A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
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estabelece u
m
a re
l
a
ca
o
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5
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a
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env
ol vimen-
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(Dess
en
,
1997;
K reppner ,
1992,
1
995, 2000,
2003)
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vim ent
o
human
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s
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03 )
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-
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e
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arcaboucos
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ompreens
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ransformaco
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dologi
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mado pesq
uis
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Institu
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M
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P l
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p
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Desenvolvimento
Humano,
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,
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p
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s
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do a
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e
s
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o
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d
s
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udo,
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ao
d
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s
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no.
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der, 1 996;
G ariepy , 1996;
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er,
989a,
1
9
89b), para
os
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s
o
s
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-
quis
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n
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i-
c
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lo
g
i
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,
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-
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o
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eme
r
giu
durante
o
pri
meiro
organi
zado
pela propria E
velyn Duvall, na
U
ni
versidade de Chicago,
durante
o ano de
1
95
0 .
Na
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de
s
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intitulado
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ca
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riginalmen-
te em
1957,
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autor
a
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e
ix
a
c l
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qu
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e
trabal
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to
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e desenvol-
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za-s
e pela expansao da
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m funcao dos
p
eriodos
especifi
cos do
se
u
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grupo e
d
o
de
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vol
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v
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m
em
b
ros
( K r ep
pner,
2003).
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a
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o
s
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continui-
d
a
d
e e de
s
contin
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ade que ocorrem
dentro
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qu
e
poss
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proce
sso
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sfo
rrn
aca
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-
to,
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p
e
nd
e
n
cia
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volvimen
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e
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e
su
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9
7 ;
Kreppner,
1992, 2000,
2 0
03) .
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pre
s
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capitul
o
busc
a, a
s
sim, desper-
t
ar o
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sse
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leit
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acerc
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ns
trucao
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e possiveis
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v
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squis
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n
a
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d
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-
1 4
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No
intui
to de compreender as
muda
ncas
-
-
ci
clo
d
e vida familiar,
Car
t
er e McGold
r
i
ck
:
989/1995 ) propuseram estagios de de
sen
-
~vi
me
nto familiar, com
ba
se em
peculiari
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a -
-- da c lasse media dos Estados Unid
os
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- - .fa
ica. A
proposta
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po
r
s
er
:strita a
fami
lia nuclear tra
d
icio
na
l, apenas
orient
a no sentido de
entend
er
melh
or a
. . . ' . : 1 . f u n ic a e o funcionamento das familia
s
ao
c
ompon
ente
s;
_
ros, i
st
o e,
es
t
a
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-
e ex
ter
no
que, _
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m
ent
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· - seus
p
adr6es, e : :
-
co
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xos,
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end
e
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ica,
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2.milia, sao regi;
s,
d
entre
eles:
_~
za
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o; (b) os ~
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cir
culares e --
ntamos
n
das
inter-
rs
. :rs
envolvim
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_ acordo com esses principios, a
famili
a
e
::::isiderad
a como um todo,
um
grupo que tern
a
estrutura, uma dinamica e um
a funcao,
i
a
s re
l
acoes
entre
os seus
membros
tendem
- equilibrio e sao
regulad
a
s
pelos
p
rindpios
retroalimentacao,
Adotar a concepcao
sist
ern ica significa
-;::al i
zar a familia como um sistema
comple-
' comp
o
st
o
por var
i
es s
ubsistemas, como
::ar
i
do-
e
sposa, genitores-filhos,
irmaos
-i
r-
i,ps, av6s- netos
(Dessen
, 1997;
Kreppn
er,
_
-92
, 20
00).
Esses
subsis
temas s ao sep
ara-
s
por
fronteiras
e
constituidos
por
regras
e
it
es pr6prios que
regulam
os
int
ercambios
b
elecidos
entre
eles, o que
permite
a m
a -
e
n
cao de sua
integridade
e de seus
padr
oe
s
p
rios. A falta ou o
afrouxame
nt
o
exac
er
-
o dessas fronteiras e <lesses
li
mites pode
~terizar
a
patologia
em um
sis tem
a fami-
~
(
Minuchin
, 1985, 1988). De acordo com
autora,
a
evolucao
e a
mudan
c
a,
ine
ren
-
ao
s
sist
emas abertos,
repr
esentam as trans-
=m
ai;6
es ocorridas ao longo do tempo no
- o de
vid
a da familia, em que as
diferen
c i-
- s
de
u
m
momenta
ant
er
ior e a
ernerg
e
n
-
-
da nova condicao ou situacao
provoc
am a
erd
a d
e
um equilibrio ja estabelecido
e o
-sza
belec
imento
de
um
novo,
c o
m base na
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icao que
emerge
. Estes
period
os caracte-
- : : : : a r u
o que
denominamos
ou,
usando uma
terminologia
•
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abordagem
sisternica da familia,
-r
ses
A ss im, no
pr6xi
mo t6pico,
a
camos,
sucintamente,
as transicoes no
- o de
vi
da da familia,
enfatizando
as
pri
n-
tarefas
d
e
desenvolvimento
familiar,
e c uliar
e
s
a
cada estagio
.
longo do tempo, nao devendo se r
g
e
nerali
za-
da a todos
os
tipos de familias e
culturas
.
Para elas
(Cart
er e M c G
o ldric
k,
1
9
89/
1
995),
o
pr
imeiro
estag
io do
des
envo
l
vim
e
nto
familiar e
caracterizad
o
p
ela
s
eparaca
o
d
o jo-
vem adulto de sua
f
a
mil
ia
de
origem e
p
ela
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emocional. A tarefa da fa
m
ilia e do
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esse
estagio,
e
estabelec
er essa s
eparacao
sem, no
entanto, romper
brusca
m
ent
e com ou fugir das
relacoes
familiares
.
0
problema ou a
disfun
cao
mais comum nessa
etapa
e a inexis
tenc
ia de
u
m
relacionament
o
mais igualitario entr
e os
genit
or
es e seus f ilhos adultos , o que dificulta
o
afroux
amento
d
os lacos de
d
epe
nd
encia en-
tre eles e o
esta
belecimento
d
a i
nd
ependencia
do jovem
a
dulto.
segundo es
tagi
o , de acordo com Carter
e
M
c G o ldr
ick
(1989/199
5
), ea
uniao das fa
-
milias de
o
rigem dos jo
v
ens adultos pelo ca
s
a-
mento,
OU
seja, e a
et
a
p
a de
est
a
belecime
nto
de uma nova
re
lacao
conjug
al. A tarefa de de-
senvolvimento
pr6pri
a dessa fase e a trans
fo
r-
macao dos doi
s
si
s
tema
s
f a
miliar
e
s
de origem,
s
ua sobreposicao e , consequentemente, a
pro-
mocao do
surgi
mento de
u
m
te
r
ceiro
sistem
a
composto pelo novo casal. O
s
problemas corri-
qu
eiros dessa fa
s
e incluem a inca
pa
cidade de
promover a modificacao
d
o
vigent
e das
familias de origem
d
os
p
ar
c
ei
ros e a
di
f
ic
u
lda-
de de formalizar o
rela
c
ionamen
to
d
o
n
ovo
casal em
fu
ncao
das
deficie
ncies
exi
stentes
na
s
fronteiras de um OU de ambo
s
OS conjuges com
a sua
pr6
pria
fam
ilia
d
e origem.
A
terc e i
ra
et
a
p
a
d
o ciclo de vida
famili
ar
ea transicao do casal decorrente do nas
c
imen-
t
o
d
o
s
f il
hos ;
e 0 momento em que
OS conjuges
se
torna
m genitores e a
fa
milia convive com
criancas pequenas . A
principal tarefa d
esse
periodo e avancar uma
geracao
, cuidando
d
a
pr
omocao do desenvolvimento da geracao
mais
nova ou dos filhos pequenos. Os filhos pass
am
,
entao
,
a ser
genit
ores e os
g
en
itores, av6
s
.
A
disfuncionalid
ade mais comum, neste
mom
en-
to, e
0
conflito conjugal decorrente de desen-
tend
imentos
re
lacionados ao cu
i
dado
dos
f
i-
lhos e a divisao das tarefas
domesticas
. :E
n
es-
sa fase que
oc
orre o maior numero de
divor-
cios, estando
o
s casais, em
gera
l , entre o pri-
meiro e o
qui
nto ano de casamento.
1 1 5
7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 4/17
0 termo farnilia, do ponto de vista
c
tff ico ,
e extremamente dificil de defin
i
r ,
ticularmente nos tempos pos-modern
o
s,
ide i
a de p6 s
- modernidade
, c
aracterizad
a -
rompimento com visoes
uni
v
ersa
li
stas
e -
busca da descentralizacao de modelos precs
terminados
(Vaitsma
n, 1994), tern
car
act
er
zado a ciencia, de modo ge ral, e, consequ
e
zrs
mente, a psicologia da familia. Essa
ide
ia
i
mplicacoes importantes
pa
ra o
conc
e ito e
q u e f a m i l i a?
tes eram filhos passam a se r genit
o
re
s; ac;
que antes er
a
m genitores passam a s
er
: : .
c
om o
nasci
mento dos netos
exigind
o
adaptacao ao novo p
a
pel familiar e
a
ciencia do envelhecimento
0
principal pr
ma dessa fase consiste em lidar com qu
pr6pr
ias da idade madura, como a
ap
o
do ria,
um
casamento
, mu
i
tas
ve ze s
,
des
brado e disfuncional, e o
falecim
ento de _ :
queridos
A
pesar de a proposta de Carter e M certi
(1989/1995) nao
i
ncluir
caract
er
ist ic
as
_
prias
<las
formas al ternativa s de famil i a , -
estruturas monoparentais
e
farnflias
rec
asazz,
e tambern as especificidades dos d ife rez
contextos s6cio
-
hist6rico-cultur
a
is, e la
a interconexao entre
o
desen
volvimentr:
grupo familiar e o desenvolv
im
ento do ·-
duo. E durante os periodos de mudanea
d
e
senvolvimento dos
indiv
i
d
u
os
q
ue
nr
n
e
cessidades
e demanda
s tern que s
e
r
in t _
das no estilo e no conjunto de regras da
-
li
a , ocorrendo, entao, transformacoes em
o grupo familiar
(Kr ep
pner,
2002). A
d
i ; :
a
o de estagios do ciclo de vida famil
i
ar
-
a
proxima de
realidade
s impo
rta
ntes do proce;
so de desenvolviment
o
familiar, definind
rac
t
eristica
s pr6pri
a
s de cada periodo e e : : . . . . . c
d
a
ndo as tarefas de
de senvol
vi
mento,
tan
f amilia como de seus membros em parti
alern de enfatizar os
probl
emas proprios
ca
da
fase .
Mas, afinal, o que constitui urna
milia? Que conceito (ou conceitos)
d
e
f
ac:.....
a
dotar, considerando que a familia
e
um
. -
ma comp
l
exo, em constante desenvolvim
em um contexto tambern em desenvo
lv i
mezzz
0
quarto estagio e a
trans
forrnacao do
sistema familiar em funcao do periodo da
ado
-
lesc encia dos fi lhos . A
ad
ol
e
sc encia e uma fase
em que os individuos buscam a c onstrucao de
sua identidade e , portanto, questionam diver
-
sas regras,
valor
es
e cre
ncas,
a
nteriormente
es
t
abelecidos no
r
e
lacionamento com seus ge-
nitores e no c
o
ntexto social em que estao inse-
ridos, no intuito de diferenciarem-se, tornarem-
se
mai
s independentes e construirem seu es-
p a i ; : o como individuos. A familia vivencia estas
experiencias juntamente com os adolescentes
e o que representa o marco de entrada do
sis-
tema
fami
liar,
nes
sa fase,
e
0 adolescer do
fi
-
lho p
r
imogenito. A principal tarefa, no momen-
to, e aumento da flexibilidade
na
s
inter
acoes
e
ntre os
geni
tores e os filhos adol
escent
es
e,
conseqi. ienteme nte, uma diminuicao da auto -
r
idade dos
primei
ros.
A
dificuldade mais co-
mum
enfren
tada pelas
f
am i
lia
s,
nessa fase, e
0
que
Car
ter e McGoldrick (1989/1995)
deno-
minam crise que e vivenciada
especificamente
pel
o casal e caracterizada pelo
questionamento e pela ref lexao acerca das sa-
tisfacoes e insatisfacoes pessoais, profissionais
e conjugais.
A
pr6xima etapa e a chegada das familias
a
o meio da v
i
da, proporcionando os recursos e
o suporte
ne
cessaries para que
o
s filhos se tor-
nem in dependentes e construam seus espacos
pe
s
soai
s e p
rofi
s s
i
onais, dando
prosseguimen-
to
a
tra je
t6r
ia do c ic
l
o de vida familiar. A
tare-
fa bas ica dess e periodo e encaminhar OS filhos
a
dultos e buscar a
reestrutu
racao do relacio-
namento c onjugal. Portanto, e
fundam
ental que
os conjuges res ga tem o momento inicial de sua
vida
conju
gal, para que
poss
am suportar a au-
s
encia dos
fi lhos .
Quando
is
s o nao o
c
orre,
OS
principais problemas sao as familias agarrarem-
se aos
fi lhos , di
ficultando o rompimento n
a
tu-
ra
l
do vinculo genitores-filhos, e a emergencia
de s
e
ntimentos de vazio e
de
p
r
essao por parte
dos genitores , em especial entre as mulheres
0
s exto e u
l
timo estagio,
prop
os to por
Carter
e M
cG
o
l
drick
(1989/19
9
5),
e
a
f am
ilia
no e s tagio tardio da vida, ou s
ej
a, a etapa em
que os
ge nit
ores ficam
idoso
s ou chegam ao
qu
e
e
cotid
i anamente
denomi
nado
de.
A
tarefa
basic
a
e
a
aceita
cao da mudanca
nos pape i s geraciona
i
s , isto e,
aqu
e
l
es que an
-
1 1 6
7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 5/17
1 1 *
: : l
pluralidade
de tipos de casamento e formas
alternativas de
familia
.
(Trost,
1995).
Algumas
dessas formas sao genuinamente novas, coma
familias de homossexuais ou com filhos
conce
-
bidos por meio de inserninacao artificial,
en-
quanto outras sempre existiram, mas s6 rece-
beram uma denominacao recentemente, como
no caso das (Stratton,
2003).
Todas as formas de familia, independen-
temente da epoca de seu surgimento, reque-
rem investigacoes mais sisternaticas, pois
qua
-
se nada sabemos a respeito de sua funcionali-
dade e implicacoes
para
o desenvolvimento da
crianca. Por exemplo, o que significa crescer
em um lar com apenas um genitor? No passa-
do, a existencia de familias constituidas por
apenas um genitor decorria, geralmente, da
morte do pai, enquanto hoje a maioria delas
e
resultante
de div6rcio.
0
div6rcio, por sua vez,
introduziu
novos
compon
entes no
funciona
-
mento <las familias, cujas consequencias e im-
plicacoes
para
o desenvolvimento de criancas
e
adolescent
es
nao
sao,
ainda,
conclusivas
(Amato, 1995; Erel e Burman, 1995; Kier et
al., 2000; Olson e Hay
n
es, 1993). Segundo
Stratton
(2003),
essa
area
de investigacao
e
complexa, uma vez que as
ou que optaram por ter filhos sem um compa-
nheiro enfrentam problemas
que estao associados a desvantagens
economi-
cas, exigindo do pai ou da mae um consumo
de energia e tempo muito maior, nao s6 no
tra
-
balho, a fim de aumentar a renda familiar, como
em casa, no que tange as atividades domesti-
cas. Em outras palavras, o genitor tern pouco
tempo
para
estar com
a(
s
)
criancats), alern do
estresse e do cansaco provenientes dessa situa-
c;ao
peculiar, o que pode prejudicar a qualida
-
de das relacoes parentais.
As por sua vez,
"requerem consideravel ajustamento
par
par-
te de todos os seus membros e as dificuldades
podem
continuar
por muitos anos ap6s a in-
sercao do padrasto ou da
madrasta
na familia"
(Stratton,
2003,
p. 346).
N e
s
se caso, as
crian
-
cas tern que se
adaptar a
diminuicao do tempo
despendido com seu
pai/rnae
e as mudancas
na rotina da casa, enfrentando o conflito que
surge frequenternente entre a "lealdade" com
1 1 7
muito tempo, a familia conjugal mo-
pr
edominou modelo aceito social-
;
entretanto,
a participacao e a insercao
=-tlh
er nas diferentes esferas sociais e sua
tuic;ao
como individuo
abalaram
o pa-
mo e, consequentemente, a "familia
- c ional nuclear"
(Singly,
2000;
Torres,
)
.
0
modelo tradicional
e
entendido como
-
p
o cornposto por pai, rnae e filhos
na-
d
esta uniao, com papeis de genero cla-
- t
e definidos, ou seja, o pai ocupa a fun-
:.1) p
rovedor material da farnflia e a mae, a
resp
onsavel pelas tarefas dornesticas e pelo
o dos filhos. As mudancas no papel
o geraram
uma
maior flexibilizacao das
.:4)e
s
, provocando instabilidade e volatili-
"' n
as relacoes Intimas e
uma constante
ulacao de projetos individuais e grupais.
A familia tradicional nuclear esta, de acor-
m Petzold (1996), decrescendo nas ulti-
decadas porque os criterios que a definem
re stritos, isto e: (a) as leis e restricoes le-
-
: : ratam a familia e o casamento de manei-
-gi
d
a; (b) a abordagem geneal6gica restrin-
-
l
aces familiares as linhas de parentesco e
;..:5tr
alidade; (c) a perspectiva biol6gica as-
a ideia de familia a de parentes, em fun-
o
s
laces de consanguinidade, e (d) as es-
icas
governamenta
i
s
definem, em geral, a
ia com base na divisao da mesma residen-
= n
a presenca de filhos em comum.
Esses pressupostos definidores da familia
- =
·
aonal estao sendo ultrapassados, a medi-
01e os padroes de mudanca na vida fami-
:n
oderna colocam a familia nuclear, ou "ca-
de genitores casados ou solteiros vivendo
s
eus filhos solteiros em
uma
mesma casa"
old, 1996, p. 29), em um espaco secun-
io .
Embora esse modelo de familia ainda
o tipo inais
encontrado
nas sociedades
e
ntais, diversas outras formas tern surgido
-
e
rentes padroes de institucionalizacao de
< ;6es afetivas e sexuais passaram a coexis-
de forma legitima, havendo,
hoje,
uma
terizacao de familia, em diferentes enfo-
disciplinares.
7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 6/17
m
Cl)
Cl)
C "")
0
Cl)
);
'-
c:
z
6
CCI
7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 7/17
A
definicao proposta por Petzold
(1996) e
basea-
da na teoria dos sistemas ecol6gicos. Para uma
me-
lhor compreensao do conceito de sistemas
ecologi-
cos, ver o Capitulo 4 deste livro.
tarefas
domesticas ,
cuidados com a prole e
cooperacao rmitua em varias outras atividades.
De acordo com a concepcao
ecopsicol6-
g
ica, familiares sao aqueles com os quais
man-
temos um vinculo
baseado
na intimidade e
nas relacoes
inte
r
geracionais. Essa visao in-
corpora
var
iaveis externas e caracteristicas
<las
r
elacoes entre
OS con
juges,
entre genitores
e
filhos e entre estes e outras pessoas que po-
dem
faze
r
parte
da
familia
. Essa visao incor-
pora tambern aspectos proprios dos cinco sis-
temas
ecologicos :
o macro, o
exo,
o
me
so , o
micro e o cronossist
e
ma. Para Petzold (1996),
em cada um
<less
es sistemas ex
is
tem varia
-
veis que
influenci
am a
formaca
o ea caracteri-
zac
a
o da
familia
.
Na perspe
ct
iva do macrossistema, q
u
e
envolve
aspect
os socioculturais
mais am
plos,
ha quatro
grup
o
s
de
fa
tores que podem
i
nfluen-
ciar a
caracteriza
cao de uma familia:
s
e
os
ca
-
sais Sao
OU na
o leg
a
lmente
C
asados,
Se
0 a
r-
ranjo de seus
rel
acionamentos
e vitalic io
ou
temporar
io, se os rendimentos e ganhos de ca
d
a
um dos
con j
uges
s
ao compartilhados
OU
sepa-
r
ados e
s
e eles
habit
am uma mesma
resi
d
enc
ia
ou tern
morad
ias separadas. No
exossistema,
que envolve
conte
xtos e redes sociais
especifi-
c os , a influencia e verificada pelo tipo
d
e rela
-
c;ao estabelecida
ent
re os membros
familiares,
isto
e ,
se a
relaca
o ocorre com base nos laces
sanguineos ou no casamento, se
os memb
ros
Sao
auto-suficient
e
s
OU
dependentes de
c
uida-
do, se sao economicamente
dependen
tes ou
independentes e se compartilham ou
n
ao
um
a
mesma cultura.
0
mesossistema envolve tres
var
iaveis
:
a presenca
OU
ausencia de filhos,
fato de os filhos serem naturais ou adotivos e o
tipo de relacao parental, ou seja, se a
figura
parental
e biolog
ica
OU
nao, Por fim, tres
sa
o
os possiveis
aspe
c tos que comp6em o
micros-
sistema, definido do ponto de vista da
relaca
o
diadica estabelecida entre os
genitores:
se o
estilo de vida e compartilhado OU separado, se
a relacao estabelecida
e
hetero OU homossexual
A
C I E N C I A
D O D E S E N V O L V I M E N T O
H U
M A N O
1 1 9
As
a
b
o
rd
agens conternporaneas no
est
u
-
-00
f
amili
a tern
d
efinido seu objeto com
bas
e
se
gu
int
es pr
emi
s
sas: (a) a
defini c
ao de
- -a deve
e
star
ba
seada na
opiniao
de seus
·
ros, c o
n
si
de
r
ando a afetividade e a
p
ro-
d
e
c
o
m
os en
tes queridos
com
o
c
r
it
e
-
:::m
a a
c ompos i
cao de
fa
milia e (b) d
iv
er-
- o
os
tipos e a
s
possibilidades de
famil
ia
ntexto a
tu
al, nao se restringindo a uma
fo
rma.
Arra
njos familiares, como
pes
-
so l
t
e
ir
a
s v
iv
end
o sozinhas;
conjuges n
ao-
io s, que
h
a
b
itam a mesma casa; casamen-
ou convivencia
ternporar
ia
an-
tomada de dec isao de oficializar o ca-
to ; cas ais
homossexuais
; familias reca
-
- - ; conjuges que moram em casas separa-
e
p
e
ssoas
que
v
ivem com
parentes
que
~ cuida
do
s, sao construcoes de vida fa-
b
as
ea
das, pri
ncipa
l
mente,
nos
sent
i
-
:os n
u
trid
o
s pel
os
envolvidos. Petzol
d
- ..
6
) sinte
tiza
esses
diferentes
arranjo
s
,
_
an
do-o
s
na
pro
posicao de um conceito
ge
nte de familia, por ele denominado
S egundo esse autor (Petzold, 1996) , "uma
e
um grupo social
especial , caracteriz
a
-
- r re lacoes Intimas e intergeracionais en-
se u
s
memb
ro
s. Variavei
s
como
'cont
inuida-
l
on
g
o da vida',
'r
elacionamento
heteros-
', '
d
ividir a mesma casa', nao sao parte,
si
s
o
,
de
noss
a
defin
i
cao de
familia" (
p.
l
ss
o significa que alguns cr
iterios
,
c om
o
relacionamento heterossexual e
vital
ic ie
-
= nao podem mais constituir condicao
p
a
ra
definir familia. Zamberlan e co-
- <lores (1997) apresentam
um
a
concep-
- semelhante no que tange enfase nas re-
interpessoais. Segundo elas, a familia
e
gru po mantido pelo parentesco e
pelas
re-
interpessoais entre os seus
membros,
que
sustentadas por afeicao, apoio, partilha de
a o e c o p s i c o t i gc a e f am a
:;xi
s
de familias, alem de favorecer a for-
.
-
o
de quest6es de pesquisa mais relevan-
?ar
a que isso ocorra, necessitamos
exp
li-
o
conceito cientifico de familia que es-
ad
o
tando em nossos projetos.
7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 8/17
j
.::;;:::I o
s
me
estabelecim
e
i entre ~
famflia
des
se
_..""Ur
a espe
co
on
al
p
ar:
-
ou
, me
s
rno,
= var
ias
h
a
:
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n
cialida
d
e
. . : . . . e : : lte aprop
ris
~ pt
acao do
s
::-a:l itada a
c p
· da
s
entre
zreracoes e re
-;;crta
n
tes para
d
e s envolvi
n
Para este
autor
(Kreppner,
2000, 2003),
a famflia
e
definida por um tipo especial de
rel
a
c
ao, isto
e ,
as relacoes intergeracionais en-
tre, pelo menos, um pai ou
uma
mae e seu fi
-
lho Port
anto,
para
ele, a famflia
e
constituida
p
e
l
as relacoes e pela transmissao de padroes
novos conceitos baseados na teoria dos siste -
ma s , na cibernetica e na teoria da informa -
cao,
em
combinacao
com velhas abordagens,
como a
t
eoria
psicanalitica,
formou uma pers-
pe
c tiva inteiramente nova sobre a complexi-
dade
ea re
ciprocidade do comportamento hu-
mano e seu desenvolvimento dentro da rede
de
relacoes
e da cultura da
comunicacao
den-
tro da familia. (p. 202)
A concepcao dominante, por
mui
to
tez
po, no
ambito
<las
ciencias
que estudam a
milia, restringia 0 seu papel a
transmissa
o
genes, dando pouca ou quase
nenhuma
i
m
por-
tancia para sua funcao de construcao
d
o co-
nhecimento intergeracional. Kreppner (2 0
0C
propoe, entao, a redefinicao da
famflia
, p
ri
ori-
zando
na
o so o seu importante papel na
pr
ote-
c ; : a o
do fu
n
cionamento biologico e
na
sobrevi-
vencia humana, mas
tamb
ern na
manutencs;
e na
transmissao
de valores,
tradicoes
e
si
gri-
ficados
culturais.
De acordo com esta concepcao, os mem-
bros de determinadas famflias e culturas
pre-
cisam co
nstantemente
se
adaptar
as
dern
an
<las e tarefas propostas pelos contextos n _
quais
esta
o inseridos (Kreppner,
2000, 2 0
0
34
uma vez
q
ue cada familia possui seus
pro
p
ri
rz
padroes de comunicacao, que, por sua
vez,
F a m i l i a e c u l t u r a
p r o m o
v e n d o
o d e s e n v o l v i m e n t o
u m a n o
A famflia constitui um contexto em
li::-
senvolvimento, que promove a evolucao
individuos
, sendo considerada um
n
icho
eer
-
16gico primario
para
a promocao da so b
r
ers,
vencia e da socializacao da
cri
anca,
tra
nser
-
tindo significado social a vida de seus
bros (Kreppner,
1992, 2000).
Por ser a
farnfr
um
contex
t
o
primario
de
desenvolv
imento , -
ciclo de
vi
da do individuo se
inse
re
n
o
propn;
ciclo de
vi
da
familiar.
de uma ge
r
acao
para
outra. A pr6xima
se¢;.
focaliza a
i
mportancia de adotarmos
um
a
~
sao sisternica que integre
famflia, desen
vo -
mento individ
u
al e cultura
para compreende-
mos nao so
0
processo de
desenvolviment
o
mano, mas
o
conceito de familia na
pe
rs
p
ecz-
va do desenvolvimento, isto
e ,
<las
int
ern
~
e relacoes mantidas entre os diferente
s m ew.-
bros de uma famflia.
e
Se
0
p
a
dr
ao de
in
teracao e
igu
a
lit
ario
OU
do-
minante-subordinado
.
Pela proposta de Petzold
(1996)
, a com-
b
ina
c
ao d
essas
14 variave
is
qu
e
com
p
o
ern os
cinco sistemas ecol6gicos prod
u
ziria, pelo me-
nos,
196
tipos
dife
r
en
t
es de familias,
d
o ponto
de
vi
sta
teorico. N
ao
p
odemos
nega
r
q
ue, nas
socied
ades
contemporaneas,
ha
uma
plura-
lidad
e
d
e
t
ipos de f
amfl
ia e, portanto, a defini-
c ; : a o ecopsicol6gica de Petzold inclui a maior
par
te de
tip
o
s
de familias existentes na atuali-
dad
e, sem produzir preconceito ou
exc
lusao em
re
lacao a este
OU
aquele tipo de familia. No
entanto, a sua definicao e te6rica e, apesar de
ressalta
r c r
it
erios de intimidade e intergera-
cionalidade na constituicao de familia, estes
na
o
Sa
o devidamente enfatizados
OU
conside-
rad
os do ponto de vista empirico.
Grande tern sido a contribuicao
d
a teoria
dos
sis t
emas
para
a compreensao que se tern
d
o c
on
c
ei
to de famflia e de seu funcionamen-
to
D
entre as contribuicoes, Petzold (1
996)
res-
salta a
o
rientacao c ientffica da teoria
s
isternica
no
q
ue tange aos
inumeros
processos regula-
torios internos e externos a f
amilia
, conside-
rando:
(a) o ponto de vista
ecologico ;
(b) a
perspectiva
analit
ica, que focaliza as relacoes
entre
geracoes,
e (c) a
visao construtivi
sta, que
solidifica a
i
deia de que a famflia nao
e
um
obje
t
o
natural,
mas
uma ideia,
um
co
nceito
vivenciado e compartilhado
pel
as pessoas. Se-
gundo
K r
eppner
(2003),
durante
as decadas
de 1
94
0
e
1950,
1i 1
~
11
1 2 0
&
7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 9/17
: : :
A s
interacoes
e
as
rel
acoes desenvolvi-
das entre os membros da familia, bem como
os padr6es de comunicacao estabelecidos en-
tre eles nos diferentes subsistemas farniliares,
constituem as unidades minimas de analise
no estudo dos processos familiares. Mais do
que comportamentos isolados, o que interes-
sa no estudo desse sistema sao as interacoes
estabelecidas entre seus membros, entre os
seus subsistemas e entre estes e o contexto
socio- historico-cultural,
Os conceitos de interacao e relacao social
desenvolvidos por Hinde
(1979, 1997)
tern se
mostrado adequados ao estudo da dinamica das
relacoes familiares, conforme enfatizado por
Dessen
(1994, 1997)
e Dessen e Lewis
(1998).
Segundo Hinde, a interacao pode ser compre-
endida como incidentes ou epis6dios entre, no
minimo, duas pessoas. Nesses episodios, uma
pessoa emite determinado comportamento em
direcao
a
outra pessoa e esta, por sua vez, emite
uma resposta, formando cadeias de comporta-
mentos que caracterizam o fluxo da interacao.
Uma interacao envolve tambern uma serie de
outros aspectos como objetivos, duracao, sig-
nificados, expectativas. Os individuos em inte-
racao estao em uma troca mutua constante,
monitorando um ao outro, o que implica o sur-
gimento de respostas emocionais e interpreta-
coes cognitivas, as quais afetam a continuida-
de nao dessas interacoes e comportarnen-
to futuro desses individuos.
Uma relacao
e
composta por interacoes
ja estabelecidas entre, no minimo, duas pes-
soas, envolvendo, portanto, uma historia pas-
sada que influencia as interacoes presentes e
futuras (Berscheid e Reis, 1998; Hinde, 1979,
1997).
A s relacoes incluem trocas verbais e
nao-verbais entre as pessoas, ao longo de de-
terminado periodo de tempo, constituindo um
potencial para o estabelecimento de interacoes
futuras. Em uma relacao social, as interacoes
entre os participantes tern um efeito cumulati-
vo; OS individuos nao precisam estar continua-
mente em interacao para que sua relacao seja
mantida. Mesmo em periodos em que os indi-
l n t e r a ~ i i e s
r e l a ~ i i e s :
a b a s e
p a r a
a
c o m p r e e n s a o
d a d i n a m i c a
f a m i l i a r
1 2 1
Essa ou
e
entendida como "um conjun-
d
e regras tradicionais, implicitas e explici-
s,
v
alores, acoes e ambientes materiais que
-
o
transmitidos pela linguagem, pelos simbo-
e comportamentos, por um grupo de
pes-
~
que interage de forma duradoura" (Saami
= : : al . , conforme citado por Kreppner, 2003, p.
_ 8). Assim, a troca entre a crianca e seu
=undo externo vai formando o que Kreppner
000, 2003)
denomina da
: i
a
nc;a, o que definira, futuramente, seus re-
_ ionamentos e provera um fundamento es-
sen
cial
para
as suas possibilidades de explo-
rar o mundo e construir significado. Portan-
:n
,
ja nos primeiros meses de vida, a crianca
zn
gaja-se em diversas interacoes peculiares
co rn
os membros familiares,
o
que possibilita
estabelecimento e a manutencao de uma re-
lacao entre eles.
A familia funciona, entao, como media-
dora desse processo, tanto promovendo uma
cultura espedfica de comunicacao e um clima
e
mocional particular, como oferecendo supor-
t
e
ou, mesmo, impedindo o desenvolvimento
d
e varias habilidades infantis. Em sintese, a
p
otencialidade para promover nao um am-
biente apropriado para o desenvolvimento e a
adaptacao dos membros familiares pode ser
c
reditada
a
qualidade
das relacoes
estabe
-
l
ecidas entre eles. Mas o que entendemos por
interacoes e relacoes? Sao esses conceitos im-
portantes
para
a cornpreensao dos processos
de desenvolvimento familiar?
cada familia e sua forma particular de manter
a motivacao e o significado entre seus mem-
bros pode ser interpretada como representan-
do uma "cultura" particular, um tipo de uni-
dade que produz modos peculiares para se
comunicar com o
mundo
externo e
para
ava-
liar experiencias, (Kreppner, 2000, p. 13)
d
am as experiencias de seus membros
ess,
1926).
Segundo Kreppner
(2003),
padroes de comunicacao sao construidos
r
elacoes estabelecidas pelos individuos no
r
e
x
to da famflia, com base em um determi-
o clima emocional associado a eles. Dessa
in-
7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 10/17
P
ensar em desenvolvimento humano sig-
nifica
pe
nsar
n
o
est
a
beleciment
o de
r
elacoes
qu
e o individ
u
o mantern com
s
eus contextos
proxi
m
ais -
isto
e ,
a
familia, l
ocal de traba-
l
ho ou
est
udo, sua comunidad
e
-
e
c
om os con-
textos di
stais
- coma
os
valores
,
as crencas, a
c
u
ltu
ra. Para
K r
eppner (200
0
)
,
a transmissao
de conhecimento a
cum
ulado de uma geracao
a
outr
a
e um
a
i
deia
central para
a compreensao
d
o conceito de ciclo de desen
vo
lv imento cul-
A
f
a m i l i a e m u m a p e r s p e c t i v a i n t e r g e r a c i o n a l
tural, o que reflete a clara
inter- r
elacao
desenvolvimento, familia e cultura. A
n
o
¢=
familia que percebe o homem como
relacional, habilitado
para
acumular co
-
mento ao longo das geracoes e capaz de
belecer padroes comuns de valores,
c re
nc
normas
,
o
u seja, de criar e recriar a
cul
tura
portanto
, essencial.
0
sistema familiar e os
relaciona
m
estabelecidos entre os membros de uma
lia sofrem modificacoes ao longo do
prO C ' E : : ::
de
desen
volvimento familiar e
individual
~
tanto, uma cornpreensao mais
aprofu
ndads
dinamic
a e do funcionamento desse
siste
ma
quer c o
n
siderar, ao menos, tres
geraco
es
aves, o
s
genitores e os filhos) e suas re s
vas e
xp
eriencias quanto as t
ransico
e
s d
o
de vida familiar (Carter e
McGoldr
ic k, 19.:
1995). A socializacao da crianca
ea p
o
s
sir
dad
e de agregar
c
o
nhecimento fazem
p
ara:
traj
e
t6r
ia das diferentes ge
r
acoes (Kr e
pp-
2000). E
mbora haja
uma fo r
te influe
nc
ia -
ger
a
c
oes mais velhas nas geracoes mai
s n
o
a
crian
ca
e entendida
como
particip
a
n
te
a =
pois, desde muito cedo,
mantern troc
a
s d
e
nificados nas relacoes que
e
stabelec
e
c
om = -
genit
or
e
s,
avos e demais pes
s
oas.
E
,
ness
a
::-
ca
c
om seus familiares e com
out
ras
pe
s
e
x
erce influencia na
const
rucao do conh
mento intergeracional e
n
a
tr
a
nsm
i
s
sao de
nificad
o e cultura no contexto
d
a
famil ia .
As transicoes de um e
s
tagio para ou::
n
o ciclo
d
e vida
familia
r
,
po
r
su
a
vez
,
te
rn
efeit
o c o
ntinuado
sabre o
desenvol
vi
ment
o -
familia, influenciando os membros < la
s d
ife
tes
g
er
ac
o
es
. Esse processo
tr
ansm
it
e
p
a
dmz
d
e
func ionament
o e
relacionamen
to e
ntr
e
membros e acarreta estresse e ansiedade
p
rop
desta ex
peri
encia e do momenta
vivi
do
n
o
te
xto
s
o
c io
-historico-culrural . Comp
reend
er
process
o de transmissao de
padro
es em ·
c
o
ntex
to
comple
xo de
integraca
o
en
tre
li
a,
cultu
ra e de
s
envolvimento
hu
mano consc-
tui
um
desa
fio que requer, sobretudo,
t
e
nova
s
a
lternativas metodol6gicas de in
v e s : : : .
gaca
o,
A
proxima secao apresenta as
tend
e
n
·
atuais
e os
desa
fios metodologicos
encontr
a
qua
ndo se
adota
uma
perspect
i
v
a do de
s
ez
volvimento humano na pesquisa
sabr
e
fa
mila,
viduos nao tern contato, as interacoes
pass
a
-
das exercem influencia e auxiliam a dar
conti-
nuidade a relacao,
que
nao
acontece em
interacoes
com pessoas
estranhas.
Portanto,
interacoes
totalm
ente independentes umas das
o
utras , mesmo que em seqiiencia, nao caracte-
rizam
uma
relac
a
o
;
o que essencialmente a
defi
ne
e
a
i
nfluencia de
uma interacao
sobre
as
o
utras.
Em sintese,
uma interacao
envolve
um
c ic l
o de tempo
estritamente
limitado e
uma
relac
ao envolve passado, presente e futuro. As
traj
etorias de
uma
relacao dependem, sobre-
t
ud
o, das caracteristicas individuais dos parti-
c i
pantes, das influencias sociais ou de outras
diades na relacao, dos processos cognitivos de
di ssona
nc
i
a e atr
i
buicao entre os membros da
diad
e,
dentre
outros fatores. Os conceitos de
int
era
cao e
r
elacao social constituem a base
p
a
r
a
as
i
nvestigacoes empiricas sobre o funcio-
na
mento das
familias
. Nesse contexto , os par-
tici
pant
es se restringem aos
membros
familia-
res
qu
e comp6em diades, triades e tetrades na
famil i
a Os
padro
es familiares que se estabele-
cem e
n
tre eles
dependem
das tra
j
etorias de
de
se
nvolvimento de cada i
ndividu
o e do gru-
po familiar. A
c
onexao existente
entr
e o desen-
volviment
o
d
o
i
ndividuo e da
famf
lia
e
facil-
mente
compreen
dida a
parti
r dos estagios do
c iclo de
v
ida familiar,
c
onforme
d
e
s
crito ante-
ri
ormente neste capitulo.
E
a nocao de ciclo de
vi
da familiar traz, inerente a ela, a
importan-
c i
a
das
g
e
r
acoes mais velhas na transmissao
d
e valo
r
e
s
e c
re
ncas,
contri
buindo
para
a for-
ma
cao da
1 2 2
1
7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 11/17
comecou a
mudar .
Os estudos de Belsky, por
exemplo, mostraram diferencas nas
inte
racoes
estabelecidas entre um dos genitores e a crian-
c;a,
quando sozinhos e quando o casal e a
c
r
i
an-
ca estavam juntas, o que estimulou a inclusao
da analise das relacoes pai-crianca,
Entretan-
to, cabe
r
essaltar que, ainda
hoje
,
ha
uma pre-
v
alencia de estudos que focalizam sornente a
interacao
mae-crianca, conforrne
enfatizado
por Dessen e
Le wi s .
subsisterna conjugal constitui fator pre-
pond
eran
te
d
e investigacao na
atualidade, ha-
v
end
o consenso entre os pesqui
sadores
quan-
to ao
pre
ssup
ost
o de que a
r
e lacao m
arital
exe
r-
ce urn papel importante no dese nvolvimento
da
c
rianca, especialrnente
n
os pri
m
eiros a
nos
da
infanc i
a
(E re
l e
Burman
, 19 95; K reppner,
2000,
2003)
De acordo com K re
ppne
r , a influe
n-
cia da relacao conjugal no
desen
volvimento d
os
filhos oc
orr
e,
principalrnente,
por
me
io da qua-
lidade da
c
ornunicacao estabelecida
e
ntre os
conjuges Esta comunicacao influencia
direta
ou indiretamente as trocas
comunicativ
as corn
os filhos, nas mais diversas situacoe
s
familia-
res. Os
padroes
de comunicacao
conjug
al e
parental desenvolvidos em uma determinada
familia servem, entao, de modelo
para os
fi
-
lhos, que
tendem
a reproduzi-los na formacao
de um
nov
o ciclo familiar.
A metanalise de Erel e Burman (1 995)
mostra e
v
idencias contundentes da
i
nfluencia
da
relaca
o marital no
bem-
estar da cr
i
anca e
sugere que a
satisfacao
m
arit
al
e predi
tor
d
e
uma boa saiide fisica e
emoci
o
n
al
dos filhos
,
enquan
to as tens6es na
rela
cao
conj
ugal
p
ro-
duzem u
rn
mau funcionarnento n
a
relaca
o
genit
or
es-
crianca, Kreppner
(2000)
tambern
ressalta
o impacto
da qualidade
da
relaca
o
marit
al no desenvolvimento
adolesc
ente e vice-
versa,
durante
a transicao
normativ
a da infan-
cia
par
a a adolescencia, Segundo esse
auto
r
,
o
momenta de transicao
para
a
adolescenci
a traz
consigo a expectativa de mudancas nos padroes
de comunicacao
familiares
, pois contrap6e o
indiv i
duo com a necessidade de
auto-a
firma-
<;ao
e de desenvolvimento de um novo senso
de si mesmo.
Outro aspecto
r
ele
v
ante a ser considera-
do, e que
ha
muito se da a devida importancia
1 2 3
As
pesquisas
sobre desen
v
ol
vimento
e
int
e
r
ligacoes com a
famfl
i
a tern sugerido
. : : : : : : : a
umento do
n
umero de estudos que
pr
ivi-
em as interacoes, em vez de aspectos indi-
u
ais do
comportamento,
e que
busquem
m
pr
eender a influencia mutua nao apenas
_rre os membros familiares que compoem
zna diade,
mas tambern entre os que
c
ompoem
_ triades, t
etrades
, etc. (Dessen, 1997; Kreppner,
-~
5,
2000,
2003).
As ultimas
de
cadas tern
::=gi
str
ado
uma mudanca
no foco de interesse
pesqui
sas sabre familia,
pass
ando de uma
:S
ao rnacrossociol6gica para uma analise de
~oc e
ssos
microrregula
t
6rios
(K reppner,
2002).
Se
gu
n
do esse autor,
e
necess
ario
estudar tan
-
:0 a
estrutura quanta
a
dinam
ic
a
familiar, con-
_: dera
ndo
toda
a rede de
relaco
e
s,
que consis
-
.e de constelacoes
comple
xas de
diades
, triades
e c
ombinacoes de ordem
superio
r de membros
a
fa
milia.
0 aumento
do interesse
pel
a r
elacao
pai-
eri
anca (Dessen e Lewis,
1998;
Le
w
is e Dessen,
_ 99
9)
e decorrente, em parte,
dess
a mudanca
d
e foco de
analise.
Ao longo de muitos
anos,
O S
estudiosos da area
de
desenvolvimento
e
n
focaram,
principalmente ,
a
relacao mae-
c ri
anca. Com as descobertas
d
a
i
nfluencia
da
r
e l
acao
c o
n
jugal
no desenvolvirnento infantil,
n
as decadas de
1 970
e
1980 ( B e l
s
ky , 1981,
1 9
84),
o
panorama
da pesquisa sobre infancia
e n c i
a s
a t u a i s :
0 q u e
e v a
n t e
c o n s i d er a r ?
P
rimeiram
ente,
apresentamos
algumas
-en
cias metodol6gicas que consideramos
' . : O . I ltes e que, se forem incorporadas aos
ejamentos de pesquisa, trarao contribui-
inovadoras
para
a compreensao da fami
-
" ' se
u funcionamento. Em
s
eguida, apr
esen-
os
, resumidamente,
como a metodologia
a
po
r Kreppner (2002) tern
contri
buido
o avanco do conhecimento sobre os pro-
s
de comunicacao na famflia
•r::::
? a n o
c on
s t : :-
--
d
o, testar
-
d
e investi-
te
ndencias
7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 12/17
s
e
1.
.:ep
p
ne
re
z
al .
,
2
00
2
),
: : ,; O e
s, os
re la
cao co
d
a aut
o-e
-
es
cal
as
.
T
a
l
pla
ns
reppner (2
.zse
nvolvi
me
e
6 meses
an
o
s m
ais
As
de
tre
is,p
e . . _
-
d
e
cole
ta
C
Desde o inicio da decada de
1980, Kr ep
p
vem
adotando uma abordagem holistic
a
funcionamento da familia em suas
pesq
uisar
(1988, 1989, 1991, 1992, 1995, 2000,
2 0
0
:
2002),
focalizando
tanto
os aspectos est ru
i -
rais e
dinamicos
da
interacao
familiar
qu
an::.
os componentes de adaptacao, tais como o ~
de flexibilidade das relacoes familiares e d
padroes de comunicacao e as mudancas ao lo
::-
go do tempo. Tais aspectos sao investigados
meio de uma perspectiva longitudinal da
f
arm-
lia,
durante
periodos de
transicao acentuad
no desenvolvimento, como a passagem da
fancia
para
a adolescencia. A observacao
dire -
ta da comunicacao entre cada genitor com
c
a
" '
uma de suas criancas
e
utilizada como
tecnica
principal de coleta de dados,
enquanto
entre-
v
istas e questionarios fornecem informaco
complementares.
Adotar
uma
perspectiva do
desenvo
l
· _
mento da familia implica focalizar a rede com-
plexa de relacoes entre os diferentes mernbros
da farnflia. Com essa perspectiva em
men
te,
Kreppner
(2002),
em seu estudo sobre as
Re-
descreveu as mudancas
n
os
estilos de comunicacao
entre
genitores-
filhos
,
durante
as transicoes do primeiro filho
pa
ra a
adolescencia
.
A amostra
era
composta por 6
familias de classe media, residentes em
B e r l irn,
sendo 4 7 delas constituidas pelo casal e 20
apenas por um genitor. A coleta de dados
fo i
iniciada quando o primeiro filho (Cl) tinha
11
D e s a f i o s m e t o d o l o g i c o s n o e s t u d o d a
i n t e r r e l a ~ a o f a m i l i a e d e s e n v o l v i m e n t o :
u m a p r o p o s t a p a r a g e r a r d a d o s
ainda pouco adotada pelos
pesquisadores
,
contribuido
para
o surgimento de uma
visao sobre as diferentes facetas do fu
n
cio;
mento familiar mais relacionada ao desen
vimento" (Kreppner, 2002, p. 3). Tal ab
o
rr.:
gem, descrita na secao seguinte, implica
lizar os periodos de transicao
espedfic
o
s -
ciclo de vida familiar, na
tentativa
de
d
esers
ver as tarefas de desenvolvimento da farnifu..
do ponto de vista te6rico, e papel de fatores
contextuais na constituicao de valores, cren-
< ; : a s e
praticas
parentais, priorizando a
comple-
xa relacao
entre
os fatores
socioeconomico-
politicos e
hist6rico-cu
lturais. Ha necessidade
de continuar investigando a influencia de al-
guns desses fatores no processo de desenvolvi-
mento, usando delineamentos
de
pesquisa
apropriados para investigacao da complexa
rede de relacoes
entre
diferentes subsistemas,
conforme proposto por Bronfenbrenner
(1979
I
1996,
1999). Por exemplo, a classe social e o
nivel educacional dos individuos colaboram
na
construcao dos valores e crencas
parentais
que, por sua vez, tern um impacto positivo ou
negativo nas
praticas
dos genitores em rela-
< ; : a o
aos seus filhos (Luster, Rhoades e Haas,
1989; Sigel, McGillicuddy
-
DeLisi e Goodnow,
1992;
Tudge
et
al.,
2000;
Tudge et al.,
1999).
A ss
i
m, as
grandes mudancas ocorridas
nos
ultimas anos, nas sociedades conternporaneas
e, consequentemente, nas relacoes
genitores-
criancas (Dessen e Torres,
2002),
por si s6,
justificam a
continuidade da
analise de tais
construtos.
Em sintese,
OS ultimas
anos tern regis-
trado um aumento crescente da enfase
no
papel da familia, ate mesmo em estagios ini-
ciais do ciclo de desenvolvimento huma
n
o, e
na bidirecionalidade
<las influencias genitores-
crianca. 0 foco de interesse vai alern <las diades
mae-
crianca e
pai
-crianca, incluindo 0 funcio-
namento da famflia como um todo, em que as
relacoes estabelecidas
entre OS
conjuges Sao
consideradas
tanto
do ponto de vista
<las
rela-
< ; : o e s maritais quanto parentais. Os estudos so-
bre a dinamica familiar devem levar em consi-
deracao
a
inevitavel inter-relacao existente
entre o desenvolvimento do individuo e da
fa-
mflia,
as peculiaridades dos diferentes subsis
-
temas dentro da farnflia, os padroes de relacao
tipicos de cada fase do desenvolvimento do in-
dividuo e do grupo familiar e a insercao da
familia em um determinado contexto s6cio-his-
t6rico-cultural.
Portanto,
um enfoque de pesquisa que
priorize a interconexao
entre
familia, cultura
e desenvolvimento possibilitara
uma
nova
vi -
sao sobre a compreensao do desenvolvimento
humano. Essa
maneira
de pesquisar
,
embora
24
7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 13/17
Esses sao
ap
enas
e
xemplos de algum
a
s
questoes que
pode
m ser formuladas quando
adotamos uma
pe
rspectiva de pesquisa basea-
da no
desenvolvim
ento do grupo
familiar
Para
responder questoe s coma essas, e fundamen-
tal ernpregar um
pl a
nejamento de
pesq
uisa
l
on
-
gitudinal - que en
g
lobe, no minimo,
o
periodo
completo de transic
a
o focalizado no estudo em
questao
- e
tambem incluir toda a familia na
coleta
de dados,
usando
uma
aborda
gem
multimetodol6gica. Adotar um planejamento
tal qual vem sendo proposto por Kreppner
(1989, 1991,
19 9
2 , 1995, 2000, 2001, 2002)
significa, sobretudo, efetuar analises de dife-
rencas nos padroes de comunicacao dos subsis-
temas genitores-filhos, marido-esposa e irrnao
-
irmao, levando em consideracao que os padroes
de comunicacao diferem em diades e
tr
iades.
Portanto, para que possamos, de fato, com-
preender os padroes de comunicacao no con-
texto da familia, precisamos desenvolver siste-
mas de categorias para analise de dados que
sejam aprop
r
iados e independentes para cap-
turar os padroes de relacao que sejam
per
ti-
nentes aos subsistemas diadicos e triadicos
(para detalhes,
ve
r Kreppner, 2001).
0 foco de interesse na analise dos resul
-
tados de uma pesquisa implementada de acor-
do com esta abordagem recai,
sobretud
o, nas
mudancas ocorridas no tempo, isto e , na com-
pa
r
acao
<las
medidas entre os diferentes perio-
dos de coleta de dados, assim coma nas varia-
<;oes de frequencia <las dimensoes ou aspectos
selecionados para a
nal
ise. Por exemplo, no es-
tudo de Kreppner (2002)' a analise de dados
revelou mudancas na comunicacao
ge
ral dos
genitores com seu primeiro filho ao longo do
t
empo
Os
est
ilos de cornunicacao
pa
r
ent
a
l
coma ou decresceram du
-
rante o periodo de
tres
anos e me
i
o nas
sit
u
a -
tacoes p
i
oneiras ocorridas com o ir
mao mais velho?" (p. 6)
3. ' 'As
criancas primogenitas
experien-
ciam
cena
rios de
comunicac a
o ge-
nitores-crianca que Sao similares OU
diferentes daqueles experienciados
pel
a s criancas que ocupam o s egun
-
do
l
uga
r na ordem de
nascimento?
"
6)
A C I E N C I A D O D E S E N V O L V I
M E N T O
H U M A N O 1 2 5
1. O s geni
t
o
r
es lidam com as
dem
a
n-
das e novas capacidades do primo-
ge
ni
to ao mesmo tempo em que
ma
n-
tern o estilo de comunicacao com o
se
gund
o filho? Em outras
pala
vras ,
"como os
genitore
s interagem com a
segunda
c r i
anca, quando e le s
m
e s -
mos e
st
ao enfrentando um processo
de
adap
tacao com a
passag
em do
pri
m
og
e
nito
para
a
adolesc
e
nc i
a?"
6)
2 . ' 'As
a
daptacoes
s
ao
necessar
ias nas
tra
n
si
coes do desenvolv
i
mento de
cada c
r
ianca ou as transicoes de
de
-
senvolvimento do primeiro filho
i
n
-
te
rr
o
m
pem padroes estabelecidos e o
segundo filho tira proveito
<las
ad
a
p-
s e
mes
es de idade e o segundo (C2) era
anos mais jovem.
A
s famili
a
s foram acompanhadas por um
l
ode de
tr
e s
a
nos
e
seis meses, com vis
i
tas
e s trais, perfazendo um total de oito pe rio-
- de
co let
a de dados.
A s
observacoes foram
zsli
zad
a s em situacoes estruturadas, tanto
di
c
as (M-Cl, P-Cl
,
M
-
C
2, P-C2,
M
-
P ,
Cl
-
C
2)
~
o
triad
i
c
a s (M-P-Cl e M-P-C2), e cons
i
s-
de d
i
scussoes, cujo tema central, im pres-
an cartao-estimulo,
era fornecido pelo pes
-
. :3ador. Um dos membros da familia lia o con-
o imp
r
esso nos c
artoe
s , por exemplo,
"a l
-
.:- na familia nao limpa o seu quarto
c
oma
ria"
ou "nos estamos
pl a
nejando
faze
r u
m
a
sa
o j
untos
, na
pr6xim
a semana"
(p .
8
- 9)
,
S31
segu
id
a, os participantes discutiam, por
minutos consecutivos, o conteudo de cada
-o.
A
s d
i
scussoes eram registradas em
:: ep
ois, transcritas por observadores inde-
e
nt
es, de acordo com um sistema de
c
a
te-
;:jas desen
v
ol v i
do para analisar modos ver-
e n
ao -
verbais de cornunicacao em diades
: : :p
p
ner e Ullrich, 1996) e triades (Kreppner
2002), se paradamente. Alern <las obser-
- s , os adolescentes avaliaram a qualidade
re lac ao com seus genitores e varies aspec-
na
a
uto-es
tim a
, a cada seis meses, por
mei
o
es
cala
s.
T
al p l
a
nej a
mento foi elaborado
por
- pner (2 002) para responder questoes de
volv
i
mento tais coma
7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 14/17
a
s
maes
·
ado das
s evi
denci
a
-
-
resp o
n
s
a
o
s dom
e
:_aa
t
o os ho
es (
S
tra
t
A
amb
i
_
p
a
pel
p
r
mu
d
ancas
o
ta
m
be
-
d
o
pap
el
d
e
cuidad
ainda
p
::;Jes
tradici
=:ias (Desse
rz s
,
a
s
inte
idade
s
re
,o a
u
ment
. .x:no
nstr
a qu
~o
s
e
e sta
dancas
, ta
_ To
r
res, 200
;'9
8;
Petruc
..ngly ,
2000)
'
6; Trost,
A
s
esta
t
. . . ; : . t
axa de c
::f:TO de
dive
fi lhos por
_
~6 ; Ribeiro
: ; : : ; : o
re
s
defen
As
transformaco
es
sociais
, ec
o
nomicas
politic
as
ocorridas nas so
cie
d
ades
ocid
e
nrzz
particularmente n
o
ult
imo
se
culo,
tive
ram
pact
o
na
vida familiar,
am
pliando o
en
te
me
n
to da familia como sistema
compl
exo , : : _
cluin
do
n
ao
ap
e
nas
a
rela
cao
mae-c
ri
anc
mas
tambern as
demais relac
oes
est
abeleci
·
pelos outros
m
e
m
b
ros
d
a
fa
milia no
e
s
·
-
do
desenvolvimen
to
hum
a
no
A di
s
semi
n
ar -
do
individualis
mo
(Vait
s
man, 1994) e as
·
-
tens
as
trans
for
macoes
no
p
a
p
el
feminin
o
fra
q
ueceram a relevancia do
mod
elo tradi -
A s t r a n s f or m a ~ i i e s o c o r r i d a s n a
f a m i l i a a o l o n g o d o s t e m p o s
A famili
a e as relacoes
qu
e os mem
b
r
familiares mantem entre si
n
ao podem
ser
a
nalisadas hoje
s
em
le
var em
consid
e
r
a
c -
-
a sua integracao ao contexto
socio-hist
ori
c
u
ltural. Assim, finaliza
m
os e
s
te
capitul
o
alg
u
ns
comentari
o
s
a
resp
eito das transforrzs-
c
o
e s ocorri
das na
famfl
ia ao longo das
ul
tircz;
d
ecadas, que
geraram mudan
cas no
pro
pri
c
o
nceit
o de familia,
cont
ribuindo
par
a a
con
s
trucao te6rica e
nquan
to
s
is
t
ema
c o
m
xo, conforme di s
cut
ido nas
s
ecoes
ant
eri
o
r-
Em seguida, apres
en
tamos nossas
pr
inc i
conclus6es,
ressaltan
do a importancia de es:::
dar
as relacoes
famil iar
e
s para
a
comp
ree -
d
o
process
o
d
e
desenvol
vimento
hum
an
o.
C O N S I D E R A C O E S F I N A I S
intitulado
apontavam
que uma
d
as tarefas
mar;
d
if iceis no estudo
d
as in
teracoe
s familiares
ria
"en
contrar um
niv
e l apropriado de
an
iU-
se
empirica para descrever
a
inter-rel acz;
entre o
desenvolvim
e
n
to
d
a fa
m
ilia e
d
o
vidu
o"
(p
11)
desafi
o
a
ssu
mi
d
o pelo
pr
op
K re
ppner e
descri
to,
resu
midamente,
p
or
_
n
este
capitulo
. Acreditam
os qu
e este
m
ento nos
conduz
ira
n
a di
rec
ao de
desc
o
ber-
tas
inovadoras no que tange ao
funcion
amez
-
to das
fami
li
as
que,
p
or sua vez,
desenc
a
des
.
rao novas alternativas de
p
e
s
quisa.
coes diadicas M -C e
P-
C, enq
uan
to as
frequ
en-
c ias
de
comporta
m
ent
os
c
omo a
u-
me
ntaram.
Compara
coes
entr
e as
dimens6es
de qualidade
das r
e lac oes e os estilos de co -
m
uni
cacao
desenvolvidos p
or
pai
s
e maes
c
om
seus filhos mostraram que a comunicacao do
pai com sua
filha
,
mais
do que com o
filho,
e
caracterizada pelo estilo de embora,
em termos de os pais se reve-
lem menos
para
as
filhas
que para os
filhos .
Alern disso, os pais e
x
ibem um grau de ten
s
ao
ma
ior quando disc
u
tem com suas
fi l
has do que
quando discutem com seus fi lhos .
As
comparac
oes
d
ia
dic
a
s
e t
riad
icas, por
sua vez, fornecem
out
ro
t
ipo de
informacao.
Por
exemplo
, ao
comparar
diades
genitor-
Iv
filho e
genitor-z
-
filh
o, os dados revelaram
q
ue
a dos geni
tores
, o inve
st
imento em
principios
morais
e
as visand
o a
afirm
a
cao de
autono
m
ia
s
ao
m
e
nos
freqi.i
e
n-
tes nas interacoes
dia
dicas pai-Z ? filho. No en-
tanto, quand
o
comparac
oes triadicas sfio
e fe
-
tuadas, inforrnacoes especffic as emergem por
exemplo
, os genitore
s s
e
m
os
tram
mais
e a comunicacao e mais
com a 2a
crianca
,
Kreppne
r (1995)
e Kreppner e Ullrich
(1 99
8) mostram claramen-
te que ,
durante
a passagem
para
a
adolescen
-
cia,
h
a um aumento nos estilos de
comunic
a
-
cao que privilegiam a
ne
gociacao e a afirma-
c;ao da posicao do
pri
meiro filho enquanto
s
u-
j
ei
to
.
E l
es
tamb
ern
o
bservaram mudancas
n
a
s
trocas
comunica
tivas
en
tre o casal na
ause
n
cia
do filho
adolesc
e
nte - particularmente, u
m
aumento no
gra
u de tens ao durante as di
sc
us-
s6es
-
e que diferentes padr6es de
comuni
ca-
cao e
divergen
c
ias quan
to a flexibilidade
para
se
adaptar
as
deman
das
d
e autonomia e co-
municacao
adulta
de se us f ilhos emergem nas
familias
.
Em
sintes
e,
ado
tando
u
ma abordagem de
pesquisa
,
como a
apresenta
da aqui, podemos
descrever nao s6
p
rocesso de desenvolvime
n
-
to da adaptacao fa
mili
ar
e , cons
eqi.ienteme
n-
te, como todos
OS
membros da
f
arnilia sao
i
nfluenciados e
i
n
fl
u
enciam o
desen
v
olvimen
-
to de cada um,
com
o
t
ambem a influencia
das
t
ransicoes
n
a
d
ina
mic
a das
relac
oes
familiares .
E interessante
n
ot
ar qu
e Kreppner e L
ern
er
(
1 989), no
capitu
lo
in
trodut6rio de seu
l ivr
o
1 2 6
7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 15/17
miliar (Dessen
e
Braz,
2 0
00). Apesar da
mai
or
participacao dos av6s e dos pais na vida da
familia, as
crianc
as e
s
tao cada vez mais che-
gand
o da
escol
a
e encon
trando uma casa
va-
zia e p
articipa
ndo de arranjos complex
es
em
que
o
transporte
e o
s
se
us cuidados sao com-
partilhados
com outras familias. Segundo
Strat
ton (2003), esse
es
tilo de vida tern
a
car-
retado mudancas
ta
rnbem nos papeis da cr
ian
-
ca dentro da familia, pois e exigido delas uma
maior independencia e o uso de suas compe-
tencia
s tecnicas, quer para preparar
su
a pro-
pria
comid
a no
microondas
,
manuse
ar
l
ava-
louc
a
s ou p
r
eparar o seu
caf
e da
manha
, quer
para
c
uidar de suas pr6prias roupa s e de seus
quartos
. E videntemente, nao estamos nos re-
ferindo aqui as familias brasileiras pobres OU
que vivem abaixo da linha da
pobreza
, as qua
i
s
nao dispoem de equipamentos domesticos
e
cuja dinamica de relacoes e totalmente dife
-
rente de familias de
c la ss
e media (Dessen
e
Torres, 2002).
A s modificacoes n
a
s relacoes
parenta
is
tern sido acentuadas nas ultimas decadas, p
ar-
ticularmente quanto
ao s
valores relativos a
educacao e ao processo de socializacao dos
f i-
lhos (Dessen, 1997;
Kr epp
n
er,
1992; Zamberlan
e
Biasoli-Alves, 1997)
.
A s mudancas
oc orrer
am,
particularmente, nos habitos de alimentacao,
decorrente do estilo de vida moderna,
so br
e-
tudo
<las
cidades urbanas de portes med
i
c e
grande.
Stratton
(2003)
a
r
gumenta
qu
e, a
med
i
da que houve um aumento da
dispon
ibi-
lidade e da variabilidade de alimentos,
c
ada
membro da familia passou a comer de
a
cordo
com suas preferencias, em diferentes horarios,
acarre
tando uma diminuicao
<las
refeicoes
rea
-
lizadas em conjunto
E s
sa mudanca de habito
<las
familias pode
acarreta
r danos, uma ve
z
que
as refeicoes
c
onjuntas constituem uma opor
-
tu
nidade
pa
ra trocas de
interacao,
Con forme
ressaltado por Stratton,
faze
r as refe
i
coes em
conjunto pode facilitar formas de
intera
cao
positiva
, enriquecer a experiencia e expandir o
repert6rio social da famflia,
Portanto, as transformacoes
oc orrid
as nas
sociedades
industrializadas
, principalmente a
partir de meados do seculo X X , provocaram
a
lteracoes na estrutura e na dinam
i
ca das rela-
coes familiares, contribuindo e
feti
vamente para
1 2 7
nu
c
lear de
fam
flia
e p
rovocaram outras
c
as, tanto
n
o contexto brasileiro (Dessen
zrr
es , 2002; G o
m es - da
-
C
osta, 1998; Neder,
; P
etruc
elli, 1 998;
R i
beiro et al., 1998;
, 2000), co
m
o em outros paises (Petzold,
;
T
rost,
19 9
5) .
A
s
estatisti
cas mostram uma
dimin
uicao
ta x
a de
casam
entos, um aumento do nu
-
ero de div6rcios e uma reducao do numero
filh
os por familia
(
Petrucelli, 1998; Petzold,
- 6; Ribeiro et
a
l. , 1998; Trost, 1995).
E
sses
:::ore
s defendem a po
si
c
a
o de que a d
im i
nui-
- de casamentos nao representa uma re du-
- do
s
relaci
onamento
s
conjugais
A o con
tra
-
'
o aumento
<las
unioes consensuais estaveis
-
on s tra que os casais tern optado por viver
t
o
s e
esta
belecer
uni
6es Intimas
se
m, no
znant
o, re
al i
zarem o ma
t
rimonio por
me
io dos
: : : : : . : n i
tes civil e religioso. Por outro
lad
o
,
a di-
. uicao do tamanho das familias e do
mim
e-
d
e
filhos
par
ece se r
ma
is um reflexo do
au-
_,, to das taxas de div6rcio e separacao viven
-
zad
o por
dif
erentes classes sociais, da
inser-
:§o da mulher no mercado de
trabalh
o , do
giment
o da
p
f lula
anticoncepcion
al
e
das
ar ias
mud
ancas nos v
a l
ores
socioculturais.
A pe sa
r das diversas mudancas
oc orr
idas
interaco
es
familiar
es
e
de um
aument
o
d
a
-o
al
d
a
de e do equilibria entre marido e mu-
.aer,
ainda permanece a manutencao de pa-
:: roe s tradicionais de genero no ambito
da
s
fa
-
::lll
i
a
s
(Dessen e
Braz
,
2000). Em outras
p
ala-
vr a
s ,
a
s
inter
acoes
mae-
filho baseiam-se em
a
tividades
r
elativas a criacao
e
ao
cuida
do dos
filh
os
, enqu
a
nto o pai continua desempenhan-
do a funcao de
pro
ver o sustento
mater
ial,
em
bora venha compartilhando cada vez ma
i
s
co
m a s maes a lgumas tarefas re lacionadas ao
cuidado das criancas (Lewis e Dessen, 1999).
As ev idenc ia s
mostram que as
mulheres a
inda
sa
o
responsa
veis pela grande
maiori
a dos
t
ra-
balhos domesticos e cuidados da crianca, en
-
qu
a
nto o s ho
me
ns
parti
cipam apenas como
a
ju-
dantes (Strat
ton, 2003).
A amb
i
va lencia da mulher em relacao ao
s
e
u pap
e l
pro
fi
s
sion
al e de mae
provoc
ou nao
s6
mudan
cas nas rela
c
oes maritais e
pa
rentais,
c
o
m
o
tambe
rn
propic i
ou uma maior
va
loriza-
c ;
ao do p
ap
e
l
dos av6s e dos irm
a
os como ag
en-
t
e
s de
c uidad
o e supo
rt
e social no contexto
fa -
7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 16/17
Assim, se quisermos emender as inter-re-
lacoes entre farnflia, desenvolvimento e cultu-
ra, precisamos, conforme salienta
Kreppn
er
(2003):
(a) direcionar 0 foco de analise nao
para as pessoas, individualmente, mas para as
1. An
alisar
as relacoes
familia
res
ponto de vista qualitativo e
his
to;
considerando a capacidade de a·
tacao
e
recuperacao dos
individ
u
<las
familias diante de
situ
acoes
-
estresse.
2. Considerar nae somente as troca
s
bais, mas tambern aspectos
d
a
municacao
nao
- verbal
existent
e s
relacoes.
3. Avaliar o maior numero
pcssive l
relacoes em uma familia, ou
s
e '
z
diades, triades e outras. -
4. Criar variaveis descritivas de
c
arac-
teristicas
molares das
relacoes, a:
analisar a comunicacao e as
in t
era-
coes familiares.
5. Estabelecer recortes
centrados
nos
momentos de transicao,
6. Utilizar metodologias
longitudi
nais s
amostras mais representativas.
7
.
Considerar a familia como
conte
xm
central de producao,
manutenca
o e
transmissao de significado e cultura,
coes existentes entre os membros
d
a ~ -
levando em consideracao a
fundamen
tal -
tancia
do contexto
socio-historico-culnm,
Dada a importancia <las relacoe
s
res para o entendimento do proces
s
o
- z,
senvolvimento humano, chamamos a
dos pesquisadores para o estudo
dest
a
relacao, Em funcao de influencias
rec
e
b
i
diferentes campos do saber, como a
gia, a psicologia e a antropologia, a
s te : : : . : . .
cias atuais tern focalizado
construcoe
s
e metodol6gicas mais complexas, que se
trapcem
a uma visao reducionista dos
fenc:::..:
nos estudados.
Com base na complexidade do
si
familiar, Kreppner
(2000)
menciona als
desafios a serem enfrentados pelos pes
i"
<lores da
are
a de desenvolvimento familiar-
0
presente capitulo apresentou as inter-
relacoes existentes entre o processo de desen-
volvimento humano e a famflia, Considerando
que esta vem sofrendo o impacto de diversas
mudancas
s6cio-hist6rico-
culturais nos ultimas
tempos, conceitua-la
e/ou
encontrar consenso
sobre sua definicao tornou-se uma tarefa difi-
cil. No entanto, nao podemos negar que "a fa-
milia ainda continua sendo
uma
instituicao
forte e de influencia, mas um pouco mais com-
plexa e flexfvel do que as imagens do passado
nos levariam a pensar" (Stratton,
2003,
p.
337).
De acordo com este autor, independentemen-
te da diversidade de tipos de famflias que ca
-
racterizam as sociedades ocidentais contempo-
raneas, ainda prevalece enraizada a tendencia
em manter o compromisso e o suporte social e
economico entre os membros de uma familia,
visando fornecer
uma infra-estrutura para
o
desenvolvimento de suas criancas.
A famflia
e
vista, hoje, coma um contexto
complexo promotor do desenvolvimento prima-
rio, da sobrevivencia e da socializacao da crian-
ca, alem de ser um espaco de transmissao de
cultura, significado social e conhecimento co-
mum agregado ao longo <las geracoes. Como
argumenta
Kreppner
(2000),
familia e um
construto fragil que esta em constante processo
de adaptacao e readaptacao em funcao de even-
tos normativos e nao-normativos pr6prios de seu
desenvolvimento
.
Portanto, tanto
a crianca
quanta
OS
membros familiares sao
participan-
tes ativos nas relacoes,
s
endo as influencias
exercidas entre eles rmituas e bidirecionais. Con-
sequenternente, estudar o desenvolvimento
fa-
miliar envolve, necessariamente, estudar os pro-
cesses de comunicacao e as interacoes e rela-
C o n c l u s o e s
a concepcao conternporanea de famflia. Essas
transformacoes nos levam a questionar o con-
ceito de famflia e as ideias de normalidade re-
lacionadas a ela, a
tentar
compreende-la como
Sistema complexo, influenciado por multi-
plos fatores e eventos internos e externos, que
sofre variacoes em
func
ao dos contextos cul-
tural, social e
hist6rico
1 2 8
i- ;
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7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano
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