A Voz do Coração - Abril...

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www.hospitaldocoracao.com.br www.hospitaldocoracao.com.br VOZ DO CORAÇÃO | Abril 2013 VOZ DO CORAÇÃO | Abril 2013 5 6 Aniversários do mês - Maio Profissão: Enfermagem “Ninguém é uma ilha completa em si mesma, todo homem é um fragmento do continente, uma parte do todo. Assim é a equipe de enfermagem, um fragmento, na área da saúde... a reflexão diária é necessária no exercício dessa profissão, que é árdua, difícil, desafiadora e necessária para o seguimento da vida dos tantos que cuidamos todos os dias”. Mais na página 4 Artigo – CHE: ALÉM DA GUERRILHA Guevara foi uma criança levada, mas um aluno brilhante, sempre se destacava entre seus amigos pelo jeito de líder. Aos dois anos de idade contraiu asma crônica, doença que o seguiu por toda a vida. De médico a guerrilheiro, Che não suportou ficar na revolução apenas como médico. Mais nas páginas de 4 a 6 02 03 04 05 06 07 08 09 11 13 14 15 16 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 30 31 Jean Dantas De Oliveira Jose Ronaud Rebouças Ana Cleide da Silva Walmir de Araujo Werika Barbosa T. da Silva Fabiana Salviano de Oliveira João Rodrigo da Costa Vania Maria de Oliveira Leite Rubens Felix Barbosa Simara de Macedo Ferreira Renata Janaina Pucci da Silva Edilson Silva Ramos Deyvson Levy Silva dos Santos Adriana Costa da Silva Kelle Cristina de Souza Etelvina Camara Oliveira Artemiza Maria Gomes de Paula Francimara Silva de Freitas Jucenira Batista da Silva Maria Joseilma Batista Luciene Urbano Cabral Maria Cileide Pereira da Silva Ana Paula Alves de Souza Maksuely Rodrigues Cordeiro Darklene Gomes Santana Silva Wenia Wesllyane Costa Lima Josélia Maria S. do Nascimento Ana Cleia de Souza Bezerra Gilmaris Braz da Silva Suerda Maria da Silva Melo Joao Batista Pereira da Silva Ana Clezia de Souza Bezerra Michelle Dayane da Silva Lima Jorge Luis de Medeiros Luiz Eduardo de Franca Melo Eliene Alexandre da Costa Lilian Maria de L. L. de Oliveira Edna Maria Cândida da Silva Juliane Oliveira da Silva Natanael Silva dos Santos Emanuel de Souza Nobre Wandson Domingos Marcelo Oliveira Araujo Danielle Cristina Pereira de Oliveira Maria de Fátima Marinho Joao Batista Paes da Silva Daniela Leite Dutra João Maria de Oliveira Renata Silva de Azevedo Marcos Aurelio da Silva Antonio Volgran Alves F. Júnior Antonio Pereira Monteiro Filho Jocelia Soares da Silva Maria Dalvanir C. G. da Costa Janaina Gomes da Rocha Ellisson Ebbert C. de Oliveira Mario Suel Ferreira Eliane Pereira Goteu de Melo Marcos Dias Leao Arlindo Nascimento de Souza Pollycarpo de O. Albuquerque Jose Roberto de Souza Suzana Raila Pereira Pinto Nilzete Lourenco da Silva Eurimar Espinola de Araujo Brito Milena Pinheiro de Sousa Tatiane Maria S. do Nascimento Elza Jucilene Edvino Martins Alexsandro Bernardino Everaldo Lopes dos Santos Junior Priscila Ranielle Silva Medeiros Maciana Da S. Araujo de Oliveira Kaio Cesar A. de Medeiros Daniela Cavalcanti Kittel são para matérias como Matemática, História Natural, Geografia, História, francês, Espanhol, Redação e Música. Lia muitos livros extracur- riculares, como os de Pablo Neruda, Horácio Quiroga e Anatole France, e até mesmo uma edição resumida do Das Kapital de Karl Marx. Nesse ano, ele fez o primeiro curso de Filosofia. A matéria cativou seu interesse, como revelam os conceitos “muito bom” e “excelente” que obteve. Foi também nessa época que começou a escrever seu próprio “dicionário filosófico”. Recorria a todas as fontes à sua disposição. Suas citações sobre o marxismo foram extraídas do Mein Kampf e continham passagens que revelavam a obsessão de Hitler com uma conspiração judeu-marxista. A An- tiga e a Nova Moralidade Sexual, de Bertrand Russel, foi sua fonte sobre o amor, patriotismo e moralidade sexual. Em A Teoria Geral da Memória, de Sigmund Freud, estudou os so- nhos, libido, narcisismo e complexo de Édipo. Em Jack London, obteve citações sobre socie- dade, e em Nietzsche, sobre a morte. 1946 foi o último ano de Guevara no curso secundário. Aos 18 anos, começou a exercer sua primeira atividade remunerada, no labo- ratório da Dirección Provicial de Vialidad, de Córdoba, uma repartição pública que super- visionava a construção de rodovias na provín- cia. Seu amigo Tomás Granado trabalhava com ele. Os dois rapazes, ambos bons em matérias como Matemática e Ciências, fizeram um curso de analista de campo e passaram a ser especialistas em solo, e já faziam planos de entrar para a faculdade de Engenharia no ano seguinte. Em maio de 1947, a avó materna de Gue- vara, Ana Isabel, de 96 anos, sofreu um der- rame cerebral e veio a falecer em poucos dias. Esse acontecimento deixou Ernesto inconso- lável e fez mudar de ideia; ao invés de estudar engenharia, resolveu cursar medicina. . Em 1948, Guevara entrou na Universidade de Buenos Aires para estudar medicina. Por que escolheu esta profissão? Além da morte da avó, a quem o jovem Ernesto era muito ligado, outros dois motivos podem ter con- tribuído para a decisão: a sua asma e a doença da mãe, Célia de La Serna Guevara, por quem Ernesto nutria profunda afeição, e que teve um câncer de mama extirpado. Anos mais tarde, disse que escolhera a car- reira médica motivada pelo desejo de ter um triunfo pessoal: “Sonhei em me tornar um pes- quisador famoso... trabalhar infatigavelmente para descobrir algo que pudesse ser posto de forma definitiva à disposição da humanidade”. Já como estudante de medicina, Ernesto teve vários empregos em regime de meio expediente. De todos, porém, o trabalho na Clínica Pisani, especializada no tratamento das alergias, foi o mais consistente. Começou como paciente para tratar de sua asma com o Dr. Salvador Pisani, que lhe ofereceu uma posição de assistente de pesquisa. Pisani de- senvolveu um método para tratar alergias à base de vacinas preparadas com alimentos semidigeridos. Entusiasmado com os resulta- dos positivos do tratamento e com seu próprio trabalho no laboratório, decidiu especializar- se em alergias na sua carreira médica. Durante o curso de anatomia, passou a frequentar o Museu de Ciências Naturais para aulas sobre o sistema nervoso, dissecando peixes sob a orientação de um velho professor alemão. Fili- ou-se à Juventude Peronista na universidade, com o objetivo de utilizar o vasto acervo da biblioteca da instituição - de outra forma, não teria acesso aos livros. Em 1º de janeiro de 1950, tendo concluído o terceiro ano de Medicina, partiu numa bici- cleta equipada com um pequeno motor italia- no para o interior da Argentina, na sua primeira viagem sozinho. Saiu na direção de Córdoba e em seguida foi para San Francisco Del Chanar, na intenção de encontrar com o amigo Al- berto Granado - que estava fazendo pesqui- sas sobre as suscetibilidades imunológicas no leprosário José J. Puentedos. Após vários dias no leprosário, tentou convencer sem sucesso o amigo Alberto a acompanhá-lo para chegar até as remotas províncias do norte e do ex- tremo oeste da Argentina. Pela primeira vez, testemunhou de perto as injustiças na vida das pessoas marginalizadas socialmente e os contrates da sua cultura “europeia” e o inte- rior indígena, ignorado e atrasado. Durante as seis semanas em que esteve na estrada, viajou por 12 províncias e percorreu mais de quatro mil quilômetros. Ao retornar à Buenos Aires ,levou seu pequeno motor de bicicleta para uma revisão completa na companhia onde havia comprado. Quando souberam a distân- cia percorrida com o pequeno veículo, a em- presa propôs a ele consertar o motor gratuita- mente, em troca de um anúncio publicitário. No quarto ano de seu curso de medicina, Ernesto passou em mais cinco provas rumo ao diploma e continuou trabalhando na Clínica Pisani. Ele também praticava aulas de voo de planador com seu tio Jorge, e jogava rugby. No final do ano letivo, em dezembro de 1950 , conseguiu uma carteira de enfermeiro no Ministério de Saúde Pública e candidatou-se a um emprego como “médico” de bordo da linha de navegação da companhia estatal de petróleo YPF (Yacimientos Petrolíferos Fis- cales), quando passou seis semanas no mar. Fez ao todo quatro viagens nesse emprego, entre fevereiro e junho de 1950. Em junho, retornou à faculdade. Tinha então 23 anos e ainda lhe faltavam dois anos para poder formar-se, mas não achava estimulante a ro- tina de aulas e provas. Nas férias de outubro de 1951, viajou para Córdoba para encontrar com Alberto e empreender a famosa viagem pela América Latina junto com seu amigo bioquímico. Tripulando a motocicleta La Poderosa 2, os dois partiram para a jornada que depois Guevara narraria nos “Diários da Motocicleta”, ponto de partida para o filme do mesmo nome de Walter Salles. Essa viagem foi, para o jovem estudante, um verdadeiro rito de passagem: já influen- ciado pela literatura marxista e impressionado pela pobreza e pela marginalização que via, Guevara convenceu-se de que só a revolução armada mudaria o destino da América Latina. Em novembro de 1952, Ernesto deveria fazer a primeira rodada de provas. Foi então que caiu gravemente enfermo, com uma fe- bre contraída por se expor a vísceras humanas contaminadas na clínica Pisani. Em 11 de abril de 1953, fez sua última prova, concluindo o curso médico. Em junho, poucos dias antes de celebrar o 25º aniversário, rece- beu seu diploma e o convite do Dr. Pisani para um emprego estável, um apartamento na clínica e um futuro ao seu lado na pesquisa de alergias, Ernesto recusou o emprego e anun- ciou uma nova viagem. Desta vez chegou à Guatemala na época em que o presidente eleito Jacobo Arbenz tinha empreendido uma radical reforma agrária, contrariando profun- damente os interesses da United Fruit e de outras multinacionais que até então contro- lavam as chamadas “repúblicas bananeiras”. Para Guevara, a Guatemala representava uma espécie de estágio para que ele se tor- nasse um verdadeiro revolucionário. Tentou conseguir um emprego público como médico, sem êxito, pois lhe foi exigido retornar à facul- dade de medicina por um ano, a fim de que o seu diploma argentino pudesse ser revalidado para trabalhar no país. Dedicou-se então ao estudo da medicina social e da política, tendo escrito tópicos para o livro O Papel do Médico na América Latina. No esboço para o capí- tulo O Médico e o Meio Ambiente, apontava o caminho da transformação revolucionária para o socialismo. Fez então contato com um grupo de cubanos ligados a Fidel Castro, que ele já tinha encontrado na Costa Rica; e ali também passou a ser conhecido como Che, por causa do constante uso que fazia dessa expressão ao conversar. Arbenz foi derrubado por um golpe apoiado pela CIA, e Guevara conseguiu escapar para o México, agora con- vencido de que só uma revolução socialista poderia enfrentar o imperialismo americano. No México, Guevara encontrou Fidel e Raul Castro e juntou-se ao Movimento 26 de Julho, cujo propósito era derrubar o governo do ditador cubano Fulgêncio Batista. Ele deveria ser o médico do grupo, mas também recebeu treinamento militar. Em 1956, a bordo do iate Granma, o grupo dirigiu-se para Cuba. Tão logo desembarcaram na ilha, foram atacados pelas tropas de Batista, que mataram cerca da metade dos revolucionários. Durante o confronto, Guevara largou sua mochila com material médico para pegar uma caixa de munições que um companheiro dei- xara cair; algo que ele viu como uma transição da sua situação de médico para a de comba- tente. Os poucos revolucionários que sobre- viveram refugiaram-se nas montanhas de Si- erra Maestra, dando início à guerrilha que por fim conquistaria o poder em Cuba. A essa altura, Guevara já era um duro e implacável comandante militar; não hesitava em mandar executar informantes ou deser- tores. A guerrilha tomou o poder, Guevara assumiu o comando do quartel de La Cabaña e aí de novo mandou executar dezenas de colaboradores de Batista. Mais tarde, tornou- se presidente do Banco Nacional de Cuba. Como parte de suas funções ele tinha de as- sinar as cédulas, e o fazia com o seu apelido, ‘Che’, termo gaúcho que muito usava substi- tuindo o pronome você. Mas a sua inquietude revolucionária persistia. Desde 1959, ajudou a organizar expedições revolucionárias em vários países. Tratava-se de pequenos grupos de guerrilheiros que serviriam como foco de insurreição nacional: a doutrina do ‘foquismo’. Àquela altura já estava se tornando uma figura lendária. No final de 1964, viajou para Nova York, onde foi recebido como um herói revolucionário, e não só pelos grupos de es- querda - os Rockfelleres convidaram-no para jantar. Veio então a crise dos mísseis, instalados em Cuba pelos soviéticos (e que, em caso de conflito, dizia Guevara, seriam usados contra os EUA). Tensa situação, que quase levou o mundo a uma terceira grande guerra. Por fim, o premiê Khruschov, da URSS, retirou os mís- seis sem consultar Castro, o que deixou Gue- vara muito cético acerca da linha ideológica e estratégica dos soviéticos. Por razões que até hoje não são bem claras, ele desapareceu, segundo Fidel Cas- tro para continuar a luta revolucionária em um lugar que o premiê cubano se recusou a revelar. O primeiro lugar em que Guevara promoveu ‘foco’ revolucionário foi na África, mais precisamente no Congo. Não deu certo. Meses mais tarde, com a asma atormentando- o sem cessar, deixou a África, resumindo sua aventura numa frase: ‘É a história de um fra- casso’. Seguiu então para a Bolívia, onde, de novo, sua trajetória foi um desastre: não recebeu ajuda dos revolucionários locais, os quais não tratava de maneira muito hábil, e tinha poucos recursos para suas operações. Ocorreu então um curioso incidente: ele en- controu um grupo de soldados bolivianos feridos e ofereceu-lhes cuidados médicos, o que foi recusado. A asma agravava-se; várias das ofensivas que desencadeou tinham como objetivo obter remédios e comida. Por fim, em 8 de outubro de 1967, foi capturado e, no dia seguinte, executado por ordem do presidente da Bolívia, o general René Barrientos. . Após sua morte, transformou-se numa figura icônica. A foto que Alberto Korda tirou dele pode ser encontrada em qualquer lugar do mundo e inúmeras vezes foi reproduzida em cartazes, camisetas, bonés. . Fonte: CHE GUEVARA- Uma Biografia (Jon Lee Anderson) Editora OBJETIVA -1997. Veículo de divulgação do Hospital do Coração - Ano VIII Nº 89 - Abril de 2013 Rápidas Confira os últimos acontecimentos do Hospital do Coração: Workshop e cirurgia inédita. Neste mês tem comemoração do Dia do profissional de Enfermagem e lançamento do 9º São João do Coração, fique de olho na programação que promete movimentar o mês de maio. Coluna Cultural Vale a pena conferir a dica de filme da coluna deste mês. O filme: INTOCÁVEIS, é baseado em uma história real sobre a relação entre um milionário tetraplégico e o seu enfermeiro. Mostra a amizade entre dois homens com origens e concepções totalmente diferentes, e como essa cumplicidade acaba se tornando prazerosa e necessária para os dois. Página 6 Página 2 Página 3 Funcionários fazem passeio no barco escola Chama-Maré A iniciativa foi do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT e levou para o Rio Potengi dezenas de colaboradores, que enriqueceram seus conhecimentos numa manhã agradável de sábado com uma abordagem dos aspectos históricos, culturais, ecológicos, econômicos e sociais do Rio Potengi e do seu entorno. Coluna Cultural - Filme: ‘INTOCÁVEIS’ Sucesso de bilheteria na França, Intocáveis (The Intouchables), de Eric Toledano e Olivier Nakache, conta a história de Philippe (François Cluzet), um aristocrata rico que sofre um grave acidente e fica tetraplégico. Em busca de um enfermeiro, conhece Driss (Omar Sy), que não tem interesse na vaga, mas no dinheiro do seguro desemprego. Philippe resolve chamar Driss para um mês de treinamento já que ele é o único dentre os candidatos que não o olha de forma diferente. Mas essa escolha em ne- nhum momento se torna o centro da trama. O importante ali não é o tetraplégico do qual todos têm pena, mas a amizade entre dois ho- mens com origens e concepções totalmente diferentes, e como essa cumplicidade acaba se tornando prazerosa e necessária para os dois. Intocáveis consegue ao longo das quase duas horas de filme, passar longe de clichês e acertar em cheio em todas as piadas - e não são poucas, sejam as políticas, sejam as de raça. O roteiro cômico e muito bem escrito dá ritmo à história, bem como trilha e edição excelentes. As interpre- tações de Sy - grande destaque no longa, - e Cluzet, são impecáveis, e a química entre os dois confere naturali- dade àquela relação. O filme é baseado em uma história real sobre a relação entre um milionário tetraplégico e o seu enfermeiro. No Brasil, dois livros foram lançados junto ao filme: O segundo suspiro, que inspirou o filme, escrito pelo próprio Phillippe Pozzo di Borgo, e Você mudou a minha vida, versão da história do enfermeiro argelino Abdel Sellou. Vale conferir, já nas locadoras. Leia um livro, veja um filme... divirta-se! Continuação da página 4 Continuação das páginas 4 e 5 A Voz do Coração - Abril 2013.indd 1 A Voz do Coração - Abril 2013.indd 1 08/05/2013 12:15:47 08/05/2013 12:15:47

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Artigo – CHE: ALÉM DA GUERRILHAGuevara foi uma criança levada, mas um aluno brilhante, sempre se destacava entre seus amigos pelo jeito de líder. Aos dois anos de idade contraiu asma crônica, doença que o seguiu por toda a vida. De médico a guerrilheiro, Che não suportou fi car na revolução apenas como médico. Mais nas páginas de 4 a 6

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Jean Dantas De Oliveira Jose Ronaud Rebouças Ana Cleide da Silva Walmir de Araujo Werika Barbosa T. da Silva Fabiana Salviano de Oliveira João Rodrigo da Costa Vania Maria de Oliveira Leite Rubens Felix Barbosa Simara de Macedo Ferreira Renata Janaina Pucci da Silva Edilson Silva Ramos Deyvson Levy Silva dos Santos Adriana Costa da Silva Kelle Cristina de Souza Etelvina Camara Oliveira Artemiza Maria Gomes de Paula Francimara Silva de Freitas Jucenira Batista da Silva Maria Joseilma Batista Luciene Urbano Cabral Maria Cileide Pereira da Silva Ana Paula Alves de Souza Maksuely Rodrigues Cordeiro Darklene Gomes Santana Silva Wenia Wesllyane Costa Lima Josélia Maria S. do Nascimento Ana Cleia de Souza Bezerra Gilmaris Braz da Silva Suerda Maria da Silva Melo Joao Batista Pereira da Silva Ana Clezia de Souza Bezerra Michelle Dayane da Silva Lima Jorge Luis de Medeiros Luiz Eduardo de Franca Melo Eliene Alexandre da Costa Lilian Maria de L. L. de Oliveira Edna Maria Cândida da Silva Juliane Oliveira da Silva Natanael Silva dos Santos Emanuel de Souza Nobre Wandson Domingos Marcelo Oliveira Araujo Danielle Cristina Pereira de Oliveira Maria de Fátima Marinho Joao Batista Paes da Silva Daniela Leite Dutra João Maria de Oliveira Renata Silva de Azevedo Marcos Aurelio da Silva Antonio Volgran Alves F. Júnior Antonio Pereira Monteiro Filho Jocelia Soares da Silva Maria Dalvanir C. G. da Costa Janaina Gomes da Rocha Ellisson Ebbert C. de Oliveira Mario Suel Ferreira Eliane Pereira Goteu de Melo Marcos Dias Leao Arlindo Nascimento de Souza Pollycarpo de O. Albuquerque Jose Roberto de Souza Suzana Raila Pereira Pinto Nilzete Lourenco da Silva Eurimar Espinola de Araujo BritoMilena Pinheiro de Sousa Tatiane Maria S. do Nascimento Elza Jucilene Edvino Martins Alexsandro Bernardino Everaldo Lopes dos Santos Junior Priscila Ranielle Silva Medeiros Maciana Da S. Araujo de Oliveira Kaio Cesar A. de Medeiros Daniela Cavalcanti Kittel

são para matérias como Matemática, História Natural, Geografi a, História, francês, Espanhol, Redação e Música. Lia muitos livros extracur-riculares, como os de Pablo Neruda, Horácio Quiroga e Anatole France, e até mesmo uma edição resumida do Das Kapital de Karl Marx. Nesse ano, ele fez o primeiro curso de Filosofi a. A matéria cativou seu interesse, como revelam os conceitos “muito bom” e “excelente” que obteve. Foi também nessa época que começou a escrever seu próprio “dicionário fi losófi co”. Recorria a todas as fontes à sua disposição. Suas citações sobre o marxismo foram extraídas do Mein Kampf e continham passagens que revelavam a obsessão de Hitler com uma conspiração judeu-marxista. A An-tiga e a Nova Moralidade Sexual, de Bertrand Russel, foi sua fonte sobre o amor, patriotismo e moralidade sexual. Em A Teoria Geral da Memória, de Sigmund Freud, estudou os so-nhos, libido, narcisismo e complexo de Édipo. Em Jack London, obteve citações sobre socie-dade, e em Nietzsche, sobre a morte.

1946 foi o último ano de Guevara no curso secundário. Aos 18 anos, começou a exercer sua primeira atividade remunerada, no labo-ratório da Dirección Provicial de Vialidad, de Córdoba, uma repartição pública que super-visionava a construção de rodovias na provín-cia. Seu amigo Tomás Granado trabalhava com ele. Os dois rapazes, ambos bons em matérias como Matemática e Ciências, fi zeram um curso de analista de campo e passaram a ser especialistas em solo, e já faziam planos de entrar para a faculdade de Engenharia no ano seguinte.

Em maio de 1947, a avó materna de Gue-vara, Ana Isabel, de 96 anos, sofreu um der-rame cerebral e veio a falecer em poucos dias. Esse acontecimento deixou Ernesto inconso-lável e fez mudar de ideia; ao invés de estudar engenharia, resolveu cursar medicina. .

Em 1948, Guevara entrou na Universidade de Buenos Aires para estudar medicina. Por que escolheu esta profi ssão? Além da morte da avó, a quem o jovem Ernesto era muito ligado, outros dois motivos podem ter con-tribuído para a decisão: a sua asma e a doença da mãe, Célia de La Serna Guevara, por quem Ernesto nutria profunda afeição, e que teve um câncer de mama extirpado.

Anos mais tarde, disse que escolhera a car-reira médica motivada pelo desejo de ter um triunfo pessoal: “Sonhei em me tornar um pes-

quisador famoso... trabalhar infatigavelmente para descobrir algo que pudesse ser posto de forma defi nitiva à disposição da humanidade”.

Já como estudante de medicina, Ernesto teve vários empregos em regime de meio expediente. De todos, porém, o trabalho na Clínica Pisani, especializada no tratamento das alergias, foi o mais consistente. Começou como paciente para tratar de sua asma com o Dr. Salvador Pisani, que lhe ofereceu uma posição de assistente de pesquisa. Pisani de-senvolveu um método para tratar alergias à base de vacinas preparadas com alimentos semidigeridos. Entusiasmado com os resulta-dos positivos do tratamento e com seu próprio trabalho no laboratório, decidiu especializar-se em alergias na sua carreira médica. Durante o curso de anatomia, passou a frequentar o Museu de Ciências Naturais para aulas sobre o sistema nervoso, dissecando peixes sob a orientação de um velho professor alemão. Fili-ou-se à Juventude Peronista na universidade, com o objetivo de utilizar o vasto acervo da biblioteca da instituição - de outra forma, não teria acesso aos livros.

Em 1º de janeiro de 1950, tendo concluído o terceiro ano de Medicina, partiu numa bici-cleta equipada com um pequeno motor italia-no para o interior da Argentina, na sua primeira viagem sozinho. Saiu na direção de Córdoba e em seguida foi para San Francisco Del Chanar, na intenção de encontrar com o amigo Al-berto Granado - que estava fazendo pesqui-sas sobre as suscetibilidades imunológicas no leprosário José J. Puentedos. Após vários dias no leprosário, tentou convencer sem sucesso o amigo Alberto a acompanhá-lo para chegar até as remotas províncias do norte e do ex-tremo oeste da Argentina. Pela primeira vez, testemunhou de perto as injustiças na vida das pessoas marginalizadas socialmente e os contrates da sua cultura “europeia” e o inte-rior indígena, ignorado e atrasado. Durante as seis semanas em que esteve na estrada, viajou por 12 províncias e percorreu mais de quatro mil quilômetros. Ao retornar à Buenos Aires ,levou seu pequeno motor de bicicleta para uma revisão completa na companhia onde havia comprado. Quando souberam a distân-cia percorrida com o pequeno veículo, a em-presa propôs a ele consertar o motor gratuita-mente, em troca de um anúncio publicitário.

No quarto ano de seu curso de medicina, Ernesto passou em mais cinco provas rumo ao diploma e continuou trabalhando na Clínica Pisani. Ele também praticava aulas de voo de planador com seu tio Jorge, e jogava rugby. No fi nal do ano letivo, em dezembro de 1950 , conseguiu uma carteira de enfermeiro no Ministério de Saúde Pública e candidatou-se a um emprego como “médico” de bordo da linha de navegação da companhia estatal de petróleo YPF (Yacimientos Petrolíferos Fis-cales), quando passou seis semanas no mar. Fez ao todo quatro viagens nesse emprego, entre fevereiro e junho de 1950. Em junho, retornou à faculdade. Tinha então 23 anos

e ainda lhe faltavam dois anos para poder formar-se, mas não achava estimulante a ro-tina de aulas e provas. Nas férias de outubro de 1951, viajou para Córdoba para encontrar com Alberto e empreender a famosa viagem pela América Latina junto com seu amigo bioquímico. Tripulando a motocicleta La Poderosa 2, os dois partiram para a jornada que depois Guevara narraria nos “Diários da Motocicleta”, ponto de partida para o fi lme do mesmo nome de Walter Salles.

Essa viagem foi, para o jovem estudante, um verdadeiro rito de passagem: já infl uen-ciado pela literatura marxista e impressionado pela pobreza e pela marginalização que via, Guevara convenceu-se de que só a revolução armada mudaria o destino da América Latina.

Em novembro de 1952, Ernesto deveria fazer a primeira rodada de provas. Foi então que caiu gravemente enfermo, com uma fe-bre contraída por se expor a vísceras humanas contaminadas na clínica Pisani.

Em 11 de abril de 1953, fez sua última prova, concluindo o curso médico. Em junho, poucos dias antes de celebrar o 25º aniversário, rece-beu seu diploma e o convite do Dr. Pisani para um emprego estável, um apartamento na clínica e um futuro ao seu lado na pesquisa de alergias, Ernesto recusou o emprego e anun-ciou uma nova viagem. Desta vez chegou à Guatemala na época em que o presidente eleito Jacobo Arbenz tinha empreendido uma radical reforma agrária, contrariando profun-damente os interesses da United Fruit e de outras multinacionais que até então contro-lavam as chamadas “repúblicas bananeiras”.

Para Guevara, a Guatemala representava uma espécie de estágio para que ele se tor-nasse um verdadeiro revolucionário. Tentou conseguir um emprego público como médico, sem êxito, pois lhe foi exigido retornar à facul-dade de medicina por um ano, a fi m de que o seu diploma argentino pudesse ser revalidado para trabalhar no país. Dedicou-se então ao estudo da medicina social e da política, tendo escrito tópicos para o livro O Papel do Médico na América Latina. No esboço para o capí-tulo O Médico e o Meio Ambiente, apontava o caminho da transformação revolucionária para o socialismo. Fez então contato com um grupo de cubanos ligados a Fidel Castro, que ele já tinha encontrado na Costa Rica; e ali também passou a ser conhecido como Che, por causa do constante uso que fazia dessa expressão ao conversar. Arbenz foi derrubado por um golpe apoiado pela CIA, e Guevara conseguiu escapar para o México, agora con-vencido de que só uma revolução socialista poderia enfrentar o imperialismo americano.

No México, Guevara encontrou Fidel e Raul Castro e juntou-se ao Movimento 26 de Julho, cujo propósito era derrubar o governo do ditador cubano Fulgêncio Batista. Ele deveria ser o médico do grupo, mas também recebeu treinamento militar. Em 1956, a bordo do iate Granma, o grupo dirigiu-se para Cuba. Tão logo desembarcaram na ilha, foram atacados

pelas tropas de Batista, que mataram cerca da metade dos revolucionários.

Durante o confronto, Guevara largou sua mochila com material médico para pegar uma caixa de munições que um companheiro dei-xara cair; algo que ele viu como uma transição da sua situação de médico para a de comba-tente. Os poucos revolucionários que sobre-viveram refugiaram-se nas montanhas de Si-erra Maestra, dando início à guerrilha que por fi m conquistaria o poder em Cuba.

A essa altura, Guevara já era um duro e implacável comandante militar; não hesitava em mandar executar informantes ou deser-tores. A guerrilha tomou o poder, Guevara assumiu o comando do quartel de La Cabaña e aí de novo mandou executar dezenas de colaboradores de Batista. Mais tarde, tornou-se presidente do Banco Nacional de Cuba. Como parte de suas funções ele tinha de as-sinar as cédulas, e o fazia com o seu apelido, ‘Che’, termo gaúcho que muito usava substi-tuindo o pronome você. Mas a sua inquietude revolucionária persistia. Desde 1959, ajudou a organizar expedições revolucionárias em vários países. Tratava-se de pequenos grupos de guerrilheiros que serviriam como foco de insurreição nacional: a doutrina do ‘foquismo’.

Àquela altura já estava se tornando uma fi gura lendária. No fi nal de 1964, viajou para Nova York, onde foi recebido como um herói revolucionário, e não só pelos grupos de es-querda - os Rockfelleres convidaram-no para jantar.

Veio então a crise dos mísseis, instalados em Cuba pelos soviéticos (e que, em caso de confl ito, dizia Guevara, seriam usados contra os EUA). Tensa situação, que quase levou o

mundo a uma terceira grande guerra. Por fi m, o premiê Khruschov, da URSS, retirou os mís-seis sem consultar Castro, o que deixou Gue-vara muito cético acerca da linha ideológica e estratégica dos soviéticos.

Por razões que até hoje não são bem claras, ele desapareceu, segundo Fidel Cas-tro para continuar a luta revolucionária em um lugar que o premiê cubano se recusou a revelar. O primeiro lugar em que Guevara promoveu ‘foco’ revolucionário foi na África, mais precisamente no Congo. Não deu certo. Meses mais tarde, com a asma atormentando-o sem cessar, deixou a África, resumindo sua aventura numa frase: ‘É a história de um fra-casso’.

Seguiu então para a Bolívia, onde, de novo, sua trajetória foi um desastre: não recebeu ajuda dos revolucionários locais, os quais não tratava de maneira muito hábil, e tinha poucos recursos para suas operações. Ocorreu então um curioso incidente: ele en-controu um grupo de soldados bolivianos feridos e ofereceu-lhes cuidados médicos, o que foi recusado. A asma agravava-se; várias das ofensivas que desencadeou tinham como objetivo obter remédios e comida. Por fi m, em 8 de outubro de 1967, foi capturado e, no dia seguinte, executado por ordem do presidente da Bolívia, o general René Barrientos. .

Após sua morte, transformou-se numa fi gura icônica. A foto que Alberto Korda tirou dele pode ser encontrada em qualquer lugar do mundo e inúmeras vezes foi reproduzida em cartazes, camisetas, bonés. .

Fonte: CHE GUEVARA- Uma Biografi a (Jon Lee Anderson) Editora OBJETIVA -1997.

Veículo de divulgação do Hospital do Coração - Ano VIII Nº 89 - Abril de 2013

Rápidas

Confi ra os últimos acontecimentos do Hospital do Coração: Workshop e cirurgia inédita. Neste mês tem comemoração do Dia do profi ssional de Enfermagem e lançamento do 9º São João do Coração, fi que de olho na programação que promete movimentar o mês de maio.

Coluna Cultural

Vale a pena conferir a dica de fi lme da coluna deste mês. O fi lme: INTOCÁVEIS, é baseado em uma história real sobre a relação entre um milionário tetraplégico e o seu enfermeiro. Mostra a amizade entre dois homens com origens e concepções totalmente diferentes, e como essa cumplicidade acaba se tornando prazerosa e necessária para os dois.

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Funcionários fazem passeio no barco escola Chama-MaréA iniciativa foi do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT e levou para o Rio Potengi dezenas de colaboradores, que enriqueceram seus conhecimentos numa manhã agradável de sábado com uma abordagem dos aspectos históricos, culturais, ecológicos, econômicos e sociais do Rio Potengi e do seu entorno.

Coluna Cultural - Filme: ‘INTOCÁVEIS’

Sucesso de bilheteria na França, Intocáveis (The Intouchables), de Eric Toledano e Olivier Nakache, conta a história de Philippe (François Cluzet), um aristocrata rico que sofre um grave acidente e fi ca tetraplégico. Em busca de um enfermeiro, conhece Driss (Omar Sy), que não tem interesse na vaga, mas no dinheiro do seguro desemprego. Philippe resolve chamar Driss para um mês de treinamento já que ele é o único dentre os candidatos que não o olha de forma diferente. Mas essa escolha em ne-nhum momento se torna o centro da trama. O importante ali não é o tetraplégico do qual todos têm pena, mas a amizade entre dois ho-mens com origens e concepções totalmente diferentes, e como essa cumplicidade acaba se tornando prazerosa e necessária para os dois.

Intocáveis consegue ao longo das quase duas horas de fi lme, passar longe de clichês e acertar em cheio em todas as piadas - e não são poucas, sejam as políticas, sejam as de

raça. O roteiro cômico e muito bem escrito dá ritmo à história, bem como trilha e edição excelentes. As interpre-tações de Sy - grande destaque no longa, - e Cluzet, são impecáveis, e a química entre os dois confere naturali-dade àquela relação.

O fi lme é baseado em uma história real sobre a relação entre um milionário tetraplégico e o seu enfermeiro. No Brasil, dois livros foram lançados junto ao fi lme: O segundo suspiro, que inspirou o fi lme, escrito pelo próprio Phillippe Pozzo di Borgo, e Você mudou a minha vida, versão da história do enfermeiro argelino Abdel Sellou. Vale conferir, já nas locadoras.

Leia um livro, veja um fi lme... divirta-se!

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Diretoria

Dr. Lauro Arruda CâmaraDiretor Administrativo

Dr. Elmano MarquesDiretor Financeiro

Dr. Marcos Dias LeãoDiretor Médico

Redação

Morgana Florencio

Diagramação

João Paulo de Almeida84 9902-9225 / 84 9649-5354

Tiragem

1.000 exemplares

Hospital do Coração de Natal

Rua Auris Coelho, 235 - Lagoa Nova - Natal/RN Tel. (84) 4009-2000 | Fax: (84) 4009-2023

E x p e d i e n t eMissão

Servir à comunidade e promover satisfação, saúde e melhoria da qualidade de vida à população

Política de Qualidade

Agir com vistas ao desenvolvimento contínuo, inovação e melhoria dos serviços de saúde em urgência e emergência, proporcionando aos clientes a satisfação pelos serviços recebidos e aos colaboradores a oportunidade de atingirem seus objetivos profi ssionais e pessoais.

Hospital do Coração no Chama-Maré PROFISSÃO: ENFERMAGEM

CHAMA-MARÉ

O projeto barco escola recebeu funcionários da instituição para uma abordagem dos aspectos históricos,

culturais, ecológicos, econômicos e sociais do Rio Potengi e do seu entorno.

“O Rio Potengi nasce na Serra de San-tana e de sua nascente até a foz percorre uma distância de 176 km, passando por oito municípios: Cerro Corá, São Tomé, Barcelo-na, São Paulo do Potengi, São Pedro, Ielmo Marinho, São Gonçalo do Amarante e Natal. Em Natal, se junta a outros rios, o Jundiaí, o Golandim e o rio Doce, formando o estuário do Potengi.”

Assim começa a aula passeio no barco escola Chama-Maré, visitado pelos fun-cionários do Hospital do Coração, no dia 27 de abril. A iniciativa foi do Serviço Especia-lizado em Engenharia de Segurança e Me-dicina do Trabalho – SESMT e levou para o Rio Potengi dezenas de colaboradores, que enriqueceram seus conhecimentos numa manhã agradável de sábado.

Numa visão multidisciplinar, vários temas são discutidos durante o passeio, como questões ambientais, poluição do Potengi, mangues, turismo, colonização de Natal, verticalização, atividades de pesca, análise das comunidades banhadas pelo rio, praia da Redinha, Ponte Newton Navarro, Porto de Natal etc.

O projeto barco escola Chama-Maré teve início em outubro de 2006. De iniciativa do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – IDEMA-RN e recebe to-tal apoio do Iate Clube do Natal. O projeto funciona de segunda a sábado e tem como objetivo proporcionar a estudantes e profes-sores da rede pública e privada de Natal e do interior do Estado um espaço para aulas de campo voltadas para a questão ambiental do Rio Potengi, abordando aspectos históricos, culturais, ecológicos, econômicos e sociais do rio e do seu entorno. Além, de proporcio-nar uma ótima visão da cidade de Natal vista a partir do Rio Potengi.

A embarcação, do tipo catamarã, parte do Iate Clube no sentido Fortaleza dos Reis

Magos / Boca da Barra, passa pela Praia da Redinha e Cemitério dos Ingleses, entrando, em seguida na gamboa Jaguaribe e seguin-do em direção à Ponte Ferroviária de Igapó. A partir daí, retorna pela Base Naval e Porto de Natal, chegando de volta ao Iate Clube. O passeio dura cerca de uma hora e trinta minutos e tem orientação pedagógica de professores / monitores da equipe do barco escola.

O termo Chama-Maré é a designação comum dada aos pequenos caranguejos do gênero Uca, que são encontrados no Atlân-tico. O projeto faz parte do Programa de Preservação e Conservação da Natureza do Estado do Rio Grande do Norte – PROECO, através do Programa Potengi Vivo.

> Tratamento de

Parkinson em workshop

no Hospital do Coração

Em comemoração ao Dia Mundial da Doença de Parkinson, no dia 11 de abril foi realizado no Hospital do Coração de Natal um Workshop sobre atualização do trata-mento de Parkinson. A iniciativa foi da As-sociação Potiguar de Parkinson. O evento realizado pela realizado pela primeira vez no Rio Grande do Norte e teve o intuito de levar mais informações para os associados, oferecendo um espaço para os médicos e profi ssionais de saúde apresentarem novos tratamentos e tecnologias de combate à doença.

> Cirurgia pioneira

realizada no Hospital do

Coração traz para o RN

técnica menos invasiva

Procedimento cirúrgico foi realizado no dia 06 de abril pelo cirurgião torácico Hylas Ferreira, no Hospital do Coração. Trata-se de uma cirurgia pioneira no segmento de cirur-gias torácicas utilizando-se a técnica minima-mente invasiva de videotoracoscopia. A nova técnica permitiu a uma paciente, que sofre da Síndrome do Desfi ladeiro Torácico (SDT), uma cirurgia menos invasiva e recuperação

mais rápida. A alternativa dispensa a cirurgia convencional, evitando as grandes incisões e os afastadores intercostais (para as costelas), que representam mais dores na recuperação. De acordo com o cirurgião torácico Hylas Fer-reira, médico responsável por trazer para Na-tal a nova técnica, a Síndrome do Desfi ladeiro Torácico é provocada pela compressão do feixe vascular (artéria e veia) nervoso, que vai para o membro superior devido a alterações posturais e ou anatômicas que alteram o triân-gulo formado pela primeira costela, clavícula e músculos do pescoço e peitoral.

> Nota de

Agradecimento

“Senhor Administrador,Cumprimentando-o, sirvo-me do presen-

te, para agradecer a Vossa Senhoria pelo em-penho e profi ssionalismo dispensados a este Gabinete, por ocasião da visita do Excelentís-simo Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Joaquim Barbosa, a Natal, colocando toda equipe médica deste conceituado Hos-pital, à disposição do Senhor Ministro e de sua comitiva.

Ressalto que, a indicação do Hospital do Coração para atuar como unidade de referên-cia, ocorreu em virtude da estrutura hospitalar e da equipe médica das mais qualifi cadas no Estado. Por fi m, solicito que seja estendido a todos os profi ssionais dessa unidade hospi-talar, que realizam a dignifi cante atividade de salvar vidas, nossos mais sinceros agradeci-mentos.

Atenciosamente,Joselito Xavier de Paiva - Cel. PMChefe do Gabinete Militar/ TJRN “

> Dia do Profi ssional de

Enfermagem

Celebrado no dia 12 de maio o Dia do Pro-fi ssional de Enfermagem no Hospital do Cora-ção tem comemoração especial na sexta-feira (10 de maio).

Programação:8h – Bom Dia EnfermagemPalestra: ‘Ética na Enfermagem’, com a en-

fermeira Suerda Santos Menezes (gerente de enfermagem do Hospital do Coração).

Lanche e entrega de brindes.15h – Palestra: ‘Ética na Enfermagem’,

com a enfermeira Alzirene Nunes de Carvalho (presidente do COREN-RN).

> Lançamento do 9º São

João do Coração

O Arraial do Hospital do Coração deste ano já tem dia, hora e local marcados: 14 de junho, às 21h30, no Boulevard Recepções. A tradicional festa de São João do Hospital será lançada no dia 29 de maio, às 15h no auditório. A programação deste ano promete esquentar a noite dos forrozeiros do Hospital. Não perca este lançamento e confi ra as atrações já con-fi rmadas e que vão garantir o arrasta pé du-rante a edição deste ano.

RápidasPor Morgana Florencio - Marketing | Hospital do Coração Por Suerda Santos Menezes – Gerente de Enfermagem do Hospital do Coração de Natal

Ninguém é uma ilha completa em si mes-ma, todo homem é um fragmento do conti-nente, uma parte do todo. Assim é a equipe de enfermagem, um fragmento, na área da saúde. Diante da complexidade, o cenário da saúde, encontra-se a equipe de enferma-gem, precisando adaptar-se a velocidade das mudanças da instituição em que laboram do mundo globalizado. A ‘área da saúde’ é o principal seguimento que depende de pes-soas para a execução do produto: ‘a assistên-cia ao paciente’. A equipe de enfermagem é o maior capital humano presente dentro deste seguimento e o maior desafi o em gerir esta equipe é conseguir o equilíbrio considerando que a carga emocional está agregada ao de-sempenho da profi ssão. A atuação abrange as vinte quatro horas do dia, todos os dias da semana e em turnos diferentes, com necessi-dades diversas (físicas/emocionais). O produto que a enfermagem entrega é a assistência, em tempo real. Além da técnica, deve-se pri-orizar sempre o atendimento humanizado, convivendo com o estresse inerente à fun-ção e ainda fi gurar como elo de toda cadeia multidisciplinar, cujo desempenho infl uencia diretamente no atendimento ao paciente. É importante ressaltar que o profi ssional de en-fermagem, independente de sua motivação, deve ter comprometimento com a profi ssão, não deve ter qualquer atitude que interfi ra ou que prejudique a assistência ao paciente, conforme o Código de Ética dos profi ssionais de Enfermagem, essa é uma profi ssão com-prometida com a saúde e a qualidade de vida

da pessoa, da família e da coletividade. Atua na promoção, na recuperação, na reabilitação da saúde e na prevenção de doenças com au-tonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais. Diante deste diferencial carac-terístico da profi ssão, isto é, compromisso forte de longo prazo com a área de atuação, a sua postura profi ssional sempre está mais dirigida à profi ssão, fazendo com que a motivação para o desempenho da função seja sempre mais complexa e desafi adora. A efetividade de um desempenho com resultados ocorre quando as pessoas fazem as coisas certas por compromisso e quando têm a noção real que o fazer na profi ssão de enfermagem implica no resultado compartilhado (erros e acertos). O trabalho em saúde se concretiza no contexto de interesses e de intencionalidades por parte da instituição de saúde e da equipe multidis-ciplinar, onde estão inseridos os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, sendo estes representantes de sessenta por cento da força de trabalho, o grande horizonte é o cui-dado prestado com qualidade, considera-se os recursos físicos, materiais, de equipamentos, mas principalmente humanos. Essa condição diferenciada na realidade de saúde é explicada pelo fato dos seres humanos serem a matéria-prima à qual convergem todos os esforços de outros seres, também humanos, como prin-cipal recurso para o alcance de resultados de qualidade. Os recursos físicos, materiais, tec-nológicos e fi nanceiros, embora essenciais para a concretização da assistência com quali-dade, estão subordinados ao conhecimento

que os profi ssionais de enfermagem têm e das reais necessidades dos pacientes, bem como do conhecimento necessário e das condições materiais sufi cientes para o uso adequado e otimizado desses recursos, a enfermagem é o elo entre o executar e o resultado. O grande horizonte que é o cuidado prestado com qualidade na área da saúde, esta diretamente ligado a inúmeros fatores, entre os mesmos, fatores de ordem pessoal que envolve senti-mentos e emoções humanas, quando se refe-rem ao paciente ou à família e não podem ser esquecidos de forma velada, eles também se referem às relações de trabalho, existe um ser humano cuidando de um outro ser humano, se relacionando com outros seres humanos (equipe multidisciplinar), o relacionamento entre os profi ssionais, sejam da enfermagem ou com outros profi ssionais também agrega ou não qualidade ao serviço de enfermagem prestado. O fato de a enfermagem trabalhar com o bem maior que o ser humano possui, a vida, aumenta por si só a importância do tra-balho. Resultados característicos do trabalho da enfermagem, como melhora, cura, reabili-tação ou morte digna do paciente, sem dúvida são motivos de atribuição de valor ao trabalho e de consequente satisfação. A equipe de enfermagem precisa ter o real entendimento de que a refl exão diária do que signifi ca ser parte de um todo no resultado da assistência com qualidade, é necessária no exercício dessa profi ssão, que é árdua, difícil, desafi adora e ne-cessária para o seguimento da vida dos tantos que cuidamos todos os dias.

Nascido em 14 de maio de 1928, em Rosário, na Argentina, Ernesto Guevara de La Serna descendia de uma família com origens na Espanha e na Irlanda. Seus pais eram pes-soas cultas e engajadas politicamente: ambos opunham-se ao regime peronista que por longo tempo fi cou no poder.

Aos dois anos, manifestou-se no pequeno Ernesto a doença que o acompanharia por toda a vida: a asma. Em busca de melhores condições climáticas para o garoto, a famí-lia mudou de residência para Alta Gracia, pequena estação de águas no sopé das Sier-ras Chicas, perto de Córdoba. No clima seco da montanha, as crises asmáticas tornaram-se intermitentes, em lugar da afecção crônica de quando moravam em Buenos Aires.

Ernesto nunca se deixou abater pela doença. Tratou de praticar esporte e era um agressivo jogador de rugby. Praticou também futebol, tênis de mesa e golfe. Devido à doen-ça, não foi à escola com regularidade até ter quase nove anos. Sua mãe, Célia de La Serna, foi quem ensinou-lhe a ler e escrever. Quando em crise, muitas vezes fi cava incapaz até de

andar e confi nado ao leito durante dias segui-dos, e passava as longas e solitárias horas len-do livros e aprendendo a jogar xadrez com o pai, Ernesto Guevara Lynch.

Em março de 1937, por exigência das au-toridades de ensino de Alta Gracia, foi ma-triculado no ensino regular e entrou para a segunda série da Escuela San Martin. Rara-mente era visto estudando, mas destacava-se na turma pela rapidez de raciocínio na classe. Não demonstrava empenho por boas notas.

Lia muito: entre os preferidos, poemas de Pablo Neruda e os livros de aventura de Júlio Verne, Jack London e Bertrand Russell. Além disso, gostava de fotografar.

Em março de 1942, pouco antes de com-pletar 14 anos, Ernesto começou o bachille-rato, ou seja, o curso ginasial em Córdoba, a 40 quilômetros de distância, onde estudou no Colégio Nacional Dean Fuentes, considerado um dos melhores da rede de ensino público da cidade. Como tinha que ir de ônibus para a escola, e sua irmã, Célia, dois anos mais nova, estava prestes a ingressar num ginásio para meninas também em Córdoba, os Guevaras

mudaram-se de Alta Gracia. No primeiro ano no Colégio Dean Fuen-

tes, Ernesto fez novos amigos, sendo os mais chegados os irmãos Granado, Tomás e Al-berto. Nessa época, Ernesto interessou-se na leitura de obras de Freud, e na poesia de Baudelaire, Dumas, Verlaine e Mallarmé. Lia no idioma francês, que aprendeu com sua mãe. Leu também a maioria dos livros de Émile Zola, os clássicos argentinos, como o épico Facundo de Sarmiento, e as obras de William Faulkner e John Steinbeck. Na adolescência, não tinha quaisquer preocupações sociais e não teve participação em lutas políticas ou es-tudantis na Argentina.

Inquisitivo, não conformista e com grande desejo de aventura, assim era Ernesto Guevara no fi nal da Segunda Guerra Mundial, pouco antes do seu 17º aniversário.

Em junho de 1945, recebeu dez advertên-cias (com 25 seria expulso) por ordem do dire-tor do colégio, por atos de indisciplina e por entrar e sair da escola fora do horário previsto, sem a permissão correspondente. Nesta fase, suas notas eram boas e refl etiam sua propen-

Artigo - CHE: ALÉM DA GUERRILHAPor Dr. Lauro Arruda Câmara – Cardiologista

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