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A construção do objeto libidinal. Patologia das relações libidinais Márcia Rosiello Zenker

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A construção do objeto libidinal.

Patologia das relações libidinais

Márcia Rosiello Zenker

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SPTIZ

Sptiz foi um dos primeiros psicanalistas a utilizar a observação direta das crianças

para determinar e posteriormente descrever as etapas da evolução

psicogenêtica da criança.

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S

Baseia-se no conceito freudiano de um organismo no recém-nascido

psicologicamente indiferenciado, tendo apenas um equipamento congênito e

certas tendências.

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Spitz

A evolução normal é composta pelo que Spitz nomeia de organizadores de

psiquismo, que demarcariam certos níveis da integração da personalidade.

Então os processos de maturação e desenvolvimento combinariam-se para

formar uma aliança.

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Spitz

Spitz cunhou o termo:ORGANIZADORES do psiquismo: aparecimento de comportamentos

específicos na criança. Os processos de MATURAÇÃO e de DESENVOLVIMENTO

encontram-se numa "ALIANÇA" que permitirá progressivamente a evolução no

sentido da INTEGRAÇÃO DA PERSONALIDADE DO BEBÊ.

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Spitz

Só para lembrar...a noção de objeto encarada pela psicanálise está necessariamente atrelada ao conceito de

pulsão e libido. “Libido significa, em psicanálise, a força dos instintos sexuais

dirigidos para um objeto “sexual”. Então temos que relações objetais são relações entre um

sujeito e um objeto.

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Spitz

Para o universo do recém-nascido ainda não há objetos.

Os objetos relacionais desenvolvem-se progressivamente no decorrer do primeiro

ano de vida, e no seu final, o objeto libidinal será estabelecido.

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Spitz

Spitz distingue três estágios no desenvolvimento do objeto:

1) estágio pré-objetal ou sem-objeto,

2) estágio precursor do objeto e

3) estágio do objeto libidinal propriamente dito.

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Considera que estes estágios do desenvolvimento se alicerçam na (inter)relação mãe/filho e podem

facilmente ser identificados através da manifestação de comportamentos

específicos na criança, que designou de “indicadores” (por exemplo, “resposta de

sorriso”).

Spitz

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Estes indicadores vão revelar a existência de “organizadores do psiquismo”, sob o

primado dos quais os processos de maturação e de desenvolvimento se reúnem numa “teia” facilitadora da

evolução progressiva da criança, que vai constituindo o aparelho psíquico.

Spitz

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Spitz

Para Spitz o primeiro estágio corresponderia ao narcisismo primário de Freud, no qual o bebê ignora o mundo ao

seu redor. O bebê teria uma “percepção insuficientemente organizada”.

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Spitz

A criança nasce num estado indiferenciado, sem ter consciência de que o seu corpo

se diferencia da mãe. A qualidade da relação entre a mãe e bebê vai refletir-se

na vida futura.

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O segundo estágio tem como primeiro organizador o aparecimento do sorriso do

ser humano que ocorre a partir do segundo e terceiro mêses de vida. O

sorriso então aparece como um indicador que instala os primeiros rudimentos do Eu

e o estabelecimento da primeira relação pré-objetal ainda indiferenciada.

Spitz

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Assim no segundo mês, o rosto torna-se um percepto privilegiado, a realidade

começa a funcionar mesmo que ainda não ocorra a discriminação.

Spitz

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No terceiro estágio surge o segundo organizador, especificado pelo

aparecimento da reação de angústia no rosto de um estranho, em torno do oitavo

mês, chamado de “angústia do oitavo mês”, que é uma angústia da perda do

objeto (a mãe o abandonou).

Spitz

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É a partir deste segundo organizador, desta integração progressiva do Eu do bebê , que ele será capaz de distinguir

entre a mãe e a não-mãe.

O que um rosto estranho significa para o bebê é a ausência da mãe o que faz

suscitar a angústia.

Spitz

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Deste modo, a criança chega à fase objetal e ao estabelecimento de relações objetais. Neste ponto podemos introduzir o último

organizador, especificado pelo surgimento do “não” tanto na sua forma de gesto e/ou

palavra no decorrer do segundo ano.

Spitz

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Neste estágio a criança evolui de um estado passivo para um estado ativo,

adquirindo a capacidade de efetuar ações dirigidas, em que ao ser capaz de utilizar o

“sorriso” como resposta, ele forma o protótipo de base de todas as relações

sociais posteriores.

Spitz

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Spitz coloca a ênfase na comunicação que existe na díade mãe/filho: permite o estabelecimento de um tipo de inter-

relação, no qual as ações conscientes e inconscientes da mãe, vão constituir-se

como “reforço primário” sobre a criança. Estes processos de formação, são

designados por Spitz de ”processos de modelagem”.

Spitz

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Processo de modelagem

O que é isso:

“uma série de trocas entre dois parceiros, a mãe e o filho, que se influenciam

reciprocamente de forma circular”. A comunicação se faz por intermédio de

sinais cinestésicos num cenário de “clima afetivo”.

Spitz

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É precisamente esta repetição de experiências de prazer e desprazer e a

consequente satisfação ou frustração em situações interiores idênticas,

quotidianas, que irá fazer nascer, no bebê, os primeiros afetos de prazer

manifestados através do sorriso ou os afetos de desprazer traduzidos em

episódios de choro.

Spitz

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Spitz dedicou a vida ao estudo do desenvolvimento da criança da primeira

infância e propôs o que designou de “psicologia psicanalítica do primeiro ano”, baseada em dados recolhidos na prática

pela observação das relações de objeto da criança com a mãe.

Spitz

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Esta observação permitiu-lhe fazer descobertas fundamentais sobre os fenômenos patológicos da infância, ligados às perturbações da relação mãe/filho quando esta é insuficiente (qualitativa ou quantitativamente).

Spitz

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Spitz concluiu que, quando há uma perturbação na relação mãe/filho esta vai

influenciar o estabelecimento das relações de objeto, e podem ser observadas as afecções psicotóxicas, termo por ele

utilizado para designar tais perturbações.

Spitz

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Coma do recém nascido

Cólica do terceiro mês

Eczema infantil

Manipulação fecal

Hipertimia: exaltação eufórica do humor

Spitz: patologia das relações objetais

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Quando, no decurso do primeiro ano o bebê é submetido a uma privação afetiva parcial, surge a depressão

e quando se verifica uma privação completa surge o hospitalismo – estado de letargia e estupor que pode levar à morte.

Spitz: patologia das relações objetais

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SPITZ, RA. O primeiro ano de vida: um estudo psicanalítico do desenvolvimento normal e anômalo das relações objetais. São Paulo: Martins Fontes; 2004.

Bibliografia