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PAULO PEDRO GOMES PEREIRA
A LOGISTICA DESEMPENHANDO O SEU PAPEL NO
MERCADO GLOBALIZADO
RIO DE JANEIRO
2003
10
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS
CURSO PÓS-GRADUAÇÃO DE LOGÍSTICA EMPRESARIAL
A LOGISTICA DESEMPENHANDO O SEU PAPEL NO
MERCADO GLOBALIZADO
RIO DE JANEIRO
2003
Monografia apresentada ao Curso de PósGraduação em Logística Empresarial daUniversidade Cândido Mendes, comorequisito parcial à obtenção do Título deEspecialista em Logística. Orientador: Prof. Celso Sanches
11
À Deus que sempre está ao meu lado, protegendo-me e orientando-me nas decisões as quais tenho certeza, são as mais corretas;
Aos meus Pais, Manoel Pereira Morgado (em memória) e Laura Fátima Morgado, que me indicaram o caminho da dignidade e perseverança;
Aos meus irmãos, Mario Gomes Morgado e Jose Manoel Gomes Morgado, que estiveram sempre ao meu lado;
Ao meu amigo Vitor Fernando Cardoso, por todo o apoio e companheirismo.
Esta conquista é nossa!
12
AGRADECIMENTOS
Aos meus familiares e amigos que sempre me incentivam a
continuar crescendo na vida, seja ela pessoal ou profissional;
Aos mestres e companheiros da Universidade Candido Mendes,
que não mediram esforços para compartilhar seus conhecimentos.
13
“...mas os que esperam do Senhor,
renovarão as suas forças, subirão com
asas como águias, correrão e não se
cansarão, caminharão e não se
fatigarão...’’
(Bíblia Sagrada, Livro de Isaias cap. 40)
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RESUMO
Muito se tem discutido recentemente, no atual ambiente econômico,
caracterizado pelos fenômenos da globalização e da interação tecnológica, a logística
vem se transformando num dos principais instrumentos para o aumento da
competitividade empresarial. A cada dia surge novas tecnologias e abordagens
gerenciais que impulsionam e tornam mais importante a logística empresarial. Tal
dinâmica impõe às empresas a necessidade de reversão contínua de suas práticas
gerenciais e operacionais, com o objetivo de expandir as fronteiras da produtividade
e atingir a excelência no atendimento aos clientes. Acompanhar estas mudanças e
liderar o processo de transformação necessária para aperfeiçoamento da capacitação
logística é um dos maiores desafios dos executivos de topo das organizações
vencedoras. Contudo alcançar a excelência logística é um desafio que poucas
organizações estão capacitadas a enfrentar, e a principal barreira, não é tecnologia ou
de capital, mas de gente e conhecimento, isso resulta de um conjunto coordenado de
decisões de natureza complexa, onde é necessária uma visão estratégica e, ao mesmo
tempo, o domínio de novas ferramentas.
15
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
09
1 O VERDADEIRO PAPEL DA LOGISTICA EMPRESARIAL
14
1.1 EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS
11
1.2 LOGISTICA EMPRESARIAL E SEUPAPEL NA EMPRESA
12
1.3 A CADEIA LOGÍSTICA INTEGRADA 16DISTRIBUIÇÃO FÍSICA 2 DISTRIBUIÇÃO FISÍCA
19
2.1 SOLUÇÕES GLOBAIS EM DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
20
2.2 TRANSPORTE
21
2.2.1 Modalidades de Transporte
22
2.2.2 Multimodalidade 2.3 CASE: EXEMPLO DE PROJETO DESENVOLVIDO PELA SOUZA CRUZ
26
3 PLANEJAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E PARCERIAS COM FORNECEDORES
28
3.1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
28
3.1.1 Um exemplo de sistema de administração de materiais: o just-in-time
29
16
3.2 LOGISTICA NA EMPRESA
33
3.2.1 A estrutura logístico-organizacional
34
3.2.1.1 Definições de metas e padrões de desempenho
36
3.2.1.2 Medida de desempenho
36
3.2.1.3 Tomada de ações corretivas
37
3.3 PARCERIA COM FORNECEDORES E DISTRIBUIDORES
39
3.4 CASE: EXEMPLO DE PROJETO DESENVOLVIDO PELA KAISER
41
4 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA EMPRESA
43
4.1 O PAPEL DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA LOGÍSTICA
43
4.2 INTEGRAÇÃO DE INFORMAÇÃO NA CADEIA LOGÍSTICA
45
4.3 AS POSSIBILIDADES DE UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO (TI) EM BENEFÍCIO DO FLUXO INFORMATIVO
46
4.4 ESTRUTURA INFORMACIONAL PARA O PLANEJAMENTO E A OPERAÇÃO DA EMPRESA
47
5 RELAÇÃO CUSTO E CADEIA DE VALOR COM A QUALIDADE DOS SERVIÇOS NA BUSCA DA SATISFAÇÃO DO CLIENTE
49
5.1 CUSTOS E CADEIA DE VALOR LOGÍSTICOS
49
17
5.1.1 Case: exemplo de projeto desenvolvido pelo Boticário
53
5.2 A QUALIDADE DO SERVIÇO LOGÍSTICO E A SATISFAÇÃO DOS CLIENTES
54
5.2.1 Nível de Serviço
55
5.2.2 Logística de serviços
58
5.3 CASE: EXEMPLO DE PROJETO DESENVOLVIDO PELA PETROBRÁS
60
6 CONCLUSÃO
63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 64
18
INTRODUÇÃO
A logística foi redescoberta entre os anos 80 e início dos anos 90,
impulsionada por uma série de setores, dentre os quais destaca-se a
desregulamentação dos mercados de frete, redução de custos e disseminação das
tecnologias de informação, preservação dos aspectos de qualidade ao longo da
distribuição física e formação de parcerias e alianças estratégicas, fortalecendo as
cadeias de suprimentos.
A logística tem ocupado um espaço cada vez mais crescente entre o
“marketing” e a produção nas empresas modernas, desempenhando funções que
anteriormente eram de sua exclusiva responsabilidade.
A moderna atividade logística pode e deve, por exemplo, interferir no
planejamento e controle da produção, disponibilizando produtos no momento certo
para serem expedidos ao mercado, “enxugando” os armazéns de produtos acabados
e de matéria-prima. Diversos aspectos logísticos devem ser levados em consideração
durante a comercialização de produto acabados e de matéria, a disponibilidade de
transporte numa determinada região, em muito casos é o fator redutor do custo de
materiais.
Contudo, a logística, deve ser vista com uma atividade que relaciona a
empresa com seus clientes e fornecedores. Existe um fluxo de informações sobre
seus clientes, que se traduz em previsões de demanda e em ordens de venda
penetrando na empresa, que se refina em ordens de produção e de compra de
materiais pelo processamento.
Em sentido contrário ocorre o fluxo material, onde materiais originados dos
fornecedores penetram no interior da empresa, transformando-se em produtos
acabados que atenderão a demanda requerida, gerando os resultados financeiros
esperados, com relação à distribuição física a logística atua no sentido de
proporcionar o nível de serviço ao cliente, projetado pela organização.
Em relação a fabricação, atua coordenando o planejamento e controle de
produção, sendo responsável pelo estoque de materiais que se fizerem necessários,
com relação a compra de materiais seu objetivo principal é suportar a produção ou
19
revenda, colocando produtos ou matérias-primas no tempo correto e a menor custo
total.
As empresas devem expandir seu comportamento integrador, trazendo para
dentro de suas fronteiras clientes e fornecedores. A crescente globalização da
atividade econômica, combinada com um elevado ritmo de inovações tecnológicas,
tem contribuído para o aumento da competição. Essa competitividade gerou os
sistemas de produção flexíveis, cobrindo extenso leque de opções de produto, o que
podemos notar nos dias de hoje é a produção em massa. Cedendo cada vez mais
lugar a produção personalizada, ou seja, manufatura de acordo com as necessidades e
desejos dos clientes de forma individual. Ao invés de se ter como meta a venda de
um mesmo produto para uma gama ampla de produtos das mais variadas
especificações, para atingir este objetivo a logística tem se tornado uma função
essencial na empresa, ou melhor dizendo, um dos principais instrumentos para o
aumento da competitividade empresarial, tal dinâmica impõe às empresas a
necessidade de reversão contínua de duas práticas gerenciais e operacionais, com o
objetivo de expandir as fronteiras da produtividade e atingir a excelência no
atendimento aos clientes.
Acompanhar estas mudanças e liderar o processo de transformação necessária
para aperfeiçoamento da capacitação logística é um dos maiores desafios dos
executivos de topo das organizações vencedoras.
Com as argumentações explicitadas acima, este trabalho tem o intuito de
mostrar de uma forma direta e transparente o verdadeiro papel da logística no
mercado global.
Buscando assim, o novo reconhecimento como a nova fronteira do
conhecimento gerencial, a logística se destaca pela capacidade de alcançar
simultaneamente, dois objetivos aparentemente conflitantes: melhoria dos serviços e
redução de custos. Ela consegue isso através da sua agilidade, confiabilidade,
facilidade de comunicação e flexibilidade, são características proporcionadas pela
logística é um desafio, que poucas organizações estão capacitados a enfrentar. E a
principal barreira, não é tecnológica ou de capital, mas de gente e conhecimento.
20
1 O VERDADEIRO PAPEL DA LOGÍSTICA
EMPRESARIAL
1.1 EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS
A concepção logística de agrupar conjuntamente as atividades relacionadas
ao fluxo de produtos e serviços para administrá-las de forma coletiva é uma evolução
natural do pensamento administrativo. Entretanto, a administração de empresas nem
sempre se preocupou em focalizar o controle e a coordenação coletivas de todas as
atividades logísticas.
A Logística trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem,
que facilitam o fluxo de produtos desde a ponta de aquisição da matéria-prima até o
ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os
produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço
adequados aos clientes a um custo razoável. Portanto, o Gerenciamento Logístico
exige que todas as atividades que ligam o mercado fornecedor ao mercado
consumidor sejam vistas como um sistema interligado, pois o impacto de uma
decisão tomada em qualquer parte do sistema afetará o sistema financeiro. Dessa
forma seu objetivo é unir o mercado, a rede de distribuição, o processo de fabricação
e a atividade de aquisição, de tal forma que seus clientes sejam servidos por níveis de
serviços cada vez mais elevados.
O campo de atuação da logística tem sido bastante ampliado, devido à
mudanças no mercado que têm intensificado a pressão competitiva, dentre as quais
podemos citar:
As empresas estão explorando fontes mais baratas de trabalho e material, para
assim conseguir penetrar na demanda de novos mercados. Todavia aproveitar
estas oportunidades levam à maior complexidade da cadeia logística (mais
participantes na cadeia, maior fluxo de informações e materiais, etc.);
Com o nível de informação dos consumidores aumentando, e ao mesmo tempo
estes sendo contemplados com um maior número de alternativas de oferta de um
determinado produto, cresce a demanda por produtos que tenham qualidade
superior e ao mesmo tempo preço baixo (competitivo);
21
A necessidade de estar de acordo com as mudanças de preferência do
consumidor, conduz a inovar rapidamente para manter-se a frente dos
consumidores;
Tempos reduzidos de “lead-time” para reabastecimento levam as empresas a
terem menores estoques no sistema e aumentar a flexibilidade reduzindo custos.
A vantagem competitiva de uma organização é um conceito relacionado com
a sua posição em relação às suas concorrentes, representa a diferenciação dos seus
serviços, possibilitando um melhor posicionamento no mercado.
1.2 LOGÍSTICA EMPRESARIAL E SEU PAPEL NA EMPRESA
Para tirar o melhor proveito destas vantagens, é necessário planejar e
implementar estratégias adequadas organização e ao ambiente no qual está
envolvida, visando estabelecer uma posição lucrativa e sustentável em relação às
forças provenientes da concorrência.
A grande dificuldade está em definir as estratégias competitivas e o modo de
implantá-las. As técnicas tradicionais para formulação de estratégias logísticas
consideravam a logística como um sistema de suporte para a estratégia global da
organização, tornando-se desta forma uma ferramenta para a estratégia global,
ficando subordinada a esta. O controle do fluxo de materiais, hoje, constitui o fator
chave para o sucesso em vários casos, justificando desta forma esta técnica
descendente.
A logística também abre novas linhas estratégicas, assim como outros
departamentos (marketing, informática, etc.). Para formular estas novas linhas é
necessário reverter o quadro atual, pensando na logística de forma ascendente,
fazendo-a presente durante o processo de planejamento estratégico, criando desta
maneira novas alternativas de ação que advém da filosofia logística, e que devem
estar presente durante o processo de formulação estratégica, para que possam criar
meios para operacionalizá-los eficientemente. É esta logística, focada não só nas
operações mas também na estratégia que chamamos de Logística Empresarial.
Para utilizar desta visão da logística devemos considerar dois pontos clássicos
da estratégia: o desempenho e a missão. Para definir o alcance da direção tomada,
como produzir, para quem direcionar e as necessidades a serem satisfeitas.
22
Deve-se extrair a vantagem competitiva a partir da compreensão das regras de
concorrência, que nos levam a determinar a atratividade e a rentabilidade a longo
prazo. A globalização do mercado nos permitiu verificar um considerável
crescimento na exigência da prestação de serviços por parte do cliente, o que
conseqüentemente aumenta a necessidade de controle de toda uma cadeia logística
(suprimentos, produção e distribuição física) planejada para uma organização,
devendo ser considerada com ênfase na determinação de sua estratégia.
• Liderança nos Custos
A liderança nos custos é a estratégia na qual a organização objetiva reduzir ao
máximo possível seus custos logísticos, desde a obtenção da matéria-prima, seu
transporte, a produção, o transporte do produto acabado e finalmente a entrega do
produto ao cliente. Exemplo: A centralização de distribuidores de uma companhia de
bebidas. Uma determinada área que era coberta por dez distribuidores passou a ter
somente um distribuidor, maior, mais forte, devido a parceria com a companhia
através de financiamento à juros baixos ampliou sem armazém, recebeu apoio
logístico da companhia, através de programação de distribuição, roteirização de
frotas, etc...Com isso a companhia conseguiu reduzir seus estoques e ao mesmo
tempo os custos financeiros de capital imobilizado.
A liderança de custos busca reduzir os custos globais através da logística.
Exemplo: Uma indústria automobilística, através de uma técnica logística, pode obter
um melhor controle do fluxo externo reduzindo o número de fornecedores e
reduzindo seus custos da cadeia de suprimentos
• Diferenciação
A diferenciação objetiva melhorar a qualidade do serviço logístico oferecido,
obtendo vantagem sobre os concorrentes desta maneire. Exemplo: A Mory-Protect,
um fornecedor logístico francês, tem se especializado na logística de produtos
perigosos (químicos) e se tornou um especialista reconhecido.
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• Inovação
Obter através da logística um suporte para que se produza uma inovação. Exemplo:
Uma organização de entregas via correio promete aos seus clientes um serviço de
entrega em no máximo 48 horas, que é usado como seu marketing. Essa inovação
comercial depende muito de uma forte integração do fluxo físico e de informações e
da automatização do centro, de distribuição fornecido à organização pelo serviço
postal.
Utilizar a logística como um recurso ou meio para alcançar esta inovação.
Exemplo: A IBM em Montpelier (França) começou a usar uma rede EDI de trabalho
com os seus fornecedores. Uma estação de trabalho poderia requisitar diretamente do
fornecedor, que tinha 48 horas para efetuar a entrega. Com isso a IBM conseguiu
reduzir seu ciclo de produção em 70% (melhor reação), reduzir custos e obter
grandes vantagens desta inovação tecnológica. Ao mesmo tempo a IBM pode
produzir produtos sob encomendas para os seus clientes.
• Parceria
Utilizar a logística como alavancador de parceria. Exemplo: A IBM fez uma
aliança com uma companhia transportadora francesa. Na parceria estabelecida
criaram uma nova firma, da qual a IBM possui 49% das ações. Esta nova firma ficou
responsável pela distribuição física dos microcomputadores IBM e se tomou uma
especialista em entregas just-in-time com armazéns completamente automatizados.
• Expansão
Utilizar a logística como um suporte para obter sucesso nos planos de expansão da
missão da organização. Exemplo: Grandes organizações multinacionais têm que
possuir um grande e forte sistema logístico para poderem controlar com habilidade
suas instalações complementares em outros países.
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Utilizar a logística para conseguir novos clientes. Exemplo: Continent, uma
grande cadeia de supermercados francesa, abastece seus armazéns na Grécia com a
mesma ferramenta logística utilizada por seus armazéns no sul da França.
• Diversificação
Emprega o uso da sinergia logística. Exemplo: As indústrias de automóveis
estão se tornando verdadeiras projetistas de veículos (criando mais combinações
atrativas para os seus clientes) e montadoras (convergindo tudo necessário para
produzir o veículo solicitado pelo cliente com base just-in-time) utilizando a sua
grande capacidade (comercial e logística) de mobilizar recursos (industriais e
tecnológicos) de seus fornecedores.
Diversificar seus objetivos através da logística. Exemplo: Telemarket, uma
subsidiária de uma cadeia de lojas francesa oferece à seus clientes o serviço de
compras por telefone ou minitel (sistema de vídeo) com entrega pontual. Esses
clientes são obviamente diferentes daqueles que vão aos centros comerciais da
cidade.
A Logística Empresarial possibilita vantagem competitiva, uma vez que os
exemplos citados acima evidenciam que uma organização não pode centrar sua
estratégia somente na logística operacional e que também não podem estreitamente
objetivar somente um resultado (diferenciação por exemplo).
O conceito de logística que apresentamos é o resultado do esforço dos
diversos setores de uma organização, no tocante ao fluxo de materiais/ou serviços,
estando aí o motivo pelo qual organizações que utilizam administração estratégica
estão mais habilitadas a elevar o nível do serviço logístico prestado. Pode ser um
fator relevante na busca de uma boa posição no mercado em relação aos seus
concorrentes para as organizações, principalmente através da oferta de um serviço
adequado aos seus clientes, do aumento de produtividade, do canal logístico e da
melhoria da rentabilidade dos capitais envolvidos.
É grande a importância da participação de um sistema logístico na obtenção
de melhores posições de empresas em relação aos seus concorrentes no mercado,
visto que atualmente os custos logísticos estão intimamente relacionados, não só com
o seu sucesso no mercado, mas com a manutenção de sua posição e melhoria
25
contínua de seu gerenciamento de cadeia de suprimentos, tanto no transporte, na
confiabilidade, na integridade, na pontualidade e na qualidade de seu produto. Pois
para que se tenha um baixo custo global não necessitamos somente de mão-de-obra
barata e material barato, necessitamos sim de infra-estrutura para a eficiência no
controle e manutenção de uma cadeia logística bem estruturada para que os custos
logísticos, que estão realmente pesando nos custos globais, sejam reduzidos sem que
haja perda no nível de serviço.
1.3 A CADEIA LOGÍSTICA INTEGRADA: DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
A Logística é normalmente associada, ou considerada sinônimo de atividades
como distribuição física, suprimento ou administração de materiais, e a falta de um
entendimento correto de suas funções, muitas vezes resulta numa sub-utilização da
sua capacidade em otimizar processos.
Os elos da cadeia devem trabalhar de forma integrada, com a logística
gerenciando as relações com os fornecedores através das atividades de Suprimentos,
e na outra ponta da cadeia, gerenciando as relações com os clientes, através da
Distribuição Física.
Ao longo da cadeia logística vários tipos de valor ou utilidades são agregados
ao produto, principalmente a saber:
• Forma - especificação demandada, em termos de qualidade e quantidade;
• Espaço - local desejado de disponibilização;
• Tempo - momento desejado de disponibilização;
• Posse - informação e efetiva troca de titularidade do produto disponibilizado.
Fica patente nesta análise algumas características de agregação de valor
básicas na cadeia que merecem ser realçadas:
• A Utilidade Espaço só pode ser agregada pelo Transporte;
• A Utilidade Forma só pode ser agregada pelo Produção ou Fornecedor;
• A Utilidade Tempo pode ser agregada por qualquer elemento da cadeia;
• A Utilidade Posse só pode ser agregada pela coordenação de ações de vários
elementos, mas é mais facilmente identificada ao processo de Distribuição Física.
Historicamente, os conceitos de logística aqui discutidos surgiram no pós- II
Guerra Mundial e mais especificamente nos Estados Unidos. A mobilização para a
26
guerra naquele país foi caracterizada pela produção em massa de produtos únicos
para uma população que agia em uníssono, voltada para o esforço bélico. Assim,
oferta e demanda foram de alguma forma atreladas, visando otimização do todo,
minimizando custo e maximizando resultado que no caso seria a obtenção da vitória.
Ao final, obteve-se um parque industrial montado e ajustado para as necessidades de
uma população altamente mobilizada e demandando produtos padronizados.
Neste cenário desenvolve-se a logística, passando por algumas fases
evolutivas marcantes:
1ª fase - As funções da cadeia de atendimento eram vistas como estanques, com
fábrica, armazém, varejista etc., atuando isoladamente, sub-sistemas otimizados
separadamente, com os estoques servindo como pulmão e garantia de atendimento.
A demanda era padronizada, havendo pouca ou nenhuma oferta de opções de
produtos, o que tomava planejamento e produção meras repetições sistemáticas do
passado. Havia ênfase no controle de custo individual de cada função, preocupação
com despachos econômicos e no controle de estoque baseado no modelo de pedido
econômico, numa visão de redução de custos de transporte.
2ª fase - O aumento apreciável do preço dos combustíveis e da mão de obra durante a
década de 70 impacta o custo do transporte, que em conjunto com o
congestionamento crescente dos centros urbanos, incorre no aumento do custo de
distribuição. Concomitantemente, mudanças culturais provocam alteração no perfil
da demanda, devido ao seu desdobramento por grupos heterogêneos de
consumidores. Isto provoca uma variação no perfil de produtos demandados, levando
à introdução de processos produtivos mais flexíveis, para permitir maior variedade
na oferta. Influenciam também o desenvolvimento da informática e o aumento das
opções de transportes. Começa a acontecer uma integração rígida entre os mesmos
sistemas da 18 fase mas com alguma preocupação de otimização parcial nas
interfaces, visando redução do custo operacional. Isto se traduz pela maior integração
entre pedidos de fabricação e despacho e processos de decisão mais integrados.
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Aumenta a importância do profissional de logística e inicia-se o uso da informática
na cadeia produtiva.
3ª fase - As já citadas pressões por resultados aumentam muito a concorrência e a
competição. Uma série de movimentos econômicos e sociais trazem a ênfase para a
satisfação absoluta do cliente com a Qualidade Total, aumento do nível de serviço e
prazos de entrega mais curtos possíveis. Para melhorar resultados, aumenta a pressão
sobre redução dos custos ao mínimo possível, levando a programas de estoque - zero.
Para possibilitar estas metas adota-se o uso intensivo da informação e da informática.
As fronteiras entre as, até então, rígidas funções da cadeia começam a ser menos
visíveis, internas e externas às empresas, com o desenvolvimento de parcerias com
atores especializados em alguns elos como transporte, distribuição etc.
4ª fase - As fronteiras menos visíveis na fase anterior, desaparecem, havendo total
superposição entre as funções da cadeia logística. Surge o conceito de integração
total da logística. Crescem o uso da postergação na finalização de produtos visando
atendimento de demandas específicas. Começam a surgir a combinação de hardware
e software, com produtos sendo fabricados praticamente no ato da compra, como
livros e talões de cheque entre outros. Cresce o uso das compras eletrônicas para
diminuir estoques como os pedidos de carro "on-line", dentro das especificações do
cliente. A diminuição de 'intermediários no ciclo do pedido leva a uma aceleração na
entrega e os transportes passam a ser otimizados praticamente em tempo real,
demandando sistemas informatizados e eficientes para atualização de dados e
reprogramação, como o GPS (Global Positioning System). A garantia de qualidade e
a legislação demandam uma série de certificações do sistema logístico para que este
prove sua adequação neste processo, como a série de normas ISO 9000, 14000 entre
outras. Atendimento da satisfação do cliente passa a ser um processo totalmente
gerenciável e passível de certificação prévia.
2 DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
A distribuição física preocupa-se principalmente com bens acabados ou semi-
acabados. É o ramo da Logística Empresarial que trata de todas as etapas necessárias a esse
processo de disponibilização do produto, desde a movimentação e a estocagem dos
produtos acabados, até o processamento de pedidos e sua entrega. Além disso, a
distribuição física é a atividade mais importante em termos de custos logísticos, já que é
responsável por cerca de 2/3 do total desses custos, e portanto deve ser entendida e
controlada como um dos sub-sistemas fundamentais da gestão logística
A distribuição física guarda estreito relacionamento com a produção, processo pelo
qual bens e serviços são criados. Devemos ampliar o conceito de produção para não apenas
incluir a atividade de manufatura, mas também atividades geradoras de serviço. Alguns
sugerem que as atividades logísticas são parte da produção, ou que elas deveriam ser
incluídas nos conceitos de produção. Ela ocorre pelo menos de duas maneiras: (1) na
programação de ordens de ressuprimento dos armazéns e (2) na definição da carga de
produção das fábricas. Simplesmente, quanto a administração da distribuição física, a
programação da produção e a movimentação de bens devem ser planejadas como um
problema conjunto.
Muitas configurações estratégicas de distribuição podem ser empregadas, como por
exemplo; entrega direta do fornecedor passando por uma central logística apenas para
desembaraço operacional e/ou alfandegário, entrega feita utilizando um sistema de
depósitos onde as mercadorias ficam armazenadas aguardando uma solicitação do cliente
ou aguardando fretes de cargas completas para a mesma localização, a fim de reduzir o
custo total de transporte. Por motivos como estes, que a distribuição física deve
preocupar-se com localização estratégica, porque custos adicionais de estocagem podem ser
compensados por menor custo global de transporte ou vice-versa. Tudo isso, é claro
focando nos clientes e na melhora do nível de serviço.
A administração da distribuição física é tarefa desenvolvida em três níveis: (1)
estratégico; (2) tático e (3) operacional.
Estratégico - como deve ser nosso sistema de distribuição?
Tático - como o sistema de distribuição pode ser utilizado da melhor maneira
possível?
Operacional - vamos fazer as mercadorias sair!
Para alcançar estes três níveis devem ser consideradas a compensação (trade-offs)
nos custos, o conceito do custo-total e o conceito do sistema-total. Foi o reconhecimento
destes princípios fundamentais que levou ao reagrupamento das atividades logísticas tais
como elas são hoje definidas.
O marketing e a distribuição física são duas funções complexas que se
complementam e não podem ser bem desempenhadas isoladamente. Marketing envolve
definições de market mix (preços, promoção, forma de distribuição, características dos
produtos, atendimento e inovações), além de conhecimentos de mercado internacional.
Distribuição física envolve conhecimentos de marketing, transportes e produção. São
necessários elementos altamente capacitados para essas funções.
2.1 SOLUÇÕES GLOBAIS EM DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
Atualmente, pode-se identificar muitas formas - abordagens, metodologias,
sistemas, etc. - para intervenção na função produção das empresas, principalmente após o
entendimento que pela manufatura é possível atingir as aspirações estabelecidas nas
estratégias de negócios.
A transformação dos mercados regionais e protegidos em oportunidades globais de
negócios desencadeou um processo em que as empresas concentraram esforços na busca
por excelência em manufatura. Esse processo foi gerado pela percepção da defasagem entre
o poder competitivo das empresas regionais em relação àquelas que já estavam preparadas
para atuar no mercado global. Assim, as empresas manufatureiras devem fazer alguma
coisa para eliminar essa defasagem diante do processo de globalização inescapável.
As soluções globais, ou sistemas integrados, embasadas no uso intensivo da
tecnologia da informação e possibilitando a disponibilização da informação em base de
dados comum surgem como uma ferramenta para um contexto globalizado.
A opção por esses sistemas, que têm um escopo amplo (inclui módulos para todas
as atividades de uma empresa), como recurso para a gestão da manufatura requer, além do
alto investimento na forma de desembolso financeiro, um esforço de implementação muito
significativo quanto a disponibilização de recursos humanos e de instalações.
Muitas questões podem ser discutidas sobre a adoção, implementação e utilização
desses sistemas. Mas uma análise interessante é verificar a presença de elementos como o
enfoque em processo. É razoável admitir que uma análise a partir de elementos da gerência
por processos pode ajudar a identificar se os sistemas integrados apresentam ou consideram
esse enfoque em sua proposição, ou suportam uma implementação onde a gerência por
processos já está presente. A necessidade de revisão e redefinição de processos e negócios é
um pressuposto da adoção dos sistemas integrados.
As soluções globais se apóiam no conceito de integração da produção. Entretanto,
sua base principal são os aspectos lógicos e objetivos, o que não pode ser considerado
suficiente para permitir a compreensão da realidade-total das empresas, sendo necessário se
considerar os aspectos subjetivos do mundo organizacional.
Assim, uma investigação da prática de implementação dos sistemas integrados que
considere os aspectos relacionados à visão por processos e o pensamento sistêmico pode
identificar características contempladas nos sistemas mas não valorizadas na aplicação, ou
não presentes nos sistemas mas que podem (ou não) serem suportadas por eles.
2.2 TRANSPORTE
Para a maioria das empresas, o transporte é a atividade logística mais importante
simplesmente porque ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. A
área de transportes tem importância fundamental no desenvolvimento econômico de um
país. No Brasil o transporte rodoviário é o mais utilizado atualmente. O péssimo estado de
conservação das rodovias e a possível privatização das mesmas são assuntos de extrema
importância para estudo.
A partir da década de 1950, com o estímulo que houve à industria automobilística,
as rodovias passaram a ser, em escala cada vez maior, o meio mais utilizado para o
transporte de mercadorias, tendo uma participação muito importante na economia do Brasil.
2.2.1 Modalidades de Transporte
Os cinco modos de transporte mais utilizados individualmente ou, combinados em
um único despacho são:
Ferrovia: A ferrovia é basicamente um transporte lento de matérias-primas ou
manufaturados de baixo valor para longas distâncias. Oferecem diversos serviços especiais
aos contratantes. Podem ser movimentação de granéis, como carvão ou cereais, ou produtos
refrigerados e automóveis, que requerem equipamento especial. Existem também serviços
expressos, que garantem a entrega dentro de um prazo limitado; privilégios de parada,
permitindo carga ou descarga parcial entre origem e destino e, flexibilidade para variação
de roteiros ou alteração do destino final quando ainda em trânsito. Segundo dados do
Ministério de Transporte, as ferrovias levam cerca de 20% da carga transportada no Brasil.
Nos Estados Unidos, 37% de tudo o que é transportado são puxados por locomotivas. No
Canadá, a participação é ainda maior, 57% das cargas.
Rodovia: O transporte rodoviário serve rotas de curta distância de produtos acabados ou
semi-acabados. As vantagens inerentes do uso de caminhões são o serviço porta a porta, de
modo que não é preciso carregamento ou descarga entre origem e destino, como
freqüentemente ocorre com os modos aéreo e ferroviário; a freqüência e disponibilidade
dos serviços e sua velocidade e conveniência no transporte porta a porta. Outra vantagem, é
que o transporte rodoviário é capaz de manipular menor variedade de cargas, devido
principalmente às restrições de segurança rodoviária, que limitam tamanho e peso de
carregamentos. Apesar de razoavelmente seguro, o transporte rodoviário é afetado pelas
condições do tempo e dás grandes distâncias do território, no caso particular do Brasil. De
todas as modalidades de transporte no Brasil, o rodoviário é o que mais tem respondido ao
mercado. É o modal menos restrito por regulamentações e burocracia desnecessária, e o que
tem maior contato direto com seus clientes. Seu maior problema é a situação das estradas,
onde a falta de investimento infra-estrutural encarece os custos por quilômetro rodado.
Aéreo: O transporte aéreo tem tido uma demanda crescente pela vantagem da velocidade,
principalmente para longas distâncias. A disponibilidade do serviço aéreo pode ser
considerada boa sob condições normais de operações. A variabilidade do tempo de entrega
é baixa, apesar de o tráfego aéreo ser bastante sensível a falhas mecânicas, condições
meteorológicas e congestionamentos.
Hidrovia: O serviço hidroviário tem sua abrangência limitada por diversas razões. As
hidrovias estão confinadas ao sistema hidroviário interior, exigindo que o usuário ou esteja
localizado em suas margens ou utilize outro modal de transporte, combinadamente. O
transporte é em média mais lento e, a disponibilidade e confiabilidade são fortemente
influenciadas pelas condições meteorológicas.
Marítimo: O transporte marítimo é mais vantajoso para longas distâncias, objetivando
transporte mais rápido e mais econômico entre os pontos do globo. A operação eficiente de
navios mercantes está intimamente associada à existência de portos e terminais adequados,
tanto do ponto de vista físico como sob o aspecto operacional.
O modal de transporte mais adequado varia com as atividades da rede logística,
devendo ser determinado por alguns critérios, tais como: custo, tempo médio de entrega e
perdas e danos:
• Custo: envolve os custos de transporte mais as taxas adicionais.
• Tempo médio de entrega: tem relação direta com o nível de serviço oferecido, é o tempo
de transporte da carga da origem até o destino.
• Perdas e danos: reduz o nível de serviço através das quebras, extravios, entregas atrasadas,
representando custos adicionais.
Outros fatores também influenciam na escolha do modal tais como, fatores externos
à distribuição direta (infra-estrutura, sistemas de comunicação, barreiras ao comércio),
fatores relacionados ao consumidor (nível de serviço, pontos de entrega, assistência técnica
pós-venda, importância ao cliente), fatores relacionados ao sistema de distribuição
(localização do produto, pontos de suprimento, armazéns, políticas de marketing, existência
de sistemas de entrega) e fatores relacionados às características do produto.
Para garantir uma eficiência na operação de transporte efetuada pela empresa ao
longo da rede logística, decisões devem ser tomadas no que diz respeito à administração do
tráfego. Talvez a decisão mais importante, seja a seleção do transportador. A seleção pode
ser pelo uso de serviço de terceiro ou de frota própria, para isso devem ser avaliados o custo
e o desempenho do serviço.
A administração da função de transporte contratado de terceiros é diferente da
movimentação realizada por frota própria. Para serviços contratados, a negociação de
fretes, a documentação, a auditoria (conferência dos preços acertados previamente) e
consolidação;de fretes (reunir pequenas cargas para reduzir fretes) são assuntos relevantes.
Para transporte próprio, o despacho, o balanceamento de carga (evitar viagem de retorno
sem carga) e a roteirização são outros assuntos que devem ser gerenciados. Muitas vezes
deve-se administrar uma mistura de transporte próprio e de terceiros. Estas decisões devem
ser de responsabilidade do operador logístico (de transporte), que escolherá o melhor
serviço, rota, etc.
2.2.2 Multimodalidade
Existe hoje na Europa, uma mobilização para integrar o transporte rodo-ferroviário. Este
interesse vem das várias vantagens que a integração proporciona; dentre elas, o
descongestionamento dos principais eixos de comércio com o tráfego de caminhões
pesados, questões ambientais como poluição do ar e sonora e, riscos de acidentes. Além
disso, o dilema entre a rodovia e a ferrovia não é mais a tônica entre os usuários clientes.
Numerosos são os clientes, tanto empresários agro-industriais, industriais quanto
transportadores que vêem na multimodalidade ou uma possibilidade de aumentar a
eficiência global de seus produtos e do sistema global de circulação de mercadorias.
Entretanto, a multimodalidade dos transportes, não é a solução para todos os
problemas de circulação de mercadorias pois, é preciso satisfazer a demanda no tempo e no
espaço. Mas, para o desenvolvimento da integração rodo-ferroviária, a França assinou em
1995, um acordo de engajamento financeiro dos poderes públicos para que o transporte
rodo-ferroviário se imponha como uma alternativa à circulação de mercadorias. E países
como a Itália, a Alemanha, a Holanda e a Bélgica, possuem programas federais para a
criação de terminais rodo-ferroviários e programas locais de responsabilidade pelos custos
da infra-estrutura de plataformas logísticas com esta finalidade integradora.
Os investimentos para isto são enormes: adaptação da infra-estrutura e dos gabaritos
ferroviários para transporte dos contêineres fora do padrão, construção dos terminais
rodo-ferroviários chamados "chantier" (canteiro) cujos custos são da ordem de 50 milhões
de dólares, e a instalação de outras infra-estruturas operacionais intermodais. O objetivo a
atingir é o de dobrar a capacidade de transporte integrado rodo-ferroviário em sete anos.
A Lei n.° 9.611 - De 19 de fevereiro de 1998, dispõe sobre o Transporte Multimodal
de Cargas, transporte este que, regido por um único contrato, utiliza duas ou mais
modalidades de transporte, desde a origem até o destino, e é executado sob a
responsabilidade única de um operador de Transporte Multimodal.
O Transporte Multimodal de Cargas é:
• Nacional, quando os pontos de embarque e de destino estiverem situados no território
nacional;
• Internacional, quando o ponto de embarque ou de destino estiver situado fora do território
nacional.
Compreende, além do transporte em si, os serviços de coleta, unitização,
desunitização, movimentação, armazenagem e entrega de carga ao destinatário, bem como
a realização dos serviços correlatos que forem contratados entre a origem e o destino,
inclusive os de consolidação e desconsolidação de cargas.
O Operador de Transporte Multimodal é a pessoa jurídica contratada como principal
para a realização do Transporte Multimodal de Cargas da origem até o destino, por meios
próprios ou por intermédio de terceiros. O exercício desta atividade depende de prévia
habilitação e registro no órgão federal designado na regulamentação desta Lei, que também
exercerá funções de controle. O Operador poderá ser transportador ou não transportador.
Integrar os diversos modais de transporte é condição para diminuir o tempo de
viagem de uma carga, cortar custos e aumentar a eficiência procurando otimizar toda a
cadeia de transporte. Um operador de transporte deverá gerenciar estrategicamente uma
cadeia logística, atuando com competência e visão global.
2.3 CASE: EXEMPLO DE PROJETO DESENVOLVIDO PELA SOUZA CRUZ
• SOUZA CRUZ - Análise de Custos de Distribuição
- Estrutura de Distribuição da Regional Rio
Atende diretamente mais de 22.600 clientes distribuídos pelos estados do Rio de
Janeiro e do Espírito Santo, realizando por volta 5.000 entregas/ dia.
Para isso a regional conta com:
- 1 Centro Integrado de Distribuição (CID)
- 1 Centro Operacional de Distribuição (COD)
- 20 Postos Avançados
- Cerca de 200 veículos próprios para venda, entrega e transferência
Para atender esta grande e pulverizada carteira de clientes, a Souza Cruz opera com
4 diferentes sistemas de atendimento, oferecendo um elevado nível de serviço aos seus
clientes.
- Objetivos do projeto
Foi desenvolver um diagnóstico do sistema de distribuição física da Regional Rio,
avaliando os trade-offs entre o nível de serviço prestado e os custos logísticos envolvidos e
os processos operacionais e gerenciais do ciclo de pedido-entrega.
A SOUZA CRUZ pretendia obter informações para responder às seguintes questões:
- Qual é o custo de servir a base de clientes Souza Cruz?
- Como a estrutura de custo de servir ao cliente varia considerando diferentes níveis
de serviço?
- Quais são as oportunidades de segmentação da base de clientes?
- Quais são as prioridades e os níveis de serviço a serem oferecidos por segmento de
mercado?
- Quais são as oportunidades de melhorias de eficiência nos processos associados ao
ciclo pedido-entrega?
- Etapas do Projeto
- Análise do perfil de pedidos, baseado em dados históricos,
considerando: tamanho e freqüência dos pedidos, dispersão geográfica e tipo
de clientes
- Análise da base de segmentação atual de mercado, considerando as políticas e
padrões de atendimento
- Avaliação da percepção da qualidade do serviço prestado ao cliente através de
pesquisa de campo Nesta etapa, foi desenvolvida e aplicada uma pesquisa piloto,
que avaliava a satisfação dos clientes, abordando diferentes dimensões de serviço
- Análise da estrutura de custos de servir a base de clientes Souza Cruz. Nesta etapa,
foi desenvolvido um sistema piloto para custear os clientes, considerando o sistema
de atendimento, a região geográfica, a freqüência e o volume de entrega.
- Análise dos processos do ciclo do pedido-entrega, com base no levantamento e
registro dos fluxos físico e de informação
- Resultados
O sistema piloto de custos permitiu a Souza Cruz
- O levantamento dos custos das atividades de distribuição, incluindo vendas
- Identificar o comportamento dos custa de entrega em cada região e em cada sistema
de atendimento
- Analisar a rentabilidade de sua carteira de clientes, apoiando a segmentação do
serviço, como a definição do sistema de entrega e a freqüência de entrega
A pesquisa realizada com os clientes da companhia apontou o serviço da Souza
Cruz como Benchmarking em atendimento.
Operacionalmente a companhia Souza Cruz possui uma estrutura de distribuição
bastante sofisticada e eficiente. As maiores oportunidades estavam voltadas ao
desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle de desempenho.
3 PLANEJAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
E PARCERIAS COM FORNECEDORES
3.1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
Os custos da movimentação de suprimento das firmas tendem a ser menores do que
os custos de distribuição, sendo em média de 3 a 7% das vendas, enquanto a distribuição
física tem custos duas a três vezes maiores do que o limite superior da média do
suprimento.
A motivação da administração de materiais é satisfazer às necessidades dos sistemas
de produção da cadeia de suprimento. Essas necessidades provém das curvas de demanda
dos clientes, das atividades de promoção e dos programas e planos de distribuição física.
Estas são convertidas nos programas e planos de produção ou operação.
A boa administração de materiais significa coordenar a movimentação de
suprimentos com as exigências da produção. Isto significa aplicar o conceito de custo total
às atividades de suprimento de modo a tirar vantagem da oposição das curvas de custo. O
objetivo da administração de materiais deve ser prover o material certo, no local de
operação certo, no instante correto e em condição utilizável ao custo mínimo. Sob o aspecto
operacional e de controle a administração de suprimento é semelhante à administração da
distribuição física. As atividades-chave para a administração de materiais são
processamento de pedidos, transportes e controle de estoques - as mesmas da distribuição
física. A administração de materiais atende apenas poucos clientes ou mesmo um único,
enquanto a distribuição física atende muitos. O cliente da administração de materiais é o
sistema de produção. Devido a esta semelhança, a logística empresarial procura agregar o
suprimento e a distribuição dentro do possível numa única parte da organização, para
realçar a responsabilidade compartilhada de ambos no atendimento ao cliente final e
possibilitar o efetivo ganho de redução dê custos com a utilização da mesma filosofia e
ferramental logístico.
Neste enfoque, a administração de materiais tem a conotação de gerenciar as
atividades de movimentação e estoque no lado do suprimento da organização. Seu objetivo
é ter os materiais requeridos no lugar certo e no instante certo, providenciando o
movimento de materiais ao custo mínimo relativo ao nível de serviço necessário. O
suprimento é administrado através da escolha da localização das fontes de abastecimento,
dos serviços de transporte utilizados, do nível de estoque mantido e dos meios pelos quais
as ordens são processadas e transmitidas.
Definimos armazenagem como a administração do espaço necessário para manter
estoques. Engloba todas as funções de localização, dimensionamento de área, arranjo físico,
recuperação do estoque, projeto de docas ou baias de atracação e configuração do armazém.
O manuseio de materiais apóia a manutenção de estoques. Engloba diversos
aspectos a saber:
Movimentação do produto no local de estocagem, seleção do equipamento de
movimentação, procedimentos para formação de pedidos e balanceamento de carga de
trabalho.
Embalagem, determinação das dimensões adequadas de empacotamento encorajam
manuseio e armazenagem eficientes.
Obtenção e seleção das fontes de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da
programação das compras e da forma pela qual devem fluir, mas não deve ser
confundida com a função de compras.
3.1.1 Um exemplo de sistema de administração de materiais: o Just-In-Time
O Just-in-Time (JIT) é um modelo de gestão da produção, em que os insumos são
fornecidos apenas no momento em que serão processados. Este sistema veio substituir o
Just-in-Case, no qual grandes quantidades de materiais e produtos ficavam estocados para
estarem disponíveis quando fossem necessários ao processo produtivo. O principal objetivo
do JIT é a diminuição dos estoques e a conseqüente redução de custos, pois, com ele,
torna-se necessária menos área disponibilizada e menor capital empatado.
A produção baseada no JIT é puxada (pull system). Isto significa que um produto só
é fabricado quando é feito um pedido de compra por parte do cliente. É desencadeada,
então, uma reação em cadeia para trás que vai até a requisição dos insumos necessários à
produção junto aos fornecedores. Ao contrário, no sistema de empurrar (push system) os
produtos são fabricados e depois vão para um estoque onde aguardam até serem vendidos
ou entrarem em uma etapa seguinte de processamento.
A implantação de um sistema de produção JIT requer uma grande flexibilidade na
programação da linha de produção e, acima de tudo, uma ótima sincronia de trabalho entre
cliente e fornecedores.
Uma das principais dificuldades que surgem na adoção do JIT consiste no tempo de
transporte do produto entre fornecedor e cliente. Uma grande distância entre os dois pode
inviabilizar totalmente o fornecimento do produto dentro do tempo necessário para que ele
seja utilizado na linha de montagem.
Just-in-Time pode ser definido como produzir as unidades necessárias em
quantidades necessárias no tempo necessário. Este conceito, juntamente com a
Autonomação (controle autônomo de defeitos), são os suportes do Sistema de Produção da
Toyota, cujos principais propósitos são reduzir os custos e a aumentar o giro de capital,
para propiciar melhoria da produtividade total da companhia.
O principal objetivo do sistema JIT é a melhoria contínua. Os estoques têm sido usados
para evitar descontinuidades no processo produtivo, as quais são causadas por três tipos de
problema: de qualidade, de quebra de máquina e de preparação de máquina. Reduzindo os
estoques intermediários, estes problemas tomam-se cada vez mais visíveis. Desta forma, o
JIT contribui para a identificação dos problemas, tornando mais fácil eliminá-los. Coloca-se
como elementos mais importantes no fornecimento JIT os lotes de fornecimento reduzidos,
recebimentos freqüentes e confiáveis, lead time de fornecimento reduzidos e altos níveis de
qualidade.
Para viabilizar o fornecimento nestes moldes, é necessário desenvolver uma relação
de parceria e ajuda mútua com os fornecedores. O primeiro passo neste sentido consiste em
reduzir o número de fornecedores, estabelecendo compromissos de mais longo prazo com
eles.
O JIT proporciona a redução de custos pela eliminação de estoques. Em relação à
qualidade, o sistema evita que os defeitos se propaguem ao longo do fluxo de produção. O
JIT aumenta, ainda, a flexibilidade de resposta, a velocidade do fluxo de produção e a
confiabilidade das entregas, através da ênfase na manutenção preventiva e da flexibilidade
dos trabalhadores.
Por outro lado, as principais limitações do JIT referem-se à necessidade de que a
demanda seja razoavelmente estável, para que se consiga balancear os recursos, e à
complexidade dos roteiros de produção, caso haja grande variedade de produtos. Por fim,
aumenta o risco de interrupção da produção em função de problemas com a mão-de-obra
(greves, por exemplo) ou com os equipamentos, tanto na montadora quanto nos
fornecedores.
Uma evolução do Just-in-Time tradicional é o chamado Just-in-Time Sequenciado
(JITS). Neste tipo de JIT, as peças são entregues pelo fornecedor diretamente na linha de
montagem, já na seqüência em que serão utilizadas. Este tipo de fornecimento é
considerado o mais enxuto que existe. Com o JITS as entregas tornam-se mais freqüentes
ainda, em lotes cada vez menores.
A introdução do JITS exige um aprofundamento na parceria. O compromisso entre as
partes toma-se, também, maior. Uma das principais causas de sucesso do JIT na Toyota é o
bom entendimento que ela possui com seus fornecedores. De novo, um fator crítico para o
sucesso do JITS é a localização geográfica do fornecedor. Para que seja viável realizar
várias entregas em um único dia, é necessário que o fornecedor esteja cada vez mais
próximo fisicamente da fábrica. A grande vantagem do JITS está na economia conseguida
com a eliminação de estoques e, neste caso, também, com a eliminação das embalagens dos
componentes. Por outro lado, a fábrica fica muito mais vulnerável, pois qualquer fator que
afete sua perfeita sincronia com o fornecedor pode paralisar a produção. Apesar disto, cada
vez mais se caminha nesta direção no planejamento de logística porque a economia
compensa o risco.
Outra variação do JIT é o Just-in-Time por kits. Este modelo foi desenvolvido com
o objetivo de eliminar os estoques junto à linha de montagem. Em um sistema de produção
tradicional, existem nas empresas dois tipos de estoque de peças e matérias-primas: um
localizado no depósito ou armazém e outro, junto à linha de produção. Evidentemente,
neste caso, os custos com materiais estocados, que já são altos, ficam maiores ainda. Além
disto, cria-se um grande congestionamento de produtos próximo aos postos de trabalho,
dificultando a movimentação e a comunicação dentro da planta. Uma alternativa para
minimizar esta duplicidade de estoque é a introdução do JIT por kits. Neste sistema, as
peças são preparadas no armazém em pequenos kits que somente são transportados para a
linha de montagem poucos instantes antes de serem processados. Os kits são constituídos
de poucas peças (entre duas e dez) e servem para suprir, no máximo, dez minutos de
produção. Nas linhas de montagem, existe um espaço demarcado no chão, onde só há
espaço para o kit que está sendo montado. Quando um kit se esvazia, isto por si só já
constitui uma requisição para que um novo kit seja trazido para aquele posto. Desta forma,
temos um kanban "visual", que dispensa o uso de cartões. Funcionários específicos são os
responsáveis por receber as requisições e transportar os kits do armazém até a linha em
pequenos carrinhos. Cabe a eles, também, montar os kits, enquanto que a desmontagem é
feita pelos próprios operadores de linha, a medida em que vão montando as peças. É
importante destacar que os kits são padronizados, com posições adequadas para se colocar
as peças, facilitando em muito a sua montagem.
Este tipo de fornecimento é adequado para peças de tamanho médio e de valor
agregado, também, intermediário. Componentes de maior valor, em geral, são fornecidos
por empresas de maior porte, o que viabiliza a implantação do JIT Seqüenciado, com os
produtos entregues diretamente na linha. Por outro lado, peças muito pequenas não
justificam o custo de preparação dos kits, sendo recomendado, então, o JIT tradicional.
Uma condição essencial para o bom funcionamento do JIT é um eficiente sistema
de informação entre a fábrica e seus fornecedores. As tecnologias utilizadas nesta área têm
sido objeto de constante evolução. Primeiramente, utilizava-se o sistema de cartões
colocados em um painel, conhecido como "kanban". Periodicamente, o fornecedor ia até a
fábrica e verificava os cartões colocados no seu respectivo quadro, indicando os produtos
que o cliente estava necessitando. Este sistema apresentava o grande inconveniente de o
fornecedor ter que ir constantemente à fábrica para receber os pedidos de compra.
Atualmente, este sistema já está em desuso, sendo substituído pelo uso do computador.
Neste, as requisições são transmitidas através de protocolos EDI ou, mais recentemente,
pelo correio eletrônico da Internet.
A necessidade de reduzir os custos com armazenagem de materiais e peças e de
tomar a produção mais ágil e flexível tem levado as indústrias a buscarem o sistema de
fornecimento Just-in-Time. Desenvolvido primeiramente na fábrica japonesa de automóveis
da Toyota, ele espalhou-se rapidamente por todo o mundo, chegando até o Brasil. Hoje em
dia, pode-se dizer que todas as fábricas instaladas no nosso país utilizam algum tipo de JIT
na sua produção.
É importante destacar que cada tipo de JIT se adequa mais a alguns determinados tipos de
fornecedores e produtos. O JIT Sequenciado exige um grande investimento do fornecedor,
que precisa desenvolver um sistema de produção flexível e pronto a responder rapidamente
à requisição do cliente. Além disto, são necessários sofisticados meios de transporte,
capazes de descarregar diretamente na linha de montagem da fábrica.
Já o JIT por kits, como foi dito anteriormente, é adequado para aqueles fornecedores
que ainda não têm condições de implantar um sistema como o JITS, mas cujos produtos
possuem razoável valor agregado, justificando procurar-se minimizar os estoques dos
mesmos.
Por outro lado, alguns produtos não justificam, ainda, os investimentos para a
implantação destes modelos e, por isto, recomenda-se para eles o uso do JIT tradicional.
Finalmente, existem os produtos para os quais a melhor política, em muitos casos, continua
sendo manter elevados níveis de estoque.
Por fim, é importante ressaltar que a introdução do JIT pode trazer alguns
problemas. Congestionamentos no trânsito, distâncias geográficas entre as fábricas e os
fornecedores, baixa oferta de mão-de-obra para trabalhar no chão de fábrica, excessiva
variação de produtos e o "stress" causado nos fornecedores têm levado várias fábricas a
repensar sua filosofia de busca do estoque zero.
3.2 LOGÍSTICA NA EMPRESA
O Gerenciamento Logístico enfatiza a idéia de fluxo, tanto o fluxo físico quanto o
financeiro e o de informações. Todas as atividades de movimentação, armazenamento,
transporte, devem ser planejadas visando suas otimizações, com as decisões sendo tomadas,
tendo em vista os seus impactos nos custos totais de toda a cadeia.
O tipo de estrutura organizacional necessária a logística depende da natureza da
firma, dos locais onde os custos logísticos acontecem e onde as necessidades de serviço
logístico são maiores. A organização pode centrar-se na administração de materiais, na
distribuição física, ou em ambas, em cada um desses casos, o tipo de organização a ser
planejada irá variar de caso para caso.
3.2.1 A estrutura logístico-organizacional
A estrutura organizacional define como as tarefas dentro da organização serão
alocadas, quem se reporta a quem e quais os mecanismos formais de coordenação e padrões
de interação a serem seguidos. Devemos lembrar que não existe uma melhor maneira de
estruturar e organizar a empresa, tudo depende das variáveis ambientais. A partir desse
enfoque, pode-se concluir que a definição do desenho organizacional, depende da
percepção da empresa acerca do ambiente no qual se situa e deve estar alinhada às suas
estratégias.
Uma forte tendência oriunda da visão da logística integrada é a superação de
modelos hierarquizados de organização com sua rigidez e tarefas centralizadas e o
aparecimento de sistemas mais flexíveis, em que imperam a participação e os processos
decisórios de grupo. Sai de cena o controle coercitivo, autoritário; entra o controle através
da cultura organizacional. Sai de cena a estrutura usual funcional, entra em cena modelos
mais adaptados a mudanças contínuas do ambiente.
Seja qual for a forma básica escolhida, as organizações devem desenvolver
mecanismos formais de interligação interna, minimizando a sua diferenciação natural
ocasionada pela especialização crescente, que propiciem a criatividade, inovação e o
aprendizado contínuo. Observam-se nas empresas em que esta visão de integração é
alcançada esta é feita através de:
equipes, comitês ou forças-tarefa, aglutinando indivíduos de diversas áreas para
trabalhar em oportunidades ou problemas comuns;
gerentes de projeto, desempenhando um papel interligador formal, buscando a
integração e a coordenação no desenvolvimento de um novo produto e/ou processo;
reuniões formais, propiciando um ambiente regularmente programado para que
indivíduos de diferentes áreas possam compartilhar informações e trocar idéias.
As características dessa proposta apontam para a estrutura matricial, onde ocorre
uma descentralização administrativa e as equipes são formadas em torno de objetivos
comuns, coordenando os esforços por toda a empresa.
Essa formação de equipes, integrando diversas áreas, é uma estratégia que propicia
a melhoria da comunicação dentro da empresa, possibilitando um maior fluxo de
informações interdepartamentais e conseqüentemente agilidade na tomada de decisão por
consenso.
Outro benefício observado é a aprendizagem gerada nas discussões entre os
indivíduos, gerando a troca de conhecimentos enriquecedores para todos os envolvidos.
A questão da criação de uma gerência de projetos se torna importante, uma vez que
as questões muitas vezes abordadas pela equipe, podem gerar conflitos entre os
participantes, devendo haver um líder para servir como mediador e representante final da
solução escolhida pelo grupo.
A formalização das reuniões é outro elemento chave neste processo, com o intuito
de implementar a aprendizagem contínua na cultura da empresa, via encontros periódicos
não necessariamente ocasionados por uma motivação formal.
Nesse sentido, essas três estratégias podem contribuir em muito para o
desenvolvimento da logística nas organizações, uma vez que essa filosofia reúne atividades
dos diversos departamentos da empresa, que necessitam estar em perfeito alinhamento.
No entanto, na estrutura matricial ainda persiste uma visão departamentalizada da
organização, podendo ocasionar certas dificuldades de coordenação. Para a sobrevivência
das empresas, é necessário que as atividades empresariais sejam vistas não em termos de
funções, departamentos ou produtos, mas em termos de processos-chave. Essa teoria é
conhecida como gerenciamento de processos.
Através desse modelo, a geração de um produto ou serviço é realizada através de
uma cadeia de processos interligados, que atravessa os departamentos, existindo uma
relação de clientes e fornecedores internos, mas a orientação é sempre para o cliente final.
A seleção dos processos prioritários devem partir da estratégia da empresa,
utilizando a perspectiva do cliente, visualizados de forma sistêmica, incluindo todos os
fatores chave do negócio, começando nos insumos e terminando no uso dos produtos pelo
cliente final.
Pelo seu escopo o gerenciamento de processos parece ser, senão a estrutura mais
adequada, pelo menos aquela que tem na sua filosofia uma combinação de características
facilitadoras das atividades logísticas.
A estratégia para efetuar-se um controle das operações logísticas, envolve a
execução das seguintes etapas:
3.2.1.1 Definições de metas e padrões de desempenho
Etapa fundamental, define até que ponto a empresa pretende se posicionar no mercado. No
caso de desejar ser líder de desempenho em alguma medida, deve alcançar um nível de
desempenho superior a todos seus concorrentes, e muitas vezes isto implica em custos
elevados. Por isso, é fundamental planejar estes padrões de desempenho de acordo com a
estratégia da empresa, isto é, compatível com o modo como a empresa pretende ser líder do
mercado.
3.2.1.2 Medida de Desempenho
O objetivo da medida de desempenho é obter. informações sobre o desempenho das
atividades logísticas, aferindo a performance do sistema, percebendo pontos falhos e
gerando dados para conhecer melhor a estrutura do processo. A avaliação das atividades
logísticas pode ser feita por meio de algumas medidas de desempenho e/ou por
benchmarking, neste caso, comparando o resultados com os indicadores das empresas que
possuem a excelência neste item.
A determinação dos indicadores de desempenho a serem avaliados, constitui-se uma
das principais questões a serem resolvidas pela gestão das operações. Estes indicadores
devem abranger todas as atividades logísticas, e o nível de detalhamento alcançado deve ser
definido. em função da estratégia da empresa, e do nível de controle que se pretende obter
das operações logísticas. Alguns exemplos de indicadores são: prazo para entrega, custo de
aquisição, percentual de produtos defeituosos, tempo de processamento, tempo de
movimentação, tempo de entrega, tempo do ciclo do pedido, custo de estoque, etc...
3.2.1.3 Tomada de ações corretivas
De posse dos resultados obtidos pela medição do desempenho das atividades, compara-se
com as metas e padrões de desempenho definidos anteriormente. Caso seja necessário
executa-se uma ação corretiva.
A aplicação do modelo para o controle logístico, englobando as etapas descritas
anteriormente, possibilita o constante acompanhamento das atividades logísticas, através de
medições de desempenho e comparação com padrões estabelecidos ou através de
benchmarking. Isto fornece aos administradores da organização uma transparência de todo
o processo produtivo.
Cada vez mais há a necessidade de se trabalhar com fluxo de materiais e serviços ao
longo de toda a cadeia de valores, bem como na melhoria de seu inerente fluxo bidirecional
de informações e nas relações fornecedor/cliente, tanto interno quanto externo. Vale
ressaltar que entendemos como cadeia de valores todos os estágios envolvidos na produção,
desde a obtenção da matéria-prima até e entrega do produto final ao cliente.
Qualquer organização sobrevive se conseguir conciliar, em suas estratégias de
desenvolvimento e de produção, uma boa interação com o ambiente no qual está inserida e
desenvolve suas atividades. Entendemos aqui como ambiente, o conjunto de fatores
políticos, econômicos e sociais que dinamizam o mercado.
O mercado está cada vez mais se fragmentando em segmentos mais estreitos,
enquanto a concorrência está se globalizando. As novas tecnologias da informação estão
tomando vagos os limites entre mercados e organizações, ao mesmo tempo em que
aceleram o ritmo das decisões. Mudanças tecnológicas continuam encurtando o ciclo de
vida dos produtos, enquanto os clientes exigem níveis cada vez mais elevados de
atendimento e qualidade. Acrescente a isso uma rica mistura e rearranjos organizacionais,
que cria redes e parcerias entre fornecedores, canais de comercialização e clientes, e os
gerentes descobrem que têm menos espaços para erros do que nunca. O ritmo de mudança
no mercado claramente ultrapassou a velocidade com a qual uma empresa gerenciada de
forma convencional pode reagir.
Dos muitos problemas estratégicos que as empresas vêm sofrendo, talvez o mais
desafiante seja o da logística. Acontecimentos como a explosão do serviço ao cliente, a
compressão do tempo, a globalização da indústria e a integração organizacional vêm
alterando profundamente o mercado de maneira que está se tornando fundamental rever as
estratégias que a empresa vem seguindo e procurar criar novas.
É neste novo cenário que se necessita de novas estratégias de controle e
planejamento da produção. Muito tem se reconhecido a importância da administração
logística em uma empresa. A logística é o processo de gerenciar estrategicamente os fluxos
de materiais e informações de uma organização da melhor maneira possível visando obter
uma maior competitividade e lucratividade para a empresa e conseqüentemente uma
posição de liderança no mercado. Alcançar uma posição de liderança e obter vantagem
competitiva no mercado atual é básico para a sobrevivência de uma empresa.
A fonte da vantagem competitiva é encontrada, primeiramente na capacidade de a
organização diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do cliente e, em segundo lugar,
pela capacidade de operar a baixo custo e, portanto, com lucro maior. Uma posição de
superioridade duradoura sobre os concorrentes, em termos de preferência de cliente, pode
ser alcançada através da Logística.
O gerenciamento das atividades através de conceitos logísticos, constituindo o que
costumou-se definir como Gerenciamento Logístico, em muito pode contribuir para o
aumento da competitividade das empresas . A ênfase nas idéias de fluxo de produção, com
a integração dos setores da organização e valorização do uso da informação, possibilitam
um maior agilidade, flexibilidade e eficácia na gestão dos processos.
No entanto, a escolha da estrutura organizacional é peça fundamental para facilitar a
implantação desta nova forma de gerenciamento, e obter os resultados esperados. Qualquer
empresa que queira modificar sua forma de gestão para um modelo voltado para a logística,
precisa necessariamente planejar a estratégia de implantação para evitar desperdícios de
tempos, esforços e recursos.
Além disso, o controle das operações logísticas, através da definição de metas e
padrões de desempenho, associadas a escolhas de indicadores adequados e posterior
avaliação das atividades, garantem a melhora continua do processo
Dessa forma, conclui-se que a estrutura organizacional que possibilita e privilegia a
melhoria contínua, a integração dos setores, e a visão sistêmica do processo é a estrutura de
gerenciamento de processos.
3.3 PARCERIA COM FORNECEDORES E DISTRIBUIDORES
Uma outra estratégia forte na Logística é a de parcerias. O modelo de competição
em que freqüentemente se busca o enfraquecimento do comprador ou do fornecedor para
garantir maiores margens de lucro pode trazer vantagens imediatas. Mas a médio e.longo
prazos deteriora a capacidade produtiva da outra empresa em todos os setores (produção,
P&D, projeto do produto e processo, marketing, vendas, etc.) por falta de recursos. E a
troca constante de fornecedores, o que poderia parecer uma solução, provoca na verdade
interrupções e reinícios que atrapalham profundamente o processo de aprendizagem das
empresas. Com o sistema de parcerias, as empresas podem obter maiores ganhos de escala,
e ao mesmo tempo aumentar sua criatividade e flexibilidade, e ainda reduzir seus custos,
através da utilização de forma mais intensa e eficiente das competências de cada um dos
elementos que compõem a cadeia de suprimentos e dá maior integração entre estes
elementos. Por outro lado é importante lembrar num regime de parceria que as empresas
devem sempre manter uma porta aberta para que em uma eventual necessidade de quebra
de parceria ela não venha a fechar as portas e arcar com grandes prejuízos.
A "associação" de empresas interdependentes, define um meio de se obter
diferenciais competitivos, dentro destes novos fatores determinados como ganhadores de
mercado. Porém cabe às empresas estabelecer, de acordo com o seu produto e o seu
mercado, quais os fatores essenciais à competitividade e focalizar os esforços sobre ele. No
modelo de parceria, fornecedor e cliente devem manter relações transparentes, um deve
saber o que o outro planeja, devem trabalhar juntos para maximizar as economias e traçar
estratégias de produção. Esta relação de parceria é vantajosa para ambos os lados:
economia de cooperação, redução de estoques, melhor controle e planejamento, demanda
estável, proteção contra forças competitivas entre outras. A principal relevância para
fornecedor e cliente é a capacidade de ambos crescerem e desenvolverem juntos.
Um outro conceito de parceria é o da co-produção. A abordagem de co-produção
considera o fornecedor como uma extensão da fábrica do cliente, com ênfase num fluxo
contínuo e num canal de suprimentos integral.
Para competir por custos as empresas podem buscar a racionalização do seu
processo de produção e identificar fontes de vantagem competitiva. A presença do
fornecedor pode proporcionar um maior domínio dos custos de produção, pois a existe uma
diminuição da quantidade de fatores gerenciados. A fonte de ganho para as empresas que
buscam competir por custos pode ser entendido como o domínio total dos custos e a
garantia de um produto uniforme, garantindo maior controle da qualidade do produto. Os
custos devem ser entendidos não de uma forma direta como custo do novo processo pelo
custo do processo tradicional. Algumas etapas deixam de existir e a simplificação do
processo pode trazer ganhos de produtividade, refletidos diretamente no custo final da obra.
As parcerias devem ser buscadas pois podem trazer benefícios diretos as empresas.
Externalizar parte da produção pode ser benéfico, na medida que o desenvolvimento de
determinada atividade pode ser feito por "especialistas" pode possibilitar a confecção de um
produto de boa qualidade, influindo em diminuição de custos de manutenção e
desperdícios. A empresa precisa, porém, ter um sistema de gestão para desenvolver esta
parceria ou possuir canais de ligação para melhorar a qualidade e a produtividade.
A presença do fornecedor/parceiro pode ajudar a empresa a obter vantagem
competindo por diferenciação em qualidade total e na redução dos prazos. Delegar o
serviço para "especialistas", em tese, abre a possibilidade de se conseguir um produto final
de melhor qualidade e com características mais homogêneas. A qualidade tem alguns
componentes indispensáveis para o bom resultado final, e o controle de todo o processo,
bem como a identificação das exigências dos clientes em termos do que esperar do produto
final podem ser exemplificados.
A identificação das atividades de valor de uma empresa, e a elaboração de sua
cadeia de valores pode ser de grande auxílio no conhecimento e na identificação de fontes
potenciais de ganhos em relação aos concorrentes. A percepção da importância dos elos,
bem como sua relações verticais com outras cadeias, embora difícil, é fundamental.
É possível aumento da produtividade, uma vez que este tem relação direta mas não
depende somente dos fatores controlados pelo fornecedor. O repasse de responsabilidade,
sem um objetivo em comum como no sistema de parceria, pode não trazer os resultados
esperados. Embora haja a elevação dos custos diretos, decorrentes da adoção da nova
tecnologia, o custo global pode decrescer pois o novo sistema beneficia indiretamente
muitas outras atividades relacionadas ou interferentes no sistema de produção.
Uma vez que se opta pelo sistema de parceria, onde existe um troca real e repasse
de responsabilidades voltadas a um bem comum, pode-se notar o incremento nas seguintes
áreas:
Execução: maior eficiência no controle de execução e recebimento de materiais;
Estocagem: maior racionalização pela diminuição dos espaços de estocagem;
Aplicação: maior domínio tecnológico sobre a etapa de execução;
Transporte: melhor gestão dos fluxos físicos da argamassa na obra;
Manutenção: diminuição dos custos de manutenção da edificação em fase de uso.
Dessa forma, ao se fazer uma análise estratégica, pode se dizer que as empresas que
competem tanto por custo como por diferenciação têm possibilidades de obter vantagens
competitivas desenvolvendo parcerias com as empresas, reduzindo custos e agregando
valor ao produto com o aumento da sua qualidade.
3.4 CASE: EXEMPLO DE PROJETO DESENVOLVIDO PELA KAISER
• Cervejarias Kaiser - Projeto de Alocação de Demanda
- Objetivo do Projeto
Desenvolvimento de um sistema automático de alocação de demanda às fábricas e
de distribuição da produção para apoiar o processo de planejamento da empresa.
- Descrição
As Cervejarias Kaiser operam um sistema multi-plantas de abrangência nacional,
atendendo cerca de 70 distribuidores além de clientes diretos, a partir de 7 fábricas. Para
apoiar o planejamento de curto prazo da fabricação, envase e distribuição de seus produtos,
foi desenvolvido conjuntamente com o Centro de Estudos em logística, um sistema de
apoio à decisão para alocação dos pedidos dos clientes às fábricas.
- O processo de planejamento
A empresa recebe os pedidos dos distribuidores e tem que alocá-los a cada unidade
de produção. A partir desta definição são feitos os planejamentos de produção e de
suprimento.
- A ferramenta utilizada
Foi desenvolvido um sistema de otimização, utilizando programação matemática,
que considera os custos totais de distribuição e produção, as restrições de capacidade e as
demandas a serem atendidas. O sistema então as aloca de forma ótima. Os resultados do
sistema, depois de uma análise, são transferidos para os sistemas ERP da empresa.
- Resultados Obtidos
- redução de 5% do custo de transporte
- rapidez no processo de planejamento
- a criação de uma ferramenta que permite avaliar diferentes alternativas de produção
e distribuição, servindo com uma ferramenta de auxílio ao planejamento tático e
estratégico.
4 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA EMPRESA
4.1 O PAPEL DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA LOGÍSTICA
A informação permite acrescentar valor ao produto ao longo de sua cadeia de
produção, desde a sua concepção quando são captadas as necessidades dos clientes,
produção onde é realizado um fluxo retroalimentador para novos projetos e assistência
pós-venda. Enquanto fator de sinergia, a informação aumentou a capacidade de interação
entre os diferentes atores internos e externos de uma empresa permitindo a elas associar
esforços e criar partes de um produto a ser montado em um outro país e vendido em um
terceiro, possibilitando-lhes a presença e a competição em diferentes mercados.
Como já mencionado, um dos principais motivos para o gerenciamento da cadeia de
suprimentos é aumentar a competitividade. A idéia básica do efetivo e eficaz
gerenciamento é derivado de dois paradigmas. O primeiro paradigma é relacionado com o
compartilhamento de informações entre os diversos participantes da cadeia de suprimentos.
Já o segundo, refere-se a eliminação do desperdício e esforço duplicado.
Com relação ao primeiro paradigma, acredita-se que uma parceria, como citada no
capítulo anterior, irá reduzir riscos e melhorar a eficiência de todo o processo logístico.
Para se obter um alto grau de parceria é necessário para os participantes-chaves da cadeia
compartilhar informações. As informações compartilhadas não devem ser limitadas aos
dados da transação. Igualmente ou até mesmo mais importante é a voluntariedade em
compartilhar informações estratégicas para que as empresas possam planejar conjuntamente
os melhores meios para satisfazer os requerimentos dos consumidores. Este paradigma da
cooperação/parceria é baseado na crença em que as informações são essenciais para
permitir que os participantes da cadeia façam as coisas certas, mais rápida e eficientemente.
O grande desenvolvimento e avanço da tecnologia de informação (TI) vem sendo utilizado
como uma ferramenta para construir e sustentar novos relacionamentos com fornecedores e
clientes e, como resultado, obter uma vantagem competitiva significativa. No mundo
competitivo de hoje, o uso efetivo da TI como um elemento da estratégia competitiva é
crítico e esta pode ser entendida através dos conceitos de:
comunicação eletrônica: troca eletrônica de informação entre duas ou mais partes.
intermediação eletrônica: disponibilização de informação de fornecedores para clientes
e vice-versa.
integração eletrônica: permite que todos os participantes da cadeia de suprimentos
estejam conectados eletronicamente.
A TI pode ser utilizada para eliminar canais intermediários e ligar diretamente os
clientes finais; simplificando a complexidade dos produtos, aumentando a participação no
mercado e expandindo oportunidades para criar relacionamento de parcerias entre
compradores e vendedores. Através do tempo, o escopo da integração evoluiu de simples
sistemas ligando compradores e vendedores para uma rede de relacionamentos eletrônicos,
integrando fornecedores, produtores, canais intermediários e clientes, isto é, o comércio
eletrônico (CE). O CE envolve mais do que apenas comprar e vender. Ele inclui esforços de
pré-vendas e pósvendas, assim como um.conjunto de atividades auxiliares.
Um dos impactos mais interessantes do CE na intermediação na cadeia de
suprimentos é a mudança na estrutura de distribuição de uma indústria, principalmente em
relação aos intermediários. O CE pode substituir algumas das funções tradicionalmente
desempenhadas pelos intermediários.
Nessa nova era de CE, novos procedimentos apareceram com a tendência de se
reduzir custos e melhorar os serviços, tais como o uso de EDI (Eletronic Data
Interchange), do ECR (Efficient Consumer Response), DSD (Direct Store Delivery), CRP
(Continuous Replenishment Program), ERS (Evaluated Receipt Settlement), VMI (Vendor
Management Inventory), entre outros.
O "Efficient Consumer Response" visa apreender as informações sobre os clientes
objetivando a padronização dos serviços. A troca automática de dados e documentação
entre empresas é feita através da infovia, o que permite a eliminação total de redigitação de
notas fiscais entre as partes envolvidas na transação comercial. Permite ainda que varejistas
conheçam, "on line", o comportamento das vendas, propiciando ainda um acompanhamento
histórico da demanda e identificação de pontos de sazonalidade, efeitos de promoções
concorrentes, ou de campanhas de propaganda. A iniciativa do ECR tem demonstrado que
ganhos substanciais podem ser adquiridos através da parceria entre varejistas, distribuidores
e produtores.
O CRP é um elemento auxiliar importante desse processo que permite a reposição contínua
de produtos conforme a necessidade, .enquanto que o ERS automatiza a cobrança e as
demais funções da tesouraria.
O DSD possibilita processos de compra global sem a intermediação de centrais de
abastecimento, com vendas diretas ás lojas. Já o VMI permite que o gerenciamento de
estoque do cliente seja processado pelo fornecedor.
4.2 INTEGRAÇÃO DE INFORMAÇÃO NA CADEIA LOGÍSTICA
A presença de inúmeros agentes, com níveis diferentes de formação, geram
informações provenientes de suas atividades que fluem continuamente dentro da empresa.
São informações das mais diversificadas com origem, processamento, utilização e destino
ocorrendo de forma imprópria dentro da organização. Quando se menciona a forma
imprópria de estruturação .destas informações, salienta-se a pouca importância dada a estas
por parte de quem as produz e utiliza e consequentemente a despreocupação de torná-las
integradas.
A integração é a habilidade de partilhar informações entre os diferentes atores
usando um modelo comum desenvolvido dentro de uma estrutura segura e confiável. Este
compartilhamento integrado das informações refere-se às necessidades dos clientes,
especificações de projeto e representações gráficas, estimativas de custos, programação e
documentos requeridos pelas autoridades.
O principal benefício resultante do tratamento integrado das informações para os é a
melhora na comunicação das várias partes envolvidas num projeto ou processo, fazendo
com que melhores produtos e serviços sejam disponibilizados a custos mais baixos.
Os problemas enfrentados neste processo são devidos a lacunas de integração e de
comunicação eficiente. Entretanto, esta comunicação deve ser realizada por um canal
eficiente de tal sorte que se disponibilize a informação em tempo real aos seus potenciais
usuários.
4.3 AS POSSIBILIDADES DE UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO (TI) EM BENEFÍCIO DO FLUXO INFORMATIVO
Os benefícios que a tecnologia da informação tem proporcionado à indústria em
geral representa ponto passivo. A TI oferece oportunidades estratégicas para ganhar em
competitividade e aumentar a produtividade e o desempenho, permitindo novos modos de
gerenciamento e organização e desenvolvimento de novos negócios.
A informatização do fluxo de informações, aquisição, processamento e distribuição
de informações com o auxílio de computadores, pode justificar-se economicamente
considerando um ou mais dos seguintes fatores:
Qualidade - a informatização não assume simplesmente a tarefa antes executada pelo
homem, mas sim, passa a executar um trabalho muito mais amplo, resultando em uma
melhoria do desempenho e qualidade do sistema de informação. Um maior número de
dados pode ser manipulado por um sistema informatizado abrangendo e integrando
diversos aspectos que influenciam a tomada de decisões. Redução de tempos -de
planejamento e diminuição de informações incorretas ou atrasadas permite melhorar a
qualidade e, conseqüentemente, melhorar as decisões que refletir-se-ão em aumento da
produtividade.
Flexibilidade - um sistema informatizado de informações fornece a capacidade de reagir
rapidamente às mudanças nas condições de atendimento a novas demandas. Um sistema
assim projetado elimina burocracia de papéis e toma mais ágil o processo decisório,
permitindo aos funcionários um acesso imediato à informação atualizada.
Produtividade - a informatização favorece .o uso mais eficiente de recursos produtivos.
Informação certa no momento certo ajuda a tomar melhores decisões, evitando
desperdício de matérias-primas, diminuindo os estoques de materiais e permitindo o uso
eficiente de equipamentos e mão de obra.
Viabilidade Técnica - com o desenvolvimento de novas tecnologias de hardware e
software é possível na atualidade, processar grandes quantidades de dados e interligar
diferentes centros produtivos com altos níveis de complexidade. A viabilidade técnica de
informatizar o fluxo de informações estará intimamente ligada à capacidade econômico-
financeira da empresa e a um criterioso estudo das necessidades reais da informação.
As vantagens de se informatizar o fluxo informativo são visíveis como rapidez na
transmissão da informação, ajuda na minimização da diminuição dos erros cometidos por
interpretação dos dados, acesso a informação adequada a todas as pessoas envolvidas no
processo e, fundamentalmente, disponibilidade em tempo real de informação sobre a
situação da produção.
Contudo devemos evitar o enfoque da informatização a qualquer preço como
solução mágica, tentando solucionar os problemas de competição pela aplicação de alta
tecnologia a um sistema ineficiente e desnecessariamente complexo, não funciona. Um dos
pressupostos básicos para a informatização de um processo é conhecê-lo a fundo, para
então, implementar as soluções mais simples e confiáveis.
A real necessidade de dispor das informações de forma clara, precisa e ordenada a
fim de promover melhorias no processo como um todo devem conduzir as empresas a
buscarem soluções para seus problemas de integração e comunicação na TI. O objetivo não
está centrado em implementar o que há de mais novo na tecnologia da informação e sim
dispor do que existe em TI fazendo-se as devidas adaptações e adequações às necessidades
da empresa. Entende-se, portanto que a necessidade de aprimorar o processo visando
ganhos em qualidade, produtividade, competitividade e redução de custos deve desencadear
a intervenção tecnológica na empresa e não subordinar a empresa à utilização de tecnologia
da informação em si mesmo.
4.4 ESTRUTURA INFORMACIONAL PARA O PLANEJAMENTO E A
OPERAÇÃO DA EMPRESA
Entendendo-se o fluxo de informações como um dos fatores de integração da cadeia de
produção, implica necessariamente fazer-se um estudo minucioso de seu comportamento
dentro da mesma. Para tanto, faz-se necessário esclarecer a abrangência deste fluxo que se
inicia no cliente com a captação das suas necessidades a cerca do produto, percorre dentro
da empresa pelos diversos setores como vendas, marketing, finanças, projetos,
planejamento, recursos humanos, suprimentos e produção e faz a interface com os
fornecedores.
Esta abrangência do fluxo mencionada está suportada pela visão sistêmica da cadeia
logística, estando subdividida em: atividades de logística interna que compreendem as
atividades desenvolvidas internamente na empresa (vendas, marketing, finanças, projetos,
planejamento, recursos humanos, suprimentos e produção) e atividades de logística
externas que compreendem as atividades ligadas à relação com clientes e fornecedores. A
logística pode ser caracterizada como a gestão dos fluxos físicos de produção através do
fluxo de informações, associando-o mais a uma logística das atividades físicas que se
desenvolvem. Na verdade o fluxo de informações opera como gestor do fluxo físico (ou de
materiais), fazendo com que materiais, equipamentos e mão de obra desloquem-se de modo
racionalizado em termos de tempo, espaço e custo.
Portanto, o diagnóstico do fluxo de informações constitui etapa essencial para
reconhecer se o mesmo está operando de forma eficiente, como também detectar os
percursos das informações ditos desnecessários a fim de eliminá-los, tomando o fluxo mais
enxuto. Importante perceber também é que se a estrutura em que o fluxo se encontra seja a
adequada para a organização em questão, pois a informação é algo invisível e somente será
possível perceber se o esquema de funcionamento é adequado quando diagnosticá-lo.
A integração das informações deve ser um dos objetivos pelos quais as empresas
devem concentrar esforços de tal sorte que se consiga otimizar o fluxo informativo na etapa
de disponibilização de seus produtos e serviços. O estudo do fluxo informativo constitui
passo primordial para a integração das informações referentes à produção, pois através do
diagnóstico deste fluxo poder-se-á perceber a eficiência do seu funcionamento através da
avaliação do tempo de cicio e caminhos pelos quais as informações estão sendo conduzidas,
pois muitas informações fluem por setores desnecessariamente.
Introduzir TI objetivando otimizar o fluxo de informações também consiste no
processo de integração das informações, pois pode-se de maneira mais abrangente
disponibilizar as informações em tempo real aos usuários a partir do momento em que as
mesmas estejam inseridas em um sistema.
5 RELAÇÃO CUSTO E CADEIA DE VALOR COM A QUALIDADE
DOS SERVIÇOS NA BUSCA DA SATISFAÇÃO DO CLIENTE
5.1 CUSTOS E CADEIA DE VALOR LOGÍSTICO
Atualmente a logística já é trabalhada de forma mais intensa pelas empresas, pois
estas perceberam na integração produção-distribuição, na otimização de sistemas de
transporte e de armazenagem formas de economias de custos. E formas de garantir
expectativas promissoras de vendas e de se ter um diferencial competitivo, com a melhoria
do nível de serviço oferecido aos seus clientes. O novo paradigma competitivo é a cadeia de
suprimentos, e o sucesso de qualquer companhia dependerá da maneira como gerencia seus
relacionamentos no fluxo logístico.
Esta compensação de um tipo de custo por outro ficou conhecida como o conceito
do custo total. Tem sido um importante argumento para um reagrupamento lógico de
atividades.
Os custos logísticos podem ser estimados como 15% do produto nacional bruto. O
produto nacional bruto (PNB) é o valor de todos os bens e serviços produzidos no País.
Cerca de 19% dos ativos totais de uma nação qualquer estão investidos em atividades
logísticas e estas atividades empregam cerca de 13% da força de trabalho. Deste total,
atividades de transporte respondem por 46%, armazenagem por 28%, manutenção de
estoques por 18% e administração por 6%.
Apesar do custo ser um fator básico, deve ser enfocado na análise da cadeia
logística, o valor econômico desenvolvido em cada uma destas atividades deverá estar
quantificado, com destaques especiais às parcelas de custos, gastos gerais, receitas e o
conjunto de ativos utilizados direta/indiretamente em seus respectivos processos.
Destaca-se a necessidade de cada empresa construir uma cadeia de valor global,
destacando nesta, o valor total da cadeia logística correspondente às suas respectivas
oportunidades de gerar valores econômicos. Considerando-se que não existem duas ou mais
empresas exatamente iguais, onde cada empresa constitui somente um conjunto de
atividades, fica a percepção de que esta análise possui implicações estratégicas potenciais e
inerentes à todos os concorrentes do setor em questão.
É importante ressaltar que as atividades, isoladas em sua individualidade, possuem
um conjunto de direcionadores de custos único, que vem explicar as variações de custos
naquela atividade. Ao contrário do que poderia estar sendo percebido no momento em que
se trabalhe em função de critérios de rateio para "custos fixos", quase sempre arbitrários e
comprometidos com a tendenciosidade.
Desta forma, pode ficar o entendimento de que uma atividade capaz de produzir
valor possui uma única fonte de vantagem competitiva. O que reforça o fato de que as
empresas que lidam com logística são passíveis de enfrentar um conjunto diferente de
concorrentes em cada estágio específico de sua atividade operacional.
Com o propósito de fazer ilustrar o melhor entendimento sobre a metodologia,
destaca-se de forma bastante concisa, o conjunto das atividades componentes da cadeia de
valor em seus vários segmentos. É evidente que ao longo de estudos para se identificar
cadeias específicas de valores, necessário se faz, uma grande abertura de cada
atividade-macro, em função da necessidade de se identificar todos os fatores envolvidos,
bem como da sua capacidade em gerar valores.
Destacam-se abaixo as variáveis capazes de potencializar a melhor lucratividade,
objetivo fim de qualquer empresa que desenvolve atividades logísticas integradas:
Identificação com os clientes - potencializa a percepção de maiores taxas de retorno;
Relação com os fornecedores - destaca a visão do nível de interatividade;
Interação de processos componentes da cadeia de valor de uma unidade empresarial;
Posição de cada unidade empresarial através das cadeias de valor da empresa.
Para implantar uma metodologia voltada para a construção de uma cadeia de valor
logístico, consciente de sua necessidade de interagir com o mercado no qual atua, deve-se
observar as seguintes etapas:
Mapear a cadeia de valor do setor específico, identificando os fatores a serem alocados,
bem como da potencialidade de ativos exigidos e o respectivo retomo das atividades que
produzem o valor.
Deve ser observado que cada atividade precisará estar isolada das outras, no
momento em que:
• Aloca para si parcela significativa dos custos totais da cadeia;
• Exige direcionador de custo específico;
• É desenvolvida por concorrentes, de forma diferenciada;
• Apresenta-se na condição de potencial para diferenciação.
Identificar os direcionadores de custos referentes a cada atividade é capaz de
produzir valor.
Nesta etapa, os direcionadores de custos que se encontram relacionados com as
variações dos fatores de produção consumidos em cada atividade, devem estar configurados
em conformidade com os critérios que os determinam. Em função de consistência da
abordagem estes podem estar classificados em: estruturais e de execução.
Os direcionadores de custos (cost-drivers) são determinados em função da
necessidade de apropriação dos fatores de produção às atividades. Propiciam a percepção
do comportamento dos fatores de produção a cada atividade componente da cadeia de
valor. Nesta concepção, é importante se compreender que:
Cada direcionador de custos exige uma metodologia particular para a análise dos fatores
de produção, de tal modo, que seja possível posicionar a empresa em função diferenciais
competitivos de suas atividades produtivas;
Os direcionadores de custos relativos a atividades estratégicas da empresa nem sempre
são importantes ao longo dos processos produtivos. Pode acontecer contudo, que um em
particular seja imprescindível a todo o processo, independente da atividade a qual se
encontre relacionado;
A cadeia de valor é uma estrutura bastante ampla uma vez que aglutina as atividades gerais de uma empresa - segmento de um setor.
Em processos decisórios fundamentados em análise estratégica, o volume de produção e
de venda não se constituem em uma forma útil de explicar o comportamento dos fatores
de produção na forma simplista de custos;
Nesta abordagem de gestão estratégica, deve ser atribuída a devida importância aos
fatores de produção que se relacionam às escolhas estruturais e capacidade produtiva,
responsáveis pela posição competitiva da empresa;
As atividades que geram valores no conjunto da cadeia de valor, são influenciadas de
forma direta pelos diferentes direcionadores de custos na conformidade com a qual estes
possam se fazer presentes.
Reconfigurar a cadeia de valor, ou fazer buscar a vantagem competitiva mediante
análise e interpretação dos direcionadores de custos em relação aos principais concorrentes
e mediante o mapeamento da cadeia de valor a empresa deve escalonar os direcionadores
de custos inerentes a cada atividade geradora de valor. Desta forma, poderá obter a sua
vantagem competitiva sustentável nos seguintes parâmetros:
A gestão dos direcionadores de custos para as atividades relevantes de forma mais eficaz
que os seus concorrentes;
Considerando o fato de que a vantagem competitiva se fazer em relação ao
mercado. A empresa deve conseguir vantagem competitiva de diferenciação com custo,
mediante a análise sistemática dos seus fatores logísticos, e os respectivos retornos
operacionais. Além da possibilidade de melhorar a sua performance estratégica
comparando a sua cadeia de valor com as cadeias de valor de seus principais concorrentes.
• Redimensionamento da Cadeia de Valor
Deve ser entendido na condição da necessidade de se adaptar às mudanças dos
referenciais.
É importante ressaltar as dificuldade próprias à implementação da metodologia da
cadeia de valor, até porque, o acesso ao conjunto de informações que normalmente se
exige, é bastante restrito. Além do que, existe uma enorme carência de conhecimentos
específicos aos meandros da gestão em uma sociedade que já sofreu significadas
transformações, e que o processo decisório das organizações ainda se encontram presos aos
paradigmas da gestão mais convencional.
Nas condições de limitações de cunho técnico-operacional podem-se destacar entre
outras, algumas abaixo da maior significância:
A identificação dos direcionadores de custos relacionados à atividades relevantes
chaves;
O rastreamento das atividades globais e suas correlações ;
O mapeamento da estrutura de custos dos concorrentes;
O desenvolvimento operacional do Benchmarking;
A determinação das margens dos fornecedores e clientes em potencial.
Em um contexto de mercados cada vez mais globalizados, é importante que os gestores de
sistemas logísticos, se encontrem engajados no processo decisório voltado para a
interatividade. Ou seja, que a potencialidade do mercado, características inerentes à clientes
e fornecedores estejam inseridos no contexto do planejamento estratégico, voltado para a
diferenciação conjugada, quando a inovação tecnológica se constitui um importante aliado
ao processo global de produzir, e não o elemento fim de uma gestão competente.
5.1.1 Case: exemplo de projeto desenvolvido pelo Boticário
O Boticário - Sistema de Balanceamento e Monitoramento de Linha
- Objetivo do Projeto
Desenvolver um sistema automático para balanceamento da carga de trabalho das
estações de picking by light. Balanceamento, neste contexto, refere-se à determinação da
posição de produtos nas várias localizações das estações de picking.
- Descrição
O Boticário realizou grandes investimentos em modernização e ampliação da
capacidade de armazenagem. Um ponto fundamental era a definição da posição dos
produtos na linha de picking de forma a minimizar e balancear a carga de trabalho entre as
estações. Entretanto, as variações da demanda dificultam o encontro do ponto ótimo para o
posicionamento dos produtos nas prateleiras da linha de picking. Um excelente
posicionamento hoje pode ser um péssimo posicionamento amanhã, o que influencia
diretamente a produtividade. Tornou-se necessário o desenvolvimento de um sistema capaz
de monitorar as variações da carga de trabalho e balanceá-la.
- Etapas do Projeto
Detalhamento do problema de balanceamento, identificando o impacto da
sazonalidade da demanda na operação de picking e as restrições operacionais envolvidas
elaboração da definição funcional, determinando todas as funcionalidades, os menus e os
mecanismos de entrada e saída de dados do software a ser desenvolvido. O
desenvolvimento do método de balanceamento é capaz de maximizar a capacidade de
processamento dos pedidos e teste do sistema, realizados em conjunto com uma empresa
parceira responsável pela parte de programação e implementação do sistema na empresa,
treinamento dos usuários e acompanhamento.
- Resultados Obtidos
O sistema desenvolvido permite a realização do balanceamento de forma rápida,
aumentando a eficiência da linha, diminuindo os riscos de fadiga dos operadores, assim
como as lesões por esforços repetitivos. Serve ainda, para controle da operação, fornecendo
as estatísticas necessárias. Possui dois módulos:
Módulo de Balanceamento - onde são definidas as posições dos produtos de forma que
a carga de trabalho seja distribuída entre as estações de acordo com a meta. Além disso,
os produtos de maior demanda são alocados às posições de mais fácil acesso.
Módulo de Monitoramento - tem a função de monitorar e controlar a atividade de
picking, dando subsídios para o recalibramento do balanceamento dos produtos.
Fornece estatísticas como: linhas de pedidos separadas por hora, caixas e unidades
separadas por hora, tempo de atravessamento, carga de trabalho por estação etc.
5.2 A QUALIDADE DO SERVIÇO LOGÍSTICO E A SATISFAÇÃO DOS CLIENTE
A produtividade e a qualidade continua a ser prioridade para as grandes empresas.
Recentemente, um periódico de grande circulação publicou reportagem que mostra o
resultado (parcial) da pesquisa desenvolvida por uma das maiores empresas de consultoria
do mundo; a americana Mckinsey. O estudo sobre a capacidade econômica brasileira foi
realizado entre 1995 e 1997 e revela que o Brasil pode crescer 8,5 % ao ano em uma década
sem a necessidade de grandes investimentos. Nesta matéria afirmava-se que os empresários
brasileiros, não se relacionam da melhor maneira com seus fornecedores, não utilizam a
capacidade de sua fábrica ou loja com a máxima eficiência, projetam e lançam novos
produtos sem levar em conta, muitas vezes, a dificuldade de fabricá-los ou a receptividade
do mercado consumidor. A pesquisa leva à conclusão de que com a correção destes
quesitos, ganha-se mais 34 % em produtividade.
Conclui-se que para a resolução destes problemas as corporações com certeza
devem procurar o desenvolvimento de novas formas de gestão e a enfatizar as necessidades
do consumidor.
5.2.1 Nível de serviço
A missão básica que o Marketing executa na maioria das empresas é gerar lucro, através de
duas ações básicas: obter e atender a demanda. Conseguir demanda é resultado dos esforços
promocionais, assim como do preço e da composição da carteira de produtos oferecidos ao
público. Uma vez conseguida a demanda, esta deve ser atendida e é quando a distribuição
física age e é reconhecida como agente estimulador da demanda. Disponibilidade de
produto, pronta entrega e atendimento correto dos pedidos são apenas alguns dos serviços
que agradam ao cliente, e vendas podem ser geradas por bons serviços.
É o nível de serviço que une os esforços de promoção e distribuição, e a qualidade
com que o fluxo de bens e serviços é gerenciada, resulta no nível de serviço logístico da
empresa. Como o nível de serviço logístico está associado aos custos de prover esse
serviço, é necessário que o seu planejamento se inicie com as necessidades de desempenho
exigidas pelos clientes no atendimento do seus pedidos.
O produto oferecido por qualquer empresa pode ser naturalmente descrito pelas
características de preço, qualidade e serviço. Compradores selecionam fornecedores
baseados numa combinação dessas características para satisfazer suas necessidades.
Vendedores inteligentes procuram criar diferentes combinações dessas 3 características
básicas para atingir diferentes classes de compradores e segmentos de mercado.
Neste contexto, o nível de serviço oferecido pode ser o grande diferencial
competitivo, podendo ser um elemento promocional tão importante como desconto no
preço, propaganda, vendas personalizadas ou condições de vendas favoráveis. Além disso
transporte especial, maior disponibilidade de estoque, processamento rápido de pedidos e
menor perda ou dano de transporte, geralmente afetam positivamente os clientes e, logo, as
vendas.
Na identificação das necessidades de serviços dos clientes é importante ter em
mente que dois clientes jamais serão iguais, porém haverá grupos de clientes com objetivos
semelhantes, e baseando-se neles, pode-se propor uma segmentação de serviços baseada em
um processo de três estágios:
1. Identificar os componentes-chave do serviço ao cliente, tais como são vistos pelos
próprios clientes. Neste estágio é importante procurar identificar a fonte de influência
relativa sobre a decisão de comprar, são os tomadores de decisão: O problema que
ainda perdura é saber quais os elementos da oferta do marketing total do fornecedor que
afetam a decisão de compra. Através de pesquisas deve-se procurar identificar a
importância que os clientes atribuem ao serviço e outros elementos combinados como
preço, qualidade do produto, promoção, etc.
2. Estabelecer a importância relativa que os clientes atribuem aos componentes do serviço.
3. Identificar "grupos" de clientes, conforme a similaridade das preferências de serviços.
Após identificado as importâncias que os clientes atribuem a determinadas
características do produto, deve-se agrupar clientes que tenham preferências
semelhantes ou próximas.
Quanto a definir os objetivos do serviço ao cliente temos que o principal é reduzir
os custos de aquisição do cliente. De maneira simples o serviço representa um
deslocamento de custos do cliente para o fornecedor, e como tal, gerenciado de maneira
eficiente ele pode transformar em um diferencial de competitividade.
O serviço ao cliente pode ser examinado sob três títulos:
1. Elementos da pré-transação;
2. Elementos da transação;
3. Elementos da pós-transação.
Os elementos da pré-transação do serviço ao cliente relacionam-se às políticas ou
programas da corporação, ou seja, declarações escritas da política de serviços, adequação
da estrutura organizacional e flexibilidade do sistema e treinamento. Estabelecem um
ambiente para bom nível de serviço.
Os elementos da transação são aquelas variáveis do serviço ao cliente diretamente
envolvidas no desempenho da função de distribuição física, como a confiabilidade do
produto e da entrega. São diretamente envolvidos nos resultados obtidos com a entrega do
produto ao cliente.
Os elementos da pós-transação são geralmente aqueles que apóiam o produto
enquanto este estiver em uso, por exemplo, garantia do produto, peças e serviços para
assistência técnica, procedimentos para reclamações do cliente e substituição do produto.
Representam a gama de serviços necessários para apoiar o produto no campo, para proteger
consumidores de produtos defeituosos, para providenciar o retorno de embalagens.
A aplicação destes conceitos propiciou o aparecimento de algumas técnicas já
citadas como o "Efficient Consumer Response" (Resposta Eficiente ao Consumidor). O
ECR surgiu nos EUA no início da década e, é um modelo estratégico de negócios no qual
fornecedores e distribuidores/varejistas trabalham de forma integrada, visando melhorar a
eficiência e produtividade da cadeia logística, possibilitando a entrega de produtos com
maior valor agregado ao consumidor final. A idéia central desta estratégia é integrar todos
os processos ao longo da cadeia de forma à responder a demanda real do consumidor.
Para se ter uma idéia das vantagens advindas da aplicação do ECR, nos EUA os
ganhos provenientes da aplicação deste, são estimados em US$ 30 bilhões por ano,
divididos entre fornecedores, distribuidores e consumidores. No Brasil este tipo de serviço
iniciou a pouco tempo, de 2 a 3 anos e estes valores são calculados em US$ 7 bilhões até
1999.
O ECR está fundamentado/baseado entre outros nos seguintes pontos chaves:
reposição eficiente/contínua de mercadorias "Efficient Replenisment" - ER - é uma
ferramenta que tem como objetivo repor os produtos na gôndola de forma rápida e
adequada à demanda. Isto é obtido fazendo com que as informações de compra dos
consumidores, que são coletadas pelos leitores de código de barra nos pontos de fatura ou
caixas, sejam organizados e repassados aos demais elementos da cadeia de distribuição
através do EDI "Eletronic Data lnterchange" (transferência eletrônica de dados). É
interessante observar que o EDI, junto com o código de barra, leitores óticos, computadores
e sistemas de informações, são considerados a base sobre a qual se constroem os demais
componentes do ECR. Existe ainda o Gerenciamento de Categorias "Category
Management" - CM. Este é um processo colaborativo entre fabricante e o distribuidor para
gerenciar em comum as categorias de produtos como se fossem unidades estratégicas de
negócios. O responsável pela CM tem responsabilidade integral por decisões sobre o mix de
produtos, níveis de estoques, alocação de espaços em lojas, promoções e compras.
5.2.2 Logística de serviços
O termo "serviços" abrange grande variedade de indústrias que desempenham muitas
funções para compradores, mas não envolvem ou quando envolvem, o fazem
eventualmente, a venda de um produto concreto. Embora ainda não se possa dizer que
existe uma definição padronizada para serviços, considera-se que o setor de serviços inclui
todas as atividades econômicas cujo resultado não é um produto físico; é geralmente
consumido no momento da disponibilização e apresenta agregação de valor sob formas
essencialmente intangíveis para o consumidor.
Quando a preocupação é com o valor percebido pelos consumidores, que é o que vai
realmente determinar se eles vão utilizar um serviço específico, é preciso fazer algumas
considerações. Com a concorrência acirrada que hoje o mundo presencia, torna-se cada vez
mais difícil satisfazer as necessidades dos clientes e, por isso, verifica-se que a
segmentação dos mercados aumenta a cada dia.
Tudo seria muito mais fácil se o consumidor conseguisse dizer às empresas o que
realmente ele quer e se esses seus desejos não fossem passíveis de mudança. A
complexidade reside exatamente no caráter volátil dos mercados e nas novas características
do ambiente de marketing, com mercados globalizados, fatias de consumo especializadas,
comércio eletrônico e marketing baseado na percepção do mercado.
Uma das estratégias de sucesso de uma empresa é a qualidade. Esta qualidade não
está relacionada somente ao serviço oferecido, mas principalmente à amplitude deste
serviço. Se atualmente os mercados se pautam na entrega de valor ao cliente, cada vez mais
se procura combinar qualidade e preço para obter valor, o que nos permite verificar como
reage o consumidor.
Os serviços podem ser divididos nos que são prestados a indivíduos e famílias e os
oferecidos a empresas e instituições.
A escolha do consumidor depende do valor relativo da oferta do vendedor, levando
em conta as maneiras alternativas desse consumidor satisfazer suas necessidades. Logo, o
valor percebido na perspectiva do consumidor é o diferencial de preço entre duas ofertas
aceitáveis em relação às quais o consumidor é indiferente. O que vai determinar a opção, é
a análise comparativa de uma série de atributos componentes de cada uma das ofertas.
Além do valor percebido pelo consumidor, a partir de sua avaliação pessoal da
amplitude de um serviço, a empresa pode quantificar todas as propriedades de seu serviço
em comparação com as ofertas da concorrência, chegando assim a um valor econômico
relativo. Se ela conseguir passar este valor ao mercado, conseguirá vender seu serviço pelo
valor máximo a ele atribuído. Se o valor percebido não for equivalente a este valor, haverá
um valor perdido, correspondente à esta diferença.
Devido ao desenvolvimento econômico e a elevação do padrão de vida das famílias
proporcionado pelo desenvolvimento tecnológico, empresas e famílias estão, cada vez
mais, contratando fornecedores de serviços especializados para realizar tarefas que elas
mesmas costumavam executar, refletindo a crescente necessidade de desintegrar as
atividades, combinada com crescentes vantagens competitivas dos fornecedores de serviços
especializados, em comparação com os custos de manter determinadas unidades no interior
das empresas.
Hoje, nota-se, que a necessidade do uso de capital nas empresas de serviços está
aumentando. A cadeia de valores da indústria de serviços vem sendo modificada,
principalmente, devido à introdução da Tecnologia de Informação na empresa, o que
consome grande quantidade de capital em investimentos. As empresas de serviços passaram
a utilizar cada vez mais os computadores para realizar funções antigas e, ao mesmo tempo,
acabaram criando funções novas, controlando melhor as suas operações e tomando os seus
empregados mais produtivos.
A introdução da nova tecnologia pode ser considerada tanto causa como efeito de
mudanças na estrutura da indústria e na fonte de vantagem competitiva em muitas
indústrias de serviços. As economias de escala foram, tradicionalmente, modestas na
maioria dos serviços, em parte porque o serviço tinha de ser realizado no local onde o
comprador encontrava-se e usava mão-de-obra intensivamente. Em conseqüência, a maioria
das indústrias de serviços eram altamente fragmentadas, com numerosas firmas pequenas
operando em bases locais. Ao contrário, atualmente, as indústrias de serviços utilizam a
tecnologia de comunicação e informação para a realização de forma remota destes serviços,
consolidando-se, portanto, rapidamente, como se pode ver nas grandes empresas de
serviços do setor hoteleiro e da administração de hospitais.
Utilizando estas novas tecnologias, verifica-se o surgimento de grandes empresas de
serviços de unidades múltiplas em campos variados. Este crescimento é conseqüência da
sistematização e, em certos casos, da padronização do processo de prestar o serviço. A
empresa é capaz de reproduzir serviços de maneira constante e eficiente em muitos locais
porque cria instrumentos, metodologia e procedimentos padronizados que orientam o
comportamento dos empregados e automatizam as tarefas individuais, obtendo substancial
vantagem competitiva em relação às empresas de unidade única, tanto no processo de
prestação do serviço como, especialmente, nas atividades de apoio. A empresa de unidades
múltiplas tem sido a grande responsável pela introdução de inovações na prestação de
serviços, o que antes era inviável para a empresa de unidade única.
5.3 CASE: EXEMPLO DE PROJETO DESENVOLVIDO PELA PETROBRÁS
Petrobrás - Modelo de Simulação de Operações Portuárias
- Objetivo do Projeto
- Desenvolver uma ferramenta de apoio à decisão que permita;
- Dimensionar os recursos utilizados no porto tanto na área portuária quanto na área
portuária;
- Testar e avaliar o nível de serviço prestado pelo porto para vários cenários de
demanda.
- Descrição
O porto atua principalmente na operação de suprimentos a plataformas de petróleo
situadas na Bacia de Campos.
Duas questões estão diretamente relacionadas ao gerenciamento deste tipo porto:
- Alto custo
- diárias pagas por embarcação;
- recursos e instalações do porto.
- Alto nível de serviço
- Plataformas demandam carregamentos com muita freqüência: pouco espaço para
estocagem nas plataformas alto custo de parada de produção
- Resultados Obtidos
Identificação da configuração mais adequada para vários cenários de demanda;
- berços
- píeres
- carretas
- guindastes
- empilhadeiras
- perfil de frota
Estabelecimento de níveis de serviço de acordo com a configuração utilizada.
- tempo de permanência das embarcações
- tempo de carregamento
- tempo de descarregamento
- tempo e tamanho na fila
Terminal de Containers - Dimensionamento de Recursos
- Objetivo do Projeto
Dimensionar o número de recursos a serem utilizados no Terminal de Containers de
modo atender adequadamente a demanda atual;
Testar o comportamento do terminal quando submetido a uma demanda maior que a
atual;
Identificar a mudança no desempenho do sistema de acordo com a implementação
de novas rotinas de planejamento da alocação de containers no pátio (yard
planning).
- Descrição
O terminal de containers é um terminal retroportuárío alfandegado e tem como
principal função armazenar containers utilizados na importação de produtos enquanto o
processo de nacionalização estiver sendo realizado pela Receita Federal.
Um dos principais problemas encontrados num terminal está associado ao
dimensionamento de recursos.
A utilização de recursos em um terminal depende basicamente de 3 fatores:
- Taxa de entrada de containers
- Taxa de saída de containers
- Modus operandi do terminal
A simulação foi escolhida para tratar deste tipo de problema devido a complexidade do
sistema que, se tratado por métodos analíticos, traria respostas pouco precisas e
inadequadas.
O modelo de simulação desenvolvido contemplou aspectos relacionados com a
utilização dos recursos de movimentação (reach stackers e pórtico), tais como:
- Horários de operação
- Política de manutenção
- Quantidade e tipos de recursos
- Demanda (entrada e saída de containers)
- Resultados Obtidos
O modelo apontou para a redução do número de recursos em operação e mostrou que a
adoção de um novo sistema de planejamento de pátio possibilitaria a diminuição do número
de remoções e a conseqüente redução em até 30% do tempo de manuseio. Ainda foram
avaliados os níveis de utilização dos recursos para vários cenários relativos ao
comportamento futura da demanda, sempre tendo em vista o custo da operação e o nível de
serviço prestado, que foi medido sobre dois aspectos:
- tamanho da fila de carretas;
- tempo de espera para carga e descarga.
6 CONCLUSÃO
Em virtude dos fatos mencionados, a Logística Empresarial tem como objetivo
prover o cliente com os níveis de serviço desejados. A meta de nível de serviço logístico é
providenciar bens ou serviços corretos, no lugar certo, no tempo exato e na condição
desejada ao menor custo possível.
Eventos fundamentais para a necessidade de integração da administração de
materiais, distribuição física e outras atividades de logísticas para formar o que se chama
hoje de logística empresarial. As mudanças foram, o embargo petrolífero e a súbita
elevação do preço do petróleo realizado pelos países da OPEP em 1973. A medida que os
preços do petróleo quadruplicaram nos sete anos seguintes e o crescimento de mercado
começou a diminuir, a inflação começou a aumentar ao mesmo tempo que a produtividade
crescia mais devagar.
As funções logísticas foram mais afetadas do que as outras áreas das empresas. Os
preços do petróleo afetaram diretamente os custos de transporte, ao mesmo tempo que
inflação e forças competitivas impulsionaram custos de combustíveis crescendo de 2 a 4%
acima do custo de vida e juros preferenciais variando entre 10 e 20%, os assuntos logísticos
tornaram-se relevantes para a alta administração.
Hoje, a logística é entendida como a integração tanto da administração de materiais
como da distribuição física. Entretanto, esta integração leva a ligações muito mais estreitas
com a função de produção/operação em muitas firmas, de modo que se pode esperar no
futuro que produção e logística se aproximarão muito mais em conceito e prática.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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capacitação em logística. Disponível on-line: http://www.cel.coppead.ufrj.br/fr-capac.htm.
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