A importância das tecnologias digitais em sala de aula2

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Page 1: A importância das tecnologias digitais em sala de aula2

Autora: Marta Maria dos Santos Gonçalves1 – UERJ

É papel de a escola formar indivíduos - crianças e professores – que

saibam usar crítica e criativamente o computador (...). É papel de a escola

democratizar o acesso a mais um instrumento de criação (humana).

(Nogueira, 1998:124)

A importância das Tecnologias Digitais em sala de aula

Hoje um dos principais temas de discussão mundial é a inclusão das Tecnologias

Digitais em sala de aula, essa representada pela desigualdade entre docentes e discentes. A

chegada das tecnologias digitais nas escolas é cercada por uma grande discussão sobre o papel

do professor. O objetivo desse artigo e mostrar como o professor pode incluir as novas

tecnologias digitais sem perder a sua autoridade de mestre. Estamos vivenciando um tempo de

grandes modificações, sobretudo do ponto de vista de alguns conceitos fundamentais para o

exercício de práticas comunicacionais e educacionais em nosso tempo. As tecnologias digitais

são Softwares que podem potencializar a construção do conhecimento de uma maneira

coletiva, contudo faz-se necessário, novas práticas para a educação popular, uma educação em

redes, redes de colaboração, redes de construção em conhecimento dinâmicas, conscientes e

no pleno sentido da cidadania, como educação popular.

Palavras chaves: Tecnologias Digitais; papel do professor; redes.

Introdução

É a escola ainda a única responsável pela transmissão de conhecimentos e cultura a

sociedade?

Segundo Silva (2010, pág. 106) o professor está diante do desafio que consiste em

conhecer e adotar a modalidade comunicacional interativa. Na prática consiste justamente na

integração com as novas tecnologias. De acordo com Lévy os meios interativos promovem

melhor aprendizado e integração no mundo contemporâneo. A educação vem passando por

mudanças, as escolas vêm sofrendo pressões da sociedade para que insira a informática na

educação essa é a grande preocupação que vem norteando autores que estudam a formação de

professores com a Web 2.0.

O maior desafio para a educação em relação à informática educativa encontra-se na

formação do professor, que devido à falta de conhecimento subutilizam o computador nas

1 Graduanda do curso de Pedagogia UERJ- Maracanã. Bolsista de Iniciação Científica

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suas práticas pedagógicas. Lévy (1999) em seu livro Cibercultura fala sobre a importância das

relações com as novas tecnologias:

Para aqueles que não as praticaram, esclarecemos que, longe de serem

frias, as relações on-line não excluem as emoções fortes. Além disso,

nem a responsabilidade individual nem a opinião pública e seu

julgamento desaparecem no ciberespaço. Enfim, é raro que a

comunicação por meio de redes de computadores substitua pura e

simplesmente os encontros físicos: na maior parte do tempo, é um

complemento ou um adicional. (LÉVY, 1999: 118)

O professor é uma peça chave na implantação dos processos de mudanças tecnológicas

como recursos pedagógicos em sala de aula. “Se a escola não inclui a Internet na educação

das novas gerações, ela está na contramão da história, alheia a espírito do tempo e,

criminosamente, produzindo exclusão social ou exclusão da cibercultura”. (Silva, 2010).

Tecnologias Digitais

E a escola como entende as tecnologias na educação? Como um novo tempo, ou mais

um entrave para a tradicional transmissão de conteúdos? São os desafios da escola lidar com

estas questões e entender como os professores que abarcaram a ideia e os que são

radicalmente contra o uso da internet e do computador na transmissão dos conteúdos aos

alunos e de que forma ela está atuando neste contexto tão diverso. É o que este artigo se

propõe a discutir.

O maior desafio para a educação no que tange a educação digital ou informática

educativa está exatamente em libertar-se das concepções até aqui utilizadas na práxis

pedagógica, às metodologias normativas, o que queremos dizer é não subutilizar o

computador. As práticas pedagógicas devem sempre estar atualizadas nesses novos processos

da transação de conhecimento. Devemos conscientemente acompanhar as mudanças da

sociedade que nos questiona os sistemas de ensino e, sobretudo o papel do professor.

A informática entra na sala de aula como ferramenta de ensino para auxiliar alunos e

professores na compreensão de novos conhecimentos. Mas na utilização desta pelos sujeitos

novas perspectivas irão acrescentar estas relações. “A internet não é mídia de massa, é

infraestrutura da coletividade. Os professores podem lançar mão de suas potencialidades

para formar a participação coletiva e cidadã. Eles podem realizar isso na sala de aula

presencial e online e aí preparar o novo espectador, a geração digital para sua atuação no

novo espaço de manifestação da cidadania. Aí poderão atentar para as interações e

promover interatividade. Aí poderão educar em nosso tempo”. (Silva 2010, pág. 15).

Qual a importância na escola à inclusão digital para os alunos e professores?

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O professor precisa repensar seu papel em relação à Educação, é dever do profissional

estabelecer estratégias para relação professor/aluno, fazendo com que essa interação seja para

além-sala de aula.

Principalmente nas escolas públicas, é de fundamental importância por quê? Porque é

o único meio, único local onde eles podem ter acesso à informática. O mundo muda a cada

segundo, coisas acontecem a todo o momento, e é uma fonte de informação, é um momento

que eles têm de saber que o mundo não se resume somente aonde ele vivem aquela

comunidade, aquela escola. O mundo gira, e tudo acontece ao mesmo tempo, e a informática a

inclusão digital faz com que eles se sintam inseridos neste mundo. A internet faz com que eles

tenham um horizonte cada vez mais amplo, faz com que eles possam cada vez mais

desenvolver em si a capacidade de discernir o que é o mundo de hoje. E sem a internet isso é

impossível, a informação que levava uma semana para chegar para gente, agora chega em

segundos. Isso é o que acontece. Essa inclusão é importante, porque eles se sentem

informados, eles se sentem gabaritados para poder discutir qualquer assunto. Quando eles se

interessam isso acontece, mas quando não se interessam aí tanto eles, mas com qualquer um

de nós, quando a gente não tá afim, nada acontece. Mas a inclusão digital é importante porque

se não eles ficam mais excluídos do que já estão.

Como texto abaixo diz, o importante é buscar a participação e o acesso dos diversos

setores da sociedade, também se faz necessário um programa nacional para informatizar e

qualificar os professores para que essa entrada na “era da informação” seja duradoura e não

apenas uma fase passageira.

“Consideramos que no solamente procurar el acceso, sino asegurar la participación

de los diversos sectores sociales en las dinámicas de las iniciativas o programas nacionales

de la sociedad de la información, son cuestiones de vital importancia para garantizar un

impacto positivo y duradero. Asegurar la participación implica considerar a los diversos

sectores y disciplinas en la formulación, desarrollo, continuidad, monitoreo y evaluación de

iniciativas, programas y políticas a largo plazo. La ap”. (http://www.cmsi.org.br).

Em um mundo informatizado, é triste ver escolas onde profissionais responsáveis pela

educação e formadores de opinião, se recusem a utilizar de um recurso tão útil e importante

como internet e os computadores em sala de aula para assim potencializar seu trabalho

pedagógico.

Educação em redes

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Vivenciamos no inicio do século transformações em todo o cenário social da vida

humana. Os processos de ensinar e aprender tornaram-se mais desafiadores a partir do

momento que a informação foi codificada e tornou-se de fácil acesso e de múltiplas fontes e

visões. A educação hoje já não assume apenas o dever de repassar conhecimentos, mas tem o

desafio de desenvolver as capacidades dos seus alunos e sendo a escola historicamente

responsável pela inserção de cultura nas classes populares, assim as tecnologias da

informação são ferramentas que podem potencializar a construção do conhecimento de uma

maneira coletiva, contudo faz-se necessário, novas práticas para a educação popular, uma

educação em redes, redes de colaboração, redes de construção em conhecimento dinâmicas,

conscientes e no pleno sentido da cidadania, como educação popular.

Segundo Santos:

As tecnologias digitais de comunicação e informação estão

possibilitando muitas mudanças. As redes, não só de máquinas e de

informação, mas principalmente de pessoas, tribos e comunidades,

estão permitindo configurar novos espaços de interação e de

aprendizagem. Tais possibilidades estão pondo em xeque o papel e o

“poder centralizador” dos professores na contemporaneidade. (Santos,

2005, pág. 18).

Não é de agora que assistimos a uma crise estrutural na educação. Esta crise se

constitui em uma oportunidade de transformação nas instituições escolares e na sociedade, ela

também pode ser entendida como decorrência da evolução científica e tecnológica das últimas

décadas, que vem mudando o modo de interagir nas relações humanas.

O educar tornou-se mais complexo até mesmo porque a sociedade tornou-se mais

complexa. Novas formas de nos relacionarmos com os outros, novos modelos de famílias e

novas relações trabalhistas. Fazem com que os professores tenham que repensar o processo de

ensino, reaprendendo a ensinar e a aprender, modificando a relação com os alunos e tendo

uma nova postura docente.

Há, uma cobrança da sociedade do conhecimento para com o professor para que esse

adquira competências e habilidades para desenvolver o processo educativo, tornando a

educação antes linear em uma educação em formato de rede, segundo Manhães: “A rede pode

ser a possibilidade de elaboração de propostas e projetos, enquanto planos de resistência no

qual a organização fixa e estereotipada ceda domínio a processo de criatividade”.

Na construção da identidade, sujeito, grupo social e contexto institucional são fatores

que estão interligados. Neste sentido os profissionais docentes e os estudantes se aproximam

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de um conjunto articulado, com conhecimentos e outros saberes na perspectiva da

complexidade em busca de estratégia sobre a própria prática pedagógica.

Isto faz com que tenhamos uma complexidade dessa rede de relações na qual podemos

compreender como sendo um “rio” que temos que atravessar muitas vezes.

Diante do movimento contemporâneo, o desafio está no fato de que os professores

precisam estar atentos para novo comportamento de aprendizagem, para enfrentar os novos

desafios oriundos da cobrança da sociedade. O professor deve mobilizar articulações entre os

diversos campos de conhecimento tomado como rede interdisciplinar e transdisciplinar.

Segundo (Thiesen 2008):

A escola, como lugar legítimo de aprendizagem, produção e

reconstrução de conhecimento, cada vez mais precisará acompanhar

as transformações da ciência contemporânea, adotar e

simultaneamente apoiar as exigências interdisciplinares que hoje

participam da construção de novos conhecimentos. A escola precisará

acompanhar o ritmo das mudanças que se operam em todos os

segmentos que compõem a sociedade. O mundo está cada vez mais

interconectado, interdisciplinarizado e complexo. (Thiesen 2008)

O professor então seria aquele que oferece possibilidades de aprendizagem

disponibilizando conexões que ele tece com os alunos. Segundo Manhães: O encadeamento

das relações, suas interconexões, ocasiona o alargamento do campo de relações,

transformando-o em redes.

Diante desse novo contexto social o desafio do professor está basicamente voltado

para a sua capacitação para lidar com esta nova concepção de ensino.

A sociedade tem cada vez mais deixado de lado à organização linear e se organizando

em rede. As relações nessa nova organização são elaboradas sem hierarquia, nela o poder se

desconcentra.

Segundo Schwartz apud Silva 2010:

As redes devem tem as seguintes características: Vínculos

qualitativos; Nas redes ocorre a produção de informação e sentido; As

redes exigem interatividade e Na rede a possibilidade de articulação

entre nós distintos cria continuamente espaços e tempos,

individualizados ou individualizáveis.

A rede está presente no cotidiano de uma maneira muito mais concreta do que se

imagina.

Percebemos em nosso cotidiano mudanças no que se refere às formas de nos

relacionarmos com o outro. Ao recorrer a essas novas tecnologias em sua vida cotidiana,

atribuímos sentidos e legitimamos outros espaços como locus de construção de nossos

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saberes. Os praticantes se apropriam de novos espaços, com novos usos, novas formas de

construção de espaços sociais.

Considerações finais

Este é o momento de reflexão. Pensar, refletir sobre os processo de ensino e de

aprendizagem é rever os caminhos e construir prática reflexiva do professor, entendemos que

a identidade profissional vai se construindo a partir das significações social da profissão.

Segundo Silva:

A internet não é mídia de massa, é infraestrutura da coletividade. Os

professores podem lançar mão de suas potencialidades para formar a

participação coletiva e cidadã. Eles podem realizar isso na sala de aula

presencial e online e aí preparar o novo espectador, a geração digital

para sua atuação no novo espaço de manifestação da cidadania. Aí

poderão atentar para as interações e promover interatividade. Aí

poderão educar em nosso tempo.

Considerando a importância do tema, o professor que estiver munido dos seus

conhecimentos saberá intervir no processo ensino-aprendizagem.

REFERÊNCIAS

LÉVY, Pierre. Cibercultura/ Pierre Lévy; tradução de Carlos Irineu da Costa. – São

Paulo: Ed. 34, 1999 (coleção TRANS).

MANHÃES, Luiz Carlos. Formação de professores e rede de saberes e fazeres.

SANTOS, Edméa Oliveira dos Santos. Educação Online: cibercultura e pesquisa-

formação na prática docente. - 2005.351f. Tese de doutorado.

SILVA, Marco. Educación interactiva: ensenanza y aprendizaje presencial y on-

line, Barcelona: Gedisa, 2005.

________ Sala de aula interativa. 2010.

http://www.cmsi.org.br