A ESTRUTURA DA METEOROLOGIA NO BRASIL ... CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU INSTITUTO A VEZ...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A ESTRUTURA DA METEOROLOGIA NO BRASIL –
POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS
Por: Marcelo Migueres Barbosa
Orientador
Prof. Fernando Alves
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A ESTRUTURA DA METEOROLOGIA NO BRASIL –
POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS
Apresentação de monografia ao
Instituto A Vez do Mestre –
Universidade Candido Mendes
como requisito parcial para
obtenção do grau de
especialista em Gestão Pública.
Por: Marcelo Migueres Barbosa
3
AGRADECIMENTOS
À Empresa Brasileira de
Infraestrutura Aeroportuária –
INFRAERO – por constantemente
incentivar seus empregados na
busca do conhecimento.
5
DEDICATÓRIA
À minha esposa Cristiane, aos meus
filhos Bruno e Miguel, e também à
minha mãe Myrian pelo incentivo
constante.
6
RESUMO
Há muito tempo deixou-se de buscar explicações sobrenaturais para
fenômenos climáticos. Os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos
permitem, hoje, entender e explicar inúmeros fenômenos da atmosfera. Para a
sociedade, a consequência mais importante desses estudos foi o
aperfeiçoamento da previsão do tempo, pois é com este conhecimento que se
pode ajudar a salvar vidas. Porém, a Meteorologia não se restringe à apenas
esta vertente. Existem várias áreas, com diferentes aplicabilidades desta
fascinante ciência que precisam ser melhores aproveitadas e, sobretudo,
melhor aparelhadas, contribuindo de maneira inexorável para o
desenvolvimento do país. Este trabalho buscou apresentar, de maneira
panorâmica, a Meteorologia, como esta ciência está organizada no Brasil, as
diferentes áreas de atuação e perspectivas de aplicabilidade de políticas
públicas voltadas para o seu desenvolvimento.
7
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para este trabalho foi baseada na pesquisa de
referências teóricas, constantes em diferentes autores e vertentes,
acrescentada da experiência pessoal em Meteorologia, ciência a qual exerço
atividades profissionais há 25 anos e pela qual sedimentei minha formação
com o curso superior de Administração de Empresas, com ênfase em Gestão
Pública.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................. 9
CAPÍTULO I – A contribuição da 2ª Guerra Mundial
para a moderna Meteorologia...................................................... 12
CAPÍTULO II – A Meteorologia no Brasil..................................... 15
CAPÍTULO III – Análise das Políticas Públicas e da Gestão Pública no
Brasil........................................................................................... 24
CAPÍTULO IV – Situação atual e necessidades de investimento... 30
CONCLUSÃO.............................................................................. 36
BIBLIOGRAFIA............................................................................ 37
FOLHA DE AVALIAÇÃO............................................................. 40
ÍNDICE........................................................................................ 41
9
INTRODUÇÃO
O que é Meteorologia?
A Meteorologia - do grego meteoros, que significa elevado no ar, e
logos, que significa estudo - é a ciência que se dedica ao estudo dos processos
que ocorrem na atmosfera terrestre, principalmente na camada mais próxima
da superfície com aproximadamente 20 km de espessura. É nessa camada que
ocorre a maioria das atividades humanas, e, é aí que podem ser sentidos os
efeitos que as condições atmosféricas exercem no desenrolar dessas
atividades. Dessa constatação surgiu a necessidade de se conhecer melhor os
processos que causam a evolução das condições do tempo.
Seus aspectos mais tradicionais e conhecidos são a previsão do tempo
e a climatologia. O tempo pode ser definido como o estado da atmosfera em
determinado instante e lugar. O clima tem sido frequentemente definido como
um tempo médio, ou seja, um conjunto de condições normais que dominam
uma região, obtidas das médias das observações durante um determinado
intervalo de tempo.
Contudo, variações e condições extremas do tempo também são
importantes para caracterizar uma região. Por exemplo, fazendeiros estão
interessados não apenas em conhecer a precipitação média de novembro, mas
também a frequência de novembros extremamente secos. Da mesma forma o
gerenciamento de recursos hídricos exige o conhecimento não apenas de
valores médios, mas também de valores extremos e sua probabilidade de
ocorrência. Portanto, o clima é o conjunto de toda a informação estatística
sobre o tempo em determinado local. No longo prazo, é o clima que determina
se uma região é ou não habitável e sua vegetação natural; num prazo mais
curto, é o tempo que condiciona a segurança dos meios de transporte, a forma
de lazer, a dispersão de poluentes e as atividades da agricultura.
10 Origens da Meteorologia
• Civilizações ancestrais: Divindades controlam o estado do tempo,
feiticeiros e sacerdotes são os mediadores. De referir na
civilização egípcia (3500 a.c.) Ra e Osiris. Ra controlava o
movimento dos corpos celestes, e assim as subidas e descidas
de nivel do Nilo. Osiris controlava as cheias anuais do Nilo e,
portanto, a fertilidade e a morte. Outros: Marduk era o Deus das
tempestades na Babilônia (2100-689 a.c.). Thor (nome que deriva
da palavra alemã para trovão) é o equivalente no norte da
Europa.
• Primeiras observações: astrônomos chineses desenvolvem um
calendário que divide o ano em 24 festivais, e especificam o
estado do tempo para cada um deles.
• Grécia: Filósofos iniciam uma tradição de investigação e análise
racional dos fenômenos naturais. Aristóteles com o seu livro
Meteorológica (do qual deriva a palavra meteorologia) tenta
descrever a natureza física do céu, do ar, do mar e da terra,
incluindo todos os fenômenos atmosféricos conhecidos até então.
Apesar de muitas observações e conjecturas corretas Aristóteles
comete o erro de pensar que “a terra é imóvel”. Teophrastus
publica “Sinais do Tempo” e descreve 80 tipos de chuva, 50 tipos
de tempestades, 45 tipos de ventos e 24 tipos de bom tempo. É o
responsável por muitos dos provérbios acerca do tempo e do
clima que se viriam a generalizar mais tarde na idade média.
• Idade média: Nos países árabes os almanaques tornam-se
comuns. Estes incluem previsões do estado do tempo e da sua
influência nas culturas agrícolas, assim como informação acerca
de acontecimentos astronômicos e festas religiosas. Na Europa e
na América do Norte os almanaques tornam-se muito populares
no século XVII e XVIII.
11
• Renascimento: Copérnico (1473-1543) apresenta a teoria de que
a Terra se move em torno do sol, fornecendo uma explicação
para os equinócios, solstícios e estações do ano. Leonardo da
Vinci (1452-1519) desenvolve o primeiro higrômetro. Galileo
(1564-1642) inventa o primeiro termômetro, sem, no entanto,
deixar registros das suas observações de temperatura. Torriceli
(1608-1647) inventa o primeiro barômetro. Pascal (1623-1662) é o
primeiro a pôr a hipótese de que as variações do estado do tempo
estão relacionadas com variações da pressão atmosférica.
• Século XIII: São introduzidas as escalas de temperatura de
Celsius e Fahrenheit. Os higrômetros são aperfeiçoados e surgem
novos instrumentos de medição. São criadas as redes
meteorológicas internacionais sob os auspícios da Royal Society
em Inglaterra, da Académie des Sciences na França e da
Mannheim Society na Alemanha. Esta última sociedade
desaparece em 1799, mas deixa estabelecidos os procedimentos
básicos da meteorologia sinótica do século XX.
• Século XIX: A invenção do telegrafo por Samuel Morse (1791-
1872) permite a comunicação rápida das observações realizadas
nas diversas estações meteorológicas. As primeiras cartas
sinóticas são construídas com base nestas observações. Robert
Fitz Roy (1805-1865) introduz a instalação de aparelhos de
medição meteorológica em navios da armada britânica. Matthew
Maury (1806-1873) promove as primeiras conferências com vista
à permuta internacional de dados meteorológicos que levam, mais
tarde, à fundação da WMO (World Meteorological Organization),
em 1873.
• Século XX: Diversos países entre os quais Portugal já dispõem no
início do século de serviços nacionais de meteorologia. Na Suécia
surge a escola de Bergen (1862-1951) onde é desenvolvida a
teoria de que as zonas de atividade do tempo estão concentradas
12 em regiões relativamente estreitas. Chamam a estas zonas
“frentes” por analogia com as frentes de batalha durante a
primeira grande guerra. No início dos anos 30 são inventadas as
radiossondas que permitem construir cartas sinóticas a níveis
mais altos da atmosfera. Durante a Segunda Grande Guerra
surge o radar que permite identificar padrões de chuva sobre
grandes áreas.
O primeiro modelo numérico de previsão do tempo é desenvolvido por
Lewis Richardson (1881-1953). Com o advento dos computadores os
problemas de cálculo numéricos são mais facilmente resolvidos, levando ao
desenvolvimento de modelos de previsão do estado do tempo mais
sofisticados. As primeiras fotografias tiradas do espaço provêm de câmaras
instaladas em mísseis. Em 1960 é lançado o TIROS-1, o primeiro satélite
orbital. O primeiro satélite geoestacionário é lançado em 1966.
CAPÍTULO I
A contribuição da 2ª Guerra Mundial para a moderna Meteorologia
Em 6 de julho de 1944, os aliados desembarcaram nas praias da
Normandia e iniciaram, de fato, o ataque decisivo para a queda da Alemanha
Nazista, no que depois ficou conhecido como “Dia D”.
A operação “Netuno”, nome em código da operação de desembarque, é
até hoje bastante comentada, principalmente no aspecto meteorológico. Mas,
esse aspecto foi apenas o momento mais visível de uma série de prognósticos
meteorológicos fornecidos pelos meteorologistas americanos e ingleses
durante toda a Segunda Guerra, no curso da qual o fator meteorológico
certamente foi um dos elementos determinantes nos processos decisivos das
numerosas operações bélicas dos aliados.
13 Foi exatamente esse fato e uma relativa tomada de consciência por
parte das autoridades responsáveis, somado ao crescimento tecnológico, que
contribuiu, de modo significativo, para o desenvolvimento da moderna
meteorologia.
Hoje sabemos que as previsões do tempo são baseadas em modelos
físico-matemáticos da atmosfera, feitas com o auxílio de poderosos
computadores. Porém, nem sempre foi assim. A história nos conta que o pai
destas previsões foi o meteorologista e matemático inglês L. F. Richardson
que, durante a Primeira Grande Guerra, começou a trabalhar em um
experimento em que consistia na resolução das equações que governavam os
movimentos da atmosfera.
Tratou-se da primeira real experiência de prever a dinâmica do tempo,
em uma previsão de tempo finito (24 horas), obtida por uma sucessão de
previsões elementares, em curtos períodos (6 horas), em consideração ao
intervalo total da previsão. Os resultados destes cálculos, feitos a mão,
desapareceram na grande confusão da guerra. Os rascunhos foram
encontrados logo depois e foram publicados em 1922, no famoso livro
“Previsão do tempo por meio de cálculos numéricos”.
A experiência de Richardson foi, no entanto, um verdadeiro fracasso: os
cálculos previam o movimento das perturbações atmosféricas na direção
errada e a uma velocidade fora da realidade dos fenômenos atmosféricos. Os
cientistas formularam numerosas hipóteses sobre as razões do insucesso, em
particular o conhecimento incompleto do estado inicial da previsão pela falta de
cuidado nas análises e a escassa rede de estações de observação do tempo.
Mas nenhuma conclusão empírica ou científica pode ser baseada em um só
experimento e os cientistas teriam dificuldades em refazer a experiência, pois
necessitariam de 64.000 mentes humanas capazes de trabalhar paralelamente
para fazer uma previsão do tempo a uma velocidade apenas igual ao
desenvolvimento de um sistema meteorológico.
14 Essa constatação acabou com todo o entusiasmo da tentativa de se
prever a dinâmica do tempo por meio de modelagem numérica, e assim ficou
adormecida por cerca de vinte anos.
O retorno ao interesse nesta área da Meteorologia, uma das mais
importantes hoje, aconteceu no início dos anos 40. As circunstâncias que
favoreceram o desenvolvimento da previsão numérica de tempo estão ligadas
à Segunda Guerra Mundial: a ampliação do sistema de observações, o
desenvolvimento das telecomunicações e o surgimento dos primeiros
computadores. Na Segunda Guerra houve um aumento substancial dos
serviços meteorológicos nacionais e as observações deixaram de ser
essencialmente “de terra” e passaram, também a fornecer informações do ar e
do mar. As operações aéreas passaram a ser mais sensíveis aos fatores
atmosféricos e as exigências de observações em quantidade e qualidade
aumentaram, fazendo com que a rede de observações aumentassem
consideravelmente. Os meteorologistas ingleses da Royal Air Force (RAF) e
americanos da United States Air Force (USAF) sensibilizaram os comandantes
das operações aliadas da importância de boas observações para
confeccionarem boas previsões.
Nesse contexto, foi criado um conjunto de rede de estações
meteorológicas que efetuavam não só medidas de solo, mas, sobretudo,
sondagens atmosféricas na terra e no mar. Essas informações não só serviam
aos aviadores, mas também aumentava o conhecimento da estrutura
tridimensional da atmosfera. Em fim, foi fixado um conceito hoje, indiscutível,
da importância das observações periódicas de superfície e de altitude, seja nos
aeroportos ou em estações isoladas, convencionais ou automáticas, fixas ou
móveis, em proporcionar ao meteorologista a compreensão do estado da
atmosfera para que ele possa fornecer um prognóstico que tenha utilidade para
todas as atividades humanas.
Também, em 1946, foram disponibilizadas as primeiras máquinas
eletrônicas com capacidade de fazerem cálculos numéricos a uma velocidade
10.000 vezes superiores a um homem. Com esses instrumentos, as complexas
15 equações atmosféricas eram solucionadas em horas, ao invés de meses. Os
meteorologistas decidiram que era o momento de voltar às previsões
numéricas, como era vontade de Richardson. Nesse momento, a Meteorologia
passa da fase de simplesmente ciência para a parte operativa, potencializada
com um sistema de coleta, distribuição e armazenamento e manipulação de
dados, com objetivos meramente operacionais.
Particularmente, devemos ter em mente que o estado inicial da
atmosfera sobre as previsões é de suma importância, regressando criticamente
ao experimento de Richardson e a moderna previsão numérica de tempo.
Temos que destacar a complexidade de um modelo que simule a evolução da
atmosfera, sem esquecer, jamais, que o modelo não poderá nos dar
informações totalmente confiáveis, mas um excelente guia para os nossos
prognósticos.
Das cinzas da Segunda Guerra Mundial nascia, em definitivo, a moderna
Meteorologia, aliando as observações e telecomunicações adequadas e com
potentes sistemas de cálculos, para formular e testar a complexidade da
atmosfera.
CAPÍTULO II
A Meteorologia no Brasil
2.1 Antecedentes históricos
Pelos registros históricos, poder-se-ia dizer que a Meteorologia Brasileira
teve origem, cientificamente, a partir de 1781, com o início de campanhas de
medidas meteorológicas realizadas no Rio de Janeiro e São Paulo, pelos
astrônomos portugueses Bento Sanchez Dorta e Francisco de Oliveira
Barbosa. A partir dessas campanhas, que duraram aproximadamente 10 anos,
o Brasil passou por diferentes fases, com a instalação de observadores
meteorológicos em diversos pontos do país, destacando-se o desenvolvimento
16 regional através de esforços concentrados em alguns estados. A Marinha do
Brasil instalou a primeira rede meteorológica no Brasil. Mas, pode-se dizer que
a fase de integração nacional, em termos de Meteorologia, só foi iniciada com a
criação de um serviço Nacional de Meteorologia, seguindo as orientações de
Sampaio Ferraz. Do ponto de vista científico destacaram-se, de início, vários
climatologistas e, posteriormente, já no início do século XX, registraram-se
estudos de Meteorologia Dinâmica, de Física e de Sinótica. Um acervo
considerável de trabalhos científicos e uma grande coletânea de dados
meteorológicos estão hoje disponíveis em nosso país.
A primeira missão científica enviada da Europa ao Brasil no campo da
Meteorologia foi organizada em Lisboa, sob a supervisão de Miguel Antonio
Ciera, e foi formada pelos Astrônomos Bento Sanches Dorta e Francisco de
Oliveira. O objetivo inicial da missão era realizar estudos visando definir os
limites entre os territórios portugueses e espanhol estabelecidos no tratado de
1 de outubro de 1777, assinado entre Carlos III da Espanha, e Dona Maria I, de
Portugal. Entretanto, os astrônomos se detiveram no Rio de Janeiro e em São
Paulo realizando intensas campanhas de medidas meteorológicas e
astronômicas entre 1781 e 1790. Sanchez que se encarregou principalmente
das medidas meteorológicas utilizou instrumentos de medidas; barômetro,
termômetro, udômetro e agulha magnética. A maior parte dos instrumentos foi
fabricado na Inglaterra com a participação de um português radicado em
Londres desde 1764, João Jacinto Magalhães. O período de observações no
Rio de Janeiro foi de maio de 1781 a maio de 1788. Das observações diárias
da temperatura do ar foram calculadas as médias mensais para todo o período
e as médias anuais para o período de 1782 a 1787.
O primeiro observatório instalado no Brasil após Sanchez foi inaugurado
em 1808 pela Marinha Brasileira, para instrução dos guardas Marinhas. Em
1827 D. Pedro criou o Observatório do Rio de Janeiro, mas a sua instalação
não chegou a se concretizar por divergência s da comissão de implantação
sobre a sua localização. Em 1845, o Ministério da Guerra mandou construir um
torreão, na academia Militar, destinado a abrigar os equipamentos
meteorológicos e astronômicos. Esta instituição passou a se denominar
17 Imperial Observatório do Rio de Janeiro a partir de 1846, sob a direção de
Eugênio Fernandes Soulier de Sauve. O Observatório sob a nova reforma, se
destinava a fazer observações meteorológicas e astronômicas úteis às ciências
em geral e ao Brasil. em particular, tendo funcionado durante 25 anos como
centro de pesquisa e instrução. Em 1871, o observatório é reformado e
entregue à direção do cientista francês Emanuel Liais, que permaneceu até
1881, tendo sido substituído pelo belga Luis Cruls. Este cientista publicou, em
1882, a talvez a mais importante monografia sobre o clima no Brasil, na época,
intitulada O Clima do Rio de Janeiro, com base em 40 anos de observações
meteorológicas.
Em outras partes do país iniciam-se, nesta segunda metade do século
XIX, importantes campanhas de observações meteorológicas. No Ceará, a
partir de 1849, Osvaldo Weber começa a medir sistematicamente, as chuvas
no Nordeste a fim de avaliar severidade das secas. Em Curitiba, a repartição
dos telégrafos instalou em 1884, o Observatório Meteorológico de Curitiba. Em
1892, o Rio Grande do Sul dá início ao funcionamento do Posto Meteorológico
de Porto Alegre. No Amazonas foi fundado em 1893, por Luis Friedman, o
Observatório de Manaus, cujos resultados das medidas foram publicadas pelo
Museu Goeldi do Pará.
Em 1888, foi criada a repartição Central de Meteorologia, pela Marinha
do Brasil, que teve como Diretor o tenente Adolpho Pereira Pinheiro. Em 1890
o tenente Adolpho elaborou a criação de um serviço meteorológico de âmbito
nacional. Em 1909 foi criado a Diretoria de Meteorologia e Astronomia do
Ministério da Agricultura com base no Observatório Nacional (Instituto Nacional
de Meteorologia) Este serviço, criado por iniciativa de Morize, absorve as redes
da Marinha e do Telégrafo Nacional. Em 1917, foram organizados os primeiros
mapas sinóticos e inicia-se a previsão do tempo no Brasil, abrangendo apenas
o Distrito Federal e o Estado do Rio de Janeiro.
Entretanto, o atrelamento da Meteorologia à Astronomia oferecia
dificuldades para um desenvolvimento desta ciência, que segundo Sampaio
Ferraz (1945), limitava-se à expansão e manutenção da rede de observações
18 climatológicas e à previsão de tempo em escala reduzida. Assim, por
inspiração de Sampaio Ferraz, apoiada pelos ideais progressistas do Ministro
da Agricultura, Simões Lopes, em 1921, foi feito o desmembramento do
Observatório Nacional, criando-se a Diretoria de Meteorologia.
A partir daí, a Meteorologia conhece um novo surto de desenvolvimento,
inspirado também nas experiências bem sucedidas da Argentina, Chile,
Uruguai e de outros pises da Argentina, Chile, Uruguai e de outros pises da
Europa. Sampaio Ferraz permaneceu como Diretor da Meteorologia entre 1921
e 1930, dando-lhe uma verdadeira estrutura de Serviço Nacional, instalando
observações via radiossonda, organizando a previsão sistemática do tempo,
montando uma biblioteca com um acervo englobando os melhores periódicos
do mundo, realizando pesquisas e participando de todos os fóruns nacionais e
internacionais de discussões dos problemas de Meteorologia.
Em 1930, a revolução brasileira que levou Getúlio Vargas ao poder,
inicia profundas reformas estruturais, incluindo aí o Serviço de Meteorologia.
Sampaio Ferraz se afasta definitivamente da Diretoria da Meteorologia e dá
lugar a um período de mediocridade praticada por políticos que pouco sabiam
da importância da Meteorologia para o desenvolvimento do país.
2.2. Formação profissional
Os Cursos de Meteorologia
Em 1959, em face do interesse manifestado em vários setores, o
Ministério de Educação e cultura tomou a iniciativa da criação, no âmbito civil,
do primeiro curso de meteorologistas no Brasil, o que teve lugar na Escola
Técnica Federal Celso Suckow da Fonseca, no Rio de Janeiro, em nível de
segundo grau. O curso foi instituído pelo Decreto Lei N 44.912, de 28 de
novembro de 1958 e regulamentado pela Portaria Ministerial 597, de 26 de
dezembro deste mesmo ano. Deve-se destacar a participação do Instituto
Nacional de Meteorologia neste cenário acadêmico. Também seguindo este
19 esforço inicial, dois meses depois foi fundada a Sociedade Brasileira de
Meteorologia, 29 de dezembro de 1958, cujo objetivo principal segundo seu
estatuto era: promover, incentivar e divulgar o estudo da Meteorologia em
todos os seus aspectos.
Em 1960, foi instituída a Campanha de Formação de Meteorologista
(CAME), através do Decreto 49.305, de 21 de novembro de 1960, com a
finalidade de promover a formação de pessoal especializado em Meteorologia,
para atender as necessidades profissionais nacionais.
Quase três anos depois, foi criado o grupo de trabalho misto (GTM),
sendo uma de suas atribuições a cooperação com os órgãos meteorológicos e
incentivos do ensino da Meteorologia em todos os seus graus, visando à
formação uniforme e o aperfeiçoamento de profissionais Meteorologistas.
O segundo curso foi criado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro,
no ano de 1963, em nível de terceiro grau. Suas atividades tiveram início em
com a realização do primeiro vestibular, em janeiro de 1964. A instalação
desse curso teve como colaboradores o Instituto Nacional de Meteorologia e da
Organização Meteorológica Mundial (OMM/ONU).
Em 1964, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
(SUDENE) iniciou o programa de Capacitação de Pessoal Meteorologista –
Observadores Meteorológicos (PCPM) para treinar pessoal em meteorologia, a
nível de primeiro grau. Esse programa foi realizado fora do âmbito do MEC,
estendendo-se até 1975 e destinou-se à capacitação de Observadores
Meteorológicos para atender a demanda das redes de observações
meteorológicas do Nordeste.
Em 10 de dezembro de 1964, o profissional da meteorologia foi
declarado privativo de diplomado por curso superior através do Decreto Lei N
55.175, no seu artigo 40. Ainda neste ano o cargo de Meteorologista é
reconhecido como integrante do nível universitário, através do Decreto 55.204,
de 11 de dezembro, e publicado no DOU.
20 Três anos depois, o mercado de trabalho para o Meteorologista foi
julgado suficiente através do Decreto 60.091, em seu artigo 11. No ano
seguinte, foi criado pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) do Conselho
Nacional de Desenvolvimento e Tecnológico (CNPq), o curso em nível de
quarto grau.
O Conselho Federal de Educação (MEC) aprovou o parecer de N
85.470, relativo a regulamentação da profissão de Meteorologista, em 12 de
novembro de 1970. Em 1972, O CFE estabeleceu o currículo mínimo para a
formação de Meteorologista em nível de graduação (documento nº 155,
outubro de 1973, pp. 181-187). Seguiram-se, em nível de terceiro grau, o curso
de Meteorologia na Universidade Federal da Paraíba, em Campina Grande, no
ano de 1973, e, dois anos depois, ainda em nível de terceiro grau, pela
Universidade do Pará, em Belém.
Em 7 de setembro de 1976, o Decreto 77.980, extinguiu a Campanha
para a formação de Meteorologista. Em 22 de novembro de 1976, foi
apresentado na Câmara dos deputados, em Brasília, o projeto de lei n 3.168,
que dispõe sobre o exercício da profissão de Meteorologista. No ano seguinte,
foi criado o curso em nível de quarto grau na Universidade Federal da Paraíba,
com início das atividades em agosto de 1978. Campina Grande, Paraíba.
Em 1978, a Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e a
Universidade Federal de Alagoas também organizaram o curso de bacharelado
em Meteorologia. O ano letivo em ambas as instituições teve seu início em
1979.
O Técnico em Meteorologia é o responsável pela garantia de uma
informação confiável para que um meteorologista possa realizar com
segurança e alto índice de acerto suas previsões meteorológicas acerca de
uma determinada região. O técnico dá o suporte direto ao meteorologista,
atuando desde a coleta de dados no campo até a divulgação destes dados com
qualidade e clareza. O Técnico pode atuar em diversas atividades da
sociedade: buscando soluções para o planejamento agrícola, a prevenção de
catástrofes naturais, o gerenciamento hídrico e de energia, o funcionamento da
21 navegação aérea e marítima, o planejamento turístico e urbano, assim como
ajudando na simples decisão de se levar um guarda-chuva ou determinada
roupa ao sair de casa.
A profissão de Técnico em Meteorologia é regulamentada pela Lei 6.835
de 14 de outubro de 1980 que dispõe sobre o exercício da profissão de
Meteorologista e em conjunto com a Decisão Normativa 050 de 03 de março de
1993 do CONFEA, que dispõe sobre o desempenho das atividades de
Técnicos de nível médio em Meteorologia.
A primeira instituição de ensino de Meteorologia no Brasil foi a Escola
Técnica Federal, atual Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de
Janeiro- CEFET/RJ, cujas atividades para a formação de técnicos de nível
médio em Meteorologia, tiveram início em 1958.
Em 1995 a Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP – de São José
dos Campos-SP organizou a primeira turma do curso de nível médio em
Meteorologia, o que também aconteceu no ano de 2003, no Centro Federal de
Educação Tecnológica de Santa Catarina - CEFET/SC.
2.3. Importância e aplicações da Meteorologia
2.3.1 Importância
A Meteorologia tem importância fundamental na vida humana. Vários
aspectos da nossa vida cotidiana são afetados pelo tempo: nosso vestuário,
nossas atividades ao ar livre, o preço dos produtos hortifrutigranjeiros, dentre
outros. Ocasionalmente, as condições de tempo são extremas e o impacto
pode estender-se de uma mera inconveniência a um desastre de grandes
custos materiais e perda de vidas humanas. Os meios de transporte (terrestre,
marítimo e aéreo) dependem muito do tempo. O tempo e o clima são decisivos,
também, para a agricultura, zootecnia e gerenciamento de recursos hídricos.
22 Em adição a estes aspectos tradicionalmente reconhecidos, tem havido
e continuará havendo uma demanda crescente por decisões políticas
envolvendo a atmosfera, relacionados à poluição e seu controle, efeitos de
vários produtos químicos sobre a camada de ozônio e outros impactos
ambientais. Portanto, há necessidade de crescente conhecimento sobre a
atmosfera e seu comportamento.
A seguir são listadas algumas áreas de atuação da Meteorologia:
• Previsão do Tempo: com a ajuda de satélites, radares e análises
climáticas são elaborados boletins e alertas diários, semanais e
mensais sobre as condições do tempo para o período estipulado.
• Climatologia: preocupa-se em determinar as condições médias do
tempo nas mais diversas regiões do globo terrestre e a pesquisar
as causas das mudanças climáticas através das décadas,
centenas e, até milhares de anos.
• Agrometeorologia: consiste na aplicação da Meteorologia aos
projetos agrícolas, visando a melhoria da produtividade, na
determinação das condições meteorológicas favoráveis para o
plantio e colheita, e na aclimatação de novas espécies vegetais e
do zoneamento agrícola.
• Meteorologia Ambiental: está ligada ao estudo e controle da
poluição atmosférica. O estudo das condições meteorológicas
que favorecem altas concentrações de poluentes ou que
asseguram boa qualidade do ar em determinadas regiões.
2.3.2. Aplicações
Pode-se determinar as aplicações de acordo com os diversos ramos da
Meteorologia. Através destas áreas do conhecimento, que se inter-relacionam
e se sobrepõem, identificamos estes ramos através de vários critérios. A seguir
23 são dados alguns exemplos desses critérios, bem como os principais objetos
de estudo dentro de cada uma dessas áreas.
a) Segundo a região de estudo:
• Meteorologia Tropical: furacões, desertos, interação oceano-atmosfera,
El Niño.
• Meteorologia de Latitudes Médias: frentes frias, ciclones, geadas,
nevascas, correntes de jato.
• Meteorologia Regional: brisa marítima, circulação de vales e montanhas,
"ilhas de calor" urbanas, efeitos topográficos, nevoeiros.
• Micrometeorologia: interações superfície-atmosfera, fluxos de calor e
massas, estabilidade atmosférica.
• Meteorologia de meso-escala: fenômenos severos que ocorrem em
períodos de até 1 dia em regiões localizadas, tais como tornados,
"micro-explosão", chuvas intensas, ventos fortes e linhas de
instabilidade.
b) Segundo a aplicação:
• Meteorologia Aeronáutica: apoio a operações de pouso e decolagem,
planejamento de rotas e aeroportos.
• Meteorologia Marinha: estudos de interação ar-mar, previsão de marés e
ondas, planejamento de rotas.
• Meteorologia Ambiental: estudos e controle de poluição atmosférica,
planejamento urbano.
• Agrometeorologia: projetos agrícolas, plantio e colheitas, produtividade,
novas espécies.
24
• Hidrometeorologia: consiste na aplicação da Meteorologia nos estudos
hidrológicos no que se diz em respeito ao planejamento de grandes
reservatórios no controle de enchentes, e no abastecimento de água.
• Biometeorologia: influência do tempo sobre a saúde, reações e modo de
vida do homem, animais e plantas.
c) Segundo a técnica ou equipamentos utilizados:
• Radiometeorologia e Sensoriamento Remoto: estuda as influências
meteorológicas na propagação de microondas na troposfera em enlaces
de telecomunicações, quantificação de precipitação por radar,
deslocamento de tempestades, ventos com radar Doppler. Importante
para as radiocomunicações terrestres e via satélite, assim como,
desenvolve metodologias de sensoriamento remoto da atmosfera, tanto
a partir de sensores na superfície terrestre quanto a partir de
plataformas terrestres.
• Meteorologia por Satélite: auxílio à previsão, balanços de energia,
ventos, precipitação, estrutura térmica e de vapor d'água na atmosfera,
estudos de recursos naturais e produtividade agrícola.
CAPÍTULO III – Análise das Políticas Públicas e da Gestão Pública no
Brasil
As políticas públicas referem-se a ações e tomada de decisões em
diferentes áreas, tais como saúde, educação, segurança, habitação etc. que
envolvem alocação de recursos. O processo das políticas públicas passa por
diversas etapas: agenda, elaboração, formulação, implementação, execução,
25 acompanhamento e avaliação. As principais etapas envolvem seleção de
problemas, definição de prioridades, planejamento, colocação em prática das
ações, programas e projetos capazes de resolver os problemas da sociedade.
O acompanhamento e avaliação das políticas públicas são etapas mais
complexas que infelizmente, muitas das vezes não são exploradas por falta de
experiência, dados, informações ou porque os resultados são visivelmente
pífios, sem necessidade de avaliação.
Acompanhar e a avaliar as políticas públicas exigem dados mais
desagregados, registros administrativos e metodologia própria para cada
programa, projeto ou ação do governo além de pessoal qualificado para tal
enquanto que no caso da política econômica, ao utilizar dados agregados
disponíveis em boletins, relatórios, jornais, revistas, qualquer pessoa pode
acompanhá-la e avaliá-la. Feito isso, também é possível julgar se o gestor
público é eficiente, eficaz e efetivo.
É fundamental a análise constante para avaliarmos a política econômica
e social implantada ao longo dos últimos anos e também, refletirmos
criticamente sobre a necessidade de acompanhamento e avaliação de nossas
políticas públicas. O debate e o foco das discussões concentram-se em listas
de realizações ou listas de pretensões, deixando distante, as ferramentas
necessárias para a avaliação da capacidade de administrar em termos de
recursos financeiros, capacidade gerencial e técnica.
A facilidade em acompanhar e avaliar as políticas econômicas não se
verifica no caso das políticas públicas de caráter mais específico e de menor
abrangência, porém, não menos importante. A meta de inflação é
acompanhada sistematicamente e periodicamente, no entanto, o mesmo não
ocorre com a meta de redução da mortalidade infantil, de redução da pobreza,
do aumento da qualidade de educação, dentre outros aspectos.
No mundo globalizado, as organizações constantemente tentam fazer
uma medição do seu nível, mediante um mercado ou setor, a fim de obterem
comparações de seus indicadores com outras organizações. Este processo é
denominado de benchmarking.
26 Na gestão pública não é diferente. A organização pública faz
constantemente a medição de seus indicadores, tais como o produto interno
bruto per capita, renda familiar, arrecadação de impostos, desempenho de
estudantes, entre outros, de modo a obter um referencial, um nível de
performance, reconhecido como padrão de excelência para um processo de
negócio específico em relação a outros países.
Um dos desafios dos gestores públicos é encontrar padrões a serem
seguidos para os principais indicadores ou processos da gestão pública. O
advento da globalização trouxe a homogeneização dos centros urbanos,
expansões geopolíticas, revolução tecnológica e hibridização entre as culturas.
Os países, considerados de primeiro mundo, passaram a influenciar e
ditar os padrões de excelência em todas as áreas: econômica, política,
educacional e social. Para diminuir essa linha de comando imposta pelos
países de primeiro mundo, a gestão pública pode visionar seu foco num
excelente planejamento estratégico.
Se iniciarmos nossa linha de raciocínio pela missão e a estratégia das
organizações, veremos um conjunto abrangente de medidas de desempenho
que servem de base para um sistema de medição e gestão estratégica. Assim,
o objetivo é que todos saibam o que fazer e de que forma suas ações
impactam no desempenho organizacional.
Os objetivos desta metodologia vão muito além do que se poderia extrair
de um mero conjunto de indicadores. Quando aplicado adequadamente,
permite ainda transformações organizacionais no sentido da ação, em especial
criar uma visão integral da gestão e da sua situação atual, olhar em frente de
forma proativa, alinhar a estrutura organizacional, estabelecer iniciativas
priorizadas em direção as estratégicas definidas e ainda influenciar o
comportamento da sociedade.
Por outro lado, um olhar sobre a inércia dos sistemas de informações
atuais dos serviços públicos sugere que alguns têm funcionado em autogestão
e internamente, algumas produzidas também isoladamente ao longo do tempo.
27 Por exemplo, temos a redundância de processos para uma mesma finalidade,
sendo processo um conjunto de atividades estruturadas.
Tem-se ouvido constantemente de alguns adeptos da era da
modernização que a área pública carece e necessita urgentemente da
implantação de inteligência. Falam em inteligência como se esta fosse um
produto acabado, disposto em prateleiras de lojas, à disposição de um ávido
administrador bem-intencionado que queira propiciar uma verdadeira reforma
no setor público! Eis um desafio, desenvolver um processo de gestão do
conhecimento.
Os sintomas de disfunção são visíveis no interior do setor público, ao
longo de seu relacionamento e até com a sociedade. A perspectiva de novos
processos aplicados ao setor público implica uma visão organizada e interativa
que afeta ao negócio de todos os serviços públicos fazendo cair à lógica de
autogestão, independência funcional destes serviços e a carência de
inteligência.
Tal visão leva ainda a inclusão da voz do cidadão no desenho do
processo, de modo que o resultado conduza a sua satisfação. Tudo é uma
questão de estratégia. De identificar quais as aspirações públicas, aonde
queremos chegar e o que pretendemos ser.
Embora não seja um padrão único e universal para a formulação de
estratégias, faz-se necessário à criação de um esboço para que se possa
prosseguir com a definição do processo estratégico, que viabilize a sociedade.
Muitas análises preditivas podem ajudar os administradores na gestão
de seus municípios, estados e outros órgãos públicos, nas mais diversas áreas.
Estas análises auxiliam na prevenção a eventos futuros, fazendo com que
diversas ações possam ser tomadas antes que os eventos ocorram.
Essas análises devem estar presentes no planejamento estratégico. Isso
auxiliará a gestão pública nas questões concernentes à arrecadação dos
impostos, ao atendimento das demandas sociais em relação à saúde e a
educação.
28 De forma mais específica é fundamental formular, desenvolver, planejar,
implantar e controlar o processo estratégico, além de se prevenir dos
comportamentos sazonais futuros nas séries temporais, que está liga a
macroeconomia (crescimento econômico, taxas de inflação, etc), às finanças
(previsão de evoluções de mercados financeiros, investimentos, etc), a gestão
empresarial (procura de produtos, consumo, etc), a gestão pública (previsões
de trafego em pontos ou estradas, etc) e as áreas científicas – a Meteorologia,
escopo principal deste trabalho, seria uma das maiores beneficiadas.
3.1. Política pública para a Meteorologia brasileira
Tramita há anos no Congresso Nacional uma proposta de emenda
constitucional que, se aprovada, poderia culminar na Agência Nacional de
Meteorologia. Esta ação, juntamente com outras, como, por exemplo, a criação
por decreto presidencial de uma Comissão Nacional de Meteorologia e
Climatologia, poderia também, segundo a crença de muitos, resolver um
problema sério que ocorre no Brasil: a falta de um órgão maior de Meteorologia
para centralizar, gerenciar e coordenar todas as atividades no setor.
Hoje as duas maiores instituições de Meteorologia no Brasil, o Instituto
Nacional de Meteorologia Inmet/Mapa e o Centro de Previsão do Tempo e
Estudos Climáticos Cptec/Inpe, centralizam quase toda a verba disponível para
o setor, sobrando muito pouco para os centros estaduais de meteorologia.
O país ainda não tem um sistema de distribuição de dados
meteorológicos unificado numa base onde todos poderiam trocar dados,
acessá-los e utilizá-los como bem entendessem. Enquanto isso, a maioria dos
centros regionais carece fortemente de recursos humanos e materiais, tendo às
vezes que operar com meteorologistas previsores pagos com bolsas do CNPq.
Obviamente, valores muito aquém do que seria o justo para um profissional da
área receber. O MCT oferece um total de apenas 15 bolsas para estes centros.
29 Número logicamente insignificante perante o total de bolsas oferecidas pelo
CNPq no país, algo que gira em torno de 60 a 70 mil bolsas.
David M.L. Sills publicou recentemente no Bulletin of the American
Meteorology Society um artigo muito interessante relatando sobre o estado
atual e as perspectivas futuras do meteorologista previsor no Canadá, nesta
era de grandes avanços da previsão numérica de tempo e clima. O relato é
uma síntese do que foi discutido em três fóruns de debate sobre o assunto,
conduzidos pelo Serviço Meteorológico Canadense (MSC) em 2003, 2004 e
2005.
Fica bastante claro que a presença humana sempre se fará presente na
confecção da previsão do tempo, e que a qualificação da mesma se fará cada
vez mais necessária, seja através de treinamentos dos meteorologistas para a
utilização do que há de mais moderno em termos de produtos de previsão ou
na operação de programas de inteligência artificial que o assistirão ajudando na
interpretação do cenário mais correto e do provável cenário futuro.
Com isto, os previsores teriam mais tempo para concentrar seus
esforços na previsão de eventos “meteorológicos de alto impacto”, aqueles
mais perigosos e que potencialmente poderiam incorrer em grandes prejuízos
(humanos ou materiais).
A área de mudanças climáticas e aquecimento global, uma linha de
pesquisa importante, mas ainda insipiente no Brasil, tem recebido significativas
verbas para criação de centros e projetos. É fundamental primar por uma
qualidade superior das previsões de tempo e clima dos centros regionais e
nacionais para que tragédias com a do Furacão Catarina em 2004 e das
enchentes no Vale do Itajaí/SC, em 2008, e no Nordeste em 2009 sejam
previstas e, até aonde seja possível, minimizados os seus efeitos.
A Sociedade Brasileira de Meteorologia – SBMET -, órgão que nasceu
como uma sociedade técnico-científica para incentivar o desenvolvimento da
Meteorologia e do pessoal especializado nacional, propõe a criação de uma
Agência Brasileira de Meteorologia e Climatologia, com as atribuições e
30 elaborar e propor à Presidência da República uma Política Nacional de
Meteorologia e Climatologia no país. A agência, caso ela venha a ser criada,
deverá ser vinculada diretamente à Presidência da República, contar com
recursos do Orçamento Geral da União, como uma Unidade Administrativa, na
forma de Projeto/Atividade.
Caberá a esta nova agência coordenar o Sistema Meteorológico
Nacional, bem como todas as ações dele decorrentes, assegurando ao usuário
o melhor e mais eficaz serviço de informação e previsão de tempo e clima
possíveis com o estado-da-arte do conhecimento técnico científico em nível
internacional.
Além disso, ela deverá assegurar a participação federativa dos Estados
de forma harmônica e eficaz, através de execução das ações a nível regional;
mas de forma coordenada, promovendo a interligação dos sistemas regionais e
estaduais ao sistema nacional, estimular as ações do setor privado, no sentido
de melhor prestar serviços aos usuários de todos os setores produtivos e da
sociedade brasileira.
CAPÍTULO IV
Situação atual e necessidades de investimento
Tão ou mais importante do que saber se as mudanças climáticas estão
ocorrendo é determinar o clima atual e como ele varia localmente. Isso
permitirá melhorar as previsões e modelos climáticos na escala que interessa
ao dia-a-dia das pessoas, que é local, ao nível do município. O Brasil possui
5.564 municípios e menos de 1.000 estações meteorológicas em
funcionamento. É grande o desafio que se apresenta à comunidade envolvida
com a coleta, tratamento e análise de dados meteorológicos.
No Brasil temos, em média, menos de uma estação meteorológica em
funcionamento para cada 8.500Km2. Como comparação, a área do Distrito
31 Federal é de 5.800Km2 e do estado de Sergipe é de 21.900Km2. É urgente,
portanto, o aumento do número de estações, em especial nas regiões menos
cobertas (a Amazônia é a principal delas). Mas também é preciso que todas as
estações em território brasileiro, independente do órgão, instituição ou empresa
que as administre, passem a compor uma rede única, atualizada, ágil e ativa,,
permitindo-se o acesso totalmente livre aos dados obtidos, atuais e históricos.
Além da relevância social na prevenção contra eventos extremos ou
calamidades climáticas, seria alto o impacto econômico positivo alcançado com
a ampla disponibilização dos dados, a ampliação da rede de estações e a
garantia do seu funcionamento, de forma sustentada e coordenada no longo
prazo. Poucos investimentos possuem um potencial de retorno tão robusto
como a aplicação de recursos em Ciência e Tecnologia, em especial na coleta
de dados que certamente encontrarão diversas aplicações, algumas já
conhecidas, outras ainda nem imaginadas.
A integração e a dimensão da atual rede brasileira de estações de coleta
de dados meteorológicos são insuficientes para atender à demanda nacional
pelo conhecimento do clima, dada a relevância do tema para as atividades
econômicas no país.
Nas atividades agrícolas quase tudo é afetado pelo clima, especialmente
a determinação da melhor época para o plantio, o dimensionamento das
necessidades de suplementação hídrica e a estimativa da produtividade, tão
importante na previsão de safras. Embora a agropecuária talvez seja o caso
mais emblemático de dependência do clima, outros setores socioeconômicos
também são afetados.
As grandes obras da construção civil planejam os cronogramas com
base na previsão de dias sem chuva, que permitam o trabalho a céu aberto.
Além disso, o dimensionamento de pontes, represas e canais é diretamente
dependente da quantidade máxima de precipitação pluviométrica esperada em
determinado período. Nesses casos, um cálculo baseado em dados de poucos
anos de observação local pode permitir a ocorrência de transbordamentos e
danos as obras e ao seu entorno.
32 O turismo é outro setor que pode ser influenciado pelo conhecimento do
comportamento climático local. Desde o planejamento para a instalação de
grandes empreendimentos ou a programação do calendário de eventos, até um
projeto familiar de férias, todos podem ser afetados pela qualidade das
informações climáticas disponíveis. O conhecimento sobre as variáveis
climáticas é fundamental ainda para os setores de geração e transmissão de
energia (hidrelétrica ou eólica) e de abastecimento de água (industrial,
doméstico ou agrícola). O transporte terrestre, aéreo, fluvial ou marítimo
também se beneficia do maior entendimento das variações climáticas.
Importante distinguir “variação” de “mudança” quando se fala de clima.
Se compararmos a quantidade de chuva acumulada no mês de janeiro, por
exemplo, em um determinado município, dificilmente encontraremos dois
valores iguais numa série histórica de 30 anos, pois a precipitação mensal varia
de um ano para outro. Entretanto, neste local, pode ocorrer o “clima tropical
com estação seca de inverno” há várias décadas. Uma mudança climática
ocorreria se houvesse uma tendência constante e significativa de diminuição
das chuvas. Tal mudança só poderia ser percebida se existisse um
monitoramento continuado das variáveis climáticas, por um longo período, com
medidas comparáveis ao logo do tempo, precisas e confiáveis.
O clima segue determinando as características da biodiversidade de
cada região. Suas variações podem levar a ocorrências extremas de
precipitação, causando danos pela saturação hídrica e também pelas secas
prolongadas. No campo da temperatura, os períodos de abrupta estiagem, com
altas temperaturas, causam os veranicos e as baixas temperaturas ocasionam
geadas, apontando aspectos da variabilidade no comportamento climático e
suas tendências ao equilíbrio natural.
Essas variações podem ou não ser periódicas em escalas variadas de
tempo, isso porque, na natureza todas as variações atmosféricas em qualquer
escala espacial, são de ordem dinâmica e não se deve atribuir às ocorrências
extremas, a tão especulada “Mudança Climática”.
33 Em maio de 2001, ano do apagão, quando as condições hídricas de
Minas Gerais, estado onde abriga as principais bacias hidrográficas, deram
seus primeiros sinais de escassez, setores mal informados do governo não
hesitaram em apontar como causa as condições climáticas atuantes na região
e logo propuseram o racionamento de energia como saída estratégica para
atenuar os impactos climáticos que abateu sobre o país.
Sabemos, climatologicamente, que em junho, começa o período de
inverno em grande parte do país, portanto um período de seca, em que as
chuvas são escassas e somente iniciarão o restabelecimento das normalidades
climáticas a partir de outubro.
O Brasil se tornou refém da irregularidade do clima, sobretudo do regime
das chuvas, para o suporte do seu modelo de Desenvolvimento Político
Socioeconômico baseado na geração de energia pelo sistema hidrológico. O
modelo que aí está não é um modelo ultrapassado, porém devemos lembrar
que o potencial hidrológico do país, para este fim, é finito e já estamos no limiar
destes limites.
Não podemos atribuir a crise energética do país somente à falta de
chuva do verão de 2001. A falta de investimento no setor e gerenciamento para
o uso da água, que há muito tempo se faz necessária, foi sem dúvida, a falha
mais grave que ocasionou esta crise.
A conservação dos rios é de fundamental importância na manutenção
dos sistemas hidrológicos na medida em que seja ordenado o uso de águas
subterrâneas. A água extraída do lençol freático não retorna para a composição
dos mananciais, pois esta é evaporada contribuindo assim para a diminuição
lenta e gradual do volume de água dos rios.
A degradação dos ecossistemas situados nas nascentes dos rios, o
desmatamento sem controle em regiões que deveriam ser preservadas até
mesmo por razões estratégicas, o assoreamento provocado pelo manejo
equivocado do solo e do uso de agrotóxicos na agricultura comprometem não
34 só a água, mas também todo um sistema de vida aquático e seus
dependentes.
Imaginemos o São Francisco, rio da integração nacional, que desde
suas nascentes até sua foz renova todo um conjunto de recursos naturais,
alimenta populações inteiras com a produção de pescado, provê água para
irrigação no sertão árido da Bahia e mantém grandes ecossistemas,
submetendo à tamanha degradação, sofrendo com grandes projetos de
retirada de água e ainda a ameaça da transposição das águas para resolver a
seca do nordeste brasileiro.
Hoje, não basta querer produzir, temos que conhecer a dinâmica do
meio em que vivemos. Isto é válido para todos os setores de produção. Assim,
fica bem claro que esta cadeia de agressões alimentada pelos atuais projetos
de desenvolvimento, vai num tempo médio comprometer todo um sistema
ecológico compreendido entre solo, água, ar, flora e fauna.
Neste caso, temos que fazer mais que uma reflexão sobre esse
comportamento. Temos que criar leis e desenvolver políticas públicas que
permitam disciplinar esse tipo de procedimento selvagem, por meio de grandes
programas de educação ambiental para que possamos desenvolver e aplicar
em nosso proveito um sistema de desenvolvimento autossustentável, para que
as futuras gerações possam se orgulhar dos brasileiros de hoje.
Que seja assimilado o imperativo de políticas públicas regionais
integradas em ações estratégicas com base na proteção ao meio ambiente,
uma vez visualizada as diferentes questões locais, padrões de urbanização, de
exploração agrícola, mineral, de aproveitamento e conservação dos recursos
naturais.
Cabe ao governo, em todos os seus níveis de atuação, a missão de
produzir e sistematizar leis e decretos para formular as políticas públicas tão
necessárias para a defesa da nossa Biosfera oferecendo um conjunto de
normas que sirva de referencial para conservação ambiental nos processos de
exploração agrícola, turismo, urbanismo e outros, possibilitando a padronização
35 de um modelo de operação racional que garanta o desenvolvimento
sustentável, com a participação da sociedade civil.
36
CONCLUSÃO
Os avanços são incontestáveis e os Centros Nacionais de Previsão de
Tempo de vários países possuem diversas ferramentas para auxiliarem na
previsão, com suas potentes imagens meteorológicas (satélite, radar e
modelagem numérica). Agora, o principal fator motivador não é o conflito bélico
quando da Segunda Grande Guerra e, posteriormente o período da chamada
Guerra Fria, mas sim a busca de uma melhor qualidade de vida, com a
economia de recursos econômicos de um lado e a ampliação dos recursos
disponíveis por outro.
Sabemos, a qualquer momento, das condições do tempo, por meio dos
canais de TV e da Internet. Confortáveis em nossa casa, podemos nos
conectar a uma rede de centros meteorológicos e acessar informações de
qualquer lugar do mundo, em tempo real. Podemos observar a evolução de
fenômenos em escala global, como o El Nino, de um furacão no Caribe ou,
simplesmente, verificar o tempo em uma localidade turística para passar um
belo fim de semana.
Tal praticidade e, sobretudo a acessibilidade de informações
meteorológicas possuem um alto custo de manutenção de estações
meteorológicas e pessoal qualificado em operá-las, bem como previsores
responsáveis pela análise de dados meteorológicos coletados.
É urgente que o Brasil passe a encarar a Meteorologia como uma
grande aliada na busca do desenvolvimento, onde os dados climatológicos e as
informações em tempo real servem, muitas vezes, de fatores de tomada de
decisão em projetos e políticas públicas, com uma ou mais vertentes onde o
clima estará diretamente relacionado e que afetará a vida de milhões de
brasileiros.
37
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40
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes
Título da monografia: A estrutura da Meteorologia no Brasil –
possibilidades e perspectivas
Autor: Marcelo Migueres Barbosa
Data da entrega: 1º de outubro de 2010
Avaliado por: Conceito:
41
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS 3
DEDICATÓRIA 5
RESUMO 6
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
A contribuição da 2ª Guerra Mundial para a moderna Meteorologia 12
CAPÍTULO II
A Meteorologia no Brasil 15
2.1 – Antecedentes históricos 15
2.2 – Formação profissional – os cursos de Meteorologia 18
2.3 – Importância e aplicações da Meteorologia 21
2.3.1 – Importância 21
2.3.2 – Aplicações 22
CAPÍTULO III
Análise das Políticas Públicas e da Gestão Pública no Brasil 24
3.1 – Política pública para a Meteorologia brasileira 28
CAPÍTULO IV – Situação atual e necessidades de investimento 30
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 37
ÍNDICE 41