A revolução industrial e o cotidiano dos trabalhadores

A Revolução Industrial e o Cotidiano dos Trabalhadores

Professor Douglas Freitas

Revolução Industrial

Revolução ocorrida na Inglaterra a

partir do século XVII

Por outro lado grande parte das

cidades eram comerciais

Final do século XVII, intensificação dos cercamentos

Antes do surgimento das

máquinas existiam as manufaturas

A máquina a vapor trouxe grandes consequências

Prós e contras do progresso industrial

Transferência das pessoas do campo

para as cidades

A vida antes das fábricas

Fordismo e Taylorismo

Revolução ocorrida na Inglaterra a partir do século XVII

• Antes desse período as pessoas vivam em vilarejos;

• Trabalhos em pequenos grupos = produção em pequena escala;

Por outro lado grande parte das cidades eram comerciais

• Capital = centro de poder político do reino;• Conglomerado de pessoas vivendo em

situação precária;

Gustave Doré de 1872


• Formação de grandes latifúndios = expropriação das terras camponesas e comunais;

• Punições aos que buscarem nas antigas terras condições de sobrevivência, como caça, pesca ou plantio;


O cercamento dos campos consistiu na autorização dada pelo Parlamento aos grandes proprietários rurais de cercarem terras de uso comum.

Antes do surgimento das máquinas existiam as manufaturas

• Tipo de unidade de produção que já havia minuciosa divisão do trabalho;

• Adam Smith (A Riqueza das Nações)– Divisão do Trabalho = aumento de produção;– Maior produção melhores condições de vida;


• Se na manufatura a habilidade do trabalhador é imprescindível, com a invenção das máquinas modificam-se os valores;– Nas fábricas nada era do trabalhador;– As fábricas eram compostas por trabalhadores que

haviam perdido suas terras;– Busca de melhores condições de vida aos que

haviam perdido sua identidade produtiva;

Sendo donos apenas de sua força produtiva, os trabalhadores das primeiras fábricas tornaram-se

operários

• Atividades extenuantes = 10 a 16 H/dia;• Trabalhadores = peças em uma engrenagem;• Tais condições impostas nas fábricas eram

responsáveis pela pobreza extrema nos bairros operários;


Algumas teorias relacionadas ao modo como foi analisada essa transição por pensadores de opiniões antagônicas;


• Adam Smith (A Riqueza das Nações):– Progresso estria relacionado com a economia de tempo;– Divisão minuciosa do trabalho;

• Andrew Ure (A Filosofia das manufaturas):– Homens passam fome por executarem métodos antigos

de trabalho;– Novos métodos de trabalho propiciam alimentação

abundante;– Os trabalho nas fábricas é perfeito, ali todos estão

acomodados e protegidos;


• Marx e Engels fazem duras críticas ao modo de trabalho nas fábricas;

• Engels (A situação da classe trabalhadora na Inglaterra);– “visitar uma grande cidade industrial é importante,

mas devemos antes descobrir quais sacrifícios foram necessários para realizar todos aqueles milagres (...)”

in DECCA. 2009


• Karl Marx;– “só visitando os cortiços que os trabalhadores

vivam para se ter ideia da verdadeira condição da miséria humana(...)”

– Ampliação do lócus sobre o progresso econômico;


• “Naquelas cidades, para conseguirem sobreviver, muitos artesãos e camponeses pobres – homens, mulheres e crianças – submeteram-se aos baixos salários oferecidos pelas fábricas, onde eram péssimas as condições de trabalho e higiene” 1.


• Marx afirma que:

– “(...) por sua vez, o trabalhador que antes atuava em grupos pequenos e exerciam funções especializadas que exigiam muita habilidade, viu-se jogado entre centenas de trabalhadores, em ambientes escuros e sufocantes, nos quais as máquinas ditavam o ritmo da atividade(...).”

in DECCA. 2009


A oficina de um tecelão, pintura de Gillis Rombouts, 1656. Museu Frans Hals, Holanda.


VICENTINO, Cláudio. Projeto Radix: história. 8º. ano. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2012. p. 104.

Transferência das pessoas do campo para as cidades

• “Com o cercamento dos campos, houve grande liberação de mão de obra do campo para as cidades. Ao mesmo tempo em que muitos camponeses pobres migram para os centros urbanos em busca de trabalho, artesãos que não conseguiram competir com as manufaturas e maquinofaturas engrossam as filas de desempregados em busca de sustento para si e suas famílias”1.


• Em 1805 um quinto da população inglesa vivia em cidades, cinquenta anos mais tarde a população urbana era bem maior que a rural;

A vida antes da Revolução Industrial

• A Inglaterra antes da Revolução Industrial;– Ganho de poderio econômico devido a conquista de

colônias e expansão comercial (novos mercados);– País rico em ferro e carvão, essenciais para a produção

industrial;– Canais fluviais potencializavam a distribuição;– Forte influência do protestantismo calvinista;

• “pequenos proprietários perderam o uso das terras comunais”• A posse da terra trouxe aos grandes proprietários riqueza e

influência política, em detrimento ao camponês, privado do uso da mesma.


Canais de navegação fluvial 2.

• Em vermelho canais largos• Em roxo canais estreitos• Em azul rios navegáveis

“O Reino Unido foi o primeiro país a construir uma rede de canais a nível nacional, que em 1962 atingiu 2.200 milhas (3.541 km).” 2


Crianças trabalhando em mina de carvão no condado de Cheshire, Lancashire, Inglaterra, 1842.

EDITORA MODERNA. Projeto Araribá: História 8º. ano. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 85.


• O avanço tecnológico fazia com que os processos de produção de dinamizassem, alterando as atividades tradicionais dos trabalhadores;

• James Watt trouxe maior capacidade e força as fábricas, consequentemente houve um considerável aumento na procura do carvão mineral e do ferro;


George Stephenson projetou a sua primeira locomotiva em 1814. A máquina foi batizada de Blucher ;


• “(...) entre a década de 1760 até o final do século XVIII, uma viagem de trem entra as cidades de Glasgou que demorava 12 dias passou a ser feita em 62 horas (...)”

DECCA, 2009

Com a queda da mortalidade, houve um considerável aumento demográfico

• Thomas R. Mauthus, afirmava que o ritmo que a população crescia era maior que a capacidade de produção de alimentos;

• O padrão de vida das pessoas não deveria passar por melhorias, pois “(...) se todos sobrevivessem, uns morreriam de fome, mais cedo ou mais tarde (...).”

DECCA, 2009

Com a queda da mortalidade, houve um considerável aumento demográfico


• “Antes da Revolução Industrial inglesa, a maior parte das pessoas na Europa viva nas áreas rurais, Produzindo para seu próprio sustento e organizando sua vida de acordo com a natureza e as atividades que praticavam (...)”

Thompson, 1987


Quermesse no povoado, David Teniers (1610 – 1690).


Os mercadores da cidade no campo, Jan Bruegel (1569 – 1625)


O Trabalho antes do surgimento da máquina a vapor, de Johannes Stradanus, século XVI


As fiandeiras, Diego Velázquez (1599 – 1660)


• “Deve-se enfatizar que a Revolução Industrial e as máquinas provocaram uma alteração completa nessa maneira de trabalhar (...) as pessoas gradativamente deixariam de trabalhar em suas casas e em pequenos grupos, passando a trabalhar em fábricas para um único patrão em troca de salários.“

DECCA, 2009

As Fábricas

• “A própria maneira de perceber o tempo foi alterada pelo surgimento da máquina e do sistema fabril. A classe trabalhadora precisava ser disciplinada para aceitar o tempo medido pelo relógio e de habituar a ele.”

Thompson, 1987

As Fábricas

Explosão demográfica

• A maioria das cidades surgem como grandes chaminés acinzentando o ar;

• Charles Dikens, afirma que grande parte dos territórios industriais sofria com a sujeira das ruas, a poluição do ar e das águas, onde a fumaça e o barulho das máquinas ditava o andamento contínuo de um grande processo de produção em contraste a destruição humana;

Explosão demográfica

A habitação dos trabalhadores

• “As condições de vida da classe operária foram aos poucos despertando a atenção das pessoas, tendo-se produzido a partir de 1830 uma grande quantidade de estudos, relatórios e gravuras sobre o tema”;

DECCA, 2009


Gravura do ano de 1874, Pessoas esperando uma vaga num albergue.


Gravura de jornal/ The Ilustrated Times de 1863.


Gravura de jornal/ The Ilustrated London News de 1875.


Casas com um único cômodo

Casal, filhos e filhas

dividindo o mesmo espaço

Degradação Moral


Cidade de Bradford, Inglaterra, no final do século XIX

Lazer e organização política dos trabalhadores

Alimentação controlada e inacessível

Bebidas como uma

das realidades

Teatros populares

completavam horas de distração.

Os também bares eram locais para

discussão de assuntos

sérios.


Gravura de R. Wilkinson, Londina Ilustrada, 1872


Gravura de Gustave Doré e Blanchard Jerrold, 1872


Richard Carlile, Massacre de Peterloo


GREVES

Alto preço do trigo deixava o

pão quase inacessível

Os trabalhadores começavam a se

aproximar de ideias socialistas Protestos eram

reprimidos com violência


CartismoCarta do Povo

Sufrágio Universal Masculino

Abolição do voto

censitário para o

parlamento

Voto Secreto

Representação equitativa

Reeleição anual do

Parlamento

Remuneração aos

deputados


Os cartistas estão chegando

“Um hurra para a velha Inglaterra e para doce liberdade!Ó terra em que vivemos, onde há muito o que comer!Este maravilhoso dia vamos para sempre lembrando,

Saia da frente, os cartistas estão chegando!”

In DECCA , Roy Palmer, org., op. Cit., p. 32

Canção entoada durante as marchas cartistas

A divisão do trabalho

A divisão do trabalho

• Adam Smith– Natureza Humana

• O limite da divisão do trabalho é o tamanho do mercado;

TrocasNegóciosVendas

Divisãodo

Trabalho

+Produtividadedo Trabalho

Riquezadas

Nações+ + =


• Taylor e Ford abriram caminho para que a Capitalismo Industrial atingisse novos patamares;

• Esses dois sistemas visavam à maximização da produção e do lucro no limiar do século XX.


• Ford, desenvolveu o sistema de organização do trabalho industrial onde a principal foi a introdução das linhas de montagem, na qual cada operário ficava em um determinado local realizando uma tarefa específica, enquanto o automóvel (produto fabricado) se deslocava pelo interior da fábrica em uma espécie de esteira. Com isso, as máquinas ditavam o ritmo do trabalho.


• “Taylor, desenvolveu um conjunto de métodos para a produção industrial de acordo com Taylor, o funcionário deveria apenas exercer sua função/tarefa em um menor tempo possível durante o processo produtivo, não havendo necessidade de conhecimento da forma como se chegava ao resultado final.3”

O progresso industrial

Revolução Industrial

Bibliografia

• BRAICK, Patrícia Ramos. Estudar história: das origens do homem à era digital. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2011. p. 82.

• DECCA, Edgar de. MENEGUELLO, Cristina. A Revolução Industrial e o Cotidiano dos Trabalhadores. São Paulo: Editora Atual, 2009.

• MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto Comunista. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. • Projeto Araribá: História 8º. ano. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010. p. 85.• SMITH, Adam. A Riqueza das Nações: investigação sobre sua natureza e suas

causas, São Paulo, Nova Cultural, 2ª Ed. 1985.• VICENTINO, Cláudio. Projeto Radix: história. 8º. ano. 2. ed. São Paulo: Scipione,

2012. p. 104.

Webgrafia• 1. evolução Industrial, disponível em:

https://clionainternet.wordpress.com/tag/cercamento-dos-campos/• 2. Canais de navegação fluvial na Inglaterra, disponível em: https://

portogente.com.br/portopedia/canais-de-navegacao-fluvial-na-inglaterra-77247 • 3. Fordismo e Taylorismo, disponível em: http://

www.brasilescola.com/historiag/fordismo-taylorismo.htm

https://clionainternet.wordpress.com/tag/cercamento-dos-campos/

https://clionainternet.wordpress.com/tag/cercamento-dos-campos/

https://portogente.com.br/portopedia/canais-de-navegacao-fluvial-na-inglaterra-77247

https://portogente.com.br/portopedia/canais-de-navegacao-fluvial-na-inglaterra-77247

http://www.brasilescola.com/historiag/fordismo-taylorismo.htm

http://www.brasilescola.com/historiag/fordismo-taylorismo.htm

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