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A Indústria da Construção é um dos ramos de
atividade mais antigos do mundo, em que desde
quando o homem vivia em cavernas até os dias
de hoje passou por um grande processo de
transformação, seja na área de projetos, de
materiais, de equipamentos, seja na área de
pessoal.
O segmento da construção é determinante para o
desenvolvimento da economia brasileira. No ano de 2006, o
setor foi responsável por 4,68% do Produto Interno Bruto -
PIB nacional e ocupou 5.741.064 pessoas segundo dados do
IBGE (PNAD, 2006).
A Indústria da Construção é um dos setores de atividade
econômica que mais registra acidentes de trabalho e onde o
risco de acidentes é maior. De acordo com as estimativas da
Organização Internacional do Trabalho - OIT, dos
aproximadamente 355 mil acidentes mortais que acontecem
anualmente no mundo, pelo menos 60 mil ocorrem em obras
de construção (Dias, 2005).
No Brasil, já no início da década de 70, quando as
atenções se voltaram para a construção da Ponte Rio-
Niterói, o país conquistou o triste recorde de detentor
da maior taxa mundial de acidentes fatais na
construção civil (PROTEÇÃO, 2005).
Em 1972, quase 1/5 da força de trabalho formal, ou
seja, trabalhadores inscritos na Previdência Social,
havia se acidentado, e isso foi a pior marca na história
acidentária do Brasil.
A proporção dos acidentes notificados em
relação ao número de trabalhadores segurados
identifica uma queda vertiginosa na incidência
dos acidentes do trabalho no país. Em 1970,
ocorriam 167 acidentes para cada grupo de
1.000 trabalhadores; em 1980, esta relação
reduz-se a 78 por 1.000; em 1990, a 30 por
1.000 e em 2.000 para 16 por cada 1.000
trabalhadores.
O setor possui algumas características que desafiam a
melhoria das condições de Segurança e Saúde do
Trabador: - transitoriedade de processos e instalações;
- opera sob intensa pressão de tempo e custos;
- emprego intensivo de mão-de-obra;
- precariedade na contratação de trabalhadores;
- terceirização;
- excesso de jornada de trabalho;
- baixa qualidade de vida nos canteiros de obras
- pouco investimento em SST e formação profissional.
Por décadas, as causas acidentárias têm sido agrupadas em
duas categorias básicas: Condições Inseguras e Atos
Inseguros, forma simplista e insuficiente para a efetiva
compreensão da problemática.
As análises das causas de acidentes de trabalho sob a
dualidade de condições e atos inseguros encontram-se
superada pelos estudiosos da segurança e saúde no trabalho,
que desenvolveram várias correntes ou teorias abordando a
questão de forma mais abrangente como o método de análise
de árvore de causas.
Em pesquisas realizadas por Araújo (2002), a autora cita
que o custo de implementação da NR-18 (Brasil, 1995) não
ultrapassa 1,5% do custo total da obra, porém, em
contrapartida um canteiro bem organizado e planejado pode
levar a uma economia de 10%.
De acordo com Barkokébas Jr. et al (Proteção, 2007), a
implementação das diretrizes sobre sistemas de gestão de
Segurança e Saúde no Trabalho – ILO-OSH 2001
(FUNDACENTRO, 2005) em uma empresa de grande porte,
apresentou a redução de 97% nos riscos de acidentes de
trabalho. Segundo os autores, o passivo trabalhista da empresa
que em 2003 atingiu a cifra de R$ 305 mil, em 2005 chegou a
R$ 18 mil, o que confirma a eficácia dos investimentos para a
implementação de sistemas de gestão.
Saúde-Doença e suas relações com
o Trabalho
“Os trabalhadores apresentam um viver, adoecer
e morrer compartilhado com o conjunto da
população, em um dado tempo, lugar e inserção
social, mas que é também específico, resultante
de sua inserção em um processo de trabalho
particular.”
Ramazzini (1700) – As doenças dos trabalhadores
“É forçoso confessar que ocasionam não poucos danos aos artesãos,
certos ofícios que eles desempenham. Onde esperavam obter recursos
para sua própria manutenção e a da família, encontram graves doenças e
passam a amaldiçoar a arte à qual haviam se dedicado.”
CAT – Estatística de 2010 no Brasil
414.824 Acidentes de Trabalho
94.789 Acidentes de Trajeto
15.593 Doenças
176.290 NTE
Total = 701.496
2.712 óbitos
Fonte DATAPREV
CAT – Estatística de 2010 no RS
30.974 Acidentes de Trabalho
6.724 Acidentes de Trajeto
1.026 Doenças
17.772 NTE
Total = 58.237
152 óbitos
Fonte DATAPREV
Anuário Estatístico da Previdência Social 2010
701.496 acidentes de trabalho
(733.365 - 2009)
94.789 acidentes de trajeto
(90.180 - 2009)
2712 mortes decorrentes de acidentes de trabalho
(2560 – 2009)
38
24
22
12
118
0 20 40 60 80 100 120 140
Agricultor/agropecuario/tratorista agrop
Motoristas
Construção Civil/Carpinteiro
Metal/mecânico
Outras causas
Número de óbitos
Ocu
pa
ções
Distribuição dos óbitos relacionados ao trabalho por ocupação, SIM, 2011 (n 214)
12
4
1
1
1
1
1
1
Queda
Choque elétrico
Elevadores e instr transm
Impacto obj lançado
Maquinário
Capotamento de veículo pesado
Acidente
Atropelamento
Número de óbitos
Ca
usa
ba
se
Número de óbitos envolvendo a construção civil por causa base, SIM, 2011 (n 22)
0
2
4
6
8
10
12
0 a 13
anos
14 a 15
anos
16 a 17
anos
18 a 19
anos
20 a 29
anos
30 a 39
anos
40 a 49
anos
50 a 59
anos
60 a 69
anos
70 a 79
anos
Nú
mer
o d
e ó
bit
os
Faixa etária
Número de óbitos envolvendo a construção civil por faixa etária, SIM, 2011 (n 22)
Distribuição dos agravos notificados no SIST em 2011, por
sexo
74%
26%
MASC
FEM
Sistema de Informações em Saúde do Trabalhador – 2011
Notificações: 34.278 casos notificados
Doenças 1861 (5,4%)
Acidentes 32417 (94,6%)
Distribuição dos agravos notificados no SIST em
2011, por ramo de atividade econômica
5976
5285
3590
2989
2108
2077
1061
815
734
482
421
Metalúrgico
Agropecuário
Construção Civil
Saúde
Comércio
Alimentação
Química
Mobiliário
Coureiro-calçadista
Transporte
Educação
Desfecho
CNAE Total Acompanhamento ambulatorialAcompanhamento especializadoAlta Alta a pedidoCura com sequelasEvasão(Fuga)InternaçãoÓbito Outro
Total 34780 16662 2523 14272 6 118 6 338 114 741
PREPARAÇÃO DE CANTEIRO E LIMPEZA DE TERRENO 17 5 4 5 1 2
Aluguel de Equipamentos de Construção de Demolição com Operá 1 1
alvenaria e reboco 69 32 9 26 2
Aparelhamento de Pedras e Fabricação de Cal e de Outros Prod 11 2 1 8
construção de obras de prevenção e recuperação do meio ambie 11 5 1 3 2
Fabricação de Cimento 1 1
fabricação de esquadrias de metal 209 90 15 101 1 1 1
fabricação de máquinas e equipamentos de terraplanagem e pav 6 4 1 1
instalações de sistemas de ar condicionado, de ventilação e 16 4 12
instalações elétricas 143 70 7 59 1 2 4
instalações hidráulicas, sanitárias, de gás, de sistema de p 23 8 1 12 1 1
Obras de Acabamento e Serviços Auxiliares da Construção 170 77 15 70 1 1 2 1 3
Obras de Infraestrutura para Engenharia Elétrica, Eletrônica 15 6 2 6 1
Obras de Instalações 47 24 3 19 1
obras de outros tipos 216 65 21 116 3 11
obras de urbanização e paisagismo 33 15 1 17
outras obras de instalações 117 54 15 44 3 1
outros serviços auxiliares da construção 559 191 41 312 1 7 3 4
Construção de Edifícios e Obras de Engenharia Civil 431 263 18 141 1 4 2 2
Demolição e preparação do terreno 8 5 1 2
edificações (residenciais, industriais, comerciais e de serv 1341 801 86 407 1 19 10 17
fabricação de estruturas metálicas para edifícios, pontes, t 322 54 37 227 3 1
perfurações e execução de fundações destinados a construção 115 51 11 48 1 1 3
3881 1827 290 1637 2 5 1 43 23 53
Notificação de agravos notificados no SISTcom CNAE relacionados à construção civil segundo desfecho, 2011
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Acompanhamento ambulatorial
Acompanhamento especializado
Alta
Alta a pedido
Cura com sequela
Evasão
Internação
Óbito
Outros
Agravos n 3881
Des
fech
o
Agravos com CNAE relacionados à construção civil notificados no SIST por desfecho, 2011
Notificação de agravos notificados no SISTcom CNAE relacionados à construção civil segundotipo de agravo,
2011
Tipo Agravo
CNAE Total OutrDoenças Acid graves e fataisExposição mat biolOutros AcidentesDermatosLER/DORTPAIR PneumocoTranstor Acidente Doença
Total SIST 34780 306 1209 283 5579 6 279 5 5 16 25718 1374
PREPARAÇÃO DE CANTEIRO E LIMPEZA DE TERRENO17 1 5 11
Aluguel de Equipamentos de Construção de Demolição com Operá1 1
alvenaria e reboco 69 1 4 21 43
Aparelhamento de Pedras e Fabricação de Cal e de Outros Prod11 11
construção de obras de prevenção e recuperação do meio ambie11 1 10
Fabricação de Cimento 1 1
fabricação de esquadrias de metal 209 1 1 59 1 146 1
fabricação de máquinas e equipamentos de terraplanagem e pav6 2 2 1 1
instalações de sistemas de ar condicionado, de ventilação e16 6 10
instalações elétricas 143 2 26 111 4
instalações hidráulicas, sanitárias, de gás, de sistema de p23 1 4 18
Obras de Acabamento e Serviços Auxiliares da Construção170 1 167 2
Obras de Infraestrutura para Engenharia Elétrica, Eletrônica15 1 14
Obras de Instalações 47 1 45 1
obras de outros tipos 216 1 9 1 51 1 150 3
obras de urbanização e paisagismo 33 1 10 22
outras obras de instalações 117 1 7 23 1 84 1
outros serviços auxiliares da construção 559 1 21 117 3 398 19
Construção de Edifícios e Obras de Engenharia Civil431 2 420 9
Demolição e preparação do terreno 8 1 3 2 2
edificações (residenciais, industriais, comerciais e de serv1341 1 52 237 5 2 1021 23
fabricação de estruturas metálicas para edifícios, pontes, t322 3 69 3 245 2
perfurações e execução de fundações destinados a construção115 2 7 33 72 1
3881 8 114 2 669 0 15 0 3 1 3003 66
1 12 67
1375
972
825
484
108 21 13
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
5 a 13
anos
14 a 15
anos
16 a 17
anos
18 a 29
anos
30 a 39
anos
40 a 49
anos
50 a 59
anos
60 a 65
anos
66 a 70
anos
mais de
70 anos
Ag
rav
os
Faixa etária n3881
Agravos com CNAE relacionados à construção
civil notificados no SIST por faixa etária, 2011
59% 26%
5%
2% 5%
3%
Agravos com CNAE relacionados à construção
civil notificados no SIST por vínculo, 2011
Celetista
Autônomo
Trabalhador informal
Funcionário público
Outros
Ignorado
n 3881
RISCOS ERGONÔMICOS
decorrem da organização e gestão do trabalho, utilização de
equipamentos, máquinas e mobiliário inadequados, levando a
posturas e posições incorretas, esforço físico intenso, levantamento
e transporte manual de peso, más condições de iluminação e
conforto, trabalho em turnos, esforço físico e visual, a
intensificação e prolongação da jornada, a monotonia ou ritmo
excessivo, fragmentação e perda do caráter intelectual do trabalho,
a intensidade e cobrança por produtividade, a pressão da chefia, o
medo de perder o emprego, e outras situações causadoras de stress
físico e/ou psíquico.
Pela própria natureza das atividades da construção, elas são
problemáticas em termos ergonômicos:
as atividades de execução de pisos e forros requerem
trabalhos abaixo da altura dos joelhos e acima do nível dos
ombros - que são ergonomicamente inadequadas.
RISCOS ERGONÔMICOS
Para a solução dos problemas ergonômicos na
Indústria da Construção, propõem-se: que as cargas
tenham seus pesos limitados; escadas, rampas,
bancadas e prateleiras passem por manutenções e
sejam adaptadas às condições dos trabalhadores;
adequação dos procedimentos de carga e descarga
de materiais, a mecanização de alguns processos de
maior risco, entre outros.
Riscos de Acidentes ou
Mecânicos
Riscos de acidentes ou mecânicos: arranjo físico
inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção,
ferramentas inadequadas e defeituosas, iluminação
inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio
ou explosão, armazenamento inadequado, animais
peçonhentos e outras situações de risco que poderão
contribuir para a ocorrência de acidentes.
Riscos de Acidentes ou
Mecânicos
O soterramento é a segunda causa de
acidentes fatais na Indústria da Construção
(FETICOM-SP, 2008), sendo que uma das
medidas importantes que devem ser tomadas é
o estudo geológico do solo e a execução de
escoramentos, conforme a NR-18 (Brasil,
1995).
Riscos de Acidentes ou
Mecânicos
O choque elétrico é a terceira causa que mais
provoca óbito na Indústria da Construção, sendo
que o dimensionamento das instalações elétricas
na maioria das obras é precário e não respeita os
requisitos mínimos de segurança.
CONTROLE DOS RISCOS
No desenvolvimento do PCMAT deve-se levar em
conta o comprometimento da direção da empresa
com o programa, através do estabelecimento de
políticas de Segurança e Saúde, de análise
criteriosa da antecipação e reconhecimento dos
riscos e do perfil da mão-de-obra, abordando
questões como o nível de conhecimento do
trabalhador na área de SST, os hábitos, costumes
locais e a escolaridade.
A análise da aplicação da NR-18 mostra que esta pode ser um
instrumento de gestão de segurança, saúde, higiene do trabalho
e qualidade de vida para os trabalhadores da Indústria da
Construção, proporcionando uma redução do número de
acidentes e doença do trabalho.
Contudo, em alguns aspectos a norma é limitada e não resolve
todos os problemas relacionados a Saúde do Trabalhador, não
abordando questões voltadas às relações do trabalho,
educação, qualificação dos trabalhadores, alimentação,
remuneração, precarização dos contratos de trabalho e
terceirização, que são fatores fundamentais para que haja uma
interação harmoniosa do trabalhador com a produção no
canteiro de obras.
Como são classificadas as doença
relacionadas ao trabalho?
Grupo I: doenças em que o trabalho é causa necessária, são as chamadas doenças profissionais (silicose, intoxicações etc...)
Grupo II: doenças em que o trabalho pode ser um fator de risco contributivo, são aquelas mais freqüentes ou mais precoces em determinadas ocupações (HAS, câncer, varizes, LER/DORT)
Grupo III: doenças em que o trabalho é provocador de distúrbio latente, ou agravador de doença já estabelecida (asma, dermatite, doenças mentais)
As LER/DORT abrangem quadros clínicos do sistema
músculo-esqueléticos adquiridos pelo trabalhador
submetido a determinadas condições de trabalho
São enquadradas nas chamadas doenças do trabalho ou
relacionadas ao trabalho (classe II de Schilling), nas
quais não se identifica apenas um agente causal, mas
vários, entre os quais os laborais
Em 1700 Ramazzini descreveu afecções músculo
esqueléticas entre os escribas, atribuindo-as a três fatores
básicos: vida sedentária, movimento contínuo e repetitivo
da mão e atenção mental para não manchar os livros
No Brasil a primeira referência oficial destes agravos foi
feita pela Previdência Social, com a terminologia a
Tenossinovite do Digitador, através da portaria nº 4.062 de
06/08/87
Em 1993, o INSS publicou sua Norma Técnica para
avaliação para LER
Em 1998, o INSS revisa a sua Norma Técnica e altera o
nome de LER para DORT
- repetitividade de movimentos;
- manutenção de posturas inadequadas por períodos prolongados;
-trabalho muscular estático;
- pressão mecânica sobre determinados segmentos do corpo;
- impactos, vibração e frio;
- fatores organizacionais e psicossociais (exigência de ritmo intenso, pressão e autoritarismo das chefias, conteúdo das tarefas/ivariabilidade, avaliação de desempenho baseada em produtividade, insegurança, desemprego.
FATORES DE RISCO
LOMBALGIA
Vários estudos têm mostrado ser a atividade de construção civil
aquela que possui uma das maiores incidências de lombalgia (Marçal,
2006).
Estudo realizado na Dinamarca observou que um grande número de
trabalhadores envolvidos nesta atividade são portadores de lombalgia,
onde o levantamento e carregamento de peso foram relatados como
principais fatores de risco.
Na Finlândia, foi observada uma maior incidência de lombalgia
entre os trabalhadores da construção civil, que era três vezes mais alta
que a dos funcionários administrativos.
Nos EUA, a prevalência de lombalgia entre a população de
trabalhadores da construção foi demonstrada como sendo mais alta do
que em qualquer outro grupo ocupacional.
A lombalgia está associada a múltiplos fatores de risco pessoais e
ocupacionais. Dentre os fatores de risco pessoais, podemos destacar a
idade, sexo, peso corporal, altura, discrepância entre os membros
inferiores, alcoolismo, tabagismo, stress, depressão.
Destacam-se entre os fatores de risco ocupacionais o trabalho
repetitivo, trabalhar longos períodos de tempo assentado, grau de
satisfação no trabalho, anos de emprego em determinada área, ações de
empurrar e puxar, quedas, posturas de trabalho estáticas, tarefas onde há
vibração em todo o corpo, movimentos frequentes de flexão e rotação do
tronco, levantamento e carregamento de objetos pesados.
Sintomas e sinais mais comuns:
dor, desconforto, fadiga, sensação de peso e cansaço,
formigamento, dormência, perda de força, edema e
enrijecimento articular, choque, falta de firmeza nas mãos,
sudorese excessiva, alodínea, alteração do sono, dificuldade de
exercer as atividades laborais e domésticas/vida diária
TRATAMENTO
• Medicamentos
• Fisioterapia
• Acupuntura
• Infiltração/Cirurgia
• Afastamento do trabalho ou da atividade de risco
PREVENÇÃO
A Ergonomia, sistemática e rigorosamente utilizada, permite transformar as situações de trabalho, adaptando-as às possibilidades e capacidades do trabalhador
As intervenções ergonômicas devem ser negociadas e planejadas a curto, médio e longo prazos, com a participação da gerência da empresa, da CIPA, do Sindicato, dos trabalhadores e dos técnicos do SESMT
POEIRAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
• Doença pulmonar intersticial (Pneumoconioses:
silicose, asbestose, siderose)
•Doenças de vias aéreas (rinite, asma, DPOC)
•Doenças alveolares
•Câncer de pulmão
DOENÇAS RELACIONADAS
AO ASBESTO
ASBESTOSE
MESOTELIOMA
PLACAS PLEURAIS
CÂNCER DE PULMÃO
ALTERAÇÕES FUNCIONAIS
Lei Federal 9.055 de 01/06/95:
Disciplina a extração, industrialização, utilização,
comercialização e transporte do amianto.
Lei 11.643 de 21/06/01:
Proíbe produção e comercialização de produtos à base de
amianto no RS a partir de junho/04 (produção) e junho/05
(comércio)
Portaria SES nº 46/2002:
Aprova o Protocolo de Vigilância da População e dos
Trabalhadores expostos ao Amianto no RS
ADIN nº 3357:
Ajuizada pela CNTI contra a Lei 11.643 de 21/06/01
Resolução CONAMA nº 348 de 16/08/04:
Altera a Resolução CONAMA nº 307 de 05/07/02,
incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos
e define critérios da gestão dos resíduos da
construção civil.
Perda Auditiva Relacionada ao Trabalho
EMPRESA: E3
NOME: J.S. FUNÇÃO: Mecânico
IDADE: 43 TEMPO DE EXPOSIÇÃO: 20 anos
OUVIDO ESQUERDO OUVIDO DIREITO
dB 250 500 1K 2K 3K 4K 6K 8K Hz dB 250 500 1K 2K 3K 4K 6K 8K Hz
-10 -10
0 0
10 10
20 20
30 30
40 40
50 50
60 60
70 70
80 80
90 90
100 100
110 110
120 120
Perda Auditiva Relacionada ao Trabalho
EMPRESA: E3
NOME: C. R. S. FUNÇÃO: Tecelão
IDADE: 43 TEMPO DE EXPOSIÇÃO: 20 anos
OUVIDO ESQUERDO OUVIDO DIREITO
dB 250 500 1K 2K 3K 4K 6K 8K Hz dB 250 500 1K 2K 3K 4K 6K 8K Hz
-10 -10
0 0
10 10
20 20
30 30
40 40
50 50
60 60
70 70
80 80
90 90
100 100
110 110
120 120
Dermatite ocupacional na construção civil
• O cimento é um ligante hidráulico obtido a partir da
moagem do clínquer ( calcáreo+argila+gesso) cozido a
altas temperaturas. Adiciona-se água tornando-o
pastoso e posteriormente endurecido com a secagem. É
misturado com cal, areia e pedras, formando
argamassa e concreto. São adicionados substâncias
para melhorar suas características (aceleradores,
anticoagulantes, antioxidantes, corantes, fungicidas,
impermeabilizantes,...)
Dermatite ocupacional na construção civil
• Comumente do tipo irritativa
• Acomete principalmente mãos e pés
• Podem ocorrer: dermatite irritativa de contato,
queimadura , hiperceratose, paroníquias, conjuntivite
e ulceração de córnea
Dermatite ocupacional na construção civil
Dermatite de contato irritativa
• A alcalinidade do cimento atua sobre o tegumento
exercendo efeito irritante sobre a camada córnea e o
manto lipídico ( poder oxidante do cimento úmido é
responsável pela ação irritante).
• Forma lesões secas, fissuradas, exulceração
• Piora em regiões que sofram pressão e atrito
Dermatite ocupacional na construção civil
Dermatite alérgica de contato
• Geralmente causada pelos contaminantes do cimento
(cromo e cobalto)
• Lesões eczematosas e muito pruriginosas
Hiperceratose plantar pode ocorrer em decorrência do
uso de bota.
• Sarna dos pedreiros (pó de cimento e suor)
Dermatite ocupacional pela exposição à borracha
• As lesões são mais comuns em tecidos lesados, em
áreas de atrito, pressão e sudorese.
• Os agentes da borracha se ligam à epiderme e
desenvolvem reação imunológica.
Dermatite alérgica de contato
(DAC). Pedreiro apresentou
irritação devido ao contato com a
massa de cimento. Nos dedos
irritados, ele usou dedeiras de
látex por uma semana,
desenvolvendo eritema, edema e
vesiculação no local.
Dermatite alérgica de contato
(DAC). As lesões atingiram mãos e
antebraços do pedreiro, que usava
luvas de borracha sobre a pele
previamente irritada. Os
componentes da borracha podem
causar alergia e agravar estas
lesões.
Fonte: Salim Amed Ali
Dermatite alérgica de
contato (DAC) pela
borracha em servente de
pedreiro. Note a onicólise
nos háluxes.
Dermatite alérgica de contato
(DAC) em pedreiro devido ao
uso de botas de borracha sobre
os pés irritados..
Fonte: Salim Amed Ali
Dermatite irritativa de
contato forte (DICF). Note o
processo eczematizado severo
no hálux direito, com
ulceração e necrose tecidual.
Este quadro irritativo ocorre
após algumas horas de
contato com o cimento, no
qual há atrito ou pressão da
sandália de borracha.
O operário
trabalhou cerca de
três horas,
preparando a massa
de cimento e
levando-a até o
pedreiro.
Fonte: Salim Amed Ali
O dorso das mãos é geralmente o
local mais afetado pelo contato com
o cimento úmido. Observe a
dermatite irritativa de contato
(DIC) em fase subaguda, e, ainda,
discreta onicólise, devido a possível
traumatismo ungueal, que
interrompe o crescimento da unha
Servente de pedreiro em contato direto
com a massa de cimento por causa do uso
de sandálias de borracha, inadequadas ao
trabalho. Ao fundo, outro pedreiro
mantém joelhos em contato com o
cimento úmido, ficando sujeito a
processos irritativos.
Fonte: Salim Amed Ali
Rua Domingos Crescêncio 132/302
3º andar - Porto Alegre
CEP 90650-090
fone 3901 1102 / 3901 1101
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
SECRETARIA DA SAÚDE
CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
DIVISÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR