A Heresia da Verdade e a Verdade da Heresia
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Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA
Centro Formação Interdisciplinar – CFI
Origem e Evolução do Conhecimento
Professor: Itamar Rodrigues Paulino
Acadêmico: João Felipe dos Santos do Nascimento
Turma: M5 Matrícula: 201200483
O texto A Heresia da Verdade e a Verdade da Heresia (ALVES) assim como OEC nos
leva a pensar, ter novas concepções acerca da busca do conhecimento e da verdade. Mas o
que é a verdade? Talvez a verdade seja uma questão de ponto de vista. Ficando a critério de
cada um escolher a sua verdade, a mais aceitável.
“Verdadeiras são as palavras pronunciadas pelos fortes”, subtendesse daí que
praticamente toda história da humanidade, foi contada por fortes, digo no caso de pessoas
pertencentes às elevadas classes sociais, pois, quase sempre, nunca paramos para ouvir o lado
da história de quem foi derrotado, e provavelmente se parássemos para ouvir esse lado, com
certeza veríamos que nele há mais verdade do que no outro, deve ser por esse fato que na
maioria das vezes relacionamos derrota a “mentira”. Mas vimos em Origem e Evolução do
Conhecimento que na Idade Média a igreja era a “forte” detentora de todo saber e
controladora do que era certo ou errado. Nesse período ouve uma estagnação nas ciências por
conta que a igreja afirmava que Deus já revelou a verdade, mesmo que essa revelação seja
incompreensível à lógica humana. Muitos foram ditos como hereges, pois iam de encontro
com a igreja e seus dogmas. Os fortes fazem com que seus discursos sejam verdadeiros, não
para dizer a verdade, mas para impor a sua força. Só há um lugar onde encontramos o
contrário, que é a Bíblia, onde a história é contada por derrotados, talvez daí a estranha
predileção pelo que é fraco e derrotado.
“As palavras não significam por que signifiquem, seu significado deriva da forma
como eu as uso”, pois diferente da matemática que é objetiva, as palavras possuem um
significado, que possibilita muitas interpretações. Isso funciona mais ou menos como uma
teia, a palavra fica no centro e os pensamentos das pessoas ficam ao redor, cada um faz uma
ligação com a palavra, pois como os seres humanos são bem diferentes uns dos outros, não
iríamos nos admirar que nossa forma de pensar também fosse diferente, e é justamente por
que somos assim, que uma só palavra, pode ser interpretada de diversas formas dependendo
da imaginação e experiência de vida de cada um.
“O conhecimento do absoluto é traiçoeiro” deve ser essa razão pela qual nunca temos
totalmente acesso à verdade. Vemos isso claramente, quando Sócrates vai às ruas perguntar se
as pessoas conhecem a si próprias, visando chegar à verdade - o que ele fez brilhantemente
por meio do diálogo-, e por incrível que pareça ele conseguiu chegar a uma verdade, a que
não sabemos de nada. Ao analisarmos um objeto tentamos chegar à verdade, mas não
conseguimos totalmente mesmo analisando de todos os ângulos, pois não podemos olhar por
completo chegar a sua totalidade.
Continuando com a mesma linha de pensamento, assim como no mito da queda onde e
homem e mulher pensavam que o fruto lhes tornaria como deuses, pois conheceriam o bem e
o mal, mas apenas o que eles viram foi apenas sua nudez. O mundo hoje está passando pelo o
mesmo processo. Cientistas brincam de Deus tentando reproduzir como o mundo surgiu a
partir da Partícula de Deus. Com essa descoberta pensam que vão ajudar o mundo, mas será
se o homem precisa desse conhecimento? E após chegarmos a esse conhecimento que de uma
forma ou de outra será absoluto – no sentido de surgimento do mundo - o que vai ser da
humanidade? Para onde caminharemos? Toda uma crença sobre a origem do mundo será
abalada, tudo aquilo que acreditávamos ser não será mais, o mundo entrará em colapso, pois a
vida no âmbito da fé e religião perderá todo o sentido, porque todo homem precisa crer em
algo, e é isso que rege a sua vida. O homem precisa navegar livre nos mares da incerteza – no
caso ter uma religião - e ao mesmo habitar seguro nos charcos onde o naufrágio é impossível.