A linguagem do Trovadorismo final

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    Na Idade MdiaA educao formal e a produo cultural estavamnas mos da Igreja.

    O nascer de uma cultura leiga representada pelosurgimento das cantigas trovadorescas e dasnovelas de cavalaria.

    Sculo XII: surgimento das primeirasmanifestaes literrias em galego-portugus.

    Galego-portugus: lngua em estgio anterior aoportugus.

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    CantigasCanes criadas e cantadas por poetas

    chamados trovadores.

    H, a seguir, duas cantigas: a primeira

    uma cantiga de amigo e a segunda,umacantiga de amor.

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    Cantiga de amigoAi flores, ai,flores do verde pio,

    Se sabedes novas do meu amigo?

    ai, Deus, e u ?Ai flores,ai flores do verde ramo,

    Se sabedes novas do meu amado?

    ai, Deus, e u ?

    Se sabedes novas do meu amigo,aquel que mentiu do que ps comigo?

    ai, Deus, e u ?

    (D. Dinis. In: J. J. Nunes. Cantigas de amigo dos

    trovadores galego-portugueses. Lisboa: Centro do Livro Brasileiro, 1973. v.2, p.19-20.)

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    Cantiga de amorVs mi defendestes, senhor,

    que nunca vos dissesse ren

    de quanto mal mi por vos ven,

    mays fazede-me sabedor,

    por Deus, senhor, a quen direy

    quan muito mal[leve]levey

    por vs, se non a vs, senhor?

    (D. Dinis. In:L J. J. Nunes, op. cit., p.70-1)

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    Paralelismos(ajudam a memorizar)

    As cantigas de amigo apresentam

    dois tipos de paralelismo: o de par

    de estrofes e o leixa-pren.

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    O de par de estrofes: repetio de duasestrofes com uma ligeira diferena entre o verso de

    uma e o seu correspondente na outra estrofe.

    Non chegou, madre, o meu amigo,

    E oje est o prazo saido!Ai, madre, moiro damor!

    Non chegou, madre, o meu amado,E oje est o prazo passado!

    Ai, madre, moiro damor!

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    O leixa-pren: uma espcie de

    encadeamento entre estrofes pares e mpares

    Non chegou, madre, o meu amigo,

    E oje est o prazo saido!

    Ai, madre, moiro damor!

    Non chegou, madre, o meu amado,

    E oje est o prazo passado!

    Ai, madre, moiro damor!

    E oje est o prazo saido!

    Por que mentiu o desmentido?

    Ai, madre, moiro damor!

    E oje est o prazo passado!

    Por que mentiu o perjurado?

    Ai, madre moir damor!

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    Regras do jogo do amor cortsSubmisso absoluta a dama.

    Vassalagem humilde e paciente.

    Promessa de honrar e servir a dama comfidelidade.

    Prudncia para no abalar a reputao da dama,sendo o cavaleiro, por essa razo, proibido de falardiretamente dos sentimentos que tem por ela.

    A amada vista como a mais bela de todas asmulheres.

    Pela amada o trovadordespreza todos os ttulos,as riquezas e a posse de todos os imprios.

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    Cantigas de amigo e seus temasPastorelas: de ambiente rural, tratam doenvolvimento amoroso entre uma pastora e umcavaleiro;

    Bailias/Bailadas: fazem referncia a dana demoas que esperam os namorados;

    Romarias: referem-se as romarias feitas a lugaressagrados;

    Albas/Alvas: fazem meno ao amanhecer, quemuitas vezes surpreende os amantes;

    Marinhas/Barcarolas: apresentam ambientemartimo.

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    Hierarquia de cantoresNem todos os que cantavam as cantigas nas

    cortes eram considerados iguais.

    Entre eles havia uma hierarquia baseada na

    origem social e no tipo de relao que

    tinham com a cantiga apresentada.

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    TrovadorMembro da nobreza ou do clero.

    Era o autor da letra e da msica dascomposies que executava para o

    seleto publico das cortes.

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    SegrelEra um nobre de escala mais baixa.

    Um escudeiro sem recursos para

    ascender a cavaleiro.

    Sobrevivia percorrendo as cortes.Executava composies prprias.

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    JogralCantor de origem popular.

    Raramente compunha.

    Limitava-se a executar composies dostrovadores.

    Era acompanhado por uma soldadeira

    (mulher que danava e cantava durante asapresentaes e, por isso, tinha mreputao).

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    Cantigas de Escrnio e

    Cantigas de Maldizer

    Primeira experincia da literatura portuguesa nastira.

    Importante valor histrico como registro como

    registro da sociedade portuguesa.

    Cantigas satricas buscaram um caminho poticoprprio.

    Tinham diferentes representantes da sociedademedieval portuguesa:

    -Clrigos devassos, cavaleiro e nobres covardes naguerra, prostitutas, os prprios trovadores ejograis, as soldadeiras.

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    Exemplo deC

    antiga de EscrnioA dona, mui de coracon,

    oira sa missa, enton,

    e foi por oir o sarmon,e vedes que lho foi partir:

    ouve sig un corvo carnacal

    e non quis da casa sair.

    Uma dona, de corao muito bom,

    ia a missa

    para ouvir seu sermo,

    mas veja o que a impediu:

    ouviu um corvo sobre si

    E no quis mas sair de casa.

    Stira-se a figura de uma mulher,

    uma falsa beata

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    Crtica indireta;

    normalmente a pessoa

    satirizada no

    identificada.

    Linguagem trabalhada,

    cheia de sutilezas,

    trocadilhos e

    ambigidades

    Ironia

    Crtica direta;

    geralmente a pessoa

    sarrazina

    identificada.

    Linguagem agressiva,

    direta, por vezes

    obscena

    Zombaria

    Cantiga de

    escrnioCantiga de

    maldizer