Acontece 51
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De Portas abertas para a profissionalizaçãoIFPE se insere no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) para expandir e democratizar a qualificação profissional a trabalhadores - Pág. 6 e 7
Recomeço
Aprenda a aliar trabalho com qualidade de vida para aproveitar o ano de forma mais saudável – pág. 4
Oportunidade
Com uma indústria reno-vada e mercado aquecido, Instituto forma seus pri-meiros técnicos da área de Construção Naval – pág. 8
Prioridade
Assistência Estudantil no IFPE se fortalece com polí-tica própria para garantir a permanência dos discen-tes em sala de aula e inte-grar estudantes de todos os campi – pág. 11
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Prezados, iniciamos mais um ano com muitas expectativas e algumas novidades para vocês. Nosso IFPE começa 2013 com fe-licidade! Dizem que 13 é ausência de sorte, mas essa hipótese não é confirmada para os que fazem este importante Instituto. Essa grande família tem muito a comemorar e agradecer pelo saldo positivo de 2012. Afinal, o ano se despediu com um vestibular recordista, que passou a ser, também, o maior de Pernambuco. Quase 51 mil inscri-tos!
Participamos de prêmios, con-cursos, olimpíadas. E obtivemos êxito em todos, graças à qualidade de nossos servidores (docentes e
Palavra da Reitora
Projetos e metas da gestão estão entre as novidades a serem implantadas este ano no IFPE
Por Cláudia Sansil [email protected]
Começando bem
ExPEdIENtE
IFPE | Instituto Federal de Pernambuco | Reitoria | Assessoria de Comunicação | Av. Professor Luiz Freire, 500 - Cidade Universitária | Recife/PE | CEP: 50740-540 | Fone 55 81 2125.1760 | [email protected]
Reitora: Cláudia Sansil | textos: Carol Falcão, Carolina Fonsêca, Cláudia Sansil, Érika targino, Gil Aciolly, Houldine Nascimento, Hugo Peixoto e Patrícia Yara Rocha | Estagiários de Jornalismo: Carolina Fonsêca e Houldine Nascimento | diagramação: Fernando Filipine, Hiago Mota e Victor Pires | Ilustrações: Fernando Filipine e Hiago Mota | Revisão: Karla Araujo | Jornalista Responsável: Patrícia Yara (dRt: 2807) | Reprodução: Gráfica São Mateus LtdA | tiragem: 10 mil exemplares
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técnico-administrativos) e ao empe-nho de nossos queridos estudantes. Nosso PROIFPE ajudou jovens a conseguirem uma vaga em nossa Instituição; além de todas as outras conquistas e avanços, registrados em nossa prestação de contas. Já para este início de 2013, temos al-guns presentes à comunidade.
A constituição de nossa Fun-dação e Apoio – a FAEXTPE – e um espaço próprio destinado à Reitoria, cumprindo mais uma promessa de campanha, são duas importantes conquistas para co-meçarmos bem! Com sede própria, propiciaremos um espaço mais adequado aos nossos servidores e oportunizaremos melhores condi-ções de trabalho à ala administra-tiva do Campus Recife.
A Fundação, certamente, é um grande presente à comunidade, pois permitirá mais capilaridade nos investimentos destinados à Pesquisa aplicada e à Extensão tec-nológica, fortalecendo ainda mais o nosso Ensino. A FAEXTPE po-derá contar com o valioso capital
humano do IFPE, contratar, ofere-cer cursos, atuar ainda como pres-tadora de serviço, organizando concursos vestibulares de outras instituições, entre outras ativida-des de fomento. E parte de seus dividendos retornarão ao Instituto na forma de apoio.
Após muitas idas e vindas, va-mos entregar os tablets aos estu-dantes. Como prometido, come-çaremos pelo Campus Ipojuca. Em seguida, continuaremos por todos os demais que constituem o IFPE. Criamos uma comissão, ancorada na Proden (Pró-Reitoria de Ensi-no), que vem desenvolvendo um trabalho de sensibilização, junto aos professores, em todas as uni-dades, com o objetivo de construir-mos uma metodologia de uso das novas tecnologias em sala de aula. Esses equipamentos devem ter um cunho pedagógico, possibilitan-do um aprender-ensinar-aprender mais prazeroso e em sintonia com o mundo contemporâneo.
Estamos trabalhando para consolidar a cultura acadêmica,
propiciar melhores condições de trabalho e valorização do humano, ampliar a capacitação de forma-dores, incentivar e apoiar os estu-dantes através dos programas insti-tucionais, cuidar dos aposentados, fortalecer e aumentar as bolsas, apoiar as comissões, empoderar o tripé Ensino-Pesquisa-Extensão e, consequentemente, termos um Instituto forte, humanizado, feliz e em paz.
A paz devendo ser compreen-dida e buscada como um bem do coletivo, cuja construção depende de cada um e de todos nós. A paz não é um conceito estático. É um processo dialógico e de construção coletiva. É instaurar o diálogo de maneira incansável. Significa en-gajamento, esforço, sacrifício, von-tade e estarmos abertos às muitas possibilidades que a vida nos ofe-rece e nem sempre percebemos. Vamos assumir com paixão e com dedicação a Educação como possi-bilidade de instauração da paz! Fe-liz ano e que Deus possa continuar nos abençoando!
ifpe acontece #51 jan 133
O uso de substâncias advindas das plantas para fins medicinais é uma prática presente desde a pré--história. Contudo, em vários casos não existe a comprovação da eficá-cia desses extratos. Por esse motivo, um grupo de docentes vinculado ao Departamento de Química do Cam-pus Recife decidiu iniciar, em 1998, um estudo nesta área. Intitulada “Óleos Essenciais”, a pesquisa visa a observar aplicações tecnológicas para essas substâncias.
A professora Sofia Brandão in-gressou no IFPE em 1996. Uma das responsáveis pela pesquisa, ela explica sua função no projeto: “Trabalho com óleos produzidos a partir de algumas plantas me-dicinais, que possuem diversas substâncias com diferentes ações terapêuticas”. No laboratório, são desenvolvidos estudos químicos para identificação dos componen-tes dos óleos, a fim de determinar algumas propriedades, como den-sidade, índice de refração e solubi-lidade.
Um dos objetivos dos pesquisa-dores é também a realização de es-tudos biológicos para comprovar a funcionalidade de cada planta uti-lizada pela população sem emba-samento científico, além de testes para avaliar novas aplicações para o óleo obtido. As plantas da caa-tinga são priorizadas para destacar suas potencialidades, buscando, numa ação posterior, sensibilizar o agricultor local tanto pela sua im-portância terapêutica, quanto pela importância econômica de seu cul-tivo racional.
O Grupo de Pesquisa e Desen-volvimento de Produtos Tecnológi-cos, do qual Brandão faz parte, foi criado em 2004. “Foi quando sur-giu, na Instituição, a Gerência de
Estudo de pesquisadores do IFPE tenta comprovar eficácia de substâncias extraídas de plantas
Por Houldine [email protected]
Óleos essenciais
Pesquisa
Professora Sofia Brandão lidera a pesquisa que tem estudantes de Química como integrantes
Pesquisa e Pós-Graduação. A par-tir disso, os grupos começaram a ser cadastrados”, revela. Nele tam-bém estão presentes os professores Eduardo Alécio, que lidera a pes-quisa junto com Sofia, José Edson Gomes, Fabíola Soraia e Cláudia Maranhão (estas duas trabalham com extrato botânico). Além de docentes, o grupo é formado por técnicos e estudantes, todos cadas-trados no CNPq.
Os pesquisadores tentam con-verter as pesquisas em duas linhas de trabalho: a do estudo de óleos essenciais e suas aplicações; e a ou-tra, a cargo de Alécio, da validação de métodos analíticos. “O profes-sor Alécio trabalha com aplicações e atividades microbianas, testando a ação antisséptica do óleo”, co-mentou Brandão.
De acordo com ela, todas as informações são unidas com o pro-pósito de avaliar qual informação científica obtiveram para divulgar à comunidade. “Cada professor trata de uma área. Juntamos todas as informações para lançarmos os resultados obtidos. A cada ano, apresentamos um novo material à Propesq (Pró-reitoria de Pesquisa,
Pós-Graduação e Inovação)”.Estudante do Curso Técnico
de Química do Campus Recife des-de o segundo semestre de 2009, Martinha Pereira passou a inte-grar a equipe no laboratório este ano, por conta do PIBIC Técnico (modalidade de bolsa exclusiva do IFPE). Ela é orientada pela professora Sofia Brandão. “Logo quando houve a seleção, a profes-sora tinha um plano de trabalho. E eu fiquei responsável por dar con-tinuidade, além de receber orien-tação”, disse.
O plano de trabalho busca ex-trair o óleo essencial de algumas plantas para análise de ativida-des. “Eu estudei essas plantas que íamos trabalhar para conhecer a questão fotoquímica e as proprie-dades delas. Num segundo plano, iniciei trabalhos em laboratório, como cromatografia, entre outras técnicas que utilizamos para ana-lisar quimicamente essas plantas estudadas”, declarou Pereira.
João Gabriel, que estuda Quí-mica, entrou no IFPE em agosto de 2011 e, assim como Martinha, integra o plano de trabalho do PIBIC desde agosto de 2012. Ele
é orientado pela professora Fa-bíola Santos. “Meu plano de tra-balho está relacionado ao extrato de substância da planta Caesalpi-nia ferrea [conhecida popularmen-te como ‘Pau-Ferro’], presente na caatinga. Tudo isso visando ao combate ao Aedes aegypti [mosqui-to transmissor da dengue e febre amarela]”.
Sofia Brandão destaca que o foco da pesquisa é trabalhar sem-pre com o isolamento de princí-pios ativos contidos nas plantas, os quais estão normalmente nos óleos essenciais e em outra parte da planta. “Quando fazemos a extra-ção, inevitavelmente, traremos os componentes dos óleos misturados com tudo que tiramos da planta naquele momento”.
O estudo continua a ser desen-volvido, uma vez que a área de pes-quisa sofre variações anualmente, dada a carência do tema. “Isso ocorre porque é um campo imen-so para trabalhar. O conhecimento popular das plantas é enorme, no entanto, o estudo científico que comprove a ação terapêutica ainda é muito limitado, por isso é neces-sária a pesquisa”, encerrou.
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ifpe acontece #51 jan 134
O ano do bem-estarSaiba o que fazer para cumprir as promessas de Ano Novo, livrar-se do estresse e viver 2013 de maneira mais saudável
Por Hugo [email protected]
Saúde
Seja para os mais supersti-ciosos, que aproveitam o réveillon para pôr em prática as várias sim-patias, ou para aqueles que usam branco apenas por tradição, a festa para saudar o novo ano sempre é também o momento de refletir, ali-mentar as esperanças e planejar a vida com hábitos mais saudáveis. É nos primeiros minutos do ano que ressurgem as promessas pessoais de praticar atividades físicas, fazer um bom curso ou ter uma rotina mais tranquila, e uma boa pedida para ajudar a cumpri-las nos meses seguintes é conhecer as opções de atividades disponíveis no seu am-biente de trabalho.
Nos campi do IFPE, são de-senvolvidas diversas ações que são abertas para discentes, servidores e até para a comunidade externa. Por isso, vale a pena ficar atento aos períodos de inscrições nessas atividades, que vão do futsal às artes plásticas. No Campus Recife, por exemplo, além dos esportes, uma opção é o Curso Extra de Pin-tura em Tela, ministrado pelos pro-fessores Eudes Ribeiro e Ademar Menor. O curso existe há 12 anos e é uma alternativa para quem quer algo mais tranquilo. “A atividade é bastante procurada por servidores aposentados e pessoas da tercei-ra idade. Muitas vezes recebemos quem busca combater o estresse ou a depressão”, afirmou Ribeiro. As inscrições acontecem em meados de fevereiro e as aulas são sema-nais. “A intenção não é formar pin-tores profissionais, e sim resgatar a autoestima e a qualidade de vida”, completou Menor. No final do cur-so, as pinturas feitas pelos alunos compõem uma exposição no hall de entrada do campus.
Outra opção para quem quer dar um basta no estresse e ainda desenvolver a criatividade é o Pró--Arte, curso de teatro comunitário do Campus Barreiros. O grupo foi reativado no ano passado e espera crescer ainda mais em 2013, quan-do terá duas turmas, uma para ini-ciantes e outra para avançados. As inscrições são no primeiro semes-tre, e os encontros são semanais. “O teatro ajuda a desenvolver e
fortalecer a criatividade, além de trabalhar a expressão e a emoção, aspectos fundamentais não só para a vida profissional, como também para a familiar”, ressaltou o profes-sor Nielson Barbosa, coordenador do Pró-Arte. O Campus Barreiros conta também com um grupo mu-sical de metais, ou seja, que utiliza instrumentos de sopro.
O ano de 2013 também marca o início de uma série de atividades no IFPE, como o curso de extensão de Violão e Guitarra, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão (con-fira mais na matéria da página 5).
Já no Campus Vitória de Santo Antão estão previstas ações que integram a prática de atividades físicas a outras áreas em prol do bem-estar do servidor. Entre as novidades estão o Pé no Campus, um circuito de caminhadas pelo campus – que possui cerca de 140 hectares – em que serão trabalha-dos aspectos relacionados à Educa-ção Ambiental. “Haverá também o Sintonia, que, por meio de rodas de conversas, vai discutir temá-ticas referentes às relações inter-pessoais no trabalho”, antecipou a coordenadora de Pesquisa, Pós--graduação e Inovação, Ana Patrí-cia Falcão. “Ainda está previsto o oferecimento de práticas corporais como futsal, oficinas de dança, badminton, ginástica laboral, téc-nicas de alongamento e de relaxa-mento”, completou.
Com o objetivo de criar em todo o IFPE um ambiente onde
se propague a qualidade de vida, a Diretoria de Gestão de Pessoas (DGPE) desenvolve ainda uma série de ações no sentido da im-plantação de um programa voltado para os servidores. Em 2012 foram realizadas pesquisas de qualidade de vida do trabalhador nos cam-pi, além de palestras relacionadas ao tema. Agora, será iniciada a segunda etapa dos trabalhos: “As próximas ações serão a apresen-tação das pesquisas em todos os campi, a criação das comissões de qualidade de vida, promoção de um fórum de discussão sobre o tema e a implantação do Subsis-tema de Atenção à Saúde do Ser-vidor (SIASS) do IFPE, que tem por objetivo coordenar e integrar ações de assistência à saúde, perí-cia oficial, promoção, prevenção e acompanhamento da saúde do profissional”, explicou Saulo Me-deiros, um dos facilitadores do processo. “Já que muitos não têm tempo de cuidar da saúde, vamos criar ações capazes de assistir o ser-vidor no seu ambiente de trabalho. A pesquisa que foi realizada nos deu uma visão geral sobre o que se entende como qualidade de vida. É com esses dados que vamos buscar uma melhor adequação, capaz de atender às especificidades de cada região onde exista um campus do IFPE”, destacou Medeiros.
Diante de tantas opções, agora é escolher uma atividade e fazer de 2013 um ano dedicado à qualidade de vida e ao bem-estar.
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Ilustração: Hiago Mota
ifpe acontece #51 jan 135
Em sintonia com a músicaCurso de Extensão em Violão e Guitarra oferecido pela Proext atrai servidores e alunos interessados em música
Extensão
Por Carolina Fonsê[email protected]
É inegável que a música move a vida das pessoas. Tem gente que faz dela seu modo de vestir, pensar e de viver. Há melodias que nos fazem até lembrar os lugares por onde passamos ou o cheiro de quem esteve conosco. Esse en-cantamento se traduz na vonta-de de conhecê-la mais de perto, o que pode ser comprovado na grande procura pelo curso de Extensão em violão e guitarra oferecido pela Pró-Reitoria de Extensão (Proext) aos estudan-tes e servidores do IFPE.
Quem ministra é o professor Fred Andrade, músico profissio-nal desde os 17 anos. O docente, que cursou Bacharelado em violão clássico e Licenciatura na UFPE, é
também compositor, guitarrista e violonista, e tem em seu currículo inúmeras apresentações acompa-nhando vários artistas nacionais.
A expectativa de Fred quanto ao curso é ajudar tanto no aprofun-damento daqueles que já tocam e que tiveram contato com música através do ensino formal ou mesmo empiricamente com amigos e pa-rentes, como também desenvolver musicalmente aqueles que inicia-rão seu processo através das aulas. Ele revela que buscou sentir duran-te as entrevistas com os candidatos o real interesse deles por música, o que justifica o processo seletivo, ao invés da ordem de chegada das inscrições. “Seria extremamente injusto com as pessoas que real-mente amam a música e que ain-da não tiveram a oportunidade de fazer um curso dessa natureza. Na
entrevista deu para perceber nos pequenos detalhes das respostas o nível de envolvimento dos inscritos com arte de uma maneira geral”, contou o professor.
A servidora Adriana Oliveira será uma das alunas do curso. Ela lembra que tocava violão na ado-lescência com revistas de cifras, encontrando no curso uma opor-tunidade de aprimorar seu conhe-cimento e ter mais qualidade de vida.
Segundo ela, estamos tão volta-dos para a correria do dia a dia e em nos qualificar para conquistar novos postos, que acabamos esque-cendo de fazer atividades apenas para satisfação pessoal. “O curso de música é um caminho diferen-te. Estudar música faz muito bem para alma. Esse curso, a princípio, não vai me trazer benefício profis-
sional ou financeiro, mas vai me dar bem--estar”, ressaltou.
Seja a música como prática profis-sional ou hobby, ela é, no fim das contas, um caminho para as pessoas se aproxima-rem mais e até mes-mo conhecerem a si próprias. O interesse da Proext em ofere-cer o curso, com a chegada do professor Fred Andrade, dei-xa a comunidade do IFPE animada, so-bretudo, com a pro-messa de outros pro-jetos na área musical e de muitas outras novidades por vir.
Possui vasta experiência em gravações de trilhas e jingles e vem há 12 anos trabalhando em sua carreira solo. Lançou em 2000 seu primeiro álbum, “Ilusões a granel”; no ano de 2002 foi a vez do Cd em parceria com o baterista Ebel Perrelli, o “Projeto Mandinga”. Em 2005 gravou um Cd focado nos frevos de rua, chamado “Guitarra de Rua”; em 2006 lançou o “Farra de Anjo”, onde recebeu diversos convidados da cena instrumental nacional; e em 2009 o Cd “Pele da Alma”. Além da carreira solo, o músico faz parte do Sexteto Noise Viola, que já possui disco de mesmo nome, feito em 2007. O ano
Saiba mais sobre Fred Andrade
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de 2010 teve como principal projeto o lançamento de um dVd chamado “Guitarra Pernambucana”, em que fez uma retrospectiva da carreira com as músicas que mais marcaram seus trabalhos e ainda abordou assuntos como composição musical. A volta do “Mandinga”, em 2012, veio num ousado projeto com duo de guitarra e bateria, registrado em dVd. Fred atualmente vem se dedicando à finalização de um álbum com peças de violão num solo e a um método de temas e improvisações nordestinas. Faz parte do quadro da Proext, onde cuida do Curso de Extensão de violão e guitarra.
ifpe acontece #51 jan 136Ensino
O caminho para o mundo do trabalhoPrograma do Governo Federal, integrado pelo IFPE, democratiza o acesso ao ensino técnico com objetivo de formar profissionais para o mercado
Por Patrícia Yara [email protected]
Crescer profissionalmente e
ter uma vida melhor. Quem nun-
ca sonhou com isso alguma vez?
Com a implantação pelo Governo
Federal do Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e Em-
prego (Pronatec), milhares de tra-
balhadores do país puderam dar o
primeiro passo para, quem sabe,
concretizar esse sonho e o IFPE
não ficou de fora. A Instituição,
cumprindo sua missão institucio-
nal, abraçou a causa e passou a
ofertar capacitação de curta dura-
ção em diversas áreas, propiciando
qualificação profissional e gerando
mão de obra preparada para as de-
mandas da Copa 2014 e setores do
Turismo e Indústria.
Criado em Outubro de
2011 com a sanção da Lei nº
12.513/2011 pela Presidenta Dil-
ma Rousseff, o Pronatec tem como
objetivo principal expandir, inte-
riorizar e democratizar a oferta de
cursos de Educação Profissional
e Tecnológica (EPT) para a popu-
lação brasileira. Para tanto, prevê
uma série de subprogramas, pro-
jetos e ações de assistência técnica
e financeira que juntos oferecerão
oito milhões de vagas em cursos
de diferentes perfis nos próximos
anos.
Empregada da terceirizada
Soll, que presta serviços de limpe-
za e conservação, Vânia Marques,
51 anos, vinha esticando seu ex-
pediente só para poder aprender
diversas técnicas de encadernação
e papelaria em um dos cursos do
Pronatec oferecidos pelo IFPE no
Campus Recife. Ela conta que todos
os dias aguardava cerca de duas
horas após seu expediente para
participar do curso, mas, segundo
ela, o sacrifício valeu a pena. Com
o ingresso no curso, ela até arru-
mou um tempinho na agenda diá-
ria para cuidar da saúde. “Através
do Pronatec, eu me renovei. Nas
horas vagas de espera pelas aulas,
fazia até caminhada lá no campo
de atletismo”, disse animada.
Mas não é só Dona Vânia que
está nessa animação com o novo
aprendizado. Outros terceirizados
como Gilberto Assis, 51 anos, e
Elisana Vieira, 29 anos, também
se identificaram com as técnicas de
cortar, furar, serrilhar, grampear e
encadernar e sonham agora em tra-
balhar na área. “A gente tem que
colocar na nossa mente que sempre
Um dos cursos oferecidos pelo IFPE através do Pronatec formou profissionais em Encadernação Gráfica
Foto: Patricia Rocha
da esquerda para a direita: Vânia, Gilberto e Elisana, animados com o novo aprendiza-do, sonham em trabalhar na área
ifpe acontece #51 jan 137
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somos capazes de aprender algo e
ir mais além”, ressaltou Gilberto,
incentivando outros colegas a par-
ticiparem do programa.
Já Eliana Silva, 18 anos, e
Leandro Salomão, 17, concluintes
do Ensino Fundamental de uma
escola pública, sonham agora em
abrir uma pequena empresa em
parceria. “Sempre gostei de traba-
lhos manuais, até já trabalhei com
produção de artesanato, mas com
esse curso, descobri um outro ca-
minho e no futuro pretendo abrir
uma gráfica rápida com meu cole-
ga”, afirma Eliana.
Eliana, Leandro e a maioria
da turma do curso de Encaderna-
ção souberam das aulas através
da divulgação do professor, o au-
xiliar de artes gráficas e coorde-
nador da Gráfica do Campus Reci-
fe, Isaque Prazeres. Para divulgar
o programa, ele visitou escolas
estaduais e igrejas da comunida-
de no entorno do Campus e con-
seguiu as inscrições que faltavam
para iniciar não só o curso de En-
cadernação como o de Fotogra-
fia, também ministrado por ele,
que é fotógrafo profissional nas
horas vagas. De acordo com o fa-
cilitador, o esforço valeu muito a
pena. “A oportunidade de passar
meus conhecimentos foi maravi-
lhosa. Dos 35 alunos que tive nas
duas capacitações, consegui fazer
35 amigos”, destacou.
Utilizando princípios de susten-
tabilidade no curso de Encaderna-
ção, Isaque reaproveitou formulá-
rios contínuos que tinham a marca
do antigo CEFET e que seriam
jogados fora e improvisou diversos
materiais, reutilizando caixas de
papelão, tecidos e papel de presen-
te para confeccionar sacolas, ca-
dernos, blocos de papel, caixinhas
de presentes e agendas, que foram
decorados com as imagens foto-
gráficas dos alunos de Fotografia.
O resultado uniu com criatividade
as técnicas ensinadas nas duas ca-
pacitações, as quais tiveram, cada
uma, 160 horas. Toda a produção
foi exposta no hall do Campus, na
formatura das turmas do Pronatec,
realizada em dezembro passado.
O programa – Os cursos do
Pronatec são ofertados em todos
os campi do Instituto, sendo que
a maioria são de formação inicial
e continuada (FIC), que possuem
carga horária entre 160 e 300 horas
e têm como público-alvo trabalha-
dores e desempregados. No Cam-pus Vitória são oferecidos também
dois cursos concomitantes, um de
Técnico em Segurança do Traba-
lho e outro de Técnico em Ali-
mentos, com duração de um ano e
meio e voltado para estudantes do
Ensino Médio da Rede Estadual.
Em 2012, primeiro ano do pro-
grama no IFPE, foram capacitados
cerca de 1300 pessoas. Para incen-
tivar o aprendizado e garantir a
permanência nas aulas, os alunos
receberam assistência estudantil
no valor de R$ 2 por hora aula,
para gastos com transporte e lan-
che. Este ano, a oferta de capacita-
ções vai crescer bastante. De 67 em
2012, o Instituto oferecerá mais de
200 cursos, com previsão de início
das aulas para março.
Segundo Maria José Melo,
coordenadora geral do Programa
no IFPE, o Pronatec tem a parti-
cipação de demandantes e ofertan-
tes, existindo uma parceria entre
esses elementos, que é chamada
de pactuação. “Nós oferecemos os
cursos, dependendo da vocação de
cada campi, e os demandantes en-
viam os estudantes para as vagas
oferecidas”, destacou.
Sobre a participação do IFPE
no programa, a coordenadora res-
salta que é fundamental, porque
além de ser um Programa do Go-
verno Federal, em que todos os Ins-
titutos Federais estão envolvidos e
empenhados ao máximo para o
seu sucesso, a meta principal é pro-
fissionalizar cerca de 8 milhões de
brasileiros até 2014. “Nós, enquan-
to casa de educação profissional e
tecnológica, temos que contribuir
para que essa meta seja alcançada
com a qualidade que é peculiar aos
Institutos Federais”, concluiu.
A lista completa dos cursos a serem
oferecidos estará disponível a partir de
fevereiro – quando inciam as inscrições
– no link do Programa no site de cada
campus. Mais informações no site:
http://pronatec.mec.gov.br/ ou
http://www.pronateccopa.turismo.gov.br/
Quantitativo de cursos homologados para 2013
Campus Nº de Cursos
Afogados da Ingazeira 30
Barreiros 36
Belo Jardim 33
Caruaru 24
Garanhuns 6
Campus Nº de Cursos
Ipojuca 25
Pesqueira 14
Recife 76
Vitória de Santo Antão 9
Total 253
ifpe acontece #51 jan 138Cursos
Novo folêgo para a Indústria NavalPrimeiros técnicos em Construção Naval do IFPE chegam ao mercado juntamente com o renascimento da indústria naval brasileira
Por Érika [email protected]
A indústria naval no Bra-sil está em plena reestruturação. Após anos de declínio, poucos investimentos nacionais e com profissionais desmotivados, a in-dústria naval brasileira chega a sua quinta geração com novo fôlego. Impulsionada por importantes in-centivos, como o Programa de Mo-bilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), e o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), lan-çados em 2003 pelo Governo Fe-deral por meio do Ministério de Minas e Energia, além das recentes descobertas de petróleo na camada do pré-sal, chegou a hora de uma nova fase: a consolidação.
O grande desafio para o pleno desenvolvimento do setor está na qualificação de uma mão de obra altamente especializada. O Institu-to Federal de Pernambuco (IFPE), Instituição de referência no estado na qualificação técnica e tecnoló-gica, mais uma vez dá um passo à frente e cria o primeiro Curso Técnico em Construção Naval de Pernambuco, que no fnal de 2012 formou os primeiros 41 profissio-nais pelo Campus Ipojuca.
“Quando pensamos em im-plantar o curso procuramos as instituições mais credenciadas do país, entre elas a Escola Naval do Arsenal de Marinha do Rio de Ja-neiro e a Fundação de Estudos do Mar. O curso foi feito para atender às demandas da nova indústria na-val que se consolida no país. Como a área naval está em reestruturação, é necessária a atualização do curso periodicamente, pois novas tecno-logias e metodologias são constan-temente aplicadas, desta forma o
curso de Construção Naval deve, na medida do possível, acompa-nhar as mudanças na área”, expli-ca Enio Camilo, diretor-geral do Campus Ipojuca e presidente da comissão de implantação do curso.
Referência - Na década de 1970, quando se falava em ativi-dades da indústria naval, o estado do Rio de Janeiro era o polo de referência para todo o Brasil, não apenas em produção de navios dos mais variados tipos, como gaseiros e petroleiros, unidades de offshore (unidades de exploração petrolí-fera em alto mar), como também na formação da mão de obra para atuar no setor.
Atualmente, Pernambuco ga-nha lugar de destaque com a im-plantação do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que já se encontra em atividade; o Estaleiro STX OSV Promar, que iniciará suas opera-ções a partir do segundo semestre de 2013, com obras bastante avan-çadas; e um terceiro estaleiro, o CMO, que iniciará as obras ainda no próximo ano, mas já permite boas perspectivas de crescimento ao setor.
Mas o que atrai essas grandes empresas para Pernambuco? A lo-calização privilegiada do comple-xo industrial portuário de Suape em relação a grandes regiões pro-dutoras de petróleo e gás natural, a exemplo do Golfo do México e da costa ocidental do continente africano. Esse diferencial garante a Pernambuco vantagens no aten-dimento a demandas por embarca-ções e unidades offshore, como tam-bém uma otimização da logística no suprimento de insumos.
De acordo com o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, a indústria naval é essencial para o desenvolvimento do Brasil, e os
pontos nevrálgicos para o cresci-mento do setor são a gestão da in-dústria e formação de mão de obra. “Esses são os desafios para criar o polo de desenvolvimento da indús-tria naval, que queremos que seja competitiva e qualificada. Aqui [Pernambuco] não estamos aven-turando, e sim, estruturando uma indústria com tecnologia e capaci-dade produtiva”, analisou Macha-do em pronunciamento durante o lançamento do projeto Polo Naval, em novembro de 2012, na sede do Promar.
Contribuição - A reitora do IFPE, Cláudia Sansil, assinou um protocolo de intenções do projeto Polo Naval, com o Governo do Es-tado e estaleiros STX OSV Promar, Atlântico Sul e CMO. O documen-to visa a inserir o Instituto no pro-
grama de qualificação de mão de obra para atuar no setor naval de Pernambuco. Durante a solenida-de, o IFPE foi citado praticamen-te em todos os pronunciamentos como Instituição de referência para contribuição no desenvolvi-mento do setor.
Para o aluno Sidney Oliveira, que estagiou no EAS e é um dos 41 técnicos de Naval formados pelo IFPE, as perspectivas são boas, mes-mo tendo entrado no curso sem ter conhecimento algum sobre o setor. “Na época não sabia absolutamen-te nada sobre naval e quis conferir a novidade. Hoje me sinto preparado para encarar os desafios do mercado, pois tive ampla formação no Campus Ipojuca e mesmo com as dificulda-des de um curso novo, em fase de estruturação, fiz a minha parte”.
Inedistismo do curso técnico em Construção Naval atraiu estudan-tes que agora passam a encarar os desafios desse novo mercado
Foto: Professor Edson Fernando
ifpe acontece #51 jan 139
sas competições rende reconhe-
cimento não só para os atletas,
mas também para os treinadores.
É o caso do professor Ateniense
Alves. Com duas equipes qualifi-
cadas para a etapa final da Olim-
píada de História, ele foi convo-
cado para participar de um curso
de qualificação promovido pela
Unicamp, organizadora do even-
to. “É um reconhecimento muito
importante, pois só foram convi-
dados alguns professores”, diz.
Para 2013, os estudantes pro-
metem boas participações. Estu-
dantes do Campus Recife concor-
rerão na Olimpíada Nacional de
Biologia, que acontece em abril, e
na Olimpíada de Geografia da Na-
tional Geographic, em março.
Destaque
No pódio do conhecimentodesempenho de estudantes do Campus Recife em olimpíadas científicas é destaque nacional e internacional
Por Carol Falcão [email protected]
Pense rápido: o que há
em comum entre super atletas
como César Cielo ou Arthur Za-
netti e estudantes como Larissa
Aquino e Lívia do Santos? Todos
eles são medalhistas em olimpí-
adas. Porém, se os primeiros se
destacam por conta do desem-
penho nas piscinas ou ginásios,
os estudantes do Campus Recife
ganham notoriedade nacional
e internacional por conta do
conhecimento que apresentam
em assuntos como astronomia,
língua portuguesa, geografia ou
história.
Acompanhada pelo professor
Guilherme Pereira, a estudante
do curso de Segurança do Tra-
balho, Larissa Aquino, pode ser
considerada uma competidora
de alta performance. Medalhista
de prata na Olimpíada Latino-
-americana de Astronomia e
Astrofísica, a estudante-atleta
explica que um bom resultado
nesse tipo de competição requer
o mesmo esforço de uma prepa-
ração esportiva. “São necessá-
rias muitas horas de estudo, es-
forço mesmo”, resume.
Além da dedicação, é preciso
haver muito treinamento. Um
detalhe importante que une as
experiência positivas do campus
em olimpíadas de conhecimento
é a fase preparatória, na qual to-
dos os estudantes recebem orien-
tação do professor da disciplina.
Um exemplo disso é o que fez a
professora Tatiana Luna. Ainda
no primeiro semestre de 2012 ela
começou um trabalho de garim-
pagem de talentos para a Olim-
píada de Língua Portuguesa. “A
ideia era que os estudantes que
procurassem o grupo preparató-
rio fossem se acostumando com
o tipo de competição, o tipo de
texto produzido etc”, explica.
Foi assim que Tatiana conheceu
dois grandes talentos da compe-
tição: Lívia dos Santos, medalha
de ouro na categoria crônica, e
André da Silva, menção honrosa
no quesito artigo de opinião.
Um bom desempenho nes-
Olimpíadas de conhecimento ou científicas não são uma novidade no mundo acadêmico. Saiba mais sobre esse tipo de evento, que tem suas ori-gens ainda no século XIX.
O registro da primeira com-petição do tipo no mundo data de 1959, quando foi realizada a I Olimpíada Internacional de Ma-temática (IMO, sigla em inglês), na Romênia, com a participação de países do bloco soviético;
O modelo da IMO era ins-pirado numa competição reali-zada na Hungria, desde 1894, para alunos do Ensino Médio daquele país;
No Brasil, esse tipo de compe-
tição começou a ser realizado em 1967, com a I Olimpíada Brasilei-ra de Matemática, em São Paulo;
Atualmente, existem 14 olim-píadas científicas em vigor no Brasil. São elas: Matemática, Química, Astronomia, Física, Informática, Biologia, Matemá-tica das Escolas Públicas, Saúde e Meio Ambiente, Robótica, Quí-mica Jr., Geografia, História do Brasil, Física na Escola Pública, Linguística e Agropecuária.
Com orientação e dedicação o resultado não pode ser outro: estudantes se destacam, garantem me-dalhas e prometem muito mais para as olímpiadas de conhecimento deste ano
Fotos: Arquivo Ascom | Ilustração: Fernando Filipine
ifpe acontece #51 jan 1310Cultura
Festejando a arteConheça um pouco da história do grupo de dança Arte em Movimento, que comemora 12 anos de existência
Por Black Escobar*[email protected]
* É Coordenador do Núcleo de Arte e Cultura/IFPE-Campus Recife
Espetáculos e coreografias
2000 - Na era do aquário
2001/2002/2003 – Mostras de dança
2004 - O lixo que não é lixo
2005 - Zumbi – O rei da liberdade
2006 - Viva Pernambuco
2007 - Estação Recife - Indicado ao prê-
mio Festival Estudantil de teatro e dan-
ça (FEtEd) – PE em Melhor Coreografia
para Black Escobar.
2008 – Vitalinos - Prêmio destaque FE-
tEd – PE como Melhor direção de Arte
pelo Conjunto da Obra.
2008 - Sonhos, Peripécias e gargalha-
das - Prêmio especial FEtEd – PE como
Melhor direção de Arte para Black Esco-
bar
2009 – Encontro - Indicado ao prêmio
FEtEd - PE de Melhor Bailarino para Ro-
berto Silveira
2010 - A nova que a bossa tem - Prê-
mio destaque FEtEd - PE como Melhor
Espetáculo para Black Escobar pela dire-
ção de Arte e Conjunto da Obra.
2012 - Vitalino e Luiz Gonzaga: 200
Anos de Cultura (adaptação do Espetá-
Tudo começou no ano 2000. Um pouco antes, em 1998, fui trans-ferido da Delegacia do Ministério da Educação (MEC), quando o então diretor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernam-buco, Prof. Sérgio Flórido, me con-vidou para ser integrante da equipe de jornalistas do CEFET. Papo vai, papo vem, surgiu a possibilidade de realização de projetos de dança dentro das atividades extracurricu-lares, uma vez que ele já conhecia meu trabalho artístico fora da Esco-la. Gostei da ideia, a qual aceitei de imediato, porém, com a condição de trabalhar, exclusivamente, com a proposta da Dança. A partir daí, muitas ideias foram aos poucos se concretizando, com reuniões, ofici-nas, treinamentos e viagens. No iní-cio, quase todas as turmas, manhã e tarde, acompanharam o processo criativo do projeto “Conscientiza-ção Corporal e Ritmo”, através de aulas, laboratórios e ensaios core-ográficos, oferecido aos alunos do Ensino Médio e utilizado até hoje para todos os cursos existentes no Campus Recife. Depois vieram as “Mostras de Dança”, com coreo-grafias temáticas executadas pelos
estudantes de todas as turmas. Não demorou muito e no ano seguinte já estávamos participando de Festi-vais de Dança e Eventos Culturais inseridos na programação artística da cidade do Recife, além de apre-sentações realizadas nos diversos campi. Enfim, o sonho realizado. Em 2010, ganhamos o Núcleo de Arte e Cultura, que completa ago-ra dois anos de existência, e mais uma sala de dança restaurada, ade-quada e própria para o uso de todas as artes dentro do Instituto. Um espaço para dar toda a sustentação e apoio não somente à Dança, mas também a todas as atividades e ini-ciativas artísticas e culturais rela-cionadas à cultura pernambucana e à produção artística desenvolvi-das pelos estudantes, servidores e artistas dessa Casa de Educação. Atualmente, o grupo desenvolve, junto aos alunos, um processo cria-tivo que faz uso da sensibilidade, da emoção e dos sentidos, além de aulas de dança e teatro, renovação e conscientização corporal, a fim de dar mais amplitude, precisão e perfeição ao movimento gestual, bem como a inserção dos jovens no mundo das artes cênicas. Que em 2013 possamos produzir, realizar e engrandecer ainda mais o IFPE com muita arte e cultura.
culo “Vitalinos” – 2008) apresentado no
II Fórum Mundial de Educação Profissio-
nal e tecnologia em Florianópolis(SC)
2012 - Arte e Cultura por um Desenvol-
vimento Sustentável – Rio+20 - Rio de
Janeiro (RJ).
2012- Tudo a Declarar - Indicado ao
prêmio FEtEd – PE como Melhor Co-
reografia e Melhor Coreógrafo.
2012 – Construção - Indicado ao prê-
mio FEtEd – PE como melhor coreogra-
fia e melhor coreógrafo.
2012 – A quatro faces
2012 – Afinal de Contas, quem somos?
- Indicado como melhor coreografia,
melhor coreógrafa e melhor bailarina.
Trabalhos Coreográficos e Processos
Criativos de Teatro
2009 – Navio Negreiro
2010 – O guarani
2011 – Muito pelo Contrário (de João
Falcão)
2012 – Vida – Prevenção à AIDS
2012 – Flicts – A cor (de Ziraldo)
www.aarteemmovimento.blogspot.com
Grupo, que traz propostas inusitadas de dança e interpretação, já encenou quase 20 produções ao longo de seus 12 anos
Foto
: Gil
Aci
olly
ifpe acontece #51 jan 1311
Tudo pelo estudantedepois de ganhar política própria e ampliar seu orçamento, desafio da Assistência Estudantil é consolidar programas
Entrevista
Por Gil [email protected]
Moradia, alimentação, bolsas, apoio social e psicológico. São diver-sas as ações pensadas para os estudantes do IFPE e até para os que so-nham em ingressar na Instituição. A ideia é garantir o acesso à educação profissional pública, além da permanência e do êxito em sala de aula. Tudo isso é reflexo do trabalho desenvolvido na Diretoria de Assistência ao Estudante, dirigida por Clécio Gomes. Nesta entrevista, ele fala das conquistas, das novidades e desafios na área para 2013.
Quais avanços a Diretoria de Assistência ao Estudante conquistou em 2012?
A aprovação da Política de Assistência Estudantil foi, sem dúvida, um marco importante para a consolidação de ações que favoreçam a amplia-ção das condições de permanência e êxito do estudante do IFPE. Esse é um mérito coletivo, fruto da aproximação com os campi, que contribuí-ram de forma democrática nessa construção. Além disso, avançamos no sentido de termos ações sistêmicas da gestão do orçamento e na forma-ção de Equipes Multiprofissionais da Assistência Estudantil, composta por assistentes sociais, pedagogos e psicólogos, nos campi.
A aprovação da política é uma das grandes conquistas. O documento trata sobre uma série de programas. Quais os principais e o que os estudantes precisam fazer para participar deles?
O documento trata de programas que se desenvolvem em três seg-mentos: Universal, Técnico-científico e Específico. Todos os estudantes devidamente matriculados podem ter acesso a qualquer um desses pro-gramas. Alguns deles são oferecidos através de editais de Extensão, Pes-quisa, Ensino e Assistência ao Estudante. Os Programas Específicos da Assistência levam ainda em consideração prioritariamente a situação de vulnerabilidade social do estudante.
O Instituto já conta com nove campi, com realidades distintas. Outros sete estão sendo implantados. As ações da DAE são diferenciadas para cada um deles? O que fazer para integrar todos esses estudantes?
De um modo geral os campi possuem muitas características em co-mum, no entanto, as especificidades são marcantes e importantes na constituição de nossa cultura institucional. Entendemos que a dinâmica de um campus de vocação agrícola é bem distinta de um de vocação indus-trial, seja ele novo ou centenário, porém temos o compromisso de buscar construir um ambiente harmonioso, no qual seja reconhecida a impor-tância do uno no diverso. No que diz respeito à integração, esta se dará à
medida que todos os estudantes tenham acesso a condições semelhantes de educação. Trabalhamos de forma que a distância, as dificuldades fi-nanceiras ou de quaisquer outros gêneros não sejam empecilhos para que os estudantes possam desenvolver plenamente as suas aptidões e que com isso possamos construir uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária.
A última edição dos Jogos Intercampi foi um sucesso? Já há definições para o evento de 2013?
Os Jogos Intercampi de 2012 foram uma belíssima mostra do poten-cial desta Instituição. Temos que aqui agradecer o esforço de todos os responsáveis e participantes, e aproveitamos o espaço para felicitar de uma forma muito especial os profissionais de Educação Física do IFPE pela sua contribuição na construção desse momento de integração, que é de fundamental importância na construção de nossa identidade. Para o ano que começa, baseados em toda experiência adquirida, estamos pla-nejando, com o apoio dos profissionais da área de educação física, um calendário de atividades, que terá como culminância o Intercampi 2013.
O orçamento para Assistência ao Estudante foi de cerca de R$ 6 milhões. Em 2013, serão R$ 8 milhões? Onde serão aplicados esses novos recursos?
Os recursos para a Assistência ao Estudante foram ampliados. Mas é importante perceber que este orçamento, além de abranger programas de Pesquisa, Extensão e Ensino, também é destinado aos Programas Uni-versais e Específicos. À medida que os gestores da Assistência Estudantil vão se apropriando das possibilidades de uso da verba através da Políti-ca de Assistência Estudantil, muitos projetos começam a ser elaborados, atendendo assim a um número cada vez mais expressivo de estudantes. Além disso, programas como Manutenção Acadêmica e Auxílio Finan-ceiro precisam ser ampliados, pois são de extrema importância para a frequência dos estudantes durante o período letivo.
Quais as principais ações planejadas para 2013?Algumas ações são a formação do perfil socioeconômico do estudante
do IFPE, através do questionário socioeconômico que será respondido por todos os estudantes no ato da matrícula; a consolidação dos Grupos de Trabalho da Assistência (Pedagogia, Psicologia e Serviço Social); a unificação de editais da Assistência Estudantil; e a revisão da Política de Assistência Estudantil. Há também o plano de aproximação com os campi por meio do Projeto de Itinerância; o acompanhamento mensal da execução de recursos financeiros, tomando como base o planejamento elaborado pelos campi; além da continuidade de ações que já vêm sendo desenvolvidas pela DAE.
À frente da dAE, Clécio Gomes aposta na construção coletiva para vencer os desafios da Assistência Estudantil
Foto
: Gil
Aci
olly
ifpe acontece #51 jan 1312ifpe acontece #51 jan 13
Leitor Pauteiro
Turismo nas ferrovias pernambucanas
Por André Cardoso - estudante do Campus [email protected]
Em Pernambuco, entre as
décadas de 1850 e 1960, foram
construídos mais de 1300 km de
ferrovias espalhados pelo Agreste,
Sertão e Zona da Mata. Conse-
quentemente, fizeram-se muitas
estações ferroviárias para atender
tanto ao tráfego de cargas quanto
ao de passageiros, túneis cortando
grandes serras, pontes e viadutos
de ferro entrelaçado ou em concre-
to armado. Embora hoje não haja
mais os trens de passageiros de
longo percurso no estado, muito de
todo esse patrimônio pode se trans-
formar em um rico roteiro turísti-
co, passando a ser conhecido por
meio de caminhadas nos trilhos ou
em viagem para alguma das mui-
tas cidades que preservaram suas
estações e transformaram-nas em
museus ou centros culturais.
Em Bezerros, no Agreste per-
nambucano, a estação ferroviária
da cidade, inaugurada em 1895, foi
transformada em “Estação da Cul-
tura” e lá o visitante pode ter aces-
so a informações turísticas da loca-
lidade, além de apreciar o acervo
do museu organizado em um dos
pavimentos da edificação, que con-
ta com curiosas peças de tempos
passados, como utensílios domés-
ticos diversos dos séculos XIX e
XX, cédulas antigas, instrumentos
da ferrovia e até uma sanfona e um
chapéu que pertenceram ao Rei do
Baião, Luiz Gonzaga. Na Estação
da Cultura há também uma parte
dedicada aos “papangus”, símbolo
do carnaval local, onde se pode co-
nhecer um pouco da obra de Robe-
val Lima, artista plástico e um dos
responsáveis pelo espaço.
No Sertão, o armazém da es-
tação ferroviária de Serra Talhada,
inaugurada no fim da década de
1950, foi transformado no “Museu
do Cangaço”. Lá o visitante pode
conhecer um pouco sobre a histó-
ria dos cangaceiros, que reinaram
nos sertões nordestinos entre os
séculos XIX e XX. O prédio prin-
cipal da estação também foi preser-
vado e é um ótimo local para fazer
fotos.
A poucos quilômetros de
Arcoverde, ainda no município
de Pesqueira, fica o povoado de
Mimoso. Nesse local existe uma
estação de mesmo nome, inaugu-
rada em 1911, onde há alguns anos
funciona a Fundação Possidônio
Tenório de Britto, abrigando uma
biblioteca que pode ser consultada
por visitantes. Quem quiser pode,
com uma curta caminhada a partir
da estação seguindo o antigo leito
da ferrovia em direção a Arcover-
de, conhecer um grandioso viaduto
ferroviário, que atravessa um vale
de muitas rochas com alturas que
podem alcançar os 30m, erguido
sobre quatro pilares desenvolvidos
a partir de blocos de pedra.
Há também a estação fer-
roviária de Palmares, inaugurada
em 1862, que abriga a “Fundação
Casa da Cultura Hermilo Borba
Filho”. Carnaíba, terra do músico
Zé Dantas, teve sua estação refor-
mada, com o pátio transformado
numa grande praça em que foram
mantidas as edificações e os trilhos
da antiga ferrovia, inativa desde a
década de 1990. O armazém dessa
estação virou sede de uma escola
de música para os moradores.
Não podemos nos esquecer,
é claro, do Museu do Trem, locali-
zado na antiga estação Central do
Recife, inaugurada em 1885. No
momento o mesmo se encontra em
processo de reestruturação e, de
acordo com o novo projeto elabo-
rado, irá voltar bem mais atrativo
e dinâmico.
No turismo ferroviário os mais
aventureiros também têm opção e
podem topar uma caminhada nos
trilhos e apreciar belas paisagens,
tais como rios e riachos, nascentes,
canaviais, antigas usinas açuca-
reiras e trechos de mata. Grupos
como o da Associação Pernambu-
cana de Ferreomodelismo e Pre-
servação Ferroviária, com sede em
Areias, no Recife, costumam fazer
caminhadas desse tipo, sendo o
trecho preferido para os caminhan-
tes aquele localizado entre os mu-
nicípios de Pombos e Gravatá, no
Agreste, onde se podem atravessar
14 túneis construídos no fim do sé-
culo XIX e vários viadutos em con-
creto armado, sendo alguns desses
utilizados por praticantes de rapel.
Para conhecer um pouco
mais sobre as nossas ferrovias pode
ser acessado o blog do Projeto Me-
mória Ferroviária de Pernambuco
(http://memoriaferroviariadepe.
blogspot.com), desenvolvido por
amantes da ferrovia em favor da
promoção da preservação da me-
mória do trem em Pernambuco.
Curiosidades:
Pernambuco foi o segundo estado do Brasil a ter uma ferrovia. O trecho
inaugurado entre Recife e Cabo em 1858 foi o primeiro do estado.
O primeiro túnel ferroviário do Brasil é pernambucano. É o túnel do Pavão,
inaugurado em 1860, localizado a poucos quilômetros da estação do Cabo,
na antiga Linha Sul de Pernambuco.
Para saber mais, consulte:
Pinto, Estevão. 1949. História de uma estrada de ferro do Nordeste. Livraria
José Olympio Editora.
Projeto Memória Ferroviária de Pernambuco (http://memoriaferroviariadepe.
blogspot.com)
Antigos percursos de trens revelam diversos roteiros turísticos para os que buscam aventura e conhecimento histórico
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Trilhos e pontes estão entre os tesouros da história ferroviária do Estado que atraem turistas e aventureiros
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