A impossibilidade da invisibilidade

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A (IM)POSSIBILIDADE DA “INVISIBILIDADE” DOTRADUTOR E DA SUA “FIDELIDADE”: POR UMDIÁLOGO ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA DE

TRADUÇÃO

Ruth Bohunovsky1

UNICAMP

O objetivo deste trabalho consiste em discutir, e comparar,abordagens recentes de alguns teóricos de tradução, e de tradutores,sobre dois conceitos ligados ao trabalho tradutório: a “fidelidade”entre o texto traduzido e o texto de partida e a “invisibilidade” àqual estaria sujeito - ou não - o tradutor. Apontarei para o fato deque, enquanto nos trabalhos teóricos de diferentes vertentes atuaisas discussões acerca dos dois referidos conceitos se distanciam,claramente, de uma visão tradicional, isto é, essencialista, oscomentários de alguns tradutores reconhecidos evidenciam umavisão já considerada ultrapassada por parte dos teóricos a esserespeito. Tentarei argumentar, baseando-me sobretudo em textosde Rosemary Arrojo e em observações dos próprios tradutores,que, ao defender uma visão tradicional/essencialista relativa à“fidelidade” e à “invisibilidade”, os tradutores trabalham contraseu próprio interesse declarado, ou seja, sair do “segundo plano”no qual se encontram no âmbito literário. Com tal argumentação,viso a propor um diálogo mais aprofundado entre a teoria e a prática,que, no meu entender, contribuiria para a valorização do trabalhotradutório.

Nas últimas décadas, os estudos da tradução têm passado porvárias mudanças de orientação. Sem dúvida, já se encerrou o boom

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científico que marcou, depois da Segunda Guerra Mundial, váriasáreas humanas, como a lingüística, a psicologia, a antropologia e,também, os estudos da tradução. Baseando-se no suposto carátercientífico da lingüística, a “ciência da tradução” foi marcada, grossomodo, pela visão de que o processo de tradução seria um merotransporte de significados que deveria se tornar “objetivo” atravésde um “método” ou um “tertium comparationis” a ser desenvolvido.Pode-se citar John C. Catford, Eugene Nida, Karl-Heinz Freigange Otto Kade como alguns dos representantes dessa vertente que,geralmente, entendeu o texto original como “um objeto estável,‘transportável’, de contornos absolutamente claros, cujo conteúdopodemos classificar completa e objetivamente” (Arrojo [2000: 12]).A partir dessa visão essencialista, a tarefa do tradutor teria sidoapenas “transportar” o significado supostamente inerente aooriginal, sem inferir nele, sem “interpretar” o texto de partida(ibid.: 13). Os três princípios básicos que definiriam uma “boa”tradução e que foram sugeridos por Alexander Fraser Tytler, jáem 1791, podem ser vistos como características, também, datendência lingüística-científicista dos estudos da tradução (cf. Arrojo[2000: 13]):

1) a tradução deve reproduzir em sua totalidade a idéia do textooriginal;

2) o estilo da tradução deve ser o mesmo do original; e

3) a tradução deve ter toda a fluência e a naturalidade do textooriginal.

Partindo de tais “princípios” de tradução, fica evidente que oobjetivo principal do tradutor deveria ser ficar o mais “fiel” aooriginal em sua totalidade e ficar “invisível” no texto traduzido,pois o objetivo fundamental de qualquer tradução seria a“reprodução” do “original” em outro código.

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Depois do boom científico, a área tem sido marcada pordiferentes tendências teóricas. Atualmente, destacam-se, para citarapenas as mais importantes, os “estudos descritivos da tradução”2 eaqueles que se orientam pelo pensamento da Deconstrução,promovendo diálogos com o Pós-Colonialismo3 , a Psicanálise4 , oPós-Estruturalismo5 , os Estudos de Gênero6 , os Estudos Culturais,entre outros. Marcos Siscar e Cristina C. Rodrigues, na Apresentaçãoda revista ALFA sobre “Tradução, Descontrução e Pós-Modernidade”, dão uma idéia da extensão das mudanças ocorridasnesse contexto, quando mencionam que “tradução tem significado[...] muito mais do que um processo de transferência lingüística;tradução tem também buscado dizer a nossa maneira de relaçãocom o mundo, em seus diversos tipos de determinação” (2000: 6).

Tanto o conceito da “fidelidade” como o da “invisibilidade” têmsido repensados nas discussões desenvolvidas no campo dos estudosda tradução das últimas décadas. Cito, a seguir, dois trechos de autoresdo panorama brasileiro da área que ilustram as mudanças teóricasque ocorreram em relação a esses conceitos, como também no quediz respeito à tradução em geral e ao papel do tradutor. Em As

(In)Fidelidades da Tradução, Francis Henrik Aubert destaca que

[p]arece evidente que não se pode exigir uma fidelidade àquiloque é por definição inacessível: no caso em pauta, a mensagempretendida7 do emissor original. Mesmo a mensagem virtual8

não é diretamente acessível [...]. Assim, a matriz primáriada fidelidade há de ser, por imposição dos fatos, a mensagemefetiva9 que o tradutor aprendeu enquanto um entre váriosreceptores do texto original, experiência individual e única,não-reproduzível por inteiro nem mesmo pelo próprio receptor-tradutor, em outro momento ou sob outras condições derecepção. (1994: 75).

Se essa citação já sugere que a visão do tradutor como mero“transportador” de significados estáveis não é mais representativa

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para as discussões mais recentes sobre o tema, as seguintesobservações de Arrojo corroboram essa observação. Como pondera

essa teórica,

é impossível resgatar integralmente as intenções e o universode um autor, exatamente porque essas intenções e esse universoserão sempre, inevitavelmente, nossa visão daquilo que possamter sido. [...] O autor passa a ser, portanto, mais um elementoque utilizamos para construir uma interpretação coerente dotexto. [...] O foco interpretativo é transferido do texto, comoreceptáculo da intenção “original” do autor, para o intérprete,o leitor, ou o tradutor. [...] Significa que, mesmo que tivermoscomo único objetivo o resgate das intenções originais de umdeterminado autor, o que somente podemos atingir em nossaleitura ou tradução é expressar nossa visão desse autor e suasintenções. [...]. Em outras palavras, nossa tradução de qualquertexto, poético ou não, será fiel não ao texto “original”, masàquilo que considerarmos ser o texto original, àquilo queconsiderarmos constituí-lo, ou seja, à nossa interpretação dotexto de partida, que será [...] sempre produto daquilo quesomos, sentimos e pensamos. (2000: 40-44).

Como tentei ilustrar com as citações de Aubert e Arrojo, noâmbito das discussões teóricas sobre tradução mais recentes, a“fidelidade” na tradução não é mais entendida como a tentativa de“reproduzir” o texto de partida, mas está sendo relacionado àinevitável interferência por parte do tradutor, à sua interpretação emanipulação do texto. O tradutor é entendido como um sujeitoinserido num certo contexto cultural, ideológico, político epsicológico - que não pode ser ignorado ou eliminado ao elaboraruma tradução. O tradutor tornou-se “visível”. Nesse sentido, éexemplar o trabalho de Lawrence Venuti. Conhecido por sugerir“traduções estrangeirizadoras”, esse teórico propõe interferênciasdeclaradas, motivadas politicamente, nas traduções. Essa posturasó é possível porque Venuti já parte do pressuposto de que o tradutor,

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inevitavelmente, “aparece” em qualquer tradução. Haroldo eAugusto de Campos, com suas traduções “antropofágicas”, podemser mencionados aqui como outros teóricos/tradutores quevalorizam a interferência do tradutor. É interessante mencionar,também, que mesmo num livro mais recente de um teóricogeralmente atribuído à vertente lingüística-cientificista dos estudosda tradução, Wolfram Wilss, lemos que a tradução é“consideravelmente determinada pela personalidade do tradutor”10

(1996: 5), e que o texto de partida “é manipulado pela visão detexto [do tradutor], seus usos, habilidades e experiências lingüísticas,suas capacidades de resolver problemas, sua rotina, criatividade esua empatia (ibid.: 145). Além disso, esse teórico afirma que atradução é “uma rede muito delicada de fatores pessoais, textuais,socioculturais, históricos e mentais” (ibid.: 76).

Diante desse quadro - que sugere uma certa unanimidade entreteóricos de tradução, de tendências bastante diversas, no que dizrespeito à impossibilidade de se realizar uma tradução “fiel” ao“original”, isto é, recuperar, de uma maneira absolutamente neutrae objetiva, os significados supostamente inerentes a um texto departida - parece-me interessante discutir a visão de tradutores sobreesse tema. Para isso, baseio-me num artigo do jornal O Estado deSão Paulo, intitulado “Traduzir, caminho árduo de quem ama apalavra”, publicado em 11 de março de 2001. Nesse artigo, queaborda aspectos do trabalho prático de tradução, vários tradutorescomentam acerca de suas experiências profissionais e suas visõessobre tradução. Salta aos olhos o fato de que, diferentemente dosteóricos supracitados, os tradutores parecem defender uma visãotradicional e essencialista em relação à fidelidade e ao papel dotradutor. Rita Desti, tradutora do português para o italiano, entreoutros dos livros de José Saramago, é apresentada como “defensoraferrenha da fidelidade total” e relata tentar “transferir o sentido decada palavra e reproduzir o nível do texto”. Não se poderiaparafrasear melhor a visão essencialista concernente à tradução,discutida acima, visto que “transferir o sentido de cada palavra”

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só poderia ser possível se cada palavra tivesse um sentido estávelinerente - pressuposto descartado há muito tempo pela maioria dosteóricos de tradução. Além da “fidelidade”, encontram-se, nomesmo artigo, também comentários de tradutores com respeito àsua suposta “invisibilidade”. Carlos Nougué, tradutor da obra domexicano Carlos Fuentes para o português, é citado com as palavras“claro que devemos ficar invisíveis”. Essa opinião é defendida,também, por Nancy Rozenchan, tradutora do hebraico para oportuguês, que “também valoriza a invisibilidade”. A autora doreferido artigo, Fernanda Dannemann, parece concordar com talvisão, pois enfatiza que se deve “considerar [..] que odesaparecimento do tradutor nas linhas do texto nada mas é do queuma das provas do seu talento e característica fundamental paraque, muitas vezes, sejam aprovados pelos autores das obras”.

Como indicam essas citações, os tradutores entrevistados parao referido artigo parecem aderir a uma concepção de tradução quecorresponde muito mais àquela de teóricos como Nida ou Catfordque àquela defendida por teóricos mais contemporâneos. Assim, aobservação de Desti de que, no trabalho tradutório, tentaria“transferir o sentido de cada palavra” corresponde à exigência deNida de que o tradutor teria de “transportar os componentessemânticos” de um texto (Nida [1975], apud Wilss [1981: 140]). Apartir de tal concepção de tradução, a “invisibilidade” do tradutorseria, obviamente, uma conseqüência lógica da sua “fidelidade”ao original. No entanto, encontram-se, no mesmo artigo, outrasobservações dos tradutores que revelam o caráter problemático detal concepção teórica. Por exemplo, Rozenchan, embora“valorizando a fidelidade”, menciona que “[n]ão adianta serextremamente fiel ao estilo do autor e deixar o texto desagradável”.Essa tradutora explica que “se vê obrigada a pequenas alterações,já que o hebraico é uma língua de estrutura muito diferente danossa”. Ou seja, ao traduzir, a tradutora vê-se obrigada a decidirentre elaborar uma tradução “fiel” ao estilo lingüístico do texto departida ou uma versão “fiel” à sua legibilidade. Ela não deixa dúvida

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a qual das duas possibilidades dá preferência, pois esclarece que“faz parte do [...] trabalho [do tradutor] tornar o texto legível”. Noentanto, a “legibilidade” de um texto traduzido não depende, demaneira alguma, da sua “fidelidade” à forma lingüística do“original”, mas das convenções literárias da “comunidadeinterpretativa” - para usar a denominação de Stanley Fish (1980) -a qual se dirige a tradução. Ou seja, o que a argumentação deRozenchan evidencia é que, embora ela mesma declare procurarser “fiel” ao “original”, ela evidencia apenas sua “fidelidade” auma determinada concepção textual e a um determinado objetivoseu, já que poder-se-ia pensar também um tradutor que prefereficar “fiel” à forma lingüística e lexical do “original”, emdetrimento da legibilidade da tradução, como no caso de Venuti. Ofato de ter de tomar essa decisão, com a qual todo tradutor estáinevitavelmente confrontada, põe em xeque, também, a suposta“invisibilidade” do tradutor, visto que a maneira como o textotraduzido será recebida e lida pelos leitores depende do trabalho dotradutor, não do autor do “original”. A esse respeito lemos, noreferido artigo jornalístico, um comentário de Lia Wyler, tradutorade Harry Potter no Brasil. Ela reclama que “[n]as críticas, [ostradutores são] lembrados apenas quando a tradução não é tida comosatisfatória; se não for o caso, [seu] trabalho é creditado ao autordo livro, como se ele mesmo tivesse escrito, em português, umtexto literário ‘sem chavões’, ou ‘num estilo seco’”.

A partir das observações citadas acima, permite-se aargumentação de que, por um lado, a “invisibilidade” do tradutorparece ser o objetivo principal de muitos tradutores, embora, poroutro lado, os mesmos tradutores expõem uma certa insatisfação aesse respeito, pois mostram-se conscientes de que a avaliaçãoliterária de um texto traduzido porá em discussão um texto de suaautoria, não uma “reprodução” de um texto com altas qualidadesliterárias escrito em outro “código” e cujos supostos significadosteriam sido apenas “transportados” para o texto de chegada. Ouseja, enquanto defendem, à primeira vista, uma visão tradicional,

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baseada na suposta estabilidade do significado de palavras ou textos,e a necessidade de o tradutor ficar “fiel” ao original, e “invisível”,apresentam também observações que põem em questão sua própriavisão teórica. Com tais observações, os tradutores citadoscorroboram, talvez contra sua própria intenção, as propostasteóricas de autores como Arrojo, que argumenta que “nenhumatradução - mesmo aquelas que pretendem o contrário - conseguirápreservar intactos os significados originais de um texto [...] ou deum autor, mesmo porque esses significados serão sempre‘apreendidos’ ou considerados dentro de uma determinadaperspectiva ou de um determinado contexto” (1992: 103).

O ideal da “fidelidade” e da “invisibilidade” do tradutor, já quenunca alcançado, sempre acarretará a imagem do trabalho tradutóriocomo algo imperfeito, inferior, como já aponta Arrojo ao observarque a partir de uma visão essencialista, ou logocêntrica, “qualquertradução será sempre ‘infiel’, em algum nível e para algum leitor,sempre ‘menor’, sempre ‘insatisfeito’, em comparação a umoriginal idealizado e, por isso mesmo, inatingível” (1993: 29).Para deixar mais clara essa questão, podemos nos referir àtradutora Dominique Aury. Como ela evidencia, no seu prefáciodo livro Os problemas teóricos da tradução, de George Mounin(1975), essa tradutora considera seu próprio trabalho comoinferior, pois menciona que a “operação através da qual um textoescrito numa língua se torna susceptível de ser lido em outraconstitui, sem dúvida, em ato vagamente indecente, pois o bomtom exige que ele passe despercebido” (ibid.: 7). Aury ilustrabem que o tradutor, partindo de uma visão tradicional de“fidelidade” e “invisibilidade”, sempre fará um trabalhoimperfeito, pois caberá a ele tentar “as aproximações mais oumenos bem sucedidas, os furores de fidelidade, os entusiasmosmal recompensados, [...] o impossível” (ibid.: 11). Já a partir deuma visão pós-estruturalista de tradução, tal “impossibilidade”de cumprir a exigência da “fidelidade” e “invisibilidade” - quetorna a tradução um trabalho “indecente” - se torna exatamente o

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aspecto que valoriza o trabalho do tradutor. Essa mudança ficamais clara a partir da observação de Arrojo de que

traduzir [...] implica [...], em primeiro lugar, reconhecer seupapel essencialmente ativo de produtor de significados e derepresentante e intérprete do autor e dos textos que traduz.Além desse reconhecimento, é claro, cabe ao tradutor assumira responsabilidade pela produção de significados que realiza epela representação do autor a que se dedica. Ou seja, terá queestar sintonizado com o ideário de seu tempo e lugar e,conseqüentemente, com a visão que esse tempo e lugar lhepermitem ter do texto e do autor que interpreta. (1992: 104).

Os tradutores citados no artigo mencionado criticam que aindase encontram no “segundo plano” no âmbito literário e que, “salvoaqueles cuja fama já ultrapassou as fronteiras do anonimato”, nãoterem seus nomes mencionados nas capas das livros por elestraduzidos (cf. “Traduzir, caminho árduo de quem ama a palavra”,O Estado de São Paulo, 11 de março de 2001). Mas, não parecemrefletir sobre o fato de que sua própria postura teórica em relaçãoao seu trabalho está estreitamente ligada a tal situação. A partirdisso, me parece relevante argumentar em favor de um diálogo,ainda inexistente em grande escala, entre a teoria e a prática naárea de tradução, pois ainda não perdeu validade a observação deArrojo, de há quase dez anos, de que,

enquanto os tradutores persistirem em não refletir sobre otrabalho delicado e complexo que realizam e enquanto não sedecidirem a cuidar das condições e dos rumos de seu ofício,terão que aceitar o destino de marginalização que essasinstituições lhes reservam. Somente a partir daconscientização desses profissionais acerca do poder autoralque exercem e da responsabilidade que esse poder implica, asrelações perigosas que têm organizado tradutores e traduçõespoderão se tornar mais honestas. (1993: 31-32).

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Notas

1. A autora é doutoranda na área de tradução do Instituto de Estudo da Linguagem(IEL), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

2. Para uma discussão aprofundada sobre essa vertente, cf., por exemplo, SusanBassnett-McGuire (1980) ou Theo Hermanns (1985, 1999).

3. Cf., p. ex., Douglas Robinson (1997).

4. Cf., p. ex., Arrojo (1993); Maria Paula Frota (2000).

5. Cf., p. ex., Arrojo (1992, 2000).

6. Cf. Lori Chamberlain (1988).

7. Nota da autora: Conforme Aubert, a “mensagem pretendida” seria “aquilo que oemissor ‘quis dizer’, ou seja, sua intenção comunicativa” (1994: 73).

8. Nota da autora: Aubert define a “mensagem virtual” como o “conjunto deleituras possíveis a partir da expressão lingüística efetivamente gerada” (1994: 73).

9. Nota da autora: Segundo Aubert, a “mensagem efetiva” seria “aquela que serealiza na recepção, no destinário, condicionada em parte pela expressão lingüística,em parte pelo saber e pela intenção receptiva do interlocutor” (1994: 73).

10. A tradução é minha.

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