A importância do ato de ler (Resenha)

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A importância do ato de ler É no início da vida que começa o processo de aprendizagem da leitura: leitura do espaço e dos objetos (cores, formas, relevos, etc.); aprende-se a ler o meio ambiente, que, quando criança, é limitado, porém, traz grandes descobertas. A aprendizagem da leitura do mundo precede a da leitura da palavra; a escrita é a reescrita da leitura do mundo, sendo, então, a representação, em signos, desta por aquela. Quando dá-se início à jornada em busca da leitura da palavra, esta ocorre como uma decifração do próprio mundo, agora escrito, outrora representado por curvas sólidas e cores vivas, agora por símbolos a serem decodificados, aos poucos e com intento de fundir as duas leituras em uma: a leitura da “palavramundo”. Na educação ginasial, o conhecimento da leitura e escrita deve ser ministrado com intento de traz entendimento, afastando a idéia de usar massivos textos para que o conteúdo seja apenas memorizado. Na educação de jovens e adultos, uma variante disto, sendo necessário assumir postura de orientador, por parte do alfabetizador, por lidar com alfabetizandos que têm grande experiência com a língua falada, tornando-se necessário utilizar-se da linguagem popular, a linguagem que o aluno conhece a fundo, para alfabetizá-lo, deixando sua criatividade florar para auxílio da construção do conhecimento Fixando o já entendido, talvez redundante, a leitura de mundo precedo a leitura escrita, como pode-se citar: “...a palavra dita flui do mundo mesmo através da leitura que dele

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Resenha do texto de Paulo Freire com mesmo título

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A importância do ato de ler

É no início da vida que começa o processo de aprendizagem da leitura: leitura do

espaço e dos objetos (cores, formas, relevos, etc.); aprende-se a ler o meio ambiente, que,

quando criança, é limitado, porém, traz grandes descobertas.

A aprendizagem da leitura do mundo precede a da leitura da palavra; a escrita é a

reescrita da leitura do mundo, sendo, então, a representação, em signos, desta por aquela.

Quando dá-se início à jornada em busca da leitura da palavra, esta ocorre como uma

decifração do próprio mundo, agora escrito, outrora representado por curvas sólidas e cores

vivas, agora por símbolos a serem decodificados, aos poucos e com intento de fundir as duas

leituras em uma: a leitura da “palavramundo”.

Na educação ginasial, o conhecimento da leitura e escrita deve ser ministrado com

intento de traz entendimento, afastando a idéia de usar massivos textos para que o conteúdo

seja apenas memorizado. Na educação de jovens e adultos, uma variante disto, sendo

necessário assumir postura de orientador, por parte do alfabetizador, por lidar com

alfabetizandos que têm grande experiência com a língua falada, tornando-se necessário

utilizar-se da linguagem popular, a linguagem que o aluno conhece a fundo, para alfabetizá-

lo, deixando sua criatividade florar para auxílio da construção do conhecimento

Fixando o já entendido, talvez redundante, a leitura de mundo precedo a leitura escrita,

como pode-se citar: “...a palavra dita flui do mundo mesmo através da leitura que dele

fazemos”. As palavras são o mundo reescrito, daí a idéia de ser necessário se usar da

linguagem popular para inserir a alfabetização aos alunos, usar-se da língua do povo e não da

experiência acadêmica do educador, afinal, o aluno precisa ler, em primeira instância, o

mundo em que vive.