A Mensagem Arquidiocesana

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SOLIDARIEDADE FORMATURA AMPLIAÇÃO Fundação Perrone oferece tra- tamento gratuito a crianças carentes com deficiências neuropsicomotoras. PÁGINA. 9 Dom Fernando Saburido cria a 106ª paróquia da arquidiocese, na Zona Norte do Recife. PÁGINA. 12 Primeira turma de seminaris- tas celebra a conclusão do cur- so de Teologia na Unicap. PÁGINA. 12 “SOB ESTA MESMA LUZ, SOB ESTA MESMA CRUZ CANTAMOS A UMA VOZ” PÁGINA. 5 a 8

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Informativo da Arquidiocese de Olinda e Recife

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SOLIDARIEDADE FORMATURA AMPLIAÇÃOFundação Perrone oferece tra-tamento gratuito a crianças carentes com defi ciências neuropsicomotoras. PÁGINA. 9

Dom Fernando Saburido cria a 106ª paróquia da arquidiocese, na Zona Norte do Recife.

PÁGINA. 12

Primeira turma de seminaris-tas celebra a conclusão do cur-so de Teologia na Unicap.

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“SOB ESTA MESMA LUZ, SOB ESTA MESMA CRUZ CANTAMOS A UMA VOZ”

PÁGINA. 5 a 8

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A MENSAGEM ARQUIDIOCESANA - Janeiro/Fevereiro de 201202

EDITORIAL

A Cruz do Redentor

EXPEDIENTE

PROGRAMAÇÃO CATÓLICADA RÁDIO OLINDA

ASSINATURA

Na liturgia da Sexta-feira Santa, a Igreja no mundo inteiro entoa esta antífona: “Eis o lenho da cruz do qual pendeu a salvação do mundo. Vinde adoremos!” Nos últimos meses, o Brasil foi convocado a preparar-se para o grande evento católico da Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá no mês de julho de 2013 na cidade do Rio de Janeiro. Diante de tão grande evento, a Igreja organizou uma peregrinação com a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora por todas as dioceses do país.

Adoramos a Santa Cruz porque temos a convicção de que é o maior e expressivo sinal da fé cristã. Ali, contemplamos o Amor de Cristo por todos nós. Trazê-la conosco sempre será algo de alegria e compromisso com o Evangelho da Vida. Nossa fé brasileira nasceu sob o olhar da Santa Cruz. Nestes cinco séculos de história, tantos irmãos e irmãs testemunharam esta adesão e ofereceram até o próprio sangue para que a mensagem da verdade e do amor tocasse a todos.

Por isso, é que o Beato Papa João Paulo II entregou aos jovens estes dois grandes símbolos da nossa fé e fez um pedido: “Levem a todo o mundo a mensagem do amor que brota da Cruz do Redentor”. A juventude, consciente desta missão, conduz estes dois símbolos pelas dioceses do mundo inteiro despertando a todos para o compromisso de amor que brota da cruz. Para nós arquidiocesanos de Olinda e Recife, a peregrinação com a Cruz e o Ícone, fomentou em todos uma grande adesão ao projeto de pastoral da nossa arquidiocese: estarmos em estado permanente de missão. A multidão que acorreu em todos os Vicariatos demonstrou não apenas uma emoção em tocar, rezar, contemplar estes símbolos sagrados, mas comprometeu-se em valorizar o batismo recebido, principalmente, no tocante ao colocar em prática o mandamento do Amor, pois é através do mistério da cruz que alcançamos na plenitude a graça do Amor.

Quantas mãos tocaram, quantos pés acompanharam, quantos olhos viram, quantas bocas cantaram e rezaram, quantos corações foram transformados naqueles quatro dias de intensa peregrinação, muito trabalho, mas grande alegria em estarmos sendo responsáveis por estas mudanças nas vidas de tantos irmãos? Os frutos já começam a serem colhidos nas paróquias e famílias pela construção de um diálogo de confi ança e respeito entre todos. Não podemos recuar diante de tanta graça, vamos levar sempre mais a Cruz de Cristo, ela é nossa cruz também, pois estamos unidos a Ele, fonte de amor e paz para aqueles que desejam alcançar algo sempre novo e cheio de amor. Bote fé na vida! Siga Jesus, caminho, verdade e vida!

Domingo

5h – Programa Amanhecer (AMA) – Batista Filho7h30 – Correio da Amizade – padre Amaurílio Machado de Souza 9h – Santa Missa - Catedral da Sé (Dom Fernando Saburido)10h – Programa de Domingo - Musica com Ciro Bezerra12h – Concentração - Marcelo Araújo (Programa Esportivo)15h – Jornada Esportiva - Seleção do Povo20h – Comunidade Obra de Maria

Segunda a sexta-feira

5h – De olho na cidade - Ciro Bezerra* Bom dia positivo*As principais notícias do dia* Pai Nosso, Ave Maria, Oração do Santo Anjo* Benção da água com padre Cosmo Francisco6h - O Evangelho do dia – padre Amaurílio de Souza7h - Bom dia, dom Fernando Saburido9h – Encontro dom Deus – Frei Damião Silva10h – Olinda Mulher – Izabelyta Guerra*Oração da Manhã com o Padre Reginaldo Manzotti*Evangelho com Padre Amaurílio11h – Papo Aberto - Luciano Duarte e Aderval Barros12h – Momento Esportivo – Jorge Soares13h – Comentário Esportivo - Aderval Barros13h05 – A verdade é... – Debate esportivo com Aderval Barros, Rubens Souza Filho, e Luciano Duarte14h – Rádio Esperança – Batista Filho 15h – A Hora da Misericórdia – Padre Reginaldo Manzotti16h – Caminhos da Fé – PASCOM17h – Programa Anoitecer/Santa Missa – AMA - Associação Missionária Amanhecer18h – Ave Maria18h05 – Formação Cristã – Professor Aderson Viana(PASCOM/UNICAP)19h – A Voz do Brasil20h – Olinda, no Mundo da Bola – Equipe Esportiva Seleção do Povo21h – Fé e Vida – Rubens Souza Filho22h – Comunidade Obra de Maria

Sábado 5h – É Tempo de Forró – Programa Musical6h – O Evangelho do dia – padre Amaurílio de Souza7h – Rádio Vaticano – Notícias do Papa Bento VI8h – Estação Turismo - Alexandre Galvão9h – Caixinha de Pedidos - Walter Lins11h – Fé em debate – padre Reginaldo Manzotti12h – Especial Musical14h – Jornada Esportiva - Seleção do Povo19h45 – Boletim Informativo da Arquidiocese – Luciano Cavalcanti20h – Comunidade Obra de Maria – Rubens Souza Filho

Bispo Arquidiocesano:Dom Antônio Fernando Saburido

Presidente da Comissão Arquidiocesana de Pastoral para a Cultura, Educação e Comunicação Social:Pe. Luciano José Rodrigues Brito

Edição:Kleber Nunes e Renata Gabrielle

Jornalista Responsável:Renata Gabrielle (DRT-PE 4584)

Reportagem:Kleber NunesRenata Gabrielle

Colaboração:Pe. Luciano BritoSandra Virgínia

Diagramação:Renato Araújo

Você pode assinar o jornal “Mensagem Arquidiocesana” preenchendo o cupom com seus dados e anexandoum cheque no valor de R$ 30,00 (trinta reais),referente à assinatura anual, em favor da Arquidiocesede Olinda e Recife.

Remeter seu nome, endereço completo e telefone para a redação do Jornal “A Mensagem Arquidiocesana”:

Arquidiocese de Olinda e Recife (Av. Rui Barbosa, 409 – Graças - CEP: 52011-040 Recife-PE) ou através do site: www.arquidioceseolindarecife.org

Fone: (81) 3271.4270. Fone da Redação do Jornal: (81) 3453.4958

CÚRIA METROPOLITANA

Cúria Metropolitana – Palácio dos Manguinhos

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Caríssimos jovens, de idade e de coração, meus irmãos e irmãs,

Esses dias são muito especiais para nos-sa Arquidiocese. Temos o privilégio de

acolher a cruz e o ícone de Nossa Senhora da Visita-ção, neste período de preparação para a Jornada Mun-dial da Juventude no Rio de Janeiro. Durante quatro dias, estes símbolos peregrinarão por nossos cinco vi-cariatos territoriais, promovendo encontro, refl exão e compromisso com a fé.

Esta cruz foi entregue pelo Papa João Paulo II, em 1984, aos jovens do Centro da Juventude São Louren-ço, em Roma, por ocasião do encerramento do ano Santo da Redenção, cujo Lema era: “Abri as portas ao Redentor”. Assim falou o Papa naquela ocasião: “Meus queridos jovens, ao concluir este Ano Santo, confi o-vos o símbolo deste Ano Jubilar: a Cruz de Cris-to! Levai-a pelo mundo afora como símbolo do amor de Cristo pela humanidade e anunciai a todos que só na morte e ressurreição de Cristo é que poderemos encontrar salvação e redenção”. A cruz fi cou conheci-da por diversos nomes: Cruz do Ano Santo, Cruz do Ju-bileu, Cruz da JMJ, Cruz Peregrina e Cruz dos Jovens. Em 2003, o mesmo Santo Padre, faz a entrega do ícone de Nossa Senhora para acompanhar a cruz e recordar aos jovens que, onde está o Filho também está a mãe. A mãe de Jesus e nossa, ela que assumiu essa missão exatamente aos pés da cruz. É, portanto, com cons-ciência missionária que recebemos os símbolos, obe-dientes às palavras do Papa da juventude.

A cruz representa a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo que por nós deu sua vida por amor. Lembra--nos que “Deus tanto amou o mundo que nos deu seu Filho único”( Jo 3,16). Experimentar e vivenciar o amor de Deus em nossas vidas é certeza de que es-tamos no rumo certo. No momento do nosso batis-mo, quando recebemos o dom da fé, fomos marcados com o sinal da cruz e, várias vezes, durante o dia, traçamos o sinal da cruz sobre nossas frontes, bocas e corações, na intenção de orientar todos os nossos pensamentos, palavras e ações a serviço do Senhor. A cruz nos acompanha sempre e nos faz entender que, acolhendo-a com amor encontraremos o cami-nho da vitória e sairemos amadurecidos, diante de cada obstáculo superado.

Durante sua vida pública, Jesus, conforme os evan-gelhos sinóticos, predisse por três vezes, sua morte na cruz e sua ressurreição, e também no Evangelho de São João quando afi rmou: “como Moisés levan-tou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna” (Jo 3,14). Nem sempre, porém, foi bem entendido o sentido da cruz. A trípli-

PASSAGEM DA CRUZ PEREGRINA E ÍCONE DE NOSSA SENHORA, EM PREPARAÇÃO PARA A 27ª JMJ, NO RIO DE JANEIRO – RECIFE, 16 DE JANEIRO DE 2012.

Dom Antônio Fernando Saburido, OSBArcebispo de Olinda e Recife

ce condição para ser discípulo, apresentada por Je-sus: “renunciar a si mesmo, tomar a cruz e segui-lo”, certamente chocou e continua chocando a muitos. Os caminhos de Deus são diferentes dos caminhos do mundo. O convite é para que estejamos atentos a tantas pessoas que carregam pelo mundo afora uma pesada cruz. Sejamos sirineus, e com estes divida-mos o peso da cruz. Sejamos também Verônicas, ca-pazes de afagar os que sofrem com gestos de amor e solidariedade. Imitemos Maria, o apóstolo João e as santas mulheres que permaneceram fi rmes aos pés da cruz, partilhando toda dor e sofrimento até o gri-to fi nal: “Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!” (Lc 23,46). Prezados jovens, permaneçam no amor de Cristo! A Igreja, que nasceu no calvário, necessita de profetas, verdadeiramente comprometidos com a Palavra de Deus. Necessita de homens e mulheres corajosos que a anunciem e vivenciem com amor, no propósito de renovar e transformar.

O documento da CNBB “Evangelização da Juventu-de” fala de alguns dos principais problemas com os quais se deparam, hoje, os jovens brasileiros/as: “a disparidade de renda; o acesso restrito à educação de qualidade e frágeis condições para a permanên-cia nos sistemas escolares; o desemprego e a inserção no mercado de trabalho; a falta de qualifi cação para o mundo do trabalho; o envolvimento com drogas; a banalização da sexualidade; a gravidez na adoles-cência; a AIDS; a violência no campo e na cidade; a intensa migração; as mortes por causas externas (ho-micídios, acidentes de trânsito e suicídio); o limitado acesse às atividades esportivas, lúdicas, culturais e a exclusão digital”. E conclui: “O impacto da pobreza, em uma sociedade que sacraliza o consumo e rela-tiviza os valores atinge a família, o primeiro lugar de socialização do jovem. Essa situação deixa fortes cicatrizes emocionais na personalidade de muitos jo-vens em um momento crítico de suas vidas”.

O nosso querido Papa Bento XVI já nos deu o Lema da próxima jornada Mundial da Juventude: “Ide, pois, fazei discípulos meus todos os povos” (Mt 28,19). Tendo diante dos olhos os desafi os citados no doc. 85 da CNBB e o Lema escolhido pelo Sumo Pontífi ce, precisamos responder como o jovem Samuel, orien-tado pelo sacerdote Eli, conforme meditamos na Mis-sa de ontem: “Senhor, fala que o teu servo escuta!” (1Sm 3,9b). Lembremo-nos que a missão deverá estar sempre vincula à vida de oração, à intimidade com Deus. “O nosso falar de Deus depende do nosso falar com Deus”, não esqueçamos esta verdade.

O Lema da 27ª JMJ são as últimas palavras do Evan-gelho de São Mateus. Palavras dirigidas aos onze apóstolos reunidos na Galileia, no monte indicado

por Jesus. Depois de ressuscitado, Jesus volta para o Pai e envia os discípulos em missão. Que cada um de nós, especialmente os jovens, sinta-se incluído entre os onze, enviado para evangelizar, com sua manei-ra de ser descontraída e fazendo uso da linguagem e metodologia próprias da idade. Que a Palavra de Deus seja a luz a iluminar toda a situação de trevas em que se encontra a nossa juventude, ajudando a superar os medos e crescer na confi ança em Deus. Nossa Senhora, a “Estrela da Evangelização”, estará ao nosso lado dando-nos força e coragem para viver nosso carisma missionário a serviço do Reino. Ela es-teve todo o tempo ao lado dos apóstolos e estará ao lado de todos nós, ensinando: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5b).

Que estes símbolos, que ao longos desses anos de peregrinação, foram tocados por multidões de jo-vens e adultos de tantas nacionalidades, culturas, línguas e raças, sejam expressão da presença, no meio de nós, do próprio Jesus Cristo e sua Mãe Ma-ria. Eles vêem para permanecer em nossos corações e em nossas vidas.

A Igreja precisa de jovens missionários: Jovens evangelizando jovens!

Com criatividade e coragem profética, caminhe-mos na fraternidade, no amor e na paz!

Bote Fé em nossa juventude!Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

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“Em hora tão grave para a Humanidade, por que nós, os que carregamos a responsabilidade de crer em Deus, não nos alia-mos? Aliança para quê? Aliança, pacto, para pressionar mo-ralmente nossos amigos, nossos parentes, nossos conhecidos, para que tomem consciência de situações de injustiça, não se deixem manipular, reajam contra todo e qualquer esmagamento de seres humanos. E se trocarmos ecumenismos estreitos por um ecumenismo da dimensão planetária, Deus nos ajudará. Se abrirmos um crédito de confiança a quem amar o ser humano, amando, sem saber, o Criador e Pai, o Senhor se servirá da nossa pequenez e do nosso nada, para fazer maravilhas” (Dom Helder, ao receber em Oslo o Prêmio Popular da Paz, 1974).

Fazemos parte da Universidade Católica e esperamos por você em nosso campus, no coração do Recife. Somos pesquisado-res do fenômeno religioso, ajudamos as comunidades cristãs na busca das razões para sua fé, mas seguimos a tradição dos jesuí-tas de colaborar com tudo o que leva a humanidade “para fren-te e para cima”. Por isso estamos abertos ao estudo científico das religiões e à meditação mística sobre os dados das ciências; acolhemos e promovemos o mais amplo ecumenismo entre as tradições religiosas que defendem a justiça e a caridade, o mais sincero diálogo com as pessoas que amam a vida e a liberdade.

Nós estamos ligados ao Mestrado em Ciências da Religião da UNICAP, um programa de pós-graduação que já está formando a sua oitava turma, todos fascinados pela experiência do sagrado que se vislumbra entre e para além das tradições religiosas. Com esses estudantes a gente organiza o Observatório Transdiscipli-nar das Religiões no Recife: um espaço que começa pela internet (www.unicap.br/observatorio2), com o objetivo de analisar os fatos relacionados aos encontros e desencontros entre as religi-ões no Recife e região, procurando promover o diálogo intercul-tural e inter-religioso.

Trata-se de projeto vinculado ao Grupo de Pesquisa Religi-ões, Identidades e Diálogos, onde se desenvolvem estudos sobre o diálogo entre as religiões, analisando eventos e documentos sob um enfoque transdisciplinar e plurimetodológico, acadêmi-co e não confessional. Especial destaque é dado à pesquisa dos processos de educação inter ou trans-religiosa em nossa cultura pluralista, envolvendo também o ensino religioso.

O espaço virtual do Observatório vincula-se então a uma rede de iniciativas presenciais, que promovem e multiplicam o espírito dialogal para toda a comunidade recifense e nordestina: o Grupo de Estudos sobre Trandisciplinaridade e Diálogo entre Culturas e Religiões, com reuniões semanais nas quartas às 17h; os Eventos que procuram fomentar o diálogo, dentre os quais o Simpósio In-ternacional de Ciências da Religião, que é trienal; e, finalmente, o Fórum Inter-Religioso da UNICAP, que reúne a cada mês lideran-ças religiosas da região para uma escuta mística da fé do outro.

Esse Fórum Inter-Religioso, organizado pelo Observatório desde 2007, articula encontros de animadores das tradições re-ligiosas para conhecimento mútuo e exercício de tolerância cul-tural, para a tentativa de uma veneração pluralista do sagrado. O que se quer é cultivar tempos destinados à escuta e à meditação sobre as vivências da fé (incluindo as dos grupos pós-religiosos). O Fórum realiza um exercício de comunhão com os caminhos espirituais alterativos, no silêncio nutrido pela própria religião e cultura, desejando colaborar para uma atitude trans-religiosa que deve se irradiar entre os educadores de Pernambuco.

Os encontros são normalmente nas segundas segundas-feiras de cada mês, às 17h, no Auditório do CTCH, primeiro andar do Bloco B da Universidade. Já estão disponíveis os vídeos que pre-paramos com entrevistas e celebrações das religiões que parti-ciparam do Fórum.

Estamos preparando também, para cada uma, um conjunto de informações: principais crenças e ritos, história na região e personalidades de referência, endereços físicos (no Recife) e endereços virtuais. No site você pode acessar a religião do seu interesse e colaborar acrescentando ou corrigindo dados nos “comentários”. Participe dessa busca por uma espiritualidade dialogal, como instrumento de compreensão humana e serviço à humanização, dentro do espírito dos “Pátios dos Gentios” que estão se multiplicando na Igreja. Pois todos os templos apontam para o céu: se ficarmos apenas olhando os templos, perderemos o céu estrelado e o seu além!

OBSERVATÓRIO DAS RELIGIÕES NA UNICAP

Um dia de solidariedade, um modelo de Natal

Natal de esperança na maior unidade prisional do Estado

Por Kleber Nunes

Natal de dignidade, Natal de esperança. Pelo segundo ano consecutivo, a Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de Olinda e Recife mostrou o verdadeiro sentido da data. No

dia 19 de dezembro, centenas de voluntários deixaram família, casa, trabalho para servir àqueles que estão à margem da sociedade. Foi um dia inteiro de atendimentos médicos, momentos de lazer e oração. Tudo voltado para as famílias que moram nas ruas do Centro do Recife.

Dentro da Basílica de Nossa Senhora do Carmo, a progra-mação começou cedo. Às 9h, as famílias começaram a rece-ber atendimento oftalmológico, e a realizar exame de glicose e aferição de pressão. Os serviços de saúde foram oferecidos por voluntários da Santa Casa de Misericórdia. Para as crian-ças foi dia de esquecer um pouco a vida dura nas ruas. Me-ninos e meninas participaram de momentos de recreação.

À noite apresentações culturais animaram o público mais que especial. Primeiro o Coral da Misericórdia fez uma apresentação que empolgou a plateia. Depois foi a vez do grupo Pé no Chão, mostrar um pouco da capoeira. Depois o coordenador arquidiocesano de pastorais, padre Josenildo Tavares, fez a leitura do Evangelho. O arcebispo, dom Fernando Saburido, fez o comentário.

Em seu discurso, dom Fernando, salientou a alegria dele e dos servos em poder está vivenciando aquele momento. “É um privilégio para todos nós podermos celebrar o Na-

Em um ambiente de muros altos e grades, onde a liberdade é artigo de luxo e o sofrimento físico e psicológico são constantes, aconteceu o Natal de Jesus. Se há mais de 2 mil anos, o filho de

Deus veio em um cenário de abandono e exclusão, a missa celebrada no dia 21 de dezembro, no Presídio Professor Aníbal Bruno, foi uma forma de rememorar essa prefe-rência do divino pelos pequenos. O palco onde foi mon-tado o altar, tornou-se também um local de reivindicação por condições humanas dentro do sistema carcerário do estado, um dos piores do país. A celebração reuniu sacer-dotes, agentes da Pastoral Carcerária e o secretário de Ressocialização de Pernambuco, Romero Ribeiro.

Momentos antes do horário marcado para começar a ce-lebração, os re-educandos já aguardavam na área de circula-ção do presídio. Junto a muito deles, esposas, mães e irmãs, que também sofrem com a indiferença da sociedade, que não reconhece sua responsabilidade na reinserção de um condenado. O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, fez questão de declarar a alegria em poder estar partilhando de um momento tão especial. “É um privilégio poder promover este encontro, sobretudo no Advento, que é um período de repensar a vida e preparar o coração para que Jesus possa nascer e nós possamos mudar, afirmou.

O religioso falou ainda do papel de cada um na melho-

tal, o verdadeiro Natal com vocês”, disse. O arcebispo afir-mou ainda que as atividades da Pastoral de Rua deverão ser intensificadas no próximo ano. “É preciso concretizar mais os laços com os que sofrem a desigualdade social na pele, para que juntos possamos dar dignidade a esses nos-sos irmãos”, completou o religioso.

Um jantar encerrou a noite dos moradores de rua, que também receberam lençóis e brinquedos. Para o coorde-nador da Pastoral do Povo de Rua, padre Luiz Vieira, o evento atingiu o objetivo. “Não queríamos apenas dar um prato de comida, mas promover este encontro pessoal de acolhimento. Percebemos no olhar deles a alegria e essa é a nossa satisfação”, declarou.

ria dos presídios em Pernambuco. Com uma população carcerária acima dos 4,8 mil homens, apenas no Aníbal Bruno, dom Saburido disse ser “impossível” garantir a ressocialização, se não houver uma cooperação de todos. “Temos que cobrar do estado, mais investimentos, porém cada um tem que contribuir oferecendo oportunidades”, disse. Aos detentos cabe a busca diária da correção. “As pessoas não acreditam na mudança de alguém que foi preso, mas vocês podem provar o contrário, vocês pre-cisam mudar essa mentalidade e mostrar que são dignos porque Deus os reconhece assim”, completou.

Alguns re-educandos participaram ativamente da missa. No momento do ofertório, eles entregaram a dom Fernan-do, objetos de artesanatos confeccionados dentro do pre-sídio. Enquanto o arcebispo concluía a Oração Eucarística, um dos homens fazia a pintura de uma paisagem usando como tela, um prato. “Isso aqui é uma obra de arte”, disse emocionado dom Saburido, erguendo a peça para o público.

No final da celebração dom Fernando concedeu uma bênção especial em um terreno onde, este ano, será cons-truída uma capela. A notícia foi recebida com muitos aplausos e euforia pelos re-educandos e pelos agentes da Pastoral Carcerária. Encerrando as comemorações do Na-tal, no Aníbal Bruno, o coral Vozes da Liberdade emocio-nou o público com canções típicas do período natalino.

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Gilbraz Aragão professor da Unicap e membro da Comissão para o

Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso

Por Kleber Nunes

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Era noite do dia 15 de janeiro quando fogos de artifício iluminaram o céu da cidade de São Lou-renço da Mata, Região Metropolitana do Recife. A ansiedade deu lugar à emoção do encontro.

Os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vindos da Diocese de Nazaré, Mata Norte do Estado, chegavam à Arquidiocese de Olinda e Recife. A primeira parada foi no Vicariato Recife Norte. Mais precisamente na Paróquia Santo Antônio, em Tiúma. Onde uma multidão tentava se aproximar da Cruz e do ícone de Nossa Senhora. Era o sa-grado ao alcance das mãos.

A visita estava só começando. Uma carreata seguiu até a Paróquia São Lourenço Mártir. Cerca de mil pessoas aguardavam na praça da igreja matriz. Oração e apresen-tações recepcionaram as insígnias. Na madrugada do dia 16, os símbolos continuaram a peregrinação. Desta vez, na cidade de Camaragibe. Passando pela Paróquia São Pio X e pelo Carmelo Nossa Senhora da Conceição. Era hora de seguir para o centro do Recife.

Se a cruz é sinal de salvação e redenção dos homens, a Eucaristia é a maneira mais eficaz de comunhão entre eles e Deus, portanto, não haveria forma melhor de iniciar o Bofe Fé Recife, senão com a missa. O primeiro santuário de-dicado a Nossa Senhora de Fátima, no bairro da Boa Vista, centro da cidade, ficou pequeno. Pessoas de todas as idades emocionadas lotaram o templo para acolher os símbolos da Jornada Mundial da Juventude. A cena da “catedral da ju-ventude” foi profetizada ainda na década de 1970 pelo en-tão arcebispo de Olinda e Recife dom Helder Câmara.

De acordo com o reitor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), padre Pedro Rubens, em uma cele-bração para jovens universitários, dom Helder havia dito que aquele local seria dos jovens. Já não era mais sonho, tornou-se realidade.

Em sua homilia o bispo de Caruaru – PE e referencial para a Juventude da CNBB NE2, dom Bernardino Marchió, explicou o porquê todos estavam tão emocionados com a presença dos objetos sagrados da JMJ. “A cruz é o símbolo do maior amor por isso vocês foram atraídos por ela, que ao lado do ícone da mãe nos convida a uma vida nova”, disse.

Para o bispo, o Bote Fé que desde setembro de 2011 vem mobilizando todo o país é uma resposta da juventude à proposta de vida imposta pela sociedade contemporânea, que segundo Bento XVI quer implantar a ‘Ditadura do Relativismo’. “Jesus nos apresenta outro modelo de vida e vocês estão correspondendo aquilo que Ele mesmo con-fiou a vocês, levando por todas as partes do Brasil a sua cruz”, afirmou dom Bernardino. Após ler um trecho do documento 85 da CNBB, que trata da evangelização da ju-ventude, o religioso falou para os sacerdotes. “Deixem que os jovens façam sua parte. Não tenham medo, e os conduza ao caminho coerente do projeto de Deus”, exortou.

Caminhada - A juventude tinha um encontro mar-cado. O Bote Fé Recife foi destaque nos noticiários. Saiu das Redes Sociais (Twitter, Facebook, Orkut) e ganhou as ruas da capital pernambucana. Jovem evangelizando jo-vem com uma linguagem atual, um modo de ser Igreja. Ao final da celebração, a cruz e o ícone foram conduzidos

pelos milhares de jovens pelas ruas do centro do Recife. No percurso, paradas reflexivas sobre educação, violência e valorização da vida. Ao chegar à Igreja Madre de Deus, as pessoas buscaram a reconciliação. Vários padres aten-deram os jovens em confissão.

Enquanto isso, o Marco Zero fervia ao som de músicas religiosas com ritmos bem pernambucanos. Criatividade e valorização da cultura local. Recife tornou-se a capital mundial da juventude sem perder a sua identidade.

“Todos atrairei a mim.” Esta frase do Evangelho de São João resume em poucas palavras o que aconteceu no Bote Fé Recife, no dia 16 de janeiro. A Cruz e o ícone de Nossa Senhora atraíram olhares, pensamentos, orações, cora-ções. Eram dezenas, centenas, milhares. Aproximadamen-te cem mil jovens de várias paróquias, cidades e estados. A fé ganhou a cor e o tom da juventude e encheu de alegria a praça do Marco Zero, bairro do Recife. O arcebispo metro-politano de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, não escondeu a felicidade em ver o rosto jovem da Igreja. “Que estes símbolos, que ao longo desses anos de peregrinação, foram tocados por multidões de jovens e adultos de tantas nacionalidades, culturas, línguas e raças, sejam expressão da presença, no meio de nós, do próprio Jesus Cristo e sua Mãe Maria. Eles veem para permanecer em nossos corações e em nossas vidas. Com criatividade e coragem profética, caminhemos na fraternidade, no amor e na paz”, disse.

De acordo com presidente da Comissão Arquidiocesana de Pastoral para a Juventude e referencial para a Jornada Mundial da Juventude no Regional Nordeste 2, padre Gimes-son Silva, a passagem das insígnias pela arquidiocese foi uma oportunidade de reunir diversos dons num só objetivo. “Eu pude perceber que as juventudes das mais diversas expres-sões se sentiram reanimadas a abraçarem a causa do Evan-gelho e a fortalecerem o seu protagonismo na Igreja e na sociedade. Os símbolos da JMJ motivaram nossas juventudes a viverem fortes momentos de espiritualidade, expressão cultural e compromisso missionário”, afirmou o religioso.

Além das atrações locais, o show Bote Fé Recife con-tou com a participação de artistas nacionais como Die-go Fernandes, Eliana Ribeiro e Anjos de Resgate. Após os shows, os símbolos seguiram para o Vicariato Recife Sul. Nas igrejas Nossa Senhora da Boa Viagem e Nossa Senhora de Fátima, houve peregrinação luminosa, vigília e Celebração Eucarística. Nos três dias seguintes, os demais vicariatos acolheram a Cruz e o ícone em seus respectivos territórios.

Confira as Galerias de Imagens nos sites do Bote Fé Recife (www.boteferecife.com.br) e Jovens Conectados

(www.jovensconectados.org.br)

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Recife ganha as cores e a alegria da juventude Por Kleber Nunes e Renata Gabrielle com informações do site Jovens Conectados

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A MENSAGEM ARQUIDIOCESANA - Janeiro/Fevereiro de 201206

A fé traduzida em lágrimas, gestos e sorrisos. Emoção. Não há outra palavra para descre-ver o terceiro dia da visita da Cruz Peregrina e do Ícone de Nossa Senhora à Arquidiocese

de Olinda e Recife. Os jovens de todas as idades do Vicaria-to Olinda mostraram a face de uma Igreja viva.

Depois dos altos muros, talvez se imagine que o silêncio seja o detalhe que mais chame a atenção quando alguém se depara com as grades que isolam os cerca de 1.900 de-tentos da Penitenciária Barreto Campelo, na Ilha de Ita-maracá. Imagine, então, chegar à portaria e ouvir versos como “No peito, eu levo uma cruz. No meu coração, o que disse Jesus…” Quase fora de cogitação. Mas foi exatamen-te isso que aconteceu na manhã do dia 17 de janeiro.

Os presos carregaram a Cruz e o ícone de Nossa Senho-ra pelo território da penitenciária ao som do funk “Ô bote fé, bote fé! Só Jesus é o caminho. Caminhando com ele nunca estou sozinho”. Difícil não se emocionar. Impossí-vel não se envolver com o que foi presenciado.

O presidente da Comissão Arquidiocesana de Pastoral para a Juventude, padre Gimesson Silva, acompanhou a visita e destacou o carinho e a criatividade dos participan-tes. “Vocês estão de parabéns. A Cruz já passou em vários presídios e vocês foram os únicos a formar um grupo mu-sical! Talvez, essa seja a única oportunidade de ver e tocar na Cruz e no ícone. Esse é um momento muito bonito”, disse o religioso. Que prontamente teve o convite aceito. Os mais acanhados se aproximaram, tocaram, meditaram e aproveitaram a chance oferecida.

Outros ousaram ainda mais e utilizaram o talento para saudar a Cruz. Um dos detentos, identificado apenas como Antônio, escreveu o poema ‘A Cruz’, que foi recitado na ocasião. “Nela (a cruz), encontramos a verdadeira paz in-terior. Através dela chegaremos ao Pai.” O dom de Edson Amaro é criar repentes ele revelou que estava orgulhoso de fazer a homenagem. O medo de não conseguir com-por os versos de improviso deu lugar aos aplausos dos que ouviram emocionados a declamação. Dois MC’s cantaram um funk sobre a maior história de amor da humanidade. “Vou contar um fato que aconteceu. Um homem sem pe-cado no calvário e na cruz por nós morreu…”

A cruz entrou no pavilhão mais isolado da unidade e adentrou aonde só a dor e a descrença chegam. Ainda teve uma ciranda. A ciranda da vida. Juntos, padres, agentes da Pastoral Carcerária, detentos deram as mãos e dançaram ao redor dos símbolos.

A manhã não terminou por aí. Era a vez da juventude da Funase, em Abreu e Lima, receberem a visita. Era preci-so ir ao encontro dos que se perderam no caminho. Jesus, o Bom Pastor, não se negaria a ir ao encontro das ovelhas perdidas. O encontro foi tímido, mas que rendeu momen-tos inesquecíveis aos que tiveram o privilégio de presen-ciá-los. Entrar na quadra e ver todos aqueles jovens atrás das grades, não deixa de causar angústia, indignação. A mensagem foi entendida. Era preciso ir ao encontro. Era preciso deixar-se tocar. E foi assim, ‘cela’ por ‘cela’. A cruz era colocada próxima às grades e cada um podia tocá-la. Oportunidade única para eles. Presente para quem pôde registrar encontros tão significativos.

“É importante lembrar o mundo dos jovens que estão

presos, dos que por diversos motivos tiveram sua liberda-de cerceada. A Igreja está atenta a esse universo e é essa mensagem que queremos transmitir a esses jovens e à so-ciedade”, ressaltou o padre Sandro Corazza, vigário epis-copal do Vicariato Olinda.

À tarde, a Cruz Peregrina e o Ícone de Maria foram aco-lhidos na Praça do Carmo, em Olinda, onde centenas de jovens participaram de momentos de oração e espiritua-lidade. Na programação, louvor, apresentações de dança e teatro, além da oração do terço. A Cruz Peregrina e o Ícone de Maria foram carregados pela juventude por todo o Pátio do Carmo. Os jovens, inclusive, subiram as escada-rias da igreja homônima, levando os símbolos da JMJ para o ponto mais alto da praça.

Depois, foi a vez da cidade do Paulista acolher os sím-bolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). A futura Paróquia de São Francisco de Assis, na Vila Torres Galvão ficou pequena para os fiéis que não conseguiam esconder a ansiedade e a felicidade de poder ter os símbolos da JMJ, justamente no ano em que a comunidade comemora o ju-bileu de 50 anos. O pároco da região, padre Valdemir José da Silva, expressou sua gratidão por receber a cruz e o ícone, e ajudar a proporcionar esse momento especial à juventude. “É uma alegria indescritível acolher estes si-nais de fé”, declarou.

Ter os símbolos da JMJ já é um privilégio, como des-crever a oportunidade de carregá-los? O estudante Ruan Carlos Verçoza, de 19 anos, tentou, mas não conseguiu conter as lágrimas. “É uma emoção muito forte, eu senti a presença de João Paulo II. Estou realizado, já posso morrer em paz”, afirmou.

Depois de serem recebidos dentro da Igreja de São Francisco, onde aconteceram momentos de oração e lou-vor, os símbolos da JMJ foram conduzidos pelos fieis até o centro da cidade. A secretária Ana Elisabete Braga, 51, foi uma das que carregaram o Ícone de Nossa Senhora. Ela fez da oportunidade um momento de agradecimento. “Não tenho o que pedir, só agradecer pelo amor que Deus e Nossa Senhora têm por mim. Há um ano meu filho foi vítima de um atentado e graças a Mãe Santíssima e a Jesus ele não foi morto”, disse emocionada.

Missa - A Cruz Missionária e o Ícone de Nossa Senho-ra, foram recebidos na Matriz de Santa Isabel. Cerca de 3 mil pessoas participaram da missa campal, presidida pelo arcebispo, dom Fernando Saburido, e concelebrada pelo vigário episcopal, padre Sandro Corazza e demais sacer-dotes do Vicariato Olinda.

Na homilia o arcebispo salientou a presença vibrante dos jovens no terceiro dia da visita dos símbolos. Dom Fernando, afirmou que este era o momento ideal para que a juventude se convença que a Igreja precisa deles. “A cruz é a logomarca do cristão e deve nos lembrar do nosso compromisso de batizados de levar o amor ao mundo. E vocês jovens são fundamentais nesse processo, com seu jeito alegre e espontâneo”, disse.

A cruz e o ícone seguiram em caminhada até a Igreja Nossa Senhora de Fátima, em Paratibe. Ao passar pelas ruas desertas, portas e janelas se abriram para reveren-ciar os símbolos sagrados. Na matriz, os jovens fizeram vigília durante toda a madrugada.

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Vicariato Olinda acolhe com emoção os símbolos da JMJPor Kleber Nunes e Renata Gabrielle com informações do site Vicariato Olinda

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A MENSAGEM ARQUIDIOCESANA - Janeiro/Fevereiro de 2012 07

Os símbolos da Jornada Mundial da Ju-ventude (JMJ), literalmente invadiram o Vicariato Cabo de Santo Agostinho. Os objetos entraram na região episcopal em

carro aberto e abriram, no dia 18 de janeiro, o quarto dia de visitas à Arquidiocese de Olinda e Recife. Os jovens das dez paróquias que compõem o vicariato acolheram a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Se-nhora com muita alegria e criatividade. Foram quase 15 horas de louvor e oração, de fiéis apaixonados por Deus e pela Igreja.

A Paróquia de São José da Boa Esperança, em Ama-raji, foi a primeira a receber o ícone e a cruz, que chegaram acompanhados de uma carreata. Por onde passavam, recebiam acenos de moradores e comer-ciantes. Em frente à matriz, os fiéis pareciam não se importar com o sol forte e se espremiam para tocar nos objetos. Para a estudante Tarciana Caroline Fé-lix, 20, uma emoção indescritível. “Não existem pa-lavras que possam traduzir esse privilégio de ter es-sas relíquias de João de Deus tão pertinho”, afirmou emocionada. A dona de casa, Gersina da Silva, 60, não conseguia parar de chorar. “Essa é a maior graça que já aconteceu em nossa paróquia”, resumiu.

Saindo de Amaraji, a cruz e o ícone chegaram à Pri-mavera. A cidade respirava ansiedade pelo momento que todos já sabiam, seria marcante. Em frente às re-sidências, os moradores montaram pequenos altares, e as calçadas passaram a ser locais santos. Cenário perfeito para receber os objetos sagrados. A dona de casa Lourdes Ramos, 60, aproveitou cada minuto para refletir sobre sua missão como cristã. “Esperei desde que soube que os símbolos estariam aqui. Tocá-los nos traz renovação, e isso me emociona muito”, disse.

Em Escada, um verdadeiro arrastão promovido pela juventude resumiu a fé e o amor de mais de mil pes-soas que tomaram as ruas enfeitadas da cidade, que parou para ver o ícone e a cruz. Lágrimas e sorrisos estavam em todos os rostos, dando a certeza de que aqueles corações queimavam de amor. Os jovens não pararam de cantar um minuto sequer. “Tenho certe-za que os símbolos da JMJ converteram muitos cora-ções”, comemorou o pároco, padre Valdir Bezerra.

Deixando o calor dos corações dos escadenses, os símbolos da JMJ seguiram para Ipojuca. Os jovens carregaram a cruz até o Convento Santo Cristo, pró-ximo à Paróquia de São Miguel. Nas mãos, réplicas da cruz missionária, nos olhos contemplativos dian-te da cruz e do ícone, transparecia a sede do amor

de Deus. No fim da tarde, os sinos da Igreja de Nossa Senhora do Ó anunciavam o fim de uma espera de cinco horas. Sob o comando do jovem padre Djanil-son Pereira, o centro do distrito se transformou em um santuário a céu aberto. “Nós não seremos mais os mesmos depois deste dia”, declarou.

Já era noite, quando o Ícone de Nossa Senhora e a Cruz Peregrina chegaram à Paróquia de Nossa Senho-ra do Bom Conselho, em Ponte dos Carvalhos, Cabo. Depois de um dia inteiro de preparação, os jovens mostraram que desconhecem a palavra cansaço, e re-alizaram um grande louvor para receber os símbolos da JMJ. Em seguida, os paroquianos de São José Operá-rio tiveram a graça de tocar as insígnias. Um trio elé-trico fez a animação dos presentes, que se revezaram para conduzir os objetos até o pátio do Caic.

Houve uma Celebração Eucarística, presidida pelo arcebispo dom Fernando Saburido. O religioso dis-se está encantado e impressionado com o amor e a devoção dos fieis daquela região episcopal. “Esse símbolos preciosos nos dizem muito, sobretudo nos recordam o compromisso sério com o Evangelho e vocês acolheram o ícone e a cruz com muita disposi-ção, parabéns”, afirmou.

O arcebispo falou ainda da proposta dada por um jo-vem da cidade do Cabo de realizar todos os anos um evento semelhante ao Bote Fé para fortalecer a juven-tude e dá continuidade ao que foi vivido com a passa-gem dos símbolos da JMJ. “Com certeza vamos estudar esta proposta, que é um fruto desse período tão espe-cial que vivenciamos com a cruz e o ícone”, garantiu.

O vigário episcopal do Vicariato Cabo, monsenhor Josivaldo Bezerra, parabenizou a participação dos fi-éis: “Foi gratificante ver o entusiasmo com que cada um de vocês nas suas paróquias acolheu a cruz e o ícone. Foi possível ver no olhar das pessoas a fé e devoção.” O sacerdote agradeceu aos padres que se empenharam em preparar os paroquianos para este momento de fé. “Com certeza, os frutos serão enri-quecedores para cada comunidade”, disse.

Após o show da dupla Doidin de Deus, os símbolos seguiram para a Paróquia Santo Antônio, sede do Vi-cariato Cabo. Depois um momento de oração e con-templação, as insígnias seguiram para a Paróquia de Santo Amaro, centro de Jaboatão dos Guararapes, onde durante toda a madrugada, jovens realizaram vigílias. Pela manhã, os objetos foram levados para Vitória de Santo Antão.

Alegria e criatividade marcam peregrinação no Vicariato CaboPor Kleber Nunes e Renata Gabrielle

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A MENSAGEM ARQUIDIOCESANA - Janeiro/Fevereiro de 201208

No último dia da visita da Cruz Peregrina e do Ícone de Nossa Senhora à Arquidiocese de Olinda e Re-cife, foram os fiéis do Vicariato Vitória de Santo Antão que se emocionaram com os símbolos da

Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Durante 10 horas, jovens de todas as idades celebraram com muita oração e louvor a pre-sença das insígnias dadas pelo Beato João Paulo II.

O dia começou com a celebração da Santa Missa na Paróquia de Santo Antão. Lá a juventude acolheu os símbolos da JMJ. A alegria estava pintada no rosto da multidão que saiu pelas prin-cipais ruas da cidade levando a cruz e o ícone. Os objetos foram levados para Associação de Proteção à Maternidade e à Infância, instituição que oferece atendimento de saúde a mulheres, crian-ças e dependentes do álcool.

Para uma das coordenadoras do grupo de oração Nossa Se-nhora do Amparo da Paróquia do Livramento, Paula Rejane dos Santos, 29, estar com os símbolos da JMJ significa a realização de um sonho. “Uma experiência única sentir por meio desses sinais a presença real de Deus no meio de nós, e ainda poder levá-los a tantas pessoas”, afirmou. “Tenho certeza que Vitória de Santo Antão não será a mesma, muitos milagres e conversões aconte-ceram neste dia”, completou.

Durante o percurso as ruas foram estreitando, o asfalto deu lugar ao chão de terra batida. Em volta, casas simples dividiam espaços com chiqueiros. Humanos e porcos vivem juntos. A Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora chegaram a comunidade de Doutor Alvinho, a mais pobre de Vitória. Onde até os direitos mais básicos são “garantidos” por meio do improviso, a fé dos moradores parecia ser a única certeza que eles possuíam.

Em Doutor Alvinho, retrato de um local esquecido pelo po-der público, aconteceram os momentos mais tocantes. Em frente à casa da Comunidade Católica Jesus Misericordioso, uma pausa para pedir a Deus misericórdia pelos moradores da localidade.

Foram quatro dias intensos de programação com os símbolos da JMJ na arquidiocese. Para o senhor a missão foi cumprida?

A missão de animar, articular e organizar a peregrinação da Cruz e do Ícone da JMJ em nossa arquidiocese foi cumpri-da com alegria, dedicação e fé! Fizemos com que a Igreja de Olinda e Recife entrasse no processo de preparação para a JMJ Rio 2013. Conseguimos também conscientizar a juventu-de para que assuma o seu protagonismo neste tempo em que a opção afetiva e efetiva pela sua evangelização é renovada na Igreja do Brasil.

O que representou a passagem da cruz e do ícone na arquidiocese?

Significou um grande marco na revitalização da evangeli-zação juvenil em nossa arquidiocese. Eu pude perceber que as juventudes das mais diversas expressões se sentiram rea-nimadas a abraçarem a causa do Evangelho e a fortalecerem o seu protagonismo na Igreja e na sociedade. O clima de uni-dade e integração marcou radicalmente tudo o que foi vivido nestes dias. Posso dizer que a partir de agora o trabalho com a juventude em Olinda e Recife será mais articulado, dinâmi-co, místico e profético!

Muitos fiéis acompanharam a peregrinação dos sím-bolos da JMJ pela internet. Depoimentos afirmam que elas, mesmo estando longe, também foram tocadas.

Enquanto o coordenador de Pastoral da Arquidiocese de Olinda e Recife, padre Josenildo Tavares conduzia o momento de oração, as crianças iam tímidas tocar na cruz e na imagem de Nossa Senhora. “Nossa passagem aqui é um grito profético e um sim à Igreja que nos convida a olhar e cuidar dos mais pobres”, disse o religioso.

Caminhando entre os casebres mais uma parada, dessa vez para atender ao pedido da família de Cícero Cavalcanti, 26. O homem que há 11 anos está tetraplégico por causa de um tiro, fez questão de ver a cruz de perto e rezar. “Este é um momento muito importante para toda nossa família. Sentimos realmente a presença de Jesus que nos reanima”, disse emocionada a sobri-nha de Cícero, Irani Cavalcanti, 30.

À tarde, os símbolos da JMJ chegaram à quadra do Colégio Municipal 3 de Agosto. No local, mais emoção. Fiéis se espre-miam para tocar a cruz e o ícone. O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, o vigário episcopal de Vitória, padre Maurício Diniz e demais sacerdotes do município encerraram a visita com uma bênção. Em seguida, cheios de alegria os jovens puderam conferir o show da banda Tribos de Jacó.

Entrega - Na entrada do município de Chã Grande, uma mul-tidão em verde e amarelo aguardava a Cruz Peregrina e o Íco-ne de Nossa Senhora. À frente, dom Bernardino Marchió, bispo da Diocese de Caruaru, que nos dois dias seguintes viveriam as emoções do Bote Fé.

A entrega dos símbolos da JMJ foi feita pelo presidente da Co-missão Arquidiocesana para a Juventude, padre Gimesson Silva e dom Saburido que assinaram o documento de transmissão dos objetos. Para o arcebispo missão cumprida. “Foram quatro dias grandiosos para a nossa arquidiocese. Certamente colheremos muitos frutos. Agora é continuar a preparação rumo a JMJ 2013 no Rio de Janeiro”, disse.

A cruz e o ícone ficaram em Pernambuco até o dia 1º de feve-reiro. Eles percorreram todas as dez dioceses do Estado.

Como o senhor ver esse novo mundo dentro do processo de evangelização?

A missão da Igreja hoje passa também pela evangelização no mundo virtual, particularmente nas redes sociais. Na Pe-regrinação e no Bote Fé Recife aproveitamos esse mar aber-to da web para colocar “online” a vida e a missão de nossa arquidiocese. Antes mesmo dos símbolos chegarem aqui, já tínhamos invadido o twitter, o facebook, os blogs e si-tes, inclusive os da CNBB, do Vaticano e das grandes redes de comunicação do Brasil. Portanto, vejo que devemos assu-mir uma postura ousada na web apresentando os valores do Evangelho e proclamando a proposta de Jesus Cristo, princi-palmente para a juventude.

Para o senhor quais os frutos que a Igreja de Olinda e Recife vai colher com a passagem dos símbolos da JMJ?

O primeiro grande fruto será a vivência de uma boa pre-paração para a JMJ Rio 2013. Acredito que a peregrinação dos símbolos da JMJ motivou a juventude a viver neste ano de 2012 e no ano de 2013 uma bonita fase de renovação da fé e de reafir-mação do seu compromisso a fim de viver a JMJ como partilha de tudo o que foi vivido. Também vejo que a juventude “acor-dou”! Muitas comunidades começaram a reorganizar seus gru-pos juvenis, muitos jovens começaram a criar seus grupos de base e outros estão com boas propostas de mobilização.

Vitória de Santo Antão, da juventude e da fé

Entrevista com o padre Gimesson Silva, SCJ, presidente da Comissão Arquidiocesana de Pastoral para a Juventude

Por Kleber Nunes

“O trabalho com a juventude em Olinda e Recife será mais articulado, dinâmico, místico e profético!”

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A MENSAGEM ARQUIDIOCESANA - Janeiro/Fevereiro de 2012 09

Uma noite de celebração marcou os 40 anos de sacerdócio do vigário geral da Arquidiocese de Olinda e Recife, mon-senhor Lino Rodrigues Duarte. A Missa

em Ação de Graças reuniu, no dia 9 de janeiro, fa-miliares, amigos, sacerdotes e paroquianos na Igreja Matriz Nossa Senhora de Fátima, em Bairro Novo, Olinda, da qual o monsenhor é pároco.

A concelebração contou ainda com a participação do padre Luiz Gonzaga Duarte, irmão do aniversa-riante. A homilia da missa ficou a cargo do padre Luiz. A liturgia do dia celebrava o Batismo do Senhor. “Depois do batismo a maior graça é a vocação. O pa-dre se torna participante da missão de Jesus como sacerdote, profeta e pastor.” E acrescentou: “Monse-nhor Lino não se descuida da sua missão de profeta. A missão primeira é anunciar e denunciar”, afirmou.

Durante o ato religioso, ocorreram diversas ho-menagens. O padre Gleiber Dantas de Melo discursou em nome do clero arquidiocesano. “Se santo é quem busca a Deus de coração sincero, que não desiste, que quer o Evangelho com todas as forças, que se esforça para não deixar de ser samaritano. Lino está neste caminho como padre há 40 anos”, disse o sacerdote.

Monsenhor Lino agradeceu aos presentes, espe-cialmente, aos paroquianos com os quais ‘aprendeu a ser padre’. “Sempre sou muito grato a Deus por ter me chamado a ser sacerdote. Eu sempre quis ser padre desde criança”, revelou. Após a celebração, o monsenhor recebeu os cumprimentos dos presentes.

Unir a especialização técnica à dedicação e ao amor no tratamento de crianças com habilidades diferentes para facili-tar a inclusão social. Esse é o objetivo

da Fundação Giacomo e Lucia Perrone. A instituição beneficiente sem fins lucrativos foi fundada pelo pa-dre italiano, dom Michele Perrone.

A Fundação Perrone oferece tratamento terapêu-tico multiprofissional gratuito a crianças carentes portadoras de deficiências neuropsicomotoras. ‘Atu-almente, mais de 75 crianças com idade entre dois meses e doze anos têm atendimento semanal indivi-dualizado, com meia hora para cada tipo de terapia. ‘ Entre as modalidades de tratamentos estão: atividades de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, assistência médica, psicológica, social e odontológica.

O trabalho dos voluntários contribui para o sucesso alcançado pela instituição. A seleção é feita a partir de um treinamento e da disponibilidade de vagas na área da atividade escolhida.

A fundação se mantém através de doações feitas à Campanha Amigo Solidário lançada no ano de 2008. Outra forma de contribuir é doando roupas de uso pessoal, de cama, mesa e banho, calçados, bolsas, ob-jetos para casa, eletrônicos, eletrodomésticos, mó-veis e brinquedos para serem vendidos no bazar da instituição.

Quem quiser mais informações ou conhe-cer de perto o trabalho da Instituição Per-rone, pode ligar para o telefone: (81) 3462-4375 ou visitar a instituição no endereço: www.fundacaoperrone.org

Fundação Giacomo e Lucia PerroneRua Osório Borba, 172Piedade – Jaboatão dos Guararapes – PETelemarketing: 32317080

Doações Banco do Brasil BradescoAG: 2988-2 AG:291C/C : 14276-X C/C:89886-4

Ao invés das promessas, a certeza de um ano novo melhor. Foi com esse pensamento que mais de 30 mil pes-soas foram até a Basílica da Penha, no

bairro de São José, centro do Recife, na primeira sexta-feira de 2012. Devotos e devotas de São Fé-lix celebraram a fé, nas seis missas realizadas du-rante todo o dia. Na última, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, explicou a ver-dadeira finalidade da bênção de São Félix, “forta-lecer o comprometimento dos cristãos na missão a eles confiada, ser luz no mundo”.

Dom Fernando destacou a importância da fé não apenas professada, mas mostrada por meio de atos concretos de amor. O religioso tomou como exem-plo o próprio São Félix, que em vida não media es-forços para ajudar os mais pobres. “Temos que tes-temunhar que somos comprometidos com Cristo, através do acolhimento a nossos irmãos sofridos que todos os dias batem a nossa porta”, disse.

O bispo da Diocese de Xai-xai, em Moçambique, dom Lucio Andrice Muandula, participou pela primeira vez da bênção de São Félix, o religioso ficou impressionado com a devoção dos fieis que transformaram o galpão improvisado para as ce-lebrações, em um verdadeiro santuário. “Ver essa multidão celebrando com fé é algo que comove qualquer um. Fiquei muito feliz em poder partici-par da missa, não conhecia a devoção a São Félix”, declarou dom Muandula. Devoção que em maio vai completar 300 anos.

Campanha - A Basílica da Penha vai entrar na segunda fase da reforma, que já dura quatro anos. Para ajudar os frades capuchinhos com os gastos, está sendo vendida uma rifa de um aparelho de televisão, uma cama box e um carro. O bilhete pode ser comprado ao preço de R$ 10, no galpão onde acontecem provisoriamente as celebrações.

Celebração marca aniversário de sacerdócio de monsenhor Lino

Fundação Perrone: dedicação e amor favorecem a inclusão

“Receber a bênção de São Félix nos compromete com Cristo”

Por Renata GabriellePor Renata Gabrielle

Por Kleber Nunes

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A MENSAGEM ARQUIDIOCESANA - Janeiro/Fevereiro de 201210

• O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, instalou canonicamente no dia 19 de ja-neiro de 2012 a Paróquia Jesus Cristo Bom Pastor, no bairro da Guabiraba, Recife. Esta é a 106ª paró-quia da arquidiocese.

• No dia 5 de março de 2012, ocorrerá a ereção canônica da Paróquia São Francisco de Assis, no bairro da Vila Torres Galvão, cidade do Paulista. A concelebração será realizada às 19h30.

Administrador Paroquial

• O padre Cardoso Pereira de Souza, OMI, foi empossado no dia 21 de dezembro de 2012 pelo vigário episcopal do Vicariato Recife Norte, frei Joaquim Ferreira da Luz, como administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Luz, em Matriz da Luz, São Lourenço da Mata.

• O padre Robson Barros da Costa, SDB, tomou posse como administrador paroquial da Paróquia São João Bosco, no bairro do Bongi, Recife. O reli-gioso foi empossado pelo vigário geral da Arqui-diocese de Olinda e Recife, monsenhor José Albé-rico de Almeida, no dia 5 de janeiro de 2012.

• O padre Paulo Roberto Gonçalves da Silva, MSF, tomou posse no dia 19 de janeiro de 2012 como primeiro administrador paroquial da recém instalada Paróquia Jesus Cristo Bom Pastor, no bairro da Guabiraba, Recife. O arcebispo de Olin-da e Recife, dom Fernando Saburido, foi quem deu posse ao sacerdote.

Ereção Canônica

A Paróquia Santo Antônio, na cidade do Cabo de Santo Agostinho, Região Metro-politana do Recife, promoveu neste do-mingo, 8, encontro com os representan-

tes e vice-representantes das comunidades, grupos, movimentos, pastorais e serviços da paróquia.

O objetivo foi traçar metas e programar as ativida-des pastorais do primeiro semestre de 2012 a serem realizadas no Centro Social Armínio Guilherme, Sede do Vicariato Cabo, inaugurado no dia 28 de novem-bro. Dirigiram a reunião o vigário episcopal do Cabo e pároco de Santo Antônio, monsenhor Josivaldo Be-zerra, e o vigário paroquial, dom Mauro Cruz, OSB.

Com informações da representanteda Pascom Vicariato Cabo Ir. Josevânia Alves

Paróquia de Santo Antônio, no Cabo, planeja atividades pastorais para 2012

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O dia 19 de dezembro foi dedicado ao encontro entre os secretários e secretárias das paróquias que compõem a Arquidiocese de Olinda e Reci-fe. A confraternização foi realizada na Casa dos

Oblatos de Maria Imaculada, em Aldeia, Camaragibe.O evento reuniu 38 secretários que durante todo o dia

participaram de atividades como bingo,brincadeira do anjo, sorteio de brindes e entrega de presentes. Além de lerem e refletirem sobre algumas mensagens. A confraternização teve ainda almoço e contou com a presença do coordenador de Pastoral da Arquidiocese, padre Josenildo Tavares.

Secretários paroquiais participam de confraternizaçãoPor Renata Gabrielle

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A Escola Diaconal São José da Arquidiocese de Olinda e Recife divulga o calendário de atividades para o ano de 2012. O Centro de Formação de Candidatos ao Diaconado

Permanente foi criado em 1999 e tem como diretor o padre João Carlos Magalhães e como assessor o diácono Antônio Sebastião.

ESCOLA DIACONAL SÃO JOSÉCentro Pastoral ArquidiocesanoAv. Afonso Olindense, 1764 – Várzea - Recife /PETel.: 3271.1090

Programação 2012Jan/2012 = Férias;Fev/2010 = Reunião Dia 25;Mar/2010 = Reunião Dia 24 => Encontro com a presença dos padres das paróquias dos candidatos;Abr/2010 = Reunião Dia 28;Mai/2010 = Reunião Dia 26;Jun/2010 = Livre;Jul/2012 = Reunião Dia 28;Ago/2010 = Reunião Dia 25 => Encontro com a presença das esposas doscandidatos e dos Diáconos ordenados em 2011;Set/2010 =Retiro dias 28, 29 e 30 – Local: Vitória de San-to Antão/PEOut/2010 = Reunião Dia 27;Nov/2010 = Reunião Dia 24;Dez/2010 = Reunião Dia 14 => Jantar de Confraternização

Fonte: Equipe de Comunicação Escola Diaconal São José

Escola Diaconal São José divulga calendário de atividades para 2012

Fraternidade. Esta foi a mensagem princi-pal durante confraternização da Arquidio-cese de Olinda e Recife realizada na manhã desta quinta-feira, 22, no Palácio dos Man-

guinhos, bairro das Graças, Zona Norte do Recife. O dia começou com a Celebração Eucarística na Capela São José dos Manguinhos. Funcionários e sacerdotes participaram do ato litúrgico.

O arcebispo metropolitano, dom Fernando Sabu-rido, presidiu a Missa e ressaltou a importância da celebração. “Essa confraternização vai além de um almoço. Ele começa com a Eucaristia, que é a parti-lha do Pão Espiritual. Que possamos celebrar não um Natal que já passou. Mas que o nascimento de Jesus possa ser atualizado a cada dia em nossas vidas.”

Durante a celebração o ex-vigário geral da Arqui-diocese, monsenhor Moacir Costa Pinto, e o vigário episcopal do Vicariato Recife Sul, frei Joaquim Fer-reira, dirigiram mensagens de esperança e fraterni-dade aos presentes. Frei Joaquim relembrou as pa-lavras de dom Helder Camara ao afirmar: “O maior milagre da humanidade será reconhecer que somos irmãos, filhos do mesmo Pai”. E acrescentou: “E fi-lhos da mesma mãe, Nossa Senhora.”

Após a celebração, todos participaram de um al-moço com entrega das cestas de Natal e sorteios de brindes. Um deles, uma viagem com acompanhante para Aparecida do Norte, em São Paulo. O ganhador foi o agente da Pastoral Carcerária Lenilson Freitas.

Arquidiocese promove missa e almoço de confraternização para os funcionáriosPor Renata Gabrielle

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As apresentações feitas pelos assessores da Assembleia Arquidiocesana de Pasto-ral realizada nos dias 11 e 12 de novem-bro no Centro Arquidiocesano de Pasto-

ral Dom Vital, na Várzea, Zona Oeste do Recife, estão disponíveis para downloads na seção ‘Pastorais’, no site da Arquidiocese de Olinda e Recife.

‘Metodologia Pastoral- contexto e ação’ e ‘Apare-cida e as exigências’ foi o conteúdo apresentado pelo professor Degislando Nóbrega e Sérgio Douets, res-pectivamente.

Também está disponível na seção ‘Pastorais’ o ma-terial apresentado pela Ir. Élide Fogolari na reunião do clero sobre a Pastoral da Comunicação.

Materiais da Assembleia Arquidiocesana para downloadPor Renata Gabrielle

Nomeações

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A MENSAGEM ARQUIDIOCESANA - Janeiro/Fevereiro de 2012 11

A Comissão para a Doutrina da Fé, da Ar-quidiocese de Olinda e Recife, pediu--me que escrevesse um pequeno artigo sobre este tema, atualmente, tão polê-mico. Minha missão neste caso especí-

fico seria apenas expor o que a Bíblia realmente diz sobre o assunto. As citações bíblicas feitas são segun-do a Bíblia de Jerusalém.

A Bíblia não emprega o termo homossexualidade; usa, ao invés, a palavra sodomia, obviamente derivada da cidade de Sodoma, cujos habitantes praticavam a homossexualidade (cf. Gn. 13, 13; 19, 4-9). A gravidade de tal desordem decorre do mesmo texto, quando os anjos se dispõem a destruir a cidade: “Porque vamos destruir este lugar, pois é grande o grito que se er-gueu contra eles diante de Javé, e Javé nos enviou para exterminá-los” (Gn. 19, 13).

Esta expressão na Bíblia designa os pecados de maior gravidade, como o homicídio (Gn 4, 10; Mt 23, 35), a usura (Ex 22, 24), a prepotência contra os pobres (Ex 22, 25-26) e a defraudação do salário dos operários (Tg 5, 4). Comenta o biblista espanhol Cláudio Gan-cho: “Na mentalidade israelita, a gravidade cresce na proporção da desordem que tal pecado acarreta, não tanto pelo aspecto da obscenidade em si, ou porque inclui um grave predomínio da animalidade e da ma-terialidade pervertidas, mas, sobretudo por atacar as próprias fontes da vida”.

O Código de Santidade do Levítico proíbe severamen-te a sodomia como execrável para Deus, embora, segun-do o mesmo contexto, pareça ter sido muito freqüente entre os cananeus (Lv 18, 22-30). A sodomia comporta-va a pena de morte seja, à sombra e em favor de algum santuário. O Deuteronômio as proíbe num texto muito forte, onde o “hierodulo” (o prostituto sagrado) é cha-mado de “cão” (Dt 23, 18-19). Tal linguagem é retomada no Apocalipse (Ap 22, 15). Não obstante tal proibição, os hierodulos, consagrados à prostituição idolátrica, rea-pareceram várias vezes nos tempos de Roboão (1Rs 14, 24), de Asa (1Rs 15, 12), de Josafá (1Rs 22, 47) e até do piedoso rei Josias (2Rs 23, 7).

O pecado de sodomia continuou até a época do Novo Testamento como protótipo do pecado gravíssimo (Dt 29, 22; Is 3, 9; Jr 23, 14; Lm 4, 6; 2Pd 2, 6-10; Jd 7). Por uma rara exceção, o profeta Ezequiel enxerga no pecado de Sodoma não tanto as desordens sexuais, mas as injus-tiças e a crueldade (Ez 16, 49-50). São Paulo coloca os efeminados e os sodomitas entre aqueles que não terão parte no Reino de Deus (1Cor 6, 9-10. A nova tradução da Bíblia de Jerusalém, de 2002, trocou os termos “efe-minados e sodomitas” por “impudicos e idólatras”). E na carta aos Romanos ele é ainda mais enfático: “Por isso Deus os entregou a paixões aviltantes: suas mulhe-res mudaram as relações naturais por relações contra a natureza; igualmente os homens, deixando a relação natural com a mulher, arderam em desejos uns para com os outros, praticando torpezas homens com ho-mens e recebendo em si mesmos a paga de sua aberra-ção” (Rm 1, 26-27).

Por certo, o quadro que São Paulo pinta da humani-dade sem Deus e sem Cristo em Rm 1, 18-32 é dos mais tenebrosos. Todavia, a sua visão do mundo é otimista, porquanto, sobre esta humanidade infame e envilecida, Deus derrama a Sua graça, de modo que, “onde avultou o pecado, a graça superabundou” (Rm 5, 20).

A catolicidade da Igreja, de que já falamos em número anterior, decorre precisamente de sua apostolicidade. Falamos de Igreja Apos-tólica porque foi aos apóstolos que Jesus

confiou a missão: “Ide, Fazei discípulos meus todos os po-vos...” é, portanto, missão apostólica reunir todos os povos no amor de Cristo. É esse encontro de todos no amor de Cristo o que constitui a Igreja, como está dito na primeira oração eucarística: “Todos os que guardam a fé que rece-beram dos apóstolos.” A Igreja, portanto, sendo guardiã da fé recebida dos apóstolos, é, por sua vez, apostólica, isto é, cabe-lhe a missão de conservar o que lhe foi transmitido e fielmente, transmiti-lo a todos, de geração em geração. A “tradição” (do latim “Tradere” = Entregar) significa na Igreja ter a mesma postura dos apóstolos: “O que eu recebi do Senhor o mesmo vos transmiti.” (I Cor. 11,23).

Escolher apóstolos e enviá-los nasceu da própria von-tade do Senhor. Tal o testemunho que nos dá o evangelis-ta Marcos, no capítulo 13 (“Jesus chamou e enviou aque-les que Ele quis...”). Eles, portanto, (os apóstolos), são na verdade o alicerce da Igreja. São eles que, por primeiro, dão o testemunho da sua fé, manifestado pela boca de Pe-dro quando, tendo Jesus perguntado a todos: “Para vocês quem sou eu?...” É ele (Pedro) quem responde: “Tu és o Messias, o filho do Deus vivo”. Foi aí, então, que Jesus usou

a imagem da “pedra” sobre a qual seria edificada a Igre-ja. Trata-se, assim, da “fé apostólica”, já “pronta” naquele momento para ser declarada publicamente. Daí deriva o sentido pleno do “ministério petrino” do Papa, do ministé-rio dos bispos que são sucessores dos apóstolos e de toda a Igreja, que só é verdadeiramente “Igreja” se for realmente apostólica. Aí encontramos também a razão profunda pela qual a Igreja insere Paulo no colégio apostólico. Paulo, que mesmo tendo seguido por caminhos diferentes, até dizer o seu sim, já fora chamado desde sempre por Jesus que o conduz a conversão. Pedro e Paulo: dois nomes que ao longo dos séculos personificaram a Igreja inteira em sua ininterrupta tradição. Aos dois primeiros mestres da fé os cristãos chegaram até mesmo a “confessar” os pecados no antigo rito da missa (Pio V), na oração do “Confiteor”. Foi uma maneira encontrada para reconhecer neles a Igreja histórica. Para os orientais também, Pedro e Paulo sem-pre significaram todo o colégio apostólico, como pedras fundamentais da fé. Até hoje a Papa invoca a autoridade dos apóstolos Pedro e Paulo quando, em seus atos oficiais quer referir a Tradição à sua fonte: a palavra de Deus. É na escuta desta palavra, no Espírito, que a Igreja conserva-se fiel a sua natureza apostólica.

Desde muito cedo a Igreja começou a designar o segun-do livro de Lucas com o nome de “Atos dos Apóstolos”. Na verdade os apóstolos, após a ascensão do Senhor, não ficaram parados. Eles agiram. Passaram a agir concreta-mente. O que fizeram, após receber o Espírito Santo, fo-ram atos novos, dos homens novos, renovados a partir do seu seguimento do Jesus. Todos começaram a perceber a novidade de seus atos. Pairava no ar uma pergunta: O que é que há com eles? Chegou-se a pensar que estives-sem embriagados... E eles, corajosamente, continuavam a oferecer a todos a possibilidade real de conhecer Jesus. A Igreja vai, então, tomando forma, vai assumindo o seu lu-gar na história. Da pregação dos apóstolos sempre resul-tava a formação de mais e mais comunidades. E esta “Igre-ja Apostólica” não irá sofrer solução de continuidade; à

“A Igreja está no mundo para isso: para ser apostólica. Para ser a

“memória viva” da presença de Jesus na vida e na história da humanidade.”

medida que o tempo vai passando vai se repetindo o mais importante “ato” dos apóstolos, que é designar, dentre os membros da comunidade aqueles que fossem julgados dignos de assumir o lugar dos apóstolos. Tem início então, a chamada “sucessão apostólica”, que a Igreja tem conser-vado, ao longo dos séculos como elemento essencial que lhe garante legitimidade. Eis porque, no diálogo ecumê-nico, a sucessão apostólica é algo essencial que não pode ser negligenciado. Onde quer que esta tradição tenha sido interrompida já não se pode mais falar de episcopado. O bispo há de ser sempre um sucessor dos apóstolos. E “as-sim a igreja é conduzida pelos mesmos pastores que pu-sestes a sua frente como representantes de vosso Filho” (Prefácio dos apóstolos).

Tudo isso é, portanto, algo que toca a essência mesma da Igreja. Não são apenas referencias necessárias para justificar a organização externa da Igreja. É algo que bro-ta de sua alma, que constitui a sua própria essência e, por isso, faz de sua missão a missão do próprio Jesus. Foi isso que os apóstolos entenderam ao receber o Espírito Santo no dia de pentecostes. Foi por isso que, naquele dia, saí-ram do isolamento em que estavam, abriram as portas e foram para o meio do povo. Através deles o povo começa a entender o que João Batista já dissera anos atrás: “no meio de vós está Aquele que vós não conheceis”. Através dos apóstolos Jesus começa a ser conhecido e de uma for-ma tão consistente que esse conhecimento de Jesus atra-vessou séculos e chegou até nós.

A Igreja está no mundo para isso: para ser apostólica. Para ser a “memória viva” da presença de Jesus na vida e na história da humanidade. Se assim não for a Igreja não passará de uma religião a mais, em meio a tantas outras que não cessam de surgir pelo mundo afora, sobretudo em nossos dias. Não podemos, como católicos, nos conformar com isso. Não queremos nos acomodar aos outros ou, tal-vez, competir com eles caindo na tentação do proselitis-mo. Não! Entre as posturas de concorrência para atrair adeptos e a missão verdadeiramente apostólica, existe uma distância abissal. O que, na verdade, a Igreja guarda dos apóstolos é a consciência do que um encontro verda-deiro com Jesus só é possível lá onde as pessoas estão reu-nidas em Seu nome. Por melhores que sejam as intenções das pessoas, por maior que seja a retidão no agir, não há como prescindir da referência indispensável àqueles que receberam diretamente do Senhor a missão de evangelizar a mundo. Neles, que por primeiro foram chamados, nos sentimos, nós também, chamados a seguir Jesus como dis-cípulos missionários. A única garantia que a Igreja tem de que Jesus age por meio dela é permanecer sempre e cada vez mais fiel à jamais interrompida tradição apostólica.

Expressão altíssima desta “apostolicidade” têm sido, ao longo dos séculos os Concílios Ecumênicos, que reúnem os bispos do mundo inteiro, na força do Espírito Santo e colocam face a face os vários rostos que as diversas cultu-ras do mundo oferecem à Igreja, dando prosseguimento à missão dos apóstolos, aí presentes em todos e em cada um dos bispos conciliares. A unidade, santidade, catolicidade e apostolicidade da Igreja hão de ser sempre a razão principal da realização de um Concílio.

Este perfil da Igreja foi com-preendido e explicitado, com uma clareza até então nunca vista, pelo Concílio Vaticano II, do qual celebramos este ano os 50 anos de sua abertura.

Una, Sancta, Catholica et Apostolica

Bíblia e homossexualidade

Frei Geraldo De Araújo Lima, Ocarmmembro da Comissão para a Doutrina da Fé

Monsenhor Lino Rodrigues Duartevigário geral da Arquidiocese de Olinda e Recife

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Um sonho de mais de 10 anos realizado. Na noite do dia 19, a capela de Jesus Cristo Bom Pastor, localizada no bairro de Gua-biraba, foi elevada à condição de paróquia.

Para participar da primeira Celebração Eucarística e a nomeação do primeiro administrador paroquial, os fieis, principais responsáveis pela conquista, lotaram o tem-plo. Esta é a sexta paróquia criada desde a chegada de dom Fernando Saburido, em 2009. Atualmente são 106 em todo o território da arquidiocese.

A missa começou com a leitura do decreto de criação da Paróquia de Jesus Cristo Bom Pastor, diante dos olhos marejados da assembleia. A nova paróquia será coman-dada pelo missionário da Sagrada Família, padre Paulo Roberto. Ele será responsável por um rebanho de apro-ximadamente 17 mil pessoas divididas em quatro comu-nidades, Nossa Senhora Aparecida, São Francisco, São Miguel e Nossa Senhora das Dores.

Na homilia dom Fernando destacou a importante mis-são do sacerdote e o desafio de ser um bom pastor. “Nos tempos atuais o padre não pode ficar esperando que os fiéis venham até ele, é preciso que ele vá até as ovelhas e que as conheça pelo nome”, afirmou. O religioso disse confiar plenamente no padre Paulo Roberto. “O padre Paulo, com a ajuda de vocês, certamente fará um belo trabalho pastoral”, completou.

O primeiro administrador paroquial da Guabiraba, disse estar confiante para enfrentar a nossa missão, e conta com o apoio dos leigos para fortalecer ainda mais a pastoral na comunidade.

O ano começou com boas notícias no que diz respeito à evangelização através dos meios de comunicação social. No final de janeiro, dois programas de rádio es-

trearam na Arquidiocese de Olinda e Recife. O ad-ministrador paroquial de Santo Amaro, Frei Damião Silva, está à frente do programa Encontro com Deus. De segunda a sexta, às 9h, simultaneamente na Rádio Clube FM 99.1 e na Rádio Olinda AM 1030, o religioso leva para os ouvintes, formação, músicas, oração e aconselhamento. A catequese é o foco do programa Formação Cristã, comandado pelo professor Ader-son Viana. Em parceria com a Universidade Católica

A noite do dia 30 de janeiro, foi de agrade-cimentos. O fechamento de um ciclo para 16 estudantes que concluíram o curso de Teologia na Universidade Católica de Per-

nambuco (Unicap). Mas não era apenas uma turma de teólogos. É o fruto de uma parceria da Unicap com a Ar-quidiocese de Olinda e Recife e as Dioceses de Nazaré, Palmares e Afogados da Ingazeira para que os seminaris-tas desta região tivessem uma formação universitária de qualidade em Filosofia e Teologia. Uma aposta da Igreja nos futuros sacerdotes.

A Missa em Ação de Graças foi realizada na capela do Seminário de Olinda e reuniu familiares, sacerdotes, se-minaristas, professores e amigos dos formandos. A con-celebração foi presidida pelo bispo da Diocese de Pal-mares e presidente da CNBB Regional Nordeste 2, dom Genival Saraiva de França. O religioso destacou a alegria em poder celebrar o ato litúrgico e relembrou aos con-cluintes o compromisso com a missão que abraçaram. “É preciso que tenham consciência de que agora, mais do que nunca, vocês devem arregaçar as mangas e pôr em prática o que foi aprendido no serviço a Deus na vida da Igreja e na pessoa do irmão”, afirmou o religioso.

A turma de teólogos é formada por seminaristas, diá-conos, religiosas e leigos. O reitor da Universidade Cató-lica de Pernambuco, padre Pedro Rubens, avaliou como positiva a parceria e a integração dos seminaristas e re-ligiosos ao mundo universitário. O seminarista Nilton Francisco também acredita que este tipo de formação enriquece ainda mais os futuros sacerdotes. “Nós nos preparamos para enfrentar o mundo e a universidade possibilita uma situação melhor neste sentido”, disse.

de Pernambuco (Unicap), todos os dias, às 18h, tam-bém na Rádio Olinda, teólogos levam para o público, questões da Fé Católica de maneira leve e didática.

Em entrevista ao Diario de Pernambuco, frei Damião destacou o momento de oração como o ponto alto do programa, que também atende aos pedidos dos ouvin-tes. “O programa não é como uma missa, mas temos leitura do evangelho, pregação, canções e interação com os ouvintes, que podem pedir por pessoas que estão necessitando de oração”, explicou o religioso ao jornal. As pessoas podem participar enviando e-mails para o endereço [email protected] ou ligando para o 3221-0993 ou 3231-0421.

A Bíblia, a liturgia e a metodologia pastoral são os temas que norteiam o programa Formação Cristã. Nos fins de tarde os ouvintes têm a oportunidade de aprender um pouco mais sobre a Igreja. De acordo com o apresentador, o professor Aderson Viana, o programa veio para preencher uma lacuna antiga na

O nome escolhido para a turma foi Padre José Comblin. Uma homenagem ao sacerdote que foi exemplo de mis-sionário no Brasil nos anos da Ditadura. “Padre Comblin foi um exemplo de teólogo. Ele destacava a necessidade de viver da fé e da caridade para fazer teologia. Além de ter sido contemporâneo de dom Helder Camara”, desta-cou o seminarista Rodrigo Soares.

“A teologia começa a partir da calçada da Igreja. É no mundo que a gente começa a exerce-la. Este é o grande desafio da teologia”, ressaltou o professor Sérgio Se-zino Douets, escolhido como o docente homenageado.

O reitor do Seminário Nossa Senhora da Graça, padre João Bosco Costa Lima, também reiterou a necessidade de que a teoria ganhe a prática através dos atos dos novos teólogos. “O nosso desejo é que os conhecimentos não sejam apenas livrescos, mas que através deles vocês co-nheçam Deus na face das pessoas”, ressaltou o sacerdote.

Formatura - A Colação de Grau dos bacharéis em Te-ologia foi realizada no dia 31 de janeiro no Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH), bloco B, na Uni-versidade Católica de Pernambuco.

Seminaristas da Arquidiocese de Olinda e Recife que concluíram o curso de Teologia:

Ailson José dos SantosJosé Romualdo de OliveiraNilton Francisco dos SantosRodrigo Soares de AlmeidaSaulo de Tarso Silva dos Santos

Novos programas de rádio fortalecem a evangelização na arquidiocese

Seminaristas concluem curso de Teologia na Unicap Criada a 106a paróquia, Jesus Cristo Bom PastorPor Kleber Nunes

Por Kleber Nunes

Por Renata Gabrielle

arquidiocese. “A catequese é algo muito mais com-plexo, mas queremos contribuir com os católicos, entusiasmando principalmente aqueles que fazem algum trabalho pastoral para que eles, de fato, se-jam parte de uma Igreja em estado permanente de missão”, declarou. Para participar do programa For-mação Cristã o ouvinte pode mandar um recado pelo blog programaformacaocrista.blogspot.com ou se preferir ao vivo pelo telefone 3444.7877.

Presidente da Comissão Arquidiocesana para a Co-municação, padre Luciano Brito, comemorou a estréia dos dois programas. Segundo o religioso, são ações evangelizadoras que estão em sintonia com o que a Igreja pede na atualidade. “Vivemos na era da comu-nicação, onde o uso desses meios midiáticos é funda-mental para garantir e fortalecer as relações entre as pessoas. E atendendo ao pedido do Santo Padre esta-mos levando o Evangelho, usufruindo dessa realidade, aproximando os fieis do coração de Deus”, declarou.

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