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A CONSIDERAÇÃO SOBRE A ELABORAÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS Natiely Priscila Paiva Monteiro; Elineí Araújo de Almeida. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – [email protected]; [email protected]. Resumo: A Teoria da Aprendizagem Significativa surgiu para iniciar uma revolução cognitiva na psicologia educacional, onde está fundamentada em princípios gerais que podem interligar-se em uma teoria geral. A Teoria da Aprendizagem Significativa auxilia os professores, em ferramentas que servem como estratégias de ensino mais eficientes e capazes de desenvolver uma aprendizagem crítica do aluno. Considerando aquilo que o aluno já sabe, ou seja, àquilo que foi incorporado ao seu conhecimento, a sua estrutura cognitiva é esteada e considerada como uma estrutura cognitiva prévia. Nesse sentindo, a utilização dos mapas conceituais, como ferramentas metacognitivas para a aprendizagem, terão um papel importante na estruturação, organização e construção do conhecimento no presente estudo. A partir da construção dos mapas conceituais, aliada a aprendizagem cognitiva, considera-se a produção criativa de um novo conhecimento, importante para a aprendizagem significativa. Os usos do programa Cmap Tools incluem a organização dos conceitos como ilustração e elaboração de mapas conceituais. Palavras-chave: Teoria da Aprendizagem Significativa, mapas conceituais, síntese do conhecimento. (83) 3322.3222 [email protected] www.conedu.com.br

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A CONSIDERAÇÃO SOBRE A ELABORAÇÃO DE MAPAS

CONCEITUAIS

Natiely Priscila Paiva Monteiro; Elineí Araújo de Almeida.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – [email protected]; [email protected].

Resumo: A Teoria da Aprendizagem Significativa surgiu para iniciar uma revoluçãocognitiva na psicologia educacional, onde está fundamentada em princípios gerais quepodem interligar-se em uma teoria geral. A Teoria da Aprendizagem Significativaauxilia os professores, em ferramentas que servem como estratégias de ensino maiseficientes e capazes de desenvolver uma aprendizagem crítica do aluno. Considerandoaquilo que o aluno já sabe, ou seja, àquilo que foi incorporado ao seu conhecimento, asua estrutura cognitiva é esteada e considerada como uma estrutura cognitiva prévia.Nesse sentindo, a utilização dos mapas conceituais, como ferramentas metacognitivaspara a aprendizagem, terão um papel importante na estruturação, organização econstrução do conhecimento no presente estudo. A partir da construção dos mapasconceituais, aliada a aprendizagem cognitiva, considera-se a produção criativa de umnovo conhecimento, importante para a aprendizagem significativa. Os usos doprograma Cmap Tools incluem a organização dos conceitos como ilustração eelaboração de mapas conceituais.

Palavras-chave: Teoria da Aprendizagem Significativa, mapas conceituais, síntese doconhecimento.

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Introdução

A Teoria da Aprendizagem significativa teveorigem através do trabalho do psicólogoDavid Ausubel, com a obra The psychology ofmeaningful verbal learning1,em 1963,e foiconsiderada como a obra que revolucionou acognição na área da Psicologia Educacional.Em oposição à aprendizagem memorística,Ausubel (2000) diz que há princípios geraisda Teoria Significativa que podem serutilizados em uma teoria geral, bem como,

1 Ausubel atualizou esta obra em 2000: Ausubel,D. P. (2000). The acquisitionand retention ofknowledge: A cognitive view. Dordrecht:KluwerAcademic Publishers. A traduçãoportuguesa está publicada pelo PlátanoEditora(2002).

fornecer ao professor uma ferramenta lógicacom estratégias de ensino mais eficazes. Paraque a aprendizagem significativa tenhasentido, é necessário considerar oconhecimento prévio como percursor doconhecimento, ou da interação com aquiloque se deseja aprender. Segundo a abordagemAusubeliana. É os subsunçores constituemconceitos que fundamentam a estruturacognitiva do indivíduo. Esses conceitos sãoabstrações dos atributos essenciais comuns auma determinada categoria de objetos,eventos, ou fenômenos. É uma palavra oufrase que serve como uma unidade depensamento ou um significado. Os conceitosincluem um largo espectro de objetos, ideias,e características variando do concreto aoabstrato. Portanto, os conceitos padronizam esimplificam a realidade, facilitandoconsequentemente a aprendizagem receptiva,a solução de problemas e a comunicação.Ausubel, Novak e Hanesian (1980, p.73)afirmam que:

(...) vivemos, antes de tudo, num mundo deconceitos, e não num mundo de objetos,eventos e situações. A realidade quevivenciamos psicologicamente estárelacionada somente indiretamente àspropriedades físicas de nosso meio e aosnossos correlatos sensoriais. A realidade,falando de modo figurativo, é percebidaatravés de um filtro conceitual ou categórico.Nesse sentido, o objetivo desse trabalho éinvestigar a cerca de aspectos informacionaisrelacionados a conteúdos veiculados emtextos expressos em mapas conceituaisdirecionados ao tema sobre ReconciliaçãoIntegrativa.

Como se organiza o processo dinâmico daestrutura cognitiva

Para que haja uma construção eficiente dosmapas conceituais, é importante considerarem sua utilização, conceitos e significadosestruturados na Teoria da Aprendizagem, para

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que se estabeleça uma relação de ideias eproposições por conceitos previamenteestabelecidos. Levando em consideração ocomponente idiossincrático, os conceitosselecionados pelo descritor, devem serexplorados e devem se tornar mais elaboradose usados no processo de hierarquização, parauma atribuição de novos conceitos.Chamamos esse processo de diferenciaçãoprogressiva. Segundo Faria (1989, p 29)descreve esse processo da seguinte forma:

[...] um tópico servirá de ideia ou ideias deesteio para subtópicos em que se subdivide;ou ainda, na sequência dos tópicos, seordenando com o princípio da diferenciaçãoprogressiva, aqueles que vieram antesfornecerão base de assimilação ou esteio paraos que vierem depois. O princípioprogramático facilitador chamado dereconciliação integrativa, envolve oestabelecimento de relações e correlaçõesentre os conceitos que integram a hierarquia.A compreensão mais ampla das distinções esimilitudes que o particularizam (Ausubel;Novak; Hanesian, 1980; Ontoria et al.,2005;Moreira, 2006).Nesse sentido , para quehaja uma reorganização da estruturacognitiva, que faz parte também do processodinâmico cognitivo, os conceitos sobre umassunto específico, se relacionam intimamenteentre si, reorganizando os seus significados etornando-os mais abrangentes. Ambos sãoimportantes para que ocorra a aprendizagemsignificativa, onde uma resultará na outra. Deacordo com Moreira (1997), a reconciliaçãointegrativa e a diferenciação progressiva sãodois processos relacionados que ocorrem nocurso da aprendizagem significativa. Todaaprendizagem que resulta em reconciliaçãointegrativa, resultará também emdiferenciação progressiva adicional deconceitos e proposições. Outro aspectofundamental da aprendizagem significativa,importante a ser considerado para oconhecimento, é que o aprendiz deveapresentar uma pré-disposição para aprender.Ou seja, para aprender significativamente, oaluno tem que manifestar uma disposição para

relacionar, de maneira não- arbitrária e não-literal, à sua estrutura cognitiva, ossignificados que capta dos materiaiseducativos, potencialmente significativos, docurrículo (Gowin, 1981).

A Teoria da Assimilação de Ausubel(1963,1968) fornece uma base para a criaçãodos mapas conceituais, ressaltando aimportância da Assimilação de novosconceitos e proposições na estrutura cognitivaprévio do aluno, para a construção designificados.

Mapas conceituais e aprendizagem crítica ecriativa

O desenvolvimento do pensamento crítico éuma aquisição da antropologia cultural, quepermite ao indivíduo não se deixarinfluenciar, apenas por respostas oriundas dasinterações sociais, mais sim por ideias que eleconstruiu a partir do que foi assimilado. Oprofessor tem um papel importante namediação do conhecimento do aluno, evitandoum ensino baseado somente em respostas. Oprofessor deve fazer o intercâmbio deperguntas, onde o aluno possa formulá-las,sendo crítico. A predisposição de aprender, eoutro ponto a ser considerado, enfatizam queo aprendiz deve se manifestar apenas movidopela motivação, para que o conhecimentopossa ser construído por ele.

Os mapas conceituais são configurados comoestratégias facilitadoras da aprendizagem,onde os conceitos são organizados. “Eles nãose limitam ao repasse de informações, queparticularizam estratégias associativas e oprocessamento superficial”. (Pozo, 1996).

A autorregulação do conhecimento promoveuma aprendizagem, onde os mapasconceituais contribuem para “a aquisição, oarmazenamento e/ou a utilização dainformação” (BORUCHOVITCH, 1999, p.3).Essa autorregulação da aprendizagem estáfundamentada na Teoria da AvaliaçãoFormativa, “onde tem evoluído em sua

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concepção, preservando sua promessa maissolene: provocar e orientar a regulação doensino e da aprendizagem” (SCRIVEN,1967). Os mapas conceituais são estratégiascognitivas capazes de organizar oconhecimento, mobilizando o aluno aoplanejamento e a regulação do própriopensamento, onde ele é levado a refletircriticamente. Na figura 1 está representadocomo a aprendizagem crítica se organiza,utilizando o pensamento crítico comoferramenta para a formação do indivíduo, ecomo essa, possibilita detectar as informaçõesque não condizem com o seu eu. Quando oaluno consegue formular questões de maneiranão arbitrária e não literal, ele consegueaprender de forma significativa. E quandoconsegue formular essas questões de formasistemática, é evidente uma aprendizagemsignificativa crítica.

Figura1. Mapa conceitual representando o conceitosobre aprendizagem significativa crítica. Fonte:(Monteiro, 2015).

Segundo Moreira (2000) para utilizar essaenorme disponibilidade de informação épreciso estar munido daquilo que Postman eWeingartner chamam de detector de lixo(crap detector). Nesse sentido, a capacidadede aprender poderia ser interpretada como a

capacidade de abandonar percepçõesinadequadas se desenvolver novas e maisfuncionais (POSTMAN; WEINGARTNER,1969, p. 90).

De acordo com Novak e Cañas (2010), asproduções criativas conduzem aoconhecimento significativo, onde requerestruturas de conhecimento relevante bemorganizado e empenho emocional paraintegrar o conhecimento novo já existente,portanto, a produção criativa de umconhecimento pode ser considerada como umnível bastante avançado de aprendizagemsignificativa, onde pode ser viabilizado pelosmapas conceituais.

Figura 2. Demonstração de como a criatividade resultaem níveis altos de aprendizagem significativa. Novak eCañas (2010).

Como construir um mapa conceitual

Os mapas conceituais podem ser utilizadoscomo recursos didáticos para auxiliar aaprendizagem. Eles podem ser hierárquicos epossuem componentes idiossincráticos. Ocontexto ajudará a determinar uma estruturahierárquica e auxiliar na seleção e no domíniodo conhecimento. Para definir um contexto

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para os mapas conceituais é importanteconsiderar a pergunta focal (focus question)ou os conceitos gerais, que seriam questõesespecificamente claras do problema ou quepoderiam ser solucionadas. Esses conceitossão representações de um objeto pelopensamento, relativamente às suascaracterísticas gerais, sendo expressos porpalavras que o descrevem e particularizam(Novak, 1988). Em seguida, identificar apalavra chave que irá ser acrescentada,conhecidas como palavras de enlace, ouainda, conhecidas como cross-links.

Na figura 3 temos uma estruturação de um mapaconceitual. Fonte: (Monteiro, 2015).

As proposições são compostas por dois oumais conceitos que estão conectados aspalavras de enlace, seria a construção de umaideia com conceitos estruturados e que serádesenvolvida de forma hierárquica. ConformeOntoria, de Luque e Gómez (2006), elasconstituem “a menor unidade semântica quetem valor de verdade”. É possível fazer ainter-relação de conceitos, onde implica nareorganização da estrutura cognitiva, com aadição de novos significados, proporcionandoao leitor, a percepção da relação doselementos.

Segundo Pontes Neto et al. (2006) no estudode um conteúdo, o uso da diferenciaçãoprogressiva requer a reorganização do mesmo.Então, as ideias desse conteúdo devem serorganizadas hierarquicamente, com base noseu nível de generalidade ou poderexplanatório. Quando se coloca em foco areconciliação integrativa para estudar umdeterminado conteúdo, o que requer é quesejam mostradas diferenças e semelhançasentre ideias relacionadas com a finalidade dematizar inconsistências reais ou aparentesentre essas ideias. Na figura 3, podemosobservar essa relação de diferenças esemelhanças, no conceito sobresustentabilidade. As ideias que permeiam oconceito possuem semelhanças e estãorelacionadas entre si. Além disso, Novak(apud Moreira & Masini, 1982, pp 24-25)argumenta que, para atingir-se a reconciliaçãointegrativa de forma mais eficaz, deve-seorganizar o ensino “descendo e subindo” nasestruturas conceituais hierárquicas, à medidaque a nova informação é apresentada. Isto é,começa-se com os conceitos mais gerais, masé preciso ilustrar logo de que modo osconceitos subordinados estão a elesrelacionados e então voltar, através deexemplos, a novos significados para osconceitos de ordem mais alta na hierarquia.

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Figura 4. Mapa conceitual sobre Educação Ambiental.Fonte: Monteiro 2015.

O mapa conceitual é uma técnica flexível, eem razão disto, pode ser usado em diversassituações para diversas finalidades:instrumento de análise de currículo, técnicadidática, recurso de aprendizagem, meio deavaliação (Moreira e Buchweitz, 1993).

Método

A análise de conteúdo, conforme Bardin(2011) é um método que pode ser utilizadopara pesquisas quantitativas e qualitativas,mas com suposições diferentes, pois naprimeira, a informação é a frequência comque surgem as características do conteúdo,enquanto na segunda, é a presença ouausência de alguma característica doconteúdo, ou um conjunto de característicasem uma mensagem. Foram levantados paraanálise seis artigos relacionados ao estudo dosmapas conceituais, onde a Teoria daAprendizagem Significativa de Ausubel foievidenciada e interligada a estruturação dosmapas conceituais. Dessa forma, através daleitura flutuante utilizada dos artigosanalisados, os mapas conceituais foram

destacados tanto como elementos didáticos,quanto estruturadores do conhecimento combase na construção do conhecimento. Ostemas específicos foram anotados e feitasobservações a cerca do aprofundamentoteórico sobre os mapas conceituais, ilustradospelos respectivos autores que fundamentaramas ideias. Para estruturação das informaçõespesquisadas, foi construída uma tabelaconteúdo com os seguintes tópicos: título dotrabalho, analisando a temática geral doartigo, autoria e a temática dos mapasconceituais.

Resultados e Discussões

Dos seis artigos analisados evidenciados pelatabela 1, todos abordam a importância dosmapas conceituais na aprendizagemsignificativa e como o processo de construçãodos mapas conceituais é ponderoso para osalunos, pois os mesmos podem aprender aelaborar e organizar os seus conceitos. Amenção do processo da reconciliaçãointegrativa foi constatada em quatro dos seisartigos. De forma que esse processo foirelacionado aos insights criativos, areorganização cognitiva, construção doconhecimento e no auxílio da incidência daaprendizagem significativa. Um dos artigosanalisados, que não abordaram a reconciliaçãointegrativa, fez menção aos insights criativossem associação a esse processo.

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Tabela 1 - Tabela comparativa focando nasinformações conceituais sobre o tema mapasconceituais e dados teóricos sobre reconciliaçãointegrativa.

Título dotrabalho

Autoria Temáticaexplorada

Temática dos mapasconceituais

Construindomapasconceituais

RomeroTavares

Construção demapas conceituaise aprendizagemsignificativa

Curso de física; clarezainstrucional; equação dosegundo grau; agricultura;teoria do esforço cognitivo;papel; pombo; árvore;realidade; teoria do esforçocognitivo; desenvolvimento;infância.

Como osestudantes doEnsino médiorelacionamos conceitosdelocalização eorganizaçãodo materialgenético.

RodrigoVenturosoMendes daSilveira eJoséMarianoAmabis.

Pesquisas noensino de genéticae sobre pseudo-conceitos edificuldades dosestudantes naresolução deexercíciosenvolvendoherança biológica.

Elaboração de mapasconceituais sobre herançabiológica.

Como fazerbons mapasconceituais?Estabelecendo parâmetrosdereferências epropondoatividades detreinamento

JoanaGuilares deAguiar ePauloRogérioMirandaCorreia.

Como construirmapas conceituaise a importância daTeoriaSignificativa.

Teoria de Ausubel;observação e dispersão.

Mapasconceituais eAprendizagemSignificativa

MarcoAntônioMoreira

A fundamentaçãoteórica sobre osmapasconceituais.

Seres vivos, dinâmica dosecossistemas; aprendizagemsignificativa; uma aranhasilenciosa e paciente;epistemologia de Kuhn;partículas elementares.

O uso dadiferenciaçãoprogressiva eIntegraçãoreconciliativapara aelaboração demapasconceituaisreferentes aotema matéria:um estudoinicial daTeoria deAusubel.

ArianeBaffaLourenço;AntonioCarlosHernandes;

GláuciaGrünningerGomesCosta;Dácio RodneyHartwing.

Análise de como eque extensão ouso dadiferenciaçãoprogressiva eIntegraçãoreconciliativacontribuem para aelaboração dosmapasconceituais.

Mapas conceituais ao temaMatéria e a percepção dosalunos quanto aos mapasconceituais.

A teoriaadjacente aosmapasconceituais ecomoelaborá-los eusá-los.

JosephD.Novak,AlbertoJ.Cañas

Origem dos mapasconceituais ealgumas ideias daTeoria daAssimilação deAusubel e o usodo Cmap Tools.

Mapas conceituais mostrandocaracterísticas dos mapasconceituais.

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Destaques sobre os artigos

De acordo com o artigo “Construindo mapasconceituais”, Tavares (2007), mostra aimportância dos mapas conceituais e os tiposde mapas, que podem ser elaborados, comsuas vantagens e desvantagens, dando umparecer sobre a estrutura, organização,dificuldades e a importância sobre a cognição,que esses modelos facilitam na elaboração dosmapas. Torna-se um passo a passo para omecanismo da aprendizagem significativa.Foi figurada a reconciliação integrativa comoum importante processo, na estruturaçãohierárquica dos mapas conceituais, sendoelaborados de acordo com a Teoria daAprendizagem Significativa.

Referente ao estudo “Como os estudantes doensino médio relacionam os conceitos delocalização e organização do materialgenético”, Silveira e Amabis (2003), discutemcomo os mapas conceituais podem auxiliar naconcepção de transmissão da informaçãogenética. Não faz menção aos processos quefundamentam a Teoria da AprendizagemSignificativa de Ausubel, como areconciliação integrativa e diferenciaçãoprogressiva.

O artigo, “Como fazer bons mapasconceituais? Estabelecendo parâmetros dereferências e propondo atividades detreinamento”, desenvolvido por Aguiar eCorreia (2013), promovem os mapasconceituais como estratégias de ensino quefacilitam a aprendizagem, fundamentadas naTeoria de Ausubel, com uma riqueza deconceitos organizados para uma melhorcompreensão da elaboração dos mapas.

A reconciliação integrativa foi associada aopensamento criativo, levando aos insightscriativos. Moreira et al.(1997), ao tratar“Mapas conceituais e aprendizagemsignificativa”, utilizou os mapas conceituaiscomo uma estratégia potencialmentefacilitadora da aprendizagem significativa,

dando um passo a passo de como estruturarum mapa conceitual. A reconciliaçãointegrativa foi atrelada a reorganizaçãocognitiva, por recombinar elementos.

Com o intuito de analisar a extensão do usoda diferenciação progressiva e dareconciliação integrativa, Lourenço ecolaboradores (2007), trazem a percepção dosalunos sobre os mapas conceituais e comoestes, podem servir como organizadores paraos conceitos de forma hierárquica efacilitadores da aprendizagem colaborativa Areconciliação integrativa recorre naconstrução do conhecimento e o interligandoa significados emergentes de modoharmonioso.

No artigo de Novak e Cañas (2010), há umenfoque sobre os paradigmas daaprendizagem mecânica, onde oconhecimento seja obliterado e a estruturacognitiva do aprendiz não é aprimorada. Poressa razão, estruturar grandes corpos deconhecimento requer uma sequência ordenadade interações entre a memória operacional e amemória de longo prazo, conforme oconhecimento novo vai sendo recebido eprocessado (ANDERSON, 1992). O uso deferramentas como o Cmap Tools e outrossoftwares como adjutórios da estruturação dosconceitos, contribuem com um novo modeloda educação. A fundamentação teórica e aestrutura dos mapas conceituais estiverammuito presente, ressaltando a importância dosmapas conceituais, como ferramentaspoderosas e profundas. O processo dereconciliação integrativa não fora citado, mashouve menção sobre os insights criativos.

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Figura 5. Mapa conceitual desenvolvido como síntesedos conceitos abordados neste estudo. Fonte: Monteiro,2015.

De acordo com o mapa da figura 4, aaprendizagem significativa pode depender dapredisposição do aluno e de motivaçõesexternas e considera o conhecimento préviodo aluno para adquirir conhecimento. Ossubsunçores são ideias que o aluno já sabe.

Os novos conceitos ou informaçõescontribuem para a transformação doconhecimento de forma dinâmica e nãoaleatória. Isto é, “a aprendizagem significativaocorre quando a nova informação ancora-seem conceitos relevantes pré-existentes naestrutura cognitiva de quem aprende”.

A Aprendizagem Significativa deve serentendida como uma parceria entre professore aluno. É necessário criar um ambientefavorável à aprendizagem, para que haja aobtenção da aprendizagem significativa,exigindo um empenho de ambos. À seleçãodo material instrucional é uma decisão doprofessor e a escolha por aprendersignificativamente é uma decisão exclusivados alunos (Ausubel, 2000). No processo daaprendizagem significativa, podem ocorrerdois processos importantes, que podem seridentificados nos mapas conceituais: àdiferenciação progressiva e à reconciliaçãointegrativa, onde a primeira, os conceitos eideias se modificam à medida que interagemcom novas informações. Na segunda, as ideias

e conceitos se organizam por similaridades oudiferenças, formando novos significados ereorganizando a estrutura cognitiva (Ausubel,2000). Os conceitos relacionados nareconciliação integrativa conectam- se comoutro aparentemente diferente, e os conceitoshierarquizados dos mapas conceituais,assimilam uma correlação com ideias que nãoeram claramente perceptíveis. Essas ligaçõescruzadas podem indicar capacidade criativa(Novak e Gowin, 1999: 52) na percepção deum elo conceitual entre dois segmentos de ummapa.

Segundo Novak (2010),os seres humanospensam, sentem e agem e todos os elementosdevem ser combinados na criação de novosconhecimentos. Os mapas conceituais podemser utilizados como instrumento didático,estratégia de ensino e aprendizagem, e podemser uma ferramenta avaliativa. Tem porobjetivo promover a aprendizagemsignificativa, onde o aluno permite identificarconceitos alternativos e a determinar a suaaprendizagem, sendo o responsável pelaconstrução do conhecimento; ressaltando que,o professor precisa fazer a mediação nesseprocesso. O mapa conceitual é uma técnicaflexível, e em razão disto, pode ser usado emdiversas situações para diversas finalidades:instrumento de análise de currículo, técnicadidática, recurso de aprendizagem, meio deavaliação (Moreira e Buchweitz, 1993).

Nesse sentido, quando o aluno monitora o seuconhecimento, ele relaciona a ideia deautocontrole e autodirecionamento. Essasideias estão correlacionadas com aautorregulação da aprendizagem, queconsiste, segundo Perrenoud (1999),na gestãopelo aluno, de seus projetos, seus progressos,suas estratégias diante de tarefas e obstáculos.

Conforme Moreira (2006), a análise dosmapas é essencialmente qualitativa. Oprofessor, ao invés de preocupar-se ematribuir um score ao mapa traçado pelo aluno,deve procurar interpretar a informação dadapelo mesmo, a fim de obter evidências de

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aprendizagem significativa. Nesse processode construção o professor fará intervenções,onde irá auxiliar o aluno na aquisição denovos conceitos e relacioná-los a outros,fazendo uma reconciliação cognitiva de formaintegrativa. A reconciliação integrativa é umprincípio da programação da aprendizagem,onde relaciona alguns conceitos que podemestar estruturados nos mapas conceituais.

Considerações Finais

Neste artigo procuramos apresentar comopodemos construir mapas conceituais, e comopodem ser verdadeiras ferramentas para aaprendizagem. Foram levantados algunsembasamentos significativos dos artigos,através da análise qualitativa, e quedestacaram os mapas conceituais, como uminstrumento a ser utilizado na educação;destacando que, buscaram sua fundamentaçãoteórica na Teoria da AprendizagemSignificativa Ausubeliana. É notável arelevância dos mapas conceituais no cenárioda educação, auxiliando os professores ealunos a construir o conhecimento de formaenriquecedora, desintensificando umaabordagem mecanicista tão evidente nasescolas.

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