A Guerra Dos 30 Anos Da Alemanha

download A Guerra Dos 30 Anos Da Alemanha

of 20

description

fbsdfhnbsfbzsfbs

Transcript of A Guerra Dos 30 Anos Da Alemanha

A GUERRA DOS 30 ANOS DA ALEMANHAA Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) a denominao genrica de uma srie de guerras que diversas naes europeias travaram entre si a partir de 1618, especialmente na Alemanha, por motivos variados: rivalidades religiosas, dinsticas, territoriais e comerciais.As rivalidades entre catlicos e protestantes e assuntos constitucionais germnicos foram gradualmente transformados numa luta europeia. Apesar de os conflitos religiosos serem a causa direta da guerra, ela envolveu um grande esforo poltico da Sucia e da Frana para procurar diminuir a fora da dinastia dos Habsburgos, que governavam a ustria. As hostilidades causaram srios problemas econmicos e demogrficos na Europa Central e tiveram fim com a assinatura, em 1648, de alguns tratados(Mnster e Osnabrck) que, em bloco, so chamados de Paz de Vestflia.Os conflitos religiosos ocorridos na Alemanha e solucionados em 25 de setembro de 1555 com a assinatura da Paz de Augsburgo inauguraram um perodo no qual cada prncipe podia impor sua crena aos habitantes de seus domnios. O equilbrio manteve-se enquanto os credos predominantes restringiam-se religio catlica e luterana, mas o advento do calvinismo complicaria o cenrio. Considerada uma fora renovadora, a nova linha religiosa conquistou diversos soberanos. Os jesutas e a Contra-Reforma, por outro lado, contriburam para que o catolicismo recuperasse foras. Assim nasceu o projeto expansionista dos Habsburgos, idealizado por Fernando, duque de Estria, que fora educado pelos jesutas. O perigo ameaava tanto as potncias protestantes no Norte como a vizinha Frana. medida que o conflito se desenhava, a luta estava sendo influenciada por muitos outros temas colaterais, tais como as rivalidades e ambies dos prncipes alemes e a teimosia de alguns dirigentes europeus, sobretudo dos franceses e suecos, em abater o poderio do catolicssimo Sacro Imprio Romano-Germnico, o instrumento poltico da famlia dos Habsburgos.Esta conjuntura fora desencadeada na segunda metade do sculo XVI pelas fraquezas do Tratado de Augsburgo, um acordo concludo em 1555 entre o Sacro Imprio catlico e a Alemanha luterana.

O imperador Rodolfo IIAs tenses religiosas agravaram-se na Alemanha no decurso do reinado do Imperador Rodolfo II (1576-1612), perodo durante o qual foram destrudas muitas igrejas protestantes. As liberdades religiosas dos crentes protestantes foram limitadas, nomeadamente as relativas liberdade de culto; os oficiais do governo lanaram as bases do Tratado de Augsburgo, que criou condies para o refortalecimento do poder catlico. Com a fundao da Unio Evanglica em 1608, uma aliana defensiva protestante dos prncipes e das cidades alems, e a criao, no ano seguinte, da Liga Catlica, uma organizao semelhante mas dos catlicos romanos, tornava-se inevitvel o recurso guerra para tentar resolver o conflito latente, o qual foi desencadeado pela seco da Bomia da Unio Evanglica.

Fernando II, rei da Bomia.Na Bomia (atual Repblica Checa), teve incio uma disputa pela sucesso do trono, que envolveu catlicos e protestantes. Fernando II de Habsburgo, com a ajuda de tropas e recursos financeiros da Espanha, dos germnicos catlicos e do papa, conseguiu derrotar os protestantes da Bomia. Os protestantes, que constituam a maior parte da populao, estavam indignados com a agressividade da hierarquia catlica. Os protestantes exigiam de Fernando II, o rei da Bomia e futuro imperador do Sacro Imprio, uma intercesso em seu favor. Todavia, as reivindicaes foram totalmente ignoradas pelo rei, pois este era um fervoroso catlico e um potencial herdeiro do poder imperial dos Habsburgos. Fernando II estabeleceu o catolicismo como nico credo permitido na Bomia e na Morvia. Os protestantes bomios consideraram o ato de Fernando como uma violao da "Carta de Majestade". Isso provocou nos bomios o desejo de independncia.

A Defenestrao de Praga.A resposta da maioria protestante no se fez esperar: em 23 de Maio de 1618, descontentes com os catlicos que destruram um de seus templos, invadiram o palcio real em Praga e lanaram dois dos seus ministros e um secretrio pela janela, fato que ficou por isso conhecido como a "Defenestrao de Praga" ou "violncia de Praga", tendo despoletado a sublevao protestante. Assim comeava a guerra, que abrangeu as revoltas holandesas depois de 1621 e concentrou-se em um confronto franco-Habsburgo aps 1635.ndice 1 Desenrolar da guerra 1.1 Perodo Palatino-Bomio (1618-1624) 1.2 Perodo Dinamarqus (1624-1629) 1.3 Perodo Sueco (1630-1635) 1.4 Perodo Francs (1635-1648) 1.5 O papel da Frana 2 O fim do conflito 3 Consequncias 4 Cronologia dos principais eventos 5 Principais batalhas 6 Ligaes externas 7 RefernciasDesenrolar da guerraO conflito foi basicamente entre o Sacro Imprio Romano-Germnico, catlico e dominado pela casa de Habsburgo, e um vasto conjunto de cidades e principados alemes protestantes, apoiados primeiro pelas principais potncias anticatlicas, a Sucia e os Pases Baixos, e depois tambm pela Frana catlica, em mais um captulo das antigas rivalidades entre os franceses e os Habsburgos.Esta guerra devastadora, talvez uma das mais ferozes na Histria da Europa, pode dividir-se em quatro perodos distintos, caracterizados pelos soberanos que, sucessivamente, lutaram contra o imperador, sustentculo dos catlicos.Perodo Palatino-Bomio (1618-1624)

Frederico V, eleitor palatino.De incio, as tropas protestantes, comandadas pelo conde Henrique Matias von Thurn, tiveram algum sucesso; assim, a rebelio alastrou-se a outras partes dos domnios do imprio. Durante algum tempo, a cidade catlica de Viena, a capital dos Habsburgos, foi ameaada (1619) pelas tropas da Unio Evanglica.Nesse ano, a coroa de Fernando foi entregue pelos bomios a Frederico V, chefe da Unio Evanglica e eleitor (um dos governadores que elegiam o imperador germnico) do Palatinado (ou Pfalz, regio histrica da Alemanha, no vale do Reno). Algumas seces regionais desta Unio retiraram-se do conflito, pois Frederico era um calvinista, grupo com quem mantinham fortes divergncias.

Joo T'Serklaes von Tilly.

Campanha de Tilly.A faco catlica tirou partido das discordncias no seio da Unio Evanglica e Fernando, entretanto tornado Imperador em 28 de Agosto de 1619, assumiu o controle da ofensiva catlica.Em 8 de Novembro de 1620, um exrcito da Liga Catlica, liderado pelo germnico Joo T'Serklaes von Tilly rumou a Weienberg, prximo de Praga, onde venceu os protestantes na Batalha da Montanha Branca . Aps esta vitria, muitos rebeldes foram condenados a morte e todos perderam seus bens. A coroa da Bomia, at ento eletiva, tornou-se hereditria dos Habsburgos. O protestantismo foi proibido nos domnios imperiais e a lngua checa substituda pela alem.

A Batalha da Montanha Branca numa litografia da poca.

Maximiliano I, duque da Baviera e sua segunda esposa Marie-Anne da ustria.A Unio Evanglica foi ento desmobilizada, mas Frederico e alguns dos seus aliados continuaram a lutar no Palatinado. Derrotaram mesmo o exrcito de Tilly em Wiesloch, em 22 de Abril de 1622. Mas sem grandes consequncias, porm, pois a partir de ento somaram grandes derrotas. Em 1623, Fernando, com a ajuda da Espanha e da Baviera, conquista o Palatinado de Frederico V. No final de 1624, o Palatinado, entregue a Maximiliano I, duque da Baviera, era novamente um bastio catlico. No entanto, as ambies germnicas de Fernando e sua aliana com a Espanha, fizeram com que se manifestasse a apreenso das naes protestantes da Europa e tambm da Frana.Perodo Dinamarqus (1624-1629)

Cristiano IV, rei da Dinamarca e Noruega, apoiou os protestantes alemes, principalmente, por razes no religiosas.Na segunda fase da guerra, o conflito assumiu um carcter internacional numa altura em que os Estados germnicos protestantes buscavam ajuda no exterior contra os catlicos. Pases como a Inglaterra (anglicana) e a Frana (catlica) estavam receosos do poder dos Habsburgos, mas estas duas naes, na altura aliadas contra a Espanha, no intervieram de imediato porque se debatiam com problemas internos. O nico apoio surgiu do Norte, majoritariamente luterano.O imperador, orgulhoso do seu triunfo, pretendia obrigar os protestantes a devolver os bens eclesisticos, que haviam sido secularizados. Os rebeldes pediram ajuda ao rei da Dinamarca e Noruega, Cristiano IV, protestante e prncipe do Imprio, pois possuia o ducado de Holstein (na atual Alemanha). Em 1625, Cristiano IV renovou a guerra contra os imperialistas catlicos como lder de uma coligao contra os Habsburgos organizada pelos neerlandeses. Esta interveno, porm, no assentava em motivaes desinteressadas; os seus objetivos radicavam mais em ambies territoriais (para compensar a perda das provncias blticas para a Sucia) e na vontade de acabar com o domnio dos Habsburgos no ducado dinamarqus de Holstein (fronteira norte da Alemanha).

Albrecht von Wallenstein, duque de Friedland.Esse rei, apoiado por prncipes germnicos luteranos e calvinistas, mobilizou um grande exrcito em 1625 e invadiu a Saxnia (Norte da Alemanha), onde no encontrou uma resistncia muito forte. Entretanto, Albrecht von Wallenstein, duque de Friedland, nobre checo riqussimo e ambicioso, tinha formado um feroz exrcito repleto de mercenrios, oferecendo-se a Fernando II, que apenas dispunha do exrcito de Tilly. O exrcito dos mercenrios teve a sua primeira vitria em Dessau, na Alemanha, em Abril de 1626. Em Agosto desse mesmo ano, Tilly derrotou o exrcito dos protestantes em Lutter am Barenberg, na Alemanha, obrigando as foras do Protestantismo a abandonarem seus aliados e retirarem-se, em 1627, para a pennsula da Jutlndia (Dinamarca).Depois, a 6 de Maro de 1629, as foras imperiais somavam uma estrondosa vitria, com o dito da Restituio, documento este que anulava todos os direitos protestantes s propriedades catlicas expropriadas a partir da Paz de Augsburgo. Em 22 de Maio de 1629, o rei Cristiano aceitou o Tratado de Lbeck, que o privava de mais alguns territrios germnicos, significando o fim da Dinamarca como potncia europeia. O imperador alcanou o auge de seu poder.Perodo Sueco (1630-1635)

Gustavo Adolfo na Batalha de Breitenfeld.Na fase sueca, a seguinte, o cardeal e estadista francs, Richelieu, o implacvel ministro de Lus XIII, pai de Lus XIV, estava preocupado com o sucesso dos Habsburgos. A Frana estava desorganizada internamente, sem condies para intervir diretamente na guerra. Assim, decidiu o cardeal aliciar para a tarefa o monarca sueco Gustavo II Adolfo, denominado "rei da neve", prometendo-lhe determinadas concesses e ajuda financeira.

Cerco da cidade alem de Magdeburgo.Gustavo Adolfo, que encerrara uma guerra de quatro anos com a Polnia, era um luterano, que j tinha sido contactado pelos povos protestantes do Norte. Nestas circunstncias, concordou em entrar no conflito pois perspectivava concretizar as suas ambies hegemnicas no Bltico. Dotado de superiores qualidades militares, colocou-se a frente de um exrcito bem instrudo na ttica dos fogos, formado principalmente de camponeses suecos e pequeno nmero de mercenrios. A disciplina era severa e a pilhagem, proibida.Gustavo II Adolfo desembarcou no norte da Alemanha no dia 24 de junho de 1630 e obteve a adeso de muitos prncipes protestantes alemes. Apoiado pelo porto de Stralsund e capturando o porto de Stettin (na Pomernia), ele passaria aqueles primeiros meses buscando construir uma base segura para as futuras operaes. Enquanto isto, o exrcito Imperial e da Liga Catlica, agora comandado por Tilly, cercava e saqueava Magdeburgo (maio de 1631), uma importante cidade protestante nas margens do rio Elba.

Gustavo Adolfo desembarca na Alemanha.Passados alguns meses, o exrcito de Tilly sofreu trs derrotas; na ltima destas batalhas, travada em Breitenfeld, perto da atual cidade de Leipzig, em 17 de Setembro de 1631, Gustavo Adolfo teve a ajuda do exrcito saxo. Depois desta batalha de Breitenfeld, o exrcito sueco encaminhou-se para o Sul, bateu os imperiais na Batalha de Rain e ocupou brevemente a Baviera.

Gustavo Adolfo vitorioso em Breitenfeld.Fernando, confrontado com a derrota, chamou novamente Wallenstein para comandar as tropas imperiais. Este recrutou um novo exrcito de mercenrios, e invadiu a Saxnia no Outono de 1632.

Morte de Gustavo Adolfo na Batalha de Ltzen.O exrcito sueco foi ento no seu encalo, e em 16 de Novembro atacou os catlicos em Ltzen. Nesta batalha, travada tambm na Alemanha, Gustavo perdeu a vida, mas no seu final os seus inimigos, comandados por Wallenstein (que aceitara o comando das foras imperiais com a condio de ficar com poderes ilimitados), foram forados a bater em retirada. Aps a morte de Gustavo Adolfo, o chanceler sueco Oxenstierna financiou a Liga Heilbronn dos Protestantes Alemes (1633), que dissolveu-se aps a derrota militar em Nrdlingen, em 1634.Bernhard, duque de Saxe-Weimar, que veio substituir no comando Gustavo, em Ltzen, ultrapassou a Baviera depois desta vitria. Todavia, durante o ano de 1633, Wallenstein, por seu turno, conseguiu importantes vitrias contra os interesses suecos na Silsia (Sul da Polnia).O conflito se ampliou, alimentado pelas ambies polticas das diversas potncias. A Polnia atacou a Rssia e estabeleceu uma ditadura em Moscou. A paz russo-polonesa de 1634 ps fim ambio polonesa ao trono czarista mas deixou a Polnia livre para retomar as hostilidades contra seu principal inimigo no Bltico, a Sucia, ento profundamente comprometida na Alemanha.

O Assassinato de Wallenstein.No final de 1633, Wallenstein deu incio a um movimento de paz entre os crculos que lideravam as foras imperialistas. Todavia, foi retirado do seu posto de comando por Fernando, sob suspeita de cometer atos de traio, mas, mesmo assim, encetou conversaes de paz com os lderes protestantes. As suas tentativas de pr fim guerra criaram-lhe inimigos entre os oficiais, que o tero assassinado em 25 de Fevereiro de 1634. Em 6 de Setembro desse ano, os exrcitos imperiais impuseram uma devastadora derrota ao duque Bernardo em Nrdlingen (Baviera), na Alemanha, que desmoralizou os protestantes e os levou a abandonar o conflito. A Paz de Praga, assinada em 30 de maio de 1635, que formalizou o fim da guerra civil dentro da Alemanha, trouxe algumas alteraes favorveis aos luteranos-saxes, nomeadamente mudanas elementares no dito da Restituio. No mesmo ano a Frana entrou em guerra com os Habsburgo, juntamente com a Sucia e as Provncias Unidas.Perodo Francs (1635-1648)

O cardeal Richelieu.Esse perodo foi assim chamado porque Richelieu, aps ter apoiado secretamente os adversrios da casa de ustria (Habsburgos), interveio diretamente contra ela, combatendo tambm a Espanha (aliada da ustria que apoiava de forma decisiva o imperador). O absoluto ministro de Lus XIII, embora interessado no aniquilamento da Casa da ustria, no pretendia intervir diretamente no conflito por ser o imperador austraco defensor do catolicismo, mas as vitrias imperiais e a possibilidade da consolidao do poder dos Habsburgos o levaram a lutar ao lado dos protestantes da Sucia, Pases Baixos e principados alemes.Os assuntos religiosos no eram ento os mais importantes, neste novo perodo iniciado em 19 de Maio de 1635, com a declarao de guerra da Frana Espanha, o outro grande domnio Habsburgo na Europa, alm da ustria e regies dependentes na Europa Central. A guerra converteu-se, portanto, num conflito pela hegemonia entre os Habsburgo e a Frana. Desse jeito, o conflito foi ampliado para quase todo o continente.

Lennart Torstensson (1603-1651), general sueco.

A campanha de Lennart Torstensson em 1642A Frana, aliada da Sucia e de outros territrios e lderes protestantes, pde ultrapassar algumas dificuldades iniciais. O general sueco Johan Banr, derrotou as foras conjuntas dos saxes e dos austracos na Batalha de Wittstock, em 4 de Outubro de 1636, desferindo um duro golpe na posio dos Habsburgos na Alemanha.Em 1636, as invases espanholas em territrio francs foram repelidas e a posio dos Habsburgos na Alemanha ficou ainda mais comprometida pela derrota infligida pelo duque Bernhard em Rheinfelden, em 2 de Maro de 1638. Depois destes reveses, os exrcitos imperiais viram-se forados a baixar as armas. Entre 1642 e 1645, o general sueco Lennart Torstensson obteve diversos triunfos: bateu a Dinamarca, que se unira s foras imperiais, e tomou largas pores territoriais da Alemanha e da ustria.

Henri de La Tour d'Auvergne, visconde de Turenne (1611-1675).

Busto de Lus II, quarto prncipe de Cond.

Cond na Batalha de Rocroi.No ocidente, a Frana, sob o comando do general Henri de La Tour d'Auvergne, visconde de Turenne (1611-1675), e Lus II, prncipe de Cond, tambm foi bem sucedida. Cond, por exemplo, derrotou um exrcito espanhol em Rocroi, na Frana, em 18 de Maio de 1643. Em novembro seguinte, os franceses sofreram algumas derrotas em Tuttlingen, na Alemanha, mas a partir da os Habsburgos s conseguiram ganhar algumas pequenas batalhas.Os exrcitos aliados de Cond e de Turenne bateriam um exrcito bvaro em Friburgo em Brisgvia, em junho de 1644. Em 3 de Agosto do ano seguinte, os comandantes franceses voltaram a ser superiores a um outro exrcito Austro-Bvaro perto de Nrdlingen. Por outro lado, o exrcito sueco, a partir de 1642, esteve sob o comando de Lennart Torstensson, que viria a derrotar os imperiais na batalha de Jankau (1645).Representantes do Imprio e da coligao contrria deram incio s negociaes de paz em Mnster e Osnabrck, na Alemanha, em 1645, que se revelaram infrutferas. Contudo, depois da Baviera central ser invadida, Maximiliano I concluiu, em 14 de Maro de 1647, as trguas de Ulm com a Sucia e a Espanha. Apesar destes desastres, o imperador Fernando III recusou-se a capitular. Os confrontos prosseguiam na Alemanha, no Luxemburgo, nos Pases Baixos, na Itlia e na Espanha, ainda em 1647.

Batalha de Lens (20 de Agosto de 1648)No outono desse ano, Maximiliano I reentrou na guerra do lado do Imprio, e mais uma vez o exrcito bvaro-austraco foi derrotado em 17 de Maio de 1648 (Zusmarshausen)[1] . Esta derrota, bem como os cercos sueco de Praga e franco-sueco de Munique, aliados importante vitria francesa de 20 de Agosto em Lens, na Frana, obrigou Fernando III, tambm confrontado com a ameaa de assalto a Viena, a concordar com os termos de paz impostos pelos vencedores desta Guerra dos Trinta Anos, consagrados no Tratado de Vestflia. A guerra franco-espanhola, no entanto, prosseguiu at o Tratado dos Pireneus, em 1659.O papel da FranaO papel da protagonista principal durante a Guerra dos Trinta Anos coube Frana. No apogeu do conflito, o pas chegou a contar com um exrcito de 100 mil homens e a firmar aliana com as Provncias Unidas, a Sucia, os prncipes alemes contrrios paz, a Confederao Helvtica e alguns Estados italianos. Na organizao estratgica de todos esses movimentos estava Armand Jean du Plessis, o cardeal de Richelieu (1585-1642), descrito por seus contemporneos como uma figura mais prxima Coroa do que do papa.O fim do conflito

Celebrao da Paz de Mnster.A Paz de Vestflia foi negociada durante trs anos pelos representantes dos catlicos e protestantes, reunidos em Mnster (onde tinha precendncia a Frana catlica) e em Osnabrck (onde tinha precedncia a Sucia protestante). As conversaes de paz, iniciadas em 1644 em Mnster e Osnabrck, envolviam o fim da Guerra dos Oitenta Anos entre Espanha e Pases Baixos e da guerra dos trinta anos na Alemanha. O tratado de paz entre Espanha e Pases Baixos foi assinado em 30 de janeiro de 1648; em 24 de outubro do mesmo ano foi assinado o tratado de paz entre o Sacro Imprio Romano-Germnico, os outros prncipes alemes, a Frana e a Sucia. Os tratados concludos nessas duas cidades da Vestflia foram depois reunidos no Ato Geral de Vestflia em Mnster em 24 de outubro de 1648.A assinatura da paz ratificou as clusulas do Tratado de Augsburgo de 25 de setembro de 1555, incluindo o calvinismo, garantindo a protestantes e catlicos a liberdade de culto. Assim, o mapa religioso da Europa ficaria imvel, uma vez que a eventual converso dos soberanos no acarretaria mudanas religiosas nos respectivos domnios. Ao mesmo tempo, no s o equilbrio de poderes no continente europeu se viu alterado - com a Espanha a ceder a posio dominante Frana - como tambm certas fronteiras foram redefinidas.

Mapa da Europa Central no fim da Guerra dos Trinta Anos, mostrando a fragmentao, que resultou em descentralizao.A diplomacia e os exrcitos franceses obrigaram os Habsburgos a se concentrar nos territrios austracos e a se expandir em direo ao Imprio Turco, no Oriente. Na qualidade de rbitro do equilbrio internacional, a Frana conseguiu alguns ganhos territoriais: tomou o Rossilho Espanha, tomou posse de toda a Lorena e de quase toda Alscia e obteve o reconhecimento dos "Trs Bispados" (Metz, Toul e Verdun).A Sucia ampliou seu controle sobre o Bltico e recebeu a Pomernia ocidental alem, alm de importantes portos situados em rios alemes, dilatando assim seus domnios para fora da Escandinvia. O poder sueco seria recompensado com concesses feitas ao eleitor (prncipe ou bispo que participava da eleio do imperador) de Brandemburgo, dono das vias de acesso entre a Prssia e o Reno.A Espanha perdeu no s os Pases Baixos mas sua posio de domnio no oeste da Europa e o controle dos mares nas colnias americanas.Vrias naes, entre as quais os Pases Baixos e a Sua, viram reconhecida a sua independncia.A Paz de Vestflia, que significou a dissoluo da antiga ordem imperial, permitiu o crescimento de novas potncias em suas partes componentes. Reconhecido como fundamento da constituio alem, o tratado formou a base de todos os acordos seguintes at o desaparecimento definitivo do imprio em 1806.ConsequnciasCom o fim definitivo do poder do Sacro Imprio Romano Germnico, as pequenas naes germnicas estavam arrasadas economicamente. Guerra havia sido cruel demais, com a civilizao chegando a um dos seus nveis mais baixos, a Alemanha havia sido o campo de batalha. Era o incio da hegemonia e da soberba francesa na Europa e do declnio do poder dos Habsburgos. A Alemanha foi a nica que saiu derrotada, arruinada e devastada desses trinta anos de guerra. Os principais campos de batalhas dos intermitentes conflitos foram as cidades e principados da Alemanha, que sofreram danos muito graves. Muitos dos combatentes eram mercenrios que tinham na pilhagem sua principal forma de pagamento. Assim, tomavam fora, onde paravam ou por onde passavam, os suprimentos necessrios a sua manuteno e lucro, numa estratgia predatria que levou destruio completa de inmeras comunidades; depois da guerra, esses mercenrios se tornaram ladres e continuavam a assaltar as pessoas e roubar o que havia restado da guerra. Hoje estima-se que a populao da Alemanha caiu pela metade depois da guerra; Vrias vilas e cidades pequenas simplesmente deixaram de existir. A Alemanha levaria uns duzentos anos para se recuperar por completo dessa guerra.Entre as consequncias de longo prazo da guerra esto, alm da emergncia da Frana como o poder terrestre dominante na Europa, a formao das Repblicas da Holanda e Sua e a contnua fragmentao da Alemanha, pois torna 350 Estados alemes quase que independentes do Imperador, atrasando a sua unificao em um nico Estado.Cronologia dos principais eventos 1618 a 1620: Foi derrotada uma revolta na Bomia contra a regncia da ustria. Ainda assim, alguns prncipes protestantes continuaram a sua luta contra a ustria; 1625 a 1627: A Dinamarca entra na guerra ao lado dos protestantes; 1630: O rei Gustavo Adolfo da Sucia intervm ao lado dos protestantes, invadindo o Norte da Alemanha; 1631: O comandante das foras catlicas, Tilly, ataca Magdeburgo; 1632: Tilly foi derrotado em Breitenfeld e no rio Lech, tendo sido morto. O general alemo Wallenstein foi derrotado na batalha de Ltzen, onde Gustavo Adolfo morreu; 1634: Quando os suecos foram derrotados em Nrdlingen, Richelieu fez com que a Frana entrasse na guerra com o objetivo de infligir vrias derrotas Espanha, aliada da ustria. Wallenstein assassinado. 1648: A Paz de Vesteflia deu a Alscia-Lorena Frana e algumas provncias blticas Sucia, tendo a autoridade imperial na Alemanha ficado a ser apenas nominal. Os exrcitos mercenrios de Wallenstein, Tilly e Mansfeld devastaram a Alemanha.Principais batalhas Batalha de Pilsen (1618) Batalha de Zblat (1619) Batalha de Vestonice (1619) Batalha da Montanha Branca (1620) Batalha de Wiesloch (1622) Batalha de Wimpfen (1622) Batalha de Hchst (1622) Batalha de Fleurus (1622) Batalha de Stadtlohn (1623) Batalha da Ponte Dessau (1626) Batalha de Lutter am Barenberge (1626) Batalha de Stralsund (1628) Batalha de Wolgast (1628) Batalha de Frankfurt on the Oder (1631) Batalha de Magdeburgo (1631) Batalha de Werben (1631) Batalha de Breitenfeld (1631) Batalha de Rain (1632) Batalha de Frth (1632) Batalha de Ltzen (1632) Batalha de Oldendorf (1633) Batalha de Nrdlingen (1634) Batalha de Wittstock (1636) Batalha de Rheinfelden (1638) Batalha de Breisach (1638) Batalha de Chemnitz (1639) Segunda Batalha de Breitenfeld (1642) Batalha de Rocroi (1643) Batalha de Tuttlingen (1643) Batalha de Friburgo (1644) Batalha de Jterbog (1644) Batalha de Jankau (1645) Batalha de Mergentheim (1645) Segunda Batalha de Nrdlingen (1645) Batalha de Zusmarshausen (1648) Batalha de Lens (1648) Batalha de Arras (1654) Batalha de Valenciennes (1656) Batalha das Dunas (1658)