A Influencia Russa Na Intertextualidade de Kill Bill

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A INFLUÊNCIA RUSSA NA INTERTEXTUALIDADE DE KILL BILL *Leyla Guimarães Eisenstein dizia que a montagem dava força a linguagem que o cineasta desejava, como cita Andrew(2002, p.52): “Apesar de a matéria prima do cinema ser os estímulos distintos dos planos, não devemos concluir que, para Eisenstein, tais estímulos equivalessem ao próprio cinema. Eles são, em vez disso, blocos de construção ou, para usar sua analogia, “células”. O cinema só é criado quando essas células independentes recebem um princípio de animação.” Ou seja, esse conglomerado de blocos que é o cinema, nos proporciona uma infinita variação de sentidos através das mesmas peças. Eisenstein definiu quatro formações, montagem métrica, rítmica, tonal, atonal e intelectual. A linguagem cinematográfica possui um sistema de signos que quando articulado pode nos proporcionar variados resultados: “O cinema não reproduz coisas: manipula-as, organiza-as, estrutura-as. E só na nova estrutura obtida pela montagem dos elementos é que estes ganham um sentido.” (KRISTEVA, 1988,p.361) O artigo tem o objetivo de analisar duas obras do diretor estadunidense Quentin Tarantino, Kill Bill 1 e 2, onde é recorrente uma enorme diversidade de linguagens cinematográficas, à luz de dois dos principais autores da escola russa de montagem como Vertov e Eisenstein. Os dois autores e cineastas exploraram as diferentes linguagens possíveis através das variações de montagens. O artigo *Aluna do curso de Comunicação Social – Relações Públicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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A Influencia Russa Na Intertextualidade de Kill Bill

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A INFLUNCIA RUSSA NA INTERTEXTUALIDADE DE KILL BILL*Leyla Guimares Eisenstein dizia que a montagem dava fora a linguagem que o cineasta desejava, como cita Andrew(2002, p.52): Apesar de a matria prima do cinema ser os estmulos distintos dos planos, no devemos concluir que, para Eisenstein, tais estmulos equivalessem ao prprio cinema. Eles so, em vez disso, blocos de construo ou, para usar sua analogia, clulas. O cinema s criado quando essas clulas independentes recebem um princpio de animao. Ou seja, esse conglomerado de blocos que o cinema, nos proporciona uma infinita variao de sentidos atravs das mesmas peas. Eisenstein definiu quatro formaes, montagem mtrica, rtmica, tonal, atonal e intelectual. A linguagem cinematogrfica possui um sistema de signos que quando articulado pode nos proporcionar variados resultados:O cinema no reproduz coisas: manipula-as, organiza-as, estrutura-as. E s na nova estrutura obtida pela montagem dos elementos que estes ganham um sentido. (KRISTEVA, 1988,p.361)O artigo tem o objetivo de analisar duas obras do diretor estadunidense Quentin Tarantino, Kill Bill 1 e 2, onde recorrente uma enorme diversidade de linguagens cinematogrficas, luz de dois dos principais autores da escola russa de montagem como Vertov e Eisenstein. Os dois autores e cineastas exploraram as diferentes linguagens possveis atravs das variaes de montagens. O artigo tambm busca trazer o sentido de intertextualidade sendo mais uma forma de alterar a linguagem cinematogrfica original e ampliar os seus significados. As muitas experimentaes da escola russa perpetuam at hoje nas mais variadas produes cinematogrficas. Assim como Tarantino, que usa constantemente recursos de montagem e intertextualidade em suas obras, muitas dessas experincias influenciaram cineastas a explorar esse lado mais simblico do cinema.

REFERNCIASMASCARELLO, Fernando. Histria do cinema mundial. Campinas, SP. Papirus, 2006.GONALVES, Elizabeth Moraes. A montagem audiovisual como ferramenta para a construo da intertextualidade no cinema in Razon Y Palabra.2009. Disponvel em: http://www.razonypalabra.org.mx/N/N67/varia/moraes_Porto.pdf

*Aluna do curso de Comunicao Social Relaes Pblicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.