A Morte Iminente Da Universidade

8/8/2019 A Morte Iminente Da Universidade

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A morte iminente da UniversidadePublicado em 27|09|2009 porExtraLibris2

por Don TapscottDON TAPSCOTT autor de 13 livros sobre novas tecnologias na sociedadee sua ltima obra Grown Up Digital. Recentemente, Tapscott completouuma investigao de 4 milhes de dlares sobre a Gerao Net. Ele ochairman do think tank nGenera Insight e professor adjunto da RotmanSchool of Management, na Universidade de Toronto.

THE IMPENDING DEMISE OF THE UNIVERSITY

Publicado originalmente no Edge http://www.edge.org/3rd_culture/tapscott09/tapscott09_index .html traduo colaborativa de Isadora Garrido, Gustavo Henn e Moreno

Barros

A morte iminente da Universidade Durante 15 anos, eu tenho argumentado que a revoluo digital desafiarmuitos aspectos fundamentais da Universidade. E no estou sozinho. Em1998, ningum menos que Peter Drucker previu que as grandesuniversidades seriam relquias dentro de 30 anos. Acelere o tempo para os dias de hoje e voc no estar errado em pensarque ns estvamos completamente errados. As inscries em Universidades

nunca foram to altas.A porcentagem de jovens se matriculando eminstituies que oferecem diplomas cresceu mais de 115% no perodo de

1969-1970 a 2005-2007, ao mesmo passo em que dobrou a porcentagem deamericanos com idade entre 25 e 29 anos com diploma universitrio. Acompetio para entrar nas melhores universidades nunca foi to forte. Numaprimeira olhada a universidade parece estar com uma demanda jamais vista. Porm, existem indicadores problemticos de que a figura no um mar derosas. E no estou falando apenas da reduo dos dotes da universidade emrazo da atual crise econmica. As universidades esto finalmente perdendoseu monoplio do ensino superior, uma vez que a web inexoravelmente setorna a infraestrutura dominante para o conhecimento, servindo tanto comoum container como uma plataforma global para o intercmbio de

conhecimento entre as pessoas.

Enquanto isso no campus, existe um desafio fundamental ao modus operandique a base da Universidade o modelo de pedagogia. Especificamente, huma lacuna que se amplia entre o modelo de aprendizagem oferecido porvrias grandes universidades e a forma natural como jovens que cresceramno mundo digital aprendem melhor. As aulas feitas como antigamente, com o professor no pdio em frente a umgrande grupo de estudantes, ainda um acessrio da vida universitria emvrios campi. um modelo que centrado no professor, de mo nica, um


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nico tamanho serve a todos e o estudante isolado no processo deaprendizagem. Por outro lado, os estudantes, que cresceram em um mundointerativo digital, aprendem de maneira diferente. Alfabetizados no Google ena Wikipedia, eles querem questionar e no se basear no professor para ummapeamento detalhado. Eles querem uma conversao animada, no umaaula. Eles querem educao interativa, no uma transmissiva que pode ter

sido tima para a Era Industrial, ou at mesmo para os boomers.Esses

estudantes esto fazendo novos demandas das universidades e se elas osignorarem, elas o faro a seu prprio risco. O modelo de pedagogia, claro, apenas um alvo da crtica dirigida suniversidades.Os vrios desafios Universidade A maioria dos recursos das grandes universidades so direcionados apesquisa, no ao aprendizado. As universidades no so primariamenteinstitutos de aprendizagem superior, mas institutos para a cincia e apesquisa. Em seu livro Rethinking Science, Michael Gibbons desenvolveuuma crtica severa ao atual modelo de cincia conduzido nas universidades. Recentemente o questionamento apareceu em outros lugares. No New YorkTimes ms passado, Mark Taylor, reitor do departamento religioso daUniversidade de Columbia, deu inicio a uma tempestade de controvrsiaacadmica com uma artigo OpEd entitulado O fim da Univers idade como aconhecemos.A educao na graduao ele comeou a Detroit do ensino superior. Amaioria dos programas nas universidades americanas produzem um produtopara o qual no h mercado (candidatos para posies de ensino que noexistem) e desenvolvem habilidades para as quais h uma demandadecrescente (pesquisa em sub-reas dentro de sub-reas e publicaes emjornais que no so lidos por ningum que no sejam colegas que pensamparecido), tudo a um custo crescente (as vezes mais de U$100 .000 emtaxas). O problema chave, ele notou, comeou com Kant em seu trabalho de1798, O conflito das faculdades

.Kant argumentou que as universidades

deveriam lidar com todo o contedo de aprendizagem pela produo demassa, por assim dizer, por uma diviso do trabalho, para que ento cadagalho das cincias tivesse um professor pblico ou doutor colocado como seuconselheiro.Taylor argumentou que a graduao deve ser reestruturada em um nvelfundamental para sair da aprendizagem ultra -estreita. Entre outras coisas, elefalou sobre mais questionamentos inter-disciplinares, a criao de programasfocados em problemas, com clusulas, bem como mais colaborao entretodas instituies educacionais, e a abolio das barreiras entre elas. Umasemana mais tarde, as lamentaes de acadmicos preencheram toda a

pgina de cartas do New York Times de domingo.Um de seus prprioscolegas de Columbia disse que foi alarmante e constrangedor ouvir um

anti-intelectualismo crasso advindo de sua prpria institui o. Outroacadmico acusou Taylor de envenenar as guas da educao superior.

O Modelo de Pedagogia Quaisquer que sejam os mritos da chamada de Taylor para reestruturar oensino superior, eu acho que ele est certo em chamar ateno para umprofundo debate sobre como as universidades funcionam em uma sociedade


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em rede. Porm, acredito que ele perdeu o desafio mais fundamental para auniversidade como a conhecemos. O modelo bsico de pedagogia estultrapassado. Aprendizado transmitido como eu o cham ei no maisapropriado para a era digital e para uma nova gerao de estudantes querepresentam o futuro da aprendizagem. No modelo industrial de produo em massa de estudantes, o professor um

transmissor.

Uma transmisso por definio o envio de in formao de umtransmissor para um receptor de um modo linear. O professor o transmissore o estudante um receptor no processo de aprendizagem. A formulaacontece assim: Eu sou um professor e eu tenho conhecimento. Voc umestudante e como um vaso vazio e no tem. Prepare-se e a vai. A suameta guardar essa informao em sua memria de curto -prazo e atravsda prtica e repetio construir estruturas cognitivas mais profundas para quevoc possa se lembrar disso para mim, quando eu test -lo.A definio de uma aula tornou-se o processo no qual as anotaes doprofessor vo para as anotaes do estudante sem permear os crebros denenhum dos dois.Como algum que apresenta vrias aulas por ano, eu aprecio a ironia dessaviso

.Mas eu entendo que as minhas aulas no so uma boa forma de

aprendizagem. Elas tem um papel limitado em interessar uma audincia,mudar sua opinio ou possivelmente motiv-los a fazer algo diferente . Maseu ouso dizer que 90 por cento do que eu disse perdido. Verdade, esse modelo de transmisso melhorado em algumas disciplinasatravs de trabalhos, laboratrios e at seminrios. E claro que vriosprofessores esto trabalhando duro para ultrapassar esse modelo.Entretanto, ele permanece dominante. A tecnologia e a web provm um importante elemento de um novo modelo,mas at agora poucos o adotaram. Se algum congelado h 300 anos atrsmiraculosamente ressucitasse hoje e olhasse para as profisses um fsicoem um teatro em operao, um piloto no cockpit de um jumbo, u mengenheiro fazendo o design de um automvel no CAD ele com certezaficaria maravilhado de como as tecnologias transformaram o conhecimentodo trabalho. Mas se ele entrasse em um hall de salas de aula em umauniversidade, ele sem dvidas ficaria reconfortado em notar que algumascoisas no mudaram.

A Nova Gerao de Estudantes O modelo de transmisso pode ter sido perfeitamente adequado para osbaby-boomers, que cresceram no modo de transmiso, assistindo 24 horaspor semana de televiso (pra no dizer que receberam as transmisses nacondio de crianas para seus pais, como estudantes pelos professores,

como cidados pelos polticos, e quando eles fizeram parte da fora detrabalho como empregados por seus chefes). Mas os jovens que cresceramno meio digital esto abandonando a TV de mo-nica pelo maior estmuloda comunicao interativa que encontram na Internet. Na verdade assistirteleviso est em processo de diminuio e a TV tornou -se nada mais quemdia ambiente para a juventude parecido com o Muzak. Sentar-semudamente na frente da TV ou de um professor no parece ter apelo oufuncionar para essa gerao. Eles aprendem melhor de forma diferente


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atravs do no sequencial, do interativo, do assncrono, da multitarefa e docolaborativo.Jovens americanos com menos de 30 anos foram os primeiros a teremcrescido no meio digital. Crescer numa poca em que celulares, a Internet,SMS e Facebook so to normais quanto uma geladeira. Essa imerso emmdias interativas como um estgio formativo da vida afetou o

desenvolvimento de seus crebros e consequentemente a forma que elespensam e aprendem.Alguns escritores, claro, pensam que o Google te deixa burro; to difcil seconcentrar e pensar profundamente no meio de enormes quantidades de bitsde informao online, eles contrapem. Mark Bauerlein, um professor deingls da Universidade de Emory, at os chama de a gerao mais burraem seu livro mais recente sobre o assunto. Minha pesquisa sugere que estes crticos esto errados. Crescer de mododigital mudou a forma que suas mentes trabalham de uma maneira que irajud-lo a lidar com os desafios da era digital. Eles esto acostumados commulti-tarefas, e aprenderam a lidar com a sobrecarga de informao. Elesesperam uma conversao de via dupla. Ainda mais, crescer no meio digitalencorajou essa gerao a serem questionadores ativos e exigentes

.Ao invs

de esperarem por um professor dizer a eles o que est acontecendo, elesacham por si ss em tudo do Google Wikipdia. Se as universidades querem adaptar as tcnicas de ensino a sua audinciaatual, eles deveriam, como eu tenho dito por anos, fazer mudanassignificativas na pedagogia. E o novo modelo de aprendizagem no apenasapropriado para a juventude mas cada vez mais para todos ns.Os professores que permanecem relevantes tero que abandonar as aulastradicionais, e comearem a ouvir e conversar com os estudantes mudandode um estilo de sistema de transmisso e adotando um sistema interativo.Segundo, eles deveriam encorajar os estudant es a descobrir a si mesmos, eaprender um processo de descoberta e pensamento crtico ao invs deapenas memorizar o estoque de informao do professor

.Terceiro, eles

precisam encorajar os estudantes a colaborarem entre si e com outros defora da universidade. Finalmente, eles precisam costurar o estilo deeducao para os estilos individuais de aprendizagem de seus estudantes. Por causa da tecnologia isso agora possvel. Mas isso no fundamentalmente sobre tecnologia per se. Isso representa uma mudan a norelacionamento entre estudantes e professores no processo deaprendizagem.

As Universidades Mais Vulnerveis A habilidade para engajar jovens na universidade obviamente depende da

instituio, e do professor individualmente.As grandes escolas de art esliberais esto fazendo um maravilhoso trabalho de estmulo a mentes juvenis,

pois com grandes investimentos e classes pequenas, os estudantes podemter acesso a uma experincia colaborativa customizada. Meu filho Alexgraduou-se no Amherst College, uma pequena universidade de graduaocom uma mdia de 8 alunos por professor. Entre seus professores incluem-se um vencedor do prmio Pullitzer, uma lurea Nobel e professores emgeral que vivem para trabalhar com estudantes que os permitem aprender.


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Mas o mesmo no pode ser dito da maioria das grandes universidades quefocam seu papel principal em ser um centro de pesquisa, com o ensino sendoum incoveniente processo secundrio, e com salas to grandes que eles squerem ensinar atravs de aulas.Essas universidades so vunerveis, especialmente em um tempo onde osestudantes podem assistir aulas online gratuitas dos principais professores

do mundo em sites como o Academic Earth.

Eles at mesmo podem fazer umcurso inteiro online, por crditos. De acordo com o Sloan Consortium, umartigo recente na Chronicle of Higher Education nos disse queaproximadamente 20 por cento dos estudantes universitrios algo emtorno de 3,9 milhes de pessoas fizeram cursos online em 2007, e essesnmeros esto aumentando para centenas de milhares a cada ano. AUniversidade de Phoenix inscreve mais de 200.000 a cada ano.

O Novo ModeloAlguns educadores lderes esto chamando ateno para esse tipo demudana em massa; um desses Richard Sweeney, bibliotecriouniversitrio no Instituto de Tecnologia de New Jersey. Ele diz que o modelode educao tem que mudar para se ajustar a sua gerao de estudantes

.

Inteligentes mas impacientes, eles gostam de colaborar e rejeitam aulas demo-nica, ele nota. Enquanto alguns educadore s enxergam isso comoceder s vontades de uma gerao, Sweeney firme: eles queremaprender, mas eles querem aprender apenas do que precisam aprender, eeles querem aprender em um estilo que melhor para eles . Existem exemplos brilhantes de educao interativa, entretanto. Dra. MariaTerrell, que leciona clculo na Universidade de Cornell, usou um mtodointerativo que parte de um programa chamado Boas Perguntas, financiadopela National Science Foundation (Fundao de Cincia Nacional). Uma estratgia que est sendo usada nesse programa a chamadaeducao em tempo real; uma estratgia pedaggica e de aprendizagemque combina os benefcios de tarefas com base na web e uma turma dealunos ativos onde os cursos so customizados para as necessidadesparticulares da classe. Questes para aquecer, escritas pelos alunos, sotipicamente resolvidas poucas horas antes da aula, dando ao professor aoportunidade de ajustar a lio em tempo real, de maneira que o tempo daturma possa focar nas partes das lies que os alunos tiveram dificuldades.O professor de Harvard Eric Mazur, que utiliza essa estratgia em sua turmade fsica, coloca dessa forma: A educao muito mais do que a meratransferncia de informao. A informao precisa ser assimilada. Osestudantes precisam conectar a informao com aquilo que eles j sabem,desenvolver modelos mentais, aprender como aplicar o novo conhecimento e

como adaptar esse conhecimento situaes novas e desconhecidas.Essa tcnica produz resultados reais. Um estudo que avaliou 350 alunos de

Cornell indicou que aqueles a quem eram perguntados questes profundas(que exigem pensamento de alta profundidade) com frequente discussoentre os pares anotaram pontos consideravelmente maiores em seus examesde matemtica do que os estudantes a quem no foram perguntadasquestes profundas ou que tiveram pouca ou nenhuma chance de discussocom os pares. Dr. Terell explica: quando os alunos falam sobre o que elespensam e o por que, a que acontece o maior aprendizado para eles


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Voc pode ouvir pessoas dizeram algo do tipo, Ah sim, entendi e entoeles explicam essa coisa para outra pessoa e ento ocorre umentendimento autntico do que est acontecendo. Muito melhor do queaconteceria se eu, como a pessoa do professor, explicasse. Algo realmenteacontece nessa instruo entre pares. Educao interativa permite que os estudantes aprendam em seu prprio

ritmo.Eu vi isso por mim mesmo na metade dos anos 70 quando eu estava

tendo um curso de estatstica na minha graduao em psicologia educacionalna Universidade de Alberta no Canad. Foi uma das primeiras aulasconduzidas online uma inovao educacional do Dr. Steve Hunka, umvisionrio da educao mediada por computador. Isso foi antes dos PCs,ento ns sentamos na frente de um terminal de computador que estavaconectado a um monitor com quadros deslizantes controlado por computador.Eu poderia parar a qualquer hora e revisar e testar a mim mesmo para vercomo estava indo. A prova tambm era feita online .No existiam aulas. Como tambm: as aulas de estatstica so por definioum fracasso. No existe um tamanho nico para estatsticas todo mundona sala de aula ou est entediado ou no entende. Ao invs disso, ns

ficamos cara a cara com o Dr.

Hunka que era liberto de ser um transmissorde informao para algum que customizou uma experincia deaprendizagem para cada um de ns, um a um. Anteriormente, a aprendizagem online era cara, mas hoje as ferramentas nainternet facilitam o ensino e liberam o professor para formular a experinciade aprendizagem e conversar com os estudantes de modo mais individual emais significativo. Isso funciona. A evidncia das pesquisas bem slida evm de anos: Comparados com estudantes que frequentaram cursosconvencionais, os estudantes que recebem instruo mediada porcomputador bem elaboradaem geral atingem maiores notas em testes dereviso, aprendem suas lies em menos tempo, gostam mais de suas aulase desenvolvem mais atitudes positivas em direo ao assunto que estoaprendendo, de acordo com um artigo de 1997 chamado Tecnologia na salade aula: da teoria prtica, que foi publicado na Educom Review . Essesresultados representam uma gama ampla de alunos desde a escolafundamental at a universidade, estudando uma gama ampla de disciplinasda matemtica s cincias sociais s humanidades.

Desafiando o Propsito das Universidades A questo da pedagogia faz surgir uma questo ainda mais profunda opropsito da universidade. No velho modelo, professores ensinavam eesperava-se que estudantes absorvessem vasta quantidade de contedo. Aeducao era sobre a absoro de contedo e ser capaz de lembrar dele nas

provas.Voc se graduava e ento estava pronto para a vida apenasmantendo-se informado no seu campo escolhido. Hoje quando voc se

gradua, voc est livre por, digamos, 15 minutos. Se voc fez um cursotcnico metade do que voc aprendeu no primeiro ano pode estar obsoletono quarto ano. O que conta a sua capacidade de aprendizagem de longotermo, pensar, pesquisar, encontrar informao, analisar, sintetizar,contextualizar, valoriza-lo criticamente; aplicar a pesquisa a soluo deproblemas; colaborar e comunicar.


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Mas agora que estudantes podem obviamente achar a informao que estoprocurando num instante online, no crnio de outras pessoas online, essevelho modelo no faz mais sentido. No apenas o que voc sabe que contaquando voc se gradua; como voc navega no mundo digital, e o que vocfaz com a informao que descobre. Essa nova forma de aprendizagem, euacredito, servir a eles.

Universidades deveriam ser lugares para se aprender, no pra se ensinar.

Os nascidos na Gerao Net, imersos em tecnologia digital, so sedentos portentar coisas novas, aprendendo geralmente com muita rapidez. Eles queremque a universidade seja divertida e interessante. Para que eles possam curtiras maravilhas de descobrir as coisas por si s. Como Seymour Papert, umdos maiores especialistas do mundo sobre como a tecnologia pode provernovas formas de aprendizagem coloca: O escndalo da educao quecada vez que voc ensina algo, voc priva uma criana do prazer e benefcioda descoberta.

Um Desafio Docncia John Seely Brown diretor emrito da Xerox PARC e acadmico vistante daUSC

.Ele percebeu que quando uma criana aprende a falar, ela ou ele est

totalmente imerso em um contexto social e altamente motivado a engajar noaprendizado desse novo, incrvel complexo sistema da linguagem. Elecomeou a pensar que quando voc comea a frequentar a es cola, dealguma maneira voc comea a aprender bem mais devagar porque vocest sendo ensinado, diferente do que acontece quando voc estaprendendo para que possa realizar coisas com que se preocupaMuitocomumente apenar ir afundo em um ou dois tpicos que voc realmete seimporta permite que voc aprecie a imensido do mundoquando vocaprende a honrar os mistrios do mundo, voc est de certo modo propensoa sempre querer provar as coisas voc pode at gostar de descobrir algoque voc no conhecia e voc pode esperar sempre a necessidade deprovar as coisas

.E ento isso define o estgio de questionamento perptuo

.

Outro acessrio da aprendizagem de estilo antigo a suposio de que osalunos devem aprender por conta prpria. Partilhar notas em u ma sala deprovas, ou colaborando em algumas das redaes e trabalhos de casa, eraestritamente proibido. No entanto, o modelo de aprendizagem individual umterritrio estranho para a maioria dos alunos da gerao Net, que cresceucolaborando, compartilhando e criando coisas juntos online. Os educadoresprogressistas esto reconhecendo isso. Os alunos comeam a internalizar oque aprenderam em sala de aula apenas quando comeam a falar uns comos outros, diz Seely Brown: A noo de audincia passiva e r ecepo deinformao no tem quase nada a ver com a maneira como voc interioriza a

informao em algo que faz sentido para voc.A aprendizagem comeaquando voc deixa a sala de aula, quando voc comea a discutir com as

pessoas ao seu redor o que acabou de ser dito. na conversa que voccomea a interiorizar o que algum pedao de informao significou paravoc.O auditrio um excelente exemplo da educao de massa . Ele veio juntocom a produo em massa, marketing de massa e a mdia de massa. Aescolaridade, diz Howard Gardner, uma idia de produo em massa.Voc ensina a mesma coisa para os alunos da mesma maneira e avalia a


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todos da mesma maneira. A pedagogia baseada na idia questionvel deque experincias eficientes de aprendizagem pode m ser construdas paragrupos de alunos com a mesma idade cronolgica. Nesta perspectiva, ocurrculo desenvolvido com base em informaes pr-digeridas eestruturado para a transmisso ideal. Se o currculo est bem estruturado einteressante, ento grandes propores de estudantes de qualquer nvel iro

sintonizar e ficar comprometidos com a informao.

Mas muitas vezes, nofunciona dessa maneira.Considere um dos maiores hits do YouTube ano passado, um vdeo curtochamado Uma Viso dos Estudantes Hoje.Criado por Michael Wesch, um professor assistente de antropologia culturalna Kansas State University, uma acusao pungente ao ensino ministradopelas grandes universidade americano. Wesch recrutou 200 estudantescolaboradores para descrever a sua viso da educao que esto recebendo.Sua sentena: nada mudou muito desde o incio do sculo XIX, quando oquadro negro foi introduzido como uma nova maneira brilhante de ajudar osestudantes a visualizar a informao. Eles pintaram um quadro sombrio davida universitria turmas enormes, professores que no sabem os nomes

dos alunos, estudantes que no completaram as leituras designadas, examesde mltipla-escolha que eram um desperdcio de capital intelectual. Conheo vrios estudantes brilhantes que se sentem da mesma forma . Agrande coisa esses dias conseguir um 10 sem nunca mesmo ter ido auma aula. Quando o crme de la crme de uma gerao inteira boicotar omodelo formal de pedagogia em nossas instituies educacionais, a escritaest gravada na parede.Um desafio ao modelo de mensalidades Conforme o modelo de pedagogia desafiado, inevitvel que o modelo delucros tambm mude. A chegada da educao online trs a questo: se tudoque as grandes universidades tem a oferecer aos estudantes s o aulas quevoc pode ter online de graa de outros professores por que pagarmensalidades? Se as universidades querem sobreviver chegada daeducao online livre de nvel universitrio, eles precisam mudar a forma queprofessores e estudantes interagem no campus. Alguns esto dando passosgrandes para reinventar a si mesmos, com a ajuda da Internet. O Instituto deTecnologia de Massachusetts, por exemplo, est oferecendo notas eapontamentos de aulas grtis, provas e aulas gravadas em vdeo porprofessores do MIT para o mundo online.Qualquer pessoa no mundo pode assistir toda srie de aulas para uns 30cursos, tais como o curso introdutrio de fsica mais popular de WalterLewins, que visto por mais de 40 mil pessoas por ms noOpenCourseWare, a verso MIT de filantropia intelectual. Universidades do

mundo todo uniram-se ao movimento.

Um desafio ao credenciamento claro, universidade tem um importante papel na escolha de indivduos dasociedade, atravs de processos de admisso e garantia de titu laes. Umdos papis mais importantes da universidade peneirar o capital humanopara futuros empregadores, e mais amplamente estratificando a sociedade.Aqueles que tem boas notas no ensino mdio e em seus SATs [prova deaptido, similar ao vestibular], que provam ser trabalhadores e ter outros


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talentos, entram nas melhores universidades. Aqueles que se graduam melhor ainda com distino tem uma credencial para conseguir osempregos mais desejados ou entrada em programas de graduao. Elesprovaram ter um nvel de disciplina e que esto preparados para jogar deacordo com as regras.Mas uma credencial e at mesmo o prestgio de uma universidade est

enraizado em sua efetividade como uma instituio educacional.Se essas

instituies demonstram ser ambientes de aprendizagem inferiores a outrasalternativas, sua capacidade de credenciamento certamente diminuir. Quanto tempo vai demorar para, digamos, um curso de graduo de Harvard,ensinado em turmas de grande porte por professores assistentes,amplamente por meio de palestras, ser capaz de competir em status com asturmas pequenas das faculdades de artes liberais ou sistemas de ensinosuperior que oferecem os novos modelos de aprendizagem? Certamente, aprovao estar no pudim ir alterar o estado de vrias receitas para aaprendizagem.

Um Desafio ao Campus

O campus universitrio tem sido um maravilhoso lugar para jovens pessoasirem por quatro anos para ficarem mais velhos, como o socilogo dePrinceton Marvin Dressler me disse h uma dcada atrs . Enquanto elesesto l, esto compelidos a aprender algo ele disse. Mas se os campus sovistos como lugares onde a aprendizagem inferior aos outros modelos, oulugares ruins onde a aprendizagem restrita e sufocada, o papel daexperincia do campus tambm ser minado.Campus que do boas vindas aos novos modelos se tornam ambientes maisefetivos e lugares mais desejveis. Mesmo algo to simples quanto leiturasonline no reduzem o valor da educao fora do campus, eles a melhoraram.As aulas por vdeo permitem que estudantes absorvam o contedo do cursoonline quando quer que seja conveniente e ento eles se juntam pararemendar, inventar novas coisas, ou discutir o material

.A experincia

mostrou ao MIT que o valor real do que eles oferecem n o a aula per se,mas o pacote todo o contedo amarrado a experiencia humana deaprendizado no campus, mais a certificao. Universidades, em outraspalavras, no podem sobreviver apenas de aulas. Gravar aulas pode libertar o capital intelectual tanto para os professoresquanto para os estudantes de gastar seu tempo no campus pensando equestionando e desafiando uns aos outros, ao invs de apenas absorverinformao.

Um Desafio ao Relacionamento da Universidade com Outras

InstituiesChegou a hora para algumas mudanas drsticas na universidade, nossomodelo de pedagogia, como operamos, e nosso relacionamento com o restodo mundo, diz Luis M. Proenza, presidente da Universidade de Akron. Ele faz uma pergunta provocativa: por que um estudante univ ersitrio deveriaser restrito a aprender com os professores das universidades que estofrequentando? Verdade, estudantes podem obviamente aprender comintelectuais do mundo todo atravs de livros, ou pela Internet. Em um mundodigital, por que um estudante no poderia ser capaz de ter um curso de um


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professor em outra universidade? Proenza acha que as universidadesdeveriam usar a Internet para criar um centro global de excelncia. Em outraspalavras, escolher os melhores cursos que voc tem e link-los com a melhornum nmero de universidades do mundo todo para criar um programa deensino inquestionvel para estudantes. Eles aprenderiam com as melhoresmentes do mundo em sua rea de interesse seja na sala de aula fsica ou

online.Essa academia global tambm seria aberta para qualquer pessoa

online. Esse um belo exemplo de colaborao que descrevi no livro deminha co-autoria, Wikinomics.Ento por que isso ainda no aconteceu? o legado da infraestruturahumana e educacional estabelecida, diz Proen za. A analogia no omercado de jornais, que foi enfraquecido pela distribuio de conhecimentona Internet, ele nota. Somos mais como o seguro sade. Somos desafiadospor modelos de negcios obstrutivos, no baseados em mercado. Tambmsomos penitenciados por uma sensao de que o mdico sabe melhor, ou oprofessor sabe melhor.Existem vrias vacas sagradas, ele disse. Por que, por exemplo, asuniversidades so julgadas pelo nmero de estudantes que excluem ou por

quanto gastam? Por que no so julgadas por como bem ensinam e por qualpreo?O mundo digital, que treinou jovens mentes a questionar e colaborar, estdesafiando no apenas as tradies voltadas para aulas das universidades,mas tambm a prpria noo de uma instituio entre paredes que e xclui umgrande nmero de pessoas. Por que no permitir que um aluno brilhante daoitava srie colegial tenha aulas do primeiro semestre da graduaouniversitria em matemtica, sem abandonar a vida social de seu colgio?Por que no estender o poder inte rativo da internet para transformar auniversidade num lugar de aprendizagem de longo prazo, no apenas umlugar pra crescer?

Velhos paradigmas so difceis de matarEntretanto, o modelo de educao da Era Industrial difcil de mudar. Novosparadigmas causam deslocamento, rupturas, confuso, incerteza. Eles soquase sempre recebidos com frieza ou hostilidade. Interesses empossadoslutam contra mudanas. E lderes dos velhos paradigmas so geralmente osltimos a aceitarem o que novo. Em 1997 eu apresentei minhas idias para um grupo de cerca de 100 reitoresuniversitrios em um jantar oferecido pela Ameritech em Chicago. Depois daminha fala eu sentei na minha mesa e perguntei ao grupo menor o que elespensaram sobre o que disse. Eles responderam posit ivamente. Entoperguntei a eles por que isto est demorando tanto?, O problema so

recursos, um reitor disse.Ns no temos o dinheiro para reinventar omodelo de pedagogia. Um outro educador colocou da seguinte forma:

Modelos de aprendizagem que so muito antigos so difceis de mudar.Algum outro sorriu abafado em volta da mesa quando ele disse, Eu acho queo problema so os professores a mdia de idade deles 57 e estoensinando de modo ps-Gutemberguiano.Um homem muito pensativo chamado Jeffery Bannister, que na poca era oreitor do Butler College, estava sentado perto de mim. Ps -Gutemberguiano? ele disse. Eu acho que no! Ao menos no na Butler.


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Nosso modelo de aprendizagem pr-Gutemberguiano! Ns temos ummonte de professores lendo de notas escritas a mo, escrevendo emquadros-negros, e os estudantes esto copiando o que eles dizem. Esse um modelo pr-gutemberguiano a imprensa escrita no nem mesmo umaparte importante do paradigma de aprendizagem. Ele ainda disse, Espereat que esses estudantes que tem 14 anos e cresceram aprendendo na onda

da Net entrem nas salas de aulas (universitrias) fascas vo rolar.Bannister tinha razo. Uma fora poderosa para mudar a universidade so osestudantes. E fascas esto voando hoje. Existe uma imenso choque degeraes nessas instituies. O que ocorre que a crtica da universidade deanos atrs eram idias em espera esperando pela nova web e uma novagerao de nativos digitais que podiam efetivamente desafiar o velho modelo .Mudar o modelo de pedagogia para essa gerao crucial para asobrevivncia da universidade. Se os estudantes ignorarem uma educaouniversitria tradicional, isso ir erodir o valor das credenciais universitrias,sua posio como centros de ensino e pesquisa, e como campus ondepessoas jovens tem uma chance de crescer.

A Morte Iminente Da Universidade

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