Acupuntura No Tratamento - Samara Prier de Saone
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SAMARA PRIER DE SAONE
ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS
Trabalho monográfico de conclusão do curso de
Acupuntura Veterinária (TCC), apresentado à
UCB como requisito parcial para a obtenção do
título de especialista em Acupuntura Veterinária,
sob a orientação do Prof. Daniel Mendes Netto.
SÃO PAULO
2009
ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS
Elaborado por Samara Prier de Saone
Aluna do curso de Acupuntura Veterinária
Foi analisado e aprovado com
grau:.................
São Paulo,_____de_________de 2009.
________________________
Daniel Mendes Netto
iii
RESUMO
SAONE, Samara Prier de
O Diabetes é uma das doenças crônicas mais prevalentes no mundo. A morbidade e a
mortalidade associada com essa doença é bastante significante e deriva principalmente
das complicações e da persistência da hiperglicemia. Embora a medicina Ocidental e a
Medicina Tradicional Chinesa compartilhem do objetivo de tratamento do diabetes,
reduzindo sintomas e prevenindo complicações, suas formas de conceituar, diagnosticar,
e tratar a doença são bem diferentes. Esta revisão de literatura irá mostrar como a
acupuntura pode ajudar no tratamento do diabetes e suas complicações, favorecendo o
bem-estar dos pacientes diabéticos.
iv
ABSTRACT
SAONE, Samara Prier de
Diabetes is one of the most prevalent chronic diseases in the world. The morbidity and
mortality associated with the disease is significant and derives primarily from complications
of persistent hypergycemia. Although Western medicine and Traditional Chinese medicine
share the diabetes treatment goals of reducing symptoms and preventing complications,
their approaches to conceptualizing, diagnosing, and treatin the disease are very different.
This literature review will show how acupuncture may help in the treatment of diabetes and
its complications, favoring the well-being of diabetic patients.
v
LISTA DE FIGURAS
1. Animal em sessão de acupuntura............................................................................04
2. Localização ilustrativa dos pontos B13 e B43..........................................................08
3. Localização ilustrativa do ponto R3..........................................................................09
4. Localização ilustrativa dos pontos IG11, P9 e P10...................................................09
5. Localização ilustrativa do ponto VC23......................................................................09
6. Localização ilustrativa dos pontos E36 e BP6..........................................................11
7. Localização ilustrativa do ponto PC6........................................................................11
8. Localização ilustrativa do ponto E44........................................................................11
9. Localização ilustrativa do ponto R3..........................................................................11
10. Localização ilustrativa do ponto VC12.....................................................................12
11. Localização ilustrativa dos pontos B20 e B21..........................................................12
12. Localização ilustrativa dos pontos VG4, B18 e B23.................................................14
13. Localização ilustrativa do ponto R3..........................................................................14
14. Localização ilustrativa do ponto BP6........................................................................14
15. Localização ilustrativa do ponto VB25......................................................................15
16. Localização ilustrativa do ponto PC5........................................................................16
17. Localização ilustrativa do ponto V13.........................................................................16
18. Localização ilustrativa dos pontos VC4 e VC6.........................................................16
19. Localização ilustrativa do ponto VG4........................................................................17
20. Localização ilustrativa dos pontos B18, B19. B20 e B23..........................................19
21. Localização ilustrativa dos pontos VG20 e VB20.....................................................20
22. Localização ilustrativa dos pontos F2, F3, F8, R3, BP6, E36 e E40........................21
23. Localização ilustrativa dos pontos IG4, IG10 e TA5.................................................22
24. Localização ilustrativa dos pontos VC6 e VC9.........................................................23
25. Localização ilustrativa do ponto VG26 ....................................................................26
26. Localização ilustrativa do ponto R1..........................................................................27
vi
SUMÁRIO
RESUMO....................................................................................................................iv
ABSTRACT.................................................................................................................v
LISTA DE FIGURAS...................................................................................................vi
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................01
2. O DIABETES NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA..........................................03
3. ETIOPATOGENIA.....................................................................................................05
4. DIAGNÓSTICO.........................................................................................................06
5. DIFERENCIAÇÃO E TRATAMENTO DE ACORDO COM OS TRÊS
AQUECEDORES......................................................................................................07
5.1. Aquecedor Superior..................................................................................................07
5.2. Aquecedor Médio......................................................................................................10
5.3. Aquecedor Inferior.....................................................................................................13
6. COMPLICAÇÕES DIABÉTICAS...............................................................................17
6.1. Catarata, cegueira noturna e cegueira......................................................................17
6.2. Surdez.......................................................................................................................21
6.3. Edema.......................................................................................................................22
6.4. Infecções e ulcerações na pele.................................................................................23
6.5. Redução periférica da circulação e neuropatia.........................................................24
6.6. Apoplexia e hemoplegia...........................................................................................25
7. PROGNÓSTICO.......................................................................................................27
8. CONCLUSÃO...........................................................................................................28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................29
Vii
1. INTRODUÇÃO
O Diabetes é uma síndrome multifatorial geneticamente determinada, sendo que
os fatores ambientais influem no desencadeamento e na gravidade de sua expressão
clínica. O diabetes pode ser dividido, mais comumente, em três categorias principais:
diabetes do tipo I (insulino-dependente), na qual a codificação genética exerce maior
influência do que os fatores ambientais, sendo o inverso no diabetes tipo II (não-insulino-
dependente), em que a obesidade, o sedentarismo e o estresse exercem efeitos na
elevação dos níveis da glicose do sangue, aumentando a glicotoxicidade celular, vascular
e neurológica, atingindo, portanto, múltiplos órgãos (DEY, ATTELE, YUAN, 2002; CUNHA,
2007). O Diabetes Mellitus do tipo III, ou secundário, resulta de outra doença primária ou
terapia com drogas que produz resistência à insulina (por exemplo, hiperadrenocorticismo,
hipertireoidismo, acromegalia, progestágenos) ou destrói o tecido pancreático
(pancreatite). O diabetes secundário é comum tanto nos cães (pancreatite) quanto nos
gatos (drogas, endocrinopatias, pancreatite) (GRECO, 2003).
O diabetes insulino-dependente é um estado diabético no qual a secreção
endógena de insulina nunca é suficiente para evitar a produção de cetonas. A secreção de
insulina pode ficar reduzida ou ausente e o estado diabético é corrigido facilmente por
meio de insulina exógena. Já o diabetes não-insulino-dependente constitui um estado
diabético no qual a secreção de insulina é geralmente suficiente para evitar a cetose, mas
não é suficiente para evitar a hiperglicemia. A secreção de insulina pode ficar alta, baixa
ou normal, mas é insuficiente para superar a resistência à insulina nos tecidos periféricos
(GRECO, 2003).
A obesidade, o sedentarismo e o estresse dificultam a ação da insulina nas
células, que inicialmente compensam com a hiperprodução da insulina, porém, a longo
prazo, terminam por exaurir sua produção, sendo necessário repô-la artificialmente.
Especialmente o estresse acarreta aumento hormonal adrenérgico e do cortisol, além de
outros, que elevam a glicemia agravando o diabetes. Outro fator importante que atua no
controle glicêmico são os hormônios intestinais chamados de incretinas, que se elevam
após a ingestão alimentar, estimulando a secreção insulínica e a supressão do glucagon,
sendo que esse hormônio age inversamente à insulina (CUNHA, 2007). Nos gatos, a
deposição de amilóide nas ilhotas pancreáticas também pode ser a causa do prejuízo na
secreção de insulina (GRECO, 2003).
A maior parte dos cães sofre de diabetes do tipo I, e a maior parte dos gatos sofre
provavelmente de diabetes do tipo II; no entanto, no momento em que se confirma um
diagnóstico de diabetes em muitos gatos com diabetes não-insulino-dependente, ela já se
tornou insulino-dependente (GRECO, 2003).
Essa desordem metabólica crônica tem um impacto significante na saúde,
qualidade de vida, e expectativa de vida do paciente (DEY, ATTELE, YUAN, 2002).
A acupuntura sistêmica e(ou) acupuntura auricular, e também a moxa, podem
colaborar no tratamento do diabetes através do favorecimento do equilíbrio emocional, do
emagrecimento e pela estimulação da energia vital do pâncreas e dos intestinos. Também
pode atuar agregando valor ao tratamento do diabetes, no estímulo do sistema circulatório
e também do alívio das dores dos membros inferiores tão comuns nos diabéticos, devido à
neuropatia diabética. A recuperação do bem-estar corporal e emocional melhoram a
qualidade de vida e o controle do diabetes (CUNHA, 2007).
2. O DIABETES NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), o termo ocidental “Diabetes Mellitus” é
chamado de “Xiao Ke”, o qual é traduzido como “sede e eliminação”. Existe ainda uma
classificação mais moderna chamada de “Síndrome Tang Niao Bing”, que significa
“doença da urina doce” (CHOATE, 1999; COVINGTON,2001; O’SULLIVAN, 2003; HO e
ROBERTESON, 2007).
A Síndrome Xiao Ke é caracterizada por uma deficiência de Yin constitucional ou
gerada, e pela presença de calor patogênico (CHOATE, 1999; SWIERZEWSKI, 2001;
O’SULLIVAN, 2003; HO e ROBERTESON, 2007).
Esta Síndrome é primariamente relacionada aos Rins, mas também envolve o
Pulmão, Baço-Pâncreas, e Estômago. A deficiência prolongada de Yin e Calor pode
também prejudicar outros Zang Fu, causando doenças secundárias como tuberculose,
catarata, cegueira noturna, paralisias, entre outras (O’SULLIVAN, 2003).
Sintomas gerais relacionados à Síndrome Xiao Ke incluem: pneumonia crônica,
debilidade, sede excessiva, fome insaciável, perda de peso, obesidade, prurido vulvar,
furúnculos, neurites periféricas, micção excessiva, língua seca (CHOATE, 1995;
O’SULLIVAN, 2003).
Tradicionalmente esta Síndrome é dividida em três tipos: superior, média e inferior
(Triplo Aquecedor na MTC). O Triplo Aquecedor é responsável pela direção correta do
movimento (tanto em subida/descida, como em entrada/saída) de todos os tipos de Qi
(energia vital), em todas as partes do corpo, e principalmente, pela transformação,
transporte e excreção dos fluidos (Jin Ye). Caso tais funções estejam prejudicadas, o Qi, o
sangue e os fluidos corpóreos não fluirão homogeneamente: eles trasbordarão, as
passagens serão bloqueadas e o Qi estagnará (YAMAMURA, 1993; ROSS, 1994;
MACIOCIA, 2007).
O fluxo energético dos Canais de Energia reflete o estado dos Zang Fu, assim
como as alterações energéticas ocasionadas pelo meio ambiente. Os canais de Energia e
os pontos de Acupuntura são sede de manifestações interiores assim como o local para a
entrada das Energias Perversas. Todos esses fatores alteram a quantidade, e o fluxo de
Qi nos canais de energia, podendo ocasionar o aparecimento de manifestações clínicas,
conseqüentes à falta ou o excesso de Qi ou mesmo pela estagnação de Qi e de sangue
(YAMAMURA, 1993).
De acordo com DEY, ATTELE e YUAN (2002), a acupuntura pode ser efetiva não
somente no tratamento do diabetes, mas também em suas complicações. Os efeitos da
acupuntura nesta doença têm sido observados experimentalmente e clinicamente.
Experimentos em animais têm demonstrado que a acupuntura pode ativar a glicose-6-
fosfatase (uma importante enzima no metabolismo dos carboidratos) e interferir no
hipotálamo. A acupuntura pode agir no pâncreas, influenciando na síntese de insulina,
aumentando o número de receptores nas células alvo, e acelerando a utilização da
glicose, resultando em diminuição dos níveis de açúcar no sangue. A acupuntura também
demonstrou efeitos benéficos contra a obesidade, um dos principais fatores de risco para
o diabetes.
Os efeitos terapêuticos da acupuntura no diabetes não atingem um único órgão,
mas sim o organismo todo (DEY, ATTELE, YUAN, 2002) (Figura 1).
FIGURA 1: Animal em sessão de acupuntura.
Fonte: Saone, 2008.
3. ETIOPATOGENIA
Patologicamente a Síndrome Xiao Ke é considerada conseqüência da deficiência
de Yin e do calor seco (O’SULLIVAN, 2003), que resulta em deficiência de Qi e de fluidos
de todos os compartimentos do corpo (SCHWARTZ, 2008).
Além da hereditariedade, os fatores que contribuem para o diabetes incluem:
hábitos de vida pouco saudáveis, como a ingestão excessiva de alimentos gordurosos,
como a maioria das rações secas comerciais, atividade física insuficiente, estresse mental
(SCHWARTZ, 2008); em humanos, abuso excessivo de tabaco e bebidas alcoólicas.
Muitos destes pacientes apresentam também obesidade (CHOY, 2007). Estes hábitos
interferem na função de transformação e transporte do Baço e Estômago. Devido a essa
disfunção, é gerado calor interno que consome Qi e fluidos corpóreos. Quando os fluidos
corpóreos são consumidos, a nutrição dos Pulmões e Rins é comprometida. O calor
interno, por longos períodos, lesa também o Yin. A deficiência de Yin leva ao calor seco, e
o calor seco leva à deficiência de Yin, ou seja, esses fatores influenciam-se mutuamente
(CHOATE, 1999; O’SULLIVAN, 2003; HO e ROBERTESON, 2007).
De acordo com a MTC, o Yin é a matéria base do crescimento, da reprodução, da
nutrição de cérebro e ossos, e formação dos hormônios. Portanto a quantidade adequada
de Yin é essencial para a correta função endócrina (KWONG-ROBBINS, 2003).
Distúrbios emocionais prolongados retardam a fluidez de Qi. O dano causado no
Baço durante a raiva, frustração ou ressentimento leva à estagnação do Qi do Fígado. O
Qi do Fígado estagnado transforma-se em fogo que consome o Yin do Pulmão e do
Estômago (CHOATE, 1999). Deve-se acrescentar que o estresse emocional, depressão,
melancolia e ansiedade podem debilitar o Baço, impedindo-o de transformar os alimentos
em nutrientes, tornando o sistema imune destes pacientes incapaz de resistir aos ataques
dos fatores patogênicos externos. Como a glicemia oscila com muita freqüência, o estado
patológico pode prolongar-se por mais tempo do que seria esperado (CHOY, 2007).
Embora a deficiência de Yin e o calor seco sejam os dois principais agentes
patogênicos desta doença, um pode predominar sobre o outro em diferentes estágios. Em
geral, o calor seco é predominante no estágio inicial, e ambos calor seco e deficiência de
Yin coexistem posteriormente. Em um estágio mais avançado, a deficiência de Yin
predomina, e invariavelmente o Yang também é afetado, resultando em deficiência de
ambos (CHOATE, 1995; CHOATE, 1999).
Sempre que o aparecimento do diabetes se encontra relacionado com a
administração de medicamentos, ou devido à hiperglicemia que surge na menopausa, ou
associada ao hipertireoidismo, doença hepática ou tumoral, o diabetes adquire
características muito difíceis de tratar e controlar (CHOY, 2007).
4. DIAGNÓSTICO
A medicina convencional baseia-se em testes laboratoriais para diagnosticar o
diabetes. A MTC utiliza técnicas de diagnóstico completamente diferentes das ocidentais,
valendo-se principalmente da observação, auscultação, palpação, olfato e anamnese. Isso
inclui examinar a forma, cor e saburra da língua; a cor e a expressão da face; o odor da
respiração e do corpo; e a força, ritmo e qualidade do pulso (KWONG-ROBBINS, 2003;
HO e ROBERTESON, 2007). Seu objetivo é determinar o tipo de desequilíbrio ou
desarmonia que ocorre no corpo, na mente ou no espírito do paciente (KWONG-
ROBBINS, 2003).
A presença de sede, fome e micção excessiva é usada para diagnosticar esta
doença. Cada tipo: Superior, Médio e Inferior (Triplo Aquecedor na MTC), refere-se à
predominância de um dos três sintomas, relacionados intimamente com Pulmão, Baço-
Pâncreas (também Estômago) e Rins respectivamente. A deficiência de Yin normalmente
está associada aos três tipos (CHOATE, 1999; COVINGTON, 2001; SWIERZEWSKI,
2001; HO e ROBERTESON, 2007). Apesar desta doença ser classificada dessa forma,
muitos pacientes com diabetes manifestam sinais dos três tipos (COVINGTON, 2001).
5. DIFERENCIAÇÃO E TRATAMENTO DE ACORDO COM OS TRÊS
AQUECEDORES
De acordo com o padrão de desarmonia, a Síndrome Xiao Ke pode ser dividida
em três tipos. De acordo com CHOATE (1999), SWIERZEWSKI (2001) e O’SULLIVAN
(2003), cada um dos tipos será tratado individualmente, observando principal etiologia,
principais manifestações clínicas, princípio de tratamento e principais pontos de
acupuntura utilizados.
Se o animal estiver fraco, escolha um ponto para trabalhar a cada dia, ou trate em
intervalos entre alguns dias até duas semanas. Se o animal apresentar-se com fadiga
após a sessão, escolha menos pontos para trabalhar durante a próxima sessão e segure-
os por menos tempo (SCHWARTZ, 2008).
5.1. Aquecedor Superior
O calor seco, além de consumir os fluidos do Pulmão, induzindo ao calor nos
Pulmões, também consome Jin Ye.
• Etiologia: distúrbios emocionais e estresse mental que levam à
estagnação de Qi, tornando-se fogo. Este fogo lesa o Yin do Pulmão.
• Manifestações clínicas: sede excessiva com desejo de ingerir
grandes quantidades de líquido, boca e garganta seca, micção abundante.
Outras possíveis manifestações são tosse seca, voz rouca, sudorese
noturna, rubor facial e febre ondulante.
Língua: seca com ponta e laterais vermelhas, pouca saburra
amarela.
Pulso: rápido e cheio.
• Princípio de tratamento: fortalecer Pulmão e nutrir o Yin.
Eliminar Calor no Pulmão e umidificar a secura.
O tratamento deve ser feito uma vez por dia ou uma vez a cada dois
dias.
• Principais pontos de acupuntura (CHOATE, 1999;
SWIERZEWSKI, 2001; O’SULLIVAN, 2003; MACIOCIA, 2007):
Feishu (B13): clareia o calor, no excesso ou deficiência do
Pulmão, e tonifica o Yin do Pulmão (figura 2).
Gaohuangshu (B43): nutre o sangue e o Yin, tonifica a
deficiência, esfria o calor e trata a sudorese noturna.Tonifica Pulmão, Baço,
Estômago e Rins, podendo ser usado nos três tipos, mas devido à sua
localização é mais indicado para este (figura 2).
FIGURA 2: Localização ilustrativa dos pontos B13 e B43.
Fonte: Janssens e Still, 1995.
Taixi (R3): tonifica o Rim, nutrindo o Yin e dando suporte ao
Pulmão (figura 3).
Taiyuan (P9): tonifica Qi e Yin do Pulmão, especialmente nas
condições crônicas de deficiência , promove a descida do Qi do Pulmão e
interrompe a tosse (figura 4).
Yuji (P10): clareia o calor do Pulmão e beneficia a garganta
(figura 4).
Quchi (IG11): clareia o calor em geral (figura 4).
FIGURA 3: Localização ilustrativa FIGURA 4: Localização ilustrativa dos
do ponto R3. pontos IG11, P9 e P10.
Fonte: Janssens e Still, 1995. Fonte: Janssens e Still, 1995.
Lianquan (VC23): estimula a produção de Jin Ye (figura 5).
FIGURA 5: Localização ilustrativa do ponto VC23.
Fonte: Janssens e Still, 1995.
5.2. Aquecedor Médio
O calor no Estômago e Baço leva ao fogo no Estômago, injuriando o Yin.
• Etiologia: excesso de alimentos doces, gordurosos, e bebidas
alcoólicas, causa acúmulo de calor no estômago e Baço. Este calor consome
Jin Ye e gradualmente leva à fome constante.
• Manifestações clínicas: excessiva fome e consumo de alimento,
desconforto e sensação de vazio no Estômago, impaciência, transpiração
excessiva, sensação de calor, sede, micção freqüente e abundante,
constipação. Outras possíveis manifestações são halitose, lábios secos,
sensação de queimação no epigástrio e preferência por alimentos frios.
Língua: vermelha, seca com saburra amarela.
Pulso: rápido e cheio.
• Princípio de tratamento: clarear o calor do Baço, clarear a
secura do Estômago e tonificar o Yin.
O tratamento deve ser feito uma vez ao dia ou uma vez a cada dois
dias.
• Principais pontos de acupuntura (CHOATE, 1999;
SWIERZEWSKI, 2001; O’SULLIVAN, 2003; MACIOCIA, 2007) (Figura 3):
Zusanli (E36): clareia o calor e a secura do Estômago e
beneficia o Yin do Estômago (figura 6).
Sanyinjiao (BP6): beneficia o Estômago e Baço, tonifica Yin e
Jin Ye (figura 6).
Neiguan (PC6): harmoniza o Estômago e clareia o calor (figura
7).
FIGURA 6: Localização ilustrativa dos FIGURA 7: Localização ilustrativa do
pontos E36 e BP6. ponto PC6.
Fonte: Janssens e Still, 1995. Fonte: Janssens e Still, 1995.
Neitinng (E44): clareia o calor do Estômago (figura 8).
Taixi (R3): tonifica o Rim, nutrindo o Yin e dando suporte a
todos os órgãos (figura 9).
FIGURA 8: Localização ilustrativa FIGURA 9: Localização ilustrativa do
do ponto E44. ponto R3.
Fonte: Janssens e Still, 1995. Fonte: Janssens e Still, 1995.
Zhongwan (VC12): harmoniza o aquecedor médio, tonifica o
Estômago e o Baço, removendo o desconforto e a sensação de vazio no
estômago (figura 10).
FIGURA 10: Localização ilustrativa do ponto VC12.
Fonte: Hwang e Limehouse, 2006.
Pishu (B20): tonifica o Baço e o Estômago e o transporte de Jin
Ye (figura 11).
Weishu (B21): dispersa o calor e tonifica o Estômago (figura
11).
FIGURA 11: Localização ilustrativa dos pontos B20 e B21.
Fonte: Janssens e Still, 1995.
5.3. Aquecedor Inferior
O Rim é injuriado pelo calor, levando ao fogo no Rim. A deficiência de Yin é
associada principalmente com o Rim; de acordo com o principio de que a injúria de Yin
afeta Yang, a deficiência de Yang do Rim invariavelmente ocorre em casos crônicos.
• Etiologia: deficiência de Yin constitucional, excesso de
trabalho, estresse ou doenças prolongadas, atividade sexual excessiva e
gravidez podem consumir a essência.
• Manifestações clínicas: micção freqüente e abundante, urina
turva, sede excessiva, boca e língua secas, tonturas, visão embaçada, rubor
malar, impaciência, fome constante, dor lombar, fraqueza nas pernas, prurido
ou ulcerações em pele, prurido vaginal.
Língua: vermelha, com pouca ou nenhuma saburra.
Pulso: rápido e vazio.
• Princípio de tratamento: fortalecer o Rim e nutrir seu Yin.
O tratamento deve ser feito uma vez ao dia ou uma vez a cada dois
dias.
• Principais pontos de acupuntura (CHOATE, 1999;
SWIERZEWSKI, 2001; O’SULLIVAN, 2003; MACIOCIA, 2007):
Shenshu (B23): tonifica o Rim, nutri o Yin e a essência (Jing) e
trata a micção excessiva (figura 12).
Ganshu (B18): acalma o calor e movimenta o Qi do Fígado, e
ilumina os olhos (figura 12).
Mingmen (VG4): mais utilizado em sinais de deficiência de
Yang. Tonifica e aquece o Yang do Rim, e nutri o Qi Original. Pode-se utilizar
moxa (figura 12).
FIGURA 12: Localização ilustrativa dos pontos VG4, B18 e B23.
Fonte: Janssens e Still, 1995.
Sanyinjiao (BP6): beneficia o Rim e nutri o Yin (figura 13).
Taixi (R3): tonifica o Rim e nutri o Yin (figura 14).
FIGURA 13: Localização ilustrativa dos pontos BP6. FIGURA 14: Localização ilustrativa
Fonte: Janssens e Still, 1995. do ponto R3.
Fonte: Janssens e Still, 1995.
Jingmen (VB25): combinado com o ponto shu do Rim (B23),
tonifica o Rim e beneficia a passagem das águas e o controle da micção
(figura 15).
FIGURA 15: Localização ilustrativa do ponto VB25.
Fonte: Janssens e Still, 1995.
Choate (1999) e O’Sullivan (2003) relatam que comumente os pacientes
apresentam uma mistura de padrões, podendo ser o tratamento de acordo com a
predominância das manifestações clínicas. Além disso, sugerem que pontos adicionais e a
flexibilidade no tratamento devem ser utilizados sempre que necessário, principalmente
quando sinais de excesso estão presentes, por exemplo:
• Se existir uma deficiência de Yin com ascensão do Yang,
acompanhada de sinais de febre baixa, transpiração noturna, rubor malar,
língua vermelha, pulso vazio e profundo, selecionar também os pontos,
Jianshi (PC5) (figura 16) e Taodao (VG13) (figura 17), para clarear o fogo
“falso”.
FIGURA 17: Localização ilustrativa do ponto VG13. Fonte: Janssens e Still, 1995.
FIGURA 16: Localização ilustrativa do ponto PC5.
Fonte: Janssens e Still, 1995.
• A deficiência de Yin pode levar a deficiência de Qi.
Alternativamente o calor pode consumir o Yin do Estômago, levando à
deficiência de Qi. Nas Síndromes de deficiência de Qi, dispnéia após
aplicação, transpiração espontânea, pulso vazio e profundo, aplicar moxa no
Qihai (VC6) e Guanyuan (VC4) (figura 18), para tonificar o Qi e o Yin.
FIGURA 18: Localização ilustrativa dos pontos VC4 e VC6.
Fonte: Hwang e Limehouse, 2006.
• Na deficiência de Yang do Rim, membros frios, membros
inferiores edemaciados, micção abundante, língua pálida com saburra
branca, pulso vazio, profundo e escorregadio, aplicar moxa em Mingmen
(VG4) (figura 19) e Guanyuan (VC4) (figura 18), para expelir o frio e
fortalecer o Rim e seu Yang.
FIGURA 19: Localização ilustrativa do ponto VG4.
Fonte: Janssens e Still, 1995.
6. COMPLICAÇÕES DIABÉTICAS
A deficiência de Yin pode levar à estase sanguínea, produzindo condições
secundárias como úlceras, edema, cegueira noturna, catarata, apoplexia, hipertensão e
doenças cardíacas. Como já citado, a deficiência de Yin pode estar acompanhada da
deficiência de Yang, gerando neuropatias, náusea, membros frios, impotência, dor de
cabeça, agitação e dispnéia; em casos severos, pulso fraco, coma e prostração podem
ocorrer (KWONG-ROBBINS, 2003).
As principais complicações são citadas por Choate em dois trabalhos (1995 e
1999), classificando-as e apresentando possíveis intervenções:
6.1. Catarata, cegueira noturna e cegueira
Padrões envolvidos: deficiência de Yin do Rim, falhando em nutrir o Fígado,
gerando deficiência de sangue do Fígado, deficiência de Yin do Fígado e ascensão de
Yang do Fígado. Esse padrão resulta em má nutrição dos olhos.
Catarata: Normalmente requer intervenção cirúrgica. Pode-se, entretanto, diminuir
a progressão da catarata selecionando pontos de acordo com as diferenciações acima
citadas.
Cegueira Noturna: Essa desordem progressiva é subjacente à deficiência de Yin e
deficiência de Yin/sangue do Fígado. É improvável que a visão noturna completa possa
ser restaurada, porém existe uma chance de melhora e(ou) uma diminuição na
deterioração com o tratamento.
• Tonificação do Yin do Rim e Fígado com os seguintes pontos:
Shenshu (B23): tonifica o Rim e nutre a Essência do Rim,
ilumina os olhos (figura 20).
Ganshu (B18): movimenta o Qi do Fígado e elimina a
estagnação, ilumina os olhos, nutre e revigora o Sangue do Fígado (figura
20).
Danshu (B19): resolve a Umidade-Calor no Fígado e na
Vesícula Biliar, tonifica a deficiência (figura 20).
Qihai (VC6): eleva o afundamento de Qi, tonifica o Qi Original
(Yuan Qi) (figura 24).
Zusanli (E36): tonifica o Qi e o Sangue, tonifica o Qi original,
ilumina os olhos (figura 22).
Taixi (R3): tonifica o Rim, fortalece a recepção do Qi do Rim,
beneficia a Essência (Jing) (figura 22).
Taichong (F3): promove o fluxo suave de Qi do Fígado (figura
22).
FIGURA 20: Localização ilustrativa dos pontos B18, B19, B20 e B23.
Fonte: Janssens e Still, 1995.
Cegueira: Ocorre após uma hemorragia causada pela combinação da deficiência
de Qi do Baço e a ascensão do Yang do Fígado. A perda da visão pode ser temporária ou
permanente, dependendo de onde a hemorragia ocorreu. Na maioria dos casos, a perda
de visão é irreversível, por isso é importante dominar o Yang do Fígado e tonificar o Baço
para prevenir uma futura hemorragia.
• Dominar a ascensão do Yang do Fígado usando a técnica de
sedação ou harmonização nos seguintes pontos:
Taichong (F3): subjuga o Yang do Fígado, promove o fluxo
suave de Qi no Fígado (figura 22).
Xingjian (F2): drena o fogo do Fígado e subjuga o Yang do
Fígado, esfria o sangue e interrompe o sangramento (figura 22).
Fengchi (VB20): subjuga o Yang do Fígado, clareia os olhos
(figura 21).
Baihui (VG20): subjuga o Yang do Fígado (figura 21).
Hegu (IG4): harmoniza a subida e a descida de Qi, beneficia
os olhos (figura 23).
FIGURA 21: Localização ilustrativa dos pontos VG20 e VB20.
Fonte: Janssens e Still, 1995.
• Dar suporte ao Yin do Baço, Fígado e Rim usando a técnica de
tonificação nos seguintes pontos:
Ququan (F8): nutre o Sangue do Fígado (figura 22).
Taixi (R3): tonifica o Rim, fortalece a recepção de Qi do Rim
(figura 22).
Sanyinjiao (BP6): fortalece o Baço, promove a função do
Fígado e suaviza o fluxo do Qi do Fígado, tonifica o Rim e nutre o Yin, move
e esfria o Sangue e elimina a estase (figura 22).
Shenshu (B23): tonifica o Rim e nutre a Essência do Rim,
consolida o Qi do Rim, ilumina os olhos (figura 20).
Ganshu (B18): movimenta o Qi do Fígado e elimina a
estagnação, ilumina os olhos, nutre e revigora o sangue do Fígado,
interrompe o sangramento (figura 20).
FIGURA 22: Localização ilustrativa dos pontos F2, F3, F8,
R3, BP6, E36 e E40.
Fonte: Janssens e Still,1995.
6.2. Surdez
Padrão envolvido: deficiência de Yin do Rim.
Esse padrão resulta em falha na nutrição dos ouvidos.
Esta é uma complicação de desenvolvimento progressivo e provavelmente
irreversível. Para prevenir uma futura deterioração, selecionar pontos com a ação de
tonificar o Rim e nutrir o Yin:
Shenshu (B23): tonifica o Rim e nutre a Essência do Rim,
consolida o Qi do Rim, beneficia os ouvidos (figura 20).
Sanyinjiao (BP6): tonifica o Rim e nutre o Yin, move o Sangue
e elimina a estase (figura 22).
Taixi (R3): tonifica o Rim, fortalece a recepção de Qi do Rim
(figura 22).
Hegu (IG4): harmoniza a subida e a descida de Qi, beneficia
os ouvidos (figura 23).
Waiguan (TA5): beneficia os ouvidos (figura 23).
FIGURA 23: Localização ilustrativa dos
pontos IG4, IG10 e TA5.
Fonte: Janssens e Still, 1995.
6.3. Edema
Padrões envolvidos: deficiência de Yin do Baço, Deficiência do Yang do Rim.
Esse padrão leva à retenção de umidade, gerando o edema.
O edema normalmente começa nos pés e gradativamente afeta outras partes do
corpo, tendendo a ser recorrente.
• Tonificar o Baço e o Rim usando a técnica de tonificação e(ou)
moxa nos seguintes pontos:
Pishu (B20): tonifica o Baço, resolve a umidade, eleva o Qi do
Baço (figura 20).
Shenshu (B23): tonifica o Rim e nutre a Essência do Rim,
consolida o Qi do Rim, remove a umidade, fortalece a função do Rim de
recepção do Qi (figura 20).
Shuifen (VC9): abre a passagem das Águas e promove a
transformação dos fluidos (figura 24).
Qihai (VC6): eleva o afundamento de Qi, tonifica o Qi Original
(Yuan Qi), tonifica o Qi e o Yang (figura 24).
Zusanli (E36): beneficia o Baço, aumenta o Yang, expele
umidade, resolve edema (figura 22).
Taixi (R3): tonifica o Rim, fortalece a recepção de Qi do Rim
(figura 22).
FIGURA 24: Localização ilustrativa
dos pontos VC6 e VC9.
Fonte: Hwang e Limehouse, 2006.
6.4. Infecções e ulcerações na pele
Padrões envolvidos: deficiência de Yin e Qi.
Essa deficiência leva à falha na movimentação do sangue, causando uma
estagnação completa e falta de nutrição. A carência de fluidos corpóreos circulantes
causa umidade e calor ascendente em virtude da estagnação.
Isto é observado normalmente nas extremidades ou em áreas em que o
suprimento de sangue é menor, como no quadril e nas nádegas. Essa baixa circulação
também resulta em elevação dos níveis de açúcar no sangue. Ambas condições
promovem um ambiente ideal para infecções. Estas áreas irão normalmente apresentar-se
avermelhadas e púrpuras com supuração ou uma secreção clara amarelada em sua
superfície. Um pequeno corte, abrasão ou uma área de pressão localizada pode iniciar
uma infecção diabética.
Pontos locais devem ser evitados. Pontos distais que removem a estagnação nos
canais afetados devem ser empregados .
6.5. Redução periférica da circulação e neuropatia
Padrões envolvidos: estagnação de sangue, deficiência de sangue, deficiência de
Qi, deficiência de Yin, deficiência de Yang.
O prejuízo na circulação de sangue leva à estase sanguínea, produzindo uma
redução periférica da circulação, manifestada por membros escurecidos, com locais de
sensibilidade diminuída. Esta complicação normalmente está associada também a
infecções de pele.
Um exemplo dessa condição é a Polineuropatia Diabética que ocorre mais
comumente entre os felinos. Um animal com deficiência de Yin, está predisposto ao
enfraquecimento das funções do Pulmão e do Estômago (KLINE, CAPLAN, JOSEPH,
2006).
• Tratar de acordo com a diferenciação, usando os pontos:
Taixi (R3): Tonifica o Rim (Yin e Yang), fortalece a recepção do
Qi do Rim (figura 22).
Shenshu (B23): tonifica o Rim e nutre a Essência do Rim,
consolida o Qi do Rim, fortalece a função do Rim de recepção do Qi, nutre o
sangue, beneficia a Medula (figura 20).
Shousanli (IG10): tonifica Qi e sangue, resolve estagnação local
(figura 23).
• No caso da Polineuropatia Diabética dos felinos, o tratamento
tem como objetivo tonificar o Yin do Pulmão e do Rim e regular o Baço e o
Estômago, visando também regular o fluxo de Qi e Sangue a partir do ponto
de estagnação, usando além dos pontos citados acima, R3, B23 e IG10,
também o BP6 (KLINE, CAPLAN, JOSEPH, 2006):
Sanyinjiao (BP6): fortalece o Baço, promove o fluxo suave de Qi
no Fígado, tonifica o Rim, nutre o Sangue e o Yin, move o Sangue e elimina
a estase (figura 22).
6.6. Apoplexia e hemiplegia
Padrões envolvidos: deficiência crônica de Yin, resultando em deficiência de Yang
e calor, condensando Jin Ye que leva à formação de fleuma, ou umidade crônica
condensada em fleuma, ou deficiência crônica de Yin levando ao vento interior que carreia
a fleuma ascendente.
A fleuma bloqueia os canais e obstrui os orifícios do calor.
Inicialmente pode estar presente qualquer uma das combinações seguintes: dor
de cabeça severa, tonturas, falta de consciência, afasia, convulsões, paralisia facial,
hemiplegia, ou torpor em face e membros, pulso em corda e escorregadio, e língua
vermelha com saburra amarelada e gordurosa.
• Tonificar o Rim (Yin e Yang), clarear o fogo e a fleuma, e
dominar o vento do Fígado com os seguintes pontos:
Shenshu (B23): tonifica o Rim e nutre a Essência do Rim,
consolida o Qi do Rim, beneficia os ouvidos (figura 20).
Sanyinjiao (BP6): tonifica o Rim e nutre o Yin, move o Sangue e
elimina a estase (figura 22).
Taixi (R3): tonifica o Rim (Yin e Yang), fortalece a recepção de
Qi do Rim (figura 22).
Baihui (VG20): extingue o vento interior, subjuga o Yang do
Fígado (figura 21).
Renzhong (VG26): extingue o vento interior, regula a passagem
da Águas do Aquecedor Superior (figura 25).
FIGURA 25: Localização ilustrativa do
ponto VG26.
Fonte: Janssens e Still, 1995.
Fenglong (E40): resolve a fleuma e a umidade (figura 22).
Taichong (F3): subjuga o Yang do Fígado, extingue o Vento
Interior, promove o fluxo suave de Qi no Fígado, resolve a umidade (figura
22).
Yongquan (R1): nutre o Yin e clareia o Calor por Deficiência,
regula o Aquecedor Inferior, extingue o Vento Interior (figura 26).
FIGURA 26: Localização ilustrativa do ponto R1.
Fonte: Janssens e Still, 1995.
7. PROGNÓSTICO
Geralmente, em pacientes jovens ou em casos com início súbito, progresso
rápido, complicações sérias, múltiplos sintomas e um curso prolongado, o prognóstico
pode apresentar-se mau, enquanto pacientes afetados após a meia idade, com um início
insidioso, progresso lento, complicações não tão sérias, curso breve, o prognóstico passa
a ser bom (CHOATE, 1995).
A integração entre a MTC e drogas alopáticas podem resultar em um melhor
controle da doença, através da diminuição das dosagens, quantidade de medicamentos,
minimizar as reações adversas e efeitos colaterais destes, e reduzir as complicações
(KWONG-ROBBINS, 2003), favorecendo o prognóstico.
Apesar da acupuntura promover melhora clínica efetiva na redução da
hiperglicemia e normalização funcional endócrina, é mais efetiva quando utilizada como
parte de um programa de tratamento (CHOATE, 1999). Melhores resultados terapêuticos
são obtidos em pacientes que adotam o controle dietético e a atividade física regular
(DEY, ATTELE, YUAN, 2002).
8. CONCLUSÃO
O pensamento Ocidental considera os extremos de um aspecto, enquanto o
chinês enfatiza que entre os extremos existe uma continuidade de transformação. Apesar
de ambos os modos de pensar conterem elementos um do outro, mostrando um
entrelaçamento recente entre as duas culturas, cada sistema apresenta suas virtudes e
fraquezas, e cada um desenvolveu-se dentro da sua área específica do conhecimento
humano. Os dois sistemas são complementares, sendo o chinês mais intuitivo e o
ocidental mais racional. Portanto, a utilização da acupuntura associada ao tratamento
convencional Ocidental demonstra grandes vantagens quando aplicada para aliviar
sintomas gerais e complicações decorrentes do Diabetes, mostrando-se uma grande
aliada para o bem-estar físico e emocional do paciente.
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