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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Pedagogia Talita Larissa Amaral Dias Yasmin Godoi da Silva A CRIANÇA E O BRINCAR: TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL NO CICLO DE NOVE ANOS LINS SP 2016

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Pedagogia

Talita Larissa Amaral Dias

Yasmin Godoi da Silva

A CRIANÇA E O BRINCAR: TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO

FUNDAMENTAL NO CICLO DE NOVE ANOS

LINS – SP

2016

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TALITA LARISSA AMARAL DIAS

YASMIN GODOI DA SILVA

A CRIANÇA E O BRINCAR: TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL NO CICLO DE NOVE ANOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxílium, curso de Pedagogia sob Orientação da profª Dra Elaine Cristina Moreira da Silva e orientação técnica da profª Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo.

LINS – SP 2016

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Dias, Talita Larissa Amaral; Silva, Yasmin Godoi da

A criança e o brincar: transição do educação infantil ao ensino

fundamental no ensino de nove anos / Talita Larissa Amaral Dias;

Yasmin Godoi da Silva – – Lins, 2016.

38p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em

Pedagogia, 2016.

Orientadores: Profª Dra Elaine Cristina Moreira da Silva; Profª

Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo.

1. A importância do brincar para o desenvolvimento da criança. 2. Fundamentação legal. 3.Vantagem e desvantagens do ensino de nove anos.

CDU 658

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TALITA LARISSA AMARAL

YASMIN GODOI DA SILVA

A CRIANÇA E O BRINCAR: TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

PARA O ENSINO FUNDAMENTAL NO CICLO DE NOVE ANOS

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium, para obtenção do título de graduação do curso de Pedagogia.

Aprovada em: _____/______/_____

Banca Examinadora:

Prof(a) Orientador(a): Dra Elaine Cristina Moreira da Silva

Titulação: Doutora em Educação – Universidade Nove de Julho

Assinatura: _________________________________

1º Prof(a): Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo

Titulação: Mestrado em Odontologia - Saúde Coletiva - Universidade Sagrado

Coração (USC) - Bauru

Assinatura: _________________________________

2º Prof(a): Dra Adriana Monteiro Piromali Guarizo

Titulação: Doutora em Letras pelo Ibilce – Unesp de São José do Rio Preto

Assinatura: _________________________________

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AGRADECIMENTO

Primeiramente agradeço à Deus pelas oportunidades que me concedeu,

pelos desafios que me ajudou a enfrentar e pela companhia em todos os

momentos.

A minha amiga e parceira Yasmin pela amizade, cumplicidade e

confiança nos momentos em que nos deparamos tendo somente uma à outra.

Agradeço aos professores que durante esses quatro anos me deram

oportunidade de aprender e ampliar meus conhecimentos, de me proporcionar

momentos para retribuir o que aprendi.

Obrigada aos meus familiares, o meu pai Sidnei, a minha mãe Zilda e a

minha irmã Tamiris, que me esperaram respeitando meus momentos, em

especial ao meu pai que sempre confiou em mim e sempre me incentivou a

continuar mesmo quando tudo parecia desmoronar. Obrigada pelos carinhos,

conselhos e palavras de consolo, que Deus o abençoe sempre, te amo.

Minha gratidão vai a minha filha Tainá e ao meu marido Christopher que

souberam “suportar” a minha constante ausência. Em particular obrigada filha

por ter me dado em vários momentos a sua mão para me ajudar sem cobrar o

que deveria ser seu por direito, o meu tempo.

Agradeço ao meu marido, pela sua paciência e por me ensinar que nos

momentos do meu desespero eu posso enfrentar os desafios e ser forte.

Talita Larissa Amaral Dias

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus por me guiar nesses quatro anos, estar

sempre presente em minha vida.

A minha Família, obrigada por estarem sempre comigo, por terem

paciência, e por acreditarem em mim.

A minha amiga e parceira Talita, pela confiança, compartilhando de

alegrias e desafios junto a mim nesses quatro anos.

Ao meu namorado Felipe, pelo apoio e compreensão, me incentivando,

e encorajando sempre.

Obrigada a todos os professores pelo aprendizado e contribuição para a

minha formação.

Yasmin Godoi da Silva

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“Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem

escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em sala sem ar, com exercícios

estéreis, sem valor para a formação do homem.”

Carlos Drummond de Andrade

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RESUMO

Essa pesquisa tem o objetivo analisar a importância do brincar no desenvolvimento da criança de seis anos e o que é garantido a ela na transição da educação infantil para o ensino fundamental. Relatar como o brincar pode contribuir para um melhor desenvolvimento cognitivo, social e afetivos nos alunos de 6 anos, conhecer documentos oficiais do trabalho a ser realizado com os alunos inseridos nessa fase. A metodologia se deu através de levantamento bibliográfico-documental com pesquisa descritiva com revisão bibliográfica e abordagem qualitativa. Com a aprovação da lei federal nº 11.274 em Fevereiro de 2006, houve uma alteração na duração do Ensino Fundamental de oito anos para nove anos e determinou a obrigatoriedade da inclusão de crianças de seis anos de idade no ensino fundamental, assegurando a todas mais oportunidade de aprender proporcionando um tempo mais longo de convívio escolar, portanto analisaremos se o brincar ainda está prescrito no currículo devido a essa alteração. Foram analisados os pontos positivos e os pontos negativos a respeito da mudança do ensino de nove anos. O brincar é fonte de muitas descobertas para a criança e permite que ela aprenda regras, costumes e valores, descobrindo o mundo em que vive com prazer. Muitos estudos comprovam que o brincar desenvolve a capacidade social, pois pode envolver o outro indivíduo, desenvolve a moral, onde o jogo de regra ensina limites e aspecto afetivo. Nesse momento a criança expressa seus sentimentos, expressa no brincar experiências de suas vivências com o meio e também o aspecto político e aprende a tomar decisões para mediar à brincadeira quando a regra não é o suficiente. O brincar deve ser a essência da infância, pois este ato faz parte da nossa cultura humana, e a escola deveria garantir isto para os alunos que estão na transição da educação infantil para o ensino fundamental onde a rotina, as características e o currículo são outros. Conclui-se que a partir dos documentos analisados pode-se observar que o brincar é defendido nas duas fases: Educação Infantil e Ensino Fundamental, não causando uma ruptura nesta transição, houve a mudança na nomenclatura, no currículo, na legislação, mas sem deixar que a singularidade, o desenvolvimento, a cultura e a infância fiquem sem amparo.

Palavras-chave: Brincar - Importância. Desenvolvimento Infantil. Educação

Infantil. Ensino Fundamental. Ensino - ciclo de 9 anos.

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ABSTRACT

This research aims to analyze the importance of play in the development of the six-year-old child and that is guaranteed to her in the transition from preschool to elementary school report as the play can contribute to a better cognitive development, social and affective in six years, meet official documents on the work to be carried out with the students entered in the phase. The methodology occurred through bibliographical-documental with descriptive survey with bibliographical review and qualitative approach. With an approval of Federal Law No. 11,274 in February 2006, there was a change in the duration of primary education from eight years to years and mandated an inclusion of children of six years of age not primary school, ensuring everyone more opportunity to learn Providing a longer time of school conviviality, thus analyzing if play is still prescribed no curriculum due to this change. The strengths and weaknesses of the change in nine-year teaching were analyzed. Play is a source of many discovering the world in which he lives with pleasure. Many studies prove that play develops social capacity because it can involve the other individual, develops morals, where the rule game teaches limits and the affective aspect. At that moment the child expresses his feelings, expresses in the play experiences of his experiences with the environment and also the political aspect and learns to make decisions to mediate the joke when the rule is not enough. Playing should be the essence of childhood as this act is part of our human culture, and the school should ensure this for students who are transitioning from kindergarten to elementary school where the routine, characteristics and curriculum are other. It is concluded that from the analyzed documents it can be observed that the play is defended in the two phases: Infant and Elementary Education, not causing a rupture in this transition, there was the change in the nomenclature, in the curriculum, in the legislation, but without leaving That uniqueness, development, culture and childhood are left without protection.

Keywords: Playing - importance; Child Development; Early Childhood

Education; Elementary Education; Education - cycle of 9 years.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Pintura Rupestre.................................................................................16

Figura 2: Representação partida xadrez Rei espanhol Alfonso X.....................17

Figura 3: Jogos Tradicionais..............................................................................18

Figura 4: Ciranda...............................................................................................20

Figura 5: Orientações Gerais.............................................................................31

Figura 6: Inclusão..............................................................................................32

Figura 7: Manual: Passo a passo......................................................................32

Figura 8: Aprendendo........................................................................................38

Figura 9: Nova rotina.........................................................................................39

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Alteração na Redação......................................................................29

Quadro 2: Nomenclatura...................................................................................30

Quadro 3: Divisão em ciclos..............................................................................30

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MEC: Ministério da Educação

PNE: Plano Nacional de Educação

RCNEI: Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

ECA: Estatuto da Criança e do Adolescente

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................... 12 CAPÍTULO I – A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR PARA O

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ..................................................... 15

1 A HISTÓRIA DO BRINCAR ............................................................ 15

2 O BRINCAR ..................................................................................... 20

CAPÍTULO II – ASPECTOS DA LEGISLAÇÃO ..................................... 25

1 A LEGISLAÇÃO ............................................................................. 25

CAPÍTULO III – VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ENSINO DE NOVE

ANOS ...................................................................................................... 36

1 ANÁLISE GERAL DOS ASPECTOS .............................................. 36

CONCLUSÃO .......................................................................................... 41

REFERÊNCIAS ....................................................................................... 43

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INTRODUÇÃO

A presente pesquisa tem como eixo central a importância do brincar no

desenvolvimento da criança de seis anos e o que deve ser garantido a ela na

transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, relatar como o

brincar pode contribuir para um melhor desenvolvimento cognitivo, social e

afetivos nos alunos de 6 anos, conhecer documentos oficiais do trabalho a ser

realizado com os alunos inseridos nessa fase, com levantamento bibliográfico

documental e pesquisa descritiva com revisão bibliográfica.

De acordo com a teoria de Piaget (1896 - 1980) o desenvolvimento da

criança divide-se em períodos de acordo com o que consegue fazer em cada

faixa etária, são eles: sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto

(PIAGET, 1975).

A pesquisa está focada no período pré-operatório, pois está relacionado

a crianças de seis anos de idade. Esse período também pode ser chamado de

estágio da representação, onde prevalece o pensamento simbólico, o faz-de-

conta, acredita que tudo no mundo foi criado pelas pessoas (Artificialismo) e dá

vida a seres inanimados (animismo). A criança ainda não tem a capacidade de

raciocinar sobre o mundo de forma racional e adulta.

Aos seis anos de idade, as crianças ainda se encontram em processo

evolutivo, onde deveria prevalecer o lúdico, o brincar. É por meio do brincar

que aprendem e socializam com mais facilidade, desenvolvendo seu aspecto

intelectual, emocional, físico-motor, sendo imprescindíveis em sua vida.

Para Andrea Rapoport (2009, p.9) “o brincar é algo que faz parte da

cultura da criança de um modo geral. Cada criança tem seu modo de aprender,

criar, cultura e vínculos afetivos”.

O brincar é de suma importância para o desenvolvimento da criança pois

ela aprende regras, costumes, aspectos afetivos, exprimir sentimentos, enfim,

tem prazer em aprender brincando.

As crianças que acabam de sair da Educação Infantil, de um mundo

onde a sua volta é de brincadeiras e fantasias de repente se depara com algo

diferente em sua rotina escolar, é uma ruptura entre os dois ciclos, em que o

lúdico deixa de prevalecer para ingressar em um ambiente de regras e ordens,

algo mais sério, encontrando muitos desafios e frustrações.

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Ao compreender a importância do brincar para as crianças, o professor

tem o papel de favorecer que ele aconteça em sua prática pedagógica junto

com a escola.

É necessário que o sistema escolar esteja atento às situações envolvidas no ingresso da criança no Ensino Fundamental, seja ela oriunda diretamente da família, seja da pré-escola, a fim de manter os laços sociais e afetivos e as condições de aprendizagem que lhe darão segurança e confiança. (BRASIL, 2006)

As escolas devem criar um ambiente em sala de aula que estimule o

aprendizado da criança, para que possa haver um desenvolvimento de todo

seu potencial cognitivo.

Com a aprovação da Lei Federal nº 11.274 em Fevereiro de 2006, houve

uma alteração na duração do Ensino Fundamental de oito anos para nove

anos, assegurando um período mais longo na escola maior oportunidade de

aprendizagem, principalmente as crianças pertencentes aos setores populares,

pois as de poder econômico, já estão incorporadas no processo privativo desde

cedo.

Devem-se respeitar as especificidades da criança de seis anos, não

podemos trabalhar o mesmo conteúdo da primeira série do ensino de oito anos

no ensino de nove anos. A criança desta faixa etária ainda não tem a

capacidade de raciocinar o mundo de forma concreta.

Art. 11 Na transição para o Ensino Fundamental a proposta pedagógica deve prever formas para garantir a continuidade no processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, respeitando as especificidades etárias, sem antecipação de conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental. (BRASIL, 2009, p.4)

As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica diz que a

transição entre as etapas da Educação Básica requer uma articulação

sequencial, sem rupturas.

Continuidade e ampliação – em vez de ruptura e negação do contexto socioafetivo e de aprendizagem anterior – garantem à criança de seis anos que ingressa no Ensino Fundamental o ambiente acolhedor para enfrentar os desafios da nova etapa. (BRASIL, 2006, p.20)

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É necessário que a transição ocorra de forma natural, valorizando o

aprendizado através do brincar, no qual as crianças obtinham na Educação

Infantil dentro do novo ciclo de nove anos, não provocando rupturas e impactos

negativos no seu processo de aprendizagem.

As características das crianças de seis anos devem ser preservadas

durante a transição da educação infantil para o ensino fundamental. O ingresso

desta criança garante que a mesma entre em contato com a realidade do

mundo e da escrita, desenvolvendo suas habilidades cognitivas dentro da

escola.

A transição da educação infantil para o ensino fundamental sofre uma

grande ruptura onde o mundo da criança era o lúdico, jogos e brincadeiras, e

de repente ela se depara com algo diferente, o estudar se torna algo mais

sério, sobrecarregando-a com obrigações que não são para sua faixa etária.

A presente pesquisa desenvolveu-se em três capítulos, conforme segue:

Capítulo I - A importância do brincar no desenvolvimento da criança:

trata-se da história do brincar na história humana, o brincar e o

desenvolvimento da criança de seis anos.

Capítulo II – Aspectos da legislação: uma análise dos documentos

legislativos, como: Constituição, Estatuto da criança e do adolescente,

Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil, Lei de diretrizes e bases e

sua alteração e o Currículo.

Capítulo III – Vantagens e desvantagens do ensino de nove anos: um

estudo dos pontos positivos e negativos da transição da educação infantil para

o ensino fundamental.

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CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

1. A HISTÓRIA DO BRINCAR

O brincar está em constante fluxo na vida do ser humano, não somente

no mundo infantil. Estudos mostram que ele está presente em todas as épocas

da história humana.

A história dos jogos e brincadeiras mostra que brincar já fazia parte da

humanidade muito antes de pesquisas a respeito do assunto.

Desde a antiguidade e no decorrer da história, há evidências de que o

homem sempre brincou, apesar de existir poucos registros científicos desse

período primordial.

Parece que falar sobre brincar é fácil, mas se engana, pois esse assunto

de jogos e brincadeiras pode ter milhares de anos, mas entrar na história de

como tudo começou é difícil, pois nos deparamos com a dificuldade da falta de

registros e a pobreza de informações.

Uma das mais antigas investigações de teóricos é que a brincadeira era

vista como um excesso de energia, onde a criança tinha que libertar-se.

Outros viam que era uma resposta a uma necessidade instintiva, e também

viam como uma atividade de relaxamento.

Analisar dados e pesquisas a respeito do tema leva a descobrir que ele

está em torno de contextos, tempos e culturas diferentes no decorrer da

história da humanidade.

1.1 Pré-história

"Nos tempos da sociedade nômade não há muitos registros de suas

culturas a não ser pelas pinturas rupestres" segundo Carneiro (2014; p. 31).

Neste período não havia tantas crianças, pois diante das diversidades

para transportá-las não era uma tarefa fácil. E havia certa pobreza de objetos

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que demonstrassem ser para o lado lúdico ou infantil, mas sim para uso para

caças e utensílios básicos.

Figura 1: Pintura Rupestre

Fonte: TTP://escolakids.uol.com.br/pre-historia.htm

Esta é uma figura rupestre, que representa o registro da atividade

cotidiana daquele período, onde aprendia-se a cultura do povo, fundamental

apenas para a sobrevivência.

1.2 Antiguidade

Neste período foi possível obter mais informações devido a objetos nem

sempre completos encontrados em tumbas, em grande parte da nobreza ou

dos mestres.

“Mais do que os próprios brinquedos muitos jogos retrataram as

atividades culturais e econômicas da época, como foi o jogo Real de Ur, de

3500 a.C., encontrado em um túmulo da nobreza.” (CARNEIRO, 2014, p.31).

Além do registro desse jogo real há um jogo muito importante que

também foi herdado desse período foi o Jogo da Trilha.

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[...] um tabuleiro dividido em quatro áreas, representando quatro cidades famosas pelo seu comércio, como Biblos, Sidon e Tiro (...). Graças a escrita hieroglífica e os pictogramas deixados pelos egípcios, conhecemos um pouco de seus jogos [...]. (CARNEIRO 2014, p. 31)

Antigamente os jogos de tabuleiro eram feitos de madeira, com o próprio

tabuleiro representando um campo de batalha e as peças representando os

soldados, ou as tropas. Sempre jogou-se em dupla com a idéia de dois reinos

em guerra.

Estes registros marcam a trajetória dos tradicionais jogos de tabuleiro,

que atualmente fazem parte de um grande repertório de jogos lógicos

matemáticos com necessidade de estratégias.

Figura 2: Representação da partida de xadrez Rei espanhol Alfonso X.

Fonte: TTP://www.cartaeducacao.com.br/aulas/a-magnifica-historia-dos-jogos%E2%80%A8/

Carneiro (2014, p.31) ainda relata que "os romanos e os gregos

deixaram grandes legados no aspecto lúdico, tais como atividades físicas, uso

de bonecas, animais e objetos em miniatura feitos de barro sendo a

semelhança do mundo adulto para que as crianças brincassem".

Nesta fase as crianças eram vistas como adultos em miniatura, onde as

vestimentas e sapatos destes eram feitos exatamente como dos adultos, os

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brinquedos eram cópias do mundo adulto, como as bonecas representando os

filhos, os animais de madeira em miniatura representando o trabalho.

1.3 Idade média

A infância foi desvalorizada durante a idade média, devido ao índice

elevado de mortalidade infantil, expansão comercial européia e mudanças

religiosas, assim, alterando a visão da infância e a afastando dos padrões

clássicos.

Difícil falar de jogos sem citar o famoso xadrez, segundo Carneiro (2014,

p. 31):

[...] conhecido como chaturanga, inventado por um sábio da corte indiana que nele representou os quatro elementos do exército: carros, cavalos, elefantes e soldados comandados pelo rei e seu vizir. Da Índia o xadrez estendeu-se para a Pérsia, a Arábia e a Europa.

O xadrez é um jogo de estratégias em que a pessoa deve analisar a

partir de sua jogada, a jogada do outro, assim antecipando o possível

movimento e a conseqüência deste. Conhecido também como um jogo de

“pessoas inteligentes”, pois exige concentração dos jogadores.

Figura 3: Jogos Tradicionais

Fonte: P. Bruegel, Giochi di fanciulli (TTP://osolascostas.blogs.sapo.pt/3945.html)

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A imagem representa os jogos tradicionais de crianças, no qual nós

mesmos já ouvimos, vimos e brincamos na nossa infância. Jogos estes que

estão se perdendo com o tempo cada vez mais moderno.

1.4 Idade moderna

Foi no século XVII que o jogo passou a ter seu valor educativo. Foram

sendo introduzidos nos colégios oficialmente regularizados, após as tarefas

escolares como forma de relaxamento.

Segundo Carneiro (2014), as atividades (jogos) nem sempre foram

destinadas às crianças ou adultos, pois eram aprendidas com todo o grupo

social e ocorriam em momentos de interações, para a aprendizagem de

costumes, práticas religiosas e educacionais. Sendo a sociedade humana a

princípio nômade, não havia a separação de faixa etária para diferenciar essas

atividades e neste período não havia consideração à infância, pois este

aspecto se deu na sociedade moderna.

Priore (2004) relata que em 1560, no tempo das escolas jesuíticas, as

crianças tinham diversas brincadeiras, fossem com brinquedos elaborados,

como a hora do banho em que brincam de “argolas”, confeccionados, como os

peões de madeira e bonecas de pano, e músicas que atraiam as crianças tanto

quanto as brincadeiras.

No tempo da escravidão, os “mulatinhos”, filhos dos escravos, eram o

passatempo dos filhos dos senhores, eram os “brinquedos”, serviam para as

crianças brancas como cavalos de montaria por exemplo.

Antes das brincadeiras ou brinquedos serem inocentemente voltados

para as crianças eram destinadas aos adultos, que foram se desfazendo deles

e sendo descartado aos pequenos, assim como a pipa, um brinquedo

popularmente conhecido entre as crianças, que foi feito para comunicação a

distância pelo exército durante a guerra e conforme o passar dos tempos e

mudanças na cultura de regiões, a pipa foi destinada as crianças.

Atualmente a pipa é um brinquedo popular entre as crianças e adultos,

encantam os olhares e enfeitam o céu com as diversas cores, figuras e

formatos

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Figura 4: Ciranda

Fonte: Tela de Thoma DerKinderreigen

Outra brincadeira popular é a Ciranda, ou brincadeira de roda, tradicional

e que merece ser resgata para a história da infância atual. Neste período já se

criava brincadeiras de rua.

2. O BRINCAR

Segundo o dicionário Aurélio (2004, p.329), Brincar é “divertir-se,

recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar”, também pode ser “entreter-se com

jogos infantis”, ou seja, brincar é algo muito presente nas nossas vidas, ou pelo

menos deveria ser.

O brincar é fonte de muitas descobertas para a criança e permite que ela

aprenda regras, costumes e valores, descobrindo o mundo em que vive com

prazer. O brincar deve ser a essência da infância, pois faz parte da cultura

humana, e a escola deveria garantir isto aos alunos que acabaram de sair da

educação infantil para entrar no ensino fundamental onde a rotina, as

características e o currículo são outros.

Muitos estudos comprovam que o brincar desenvolve a capacidade

social, pois pode envolver o outro indivíduo, desenvolve a moral, onde o jogo

de regra ensina limites, aspecto afetivo, nesse momento a criança expressa

seus sentimentos, expressa no brincar experiências de suas vivências com o

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meio e também o aspecto político, no brincar aprende a tomar decisões para

mediar à brincadeira quando a regra não é o suficiente. A criança não brinca

sozinha, ela usa objeto (brinquedo), o amigo, a imaginação, fazendo do brincar

algo estimulante e criativo.

O brincar é um importante processo psicológico, fonte de

desenvolvimento e aprendizagem, onde envolve a imaginação, memória,

realidade e fantasia, e explora o mundo a sua volta. (FRIEDMANN, 2012).

De acordo com Friedmann (2012), talvez a falta de tempo, espaço físico,

mídia televisiva, eletrônica e redes sociais, incremento dos brinquedos, o ato

de brincar está sendo deixado para trás, trazendo uma preocupação sobre o

movimento em resgate disso na vida das crianças, assim vem à necessidade

de mostrar sua importância através de estudos e pesquisas.

2.1 O desenvolvimento da criança de 6 anos.

Existem várias teorias sobre o desenvolvimento do ser humano, mas

quando se fala de estágios do desenvolvimento humano, logo se pensa no

psicólogo e biólogo Jean Piaget (1896-1980) como referência fundamental.

O autor Piaget (1896-1980) divide os períodos do desenvolvimento de

acordo com o que o indivíduo consegue fazer em cada faixa etária, pois

conforme modificam os pensamentos, isso interfere em seu desenvolvimento

global. Os períodos são:

a) Sensório-motor – crianças recém-nascidas até dois anos; b) Pré-operatório – crianças de dois anos aos 2 a 7 anos; c) Operatório-concreto - crianças de 8 a 11 anos;

Essa primeira etapa por Piaget (1975) é dominada pela representação

simbólica, considerava que a passagem da inteligência, sensório-motora para a

inteligência representativa, era realizada pela imitação, que significa reproduzir

um modelo.

No sexto subestágio, no sensório-motor, a imitação se interioriza, é

quando a criança pode praticar o “faz-de-conta”, e agir por imitação deferida ou

imitação interiorizada (instalação da função simbólica), onde as imagens se

tornam os objetos dados à percepção (PIAGET, 1975).

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Como surgem várias novas capacidades, muitas vezes nesse período ocorre à superestimação da capacidade da criança. É importante ter claro que grande parte do seu repertório verbal é usada de forma imitativa, sem que ela domine o significado das palavras. A criança tem dificuldades de reconhecer a ordem em que mais de dois ou três eventos ocorrem e não possui o conceito de número. (BOCK, 2008, p. 122)

Fazendo-nos refletir se não acabamos por superestimar as crianças

nessa fase, que ainda está conhecendo um mundo em que tudo começará a

ser questionado por ela, através de novos pensamentos a cada novo desafio.

No período pré-operatório a criança de seis anos ainda está no estágio

de representação, tendo a capacidade de pensar um objeto através de outro

objeto, um exemplo é a representação pessoal, através de seu reflexo pelo

espelho. Ela brinca de faz-de-conta, imitam comportamentos, atitudes ao seu

redor, o mundo á sua volta, acredita que tudo no mundo foi criado pelas

pessoas (Artificialismo) e dá vida a seres inanimados (animismo).

[...] construiu-se uma representação envolvendo algumas das características das crianças de seis anos que as distinguem das de outras faixas etárias, sobretudo pela imaginação, a curiosidade, o movimento e o desejo de aprender aliados à sua forma privilegiada de conhecer o mundo por meio do brincar. Nessa faixa etária a criança já apresenta grandes possibilidades de simbolizar e compreender o mundo, estruturando seu pensamento e fazendo uso de múltiplas linguagens. Esse desenvolvimento possibilita a elas participar de jogos que envolvem regras e se apropriar de conhecimentos, valores e práticas sociais construídos na cultura. Nessa fase, vivem um momento crucial de suas vidas no que se refere à construção de sua autonomia e de sua identidade (BRASIL, 2004, p. 19).

No estágio pré-operacional a criança leva o mundo ao pé da letra, tem o

raciocínio preso às coisas imediatas, não compreende a reversibilidade e

conservação. Se colocarmos um copo de suco alto na frente dela e ao lado

colocarmos um copo baixo, porém largo, com a mesma quantidade de suco,

ela não levará em conta suas dimensões, que apesar de serem diferentes têm

a mesma quantidade, irá fixar-se na característica visual.

Em todos os estágios do desenvolvimento humano descritos por Piaget

(1975), há dois conceitos: acomodação e assimilação. Estes conceitos partem

do momento em que o indivíduo quando desafiado sofre um desequilíbrio, ou

seja, algo novo que não sabia, a partir desse momento deverá modificar seu

estágio mental para aceitar o novo conhecimento, essa é a acomodação.

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Depois a criança precisa incorporar elementos do mundo externo com

seu próprio esquema, e para conseguir assimilar isso, é preciso que ele

encontre algo que já conheça para estabelecer uma relação de proximidade,

esse é o momento da assimilação, assim ele se estabiliza voltando ao seu

equilíbrio (PIAGET, 1975).

A criança se apropria do conhecimento quanto à linguagem e ao

pensamento quando, dissocia o significante (objeto), do significado (palavra),

tornando possível a elaboração do pensamento representativo, assim ela

consegue fazer uma análise no pensamento buscando o entendimento. Ela

elabora imagens lhe permitindo transportar o mundo para a sua cabeça.

O desenvolvimento das crianças pequenas nos aspectos afetivo, social e

físico terá um impacto direto em seu desenvolvimento quando adulta, pois

estarão marcados por grandes transformações e descobertas. Aos poucos, as

crianças começam a entender o mundo em que vivem e através de relações de

convivência com o meio, aprendem a interagir consigo mesmos e com outros.

Bock (2008) relata que o desenvolvimento é um processo contínuo e

sem interrupções, onde os aspectos biológicos, físicos, sociais e culturais se

envolvem, fazendo os indivíduos pensar, sentir e estar no mundo.

O brincar tem um papel fundamental para o desenvolvimento da criança,

onde ela representa o mundo em que está inserida, ultrapassando a realidade

e estimulando sua imaginação, fazendo com que ela desenvolva sua

criatividade, concentração, atenção e engajamento. É através do brincar que a

criança tem a capacidade de criar e imaginar.

Portanto Jean Piaget (1896-1980) analisou em sua pesquisa que no

momento do brincar a criança se desenvolve seja o aspecto cognitivo,

emocional, social ou moral, assim ela constrói suas características e identidade

se envolvendo com o meio e com os objetos desenvolvendo sua autonomia. E

documentos Legais (ECA, RCNEI) reforçam a importância da garantia do

brincar para a criança.

Segundo o autor Vigotsky (1998), o brincar ajuda a criança a se

comunicar com os que a cercam e consigo mesmo.

O brincar é um dos processos educativos mais eficazes e essenciais

durante o desenvolvimento da criança, pois estimula o desenvolvimento

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cognitivo, motor, afetivo e social da criança. Quanto mais oportunidades de

brincar a criança ter, mais fácil será o seu desenvolvimento.

O brincar tem uma importância fundamental para a aprendizagem da criança, pois é através dela que a criança aprende, desenvolve conceitos de relacionamento casual ou social, o poder de descriminar, de fazer julgamentos, de analisar, de imaginar, formular e inventar ou recriar suas próprias brincadeiras. (SANTIN, 2001, p.523)

Através do brincar a criança faz descobertas, desenvolve-se fisicamente

e mentalmente sentindo prazer em suas ações, pois quando brinca ela impõe

suas vontades, idéias e fantasias.

Brincar é ter prazer em viver criativamente, com espontaneidade,

livremente. É explorar o mundo por meio dos objetos, do faz de conta, uma

forma de entrar no mundo adulto.

De acordo com Vygotski (1984, p. 162) "a criança ao brincar está acima

da própria idade, acima do seu comportamento diário, maior do que é na

realidade".

A criança procura compreender o mundo em que o adulto vive em suas

brincadeiras, levantando hipóteses, tentando compreender os problemas que

estão a sua volta no quais interagem, e elaboram regras de organização e

convivência. Através do brincar a criança vence seus limites.

De acordo com Celso Antunes (2004, p. 31), "é brincando que a criança

irá desenvolver sua imaginação, fundamentar afetos, elaborando conflitos e

ansiedades, explorar suas habilidades, e assim adequar seus desafios".

Conforme maior for o desafio para a criança, maior será a habilidade que

ela terá que desenvolver para resolvê-lo, assim a criança irá aprender o que

precisa, sendo fundamental para o seu desenvolvimento afetivo, ético, político

e/ou moral.

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CAPITULO II

ASPECTOS DA LEGISLAÇÃO

1 A LEGISLAÇÃO

Plano Nacional de Educação (PNE) é a Lei nº 10.172/01 que foi

aprovado em 26 de junho de 2014, que determina metas para fundamentar a

política educacional a cada dez anos da área em todo território nacional.

De acordo com Daniela Panteliades (2015, p.1), a meta do PNE para o

Ensino Fundamental é que, até o último ano de vigência do Plano, a população

brasileira esteja matriculada no ensino fundamental com duração de nove anos

na idade correta.

1.1 Constituição

A Constituição Da República Federativa Do Brasil é um conjunto de leis

que regem nosso país, que estabelece os princípios e prevê os direitos,

deveres e funções estabelecidas a cada um que compõe nossa sociedade.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar a criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988, p.144)

Estando o brincar inserido na cultura humana, e a Constituição sendo a

“carta magna”, e assegura o direito à cultura e ao lazer, faz-se necessário que

a escola proporcione e garanta esse direito de cultura a criança, mantendo a

singularidade da mesma.

Mas devido o não detalhamento para que estas leis saiam do papel e

sejam eficientes na execução, é preciso elaborar outras leis, que devem estar

de acordo com o que determina a Constituição, que é a lei máxima. E uma

delas é a LDB.

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1.2 Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei Nº 8.069/90 é uma

lei que assegura à criança e o adolescente a proteção integral.

Art. 4.º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral, e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária. (BRASIL, 2008, p. 9-10.)

Assim como a Constituição, o ECA traz no artigo 4º que é dever de

todos assegurar os direitos e cuidados às crianças e adolescentes.

Essa lei especifica que até mesmo às crianças tem o direito à liberdade

e especifica no art. 16 os aspectos, mas trataremos o “IV- brincar, praticar

esportes e divertir-se; (BRASIL, 2008, p.13)”. Esse direito é uma garantia de

que é necessário que haja espaço para que a criança brinque.

1.3 Referencial curricular nacional da educação infantil (RCNEI)

O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI) traz

como um dos princípios da proposta garantindo “o direito das crianças a

brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e

comunicação infantil” (BRASIL, 1998, v. 1, p. 13).

Segundo o RCNEI, (BRASIL, 1998), brincar funciona como um cenário

no qual as crianças tornam-se capazes não só de imitar a vida como também

de transformá-la. Assim a criança consegue enxergar e entender o mundo fora

do seu cotidiano, lidando com situações novas e inesperadas, agindo de forma

independente. É através do brincar que ela aprende a se relacionar melhor com

os outros, bem como desenvolver sua identidade e autonomia.

[...] situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. (BRASIL, 1998, v.1, p. 23).

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Quando se defende a brincadeira no espaço escolar, trata-se de um

momento em que a criança tenha a oportunidade de criar, imaginar,

transformar e desconstruir coisas (PIAGET, 1896-1980), podendo ser um

momento de aprendizagem de alguma situação.

A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim, para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais diversos. Essas significações atribuídas aos brincar transformam-no em um espaço singular de constituição infantil (BRASIL, 1998, p.27)

A brincadeira neste espaço escolar pode ser orientada pelo professor, e

pode ser trazido em um contexto e com alguma proposta. Desde que para a

criança não passe apenas de um simples momento para brincar.

Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais. (BRASIL, 1998, p.22).

De acordo com o RCNEI (1998, v.2, p.22) brincar é um espaço no qual

pode observar a coordenação das experiências prévias da criança,

interpretando sua realidade sem ilusão ou mentira.

Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais. Embora os conhecimentos derivados da psicologia, antropologia, sociologia, medicina etc. possam ser de grande valia para desvelar o universo infantil apontando algumas características comuns de ser das crianças, elas permanecem únicas em suas individualidades e diferenças. (BRASIL,1998, v1, p.22)

Mesmo com estudos em diversas áreas profissionais a respeito do

universo infantil, o desafio que enfrentam é a bagagem de conhecimentos e de

cultura que cada criança traz, pois elas são únicas e individuais.

1.4 Lei de diretrizes e bases (LDB)

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A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) é a lei geral que rege as diretrizes e as

bases da organização do sistema educacional brasileiro, ou seja, é o amparo

legal que orienta e assegura a educação básica nacional do nosso país.

A primeira Lei nº 9.394/96 foi criada em 1961. E uma nova versão foi

aprovada em 1971, e em 1996 foi sancionada a terceira, ainda vigente no

Brasil pelo presidente da época, Fernando Henrique Cardoso, que tem o

objetivo detalhar os direitos e organizar os aspectos gerais do ensino.

Ela estabelece o papel e função de cada um na educação, o poder

Federal, Estadual, Municipal, Social, Familiar e do próprio cidadão com mais

detalhes que a constituição.

Art.1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (BRASIL, 1996, p.4)

Sendo direito da criança à cultura, assegurado pela Constituição, o

direito à liberdade incluindo o brincar estabelecido pelo ECA e as

manifestações culturais para a formação do cidadão, tendo a LDB por base o

brincar é uma manifestação da criança de forma cultural a respeito de muitas

situações que irá enfrentar na sua vida. Sendo ela situações emocionais,

ligadas ao fracasso em algum jogo e acabou perdendo, saberá superar perdas

na fase adulta, seja um jogo de raciocínio, etc.

A Constituição assegurando os direitos e deveres à educação do

cidadão, e a LDB dando base ainda se fez necessário corrigir detalhes na lei

para garantir uma educação de qualidade.

1.4.1 A mudança: Lei nº 11.274

Com a aprovação da lei federal 11.274 em 6 fevereiro de 2006, houve

uma mudança na legislação, alterando a duração do ensino fundamental de

oito para nove anos, assegurando a todas as crianças um período mais longo

na escola, mais oportunidades de aprender e um ensino de qualidade, segundo

a proposta do Ministério da Educação (MEC).

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A ampliação do ensino fundamental começou a ser discutida no Brasil

em 2004, mas o programa só teve início em algumas regiões a partir de 2005.

O prazo para que o ensino fundamental fosse obrigatoriamente de nove anos

em todo o Brasil, foi até 2010.

Segundo Venturini (2013) o amparo legal da alteração do ensino

fundamental, começou a ser montado em 2005, com a Lei 11.114, alterando a

Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB) e reduzindo a idade

mínima para o ingresso no ensino fundamental de sete para seis anos. Em

2006, a Lei 11.274, nova alteração da LDB, aumentou a duração do ensino

fundamental para nove anos.

A implantação do Ensino Fundamental de Nove Anos projeta intenções

como:

Oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período da escolarização obrigatória e assegurar que ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças prossigam nos estudos, alcançando maior nível de escolaridade (BRASIL, 2004, p.14)

O objetivo é assegurar a todas as crianças, um tempo mais longo no

ambiente escolar com maiores oportunidades de aprendizagem

proporcionando um ensino de qualidade. A aprendizagem não depende do

aumento do tempo, mas sim do emprego do tempo garantindo avanços

qualitativos.

No Quadro 1, pode-se analisar e comparar a mudança feita na redação

da lei, alterando a duração no Ensino Fundamental de oito para nove anos:

Quadro 1 – Alteração na Redação

REDAÇÃO ANTERIOR (Lei nº 11.114/05)

REDAÇÃO EM VIGOR (Lei Nº 11.274/06)

Art. 32. O ensino fundamental, com

duração mínima de oito anos, obrigatório

e gratuito na escola pública a partir dos

seis anos, terá por objetivo a formação

básica do cidadão mediante: (Redação

da Lei nº 11.114, de 2005)

Art. 32. O ensino fundamental

obrigatório, com duração de 9 (nove)

anos, gratuito na escola pública,

iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade,

terá por objetivo a formação básica do

cidadão, mediante: (Redação da Lei Nº

11.274/06.02.2006)

Fonte: BRASIL, Ministério da Educação, 2009, p.12

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A mudança não foi apenas na alteração da lei, mas também houve

mudança na nomenclatura adotada para o Ensino Fundamental, que de série

alterada para ano, no Quadro 2 está a representação da equivalência desta

alteração.

Quadro 2 - Nomenclatura

8 anos de duração 9 anos de duração Idade correspondente no início do ano letivo (sem

distorção idade/ano)

- 1º ano 6 anos

1º série 2º ano 7 anos

2º série 3º ano 8 anos

3º série 4º ano 9 anos

4º série 5º ano 10 anos

5º série 6º ano 11 anos

6º série 7º ano 12 anos

7º série 8º ano 13 anos

8º série 9º ano 14 anos

Fonte: BRASIL, Ministério da Educação, 2009, p.12

No Quadro 3 apresenta-se a separação do Ensino Fundamental feita em

ciclos sendo Ciclo I – 1º ano ao 5º ano e Ciclo II – 6º ano ao 9º ano:

Quadro 3 – Divisão em ciclos

Ensino Fundamental

Ciclo I (Anos Iniciais) Ciclo II (Anos Finais)

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano

Fonte: Brasil, Ministério da Educação, 2009, p.25

Segundo dados do MEC (2007, p.1), para que a implantação do Ensino

Fundamental de nove anos seja eficiente e de qualidade é necessário que o

Conselho Educacional exerça sua função com democracia com a comunidade

escolar elaborando, discutindo, aprovando e publicando pareceres e

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resoluções referentes à ampliação, e ainda se faz necessário que o conselho

faça o controle social da qualidade da educação.

1.5 O Currículo

Com a alteração na legislação fez-se necessário alterar também o

currículo para acolher a nova faixa etária dos alunos ingressantes no 1º ano do

ensino fundamental, pois os objetivos específicos esperados para essa faixa

etária são diferentes do esperado para as crianças da antiga 1ª série.

O MEC (Ministério da Educação) publicou diversos documentos para a

nova realidade dos anos iniciais do Ensino Fundamental, com o objetivo de

auxiliar os sistemas de ensino para uma nova elaboração da proposta

pedagógica e do currículo. São eles:

Ensino fundamental de nove anos – orientações gerais (BRASIL,

2004);

Figura 5: Orientações Gerais

Fonte: http://portal.mec.gov.br

Ensino fundamental de nove anos: orientações para inclusão de

crianças de seis anos de idade. (BRASIL, 2006);

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Figura 6: Inclusão

Fonte: http://portal.mec.gov.br

Ensino fundamental de nove anos: passo a passo do processo de

ampliação (BRASIL, 2009).

Figura 7: Manual: Passo a passo

Fonte: http://portal.mec.gov.br

O MEC propõe que os conteúdos do primeiro ano do Ensino

Fundamental de nove anos, precisam de uma proposta curricular que atenda

as características, potencialidades e necessidades específicas das crianças

dessa infância. Essa proposta tem o intuito de corrigir o déficit educacional que

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há no Brasil em relação á crianças de setores populares e crianças de maior

poder econômico que entram mais cedo, em escolas privadas, com acesso a

um ensino de melhor qualidade.

Com a aprovação da Lei no 11.274/2006, mais crianças serão incluídas no sistema educacional brasileiro, especialmente aquelas pertencentes aos setores populares, uma vez que as crianças de seis anos de idade das classes média e alta já se encontram, majoritariamente, incorporadas ao sistema de ensino – na pré-escola ou na primeira série do ensino fundamental. (BRASIL, 2006, p. 5)

De acordo com o Brasil (2006, p. 6) outro fator importante para a

inclusão das crianças de seis anos na escola são resultados de estudos que

demonstram que, quando a criança ingressa mais cedo apresentam resultados

superiores em relação as que ingressam somente aos sete anos. O objetivo é:

Assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de convívio escolar, maiores oportunidades de aprender e com isso, uma aprendizagem com qualidade. É evidente que a maior aprendizagem não depende do aumento de tempo de permanência na escola, mas sim do emprego do tempo. No entanto, a associação de ambos deve contribuir significativamente para que os educandos aprendam mais. (BRASIL, 2004, p.17)

Ainda afirmam-se ser necessário elaborar uma nova proposta político-

pedagógica e curricular que atenda as especificidades das crianças que

realizam os cinco anos iniciais do Ensino Fundamental, assim como as dos

anos finais.

No primeiro ano se constitui uma possibilidade para qualificar o ensino e a aprendizagem dos conteúdos da alfabetização e do letramento. Mas, não se deve restringir o desenvolvimento das crianças de seis anos de idade exclusivamente à alfabetização. Por isso, é importante que o trabalho pedagógico assegure o estudo das diversas expressões e de todas as áreas do conhecimento. Ressalte-se que a alfabetização não deve ocorrer apenas no segundo ano do Ensino Fundamental, uma vez que o acesso à linguagem escrita é um direito de todas as crianças. (BRASIL, 2009, p.24)

Deve-se pensar nas especificidades das crianças de seis anos e

também nas demais que estudam os anos finais do ensino fundamental. Não

podemos trabalhar o mesmo conteúdo da primeira série do ensino de oito anos

no primeiro ano do ensino de nove anos. O desenvolvimento cognitivo de uma

criança de seis anos não é tão complexo quanto à de uma criança de sete

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anos, portanto não podem ser ensinadas da mesma maneira, estão em fases

diferentes. De acordo com o documento "Ensino fundamental de nove anos:

orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade" (BRASIL, 2004),

não deve se tratar de compilar os conteúdos das duas etapas da educação,

mas sim de construir uma proposta pedagógica coerente com as

especificidades da segunda infância [...]. Nesta transição de um ensino para

outro, pode acabar se tornando algo traumático para as crianças, pois ela sai

de um ambiente onde o brincar era valorizado para entrar em outro, onde o

estudar é algo mais sério, havendo uma grande ruptura.

Segundo documentos divulgados pelo MEC, as escolas devem

reformular suas propostas pedagógicas, assim valorizando as peculiaridades

da criança de seis anos, um delas sendo o brincar.

Partindo do princípio de que o brincar é da natureza de ser criança, não poderíamos deixar de assegurar um espaço privilegiado para o diálogo sobre tal temática [...] o brincar como uma das prioridades de estudo nos espaços de debates pedagógicos, nos programas de formação continuada, nos tempos de planejamento; o brincar com uma expressão legítima e única da infância; o lúdico como um dos princípios para a prática pedagógica; a brincadeira nos tempos e espaços da escola e das salas de aula; a brincadeira como possibilidade para conhecer mais as crianças e as infâncias que constituem os anos/ séries inicias do EF de nove anos. (BRASIL, 2007, p.10)

Para Correa (2008, p. 13) se tomar como parâmetro a criança de seis

anos e também as de sete, devemos ter em vista algumas de suas

características peculiares, a importância do brincar para elas, bem como as

condições de aprendizagem em seu desenvolvimento, seu vínculo familiar e a

necessidade de estratégias de ensino que se associem com tais

características.

No documento feito pelo Ministério da Educação (MEC): Ensino

Fundamental de nove anos: Orientações para a inclusão da criança de

seis anos” o brincar possibilita:

[...] aprender a olhar as coisas de outras maneiras atribuindo-lhes novos significados, estabelecer novas relações entre os objetos físicos e sociais, a coordenar as ações individuais com as dos parceiros, a argumentar e negociar, a organizar novas realidades a partir de planos imaginados, a regular ações individuais e coletivas a partir de ideias e regras de universos simbólicos [...] (BRASIL, 2006, p.38-39).

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Tanto na Educação Infantil quanto no Ensino fundamental é preciso

garantir que as crianças de seis anos devem ser atendidas em suas

necessidades, do aprender ao brincar. Deve-se ter atenção e respeito às

características desta faixa etária. O conteúdo do primeiro ano do ensino de

nove anos não deve ser o mesmo da primeira série do ensino de oito anos, o

importante é envolver a Educação Infantil e o ensino fundamental, onde ambos

sejam indissociáveis.

A criança de seis anos de idade que passa a fazer parte desse nível de ensino não poderá ser vista como um sujeito a quem faltam conteúdos da educação infantil ou um sujeito que será preparado, nesse primeiro ano, para os anos seguintes do ensino fundamental. Reafirmamos que essa criança está no ensino obrigatório e, portanto, precisa ser atendida em todos os objetivos legais e pedagógicos estabelecidos para essa etapa de ensino. (BRASIL, 2007, p. 15 ).

O documento do MEC (2004, p.19) aponta que nesta faixa etária a

criança apresenta grandes possibilidades de simbolizar e compreender o

mundo, fazendo uso de múltiplas linguagens, assim, esse desenvolvimento

possibilita a elas participarem de jogos que envolvam regras, apropriando de

conhecimentos, valores e práticas sociais.

O professor pode usar em sua metodologia de ensino jogos e

brincadeiras, algo mais lúdico, para que elas tenham prazer em aprender, não

havendo total ruptura entre os dois ciclos, tendo clareza de como utilizá-los em

sala, pois o brincar é fundamental no processo de alfabetização. O brincar

continuará sendo valorizado no Ensino Fundamental, dando mais prazer para

as crianças para aprender, obtendo uma aprendizagem de qualidade.

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CAPITULO III

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE

NOVE ANOS

1 ANÁLISE GERAL DOS ASPECTOS

Embora se encontre muitos estudos e teorias do desenvolvimento, é

necessário considerar que cada criança é única e que cada qual tem suas

etapas, seu modo de pensar, sua maturidade. E esse capítulo irá trazer os

pontos positivos e negativos da mudança em relação ao ensino fundamental

com duração de nove anos.

O MEC assegura que as crianças estando um tempo mais longo no

convívio escolar proporcionarão mais oportunidades para que elas possam

aprender com um ensino de qualidade.

Mas ainda existem duvidas se esta mudança pode ajudar a qualidade de

ensino ou prejudica-lá, pois os alunos que estão sendo inseridos nesta nova

proposta ainda são pequenos para enfrentar esse novo desafio.

Assim segue a comparação dos aspectos analisados.

1.1 Pontos Positivos

O MEC afirma que o objetivo dessa mudança assegura às crianças um

período mais longo na escola e maior oportunidade de aprendizagem, ou seja,

mais ampla, principalmente para as que pertencem aos setores populares, pois

as de maior poder econômico, estão inseridas no processo privativo desde

cedo, como já mencionado anteriormente.

Os objetivos da ampliação do ensino fundamental para nove anos de duração são: a) melhorar as condições de equidade e de qualidade da Educação Básica; b) estruturar um novo ensino fundamental para que as crianças prossigam nos estudos, alcançando maior nível de escolaridade; c) assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças tenham um tempo mais longo para as aprendizagens da alfabetização e do letramento; (BRASIL, 2009, p.05)

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O ingresso precoce da criança de seis anos no ensino fundamental

garante que a criança entre em contato com a realidade do mundo da leitura e

escrita, podendo desenvolver suas habilidades cognitivas na escola, sendo que

crianças de família com poder aquisitivo elevado, já se encontram nesta

proposta, e os resultados são positivos.

A ampliação do Ensino Fundamental para nove anos de duração significa o ingresso mais cedo à cultura letrada, o que poderá se reverter em um melhor desempenho dos alunos no que diz respeito à alfabetização e ao letramento. É preciso ressaltar, no entanto, que as características da etapa de desenvolvimento devem ser preservadas. (BRASIL, 2009, p.26-27)

O MEC ofereceu suporte com materiais de orientação para o processo

de mudança se preocupando com o desenvolvimento dos conteúdos a serem

aprendidos pelas crianças. Isso acarretou na elaboração de mais materiais

para a continuidade do ensino no ano seguinte.

Várias alterações se fizeram necessárias, entre elas é importante destacar a adoção de um livro único no primeiro ano e de dois livros no segundo ano de escolaridade. A mudança que se efetuou tem por objetivo respeitar os ritmos dos alunos de 6 e de 7 anos. A alfabetização e o letramento não podem ser tratados como processos que se concluem ao final do ano letivo, mas como etapas da aquisição e estruturação do código escrito, portanto, devem ser mais enfatizadas nesses dois primeiros anos e, ao mesmo tempo, devem ser flexíveis o bastante para propiciar a evolução dos alunos dentro de seus próprios ritmos. (BRASIL, 2009, p.27)

Com essa mudança o MEC almeja erradicar o analfabetismo até o fim

da vigência do Plano Nacional Educacional, garantir que as crianças de até

seis anos de idade estejam devidamente matriculados no 1º ano do Ensino

Fundamental, garantindo a alfabetização da criança, mas respeitando o limite

de sua idade.

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Figura 8: Aprendendo

Fonte: http://www.pbfguarulhos.com.br

1.2 Pontos Negativos

Quando a criança entra na escola, os desafios que ela enfrentará serão

grandes, pois são novos conhecimentos e frustrações. Assim o que pensava

ser, de repente pode deixar de ser, e o que não sabia passa a descobrir. E

essa transição na vida da criança passa por um período de adaptação para se

acomodar ao conhecimento prévio que possui.

É necessário que o sistema escolar esteja atento às situações envolvidas no ingresso da criança no Ensino Fundamental, seja ela oriunda diretamente da família, seja da pré-escola, a fim de manter os laços sociais e afetivos e as condições de aprendizagem que lhe darão segurança e confiança. Continuidade e ampliação – em vez de ruptura e negação do contexto socioafetivo e de aprendizagem anterior – garantem à criança de seis anos que ingressa no Ensino Fundamental o ambiente acolhedor para enfrentar os desafios da nova etapa. (BRASIL,2006, p.20)

A transição da Educação Infantil para o ensino fundamental é uma

ruptura entre os dois ciclos, em que a criança deixa o lúdico para entrar em um

ambiente de regras e ordens pelo professor para que aprendam a ler e a

escrever. O importante é oportunizar nas salas de aula um ambiente que

estimule a criação da criança com descobertas.

As crianças têm que se adaptarem a essas novas formas de

aprendizagem, onde são ignorados os aspectos motores e afetivos em seu

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desenvolvimento. Aos seis anos de idade as crianças ainda se encontram em

processo evolutivo, onde deveria prevalecer o lúdico, o brincar. Logo, há uma

necessidade muito grande de um fator externo que estimule a criança, para

que possa haver um desenvolvimento de todo seu potencial cognitivo, sendo

essencial que o professor além de ter domínio técnico, tenha conhecimento dos

objetivos do brincar.

"Brincar é algo que faz parte do contexto cultural da criança de um modo

geral, cada criança tem seu modo de aprender, criar, cultura e vínculos

afetivos." (RAPOPORT, 2009, p. 9).

A criança que acaba de sair de um mundo onde a sua volta é de

brinquedos e fantasia, de repente se depara com algo diferente em sua rotina

escolar, como carteiras arrumadas em fileiras, cadernos, abecedários,

números, não pode correr, brincar, olhar para o lado, etc., portanto, isso

deveria ser levado em conta, antes da criança de seis anos ser inserida no

ensino fundamental. Pensando nisso, vem à pergunta: “Essa mudança não

vai acabar trazendo mais prejuízo para a qualidade do ensino?”. O problema

não está na quantidade de anos, mas na qualidade dos mesmos.

Figura 9: Nova Rotina

Fonte: http://professoresnotadez.blogspot.com.br/2011_09_01_archive.html

É necessário haver uma interação entre a Educação Infantil e o Ensino

Fundamental, para quebrar essa ruptura e também examinar se as mudanças

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no currículo, estrutura física e pedagógica estão de acordo para atender as

necessidades das crianças de seis anos de idade, sendo coerente com o

nível de desenvolvimento desta, portanto não se pode antecipar o conteúdo

da primeira série do Ensino Fundamental de oito anos, adequado para

crianças de sete anos, para crianças de seis anos do primeiro ano do ensino

de nove anos. Na adaptação dessa transição, a escola deve lembrar que as

crianças de seis anos aprendem por meio da imaginação, brincadeiras, jogos

e fantasia, e isso deve ser levado em conta quando ela entra no Ensino

Fundamental.

Os alunos de 6 anos ainda estão em um momento da vida em que o brincar é parte inerente de seu desenvolvimento e, portanto, é preciso uma readequação da escola para acolher essas crianças no ensino fundamental. (BRASIL, 2009, p.27)

Cada etapa da Educação possui características próprias, na Educação

Infantil o brincar é valorizado, e quando a criança ingressa no Ensino

Fundamental de nove o estudar é mais sério, sobrecarregando-a com

obrigações que ainda não são para sua faixa etária e a criança pode sentir

que não está correspondendo ao que está sendo passado em sala de aula,

podendo vir a se sentir desmotivada, fracassada, perdendo a vontade de

aprender, assim há uma ruptura muito grande para a criança de seis anos que

não deveria acontecer. Quanto mais harmoniosa for a transição, mais

interesse a criança terá em aprender.

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CONCLUSÃO

A partir dos documentos analisados, o brincar é defendido nas duas

fases: Educação Infantil e Ensino Fundamental é uma forma de ser e estar no

mundo, muito importante para o desenvolvimento da criança e que a escola

precisa se reorganizar em todos os aspectos: físicos e pedagógicos. Portanto,

de acordo com os documentos, não houve uma ruptura nesta transição.

E também se pode observar que houve mudança na nomenclatura, no

currículo, na legislação, mas sem deixar que a singularidade, o

desenvolvimento, a cultura e a infância fiquem sem amparo.

A Lei n 11.274 ampliou os anos do Ensino Fundamental para nove anos,

assegurando um maior tempo das crianças na escola e maiores oportunidades,

porém isso não garantiu uma estrutura adequada para as crianças de seis anos

de idade.

O que importa realmente não é a quantidade de anos, mas sim, a

qualidade do ensino. É preciso mudar a proposta pedagógica, que os

professores sejam orientados devidamente para que atuem de acordo com a

faixa etária de sua sala de aula, não deixando com que haja essa ruptura entre

a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. A criança de seis anos ao entrar

no Ensino Fundamental está sujeita a mais responsabilidades, a exigências

que antes não havia. De acordo com Piaget (1975), no período de

desenvolvimento pré-operatório, a criança ainda está desenvolvendo seu

cognitivo, está no estágio da representação, tem o raciocínio preso às coisas

imediatas, não compreende a reversibilidade e conservação, está no estágio de

animismo e artificialismo. Somente no período operacional concreto (7 a 12

anos) que a criança tem a capacidade de raciocinar sobre o mundo de uma

forma mais lógica.

O momento da brincadeira deve ser incluso como uma aula com

contextos educativos, com objetivos, metodologia, deve ter um espaço na

rotina para esse momento.

De acordo com Brasil, (2009, p. 14) houve necessidade de mudança no

Currículo, pois a criança de 6 anos que agora está no ensino fundamental,

depende que sua escola elabore a proposta pedagógica para que seja própria

para ser desenvolvida.

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Nos documentos legislativos consta a defesa do brincar no ensino

fundamental, mas não diz no aspecto do currículo, como trabalhar com esse

recurso. Cabe à escola analisar e em conjunto com a equipe escolar fazer o

Projeto Político Pedagógico e o professor aplicar em sala essa atividade,

pensando que cada aluno seu tem sua bagagem de conhecimento, e o brincar

mediado pelo professor, o ajudará a assimilar seus conhecimentos às novas

habilidades.

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