servação naturalista e Entrevistas orientadas com 7uest*es a.ertas 'Educadora, !u(iliar e Encarre ados de Educação

    !s o.servaç*es, se undo v=rios autores, são uma &orma de recol#a direta de dados na 7ual époss8vel ao o.servador re istar o 7ue presencia sem so&rer in&luAncias e(ternas

    Se undo %uivC e "ampen#audt /200?3, ao planear as o.servaç*es é necess=rio ter em conta7ue para reali)ar uma .oa o.servação, é importante de&inir previamente o 7ue se 7uer

    o.servar, 7uem se 7uer o.servar e como vai ser &eita a o.servação

    !ssim, numa tentativa de poder analisar e interpretar os momentos mais si ni&icativos,o.servaram-se>

    - Momentos de acol#imentoN

    - Momentos de cuidados de #i ieneN

    - Momentos de re&eiçãoN

    - Momentos da sesta

    2

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    5e&iniram-se os momentos a o.servar considerando a relevQncia de cada um no cumprimentodos o.:etivos da "rec#e en7uanto resposta social Se undo o Instituto da Se urança Social, ocon:unto destes o.:etivos pretende proporcionar 's crianças /com idades compreendidas entreos trAs meses e os trAs anos3 .em-estar e condiç*es para o seu desenvolvimento Para isso, é

    essencial um clima de se urança 7ue &acilite o a&astamento da sua &am8lia

    Este am.iente é o.tido através de uma atenção individuali)ada e de contacto pró(imo com a&am8lia, permitindo uma cola.oração na prestação de cuidados e nas v=rias componentesinte rantes do desenvolvimento da criança

    !s o.servaç*es nestes momentos /acol#imento, #i iene, re&eição e sesta3 &oram e&etuadas emduas datas distintas para cada uma das 7uatro crianças ! primeira o.servação &oi reali)ada naprimeira semana de permanAncia na "rec#e e a se unda o.servação &oi reali)ada um mAs

    depois da primeira

    6elativamente 's entrevistas, antes do in8cio das o.servaç*es &oi entre ue aos pais de cadacriança a o.servar, um pedido &ormal de autori)ação para a inclusão do seu educando noestudo a reali)ar /!ne(o L3 9oi solicitada tam.ém a sua cola.oração na reali)ação deentrevistas, a reali)ar posteriormente ' entrada e adaptação das crianças @estas &oraminclu8das al umas 7uest*es consideradas relevantes acerca das e(pectativas e da &orma comoa adaptação decorreu, aos ol#os dos encarre ados de educação /!ne(o "3 In&eli)mente só &oi

    poss8vel reali)ar uma entrevista a um encarre ado de educação de uma das criançaso.servadas ! entrevista &oi reali)ada individualmente, em data marcada mediante adisponi.ilidade do entrevistado @ão &oi poss8vel entrevistar mais nen#um dos encarre ados deeducação das crianças o.servadas, uma ve) 7ue nen#um se mostrou dispon8vel

    Bam.ém a educadora e a au(iliar da sala participaram em entrevistas, as 7uais &oramreali)adas após o término das o.servaç*es !s entrevistas &oram ela.oradas individualmente eem dois dias distintos uião da entrevista utili)ada &oi o mesmo para am.as /!ne(o 53, estecontin#a 7uest*es 7ue contri.u8ram para compreender al uns comportamentos e di&iculdadessentidos pelas crianças, educadores, au(iliares e pais na adaptação da criança ' crec#e 5esta&orma tornou-se poss8vel cru)ar a in&ormação recol#ida nas o.servaç*es com a 7ue é &ornecidanas entrevistas, veri&icando a coerAncia

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    * Caracteri4ação da amostra e instrumentos de recolha de dados

    ! recol#a de dados para esta investi ação &oi reali)ada numa Instituição Particular deSolidariedade Social responsa.ilidade da i re:a católica e da comunidade local com &ins

    educacionais da pessoa #umana ! instituição era constitu8da por duas valAncias de "rec#e e uma de Pré-Escolar !s crec#essituavam-se no 1 andar da ala direita e es7uerda, sendo compostas por .erç=rio, sala de 1ano, sala de 2 anos e re&eitório, sendo 7ue uma das alas tem uma sala mista para 1 e 2 anos !valAncia de ardim de In&Qncia situa-se no rTc do mesmo edi&8cio, sendo constitu8da por seissalas> duas de trAs anos, duas de 7uatro anos e duas salas de cinco anos s utentes destasvalAncias podiam ainda usu&ruir de dois espaços e(teriores /p=tios3 parcialmente co.ertosBodos estes espaços estavam e7uipados com material did=tico diversos e ade7uado 's idades

    Esta Unidade possu8a ainda uma co)in#a 7ue con&ecionava, diariamente, as re&eiç*es dealmoço e lanc#e e um re&eitório, 7ue se destinava aos utentes e &uncion=rios a&etos a todas asvalAncias da Unidade

    Este estudo &oi concreti)ado na valAncia de crec#e da ala direita da instituição, na sala de umano de idade, com crianças com idades compreendidas entre os e os 20 meses Bodas eramde nacionalidade portu uesa, e(ceto uma criança moldava @ão e(istia nen#uma criança com

    necessidades educativas especiais ! n8vel motor mais de metade do rupo := tin#a ad7uirido amarc#a, os restantes atin#avam e := se sentavam Era um rupo constitu8do por cator)ecrianças, nove do se(o &eminino e cinco do se(o masculino, sem parentescos entre si n8velsocioecónomico das &am8lias era médio alto

    ! população-alvo deste estudo &oi uma educadora de in&Qncia /respons=vel pela sala nomomento da recol#a dos dados3, uma au(iliar de ação educativa, crianças 7ue &re7uentaram asala no ano letivo de 2014T201? e os respetivos encarre ados de educação Para as crianças

    poderem entrar para esta sala a condição necess=ria era completarem um ano até ao &inal dede)em.ro do ano letivo em 7ue in ressaram na sala

    9oram de&inidas como amostra 7uatro crianças da sala, sendo cator)e no total ptou-se por reali)ar a escol#a das crianças de &orma aleatória, mas se undo um critério, ou se:a, se undoa ordem de entrada correspondente a um nOmero ordinal 8mpar /e( &oram o.servadas ascrianças 7ue entraram em primeiro lu ar, terceiro lu ar, 7uinto lu ar e sétimo lu ar3 s paisele idos para as entrevistas &oram escol#idos pela educadora, consoante a sua disponi.ilidadee acessi.ilidade, sendo 7ue só &oi poss8vel aplicar a um encarre ado de educação

    5e se uida é apresentada a rotina da sala do rupo de crianças o.servado>

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    5omentos 6oras !col#imento /.rincadeiras livres3 >00# !tividade Planeada 10>00# H 10>00#

    !lmoço 11>00# H 11>00#Sesta 12>00# H 14>1?#

    Ri iene e preparação para o lanc#e 14>1?# H 1?>00#Janc#e 1?>00# H 1?>

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    1* /esenvolvimento da Criança dos 4ero aos dois anos

    1*) /esenvolvimento Cognitivo

    E acordo com S= /s d 3, a teoria de Pia et é uma teoria "onstrutivista, descrevendo 7ue o

    su:eito se constrói devido ' ação Pia et ela.orou uma teoria do desenvolvimento a partir doestudo da inteli Ancia da criança e do adolescente

    Para Pia et a inteli Ancia precede o pensamento e desenvolve-se por etapas pro ressivas,7ue e(i em processos de adaptação ao meio desenvolvimento pressup*e, por um lado, amaturação do or anismo e, por outro, a in&luAncia do meio &8sico e social ! adaptação .em-sucedida do indiv8duo ao meio desi na-se por $e7uili.ração+ Esta e7uili.ração depende dedois processos, a assimilação, 7ue consiste em interpretar novas e(periAncias do meio a partir

    de um es7uema := e(istente, e a acomodação, 7ue consiste na trans&ormação de um es7uema := e(istente

    ! noção de es7uema é uma noção central da teoria de Pia et 5esi na um padrão or ani)adode comportamento 7ue o indiv8duo usa para pensar e a ir em determinadas situaç*es Por e(emplo, a atividade &re7uente nas crianças pe7uenas de a.anar o 7ue tAm na mão constituium es7uema suscet8vel de se trans&ormar raças ' e(periAncia

    ! inteli Ancia, con&orme re&ere Pia et, é uma adaptação a coisas novas, uma resposta pessoal

    do indiv8duo a cada pro.lema encontrado, ou se:a, é uma construção cont8nua Suporia umaprocura de e7uil8.rios sucessivos cada ve) mais est=veis, correspondendo a $est=dios dedesenvolvimento +

    s est=dios tAm uma ordem de sucessão i ual para todas as pessoas e sucedem-se se undon8veis crescentes de comple(idade, or ani)ação, &le(i.ilidade e adaptação ao meio

    s 7uatro est=dios descritos por Pia et>

    - Sensório-motor /0-2 anos3

    - Pré-operatório /2- anos3

    - peraç*es concretas / -12 anos3

    - peraç*es &ormais /12-1K anos3

    6elativamente ao est=dio sensório-motor, o .e.é recorre a movimentos 7ue or ani)a emes7uemas de ação através dos 7uais intervém so.re o real, em ve) de utili)ar as palavras@este est=dio desenvolvem-se e coordenam-se as capacidades sensoriais e motoras do .e.é

    e os es7uemas enerali)am-se @o &inal do 2 ano a criança torna-se capa) de manipular opensamento

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    Pia et divide o est=dio sensório-motor em seis etapas>

    - s e(erc8cios re&le(os /0-1M3> a criança ao nascimento apenas disp*e de re&le(os, 7ue devidoao e(erc8cio e ' e(periAncia trans&ormam-se em es7uemas de ação

    - Primeiras adaptaç*es ad7uiridas e reação circular prim=ria /1-4M3> a criança é capa) deassimilar es7uemas novos ! reação circular prim=ria prolon a o e(erc8cio re&le(o, por e(emplo,o .e.é 7uando est= a c#upar o dedo e o mesmo sai da .oca por al um motivo, ele vai tentar voltar a pY-lo na .oca, de modo a voltar ao est=dio anterior

    - !s reaç*es circulares secund=rias /4- T M3> a criança desenvolve novas reaç*es circularessecund=rias através da manipulação dos o.:etos, desco.rindo ao acaso novos resultados 7uedespertam o seu interesse

    - Intencionalidade e coordenação dos es7uemas secund=rios / -11T12M3> ocorre oaparecimento dos primeiros atos intencionais ! criança torna-se capa) de resolver pro.lemasnovos s resultados o.tidos := não são por acaso, mas sim uma verdadeira desco.erta !saç*es 7ue reali)a são orientadas para um &im

    - 6eaç*es circulares terci=rias, desco.erta de novos meios por e(perimentação ativa /11T12-1 M3> ao reali)ar as suas aç*es a criança não as reprodu) sempre da mesma &orma /por e(emplo, .ate na mesa com mais ou menos &orça3, desta vai &orma vai introdu)indo variaç*es

    e reali)a novas atividades "ompreende tam.ém a relação entre o intermedi=rio e o o.:eto,raças ' reação circular terci=ria /por e(emplo, como não conse ue c#e ar a uma escova deca.elo a arrada a um &io, pu(a o &io e provoca o movimento da escova, até apro(imar-se osu&iciente dela para a poder a arrar3

    - Invenção de novos meios por com.inação mental /1 -24M3> in8cio da inteli Ancia no plano dosim.ólico, onde aparecem as primeiras representaç*es mentais ! criança não a e somenteso.re os o.:etos mas so.re a sua representação ima in=ria

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    1* /esenvolvimento Psicossocial

    Este te(to apresenta um pe7ueno resumo das etapas a percorrer, .aseando-se nos est=diosde desenvolvimento a&etivo, descritos pela psican=lise e nos ritmos sociais e escolares

    !presentando tam.ém as pro.lem=ticas de cada &ase Se undo S= /s d 3, a primeira &ase é aintrauterina 7ue começa com a nidação .em-sucedida do ovo, se uindo-se a vinculação.ioló ica, onde se veri&ica a continuidade total entre o corpo da mãe e do .e.é ! entrada nesta&ase tem como pro.lem=tica &a)er corpo com a mãe, e(traindo da8 tudo o 7ue necessita para oseu crescimento Por sua ve) a sa8da desta &ase d=-se a7uando o nascimento, dando-se arutura do laço .ioló ico Esta sa8da da &ase di) respeito ao .e.é so.reviver a partir das suaspróprias &unç*es vitais @a &ase intrauterina #= 7ue ter muita atenção ' carAncia, e(cesso ourutura, pois podem ter conse7uAncias muito raves, podendo mesmo levar ' morte

    ! &ase de sim.iose pós-natal /0-1 ano3 caracteri)a-se pela entrada na &ase através do con:untodas respostas ade7uadas, atempadas e sintoni)adas, o&erecidas pela mãe 's necessidades do.e.éN do sentimento de permanecer numa continuidade com o corpo materno e do sentido 7uea mãe d= ao vivido sensorial e emocional do .e.é !7ui a pro.lem=tica é $&a)er-se completar pela mãe+ ! sa8da da &ase d=-se pela e(periAncia de des&asamento 7ue o .e.é e(periencia,entre a necessidade sentida e respostaN pelo alucinar respostas na ausAncia do o.:eto desatis&açãoN pela di&erenciação entre mãe e $os outros+ /an Ostia dos meses3 e pela a.erturapro ressiva da $.ol#a a dois+ /relação entre mãe e .e.é3 Esta $.ol#a+ vai ser a pro.lem=ticade sa8da desta &ase, pois a criança tenta sair da $.ol#a a dois+, sem ser destru8da, parae(plorar o mundo 7ue a rodeia @esta as crianças vivem situaç*es de carAncia, 7uando a mãeest= pouco presente, no entanto 7uando esta relação se torna as&i(iante, a criança vivesituaç*es de e(cesso

    Se ue-se a &ase de omnipotAncia /1-< anos3 ! entrada nesta &ase é marcada pela tomada deum / rande3 lu ar na &am8liaN pela necessidade de e(plorar e de e(ercitar as novaspossi.ilidades e emer Ancia de um sentimento de potAncia ilimitado so.re os o.:etos e as

    pessoas !7ui a pro.lem=tica mantém-se, pois a criança 7uer sair da .ol#a e ser autossu&iciente Entretanto ocorre a sa8da da &ase marcada pela e(periAncia dos limitesimpostos pelas realidades do mundo e(terior, mundo este 7ue coloca o.st=culos, limites ee(i Ancias, levando ao sentimento de &rustração Borna-se numa pro.lem=tica a criança ter deaceitar perder a ilusão de omnipotAncia, para ne ociar com as e(i Ancias da realidade,desi nando-se por princ8pio da realidade Se a criança estiver demasiado limitada nas suase(periAncias, viver= situaç*es de carAncia, no entanto não se pode dei(ar 7ue a criança seinstale num trono, sem 7uais7uer limites, pois assim viver= situaç*es de e(cesso R= 7ue#aver um meio-termo entre estas, não causando situaç*es de rutura /momentos onde nãoe(iste limites e momentos de repressão3

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    1*1 /esenvolvimento Psicomotor

    Se undo S= /s d 3, a avaliação das competAncias da criança pe7uena &oi 7uasee(clusivamente centradas na avaliação das suas aptid*es motoras E(istem v=rios conceitos,

    tais como> motricidade, tónus, postura, atividade cinética, re&le(os e preensão ! Motricidade é um termo enérico 7ue reenvia ao tónus, ' postura e ' atividade cinética doindiv8duo desenvolvimento e a coordenação destes trAs dados tAm um lu ar determinantena evolução das competAncias de uma criança pe7uena

    Bónus é um estado permanente do mOsculo 7ue permite a certas partes do corpopermanecerem imóveis para servirem de suporte a outras partes em movimento tónusmuscular constitui a trama de todos os movimentos> prepara-os, &i(a a atitude, su.entende o

    esto e mantém o e7uil8.rio ou a est=tica ! Postura corresponde ' &orma 7ue o corpo adota nas atitudes permitidas pela imo.ili)ação decertos se mentos em posiç*es determinadas

    ! !tividade "inética corresponde ao movimento, a todo o ato coordenado, involunt=rio oudeli.erado

    s 6e&le(os e(istem em rande nOmero desde o nascimento, mas desaparecem no decursodos primeiros trAs meses de vida "ertos re&le(os não são determinantes no desenvolvimento

    posterior, como o re&le(o de Moro e marc#a autom=tica utros inte ram-se e trans&ormam-seem &ormas de comportamento mais comple(as, como o re&le(o de sucção, de lutição ou dospontos cardeais

    ! Preensão é um ato .astante comple(o 7ue necessita do dom8nio por parte da criança, deuma coordenação manual e motora ! arrar implica assim 7uatro &ases su.metidas 'coordenação oculomotora> a orientação para o o.:eto, o transporte da mão, a re ulação domovimento em &unção da distQncia e a para em ' apro(imação do o.:eto

    E(istem di&erentes etapas da coordenação dos movimentos na criança pe7uena, começandonos

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    ! a7uisição da locomoção tam.ém se &a) por etapas, divididas em trAs momentos distintos>

    • 5eslocamento no solo /reptação H ? mesesN propulsão, atin#ar H T meses3N• Marc#a .8pede /mantém-se de pé com apoio H T mesesN anda, 7uando a arrada pela

    duas mãos H 10 mesesN anda a arrada por uma só mão H 12 meses3N• Marc#a di 8 ada /utili)a o calcan#ar em ve) do ponto dos pés 7uando anda H 1

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    1*7 /esenvolvimento da 8inguagem

    Pap=lia et al /20013 re&ere 7ue a a7uisição da lin ua em como elemento &undamental para aocorrAncia do desenvolvimento co nitivo, sendo tam.ém e(plicada por di&erentes teorias

    Umas a&irmam 7ue as crianças aprendem por mera imitação do adulto, outras de&endem 7ueprodu)em vocali)aç*es ori inais

    5e acordo com ool&ol; /20003, e(iste a pro.a.ilidade de &atores .ioló icos e e(perienciaisterem in&luAncia no desenvolvimento da lin ua em ! lin ua em desenvolve-se con&orme acriança desenvolve outras capacidades co nitivas, procurando atri.uir sentido ao 7ue ouve eesta.elecer re ras para mel#or compreender e para mel#or se &a)er entender

    "erca de 7uatro meses depois da criança di)er a primeira palavra, o seu voca.ul=rio passa a

    ser constitu8do por cerca de de) palavras !os vinte meses de idade := con#ece cerca decin7uenta palavras Sur em então as #oló&rases /palavras simples 7ue representam ideiascomple(as3, a tendAncia para a supere(tensão /e(> c#amar cão a todos os animais por7ue nãosa.e os nomes3 e para a su.e(tensão /e(> utili)ar a palavra cão como identi&icadora de um cãoespec8&icoN todos os outros não são c#amados assim3

    !s primeiras &rases sur em por volta dos de)oito meses, eralmente constitu8das por duaspalavras /e( $Jivro pap=+ para e(primir 7ue o livro pertence ao pai3 e mais tarde começa aaprendi)a em da ram=tica /construção das variaç*es em énero, nOmero e se(o,con:u aç*es ver.ais, entre outras3

    @esta &ase a criança mostra pra)er em .rincar com a lin ua em /len alen as, trava-l8n uas,etc 3 e passa &acilmente de um voca.ul=rio de du)entas para apro(imadamente duas milpalavras

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    1*9 +inculação

    São as &orças .ioló icas e am.ientais 7ue levam #omens e mul#eres a dese:arem terem &il#os,e as &antasias nascidas desse dese:o podem encarar-se como a pré-#istória da vinculação !

    vinculação a um recém-nascido alicerça-se, em relaç*es anteriores, com um &il#o ima in=rio ecom o &eto em desenvolvimento, 7ue &e) parte do universo dos pais durante os nove meses de

    estação

    5urante a ravide), d=-se uma adaptação &8sica e ps87uica ao &eto em desenvolvimento, e umasucessão de &ases 7ue podem descrever-se como o alvorecer da vinculação ! preparaçãopsicoló ica, consciente e inconsciente, est= relacionada com as &ases &8sicas da ravide), o7ue leva a 7ue no &inal dos meses, a maioria dos pais se sintam preparados V por isso 7ueao dar-se um parto prematuro, como este tempo de preparação &oi a.reviado, é natural 7ue ospais se sintam mais inse uros e incompletos %uanto mais cedo o parto, mais acentuada estarealidade

    !o lon o do per8odo de ravide), é &re7uente o re isto de re ress*es emocionais !consciAncia da responsa.ilidade, perante o .e.é 7ue a8 vem, provoca uma sensação deperi o, dando-se uma am.ivalAncia dos sentimentos, 7ue acompan#am a ravide), 7ueaca.am por &ornecer a ener ia necess=ria para o tra.al#o de adaptação ao .e.é

    conceito vinculação di) respeito a procuras diri idas a &i uras espec8&icas ou a relaç*esa&etivas espec8&icas /&i uras de vinculação3 V a tendAncia 7ue os indiv8duos tAm de procurar apresença, ou de testar a pro(imidade, entre mem.ros da mesma espécie ou animais

    ! ravide) desempen#a trAs tare&as di&erentes, cada uma delas associada a uma &ase dodesenvolvimento &8sico do &eto>

    @uma primeira &ase, d=-se a adaptação dos pais ' $not8cia+ da ravide) Em.ora não se:a,ainda, evidente para a mãe a e(istAncia do &eto, ocorrem mudanças no seu or anismo

    ! perspetiva da paternidade, pro:eta os adultos para a sua própria in&Qncia, recuo este 7ue nãotem presente a sensação de pra)er Por esta ra)ão, os &uturos pais criam a &antasia de 7ueserão capa)es de ultrapassarem as suas incapacidades, lutas travadas na própria in&Qncia,prote endo a sua criança das suas sensaç*es de inadaptação ou dos &al#anços por siconstatados Este dese:o m= ico &a) com 7ue os &uturos pais se considerem educadoresper&eitos, positivos, prontos a criarem o &il#o per&eito

    V tam.ém nesta primeira &ase 7ue os pais, especialmente as mul#eres, admitem apossi.ilidade de virem a ter um &il#o de&eituoso Bodas as mul#eres admitem esta possi.ilidade,c#e ando mesmo a ensaiar o 7ue &ariam caso o &il#o nascesse alei:ado Para dominar esses

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    medos e a su.:acente am.ivalAncia, a &utura mãe tem de mo.ili)ar cada ve) mais de&esas,começando a ideali)ar a criança como ser per&eito e totalmente dese:ado

    ree7uil8.rio #ormonal e outros processos &8sicos são acompan#ados de a:ustamentosemocionais 7ue despendem de muito tempo e ener ia, e 7ue suscitam na mul#er anecessidade de uma dependAncia tempor=ria até 7ue esta alcance, novamente, a suaesta.ilidade

    ! se unda &ase tem in8cio, mais ou menos, por volta do ? mAs de ravide), 7ue é 7uando amãe começa a sentir os primeiros movimentos suaves do &uturo .e.é 7ue, rapidamente, dãolu ar a uma atividade vi orosa, onde o &eto anuncia a sua presença &8sica, por meio dodesenvolvimento acelerado da ravide) Esta aceleração da ravide) permite umrecon#ecimento, por parte dos pais, do &eto como um ser, criando-se, desta &orma, a

    possi.ilidade de uma relação H vinculação precoce

    in8cio do movimento &etal e o recon#ecimento de 7ue o .e.é é uma realidade aumentam asdOvidas da mãe e é natural 7ue #a:am per8odos de depressão e de e(altação Por outro lado,as suas &antasias acerca do .e.é tornam-se mais espec8&icas

    V na terceira &ase 7ue o &eto começa a ser encarado cada ve) mais como um ser, real &uturo&il#o é encarado := como um indiv8duo e, como tal, precisa de um nome, de um espaço para si,de roupa, etc E todos estes cuidados &a)em com 7ue os pais comecem a personi&icar o &eto

    s movimentos e os n8veis de atividade &etal inserem-se, cada ve) mais, em ciclos e empadr*es ! mãe aca.a, então, por começar recon#ecA-los e a apoiar-se neles, &a)endo a leituradestes e atri.uindo ao .e.é, desta &orma, um temperamento, uma personalidade, e até mesmoum se(o /Sadovs;C, 1 13

    %uanto mais os pais se convencem de 7ue o .e.é 7ue vai nascer é um indiv8duo capa) einterativo, maior a sua con&iança na capacidade do .e.é para so.reviver ao tra.al#o de parto eao nascimento E maior a con&iança, por parte da mãe, no 7ue di) respeito ' sua imper&eição e

    incompetAncia

    @o &inal da ravide), #= muito 7ue a mãe tem de estar preparada para> pYr &im ' sensação de&usão com o &eto e 's &antasias de per&eição, &omentadas pela ravide)N adaptar-se ao novo ser pois, por ter criado um &il#o ima in=rio /per&eito3, é v8tima de sentimentos de estran#e)a, tendode se adaptar 's caracter8sticas espec8&icas do .e.é realN dominar o medo de &a)er mal ao &il#oinde&esoN aprender a tolerar e a des&rutar das e(i Ancias do .e.é

    Se undo o#n LoDl.C, a teoria do v8nculo a&etivo é entendida como o crescimento de uma

    criança resultante da relação 7ue esta mantém com os pais Para o autor, a primeira vinculaçãotem como principal &unção a so.revivAncia, no sentido de vivAncia e a7uisição da7uilo 7ue é

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    espec8&ico da espécie #umana, e por esta ra)ão, numa &ase inicial, os comportamentos sãoinstintivos e compulsivos Só mais tarde, através da #a.ituação, conse uida pela capacidade7ue o ser #umano tem de se relacionar interpessoalmente, criando e construindo relaç*esa&etivas com o outro, é 7ue este tipo de comportamentos se vai perdendo Isto acontece

    por7ue o ser #umano não est= preparado para viver so)in#o e, portanto, é esta imaturidade7ue &a) com 7ue ele ten#a necessidade de se envolver socialmente com o meio e(terno !vinculação prim=ria é, assim, tão vital como a = ua, o sono ou a comida

    @os primeiros meses, o .e.é diri e-se a 7ual7uer pessoa, instintivamente, depois diri e-se apessoas si ni&icativas @ormalmente, a primeira relação a&etiva recai so.re a &i ura materna,mas pode ser outra pessoa 7ue não a mãe .ioló ica, dependendo da relação mantida com o.e.é processo de &ormação das primeiras relaç*es a&etivas, tem in8cio nas respostas dos

    adultos, 7ue permitem esta.elecer as interaç*es sociais v8nculo mãe H .e.é emer e da interação a:ustada ao lon o dos primeiros meses Para

    manter a pro(imidade e cuidados por parte da &i ura de vinculação, o .e.é desenvolve padr*esespec8&icos de pro(imidade, como por e(emplo o c#upar, o a arrar, se uir com o ol#ar, c#orar,sorrir, a vocali)ação, o atin#ar "omportamentos ativos 7ue in&ormam a mãe, &i ura devinculação, do dese:o de interação, pois permitem 7ue o .e.é se apro(ime ou si a o adulto

    s .e.és são eneticamente propensos ' interação com as pessoas desde os primeiros

    se undos de vida seu e7uipamento sensorial é reativo aos est8mulos, e muitos dos seussistemas de comportamento são prontamente ativados por tais est8mulos !té 7ue a$locomoção+ e a $capacidade de alcançar+ este:am desenvolvidas, o recém-nascido #umanopossui um reportório de comportamentos do tipo re&le(o

    Se undo a teoria evolucionista, 7ual7uer comportamento caracter8stico de uma espécie, torna-se preadaptado, por7ue preenc#e uma &unção importante 7ue asse ura a so.revivAncia doindiv8duo, da população ou da espécie

    ! interação &amiliar &a) com 7ue a criança desenvolva modelos de relação, 7ue a:udam a 7ueela compreenda e interprete os comportamentos dos 7ue l#e são pró(imos !o desenvolver modelos de relação ela est=, na verdade, a desenvolver estraté ias comportamentais,&ormando, desta &orma, um modelo de si e do outro, em simultQneo ! sua previsão dasreaç*es dos outros in&luencia o seu comportamento com eles, nomeadamente com as &i urasde vinculação, conse uindo a.ordar, posteriormente, novas relaç*es, o 7ue pode tam.ém lev=-la a tratar o novo de &orma enviesada São estes modelos operantes internos 7ue de&inem arelação do .e.é com o /s3 parente /s3 mais pró(imo /s3, com 7uem esta.elece mais relaç*es,

    como li ação de vinculação, e não de li ação de a&eto

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    inculação é, portanto, uma li ação mais sólida, mais estruturada, do 7ue uma li ação dea&eto 5iri e-se do mais &raco para a7uele 7ue o prote e, aca.ando por poder &icar,permanentemente, na memória, o 7ue não 7uer di)er 7ue os modelos operantes internos nãopossam ser alterados s comportamentos de vinculação são, assim, diri idos especi&icamente

    ' &i ura de vinculação, por parte da criança, pelo 7ue as relaç*es de vinculação distin uem-sedas outras sociais

    ! criação de v8nculos se uros é &undamental para 7ue a criança se sinta se ura e con&iante demodo a e(plorar o am.iente 7ue a rodeia, promovendo assim o desenvolvimento da suacuriosidade

    5esta &orma, e .aseando-se no estudo da situação estran#a, !insDort# et al /1 3 identi&icouos se uintes padr*es de vinculação>

    inculação se ura> as crianças com este tipo de vinculação rea em positivamente a umestran#o na presença da mãe, mas tAm tendAncia para c#orar 7uando a mãe se ausenta,esperando o seu re resso com ale ria Separam-se com al uma &acilidade da mãe, uma ve)7ue são cooperantes "ria-se nesta situação uma vinculação se ura por7ue ao c#oro dacriança a mãe rea e com carin#o, acalmando-a e terminando &acilmente com a ansiedade dacriança ! mãe é a .ase de se urança para a e(ploração do am.iente, a criança separa-separa .rincar, partil#a emoç*es en7uanto .rinca, esta.elece relaç*es com o estran#o e na

    presença da mãe con&orta-se rapidamente E(iste um e7uil8.rio entre os comportamentos devinculação e de e(ploração

    inculação ansiosaTevitante> neste padrão de vinculação, veri&ica-se uma .ai(a partil#a dea&etos, a criança esta.elece relaç*es com o adulto estran#o E(iste i ualmente um evitamentoativo relativamente ' mãe após a reunião com a mesma, a criança desvia o ol#ar e movimenta-se noutra direção evitando o contacto ! criança permanece mais ou menos indi&erente 7uanto' pro(imidade da mãe e entre a-se ' e(ploração do meio @a ausAncia da mãe a criança podec#orar ou não e, se &icar pertur.ada é prov=vel 7ue outras pessoas a consi am acalmar scomportamentos e(ploratórios prevalecem &ace aos comportamentos de vinculação

    inculação ansiosaTam.ivalente> a criança ao entrar na sala descon#ecida entra &acilmente emstress e permanece :unto da mãe sem e(plorar praticamente o meio 7ue a rodeia @osmomentos de separação a criança mostra-se muito pertur.ada @o per8odo de reunião com amãe o comportamento da criança pode variar, entre tentativas de contacto e contacto comsinais de re:eição /empurr*es, pontapés 3 s comportamentos de vinculação predominam&ace aos comportamentos e(ploratórios

    inculação desor ani)ada> este é um comportamento 7ue não e(i.e uma conduta pass8vel deser classi&icada dentro das trAs tipolo ias acima re&eridas, mas 7ue e(i.e uma versão mais

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    7* +al,ncia de Creche

    Se undo Portu al /1 3 #o:e em dia, al uns pais esperam das "rec#es não só um espaço decuidados mas tam.ém um espaço educativo ! "rec#e é cada ve) mais um espaço de

    educação, de sociali)ação 7ue proporciona desenvolvimento@os dias de #o:e a crec#e é uma necessidade para muitas &am8lias, no entanto e(iste umelevado nOmero de educadores 7ue pre&erem tra.al#ar em :ardim de in&Qncia do 7ue emcrec#e Uma das principais ra)*es é o &acto de serem crianças muito pe7uenas e nãoconse uem reali)ar atividades, ou as 7ue reali)am não conse uem c#e ar a um produto &inal.em conce.ido utra 7uestão é 7ue os sal=rios em crec#e são mais .ai(os e os educadoresnão são tao recon#ecidos socialmente !pesar de estes aspetos ne ativos, é comum os &uturoseducadores di)erem 7ue [os aspetos mais atraentes no tra.al#o em crec#e passam pelapossi.ilidade de apoiar e estimular o desenvolvimento e promover uma relação pró(ima com acriança[

    @a crec#e, o principal são as atividades livres e a rotina, e não as atividades planeadas stempos de aprendi)a em das crianças mais pe7uenas ocorrem durante os tempos de cuidados' criança, e #= 7ue pensar nas necessidades &8sicas e psicoló icas de cada criança

    a.riela Portu al /2000, p 3 enuncia de) princ8pios enumerados por on)ale)-Mena e ECer /1 3 primeiro princ8pio di) respeito a envolver as crianças nas coisas 7ue l#es di)emrespeito @este princ8pio é dado o e(emplo de uma educadora a mudar a &ralda a uma criança,em 7ue o seu principal o.:etivo é o de manter a criança envolvida na interação, no seu própriocorpo e no 7ue se est= a passar ! muda de &raldas é uma e(periencia educativa onde étra.al#ada a &ocali)ação da atenção, o con#ecimento do corpo e a cooperação

    se undo princ8pio .aseia-se em investir em tempos de 7ualidade procurando-se estar completamente dispon8vel para as crianças !7ui a educadora est= totalmente presente eatenta ao 7ue se passa Se undo Ma da er.er, o momento da muda de &raldas é um [tempo

    de 7ualidade em 7ue se visa al uma coisa[, ou se:a, onde a criança e o educador estãoenvolvidos numa tare&a em 7ue o educador presta atenção ' criança e vice-versa Estes são osverdadeiros momentos onde se esta.elecem interaç*es individuali)adas [tempo de7ualidade em 7ue não se visa nada de especial[ acontece 7uando os educadores estãodispon8veis para as crianças e se sentam ao pé delas, 7uando estas estão a .rincar, totalmentelivres e responsivos

    Um outro tipo de [tempo de 7ualidade[ são as atividades partil#adas, onde e(istem v=riasiniciativas tanto da parte do educador como da criança, em 7ue am.os apreciam a compan#iaum do outro tempo de 7ualidade constrói-se com .ase na rotina di=ria, principalmente nos

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    momentos da muda da &ralda, do vestir, das re&eiç*es, etc sendo importante asse urar 7ue oeducador se dedi7ue 's crianças individualmente

    !prender e não su.estimar as &ormas de comunicação Onicas de cada criança e ensinar-l#esas suas é o terceiro princ8pio Em relação a este aspeto, nin uém con#ece mel#or o sistema decomunicação de uma criança como a pessoa 7ue esta.eleceu com ela uma li ação intensa !comunicação entre a criança e a educadora vai muito além das palavras, apesar de,

    radualmente, a criança vai utili)ando cada ve) mais palavras para se e(pressar, acomunicação não-ver.al estar= sempre presente

    7uarto princ8pio é investir em tempo e ener ia para construir uma pessoa s primeiros anossão importantes para o desenvolvimento intelectual e para isso é necess=rio desenvolver atividades co nitivas Para promover este desenvolvimento co nitivo deve-se tra.al#ar em

    simultQneo o desenvolvimento &8sico, social e emocional

    princ8pio nOmero cinco di) respeito a respeitar as crianças en7uanto pessoas de valor ea:uda-las a recon#ecer e a lidar com os seus sentimentos 5eve-se respeitar a criançae(plicando-l#e e preparando-a para o 7ue se vai passar Por e(emplo, na muda da &ralda ou aotransport=-la para um local di&erente

    se(to princ8pio .aseia-se em ser verdadeiro nos nossos sentimentos relativamente 'scrianças, ou se:a, o educador deve e(pressar os seus sentimentos ade7uadamente ' criança,

    sem a carre ar ou culpa.ili)ar pelo sucedido

    sétimo princ8pio a.orda o modelar o comportamento 7ue se pretende ensinar @uma situaçãode con&lito entre duas crianças, o educador deve apoiar am.os a ressor necessita de ser controlado com entile)a e não ser :ul ado ! v8tima precisa de ser tratada com empatia, masnão em demasia, pois a criança a aprende 7ue sendo v8tima é recompensada com amor eatenção educador deve servir como e(emplo em relação ' cooperação, respeito,autenticidade e comunicação

    princ8pio oito trata o recon#ecer os pro.lemas como oportunidades de aprendi)a em edei(ar as crianças tentarem resolver as suas próprias di&iculdades educador deve dei(ar ascrianças lidarem com os seus pro.lemas so)in#as, dando tempo e li.erdade para isso @estassituaç*es o educador est= a promover para o desenvolvimento da autoestima e da con&iançada criança

    nono princ8pio re&ere> $construir se urança ensinando a con&ian