A RELAÇÃO ENTRE A HABITAÇÃO E A DINÂMICA SOCIAL: ESTUDO DE CASO DAS MORADIAS DO VALE DO AÇO
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A RELAÇÃO ENTRE A HABITAÇÃO E A DINÂMICA SOCIAL:
ESTUDO DE CASO DAS MORADIAS DO VALE DO AÇO
Izabel Cristina Pereira Sabino
Vinícius Ávila
RESUMO
O presente artigo pretende abordar as deficiências dos modelos arquitetônicos propostos para a habitação, assumindo que a dinâmica social humana esta em constante mudança. As diferenças entre as definições de casa e abrigo são expostas ao longo do texto, a fim de estabelecer as atribuições dadas ao espaço da moradia durante o processo da evolução social do homem. Abordando os fatores sociais pertinentes à ocupação humana no espaço da casa, ao longo do tempo ate os dias atuais, o processo arquitetônico é questionado, com o objetivo de estabelecer um panorama das mudanças tipológicas habitacionais, usando como exemplo a Região Metropolitana do Vale do Aço. O resultado é uma revisão dos fatores que devem ser incorporados durante o processo de construção das propostas arquitetônicas oferecidas para a moradia da sociedade contemporânea.
PALAVRAS-CHAVE: Casa. Abrigo. Dinâmica social.
1. INTRODUÇÃO
O homem, mesmo na sua época mais primitiva, já sentia a necessidade de um local
para servir de abrigo. Adepto ao nomadismo transferia-se de um lugar a outro
procurando alimento e condições em que pudesse sobreviver e, essa era a prova do
domínio que a natureza tinha sobre ele. Essa realidade persistiu ate o momento em
que o homem se tornou capaz de produzir o próprio alimento, a partir disso, as
noções de abrigo tornaram-se diferentes. Abrigar-se em um lugar específico por um
período estendido, fez com que o homem ampliasse suas necessidades que
deixaram de ser apenas a sobrevivência.
Para exibir seu recente poder sobre a natureza, um ambiente tão genérico quanto os
abrigos naturais não eram mais suficientes. De acordo com Norberg-Schulz (1976)
era necessário criar o seu próprio imago mundi ou um microcosmo, uma reunião de
todos os significados apreendidos pelo homem no meio natural. Dessa forma é que
se deram os primeiros ambientes construídos e já era possível notar a influência da
dinâmica social no espaço reservado à moradia, nesse caso, a interferência do
trabalho.
Witold Rybczynski (1999), referindo-se à Idade Média, dizia que:
Os pobres moravam muito mal. [...] A consequência dessas privações, segundo alguns historiadores, é que conceitos como "lar" ou "família" não existiam para estas almas sofridas. Falar de conforto e desconforto nestas circunstâncias é um absurdo; tratava-se de mera sobrevivência. (RYBCZYNSKI, 1999, p.37)
Rybczynski (1999) diz nessa passagem, portanto, que a qualidade da moradia
dependia de fatores econômicos vividos pela sociedade da época, fazendo com que
suas prioridades retornassem a mais simples necessidade, sobreviver. De fato que o
pouco desenvolvimento da tecnologia e a forma ainda pouco elaborada de morar,
resultavam em espaços pobres de significado, mas claramente influenciados por
fatores da vida social externos às residências.
Mesmo no período mais arcaico já era possível encontrar marcas da história do
homem na estrutura de seus abrigos. Ainda dominado pelo meio natural o que podia
ser feito era imprimir nas superfícies ilustrações que traduziam seu cotidiano que,
antes, acontecia exclusivamente do lado de fora desses limites. A partir do momento
em que o homem passou a construir seus próprios abrigos, neles foram impressos
certo simbolismo, partindo do que ele absorvia do meio externo, então essa reunião
de significados resultavam em sua construção. Além disso, algumas atividades de
fora foram levadas para dentro dessas moradias e, vagarosamente, o abrigo foi se
aproximando do que hoje conhecemos como casa.
Na organização dos elementos do espaço identificado como casa, encontram-se
lugares apropriados para a realização de atividades específicas como, cozinhar,
dormir ou trabalhar. As definições das atividades e da organização tridimensional
dos elementos físicos estão entrelaçadas à dinâmica dos grupos sociais dentro e
fora da casa e esses fatores estão em constante mudança, resultando em
necessidades distintas quanto aos elementos presentes na casa ao passar do
tempo.
De acordo com as definições de Norberg-Schulz (1976), o caráter dos lugares são
as qualidades atribuídas à eles e, estes são uma função de tempo. O caráter dos
lugares estão passiveis à mudanças, de acordo com o clima, as estações, as
condições de luz e etc. Assim também se dá o caráter da dinâmica social, balizada
pelos fatores econômicos, climáticos, afetivos, políticos, dentre outros. O propósito
da arquitetura é, portanto, traduzir esse caráter em uma estrutura física.
Além de considerar as transformações de caráter dos lugares, a mudança de caráter
da sociedade também deve ser apropriada para a criação de uma arquitetura
pertinente. Contraditoriamente, apesar de todo esse conhecimento, o que se vê na
sociedade contemporânea, são espaços coerentes apenas para o cotidiano do
presente imediato da sociedade dentro da moradia das famílias, os objetos
arquitetônicos criados são incapazes de admitir a mudança da dinâmica familiar,
gerando espaços que pouco serão aproveitados em um futuro próximo.
Tânia Montoro e Denise Cavalcante (2011), discutindo essas transformações
refletidas na sociedade contemporânea, diziam que:
Dentro da casa, a apropriação dos espaços acompanha essas transformações. A sala de jantar, antes espaço de convívio familiar é esquecida diante da correria diária em que poucos ainda têm tempo para refeições em casa; a sala de visita, anteriormente o espaço dedicado a amigos e familiares, é substituída por espaços da nova sociabilidade, remetida a ambientes privados em lugares públicos. (MONTORO; CAVALCANTE, 2011, p.53)
Diante disso, é perceptível o modelo duro e inflexível das moradias produzidas. A
problemática do seguinte artigo é: como a arquitetura pode acompanhar o contexto
evolutivo das práticas sociais humanas? Como já foi dito por Norberg-Schulz (1976,
p. 454) "um lugar que só é próprio para certos fins logo se torna inútil". O objetivo
geral da pesquisa, portanto, é estabelecer um panorama das mudanças tipológicas
habitacionais, a fim de entender quais os parâmetros necessários para tornar a
produção arquitetônica mais eficiente à longo prazo, a partir de um estudo histórico
das residências do Vale do Aço, como um exemplo concreto do tema abordado.
Para atingir esse objetivo principal, primeiramente os fatores sociais presentes na
composição da casa serão identificados, posteriormente as transformações das
demandas familiares serão pautadas e a partir delas serão documentadas as
mudanças no espaço físico da habitação, usando exemplos da Região Metropolitana
do Vale do Aço (RMVA). Por fim o destino dado às antigas moradias será discutido,
com o intuito de propor meios viáveis de qualificar o processo arquitetônico das
moradias, de forma a tornar o produto final mais pertinente com as questões
abordadas.
2. CASA E ABRIGO
Nas definições oficiais, o dicionário Michaelis (2009, online), por exemplo, entende
como abrigo tudo que serve para abrigar das intempéries ou algo que ofereça
proteção ou refúgio contra exposição, dano físico, ataque, observação, perigo e etc.
E a definição de casa (ou morada) não se difere muito, pois denomina-se como lugar
onde se mora, casa de habitação; domicílio, residência ou lugar onde existe
habitualmente uma certa e determinada coisa. Entretanto, popularmente, esses
espaços se diferem quanto ao tempo de permanência neles vivido e o significado
afetivo de cada um.
Entende-se abrigo como um lugar improvisado, com o mínimo de elementos que
permitam a sobrevivência ou proteção por um tempo determinado, geralmente curto.
Diferentemente, a casa, além dos elementos básicos para a sobrevivência, ainda é
repleta de elementos pessoais e afetivos, sejam eles físicos como objetos de
decoração, lembranças de viagens, objetos religiosos e fotografias ou apenas
memórias. O tempo de permanência, quando tratamos da casa, também é diferente.
Ela pode abrigar uma família por toda a vida e ainda permear várias gerações. A
casa se difere de abrigo, porque ela também tem o poder de abrigar, mas suas
atribuições vão muito além dessa ação.
A definição que se atribui hoje à casa muito se relaciona com conceitos de conforto,
lar e família que foram adquiridos ao longo do tempo. Os abrigos não oferecem
conforto, porque não existe neles quem possa torná-los assim. Os longos períodos
de permanência humana é que transformaram lentamente os abrigos pré-históricos
em casas, atribuindo a eles elementos do cotidiano, tornando-os mais humanizados
e, portanto mais confortáveis.
Fazendo uma crítica aos espaços exibidos nas revistas de decoração, Rybczynski
(1999) diz que:
Aconchego não é arrumação. Se fosse, todas as pessoas morariam em réplicas das casas estéreis e impessoais que aparecem nas revistas de arquitetura e decoração. O que falta a esses cômodos, ou o que os fotógrafos habilidosos retiraram com cuidado, é qualquer vestígio de ocupação humana. Apesar dos vasos artisticamente colocados e dos livros de arte despreocupadamente posicionados, falta a marca dos moradores.(RYBCZYNSKI, 1999, p.31)
O conforto da casa está, então, implícito nas atividades rotineiras da vida humana
que foram ganhando espaço dentro da residência. Ações como cozinhar, estudar,
trabalhar e receber visitas aos poucos demandaram espaços cada vez mais
específicos e, estando junto a outras atividades mais particulares e essenciais como
dormir, criar os filhos ou descansar, esses lugares foram mesclando muitos valores,
culturas e cada vez mais o homem sentiu a necessidade de inserir neles objetos que
reforçassem suas próprias características, organizados particularmente da forma
que cada família os utiliza, criando espaços únicos.
Apesar da particularidade transformadora que cada núcleo familiar dá à sua
moradia, alguns elementos são muito comuns dentro de uma sociedade. A
constituição familiar predominante, a política vigente, a condição econômica e o
clima são fatores que determinam a maneira como a casa é ocupada de forma mais
generalizada. O fato é que esses elementos estão em constante transformação o
que, de forma geral, muda as demandas habitacionais de populações inteiras por
diversas vezes e, a mudança dessas demandas transforma também o espaço físico
da residência. Essas transformações contínuas vão inutilizando os espaços criados
a partir de demandas ultrapassadas e tornam a ocupação confusa. Rybczynski
(1999) fala do desejo humano por resgatar as tradições diante de tantas mudanças.
Esta forte consciência da tradição é um fenômeno moderno que reflete um desejo por hábitos e rotinas em um mundo caracterizado por mudanças e inovações constantes. A reverência ao passado se tornou tão forte que quando as tradições não existem elas frequentemente são inventadas. (RYBCZYNSKI, 1999, p.23)
Porém, essa busca por tradições é demasiadamente superficial e o que tem
acontecido é uma inversão de valores. Os conceitos de conforto, lar e aconchego
que muito demoraram a ser incorporados nos ambientes, começaram a se perder e
a casa torna-se cada vez mais semelhante a um simples abrigo.
Se os fatores que norteiam as ações humanas estão se transformando rápido
demais, as ações cotidianas do homem estão se atropelando, acontecendo em uma
velocidade sem precedentes. O resultado disso é o pouco tempo dedicado a ficar
dentro de casa, o que esta gerando uma demanda de simplificação dos espaços.
Apesar de toda velocidade quanto as ações humanas, o redesenho dos espaços
dedicados a moradia não tem acompanhado essas transformações.
No que concerne o desenho do espaço doméstico para esta população em transformação, o ritmo das inovações tem sido bem mais lento. Paulistanos, parisienses e toquioítas habitam casas e apartamentos cujos espaços tendem a assemelhar-se a tipologias que vão do modelo da habitação burguesa européia do século XIX, caracterizado pela tripartição em áreas social, íntima e de serviços, ao arquétipo Moderno da habitação-para-todos, com sua uniformidade de soluções em nome de uma suposta democratização das características gerais dos espaços. (TRAMONTANO, 1998, p.1)
Os antigos modelos de moradia continuam a ser utilizados, apesar de não mais
oferecerem estrutura apropriada ao estilo de vida contemporâneo. Além disso, os
pequenos espaços utilizados diariamente fora de casa, mesmo que por curtos
períodos de tempo começam a se apropriar de elementos do lar. O carro está
constantemente equipado com objetos de uso contínuo, como escova de dente e
roupas extras, o escritório já possui um pequeno espaço para descanso e preparo
de alimentos, além de pequenos objetos pessoais que tornam esses lugares mais
domésticos.
Apesar da tendência à descompartimentação da casa, pequenos espaços antes
pertencentes à moradia começam a se pulverizar pelo caminho percorrido pelo
homem no dia a dia.
3. FAMÍLIA
Predominantemente, a constituição familiar é o fator determinante dos desenhos das
moradias. Durante a Idade Média, o núcleo familiar era basicamente composto por
familiares que eram ao mesmo tempo empregados, trabalhando e vivendo sob às
ordens do pai; o homem, chefe de família e dono dos negócios que aconteciam
entrelaçados a vida familiar, dentro do espaço de moradia. Rybczynski (1999, p.39)
dizia que, "Na Idade Média, as pessoas mais acampavam do que viviam em suas
casas". Tudo isso porque os nobres viviam viajando e tinham várias moradias, já os
burgueses viviam em um ambiente público, onde trabalhavam, faziam negócios e
mantinham suas relações familiares acontecendo em um mesmo cômodo. Essa
dinâmica social resultava em soluções na mobília, que eram móveis, desmontáveis
ou dobráveis e multifuncionais, facilitando seu transporte ou a modificação do
ambiente conforme o uso.
Após o fim da Idade Média, a moradia e a vida familiar começaram a mudar. As
casas tornaram-se mais rígidas, mais compartimentadas e o crescimento vertical
dos imóveis, com finalidade de alugar esses espaços adjacentes, começaram
lentamente a mudar as relações da casa com o trabalho e as noções de público e
privado.
A existência de acomodações de aluguel ressalta uma mudança que vinha ocorrendo desde a Idade Média: muitas pessoas não mais viviam e trabalhavam no mesmo local. Apesar da maioria dos donos de loja, mercadores e artesãos ainda morarem na "sobreloja", havia mais burgueses [...] para quem a casa era somente residência. A conseqüência desta separação foi que [...] a casa estava se tornando um lugar mais privado. Junto com essa privatização da casa surgiu um maior senso de intimidade, que identificava a casa exclusivamente com a vida familiar. (RYBCZYNSKI, 1999, p.23)
Essa identificação da casa como exclusividade da vida familiar foi se tornando cada
vez mas clara e definitiva. A compartimentação da casa foi revelando cada vez mais
a necessidade de ambientes privados em relação ao ambiente externo, com portões
separando a rua dos jardins dentro da propriedade, e em relação à própria vida
dentro de casa, compartimentando a casa em vários cômodos com funções
definidas.
Contrariamente, a casa da sociedade industrial não mais abriga o espaço de trabalho, e é habitada por pessoas ligadas umas às outras por laços de consangüinidade muito estreitos. O espaço fabril, território por excelência masculino e aberto ao público, diferencia-se do espaço doméstico, feminino e privado por oposição, dividido em cômodos que se organizam em zonas, a exemplo da habitação burguesa parisiense da Segunda metade do século 19. (TRAMONTANO, 1998, p.1)
Entretanto, as cidades cada vez mais industrializadas, mecanizadas e globalizadas
começaram a desfazer o núcleo da família tradicional; com o pai, homem da família,
responsável por sustentar a casa, e a mãe, mulher responsável por educar e criar
os filhos, além de cuidar da casa. Esse modelo tradicional, importado dos Estados
Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, foi difundido por todo lugar, mais
massivamente nas grandes cidades, seguido de um declínio.
a nuclearização da unidade familiar, cujo processo estende-se desde, pelo menos, o século XVI até os nossos dias, seguiu-se seu estilhaçamento, potencializado, na segunda metade do século XX, quando surgem novos formatos de grupos domésticos: famílias monoparentais, casais DINKs - Double Income No Kids -, uniões livres - incluindo casais homossexuais -, grupos coabitando sem laços conjugais ou de parentesco entre seus membros, e uma família nuclear renovada, ainda dominante nas estatísticas, mas com um enfraquecimento da autoridade dos pais em benefício de uma maior autonomia de cada um de seus membros. Todos
passos em direção a um - aparentemente - novo padrão social: pessoas vivendo sós. (TRAMONTANO, 1998, p.1)
Marcelo Tramontano (1998) fala, além das novas constituições familiares, do novo
padrão social de "pessoas vivendo sós". Entretanto a formação familiar tradicional
ainda esta enraizada nas propostas projetuais das habitações, por esse motivo
ainda é muito comum encontrar famílias morando juntas dentro de uma casa
organizada para um único núcleo familiar, aproveitando de espaços que se tornaram
ociosos diante de uma nova dinâmica social, ou encontrar casas com espaços
reduzidos completamente compartimentadas, seguindo um padrão ultrapassado de
ocupação que inviabiliza a qualidade dos cômodos diante do pouco espaço
reservado à eles.
3.1. AFETIVIDADE
Os laços afetivos entre a família e a moradia é um fator que dificulta com que as
pessoas se desliguem das casas onde viveram a infância, a casa deixa de ser
apenas um objeto ligado às necessidades básicas e ganha um valor afetivo. Além
disso, a estabilidade financeira de manter-se em uma casa já pertencente a família
acaba invertendo as prioridades, colocando o conforto em segundo plano diante da
necessidade de morar. Os conceitos de conforto e as soluções arquitetônicas
dedicadas aquele espaço se perdem no momento em que há um transição de
costumes.
Luciana Helena Mussi e Beltrina Côrte (2010), fazendo uma reflexão sobre o curta-
metragem "A Casa de Pequenos Cubinhos", dizem que:
O sentido afetivo da palavra moradia, “a casa”, é o lugar destinado à construção de relações, vínculos, como um reservatório de lembranças que, a qualquer momento, um detalhe, um cheiro, um objeto, um olhar, são rapidamente evocadas e se apresentam da maneira como as ressignificamos. (MUSSI; CÔRTE, 2010, p.234)
Como abordado em rodas de discussões com universitários1, por diversos fatores,
entre eles o desejo de constituir família com segurança e ter um espaço físico na
cidade onde concentre suas memórias afetivas, a aquisição de uma casa tornou-se
1Seminário realizado no Unileste,campus de Coronel Fabriciano, no dia 15 de Abril de 2016, durante
a 27ª Semana Integrada do Curso de Arquitetura e Urbanismo, onde foi exibido o curta-metragem "A Casa de Pequenos Cubinhos", iniciando uma discussão referente a afetividade na casa.
uma conquista pessoal. Esse fato muito se relaciona também ao contexto
econômico e à exploração do mercado imobiliário, principalmente nas grandes
cidades. Os altos preços de venda dos imóveis e a instabilidade da moradia alugada
aumentam o valor afetivo dado à casa própria, mesmo que esta não apresente
características apropriadas às demandas de conforto, privacidade e interação das
famílias.
Economicamente, ainda é inviável abrir mão de uma casa por alguns espaços terem
se tornado inutilizados ou menos apropriados à nova dinâmica familiar. Portanto,
cada vez mais as famílias vão se adaptando a um programa mais enxuto,
diminuindo a demanda por espaços muitos extensos, diminuindo a quantidade de
filhos e, as antigas casas, herdadas dos pais vão se mantendo ocupadas, as vezes
por mais de uma unidade familiar, mesmo incoerentes ao novo estilo vida das
famílias contemporâneas.
Diante desse quadro, os que se arriscam a sair da estabilidade do lar, tendem a
viver só, em um espaço reduzido, sem perspectiva de constituir família, priorizando o
acúmulo de bens materiais. Nesse caso, essas pessoas, geralmente jovens, se
desapegam da casa emocionalmente e das definições de lar e, esses espaços da
nova moradia voltam a se constituir como abrigo.
Esse retorno, aparentemente retrógrado, à habitação configurada como abrigo,
acontece como uma resposta imediata às necessidades do cotidiano, geralmente
pela maior viabilidade de morar próximo ao trabalho ou ao lugar de estudo,
economizando tempo, dinheiro ou ambos. Sobretudo, essa solução tende a ser
efêmera. Uma vez que, geralmente, o objetivo das pessoas que optam por essa
situação, é crescer profissionalmente e adquirir bens materiais, quando esse objetivo
é alcançado, suas prioridades se transformam mais uma vez e o desejo por uma
casa, propriamente dita, com elementos afetivos e espaços mais apropriados,
retorna.
3.2. A FAMÍLIA NA ERA TECNOLÓGICA
Independente do núcleo que se reúna na moradia, esses indivíduos necessitam
cada vez mais de casas que sejam versáteis. Os meios de comunicação, cada vez
mais invasivos, começam a confundir definições que antes pareciam muito bem
definidas, como as noções de espaço público e privado, de intimidade e a escala
dos ambientes internos da casa. Esses conceitos foram se tornando relativos, uma
vez que a vida real se funde a virtual, colidindo duas dinâmicas aparentemente
opostas. A casa, antes fuga do caos urbano, incorpora em seu espaço os distúrbios
do mundo inteiro através da tecnologia. Os limites, ainda necessários,
proporcionando certa privacidade e determinando algumas funções nos ambientes,
são permeados pela tecnologia, permitindo que os quartos, por exemplo, possam se
tornar espaços de trabalho, de interação com outras pessoas e de diversão.
As tecnologias tem gerado pessoas cada vez mais auto-suficientes, assim como os
espaços da casa. As interações de corpo presente tem se tornado cada vez mais
dispensáveis e, sobretudo os espaços de convivência dentro das casas tornam-se
subutilizados e inabitados, desconfigurando esses ambientes como legítimos dentro
da casa.
Assim como os novos imóveis residenciais apontam redução nos espaços de convivência, o aumento da dimensão espacial dos quartos indica novos comportamentos que privilegiam a introspecção do indivíduo. (MONTORO; CAVALCANTE, 2011, p.53)
Os novos imóveis residenciais, quando se desconectam da ideia de família
tradicional, tendem a favorecer cada vez mais os ambientes privados, como os
quartos. A casa não se estrutura mais com a finalidade de receber pessoas, essas
novas interações tendem a ser levadas para fora das residências e a casa torna-se
cada vez mais privada ao corpo do indivíduo. Montoro e Cavalcante (2011, p.54)
assinalam que "a esfera da privacidade deixa a família para se reduzir ao indivíduo."
Toda essa privacidade, portanto torna-se relativa, uma vez que ela abrange apenas
o corpo presente. A promoção pessoal através da tecnologia, expande o alcance
das pequenas acomodações privadas e as expõe ao mundo, no ambiente virtual.
Embora as relações pessoais e institucionais, presentes, se afastam cada vez mais
da moradia, a tecnologia não permite que essas ações, se desliguem do espaço
residencial, mesmo que de forma virtual e, portanto, apesar da tendência à viver só,
o homem esta constantemente conectado com o mundo externo.
Sobretudo, a tecnologia não substitui os espaços produzidos pela arquitetura, de
forma que explore os sentidos do corpo e seja capaz de atribuir significados afetivos.
A tecnologia, por outro lado, agrega mais um fator a ser atribuído à constituição dos
espaços e, deveria ser incorporado afim de tornar o produto final mais eficiente ao
invés de mascarar uma produção impertinente.
A casa em pequenos cubinhos é para o senhor de idade avançada o mundo que ele não quer perder, símbolo de uma história num lugar. Um lugar que ao longo do curta se mostrou também estar em risco. (MUSSI; CÔRTE, 2010, p.239)
Trazendo a reflexão de Mussi e Côrte (2010) sobre o curta-metragem citado, para
um recorte mais atual referente à tecnologia, pode-se entender que o risco em que o
lugar (casa) está, se refere à impessoalidade e rigidez com que os novos projetos,
destinados à habitação, estão sendo concebidos. Fato que, à longo prazo - visto que
a casa tende a permear gerações - essas soluções findam com a ociosidade de
espaços da edificação produzida ou a incapacidade de apropriação afetiva e
eficiente desse lugar.
4. ESTUDO DE CASO
4.1. OCUPAÇÃO DO VALE DO AÇO
Um exemplo concreto do tema abordado pode ser encontrado em Minas Gerais, na
Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) que teve seu desenvolvimento
marcado pela instalação de duas grandes empresas em seu território, a Acesita,
atual Aperam e a Usiminas, localizadas nas cidades de Timóteo e Ipatinga,
respectivamente.
A implantação desses equipamentos na região foi definitiva na ocupação das
cidades, uma vez que a economia, a política e a população se tornaram fortemente
influenciados pelos interesses das empresas. A oportunidade de emprego foi um
atrativo que povoou a região, principalmente nas cidades sede, onde a população se
resumia a funcionários das empresas. Não é de se estranhar que as habitações
também se estruturassem com influência desse contexto.
Inicialmente era muito comum se deparar com pensões na região. Os homens,
geralmente jovens, saíam das cidades de origem e abandonavam as famílias com o
desejo de se estabelecer em um emprego dentro das empresas. Sozinhos, a
tendência era se amontoarem em alojamentos providenciados pela própria empresa
ou em pensões pela cidade. Essas opções, é claro, serviam para a classe menos
favorecida, a classe operária, que via nessas empresas uma oportunidade de
melhorar de vida. Por esse motivo se submetiam à esse modelo de habitação,
considerando essa, uma fase provisória. Os engenheiros e executivos, por sua vez,
convidados a participar do desenvolvimento das empresas, tinham a sua disposição
hotéis de luxo disponíveis para sua estadia na cidade.
Como mostra a figura 1, os alojamentos oferecidos eram construídos em uma
tipologia única e reproduzida em várias unidades. Eram, portanto, constituídos como
abrigos, completamente estéreis e com a função específica de alojar os operários,
com o mínimo de conforto possível.
FIGURA 1 - Alojamento para operadores da Usiminas
FONTE: Livro Registro Usiminas
Com o passar do tempo e a efetiva instalação
lugar à novas habitações. A condição dos operári
ser provisória e suas moradias, cada vez mais
mais pessoais. Os homens que deixaram suas famílias, começam a migrar com todo
o núcleo familiar para as cidades sede e suas proximidades, enquanto os jovens
começam a constituir novas famílias na região.
estruturam como fruto da influencia das us
pelas próprias empresas. Não só as habitações, mas bairros inteiros começam a
constituir por esses projetos.
Alojamento para operadores da Usiminas
Com o passar do tempo e a efetiva instalação das empresas, os alojamentos deram
lugar à novas habitações. A condição dos operários e demais trabalhadores deixa de
e suas moradias, cada vez mais, demandavam espaço
que deixaram suas famílias, começam a migrar com todo
o núcleo familiar para as cidades sede e suas proximidades, enquanto os jovens
começam a constituir novas famílias na região. Essas novas habitações também se
estruturam como fruto da influencia das usinas e, a maioria delas foram construídas
ão só as habitações, mas bairros inteiros começam a
das empresas, os alojamentos deram
os e demais trabalhadores deixa de
espaços maiores e
que deixaram suas famílias, começam a migrar com todo
o núcleo familiar para as cidades sede e suas proximidades, enquanto os jovens
Essas novas habitações também se
foram construídas
ão só as habitações, mas bairros inteiros começam a se
Seguindo a linha dos alojamentos e dos hotéis
definidas de acordo com a classe trabalhista de cada família, aparentemente como
uma "democratização das características gerais dos espaços", termo usado por
Tramontano (1998, p.1). Essa definição aparece como única distinção entre as
habitações propostas, com espaços, novame
atual da população. A tipologia adotada,
foram formuladas para um padrão de família tradicional,
com aproximadamente dois filhos. Além disso
área íntima e de serviços é facilmente notada nos desenhos dessas residências,
modelo da habitação burguesa européia do século XIX, onde Tramontano (1998)
que populações das grandes cidades, como São Paulo, Tóquio e Nova Ior
habitam.
FIGURA 2 - Apartamento do bairro Bela Vista,
FONTE: Livro Registro Usiminas
alojamentos e dos hotéis, a tipologia das casas também foram
com a classe trabalhista de cada família, aparentemente como
uma "democratização das características gerais dos espaços", termo usado por
. Essa definição aparece como única distinção entre as
habitações propostas, com espaços, novamente, abrangendo apenas o contexto
. A tipologia adotada, como pode ser observado nas figuras 2 e 3
foram formuladas para um padrão de família tradicional, constituídas por um casal,
com aproximadamente dois filhos. Além disso, a tripartição da casa em área social,
íntima e de serviços é facilmente notada nos desenhos dessas residências,
habitação burguesa européia do século XIX, onde Tramontano (1998)
que populações das grandes cidades, como São Paulo, Tóquio e Nova Ior
tamento do bairro Bela Vista, Ipatinga, construído pela Usiminas
, a tipologia das casas também foram
com a classe trabalhista de cada família, aparentemente como
uma "democratização das características gerais dos espaços", termo usado por
. Essa definição aparece como única distinção entre as
nte, abrangendo apenas o contexto
ser observado nas figuras 2 e 3,
constituídas por um casal,
ção da casa em área social,
íntima e de serviços é facilmente notada nos desenhos dessas residências,
habitação burguesa européia do século XIX, onde Tramontano (1998) diz
que populações das grandes cidades, como São Paulo, Tóquio e Nova Iorque ainda
Usiminas
FIGURA 3 - Residência tipo A
FONTE: Livro Registro Usiminas
Toda a infra-estrutura das cidades também se deu de forma a beneficiar o
funcionamento dos equipamentos das usinas.
moradia constituíram bairros inteiros, que também eram setorizados de acordo com
a classe econômica dos traba
Ipatinga (foto 1) que foi inicialmente projetado para os profissionais de nível técnico.
O bairro Amaro Lanari, na cidade de Coronel Fabriciano (foto 2), por sua vez, foi
projetado para abrigar trabalhadores d
Residência tipo A, para operários e funcionários da Usiminas
estrutura das cidades também se deu de forma a beneficiar o
funcionamento dos equipamentos das usinas. A multiplicação dos
constituíram bairros inteiros, que também eram setorizados de acordo com
a classe econômica dos trabalhadores. Como por exemplo o bairro
Ipatinga (foto 1) que foi inicialmente projetado para os profissionais de nível técnico.
Amaro Lanari, na cidade de Coronel Fabriciano (foto 2), por sua vez, foi
projetado para abrigar trabalhadores de baixa renda ou operários.
, para operários e funcionários da Usiminas
estrutura das cidades também se deu de forma a beneficiar o
multiplicação dos modelos de
constituíram bairros inteiros, que também eram setorizados de acordo com
Como por exemplo o bairro Cariru, em
Ipatinga (foto 1) que foi inicialmente projetado para os profissionais de nível técnico.
Amaro Lanari, na cidade de Coronel Fabriciano (foto 2), por sua vez, foi
O bairro Amaro Lanari foi originalmente projetado pela Usiminas para abrigar as classes mais baixas de trabalhadores da empresa, devido à sua crescente mão de obra, o que explica sua localização próxima ao município vizinho de
FOTO 1 - Bairro Cariru, na década de 60
FONTE: euamoipatinga.com.br
FOTO 2 - Bairros Candangolândia e Moringá, atual Amaro Lanari, na década de 60
FONTE: euamoipatinga.com.br
O bairro Amaro Lanari foi originalmente projetado pela Usiminas para abrigar as classes mais baixas de trabalhadores da empresa, devido à sua crescente mão de obra, o que explica sua localização próxima ao município vizinho de Ipatinga. (IPATINGA 1964, acesso em 2016, online
Bairro Cariru, na década de 60
Bairros Candangolândia e Moringá, atual Amaro Lanari, na década de 60
O bairro Amaro Lanari foi originalmente projetado pela Usiminas para abrigar as classes mais baixas de trabalhadores da empresa, devido à sua crescente mão de obra, o que explica sua localização próxima ao município
acesso em 2016, online)
Bairros Candangolândia e Moringá, atual Amaro Lanari, na década de 60
4.2. DESENVOLVIMENTO DO VALE DO AÇO
Desde a ocupação, ate os dias atuais, mais de cinco décadas depois, a instalação
das usinas siderúrgicas ainda é o fator determinante do desenvolvimento da região.
As empresas ainda empregam, direta ou indiretamente, grande parte dos cidadãos
das cidades sede e proximidades, além da grande quantidade de pessoas que já se
aposentaram prestando serviços à elas.
A influência dessas empresas no setor político, econômico e na formação pessoal
dos moradores é clara. Apesar disso, tanto tempo após a instalação desses
equipamentos na região, outras oportunidades surgiram para a população residente,
mesmo com uma força menor, como o comércio, as unidades de ensino e os meios
de comunicação, que começaram a incorporar na região uma série de mudanças
comportamentais, inclusive no espaço da moradia.
A recolocação da mulher no mercado de trabalho, que viu no comércio uma opção
para complementar a renda das famílias, foi seguido pelo início do declínio do
núcleo familiar tradicional na região, uma vez que a mulher não se via mais,
financeiramente, dependente da figura masculina, aumentando o número de
divórcios e separações, uma tendência mundial, que também foi incorporada na
RMVA.
Tramontano (2003), já dizia sobre a emancipação da mulher e como esse processo
influenciou na desconstrução da família tradicional, em todo país. Esse fato
desencadeou o desmoronamento desse núcleo familiar também na RMVA.
Corolário do aumento do número de pessoas vivendo sós, o crescimento recente do número de famílias monoparentais é atribuído, principalmente, aos divórcios e às rupturas de uniões livres. Em menor número, aos casos de viuvez, e ao crescente número de mães solteiras, que também pode estar refletindo uma nova postura da mulher com relação à reprodução e à estrutura familiar. Na prática, a monoparentalidade significa grupos familiares chefiados predominantemente por mulheres[...]. (TRAMONTANO, 2003, p.9)
Além disso, o crescimento econômico e populacional das cidades da região
atraíram unidades de ensino superior que, atualmente são um grande atrativo para
estudantes de outras cidades que, acabam se instalando nas proximidades com o
objetivo de obter uma formação, além dos próprios moradores que, enxergam no
curso superior uma oportunidade de se estabelecer profissionalmente em setores
que não necessariamente sejam vinculadas às usinas siderúrgicas da região, dessa
forma os serviços foram se diversificando, assim como as peculiaridades da
população.
Toda essa transformação gerou núcleos familiares com diferentes características ao
longo do tempo que, claramente não se encaixam mais no padrão tradicional das
famílias que habitavam os antigos modelos de habitação multiplicados por toda
região, inspirados basicamente nas famílias tradicionais de cinco décadas atrás.
Apesar disso, essas unidades, com padrões ultrapassados, continuam presentes e
habitadas por toda RMVA. Mesmo as residências que sofreram alterações pontuais
de acordo com cada núcleo familiar, seguem tendências predestinadas ao fim que
pouco provavelmente atenderão as futuras mudanças que ocorrerão, repetindo o
equívoco dos desenhos propostos inicialmente, que na década de 60 ainda utilizava
modelos do século XIX.
5. CONCLUSÃO
Diante desse contexto, parece clara a necessidade de propostas habitacionais que
fossem mais versáteis, desmontáveis e multifuncionais. Mas essa solução não
retrocederia ao modelo utilizado na Idade Média? Com a falta de conforto, de
intimidade e do sentimento de pertencimento conquistado ao longo do tempo?
O problema está, portanto, mais relacionado ao processo arquitetônico. As
transformações na dinâmica humana, balizadas por uma série de fatores que
também andam sempre em recorrente desenvolvimento, como a política, a família e
a economia, já citados ao longo do texto, tornou o produto arquitetônico pouco
eficiente á longo prazo. Assim como a tecnologia está sempre se renovando, de
acordo com avanços que serão as novas tendências de consumo, a arquitetura
também passa por várias fases, porque o que dita essas produções é a vida
humana. O fato é que, diferentemente dos objetos tecnológicos, a arquitetura
habitacional não se torna-se descartável, é repleta de condicionantes afetivos, por
esse motivo, a casa precisa ser um objeto atemporal. Mas, como a arquitetura pode
acompanhar o contexto evolutivo das práticas sociais humanas?
Além dos fatores já adotados como referência na arquitetura, determinando as
soluções mais eficientes aos núcleos familiares no espaço da casa, o fator tempo é
uma nova variável a ser empregada nas soluções propostas. É preciso assumir que
as mudanças de caráter cultural, pessoal e coletivo vão ocorrer e, a partir disso,
estudar futuras tendências, a fim de que a arquitetura seja capaz de acompanhar,
com eficiência, a dinâmica evolutiva das práticas sociais humanas.
REFERÊNCIAS
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